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COMPLEXO RESIDENCIAL

Autor: Luis Filipe Costa da Silva

Uma resposta urbanística e


arquitetônica à demanda por
habitação de interesse social em
São José do Rio Preto.
UNIVERSIDADE PAULISTA
LUIS FILIPE COSTA DA SILVA

COMPLEXO RESIDENCIAL DE INTERESSE SOCIAL – ENLAÇOS

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2019
UNIVERSIDADE PAULISTA
LUIS FILIPE COSTA DA SILVA

Trabalho de Curso, apresentado à UNIP – Universidade Paulista,


da cidade de São José do Rio Preto, como exigência
para obtenção do título de bacharel em
Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. M.e Johnny Vieira de Souza

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2019
UNIVERSIDADE PAULISTA
LUIS FILIPE COSTA DA SILVA

Trabalho de Curso, apresentado à UNIP – Universidade Paulista,


da cidade de São José do Rio Preto, como exigência parcial
para obtenção do título de bacharel em
Arquitetura e Urbanismo.
APROVADO EM:

______________________________________/___/___
Orientador – Prof. M.e Johnny Vieira de Souza
UNIP- Universidade Paulista

______________________________________/___/___
Professor(a)
UNIP- Universidade Paulista

______________________________________/___/___
Professor(a)
UNIP- Universidade Paulista

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e aos meus pais, Jane
Costa Vieira da Silva e Luciano Vieira da Silva, por todo amor, apoio, carinho
e paciência durante a minha vida, durante a graduação e no processo de
desenvolvimento deste trabalho. Vocês são minha inspiração e meu amor
maior.
Aos meus irmãos, José Fernando Costa e Ana Beatriz Costa,
por sempre estarem ao meu lado e torcerem por mim.
A minha sobrinha Fernanda Victória, que me trouxe luz e
força de vontade para lutar pelos meus objetivos de vida, acadêmicos e
profissional.
A minha cunhada, Abigail Delgado, que se tornou parte da
minha família e sempre torceu e contribuiu, mesmo que de longe para a
minha formação acadêmica.
Aos meus avós, João Costa, Maria Tereza Santana Costa e
Floza Lucianelli da Silva, por todo carinho e preocupação com minha
formação e saúde.
A todos os meus familiares que acompanharam de perto
ou de longe toda minha trajetória acadêmica me dando todo apoio que
era possível.
Aos meus amigos, Iolanda Santos, Daniela Ferreira, Otávio
Cruz, Jéssica Costa e Maria Amélia Novaes, por fazerem parte de toda
minha trajetória, não só acadêmica, mas de vida.
Ao meu ex-chefe, arquiteto João Amin Mallouk, por toda
experiência técnica que me passou, às minhas chefes, arquitetas Ligia
Cordova e Daniela Abudi, por todo apoio e compreensão durante o
processo de desenvolvimento deste trabalho.
A minha prima Ana Aidar, que se dispôs a me dar moradia
durante este último ano da faculdade, para que eu possa concluir este
trabalho com sucesso.
Ao meu orientador e professor Johnny Vieira de Souza, por
todo acompanhamento desde a iniciação científica e toda orientação,
apoio, paciência e conhecimento que me foi passado.
“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira, que a
arquitetura pode mudar a vida das pessoas e que vale a pena tentar.”

Zaha Hadid
1
INTRODUÇÃO

Complexo Residencial Enlaços 01


Médios e grandes centros urbanos tem se um projeto de um complexo residencial de interesse social, utilizando
desenvolvido rapidamente nas últimas décadas e, simultaneamente, o potencial construtivo previsto na legislação municipal, em uma área
cresce a demanda por moradias, o que resulta na necessidade de vazia no meio da malha urbana da cidade de São José do Rio Preto.
criação de espaços habitacionais que em sua maioria, nascem em Assim, ao utilizar um vazio da cidade em grande
forma de loteamentos horizontais, principalmente, em áreas desenvolvimento, já abastecido por equipamentos urbanos como
periféricas da cidade. como forma de atender as demandas do comércios de pequeno e grande porte, serviços, instituições de
crescimento urbano e concomitantemente, a demanda por ensino, saúde e religião, transporte coletivo, além de toda
habitação (ONU Habitat, 2015). infraestrutura urbana básica necessária à população, como é o
Conforme a cidade e seu número de habitantes exemplo de vias e passeios público pavimentados, iluminação,
aumenta, simultaneamente, cresce a demanda por moradias e com abastecimento de água e coleta de esgoto e lixo; é possível contribuir
isso, a mesma acaba por tomar grandes proporções de para o controle do crescimento da cidade através da utilização
desenvolvimento inadequadas. destes espaços ociosos como uma maneira de alcançar mesmo que
Com isso, é cada vez mais comum a ocorrência de em pequena escala e a longo prazo, um desenvolvimento urbano
áreas urbanas ociosas devido a esse crescimento. Essas áreas se mais sustentável.
tornam, geralmente, grandes espaços vazios no interior da malha O método a ser aplicado para o desenvolvimento
urbana que, muitas vezes, são providos de infraestrutura e deste projeto será baseado em materiais bibliográficos e documentais
equipamentos urbanos que podem servir como grande potencial que contribuem para análises quantitativas e qualitativas, junto a
para a criação de habitações de alta densidade sem a necessidade caracterização do município e sua demanda por espaços
de investimento em novas áreas habitacionais cada vez mais longes habitacionais devido a seu crescimento, além de um levantamento
das áreas centrais da cidade. morfológico e crítico através de diagnóstico urbano de locais vazios e
Entretanto, além dos loteamentos que surgem em ociosos que possuem potenciais para o projeto de habitação de
áreas periféricas da cidade, surgem moradias irregulares nas áreas interesse social. Além disso, análise de projetos correlatos a temática,
ociosas da mesma, já que são providas de equipamentos urbanos servem grandemente para um melhor entendimento do contexto e
que podem suprir as necessidades daquela população que ali se dá diretrizes projetuais que devem ser levadas em conta para a
instala de forma irregular. concepção e desenvolvimento do projeto.
Até 2030, 90% da população no Brasil, viverá em Por fim, todo o estudo do contexto, as demandas
zonas urbanas, podendo acarretar um colapso no setor habitacional habitacionais, as problemáticas, as análises de possível locais, e a
e demanda por espaços urbanos que possam satisfazer essa futura escolha do local para desenvolvimento do projeto, noirteará ao
necessidade (ONU Habitat, 2017). conceito e os partidos projetuaisi para o início do projeto, a fim de
Na cidade de São José do Rio Preto, no interior do atender a demanda por moradias, promover a sobreposição de usos
estado de São Paulo, a demanda por moradia cresceu muito nos que a cidade contemporânea necessita e, contribuir para um
últimos anos, devido ao desenvolvimento econômico da cidade, desenvolvimento urbano mais sustentável.
pessoas migram de cidades menores próximas com o intuito de
trabalhar, estudar e utilizar os serviços de saúde (IBGE, 2016).
Através do exposto, junto ao entendimento do tema,
de seu contexto histórico e evolução, contexto onde será inserido, e
as necessidades e potenciais levantados, o presente trabalho, visa
dar uma resposta a essa problemática com o intuito de desenvolver

Complexo Residencial Enlaços 02


1.1 – Objetivos parcelamento do solo urbano, no artigo 4º, que define os requisitos
urbanísticos para loteamento:
1.1.1- Objetivo geral
Art. 4º. Os loteamentos deverão atender,
O objetivo desta pesquisa é projetar um complexo pelo menos, aos seguintes requisitos:
residencial de interesse social, que parte da utilização de espaços I - as áreas destinadas a sistemas de circulação,
vazios já consolidados no meio da malha urbana, providos de a implantação de equipamento urbano e comunitário,
equipamentos e infraestrutura urbana. bem como a espaços livres de uso público,
serão proporcionais à densidade de ocupação
1.1.2 – Objetivos específicos prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei
municipal para a zona em que se situem.
1. Propor o projeto de um complexo residencial de interesse social e
alta densidade utilizando áreas urbanas vazias providas de
equipamentos e infraestrutura urbana como potencial de projeto. Quando o governo não consegue atender aos
requisitos mínimos para a urbanização de novos bairros, a população
que necessita de moradia e infraestrutura acaba por buscar
2. Diminuir a necessidade da criação de novos loteamentos de alternativas que muitas vezes vai contra o desenvolvimento
forma tão acelerada. adequado da cidade e as políticas urbanas. Assentamentos em áreas
irregulares, próximas a áreas de preservação permanente, são os
1.2- Justificativa maiores resultados recorrentes da desordem no crescimento urbano e
contribuem para o impacto do meio ambiente, como é o caso da
comunidade da Vila Itália, em São José do Rio Preto (Mara Sousa,
A maior parte da população brasileira, de grandes e 2016).
médios centros urbanos, vive em condições precárias de habitação,
não apenas no que se refere à qualidade da edificação, mas Na imagem 1, através de uma análise feita pela
principalmente a infraestrutura urbana como, saneamento básico, ferramenta Google Earth Pro é possível notar através de mapas a
transporte coletivo, acesso à saúde, educação e serviços e lazer expansão urbana de São José do Rio Preto nos anos de 1984, 1999,
(ONU Habitat, 2015). 2006 e 2019. Nos últimos 35 anos, a cidade praticamente dobrou de
tamanho (Google Earth Pro), principalmente na região norte da
É de extrema necessidade a criação de novas áreas mesma, onde novos loteamentos residenciais foram criados por se
habitacionais seja em forma de loteamentos ou conjuntos tratar de terras mais baratas, pois havia menos equipamentos urbanos
habitacionais de alta densidade, porém, a demanda por construção que na região sul, onde inicialmente se concentrava o primeiro
de novos loteamentos exige grandes investimentos públicos que shopping Center da cidade, as universidades e escolas de alto
poderiam ser revertidos à melhoria na qualidade da infraestrutura padrão, além dos bairros mais nobres.
urbana já existente.
Exige também que os mesmos sejam providos de
nova infraestrutura urbana, bem como equipamentos públicos para
sanar as necessidades da população que ali viverá, previstos pela Lei
Federal nº 6766, de 19 de Dezembro de 1979, que dispõe sobre o

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1984

2006

IMAGEM 1 – EVOLUÇÃO DA MALHA URBANA DE SÃO JOSÉ


DO RIO PRETO
FONTE: GOOGLE EARTH, ADAPTADO PELO AUTOR, 2019
2019
1999
Com os novos loteamentos criados na cidade, do tema e sua fundamentação teórica através da conceituação do
principalmente para famílias de baixa renda, cresce a necessidade tema, a história e sua evolução no passar do tempo, trata das
de investimentos em nova infraestrutura urbana que seja compatível vantagens e desvantagens, legislação específica ao tema, novos
com o crescimento tão acelerado da cidade como, por exemplo, conceitos de habitação e contextos que se correlacionem ao tema.
novas linhas de transporte coletivo, pois conforme crescem as áreas •Na terceira seção é apresentado o método no qual o projeto será
habitacionais, cresce a demanda por deslocamento para outras desenvolvido.
áreas da cidade, bem como a necessidade de novos equipamentos, •Na quarta seção serão feitos análises de projetos correlatos ao tema
comércios e serviços nas novas regiões da cidade. com a intenção de buscar referências e diretrizes que devem ser
A Arquiteta e Urbanista, Fabiana Zanquetta, mestre levadas em conta durante o desenvolvimento do projeto.
em Engenharia Urbana pela UFScar (Universidade Federal de São •Na quinta seção será tratado a caracterização do local do projeto,
Carlos), secretária de Habitação de Rio Preto, afirmou em entrevista ou seja, a cidade, a região e o terreno onde será desenvolvido o
ao Diário, em 2018, que o déficit habitacional do município de São projeto.
José do Rio Preto é estimado em 15 mil moradias. "Estamos sempre em
busca de novas oportunidades para loteamentos e realizando
estudos sobre quais as áreas com melhor infraestrutura para recebê- Por fim estão as referências bibliográficas que
los“. (Fabiana Zanquetta, 2018). contém os documentos e dados usados para referenciar a pesquisa
Ao partir do exposto, fica claro a importância de se do trabalho.
criar moradias de alta densidade em áreas vazias deixadas pelo
crescimento da malha urbana, providas de equipamentos urbanos e 1.4- Relevância do Tema
infraestrutura urbana básica em seu entorno, para atender a
demanda por novas moradias sem que haja sempre a necessidade O tema habitação de interesse social é um dos
de novos loteamentos horizontais em tão pouco tempo, visando que fatores mais importantes para o desenvolvido e atendimento das
a intenção não é suprimir os loteamentos, mas sim, gerar um controle demandas urbanas. A habitação é o espaço onde o ser humano
e diminuir o crescimento tão rápido da malha urbana e diminuir o encontra suas origens, seu conforto, descanso e família. A habitação
tempo de deslocamento e necessidade de novos investimentos em é um refúgio e, é um direito de todos.
infraestrutura urbana.
O Brasil, como membro da ONU, assina embaixo do
que diz a Declaração dos Direitos Humanos:
1.3 – Estrutura do Trabalho
“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida
O trabalho de curso está estruturado em 5 seções capaz de assegurar a si e a sua família saúde e
além das referências bibliográficas, conforme apresentado nos
tópicos a seguir: bem e bem-estar, inclusive alimentação,
vestuário, habitação, cuidados médicos
•Na primeira seção estão a introdução, o objetivo, divididos em e os serviços sociais indispensáveis” (ONU, 1996).
objetivo geral e os objetivos específicos, a justificativa pela escolha do
tema abordado, a relevância do tema, o público alvo e a No Brasil a Constituição Federal de 1988 também
complexidade. decreta que a moradia é um direito do cidadão assim como lazer,
•A segunda seção aborda toda parte de desenvolvimento saúde, trabalho, educação e transporte (Constituição Federal, 1988).

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Com o passar do tempo, a demanda por espaços 1.6- Complexidade
habitacionais aumenta e a necessidade de criação de novas
moradias cresce simultaneamente, contribuindo para um rápido No Brasil, as questões habitacionais tiveram um
crescimento da malha urbana. avanço nas políticas públicas e os olhares voltados para a busca de
Ao utilizar a habitação de alta densidade, formas para solucionar essa demanda e déficit habitacional. TEIXEIRA
principalmente aproveitando os potenciais de verticalização é et al. (2017).
possível atender a demanda por moradia sem que a cidade cresça A demanda por habitação, principalmente, de
de forma tão rápida e descontrolada. interesse social, nos médios e grande centros urbanos, aumenta
Junto a isso, os potenciais de verticalização de conforme o crescimento da cidade e da população, o que acaba
habitações contribui para um adensamento e menor ocupação no por desencadear na maioria das vezes um método de planejamento
solo urbano, diminuindo as grandes expansões e geração de grandes equivocado, onde se criam loteamentos residenciais em áreas
áreas que cada vez mais se tornam impermeabilizadas. periféricas da cidade, o que gera o aumento da malha urbana.
Assim, com o direito a moradia e todos os serviços A problemática é complexa por ser um quesito de
urbanos como saúde, lazer, educação e trabalho e a necessidade de grande importância para o espaço urbano e seu habitante. A
se verticalizar áreas habitacionais para um controle do crescimento moradia deve promover qualidade de vida e atender as condições
urbano, é de extrema importância e relevância, voltar os olhares para mínimas de conforto, segurança, salubridade e necessidades básicas
um novo conceito de habitações, verticalizadas, que utilizam áreas do cotidiano.
vazias de uma cidade, já providas de equipamentos e consolidadas A cada novo loteamento residencial, são necessários
na malha urbana. novos investimentos em infraestrutura urbana básica como. Além disso
a necessidade de deslocamentos e seu tempo também aumenta.
1.5 – Público Alvo Na cidade de São José do Rio Preto, contexto onde
será proposto o projeto, o desenvolvimento urbano é perceptível no
A demanda por habitação parte principalmente de cotidiano, principalmente, em sua porção norte, onde os
pessoas de baixa renda e apenas 52% da população brasileira possui empreendimentos imobiliários se desenvolvem rapidamente.
moradia regular. São 11 milhões de brasileiros que vivem em As áreas ociosas são cada vez mais comuns,
condições precárias de moradia, em sua maioria, em médios e deixando rastros do crescimento da malha urbana. Espaços estes que
grandes centros urbanos (IBGE, 2010). muitas vezes podem servir como grande potencial para projetos de
Devido a isso, o público alvo para o desenvolvimento habitação social a fim de atender as demandas por moradia sem a
deste projeto são famílias e pessoas de baixa renda que possuem necessidade de grandes investimentos em infraestrutura urbana por
dificuldade de acesso a moradia e a infraestrutura urbana necessária se tratar de locais já consolidados em questões urbanísticas.
as atividades cotidianas dos mesmos, como saúde, lazer, educação, Com isso, é importante voltar os olhares para
trabalho, transporte e circulação. espaços vazios da cidade como potencial para moradias nos médios
O projeto de habitação com interesse social tem e grandes centros urbanos, e diminuir as necessidades de expansão e
como proposta ser um complexo residencial que promova laços entre criação de novos equipamentos e infraestrutura urbana, que a longo
os habitantes do edifício, do entorno, além de promover laços entre prazo, gera impactos de grande escala no desenvolvimento urbano,
os usos da cidade como, comércio, serviços, instituições e outros já que a construção civil é um dos fatores que mais geram impacto
necessários para o movimento da cidade. ambiental no planeta (AGENDA 2030, 2018).

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2
DESENVOLVIMENTO E
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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2.1 – Conceito de habitação social

Habitação de interesse social é o termo


usado para designar espaços habitacionais unifamiliares ou
multifamiliares, adensados, ou não, com cunho voltado para
pessoas de baixa renda, em qualquer parte do mundo, que
em países como o Brasil, tem como principal investidor, o
governo federal (Salles, 2012).
No Brasil, existem inúmeros programas sociais
criados pelo governo federal como o BNH (Banco Nacional
da Habitação) criado pelo governo militar, em 1964 com o
intuito de estimular a aquisição a casa própria ao cidadão de
baixa renda; ou através de empresas terceirizadas que
financiam imóveis que também facilitam o acesso a moradia.
O sistema de habitação é um dos fatores
que mais influencia o desenvolvimento e planejamento de
uma cidade, principalmente no que se refere as moradias de
interesse social que, segundo Abiko (1995), não deve ser
entendida como um produto e sim como um processo físico,
pois altera a imagem e dimensão de uma cidade,
econômico já que necessita de grandes investimentos e
social, uma vez que atende as demandas da sociedade.
O entendimento do tema habitação social
como realmente uma questão social é de extrema
importância para que se possa chegar ao conhecimento dos
direitos de cada cidadão e as soluções necessárias para o
planjemanento adequado do setor habitacional e

IMAGEM 2: HABITAÇÃO SOCIAL UNI FAMILIAR


organização do espaço urbano.
No Brasil existem dois sistemas muito comuns

FONTE: DIA A DIA ARAPONGAS, 2019


de habitação de interesse social. A habitação de alta
densidade, unifamiliar, em loteamentos horizontais. Os
conjuntos habitacionais horizontais são cada vez mais
ocorrentes em grandes e médios centros urbanos,
principalmente em cidades do interior de São Paulo, como é
o caso de São José do Rio Preto, já que a demanda por
moradia cresce em grande escala a cada ano.

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2.1 – Conceito de habitação social

Outra tipologia muito comum de habitações


de interesse social, principalmente em grandes metrópoles
como São Paulo, onde a verticalização ocorre em grande
escala, são os edifícios compostos em sua maioria por 4 a 5
pavimentos.
Devido a demanda por áreas habitacionais
no Brasil, as leis federais de parcelamento do solo urbano
permitem que a cidade se desenvolva horizontalmente, a fim
de que esses empreendimentos, além de dar acesso a
moradia para famílias de baixa renda, contribuem para que
a cidade seja equipada e abastecida por infraestrutura
básica.
O conceito de coletividade habitacional
tem se perdido através dos conjuntos habitacionais
horizontais, ao unificar a família e não promover a interação
social entre a vizinhança. É comum a ocorrência de grades e
muros que segregam o espaço público do privado e que
acaba por criar a marginalização da cidade nestas áreas, e
desencadeia a falta de fluxo e movimentação dos espaços.

IMAGEM 3: CONJUNTO HABITACIONAL VERTICALIZADO


FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO CO
Unidades habitacionais em agrupamentos
são capazes de promover uma maior interação entre os
usuários, principalmente em suas áreas de usos comum, já
que viver em sociedade é compartilhar dos mesmos serviços
básicos que a cidade oferece com a intenção de promover
a comunicação entre o ser humano e o espaço.
As moradias multifamiliares, além de
promover uma melhor interação entre os usuários, são
capazes de gerar menor impacto na ocupação do solo

CAMPO, 2019.
urbano, uma vez que adensadas tem um maior
aproveitamento da verticalização.

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2.2 – Contexto histórico e evolução da habitação social

Desde os primórdios da humanidade, o


homem busca alternativas de sobrevivência como alimento e
principalmente, abrigo contra as intempéries e também para
sua segurança e sobrevivência.
Através das habilidades humanas
desenvolvidas, o homem buscou maneiras de se abrigar para
dar conforto e segurança para si e sua família, em cavernas e
árvores protegidas por grandes copas.. As moradias não
eram fixas, já que os povos daquela época viviam em
constante transição, sendo denominados povos nômades,
uma vez que uma fonte de alimento ou abrigo acabava, era
necessário migrar para novos espaços em busca de novas
alternativas (ABIKO, 1995).
Com o passar do tempo, o homem
começou a abandonar o nomadismo e passou a conviver
em comunidade através de moradias fixas para criar sua
identidade, o que resultou nos primeiros agrupamentos
habitacionais da história. (DINIZ, 2018).
Segundo Silva (2008) a questão da
habitação social é uma antiga problemática na constituição
do espaço urbano e, foi com a revolução industrial em
meados do século XVIII e o desenvolvimento nos processos de
urbanização, principalmente, na Europa, o setor de

IMAGEM 4: CAVERNA USADA COMO


habitações tomou proporções de grande falta de
planejamento e precariedade, pois os processos de
produção industrial e tecnológica eram os pontos base do
desenvolvimento econômico, e com isso, as questões de
habitação acabavam por ficar em segundo plano.
Ao resgatar a memória da habitação com o

FONTE: ARQGUIA, 2019


passar dos tempo é possível perceber as questões que
norteiam os debates sobre a solução das políticas
habitacionais e que cada vez mais cresce a demanda por
um olhar atencioso e crítico sobre essa questão social.

MORADIA
Complexo Residencial Enlaços 10
2.2 – Contexto histórico e evolução da habitação social

2.2.1- Contexto histórico e evolução da habitação social no


Brasil

Com a criação do BNH (Banco Nacional de


Habitação), em 1964, houve um crescimento nas políticas
públicas voltadas para a habitação, principalmente para
pessoas de baixa renda, além de terem sido registradas as
maiores incidências de trabalhos referentes à ação
governamental no campo da habitação no Brasil.
VALLADARES (1983 apud ABREU, 2015).
Segundo Benetti (2012) o Conjunto
Habitacional Pedregulho, no Rio de Janeiro, projetado pelo
arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy, começou a ser
construído em 1946 como um modelo de arquitetura
habitacional de interesse social onde o conceito era aliar a
arquitetura ao urbanismo, promovendo uma sobreposição e
mescla de usos em um único edifício.
Porém, o conceito não se tornou viável a ser
aplicado em outros projetos por questões de custo, e se
tornou um modelo referência de questões a serem levadas
em conta ao se projetar edifícios habitacional. SIQUEIRA
(2014 apud BENETTI, 2012)
A habitação de interesse social foi

IMAGEM 4: CONJUNTO HABITACIONAL PEDREGULHO


diagnosticada como um problema quantitativo e não
qualitativo, ou seja, o primordial era atender ao número de
pessoas que necessitavam e necessitam de moradia sem
pensar no conforto e na qualidade do espaço habitacional.
Surgem nas médias e grandes cidades
extensos conjuntos de prédios, onde na maioria das vezes as
unidades habitacionais são minúsculas e executadas fora do
que foi apresentado em projeto (Salles, 2012).

FONTE: ARQGUIA, 2019


No Brasil, programas habitacionais surgem
com a intenção de atender a essa demanda por moradia
para todas as classes, principalmente para as de baixa renda,
e os programas que funcionam como marcos históricos para
os processos de habitação sociall. (lLinha do Tempo, Pag: 12).

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IMAGEM 4: CAVERNA USADA COMO

FONTE: ARQGUIA, 2019


MORADIA
IMAGEM 5: LINHA DO TEMPO DOS PROGRAMAS HABITACIONAIS, ELABORADO PELO AUTOR, 2019

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2.3 – Tipologia de habitação social verticalizada Imagem 6 – Habitação uni familiar isolada em loteamentos horizontais

Com o rápido crescimento dos médios e grandes


centros urbanos a utilização de áreas com potenciais construtivos de
verticalização é uma alternativa importantíssima para que o
crescimento horizontal da cidade não gere um colapso de áreas
urbanizadas.
Neste trabalho, será tratada a tipologia de
habitação coletiva de interesse social, verticalizada tirando partido
dos potenciais de verticalização e menor utilização e agressão ao
solo urbano.
Ao utilizar um terreno com potencial de
verticalização as possibilidades de atender a demanda por moradias
são as mesmas que as de loteamentos horizontais, sem contar que
também demanda menor área de ocupação no solo urbano.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Segundo o arquiteto e urbanista Anthony Ling (2018) a altura contribui
para o aumento da concentração populacional em uma
determinada região, respondendo às demandas por espaço e
Imagem 7 – Habitação Multifamiliar coletiva verticalizada
aumentando a eficiência das redes de infraestrutura, que podem
atender mais pessoas em caminhos mais curtos.
Os vazios da cidade são favoráveis a esse potencial
de verticalização uma vez que já possuem um entorno com
infraestrutura urbana consolidada e, junto a uma legislação
específica como as leis de zoneamento de uma cidade, permitem o
índice de aproveitamento construtivo, ou seja, o limite de
verticalização para que também não seja criado um colapso visual
na cidade.
As moradias de interesse social verticalizadas,
agrupadas ou adensadas, é o fator que mais favorece o
desenvolvimento dos sistemas de habitação nas grandes cidades,
uma vez que as mesmas possuem uma grande demanda por
moradias e um déficit por áreas urbanas (Anthony Ling, 2018).
Com isso, ao se verticalizar a habitação, é possível
atender uma maior parcela de população sem que seja necessário Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
grandes desapropriações do solo urbano.

Complexo Residencial Enlaços 13


2.4 – Vantagens 2.6- Legislação e normas específicas

No que se refere a leis e normas para projetos de


• Atendimento a demanda urgente por moradias na cidade de São habitações de interesse social (HIS), devem ser levadas em conta leis
José do Rio Preto; federais, que servem como diretrizes para a composição das leis
estaduais e municipais.
• Menor ocupação e agressão ao solo urbano; No âmbito federal, a Lei nº 6766, de 19 de dezembro
de 1979, dispões diretrizes para o parcelamento do solo urbano em
• Diminuição da necessidade de criação de loteamentos horizontais; loteamentos e criação de vias de circulação. (PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA, 1979). Além disso são dispostas normas técnicas brasileiras
• Utilização de Infraestrutura urbana já existente; que servem como diretrizes para projeto arquitetônico das
edificações voltadas para moradia (ABNT, 2019).

• Menor tempo de execução em relação a loteamentos horizontais; Existe uma subdivisão de leis e normas que se tornam
cada vez mais específicas para o projetos urbanísticos e
arquitetônicos referentes a arquitetura habitacional, principalmente
• Promoção de fluxo ao local;
àquelas habitações coletivas e que possuem áreas públicas para uso
comum.
• Maior segurança
Em relação a este trabalho, que será desenvolvido
na cidade de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo, além
das leis federais e normas brasileiras (ABNT) serão levadas em conta as
2.5 – Desvantagens leis estaduais como o Código Sanitário do Estado e da cidade de São
Paulo através da lei nº 10083 de 23 de setembro de 1998, que deriva
da Constituição Federal de 1988 e, dispões diretrizes para projetos e
• Maior custo de execução se comparado a habitações uni familiares execuções de obras no estado de São Paulo.
em loteamentos horizontais; A lei nº 16642 de 2017, que dispõe o Código de
Obras do Estado e da cidade de São Paulo, também define diretrizes
• Unidades habitacionais mais compactas devido a grande projetuais e executivas junto ao Código Sanitário.
demanda por moradia e pouco espaço urbano; Por fim, mais especificamente, as leis municipais
serão fundamentais para o desenvolvimento e aprovação de
• Segregação relativa ao espaço público através de muros, grades, qualquer empreendimento urbanístico ou arquitetônico na cidade de
portões e portarias. São José do Rio Preto, que é o caso da Lei nº 5135 de 24 de dezembro
de 1992, que define as diretrizes de uso e ocupação do solo urbano
• Ocorrência de Ilhas de Calor devido a verticalização do edifício. em questão.

Complexo Residencial Enlaços 14


Tabela 1 – Leis e normas a nível federal, para projeto e execução de Tabela 3 – Leis e normas a nível municipal para projeto e execução de
habitação de interesse social habitação de interesse social

BRASIL SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


LEI FEDERAL Lei de parcelamento do solo urbano LEI MUNICIPAL Lei de uso e ocupação do solo urbano
Nº6766 Nº5135/1992
ABNT NBR Norma de Acessibilidade a edificações.
LEI MUNICIPAL Lei de Implantação de Calçadas Verdes nos
9050/2015 Equipamentos e Mobiliário Urbanos
Nº 10822/2010 passeios públicos
ABNT NBR Norma de Desempenho das Edificações
15575/2013 LEI MUNICIPAL Lei para Implantação de Sistemas de Retenção,
ABNT NBR Norma de Saídas de Emergência em Edifícios Nº 10290/2008 Contenção e Infiltração de Águas Pluviais
9077/2001
ABNT NBR Norma de Instalação Predial de Água Fria Fonte: Elaborado pelo autor, 2019
5626/1977
ABNT NBR Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário - Projeto e A cidade de São José do Rio Preto, através do plano
diretor previsto pela Constituição Federal de 1988 no que se refere a
8160/1999 Execução
políticas urbanas e o Estatuto da Cidade, determina diretrizes para o
uso e ocupação do solo urbano, a Lei nº 5135 de 24 de dezembro de
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019
1992 (Secretaria Municipal de Planejamento de São José do Rio Preto,
1992).
Tabela 2 – Leis e normas a nível estadual, para projeto e execução de Denominada Lei de Zoneamento do Município de
habitação de interesse social São José do Rio Preto, divide a cidade em 14 zonas e, cada uma
delas possuem suas diretrizes e especificações para o controle e
ESTADO DE SÃO PAULO planejamento da cidade como, os usos permitidos ao solo urbano, as
LEI Nº 10.083 Código Sanitário do Estado e da Cidade de São taxas de ocupação do solo, portes das edificações em grande,
médio e pequeno porte, índice de aproveitamento para
Paulo
verticalização dos edifícios, alturas das edificações, recuos, dimensões
LEI Nº 16.642 Código de Obras do Estado e da Cidade de São mínimas e máximas, áreas e sistemas de permeabilidade e
Paulo escoamento das águas pluviais, entre outras especificações que
devem ser levadas em conta para qualquer edificação a ser
IT Nº 11 Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros do projetada no município de São José do Rio Preto.
Estado de São Paulo para saídas de emergência
em edifícios

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Complexo Residencial Enlaços 15


2.7 – Novos conceitos de habitação social

No Brasil, ainda é comum os padrões


arquitetônicos de moradias de interesse social,
principalmente aquelas que são intermediadas por
programas sociais de moradia, como o Programa Minha
Casa Minha Vida (CAIXA, 2006).
Os modelo são replicados e implantados
muitas vezes sem um estudo de viabilidade técnica da área a
ser implantada e seu entorno, o que acaba por promover
uma degradação do espaço urbano, por não ter sido feito
um estudo de impacto de vizinhança e não ter levado em
consideração potenciais urbanísticos como infraestrutura e
equipamentos urbanos.
Entretanto, cidades com o São Paulo,
começaram a trazer através de iniciativas público-privadas
entre a secretaria de habitação e escritórios de arquitetura
através de concursos licitatórios, novos conceitos de
habitação social (Secretaria da Habitação da Cidade de
São Paulo, 2016).
Um dos grandes exemplos é a intervenção
urbana feita pelo Programa de Reurbanização de Favelas da
Prefeitura do Município de São Paulo, na maior comunidade
da cidade, Heliópolis, através da criação de conjuntos
habitacionais de interesse social que levam em conta o uso

IMAGEM 8: CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM EDITE


das potencialidades do entorno como transporte, iluminação
pública, comércios e serviços a fim de promover não só uma
renovação do local e do entorno, mas também uma
sobreposição de usos que gera a autossustentabilidade
daquele espaço.
Outro grande exemplo, é o Conjunto
Habitacional Jardim Edite, objeto de estudo para o
desenvolvimento do projeto apresentado neste trabalho.
Situado em uma região nobre da capital paulista, no distrito

FONTE: vitruvius, 2019


de Itaim Bibi, zona sudoeste da cidade. O complexo faz parte
de uma revitalização de áreas ocupadas irregularmente a fim
de trazer de volta o fluxo, movimento e sobreposição de usos
a uma área de grande importância para a cidade.

Complexo Residencial Enlaços 16


2.8 – Contextos correlacionados

Dentro das duas tipologias de habitação de


interesse social comuns no Brasil, os loteamentos horizontais
com habitações uni familiares, isoladas, são fatores de
grandes questionamentos em relação ao planejamento e
crescimento urbano.
Esses loteamentos exigem uma maior
ocupação do solo urbano, provocando o rápido crescimento
da malha urbana e a necessidade da criação de novos
equipamentos como creches, escolas, UBS, comércios e
serviços, além da infraestrutura urbana básica como
pavimentação, iluminação, abastecimento de água, coleta
de lixo e esgoto, arborização e transporte coletivo.
Devido ao grande acesso a moradia pela
população, esses empreendimentos são cada vez mais
ocorrentes nos médios e grandes centros urbanos como uma
resposta a necessidade por moradias e o sonho da casa
própria.
Entretanto, na maioria dos casos, esses
loteamentos crescem de forma inadequada e sem
planejamento ou controle, o que provoca uma expansão
desordenada da cidade, sem contar o aumento no tempo
de deslocamento até áreas mais importantes da cidade,

IMAGEM 9: CONJUNTO HABITACIONAL EM CATANDUVA,


uma vez que esses locais, nem sempre contam com toda
infraestrutura urbana e equipamentos necessários a satisfazer
a população que ali vive.
As habitações isoladas em bairros horizontais
criam um padrão rígido da cidade e por falta de
investimento adequado, acabam por se tornar áreas
periféricas e degradadas na cidade contemporânea.
Portanto, é imprescindível criar um novo
olhar não só dos órgãos responsáveis pelo setor de habitação
do país, mas da população, para mostrar que a habitação
deve ser vista como uma questão social e que pode guiar em

FONTE: PSDB, 2015


grande escala o desenvolvimento e planejamento das
cidades pra que não haja colapso no crescimento das

SÃO PAULO
grandes cidades.

Complexo Residencial Enlaços 17


3
MÉTODO

Complexo Residencial Enlaços 18


O método para desenvolvimento do projeto está resultado será mostrar os possíveis benefícios e melhorias que a
sintetizado através de um organograma e fluxograma de etapas. utilização de vazios urbanos munidos de equipamentos e
(Imagem 10). infraestrutura urbana em seu entorno para fins de habitação de
O projeto se inicia ao partir da busca por materiais interesse social, pode trazer para grandes centros urbanos, como é o
bibliográficos e documentos que contribuam para a pesquisa como caso da cidade de São José do Rio Preto.
dados quantitativos e qualitativos, contexto histórico e evolução da
temática, análise da cidade e locais de potencial para o projeto e Imagem 10 – Diagrama síntese do método com as etapas de trabalho
dissertações de mestrado. Em sequência, há a revisão do material
bibliográfico coletado.
Através de toda informação e dados coletados,
serão aplicados para o desenvolvimento do trabalho, todos os
conceitos aplicados e desenvolvidos nas disciplinas dos quatro anos
anteriores, do curso de arquitetura e urbanismo, principalmente as
disciplinas de projeto arquitetônico, projeto urbano e paisagismo,
planejamento urbano e regional, topografia para arquitetura,
arquitetura sustentável, história da arquitetura e do urbanismo,
instalações prediais e sistemas estruturais, nas quais nortearão e
fomentarão as intenções e desenvolvimento deste trabalho.
Embasamentos através de projetos correlatos
servirão também como referência importantíssima para promover o
entendimento do tema e mostrar a possibilidade de tomar como
partido o uso de áreas urbanas ociosas com um entorno consolidado
na malha urbana e que possua equipamentos e infraestrutura urbana
necessária para um projeto de habitação de interesse social.
Ao final de toda a pesquisa bibliográfica,
documental e levantamento e coleta de dados, será possível ter a
área proposta para projeto com sua justificativa para a intervenção
em uma área urbana ociosa já consolidada e provida de
equipamentos urbanos e, elaborar e desenvolver o projeto
arquitetônico do complexo residencial de interesse social, partindo de
todo o método aqui exposto.
O foco deste trabalho é elaborar e desenvolver um
projeto arquitetônico de um complexo residencial de interesse social
utilizando potenciais urbanísticos do entorno onde será inserido, bem
como tomar partido das condicionantes existentes no local, como a
topografia.
Por fim, para concluir o trabalho, após desenvolvido
o projeto arquitetônico do complexo residencial de interesse social, o Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Complexo Residencial Enlaços 19


4
ANÁLISE DE
PROJETOS CORRELATOS

Complexo Residencial Enlaços 20


4.1 – Conjunto Habitacional Gleba G (Secretaria de Habitação de São Paulo, 2017).

4.1.1- Localização
4.1.5 – Conceito
Localizado na região sudeste da cidade de
São Paulo, no Distrito do Sacomã, na Comunidade Heliópolis,
o Conjunto Habitacional Gleba G, faz parte da maior A habitação de cunho social, usa como
comunidade da capital paulista. O projeto foi uma conceito a construção de uma quadra urbana, com o
intervenção realizada pelo Programa de Reurbanização de propósito de privilegiar espaços públicos de interesse do
Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo (Secretaria habitante do espaço edificado.
de Habitação da Cidade de São Paulo, 2017a).
A relação espaço/cidade baseia-se no
modelo da "quadra europeia", com implantação sem recuos
4.1.2- Arquiteto/Equipe e com pátio interno, que estabelece caráter articulador entre
o tecido formal e informal da cidade, acessado através dos
A equipe de arquitetos associados Biselli e pórticos, criando fluída conexão potencializada pelo
Katchborian, liderada por Mario Biselli e Artur Katchborian desenho paisagístico.
foram os responsáveis pelo projeto da Gleba G de Heliópolis. A topografia do terreno foi um partido de
grande potencial por permitir a construção de 8 pavimentos
4.1.3- Início/Conclusão sem a necessidade de elevadores, além das diretrizes
propostas pela legislação municipal, o Código Sanitário do
Estado de São Paulo.
O projeto teve início em 2011 e a primeira
etapa da obra, que consiste no bloco A do conjunto, foi
concluída em 2014, e no segundo semestre de 2018, foi dado
início a execução da segunda etapa, do bloco B do conjunto
(Secretaria de Habitação da Cidade de São Paulo, 2017b).

IMAGEM 11: CONJUNTO HABITACIONAL GLEBA G


4.1.4- Dimensões

FONTE: GALERIA DA ARQUITETURA, 2019


O terreno possui uma área de 12.000m², e
uma área construída proposta em projeto de 31.329m², sem
divididos em 420 unidades habitacionais. (Biselli e
Katchborian, 2018).
Atualmente, estão construídas apenas 199
unidades, que compreendem ao Conjunto A, primeira parte
do projeto, que foi entregue em 2014. A segunda etapa da
obra compreende 221 unidades previstas para 2020

Complexo Residencial Enlaços 21


4.1.6 – Situação da área de implantação do conjunto ao
longo do tempo

O terreno, por mais de três anos, ficou


ocioso no meio de uma área urbana consolidada com seu
entorno, além de ser provida de equipamentos e
infraestrutura urbana.
Em 2014, a obra do primeiro bloco foi
concluída dando uso ao vazio urbano existente naquela
área. Através de uma sobreposição dos usos existentes com
os novos, foi possível promover uma interação entre usuários,
com fluxo e movimento do local e seu entorno.
Por quatro anos, moradores do conjunto
ficaram a espera do início das obras do segundo bloco. Foi só
em 2018 que as obras foram retomadas, e foi dado início a
execução do bloco B (Secretaria de Habitação da Cidade
de São Paulo, 2018).

4.1.7 – Entorno e interação urbana

O Conjunto Habitacional localiza-se na


Gleba G da comunidade Heliópolis em uma posição de
conexão entre espaços urbanos distintos, a cidade formal e a
cidade informal, na confluência da Avenida Comandante

FONTE: GOOGLE EARTH, ADAPTADO PELO AUTOR, 2019.


Taylor e Avenida das Juntas Provisórias, em uma área de um

IMAGEM 12: MAPA DE SITUAÇÃO DO TERRENO NO


antigo alojamento provisório.
A comunidade faz limite com a zona leste
da cidade, pelos bairros Mooca, Tamanduateí, Vila Prudente
e também fica próxima a cidade de São Caetano do Sul,
região do grande ABC Paulista. Fica próximo a Avenida do
Estado, que dá acesso a Marginal Tietê no sentido norte, e ao
litoral do estado de São Paulo, no sentido sul.
O local conta com modalidades de

DECORRER DO TEMPO
transporte coletivo como o “Fura-Fila”, pista elevada para VLP
(Veículos Leves sobre Pneus), projeto criado para a cidade de
São Paulo, dando acesso e conexão ao metrô da cidade,
pela estação da Linha 2 – Verde, Sacomã, que dá acesso as
demais regiões da cidade a aos trens da CPTM (CMSP, 2018).

Complexo Residencial Enlaços 22


Complexo Residencial Enlaços
23

IMAGEM 13: MAPA DA INTERAÇÃO DO CONJUNTO COM O


ENTORNO
FONTE: GOOGLE EARTH, ADAPTADO PELO AUTOR, 2019
4.1.8 – Tipologias de uso do conjunto Imagem 15 – Diagrama das áreas públicas

O conjunto dispõe em sua porção térrea áreas


comuns de usos mistos entre habitacional, serviços e comércio a fim
de poder contribuir para a supressão das necessidades imediatas dos
usuários e moradores do conjunto, evitando que os mesmos tenham
que se deslocar a grandes distâncias para compras básicas, além de
promover a interação entre os usuários não apenas do conjunto, mas
também da comunidade através de espaços públicos, também na
parte térrea do complexo (Imagem 14).

Imagem 14 – Diagrama das áreas de comércio e serviços

Fonte: Vitruvius, 2019

4.1.9 – Acessos e fluxos

O edifício é composto por uma volumetria de cheios


e vazios, o que acaba por proporcionar a ventilação e
permeabilidade visual e física do usuário da cidade, e principalmente
do morador.
É de extrema importância interagir o espaço
construído com o espaço livre, conversar o edifício com a cidade
promove o fluxo e o acesso de pessoas, e contribui naturalmente para
Fonte: Vitruvius, 2019 uma manutenção e segurança do espaço urbano, tanto público
quanto privado.
O conjunto, através do conceito de interação social,
busca através de seus espaços promover a interação entre
moradores do conjunto a fim de trazer a essência da vizinhança em
união e aproximação entre as pessoas daquele espaço. Para isso as
áreas de uso comum servem para esse propósito além de promover
uma conexão com o entorno (Imagem 15).

Complexo Residencial Enlaços 24


IMAGEM 16: CONJUNTO HABITACIONAL GLEBA G
FONTE: GALERIA DA ARQUITETURA, 2019
IMAGEM 17: PROJETO COM PLANTAS, IMPLANTAÇÃO E ISOMÉTRICA, FONTE: VITRUVIUS,EDITADO PELO AUTOR, 2019.

Complexo Residencial Enlaços 25


IMAGEM 18: CORTES E ELEVAÇÕES, FONTE: VITRUVIUS,EDITADO PELO AUTOR, 2019.

Complexo Residencial Enlaços 26


4.2 – Conjunto Habitacional Jardim Edite 4.2.5 – Conceito

4.2.1- Localização Existe uma grande demanda por terrenos na


cidade de São Paulo, e áreas ociosas e ocupadas
Localizado na região sul da cidade de São irregularmente, podem servir como um partido, junto a
Paulo, no bairro do Brooklyn, o conjunto habitacional Jardim sobreposição de variados usos e equipamentos do entorno.
Edite, faz parte de um processo de reurbanização de áreas (Marta Moreira, Arquiteta, 2017).
ocupadas irregularmente denominado Operação Urbana O conjunto Habitacional do Jardim Edite foi
Consorciada Água Espraiada, que promoveu a reintegração projetado para ocupar o lugar da favela de mesmo nome
do espaço que se tornou ocioso por anos na malha urbana que se situava nesse que é um dos pontos mais significativos
integrando as classes sociais (Prefeitura de São Paulo, 2016). para o recente crescimento do setor financeiro e de serviços
de São Paulo: o cruzamento das avenidas Engenheiro Luís
Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho, junto à ponte
4.2.2- Arquiteto/Equipe estaiada, novo cartão postal da cidade.
Para garantir a integração do conjunto de
A equipe de arquitetos associados MMBB, habitação social a sua rica vizinhança, o projeto articulou a
fundado em 1991 em São Paulo, é um escritório de verticalização do programa de moradia a um embasamento
arquitetura formado por Fernando de Mello Franco, Marta constituído por três equipamentos públicos – restaurante
Moreira e Milton Braga, arquitetos graduados pela Faculdade escola, unidade básica de saúde e creche – orientados tanto
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo para a comunidade moradora como para o público das
(FAUUSP) entre 1986 e 1987, responsáveis pelo projeto do grandes empresas próximas, inserindo o conjunto na
Conjunto Habitacional Jardim Edite (Escritório MMBB, 2019). economia e no cotidiano da região.
O pavimento de cobertura desses
4.2.3- Início/Conclusão equipamentos funciona como um térreo elevado do
condomínio residencial, interliga todos os edifícios
O projeto teve início em habitacionais em cada quadra, conferindo à convivência
2008 e rapidamente, em resposta a necessidade de criação dos moradores uma adequada reserva em meio à escala
de uma espaço habitacional no local, a obra foi concluída metropolitana da área circundante.
em 2013 (Arcoweb, 2019).

4.2.4- Dimensões

Em um terreno de 18.00m², o projeto possui


uma área total construída de 25.700m², com 252 Unidades
Habitacionais de 50m². O restaurante-escola tem 850m², a
unidade básica de saúde, 1300m², e a creche, 1400m²
(Arcoweb, 2019).

Complexo Residencial Enlaços 27


4.2.6 – Situação da área de implantação do conjunto ao
longo do tempo

Até o ano de 2008 a área era ocupada por


uma comunidade composta por habitações irregulares e, por
se tratar de uma região de grande importância para o setor
habitacional e econômico da cidade de São Paulo, foi
desapropriada com a intenção de uma requalificação
daquele espaço urbano, através da Operação Urbana
Consorciada Água Espraiada (Prefeitura de São Paulo, 2016).
Em 2011 a área foi completamente
desapropriada durante o processo do projeto da operação
urbana. Uma das etapas desta operação consistiu na
proposta de um projeto de revitalização habitacional da
gleba onde estavam localizadas as ocupações irregulares. A
área vazia deu lugar ao início de um projeto de interesse
social e coletivo, que pôde contribuir com o entorno, através
da promoção da sobreposição de usos (Prefeitura de São
Paulo, 2016).
Atualmente, o conjunto já está consolidado
no contexto inserido.

4.2.7 - Entorno e interação urbana

FONTE: GOOGLE EARTH, ADAPTADO PELO AUTOR, 2019.


A área onde o conjunto está inserido possui

IMAGEM 19: MAPA DE SITUAÇÃO DO TERRENO NO


infraestrutura e equipamentos de qualidade por ter sido parte
da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada,
realizada sob coordenação da prefeitura da cidade de São
Paulo.
Pela Marginal Pinheiros, o Conjunto fica
acessível as regiões sul, oeste e central da cidade, através de
equipamentos de transporte coletivo da região. Conta com
modalidades de transporte coletivo como linhas de ônibus,

DECORRER DO TEMPO
acesso próximo as estações Morumbi e Berrini da CPTM Linha
9 – Esmeralda, que dá acesso a Linha 5 Lilás do Metrô pela
Estação Santo Amaro, 2 estações após a Estação Morumbi
da CPTM (CMSP, 2018). (Imagem a seguir)

Complexo Residencial Enlaços 28


Complexo Residencial Enlaços
29

IMAGEM 20: MAPA DA INTERAÇÃO DO CONJUNTO COM O


ENTORNO
FONTE: GOOGLE EARTH, ADAPTADO PELO AUTOR, 2019
IMAGEM 21: IMPLANTAÇÃO, PLANTAS, CORTES E PERSPECTIVAS, FONTE: VITRUVIUS, EDITADO PELO AUTOR, 2019.

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IMAGEM 22: PLANTAS E CORTES, FONTE: VITRUVIUS, EDITADO PELO AUTOR, 2019.

Complexo Residencial Enlaços 31


5
CARACTERIZAÇÃO DO
LOCAL DO PROJETO

Complexo Residencial Enlaços 32


5.1 – Cidade

São José do Rio Preto é uma cidade


brasileira e sede da região administrativa de mesmo nome,
situada no interior e noroeste do estado de São Paulo, com
uma população estimada em Julho de 2018, de 456.245
habitantes, sendo o 12º município maior em número de
habitantes do estado de São Paulo, e 52º do país (IBGE, 2016).
Popularmente conhecida como “Rio Preto”,
a cidade fica distante aproximadamente 450 km da capital
paulista, 700 km da capital federal, e próximo à divisa com os
estados de Minas Gerais (a norte), numa distância de
aproximadamente 70 km, e do Mato Grosso do Sul (a oeste),
numa distância de aproximadamente 250 km (IBGE, 2010).
É sede da região administrativa de mesmo
nome, sendo uma das 16 regiões administrativas do estado
de São Paulo, subdividida em 8 microrregiões, a de mesmo
nome, São José do Rio Preto, Catanduva, Auriflama,
Fernandópolis, Votuporanga, Jales, Novo Horizonte e
Nhandeara, que totaliza 96 municípios e uma população de
quase 1.500.000 de habitantes. Com isso, a cidade se tornou
um grande polo e centro regional, que atrai a população de
cidades e estados vizinhos, para fins comerciais, de saúde,
ensino, lazer e emprego (IBGE, 2016).

FONTE: PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, EDITADO


Antes de se tornar município, São José do Rio

IMAGEM 23: VISTA AÉREA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


FONTE: PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 2019
Preto fazia parte das terras da cidade de Jaboticabal e, foi a

IMAGEM 24: MAPA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


lei n° 294, de 19 de julho de 1894, que desmembrou São José
do Rio Preto de Jaboticabal e a transformou em município.
Era um imenso território, limitado pelos rios Paraná, Grande,
Tietê e Turvo, com mais de 26 mil km² de superfície (Prefeitura
Municipal de São José do Rio Preto, 2018).
A origem do nome do município vem da
junção do padroeiro da cidade, São José e do rio que corta
o município, o Rio Preto. A partir de 1906, a cidade teve seu
nome reduzido para Rio Preto e somente em 1945, foi

PELO AUTOR, 2019


retomado o nome original de São José do Rio Preto
(Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, 2018).

Complexo Residencial Enlaços 33


5.2 – Vazios urbanos da cidade

Com o desenvolvimento da cidade nos


últimos anos, a demanda por espaços para fins habitacionais
se tornou constante. Desde 2013 novos loteamentos
residenciais foram criados para atender a essa demanda da
população rio-pretense (Johnny Torres, 2017).
Na maioria dos casos analisados na cidade,
a maior ocorrência de áreas para atender a demanda
habitacional são de loteamentos residenciais horizontais para
moradias uni familiares isoladas (Google Earth, 2018).
Esses espaços habitacional, geralmente em
áreas periféricas da cidade promovem uma expansão em
grande escala acaba por gerar um avanço muito rápido da
cidade e ocasiona na criação de áreas vazias no meio da
malha urbana.
Esses vazios urbanos, Pelo fato de azerem
parte de uma região da cidade já consolidada por
equipamentos e infraestrutura urbana são potenciais que
devem ser levados em conta, uma vez que novos
loteamentos em áreas mais distantes necessitam de nova
infraestrutura e equipamentos, sem contar o aumento no
tempo de deslocamento e criação de novas linhas de
transporte coletivo, o que acaba por desencadear um
colapso tanto em relação ao crescimento da cidade quanto

FONTE: GOOGLE EARTH, EDITADO PELO AUTOR, 2019


nas questões de mobilidade urbana.

IMAGEM 25: MAPA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


Portanto, levar em consideração vazios
urbanos da cidade de São José do Rio Preto, é um grande
partido e justificativa para o desenvolvimento deste projeto
que prevê a utilização de área vazia da cidade localizada
na região norte da mesma, uma vez que este local é a área
de maior potencial da cidade, já que conta com
equipamentos urbanos e infraestrutura já consolidada como
comércio e serviços de grande porte, sistemas de transporte
coletivo, instituições de ensino e serviços de saúde, além de
fazer parte de uma área de grande ocorrência de
habitações de interesse social, o que acaba por promover
uma conexão visual e social com o contexto já existente.

Complexo Residencial Enlaços 34


5.2.1 – Grande vazio urbano na zona sul da cidade

Para fins de comparação de duas áreas


urbanas com potenciais para a implantação de um
complexo residencial de interesse social, a região escolhida
na porção sul da cidade de São José do Rio Preto, fica
próxima ao bairro Higienópolis, nas imediações da Avenida
José Munia, importante via arterial que dá acesso a região
central da cidade.
Essa área possui equipamentos urbanos e
infraestrutura consolidada como transporte coletivo, parque,
praças, comércios e serviços, porém com uma população no
entorno, em sua maioria de classe média alta, mas também
faz parte de uma transição para áreas residenciais de baixa
renda, nas imediações do bairro São Francisco, bairro limítrofe
ao vazio urbano.

5.2.2 – Grande vazio urbano na zona norte da cidade

A área urbana analisada na região norte da


cidade de São José do Rio Preto, caracteriza-se por uma
área de constante desenvolvimento comercial e residencial,
o que promove a criação de um núcleo independente de
outras regiões da cidade e autossustentável.

FONTE: GOOGLE EARTH, EDITADO PELO AUTOR, 2019


O local fica na confluência das Avenidas
Domingos Falavina e Antônio Antunes Júnior (Linhão) que dá

IMAGEM 26: MAPA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


acesso as demais regiões da cidade.
Possui uma infraestrutura urbana
consolidada e equipamentos urbanos de uso público em sua
maioria, além de comércio de pequeno e grande porte,
serviços e distritos industriais, o que acaba por promover a
sobreposição e mescla entre usos e modalidades urbanas, o
que é um grande potencial e partido de projeto para a
implantação de um complexo residencial, e de interesse
social, por se tratar de uma zona da cidade onde em sua
maior parte, conta com habitações para famílias de baixa
renda.

Complexo Residencial Enlaços 35


5.2.3 – Comparativo entre os grandes vazios para definição
da área de intervenção

Grande vazio na zona norte


Através de um levantamento de dados para
base de comparação entre dois vazios distintos da cidade
(Mapa x), de São José do Rio Preto, foi possível mensurar os
mesmos (Gráfico 1) e chegar ao vazio que possui maior
potencialidade (Gráfico 2), como justificativa e partido para
o desenvolvimento do projeto de habitação de interesse
social.
O vazio urbano da região norte da cidade é
a área que possui maior potencialidade para o projeto, uma
vez que possui uma maior quantidade de equipamentos
urbanos necessários a população já existente e para a
população que habitará o complexo residencial que será
proposto em projeto.
Assim, é definida como área de intervenção
o vazio urbano da região norte da cidade.
IMAGEM 27: MAPA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FONTE: GOOGLE EARTH, EDITADO PELO AUTOR, 2019M

Grande vazio na zona sul


Complexo Residencial Enlaços 36
IMAGEM 28: MAPA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO FONTE: GOOGLE EARTH, EDITADO PELO AUTOR, 2019M
5.3 – Área de intervenção

A área escolhida para intervenção teve


como base a análise de potencialidades e necessidades
através de um diagnóstico urbano (Página 36).
A demanda por moradias na cidade de São
José do Rio Preto promove o crescimento urbano através de
áreas residenciais que em sua maioria, se encontram na
região norte da cidade e, lém disso, o local onde o projeto
será implantado faz parte de uma região da cidade que está
IMAGEM 29: VISTA DO SHOPPING CIDADE NORTE A PARTIR DO TERRENO, FONTE:AUTOR, 2019
em constante desenvolvimento e próximo a vias arteriais de
grande importância para os deslocamentos .
O terreno localiza-se próximo a grandes
equipamentos urbanos da região norte da cidade como o
Shopping Cidade Norte, localizado na confluência de duas
vias importantíssimas, a Avenida Domingos Falavina e Antonio
Antunes Junior que dá acesso as demais regiões importantes
da cidade.
Essa região já faz parte de um espaço
urbano consolidado, abastecido por equipamentos e
infraestrutura urbana necessária a população que vive
naquele entorno. Em bairros próximos como o Jardim Santo
Antônio, está disponível uma Unidade de Pronto
Atendimento, bem como escolas e creches de grande
importância para a região.
Em relação a mobilidade urbana, o entorno
possui a circulação de várias linhas de transporte coletivo, IMAGEM 30: PARTE MAIS ALTA DO TERRENO, FONTE:AUTOR, 2019
além de possuir um rápido e fácil escoamento viário através
das vias arteriais já citadas.
Ao se tratar de uma área de interesse social
com vários espaços voltados para habitação social, o local,
por já possui toda a infraestrutura e equipamentos
necessários, serve como partido e viabilidade de
implantação do projeto do complexo residencial.
O vazio urbano em questão, ao ser pensado
para habitação será capaz de promover a sobreposição de
usos residencial, comercial, serviços e institucional.

IMAGEM 31: PARTE MAIS BAIXA DO TERRENO, FONTE: AUTOR, 2019M

Complexo Residencial Enlaços 37


EQUIPAMENTOS URBANOS
O local conta com equipamentos urbanos de uso público como UPA,
no bairro Jardim Santo Antônio, que atende o entorno do terreno, UBS, noi bairro Jardim
Simões, pouco menos de trezentos metros do terreno.
Escolas e creches também são de grande ocorrência no entorno,
principalmente de uso público, além de escolas particulares de inglês.
Instituições religiosas também estão dispostas no local para que seja
possível atender a diversidade dos usuários.
O equipamento de maior influência é o Shopping Cidade Norte, que
conta com lotérica, farmácias, serviços e comércio em geral.

Complexo Residencial Enlaços 38


O local possui um entorno
consolidado com usos mistos. Localizado
na Zona 4 da Lei de Zoneamento da
cidade de São José do Rio Preto, permite
usos para Habitação uni familiar isolada;
Habitação multifamiliar vertical, e
comércios e serviços.

USO DO SOLO
Em uma análise do local,
é possível notar a quantidade de usos
residenciais, usos comerciais e de serviços
nas principais vias arteriais de entorno,
além das instituições que se dividem em
postos de saúde e de ensino.
A área não edificante é
onde está situada a linha de transmissão
de energia de alta tensão (Linhão) da
Avenida Antônio Antunes Júnior.

A cidade de São José do


Rio Preto cresceu próxima a vales e, o local
onde se encontra o terreno possui uma
declividade no sentido do Rio Preto, na
parte mais baixa da área.

TOPOGRAFIA
O terreno possui uma
declividade de quase 20 metros o que
pode promover partidos projetuais de
potencial para o desenvolvimento do
mesmo.
O lote, atualmente,
funciona como uma bacia de contenção
de águas pluviais do entorno e, com isso,
será necessário a transposição dessa bacia
de contenção para uma área mais baixa
do local e que determina o escoamento
gradual das águas pluviais para o rio preto,
evitando alagamentos das partes mais
baixas.

Complexo Residencial Enlaços 39


Por se tratar de um local
com um entorno bem consolidado, além
de ser uma região de grande
desenvolvimento na região norte da
cidade de São José do Rio Preto, a área
possui uma ocupação de alta densidade.

FIGURA-FUNDO
Bairros como o Jardim
Santo Antônio e Dom Lafaiete são bairros
mais antigos na região norte da cidade e
são os que possuem lotes ocupados em
sua maioria.
Essa grande ocupação
da área simboliza a quantidade de
pessoas que vivem na área, o que acaba
por promover um alto fluxo de pessoas.
O local conta também
com ocupações de índices de
aproveitamento um pouco mais altos para
o conjuntos habitacionais multifamiliares,.

O entorno em sua maioria


residencial, define no local moradias
térreas e algumas assobradadas, ou seja,

GABARITO DE ALTURAS
edificações de um a dois pavimentos.
Além disso, os edifícios
mais verticalizados possuem no máximo
quatro pavimentos, que são os conjuntos
habitacionais de interesse social.
A fim de não prejudicar o
contexto visual e físico do entorno, junto a
uma topografia favorável, será possível a
criação de um projeto residencial de
interesse social.

Complexo Residencial Enlaços 40


O local possui um sistema
viário hierarquizado, através de vias
arteriais que promovem o escoamento do

SISTEMA VIÁRIO
fluxo, vias coletoras que captam o grande
fluxo das arteriais mas as vias locais que
adentram os bairros do entorno do terreno.
O lote escolhido para o
projeto é cercado pela vias arteriais
Antônio Antunes Júnior (Linhão), que dá
acesso a toda região norte e a também a
região sul da cidade, Avenida Evaristo
Ferreira Cabral e pela via coletora, Rua
Sebastião Andrade.
Próximo ao lote também
está situada a Avenida Domingos Falavina,
via arterial de grande importância para o
entorno da área, que liga a região central
da cidade e a cidade de Ipiguá.

Uma das justificativas mais


importantes para a escolha do terreno são
as linhas de transporte coletivo (ônibus)

TRANSPORTE COLETIVO
existentes, o que acaba por possibilitar os
deslocamentos do público local, através
de 7 linhas que atendem o terreno e o
entorno imediato.
O local, além das linhas
de transporte urbano, também possui
como rota, a linha de ônibus da empresa
pevê-tur que dá acesso as cidades de
Ípiguá e Mirassolândia.
As linhas de ônibus que
antendem o terreno e seu entorno, são da
empresa Santa Luzia, terceirizada pela
prefeitura municipal de São José do Rio
Preto.

Complexo Residencial Enlaços 41


5.5 – Terreno

Após a análise de áreas urbanas ociosas e


definição do local da intervenção, o terreno escolhido para o
projeto é um grande vazio urbano localizado na região norte
da cidade de São José do Rio Preto, no bairro Jardim
Planalto, cercado pela Avenidas Antônio Antunes Júnior
(Linhão), importante via arterial da região norte que dá
acesso a região sul da cidade, avenida Evaristo Ferreira
Cabral e rua Sebastião Andrade.
Fica em frente ao Shopping Cidade Norte,
importante equipamento de comércios e serviços de grande
porte. Possui também, em seu entorno, instituições de ensino
como escolas municipais e estaduais, creches, igrejas,
comércios de pequeno porte, serviços em geral, e instituições
de saúde como a UPA do bairro Santo Antônio localizada a
um quilômetro do terreno, UBS Jardim Simões, localizada a
pouco mais de cem metros do terreno.
Faz divisa com importantes bairros da região
norte como Jardim Santo Antônio, Parque Residencial Dom
Lafaiete Libânio, Parque Nova Esperança, Jardim Nunes e
Jardim Simões.
As dimensões referentes ao terreno estão

IMAGEM 68: FOTOS E MAPA DO TERRENO, FONTE: GOOGLE


dispostas a seguir, juntamente com a legislação vigente na
Lei de Zoneamento de São José do Rio Preto.
Dimensões e informações legislativas do terreno
Área 37.500 m²
Zona 04
Taxa de Ocupação 50% (Habitação
Multifamiliar)
Índice de Aproveitamento 03

EARTH E AUTOR, 2019


Taxa de Permeabilidade do Solo 20%

Recuo Frontal 5,00 metros


Recuos de Fundo e Lateral 3,00 metros

Complexo Residencial Enlaços 42


O terreno possui um caimento de
aproximadamente 14 metros da Avenida Evaristo Ferreira Cabral no
sentido da confluência da Avenida Domingos Falavina.
TOPOGRAFIA DO TERRENO

ESTUDO SOLAR (CARTA SOLAR) E VENTOS PREDOMINANTES

Complexo Residencial Enlaços 43


6
CONCEITO E PARTIDO

Complexo Residencial Enlaços 44


Enlaços entre os usos do Os enlaços promovem Os enlaços e suas O traçado determina o Angulação em múltiplos
entorno da área do as conexões conexões determinam o edifício em forma de de 45º para a
projeto que determinam traçado do edifício lâminas sobrepostas onde permeabilidade visual e
o espaço habitacional os pontos de conexão construtibilidade
formam os acessos e
conexões da edificação

Ao partir da topografia existente no terreno é


possível criar uma composição volumétrica
dentro dos objetivos do conceito

A topografia existente no terreno favorece a Através do conceito de enlaços com o


criação de patamares que possibilitam entorno, tem-se como diretrizes
ganhar mais pavimentos através da determinantes os fluxos da vias do entorno,
possibilidade detanto subir quanto descer 04 bem como a topografia e condicionantes
pisos climáticas como a ventilação.

Complexo Residencial Enlaços 45


7
PROGRAMA DE NECESSIDADES

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8
FLUXOGRAMA E ORGANOGRAMA

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9
ZONEAMENTO DAS FUNÇÕES
E PLANO DE MASSAS
(SÍNTESE DO PROGRAMA DE NECESSIDADES E
FLUXOGRAMA/ORGANOGRAMA)

Complexo Residencial Enlaços 56


Para que não hajam conflitos
entre fluxos de pedestres e
veículos com o propósito de
visar a segurança e o
conforto do morador do
complexo, o fluxo de
pedestres e veículos não se
mistura. O acesso de veículos
é feito pela via coletora de
menor fluxo e o acesso de
pedestres ocorre pela via
arterial, Antônio Antunes
Júnior (Linhão), local que já
conta com parada de
ônibus.

Seguindo a mesma diretriz


dos fluxos e acessos as
circulações são setorizadas.
No estacionamento estão
dispostas as vagas com um
passeio entre elas para que o
usuário que estacionar seu
carro possa acessar o edifício
em segurança e não se
misturar ao tráfego de
veículos. Os pedestres
circulam livremente pela
praça do complexo e
acessam ao edifício pelo
núcleo de escadas e pela
passarelas.

Complexo Residencial Enlaços 57


O espaço edificado se
conecta com o espaço livre
através de diferentes níveis.
O piso térreo possui a praça
e promove a interação entre
os moradores do complexo
residencial. Através da
cobertura das lâminas 1 e 2,
é proporcionado aos
moradores da lâmina 3 um
terraço para estar e
contemplação. O espaço
privado se resume as
unidades habitacionais.

A lei de zoneamento da
cidade de São José do Rio
Preto determina que seja
adotado o mínimo de 15%
da área do terreno para fins
de permeabilidade através
de jardins, áreas verdes.
Parte-se desta premissa
normativa e do paisagismo
para criar as áreas verdes,
através de jardins, ao criar
espaços de contemplação e
estar com a intenção de
trazer bons sentidos e
sensações através da
vegetação.

Complexo Residencial Enlaços 58


O edifício é de uso
exclusivamente residencial
uma vez que o conceito de
enlaços traz os usos do
entorno como complemento
e partido para a criação de
áreas habitacionais.
O edifício possui áreas de
lazer como a praça, áreas
de estacionamento, salão de
festas, setor de serviços,
guarita, sem contar as áreas
habitacionais.

No que se refere a questões


de drenagem e escoamento
das águas pluviais, o terreno
em suas extremidades e nas
cristas dos taludes conta com
grelhas para captação das
águas pluviais.
O sistema de abastecimento
e esgoto predial é simples,
através de captações de
esgoto e distribuição de
água, setorizadas através dos
shafts localizados nos núcleos
de circulação vertical
(escadas).

Complexo Residencial Enlaços 59


As fachadas sudeste
e leste, recebem
incidência de sol
rasante, e necessitam
de brises no sentido
vertical que são
capazes de bloquear
a penetração solar
dentro da
edificação. No
solstício de verão as
fachadas sul e
sudeste recebem
insolação.

No solstício de
inverno, a fachada
leste e sudeste
continuam
recebendo
incidência de sol
rasante e já a
fachada sul, neste
caso, não recebe
insolação, porém,
para uma
composição
harmônica da
fachada, serão
utilizados como brises
venezianas móveis
que controlam a
penetração solar
dentro da
edificação.

Complexo Residencial Enlaços 60


No solstício de verão,
as fachadas noroeste
e oeste recebem
incidência de sol
rasante e a fachada
norte não recebe
insolação.

No solstício de
inverno a fachada
norte recebe sol a
pino e as fachadas
noroeste e oeste
recebem incidência
de sol rasante.
Todas as fachadas
com aberturas terão
as venezianas como
brises móveis onde
cada usuário pode
controlar a
incidência solar
dentro da
edificação.

Complexo Residencial Enlaços 61


10
TOPOGRAFIA E PATAMARIZAÇÃO

Complexo Residencial Enlaços 62


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Complexo Residencial Enlaços 64
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11
INSERÇÃO URBANA, REGIONAL
E IMPLANTAÇÃO

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12
SISTEMA CONSTRUTIVO, ESTRUTURA
E MATERIAIS

Complexo Residencial Enlaços 69


O projeto parte da premissa definida
pelo conceito, que determina a forma da
edificação. O edifício com sua volumetria
composta por lâminas sobrepostas necessita de
um sistema estrutural bem definido para que não
seja sujeito a erros e que o conceito do projeto
não se perca no decorrer do desenvolvimento do
projeto.
Com uma volumetria composta por
linhas retas e ângulos múltiplos de 45º é proposto
uma malha quadriculadas formando módulos de
10x10 metros, onde o encontro destes módulos
definem os pontos dos pilares do edifício, o que
facilita uma possível execução do projeto de
maneira racionalizada e sem que o conceito inicial
do projeto se perca.
Os pontos na cor vermelha simbolizam
os pilares dentro da malha onde é possível ver o
contorno do edifício junto a sua solução estrutural.
A modulação estrutural de 10x10 metros
facilita na marcação do gabarito da obra, que
por mais complexa que seja a sua forma, a
estrutura e sua execução se torna simples.
Para que seja possível vencer grandes
vãos, uma vez que uma lâmina será sobrepostas a
outra e haverá balanços será utilizado o sistema
estrutural viga vierendeel em aço, além das lajes e
das fundações que serão de concreto armado.
O uso de diferentes sistemas estruturais
em uma mesma edificação determina um sistema
estrutural de uso misto que no caso se resume ao
uso do aço e do concreto.
O esquema a seguir sintetiza a solução
estrutural para o projeto.

Complexo Residencial Enlaços 70


A fundação terá sapatas isoladas de concreto armado As lajes, assim como a fundação serão em concreto
que serão responsáveis pela distribuição uniforme das cargas por armado. O sistema de laje será o de laje protendida modulada
ser uma estrutura com modulação padronizada. para facilitar a execução e instalação do sistema estrutural .

Já o sistema de pilares e vigas será unificado em um Para sintetizar a solução estrutural adotada é possível
único tipo de estrutura, o sistema estrutural viga vierendeel, que se observar o esquema completo, com a mescla dos sistemas
tra ta de um composição de aço que distribui as cargas dos estruturais de aço e concreto.
pavimentos e dos elementos estruturais como é o caso das lajes, e
são capazes de vencerem grandes vãos e são ideais para
estruturas em balanço.

Complexo Residencial Enlaços 71


Estrutura de aço. Telha cimentícia com inclinação Laje e paredes
Vedação com de 5%, na cor azul para externas em
janelas de vidro e Diminuir a absorção de calor concreto
brises de alumínio pela telha.

Esquadrias de Vedação interna Forro de gesso Piso cerâmico Piso intertravado


alumínio na cor das unidades com Na cor cinza De concreto
preta paredes de drywall 40x40cm
Para as áreas
externas
Complexo Residencial Enlaços 72
13
ESTUDO DE VEGETAÇÃO
E PROJETO PAISAGÍSTICO

Complexo Residencial Enlaços 73


Complexo Residencial Enlaços 74
Complexo Residencial Enlaços 75
Complexo Residencial Enlaços 76
Complexo Residencial Enlaços 77
Complexo Residencial Enlaços 78
Complexo Residencial Enlaços 79
14
PLANTAS

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Complexo Residencial Enlaços 81
Complexo Residencial Enlaços 82
Complexo Residencial Enlaços 83
Complexo Residencial Enlaços 84
15
MEMORIAIS DE CÁLCULO
PRÉ-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL;
DIMENSIONAMENTO DE CORREDORES E ESCADAS CONFORME IT Nº 11 DO CORPO DE
BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO;
DIMENSIONAMENTO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA CONFORME NBR 5626;
CÁLCULO DO VOLUME DO POÇO DE RETENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

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REFERÊNCIAS

Complexo Residencial Enlaços 88


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Complexo Residencial Enlaços 90

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