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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo
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***
No dia seguinte, saio com a Heloísa para uma corrida no
parque, assim aproveito para levar a Elsa, minha cadela de
estimação para passear. Depois almoçamos em casa, pois ela ama
cozinhar e eu amo comer tudo que ela faz. Durante a tarde vamos
até a ONG onde ela é voluntária e aceito fazer parte da equipe de
organização da cantada de Natal que vai arrecadar fundos para a
instituição, mesmo sabendo que isso vai me tomar boa parte do meu
tempo.
Falo com o Dalton poucas vezes, ele está trabalhando de
segurança e combinamos de sair mais uma vez, mas eu fiquei de
escolher o nosso programa. Ainda não sei bem o que faremos, mas
não quero que seja um jantar em um restaurante caro como foi da
última vez. Deu o maior trabalho para que ele aceitasse dividir a
conta.
Na segunda-feira tive reunião o dia todo. Quase tive que
cancelar a minha aula de dança. Estou saindo do estúdio quando
vejo as chamadas do Dalton. Retorno na mesma hora.
— Luíza, tudo bem com você? Liguei mais cedo, mas você
estava em reunião.
— Oi, tudo bem, e você? Vi suas ligações, desculpe não ter
retornado antes, eu estava na academia.
— Não tem problema, só queria jogar conversa fora, esqueci
que é uma mulher muito ocupada.
A chamada passa a ser de vídeo. Vejo seu sorriso lindo na
tela e meu coração dá um baque.
Como pode ser tão lindo?
— Que nada, geralmente meus dias são tranquilos, mas final
de ano isso sempre muda. — Coloco o celular no suporte e dou
partida no carro.
— Qualquer dia desse podemos combinar de malharmos
juntos, o que acha?
Abro um sorriso quando ele começa a correr na esteira
exibindo os músculos tonificados e aquela barriga que quase me faz
babar.
Que homem é esse, senhor?
Sei bem o que ele está querendo fazer, mostrando o que
estou perdendo, e, cara, estou mesmo achando que sou uma
perdedora fracassada.
— Não sei se será uma boa ideia. Não gosto muito de
malhação, correr sem sair do lugar é um saco, e a academia que
frequento é de dança e só tem mulheres. Você não pode ir.
— Que interessante, que tipo de dança você faz? — pergunta
parando de correr e levando uma garrafinha de água à boca.
— Pole Dance.
Vejo a água espirrar na frente do celular e ele começa a tossir.
Paro o carro no acostamento, preocupada.
— Cara... lho.
— Você está bem?
— Depende. — Tosse mais um pouco. — Pole Dance? Tipo...
aquela dança do ferro?
Coloco mais uma vez o carro em movimento.
— Sim, Dalton. Essa mesma. Se soubesse o que isso
provocaria nem teria falado nada. Não quero deixar essa sua mente
cheia de coisas.
— Não? Acho que essa foi exatamente a sua intenção, melhor
desligar, não quero causar um acidente, você está dirigindo, a gente
se fala depois, um beijo.
— Outro.
Chego em casa e tomo um banho, quando saio do banheiro o
celular apita com mensagem.
Dalton: “O que acha de jantar comigo no sábado?”
Respondo:
“Você vai fazer o jantar? Não esqueci aquela história do risoto
de Funghi de outro mundo.”
Dalton: “Estava pensando em um restaurante italiano, na
verdade, não quero que pense que quero você como sobremesa.”
“E não quer? Estou desapontada agora.”
“É o que eu mais quero, mas se acontecer será quando você
decidir, entretanto será o prato principal, nada de sobremesa.”
Abro um sorriso.
“Combinado então, sábado, restaurante italiano, mas deixo
claro que se quiser cozinhar para mim, quem sabe eu não leve a
sobremesa.”
Ele demora a responder.
“Tudo bem, você quem manda. Vou cozinhar para você.
Ansioso para saber o que vai me oferecer depois do jantar.”
“Não crie muitas expectativas, não quero te decepcionar.”
“Sério? Não me decepcionaria se usasse um pole dance.
Quer que mande instalar um aqui em casa?”
“Engraçadinho, esqueça que te falei isso, ok?”
“Jamais, estou criando muitas fantasias na minha cabeça, e
moça nem queira saber quais. Até sábado.”
“Não vejo a hora de provar o seu risoto.”
“Não irei decepcionar.”
“Tenho certeza que não. As expectativas estão altas.”
Capítulo 5
Dalton
∞∞∞
∞∞∞
***
A noite não foi nada como eu tinha planejado. Dalton não ter
ido me encontrar na festa tinha sido até bom, porque não poderia dar
atenção a ele, já que foi uma correria só. Quando tudo estava na
mais perfeita ordem eu e Heloísa, que quase nunca vai às festas
comigo, decidimos ir embora. Foi quando recebi a mensagem do
Dalton e naquele momento, Heloísa me fez uma pergunta que
mudou o rumo de todo. Por que eu ainda não tinha ido para a cama
com ele? Estava esperando o quê? Tinha medo do quê?
Nada, eu tinha encontrado o cara perfeito, então não havia
nada que me impedisse de fazer o que estava morrendo de vontade
desde o dia que o conheci.
Fui para casa e tomei um banho, vesti um conjunto de lingerie
de renda vermelha e coloquei o scarpin na mesma cor. O mesmo
que estava usando no dia do elevador.
Quando Dalton abre a porta ele paralisa. Seus olhos descem
por meu corpo e param nos meus sapatos. Eu me aproximo me
sentindo muito ousada e deixo um selinho em seus lábios.
— Não vai me convidar para entrar? — sussurro com os
lábios grudados nos seus.
— Caralho — exclama mais uma vez e dá espaço para
passar. — Você estava vestida assim na festa?
Abro um sorriso enquanto coloco a minha bolsa sobre o
aparador e me aproximo dele ainda embobado. Pego a taça de vinho
em sua mão e provo o líquido saboroso.
— Está com ciúmes?
— Na verdade, morrendo. Esse vestido é...
Ele se cala quando levo a mão até a tira da lateral e puxo.
— Tudo bem, já que não gosta dele, melhor tirar.
O vestido é preso apenas por essa tira e quando o laço e
desfeito ele abre todo revelando o espartilho vermelho. Deixo o
vestido cair aos meus pés e fico olhando-o me comer com os olhos.
— Você é gostosa pra caralho. Porra, Luíza, estou duro só de
olhar.
— Então por que ainda está parado aí só olhando quando
pode fazer o que quiser comigo?
Ele solta uma longa respiração e se aproxima fazendo uma
carícia na minha bochecha. Bebo o resto do vinho e coloco a taça
sobre o aparador ao lado da minha bolsa.
— Quero fazer tudo e muito mais do que você possa imaginar.
— Então faça.
— A gente precisava conversar primeiro, temos um assunto
importante para tratar, definir a nossa relação antes de qualquer
coisa e...
Ele se cala quando estendo a mão para acariciar seu pau, que
posso sentir explodindo sob a calça de moletom. Sua respiração se
torna irregular e ele fecha os olhos quando me aproximo. Sua mão
desce por meus braços e param em minha cintura. Ele encosta a
testa na minha deleitando-se com o meu toque.
— Poooorra… não faz isso. — Dalton coloca a mão sobre a
minha.
— Quero fazer tudo e muito mais do que você possa imaginar
— repito a sua frase. — Temos a noite toda para conversar, agora
estou pegando fogo por você.
Ele abre os olhos e dá um passo para trás. Parece travar uma
batalha consigo mesmo.
— Vire-se e apoie as mãos na parede — ordena. Sinto o fogo
se espalhar com o seu comando e faço o que ele mandou. — Puta
merda.
Olho para trás e o vejo olhando a minha bunda. Suas mãos
macias deslizam lentamente pela minha pele, acariciando minha
bunda, subindo pelas costas, descendo novamente até que param
em meus quadris, puxando-me contra ele. Sua boca começa a
explorar o meu pescoço com beijos quentes e lentos.
— Eu queria fazer a coisa certa, mas ver você desse jeito, não
dá para resistir.
— A coisa certa agora e fazer o que desejamos há dias.
Suas mãos tomam meus seios apertando-os por cima da
renda fina. Inclino-me para trás contra seu peito nu musculoso,
sentindo sua ereção na minha bunda e sinto o desejo crescer ainda
mais dentro de mim.
— A vontade de te comer desse jeito aqui é grande, mas
preciso provar seu corpo primeiro. Pela primeira vez na vida não sei
o que devo fazer.
Viro-me de frente e ele percorre meu corpo com os olhos. Em
seguida sua mão se apossa de minha cintura, ele me puxa para um
beijo lascivo que me deixa sem ar. Depois sua boca desce
mordiscando meu pescoço até alcançar a taça do meu espartilho.
Ele tira meu seio para fora e chupa deliciosamente. Minhas mãos
vão para os seus cabelos e arrepios percorrem meu corpo. Ele deixa
meu seio vai descendo por minha barriga, ao mesmo tempo que
suas mãos levam junto a minha calcinha. Ele se ajoelha tomando a
minha boceta em sua boca, beijando, passando a língua em meu
clitóris, em seguida sinto sua língua ir mais fundo. Minha cabeça cai
para trás e meu corpo se inclina dando mais acesso a sua boca
deliciosa. O prazer crescendo quente, pulsando pelo centro do meu
corpo.
— Ah, isso...
— Você é tão gostosa, ainda mais do que imaginei.
Estou perdida no mundo do prazer quando ele se levanta e
gruda a boca na minha me fazendo sentir meu próprio gosto
misturado ao vinho que ele tinha provado antes. Ele passa as mãos
por meus joelhos e me levanta. Abraço seus quadris com as pernas
e ele anda para o quarto sem parar de me beijar. Ele me deita na
cama e se afasta para tirar a roupa. Fico olhando-o puxar a cueca
boxer para baixo e seu pau saltar para fora.
— Uau! — exclamo, maravilhada com o quão longo e grosso
ele é. Dalton sorri de lado sabendo que é perfeito. Sinto uma vontade
louca de tê-lo em minha boca, e lamber o líquido pré-gozo que
escorre da cabeça gorda.
Não me faço de rogada, sento-me na cama e tomo em minha
boca, surpreso ele geme quando eu chupo forte o seu membro e
deslizo a mão para cima e para baixo enquanto olho nos seus olhos.
Sentir seu gosto e ver o quanto está duro por mim é tão erótico que
me deixa com um tesão ainda maior.
— Acho melhor parar, minha linda. Estou tentando não gozar
em você agora mesmo.
Volto a deitar, ele se afasta e pega uma camisinha na gaveta
ao lado da cama, abre com os dentes. Meu coração acelera e sinto o
desejo escorrer por minhas pernas em expectativa. Fico vidrada
olhando-o rolar o látex por seu pau inchado. Ele sobe na cama e vem
sobre mim. Enquanto ele me beija, sinto seu pau provocando minha
entrada. Fazendo tudo pulsar desesperadamente em mim.
— Puta que pariu, você está tão molhada.
Sem aviso, ele me penetra lentamente até estar todo dentro
de mim. Ele começa a entrar e sair algumas vezes, a já posso sentir
o êxtase aumentando, ganhando espaço, se espalhando. Ele vai
mudando de ritmo, de delicado passa a me foder sem dó eu vou ao
delírio com as sensações loucas que crescem exponencialmente.
Enterro as unhas em suas costas conforme ele mete mais
fundo. A cada movimento de vai e vem eu me aproximo do orgasmo.
— Luíza… ah… caralho… você é tão gostosa. Tão gostosa,
porra, eu... ah.
Seguro sua bunda dura e impulsiono meus quadris
acompanhando os movimentos de suas estocadas e sua boca se
apossa da minha em um beijo intenso enquanto nossos corpos se
movimentam em uma sincronia perfeita.
Isso que é ser muito bem fodida.
Ele se afasta e encara meus olhos. A intensidade que
encontro neles é tudo que eu não esperava para uma primeira transa
e isso me faz perder o controle. As minhas pernas começam a
estremecer, e faço força apertando-o dentro de mim. Um grito alto sai
da minha garganta quando meu orgasmo explode por cada parte do
meu corpo. Ele acelera em busca do próprio prazer e seu corpo
treme segundos depois. Estamos nos encarando. Sua boca está
aberta enquanto ele goza com força, estocando ainda mais fundo ao
esvaziar-se na camisinha. Ele continua a se mover dentro de mim,
agora mais devagar, apenas prologando nosso prazer.
— Porra, gostoso demais — Dalton geme com a cabeça em
meu pescoço. — Perfeita demais.
Ele volta e me olhar nos olhos. Estou sem palavras, tenho
medo de dizer como estou me sentindo e assustar o homem com a
intensidade das emoções que me tomam.
O que é isso?
Capítulo 11
A noite tinha sido perfeita, mas o dia seguinte sempre causava
certa indisposição. O que eu deveria fazer? Ir embora sem me
despedir? Deixar um bilhete? Cenas de tudo que fizemos rodavam
em minha mente me fazendo ofegar. Foi tão bom. Bom não. Foi
perfeito. Dalton me fez gozar mais vezes do que já tive com todos os
meus namorados. Porque ele é o tipo de homem que se preocupa
com o prazer da parceira antes do seu próprio. Porque ele olha
dentro dos meus olhos transmitindo tudo que sente. Porque ele
parece ter sido feito para me completar. Eu me apaixonaria fácil por
esse homem.
Depois da nossa primeira vez, fizemos mais uma vez no
banheiro, ele me encostou à parede e nunca pensei que sentiria
tanto prazer durante um banho. Depois bebemos do vinho caro,
comemos queijo e chocolates enquanto transávamos mais uma vez
no sofá. Depois ele me carregou no colo de volta para a cama e nos
amamos lentamente até que adormeci exausta.
— Bom dia!
Sua voz sussurrando em meu ouvido faz um arrepio correr por
cada célula. Estou deitada de costas e sua mão que estava em
minha barriga me puxa para ele. Sinto seu peito firme em minhas
costas e seu pau duro roçar minha bunda.
— Bom dia! — sussurro timidamente.
— Queria poder ficar o dia todo aqui com você.
— Eu também, mas infelizmente tenho uma reunião às 8h.
— Que pena, não vai dar tempo de tomarmos café — lamenta
descendo a mão para a minha perna e puxando para trás de modo
que ficasse em cima do seu quadril. Então ele aperta meu seio
enquanto esfrega o pau na minha entrada. Solto um gemido.
— Não, não vai.
— Nem de conversarmos como eu pretendia. — Entra em
mim eu gemo de prazer.
— Também não...
— Então vou precisar ser rápido aqui, não é? Vou fazer você
gozar gostoso antes de ir.
— Sim, isso...
— A gente pode sair hoje à noite, ou depois do trabalho você
vem direto para cá, o que prefere?
— O... quê? — pergunto sem conseguir assimilar nada com
ele estocando lentamente enquanto dedilhava meu clitóris de forma
habilidosa. — Ah... nossa... isso.
Ouço sua risadinha enquanto ele ergue mais a minha perna e
acelera os movimentos quase me levando à loucura.
— Sair para jantar, ou ficar de bobeira aqui?
— Eu venho para cá de... pois do trabalho.
— Caralho, esqueci da camisinha — exclama se afastando de
uma vez. Lamento o vazio que ficou.
Ele pega um pacote ao lado da cama e veste
apressadamente. Em seguida me empurra delicadamente de barriga
para baixo entrando novamente enquanto eu aperto os lençóis
sentindo o prazer me tomar de uma vez. Ele aperta as bochechas da
minha bunda enquanto estoca firme. Grito enfiando a cabeça no
travesseiro enquanto ele cai por cima de mim ofegante.
Meu celular começa a tocar ao lado da cama. Ele se levanta e
pega o aparelho para mim.
— Heloísa? — atendo ofegante.
— Espero que esteja correndo uma maratona para que não
me sinta culpada por atrapalhar a sua foda matinal — provoca.
— Opção dois — afirmo, ela bufa contrariada.
— Estou ligando para lembrar que você tem uma reunião
importante. Não sei se levou roupa ou coisa parecida, então achei
que seria bom se ligasse para te acordar caso tivesse dormindo e
não transando com o Papai Noel.
— Obrigada pela preocupação, eu já estava acordada e não
atrapalhou nada, já tinha terminado. Eu trouxe roupa para ir para o
trabalho, já estou saindo.
— Ok, não se atrase. — Ela desliga a chamada e viro para me
levantar.
Dalton está parado no batente do banheiro olhando para mim
com os olhos cheios de admiração. Dou um sorriso preguiçoso e
olho para as horas no celular entendendo porque a Heloísa ligou.
— Caramba, estou muito atrasada.
Levanto apressadamente e deixo um beijo em sua bochecha
antes de entrar no banheiro.
— Vou usar o outro banheiro para não te atrapalhar, não sei
se serei capaz de manter as mãos longe de você se ficar te olhando
tomar banho — avisa saindo do quarto.
Tomo banho rapidamente, depois visto uma saia lápis com
uma regata. Tinha deixado um terninho que completaria o look no
carro. Estou tentando arrumar a bagunça que está meu cabelo
quando Dalton entra no quarto vestindo uma calça social e camisa
rosa. Lindo demais.
— Desculpe não ter acordado mais cedo e feito um café para
você. — Ele me abraça pela cintura.
— Não se desculpe por isso. Eu também poderia ter acordado
mais cedo e feito alguma coisa — viro ficando de frente e beijando
seus lábios —, mas você me deixou exausta. A propósito, ontem foi
perfeito.
— Foi demais.
Meu celular apita e faço uma careta me afastando.
— Sinto muito, mas preciso mesmo ir. — Deixo um beijo em
seus lábios antes de correr para o trabalho.
Sempre gostei do que eu faço, não me lembro de algum dia
não ter um sorriso no rosto, mas hoje devo estar parecendo o Gato
de Cheshire. Não consigo parar de sorrir, esse é o resultado de ser
bem comida. Que noite, meu Deus! Que homem!
Quando termino a reunião estou morrendo de fome. Almoço
em um restaurante perto do salão de beleza onde tinha combinado
de encontrar a Heloísa para arrumarmos o cabelo e fazermos as
unhas. Chego primeiro do que ela. Sento-me no sofá e pego uma
revista para foliar. Não encontro nada de interessante, então passo
para outra. Arregalo os olhos quando vejo o homem vestido em um
terno caro na capa de uma das revistas de negócios mais
prestigiadas que existe. A matéria diz: As mentes mais inovadoras do
mundo dos negócios. Dalton Braga dono da Rede DB Market.
Abro na página e começo a ler a reportagem.
Dalton é o dono da prestigiada rede de shopping centers que
mais cresce no país. Ele fez a fortuna da família triplicar...
— Filho da puta, mentiroso do caralho — xingo sentindo meus
olhos arderem de raiva. — Cachorro, safado. Que ódio!
Olho a foto dentro da revista que diferente da capa está em
um momento descontraído com o Bono e usando roupas esportivas
e um relógio caro no pulso.
— Luíza? Está tudo bem, está gritando por quê? — Heloísa
senta ao meu lado.
— O filho de uma puta mentiu para mim. Olha só — falo
mostrando a reportagem para ela. — Dalton é um mentiroso.
— Caramba...
Agora tudo começa a fazer sentido em minha cabeça. A forma
como ele evitava falar do trabalho. O vinho caro, o tênis que uma
pessoa comum não pode comprar, o relógio que eu achei que fosse
uma réplica.
— Isso não vai ficar assim — bravejo pegando a minha bolsa
e saindo do salão de beleza com a Heloísa no meu encalço.
Capítulo 12
— Luíza, pensa bem no que vai fazer. Você está de cabeça
quente, deveria esperar para conversar com ele à noite quando...
— Quando ele estivesse fingindo que é um pobre coitado que
trabalhava de segurança e fazia bico? Fala sério, Heloísa.
Ela se cala sabendo que não vai me convencer a desistir de ir
até o shopping. Ela dirige enquanto eu vou passando de site em site
de fofoca desbravando a vida do mulherengo e excêntrico Dalton
Braga. Arregalo os olhos quando vejo que ele estava saindo
recentemente com uma linda atriz famosa conhecida
internacionalmente.
O homem tem a mulher que quiser, por que mentiu assim para
mim?
Sinto-me tão idiota por ter caído na conversa dele. Ele nem
deve morar de verdade naquele apartamento. Ou será que usa para
comer as idiotas como eu sem ser perseguido? Desgraçado.
As portas do elevador se abrem no andar da diretoria.
Caminho até a secretária que conheço bem. Ela sorri.
— Boa tarde, Luíza, em que posso ajudar?
— Preciso falar com o... Dalton Braga.
Só de falar o nome dele me dá um reboliço no estômago. Uma
mistura de raiva e desejo, mágoa e receio.
— O Senhor Braga está em uma reunião com os...
— Obrigada, eu sei o caminho — interrompo a sua explicação
e vou em direção à sala de reunião que fica no final do corredor perto
da sala da Nayara, onde já estive algumas vezes.
— Ei, não pode entrar aí — Carolina avisa, mas eu ignoro
levando a mão à maçaneta e empurrando a porta.
Eu só queria olhar para a cara dele. Vê-lo naquela mesa cheia
de homens e mulheres poderosos fez algo dentro de mim gelar e um
peso se alojar no meu estômago. Tento esconder o tremor e a
mágoa que meu coração expressa. O tremor em minhas pernas me
impede de avançar até ele e fazer o que desejo, socar bem no meio
da sua cara.
— Eu não acredito. — Minha voz sai tremida.
— Senhores, me desculpem, eu avisei para ela que não
poderia entrar — Carolina fala logo atrás de mim.
— Está tudo bem, Carolina. — Dalton tranquiliza a mulher se
levantando da cadeira de diretor e arrumando seu terno caro. —
Luíza... — fala meu nome, mas está nitidamente sem ter o que dizer.
Seu rosto perdeu toda a cor.
— Eu só queria ver com os meus próprios olhos, porque nem
vou perder o meu tempo em questionar o motivo de você ter me
enganado todo esse tempo como fez — falo entre dentes.
— Senhores, podem me dar alguns minutos, por favor? —
pede sem tirar os olhos de mim.
Os homens obedecem prontamente como cachorrinhos
adestrados e começam a se levantarem e eu ergo a mão.
— Não, senhores, não precisam sair. Eu não tenho nada para
falar com esse... homem. Aliás, eu nunca mais quero ver essa
pessoa na minha frente.
Giro sobre os pés para sair da sala e ele vem em minha
direção.
— Luíza, espere, eu posso explicar.
Acelero o passo e ouço a voz da Heloísa atrás de mim.
— Não ouse se aproximar dela novamente, seu canalha
mentiroso.
Corro o mais rápido possível sentindo as lágrimas rolarem por
meu rosto. Nunca me senti tão usada em toda a minha vida. Tão
humilhada.
As portas do elevador se fecham antes que ele consiga nos
alcançar. Deixo as lágrimas rolarem, fecho os meus olhos e suspiro
fundo. Heloísa afaga meu ombro de forma carinhosa e saímos do
elevador.
— Você está bem? — Heloísa pergunta assim que entramos
no carro.
— Não, estou tentando processar que trepei com um
mentiroso. Só queria entender por que ele fez isso.
— Acho que não queria não, ou teria deixado o homem se
explicar.
Abro a boca e olho para ela chocada.
— Vai defender aquele ordinário?
— De jeito nenhum, sou de total acordo que nunca mais olhe
na cara dele. Só sou da opinião de que todo mundo tem direito a se
defender, mesmo que a condenação seja certa. E você não pode
dizer que queria saber o motivo quando não deixou ele falar.
— Fala sério. Surreal isso que estou vivendo. Inacreditável.
— Vamos cancelar todos os compromissos, hoje ficaremos em
casa — anuncia enquanto coloca o carro em movimento.
— Ele usa um Montblanc Geosphere, um relógio que o
original custa R$53 mil. Eu também vi sobre a mesa de cabeceira um
Cartier, sabe quanto vale um Cartier como o dele? — pergunto
retoricamente, pois ela não dá a mínima para relógios, já eu conheço
muito bem. — Custa mais de R$200 mil.
— Para quem é fã de relógios caros você deixou passar essa,
amiga.
— Eu pensei que fossem réplicas... Como pude ser tão idiota?
— Também estou querendo saber, como?
Reviro os olhos, indignada.
— Poderia ser réplicas perfeitas — tento me defender.
— Ou a sua mente apaixonada não querendo enxergar o
óbvio.
— Não estou apaixonada.
— Sei...
— Estou falando sério. Não quero nunca mais ver o Dalton na
minha frente. E fique calada, não preciso de você enchendo minha
cabeça com essas coisas de paixão. Não estou apaixonada e ponto
final.
Falo descendo do carro e batendo a porta com toda força
antes que ela diga mais alguma coisa. O problema é que agora
quem está mentindo sou eu, e o pior, para mim mesma.
Capítulo 13
Estou colocando a coleira na Elsa para o nosso passeio
costumeiro de domingo quando Heloísa para diante de mim.
— O que aconteceu aqui? Você está bem? — inquire
realmente preocupada.
— Estou ótima — respondo indo pegar os saquinhos
higiênicos.
— O que vai fazer com tudo isso? — Aponta para as caixas
no canto da sala.
Na noite passada eu chorei muito. Contei a mesma história
diversas vezes para a minha amiga, ela me ouviu pacientemente.
Fomos dormir, tentar, na verdade, porque realmente não se
consegue ter um sono tranquilo quando descobre que o cara que
você se apaixonou, o melhor beijo, o melhor sexo da sua vida,
mentiu para você.
Eu ainda estou oscilando entre querer saber o motivo de
Dalton ter feito o que fez e não querer nunca mais ver a cara dele.
Estou preocupada em como gerenciar a festa da rede DB Market.
Dessa vez Lola terá que tomar a frente no grande dia. Não vou
conseguir aparecer por lá.
— Jogar no lixo, doar. Ainda não sei. Quando voltar do
passeio com a Elsa eu vejo.
Levantei hoje cedo depois de algumas poucas horas de sono
e tirei toda a decoração que tinha o Papai Noel, pois não quero ficar
lembrando do mentiroso. Só assim para perceber que Lola tinha
certa razão, eu realmente exagero com o tema, dada à quantidade
de objetos espalhados pelo apartamento pequeno.
— Lu, não faz isso. Olha, eu detesto viver no reino do Papai
Noel, mas você ama. Não deixe que esse amor pelo Natal acabe por
causa de um homem mentiroso. Você não pode mudar o que você é,
ou o que você ama por conta de uma situação. Eu soltaria fogos de
ver você retirar tudo isso daqui de casa se o motivo fosse outro. —
Faz uma pausa e vem até mim estendendo os braços. Meus olhos
estão banhados de lágrimas que jurei não derramar mais. — Não
posso deixar que sua luz se apague por causa de uma desilusão.
Todo mundo precisa de um pouco de luz na vida, você sempre me
contagia com a sua.
Recebo seu abraço acenando com a cabeça concordando
com o que ela disse. Não posso deixar que um mentiroso tire de mim
o que mais amo.
— Eu... vou pensar — afirmo pegando a coleira da Elsa e
caminhando para o elevador.
Meu telefone está o tempo todo dando sinal de mensagem.
Desde ontem Dalton liga e eu não atendo e nem leio as suas
mensagens, embora a curiosidade seja grande. Ele veio aqui ontem,
mas não autorizei a entrada e deixei avisado que nem precisava
interfonar informando a presença dele, e que estava expressamente
proibida a entrada desse homem aqui.
— Bom dia, Geraldo, como vai? — cumprimento o porteiro.
— Estou bem, Dona Luíza. Escuta, aquele rapaz ainda está
por aí. Desde ontem ele não foi embora. A senhora quer que chame
a polícia?
Puxo a coleira da Elsa que está agoniada para sair.
— Como é? Ele não foi embora?
— Não senhora. Fiquei até com pena do coitado. O carro dele
está do outro lado da rua, mas ele não saiu da calçada, tadinho.
— Obrigada por avisar. Diga para ele que vai chamar a polícia
se ele não for embora.
— Está bem, Dona Luíza, vou fazer isso.
Ignoro o olhar de reprovação do porteiro que deve estar me
achando uma bruxa má. Puxo a Elsa de volta para o elevador contra
a sua vontade.
— Calma menina. Vamos ter que adiar o nosso passeio —
converso com a Elsa enquanto faço um carinho em sua cabeça.
Ela late e choraminga contrariada.
∞∞∞
∞∞∞