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Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Epílogo
Epílogo
Epílogo
Próximo lançamento
Agradecimento
Sinopse
De onde venho existe uma ordem para as coisas, sangue, honra,
família! Pensei que essa ordem era respeitada por todos até que descobri o
que estava acontecendo bem em baixo do meu nariz.
O sangue que tanto valorizamos?
Besteira!
A honra que tamos almejamos?
Nunca existiu!
A família que tanto dei importância?
Traidores, baixos e vis que fecharam os olhos para a destruição de
tudo com o que me importei, viraram as costas no primeiro sinal de
dificuldade e ignoraram erros imperdoáveis. Tudo bem, o tempo que passei
atrás das grades foi o suficiente para que se alimentassem e mostrassem
suas garras, agora que estou livre, é a minha vez de me divertir.
Vou derrubar todos! Um por um, e vou me divertir a cada segundo.
Mesmo que para isso eu precise começar sequestrando a filha do
homem que ajudou a me colocarem atrás das grades, e que a cada segundo
que passe com Anuvia Petrov, me faça desejar ser um homem melhor.
Com os sentimentos vem o risco, e mesmo que ela não entenda
minha necessidade de vingança, no fim das contas, trazê-la para o meu
mundo se torna um erro, e protegê-la se torna aquilo que mais me importa.
Prólogo
Lior
Cada vez que meu telefone toca sinto como se estivesse perfurando
meu cérebro, o som irritante não para até que pego o aparelho e lanço na
parede do outro lado da sala. Quero rir da minha situação atual, todos
aqueles em que confiei tentaram me enganar, tudo aquilo que pensei que
valesse a pena lutar para proteger é justamente aquilo que deveria ser
combatido.
Pego o lenço no meu bolso e limpo o sangue no meu rosto, gostaria
de ter feito um trabalho melhor cuidando de tudo isso, mas a verdade? Não
me importo em sujar as minhas mãos, mesmo que seja o sangue do meu pai,
a porra do meu sangue!
— O que você fez, Lior? — Meu primo e melhor amigo entra no
escritório.
O cadáver com o rosto desfigurado, que deveria ser meu pai, está no
chão, em frente a lareira, o sangue escorrendo e sujando o tapete. Espero
que não fique uma mancha no piso, vai ser difícil limpar essa merda.
— Chame alguém para limpar isso. — Mando.
— A polícia está a caminho, eles receberam uma denúncia que
teríamos drogas armazenadas.
Como se tudo tivesse sido cronometrado, a campainha toca.
— Limpe isso, não vou cair por limpar o mundo de um lixo como
esse. — Respondo.
— O que ele fez?
Saio da sala, não é minha história para contar, tenho certeza que sua
irmã vai lhe dizer tudo se estiver confortável em compartilhar a cena que
encontrei quando cheguei em casa. Passo no banheiro e lavo as minhas
mãos, enrolo uma faixa em torno dos meus dedos, só então caminho para a
porta de entrada, onde um dos empregados já abriu para o policial.
— Senhores, em que posso ajudá-los? — Pergunto.
— Recebemos uma denúncia de que havia drogas em sua
propriedade, espero que não se incomode se dermos uma olhada.
O sorriso satisfeito desse babaca é o mesmo que ele usava no
colegial.
— Espero que tenha um mandado de busca, do contrário não irá
entrar na minha casa.
— Isso é medo? — Sua provocação não faz nada comigo, nesse
momento, tudo o que não tenho é sentimento.
— Medo? De você? — Avalio. — Isso só pode ser uma piada, um
oficial tão corrupto como você? Se eu lhe desse qualquer migalha sairia
daqui, não vamos fingir que o que traz aqui é a denúncia, e sim sua
ambição.
— Posso prendê-lo por desacato.
Me inclino em sua direção.
— E eu posso denunciá-lo por invasão a propriedade privada, desde
que não tem um mandado. — Aviso. — Saia da minha casa, nesse
momento.
— Tornar meu serviço mais difícil não vai te ajudar.
— Me irritar é que não vai te ajudar, agora deem o fora da minha
casa!
— Eu vou voltar.
— E quando o fizer, não esqueça o mandado.
Bato a porta na cara dele, e volto para o escritório, o corpo do meu
pai já se foi, o sangue está sendo limpo e o tapete está enrolado no canto da
sala, a mancha vermelha brilhando como um maldito farol.
— O que faremos com o tapete? — A empregada pergunta.
— Queime.
Meu primo ainda está parado no canto, esperando que eu explique o
que aconteceu, a merda o meu “querido pai” fez, que causou essa reação, e
fez com que o matasse sem me importar.
— Você matou seu próprio pai!
— Não se compadeça desse pedaço de lixo, irá se decepcionar. —
Aviso.
— A polícia vai voltar aqui.
— Deixe que voltem.
— Não temos como limpar toda a droga, eles vão te pegar.
Dou de ombros.
— Tenho uma hora ainda, preciso que esse escritório esteja
brilhando, como se nada tivesse acontecido aqui.
— A notícia da morte dele vai correr.
— Já te disse, não há nada com o que se importar.
— O que ele fez? Seu pai era uma pessoa boa.
Pego o abajur ao lado da mesa e arremesso na parede, meu sangue
fervendo de raiva com o simples pensamento das pessoas o verem dessa
forma, diferente do verme que realmente era.
Em um acesso de raiva, agarro a camisa do meu primo e o trago
para perto do meu rosto.
— Meu pai era um maldito estuprador! Sabe como é saber que o
sangue que corre nas minhas veias pertence a um estuprador? — Falo
entredentes.
— Estuprador? Quem?
Posso ver as engrenagens girando em sua cabeça, ele é esperto o
suficiente para saber que algumas garotas da família mudaram seu
comportamento, mas ele é mais esperto ainda para entender que sua irmã é
uma das vítimas, talvez a que venha sofrendo a mais tempo.
— Minha...
— Eu o peguei batendo nela, ela estava nua e chorando... — Fecho
os olhos, reprimindo a cena. — Não é minha história para compartilhar.
É sua vez de quebrar as coisas.
— Ela está gravida, nunca me disse a quem pertencia, mas falou
que não vai abortar.
Esse dia de merda não termina nunca.
— É uma decisão dela, nós dois sabemos que não tenho muito
tempo. — Digo, a polícia está apenas buscando uma forma de me prender.
— Cuide da sua irmã, vou deixar Cash no comando das coisas enquanto
estiver preso.
— Você pode fugir.
— Mas não vou, quando eu sair, entrarei em contato. — Estudo
meu primo, essa merda vai pesar sob seus ombros. — Até lá faça o que for
preciso para deixar todos em segurança.
— E se isso significar ter de ir embora?
— Faça o que for preciso!
Vejo que as luzes do carro de polícia ainda estão paradas em frente
ao portão, pego minha carteira e saio.
— Onde você está indo?
— Me entregar.
— Pensei que...
— Se que quero pegar todos que estavam protegendo meu pai,
preciso começar fazendo com que eles pensem que tem algum poder.
No portão, o detetive ainda está esperando, me lançando um olhar
irritado quando passo pelo portão.
— Estamos do lado de fora de sua propriedade, não pode...
O interrompo com um gesto.
— Guarde suas armas, estou aqui para me entregar.
— Qual é a piada?
— Não tem piada, mas não irá me prender por tráfico de drogas, e
sim por homicídio.
Devo dar crédito ao homem, ele consegue esconder sua cara de
surpresa.
— Quem você matou?
— Meu pai.
— E onde está o corpo?
Dou uma risada leve.
— Vai ser meio difícil encontrar o corpo dele, e posso te pagar o
suficiente para manter esse detalhe escondido.
— Por que está se entregando?
— Tenho um acordo para te oferecer, mas vamos discutir isso no
caminho para a delegacia.
Muitos inimigos irão tentar me matar no tempo em que estiver lá, e
o detetive aqui, vai me ajudar, pelo preço certo, a não só sair vivo, como a
matar um a um, todos os que tentarem me prejudicar.
Capítulo 1
Anuvia
O casamento do meu primo está sendo perfeito, ver a felicidade
estampada em seu rosto, o jeito como seus olhos estão sempre seguindo
Lavínia onde quer que vá. É esse o tipo de amor que sempre sonhei em ter,
o mesmo amor que os meus pais sentem um pelo outro, sendo refletido em
cada um dos casais da minha família.
Quem diria que viver rodeada de tantas pessoas apaixonadas teria
esse efeito?
Cresci ansiando por isso, mas de todo mundo, sou aquela que teria o
dedo podre para homens? O primeiro homem por quem tive sentimentos
está fixo na ideia de sua esposa morta e não vai nem mesmo me dar um
segundo olhar. Foda-se ele, a partir deste momento, vou fingir que ele não
existe! Deixar de lado essa ideia fixa de ter um amor, às vezes ele não vem
para todos.
Os poucos convidados que não pertencem a nossa família devem
ser amigos do meu primo, Lavínia não tem muito contato com eles. E de
todos eles, o homem com a cicatriz no rosto e um olhar irritado, é o único
que chama minha atenção. Ele tem se mantido longe de todos, olhando
como se preferisse estar em qualquer lugar que não aqui.
— Anuvia, eu queria saber se pode me ajudar com algumas fotos
para a...
Levanto a mão e interrompo Daniel com um gesto.
— Lamento, mas minha agenda está ocupada na próxima semana e
nos próximos meses. — Minto. — Tenho muito a planejar para minha
exposição.
Daniel franze a testa, não acostumado a receber uma negativa
minha.
— Entendo, se você conseguir um tempo...
— Eu te aviso.
Começo a me afastar dele, mas ele segura meu braço com um
pouco mais de força, me fazendo parar e olhar para sua mão. Mesmo
desconfortável, não faz um movimento para me soltar, o que me irrita.
— Qual é o seu problema? — Sua voz não é irritada, é raivosa.
— Estou muito ocupada para isso, a grande questão aqui é
justamente o oposto, qual é o seu problema? Quem te deu o direito de
pensar que pode tocar em mim?
— Você...
— Algum problema aqui? — Eu não tinha percebido o homem da
cicatriz se aproximando, até que ele estivesse bem ao meu lado, sua voz
rouca e profunda de uma forma sensual, me deixando desconcertada.
— Não é da sua conta. — Daniel responde. — Se afaste e nos deixe
em paz.
Definitivamente, eu não conhecia Daniel o suficiente para ver esse
lado dele.
— Acho que é da minha conta quando um lixo de pessoa como
você toca uma mulher contra sua vontade.
— Lixo, sabe com quem está falando?
O homem ri e dá um passo para mais perto de mim, seu corpo
ficando colado ao meu, seu perfume intenso e amadeirado mexendo com os
meus sentidos, e me fazendo duvidar de tudo o que senti por outras pessoas.
Será que tudo que pensei ter sentido por... deus, eu nem mesmo consigo
falar seu nome sem me sentir patética, foi uma mentira descabida?
Como meu corpo e meu coração estão reagindo a esse homem, me
fez ver que eu estava indo contra a verdade. Balanço a cabeça, voltando a
discussão deles, e percebendo que o homem está segurando minha mão,
com um sorriso maldoso dirigido a Daniel.
— Você é mais estúpido do que pensei. — Ri. — Pareço alguém
que se importa com seu cargo político? Pode ser quem quiser diante do
público, mas não sou um idiota que cai no seu teatro de bom moço.
— Teatro? — Daniel ri, nesse momento, mais parecido com o
homem que acreditei que ele fosse.
Esse estranho tem razão, tudo o que vimos foi um teatro, e eu me
permiti ser enganada.
— Deve ser cansativo permanecer nesse personagem por todo esse
tempo. — Continua. — Ainda está sofrendo pela morte da sua esposa?
— Não se atreva a falar dela.
— Claro que não, deixo os mortos descansarem, como deve ser. —
Ri. — Talvez você devesse fazer o mesmo, parar de usá-la como uma
muleta diante de todo mundo e mostrar seu verdadeiro caráter.
— Verdadeiro caráter? — Daniel não acredita no que está ouvindo,
percebo isso pelo seu tom de voz.
— Ninguém é bom o tempo todo, quero pensar que o que está
acontecendo nesse momento é apenas isso, uma falha na sua máscara e a
única parte do seu caráter com a qual as pessoas devem se preocupar.
As palavras do estranho têm um efeito impressionante em Daniel,
que muda de atitude com uma rapidez impressionante, com um sorriso
simpático, o mesmo que usa em suas campanhas políticas, volta sua atenção
para mim.
— Peço desculpas pelo meu comportamento, estava apenas sendo
insistente.
— Cuidado com a sua insistência, nunca se sabe quando ela vai lhe
render uma bala no meio da testa. — Para fazer um ponto, ele estende a
mão e toca com o indicador na testa de Daniel, que engole em seco.
— Isso é uma ameaça?
— Isso é um aviso, não gosto de ameaças.
Quando ele se afasta, eu peço licença ao estranho, e vou para dentro
da casa, passo pela cozinha em direção ao quarto de hóspedes. Não percebo
que o homem que me ajudou está me seguindo até que ele segura meu
braço, seu toque é diferente, faz meu corpo formigar, firme, mas não o
suficiente para me machucar.
— Está tudo bem? — Pergunta.
Aceno com a cabeça.
— Apenas precisando de um momento para me recompor.
Ele me entrega um copo com um líquido âmbar dentro, tomo tudo
em um único gole, fazendo uma careta quando sinto a queimação no fundo
da minha garganta.
— Seu amigo é um babaca, não deixe que ele faça isso.
— Por que você me ajudou?
— Parecia que ninguém lá percebeu o que estava acontecendo.
Ele está certo, ninguém percebeu porque Daniel é uma constante na
casa dos meus pais, sempre gentil, amigável com todos, a pessoa perfeita.
Ele nunca demonstrou um comportamento diferente do perfeito, e assim
como minha família, eu não sabia que conseguia agir como um imbecil.
— Acho que confiamos de mais nele. — Deixo escapar.
— As pessoas têm a tendência em confiar de mais em quem não
conhecem, a primeira regra é nunca confiar cem porcento em ninguém.
— Essa é uma regra de merda, e a família?
Ele ri.
— Coloque a família como um dos principais a se desconfiar.
— Isso é meio... — busco a palavra certa. — Pessimista.
— Realista, na verdade, ficaria surpresa com o quanto eles podem
te foder.
Dou risada, pode ser um pouco trágico esse tipo de pensamento,
mas ele realmente acredita, e sei que muitas famílias por aí não se importam
uns com os outros, todos ansiosos por mais poder.
— Desculpe. — Cubro a boca com a mão.
— Não se desculpe, é a minha realidade. — Dá de ombros e se
aproxima, sua mão tocando a minha e a tirando da frente dos meus lábios.
— Você é linda, não deveria esconder o seu sorriso, não quando ele te deixa
ainda mais bonita.
Ele se abaixa, com calma, me dando tempo para processar o que ele
está prestes a fazer comigo e com isso, me permitindo saber se quero
prosseguir ou não.
Quando sua boca toca a minha, sua língua pressiona meus lábios
para que eu abra minha boca, é um beijo intenso, aprofundado quando sua
mão firme vai em torno do meu pescoço, me prendendo mais perto dele. É
um beijo selvagem, cheio de necessidade, seguro sua camisa, amassando o
tecido perfeitamente alinhado em minhas mãos.
Nos afastamos brevemente, sorrio contra seus lábios enquanto luto
para recuperar o folego.
— Isso foi… uau.
— Eu não quero parar. — Diz.
— Não quero que pare. — Talvez eu devesse ser mais sincera e
dizer a ele que sou virgem, mas isso estragaria nosso momento.
Sua mão vai para minha bunda, ele me ergue, caminhando comigo
até a cama, me deitando no centro dela.
— Você é linda! — Diz, enquanto a mão corre pelas minhas pernas,
erguendo o tecido do vestido conforme faz seu caminho até o topo das
minhas coxas. — E está molhada.
Coro um pouco com o seu comentário.
Um gemido escapa dos meus lábios quando ele acaricia minha
buceta por cima da calcinha, é uma sensação totalmente diferente quando
um estranho faz isso com você. Acho que o risco de ser pega torna tudo
mais emocionante.
Ele se ajoelha entre as minhas pernas, puxa a calcinha para baixo e
a próxima coisa que sei é que estou perto do paraíso. Sua língua desliza pela
minha buceta, gemo alto e emaranho minha mão em seu cabelo escuro, não
perdendo os poucos tons de prata que se misturam com os fios escuros. Ele
segura minhas coxas em um aperto firme, me mantendo presa enquanto ele
fode minha buceta com sua língua, estou perdida na sensação de tê-lo
assim.
— Goze para mim, linda.
Depois que gozo, ele se afasta, sorrindo e lambendo os lábios como
se tivesse acabado de desfrutar de sua comida favorita. É quando ele
começa a abrir o zíper da calça que escutamos vozes no corredor e em
seguida alguém tenta abrir a fechadura, eu nem havia percebido que ele
trancou a porta quando me seguiu.
— Precisa estar aqui por mais tempo? — Ele pergunta, e eu nego
com a cabeça. — Ótimo, vamos embora.
Ainda estou zonza quando ele ergue a minha calcinha, ajeita o meu
vestido e me guia para fora em direção a porta dos fundos. Ele deve ser um
bom amigo do Raphael para saber como se mover nessa casa.
Não surpreendente, seu motorista está nos esperando na saída dos
fundos, a porta do carro aberta quando ele me ajuda a entrar no veículo. A
divisória entre o passageiro e o motorista está levantada, e posso ouvir
quando dá instrução para o motorista colocar seus fones de ouvido no
máximo.
Fico curiosa com a razão da sua ordem, até que ele entra, se senta e
me puxa para o seu colo, minhas abertas de cada lado, minha buceta em
cima do seu pau. Não sei o que ele está fazendo comigo, talvez seja minha
virgindade tardia, mas começo a me esfregar nele como uma gata no cio.
Ele geme com a fricção, me segurando por um momento até ele
liberar seu pau, que é enorme, grosso e cheio de veias.
— Prometo que vou ser gentil. — Diz, interpretando errado o meu
momento. — Mas não quero foder a sua buceta em um carro com o meu
motorista sentado no banco da frente.
— Não precisa me foder, apenas vamos nos divertir. — Me assusta
como a minha voz soa sexy, abafada e cheia de necessidade.
Ele segura o meu quadril, controlando o meu movimento enquanto
me esfrego seu pau, a sensação dele deslizando pelo meu clitóris, fica mais
erótica e intensa conforme segura minha bunda com força.
— Você é perfeita. — Diz. — Essa buceta é perfeita.
Essa noite será interessante.
Capítulo 2
Anuvia
O estranho me guia até o seu carro, não me dando tempo para
pensar na loucura que estou cometendo, sua ereção pressionada contra as
minhas costas no momento em que saímos da casa do meu primo e
entramos em seu carro. A divisão entre o motorista e o banco de trás está
fechada, nos dando mais privacidade.
Ele entra no carro e me puxa para o seu colo, passo os braços em
volta do seu pescoço, e olho em seus olhos, precisando de algo para fazer
além de agir como uma virgem desesperada, beijo o seu pescoço, suas mãos
apertando na minha bunda.
— Se continuar me beijando assim, não vou ser capaz de me
controlar. — Avisa.
— Bom, porque não consigo me controlar com você. — Respondo.
Suas mãos vão para o meu cabelo, ele agarra um punhado em sua
mão e puxa para trás, me obrigando a olhar em seus olhos. Não tenho
certeza do que vejo lá, talvez seja um reflexo do tesão que estou sentindo
nesse momento.
— Fico louco quando você me olha assim. — Sua declaração me
deixa um pouco desconsertada.
Me inclino e toco os seus lábios com os meus, ele aceita o meu
beijo, e a próxima coisa que sei é que está deslizando sua língua na minha
boca. O beijo começa suave, estamos provando um ao outro, coloco minha
mão em seu pescoço, atrás de sua cabeça, sua mão na minha bunda me puxa
para mais perto dele de forma que a minha buceta esteja pressionada
firmemente contra seu pau.
Nós nos beijamos por um longo momento, dessa forma, suas mãos
guiam o meu quadril causando um atrito entre seu pau e minha buceta.
Estou arfando em necessidade, quando alguém bate na janela, o homem do
outro lado se mantém de costas, respirando ofegante, dou graças a deus
pelos vidros serem escuros e manter a privacidade.
— Porra! Não quero parar, mas não farei isso no meu carro. —
Leva um segundo ajudando a me recompor e me ajuda a sair, me perdendo
na frente, contra o seu corpo, ganhamos alguns olhares curiosos, tenho
certeza que é uma postura ameaçadora, ainda mais vinda de um homem
com sua aparência, a cicatriz em seu rosto dá a ele o aspecto ameaçador.
No elevador não consigo resistir e retomamos o que estávamos
fazendo, nos beijamos intensamente, até que o sinal das portas soa e
descemos em sua suíte, nem mesmo passamos pela porta e já estamos um
no outro. Presa contra a parede, aprecio quando sua mão começa a desfazer
as fitas do meu vestido, permitindo que ele caia no chão aos meus pés, e
revele meus seios e a calcinha de renda que coloquei esta manhã.
— Você é uma deusa. — Coro com seu elogio.
Felizmente, ele não espera uma resposta, me levando para o quarto,
onde aproveito e finalmente sinto seu pau. Ele é enorme, mesmo na calça, o
volume e a grossura são difíceis de se perder. Deixo de lado a timidez e
começo a masturbá-lo, sem parar de beijá-lo.
Ele me afasta, agarrando meu cabelo com força, ele me faz inclinar
a cabeça, dando acesso ao meu pescoço, onde começa a dar beijos,
descendo pelo pescoço até a altura dos seios, mordendo levemente e me
fazendo gemer.
— Hum mm…
Ofego enquanto o observo, ele passa a língua nos meus mamilos, de
baixo para cima e então fazendo círculos. Conforme gemo, noto que seus
olhos se tornam mais escuros de desejo, ele suga meu mamilo com mais
força, e quando solta, posso ver uma marca se formando.
Em algum momento ao longo das nossas preliminares acabamos
nus, e posso finalmente ter uma visão do homem que tem me tirado do eixo
desde o momento em que o encontrei.
Seu corpo musculoso e definido é cheio de tatuagens, posso ver
algumas cicatrizes que o tornam ainda mais sexy, seu pau enorme e grosso,
duro contra seu abdômen. Ele sobe em mim, seu pau deslizando pelos
lábios da minha buceta. Envolvo minhas pernas em volta do seu quadril,
ficando com minha buceta colada contra seu pau.
— Guie meu pau dentro da sua buceta. — Manda.
Acho que esse deveria ser o momento onde digo que nunca estive
com ninguém antes, mas não quero que ele pense que estou esperando algo
mais do que apenas uma noite de foda, por isso me mantenho em silêncio.
Seguro seu membro, fazendo como ele pediu, forçando sua entrada em
minha buceta virgem, sinto um pouco de dor conforme desliza dentro de
mim, mas mordo seu ombro para não fazer nenhum som.
— Você é muito gostosa. — Morde o meu lábio inferior.
— Isso é tão bom!
Ele nos gira, me fazendo montar dele, suas mãos na minha bunda
guiam o meu ritmo, a dor deu lugar ao prazer, nunca senti nada assim na
minha vida.
— Está gostando de ter o meu dentro de você?
— É tão bom!
— Sente o meu todo dentro dessa buceta gostosa, sente.
Seu ritmo aumenta, como se ele tivesse lutando por controle e as
minhas palavras o fizeram perder tudo, suas mãos agarram com força o meu
quadril, seu pau indo mais fundo dentro de mim.
— Vou gozar. — Digo.
— Goza para mim. — Manda.
Eu gozo, e em seguida ele explode dentro de mim, posso sentir seu
gozo jorrando dentro da minha buceta. Ficamos nessa posição por mais um
tempo, caio em cima do seu peito e ele me agarra contra ele.
Me movo para sair de cima dele, é quando ele percebe o sangue
manchando o seu pau, sua reação me pega de surpresa. Nos girando, acabo
deitada de costas, seus braços me segurando contra a cama, enquanto estuda
o meu rosto.
— Por que não me contou?
Dou de ombros.
— Não queria que parasse. — Admito.
Ele me beija, com força. Ficamos nos beijando por um longo
tempo, dessa vez é cheio de carinho, algo mais do que apenas sexo, e me
preocupo de que esteja fazendo isso apenas para que eu não me sinta mal.
— Eu não teria parado, não do jeito que te desejo. — Responde,
depois de um tempo. — Mas eu teria ido com calma, tornado as coisas mais
especiais.
Acaricio seu rosto, me inclino e beijo seu queixo.
— Foi perfeito, o melhor sexo que já tive. — Brinco.
Ele faz uma careta, mas não me preocupo, estou caindo no sono,
meus olhos estão fechados quando o escuto, ou acho que o escuto,
murmurar.
— O único que terá.
***
Acordo com o meu corpo todo dolorido, em uma cama
desconhecida, minha buceta está um pouco dolorida também, a lembrança
de como foi ser fodida por um homem intenso que sabe valorizar uma
mulher.
Não que eu tenha como comparar.
Sua mão está no meu seio, minha perna jogada por cima dele,
enquanto sua cabeça está escondida no emaranhado dos meus cabelos.
— Bom dia, linda. — Ele murmura, dando um beijo no meu
pescoço. — Está se sentindo bem?
Aceno com a cabeça.
Não quero me iludir, essa é a primeira vez que me sinto assim com
alguém, mas algo dentro de mim, acredita que encontrei o meu feliz para
sempre, o meu par.
Alguém bate na porta do quarto, o fazendo se apressar para me
cobrir.
— Chefe?
— Vou sair em um minuto. — Avisa.
Ele me dá um beijo, em seguida rola para fora da cama. Admiro sua
bunda conforme ele anda pelo quarto, atrás de sua cueca, também não deixo
de perceber que arranhei suas costas, e deixei um chupão em seu pescoço,
mas ele não pode reclamar, não quando marcou os meus seios e pescoço
também.
Estou em uma bolha feliz, quando me levantou e vou para o
banheiro, me lavo e coloco a camisa que ele descartou ontem a noite, a
próxima coisa que percebo no chão é sua cueca, eu a coloco antes de sair do
quarto. Eles estão conversando na sala, que fica ao final de um grande
corredor, percebo que estão tendo uma conversa séria, por isso caminho em
silêncio.
— Como foi a festa? Soube que do seu desentendimento com
Dimitri Petrov.
A menção do meu pai me faz parar.
— Não há desentendimento, embora seja divertido ver como todos
estão ridiculamente apaixonados e cegos a qualquer coisa de fora… — Há
um momento de silêncio e então uma risada profunda. — Se eu quisesse ter
acabado com eles ontem teria feito tranquilamente.
— E, por que não fez?
— Tenho outras prioridades.
— A mulher com quem passou a noite?
— Não, está na hora de voltar para casa e começar a limpeza de
dentro para fora.
É claro que de todos os homens disponíveis no mundo, e de todos
que estavam solteiros naquela festa, eu sairia acompanhada justamente do
inimigo do meu pai. A única pessoa que compareceu com o intuito de
prejudicar minha família.
— Certo, mas devo avisá-lo, a filha de Dimitri desapareceu ontem
da festa e ele está irritado.
Sua risada irrompe pela sala em um tom debochado.
— Isso não é problema meu.
Sem querer, esbarro na mesa e derrubo um vaso, atraindo a atenção
de ambos os homens. O rosto do homem desconhecido vira uma carranca,
enquanto o rosto do idiota com quem eu dormi, tem um sorriso convencido.
— Porra, Lior, isso é pior do que pensei. — O homem se vira
irritado. — Dormiu com a filha do Dimitri? Aquele cara vai surtar e vir
atrás de você com todas as armas.
— Filha do Dimitri?
Capítulo 3
Anuvia
Devo dar crédito ao idiota por agir como se não soubesse do que
estamos falando, é como se finalmente conseguisse me ver. Também devo
acrescentar que arruinou toda a minha bolha feliz pós-descobrimento do
sexo, pena que alguém com um pau tão bom e tão gostoso, seja um babaca.
— Mundo pequeno, não? Quem diria que todos que estavam na
festa, terminaríamos aqui? — Dou um riso confiante, escondendo meu
medo. — Dormiu comigo como uma forma de vingança?
Sou filha de Allyssa Petrov, nenhum idiota pisará em mim ou irá
me humilhar.
— Anuvia Petrov. — O som do meu nome deslizando por seus
lábios é sexy, muito mais do que gosto de dar crédito.
— Se tivéssemos nos apresentado ontem, poderíamos ter evitado
esse tipo de situação constrangedora. — Continuo, me sentando e cruzando
as pernas, escondo minha insegurança e ajo como se fosse a dona do lugar.
— Ou, talvez, você soubesse quem eu era e dormiu comigo só para se
vingar do meu pai, como você mesmo disse, minha família é vulnerável
quando o assunto é aquele que ama.
— Eu não sabia.
Reviro os olhos, o modo cadela Petrov ativado com toda força,
posso ser um doce a maioria das vezes, mas admito que tenho os meus
momentos.
— Então você é apenas burro? — Zombo. — Grande dia para foder
com a filha do seu inimigo.
Meu tom de zombaria o irrita, seus olhos se estreitando em mim.
— Anuvia. — Meu nome soa como um aviso.
Minhas palavras o irritam, ele se inclina, seu rosto muito próximo
do meu, uma carranca irritada, como se eu tivesse cutucado uma ferida
profunda dentro dele.
— Eu jamais faria isso, não jogo tão baixo! — Rosna entre dentes.
— Jamais, foderia alguém sem o seu consentimento.
— Não disse que me fodeu sem meu consentimento, eu gostei de
foder com você. — Sorrio. — Mas isso não significa que não sabia quem eu
era ou tipo de problema que criaria ao dormir comigo.
— Problema? Querida, eu sou o maior problema que pode ponderar
encontrar.
O sorriso confiante quase me faz vacilar, por um momento penso
que ele realmente está falando sério, mas ninguém seria estúpido para
ameaçar a minha família.
— Acho que não conhece meu sobrenome, apenas para o lembra,
sou uma P=E-T-R-O-V.
— E só para lembrar, eu não me importo! — Se afasta de mim,
limpa o rosto e se vira para o outro homem. — Mande preparar o carro e o
jato, quero tudo pronto para partirmos quanto antes.
Me sinto um pouco decepcionada, por mais idiota que ele seja,
nossa única noite foi muito importante para mim, dei a minha virgindade
para o inimigo do meu pai. Como se referiu a minha família, seu riso
maldoso, o torna a porcaria do vilão, e não sei como meu pai se sentiria se
soubesse o quão amigável fui com seu inimigo.
Levanto-me e começo a caminhar em direção ao quarto.
— Aonde pensa que vai?
— Me trocar, vou pegar as minhas roupas e ir embora daqui. —
Respondo. — Mas não se preocupe, não vou contar ao meu pai o quão
amigável você realmente é.
— Lamento te decepcionar gatinha, mas você não vai a lugar
algum.
Isso me faz para e virar novamente em sua direção.
— O que isso significa?
Ele ri.
— Significa que encontrei uma forma do seu pai me pagar pelos
anos que me fez permanecer na prisão. — Se aproxima de mim, suas mãos
vão para minha garganta, da mesma forma que ele fez enquanto me fodia.
— A partir deste momento, você é minha.
— Não sou um objeto que pode pegar e dizer que te pertence. —
Digo entre dentes. — Eu jamais vou pertencer a você!
— Se você se importa com a sua família, fará exatamente o que eu
mando. — Murmura no meu ouvido. — Passei anos atrás das grades
planejando a minha vingança, acha que eu não machucaria quem se colocar
no meu caminho?
— Minha família não te fez nada!
— Fez, e chegou a hora deles pagarem.
— Vai me sequestrar e pedir o resgate?
Ele ri.
— Nenhum dinheiro no mundo vai se equiparar a sua buceta.
O empurro para longe e dou um tapa em seu rosto, o impacto faz
minha mão arder e a marca vermelha aparecer em sua bochecha.
— Não sou uma prostituta, e eu jamais vou dormir com você
novamente.
Ele ri.
— Nunca diga nunca. — Ri. — E te garanto que desejará dormir
comigo, mas só vou te tocar quando estiver implorando por isso. — Se
afasta, se encostando na parede do outro lado do corredor. — Já ouvi você
implorando pelo meu pau ontem, tenho certeza que vai ser um prazer ouvir
novamente.
— Tem certeza que é esse jogo que quer jogar?
— Ou o quê? Vai correr para o papai?
É minha vez de sorrir.
— Está se iludindo se acha que a única pessoa a me ensinar coisas
foi o meu pai, mas fique tranquilo, vou te mostrar tudo o que aprendi com a
minha mãe.
Vou para o quarto, ignorando a discussão que se inicia entre eles do
lado de fora, não preciso reforçar a quão patética é a ideia dele de me
sequestrar e achar que vai se dar bem no fim das contas.
— Pronta gatinha?
— É melhor você estar pronto. — Rebato, passando por ele e
ignorando o idiota parado ao lado da porta, isso é claro até que ele estenda a
mão e me entregue um celular.
— Está me dando a oportunidade de correr? — Encaro o aparelho.
— Não, ele está te dando a oportunidade de tranquilizar a sua
família, de dizer a eles que está bem.
Sorrio sem humor.
— Dizer que estou bem? Não é mais fácil dizer a eles que estou
sendo sequestrada?
— Você está indo com as próprias pernas. — Desliza seus olhos ao
longo do meu corpo.
— Vamos deixar claro, se ligar para o meu pai, ele não ouvirá nada
do que eu disser, na verdade, entenderá tudo ao contrário e no fim do dia
vocês dois estarão em uma vala, ou no estômago de algum animal. — Dou
de ombros, como se não me importasse. — Não que eu me importe.
— Avise a sua família. — Manda. — E se tentar bancar a
engraçadinha, vai sofrer as consequências.
— Tenho certeza que sim. — Reviro os olhos.
Ligo para a minha mãe, ela é a pessoa racional na história, que vai
me ajudar e dar cobertura quando toda essa situação se tornar complicada.
Além disso, não sei como direi para o meu pai que estou com seu novo
inimigo que fode como a porra de um Deus, e que se ele o matasse, não só a
minha buceta sofreria, como o meu coração.
— Alô? — O tom preocupado da minha mãe me deixa culpada, sai
da festa sem dizer nada a eles, os fiz se preocupar enquanto me divertia com
o Deus do sexo babaca.
— Oi, mãe, tudo bem?
— Anuvia, filha, que número é esse?
Faço uma careta com a mentira que estou prestes a dizer.
— Meu celular acabou a bateria.
— Seu pai e seus irmãos estão todos preocupados, eles estavam
pensando que você tinha sido sequestrada por um dos convidados.
— Na verdade, sai com um dos convidados, nós estamos…
O telefone é arrancado da minha mão, acho que Lior percebeu que
eu estava prestes a arrumar uma mentira para toda essa situação.
— Senhora Petrov, eu sou Lior… — Ele ri quando é interrompido
pela minha mãe. — Anuvia e eu estamos nos conhecendo, garanto que
tenho as melhores intenções com ela, por isso gostaria de avisá-la que
estamos voando para a minha casa… não se preocupe, ela está segura
comigo.
O sorriso fácil parece pegar o segurança, ou seja, lá o que for de
surpresa, ele está observando Lior com uma cara de idiota, como se nunca
tivesse o visto sorrir. Depois de um tempo, o telefone é colocado novamente
em minhas mãos.
— Aproveite sua viagem querida, não se preocupe, vou manter seu
pai controlado.
— E se eu dissesse que isso é um sequestro?
— Querida, é assim que os melhores relacionamentos funcionam,
na verdade, deveria ser uma tradição em nossa família. — Quero gemer em
irritação com a sua resposta. — Fique segura, eu te amo.
— Que porra foi essa? — Encaro o celular, Lior ri e guarda o
aparelho em minhas mãos.
— Gosto da sua mãe.
Passo por ele, não perdendo a chance de destilar um pouco de
veneno.
— Talvez decida poupar um dos Petrov.
Sorrindo, ele me puxa para os seus braços, me apertando firme
contra seu corpo.
— Acho que vou manter mais do que apenas um Petrov vivo. —
Prende a ponta da orelha entre seus dentes, causando arrepios por todo meu
corpo e deixando minha buceta molhada. — Estou até ponderando entrar
para a família.
— Nunca ficaria com você. — Respondo ofegante.
— Tenho certeza que se eu levantar seu vestido, sua buceta vai estar
molhada pronta para receber o meu pau. — Sem querer, solto um gemido
involuntário, o fazendo sorrir. — Não sou o mocinho aqui. Anuvia, desta
forma, é melhor que aceite que está presa a mim, porque posso te garantir
que não irá a lugar algum.
O empurro longe de mim e cruzo os braços.
— Vou fazer da sua vida um inferno.
— De o seu melhor, estive no inferno por um longo tempo, e posso
te garantir que se você estivesse lá, teria sido como céu.
— Babaca!
Me sinto uma criança birrenta quando saio do quarto de hotel e vou
para o elevador.
— Gatinha, guarde suas garras no momento, estamos apenas
começando.
Capítulo 4
Lior
Anuvia Petrov, eu deveria saber que o meu pau me colocaria em
encrenca, só não esperava que tal problema seria com uma mulher treze
anos mais jovem que eu. Meu problema com Dimitri não era grande, era
apenas a ponta do iceberg, que acabei de tornar algo monumental ao dormir
com sua filha.
A última vez que vi uma imagem da filha dele, Anuvia era uma
garota estranha, que passava grande parte do tempo escondida. Como
aquela garota, se tornou essa mulher maravilhosa?
E o mais importante, como vou fazer com que ela me queira? Agi
como um babaca, e sequestrá-la, foi a única forma de evitar que fugisse,
Dimitri é um pai super protetor, ele jamais me deixaria chegar perto de sua
preciosa menina. Agora, não me importo mais com o que ele pensa, não sou
um cara bom, não vou esperar e pedir permissão para pegar algo que quero,
algo que considero meu.
É claro que Anuvia não facilitaria as coisas para mim, o que não é
uma grande surpresa, na verdade, ela fica fofa quando age toda durona e
pronta para esmagar as minhas bolas. O que não é fofo é ter que lidar com o
seu temperamento com a irritação dos meus amigos, eles não estão felizes
por eu me meter com uma Petrov, não quando deixei claro que Dimitri
poderia ser um problema.
— Sabe, não importa quanto tempo passe, você ainda vai desejar
nunca ter me conhecido. — Anuvia se senta, a comissária de bordo se
aproxima, se inclinando na minha direção. Quando se afasta, Anuvia bufa.
— Isso é tão previsível que nem mesmo me surpreende.
— Com ciúmes? — Arqueio minha sobrancelha.
Meu comentário a faz revirar os olhos, sua atitude a deixa ainda
mais bonita.
Eu devo ter batido a cabeça em algum momento, não passei anos
preso planejando cada passo que daria quando saísse, para ter tudo isso
arruinado pelo meu coração e pau estúpidos. Assim como não sou idiota
para não perceber que a mulher sentada na minha frente é a única capaz de
me colocar de joelhos e me fazer desistir de tudo.
O único problema aqui, é sua família, de forma mais específica, seu
pai. Por que motivo ele me manteria na cadeia por um longo tempo, e
depois simplesmente me soltaria? Alguma coisa não se encaixa aqui.
— Por quanto tempo pretende me manter aqui?
— Sempre.
— Não quero ficar com você.
Ignoro seu comentário, irritado com o desdém que ela lança na
minha direção. Mesmo disfarçando, sei que ela sentiu a mesma conexão que
eu, a química que temos vai muito além de algo sexual, é desejo puro.
— Acha que me importo com isso? — Me inclino perto do seu
rosto, resistindo a vontade de beijá-la. — Você é minha, quer queira, quer
não. E não vou permitir que vá embora, e irei matar quem tentar tirá-la de
mim.
— Isso é... você não é uma boa pessoa.
— Olhe bem para mim e veja se me importo? — Aponto para o
meu rosto. — Não sou como os fodidos idiotas por aí que agem segundo a
moral e os bons costumes, é melhor que saiba disso.
— Não gosto de você!
— Tudo bem, eu gosto de você o suficiente por nós dois agora, e é
uma questão de tempo até que deixe de mentir para si mesma e lembre da
nossa noite. — Respondo. — Por que acredite ou não, eu sei que gostou de
ter o meu bem fundo na sua buceta, e também sei que sentiu a ligação que
temos.
Anuvia não responde, na verdade, me ignora até que pousamos na
minha cidade, e o carro com o motorista nos espera. Mesmo sem olhar para
minha cara, ela aceita a minha ajuda, até o momento em que chegamos na
nossa primeira parada, esse é o único lugar que importa e que ela precisa
conhecer.
Meus amigos estão esperando por mim, suas carrancas um reflexo
da que tenho visto durante todo o voo e o trajeto.
— Bom trabalho babaca, foda com a filha de Dimitri Petrov. —
Calum me cumprimenta.
Seu tom é cheio de desprezo, irritado até mesmo, quero socá-lo por
agir dessa forma na frente Anuvia, mas não preciso me preocupar, minha
gatinha já está irritada, e Calum está prestes a descobrir.
— Fale o nome do meu pai dessa forma mais uma vez e vamos ver
o quão rápido eu vou foder com a sua vida. — Anuvia ameaça, e ao
contrário da outra vez, quando ela me ameaçou, acredito em suas palavras.
— Calma gatinha, guarde suas garras, Calum aqui só é um idiota.
— Deve ser um mal em comum entre vocês. — Passa por mim,
entrando no galpão antigo em que transformei em um prédio residencial,
cada andar pertence a um dos meus amigos, e no subterrâneo temos armas e
equipamentos.
— Tenho a sensação que ela vai ser um problema. — Comenta.
— Vamos conversar e organizar tudo, iremos para a mansão em
dois dias.
— Reuni todas as informações que consegui, eles estão limpando o
lugar para você.
Faço uma careta, não gosto da ideia de voltar para aquela casa,
lembrar de tudo o que vi e o que fiz, mas lá é onde vou mostrar que voltei, é
onde os meus inimigos irão finalmente ter noção do quanto devem me
temer.
— Acha que é uma boa ideia deixar sua garota sozinha lá dentro?
— Asher ri, não me surpreende que ele seja aquele que goste da
personalidade assassina de Anuvia.
— Ela provavelmente já pensou em mil maneiras de nos matar.
Eles dão risada do meu comentário.
— Ainda não consigo acreditar que caiu para uma Petrov.
— Nem eu.
Anuvia está me esperando em frente ao elevador, encostada na
parede com os braços cruzados, cabeça para trás e olhos fechados. Mesmo
irritada como uma fera, ainda é a mulher mais sexy que já vi na minha
vida.
— Achei que ficaria esperando aqui por muito tempo. — Reclama
quando me vê. — Qual é a do QG? É aqui que planejam seus planos
mirabolantes?
Dou de ombros, seguro sua mão, entramos no elevador e eu coloco
a senha para o meu andar. Anuvia não parece impressionada com o lugar,
mas seus olhos estreitam na estante de livros com um sofá confortável
próximo à janela.
— É apenas um lugar temporário, se precisar se esconder venha
para cá. — Aviso, tendo ciência que não estou a levando para um mundo
muito seguro.
— Muitas pessoas tentando te matar?
— Resolvi a maioria dos meus negócios enquanto estava na prisão,
os que ficaram são aqueles que quero destruir com as minhas próprias
mãos.
— Posso conviver com isso, desde que não se meta com a minha
família.
— Seu pai o manteve preso por anos. — Calum contribui com sua
pequena cota de informação.
— Meu pai não faz as coisas de maneira leviana, se ele fez isso e
depois te soltou, mesmo correndo o risco que fosse atrás dele, significa que
teve um motivo. — Me olha com atenção. — Não vou ser aquela a fazer as
perguntas que você deve se fazer.
Passando por mim, ela vai direto para a cozinha, abre a geladeira e
começa a vasculhar. Os caras estão um pouco chocados com seu
comportamento, mas eu não, Anuvia não vai agir como a garota tímida e
inocente que era quando estávamos juntos, não enquanto ela pensar que
precisa se proteger de mim.
E nesse momento? É melhor garantir que ela esteja atenta, mesmo
que me mate vê-la dessa forma.
Calum continua observando-a andar pela cozinha, enquanto presta
atenção na nossa conversa.
— Entendi que a garota faz parte de sua vida. — Diz em voz baixa.
— Mas trazê-la aqui vai arruinar os seus planos.
— Ou talvez ajude, todos pensam que você não sabe o que tem
acontecido, que os perdoou, estar com a filha do Dimitri vai ser ótimo para
sua história.
Bato na mesa irritado.
— Não comecem, Anuvia não faz parte dessa merda!
— Então, por que a trouxe? — Calum pergunta.
— Porque ele está apaixonado. — Asher conclui.
— Isso não sai daqui. Ela não está muito feliz comigo e como tenho
agido nas últimas horas.
— Essa merda vai voltar para te morder a bunda.
Aceno com a cabeça.
— Passei anos prezo naquele inferno para garantir que tudo
ocorresse como eu queria, renunciei a muitas coisas, não vou abdicar dela.
— Talvez você não precise, se Dimitri Petrov colocar as mãos em
você, isso tudo vai pelo ralo.
— Em uma coisa a garota tem razão. — Calum me surpreende. —
Se Dimitri te quisesse morto você não estaria aqui, a prova disso é Raphael,
ele não dava a mínima, por que ele não fez? O que ele ganharia te mantendo
lá?
Essa é uma pergunta interessante, tenho certeza que irei descobrir.
Mas, como eu disse antes, Dimitri não é o meu foco principal, não enquanto
a minha gatinha estiver na minha vida. Se ele tentar interferir, no entanto,
na primeira tentativa dele em nos afastar, irei me voltar contra ele.
O telefone de Asher vibra, ele se afasta para atender, voltando
minutos depois com uma careta.
— Qual é o problema?
— Pegaram um dos traficantes e estão levando para a antiga sala de
reuniões do seu pai.
— Parece que nossos negócios por aqui acabaram no momento,
espero que tenha se alimentado bem, gatinha, temos um lugar para ir.
Anuvia larga seu sanduíche no prato e me encara, ela tem feito
greve de silêncio nos últimos dez minutos, ignorando totalmente a nossa
existência.
— Me sequestrou para ser sua sombra? — Zomba.
— Uma sombra sexy como você? Seria desperdício.
Capítulo 5
Anuvia
Lior é corajoso ao me “sequestrar” e se achar do direito de mandar
em mim e me tratar como se cachorrinho que faz o que ele manda. Seus
amigos pegam as armas que estavam na mesa de centro na sala e nos
esperam perto da porta.
— Preciso ir ao banheiro. — Cruzo os braços e espero que um deles
me diga onde fica.
Os três se viram e me encaram, como se não pudessem acreditar no
meu pedido. Aproveito o momento para admirar, os três homens, eles são
bonitos de jeitos diferentes, Calum parece com um modelo sexy, o típico
bad boy que não se importa com quantos corações ele deixa partido, e com
seus olhos azuis? Ele deixa muitos corações partidos. Asher é o garoto da
casa ao lado, ele tem um sorriso fácil e tenta se divertir a maioria do tempo,
posso até mesmo ir longe e nos imaginar sendo amigos.
— Agora? — Calum finalmente quebra o silêncio.
— Não, semana que vem! — Ironizo. — Estou apenas avisando
para garantir que nenhum de vocês decida usar na mesma hora. — Cruzo os
braços e bato o pé irritada. — É claro que é agora, idiota.
Asher ri, na verdade, ele cai na gargalhada, é um som legal, gostoso
de se ouvir, e seu comportamento alivia um pouco a tensão no meu corpo.
Acho que estou o encarando, perdida em meus pensamentos, e com o
quanto ele me lembra meus primos, que não percebo quando Lior se coloca
na frente, tampando minha visão do seu amigo.
— Viu algo que gosta? — Sua voz é ciumenta.
Corro meus olhos por seu corpo.
— Talvez. — Olho em volta. — Quanto antes eu for ao banheiro,
antes podemos terminar com essa situação.
Asher decide me tirar da minha miséria.
— O único banheiro abastecido é o do quarto do Lior, não
recebemos muitas visitas e ele não gosta que a gente use. — Ele pisca de
forma conspiradora.
Sigo pelo corredor até o quarto do Lior, é um quarto com janelas
enormes, uma das paredes é toda feita de vidro, iluminando o ambiente a
qual as paredes são cor de cimento, com as molduras da janela pretas, o
piso é em um tom de madeira escuro. Tenho que admitir que é bonito e
organizado, me obrigo a resistir a vontade de bisbilhotar, e vou para o
banheiro, iluminado com uma grande janela aberta.
Faço as minhas necessidades e saio, reparando no closet do outro
lado do quarto, não resisto e entro, olhando entre as camisas e calças dele.
Estou distraída quando escuto Lior entrar no quarto e correr para o
banheiro, ele reclama, xingando em voz alta, fico em silêncio, tentando
entender o que está acontecendo.
— Ela fugiu, porra! — Rosna, saindo do quarto.
Vou atrás dele, Lior não seria tão idiota a ponto de não me procurar
em outras partes da casa, não é? Na cozinha, os três estão parados,
escutando enquanto Lior dá ordens para que eles me encontrem e me
tragam até aqui, ele também dá ordem para que não me toquem, o que os
faz franzir a testa.
Como ele espera que me tragam sem que me toquem?
— O que vocês estão fazendo? — Pergunto.
— Onde diabos você esteve? — É a resposta irritada dele, que vem
na minha direção e me puxa contra seu peito.
É uma sensação boa, na verdade, é uma sensação ótima, me sinto
acolhida e protegida pressionada contra seu peito. Isso dura até eu lembrar o
motivo que me trouxe aqui e sua raiva contra minha família.
— Estava no seu closet, pensei em pegar uma blusa. — Mostro o
moletom que estou usando. — Está frio lá fora. — Minto.
Admitir que peguei a blusa porque cheira como ele não é nada que
desejo fazer em nenhum momento.
— Nem chegou aqui e já está nos causando problemas. — Calum
reclama, indo para o elevador.
Ignoro, tenho a sensação de que farei muito isso nos próximos dias.
— Ah, que fofo, pensaram que eu tinha fugido? — Passo por eles e
entro no elevador. — Sou uma Petrov, só uso a porta da frente.
O riso de Asher confirma o que pensei a respeito dele, ele leva tudo
na brincadeira e torna as coisas mais divertidas, como o marido de Charlie,
mas tenho certeza que assim como ele, Asher também é uma bomba e
quando explode, causa o caos puro onde passa.
No estacionamento, Lior abre as portas de uma Lamborghini
Veneno Roadster, meu primo tem uma dessa em sua garagem, acho que das
nove espalhadas por aí, três pertencem a minha família, e agora a quarta
pertence ao nosso inimigo.
— Impressionada? — Calum para atrás de mim e pergunta.
Encaro ele sem acreditar que está me fazendo essa pergunta.
— Apenas esperando que você abra a porta para mim. — Cruzo os
braços esperando que ele abra a porta.
— Não está nenhum pouco impressionada? — Asher me estuda.
— Meu pai e primo tem uma dessas.
— Seu primo? O piloto? — Aceno com a cabeça. — Porra, eu sou
fã dele.
— Quem sabe eu não os apresento?
— Mesmo? — Ele parece uma criança na manhã de natal.
Lior passar por eles e abre a porta, ele se abaixa para prende o sinto
e sussurra no meu ouvido.
— Tentando comprar os meus homens?
O arrepio percorre minha pele e vai parar na minha buceta, esse
homem é um perigo para minha libido e para o meu coração.
Lior não me dá tempo para responder, ele sai e fecha a porta do
carro, depois de uma breve conversa com os Calum e Asher, assisto
enquanto dá a volta e entra no carro. Motor ronrona e os pneus derrapam
enquanto acelera para fora do prédio, e coloca o carro na estrada. Olho pelo
espelho e vejo outros dois carros esportivos de luxo nos seguindo.
Homens e seus brinquedos!
— Onde estamos indo?
— Casa. — Sua resposta é curta e direta.
— Por que parece que você não quer estar lá? — Estudo seu rosto,
em busca de qualquer emoção.
— Não quero, aquela casa não é um lugar que gostaria de voltar,
nunca.
— Você cresceu lá?
— Sim, minha família é dona daquela propriedade desde antes de
eu nascer.
Meu pai sempre fez o possível para nos deixar prontos para todas as
situações, mesmo aquelas onde teríamos contato com outras famílias e
perceberíamos que a maior pare delas é má, e que não tem os mesmos laços
de respeito que a nossa.
— A pessoa que você está indo atrás, fez algo muito ruim?
— Você não está mais no seu mundinho colorido, Petrov.
Seu tom zombeteiro me cala, e passo o resto do caminho em
silêncio. Assim como a minha família, Lior e seu clã tem uma mansão
enorme, cercada por guardas armados, portões altos e câmeras de última
tecnologia, mas ao contrário da minha família, esse lugar passa uma
sensação de perigo, como um quartel-general.
— Casa legal. — Minto.
Lior ri.
— Não precisa mentir para mim, gatinha. — Responde, parando o
carro e saindo, antes que eu possa sair, ele está do meu lado, abrindo a porta
e estendendo a mão. — Fique perto de mim.
— Eu deveria latir também?
— Anuvia! — Me repreende.
— Deve ser uma sensação péssima de não confiar em seus próprios
homens.
— Não me importo em confiar em alguns deles com a minha
segurança, mas jamais vou confiar você a eles.
— Medo que eu fuja?
— Fico feliz que goste, algumas pessoas por aqui não tem o mesmo
sentimento. — Murmura.
— Cidades pequenas tem os seus problemas, como não saber
apreciar os tesouros escondidos.
Separo um monte de lingeries que as mulheres da minha família
gostariam, se os moradores dessa cidade não sabem apreciar as coisas boas
da vida, vou me encarregar de apreciar e de mostrar ao mundo.
— Você é a esposa do bilionário da mansão, não é?
Franzo a testa.
Esposa?
Essa palavra soa muito bem, e me faz sentir borboletas no
estômago, assim como um pouco de palpitação e ansiedade. É mais fácil
concordar com ela, do que explicar o meu complicado novo
relacionamento, não que eu vá fazer com uma desconhecida.
— Sim.
A mulher me ajuda com as lingeries, enquanto conversamos, ela vai
arrumando as perto do caixa. Percebo que está curiosa com Lior, ao
contrário de algumas pessoas que fizeram questão de deixar claro o seu
descontentamento com ele.
— Ele é aquele preso por matar o próprio pai?
Fico tensa, pronta para rebater e defender a honra de Lior, até que
percebo apenas curiosidade, não há julgamento.
— Existe um motivo para ele ter feito isso, e as pessoas dessa
cidade não fazem ideia.
— Conheço bem as pessoas desse lugar, não estou julgando-o,
muito pelo contrário. — Responde, entrego a ela o cartão. — Se fosse para
estar do lado de alguém, seria o dele.
— Parece que vê mais do que eles.
Dá de ombros.
— Eles ficaram calados enquanto meu marido me espancava e
permaneceram assim nas vezes em que fui quase morta para o hospital. —
Sua resposta me faz congelar. — Sei muito bem do que o pai dele era capaz,
meu marido era um dos “amigos” dele.
— Isso diz muita coisa. — Após pagar, pego as sacolas. — Onde
está o seu marido?
Minha pergunta não é apenas por curiosidade, se o filho da puta
estiver vivo posso fazer uma ligação para o meu pai e pedir que se livre
dele. Sabendo o histórico do Lior nesta cidade, é melhor mantê-lo longe de
qualquer problema.
— Morto.
— Bom. — Sorrio, estou saindo da loja, quando tenho uma ideia.
— Sou fotógrafa profissional, posso organizar tudo para uma cessão de
fotos, suas lingeries precisam de um ensaio.
— Não tenho como pagar.
— Seria de graça, suas lingeries são lindas. — Ofereço. — Vou
organizar tudo e a gente marca o dia, o que acha?
— Eu adoraria. — Responde emocionada.
Não quero fazer disso uma coisa grande, por isso me despeço e saio
da loja antes que as lágrimas comecem a correr solta e que o tenha que
consolar alguém. Se tem uma coisa que herdei do meu pai, é não saber lidar
com lágrimas de desconhecidos.
O segurança está me esperando do lado de fora, ele não entrou na
loja sabendo que teria problemas com Lior caso fizesse. Ele atravessa a rua
na minha frente, correndo para guardar as sacolas e abrir a porta do carro.
Mal coloco o pé na rua, quando um carro em alta velocidade vem
na minha direção.
Lior ficará louco!
Capítulo 17
Anuvia
Acordo em uma sala de hospital pequena, a luz machuca minha
visão, mas acredito que tenha relação com o galo que posso sentir em
minha testa. Conforme vou me acostumando, percebo que tem um médico
parado no pé da cama, ele está segurando uma prancheta e realizando
algumas anotações.
Minha primeira ação é colocar a mão na testa, e percebo que levei
pontos. Ao lado da cama, o segurança que Lior me designou está parado,
sua expressão preocupada.
— Vejo que está acordada. — O médico me cumprimenta.
— Por que estou aqui? — Pergunto, me sentando.
— Você quase foi atropelada, por sorte, a dona da loja de lingerie
percebeu o que estava prestes a acontecer e te puxou para um lugar seguro.
— O segurança explica, minha testa lateja e gemo de dor. — Por azar
acabou batendo a cabeça na calçada, precisou levar dois pontos.
— Faz sentido, a mulher que me ajudou está bem?
— Sim, me pediu para avisar quando você acordasse.
— Lior?
O segurança faz uma careta, acho que toquei em um assunto
delicado.
— Eu ainda não o informei.
— Bom. — Respiro mais aliviada, não quero que se preocupe
enquanto estou aqui. — Vou lidar com ele quando chegar em casa.
O médico pigarreia.
— Não tenho certeza se terá tempo. — Avisa. — As notícias
correm rápido na cidade.
Não quero lidar com o drama que irá se desenrolar.
— Ligue para ele, ao menos vai te poupar um problema. — Aponto
para o segurança.
Sem precisar de uma segunda ordem, ele sai correndo da sala, me
deixando sozinha com o médico, que aproveita para me examinar.
— Precisa ficar acordada, eu a manteria em observação, mas…
— Quero ir embora. — Interrompo. — Estou bem e vou fazer tudo
o que me pedir.
— Imaginei que diria isso. — Puxando uma folha de papel, me
entrega. — Aqui estão as recomendações, se sentir qualquer coisa, deve me
procurar.
Ele me passou um medicamento simples para dor de cabeça, o
único problema que esse remédio me dá muito sono, o que irá atrapalhar
seu pedido para permanecer acordada por mais tempo.
Pego minha blusa do encosto da cadeira e procuro por um bolso
para guardar a receita, escuto a porta se abrir, mas não olho, não preciso que
o segurança continue me olhando de cara feia. Não é minha culpa quase ter
sido atropelada, o carro veio do nada, e na velocidade que estava, dei sorte
que alguém me tirou da frente.
— Por que não me avisou? — A voz preocupada de Lior chama
minha atenção, me viro e vejo que está parado ao lado da cama, seus olhos
escuros de raiva.
— Acabei de acordar.
Minha resposta tranquila incendeia seu humor, ele arranca a jaqueta
da minha mão e pega a receita que fiz o meu melhor para guardar.
— O segurança poderia ter me avisado, tive que ouvir sobre o
acidente de um dos empregados.
Reviro os olhos, e imediatamente me arrependo, quem diria que
doeria tanto?
— Ele estava ocupado me trazendo para o hospital. — Aviso. — E
não foi um acidente, eu apenas bati a cabeça na calçada.
— Apenas bateu a cabeça? Anuvia, você ficou desacordada! —
Mexe nos cabelos nervosamente, sem querer admitir, o gesto é sexy. —
Deixo sair sozinha uma vez e olha o que acontece.
Ignoro seu comentário sobre me “deixar sair”, ele pode agir todo
possessivo e mandão, e só permito que faça isso por achar sexy, mas á partir
do momento que eu quiser fazer coisas, que ele não goste, não vou acatar
suas ordens e agir como uma mulher submissa. Lior apenas terá que lidar
com seu lado dominante.
— Coisas assim acontecem.
Lior ri sem humor.
— Acontecem? Não com você!
Estou começando a ficar irritada quando a porta se abre e Asher
entra, interrompendo o sermão que Lior está prestes a me dar. Sou grata por
isso, o rosto sorridente do meu amigo é uma distração bem-vinda.
— Pãozinho doce, você é um ímã para problemas.
Aceno com a mão para ele, lembrando que qualquer movimento
com a cabeça fará a dor ficar pior. Não quero que Lior perceba e acabe
tendo um AVC de tanta raiva, espero sair do hospital com ele vivo, e não
presa por matar meu namorado.
— Conseguiram descobrir quem era o motorista do carro? — Não
entendo como alguém estaria naquela velocidade em uma cidade pequena.
— Às vezes a pessoa passou mal…
— O motorista fugiu do lugar. — Lior responde. — Mas não vai
ficar desaparecido por muito tempo, quando eu colocar minhas mãos no
bastardo.
— Não faça esse tipo de ameaças aqui.
— Não se preocupe comigo, preocupe-se em ficar melhor.
— Foi apenas uma pancada na cabeça. — Lembro. — E já estou
liberada para ir embora.
Tanto Asher quanto Lior encaram o médico, inteligente o suficiente
para ficar em silêncio durante a nossa discussão. Percebendo o olhar intenso
e reprovador que os dois homens estão lhe dirigindo, o médico larga sua
pasta e solta um suspiro.
— Sei o que faço, ela está bem, apenas siga as recomendações.
Quero rir quando o médico dá uma explicação rápida da minha
“condição” e caminha para a porta, ansioso para ficar longe dos dois.
— Só isso?
— O que mais quer que eu diga? — O encara. — Meu trabalho por
aqui está encerrado, caso ela sinta algum sintoma ou ache que precisa de
um médico me procure. Ela deve estar bem em uma semana.
— E quanto a sexo? — Pergunto para o médico, antes que ele saia e
Lior me olha chocado.
— Uma semana sem sexo. — Responde, fechando a porta.
Tenho a sensação que o médico idiota está fazendo isso para se
vingar de Lior e Asher, isso é um castigo! Logo, agora que descobri o quão
bom o sexo é, isso acontece? Sem contar em tudo o que comprei hoje, todo
aquele dinheiro investido para garantir sexo selvagem, e preciso me
controlar por uma semana?
— Não posso acreditar que está pensando sexo. — Lior reclama.
— Acredite em mim, você também vai pensar quando ver o que
comprei hoje.
— Anuvia! — Repreende.
— O quê? É verdade!
Jogo a coberta de cima de mim e me levanto, percebo o erro quando
meus pés tocam o chão e me sinto um pouco tonta. Lior e Asher correm
para o meu lado e me seguram, coro envergonhada, e em seguida ignoro a
careta que meu homem mal-humorado me dá.
— Deveria permanecer no hospital. — Diz.
— Nem morta, se quiser ficar no hospital, fique você. — Cutuco
seu peito com força. — Posso até ajudar com algum ferimento se me irritar.
Asher encobre sua risada com uma tosse, ele não é burro para atrair
a ira de Lior nesse momento.
Aprendi a lição com movimentos abruptos, seguro a mão de Asher
e o permito me guiar para fora do hospital, Lior vem logo ao meu lado,
resmungo sobre meu temperamento difícil. Continuo ignorando ele, algo
que tenho certeza que irá se tornar uma coisa costumeira, sempre que ele
me irritar.
Entro no carro no banco de trás, Lior me prende no cinto e dá a
volta, para entrar no banco do motorista. Deito a cabeça no vidro, e olho
pela janela durante o trajeto até a casa, enquanto os dois conversam no
banco da frente, Asher garante que estão fazendo de tudo para localizar o
motorista.
— Verifique as câmeras de segurança da rua inteira, não me
importo se tenha que matar alguém, desde que encontre o carro e o
motorista. — Diz para a pessoa do outro lado da linha.
— Lior, as pessoas dessa cidade não estão acostumadas com isso.
— Asher adverte.
— Tenho cara de quem se importa? Está na hora de descobrirem
quem manda nessa merda, e com toda certeza não é o prefeito pau no cu.
Toda a frieza que Lior usou no café da manhã para lidar com aquele
homem se foi dando lugar ao homem pronto para explodir. O controle que
ele tem sobre seu temperamento deve ser ótimo, porque se não soubesse
que jamais me machucaria, teria medo para caralho.
O resto do caminho é feito em silêncio, em casa, desço do carro e
caminho tranquilamente para a entrada, quando sou surpreendida por Lior
me pegando no colo. Alguns funcionários param o que estão fazendo para
nos observar, assim que percebem que foram pegos espionando, disfarçam a
voltam para as suas atividades.
— Seus empregados vão comentar.
— Deixe que falem.
Percebendo que Lior está de mau-humor e que qualquer coisa que
eu diga no momento não será de grande ajuda, deito a cabeça em seu peito e
fecho os olhos, a batida do seu coração me acalma, e antes que perceba,
peguei no sono. Isso é tudo culpa dos remédios que tomei, não tem nada a
ver com o fato de me sentir segura em seus braços.
Capítulo 18
Lior
Receber a notícia de que Anuvia estava no hospital foi um inferno,
e me desencadeou sentimentos que jamais quero ter novamente. Passei a
noite lidando com seu mau-humor por ser acordada a cada uma hora, e
sempre que a lembrava de que era ordem médica, ela jogava um travesseiro
no meu rosto e se virava para dormir o mais longe que conseguia. Não
preciso dizer que assim que pegava no sono, ela grudava seu corpo ao meu.
Na manhã seguinte, me afasto dela e saio da cama, faço minha
higiene matinal e quando estou saindo do quarto vejo que tem várias
sacolas deixadas do lado de fora da porta. Asher está terminando de subir
com as outras, enquanto come um bolinho.
— O que é isso? — Aponto para as sacolas.
— As compras da sua garota. — Responde. — Fui ver o que tinha
no carro e encontrei as sacolas e os bolinhos.
— E decidiu ser uma boa ideia comer bolinhos que estavam no
carro desde ontem?
— Eles são os meus favoritos.
— Pensei que não comia essas coisas.
Asher ri e dá um tapa em sua barriga definida, ele sempre gostou de
fazer exercícios físicos.
— Faço exercícios justamente para não precisar me privar das
coisas boas da vida. — Sorri. — Por falar em se privar, uma dica? Não veja
o que tem nas sacolas, pãozinho doce tinha razão, se você ver, 7 dias vão se
tornar um inferno.
Ignorando seu comentário idiota, recolho as sacolas no quarto.
Coloco em cima da poltrona no canto, fora do caminho, caso de Anuvia
levantar e acabar tropeçando. No momento que coloco, uma das sacolas cai
no chão e o conteúdo delas se espalha, me deixando um pouco chocado.
Pego o conteúdo do chão e dou uma boa olhada, chegando a
conclusão de que realmente sete dias vão ser uma merda. Guardo tudo e
saio do quarto, tenho muito trabalho a fazer nos próximos dias, e isso vai
me dar uma desculpa para resistir a tentação que estar em torno de Anuvia
é.
Asher e Cash estão na sala de estar, os dois estão comendo os
bolinhos da caixa encontrada no carro. Me sento em frente a eles, e olho
para a caixa com uma careta, talvez eu deva ir até a cidade e comprar
alguns para minha gatinha, ela gostará de comer tomando uma xícara de
café ou chá.
— Que cara é essa? — Cash pergunta.
— Estou ponderando ir para a cidade comprar alguns, Anuvia
gostará.
— Por que não pega um desses?
— Esses passaram a noite no carro, foi Anuvia que comprou antes
do acidente.
Cash larga o bolinho em cima da caixa, limpa as mãos e encara
Asher.
— Por que não me disse?
— Você não perguntou, e ainda elogiou os bolinhos. — Asher
responde, sem se importar. — Isso não vai te matar.
Percebendo que é melhor ficar em silêncio do que discutir com
Asher, sua atenção é direcionada a mim. Não preciso perguntar para saber o
motivo, ambos estão curiosos para saber porque estou tão calmo, enquanto
sei que o imbecil que atropelou Anuvia está solto por aí.
— Antes que perguntem, é uma questão de tempo antes que o
peguem. — Respondo. — Tive uma noite boa com Anuvia, e não vou
deixar que minha raiva manche isso.
— Ontem você estava bem irritado.
— Estou concentrando minha raiva para planejar a melhor forma de
me livrar dessa imundice humana. — Explico.
— É um bom plano. — Asher concorda.
Não quero me demorar nesse assunto, nós sabemos que a pessoa
que atropelou Anuvia terá o que merece, nem que isso seja a última coisa
que faço na minha vida. O que me surpreende é o quão rápido perceberam o
que minha gatinha significa para mim, mesmo na festa fiz o meu melhor
para não ficar rondando-a, justamente para a proteger.
Me inclino, para ter uma melhor vista do que ela fará a seguir.
Anuvia lambe lentamente a cabeça do meu pau, em seguida a
coloca inteira em sua boca e chupa, usando a língua, descendo até engolir
uma boa quantia dele. Sinto meu pau bater no fundo, de sua garganta, e
contenho um gemido.
— Porra... que delícia. — Não consigo conter um gemido.
Acaricio seu cabelo, segurando enquanto ajudava a manter seus
movimentos, tentando controlar o movimento do meu quadril e não foder
sua boca com força. Meu gemido fez com que Anuvia ficasse ainda mais
ousada, tentando engolir ainda mais do meu pau enquanto olhava nos meus
olhos.
Eu estava quase gozando, mas não queria fazer isso em sua boca.
— Levanta e senta no meu pau. — Mando.
Ela mais do que de pressa faz o que mando, seu olhar chateado por
eu não gozar em sua boca, vai embora quando eu brinco com seu clitóris,
dedilhando sua buceta, enquanto ela senta lentamente no meu pau.
— Lior! — Geme meu nome quando meu pau entra completamente
em sua buceta.
— Quero te ouvir gritando meu nome, vou deixar minha marca em
você para que nunca pense em me deixar. — Anuvia monta em mim, seus
movimentos são rápidos, seguro seu quadril. — Caralho, você me deixa
louco.
Meti meu pau nela com força, mas essa posição não me permitia ir
tão rápido quanto nós precisávamos, por isso rodei o meu corpo, colocando
Anuvia deitada em baixo de mim, ela prendeu suas pernas em volta do meu
quadril.
Ficamos transando assim por um bom tempo, quando senti que ela
estava prestes a gozar, diminui a velocidade, até que ambos gozamos ao
mesmo tempo.
Anuvia gemeu alto, quando cai para o lado e a puxei perto de mim,
com meu pau ainda dentro dela. Sua buceta ia estar sensível, e cada vez que
ela se mexer vai se lembrar desse momento.
— Eu estou dolorida. — Murmura, se aninhando no meu peito.
— Assim vai se lembrar a quem pertence.
Ela sorri.
— Se for isso que eu recebo sempre que ameaçar ir embora, essa
vai ser uma ameaça constante.
Aumento meu aperto nela.
— Nem pense nisso, você é minha! Não vai a lugar algum.
Acariciando meu peito, ela diz com a voz sonolenta.
— Jamais vou a lugar algum, tudo o que eu quero no mundo está
aqui. — Beija meu peito. — Você é o meu mundo, Lior!
— Você é meu tudo!
— Respondo, beijo sua testa, e fechando os olhos.
Anuvia é tudo o que eu sempre quis e o que nunca pensei ter, e não
importa o que digam ou o que façam, vou passar por cima de tudo e todos
para mantê-la para sempre ao meu lado.
Capítulo 28
Anuvia
Acordo com aquela sensação de mau-humor que me acompanha
quando durmo no meio do dia. A sensação de algo pegajoso entre as minhas
pernas, me lembrando que preciso tomar um banho antes de descer para
comer.
Me desvencilho de Lior, rindo quando tiro uma de suas mãos de
cima dos meus seios, a qual ele estava segurando como se fosse seu
presente de natal favorito. Homens!
Tenho que agradecer a Asher por ser um idiota e fazer piadas em
momentos inoportunos, graças a ele, Lior sequer lembrou que fui ao médico
para tirar os pontos, ele simplesmente me fodeu da maneira que eu queria.
Tomo um banho rápido e coloco um vestido de manga cumprida e
gola alta, não preciso que os meninos vejam todos os chupões e marcas que
ele me deixou durante nosso sexo empolgado. Pronta, dou uma última
olhada em Lior, e saio do quarto.
A casa está estranhamente silenciosa, não estou acostumada a não
ter nenhum dos meninos por perto. Desde que cheguei, sempre estiveram
andando por aí, mesmo tendo suas casas na cidade.
A cozinheira se surpreende quando entro na cozinha.
— Senhora, posso te servir em algo?
Aceno para relaxar.
Cresci com esse tipo de tratamento formal, e sempre odiei.
— Por favor, me chame de Anuvia. — Peço. — Tem algo pronto
para comer?
Ela nega.
— Hoje é o aniversário do senhor Lior, antes de ele ir embora
sempre saiam para comemorar, o dia todo. — Explica. — Eu não sabia que
as coisas por aqui estavam mudando.
Prendo a respiração e conto até dez mentalmente.
Lior me fodeu como uma maluca, ele dormiu ao meu lado durante a
noite toda, me beijou esta manhã, e em nenhum momento pensou em me
dizer que era seu aniversário? Talvez se ele não quer comemorar seu
nascimento, ele deva comemorar sua morte.
Vou matá-lo!
— As coisas vão mudar por aqui. — Digo. — Você pode tirar o
resto do dia de folga.
— Mas…
— É uma ordem, estou te dando hoje e amanhã de folga, com os
outros funcionários da casa. — Uso o tom de voz que vi minha mãe usar
um milhão de vezes antes. — Se qualquer um aparecer aqui antes, será
demitido. — A mulher parece nervosa e com medo de perder o emprego,
para apaziguar a situação, sorrio e digo; — Encarem esses dois dias como
uma forma de comemorarem o aniversário de Lior.
— Tudo bem.
Espero a mulher sair e começo a preparar algo especial.
Quando eu era criança, minha mãe sempre tornou nossos
aniversários algo enorme e especial.
A primeira coisa, um dia livre de escola, a segunda, tudo o que
comeríamos ao longo do dia era escolha do aniversariante, todas as comidas
favoritas eram preparadas pela minha mãe. E a melhor parte, o
aniversariante receberia um bolo preparado por todos os membros da
família, uma coisa que começou devido ao Zack.
Meu irmão odiou o bolo comprado, porque na mente dele, quando a
gente ama alguém, deve preparar o bolo de aniversário com as próprias
mãos.
Meus pais e tios acharam fofo, e logo virou uma tradição para toda
a família, mesmo tendo festas enormes, havia um bolo especial feito por
nós, que era comido apenas entre a família. Ninguém de fora participaria.
São essas tradições que quero trazer para essa casa e seus
habitantes!
Como ainda não sei as comidas favoritas de Lior, decido fazer a
minha comida favorita, algo que sempre pedia no meu aniversário.
Lasanha!
Enquanto asso a lasanha no forno do fogão, preparo meu outro
favorito, bolo de chocolate, com cobertura de chocolate.
Quando os dois terminam de assar, coloco sobre o balcão da
cozinha, limpo a bagunça e decido esperar Lior em um canto estratégico da
cozinha. Não perdoei o idiota por esconder que hoje é seu aniversário, por
isso, em vez de subir lá e acordá-lo com beijos e mais sexo, puno o
bastardo.
Felizmente não demora muito para ele descer as escadas correndo,
o barulho dos seus passos ecoando pelo piso de madeira. Seguro o riso
quando ele grita o meu nome, escuto portas batendo, até que finalmente ele
entra na cozinha. Não me vendo imediatamente, franze a testa para o bolo
em cima do balcão, em seguida seus olhos pousam em mim.
— Por que não me respondeu? — Pergunta.
— Por que não me disse que hoje era seu aniversário? — Respondo
no mesmo tom.
— Eu não o comemoro há anos.
Sua resposta só me irrita.
Quando me puxa em seus braços e tenta me beijar, eu viro o rosto.
— Isso não justifica, preciso saber essas coisas a seu respeito. —
Falo.
— Não me importo com o meu aniversário.
— Mas eu me importo, e no futuro, nossos filhos vão se importar.
— Respondo.
Lior se afasta, estudando o meu rosto, então um sorri.
— Você está…
— Não! — Afirmo, antes que termine. — Estou apenas
comentando.
— Tudo bem, peço desculpas por não ter contado. — Ele não
parece culpado, mas vou fingir que acredito, assim não preciso começar
uma greve de sexo.
— É bom que se arrependa mesmo. — Me afasto e tiro a lasanha do
forno, colocando em cima do balcão da cozinha, em seguida sirvo os pratos.
— Quem fez a lasanha e o bolo?
— Eu! Dei folga para os empregados hoje, assim podemos
comemorar seu aniversário da maneira certa.
— E como seria isso?
— Primeiro, vamos almoçar, em seguida comer o bolo, e...
— Por último?
Sorrio, sabendo que essa é a melhor parte.
— Maratona de sexo de aniversário.
— Porra… sim!
A última parte o anima.
Lior faz alguns sons de apreciação enquanto come sua lasanha,
repetindo duas vezes antes de empurrar o prato para longe, e acariciar a
barriga malhada.
— Onde aprendeu a cozinhar desse jeito?
— Minha mãe! Coisas básicas para a sobrevivência humana devem
ser aprendidos por todos. — Explico. — O bolo também fui eu.
— Não quis pedir para um dos empregados?
Dou de ombros e nego com a cabeça.
— Quando a gente ama alguém, quer que a pessoa sinta todo o
amor pelas coisas feitas por nós.
— Isso é profundo.
— Não conte isso ao meu irmão, isso começou com Zack.
— Como?
Ignoro sua pergunta, enquanto canto parabéns para ele.
Me divirto vendo o homem enorme tímido com as palmas e gritos
animados que dou enquanto canto “parabéns para você…”, só quando a
música acaba que ele me beija por tempo suficiente para me roubar o ar, e
se senta dando uma enorme garfada no bolo.
Enquanto comemos, conto a ele a história das tradições na minha
família, ele ri de muitas das histórias, compartilhando as suas próprias e
fazendo alguns comentários descontraídos.
— É uma pena que não tenha me dito que é seu aniversário, eu
gostaria de te dar um presente especial. — Faço beicinho.
Lior larga o garfo e se levanta.
— Quem disse que não pode? — Caminha para a porta, me
deixando sem entender nada. — Fique aqui por um momento, ok? —
Aceno e espero, escuto seus passos na escada, primeiro subindo e depois
descendo.
— Estou com medo que tenha enlouquecido.
Limpo o balcão e coloco os nossos pratos na lava-louça, quando me
viro, fico surpresa.
Levo as mãos a boca, sem reação.
Ele está ajoelhado no chão, segurando uma caixa aberta com um
anel enorme e lindo.
— Lior…
— Anuvia, você disse querer me dar um presente especial, a única
coisa que eu daria a vida para ter, é você! Sei que não digno, mas não posso
deixar de ser egoísta, e perguntar se me daria a honra de ser o meu presente
e aceitaria se casar comigo?
Meus joelhos fraquejam e eu caio de joelhos na frente dele, seguro
seu rosto.
Esse momento, é tudo o que sempre desejei e algo que nunca pensei
que conseguiria ter. Vi todos os membros da minha família se apaixonando
e recebendo seu amor eterno, sonhando com o dia que isso aconteceria
comigo.
E aqui estou eu!
— Você é o melhor presente que a vida poderia ter me dado, sair
daquele casamento ao seu lado, aceitar ser sequestrada pelo homem que
odiava minha família, foram as melhores decisões que tomei na vida. —
Digo, olhando em seus olhos. — Você é mais do que digno de todas as
coisas boas que acontecerão em nossas vidas. É claro que aceito, esperei
minha vida toda por você, só você!
Lior desliza o anel no meu dedo, em seguida beija a pedra e me
ajuda a levantar. Em pé nós nos beijamos e nos abraçamos.
Tenho a necessidade de ligar para a minha família, contar para os
meus pais e minhas primas, que vou me casar com o homem da minha vida.
Mostrar o anel que representa o futuro que teremos. Mas isso é algo para
outro momento, agora precisamos comemorar juntos.
Comemoramos o próximo passo de algo muito importante, algo
lindo que irá durar além dessa vida.
— Eu te amo! — Murmuro contra os seus lábios.
— Não tanto quanto eu te amo.
Não discuto, Lior nunca vai saber a profundidade do que sinto por
ele, mas posso garantir que demonstrarei a cada passo do caminho, até o dia
que deixarmos essa terra.
Epílogo
Anuvia
Faz um mês desde o pedido do casamento, e luto a cada passo do
caminho com Lior, para que o casamento ocorra com um tempo razoável, e
que todos os membros da minha família possam participar. Infelizmente,
muitas agendas diferentes necessitam de um prazo mais longo, por isso
combinamos de nos casar daqui a dois meses, isso me dá tempo para
concluir as reformas da casa, e discutir com a esposa do meu avô os
arranjos para a festa de casamento.
A notícia do nosso noivado foi bem recebida por todos, e isso me
deixou ainda mais feliz.
— Não deveria maneirar na cafeína, pãozinho doce? — Asher me
encara, parecendo um pouco preocupado. — Parece que você está pronta
para correr uma maratona.
Cash concorda, rindo.
— Preciso disso para conseguir fazer todas as coisas da minha
agenda.
Lior bufa irritado, ele também não está feliz com a quantidade de
cafeína que tenho ingerido, e com o pouco que tenho comido. Mas preciso
dar conta de fazer tudo, tenho um prazo a cumprir.
— Por que não marca menos coisas? Assim não precisa ficar desse
jeito. — Responde.
— Marcar menos coisas significa um prazo maior, e um prazo de
tempo maior, significa passar mais tempo com a casa, uma bagunça, e adiar
o casamento.
— Contrate alguém para te ajudar. — Manda.
— Tudo bem, vou ver se encontro alguém que considero
competente para acompanhar a obra.
— E quanto ao casamento?
— Sei que esse é o seu sonho de noiva, por isso vou cuidar
pessoalmente para que o meu noivinho consiga tudo o que sempre sonhou.
— Faço beicinho e junto as mãos em sinal de promessa.
Lior ri das minhas palhaçadas.
— Seu vestido?
— Quase pronto. — Minto.
Asher bufa.
— O que foi? — Lior pergunta a ele.
— Pãozinho doce não encontrou o tecido perfeito.
Lior me olha.
— Preciso que o tecido seja macio, quando nossa filha for se casar,
ela pode usar o meu vestido.
— Isso não vai acontecer! — Sua voz sai brusca.
— O quê? Achar o tecido perfeito?
— Nossa filha se casar.
Reviro os olhos, decidindo ser melhor não discutir isso até que
nossa filha esteja indo para se casar.
O som da campainha tocando me salva de mais perguntas, me
levanto correndo para atender a porta, na expectativa que seja um dos
fornecedores do casamento, mas o que encontro é muito melhor.
— Surpresa!
Ana, Lavínia e Charlie gritam animadas, em seguida me puxam
para um abraço em grupo.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Pergunto, me afastando e
cumprimentando meu irmão e primos.
— A gente queria conhecer a famosa cidade de natal, que você
tanto fala. — Ana bate seu quadril contra o meu.
— E já que estamos aqui, vamos te ajudar com os preparativos do
casamento. — Lavínia oferece. — Trouxe algumas ideias de bolo para você
dar uma olhada.
Olho para trás e vejo Raphael segurando uma mala grande com uma
mão, enquanto a outra está segurando a mão de Lavínia. Meu primo olha
para Lior e os homens atrás dele, que nos seguiram com um olhar de
avaliação, ele está pensando em quanto perigo Lavínia poderia encontrar
aqui.
— Quero te apresentar a alguém. — Puxo Asher para o meu lado,
ele está encarando Raphael como um maluco. — Asher, esse é Raphael
Petrov, meu primo, priminho, esse Asher, ele é um grande fã seu.
Deixo Raphael lidar com o lado tiete do meu amigo, e faço as
outras apresentações. As meninas fazem caretas e gestos atrás de Lior,
dizendo que mandei bem na escolha.
Entramos em casa e nos dividimos, garotas para um lado e caras
para o outro.
Levo elas até o quarto, onde mostro o closet e peço ajuda para
encontrar a roupa perfeita para o nosso jantar. Lavínia e Ana estão no meu
closet, enquanto Charlie revira o banheiro procurando por algo.
— Você não tem nenhum absorvente?
Sua pergunta me faz congelar no lugar.
Como eu não pensei nisso antes?
Todo o estresse dos últimos tempos, e isso inclui a correria com o
casamento e a reforma, me fizeram esquecer completamente do meu
período, ou melhor, da ausência dele.
— Eu não estou menstruando. — Respondo fazendo as contas. —
Desde que vim para cá.
— Você está gravida! — Ela grita.
Ana e Lavínia, correm para o banheiro.
— Sua vaca! Por que não nos contou?
— Eu não estou grávida! — Respondo, com zero confiança no que
estou dizendo.
— Espere um minuto.
Ana corre para a bolsa dela, tira três caixas e volta, nós franzimos a
testa quando ela me entrega todas, e percebo serem testes de gravidez.
— Você já não está gravida? — Charlie ri.
— Encontrei Jules na semana passada, o consultório dela estava
cheio dessas caixas, então peguei algumas para provocar os meus irmãos,
por isso deixei na minha bolsa. — Explica. — Que sorte que fiz isso, vai
fazer xixi de uma vez.
Sou esperta o suficiente para não discutir com ela, e lembrá-la que
seus irmãos são tão apaixonados por suas esposas, que um bebê seria mais
do que bem-vindo.
— Saiam do banheiro, não consigo fazer xixi com uma plateia,
muito menos sob pressão.
Ignoro os comentários maldosos das vadias, fecho a porta e faço
xixi.
Abro a porta e espero com elas, andando de um lado para o outro,
ansiosa para o tempo passar e eu descobrir se Lior e eu teremos um bebê ou
não. Finalmente o celular de Charlie sinaliza que os três minutos passaram,
nós corremos em direção ao banheiro, Charlie sendo a primeira a pegar o
teste e olhar, em seguida me entrega.
É nesse momento que a porta se abre e Lior me encara preocupado.
— Escutei vocês correndo, fiquei preocupado. — Ele vê algo no
meu rosto que o faz se aproximar e me abraçar. — Gatinha, o que
aconteceu?
Percebo as meninas saindo do quarto para nos dar privacidade,
quando estamos sozinhos, entrego o teste a ele, que olha para o objeto por
um longo momento antes de me agarrar com mais força e beijar o topo da
minha cabeça.
— Estamos tendo um bebê. — Murmuro.
— Não tenho palavras para dizer o quanto eu te amo. — Diz, sua
voz embargada pelo choro. — Quando penso que não posso te amar mais,
algo assim acontece e eu descubro que sempre posso amar mais e mais.
Ficamos abraçados por um longo momento, presos em nosso
mundinho de felicidade.
— Nossa família está crescendo!
— Precisamos contar as novidades.
Lior está muito animado, nunca o vi tão feliz como está nesse
momento.
Faço uma promessa a mim mesma, de que não importa o quão
difícil seja, manterei esse sorriso lá, ele merece ser feliz!
Epílogo
Lior
A gravidez de Anuvia foi a melhor notícia que já recebi em toda
minha vida, eu não consegui descrever como estava me sentindo naquele
momento. Eu queria gritar a notícia para todos, e, ao mesmo tempo, enrolar
Anuvia em uma bolha de proteção e erradicar do mundo qualquer coisa que
pudesse machucá-la.
Quando descemos, demos a notícia para todos os que estavam
presentes, suas primas e cunhada já sabiam, mas correram abraçá-la e
ajudar com os planos.
— Pãozinho doce está com um pãozinho no forno. — Asher bate no
meu braço, em seguida me abraça.
— Deu sorte que estou feliz, e não quero arruinar esse momento
socando sua cara. — Respondo, o fazendo rir.
Depois que os caras me cumprimentam, os primos e irmão de
Anuvia me parabenizam pelo bebê. Zack é aquele que tem alguns
comentários mais ácidos, e promessas de dor caso eu machuque sua irmã
grávida.
— Agora que ela está grávida, precisa se controlar com o estresse e
cafeína. — Zack comenta, quando nos sentamos para assistir a um jogo na
TV.
Asher ri.
— Boa sorte com isso, pãozinhdoce, é viciada naquela merda.
Seu comentário me lembra mais cedo quando minha gatinha tomou
um monte de café.
— Vou substituir o café dela por descafeinado. — Quando todos me
olham, tomo um pouco da minha bebida, antes de dizer; — Sou esperto
para escolher as minhas batalhas, e a luta do café, não é uma quero ter.
— Homem esperto. — Raphael levanta seu copo em cumprimento.
— Mas, ainda assim, precisa descobrir como vai acontecer o casamento, é
muito estresse.
Nisso ele tem razão!
Anuvia não queria um casamento chamativo, sendo sincera, sua
ideia era apenas ir para o tribunal. Eu insisti que tivéssemos algo grandioso,
queria que ela se sentisse especial, e que se lembrasse para sempre deste
dia.
Precisamos rever essa história.
— Vamos contar sobre a gravidez para os seus pais esta noite, e
podemos combinar de ir ao cartório. — Proponho. — Faremos uma festa de
casamento quando todos estiverem na cidade.
— Essa é uma boa ideia, embora eu não sei se meu pai vai ficar
feliz ou te matar.
Dimitri e eu estamos em uma zona confortável onde ambos
respeitamos o espaço um do outro, e temos o consenso de que tudo o que
importa é o bem-estar dela. E se garantir que ela não se estresse, significa
um casamento simples, e uma festa tardia com todos, é exatamente isso o
que faremos.
O som de risos vem da escada e as mulheres aparecem, Anuvia se
senta no meu colo, passando os braços em volta do meu pescoço.
— Consegui o contato de uma médica local, e marquei uma
consulta. — Diz, não se importando com as outras pessoas na sala.
— Que horas?
— Daqui a trinta minutos.
Me levanto com ela em meus braços, e sem me despedir, a carrego
para o carro, ignoro o som de risos vindo de dentro da casa.
— Estou ansioso para ver o nosso bebê. — Admito.
— Somos dois, mas não precisa me carregar por aí. — Revira os
olhos.
— Precisa sim! Cuidarei muito bem de você. — A coloco sentada
no carro, e passo o cinto de segurança em volta dela. — Nada vai te
machucar.
— Por que tenho a sensação de que você vai enlouquecer e me
irritar com todo esse cuidado?
— Porque vou, estou cuidando de todo o meu mundo.
Anuvia reclama da minha forma de dirigir, durante todo o caminho
até a cidade. O trajeto seria feito na metade do tempo, mas não correrei
riscos desnecessários, a médica pode esperar um pouco mais, e se não fizer,
posso trazer outro médico e ainda arruinar sua carreira.
— Se eu soubesse que ia dirigir nessa velocidade, eu teria ido
andando. — Sai do carro e bate a porta com força. — É sério, isso foi
ridículo!
— Estou cuidando de você e do nosso bebê. — Argumento, a
seguindo.
Me lançando um último olhar irritado, ela entra no escritório, a
secretaria sorri para Anuvia e nos leva direto para a sala da médica, uma
senhora de meia-idade, com um sorriso doce.
— Lamento ter me atrasado, Lior surtou e decidiu que iria dirigir
como uma lesma.
A médica ri do comentário.
— É bom ter um marido super protetor, e não me importo de
esperar um pouco.
Gostei dela!
Após conversar um pouco, ela decide fazer um exame para
confirmar, eu estava feliz até Anuvia se deitar em uma cama e abrir as
pernas, para a velha colocar o negócio do exame em sua vagina.
— Vamos ver… Ah sim! Aqui está, meus parabéns, você está
grávida de gêmeos.
Tanto Anuvia e eu nos encaramos, surpresos com a notícia, mas
ainda assim felizes. Teremos dois bebês, duas pequenas versões de Anuvia
correndo soltas pela casa, e tornando a minha vida melhor.
— Parece que mando muito bem. — Pisco feliz, enquanto ela cora.
A médica faz as medições, nos passa tudo o que precisamos fazer
nos próximos dias, e ela deixa marcada nossa data de retorno.
Saímos com algumas fotos dos nossos bebês, guardo a minha na
carteira.
Voltamos para casa em silêncio, animados demais para conversar.
Em casa, todos nos esperam na porta, e ao lado de Zack e Ana, estão
Dimitri e Allyssa Petrov. Congelo ao ver meu futuro sogro com os braços
cruzados na porta, me olhando como se eu tivesse levado sua filha ao baile
e atrasado na hora de voltar para casa.
— Mãe, pai? — Anuvia corre para os abraçar. — O que estão
fazendo aqui?
— Surpresa! — Ana, Charlie e Lavínia dizem.
As três mulheres estão rindo da nossa situação.
— Viemos te ajudar com os preparativos para o casamento.
Puxo Anuvia para o meu lado.
— Sobre isso, vamos antecipar a data para essa semana, e deixar
apenas a festa para reunir a família. — Digo. — Podemos até ter um
casamento simbólico, desde que tudo seja feito com calma.
— Posso saber por que decidiram mudar isso?
Anuvia entrega a imagem para eles.
— Parabéns, vocês vão ser avós.
Dimitri semicerra os olhos na minha direção.
— Engravidou minha filha antes do casamento?
— Acho que ele merece uma surra por isso. — Raphael, o filho da
puta sádico diz, com um sorriso presunçoso.
— Sem violência, não pode matar o pai dos meus bebês!
Allyssa é a única que pega o plural na palavra “bebês” e começa a
chorar, agarrando Anuvia mais uma vez.
— Vocês estão tendo gêmeos?
— Sim!
— É melhor antecipar o casamento para amanhã, posso não me
controlar durante a noite e te matar.
— Seu desejo é uma ordem.
Guardo meu sorriso feliz para mim, ele está me dando exatamente o
que eu queria.
Devo agradecer a Dimitri e Allyssa Petrov, graças ao meu velho
inimigo, encontrei não só o amor, mas também uma família e um futuro
pelo qual estou ansioso para começar a viver.
Infelizmente, Dimitri me dá um sorriso malicioso.
— Se for duas garotas, você terá o dobro do Carma por engravidar
meu bebê.
Epílogo
Lior
Nosso casamento foi perfeito, infelizmente os tios e algumas primas
de Anuvia não puderam comparecer, e acabamos adiando a festa mais
algumas vezes. O que não foi um grande problema, tudo o que me
importava era me casar com ela, e foi isso o que aconteceu.
Assistir sua barriga crescendo com o tempo foi outra coisa que amei
fazer.
Estou perdido nos meus pensamentos, quando minha gatinha se
senta ao meu lado, fazendo beicinho para seu copo de suco de laranja. Esse
é mais um daqueles dias onde tenho me perguntado se deveria ter mantido
minha esposa na cama por mais tempo.
Anuvia descobriu que seu café não tinha cafeína na primeira
semana da gravidez, e isso a deixou de mau-humor, a ponto de todos os
caras a evitarem como a peste. O único que fica ao seu lado sou eu, e isso é
porque ela ama meu pau, não tenho certeza se seu amor se estende a mim
no momento.
Mas não me importo com a mudança de humor, acho ela linda
mesmo quando está prometendo esfolar meu primo. Conforme sua barriga
foi crescendo nos últimos meses, Anuvia foi se transformando e ela brilha,
é impossível não notar isso.
As garras afiadas da minha gatinha a deixaram ainda mais sexy.
— Não aguento mais ficar sem café.
— Cafeína é um vício que deve cortar, ou pode ter problemas
cardíacos no futuro. — Asher diz, ganhando um olhar mortal dela.
Sou mais esperto que isso para tentar argumentar, e ainda mais para
me meter em uma briga. É bom que sua raiva esteja dirigida a outra pessoa,
nesse momento, escondo o sorriso e aproveito que em alguns momentos,
estarei acariciando suas costas e dizendo como o babaca do Asher é um
idiota por ser maldoso com ela.
— Se não calar a boca, vou cortar sua língua, isso resolverá seu
“vicio” em falar. — Levi engasga com o café, e Aiden bate em suas costas.
— Tudo bem, faça o que quiser, pãozinho doce, mas os seus mínis
pãezinhos no forno, não podem ter contato com cafeína.
— Asher…
O som da campainha tocando nos interrompe.
Anuvia é a primeira a se levantar e caminhar em direção a porta,
acelero o passo, surpreso com o quão rápido ela consegue andar estando
grávida de gêmeos.
Penso que pode ser um dos entregadores com mais caixas de livros,
mas para nossa surpresa há outra mulher carregando uma grande mala.
Quando minha gatinha vê, se atira em sua direção a abraçando.
— Quem é essa? — Cash murmura.
— Meninos, essa é minha prima, Jules Petrov. — Anuvia apresenta,
um sorriso satisfeito em seu rosto.
Jules acena sorrindo para todos.
É a primeira vez que estou conhecendo a prima de Anuvia
pessoalmente, ela estava fora do país fazendo seu serviço humanitário, e
não pode comparecer.
— É um prazer finalmente conhecê-los.
Anuvia se vira para a prima, abraçando-a novamente.
— O que você está fazendo aqui?
Jules revira os olhos, como se fosse obvio o motivo de sua visita.
— Você fez toda uma propaganda de como essa cidade é uma vila
de natal, por isso decidi visitar perto dessa época, assim posso te ajudar com
a decoração, e também estou perto caso esses bebês decidam vir ao mundo.
— Jules dá um passo para o lado, mostrando os outros membros de sua
família. — Nós todos queríamos passar juntos, e como você está gravida…
Não tenho certeza se estamos preparados para mais uma seção com
todos os membros do sexo feminino da família Petrov reunidos, ainda mais
quando algumas delas estão grávidas e irritadas.
— Por que tenho a sensação que estamos fodidos? — Asher
murmura atrás de mim, ao ver as outras mulheres se aproximando.
— Porque estamos!
— Mantenha seus olhos longe de Jules. — Aiden bate na cabeça de
Asher, enquanto Levi rosna concordando com o irmão.
Parece que estamos presos com o clã de mulheres Petrov, e a dupla
de garotos apaixonados.
Deus nos proteja!
Próximo lançamento
Em breve Veneno Irresistível, a história de Jules Petrov estará
disponível para leitura, até lá, vocês estão convidados a ler os meus outros
livros disponíveis.
Para mais novidades, siga-me no Instagram é @carol_ness
Agradecimento
Esse é um daqueles momentos onde eu normalmente agradeço a todos
aqueles que leem as minhas histórias por me darem essa oportunidade, e a
minha família, por sempre estar ao meu lado.
Mas nesse momento, quero agradecer a mim mesma, por independente das
dificuldades da vida, consegui realizar o meu sonho de escrever histórias
que façam outras pessoas sonharem e se inspirarem.