Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE MERIDIONAL
PROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E
URBANISMO
Passo Fundo
2018
2
Passo Fundo
2018
3
CDU: 711.4
AGRADECIMENTOS
Ao fim dessa pesquisa eu posso com certeza afirmar que houve um grande
crescimento pessoal, e eu não tenho palavras para agradecer a todos que fizeram
parte desse processo comigo. Obrigada.
6
RESUMO
ABSTRACT
Key words: Urban Occupation, Movement for Housing, Irregular Urban Design,
Right to the City.
8
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIAÇÕES
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 14
METODOLOGIA 22
CAPÍTULO I – CIDADE PARA POUCOS: QUESTÃO URBANA E
AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS 28
1.1 URBANIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA E DIREITO À
CIDADE 29
1.2 SISTEMAS DE HABITAÇÃO SOCIAL NO BRASIL 33
1.3 MOVIMENTOS SOCIAIS: A BUSCA PELO DIREITO DA
TERRA 40
1.4 O POVO PRECISA MORAR: ALTERNATIVAS
POPULARES DE MORADIA NO BRASIL 46
1.5 CARACTERÍSTICAS DO DÉFICIT HABITACIONAL DA
CIDADE DE PASSO FUNDO. 51
CAPÍTULO II - SURGIMENTO DE UMA OCUPAÇÃO URBANA:
CASO OCUPAÇÃO CHÁCARA BELA VISTA 58
2.1 CONSTITUIÇÃO DO VAZIO URBANO: OCUPAÇÃO
CHÁCARA BELA VISTA 59
2.3 CONFIGURAÇÃO SOCIAL: CARACTERIZAÇÃO DOS
MORADORES DA OCUPAÇÃO CHÁCARA BELA VISTA 78
CAPÍTULO III. EXTRUTURAS SOCIAIS QUE COMPÕEM UMA
OCUPAÇÃO URBANA: CASO OCUPAÇÃO CHÁCARA BELA VISTA 86
3.1 O CONTEXTO DA LUTA 87
3.2 A (IN) EFETIVIDADE DO DIREITO À MORADIA 94
3.3 ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO 99
3.4 RELAÇÕES ENTRE AS LUTAS 105
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS 111
V. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 117
VII.ANEXOS 124
7.1 ANEXO A - QUESTIONÁRIO DE PERFIL
SOCIOECONÔMICO 124
7.2 ANEXO B – ROTEIRO PARA ENTREVISTAS COM
REPRESENTANTES DOS MOVIMENTOS QUE ATUAM NA
OCUPAÇÃO CHÁCARA BELA VISTA 127
7.3 ANEXO C - ROTEIRO PARA ENTREVISTAS COM
REPRESENTANTES DA OCUPAÇÃO CHÁCARA BELA VISTA 128
14
I. INTRODUÇÃO
atividades industriais nas áreas urbanas contribuiu para que parte das pessoas que
moravam em áreas destinadas para a agricultura migrassem para os centros
urbanos em busca de emprego (MARICATO, 2003).
Entretanto, Davis (2016) aponta que o planeta Terra será todo urbanizado,
tendo, assim, a maioria de seu espaço tomado por moradias urbanas e não mais
rurais, como em gerações anteriores. Um dos efeitos da urbanização é a formação
das megacidades, cuja proliferação pelo mundo tem dois fatores principais: a intensa
urbanização e a acelerada metropolização, ou seja, a concentração das populações
urbanas nas grandes metrópoles de seus países (DAVIS, 2016).
Porém, não foram suficientes, segundo Rolnik (2015), para terminar com o
déficit habitacional brasileiro. Harvey sugere que o aumento populacional, aliado ao
descaso do poder público, põe os pesquisadores em alerta em relação à capacidade
do meio urbano em absorver algumas questões, como a desigualdade social e a
criação de metrópoles e megalópoles sem infraestrutura. Nessa mesma perspectiva,
o autor sugere que existem outras causas para o aumento da desigualdade social,
pois, além da migração da população para a cidade, as práticas capitalistas e a falta
de interferência do poder público na construção urbana segregam e criam déficits
habitacionais, gerando ocupações irregulares e moradias subnormais (HARVEY,
2013).
Assim, segundo a Fundação João Paulo (FDP) (2018), existem 2 (dois) tipos
de caracterização de déficit habitacional: déficit por reposição de estoque e déficit
por incremento de estoque. O primeiro refere-se aos domicílios rústicos, aos quais
deveria ser acrescida parcela devida à depreciação dos domicílios.
Tradicionalmente, utilizando o conceito do IBGE, os domicílios rústicos são aqueles
sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada. Em decorrência das suas
condições de insalubridade, esse tipo de edificação proporciona desconforto e risco
de contaminação por doenças. O segundo contempla os domicílios improvisados1,
parte da coabitação familiar e dois tipos de domicílios alugados: os fortemente
adensados e aqueles em que famílias carentes (renda domiciliar até três salários
mínimos) pagam 30% ou mais da sua renda para o locador.
1 O termo Imóveis Improvisados refere-se a imóveis sem fins residenciais e lugares que servem
como moradia alternativa: imóveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaças de carros
abandonados, barcos, cavernas, entre outros (FJP, 2018).
18
Outro caso notório encontra-se ao longo da via férrea, que corta a cidade toda,
onde se pode verificar que se encontra a maior ocupação registrada na cidade. Em
19
cidade de Passo Fundo, bem como a constituição dos vazios urbanos e a existência
de ocupações irregulares e, posteriormente, a evolução do bairro São Luís Gonzaga;
c) analisar a formação da Ocupação Chácara Bela Vista (OCBV), tendo em vista a
compreensão das infraestruturas urbanas; d) caracterizar os moradores que residem
no local; e) mapear e identificar atores sociais que são responsáveis pela
estruturação de diferentes funções desempenhadas no processo de formação e
dinâmica de organização e estruturação da ocupação.
II. METODOLOGIA
2 Não serão abordadas questões jurídicas, devido ao fato dessa pesquisa tartar de uma
relações sociais e políticas dos movimentos envolvidos. Por fim, fez-se a observação
in loco contínua para compreender a dinâmica do movimento (Figura 03).
A categorização dos dados pode ser entendida como uma operação que
classifica os elementos pesquisados por meio de critérios previamente definidos. A
divisão das repostas analisadas não é algo obrigatório na sistematização dos dados
obtidos, porém a maior parte dos procedimentos acabam gerando um processo de
categorização.
Esse modelo de agrupamento dos elementos permite que haja uma análise
mais rápida, eficaz e simples (BARDIN, 2016). Portanto a organização das
entrevistas abordará algumas categorias já determinadas: pertencimento; histórico;
ações; direito à moradia; relação entre lideranças e moradores; sustentabilidade;
relações políticas. Pode haver subcategorias, o que depende exclusivamente das
respostas dos entrevistados.
Diante desse contexto, quem que a moradia torna-se um artigo de luxo, aliado
à falta de políticas públicas eficazes, a população de baixa-renda garante sua
habitação por meio da informalidade. A construção de favelas, loteamentos
clandestinos e ocupações irregulares torna-se a solução imediata para o exercício
do direito à moradia (MARICATO, 2014).
Entretanto, verifica-se, ao longo dos últimos anos, uma inflação nas cidades,
seja em tamanho, população ou densidade, o que trouxe para ela a concentração de
alguns problemas que atingem os habitantes do local. A sociedade contemporânea
tornou-se essencialmente urbana a partir do período do final do século XIX, pós-
Revolução Industrial, e os problemas urbanos começaram a se acentuar, diante do
aumento da população nas cidades, decorrente do êxodo rural, em busca de
oportunidades de trabalho e sem condições dignas de qualidade de vida (SANTOS,
2015).
Aliado ao inchaço das grandes cidades, para Davis (2006), a busca de novos
mercados econômicos fortaleceu a globalização, sistema que estabelece uma
integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Por meio deste processo,
as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações
financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais.
Para Davis (2006, p. 18) “o preço da nova ordem urbana será a desigualdade
cada vez maior, tanto dentro de cidades de diferentes tamanhos e especializações
31
econômicas quanto entre elas”. No geral, a desigualdade social ocorre diante da falta
de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho
e, também, da dificuldade de acesso aos bens culturais e de infraestrutura. Essa
desigualdade é gerada em um sistema em que o excedente de produção controla os
interesses urbanos.
Apesar de protegido pela Carta Magna Brasileira, esse direito não é efetivado
de modo satisfatório pelo Estado, uma vez que as políticas públicas de acesso a
lotes e moradias têm-se mostrado pouco eficientes, restando às pessoas, assim,
como única alternativa, recorrer à ocupação de propriedades que não estariam
cumprindo sua função social (LIMA, 2012). Os cidadãos que ocupam essas
propriedades estão respaldados pelos artigos 182 e 183 da Constituição Federal e
também pela Lei Federal nº. 10.257/2001, o Estatuto das Cidades, que determina a
prioridade deve cumprir sua função social.
divididas nos dois sentidos, geralmente projetada com alguma preocupação paisagística.
7 Suburbanização: é o processo de crescimento das cidades para fora dos seus limites, expandindo-
8 Lei do Ventre Livre: uma lei abolicionista, promulgada em 28 de setembro de 1871 (assinada pela
Princesa Isabel). Esta lei, considerava livre todos os filhos de mulher escravas nascidos a partir da
data da lei.
9 Alforria para Sexagenários: aprovada em 1885, previa liberdade aos sujeitos escravizados que
tivessem mais de sessenta anos de idade e estabelece também normas para libertação gradual dos
cativos, mediante indenização.
35
Entre os anos de 1921 a 1927, a Lei do Inquilinato entrou em vigor, embora não
tenha sido muito efetiva. A lei foi criada para estabilizar o valor dos aluguéis, que
estavam muito altos e eram estabelecidos livremente. Esse processo contribuía para
a expansão da cidade clandestina, levando em consideração que o acesso à moradia
estava cada vez mais caro (BONDUKI, 2002).
10Segregar: verbo transitivo que significa separar, apartar, colocar de lado, isolar, expulsar ou
expelir.
36
Em 1946, foi criada a Fundação da Casa Popular (FCP), base para o Banco
Nacional da Habitação (BNH), criado anos mais tarde. O FCP tinha como objetivo
proporcionar a compra ou a construção da moradia própria, sendo ela urbana ou
rural, para brasileiros ou estrangeiros com mais de 10 anos de moradia no país.
Entretanto haveria preferência para funcionários públicos e agricultores que cultivam
produtos essenciais para sobrevivência. Posteriormente, a intenção era de que
houvesse a irradicação de favelas (AZEVEDO; ANDRADE, 2011).
O BNH foi uma empresa pública brasileira que tinha sede em Brasília, apesar
de ter o nome de banco. Foi constituída com o intuito de financiar moradias e se
opunha frontalmente a todo o sistema de planejamento e execução orçamentária
montados no país, que até esse período era baseado na concentração de recursos
nas mãos do governo federal. Foi a principal instituição federal de desenvolvimento
urbano da história brasileira, na qualidade de gestor do FGTS e da formulação e da
implementação do SFH (ROLNIK; CYMBALISTA; NAKANO, 2011).
11Reformas de base: foi o nome dado pelo 24° presidente do Brasil, João Goulart, às reformas
estruturais propostas por sua equipe. Estas incluíam os setores educacional, fiscal, político e
agrário. A reforma traria em pouco tempo a diminuição da desigualdade social e a evolução do país.
(HEIDRICH; MAMMARELLA, 2014)
38
destaca que um protesto (pacífico ou não) uma rebelião, uma invasão ou uma luta
armada são modos de ação de um movimento social, mas por si sós, não são
movimentos sociais. E, por último, onde ocorre a ação coletiva, uma associação de
moradores que, se instucionalizada, é uma organização social, mas, se faz parte de
um movimento social mais amplo, é o movimento comunitário de bairros (GOHN,
2012).
Existe uma peculiaridade nos movimentos sociais: eles são cíclicos, ou seja,
renovam-se periodicamente e levam em consideração dois sentidos. Primeiramente,
respondem às circunstâncias, que variam segundo as mudanças econômicas,
políticas e ideológicas no contexto no qual estão inseridos. E, em segundo lugar, os
movimentos sociais tendem a ter ciclos de vida própria, ou seja, a mobilização, os
membros, a liderança e a força de são de caráter cíclico (GOHN, 2011).
Posteriormente, o período entre 1945 e 1964 entrou para a história como a fase
do regime político populista. Havia, na época, uma situação de redemocratização no
país, produzindo espaços favoráveis aos projetos de desenvolvimento nacional.
Durante 1961 e 1964, inúmeras greves surgiram e vários movimentos foram criados,
a exemplo das Ligas Camponesas do Nordeste e o Movimento dos Agricultores Sem-
Terra (MASTER), no Sul do país, o Movimento de Educação de Base (MEB), os
44
Círculos Populares de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Com
o golpe militar de 1964, poucos movimentos resistiram, estabeleceu-se novamente
uma medida repressão, pondo fim a um ciclo de organização social (GOHN, 2000).
Em 1988, o tema reforma urbana surgiu com o intuito de propor uma lei a ser
incorporada na Constituição Federal, a firm de modificar o perfil excludente das
cidades brasileiras (JÚNIOR; UZZO, 2012). O cenário político brasileiro transformou-
se no final dos anos 1980 e ao longo dos anos 1990. Nesse período, teve início a
decadência das manifestações de rua, que tinham um grande papel e visibilidade
como movimentos populares e garantiram a conquista de vários direitos sociais, que
foram inscritos na Constituição Federal de 1988 (GOHN, 2012).
Ainda nos anos de 1990, novos movimentos sociais voltaram a ter seu espaço,
fruto da demanda social da época: Movimento de Mulheres, Movimento LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), Movimento Negro, Movimento Indígena.
Também se destacam as ONGs (organizações não governamentais) e os
movimentos sociais para a Eco/92. E ainda um famoso movimento que ganhou a
mídia em 1992 o movimento popular “os caras pintadas”, que reivindicavam o
impeachment do presidente da república em exercício na época, Fernando Collor de
Mello (ALBERTI; PEREIRA, 2006).
Esses movimentos têm por objetivo ocupar terras e edificações vazias, com o
intuito de diminuir o déficit habitacional. Eles partem do pressuposto de que a
46
Davis (2006, p. 36) admite que existe dificuldade de se obter dados precisos
sobre a criação de favelas, segundo ele “[...] é difícil conseguir estatísticas exatas
pois é comum a população pobre e favelada ser sub calculada de forma deliberada
ás vezes maciça pelo poder público”. Estima-se que 6% da população urbana dos
países desenvolvidos sejam faveladas. Porém, quando essa medição é realizada em
países menos desenvolvidos, o número cresce para 78,2% dos habitantes, ou seja,
pelo menos um terço da população mundial (DAVIS, 2006).
12Un - habitat: Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos é a agência da
ONU responsável por promover o desenvolvimento social e ambientalmente sustentável dos
assentamentos humanos, tendo como meta principal assegurar moradia adequada (DAVIS, 2006;
MARICATO, 2010).
48
13 Gleba é a porção de terra que não tenha sido submetida a parcelamento sob a égide da Lei n°.
6.766/79, o que equivale dizer que estaremos diante de uma gleba se a porção de terra jamais foi
loteada ou desmembrada sob a vigência da nova Lei.
49
Essas ocupações por movimentos sociais têm, na sua origem, o ato coletivo na
busca de efetivação do direito à moradia. Depois das grandes ocupações de áreas
e conjuntos habitacionais nos centros urbanos, deflagradas na década de 80 por
comunidades que viviam em condições precárias, realizou-se, em 1990, o 1°
14Vilaça (1998) utiliza a expressão vazio urbano para explicar que uma gleba ou um espaço com
vários lotes vagos e com alguma infraestrutura urbana.
51
“Ao lado da desorganização social que constatamos em alguns casos, podemos observar
comunidades altamente mobilizadas, [...] na busca de uma solução para os diversos problemas[...]”
(Manuel Castells, 2011, p.529-530).
Segundo o IBGE (2017), a cidade de Passo Fundo foi classificada como capital
regional de primeiro nível, concentrando serviços como hospitais, centros
universitários, comércio especializado, espaços públicos, facilidades de emprego,
fatores que contribuem para que moradores das proximidades busquem recursos
não disponíveis nas suas cidades de origem.
Dentro dos limites demográficos definidos pela Lei Municipal nº. 143/2005,
Passo Fundo conta com 22 setores. No entorno desses setores estão concentrados
vilas e loteamentos, providos do surgimento de espaços irregulares, na medida em
que o espaço urbano foi-se desenvolvendo. Esses espaços, considerados
irregulares, muitas vezes já consolidados, geralmente não estão previstos em lei, e
são territórios que agrupam assentamentos e habitações populares em condições
insalubres de moradia (FERRETO, 2012).
Os vazios urbanos são espaços vagos dentro do perímetro urbano que podem,
dependendo das circunstâncias, não ser grandes causadores de problemas para o
poder público (PADULA, 2014). E, eles sempre serão o resultado da apropriação e
da ocupação do espaço na dinâmica urbana. Segundo o Manual de Reabilitação de
Áreas Urbanas Centrais (2008), os vazios urbanos:
O surgimento desses vazios urbanos, também tem outro fator: deve-se a áreas
que foram desocupadas em bairros, nas quais são mantidas visando a agregar
62
Além disso, existe outro tipo de vazio, fruto das edificações que estão à espera
de demolição, devido à sua degradação ou obsolescência. Nesse caso, os espaços
podem ou não deixar de ser vazios, dependendo do uso posterior que recebe e a
influência das expectativas econômicas (CAVACO, 2007).
Figura 4: Mapa do adensamento da fração do bairro São Luiz Gonzaga, ano de 2000.
63
Figura 5: Mapa do adensamento da fração do bairro São Luiz Gonzaga, ano de 2014.
64
Figura 6: Mapa do adensamento da fração do bairro São Luiz Gonzaga, ano de 2017.
Junto à consolidação da região, o vazio mostra-se cada vez mais claro a cada
imagem, permanecendo sem uso até o momento em que se torna uma ocupação.
Na imagem de 2014, o vazio fica evidente até que a ocupação se apropriasse do
66
Figura 7: Mapa comparativ do adensamento da fração do bairro São Luiz Gonzaga, anos de
2000, 2014 e 2017.
Foi nesse contexto, que deu origem a ocupação em maio de 2015 descreve
outro lideres da OCBV. Assim o grupo de habitantes dirigiu-se ao local efetivando a
OCBV, onde atualmente residem cerca de 100 famílias16 que ocupam uma área de
62.000,00m² ou seja 6,2 hectares de terra.
16 Ainda há alguns terrenos sem edificação e algumas edificações que não possuem moradores,
razão pela qual, mesmo realizando o censo, não é possível afirmar o número exato de famílias.
17 Os proprietários são Pessoas Físicas, ao que consta no processo de retomada de posse.
67
Houve reintegração de posse para uma área de cinco lotes, que estão
ilustrados na Figura 05, correspondente aos terrenos de 10 a 15. Cada um dos lotes
possui área de 300m², equivalente ao lote mínimo estipulado pelo Plano Diretor da
Cidade de Passo Fundo (2015). Hoje, o perímetro dos terrenos está fechado com
placas de concreto, impedindo que haja novos moradores na área.
Além disso, existe outra ocupação que se instalou no local do grande vazio
urbano, trata-se da Ocupação Vista Alegre (Figura 06). Inicialmente, a Ocupação
Vista Alegre (OVA) instalou-se em frente à OCBV, porém, devido a uma ordem de
despejo efetivada, os moradores acabaram por concentrarem-se onde permanecem
até hoje.
meio ambiente, pois todas as habitações estão locadas fora da área de APP e
possuem fossa séptica para conter os dejetos.
Figura 9: Mapa do adensamento da fração do bairro São Luiz Gonzaga, ano de 2014, 2015 e
2017.
18 Os coletivos urbanos que passam pela área, pertencem às empresas Coleurb e Codepas, nas
linhas São Luís x BR 285, Lucas Araújo x Parque Farroupilha, Morada do Morada do sol x São Luís.
19 O MNLM e a CDHPF stes estão presentes desde o inicio da Ocupação.
20 Os advogados foram surgindo conforme a necessidade de eloborar uma defesa jurídica.
70
23Os lotes são de tamanhos variados, entretanto todos respeitam a metragem mínima exigida delo
Plano Diretor do Munucipio que determina o lote mínimo com 200m².
73
lei municipal, além de possuir divisão por cercas e alguns ainda se encontram com
paisagismo.
Embora não haja preocupação inicial, nota-se que outros índices do Plano
Diretor foram, na sua maioria, respeitados, o que demostra um padrão de
regularidade dentro da OCBV. Existe um recuo de 4 metros previsto pelo Plano
Diretor no Município (2017) em 90% das habitações (Figura 12).
Outro fator previsto no Código Florestal atual, no seu art. 4º, estabelece como
áreas de preservação permanente: as faixas marginais de qualquer curso d'água
natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de: 30 (trinta) metros, para os cursos d'água de menos
de 10 (dez) metros de largura. A OCBV possui 90% das residências fora da faixa
não edificável. Esse contexto evidencia a tentativa de manter a ocupação regular
conforme as legislações vigentes.
cômodos para o bem-estar da família. Além disso, por vezes, as habitações são
utilizadas por mais de uma família.
24 Nem todas as plantas baixas tem o mesmo lyout, entratanto verificou-se in loco que a maior parte
das habitações possiu a disposição representada na Figura 13.
25 Nem todas as plantas baixas tem o mesmo lyout, entratanto verificou-se in loco que a maior parte
26Nem todas as plantas baixas tem o mesmo lyout, entratanto verificou-se in loco que a maior parte
das habitações possiu a disposição representada na Figura 15.
77
Figura 17: Imagens da aplicação das placas térmicas efetuadas pelo programa Brasil Sem Frestas.
Constatou-se também que existe certo cuidado dos seus moradores, mantendo
as residências limpas, o que resulta em casas sempre bem apresentadas, com certo
conforto. Em geral, os terrenos são cercados e possuem algum paisagismo na área
interna, com exteriores também bem cuidados. Destaca-se que não há presença de
lixo ou entulhos no interior da OCBV.
27 Programa Brasil Sem Frestras: Grupo de voluntariado, iniciado na cidade de Passo Fundo
- RS, com o intuito de melhorar o conforto térmico de habitaçãoes em condições precárias. São
confeccionadas placas com embalagens tetra pak, que são cortadas e costuras. A iniciativa permitiu
que as famílias pudessem ter um conforto imediato, sem depender de grandes investimentos ou
auxilio governamental. A partir daí foi criado o Brasil Sem Frestas, logo o projeto se espalhou para
várias regiões do Brasil.
78
Maricato (2010) afirma que o controle sobre o uso do solo é muito precário e,
quando existe, o saneamento, a habitação e o transporte não têm nenhuma
regulamentação do poder público. Maricato (2013) ainda afirma que a essência
individualista/capitalista atribui os custos da habitação apenas como
responsabilidade dos trabalhadores, entendendo a moradia como um produto de
luxo, ocasionando a autoconstrução de residências e ocupações de espaços
inutilizados, como é o caso da OCBV.
pessoa, média que aumenta conforme o estado civil: quem é separado tem em média
4 filhos, quem é viúvo tem em média 5 filhos.
Figura 18: Gráficos sobre os chefes de família, idade média, e número de filhos29.
Chefe da Família Idade Nº de Filhos
6% 4% Até 18 anos 4%
13%
19 á 29 anos
Até 3
38% Homem 30 á 39 anos 18%
36% 4á6
62% Mulher
18% 40 á 49 anos
78% 7a9
23% 50 á 59 anos
Acima de 60
Figura 19: Gráficos sobre os motivos pelo qual levam as pessoas a irem morar em uma ocupação.
29A respeito do número de filhos, trata-se total de filhos que o questionado possui, e não a
quantidade de filhos que residem com ele no local do estudo.
80
Incentivo Família
e Conhecidos
86% Facilidade de
acesso
88%
Falta de Moradia
Passo Fundo Fora de Passo Fundo
3% 6% 1% Analfabeto
4% Mãe/Pai
7% 11%
Outros Parentes Fundamental
12% Incompleto
Irmãos
36% Fundamental
Filhos Completo
18% 58%
44% Esposa (o) Médio Incompleto
Sozinho
Médio Completo
Quanto à renda familiar, devido aos 36% dos participantes que não possuem
trabalho atualmente, é possível constatar que a média mensal é baixa, sendo que
82% dos moradores recebem até um salário mínimo (Figura 20). Além disso,
aproximadamente metade recebe meio salário mínimo. A renda se complementa em
33% dos casos com auxílio de programas sociais do governo (Bolsa Família,
Benefício de Assistência Social, etc.).
82
A infraestrutura foi um dos itens mais questionados, tanto para saber o grau de
satisfação, quanto para identificar a tipologia das habitações. A primeira pergunta
avalia o nível de satisfação pelo modo como a distribuição de lotes foi feita na
30Este dado diz respeito a sensação que os moradores têm em relação as ifraestruturas existentes
na ocupação.
83
3%
37%
4a6
2a3
63%
97%
Alvenaria Madeira
dos residentes da OCBV (73%) está contente pelo fato de ter moradia prorpia,
mesmo que ilegal, e, principalmente, pelo fato de não precisar pagar aluguel.
16%
84%
Tagiba (2014) menciona em sua pesquisa que uma grande parte das pessoas
entra para o movimento de luta pela moradia independentemente de tê-la ou não
conquistado, ampliando a percepção da demanda como coletiva, a partir de
experiências que fortaleceram a relação entre a identidade individual. Esse
fenômeno é constatado na realidade da OCBV, quando os moradores alegam ter
adquirindo amizades e apreço pelos seus vizinhos.
moradia e nenhum dos moradores acredita que terão ordem de despejo e serão
obrigados a buscar novos locais para morar.
Esses locais irregulares têm mais que valor monetário. A aquisição da casa
própria, além de melhorar a estabilidade financeira, possibilita a realização de coisas
simples, como alimentar seus filhos (MARICATO, 2004).
“[...] as vozes que ecoavam nas ruas vinham de movimentos coletivos e pessoas que expressavam
um múltiplo e vasto campo de dissenso em relação as cidades e aos países que vivem”
(Raquel Rolkink 2015, p. 372).
O enfoque que será tomado para essa pesquisa, a partir desse momento, trata
do contexto no qual a ocupação foi implementada. Para tanto, serão analisadas as
falas dos membros da liderança da OCBV, assim como dos coordenadores dos
movimentos e das entidades apoiadoras. Verifica-se que o fator primordial da
constituição de uma ocupação urbana são os altos valores pagos pelo aluguel.
Dessa forma, foram realizadas entrevistas com dois membros da liderança que
estão vivenciando todos os dias a complexidade da organização. Devido a uma série
de fatores externos à ocupação, como problemas familiares e de saúde, não foi
possível entrevistar todos os líderes. Entretanto, considera-se que, ainda assim, foi
possível compreender o sistema de atuação da liderança com o conjunto de visitações
e observação in loco e entrevistas semiestruturadas.
Esse aspecto é validado para o caso da OCBV, tendo em vista que, conforme
dados retirados dos questionários, 88% dos moradores alegam estar vivendo em uma
ocupação porque não possuem moradia própria. E ainda se destaca que 82% da
população que mora na ocupação têm a renda familiar de até 1 salário mínimo.
Como visto anteriormente, a busca pelo acesso à moradia é o principal fator que
leva alguns cidadãos a buscar ingressar em uma ocupação urbana, segundo os
entrevistados. Entretanto existem outros fatores que estão ligados à falta de política
pública eficiente: “A miséria, a falta de política pública, a falta de atenção do poder
público para com o povo mais pobre desse país (EMNLM1). ”
Dessa forma, fica claro que para acessar o mercado legal da moradia é
necessário atingir rendas médias é esse é o maior fator que inviabiliza as políticas
públicas voltadas às faixas de menor renda, que são os moradores das ocupações
urbanas (MARICATO, 2004).
A exemplo desse contexto, a OCBV possui 100 famílias, dessas apenas 39%
encontra-se empregadas em vias formais, ou seja, com carteira assinada. O ECDHPF
ainda destaca que os moradores das ocupações têm a pretensão de arcar com as
despesas da sua moradia. Porém, desde que ela seja condizente com sua situação
financeira: “[...] a gente não quer de graça, a gente quer apenas que seja criado algo
acessível dentro das condições que nós temos, ou seja, ninguém está pedindo nada,
o pessoal quer pagar, mas quer pagar dentro daquilo que é as suas condições
financeiras.”
Além disso pode-se observar que existe uma discordância entre os diferentes
atores que produzem o espaço urbano e dos interesses que os motivam. As cidades
brasileiras têm o resultado de um conjunto de interesse entre ganho do capital
econômico, e por outro lado, necessidades sociais. Essa conjuntura, por vezes, cria
espaços vazios na malha urbana (HARVEY, 2014).
A liderança da OCBV tem sua visão a respeito da situação dos vazios urbanos
e da especulação imobiliária que ocorrem na cidade de Passo Fundo:
32 Cidade Nova: bairro planejado da cidade de Passo Fundo, que atualmente tem 20% de ocupação.
92
Isso significa que existe um papel na criação dos vazios urbanos nessa dinâmica
de ocupações. Segundo EMNL2, existem vazios urbanos e esses devem cumprir a
função social da terra, e, para isso, são ocupados pela população que se encontra em
déficit habitacional.
Sobre essa perspectiva, ainda o EMNLM2 destaca que não existe acesso a bens
e infraestruturas públicas devido à irregularidade do local:
famílias que moram lá. Então são questões básicas que as famílias
não estão sendo atendidas, nem médico entra lá (...) (EMNLM2,
2018).
Observa-se que existe uma série de fatores que foram apontados como os
causadores de uma ocupação urbana. Como visto anteriormente, por meio da
bibliografia, e também dos questionários e entrevistas, é unânime a condição do
pagamento do aluguel como o principal motivador.
Sob a mesma perspectiva encontra-se uma parcela da população que não tem
onde morar. E ainda se percebe que não existem avanços reais para a população que
mais necessita de moradia adequada, nem responsabilidade integrada do poder
público no sentido de usar de todos os esforços necessários para respeitar, proteger,
promover e realizar, adequadamente, o direito humano à moradia (KALIL, 2006).
33Usucapião é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel
em decorrência da utilização do bem por determinado tempo, contínuo e incontestadamente.
96
Além disso, o direito à moradia representa muito mais que ter um lugar para
morar, mas conduz a uma perspectiva de recomeço, tornando-se uma conquista de
direitos para moradores de ocupações urbanas. “Moradia essa que não é só teto, e
sim tudo que é necessário para uma família viver com dignidade. Portanto é saúde,
educação, é infraestrutura, equipamento público, transporte, trabalho, lazer, ou seja,
tudo aquilo que compõe a dignidade do ser humano (EMNLM1, 2018) ”.
97
Assim, o direito à moradia é um direito social e que tal direito cabe ao Estado
efetivá-lo. Para Maricato (p. 160, 2003),
Isso significa que existem leis que garantem o direito à moradia, mas não são
efetivas. Primeiramente, porque as leis não são de fácil aplicação. Maricato (2003)
destaca dois grandes obstáculos para o cumprimento das legislações vinculadas à
moradia. O primeiro é a reforma urbana preconizada pelos movimentos sociais, que
conseguiram incluir na redação alguns detalhes que remeteram à aplicação de alguns
instrumentos, como o IPTU progressivo para imóveis não utilizados ou subutilizados,
via lei complementar (MARICATO, 2003). Isso significa que existem diretrizes para a
aplicação da lei do IPTU progressivo. Entretanto, a prefeitura de cada município deve
criar uma lei específica quanto a valores cobrados e fiscalização de áreas em desuso.
(...) nós temos uma grande crítica quando a gente olha para as
ocupações urbanas de Passo Fundo. É que nós temos sinalizado
para o próprio município e temos feito essa reflexão que tem muitos
vazios urbanos, que não estão cumprindo com a sua função social
porque não paga o IPTU progressivo (ECDHPF1, 2018).
cortiços contra as altas taxas de água, luz e IPTU, os abusos dos intermediários, os
despejos sem aviso prévio e pela regulamentação de loteamentos no final dos anos
1970 e início dos anos 1980 (GOHN, 2010).
Nota-se que cada líder possui uma função determinada. Entretanto foi possível
observar que os cargos ocupados pela liderança não são fixos, podendo ser trocados
em determinados momentos e conforme a necessidade da conjuntura.
O MNLM é conhecido por estar à frente de ocupações urbanas por todo o país,
mais precisamente em 18 estados do país. Segundo o EMNLM1: “O MNLM tem como
objetivo fundamental organizar o povo sem teto, organizar o povo que mora nas
cidades e não tem o direito à cidade reconhecido, para buscar deste reconhecimento
do direito fundamental à moradia. ”
A CDHPF trata-se de uma ONG. As OGNs são descritas por Gohn (2010) como
instituições criadas sem ajuda ou vínculos com o governo, geralmente de fundo social
e sem fins lucrativos. A partir dos anos 2000, fortaleceram-se as ONGs e entidades
do terceiro setor. Atualmente, elas tomaram a dianteira na organização da população.
Nota-se que a CDHPF tem uma atribuição mais abrangente, buscando denunciar
onde existe violação de qualquer direito humano. Entretanto, em Passo Fundo, a
Comissão tem três grandes áreas de atuação, segundo ECDHPF1:
Dessa forma, foi criada uma nuvem de palavras para identificar as ações
realizadas pelas lideranças da OCBV e os demais apoiadores.
104
A exemplo dos tópicos anteriores, foi produzida uma nuvem de palavras (Figura
20) para identificar as opiniões dos entrevistados a respeito dos vínculos que
ocorrem na OCBV. As relações avaliadas são internas à ocupação, com moradores,
externas com o poder público municipal, Poder Judiciário e apoiadores. Pode-se
identificar que existem duas espécies de relações muito fortes que foram descritas:
com o governo e com os movimentos de suporte.
possui infraestrutura como comércio, escolas, água, energia elétrica, colheta de lixo
e áreas verdes de convivência.
A área em questão foi ocupada por moradores que não tinham mais condições
de pagar o valor dos altos aluguéis praticados na cidade. Além do fator financeiro
muitas moradias são casas antigas e sem manutenção, pequenas e distantes do
centro da cidade. Fatores que constribuiu para cormação da OCBV.
Além disso, pode-se perceber que não há controle do uso da terra urbana por
parte do governo. O poder público abdicou de utilizar mecanismos jurídicos, como o
IPTU progressivo ou mesmo a desapropriação para garantir a função social da terra
e viabilizar construção de habitações sociais.
A análise realizada demonstra que a cidade, por meio dos seus habitantes,
busca, em determinadas ocasiões, utilizar os recursos disponíveis subutilizados.
Ainda, pode-se constatar que existe uma relação entre o baixo salário dos
trabalhadores e a falta de moradia. A falta de subsídios governamentais, combinada
ao baixo salário da população brasileira, gera incapacidade de pagar aluguel,
sujeitando-se a moradias irregulares, ou seja, no caso desta pesquisa, a ocupações
urbanas.
posse. Existe uma diferença entre o movimento que ocupa, e o movimento que
resite.
Em razão disso, os lotes têm o padrão mínimo estabelecido pelo Plano Diretor:
área de 300m² ou superior. Além disso existe recuo de ajardinamento de 4 metros
em 95% das edificações. Quanto às vias, possuem de 9 a 12 metros de largura.
Todas essas características construtivas estão descritas no Plano Diretor da Cidade
de Passo Fundo (2015), o que indica a tentativa de configurar a OCBV conforme a
legislação vigente na época em que a área foi ocupada.
quanto aos dejetos, tento em vista que cada edificação possui uma fossa séptica e
sumidouro.
VII. REFERÊNCIAS
DAVIS, Mike. Planeta Favela / Mike Davis; tradução Beatriz Medina. São
Paulo: Biotempo, 2006
IBGE (Brasil). Rio Grande do Sul: Passo Fundo. 2017. Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=431410&search=rio-
grande-do-sul|passo-fundo>. Acesso em: 18 agosto de 2017.
https://www.imed.edu.br/Uploads/Pol%C3%ADticas%20p%C3%BAblicas%20e%20
habita%C3%A7%C3%A3o%20social%20avaliando%20a%20inser%C3%A7%C3%
A3o%20social%20e%20sustentabilidade%20urbana%C2%A0.pdf
VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra- Urbano no Brasil. São Paulo: Studio NOBEL,
1998
VIII. ANEXOS
01) Onde e como você morava antes de vir pra cá você morava?
[ ] Passo Fundo, qual bairro?_______________________________
[ ] Fora de Passo Fundo, qual cidade?_____________________________
03) Porque você optou por morar neste local? (pode marcar mais de uma opção)
[ ] Falta de moradia própria.
[ ] Incentivo da família ou conhecidos.
[ ] Incentivo do movimento de luta pela moradia.
[ ] Incentivo de algum partido politico.
[ ] Facilidade de acesso do bairro.
[ ] Infraestrutura do bairro (pavimentação, água, luz, esgoto, escolas, ambulatórios)?
05) Quem mora com você? (pode marcar mais de uma opção)
[ ] Moro sozinho(a) [ ] Pai [ ] Mãe [ ] Esposa / marido / companheiro(a)
[ ] Filhos [ ] Irmãos [ ] Outros parentes [ ] Amigos ou colegas
[ ] Na construção civil.
[ ] No comércio, banco, transporte, hotelaria ou outros serviços.
[ ] Como funcionário(a) do governo federal, estadual ou municipal.
[ ] Como profissional liberal, professora ou técnica de nível superior.
[ ] Trabalho fora de casa em atividades informais (pintor, eletricista, encanador, feirante, ambulante,
guardador/a de carros, reciclador).
[ ] Trabalho em minha casa informalmente (costura, aulas particulares, cozinha, artesanato,
carpintaria etc.).
[ ] Faço trabalho doméstico na casa de outras pessoas (cozinheiro, babá, faxineiro, acompanhante
de idosos etc.).
[ ] No lar (sem remuneração).
[ ] Outro.
[ ] Não trabalho atualmente.
12) Quanto a distribuição dos lotes na ocupação, você considera: (pode marcar
mais de uma opção)
[ ]Distribuição justa.
[ ]Distribuição injusta.
[ ]Distribuição feita por ordem de chagada.
[ ]Possuía rede de esgoto e luz.
[ ]Não possuía rede de esgoto e luz
18) Qual a renda mensal de sua família? (considere a renda de todos os integrantes da
família, inclusive você)
[ ] Até 01 salários mínimos.
[ ] Até 02 salários mínimos.
[ ] De 02 até 04 salários mínimos.
[ ]Superior a 05 salários mínimos.
126
20) Quanto a organização existente na ocupação: (pode marcar mais de uma opção)
[ ] Você possui algum direito? Qual?_________________________________________
[ ] Você possui algum dever? Qual?
[ ] Você ocupa algum cargo na liderança? Qual?
[ ] Tem autonomia para expressar a sua opinião diante de acontecimentos internos da ocupação?
a) Organização da ocupação:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
c) Quanto a vizinhança:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
21) Na tua opinião qual é o cenário de futuro mais provável para a ocupação:
[ ] Conseguir regularizar o loteamento e permanecer com os atuais moradores;
[ ] Ter uma ordem de despejo todos serem obrigados buscar novos locais para morar;
[ ] Negociar com o poder público e encontrar um outo terreno/região para fazer a moradia.