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FIAM – FAAM

FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

JOÃO PEDRO TAVARES GUEDES PEINADO

CENTRO DE CULTURA YOGUE

SÃO PAULO

2020
JOÃO PEDRO TAVARES GUEDES PEINADO

CENTRO DE CULTURA YOGUE

VILA LEOPOLDINA

Trabalho Final de Graduação


apresentado à banca examinadora da
FIAM-FAAM Centro Universitário,
como exigência parcial para obtenção
de título de Bacharel em Arquitetura e
Urbanismo, sob orientação do
Professor Leonardo Sette.

SÃO PAULO

2020

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Dedicatória

Aos Canalizadores do meu Ser neste Universo, os


bem aventurados e perfeitos Martha Tavares
Guedes e Marciel Peinado, meus queridos pais,
aos meus professores e professoras na
arquitetura, à minha família, meus ancestrais,
queridos amigos e à Vida, que é perfeita como é.

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE ABREVIATURAS
CCY – Centro de Cultura Yogue

CPPRS – Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras

CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo

ZO – Zona Oeste

RMSP – Região Metropolitana de São Paulo

PMSP – Prefeitura Municipal de São Paulo

CTC - Centro de Tratamento de Cartas

UMC - Universidade Mogi das Cruzes

ZC – Zona Central

DIMEP – Dimas de Melo Pimenta

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L I S T A D E F I G U R A S ............................................................................................................... 4
L I S T A D E A B R E V I A T U R A S ........................................................................................... 5
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 7
TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO .......................................................................................................... 8
BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 8
ANÁLISE URBANA ............................................................................................................................10
REGIÃO • ZONA OESTE DE SÃO PAULO ...........................................................................10
BAIRRO • VILA LEOPOLDINA .................................................................................................11
ENTORNO IMEDIATO ..................................................................................................................16
ANÁLISE DO TERRENO • AVENIDA MOFARREJ X RUA OTHÃO .................................19
O CENTRO CULTURAL YOGUE .........................................................................................................20
PARTIDO ARQUITETÔNICO ..........................................................................................................20
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL, BIOFÍLICA E BIOCONSTRUÇÃO ...............................21
PROGRAMA ARQUITETÔNICO ...................................................................................................22
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ..........................................................................................25
ÁREAS ALAGÁVEIS E DRENAGEM PLUVIAL NO PROJETO ........................................27
PRANCHAS GRÁFICAS ....................................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28

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INTRODUÇÃO
O momento presente informa um novo patamar da consciência humana. Frente a tantos problemas
históricos, sociais, artísticos e no seu cerne, espirituais a medida requerida para solucionar tais
degradações é de fato a integração da natureza de volta à vida humana. Os indígenas no Brasil e na
América do Sul, assim com os indígenas na Índia e outros locais, reconheceram desde os primórdios a
importância de respeitar o meio ambiente tanto quanto, o nosso próprio ambiente isso sendo, nosso
próprio Ser. Conjunto de mente, emoções, corpo e espírito. Mesmo estando sempre presente na
história, o conhecimento ancestral dos “índios” (do significado, que é originário da terra ou local) foi
esquecido e muitas vezes, desmerecido. A presente tese entende a importância de reconectar tais
conhecimentos e incluí-los à área da produção civil e arquitetônica.

Nossa casa, jamais seria uma simples “máquina de morar”, como afirmava Le Corbusier. Afinal morar
em um local nos possibilita entrar em comunhão com intimidades espaciais ou não. Nossas casas são
reflexos de nós mesmos, de nossas intenções e de nossas ideias. Pensando assim, de forma holística e
integrativa, os problemas de arquitetura e urbanismo em São Paulo são diversos, cada bairro possui
sua dificuldade, e qual região mais problemática do que o “grande pântano paulistano”, isso é a região
lindeira que acompanha os Rios Tietê e Pinheiros. O bairro da Vila Leopoldina foi esquecido, assim
como muitos outros e como a larga sabedoria ancestral presente em todos nós.

O projeto que aqui será discutido trará consciência às debilidades deste bairro, que tanto sofre pela
sua região inundável e utilizará a maior de todas as ferramentas, a conscientização do usuário do bairro
através dos ensinamentos ancestrais da yoga! A Yoga, que é derivada da raiz -yuj, significa juntar ou
unir. Acreditamos que é através da Yoga e da prática de trabalhar a atenção sobre si mesmo, que
consequentemente, o cidadão paulistano irá trabalhar a tenção sobre o ambiente que ocupa. Por
milênios, mulheres e homens se tornaram grandes influentes em seus meios, possibilitando revoluções
grandiosas, como Mahatma Gandhi, defensor da liberdade do continente indiano, Saitama
Shakyamuni, o Buda, Jesus Cristo e Sri Patãnjali, que instalaram seus pensamento espirituais,
efetivando as maiores mudanças na consciência do Ser Humano, assim como nomeio onde habita.

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A arquitetura holística e integrativa aqui apresentada, irá utilizar o ideal de Hassan Fathy, que convida
o povo a construir sua própria moradia e obter responsabilidade constante sobre mesma. Irá provocar
o cidadão, assim como fizeram Sri Aurobindo e Mira Alfassa, ao começar a maior cidade auto-gerida
do mundo Auroville, na Índia. Irá palestrar ao usuário da cidade, mostrá-lo que o espaço urbano nunca
deixou de ser responsabilidade própria, afinal cada indivíduo existente é dono e servente do Planeta e
assim, do espaço que habita.

Este projeto se trata da inserção de um centro de cultura védica e yoguica, cultura ancestral dos povos
Indianos e, de certa forma, indígenas, na região alagadiça da Vila Leopoldina, projeto que intui a união
do bairrista ao bairro e da resolução dos problemas causados pela má administração da infraestrutura
urbana e da saúde dos rios

TEMA E CONTEXTUALIZAÇÃO

BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

A proposta deste projeto, o Centro de Cultura Yogue (CCY), requer entender duas questões urbanas,
sociais e humanas importantes. A primeira, a transformação urbana do bairro ao qual está inserido, a
Vila Leopoldina, e a segunda, a desqualificação do bairro por parte de um plano imobiliário
segregacionista.

O bairro da Vila Leopoldina, como iremos analisar, possui atualmente uma posição delicada de
predominância residencial e comercial de alto luxo, conclusão de um longo processo transicional do
uso predominantemente industrial e popular para o residencial e condominial.

A necessidade de balancear as tendências desta projeção urbana conclui o intuito deste projeto, tendo
como direção, propor espaço aberto, público, urbanisticamente acessível a qualquer pedestre e de
cunho cultural. Aqui, o regime cultural escolhido está diretamente vinculado com as raízes da
civilização oriental que se expande cada vez mais, assim como muito da ancestralidade indígena
ocidental, que também anda ganhando visibilidade pelo país.

Tendo enfoque na cultura védica (do sânscrito, विद् vid- ‘conhecimento’ ou ‘ciência’), estes sistemas
de conhecimento possuem diversas abordagens como o estudo do corpo, saúde, toxicologia, biologia,
estudos sobre a mente, filosofia, física, astrologia, arquitetura, engenharia etc. Os Vedas, escrituras
que existem e servem de base à civilização Indiana há cerca de 3000 anos, norteando um estilo de vida
que favorece e incentiva a melhor qualidade de vida do usuário. O CCY convida, integra e expande

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todas essas artes e áreas do conhecimento num plano arquitetônico e paisagístico, localizado no setor
industrial da Vila Leopoldina.

Fazendo uma análise do bairro da Vila Leopoldina, assim como o perfil e características do cotidiano,
do tipo de usuário e residente, percebe-se a falta de participação do mesmo na cidade e ainda, como
a transição urbanística e desenvolvimento da região não deu espaço devido às áreas verdes, espaços
públicos, e aos equipamentos culturais e populares.

O próprio Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras – Lapa (CPPRS-Lapa) de 2016
estabelece diretrizes que possam atender à falta de equipamentos que atendam as novas demandas,
surgidas da transição de uma zona industrial para mista. Dentre elas estão: Qualificar os espaços livres
públicos; atender a demanda por equipamentos e serviços públicos sociais; solucionar os problemas
de saneamento ambiental, em especial manejo de águas pluviais (drenagem);

No trecho (CPPRS-Lapa, 2016, p. 6):

“Trata-se de área passível de renovação, podendo sofrer transformações estruturais para


maior aproveitamento da terra urbana com aumento nas densidades construtiva e
demográfica e implantação de novas atividades econômicas de abrangência metropolitana,
conforme os objetivos do Plano Diretor”

O programa proposto inicialmente foi o de configurar um parque público, que pudesse oferecer
condições para a recreação dos usuários do bairro num geral, desde residentes até passageiros e
trabalhadores da área. O terreno em questão está localizado entre a orla do bairro da Vila Leopoldina,
paralelo ao Rio Pinheiros e estação ferroviária Ceasa da CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos) e a principal avenida de acesso ao CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns
Gerais de São Paulo) a Avenida Doutor Gastão Vidigal.

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ANÁLISE URBANA

REGIÃO • ZONA OESTE DE SÃO PAULO

Fig. X - Macrorregião - Zona Oeste de São Paulo - Fonte: Elaborado pelo autor

Localizado no Estado de São Paulo, na Zona Oeste (ZO) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP),
a o bairro da Vila Leopoldina é decorrência do crescimento do macrorregião que é o bairro da Lapa,
bairro popular formado no final do século XIX por diversos imigrantes, buscando melhor qualidade de
vida na região paulistana. A Lapa, conforme figura a seguir, desenvolveu-se ao longo dos anos, por
consequência da migração de europeus, que inicialmente se concentra no bairro da Sé (fig. X)

Fig. X – Evolução da Mancha Urbana - Fonte: CPPRS, EMPLASA, 2002.

Naturalmente, a urbanização se alastra ao longo dos anos buscando responder às demandas que foram
surgindo com maiores índices de residências, comércios e instituições como hospitais, escolas, teatros
e áreas públicas. A figura mostra que a Vila Leopoldina acaba sendo uma extensão da mancha urbana
que se espalha, seguindo o rio Tietê até o rio Pinheiros. Na figura a seguir, conclui-se como a região
possui ampla influência e histórico profundo, desde o centro da Sé, até mais recentemente nos bairros
da Lapa, Vila Leopoldina e Butantã.

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Fig. X – Evolução da Mancha Urbana na Macrorregião – Fonte: CPPRS, PMSP

O projeto desenvolvido procurou, por meio do perfil geral da Macrorregião, atender ao máximo a falta
de espaços públicos de qualidade e de instituições educacionais e culturais.

BAIRRO • VILA LEOPOLDINA


A Vila Leopoldina se formou como área de uso industrial e popular. Inclusive, recebe este nome tanto
por uma das empreendedoras das fábricas, denominada Leopoldina Kleber, quanto à Imperatriz Maria
Leopoldina de Áustria.

Surgiu ao longo dos anos 1900 e 1970, entre a divisão de lotes por parte dos proprietários, que após
comprar o chamado sítio Emboaçava (do dialeto tupi goitacá ‘lugar por onde se passa’) dos jesuítas
alemães, começaram a dividir e até sortear os terrenos do bairro.

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Fig. X - Fonte: Territórios invisíveis da Vila Leopoldina – Lígia Rodrigues.

A região era majoritariamente pantanosa devido aos rios Tietê e Pinheiros e por isso, desenvolveu-se
o desenho urbano de lotes longilíneos, ideais para edificações baixas e cumpridas, como olarias e,
posteriormente fábricas. Este perfil é visto até hoje, principalmente na orla dos rios.

É a partir do século XX que a demanda das regiões vizinhas da Lapa e Alto de Pinheiros começaram a
se alastrar. Grandemente, devido às companhias ferroviárias que optaram por instalar suas sedes
próximas às margens dos rios, então canalizados, trazendo grande número dos imigrantes e
estimulando o interessante mobiliário às empresas.

Foi apenas na década de 50 que o bairro começou a receber cabeamento elétrico e sistemas de esgoto
e saneamento de forma mais consistente. Houve também a estreia do Mercado Municipal da Lapa que
engrandeceu ainda mais os sistemas de abastecimento de alimentos da região, liderada pelo então
Centro Estadual de Abastecimento Sociedade Anônima (CEASA), que em 1969 se une à Companhia de
Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, a CAGESP e torna-se a Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, o conhecido CEAGESP, grande polo de transições de
alimentos orgânicos de São Paulo, e a principal fonte de movimentação do bairro da Vila Leopoldina.

Com o crescimento em massa devido aos processos de gentrificação e expansão mobiliaria, a região
vizinha Alto de Pinheiros propiciou políticas públicas para atenderem sua demanda, quase que
exclusivamente residencial e em 1994, inaugurou o Parque Villa-Lobos, outro importante centro
urbano da região. Tal movimentação mobiliária, também sugestionou muitas áreas da Vila Leopoldina,
como por exemplo a rua Carlos Weber, pioneira no processo de condomínios e residências de alto
luxo. Com a ampliação da zona de valor, muitos investidores acharam oportunidades de continuar
explorando a construção de torres residenciais.

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Fig. X - Fonte: L.A. Investimentos Imobiliário, 2018

O projeto aqui discutido, entende que o crescimento de residências no bairro deve ser acompanhado
com estimuladores urbanos, ou seja, instituições educacionais, culturais e espaços urbanos públicos e
de qualidade a ser usufruída, tanto pelos residentes do bairro como pelos passageiros. Atualmente, o
único parque da região da Vila Leopoldina é o Parque Orlando Villas-Bôas, próximo à estação
Imperatriz Leopoldina, que se encontra fechada devido à contaminação do solo, sobrando, portanto,
o Parque Villa-Lobos para atender a demanda total da macrorregião.

Outra característica urbana mencionável foi o abandono imobiliário da zona de armazéns industriais.
Ao longo dos anos as taxas e impostos recolhidos pelo estado se tornaram maiores que as dos
municípios vizinhos, tornando desvantajoso ter o local e cadastro destes empreendimentos sediais em
São Paulo. Assim, muitos dos lotes e armazéns tornaram-se rapidamente vagos e propícios para novos
usos, como por exemplo produtoras de mídia digital, estúdios de filmagem e fotografia, agências de
publicidade, espaços para festas e, ainda sim, armazéns e futuros novos condomínios. Ainda não foram
exploradas as áreas livres e verdes do bairro. O governo estadual pouco estimula oportunidades de
projetar um desenvolvimento mais suave e apropriado, criando, portanto, problemas na infraestrutura
do bairro. Tendo exemplo o sistema de canalização e infiltração pluvial, incapaz de administrar grande
quantidade de chuva e tornando a região alagada, como visto em março de 2020.

Fig. X - Avenida Mofarrej em março de 2020, após chuva forte – Fonte: Elaboração do autor

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Equívocos que poderiam ser evitados ao se dar preferência também às áreas permeáveis, respeitando
os Planos Regionais e assim propiciando melhor qualidade para a cidade e o cidadão em si. Como
citado anteriormente, a região é oriunda de solo pantanoso, portanto alagadiço em detrimento da
proximidade com os rios que, mesmo estando canalizados ainda tornam os atributos mais profundos
do solo, propícios para o acúmulo de água.

O Plano Diretor de 2016 tenta solucionar tais problemas estimulando a construção civil e arquitetônica
a efetivar áreas permeáveis, parques alagáveis, tetos-verde e calçamentos drenantes.

Fig. X – Mapa esquemático do bairro – Fonte: Elaboração do autor

Acompanhado pelos rios e consequentemente por ambas avenidas marginais Tietê e Pinheiros, o eixo
central do bairro acontece entre a Avenida Imperatriz Leopoldina, (que configura seus limiares entre
a estação Imperatriz Leopoldina da CPTM, e a Avenida Queiroz Filho) e Avenida Doutor Gastão Vidigal
que conecta a CEAGESP, a unidade CTC (Centro de Tratamento de Cartas) dos Correios, e Ponte dos

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Remédios, que articula a Vila Leopoldina com a Vila Ribeiro de Barros, onde está o Centro de
Convenções Têxtil (International Trade Mart), direção para a Vila dos Remédios.

Na Avenida Imperatriz Leopoldina está a Universidade Mogi das Cruzes (UMC) que sedia o Teatro UMC,
há também a unidade do Mariano Ferraz do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI),
diversos restaurantes e lanchonetes, comércios, brechós, bancos, mercados, tabacarias etc.

Fig. X – Zoneamento da Vila Leopoldina e cadastro de transporte público – Fonte: Elaboração do autor

Fig. X – Uso predominante do solo e gabaritos de alturas das edificações – Fonte: Elaboração do autor

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ENTORNO IMEDIATO
O entorno ao qual está localizado o terreno que será trabalho é de grande porte, possuindo
aproximadamente 26.700m² e está inserida em Zona Central (ZC), conforme os Planos Regionais e
Diretor. Configura-se em lotes de grande porte. No caso do CCY, cerca de 200mx200m que se conforma
em molde triangular.

Compartilha sua quadra juntamente com a antiga Cinemateca Brasileira, hoje utilizada como depósito
à sede oficial na Vila Clementino e a escola internacional Beacon School Campus. Ambas edificações
arquitetônicas longilíneas e de gabarito médio (até 12m de altura).

Ao Oeste, na face lateral do terreno, temos as produtoras de revistas e conteúdo digital, New Content
e a Paranoid BR, ambas ocupando antigos armazéns com as mesmas qualidade arquitetônicas; um
condomínio habitacional, que ganhou popularidade no mercado, devido à padronização de execução
e identidade projetual contemporânea, a MaxHaus Vila Leopoldina II; uma Igreja Batista, que adaptou
um conjunto de armazéns e hoje atende alta demanda da região; o DIMEP (Dimas de Melo Pimenta
Sistemas de Ponto e Acesso) conjunto de empresa de softwares e controles de acesso e o respectivo
Museu do Relógio Dimas de Melo Pimenta. Além destas entidades específicas, o restante é formado
por armazéns que funcionam exportadoras, depósitos e escritórios de publicidade.

Fig. X – Uso predominante do solo e gabaritos de alturas das edificações – Fonte: Elaboração do autor

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Abordado nos capítulos de análise do bairro, a área é atendida por diversos percursos de ônibus e
possui duas estações de trem nas proximidades. Paralela ao Rio Pinheiros e ao fundo do CEAGESP, está
a estação Ceasa (Linha 9 – Esmeralda – Osasco até Grajaú) e paralela ao Rio Tietê e próxima ao Parque
Orlando Villas-Bôas, está a estação Imperatriz Leopoldina (Linha 8 – Diamante – Júlio Prestes até
Amador Bueno). A região imediata possui alto fluxo de caminhões e veículos pesados por causa das
demandas de armazéns e depósitos, assim como alto fluxo de pedestres, que trabalham nas
imediações e precisam andar até as avenidas principais ou, até a estação de trem mais próxima.

Como citado anteriormente, o terreno configura-se como ZC e, portanto, deve atender às demandas:

Ainda, segundo o Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras:

“Trata-se de área passível de renovação, podendo sofrer transformações estruturais para maior
aproveitamento da terra urbana com aumento nas densidades construtiva e demográfica e implantação
de novas atividades econômicas de abrangência metropolitana, conforme os objetivos do Plano Diretor
a serem atingidos no Setor Orla Ferroviária e Fluvial da Macroárea de Estruturação Metropolitana.”

Conclui-se que o Plano Regional entende que as novas demandas, provenientes de tantas mudanças
urbanas ao longo dos anos, apontam para uma gradativa mudança de usos e possivelmente, de perfil
arquitetônico da região. O projeto do CCY entende que os ângulos retos dos armazéns e fábricas devem
ser quebrados, para que a região tenha maior liberdade de expressão urbana e arquitetônica. Tanto
áreas paisagísticas públicas como fachadas e técnicas construtivas novas são bem vindas.

Quanto aos atributos físicos e ambientais do entorno, a topografia é plana, com mínimas ressalvas em
relação ao solo que se configura a seguir:

Fig. X – Uso predominante do solo e gabaritos de alturas das edificações – Fonte: Elaboração do autor

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Todo o terreno , que acompanha a orla dos rios é de terra mole e solo compressível (ou
deformável), já a parcela seria a predominância do eixo interno do bairro, este como planície
aluvial.

A vegetação da região é escassa. Com os novos tratamentos público dos últimos dois anos, os
logradouros locais e avenidas radiais perderam muitas árvores antigas, que estavam por agredir a
estrutura das calçadas e os postes de fios elétricos. Num geral, percebe-se que não existe interesse de
reformar os lotes a fim de respeitar as taxas de permeabilidade e consequentemente maior cobertura
arbustiva. O aumento da massa arbustiva é importante para o local pois ele sofre com falta de sombras,
visto que os gabaritos são majoritariamente baixos. Ainda pelo baixo gabarito das edificações e
principalmente pela topografia plana, a região é atingida constantemente por ventos, o que muitas
vezes provoca danos no sistema de cabeamento aéreo.

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ANÁLISE DO TERRENO • AVENIDA MOFARREJ X RUA OTHÃO
Localizado entre a Avenida Mofarrej e a rua Othão, o terreno possui um perfil curvilíneo, inserido no
vértice do bairro, e paralelo ao nó que une o Rio Pinheiros ao Rio Tietê. Como citado anteriormente,
a insolação que atinge diretamente o terreno é constante ao longo do ano. (fig. X)

Fig. X – Estudo de Insolação do terreno escolhido – Fonte: Elaboração do autor

Fig. X – Fotos aéreas dos anos 2012 e 2013 respectivamente – Fonte: Elaboração do autor

O aterro em questão, sediou até o meio de 2013 um grande complexo de armazéns, que
eventualmente foi vendido e demolido. Nota-se a relação do terreno vizinho que foi demolido junto
ao principal. Por se tratar de quadras grandes, o CCY optou por ocupar apenas uma parte dos terrenos,
dando visibilidade à quadra com maior permeabilidade, transpassagem e tratamentos paisagísticos
possíveis. Aqui, destaca-se a importância do tratamento urbano, dando enfoque à infraestrutura de
drenagem e infiltração pluvial, visto que a área é zona de risco alagável em épocas de chuvas fortes.
Mais frente será detalhado as intervenções planejadas e possíveis soluções para esta área.

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O CENTRO CULTURAL YOGUE
PARTIDO ARQUITETÔNICO
O principal desafio do projeto resume as principais carências citadas ao longo do texto, assim como as
diretrizes sugeridas pelos Planos Regionais e Plano Diretor, sendo essas: promoção de atividades
(equipamentos e serviços) que atendam às novas demandas do bairro; promover e qualificar espaços
paisagísticos urbanos, tanto de permanência e recreação, quando de passagem; solucionar
saneamento, drenagem e captação pluvial da área.

Fig. X – Configura em amarelo a área inundável da região – Fonte: Elaboração do autor

Mediante o perfil do pedestre, do residente e do trabalhador da região, o CCY busca oferecer, primeiramente
um espaço propício de permanência, contemplação ou simples passagem, tornando o cotidiano dos cidadãos
mais fresco, leve e bem-aventurado, ao utilizar projeto de paisagismo e desenho de implantação inclusivo e
integralmente público. E, segundamente, incluir na região espécie de ‘Ashram’ (livre tradução do sânscrito –
aashraya, “proteção” ou – srama, “ferramenta à liberação”, “que direciona à liberdade”) termo utilizado para
denominar os templos e eremitérios na Índia, localizados no meio das florestas, utilizados pelos grandes Mestres
e Sábios. Esse ‘Ashram’ urbano seria a integração de todas áreas da cultura védica, sendo essas pautadas entre
as práticas de yoga em suas áreas de estudo da mente (Raja Yoga), estudos do corpo (Hatha Yoga, Vinyasa Yoga
e Tantra Yoga), estudos das divindades e formas de devoção (Bhakti Yoga), voluntariado e projetos inclusivos e
sociais (Karma Yoga), estudos do sistema medicinal, de saúde, assim como alimentação e herbologia (Ayurveda),

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estudos de astrologia védica (Jyotish), arquitetura e harmonização de interiores (Vastu shastra) entre outros.
Oferecendo ao usuário a oportunidade de viver a cidade e a Si mesma de forma leve, integrada e estimulando o
uso do CCY como instituição público-privada.

INSERIR Fig. X – Estudo do partido arquitetônico. Relação público-privado – Fonte: Elaboração do autor

A ideia principal é estimular o passageiro horizontalmente, criando grande praça permeável em toda extensão
do terreno, que ocupa ambas esquinas. Perante os fluxos estudados, em sua maioria, o pedestre é intuído a
cruzar o espaço pela menor distância, economizando energia. Tendo clara esta diretriz, o térreo seria plenamente
aberto ao público, oferecendo ainda equipamentos de uso geral, como o restaurante, a loja de produtos voltados
ao meio, a farmácia herbária e o auditório. O percurso mais curto, além de cruzar o terreno, oferta ao usuário
diversos equipamentos e, a praça urbana, trazendo maior contato da natureza à cidade.

Os demais pavimentos trazem salas menores para os estudos teóricos e atendimentos individuais, salas mais
amplas para práticas do corpo e massagens, salas individuais e grupais para meditação, uma biblioteca
especializada, sanitários, administração da instituição e, a fim de atender a demanda de toda a RMSP assim como
do Município de São Paulo, um edifício residencial, que irá abrigar os estudantes de fora da região e que não
possuem condições de ir e voltar, ou de permanecer em hotéis.

A Yoga nasceu e permaneceu na Índia durante aproximadamente 4000 anos, até o século XX quando começou
seu processo de globalização cultural para o restante do globo. Entende-se que, assim como a cultura indígena
brasileira, ambas procuram um estilo de vida integrado com o meio ambiente, com a espiritualidade e a
consciência de si mesmo. É assim que este projeto planeja trabalhar tanto idealmente, quanto fatidicamente os
materiais e sistemas construtivos. Integrando natureza, arquitetura e a simplicidade da Alma Humana.

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL, BIOFÍLICA E BIOCONSTRUÇÃO

O termo biofilia, segundo o criador do termo Edward Osborne Wilson, seria o antônimo de necrofilia,
que significa amor ao que é ou está morto. A Biofilia é o conceito de voltarmos nossa atenção e
gradativamente darmos ciência às relações do que é ou está vivo. Na arquitetura e no design é
largamente utilizado por diversos artistas. Seguindo essa ordem a arquitetura sustentável e a
bioconstrução entram tendo papel importante tanto no atual contexto de saúde do Planeta, quanto
na área da construção civil, que estima emitir cerca de 30% dos gases poluentes totais no Brasil.
“...redução do desperdício, eficiência, redução do impacto no meio ambiente, minimização de descarte
de resíduos, maximização de reuso dos insumos; compromisso com o conforto das pessoas.”

Resume os conceitos fundamentais da arquitetura sustentável, segundo o arquiteto e urbanista Mário


Hermes Stanziona Viggiano, no caderno Projeto de Edifícios Sustentáveis, 2019. E ainda, segundo Ken
Yeang (1999, Proyectar con la Naturaleza)
“A teoria do projeto ecológico, em função das características holísticas de interconexão próprias dos
ecossistemas terrestres, afeta a todos os aspectos da atividade humana que exercem um impacto sobre
o ambiente natural. Em consequência, a teoria do projeto ecológico pode incluir, além da arquitetura,
outros campos aparentemente tão dispares e estranhos a ela como a produção e uso eficiente de
energia, a reciclagem e a reutilização de resíduos.”

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Num geral, o CCY busca utilizar referências de ‘Ashrams’ e outros projetos que buscam permitir a
invasão de elementos da natureza ao projeto, através de plantas, árvores, espelhos d´água,
revestimentos reciclados ou biodegradáveis.

Fig. X – Azulik Uh May, Museu de Arte Multifacetado no México – Fonte: Roth-Arquitetura

PROGRAMA ARQUITETÔNICO

Conforme citado brevemente, o projeto constitui de amplo programa, buscando juntar usos aos
afiliados do CCY e aos que não possuem o menor interesse à instituição, mas que estão próximos e
possuem convivência com o entorno. Por exemplo, o restaurante, a loja e farmácia herbária, atuam
como térreo e fachadas comerciais.

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Buscando utilizar o incremento da biofilia na arquitetura, o projeto é percorrido de elementos da
natureza, e por semelhança, pequenos espaços isolados de paisagismo contendo unicamente espaço
arborizado. Esse espaço é imaculado e possui abertura direta ao céu, concluindo espécie de ‘torres
vazias’ que permitem aos pavimentos superiores observar os demais pavimentos inferiores e o espaço
paisagístico isolado. Essa mesma torre, conecta todos os ambientes à natureza encucada nesta área.

INSERIR Fig. X – Corte esquemático da torre de circulação vertical do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Uma referência altamente importante, é o Centro Kripalu de Yoga e Saúde, em Massachusetts, nos
Estados Unidos da América. Este Centro, é um dos maiores do ocidente e foi usado como referência
para as medidas e metragens quadradas deste projeto.

Fig. X – Maquete do Centro Kripalu de Yoga e Saúde e anexo residencial – Fonte: Peter Rose + Partners

O restaurante enfoca em alimentação vegetariana e produtos autogeridos, plantados, colhidos,


tratados e preparados. De um lado, a presença do CEAGESP acabaria servindo de abastecimento para
a demanda da cozinha, e por outro, o tempo daria lugar para uma horta própria da instituição, criando
independência de outras abastecedoras de alimentos.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática do restaurante do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Outro setor do projeto que aproveitaria a presença de uma horta independente é a da farmácia
herbária. A Ayurveda (traduzido do sânscrito, - ayur, “vida” e veda, “ciência”) utiliza largamente o uso
e o estudo de ervas para o tratamento de muitas doenças conhecidas hoje. Fato que é compartilhado
com todas as tribos e sistemas ancestrais sul americanos. Vemos nossos índios kariri-xocó, guarani,
pataxó, fulni-ô e muitos outros, dando igual importância para o conhecimento das ervas, como forma
de harmonização das enfermidades do corpo.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática da farmácia herbária do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

A loja acontece próxima à farmácia, praticamente integradas, o usuário pode comprar livros, apostilas,
produtos e equipamentos para as aulas práticas do corpo, óleos essenciais, temperos específicos,
roupas, dentre outros muitos objetos comuns à cultura Yogue, como Japamalas (traduzido do

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sânscrito, -japa, “sussurro” e mala, “guirlanda”) que são espécie de rosários usados na meditação,
incensos, raspadores de língua (usados na Ayurveda para remoção de toxinas da língua), chaleiras e
copos de cobre, jóias, como anéis e brincos, estátuas e pinturas diversas.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática da loja comercial do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Planejando o conforto tanto dos usuários como aos professores e possíveis palestrantes, o CCY possui
um largo auditório proporcionando espaço para aulas com classes numerosas, palestras ou até
mesmo, eventos cinematográficos e apresentações de trabalhos referentes aos cursos dados na
instituição. Outrossim, um espaço dedicado à apresentações gerais pode atender também as
produtoras da vizinhança para circunstanciais eventos.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática do auditório do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Citados os equipamentos que atendem os usuários não vinculados ao Centro, restam os demais
pavimentos e potenciais salas. As salas possuem 3 tipologias de tamanho, sendo a menor utilizada para
atendimentos terapêuticos individuais, massagens individuais ou mesmo para meditação. A mediana
será majoritariamente usada como sala de aula comum, tendo mesas e equipamentos utilizados para
melhor didática dos assuntos abordados. Por fim, as salas de maior metragem serão usadas para as
aulas práticas físicas, massagens e receberão também, saunas secas e úmidas, outro elemento
largamente usado na Ayurveda como tratamento da saúde.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática das tipologias de salas do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Outra particularidade do projeto é a ampla biblioteca especializada em livros direcionados à Cultura


Yogue. A concepção teve como referência a Biblioteca Yogananda, na Índia, que possui o mesmo
intuito aqui trabalhado. A Biblioteca citada serve à Universidade Shoolin.

INSERIR Fig. X – Vista panorâmica e interior da Bilbioteca Yogananda – Fonte: Andre J Fanthome

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INSERIR Fig. X – Planta esquemática da biblioteca do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Por fim, o CCY se ergue sendo uma grande referência de Yoga para todo o Brasil. Naturalmente, a
demanda de toda essa extensa região só poderia ser absorvida com um anexo residencial, mesmo
princípio adotado pelo Centro Kripalu de Yoga e Saúde. A edificação a parte conversa integralmente
com a implantação projetada, mas se faz isolada por se tratar de uso apenas residencial. Contam com
cerca de 80 unidades habitacionais, divididas entre quartos individuais e coletivos.

INSERIR Fig. X – Planta esquemática do anexo residencial do CCY – Fonte: Elaborado pelo autor

Conforme abordado no capítulo Análise do Terreno, o projeto sofre continuamente com insolação e
ventos. A premissa do projeto é deixar o espaço, tanto do terreno como ao entorno, leve e permeável.
Quase que elevando a parte pública do chão, em pilotis. Permitindo maior distribuição paisagística,
melhor traspassamento do pedestre, circulação de ar e penetração dos raios solares.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Conforme explicado anteriormente, o projeto arquitetônico possui o intuito de quebrar a linguagem
vigente dos armazéns e grandes vãos, predominantes na Vila Leopoldina. Compreende-se que começar
um eixo de estruturação a partir dessa quebra, acarretará a maior liberdade imobiliária e de criação
civil no momento de reforma e requalificação dos armazéns. Sendo assim, a forma plástica escolhida,
faz homenagem à uma simples e eficiente estrutura usada há séculos no Brasil

Fig. X – Planta e cortes das residências Yanomami – Fonte: CAU/RN

Os Yanomami, povo originário do Brasil e da Venezuela, utiliza arquitetura simples, porém altamente
convicta. Com eixos apoiados ao centro, formando composição circular. O CCY possui uma área de
ocupação muito superior às cabanas Yanomami, mas o princípio estrutural será o mesmo, utilizando
peças metálicas curvadas.

Outros exemplos desse raciocínio estrutural são, coincidentemente projetos dos Parques Villa-Lobos
e Ibirapuera. Trata-se do Orquidário Ruth Cardoso, projetado pelo arquiteto Décio Tozzi e da OCA ou
Palácio das Artes, concedida pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O formato circular permite amplitude
tanto dos usuários quanto à ventilação e insolação, quanto corretamente construída conjuntamente à
aberturas horizontais e verticais.

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Fig. X –Cortes e foto do Orquidário Ruth Cardoso – Fonte: Décio Tozzi

Fig. X –Corte, elevação e foto do Palácio das Artes, no Ibirapuera – Fonte: Museu da Cidade

O conceito de arquitetura orgânica é forte no programa do CCY, como citado anteriormente ao


exemplo do Museu de Arte Multifacetado Roth Azulik Uh May, no México, desenhado pelo escritório
Roth Arquitetura.

Fig. X –Corte e elevação do Museu Azulik Uh May– Fonte: Roth-Arquitetura

Como estrutura preliminar, o CCY irá configurar diversas ‘OCAS’, cada uma com sua função principal,
mas que se conectam, formando espaço em comum no interior. Do lado de fora, lembraria uma aldeia
de cabanas e ocas enquanto, do lado de dentro será um só espaço, integrado tanto verticalmente
quando horizontalmente.

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O CCY busca cumprir as recomendações apresentadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), estabelecidos no acordo da Agenda 2030 da ONU, do qual o Brasil é parte e o qual se
comprometeu a cumprir. Nomeadamente, podemos citar as relações com os ODS 7 (energia limpa),
11 (cidades e comunidades sustentáveis), e 13 (ação contra a mudança global do clima). Aqui, um
planejamento detalhado e cirúrgico em relação aos materiais utilizados é imprescindível. Podendo ser
utilizadas desde tijolos de barro, de cânhamo, fibra de coco e madeira recicladas do CEAGESP, até
sistemas de bioconstrução como o Superadobe ou Hiperadobe, técnica amplamente utilizada em eco-
vilas e comunidades autossustentáveis.

A técnica de Adobe utiliza sacos simples de plástico ou fibra (podendo ser utilizados sacos de cimento,
de frutas etc.) que são preenchidos com terra e através de compactação manual se estabilizam em um
material portante e seguro.

ÁREAS ALAGÁVEIS E DRENAGEM PLUVIAL NO PROJETO

Uma questão importante na resolução do programa de necessidades do projeto é a má infiltração e


administração de águas pluviais do sistema de drenagem do bairro. Algumas das técnicas possíveis
para tratar tal questão, como citado antes, são: bosques florestados e espécies arbustivas com maior
capacidade de absorção da água e retenção de solo, evitando erosão ou movimentações do solo;
calçadas, passeios e pátios drenantes, assim como previsto pelo Plano Diretor de 2016; valetas
drenantes bem localizadas; trincheiras e poços de infiltração que evitam o acúmulo de água nas ruas
e facilitando a vazão de água.

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PRANCHAS GRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/planos-regionais/arquivos/. Acesso em
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Vila Leopoldina - Dos galpões industriais a polo de produção cultural, 2017. Disponível em:
https://www.memoriavotorantim.com/blog/historia/vila-leopoldina/. Acesso em
27/03/2020

A história da Vila Leopoldina, 2019. Disponível em: http://ruacarlosweber.com.br/a-historia-


da-vila-leopoldina/. Acesso em 01/04/2020

Vila Leopoldina como você nunca viu, Lúcio Batistella, 2016. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=aunEB9Fy9jE. Acesso em 06/04/2020

Vila Leopoldina/ SP - Desenvolvimento e Valorização, L.A. Investimentos Imobiliários, 2018.


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PIU Vila Leopoldina, Leonardo Abreu, 2018. Disponível em:


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Architecture, World Architecture, 2019. Disponível em: https://worldarchitecture.org/article-
links/ecmhh/a-wooden-jungle-wraps-the-interior-of-a-fashion-store-in-tulum-designed-by-
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Azulik Uh May, a future built around art, nature and ancestral wisdom, Azulik, 2018. Disponível
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https://www.frameawards.com/project/4195590-sfer-ik-museion. Acesso em 17/04/2020

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http://mcmvconstrucao.blogspot.com/2016/02/hiperadobe-x-superadobe.html. Acesso em
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