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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

LUCIANE TIBOLLA

PARQUE MULTIUSO

Passo Fundo
2015
FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

LUCIANE TIBOLLA

PARQUE MULTIUSO

Passo Fundo
2015
I

Luciane Tibolla

PARQUE MULTIUSO

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do


Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do
Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e
Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como
requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso I, sob orientação da Professora
Me. Anicoli Romanini.

Passo Fundo
2015
II

Luciane Tibolla

PARQUE MULTIUSO

Banca Examinadora:

Profª. Me. Anicoli Romanini – Orientadora

Profª. Me. Renata Postay – Integrante

Passo Fundo
2015
III

AGRADECIMENTOS

Não há como descrever a jornada vivida durante os anos da faculdade de


Arquitetura e Urbanismo, e não lembrar-me das pessoas que sempre estiveram do meu
lado. Agradeço muito aos meus pais, Maria Gorete e José Elbio, por todo o apoio
emocional, paciência, carrinho e por não medirem esforços para me ajudar a chegar até
aqui, pude sempre contar com vocês, e dessa mesma forma quero retribuir. Mãe, minha
vida, obrigada por todo o carinho e dedicação, por ser minha melhor amiga e estar ao
meu lado sempre. Ao meu irmão Renato pelas conversas intermináveis, paciência e
principalmente parceira e apoio nas madrugadas, eu projetando e você no facebook,
mas significou muito para mim, estará sempre em meu coração.
Queria agradecer aos demais familiares, tios, primos e principalmente aos meus
avôs, Terezinha e Valdomiro, vocês sabem como ninguém o esforço e a minha
dedicação para chegar até aqui, agradeço toda a ajuda, a preocupação e o acolhimento
sempre que precisei.
Entre os seres mais importantes do mundo para mim, está o meu noivo Ivar Miguel.
Agradeço imensamente todo o carinho, dedicação, apoio, principalmente emocional e o
mais importante, à paciência que teve comigo todos esses anos. Você me acompanhou
nesta caminhada e estará do meu lado nas próximas que virão. Muito obrigada por tudo,
te amo.
Há pessoas que será impossível agradecer da forma como deveria, serei
eternamente grata por todos os momentos vividos juntos e principalmente pela parceria,
divertimento e pela ajuda nos momentos mais complicados destes 5 anos que se
passaram. Vocês (Gabriela Signor, Camila Aresi, Luana Dal’Agnol, Pâmela Chiarello,
Rodrigo Ramos, Jean Ortiz e Bruno Macali), farão parte de minha vida enquanto vivida e
o sentimento de gratidão e saudade será eterno.
Para finalizar, agradeço a faculdade IMED e todos os professores, pela dedicação,
empenho e motivação dada a mim, quero dizer que vocês professores não são apenas
mestres na arquitetura, mas são especializados em encaminhar o nosso futuro, com
muita competência e profissionalismo, que os torna admiráveis. Especialmente a
Professora Mestre Anicoli Romanini, minha orientadora, pessoa admirável e dedicada,
que me fez acreditar em mim e me presenteou compartilhando todo o seu conhecimento,
experiência, ideias e pela paciência nos meus momentos de tensão e dúvidas.
IV

Resumo

Sabendo-se que os Parques Urbanos desempenham um papel fundamental em


meio à malha urbana das cidades, sendo ele térmico, acústico, social e estético, são
espaços que devem ser levados a sério e preservados antes que isso não seja mais
possível. Dessa forma, foram feitos levantamentos históricos da cidade de Paraí e
do entorno do parque já existente na cidade que se encontra em condições
precárias de usos e com uma infraestrutura deficitária para os eventos que ali
acontecem. Entre os principais eventos estão: Expo Paraí, rodeio, shows e
campeonatos de futebol. O presente projeto pretende revitalizar e proporcionar
novos usos, como lazer, prática de atividades físicas e recreação, além de
disponibilizar uma infraestrutura que permita da melhor forma atender as
necessidades de todos os eventos. Como Paraí é conhecido regionalmente pelo
comércio de extração de basalto, este é como um símbolo para a cidade, então o
conceito para o projeto do parque será embasado nesta ideia, sendo que será
retratada a pedra basáltica nas suas condições naturais, porém o material não será
utilizado no projeto. Apresentando estudos e análises feitas de projetos que se
assemelham ao tema proposto, consulta às legislações e normas pertinentes, e para
completar o embasamento teórico, um levantamento do entorno do terreno para
analisar seus diversos aspectos, positivos e negativos, permitindo assim apresentar
propostas de projetos que buscaram enaltecer as potencialidades do terreno e seu
entorno, com um paisagismo adaptado ao desnível natural do mesmo, além de
sanar a falta de infraestrutura do local.

Palavras-chave: Arquitetura, Parque Multiuso, Paisagismo, Revitalização.

Abstract

We know that Urban Parks play a fundamental role amid the urban design, being it
thermal, acoustic, social and esthetic, it may be taken seriously and preserved before
that become impossible. In this way, were made historical survey about Paraí and
the already existing surrounded park that is in precarious conditions of use and with
deficit infrastructure for the events that happen there. Between the main events are:
Expo Paraí, rodeo, shows and soccer championships. The present project intend
revitalize and provide new uses as leisure, physical activities practice and recreation,
beyond providing an infrastructure that allows, in the best way, meet the needs of all
the events. As Paraí is regionally known for the trade of extraction of basalt, it is as a
symbol for the city, so the concept for the park project will be based upon this idea
and the basalt stone will be pictured in it natural conditions, but the material won’t be
used in the project. Presenting studies and analysis made of projects that resemble
to the proposed theme, consultation at relevant laws and standards, and to complete
the theoretical basement, a survey of the land environment to analyze its various
aspects, positives and negatives, allowing display the proposals of projects the
intend praise the land potential and its surrounded, with a landscaping adapted to the
natural sloping of it, besides remedying the lack of the local infrastructure.

Keywords: Architecture, Multipurpose Park, Landscape, Revitalization.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1– 3D Parque Urbano Vivencial da Gama. ............................................................... 15


Figura 2– Implantação Parque. ............................................................................................ 16
Figura 3 – Zoneamento setorizado. ..................................................................................... 17
Figura 4 – Estudo do fluxo de pedestres e abastecimento. .................................................. 18
Figura 5 – Fluxograma do Parque Urbano. .......................................................................... 18
Figura 6 – Paisagismo proposto .......................................................................................... 19
Figura 7– Paisagismo proposto. .......................................................................................... 19
Figura 8 – Vegetação e Água presentes no terreno. ............................................................ 19
Figura 9 – Drenagem. .......................................................................................................... 20
Figura 10 – Rampa acessibilidade. ...................................................................................... 20
Figura 11 – Planta Edifício Multiplo Uso............................................................................... 21
Figura 12 – Planta Edifício Lanchonete................................................................................ 22
Figura 13 – Planta Edifício do Guarda Florestal e Bombeiros. ............................................. 23
Figura 14 – Planta Edifício Anfiteatro. .................................................................................. 24
Figura 15– Centro de Visitantes do Jardim Botânico............................................................ 25
Figura 16 – Implantação. ..................................................................................................... 26
Figura 17 – Zoneamento Macro. .......................................................................................... 26
Figura 18 – Fluxogama do Centro de Visitantes. ................................................................. 27
Figura 19 – Imagem entrada principal. ................................................................................. 27
Figura 20 – Fluxos Pessoas e Abastecimento. .................................................................... 27
Figura 21 – Acesso PNE. ..................................................................................................... 28
Figura 22 – Fechamento em Vidro. ...................................................................................... 28
Figura 23 – Fachada Principal. ............................................................................................ 28
Figura 24 – Cobertura Verde. .............................................................................................. 29
Figura 25 – Cobertura em Vidro. .......................................................................................... 29
Figura 26 – Beiral metal e Vidro. .......................................................................................... 29
Figura 27 – Vãos em Pele de Vidro. .................................................................................... 29
Figura 28 – Vãos em Pele de Vidro. .................................................................................... 29
Figura 29 – Pórtico Entrada Principal. .................................................................................. 30
Figura 30 – Implantação. ..................................................................................................... 31
Figura 31 – Acessos Principais. ........................................................................................... 32
Figura 32– Fluxos. ............................................................................................................... 32
Figura 33 – Fluxograma. ...................................................................................................... 33
Figura 34 – Zoneamento. ..................................................................................................... 33
Figura 35 – Feira na Rua Florença. ..................................................................................... 33
Figura 36 – Mercado Público Rua Florença. ........................................................................ 33
5
Figura 37 – Horta Comunitária. ............................................................................................ 34
Figura 38 – Estar Mirante..................................................................................................... 34
Figura 39 – Pórtico Entrada Principal. .................................................................................. 34
Figura 40 – Auditório............................................................................................................ 34
Figura 41 – Ciclovia e Praça da Música. .............................................................................. 35
Figura 42 – Localização Paraí, RS....................................................................................... 37
Figura 43 – Localização Paraí na Mesorregião. ................................................................... 38
Figura 44 – Localização principais pontos da cidade. .......................................................... 39
Figura 45 – Gráfico de Cheios e Vazios. .............................................................................. 40
Figura 46 – Mapa do entono cheios e vazios. ...................................................................... 40
Figura 47– Vista do terreno, Skyline. ................................................................................... 41
Figura 48 – Skyline 01. ........................................................................................................ 42
Figura 49 – Skyline 03. ........................................................................................................ 42
Figura 50 – Mapa hierarquia Viária. ..................................................................................... 43
Figura 51 – Mapa fluxos das Vias. ....................................................................................... 44
Figura 52 – Lombadas. ........................................................................................................ 44
Figura 53 – Lombadas. ........................................................................................................ 44
Figura 54 – Mapa sentido das vias, ruas e cruzamentos. .................................................... 45
Figura 55 – Perfil predominante nas vias. ............................................................................ 46
Figura 56 – Estado de cocervação das ruas. ....................................................................... 49
Figura 57 – Estado de cocervação das ruas. ....................................................................... 49
Figura 58– Gráfico de Usos. ................................................................................................ 50
Figura 59 – Mapa levantamento de Usos do entorno. .......................................................... 50
Figura 60 – Gráfico Número de Pavimentos. ....................................................................... 51
Figura 61 – Mapa levantamento volumétrico do entorno. ..................................................... 51
Figura 62 – 3D levantamento usos e ocupação do solo. ...................................................... 52
Figura 63 – 3D levantamento usos e ocupação do solo. ...................................................... 52
Figura 64 – 3D levantamento usos e ocupação do solo. ...................................................... 52
Figura 65 – Mapa levantamento rede de água e pluvial. ...................................................... 53
Figura 66 – Mapa levantamento rede elétrica. ..................................................................... 54
Figura 67 – Mapa levantamento rede de vegetação. ........................................................... 55
Figura 68 – Área de implantação do projeto. ....................................................................... 56
Figura 69 – Planta e perfil do terreno. .................................................................................. 57
Figura 70 – 3D terreno com curvas de nível. ....................................................................... 57
Figura 71 – Sentido escoamento da água da chuva. ........................................................... 58
Figura 72 – Mapa vistas do terreno...................................................................................... 59
Figura 73 – Mateus Dal Pozzo e Giacomina Lorenzet, ........................................................ 66

6
Figura 74 – Família de caboclos de Hortêncio Marques Atunes, por volta de 1932. ............ 66
Figura 75 – Casa de Severino Cerbaro e Lídia Caron Cerbado. Foto de 1998. ................... 67
Figura 76– Hernesto Richetti foi quem retirou a primeira pedra de sua pedreira. ............ 68
Figura 77– Pedreira da família Piran, 1970. ......................................................................... 68
Figura 78 – Tanque construído por Francisco Busatta. Foto 2013. ...................................... 68
Figura 79 – Pórtico do acesso principal a cidade. ................................................................ 68
Figura 80 – Vista Parque na Expo Paraí. ............................................................................. 69
Figura 81 – Vista Parque na Expo Paraí. ............................................................................. 69
Figura 82 – Estandes Internos. ............................................................................................ 69
Figura 83 – Estandes Internos. ............................................................................................ 69
Figura 84 – Estandes Internos. ............................................................................................ 70
Figura 85 – Estandes Externos. ........................................................................................... 70
Figura 86 – Show João Neto e Frederico. ............................................................................ 70
Figura 87 – Estandes Tecnoclara ........................................................................................ 71
Figura 88 – Curral Tecnoclara ............................................................................................. 71
Figura 89 – Rodeio de Estadual de Paraí. ........................................................................... 72
Figura 90 – Gineteada Rodeio Estadual de Paraí. ............................................................... 72
Figura 91 – Dança Artística.................................................................................................. 72
Figura 92 – Dança Artística.................................................................................................. 72
Figura 93 – Jogo Copa Basalto 2014. .................................................................................. 73
Figura 94 – Participantes da Copa Basalto 2014. ................................................................ 73
Figura 95 – Pedras de Basalto. ............................................................................................ 74
Figura 96 – Colunas de basalto natural................................................................................ 74
Figura 97 – Centro de Visitantes do Jardim Botânico, 2013. ................................................ 75
Figura 98 – Complexo de Piscinas Municipais. .................................................................... 75
Figura 99 – Umeå Campus Park, 2011. ............................................................................... 75
Figura 100 – Parque Red Ribbon, 2007. .............................................................................. 75
Figura 101 – Parque de Atividades Zhangmiao, 2013.......................................................... 76
Figura 102 – Localização árvores no terreno. ...................................................................... 78
Figura 103 – Proposta Zoneamento 01. ............................................................................... 86
Figura 104 – Proposta Zoneamento 02. ............................................................................... 87
Figura 105 – Proposta Zoneamento 03. ............................................................................... 88
Figura 106 – Proposta Fluxograma e Organograma 01. ...................................................... 89
Figura 107 – Proposta Fluxograma e Organograma 01. ...................................................... 90
Figura 108 – Proposta Fluxograma e Organograma 01. ...................................................... 90

7
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de Áreas Edifício Multiplo Uso...................................................... 20

Tabela 2 - Tabela de Áreas Edifício Lanchonete. ...................................................... 21

Tabela 3 - Tabela de Áreas Guarda Florestal e Bombeiros. ..................................... 22

Tabela 4 - Tabela de Áreas Anfiteatro. ...................................................................... 23

Tabela 5 – Municípios Próximos de Paraí. ................................................................ 37

Tabela 8 – Eventos e Infraestrutura Necessária. ...................................................... 82

Tabela 9 – Compartimentos Setor Admirativo. .......................................................... 83

Tabela 10 – Compartimentos Setor Apoio. ............................................................... 83

Tabela 11 – Compartimentos Setor Social. ............................................................... 84

8
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Pavimentação das Vias. ......................................................................... 46

Quadro 2 – Vistas do Terreno. .................................................................................. 59

Quadro 3 – Diretrizes de Projeto. .............................................................................. 78

Quadro 4 – Diretrizes Urbanas Propostas ................................................................. 91

9
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
1.1 Tema ............................................................................................................ 11
1.2 Justificativa ................................................................................................... 12
1.2 Objetivo Geral .............................................................................................. 13
1.3 Objetivos Específicos.......................................................................................... 13
2 ESTUDOS DE CASOS ....................................................................................... 15
2.2 Projeto 01: Parque Urbano e Vivencial do Gama ......................................... 15
2.3 Projeto 02: Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Brooklyn ............... 25
2.4 Projeto 03: Concurso para Simon Diaz Urban Integration Center ................ 30
2.5 Conclusão dos Estudos................................................................................ 36
3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ................................................. 37
3.1 Contextualização Regional........................................................................... 37
3.2 Entorno......................................................................................................... 40
3.3 Transporte .................................................................................................... 55
3.4 Área de Implantação .................................................................................... 56
3.5 Síntese da Legislação Geral e Específica do Tema ..................................... 61
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 63
4.1 Histórico dos Parques Urbanos .................................................................... 63
4.2 Histórico de Paraí ......................................................................................... 65
4.3 Eventos ........................................................................................................ 69
5 PARTIDO GERAL ............................................................................................... 74
5.1 Conceito, Forma e Inspirações. ................................................................... 74
5.2 Carta de Intenções ....................................................................................... 76
5.3 Diretrizes do Projeto ..................................................................................... 78
5.4 Definições do Programa de Necessidades .................................................. 82
5.5 Programa de Necessidades Pré Dimensionado ........................................... 82
5.6 Zoneamento ................................................................................................. 85
5.7 Fluxograma e Organograma ........................................................................ 89
5.8 Diretrizes Urbanas Propostas ...................................................................... 91
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 92
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 93
ANEXO 01: PRANCHAS ........................................................................................... 96
10
1. INTRODUÇÃO

Um Parque Multiuso é um equipamento urbano capaz de causar vários efeitos na


comunidade em geral. Conscientizar as pessoas para a preservação ao meio
ambiente, incentivar e valorizar a cultura, com áreas de sociabilização e de encontro
das pessoas. Além de proporcionar uma maneira de qualificar a qualidade de vida
dos moradores da cidade e região.
Os parques são equipamentos urbanos vindos para sanar as necessidades de
cada cidade, podendo ter diversos usos, diferenciados dos demais, ou seja, são
áreas destinadas a servir a população do meio inserido. Normalmente os parques
possuem junto a eles áreas de recreação, estar, áreas esportivas, centros culturais,
além de uma infraestrutura básica para a realização dos eventos que ocorrem na
cidade em que se localizam.

Implantar na cidade um local apropriado para receber eventos,


juntamente com um espaço que possibilite uma melhor qualidade de
vida da população - um local que propicie vida social, que possa
reunir todas as faixas etárias, que permita a realização de diversas
atividades simultâneas e que, além de tudo, seja agradável
visualmente e fisicamente. (FEDATO, 2010).

Tendo como base estas informações, o trabalho em questão tratará de resolver,


através de uma proposta arquitetônica, as inexistências e problemas de
infraestrutura de uma área que já é utilizada como parque, além de proporcionar
novas atividades, que ainda não existem e que possam tornar o espaço ainda mais
atraente, visualmente e fisicamente, como descrita por Fedato (2010).

1.1 Tema

O projeto do Parque Multiuso resultará de uma remodelação do Parque Municipal


de Rodeios Tranquilo Zadinello, já existente e inserido no Loteamento Zadinello na
cidade de Paraí, Rio Grande do sul – Brasil. O parque está ligado diretamente com a
11
cidade, junto à malha urbana da mesma, próximo ao bairro São José e distante
aproximadamente 1 km do centro urbano.
A escolha do tema se deu por vários fatores, todos relevantes, como: a
localização, pois se trata de uma área natural consolidada juntamente com a malha
urbana; por ser de propriedade pública pertencente à prefeitura Municipal; de fácil
acesso aos usuários; do número expressivo de visitantes diariamente e em eventos
realizados durante o ano; e principalmente por ser uma área que até então, no
desenvolvimento das cidades, por questões imobiliárias, não era de grande
importância, mas que influência diretamente na qualidade de vida dos moradores de
centros urbanos.
Outro aspecto de relevância é que o mesmo já é usado como parque
orginalmente, então a intervenção tratará de qualificar, melhorar, aumentar e
diversificar os espaços para as pessoas que já frequentam o espaço e as que
passarão a frequentar.
Apesar da cidade de localização do parque ser de pequeno porte, o espaço já
expressa um caráter muito significativo para a população em geral, e
consequentemente sua viabilidade econômica é possível pela certeza de que o
mesmo será ainda mais utilizado do que já é atualmente e, também, porque não
possuirá limitação de uso, pois é um espaço público aberto e de propriedade
pública.

1.2 Justificativa

O parque escolhido para a realização do projeto, já é usado para tal, com várias
atividades que já acontecem durante o ano todo. Segundo informações coletadas na
página da Prefeitura Municipal, os principais eventos são:
 Festival de Jogos, em julho;
 Expo Paraí, que acontece a cada dois anos no mês de julho;
 A Tecnoclara é promovida pela empresa Santa Clara, realizada todo o ano.
Nos anos que é realizada a Expo, ambos os eventos acontecem
paralelamente.

12
 Copa Basalto, campeonato de futebol que já é tradicional há anos,
completando 17 edições, realizado no primeiro semestre de todo o ano. A
Copa Basalto é a mais importante dentre tantas competições esportivas
realizadas no parque;
 Rodeio Estadual, atividade que deu origem ao parque em 1991 e que é
realizado a cada dois anos, até os dias de hoje. O evento acontece durante
quatro dias e também conta com um número expressivo de participantes.
Além de espaço e atividades de lazer que pessoas de todas as idades e gêneros,
da mesma cidade e redondeza costumam usar, visto que não há outro parque na
cidade. Mas o mesmo apresenta certa carência de infraestrutura necessária para a
realização das atividades, sendo necessária uma requalificação e restruturação,
além de possuir uma área grande livre que podem ser implantados novos usos
como: espaços de esporte, estar e lazer, e ainda um palco para eventos e shows
que normalmente acontecem, mas que não possuem um local adequado.

1.2 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral de propor o projeto de revitalização


e reestruturação dos espações já existentes no parque e implantar novos atrativos,
tanto de áreas de estar, como lazer e esporte, para proporcionar aos mais variados
usuários diversificadas atividades e integradas a natureza. Disponibilizando uma
infraestrutura proporcional à necessidade do local para o melhoramento e o bem
estar das pessoas, inibindo também o desconforto em relação à ausência de
acessibilidade universal.

1.3 Objetivos Específicos

 Implantar novos atrativos ao parque como: pista de caminhada e ciclovia, estar,


espaço para acampamento, espaço para estar e churrasqueira, chimarródromo,
academia ao ar livre, playground, palco para eventos, entre outros, mantendo a
originalidade de uso do parque, porém, com mais variedades;

13
 Disponibilizar infraestrutura necessária para eventos que acontecem durante
todo o ano, como:
1. Arquibancada e vestiário para a parte de esportes, pois acontecem vários
campeonatos que vão de municipais a regionais;
2. Os espaços necessários para o rodeio, com uma área destinada para
cavalos, acampamento com toda a infraestrutura necessária, acesso
apropriado para ônibus e caminhões e apoio para melhor realização do
mesmo;
3. A Expo Paraí que necessita de uma grande estrutura desde estandes internos
e externos, além de espaço adequado para o estacionamento e para os
shows realizados que reúnem aproximadamente quatro mil pessoas;
4. E a Tecnoclara que basicamente ocuparia a mesma infraestrutura da expo,
por ser realizada juntamente com a mesma; entre outros eventos relevantes.

 Reconhecer, respeitar e conservar a vegetação existente, pois a área possui uma


grande quantidade e variedade de vegetação, principalmente de médio e grande
porte. E também adaptar o projeto ao máximo para manter a topografia natural
existente;
 Tornar todos os ambientes do parque acessível para PNE.
 Buscar a vegetação e a topografia, e torná-las aliadas na criação de senários e
ambientes de encontro e contemplação.

14
2 ESTUDOS DE CASOS

Para a melhor realização e desenvolvimento do presente projeto, serão


analisados três estudos, obtendo assim uma fundamentação teórica de dados e
informações que virão a agregar positivamente o mesmo.

2.2 Projeto 01: Parque Urbano e Vivencial do Gama


Ficha Técnica:

Localização: Brasília;
1º Lugar no concurso: Parque Urbano e Vivencial do Gama;
Ano do Concurso: 2012;
Projeto: Leandro Rodolfo Schenk, Luciana Bongiovanni Martins Schenk,
Mailton Sevilha, Lisandra dos Santos Casagrande e Michel Platini Barbosa;
Área total do Parque: 529.400,00
Área de Edificações: 1.300,00
Área de Urbanização: 52.940,00
Data de construção: Não construído.

Figura 1– 3D Parque Urbano Vivencial da Gama.


Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Segundo informações tiradas do site do concurso, O Parque Urbano Vivencial


da Gama é uma área de propriedade pública e foi criado em 1998, com o intuito e
objetivo principal de o mesmo proporcionar lazer, recreação, estimular as atividades
culturais e educativas.
15
Na concepção conceitual do projeto, os pontos principais que foram levados
em consideração estão relacionados ao paisagismo, infraestrutura necessária,
sociabilidade dos espaços e a integração com a cidade qualificando o espaço
urbano melhorando o meio urbano em questão.
Ainda outro ponto focal, foi de englobar arquitetonicamente o parque e não
descuidar da viabilidade do mesmo, principalmente na manutenção do paisagismo
proposto. Com isso foi estudado o bioma natural da região, condições do relevo,
entre outros.

Por se tratar de um parque


de grade extensão inserido
na malha urbana já
consolidada, o mesmo
serviria de separação do
entorno, mas com caminhos
de passagem direta e
acessos criados ao longo
do mesmo, possibilita total
ligação e integração. Além
disso, se trata de um
espaço público com todos
os ambientes acessíveis
para a população em geral
ACESSOS PRINCIPAIS (Fig 02).
Figura 2– Implantação Parque.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Com um programa de necessidades bem completo, semelhante ao que será


proposto no projeto em estudo, o exemplo possui, os setores: administrativo (sede
administrativa, estacionamento geral, de funcionários e de ônibus); social/lazer
(convivência para idosos, praça comunitária, jardim infantil, viveiro de mudas, trilhas
percurso em pedriscos, reflorestamento, campos de murundus, caminhos e horta
comunitária); eventos: platô de atividades livres; apoio (lanchonete, vestiários,
guarda florestal e bombeiro, postos de coleta seletiva de lixo, caixa d’água central);

16
esporte (equipamentos para atividades físicas, quadras de areia, quadras
poliesportivas, pista de skate, pista de aeromodelismo, espelho d’água -
nautimodelismo, circuito de ciclovias, circuito de ginástica para pessoas com
deficiência, campo de futebol e arquibancada) (Figura 03).

Figura 3 – Zoneamento setorizado.


Fonte: Concurso de Projeto, 2012. Adaptada pelo autor, 2015.

Observa-se que o fluxo de pedestres é feito de forma mais direta, com


caminhos mais curtos nas passagens de circulação rápida, sendo nesses sentidos o
mais intenso. Os demais caminhos formam visuais e espaços de contemplação para
quem deseja ter um contato maior com a natureza e o fluxo de abastecimento
acontecem principalmente nos acessos para a parte de apoio, praça de alimentação
e eventos, como se pode observar na Figura 04.
Ainda referente ao fluxograma observa-se que não existe uma sequência de
uso, tendo tarefas diferentes em lugares diferentes, deixando-o com as atividades
bem distribuídas, exceto as partes de apoio e administrativo que se encontram mais
aglomeradas. Entre os setores possui várias atividades e caminhos de ligação que
permitem acesso em todas as atividades e ainda acontece em determinado circuito
a pista de ciclovia.

17
Figura 4 – Estudo do fluxo de pedestres e abastecimento.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012. Adaptada pelo autor, 2015.

Figura 5 – Fluxograma do Parque Urbano.


Fonte: Autor, 2015.

Para as áreas de vegetação (Figuras 06, 07 e 08), os autores elaboraram


estudos em relação à estética que as árvores apresentariam para cada estação do
ano, partindo da ideia inicial de mosaico e com o objetivo principal de transformar o
lugar em relação à visão da cidade, agregando um elevado valor estético.

18
Figura 6 – Paisagismo proposto Figura 7– Paisagismo proposto.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012. Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Figura 8 – Vegetação e Água presentes no terreno.


Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

A infraestrutura utilizada no projeto se resume em iluminação para pedestres


ao longo dos caminhos, edificações com instalações de apoio para atender aos
visitantes, paginação adequada tanto para acessibilidade e drenagem de água
pluvial e do córrego existente. Por ser implantado em um terreno com córregos e
nascentes, à presença da água na forma de pequenos riachos em vários momentos,
então, tirando proveito desse fenômeno natural, o projeto apresenta em
determinados espaços drenagem e, em outros, torna-o aparente em forma de
riacho, integrando ao projeto paisagístico.

19
A topografia do terreno proporcionou uma maior facilidade quanto a
Acessibilidade Universal, sendo possível o acesso em todos os ambientes, internos
e externos, por rampas de acesso (Figura 09 e 10).

Figura 9 – Drenagem. Figura 10 – Rampa acessibilidade.


Fonte: Concurso de Projeto, 2012. Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Objetivando um melhor desenvolvimento do trabalho em relação às


dimensões necessárias para os setores que estarão presentes no parque multiuso
de Paraí, fez-se uma tabela de áreas dos compartimentos existentes no Parque
Urbano Vivencial da Gama. Separando as tabelas de forma que, cada tabela se
refere a uma edificação num todo, tem-se as Tabelas 01, 02, 03 e 04:

Tabela 1 - Tabela de Áreas Edifício Multiplo Uso.


Setor Nome do Dimensões Área Útil / m² Mobiliário
compartimento (L x C) Metros existente
ADM Administrativo. 40,0 x 10,0 m 400,00 m² ----
SOCIAL Convivência para
35,0 x 10,0 m 350,00 m² ----
/LAZER Idosos.
SOCIAL Encontro, Educação
57,0 x 10,0 m 570,00 m² ----
/LAZER e Cultura.
APOIO Lanchonete. 10,0 x 26,0 m 260,00 m² ----
APOIO Vestiários. 10,0 x 12,0 m 120,00 m² ----
Área Total 1.700,00 ----
Área total construída aproximadamente 4.712,42 m²
Fonte: Autora, 2015.

20
Na Figura 11, pode-se observar a planta baixa e todos os compartimentos
que fazem parte do Edifício Multiplo Uso.

Figura 11 – Planta Edifício Multiplo Uso.


Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Seguindo o mesmo modelo, podem-se ver os compartimentos que fazem


parte do Edifício Lanchonete e a tabela de áreas (Figura 12).

Tabela 2 - Tabela de Áreas Edifício Lanchonete.


Setor Nome do Dimensões Área Útil / m² Mobiliário
compartimento (L x C) Metros existente
APOIO Lanchonete 7,0 x 6,0 m 42,00 m² ----
APOIO Guarita 3,0 x 7,0 m 21,00 m² ----
APOIO Vestiários. 10,0 x 13,0 m 130,00 m² ----
Área Total 193,00 m² ----
Área total construída aproximadamente 285,85 m²
Fonte: Autora, 2015.

21
Figura 12 – Planta Edifício Lanchonete.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Em seguida a planta baixa com os compartimentos que fazem parte do


Edifício do Guarda Florestal e Bombeiro (Figura 13).

Tabela 3 - Tabela de Áreas Guarda Florestal e Bombeiros.


Setor Nome do Dimensões Área Útil / m² Mobiliário
compartimento (L x C) Metros existente
APOIO Corpo de Bombeiro 5,50 x 8,0 m 44,00 m² ----
APOIO Depósito 5,50 x 8,0 m 44,00 m² ----
APOIO Sanitários 7,0 x 3,50 m 24,50 m² ----
APOIO Sala Jardineiro 5,50 x 5,50 m 30,25 m² ----
Área Total 142,75 m² ----
Área total construída aproximadamente 200,15 m²
Fonte: Autora, 2015.

22
Figura 13 – Planta Edifício do Guarda Florestal e Bombeiros.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

E concluído a análise de áreas, a seguir a tabela de áreas e planta baixa com


os compartimentos existentes na edificação do Anfiteatro (Figura 14).

Tabela 4 - Tabela de Áreas Anfiteatro.


Setor Nome do Dimensões Área Útil / m² Mobiliário
compartimento (L x C) Metros existente
APOIO Depósito 4,0 x 7,50 m 30,00 m² ----
APOIO Camarim 5,50 x 5,50 m 30,25 m² ----
APOIO Sanitários 2,50 x 5,0 m 12,50 m² ----
SOCIAL /
Palco 40,0 x 18,0 m 720,00 m² ----
LAZER
APOIO Sala de Ensaios 8,00 x 7,50 m 60,00 m² ----
APOIO Guarita 2,50 X 2,50 m 6,25 m² ----
Área Total 142,75 m² ----
Área total construída aproximadamente 175,54 m²
Fonte: Autora, 2015.

23
Figura 14 – Planta Edifício Anfiteatro.
Fonte: Concurso de Projeto, 2012.

Na distribuição das atividades e forma de implantação, observa-se que as


atividades ficam mais concentradas nos extremos leste e oeste, e na extremidade
norte foi mantida uma área de reserva que possui nascente e vegetação nativa.
O projeto não possui uma hierarquia de acesso e não possui pórtico de
entrada principal. Os acessos são feitos em todas as faces do terreno, porém se
concentram mais nas faces sul, leste e oeste.
Analisando a habitabilidade do mesmo, pela grande quantidade de vegetação
torna-se termicamente muito agradável de estar e consequentemente acrescenta ao
seu entorno edificado também um maior conforto térmico e acústico, ou seja,
benefícios que uma área verde transmite. A edificação principal de estrutura
convencional possui um grande saguão que pode ser aberto e garantindo uma boa
ventilação.
Concluindo a análise do Parque Urbano e Vivencial da Gama, pode-se dizer que
ele se diferencia dos outros por possuir um programa de necessidade bem completo
e diversificado, e dispõe de espaços para todas as idades, sexo e inclusive para
portadores de necessidades especiais, sendo um ponto muito valorizado no projeto.

24
2.3 Projeto 02: Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Brooklyn

Ficha Técnica
Arquitetos: WEISS/MANFREDI Architecture/Landscape/Urbanism;
Localização: Brooklyn, NY 11225, EUA;
Implantação: WEISS/MANFREDI Architecture/Landscape/Urbanism;
Paisagismo: HMWhite;
Ano do projeto: 2013;
Área construída: 1860 m²;
Terreno: Isolado;
Status: Concluído.

Figura 15– Centro de Visitantes do Jardim Botânico.


Fonte: Pedrotti, 2013.

Ganhador de um Prêmio de Excelência em Design, pela Comissão Pública de


Design de Nova York, o projeto está situado em uma grande área isolada de jardim
(Figura 16). Posicionado em uma colina mais ao nordeste do jardim o projeto foi
implantado de forma a parecer uma extensão da topografia original.
Continuando as curvas criadas pelos jardins, o edifício segue a mesma forma,
seguindo as mesmas linhas e terminando com grandes vãos em vidro para o
fechamento, permitindo a máxima integração com o externo.

25
Figura 16 – Implantação.
Fonte: Pedrotti, 2013.

Como o projeto é uma única edificação e foi implantada em meio a um Jardim


Botânico, segue o zoneamento macro sobre a localização (Figura 17).

Figura 17 – Zoneamento Macro.


Fonte: Pedrotti, 2013, adaptada pelo autor.

26
Marcado por um acesso principal (Figura
18), toda a configuração dos espaços vem em
sequência. Apoio, restaurantes e galerias, fazem
parte da edificação que marca a entrada, em
seguida, os visitantes terão os jardins de
contemplação e poderão vislumbrar todos os
visuais que ele proporciona (Figura 19).

Figura 19 – Imagem entrada principal.


Fonte: Pedrotti, 2013.

Figura 18 – Fluxogama do Centro de Visitantes.


Fonte: Autora, 2015.

O sentido dos fluxos tanto de pedestres e abastecimento, iniciam-se do


acesso principal, e seguem pela edificação (Figura 20). Ainda há um acesso do lado
oposto do principal, porém se resume basicamente para pedestres.

Figura 20 – Fluxos Pessoas e Abastecimento.


Fonte: Pedrotti, 2013.

O projeto estudado apresenta acessibilidade universal na edificação principal,


que é o Centro de Visitantes, e nos principais caminhos, há alguns estares e
caminhos que não estão adequados perante a norma NBR 9050.

27
A composição Arquitetônica, observada na edificação, possui principalmente
textura, pois todo o fechamento externo é pele de vidro, (Figuras 21 e 22).

Figura 21 – Acesso PNE. Figura 22 – Fechamento em Vidro.


Fonte: Pedrotti, 2013. Fonte: Pedrotti, 2013.

Observando a fachada do Centro de Visitantes, contata-se que o mesmo


representa um contraste, pois a pele de vidro remete a leveza e amplitude, mas esse
efeito é quebrado pelo volume de concreto que surge para contrastar e dar peso na
composição. Constatado ainda, que possui balaço assimétrico na fachada, como um
elemento que pesa, o outro minimiza e torna a fachada harmônica. Traçando um
eixo no centro pode-se visualizar melhor esse efeito.
Não possui uma hierarquia de acesso bem definida, visualmente o que
possivelmente marcaria o acesso é a escada e paginação, pois no volume não está
claramente definido (Figura 23).

Figura 23 – Fachada Principal.


Fonte: Pedrotti, 2013.

Os elementos arquitetônicos são pele de vidro, cobertura verde e cobertura e


beirais em vidro, que formam uma composição interessante e diferenciada (Figuras
24, 25 e 26).
Na implantação do Centro de Encontro, foram utilizadas várias técnicas que
minimizariam o ganho de calor. Aproveitando o desnível do local de implantação, a

28
fachada norte limita-se em partes pelo solo, a fachada sul com fechamento em vidro
poroso, ambos auxiliando sua eficiência térmica. E, principalmente a cobertura verde
que funciona duplamente, ajudando no conforto térmico e sustentabilidade, pois o
sistema implantado faz com que o próprio jardim filtre a água da chuva para seu
reaproveitamento, posteriormente.

Figura 24 – Cobertura Verde. Figura 25 – Cobertura em Figura 26 – Beiral metal e


Vidro. Vidro.
Fonte: Pedrotti, 2013. Fonte: Pedrotti, 2013. Fonte: Pedrotti, 2013.

Os grandes vãos de fechamento em pele de vidro e a cobertura em estrutura


metálica e vidro no percurso de entrada (Figuras 27 e 28), permitem diretamente a
entrada da luz natural, assim garantem um papel de sustentabilidade e
habitabilidade da obra.

Figura 27 – Vãos em Pele de Vidro. Figura 28 – Vãos em Pele de Vidro.


Fonte: Pedrotti, 2013. Fonte: Pedrotti, 2013.

Utilizado um sistema simples de construção, sendo alvenaria e vidro, e com a


combinação de ambos, o arquiteto conseguiu exprimir leveza e integração com os
29
ambientes externos x interno, pois o vidro reflete seu entorno e transmite a sensação
de amplitude.
Ao concluir o segundo estudo de caso, um dos aspectos mais importantes
que se deve repensar é sobre a questão da sustentabilidade que torna a edificação
muito mais viável e habitável, além de levar em consideração o seu entorno. É
interessante destacar também como o arquiteto, ao conceber o projeto do Centro de
Visitantes, conseguiu trabalhar positivamente o projeto valorizando ainda mais o
entorno sem impactar.

2.4 Projeto 03: Concurso para Simon Diaz Urban Integration Center

Ficha Técnica
Tipo de Projeto: Bairro, concursos, equipamentos, espaço público e concessão;
Cliente: Instituro Caracas Metropolitan Oficina de Planejamento (IMUTC);
Ano: 2010;
Localização: Petare, Caracas, Venezuela;
Área de Construção: 4.829,90 m².
Fonte: http://www.arepa.info/

Figura 29 – Pórtico Entrada Principal.


Fonte: Franco, 2011.

30
“O concurso Projecto para Simon Diaz Urbano Centro de Integração
em Caracas, Venezuela, procurou melhorar a conectividade e
acessibilidade do Centro Simon Diaz, e ao mesmo tempo, gerar novos
espaços públicos para a cidade promovendo integração social, cultural
e espacial.” (Franco, 2011).

No final dos anos 50 foi construída uma casa de luxo, distante do centro
urbano, com uma localização e vistas privilegiadas. Local originalmente conhecido
por “Quinta Los Borges”, a localização que anteriormente era privilegiada acabou
sendo cercado pela urbanização descontrolada, efeito do rápido crescimento da
cidade.
Para revitalizar o local foi tentando manter as características já existentes,
incorporando o mesmo na cidade e deixando todos os espaços públicos e
acessíveis a toda população. Outro ponto importante foi à transformação na Rua
Florença, principal ligação com o centro, transformando-a em um eixo de
diversificado de usos, com feiras e vários atrativos, como se pode observar na Figura
30.

Praça da Música
Praça da Fé Centro de Educ.
Ambiental.

Auditório

Rua, Passeio
e Ciclovia.

Mercado público
Mercado e
Complexo Esportivo

Praça da Cidade

Figura 30 – Implantação.
Fonte: Franco, 2011.
31
Na implantação, foram consideradas as edificações já existentes e os novos
usos foram dispostos de forma paralela ao terreno, que constitui uma configuração
orgânica pela consequência de seguir como o fluxo de pedestres está organizado
(Figuras 31 e 32). Os acessos se resumem principalmente em três extremos e estão
direcionados pela Praça da cidade, Praça da fé e último pelo Centro de Educação
Ambiental.

Figura 31 – Acessos Principais. Figura 32– Fluxos.


Fonte: Franco, 2011 adaptada pelo autor, 2015. Fonte: Franco, 2011 adaptada pelo autor, 2015.

Com o intuito de transformar e impactar o menos possível o centro social e a


casa já existente e declarada de interesse cultural, porém, assumindo o dever de
remodelar todo o seu entorno, preservando todo o passado histórico existente.
Foram criadas área de esporte, lazer, feiras, ciclovia, e etc, tudo para que o
mesmo torne-se algo significativo na malha urbana, possibilitando maior valorização
do bairro e contribuindo para o melhoramento da qualidade de vida das pessoas
(Figuras 33, 34, 35 e 36).

32
Figura 33 – Fluxograma.
Fonte: Autor, 2015.

Figura 34 – Zoneamento.
Fonte: Franco, 2011.

Figura 35 – Feira na Rua Florença. Figura 36 – Mercado Público Rua Florença.


Fonte: Franco, 2011. Fonte: Franco, 2011.

33
Espaços para Horticultura servindo de apoio para as escolas, ambientes de
contemplação da cidade elaborados como mirantes e espaços de estar ao ar livre
também foram propostos (Figuras 37 e 38).

Figura 37 – Horta Comunitária. Figura 38 – Estar Mirante.


Fonte: Franco, 2011. Fonte: Franco, 2011.

O acesso principal de pedestres é da Rua Fé e Alegria (Figuras 39 e 40),


demonstrando uma clara hierarquia de acesso, e ainda seguindo um mesmo traçado
da escada surge um volume quadrado que se transforma em um pequeno auditório
disponível para as escolas.

Figura 39 – Pórtico Entrada Principal. Figura 40 – Auditório.


Fonte: Franco, 2011. Fonte: Franco, 2011.

Para a criação dos caminhos internos do parque, o projeto utilizou-se dos


caminhos existentes que as pessoas já costumavam percorrer. Trajetos realizados
diariamente que seguiam os “caminhos” da topografia natural, ou seja, curva de
níveis. Ainda foi utilizando materiais locais reciclados, assumindo assim um bom
resultado econômico e ambiental.

34
Ainda sobre a sustentabilidade, como foram respeitadas as rotas já existentes
não foi preciso retirar árvores e sim, criaram mais áreas verdes ao redor, com layout
flexível e principalmente com baixa manutenção.
Na questão de acessibilidade universal, as ruas e os espaços públicos estão
aptos ao acesso PNE (Figura 41).

Figura 41 – Ciclovia e Praça da Música.


Fonte: Franco, 2011.

Os materiais empregados seguiram uma linha de conceito que liga a casa, o


parque e o bairro vizinho, buscando assim mão de obra e materiais local, porém
limitando na questão relacionada à tecnologia, mas obtendo um significativo
resultado na redução de custos no transporte e na construção.

Concluindo a análise do terceiro estudo, pode-se enfatizar a importância do uso


de equipamentos comunitários, bem como a sustentabilidade de materiais e mão de
obra, formando ainda um conjunto que atrairá maior número de visitantes pela
valorização do local.

35
2.5 Conclusão dos Estudos

Fazendo um comparativo entre os estudos de caso podem-se citar vários aspectos:


 Os estudos um e dois possuem um programa de necessidades bem
elaborado e que atendem a necessidade da população, mas no estudo 3
nota-se que poderia ter mais espaços de apoio e estacionamento.
 Na questão de acessibilidade universal, aparentemente o estudo um possui
100% dos espaços adaptados a acessos PNE, já os demais possuem alguns
espaços que não tem esse acesso permitido.
 Sobre a sustentabilidade e habitabilidade, observou-se que todos os estudos
tiveram essa preocupação em relação à vegetação já existente, materiais
utilizados e forma de implantação dos edifícios de apoio.
 No estudo dois foi empregado na cobertura um sistema com tecnologia
avançada que permite que o telhado filtre a água da chuva para a
reutilização.
 Os elementos arquitetônicos encontrados nos projetos se resumem em pele
de vidro, marquises, beirais, coberturas verdes e grandes vãos abertos.
O Parque Urbano Vivencial da Gama é um ótimo exemplo, pois possui um
programa de necessidades bem diversificado e o arquiteto conseguiu trabalhar muito
bem todas as áreas e acessos.
A análise de todos os itens de cada projeto foi de grande importância pelo fato de
que o Parque Multiuso que será implantado em Paraí também terá diversos espaços
de estar, lazer e eventos, e que os mesmos deverão ser dinâmicos e acessíveis à
população.

36
3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

3.1 Contextualização Regional

O Parque Municipal de Rodeios Tranquilo Zadinello, como já mencionado é


um parque existente, localizado na região norte do Estado do Rio Grande do Sul, na
Cidade de Paraí. A cidade de Implantação é considerada de pequeno porte,
ocupando uma área de 121,4 km² e apresenta 6.953 habitantes (FEE - 2013),
(Figuras 43 e 44).
O terreno possui uma área de aproximadamente 138.691,19m², inserido na
malha urbana da cidade, mais precisamente no Loteamento Zadinello e tendo o
Bairro São José como limite.

Figura 42 – Localização Paraí, RS.


Fonte: Google Earth, 2015.

Distâncias dos Munícipios mais próximos à cidade de Paraí (Tabela 05):

Tabela 5 – Municípios Próximos de Paraí.


CIDADE DISTÂNCIA (KM) CIDADE DISTÂNCIA (KM)
Cap. Porto Alegre 216,0 km David Canabarro 35,8 km
Passo Fundo 90,8 km Santo Antônio do Palma 35,4 km
Lagoa Vermelha 72,5 km São Domingos do Sul 13,0 km
Marau 59,2 km São Jorge 20,3 km
Casca 24,2 km Nova Araçá 15,1 km
Vila Maria 42,0 km André da Rocha 59,6 km
Vanini 24,5 km Serafina Corrêa 37,9 km
Fonte: Autor, 2015.

37
Figura 43 – Localização Paraí na Mesorregião.
Fonte: Brasil Channel adaptado pelo autor, 2015.

Lembrando que, por se tratar de uma cidade pequena, todos os equipamentos


públicos se tornam muito próximos dos bairros, das pessoas e do parque, que
também é um equipamento público (Figura 45). O terreno está distante
aproximadamente 1 km do centro urbano.

38
Figura 44 – Localização principais pontos da cidade.
Fonte: Google Earth adapta pelo autor.

Apesar de a cidade ser de pequeno porte, conta com muitas indústrias na


geração de renda do município, principalmente extração de basalto que atualmente
está sendo comercializado com indústria no exterior, segundo informações coletadas
na Prefeitura Municipal. Outra atividade importante e também uma das principais é a
agropecuária, voltada na agricultura familiar com propriedades divididas em áreas
médias de 13,8 hectares e o principal produto cultivado na região é o milho.

39
3.2 Entorno

3.2.1 Mapa Noli

Com o aumento populacional as


cidades vêm crescendo muito rapidamente,
e em Paraí não é diferente. Com tudo, os
bairros apresentam um elevado número de
terrenos sem uso, baldios, que representam
¼ do total, visualizando assim no mapa
muitos vazios urbanos (Figura 46 e 47).
Com isso hoje pode se dizer que a
densidade demográfica dos bairros
próximos ao Parque é baixa e os problemas
urbanísticos de fluxos, também são baixos. Figura 45 – Gráfico de Cheios e Vazios.
Fonte: Autor, 2015.

PARQUE MUNÍCIPAL

Figura 46 – Mapa do entono cheios e vazios.


Fonte: Autor, 2015.

40
3.2.2 Skyline

Figura 47– Vista do terreno, Skyline.


Fonte: Google Earth, adaptada pelo autor.

Analisando as faces das quadras próximas do acesso principal ao Parque,


pode-se observar que (Figuras 48, 49 e 50):

- Há vários terrenos que não foram edificados ainda;


- Apresenta uma tipologia enquadrada em residência unifamiliar;
- Apenas uma edificação é de dois pavimentos, sendo assim, todas as construções
horizontais de um único pavimento;
- Não apresenta vegetação no passeio público;
- Não apresenta qualquer tipo de comércio;
- Possui redes de energia elétrica.

41
Figura 48 – Skyline 01. Figura 49 – Skyline 03.
Fonte: Autor, 2015. Fonte: Autor, 2015.

42
3.2.3 Infraestrutura: Sistema Viário

Quanto à classificação das vias de acordo com sua existência na malha urbana
de Paraí, têm-se as ruas do entorno do terreno classificadas em locais e as ruas que
ligam os Bairros e o Parque ao centro são coletoras. Não há presença de Arteriais
na área estudada, porém a avenida principal é Arterial (Figura 51).

Figura 50 – Mapa hierarquia Viária.


Fonte: Autor, 2015.

Ao analisar os fluxos de veículos e pedestres nas ruas do entorno, têm-se


duas situações para verificar. A primeira é que em dias da semana, sem nenhuma
atividade no Parque Municipal, todo o entorno seria classificado como de fluxo tanto
de pedestres como veículos de baixa intensidade, sendo que no entorno do parque
não há nenhum tipo de indústria ou comércio que traria mais pessoas para a região.
A segunda situação, e mais importante para ser analisada, são os dias que
acontecem eventos no parque, envolvendo um grande número de pessoas e
veículos em sentido ao parque aumentando o fluxo das principais ruas de ligação ao
mesmo (Figura 52). Situação inversa da primeira que possui o maior fluxo no sentido
dos bairros para o centro da cidade.

43
Figura 51 – Mapa fluxos das Vias.
Fonte: Autor, 2015.

Observou-se ainda que todas as vias são de dois sentidos (mãos dupla), com
pista de rolamento composta por faixa de veículos e estacionamento. O passeio
público não existe na maioria das ruas, exceto nas ruas principais mais próximas da
única avenida da cidade.
A sinalização viária é feita por Lombadas e placas de Pare, não necessitando
novas sinalizações, pois o fluxo na maior parte do ano é de baixa intensidade, e não
foi encontrado nenhum ponto crítico aparentemente. Porém, a conservação das
sinalizações é precária principalmente das Lombadas que se encontram bem
deteriorada (Figuras 53, 54 e 55).

Figura 52 – Lombadas. Figura 53 – Lombadas.


Fonte: Autor, 2015. Fonte: Autor, 2015.

44
Figura 54 – Mapa sentido das vias, ruas e cruzamentos.
Fonte: Autor, 2015.

A largura predominante nas caixas das vias é de 16 metros, incluindo a faixa de


veículos, estacionamento de ambos os lados e o passeio público. Porém na maioria
das ruas não possui paginação nos passeios público sendo um ponto desfavorável
no entorno do terreno. Todos os postes de condução de energia estão dotados de
iluminação pública.

Abaixo uma ilustração das principais ruas (Figura 56).

45
Figura 55 – Perfil predominante nas vias.
Fonte: Autor, 2015.

Nas características das ruas pode-se dizer que, aproximadamente, 95% são
em paralelepípedo e com um parâmetro de conservação que fica entre bom para
ótimo. Na sequência, para visualizar melhor, segue a Tabela 06 com o nome, tipo e
conservação de todas as ruas estudadas, respectivamente.

Quadro 1 – Pavimentação das Vias.


Rua Arlinda J. P. Peruzzo
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua Francisco Lagni


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Bom

Rua João Pegoraro


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

46
Rua Pe. Felix Busatta
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua H
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Bom

Rua Henrique Lenzi


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ruim

Rua Scalabrini
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Médio

Rua Jacob Ártico


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua Guilherme Pegoraro


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Médio

Rua A
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua C
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Médio

47
Rua F
Tipo: Terra
Conservação: Ruim

Rua Maria Lucatelli Mezzomo


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua Arthur Mezzomo


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Médio

Rua D
Tipo: Terra
Conservação: Ruim

Rua B
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Médio

Rua Serv. 3
Tipo: Terra
Conservação: Bom

Rua Belmiro Mezzomo


Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua Professora Joselda Terezinha


Dall´Agnol Dal Cero
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Bom

Rua No 1
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Bom

48
Rua o 2
Tipo: Paralelepípedo
Conservação: Ótimo

Rua No 3
Tipo: Terra
Conservação: Péssimo

Fonte: Autor, 2015.

Transformando os dados da
tabela 06 em gráficos (Figuras 57
e 58), pode-se destacar no geral
as ruas apresentam ótimo e bom
estado de conservação e ainda,
todas as ruas são feitas com
paralelepipedo de basalto.
Figura 56 – Estado de cocervação das ruas.
Demonstrando assim, no que Fonte: Autor, 2015.
se refere a faixa de veículos, o
entorno possui uma boa
conservação das mesmas, não
necessitando de maiores
modificações para melhor
implantação do Parque Multiuso.
Pórem observou-se a inêxistencia
de passeio público praticamente
em todas as ruas do entorno. Figura 57 – Estado de cocervação das ruas.
Fonte: Autor, 2015.

49
3.2.4 Uso e ocupação do Solo

Com o levantamento de usos constatou-se que todo o entorno do parque é


predominantemente residencial de um único pavimento. Também, ao observar o
gráfico, vê-se um layout de bairros com configuração totalmente horizontais e sem
projeções de sobra no terreno de implantação do projeto (Figura 59 e 60).

Figura 58– Gráfico de Usos.


Fonte: Autor, 2015.

PARQUE MUNÍCIPAL

Figura 59 – Mapa levantamento de Usos do entorno.


Fonte: Autor, 2015.

50
A Figura 61 e 62 representa os
resultados obtidos em relação ao número
de pavimentos das edificações do
entorno. Trata-se de um bairro de classe
média, em que 90% das edificações são
residências e mais da metade das
mesmas são de um pavimento, definindo
assim Skyline totalmente horizontal.
Figura 60 – Gráfico Número de Pavimentos.
Fonte: Autor, 2015.

PARQUE MUNÍCIPAL

Figura 61 – Mapa levantamento volumétrico do entorno.


Fonte: Autor, 2015.

51
Para uma melhor representação e visualização dos dados coletados sobre os
usos e ocupação do solo, no entorno da área de implantação do projeto, segue nas
Figuras 63, 64 e 65 um 3D representativo.

Figura 62 – 3D levantamento usos e ocupação do solo.


Fonte: Autor, 2015.

Figura 63 – 3D levantamento usos e ocupação do solo.


Fonte: Autor, 2015

Figura 64 – 3D levantamento usos e ocupação do solo.


Fonte: Autor, 2015
52
3.2.5 Mapa de Infraestrutura Urbana

Analisando as diversas redes de informações que foram coletadas a campo e


na prefeitura municipal de Paraí, verificou-se que a rede de água (abastecimento
feito pela Corsa) e pluvial acontece em todas as ruas, mas segundo informações
coletadas não se sabe ao certo em que lado da rua está instalada a rede.
Quando a rede Pluvial, dependendo da topografia e desníveis, ela acontece
somente em um lado da rua ou nos dois lados (Figura 66).

PARQUE MUNICÍPAL

Figura 65 – Mapa levantamento rede de água e pluvial.


Fonte: Autor, 2015.

Sobre a rede de esgoto cloacal, a prefeitura não fornece infraestrutura para um


sistema de coleta coletiva, então todas as residências possuem o sistema de Fossa,
Filtro e Sumidouro conforme especificado no Código de Obras do Município.

53
A rede de energia elétrica (Figura 67), esta presente em todas as ruas na
forma de fiação aérea com postes, com distância média entre 15 e 20 metros, e os
mesmos já apresentam o suporte para a iluminação da rua. A Iluminação é feita em
um único nível e não prioriza o pedestre, e sim a via de tráfego de automóveis.

PARQUE MUNICÍPAL

Figura 66 – Mapa levantamento rede elétrica.


Fonte: Autor, 2015.

Na Figura 68, consta o levantamento feito em relação à vegetação do passeio


público. A mesma não segue uma linha e não é planejada, sendo que cada morador
é encarregado de manter a calçada e a vegetação que quiser colocar no passeio. Na
área analisada possui duas áreas destinadas a preservação da vegetação nativa,
áreas que não possuem qualquer tipo de acesso e são mantidas isoladas pela
prefeitura.

Á área do Parque Municipal apresenta uma grande quantidade de árvores


nativas de porte grande que também são preservadas e mantidas pela prefeitura.
54
PARQUE MUNICÍPAL

Figura 67 – Mapa levantamento rede de vegetação.


Fonte: Autor, 2015.

3.3 Transporte

No entorno da área de estudos não foi encontrado nenhuma parada de ônibus,


táxi e demais transportes. Existem pontos de ônibus no colégio e na praça,
entendendo-se que, pelo fato de o centro e os bairros mais distantes não
ultrapassarem uma distância de 1 km, aproximadamente, é desnecessário implantar
transportes públicos atualmente. Mas, encarando o fato do aumento populacional e
aumento da malha urbana, mesmo que isso leve anos, é importante desde o
presente um planejamento prévio de como tudo ocorreria, evitando assim problemas
maiores no futuro.

55
3.4 Área de Implantação

O terreno de implantação do projeto corresponde a uma área de


aproximadamente 13 ha, com duas grandes áreas onde estão concentradas matas
nativas de grande porte, sendo que a área localizada mais ao norte do terreno
encontra-se inexplorada e com acesso limitado. O terreno possui três acessos,
sendo um principal com pórtico de entrada e os outros dois de menor importância e
hierarquia (Figura 69).

Figura 68 – Área de implantação do projeto.


Fonte: Autor, 2015.

A projeção de sombra é mínima, pois todas as edificações próximas ao


terreno são de pequeno porte e a área disponível é grande. O único efeito de
sombra que ocorre no terreno é causado pelas árvores no centro do terreno, porém
também é irrelevante em relação à área do terreno.
A topografia do terreno possui um desnível considerável, assim, propondo
naturalmente um desafio a ser resolvido para as circulações no interior do mesmo.
56
Porém pode-se tirar proveito da topografia original e trabalhar os caminhos em
relação às curvas de níveis. Observa-se em planta, perfil e 3D os desníveis
encontrados no terreno (Figuras 70 e 71).

Figura 69 – Planta e perfil do terreno.


Fonte: Autor, 2015.

Figura 70 – 3D terreno com curvas de nível.


Fonte: Autor, 2015.

57
Outro ponto a ser observado é o sentido de escoamento da água da chuva
(Figura 72). Pelo formato dos níveis do terreno apresentar um único sentido principal
de caimento, deve-se levar em consideração, pois a área estudada é grande e
consequentemente o volume de água será grande. Dando ênfase nesta parte, o
projeto buscará resolver este “problema” com soluções adequadas que serão
descritas no decorrer do desenvolvimento do mesmo.

Figura 71 – Sentido escoamento da água da chuva.


Fonte: Autor, 2015.

A infraestrutura atual encontrada no Parque é mínima, resumindo-se em rede de


energia elétrica com poste equipado com iluminação. Distribuídos em vários pontos
conforme as necessidades das atividades que ocorrem no local. Ainda possui alguns
pontos de água, sanitários e vestiários que se encontram em péssimo estado de
conservação.

Para melhor entendimento da topografia e das atividades que já são realizadas


no local seguem visuais do terreno pelo levantamento fotográfico em vários pontos
do terreno (Figura 73).

58
Figura 72 – Mapa vistas do terreno.
Fonte: Autor, 2015.

Quadro 2 – Vistas do Terreno.

VISTA 01 VISTA 02 VISTA 03

59
VISTA 04 VISTA 05 VISTA 06

VISTA 07 VISTA 08 VISTA 09

VISTA 10 VISTA 11 VISTA 12

VISTA 13 VISTA 14 VISTA 15

VISTA 16 VISTA 17 VISTA 18

VISTA 19 VISTA 20 VISTA 21

60
VISTA 22 VISTA 23

VISTA 24 VISTA 25 VISTA 26

VISTA 27 VISTA 28 VISTA 29


Fonte: Autor, 2015.

3.5 Síntese da Legislação Geral e Específica do Tema

A cidade de Paraí apresenta um número populacional inferior a 20 mil habitantes,


então não é obrigatório à criação do Plano Diretor. Atualmente as construções,
loteamentos e reformas seguem a Leis de Diretrizes Urbanas do Município (Lei n°
2331/2005 de 11 de Outubro de 2005) e o Código de Obra vigente do Município (Lei
n° 2479/2007 de 26 de Outubro de 2007).
Para o projeto que será desenvolvido, seguirá as Leis de diretrizes Urbanas e o
Código de Obra do Município de Parai, obtendo acesso a esses pelo site Leis na
Web.
Para a elaboração das diretrizes Urbanas de Paraí, levou-se em consideração
um crescimento anual estimado de 1,5%. O Código de Obras do Município de Paraí
61
tem como objetivo básico, artigo 2o, de garantir o mínimo de conforto e qualidade de
edificações, que compreende em habitabilidade, durabilidade e segurança.
NBR 9050 e 9077 - Acessibilidade e Saídas de emergência

“Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem


observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições
de acessibilidade.” (ABNT, 2004).

Todas as edificações e espaços públicos, bem como equipamentos públicos


devem ser originalmente planejados atendendo acessibilidade universal, com
dimensões mínimas e sinalização que informa direção, alerta e localização. Desta
forma, o projeto do Parque Multiuso atenderá a todos os itens previstos na NBR
2004, caracterizando-o assim um parque totalmente acessível.
A norma NBR 9077 fixa as condições exigíveis que as edificações devem
possuir: “a fim de que sua população possa abandoná-las, em caso de incêndio,
completamente protegida em sua integridade física; para permitir o fácil acesso de
auxílio externo (bombeiros) para o combate ao fogo e a retirada da população”.
(ABNT. 2001).
Desta forma, apesar de o parque não possuir muitas edificações fechadas e
de grandes proporções, todas estarão de acordo com o exigindo na NBR 9077 para
garantir maior tranquilidade e segurança aos visitantes.

3.5.3 Apoio à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul

O Governo Estado do Rio Grande do Sul apoia a iniciativa à Cultura instituindo a


Lei no 11.706 de 18/12/2001, com finalidade de financiar projetos culturais localizado
em território riograndense, como o Parque Multiuso Paraí, agregando assim maior
interesse dos setores administrativos e principalmente culturais das cidades.
Como artigo 4o, os recursos serão aplicados a fundo perdidos para projetos
culturais que enquadram os seguintes usos: ciências humanas; bibliotecas; museus;
arquivos e patrimônios artístico e cultural; livro e literatura; artes plásticas e visuais;

62
cinema e outras formas audiovisuais; música e registros fonográficos; artes cênicas;
carnaval, folclore e tradição.
Paragrafo único define que a transferência financeira destes projetos é feita na
forma de depósito em uma conta bancária vinculada ao projeto de cunho cultural.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este item permitirá relacionar as informações de temas específicos encontradas


em livros, artigos e textos publicados, relatando o passado até os dias de hoje.
Tratará de assuntos como o surgimento e formação da cidade de Paraí, a
definição de seu respectivo nome e como iniciou a extração do basalto no município.
Também será feita uma síntese de como surgiram os Parques Urbanos em geral e
no Brasil, trazendo informações dos benefícios gerados por eles, formando assim,
um embasamento teórico em fatos históricos e sólidos que ajudarão no
desenvolvimento deste presente trabalho.

4.1 Histórico dos Parques Urbanos

A origem dos parques urbanos segundo Henrique (2011) está ligada a um


passado místico e religioso, que surgiu principalmente e independentemente no
Egito e na China, pela forte ligação que estas áreas verdes formam com a
jardinocultura, considerada uma arte naquele tempo.
Conforme Henrique (2011), junto com o crescimento das cidades europeias,
aumentava paralelamente todos os problemas causados pela insalubridade de uma
cidade sem planejamento, e com o inicio da revolução industrial estes aspectos
foram se agravando.

“a cidade era o berço da poluição, do ar e sonora, e dos


maus costumes, e o campo passou a ser um local desejado,
uma vez que possuía ar fresco e tranquilidade. Por isso, há o
surgimento da valorização do campo e das áreas verdes no
urbano […]”. (HENRIQUE apud SILVA, 2003, p. 45).

63
No Brasil os parques surgiram por motivos diferentes em relação às cidades
europeias e inglesas. Segundo Henrique (2011), os parques brasileiros se iniciam
com a chegada da família real, e pela ideia de seguir a configuração das cidades
inglesas e francesas, recebendo características europeias. Não sendo assim, os
parques brasileiros resultantes de uma necessidade, mas de um desejo formal e
estético de construir as cidades nos moldes que as elites controladoras queriam.
Inicialmente os parques no Brasil eram muito estilizados e não tinham acesso
para todos, porém com o grande crescimento urbano, nas décadas de 1920 e 1930,
esses espaços receberam características mais nacionalistas e democráticas, com
acesso permitido a todas as classes sociais (HENRIQUE, 2011).
Seguindo a linha de pensamento de Moro (1976), aos parques resultam de uma
necessidade de amenizar todos os efeitos de uma urbanização desenfreada
afetando diretamente a população dos grandes centros urbanos, relatando:

Que a constante urbanização nos permite assistir, em nossos


grandes centros urbanos, a problemas cruciais do desenvolvimento
nada harmonioso entre a cidade e a natureza. Assim, podemos
observar a substituição de valores naturais por ruídos, concreto,
máquinas, edificações, poluição etc..., e que ocasiona entre a obra
do homem e a natureza crises ambientais cujos reflexos negativos
contribuem para degeneração do meio ambiente urbano,
proporcionando condições nada ideais para a sobrevivência humana.
(DE ANGELIS; LOBODA apud MORO 1976, p. 15).

Pode-se afirmar que os parques urbanos surgiram a partir do caos gerados pela
industrialização, resultado da importância dada o setor de comércio e não ao bem
estar das pessoas. Como, por exemplo, é o caos urbano que as cidades da Europa
e dos EUA estavam se tornando. Já no Brasil, os parques urbanos iniciaram para
seguir uma linha de urbanização das cidades que julgavam ser de primeiro mundo,
porém, no século passado os parques começaram a ter importância também para
minimizar os efeitos da urbanização desenfreada. Dessa forma, fez com que os
futuros projetos urbanísticos apresentassem espaços de lazer e recreação e, além
disso, por estes espaços serem um dos principio de criação das cidades saudáveis e
sustentáveis.

64
Os espaços verdes influenciam diretamente na configuração dos meios urbanos,
classificado por De Angelis e Loboda (apud GUZZO 1999, p. 1 - 2) em três principais
funções, consequentes da implantação das áreas de vegetação que são: ecológica,
pois minimizam os efeitos causados pela industrialização das cidades, clima,
temperatura, entre outros; estética, visualmente torna-se mais agradável de ver e
viver com massas verdes em meio a paredões das edificações; e social, criando
espaços de estar e lazer, permitindo maior socialização, convivência e
consequentemente aproximando as pessoas entre si.
Sobre o caminho dos parques urbanos brasileiros, Silva e Pasqualetto (2013),
citam que a arquitetura paisagística consolidou-se definitivamente a partir do século
XX e principalmente após a segunda guerra mundial, então os espaços de lazer
receberam uma nova roupagem, com características tropicais e nacionalistas, ou
seja, uma linguagem própria. Ressalta ainda, que o lazer foi aceito como função
urbana e passou a ter um status científico. (SILVA; PASQUALETTO, apud
SCOCUGLIA, 2009).
Conclui-se assim, que os parques urbanos, iniciados por motivos religiosos, e
posteriormente pela arte e/ou por necessidade de melhorar o espaço público, fazem
toda a diferença na configuração urbana e no desenvolvimento sócio cultural da
população em si. Porém estes espaços são restritos e pouco planejados, pois a
cargo dos órgãos públicos, as áreas são mínimas e localizadas em locais que
geralmente são caracterizadas “sobras” na malha urbana, confirmando que estas
áreas estão em segundo plano em ordem de importância. Mas com certeza,
deveriam estar em primeiro lugar pelo simples fato de criar harmonia entre cidade x
natureza e pela população poder usufruir de todos os benefícios relevantes e
necessários para uma vida urbana saudável.

4.2 Histórico de Paraí

Inicialmente as terras que hoje compreendem o município de Paraí, eram


propriedades privadas de fazendeiros de Lagoa Vermelha. As áreas que
compreendem o município já possuíam ocupantes luso-brasileiros, e então e ao
inicio do século XX começaram a receber imigrantes, sendo de descendência
italiana a grande maioria.

65
Entre 1925 e 1930 o padre Félix Busatta
tomou nome de todas as famílias moradoras
do município. Listou-se mais de 200 nomes
luso-brasileiros, demonstrando assim uma
expressiva ocupação destas famílias.
Matheus Dal Pozzo, segundo registros do
padre Félix, foi um dos primeiros moradores a
se firmar nas terras de Paraí, em 1906, local
nomeado atualmente de Canhada (Figura 74).
(BORDIGNON, 2007).
Figura 73 – Mateus Dal Pozzo e Giacomina Lorenzet,
primeiro casal de imigrantes em Paraí em 1906. Foto de 1911.
Fonte: Bordignon, 2015.

As residências dos primeiros moradores eram todas em madeira inclusive a


cobertura que era feita em pequenas tabuinhas, semelhantes às casas dos caboclos
que já moravam nas terras de Paraí antes da chegada dos imigrantes (Figura 75).

Como a origem dos imigrantes


era italiana, as casas
apresentavam as mesmas
características do povo de origem,
com cozinha separada da casa e
com a edificação maior destinada à
sala e quartos, como observado na
Figura 76.
Figura 74 – Família de caboclos de Hortêncio Marques Atunes, por volta de 1932.
Fonte: Bordignon, 2015.

66
Figura 75 – Casa de Severino Cerbaro e Lídia Caron Cerbado. Foto de 1998.
Fonte: Bordignon, 2015.

O nome Paraí, segundo informações coletadas do livro de Bordignon (2007), há


várias histórias do surgimento do nome da cidade, porém, a principal e mais
conhecida se resume em um acontecimento ocorrido em 1912, onde um grupo
organizado por Henrique Lenzi acompanhado de colonos com um agrimensor
realizava o traçado urbanístico e, por causas naturais que ocorria no momento, a
forte neve que caia, tiveram que cancelar suas atividades e esperar, ou seja, tiveram
que ficar parados, surgindo assim por sugestão de Henrique, o nome de Para-ahí.
Pela semelhança dos nomes indígenas, passaram a escrever Parahy.
Com vários acontecimentos que ocorreram ao longo dos anos, tentou-se mudar o
nome inicial, principalmente quando o município foi desmembrado de Lagoa
Vermelha, tornando-se distrito de Nova Prata, uma tentativa sem sucesso tentou
mudar o nome para Flores da Cunha, mas cancelado pela já existência de outro
lugar já denominado de Flores da Cunha no estado, voltando assim a Parahy. Em
1943 foi realizado o batismo definitivo conhecido até os tempos atuais de PARAÍ.
(BORDIGNON, 2007).
História do basalto, como relatado no livro “Paraí, fotografias e história”, por
Bordignon (2015), no ano de 1935 foram extraídas as primeiras pedras de basalto
no município de Paraí, próxima às margens do Arroio Barra Nova de Bortola Susin
Richetti. Atualmente como pedreira de Irineu Richetti, neto da família que possuía a
terra no ano do inicio das extrações do material (Figuras 77 e 78).

67
Figura 76– Hernesto Richetti foi quem retirou Figura 77– Pedreira da família Piran, 1970.
a primeira pedra de sua pedreira. Fonte: Bordignon, 2015.
Fonte: Bordignon, 2007.

Inicialmente as pedras de basalto eram


utilizadas nas calçadas, tanques de lavar roupa
(Figura 79), túmulos e poços de água. Segundo
Bordignon, Danilo Coloretti relatou que em 1980
a extração da pedra começou a gerar lucros e
aumentar a mão de obra nas pedreiras.
(BORDIGNON, 2007). Figura 78 – Tanque construído por Francisco Busatta. Foto 2013.
Fonte: Bordignon, 2015.
Como símbolo do município a pedra aparece praticamente em toda a cidade, nas
ruas e demais equipamentos públicos, inclusive no pórtico localizado no trevo da
RS-324 para RS-438 (acesso principal a cidade). Este retrata a cultura que rege em
Paraí, utilizando a pedra de forma criativa demonstrando tudo que ela representa,
inclusive na economia local (Figura 80).

Figura 79 – Pórtico do acesso principal a cidade.


Fonte: Prefeitura Municipal
68
4.3 Eventos

Atualmente o Parque Municipal é utilizado para vários eventos, como:


 Expo Paraí:
São realizados a cada dois anos, conforme a disponibilidade do poder público
que atua na administração e trabalha para promover o evento.
Neste ano, segundo informações coletadas no site da prefeitura municipal (2015),
a última foi a 6a Expo Paraí, que se realizou juntamente com a XIII Tecnoclara, nos
dias 9 a 12 de julho do ano 2015 e contou com aproximadamente 25 mil visitantes
durante os quatro dias de eventos (Figuras 80 e 81).

Figura 80 – Vista Parque na Expo Paraí. Figura 81 – Vista Parque na Expo Paraí.
Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015. Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015.

Estruturada com mais de 100 expositores internos e externos (Figuras 80,81,82 e


83), contou com uma variada opção de produtos e marcas. Ainda contou com uma
estrutura montada provisoriamente para a parte de atendimento ao público visitante,
que foram as áreas de alimentação e sanitários.

Figura 82 – Estandes Internos. Figura 83 – Estandes Internos.


Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015. Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015.

69
Figura 84 – Estandes Internos. Figura 85 – Estandes Externos.
Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015. Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015.

Além das exposições, a Expo conta com várias atrações artísticas e culturais,
apresentações campeiras, de artistas locais e atrações principais de artistas
famosos (Figura 84). Nesta última edição, como atração principal foi os sertanejos
João Neto e Frederico, que reuniu um público de aproximadamente quatro mil
pagantes para o show. O show foi realizado em uma estrutura provisória de metal e
lona, montada somente para o evento e logo após o término da Expo foi
desmontada. Também, a parte de sanitários e copa foram montados
provisoriamente para atender o evento e em seguida retirados pelas empresas de
contratação terceirizadas.

Figura 86 – Show João Neto e Frederico.


Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015.

 XIII Tecnoclara:
É um evento realizado pela empresa de Leite Santa Clara LTDA, que possui
instalações em Paraí, com a matriz instalada em Carlos Barbosa – RS.
O mesmo acontece todos os anos, voltado principalmente para a área rural e aos
produtores associados da empresa. Necessita de uma estrutura básica de estandes
70
para exposições de produtos e marcas referentes à atividade da agricultura além de
uma área destinada a curral e a exposições de animais, principalmente bovinos,
onde são realizados desfiles e premiações.

Figura 87 – Estandes Tecnoclara Figura 88 – Curral Tecnoclara


Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015. Fonte: Facebook Expo Paraí, 2015.

Também são utilizados espaços externos para a exposição de maquinário


agrícola, além de caminhões e camionetes de diferentes marcas. Estes são espaços
que tem um grande movimento de comércio e capital, pelo fato de a região ser de
predominância agrícola, e pela Cooperativa Santa Clara possuir associados de
muitos municípios da região, assim, trazendo um grande número de visitantes para
negociações de mercadorias pelo preço diferenciado que é o preço de feira.

 Rodeios:
O evento que deu origem ao Parque Municipal Tranquilo Zadinelo no ano de
1991, foi realizado então o 1a Rodeio, segundo Bordignon (2015). Tornou-se assim,
um dos eventos mais importantes culturalmente e historicamente para a cidade, de
forma que é realizado até os dias de hoje.
O último rodeio aconteceu em Dezembro de 2014, sendo o 25a Rodeio Estadual
de Paraí e 1a Rodeio Internacional de Gineteada. O evento teve duração de quatro
dias e conta com várias competições de diversas modalidades.
Por informações obtidas na prefeitura (2015), o evento tradicionalista recebeu em
torno de 1.200 mil pessoas, entre elas visitantes e participantes das provas e
competições. Também contou com várias atividades, como shows campeiros de
grupos gauchescos, além de show de gineteada e premiações para as
apresentações de danças artísticas (Figuras 89, 90, 91 e 92).

71
Figura 89 – Rodeio de Estadual de Paraí. Figura 90 – Gineteada Rodeio Estadual de Paraí.
Fonte: Facebook CTG Rodeio da Amizade, 2014. Fonte: Guarese, 2013.

Figura 91 – Dança Artística. Figura 92 – Dança Artística.


Fonte: Elo Regional,2014. Fonte: Elo Regional,2014.

 Campeonato de Futebol:
Segundo informações coletadas na página da prefeitura de Paraí (2015),
acontecem várias competições de futebol durante o ano, algumas têm meses de
duração e alguns são durante poucos dias.
Conforme registros da Prefeitura municipal são realizados: a Copa Basalto que é
uma das mais importantes e reúne atletas de cidades vizinhas; campeonato Jogos
Municipais que reúne somente atletas moradores de Paraí incluindo os moradores
da cidade e das comunidades do interior; Festival de Jogos Tradicionais promovido
pela Secretaria Municipal de Esportes de Paraí, e conta com vários tipos de jogos
não somente o futebol; Campeonato de Sobrenomes, reunindo equipes de várias
cidades da região; também é realizado o 9a GreNal da Cidadania, com o objetivo
principal de todo o participante que quiser se inscrever deve doar um kilo de
alimente não perecível para posteriormente é destinado ao Comitê de Solidariedade
de Paraí e; dado inicio no ano de 2014 a I Olimpíada do Idoso de Paraí, que foi um
sucesso na sua primeira edição, embora a mesma é realizada durante um dia

72
apenas, e organizado pela equipe da Secretária municipal de Esportes e o Clube do
Idoso de Paraí.
A Copa Basalto é uma das mais importantes e tradicionais competições
realizadas anualmente na região, completando no ano de 2015 a sua 17 a edição.
Realizado no primeiro semestre de cada ano, segundo informações do site da
prefeitura municipal (2015), o mesmo contou com aproximadamente 450 atletas
participantes inscritos e mais as comissões organizadoras das equipes e do
campeonato. Com 18 equipes inscritas, o mesmo teve uma duração de quase três
meses e ao todo foram realizados 57 jogos (Figuras 93 e 94).

Figura 93 – Jogo Copa Basalto 2014. Figura 94 – Participantes da Copa Basalto 2014.
Fonte: Site Prefeitura de Paraí, 2014. Fonte: Site Prefeitura de Paraí, 2014.

O evento é desenvolvido e realizado pelo CMD/Paraí e conta com o apoio da


equipe administrativa e a Secretaria de Esportes da cidade. Tendo como objetivo
principal de integração, sociabilidade e de manter a cultura do futebol de amadores
que está na origem e história da população da região. E ainda reúne um número
expressivo de pessoas para assistir, porém, não existe dado do número de pessoas
que prestigiam o evento pelo fato de ser aberto ao público, não possuindo um
controle de entrada para obter uma contagem.

73
5 PARTIDO GERAL

5.1 Conceito, Forma e Inspirações.

Como já foi comentada, a extração do basalto é um símbolo do município e a


base da economia, então para o conceito será proposto algo que lembre a pedra e
suas características naturais, suas formas irregulares nas pedreiras e o próprio
desenho que as pedras possuem. Mas todas estas características serão retratadas
basicamente em estrutura de aço e vidro, ou seja, não será utilizada a pedra para
retratar ela mesma, e sim outro material trabalhado de forma que provoque
curiosidade e lembre esse material tão importante para a cidade (Figuras 95 e 96).

Figura 95 – Pedras de Basalto. Figura 96 – Colunas de basalto natural.


Fonte: Pedra e arte, 2014. Fonte: Fenómenos Naturales, 2013.

Seguindo formas lineares as edificações serão elaboradas de forma que elas


façam parte da natureza num todo, não se destacando no meio e sim se unindo a
ele, dando a impressão de que é um acaso natural e não proposital. Como exemplo
deste tipo de relação segue o projeto do Centro de Visitantes do Jardim Botânico do
Brooklyn, nos EUA, de 2013 (já mostrado nos estudos de caso), e os projetos do
Complexo de Piscinas Municipais, localizados em Portugal nos arquipélagos de
Azores, representa um ótimo exemplo de projeto x entorno. (Figuras 97 e 98).

74
Figura 97 – Centro de Visitantes do Jardim Figura 98 – Complexo de Piscinas Municipais.
Botânico, 2013. Fonte: Macedo, 2012.
Fonte: Pedrotti, 2013.

Outro ponto importante e relevante será de distribuir as atividades no parque


levando em conta os desníveis, os acessos e ainda para que não haja conflito entre
os espaços, além de todos os caminhos retilíneos e os espaços criados permitirem
acesso para PNE (Figura 99).
Será dada uma ênfase maior para a parte de vegetação localizada na ponta
norte do terreno, na tentativa de valorizar o espaço e para contribuir culturalmente
aos visitantes, propondo assim, uma espécie de trilha ecológica, com placas
educativas e de identificação das espécies. Para um melhor entendimento cita-se o
projeto da Figura 100, Parque Red Ribbon dos arquitetos Turenscape, em Hebei,
China, em 2007. (MÁRQUEZ, 2013).

Figura 99 – Umeå Campus Park, 2011. Figura 100 – Parque Red Ribbon, 2007.
Fonte: Thorbjörn Andersson e Sweco Architects. Fonte: Márquez, 2013.
2014

E para o espaço destinado ao centro de eventos, foi pensado inicialmente em


uma grande área ao ar livre, mas com a possibilidade de ter um controle de acesso
quando ocorrer eventos. Com circulação PNE resolvida pelo próprio projeto
75
arquitetônico vencendo os desníveis
como analisado no projeto de 2013
em Xangai, China (Figura 101), o
parque de Atividades Zhangmiao
permite circulação livre em todo o
espaço e tirando proveito do desnível
natural permite melhores visuais.
Figura 101 – Parque de Atividades Zhangmiao,
2013.
Fonte: Pedrotti, 2014.

5.2 Carta de Intenções

5.2.1 Entorno
O projeto será inserido ao parque com o objetivo principal de implantar as novas
edificações minimizando ao máximo o contraste construção x natureza. Edificando
de tal forma que os ambientes irão surgir no espaço e tornando-se parte deles.
As construções do entorno do parque, seguem uma tipologia residencial e
distribuída horizontalmente, pois a maioria fica entre um e dois pavimentos. O
projeto buscará manter esta linha horizontal nas edificações, e centralizar no terreno
os espaços principais, não agredindo o entorno pelo fato de o terreno possuir uma
grande área de extensão.
Ainda será seguida uma arquitetura linear principalmente pela configuração dos
limites do terreno que não comportariam outra forma. Também será utilizada a pedra
basáltica para completar essa característica de linearidade pela sua configuração
natural antes e depois de sua extração e ainda por ser um material local. Porém a
pedra será muito pouco usada nas construções, servindo principalmente como
objeto de inspiração, então será empregado o aço e pele de vidro, alguns reflexivos,
para representar e completar a identidade do projeto.

5.2.2 Funcionalidade e/o Finalidade


O Projeto de revitalização tratará de melhorar a infraestrutura de um parque já
existente, e que já é utilizado como tal. Será destinada a prática de esportes, lazer e

76
cultura, com a infraestrutura necessária para a realização de todos os espaços e
atividades propostas.
Tendo como finalidade principal o desenvolvimento cultural e o bem estar dos
usuários, proporcionando algo diferenciado e interativo que instigue a curiosidade e
transmita tranquilidade para os usuários.

5.2.3 Herança cultural


Segundo informações obtidas diretamente com Simone Bordignon, 2015, o
Parque Municipal de Rodeios Tranquilo Zadinello, teve origem devido à necessidade
de haver um parque para rodeios e outros eventos, próximo ao centro de Paraí, já
que o antigo parque ficava situado na Comunidade Goretti, distante 6 km do centro
da cidade.
Além da localização, a arborização e a boa estrutura, motivaram a construção
do parque, neste lugar. O Terreno foi adquirido em 1991 pelo poder Público
Municipal, do proprietário, que dá nome ao parque. Teve como primeiros eventos o
Rodeio Crioulo, organizado pelo CTG Rodeio da Amizade.
Atualmente o Parque Municipal é utilizado para vários eventos, os quais já
descritos.

5.2.4 Características do sítio


A área estudada para a implantação do projeto apresenta um relevo acidentado
com um desnível de aproximadamente, 55 metros de altitude comparando o ponto
mais alto e o mais baixo do terreno e em uma distância linear de 500 metros. E
ainda apresenta duas grandes massas verdes concentradas que representam 25%
do terreno, uma localiza-se no centro da área (A), e a outra na extremidade do
terreno, nas curvas de níveis mais baixas (B) (Figura 102).

77
B

Figura 102 – Localização árvores no terreno.


Fonte: Google Earth, adaptada pelo autor, 2015.

5.2.5 Usuários do parque

Como já comentado, o parque será desenvolvido para atender todos os gêneros


e idades de públicos, moradores da cidade de implantação do projeto e região pelos
eventos realizados. Não possuirá distinção de classes sociais, pois é um espaço
público de acesso permitido para todas as pessoas.

5.3 Diretrizes do Projeto


Quadro 3 – Diretrizes de Projeto.
PROBLEMA DIRETRIZ LOCAL

1 – O acesso principal Definir a entrada e


encontra-se em estado saída em locais
de conservação diferenciados e Projetar
precário e funciona um novo pórtico de
como entrada e saída entrada remetendo ao
do parque, gerando conceito proposto para
conflito em dias de o mesmo.
eventos.

78
2 – Circulações e Promover uma
caminhos sem circulação adequada
pavimentação para PNE, priorizando
adequada e os os acessos aos
espaços de apoio não ambientes de apoio,
atendem a NBR 9050. além de utilizar
pavimentação
ecológica munida de
piso podotátil. Piso Intertravado. Fonte: RoofTop,
2010.

3 – O parque possui Priorizar as áreas não


um déficit de áreas de arborizadas do terreno
apoio tanto em dias de para a implantação dos
eventos, bem como apoios que são:
quando utilizado em restaurante, bar,
finais de semana, dias sanitários, depósitos,
que possui um maior estar e chimarródromo.
fluxo de pessoas.

4 – Não possui área Delimitar as áreas de


definida e destinada estacionamento,
para estacionamento, localizando-o próximo a
dificultando muitas entrada e saída do
vezes a circulação dos parque. Não será
pedestres. permitida circulação de
veículos nas demais
áreas.

5 – Não possui pista Implantar pista de


definida para caminhada e ciclismo
caminhada e ciclovia, em todo o perímetro do
dificultando a terreno e um eixo
circulação no parque, central para facilitar o
principalmente por acesso às áreas de
veículos, pedestres e apoio. Ainda terá
ciclistas que utilizam o bicicletários e estares
mesmo espaço. ao longo do percurso.

79
6 – Não existe um Definir um espaço
espaço definido para limitado para
acampamento, ou seja, acampamento com luz,
sem infraestrutura água e toda a parte de
mínima necessária. apoio desejada, ainda
Além de que as espaços cobertos com
churrasqueiras churrasqueiras e
encontrarem-se em demais equipamentos.
péssimos estados de
conservação.

7 – O terreno possui Desenvolver em meio à


uma área de mata massa verde existente
nativa sem uso e não na “ponta” do terreno,
são realizados um caminho ecológico,
quaisquer cuidados em cultural e serão
relação à área de colocadas placas
preservação. educativas, e ainda
com espaços para
estar e contemplação.

8 – Atualmente não há Definir um espaço no


uma área destinada terreno para a
para as crianças, não implantação de um
oferecendo nenhum jardim interativo, com
atrativo destinado para playground bem
as mesmas. completo e outros
espaços interativos.

9 – O parque possui Destinar uma área


um galpão fechado aberta para pastagem e
para os animais que com água, permitindo
são levados ao parque um maior conforto e
que participaram do contribuindo para o
rodeiro. bem estar animal.

80
10 – Os espaços Projetar dois
destinados à quiosques, com os
alimentação nos dias espaços mínimos para
do evento são a venda de alimentos e
improvisados na apoio, situados
maioria das vezes, em próximos às atividades
um único quiosque no mais longínquas do
parque. centro.

11 – Não possui Instalar arquibancada


espaço planejado de com cobertura retrátil,
apoio ao campo de com um espaço
futebol existente e não adequado ao número
possui arquibancada de participantes e
com cobertura aproveitando o
adequada. desnível já existente na
lateral direita do
campo.

12 – Em eventos com Propor um espaço


atrativos musicais e aberto para os eventos
culturais, os espaços que são realizados no
são improvisados e parque, mas com
logo são desmontados possibilidade de
no seu enceramento, fechamentos laterais
não possuindo um para controle de
espaço apropriado. entrada e saída nos
eventos.

81
13 – O parque não Criar uma guarita com
possui guarita bem depósito próximo à
como vigilantes entrada do parque,
responsáveis pelo controlando a entrada e
monitoramento, saída das pessoas,
preservação e monitorando todas as
manutenção da área. ações dentro do
parque, isso para
garantir segurança e
boa manutenção.

Fonte: Google Earth adaptado pela autora, 2015.

5.4 Definições do Programa de Necessidades

No programa de necessidades estão descritos todos os espaços necessários


para os eventos que acontecem no Parque Multiuso de Paraí e os novos usos que
serão implantados. Com o intuito de sanar todas as necessidades de todos os
eventos foi feito um estudo da infraestrutura básica que cada evento precisa e
relacionando as estruturas que poderão ser usadas como suporte para mais de um
evento, observado na Tabela 08.
Listando todos os compartimentos pré-dimensionados e dividindo-os por setor
(Tabelas 09, 10 e 11), será possível diferencia-los em administrativo (em vermelho),
setor de apoio (em laranja) e social (em amarelo).

5.5 Programa de Necessidades Pré Dimensionado

Tabela 6 – Eventos e Infraestrutura Necessária.


ESTRUTURAS NECESSARIAS
EVENTOS Apoio Praça ADM Estandes Palco p/ Ao ar Demais
sanit./vest. aliment. eventos livre instalações
Expo Paraí
x x x x x x x
Rodeio
x x x x x x
Acampamento
Rodeio
x x x x
Campeonato
Futebol
x x x x
Demais
eventos
x x x x x x
Fonte: Autora, 2015.

82
Tabela 7 – Compartimentos Setor Admirativo.
ADMINISTRATIVO
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Recepção 01 Balcão de atendimento e poltronas. 15,00
Direção 01 Mesas, cadeiras, computadores, poltronas e 20,00
armários.
Financeiro 01 Mesas, cadeiras, computadores, poltronas e 20,00
armários.
Sala reuniões 01 Mesa, cadeiras, armários e projetor. 23,00
Sala segurança 01 Bancada para monitores. 8,00
Copa 01 Geladeira, pia, fogão, armário, mesa e cadeiras. 6,00
Sanitários 02 1 cuba e 1 vaso sanitário. (01 unid.)
4,00
Ambulatório 01 Maca e armários. 12,00
Fonte: Autora, 2015. TOTAL = 108,00

Tabela 8 – Compartimentos Setor Apoio.


GUARITA
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Sala vigilância 02 Mesas, cadeiras, computadores e armários. 15,00
Copa 01 Geladeira, pia, fogão, armário, mesa e cadeiras. 8,00
Sanitário 01 1 cuba e 1 vaso sanitário. 4,00
Depósito 01 Armários. 10,00
TOTAL = 37,00
APOIO
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Carga e descarga 01 --- 150,00
Depósito 01 --- 40,00
Central de AC 01 Sistema do ar condicionado. Definida no
decorrer.
Central de gás 01 Botijão de gás e seus dutos. Definida no
decorrer.
Subestação 01 Transformador. Definida no
decorrer.
Gerador 01 Gerador. Definida no
decorrer.
Reservatório 02 2 Caixas d’água/ 5.000 mil litros cada e bombas. Definida no
decorrer.
Depósito de lixo 01 Lixeiras móveis. 30,00
Central de limpeza 01 Tanques e armários. 25,00
TOTAL = 245,00
RESTAURANTE
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Recepção/caixa 01 Balcão de atendimento, computador e poltronas. 30,00
Salão 01 Mesas, cadeiras, balcão buffet e balcão de apoio. 350,00
Cozinha 01 Pias, fogão, armários, eletrodomésticos e freezer. 30,00
Depósitos 01 Armários 4,00
Câmara Fria 01 Freezers e geladeiras. 6,00

83
Sanitário funcion. 01 2 bacias sanitárias, 1 cuba e armários. 4,50
TOTAL = 424,50
QUIOSQUIS - 02
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Cozinha 01 Pias, fogão, armários, eletrodomésticos e freezer. 20,00
Atendimento 01 Balcão de atendimento, cadeira e computador. 12,00
Depósito 01 Armários. 8,00
Salão 01 Mesas e caderias. 50,00
Sanitários Masc. e 02 Lavatório, vasos sanitários, fraldário, mictórios (01 unid.)
Feminino. (WC masculino), banco e espelho. 20,00
TOTAL = 130,00
Fonte: Autora, 2015. SUBTOTAL = 886,50

Tabela 9 – Compartimentos Setor Social.


SOCIAL
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Pórtico 01 --- ---
Estande externo 40 --- 3.000,00
Estande interno 110 --- 2.000,00
Estar/Churrasqueira 15 Churrasqueira, pia, bancada/mesa e telhado. (01 unid.)
12,00
Estacionamento 01 280 vagas entre carro, motocicleta e ônibus. 8.000,00
Espaço para 01 Água encanada e pia. 2.700,00
acampamento
Academia ao ar 01 Equipamentos que compõem. Junto à
livre área verde
Playground 01 Equipamentos que compõem um parque infantil. Junto à
área verde
Apoio rodeio 01 Mesas, cadeiras, sanitários, pias e 80,00
churrasqueiras.
TOTAL = 15.960,00
CAMPO DE FUTEBOL 11
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Arquibancada 03 --- (01 unid.)
120,00
Copa 01 Geladeira, pia, fogão, armário, mesa e cadeiras. 8,00
Depósito/ sala 01 Armários e tanques. 12,00
limpeza
Vestiários atletas 02 Lavatório, sanitários, chuveiro, fraldário, mictórios (01 unid.)
(WC masc.), banco, armários e espelho. 60,00
Sanitário e vestiário 01 2 cubas, 1 sanitário, 2 chuveiros e 2 mictórios, 10,00
árbitros banco e armário.
TOTAL = 510,00
PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Cozinhas 05 Pias, fogão, armários, eletrodomésticos e freezer. (01 unid.)
20,00
Salão 01 Mesas e cadeiras. 850,00
Balcão atendimento 05 Balcão, cadeiras e computadores. (01 unid.)

84
10,00
Apoio limpeza 01 Tanque, armários e lixeiras. 5,00
TOTAL = 1.005,00
PALCO PARA SHOW
ESPAÇO QUANT. MOBILIÁRIO ÁREA (M²)
Bilheteria 01 Balcão de atendimento, cadeiras, computadores. Junto Hall
Salão 01 --- 4.000,00
Sanitários Masc. e 02 Lavatório, sanitários, chuveiro, fraldário, mictórios (01 unid.)
Feminino. (WC masc.), banco, armários e espelho. 60,00
Depósito 01 --- 30,00
Palco 01 --- 300,00
Camarins ensaio 02 Cabides, armários, mesas, cadeiras e espelhos. (01 unid.)
40,00
Camarim privado 02 Cabides, armários, mesas, cadeiras, espelhos e (01 unid.)
vestiário. 10,00
Sala de som/luz 01 Mesas, cadeiras, computadores. 14,00
TOTAL = 5.564,00
Fonte: Autora, 2015. SUBTOTAL = 22.989,00

5.6 Zoneamento

Apresenta-se 03 propostas de zoneamento que possuem em comum os


caminhos lineares, mas com uma configuração irregular, seguindo desta forma o
conceito escolhido para a proposta de projeto (Figuras 103, 104 e 105).
Limitando os acessos ao Parque Multiuso com uma entrada e saída principal
para pedestres e veículos, e ainda, um acesso que será utilizado somente para os
dias que acontecem o rodeio permitindo fácil acesso de ônibus e caminhões.
As três propostas apresentam os mesmo compartimentos, mas em localização
diferenciadas no terreno, levando em conta acessibilidade, fluxos e as áreas de
vegetação de grande porte já existente no terreno.

85
5.6.1 Zoneamento opção 01

Figura 103 – Proposta Zoneamento 01.


Fonte: Autor, 2015.

86
5.6.2 Zoneamento opção 02

Figura 104 – Proposta Zoneamento 02.


Fonte: Autor, 2015.

87
5.6.3 Zoneamento opção 03

Figura 105 – Proposta Zoneamento 03.


Fonte: Autor, 2015.

88
5.7 Fluxograma e Organograma

Para melhor entendimento dos fluxos e distribuições, têm-se o fluxograma e


organograma referente a cada proposta do zoneamento (Figuras 106, 107 e 108).

5.7.1 Opção 01

Figura 106 – Proposta Fluxograma e Organograma 01.


Fonte: Autor, 2015.

89
5.7.2 Opção 02

Figura 107 – Proposta Fluxograma e Organograma 01.


Fonte: Autor, 2015.

5.7.3 Opção 03

Figura 108 – Proposta Fluxograma e Organograma 01.


Fonte: Autor, 2015.

90
5.8 Diretrizes Urbanas Propostas

Quadro 4 – Diretrizes Urbanas Propostas

PROPOSTA ATUALMENTE IMAGENS ILUSTRATIVAS

Implantar passeios
públicos, com largura
considerável que
possibilite colocar piso
podotátil.
1-

Introduzir vegetação
urbana planejada em
todos os passeios.

2-

Melhorar Iluminação
pública, trabalhando
com dois níveis.

3-

Disponibilizar 4-
mobiliário urbano para
qualificar e melhorar
os espaços.

91
Dar continuidade das
ruas João Pegoraro,
Francisco Lagni e Rua
Padre Félix Busatta,
fechando a quadra e
criando uma rua na
diagonal que acesse a
avenida principal da
cidade. Com objetivo
principal de
melhoramento de fluxo
de saída do parque.
*Imagens: 1) Chiquett, 2013. 2) Oliveira, Mews, Cardoso, 2013. 3) Government, 2014. 4) NDGA, 2013.
Fonte: Autora, 2015.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente projeto teve como propósito, buscar informações relacionadas às


áreas públicas, ou equipamentos urbanos de múltiplos usos, seguindo as normas
pertinentes ao tema proposto. Fundamentando assim um Parque Multiuso para a
população em geral e tornando-o um centro de realizações dos principais eventos da
cidade.
Buscando informações através da análise e estudos realizados na área e em
projetos de referências, teve-se assim um embasamento teórico que auxiliou nas
tomadas de decisões projetuais, para um bom funcionamento do parque e para
atender todos os objetivos propostos.
Considerando a importância que os equipamentos urbanos têm na comunidade e
na vida social das pessoas, as áreas verdes, de estar, lazer e da prática de
esportes, são estritamente necessárias para obter uma qualidade de vida digna a
todos, proporcionar uma estética mais agradável ao meio urbano e, ainda, permitir a
sociabilização.
Dessa forma, este projeto busca valorizar estas áreas, tornando-as acessíveis
a todos, criando espaços de encontro, oferecendo várias atividades e a
infraestrutura desejável para a realização de cada evento.

92
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Brasil: Abnt, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077. Mossoró: Abnt, 2015.

BORDIGNON, Simone. Paraí e sua gente antigamente. 2007.

BORDIGNON, Simone. Paraí: Fotografias e História - 100 Anos de Resgate. 2015.

Brasília: Território e Paisagem. Brasília, 2012. Disponível


em:<http://www.concursossedhab.com.br/puvg/julgamento/projetos.php>. Acesso em: 07
ago. de 2015.

Centro de Visitantes do Jardim Botânico do Brooklyn. Brooklyn, EUA - 2013. Disponível


em:<http://www.archdaily.com.br/br/01-163945/centro-de-visitantes-do-jardim-botanico-do-
brooklyn-weiss-manfredi-architecture-landscape-urbanism>. Acesso em: 10 ago. de 2015.

CHING. Forma, espaço e ordem. São Paulo: Martins Fontes, 1988.


Concurso centro Simón Díaz (csd). 2010. Disponível
em:<http://www.arepa.info/proyectos/concurso-para-la-integracion-urbana-del-centro-simon-
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DADOS GERAIS. Site oficial de Paraí. 2015. Disponível em:


<http://www.parai.rs.gov.br/portal1/dado_geral/mumain.asp?iIdMun=100143281>. Acesso
em: 20 ago. 2015.

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<http://brasilchannel.com.br/municipios/index.asp?nome=Rio+Grande+do+Sul>. Acesso em:
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ELO REGIONAL. Resultado Da Parte Artística Do 25° Rodeio Estadual De Paraí. 2014.
Disponível em: <http://www.eloregional.com.br/index.php/nossa-cidade/155-resultado-da-
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FACEBOOK. CTG Rodeio da Amizade de Paraí. 2014. Disponível em:


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2015.

FEDATO, Mariana Raquel. Parque das Macadamias. Espaço Público para a cidade de
Dois Córregos. 2010. Disponível em:
<http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118986/fedato_mr_tcc_bauru.pdf?seque
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93
FEEDADOS. Portal Fee. Disponível em:
<http://feedados.fee.tche.br/feedados/#!pesquisa=0>. Acesso em: 25 ago. 2015.

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Disponível em: <https://jonashenriquelima.wordpress.com/2011/10/02/como-surgiram-os-
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Infográficos: dados gerais do município. IBGE, 2014. Disponível em:


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Lei n° 2331/2005 de 11 de Outubro de 2005. Institui a Lei de Diretrizes Urbanas do


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<http://leisnaweb.com.br/mostrar-ato/?ato=2412&host=parai.leisnaweb.com.br&search>.
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Lei n° 2479/2007 de 26 de Outubro de 2007. Institui o Código de Obras do Município de


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Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-40087/piscinas-municipais-de-povoacao-
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MARQUEZ, Leonardo. Parque Red Ribbon: Qinhuangdao China. 2013. ArchDaily Brasil.
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PEDROTTI, Gabriel. Parque de Atividades Zhangmiao / Archi-Union Architects. 2013.


ArchDaily Brasil. Disponível em:<http://www.archdaily.com.br/br/625283/parque-de-
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Premiados – Parque Urbano e Vivencial Do Gama. Distrito Federal, Brasília - 2012.


Disponível em: <http://concursosdeprojeto.org/2012/08/13/premiados-parque-urbano-e-
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Segundo lugar "concurso para La Integración Urbana del Centro Simón Díaz",
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94
69725/segundo-lugar-concurso-para-la-integracion-urbana-del-centro-simon-diaz-caracas-
venezuela>. Acesso em: 13 ago. de 2015.

SILVA, Janaína Barbossa; PASQUALETTO, Antônio. O caminho dos parques urbanos


brasileiros: da origem ao século xxi. Estudos, Goiânia, v. 4, n. 3, p.287-298, ago. 2013.
Trimestral.

Umeå Campus Park / Thorbjörn Andersson + Sweco Architects. 2014. ArchDaily Brasil.
Disponível em:< http://www.archdaily.com.br/br/625905/umea-campus-park-thorbjorn-
andersson-mais-sweco-architects/537ab939c07a80946d00004a>. Acesso em: 20 Ago.
2015.

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ANEXO 01: PRANCHAS

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