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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

ARQUITETURA E URBANISMO

LAÍS DA SILVA GUIMARÃES

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA: A arquitetura como


transformador social e cultural.

SANTO ANDRÉ
2022
LAÍS DA SILVA GUIMARÃES

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CULTURA: A arquitetura como


transformador social e cultural.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Arquitetura
e Urbanismo da Faculdade
Anhanguera de Santo André.

Orientador: Agnaldo Melchiori

SANTO ANDRÉ
2022
Dedico este trabalho primeiramente
a Deus, pois sem a sua graça e
amor não estaria aqui hoje, e a
minha mãe e ao meu esposo, meus
maiores incentivadores e apoiadores
desde o inicio desta jornada
acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela minha vida, pela minha saúde,
pela família e amigos que Ele me concedeu, e pelas oportunidades que me
fizeram chegar até aqui hoje.
Á minha mãe, Elena Silva, minha maior incentivadora, agradeço pelos
cuidados, por sempre estar do meu lado nos momentos mais difíceis, por me
criar sozinha e de forma digna, por me tornar o que sou hoje, e por me dar todo
apoio do mundo, pois sem ele eu não estaria aqui e nada disto seria possível.
Á minha família, que com todo o seu amor e carinho, me apoiaram e
ajudaram durante toda essa longa jornada que foi o curso de Arquitetura.
Aos meus grandes incentivadores, que desde o início se colocaram à
disposição para me ajudar no que fosse preciso, e assim o fizeram, Milton e
Ariana, sem a ajuda e apoio de vocês no início, eu não estaria aqui hoje,
concluindo a minha graduação.
Às minhas colegas de classe, que quero levar para toda a minha vida,
Mikaeli e Arlenne, que desde o início estiveram comigo, vivendo lado a lado, os
desafios, dificuldades e alegrias do curso de Arquitetura e Urbanismo, me
ajudando e apoiando durante todo o tempo..
Ao meu orientador, Prof Agnaldo, que me instruiu e me ajudou durante
toda a jornada que foi o TFGI, me incentivando e aconselhando para a
elaboração deste trabalho.
E em especial, ao meu esposo Douglas, que me apoiou e ajudou todos
os dias de maneira fiel, me sustentando e erguendo durante todos os
momentos difíceis, e me fazendo enxergar o lado bom de tudo e principalmente
a minha capacidade de chegar ao meu destino final, tenho absoluta certeza de
que sem você nada disso estaria acontecendo, você foi crucial para a
realização deste sonho, que não é apenas meu, mas sim nosso.
“No fundo, vejo a arquitetura como
serviço coletivo e como poesia”
(Lina Bo Bardi)
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a arquitetura como


mediador sociocultural, criador de espaços voltados para a educação e para a
cultura, em bairros onde a vulnerabilidade social e cultural se faz presente. O
intuito do trabalho foi apresentar a realidade de um bairro que clama por
atividades educacionais e culturais, e que necessita de um espaço de lazer e
cultura para os moradores. A cultura e a tradição são as responsáveis pela
determinação das características de uma população, por este motivo é
importante que elas sejam incentivadas e valorizadas em toda uma sociedade,
e é a partir da construção de um Centro de Educação e Cultura que traremos
isso para os moradores do bairro de Vila Palmares, onde está localizado o
terreno escolhido para a proposta de projeto, toda a proposta projetual está
voltada para a valorização da cultura e da educação, trazendo assim um
espaço que oferecerá atividades de lazer, cultura, esporte e educação, áreas
verdes e espaço de convívio.

Palavras-Chaves: Centro Cultural. Sócio-Cultural. Cultura. Diferença


Social. Educação.
ABSTRACT

The present work aims to present architecture as a sociocultural


mediator, creator of spaces aimed at education and culture, in neighborhoods
where social and cultural vulnerability is present. The purpose of the work was
to present the reality of a neighborhood that cries out for educational and
cultural activities, and that needs a space for leisure and culture for the
residents. Culture and tradition are responsible for determining the
characteristics of a population, for this reason it is important that they are
encouraged and valued throughout society, and it is from the construction of an
Education and Culture Center that we will bring this to the residents of the Vila
Palmares neighborhood, where the land chosen for the project proposal is
located, the entire project proposal is aimed at valuing culture and education,
thus bringing a space that will offer leisure, culture, sport and education
activities, green areas and living space.

Keywords: Cultural Center. Socio-Cultural. Culture. Social difference.


Education.
LISTA DE SIGLAS

SP: São Paulo


ABC: Região Santo André, São Bernardo e São Caetano
NBR: Norma Brasileira
FDE: Fundação para Desenvolvimento da Educação
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBOPE: Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
CESA: Complexo Educacional Santo André
SESC: Serviço Social do Comércio
LISTA DE FIGURAS

Imagem 1- Montessori Kindergarten / ArkA- Sala.................................36


Imagem 2- Montessori Kindergarten / ArkA- Sanitários.......................36
Imagem 3- Imagine Montessori School – Brinquedoteca......................37
Imagem 4- Imagine Montessori School - Sala de Atividades................37
Imagem 5- Pilares do Design Biofílico...................................................40
Imagem 6- Elementos do Design Biofílico............................................40
Imagem 7- Edifício Kengo Kuma...........................................................43
Imagem 8- Entorno do Edifício..............................................................44
Imagem 9- Interna do Edifício..............................................................44
Imagem 10- Fachada Entrada...............................................................45
Imagem 11- Inserção no terreno..........................................................46
Imagem 12- Interna do Edifício............................................................47
Imagem 13- Vista Fachada..................................................................47
Imagem 14- Cuca Barra.......................................................................48
Imagem 15- Entorno..............................................................................49
Imagem 16- Setorização Cuca Barra....................................................50
Imagem 17- Cuca Mondubim...............................................................51
Imagem 18- Setorização Cuca Mondubim............................................52
Imagem 19- Inserção Sesc Birigui........................................................53
Imagem 20- Vista Interna......................................................................54
Imagem 21- Vista Externa.....................................................................55
Imagem 22- Plantas Setorizadas.........................................................56
Imagem 23- Plantas Setorizadas..........................................................56
Imagem 24- Plantas Setorizadas.........................................................57
Imagem 25- Plantas Setorizadas..........................................................57
Imagem 26- Vista Fachada...................................................................58
Imagem 27- Estrutura...........................................................................59
Imagem 28- Estrutura............................................................................59
Imagem 29- Materialidade.....................................................................60
Imagem 30- Materialidade.....................................................................60
Imagem 31- Fachada Museu do Pontal................................................61
Imagem 32- Fachada Entorno..............................................................61
Imagem 33- Materialidade Interna........................................................62
Imagem 34- Materialidade Externa.......................................................62
Imagem 35- Sistema Estrutural.............................................................63
Imagem 36- Sistema Estrutural.............................................................63
Imagem 37- Centro Cultural Baud.........................................................64
Imagem 38- Localização do edifício......................................................65
Imagem 39- Inserção do edifício no terreno..........................................65
Imagem 40- Diagramação Volumétrica.................................................66
Imagem 41- Elevações..........................................................................67
Imagem 42- Visão dos jardins e espaços internos................................67
Imagem 43- Visão da fachada...............................................................68
Imagem 44- Entrada Centro Cultural.....................................................68
Imagem 45- Fluxograma.......................................................................70
Imagem 46- Plantas Setorizadas.........................................................71
Imagem 47- Plantas Setorizadas..........................................................71
Imagem 48- Plantas Setorizadas.........................................................72
Imagem 49- Plantas Setorizadas.........................................................72
Imagem 50- Visão materiais utilizados..................................................73
Imagem 51- Sesc 24 de Maio................................................................74
Imagem 52- Vista Sesc........................................................................75
Imagem 53- Vista Entrada do Edifício..................................................76
Imagem 54- Vista Entrada do Edifício...................................................76
Imagem 55- Plantas Setorizadas..........................................................78
Imagem 56- Plantas Setorizadas..........................................................78
Imagem 57- Plantas Setorizadas..........................................................79
Imagem 58- Plantas Setorizadas..........................................................79
Imagem 59- Plantas Setorizadas..........................................................80
Imagem 60- Plantas Setorizadas..........................................................80
Imagem 61- Plantas Setorizadas..........................................................81
Imagem 62- Plantas Setorizadas.........................................................81
Imagem 63- Plantas Setorizadas..........................................................82
Imagem 64- Plantas Setorizadas..........................................................82
Imagem 65- Plantas Setorizadas..........................................................83
Imagem 66- Plantas Setorizadas..........................................................83
Imagem 67- Plantas Setorizadas..........................................................84
Imagem 68- Plantas Setorizadas..........................................................84
Imagem 69- Plantas Setorizadas.........................................................85
Imagem 70- Plantas Setorizadas..........................................................85
Imagem 71- Diagrama do Programa.....................................................86
Imagem 72- Malha Estrutural...............................................................86
Imagem 73- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 74- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 75- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 76- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 77- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 78- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 79- Fluxograma.......................................................................87
Imagem 80- Fluxograma ......................................................................87
Imagem 81- Fluxograma ......................................................................87
Imagem 82- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 83- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 84- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 85- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 86- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 87- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 88- Fluxograma.......................................................................88
Imagem 89- Perspectiva Isométrica.....................................................89
Imagem 90- Ilustração...........................................................................90
Imagem 91- Cortes................................................................................91
Imagem 92- Cortes............................................................................... 91
Imagem 93- Cortes................................................................................91
Imagem 94- Cortes................................................................................91
Imagem 95- Vista Painéis de Vidro.......................................................92
Imagem 96- Mobiliários.........................................................................93
Imagem 97- Mobiliários.........................................................................93
Imagem 98- Projeto Mobiliários.....................................................96
Imagem 99- Projeto Mobiliários.....................................................96
Imagem 100- Projeto Mobiliários.....................................................96
Imagem 101- Projeto Mobiliários.....................................................97
Imagem 102- Projeto Mobiliários.....................................................97
Imagem 103- Sesc Avenida Paulista.....................................................98
Imagem 104- Vista Localização e Entorno...........................................100
Imagem 105- Distribuição das Atividades............................................101
Imagem 106- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 107- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 108- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 109- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 110- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 111- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 112- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 113- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 114- Fluxograma.....................................................................102
Imagem 115- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 116- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 117- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 118- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 119- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 120- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 121- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 122- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 123- Fluxograma.....................................................................103
Imagem 124- Plantas Setorizadas.......................................................104
Imagem 125- Plantas Setorizadas.......................................................104
Imagem 126- Plantas Setorizadas.......................................................105
Imagem 127- Plantas Setorizadas.......................................................105
Imagem 128- Plantas Setorizadas.......................................................106
Imagem 129- Plantas Setorizadas.......................................................106
Imagem 130- Plantas Setorizadas.......................................................107
Imagem 131- Plantas Setorizadas.......................................................107
Imagem 132- Plantas Setorizadas.......................................................108
Imagem 133- Plantas Setorizadas.......................................................108
Imagem 134- Plantas Setorizadas.......................................................109
Imagem 135- Plantas Setorizadas.......................................................109
Imagem 136- Plantas Setorizadas.......................................................110
Imagem 137- Plantas Setorizadas.......................................................110
Imagem 138- Plantas Setorizadas.......................................................111
Imagem 139- Plantas Setorizadas.......................................................111
Imagem 140- Plantas Setorizadas.......................................................112
Imagem 141- Vista Interior ..................................................................113
Imagem 142- Vista Interior..................................................................113
Imagem 143- Vista Superior Sesc Avenida Paulista............................114
Imagem 144- Vista Materiais................................................................115
Imagem 145- Vista Materiais................................................................115
Imagem 146- Vista Materiais................................................................115
Imagem 147- Localização Intervenção Projetual............................116
Imagem 148- Mapa Santo André- Macrozonas............................117
Imagem 149- Mapa Localização Bairro Vila Palmares.........................118
Imagem 150- Vista aérea terreno......................................................121
Imagem 151- Curvas de Nível......................................................122
Imagem 152- Declividade do Terreno (Vertical) ............................123
Imagem 153- Declividade do Terreno (Horizontal) ............................123
Imagem 154- Insolação e Ventos- dia comum (1 de Junho) ............124
Imagem 155- Insolação e Ventos- solstício de verão (25 de
dezembro) ..................................................................................124
Imagem 156- Insolação e Ventos-solstício de inverno (27 de junho)..125
Imagem 157- Acessos e Fluxos das vias....................................125
Imagem 158- Equipamentos Urbanos..........................................126
Imagem 159- Hidrografia, Vegetação e Arborização Viária................127
Imagem 160- Hidrografia, Vegetação e Arborização Viária................127
Imagem 161- Uso e Ocupação do Solo.......................................128
Imagem 162- Cheios e Vazios.....................................................129
Imagem 163- Gabarito................................................................130
Imagem 164- Hierarquização Viária....................................................131
Imagem 165- Intensidade de Trafego.................................................132
Imagem 166- Transporte- Pontos de Ônibus................................133
Imagem 167- Zona de Uso.........................................................134
Imagem 168- NBR 9050.............................................................135
Imagem 169- Produtos Técnicos- FDE........................................136
Imagem 170- Fluxograma...........................................................139
Imagem 171- Fluxograma...........................................................139
Imagem 172- Fluxograma...........................................................139
Imagem 173- Metragem..............................................................140
Imagem 174- Diagrama Conceitual....................................................141
Imagem 175- Diagrama Setorizado.............................................142
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Infográfico: Atividades Culturais..........................................15


Gráfico 2- Infográfico: Fatores Determinantes.....................................15
Gráfico 3- Infográfico: Classificação do Público...................................16
Gráfico 4- Comparação Jovens x Idosos............................................114
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Programa de Necessidades...................................................65


Tabela 2- Parâmetros Urbanísticos para Uso do Solo.........................125
Tabela 3- Programa de Necessidades.................................................131
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................19
2 PROBLEMÁTICA................................................................................20
3 OBJETIVOS........................................................................................24
3.1 Objetivo Geral........................................................................24
3.2 Objetivos Específicos ............................................................24
4. JUSTIFICATIVA.................................................................................25
5. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS..........................................28
5.1 Pesquisa Bibliográfica...........................................................28
5.2 Pesquisa de Campo..............................................................28
5.3 Análise de Projetos Análogos...............................................29
5.4 Desenvolvimento Projetual...................................................29
6. CONCEITUALIZAÇÃO.....................................................................30
6.1 Centro Cultural e sua Importância para a Sociedade...........30
6.2 A Arquitetura e seu Papel Social..........................................36
6.3 Método Montessori aplicado a arquitetura............................38
6.4 Design Biofílico e o bem estar do usuário.............................42
7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS..........................................................45
7.1 Referência Estética................................................................46
7.2 Referência de Programa........................................................51
7.3 Referência de Estrutura.........................................................61
8. ESTUDO DE CASO...........................................................................67
8.1 Centro Cultural Baud.............................................................67
8.2 Sesc 24 de Maio....................................................................77
8.3 Sesc Avenida Paulista..........................................................93
9. SOBRE O LOCAL...........................................................................117
9.1 A escolha do lugar..............................................................117
9.2 Histórico do município........................................................118
9.3 Histórico do bairro..............................................................119
10. ANÁLISE URBANA.....................................................................122
10.1 Terreno............................................................................122
10.1.1 Localização..................................................................122
10.1.2 Topografia...............................................................123
10.1.3 Declividade..............................................................124
10.1.4 Insolação e Ventos Predominantes.........................125
10.1.5 Acessos e Fluxos.....................................................126
10.2 Equipamentos Urbanos...............................................127
10.3 Recursos Naturais.......................................................127
10.4 Uso e Ocupação do Solo............................................129
10.5 Cheios e Vazios..........................................................130
10.6 Gabarito das Construções..........................................131
10.7 Sistema Viário.............................................................132
10.8 Intensidade de Trafego...............................................133
10.9 Transporte Publico......................................................134
10.10 Normas Vigentes e Órgão Regulamentador..............135
11. DESENVOLVIMENTO PROJETUAL......................................138
11.1 Programa de Necessidades........................................138
11.2 Fluxograma.................................................................140
11.3 Terreno........................................................................141
11.4 Conceito Arquitetônico ...............................................142
11.5 Diagrama Conceitual...................................................143
11.6 Diagrama Setorizado...................................................144
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................145
BIBLIOGRAFIA.............................................................................146
1. INTRODUÇÃO

O respectivo trabalho visa apresentar a elaboração do projeto de um


Centro de Educação e Cultura, pensando não apenas na arquitetura como um
mediador da estética, mas também como um transformador social.
A arte é uma grande contribuinte para o desenvolvimento, sendo ele
social, cultural e psicológico, através dela é possível transformar hábitos e
gerar economia para determinado local por meio de sua cultura artística.
A arte é um instrumento de inclusão social e cultural, que complementa
as formas de desenvolvimento de aprendizagem e conhecimento.
A região da Vila Palmares, localizada na cidade de Santo André- SP,
possui uma grande carência de equipamentos culturais. Devido a maneira
desordenada a qual o bairro foi crescendo, em alguns locais pode-se perceber
a presença de ocupações irregulares e favelas. O local, ainda hoje não possui
infraestrutura adequada e equipamentos culturais que atendam a demanda da
população do bairro, fazendo com que os moradores tenham que se locomover
para regiões vizinhas.
Assim, o presente trabalho se dá a partir de uma vivência pessoal já que
é através da afinidade e da experiência que se obtêm os melhores resultados.
Durante toda a minha infância senti falta de um local onde eu pudesse passar o
meu tempo livre e que tivesse atividades destinadas as crianças de todas as
idades e moradores do bairro.
Tendo em vista o meu interesse pessoal sobre o assunto, busquei
conhecer a sua relevância e suas carências no contexto atual do meu bairro e
percebi a falta que um centro cultural faz, e a importância que ele tem na vida
de toda uma população.
Diante disso, trago ao projeto duas importantes condicionantes, a
importância da cultura como ferramenta de transformação social, e a
desigualdade social como um problema presente em todos os âmbitos da
sociedade.
2. PROBLEMÁTICA

De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais- 2006,


Suplemento de Cultura, apenas 24,8% dos municípios brasileiros possuem
centros culturais.
A região norte apresenta 24% dos seus municípios com centros
culturais, o nordeste e centro oeste possuem o mesmo número apresentando
20% cada, as regiões sul e sudeste ostentam os números mais significativos e
representativos, 30% e 28%, respectivamente. Através desses indicadores, é
possível apontar duas constantes no sistema que envolve as políticas e
espaços culturais brasileiros, o investimento público cada vez mais escasso em
cultura e a concentração geográfica atividades, mais recorrentes nas regiões
mais favorecidas e capitais dos estados.
Podemos definir como atividade cultural, toda e qualquer atividade que
tenha como objetivo aguçar o interesse e a criatividade do ser humano, através
delas somos capazes de conhecer um pouco mais sobre arte, música, cinema,
história e literatura.
Como equipamentos desenvolvedores dessas atividades podemos citar:
cinemas, museus, centros culturais, shows, teatros e bibliotecas. Cada um
possui a sua importância, porém nem todos tem o seu devido reconhecimento
e são considerados como algo relevante pela sociedade, muitos desses
equipamentos são esquecidos e pouco frequentados.
Gráfico 1- Infográfico: Atividades Culturais

Fonte: Nossa São Paulo, IBOPE, 2018

Uma Pesquisa Realizada pelo G1 na cidade de São Paulo aponta que


24% dos paulistanos não frequentam nenhum tipo de atividade cultural, dentre
as principais causas temos a falta de preços acessíveis, e a proximidade do
local cultural.

Gráfico 2- Infográfico: Fatores Determinantes

Fonte: Nossa São Paulo, IBOPE, 2018

Observando todo esse contexto podemos ligar as diferenças sociais


presentes em todo o território brasileiro, com a falta de equipamentos culturais
adequados, a falta de espaços que comportem todas as essas atividades em
determinadas classes sociais pode ser indicada como fator importante que
encoraja a segregação socioespacial no Brasil. As diferenças, sejam elas
sociais, culturais e econômicas, são fatores determinantes em nossa
sociedade, para decidir quem tem e quem não tem acesso a certos tipos de
recursos culturais.

Gráfico 3- Infográfico: Classificação do Público

Fonte: Nossa São Paulo, IBOPE, 2018

Essa questão socioespacial é um dos muitos temas recorrentes no


campo da arquitetura, pois esse tema não está atrelado apenas a construção,
mas também a aspectos sociais, políticos, culturais e ambientais que interferem
e também direcionam o projeto.

A origem da problemática está atrelada ao grande crescimento industrial


no século XX, quando o processo de urbanização resultou em um grande
crescimento populacional acarretando assim a separação das classes mais
ricas e periféricas, com isso foi-se gerando diferenças sociais ligadas as
diversas áreas da população, onde os ricos eram os mais favorecidos e
recebiam mais infraestrutura cultural, enquanto os mais pobres não tinham
acesso a nenhuma dessas atividades culturais.
A fragilidade em que a desigualdade social se declara está totalmente
inserida em áreas mais pobres e fragilizadas, influenciando assim nos
equipamentos culturais do local, fazendo com que os moradores do bairro
tenham que se locomover até outros no entorno para que possam usufruir de
quaisquer tipos de atividades culturais e de lazer.

Relacionando toda essa questão de desigualdade, com a falta de


equipamentos culturais, podemos listar pelo menos três aspectos de grande
importância no que se refere ao acesso a esses equipamentos: o aspecto físico
(se temos a presença do equipamento propriamente dito); o aspecto financeiro
(se os valores cobrados são acessíveis para todas as classes) e o aspecto
relacionado à formação/predisposição (se há estímulo e intervenção que
possibilite a compreensão dessas manifestações culturais). Não adianta, a
cidade possuir uma infinidade de equipamentos públicos se as pessoas não
são estimuladas a frequentá-los (MELO e ALVES, 2003)

A respeito desse tema quais problemas podem ser sanados com a


criação de um novo e aprimorado Centro de Educação e Cultura para essas
áreas fragilizadas, e qual a influência social e cultural que a arquitetura tem sob
a sociedade?
3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho é a implantação de um Centro de Educação e


Cultura que venha suprir as necessidades do bairro Vila Palmares - Santo
André, trabalhando com a topografia do terreno, os cheios e vazios, criando
ambientes internos e externos que visam o conhecimento e a socialização, e
que façam o usuário vivenciar a cultura, a arte e o aprendizado de forma
dinâmica e social.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Criar espaços de convivência para diversos tipos de atividades;


 Proporcionar ao bairro o acesso gratuito a atividades culturais,
relacionadas à lazer, arte e educação em um único local;
 Propiciar atividades culturais, educacionais e de entretenimento para
diferentes idades;
 Prover aos usuários experiências únicas e especiais ao utilizar os
espaços;
 Promover o uso de áreas internas e externas;
 Suprir a carência de infraestrutura educacional/cultural do bairro.
4. JUSTIFICATIVA

Situado no Bairro de Vila Palmares- Santo André, o “Centro Educacional


de Santo André”, funciona como um propagador de cultura, arte e educação
local, tendo como principal objetivo a inclusão de jovens de baixa renda,
oferecendo que esses tenham acesso às diversas manifestações de arte e
cultura.
O edifício receptor do espaço destinado ao CESA, por se tratar de uma
edificação cedida pela Prefeitura para ser utilizada para diversos fins, não
possui estrutura adequada e programada para receber e atender a um
programa de necessidades mais relevantes, por esse motivo, não apresenta
condições de abrigar um Centro de Educação e Cultura e quaisquer atividades
interligadas a ele, tanto pelo seu aspecto funcional, quanto pelo aspecto visual
artístico.
Além da estrutura da construção não comportar de forma algum um
Centro Educacional e Cultural, podemos citar também a falta de funcionários
especializados nas áreas, deixando ali o local muitas vezes abandonado, já
que para haver qualquer tipo de atividade depende da iniciativa bondosa de
algum morador que se preocupa com as crianças e jovens do bairro, a falta de
segurança do local que muitas vezes é usado para atividades ilícitas, a falta de
conforto térmico e planejamento de espaço das salas, e por fim a falta de
planejamento e setorização dos ambientes, que não seguem as normativas do
FDE.
O local clama por mudanças gerais, sendo elas em todo o seu programa
arquitetônico, como na sua estrutura, para que assim seja possível atender
todas as atividades culturais, educacionais e esportivas que o bairro necessita,
englobando dessa forma todos os setores, sendo eles, a segurança do local, o
conforto térmico, acústico e ambiental, o visual e estética de todo o local,
trazendo algo mais moderno para o bairro, e o principal a sua estruturação
comportando assim, todas as atividades e serviços necessitados.
Segundo uma entrevista realizada pelo Diário do Grande Abc, realizada
em 2011, moradores se queixam da falta de outras opções de lazer na Vila,
especialmente para jovens e crianças. A falta de parques, centros culturais e
outras áreas para lazer na região, fazem com que os moradores se desloquem
até a sua única alternativa de lazer nas proximidades, o Sesc, localizado na
Rua Tamarutaca, porém para usufruir do local, é preciso ter carteirinha, que é
exclusiva para trabalhadores do ramo do comércio de bens e serviços.
Dessa maneira, justifica-se o presente trabalho à necessidade de
analisar e explorar todo o projeto já existente no CESA, de modo a se obter
dados técnicos, construtivos e funcionais do local, buscando estabelecer assim
um diagnostico a respeito das condições arquitetônicas para que haja
funcionamento eficaz do Centro de Educação e Cultura, com a finalidade de
intervir de maneira significativa nos aspectos fundamentais de um espaço
destinado à cultura e educação, trazendo ao bairro aquilo que ele precisa, um
local de lazer, convivência, educação e cultura para todos os moradores do
bairro e das proximidades..
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada para a realização do presente trabalho, a fim de


buscar o resultado final desejado, foi uma pesquisa aplicada, utilizando uma
abordagem qualitativa e exploratória, visando realizar aos objetivos propostos e
solucionar as problemáticas relatadas.

5.1 Pesquisa Bibliográfica


Para a elaboração de todo o projeto e afim de compreender as
especificidades dos centros culturais e sua importância para a sociedade,
foram necessárias pesquisas bibliográficas e documentais, embasando a
proposta e buscando oferecer benefícios a população a qual se destina o
projeto.
Desta forma, foi utilizado como fonte de pesquisa sites, livros e revistas
digitais, que abordassem a temática da arquitetura voltada para os centros
culturais, como também a arquitetura como um mediador social e cultural,
também foram utilizados como fonte de pesquisa artigos, dissertações e livros
de autores renomados no meio da arquitetura como: Victor Andrade, Edmundo
de Drummond, Maria Montessori, dentre outros, afim de obter uma
compreensão adequada sobre as peculiaridades e necessidades do ambiente
físico destinado à população mais pobre, e além disso voltado para a realidade
das regiões mais carentes.

5.2 Pesquisa de Campo


Por ser uma área já conhecida, desde o início das pesquisas já era
possível se obter toda a ciência e conhecimento experimental e da vivencia do
local do projeto, conhecendo assim cada detalhe, cada peculiaridade e cada
especificidade do local. Os levantamentos de dados físicos do lote,
entendimento de toda a arquitetura do entorno, condicionantes climáticas,
foram obtidas através da vivencia particular no local, como também de forma
online.

5.3 Análise de Projetos Análogos


Dentro da arquitetura, é evidente a riqueza de informações obtidas
através da observação e estudo de projetos correlativos, com o mesmo tema,
usos semelhantes propostos por outros profissionais da área.
Desta forma, percebe-se a necessidade de uma análise de projetos
correlatos, buscando visualizar e entender alguns pontos arquitetônicos
importantes como: materiais utilizados, fluxos, setorização das áreas, acessos,
questões de conforto térmico e ambiental, dentre outros, afim de agregar
qualidade ao projeto proposto.
Sendo assim, os projetos analisados foram os de Centros Culturais,
como por exemplo o SESC, voltados especificamente para áreas periféricas e
carentes, buscando ligar a arquitetura com os problemas de desigualdade da
sociedade.

5.4 Desenvolvimento Projetual


Após todo o embasamento teórico necessário, onde se foi obtido
informações e teorias de suma importância, tendo como objetivo a elaboração
da proposta de projeto, o presente trabalho utilizou a adoção de um conceito e
partido arquitetônico que serviram como guias e indicadores do caminho a ser
seguido para se chegar ao destino desejado.
Através de todos os estudos, e obtenção de todas as informações,
conceitos e idéias, o desenvolvimento do projeto se deu a partir de estudos
preliminares, como: implantação, setorização do lote, diretrizes projetuais,
programa de necessidades e pré dimensionamento de ambientes, fluxograma,
entre outros processos.
Por fim, após esses estudos, como proposta final, observa-se as plantas
baixas, cortes, fachadas, estudos volumétricos 3D, que contribuem para a
melhor compreensão da proposta arquitetônica.
6. CONCEITUALIZAÇÃO

6.1 Centro Cultural e sua importância para a sociedade

Antes de entender como surgiram os centros culturais é necessário


conhecer primeiramente o que são esses espaços. Para Milanesi (1997), o que
caracteriza um centro de cultura é “a reunião de produtos culturais, a
possibilidade de discuti-los e a prática de criar novos produtos.”. Portanto,
segundo Ramos (2007), podemos entender que um centro de cultura é um
espaço que aglutinam atividades culturais, da ordem da criação, reflexão,
fruição e distribuição de bens culturais.
De acordo com Milanesi (1997), a palavra cultura possui diversos
significados, sendo que a mesma está presente na humanidade desde os
primeiros séculos, acredita-se que ela derive do vocábulo do latim colere que
era utilizado para definir o cultivo de plantas e a criação de animais, indicando
assim uma ação de cuidar de algo.
Observando os dias atuais, podemos perceber que a palavra teve seu
significado transformado e possui dois significados distintos: o primeiro diz
respeito à relação do homem com sua sociedade, as questões filosóficas e
antropológicas que dividem a cultura por povos ou regiões; já o segundo
expressa a posse de conhecimentos classificando as pessoas que possuem
muita informação como uma pessoa culta e os que não a tem como uma
pessoa inculta (MILANESI, 1997).
Com os primeiros indícios de surgimento de Centros Culturais na
segunda metade do século XX, as edificações que conhecemos como centros
culturais hoje em dia são uma invenção contemporânea. Mas de acordo com
autores como Ramos e Milanesi, esses espaços destinados a cultura já
existem há muito tempo.
Mas as origens desses espaços podem
estar bem mais distantes do que parece. Ao
buscar essa origem remota, autores como Silva
(1995) e Milanesi (1997) apontam para a um
modelo de complexo cultural existente na
Antiguidade Clássica, do qual a Biblioteca de
Alexandria seria o mais conhecido. A Biblioteca de
Alexandria ou “museion”, constituía um complexo
cultural formado por palácios reais que agregavam
diversos tipos de documento com o objetivo de
preservar o saber existente na Grécia Antiga nos
campos da religião, mitologia, astronomia,
filosofia, medicina, zoologia, geografia, etc. O
espaço funcionava como um local de estudos
junto a um local de culto às divindades e
armazenava estátuas, obras de arte, instrumentos
cirúrgicos e astronômicos. O complexo também
dispunha de um anfiteatro, um observatório, salas
de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico.
Os centros culturais contemporâneos
significariam, assim, uma retomada destes antigos
modelos. (RAMOS, 2007, p. 4).

Provavelmente, discutia-se Cultura na


Biblioteca de Alexandria. Sempre houve um
espaço para armazenar as idéias, quer
registradas em argila, papiro, pergaminho, papel
ou cd-rom. Da mesma forma, o homem nunca
deixou de reservar áreas para trocar idéias. Por
uma convergência de fácil explicação, área para
armazenar documentos e para discutir, inclusive
discutí-los, passou a ser a mesma. Por isso, a
Biblioteca de Alexandria pode ser caracterizada
como o mais nítido e antigo centro de Cultura.
(MILANESI, 1997, p 77).

Á respeito dos centros culturais da atualidade e outros espaços


destinados a disseminação da cultura, Ramos mostra que existe um padrão, e
um certo acumulo de funções, que utilizam da tecnologia como um meio
inovador que propaga as diferenças formas de cultura.
Quando pensamos nos modelos de
centros culturais, museus e bibliotecas
espalhados pelo mundo, é possível observar uma
tendência atual para o acúmulo de funções, o uso
da tecnologia de forma a propiciar a criação de
ambientes interativos e a espetacularização da
cultura e da arte. Cenni (1991) conta que as
exposições interativas se tornaram a grande moda
nos grandes museus e que, nos Estados Unidos,
elas parecem competir com a Disneylândia. Na
Bélgica, um grande centro de cultura oferece a
seus “clientes” piscinas e até cabeleireiros. Ao
mesmo tempo, as grandes lojas do Japão
promovem exposições de arte em suas
dependências e nos Estados Unidos, museus
instalam obras de seus acervos particulares nos
saguões de shoppings-centers. Se hoje, como
coloca o autor, qualquer hall de banco é chamado
de centro cultural e qualquer ante-sala é
considerada uma galeria, o que caberia aos
centros culturais nesse contexto no qual tudo, em
princípio, pode acontecer em todos os lugares?
(RAMOS, 2007, p 6).

Desse modo podemos concluir que, embora haja diversos locais


destinados a promover a cultura, os centros culturais são uma fusão de todos
esses espaços, nele estão locados bibliotecas, anfiteatros, galerias, museus,
oficinas, dentre outros espaços que têm por objetivo a propagação da cultura,
informação e aprendizado, além da unificação social, unidos em uma esfera de
cultura e lazer.
Na criação do Centro Cultural moderno, os franceses são considerados
os pioneiros, com o Centre National d’Art et Culture Georges Pompidou,
inaugurado em 1975, em Paris. A iniciativa francesa serviu de exemplo para a
implantação de centros culturais em todo o mundo.
O Brasil não ficou de fora disso, tendo os seus primeiros centros de
cultura brasileiros construídos na década de 80, na cidade de São Paulo sendo
eles, o Centro Cultural do Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo.
Á respeito do objetivo dos Centros Culturais, Teixeira Coelho (1986),
afirma que o objetivo de um centro cultural está diretamente conectado ao meio
em que este está implantado. O ator completa dizendo, que as ações dos
centros de cultura devem ser voltadas totalmente à realidade na qual vivem os
indivíduos e os grupos que o utilizam, deve se relacionar de maneira completa
com a comunidade e com os acontecimentos locais. Não deve estar vinculada
a uma única pessoa ou a classe social, mas também não pode ser apolítica ou
neutra em suas ações. Milanesi (1997) expõe sua opinião, e aponta também a
relação entre o centro e a cidade, e para ele, o centro deve atender e
responder às demandas e anseios dos cidadãos que o utilizam, deve propiciar
o encontro entre as pessoas e a cidade, deve possibilitar o entendimento dos
acontecimentos contemporâneos e deve prestar serviços à toda a população.
Porém, todos os centros culturais possuem alguns objetivos em comum,
apontam Cenni, Teixeira Coelho e Ramos:

A função do centro cultural é procurar


reativar as diferenças, diversificar o pensamento e
mostrar que há outras formas de se olhar para o
mundo além dos discursos oficializados pela
escola, pela instituição e pela mídia. (CENNI,
1991, p. 199).
O centro de cultura é permitir a liberdade
de chegar ao conhecimento e de discuti-lo. O
acesso à informação, a amplificação da
informação através da discussão e da análise, o
registro e a preservação da informação, a
construção de informações novas e a
disseminação das informações construídas estão
entre as muitas ações que devem ser realizadas
no interior de uma casa de cultura. Pois, cultura e
informação, no mundo contemporâneo, são duas
faces de uma mesma moeda. (COELHO, 1986,
p.124)
Ramos conclui dizendo que “Sejam quais forem as condições de
atuação, o centro de cultura deve ser um espaço de inovação, de descoberta,
de desvelamento da realidade.” (RAMOS, 2007, p. 96).
Teixeira Coelho e Milanesi afirmaram que os centros culturais devem
atuar em três áreas comuns ao trabalho cultural: criação, circulação e
preservação.
Para a primeira área, devem ser incorporadas ações que visem
estimular a produção de produtos culturais, como oficinas, cursos e
laboratórios.
Enquanto a segunda área propõe a distribuição de produtos culturais e a
circulação da informação, ou seja, uma vez que um produto cultural é
produzido, ele deve ser divulgado por meio de uma política de atividades que
envolva a sociedade.
Por fim, a terceira área do trabalho cultural é a preservação. Para os
autores, os bens culturais devem ser preservados depois de criados e tornados
públicos, pois a preservação garante a manutenção da memória cultural
coletiva.
Com relação à arquitetura, os centros culturais fundamentalmente
conectados a ela, tanto exterior, onde a estética é o que mais nos chama a
atenção, até o interior e suas funções.

Não é à toa que a arquitetura torna-se


exuberante quando projeta obras ligadas à esfera
cultura. O caráter monumental diz que a própria
beleza é um discurso ligado à Cultura como
posse. Um Centro Cultural feio seria uma
contradição. Tudo isso leva a apontar para a
supremacia do caráter formal dos prédios que
proliferam com essa denominação sobre a sua
própria razão de existir. (MILANESI, 1997, p 71)

Quando um centro de cultura não leva em consideração questões


ligadas à acessibilidade, conforto, lazer, funcionalidade e beleza, este está
predestinado a falhar em seus objetivos de atrair a população e irá acabar
como mais uma obra inutilizada. Como apontam os autores Milanesi e Pinto,
Paulo e Silva:

Hospitalidade e lazer certamente se


articulam com a noção de centros culturais
urbanos. A reflexão aqui se limita, apresentar na
perspectiva teórica os reais desafios que um
centro cultural enfrenta – não apenas o de propor
uma ação formativa, como ser capaz de atrair,
acolher e interagir com público adequadamente.
(SILVA, 2013, p 37)
A casa de Cultura, para a maioria, é um
local que pode causar estranheza. [...] A recepção
é o local onde ocorre o primeiro contato do
visitante com a instituição. Se o acolhimento for
positivo, o ambiente se torna mais generoso e
envolvente. A ação cultural é feita, essência, pelas
relações humanas a partir da porta de entrada.
(MILANESI, 1997, p 199)

Podemos dizer então que as principais peculiaridades de um centro de


cultura são: a possibilidade de vários acessos, democratização dos espaços,
integração das diversas atividades, adequação dos espaços, a integração com
o público e a conexão com o entorno no qual ele se insere.
Observando todas essas questões, é possível se concluir que os centros
culturais contêm uma grande variedade de aspectos culturais e educacionais,
que proporcionam a propagação da cultura, gerando assim a preparação e
transformação da sociedade atual e futura, oferecendo as condições
necessárias para a evolução de toda a sociedade.
6.2 A arquitetura e seu papel social

Quando nos referimos a arquitetura, ligamos diretamente sua função e


influencia a estética, no entanto, a arquitetura vai muita além de ter sua função
apenas estética. Podemos sim observar todo o poder estético da arquitetura,
que abrilhanta e muda todo o visual da paisagem na qual o projeto está
inserido, mas também o seu poder de influenciar a funcionalidade do local, a
vida dos usuários, e principalmente os âmbitos sociais e culturais de uma
sociedade.
No ano de 1972, durante uma entrevista dada a Walter Lima Junior
destinada ao documentário “Arquitetura, A Transformação do Espaço”, a
arquiteta mundialmente famosa, Lina Bo Bardi já sabia explicar, com certa
genialidade que fazia parte de suas peculiaridades, o papel político-social do
arquiteto, e sua importância como criador de novos espaços:

Uma nova arquitetura deveria ser ligada ao


problema [...] do homem criador de seus próprios
espaços, de conteúdos puros, conteúdos que
criassem as próprias formas. [...] Esse tipo de
arquitetura requer uma humildade absoluta da
figura do arquiteto, uma omissão do arquiteto
como criador de formas de vida, como artista. E a
criação de um arquiteto novo, um homem novo,
ligado a problemas técnicos, problemas sociais,
problemas políticos, que abandone
completamente toda aquela enorme herança do
movimento moderno, que acarretam em amarras
enormes, que são as amarras que praticamente
produzem essa atual crise da arquitetura ocidental
(BO BARDI,1971)

Se naquela época o envolvimento e interesse do arquiteto em assuntos


políticos, sociais e econômicos já se fazia necessário, essa necessidade teve
sua ascensão de forma estarrecedora nos últimos 40 anos, se tornando ainda
mais importante nos dias atuais. Nos dias atuais, vivemos na era da
informação, onde a internet mudou a forma como vivemos e como vemos a
vida, a comunicação se tornou algo instantâneo, e as transformações sejam
elas sociais, culturais e comportamentais ocorrem de maneira desenfreada a
cada instante.
Diante de tantas transformações sócio-políticas, é de suma importância
que o arquiteto e a própria produção arquitetônica adequem-se a realidade
atual, sempre levando em consideração que a sociedade está em uma
continua metamorfose. Poucos arquitetos entenderam todas essas variáveis
ligadas a arquitetura, assim com Lina, o arquiteto Rem Koolhaas, acreditava
que o trabalho do arquiteto faz parte de um esforço cooperativo, em
contrapartida à figura solitária do arquiteto-artista.
O olhar crítico derivado da compreensão do papel político-social da
arquitetura, não é necessário somente durante o processo de projeto, mas
também deve ser levado em conta no momento de escolha e analise do local,
como das necessidades dos usuários, para que assim sejam desenvolvidos
projetos significativos, verdadeiramente funcionais e que atendam com
eficiência as necessidades e demandas de seus usuários.

A arquitetura não é um fato avulso de uma


cultura ou de uma situação político-social, uma
arquitetura falha é o resultado de uma cultura
falha, de uma situação político-social falha. O
arquiteto depende dessa situação político-social.
O arquiteto não pode ser o homem, o artista, o
criador isolado. Ele depende diretamente dessas
situações político-sociais. A situação de uma
arquitetura tem que ser julgada nesses termos.
(BO BARDIO,1972)
6.3 Método Montessori aplicado à arquitetura

O método Montessoriano está inserido de forma pedagógica ao


movimento “Escola Ativa”, também conhecido como “Escola Nova” ou “Escola
Progressiva”. Foi um movimento voltado a renovação do ensino, que ocorreu
durante a primeira metade do século XX, principalmente na Europa, América e
Brasil, e tinha como principal intuito a inovação e superação do método de
escola tradicional.
Seguindo toda essa ideia de inovação, a pedagoga Maria Montessori,
desenvolveu este método que se diferencia dos tradicionais, que tem como
intuito a priorização do crescimento individual de cada criança, guiando de
forma respeitosa o seu desenvolvimento e permitindo que a criança descubra o
mundo com sua própria mente e sentidos.
Podemos definir esse método, como um aglomerado de teorias, práticas
e materiais, que são resultados das experiencias realizadas em creches infantis
e escolas voltadas a primeira infância, e foi a partir dessas experiencias,
obteve-se resultados que tornaram o método Montessoriano o que ele é hoje.
Apesar de ter sido criado no século passado, foi apenas nos dias atuais
que a ciência começou a comprovar a eficácia de grande parte das
informações deixadas por Montessori em seu legado, e cada vez mais tem se
falado sobre sua aplicação na arquitetura de espaços destinados as crianças.
A proposta geral do método está voltada ao desenvolvimento da
criatividade da criança associando-a ao aprendizado, com práticas destinadas
para as diferentes fases do desenvolvimento infantil.

Imagem 1- Montessori Kindergarten / ArkA- Sala


Fonte: ArchDaily Brasil, 2017

Imagem 2- Montessori Kindergarten / ArkA- Sanitários

Fonte: ArchDaily Brasil, 2017

Como princípios fundamentais do método pode-se citar: a atividade, a


liberdade e a individualidade, onde todas levam ao mesmo propósito: gerar
independência, ou seja, ajudar a criança a conquistar sua independência em
relação a qualquer laço social que as limite, pois “não se poderá ser livre sem
ser independente.” (MONTESSORI, 2017, p.60)
O método em si, tem como base a liberdade física, a independência e o
desenvolvimento da educação dos sentidos. É uma proposta que valoriza a
individualidade de cada criança, sem descartar ou desvalorizar a ação coletiva.
Por este motivo necessita de um ambiente preparado para os alunos
que passarão fases do seu desenvolvimento nele. A função da Arquitetura
Montessoriana é a estimulação da autonomia, trazendo ao ambiente,
simplicidade e minimalismo, acessibilidade e funcionalidade, segurança e
aconchego.
Imagem 3- Imagine Montessori School / Gradolí & Sanz-
Brinquedoteca

Fonte: ArchDaily Brasil, 2019

Imagem 4- Imagine Montessori School / Gradolí & Sanz- Sala de


Atividades

Fonte: ArchDaily Brasil, 2019


Deste modo, unem-se a educação e a arquitetura, onde o educador
deve ser capaz de compreender seus alunos individualmente e conduzi-los a
independência e autossuficiência, despertando em cada um deles o interesse e
permitindo o desenvolvimento de sua personalidade, e o ambiente deve ser
projetado com exatidão, para conter o necessário para que a criança descubra
e aprenda coisas novas, e principalmente para que ela se desenvolva, pois “de
nada vale (...) preparar apenas o educador é preciso preparar também a
escola.” (MONTESSORI, ano, p24). Por este motivo podemos citar como os
três pilares do método Montessoriano: a criança, o adulto consciente e o
ambiente preparado, este três precisam estar e trabalhar sempre juntos, pois
um não funciona sem o outro.
“Atitude mais justa e caridosa seria criar
um ambiente adequado no qual a criança
estivesse livre da opressão dos adultos onde ela
pudesse realmente se preparar para a vida. Ela
deveria sentir na escola uma espécie de abrigo na
tempestade ou oásis no deserto, um refúgio
seguro para seu espírito.” (Maria Montessori)

É papel do arquiteto realizar um projeto que permita a inclusão das


características ligadas ao método sem desconsiderar conceitos arquitetônicos
como ventilação conforto e funcionalidade. É de responsabilidade do arquiteto
garantir que através da utilização do ambiente haja a ampliação do processo
de desenvolvimento das crianças.
6.4 Design Biofílico e o bem estar do usuário

Desde os primórdios da humanidade, a natureza rem sido usada pelos


seres humanos como abrigo e provedor de alimento. Ao longo do tempo, com
toda a modernização que a sociedade foi sofrendo a revolução industrial e o
avanço da tecnologia resultaram na reestruturação da maneira como nós,
seres humanos, interagimos com a natureza.
O termo “biofilia” vem do grego antigo onde (philia=amor; bio=natureza)
e pode ser traduzido como “amor a natureza” ou “amor as coisas vivas”.
Embora o termo pareça ser algo novo, e seja uma grande tendência atual no
ramo da arquitetura, o conceito da biofilia surgiu inicialmente em 1964, no livro
The hearth of man (O coração do homem) do psicólogo e sociólogo Eric
Fromm, no entanto, foi após 20 anos que o termo ficou popularizado, em 1984,
quando Edward O Wilson escreveu o livro Biophilia (Biofilia), constatando como
a urbanização promoveu a desconexão entre o homem e a natureza.
O principal princípio da biofilia é conectar humanos com a natureza afim
de obter-se melhora do bem-estar dos mesmos, para isso, foram criados três
pilares que direcionam e auxiliam na composição de um projeto voltado para o
design biofílico, sendo eles: a experiência direta com a natureza, experiência
indireta com a natureza e a experiência de espaço e lugar, cada um desses
pilares apresenta inserções positivas no ambiente construído, o que tornam
possível alinhar os espaços ao conceito do design biofílico.
Imagem 5- Pilares do Design Biofílico

Fonte: Rs Design, 2020

Imagem 6- Elementos do Design Biofílico

Fonte: Sustentarqui, 2021


É dever do arquiteto estar a par de todas as características que
correspondem á um ambiente que contenha o conceito de biofilia, sendo elas:
integração dos ambientes, elementos interconectados, promoção de ligações
emocionais, ambientes motivadores e interação positiva entre o homem e a
natureza, além de, conhecer e incorporar elementos naturais aos espaços
construídos, como: água, vegetação, iluminação e ventilação natural, utilização
de elementos como pedra e madeira, a utilização de formas e silhuetas mais
botânicas, como também relações visuais de luz e sombra, para que assim,
todas as características sirvam de direcionador estratégico para futuros
projetos arquitetônico ligados ao design biofílico e suas características.
7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Para a elaboração da proposta de projeto, buscou-se referencias


projetuais seguindo três pontos cruciais:
Referência de Estética: onde foi analisada a concepção estética dos
projetos, os materiais utilizados, as formas e cores, e a integração da estética a
funcionalidade.
Referência de Programa: onde foram analisados projetos de centros
culturais que possuíssem a mesma ideia de programa de necessidades,
analisando assim como são os espaços e como eles interagem entre si.
Referência de Estrutura: onde foi analisada a concepção estrutural, a
questão técnica dos materiais, os tipos de estrutura e vedações.
7.1 REFERÊNCIA DE ESTÉTICA
1. Edifício Biofílico Kengo Kuma
Projeto: Kengo Kuma
Localização: Milão
Ano: Em construção (entrega prevista para 2024)

Apesar de ainda estar em fase de construção, o edifício biofílico de


Kengo Kuma chama atenção por todo o seu conceito e estética.

Imagem 7- Edifício Kengo Kuma

Fonte: ArchDaily, 2021

O edifício foi todo pensado para ser um edifício comercial, com


escritórios e espaços de trabalho, focando principalmente na saúde e no bem
estar dos usuários através dos conceitos da biofilia.
Imagem 8- Entorno do Edifício

Fonte: ArchDaily, 2021

Mesmo sendo um edifício comercial, obtendo assim um programa de


necessidades totalmente distinto da proposta de projeto descrita neste
trabalho, a construção tomou minha atenção por seus conceitos estéticos e de
biofilia, o que a encaixou perfeitamente em minhas idéias e pensamentos para
meu projeto.

Imagem 9- Interna do Edifício

Fonte: ArchDaily, 2021


Seu formato e linhas retas, sua materialidade toda voltada para a
utilização da madeira, do aço e do vidro, o verde presente em todo o edifício,
sua inserção do terreno e o modo como o mesmo conversa com a paisagem ao
redor, foram as características que levaram esta construção a se tornar uma
referência projetual, seja por sua questão estica, materialidade e estrutura.

Imagem 10- Fachada Entrada

Fonte: ArchDaily, 2021


2. Biblioteca e Centro de Educação Ambiental Greenpoint
Projeto: Marble Fairbanks Architects
Localização: Brooklyn, EUA
Ano: 2020

A Biblioteca e Centro de Educação Ambiental GreenPoint é uma das 58


bibliotecas públicas do Brooklyn, distribuídas em todo o bairro, esta rede de
bibliotecas oferece serviços sociais, educacionais e culturais para as diversas
comunidades que servem.

Imagem 11- Inserção no terreno

Fonte: ArchDaily, 2022

O edifício contém cerca de 1400m² de conscientização ambiental,


ativismo e educação. Com seus espaços internos e externos amplos, o
programa atende moradores de diferentes faixas etárias, proporcionando
atividades de leitura, laboratórios, eventos, entre outros.
Imagem 12- Interna do Edificio

Fonte: ArchDaily, 2022

No quesito estética, o projeto traz uma integração com a paisagem local,


porém destaca-se de maneira especial no meio que está inserido, suas linhas
retas, a presença do vidro e da maneira jateada em suas fachadas trazem
contemporaneidade ao visual do bairro, além da presença do verde, que traz
um destaque único à construção, fazendo com que o verde, a madeira e o vidro
conversem entre si e transformem todo o visual do ambiente.

Imagem 13- Vista Fachada

Fonte: ArchDaily, 2022


7.2 REFERÊNCIA DE PROGRAMA
1. Rede Cuca
Projeto: Prefeitura de Fortaleza
Localização: Fortaleza- CE, Brasil
Ano: 2009 (Cuca Barra) 2013 (Cuca Mondubim)

A rede de Centro Urbano de Ciência e Arte (CUCA) é uma rede de


centros culturais formada por um conjunto de três complexos multiculturais,
esportivos e educacionais denominados Centros Urbanos de Cultura, Arte,
Ciência e Esporte, que atendem crianças e jovens das mais distintas faixas
etárias, com o intuito de proporcionar a vivência plena desses jovens, através
da disposição de novos espaços e alternativas de desenvolvimento
sociocultural e econômico.

Imagem 14- Cuca Barra

Fonte: Mapa Cultural do Ceará, 2015

O Cuca Che Guevara, mais conhecido como Cuca Barra, possui uma
área de aproximadamente 14 mil m², distribuídos de maneira pensada para as
áreas audiovisual e mídias digitais; esporte; lazer e entretenimento; artes
Cênicas; música; ciência e tecnologias sociais; dança e literatura, contando
com piscina, pista de esportes radicais, ginásio coberto, campo de futebol de
areia, anfiteatro, bem como cineteatro, salas de aula e laboratórios equipados
para cursos em geral.

Imagem 15- Entorno

Fonte: Mapa Cultural do Ceará, 2015

Estes espaços foram pensados com a intenção de oferecer ao jovem um


ambiente destinado à sua formação e criatividade. O Cuca proporciona cultura,
esporte, pesquisa, leitura, cinema, qualificação e formação profissional, entre
outros.
Imagem 16- Setorização Cuca Barra

Fonte: Nara Gabriela, 2015


O Cuca Mondubim possui o mesmo objetivo e faz parte do mesmo
princípio de ideias do Cuca Barra: oferecer ao jovem um ambiente destinado à
sua formação e criatividade.

Imagem 17- Cuca Mondubim

Fonte: Prefeitura de Fortaleza, 2015

Com seus mais de 1800 m², o local apresenta um amplo programa,


apresentando já de cara um pátio interno, que possui uma cobertura que
favorece tanto a iluminação quanto a ventilação natural, já que nele se tem a
presença de aberturas zenitais, e também a presença de salas que rodeiam
todo esse pátio livre, formando assim um ótimo ponto de encontro e
convivência.
As diversas atividades presentes no programa de toda a rede Cuca,
torna o local interessantíssimo, pois ali encontra-se atividades destinadas tanto
ao lazer quanto ao aprendizado.
Imagem 18- Setorização Cuca Mondubim

Fonte: Nara Gabriela, 2015


2. Sesc Birigui
Projeto: Teuba Arquitetura e Urbanismo
Localização: Birigui- SP, Brasil
Ano: 2017

O Sesc Birigui, pode ser denominado como um centro sociocultural e


desportivo, que abriga espaços diversos: teatro amplo; quadra de areia; campo
de futebol society; quadra poliesportiva; parque aquático com piscinas
semiolímpica, infantil e de biribol; solário; biblioteca; clínica odontológica;
espaço de brincar; espaço de tecnologia e artes; áreas de exposições; sala de
ginástica multifuncional e cafeteria. Distribuídas e setorizadas de maneira
pensada em mais de 7,5 mil metros de área construída.

Imagem 19- Inserção Sesc Birigui

Fonte: ArchDaily, 2019


O projeto chama atenção não apenas pelo seu programa de
necessidades, mas também por toda a sua materialidade, funcionalidade, e
sustentabilidade presente na construção, o que o torna um projeto completo e
super interessante.

Imagem 20- Vista Interna

Fonte: ArchDaily, 2019

A setorização dos ambientes e a forma como os mesmos conversam


entre si, fazem com que o local fique bem organizado, e que os usuários
tenham facilidade em acessar e utilizar todas as atividades.

Imagem 21- Vista Externa


Fonte: ArchDaily, 2019

Considerado um oásis de cultura, o Sesc reúne o que há de melhor em


infraestrutura e atividades, abrigando espaços destinados as mais diversas
faixas etárias, e que atendem aqueles que buscar por cultura, lazer, educação
e esporte.

Imagens 22, 23, 24 e 25 – Plantas Setorizadas


Fonte: ArchDaily, adaptado pela autora, 2022
7.3 REFERÊNCIA DE ESTRUTURA

1. Refeitório e Centro de Mídias de Escola Profissionalizante


Projeto: Wulf Architekten
Localização: Alemanha
Ano: 2021

O edifício faz parte do campus de um Centro Escolar Profissionalizante,


abrigando o refeitório, o café e o centro de mídias, bem como salas para
seminários e escritórios, distribuídos em dois andares e destinados aos
usuários do campus.

Imagem 26- Vista Fachada

Fonte: ArchDaily,2022

A edificação possui um formato quadrado, e sua planta baixa


rotacionada a 45°, sua estrutura consiste em uma malha ortogonal de vigas de
maneira laminada que seguem um padrão de três por três metros. A utilização
de madeira autoportante, com fachadas de vidro, revestidas de metal
corrugado perfurado na cor preta, traz a construção uma aparência elegante e
aberta.

Imagem 27- Estrutura

Fonte: ArchDaily,2022

Imagem 28- Estrutura

Fonte: ArchDaily,2022
Além disso, o conceito de materialidade, onde a madeira, o concreto
aparente, o vidro e as superfícies metálicas são utilizadas, permite a criação de
um ambiente sofisticado e agradável.

Imagem 29- Materialidade

Fonte: ArchDaily,2022

Imagem 30- Materialidade

Fonte: ArchDaily,2022
2. Museu do Pontal
Projeto: Arquitetos Associados
Localização: Rio de Janeiro, Brasil
Ano: 2021

O museu do Pontal é considerado o maior e mais significativo museu de


arte popular do país, e se destaca por sua arquitetura que abrilhanta toda a
paisagem no qual está inserido.

Imagem 31- Fachada Museu do Pontal

Fonte: ArchDaily, 2022

Imagem 32- Fachada Entorno

Fonte: ArchDaily, 2022


A edificação chama atenção por sua arquitetura, apresentando linhas
retas e continuas, que interage com a paisagem natural de seu entorno, sua
escassa paleta de materiais, onde o concreto, a madeira, o vidro, a calçada
portuguesa e vegetação são os seus maiores determinantes para a construção
de uma imagem arquitetônica moderna e contemporânea.

Imagem 33- Materialidade Interna

Fonte: ArchDaily, 2022

Imagem 34- Materialidade Externa

Fonte: ArchDaily, 2022


Todo o edifício é construído a partir de uma lógica construtiva modular
que une planos de concreto armado, vigas metálicas e fechamentos leves,
distribuídos organizadamente em uma malha de 9x9m, que cria uma
alternância entre espaços internos e jardins externos e espaços de altura
simples e dupla altura, gerando assim um espaço que possibilita não apenas
abrigar o atual programa do Museu, mas adaptar facilmente o edifício a novas
demandas e utilizações.

Imagem 35 e 36- Sistema Estrutural

Fonte: ArchDaily, 2022


8. ESTUDO DE CASO

8.1 Centro Cultural em Baud

O Centro cultural de Baud está localizado na cidade de Baud pequena


cidade da França, com aproximadamente 6.334 habitantes e distante 411km da
capital de Paris. Foi projetado pelo Studio 02 de arquitetura, este projeto
contém 1.500m² de área e se dedica à preservação de uma coleção única de
postais.

Imagem 37- Centro Cultural Baud

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016

O acesso principal está localizado no primeiro pavimento, integrando-se


ao espaço da biblioteca e a sala de multimidia. Enquanto o acesso de serviços
se dá pelo terceiro pavimento que está em um nível acima da rua da entrada
principal.
Imagem 38- Localização do edifício

Fonte: Rafael Bosa, 2017

A topografia original do terreno foi mantida e se tornou uma


condicionante decisiva para o projeto, já que seu relevo acidentado permitiu
desenhar um projeto que casasse com a topografia, dando lugar a um edifício
em seu declive.

Imagem 39- Inserção do edifício no terreno

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016


Em consequência, foram criados cinco volumes idênticos que foram
divididos em blocos aplicados de forma disforme um sobre o outro, cada um
com sua posição determinada, gerando uma inclinação de estrutura que
enfatiza a distribuição funcional dos cinco espaços e conectando de forma
harmoniosa todos os seus ambientes, o auditório, área de exposições, o fórum
e os níveis da biblioteca.

Imagem 40- Diagramação Volumétrica

Fonte: Rafael Bosa, 2017

A disposição dos volumes foi determinante para a adaptação do edifício


á declividade do terreno ao qual foi implantado. As elevações mostram a
inserção feita com os volumes com a finalidade de manter os diferentes níveis
do lote, criando um efeito de cascata.
Imagem 41- Elevações

Fonte: Rafael Bosa, 2017

A conexão de cada volume é feita a partir de um ângulo de 20º, criando


uma série de espaços ao ar livre e permitindo que todas as áreas internas
fossem beneficiadas com luz natural e vistas incríveis do entorno.
(ARCHDAILY,2016)

Imgem 42- Visão dos jardins e espaços internos

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016


Para que houvesse uma integração boa com o entorno e sua paisagem,
o edifício possui o mesmo gabarito das construções vizinhas não gerando
assim nenhuma má influência no visual de todo o local. (ARCHDAILY,2016)

Imagem 43- Visão da fachada

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016

Imagem 44- Entrada Centro Cultural

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016


O programa de necessidades do projeto é bem abrangente, contém área
culturais e educacionais, áreas de serviço, áreas verdes, áreas de apoio e de
circulação.
Tabela 1- Programa de Necessidades

Fonte: Autora, 2022


Através do fluxograma podemos analisar a forma como os ambientes se
conectam entre si, criando assim uma setorização do centro cultural, dividindo
e setorizando cada área de acordo com sua utilização.

Imagem 45- Fluxograma

Fonte: Autora, 2022

A setorização dos ambientes os divide de forma pensada por todos os


volumes, criando ambientes que conversassem não apenas entre si, mas
também entre as atividades que esses abrigam.
Imagem 46, 47, 48 e 49- Plantas Setorizadas
Fonte: Rafael Bosa, 2017
Através da observação das imagens é possível perceber que tanto os
materiais quanto as cores utilizadas no projeto trazem leveza ao visual da
construção. As vedações em vidro proporcionam iluminação natural, e em
relação a cor branca utilizada nas paredes revelam harmonia e beleza visual do
edifício. O posicionamento das esquadrias possibilita uma ventilação cruzada,
o que traz ao local conforto térmico. A presença do aço nas fachadas, traz um
visual moderno e contemporâneo, conversando de forma harmônica com o
vidro e os tons do projeto.

Imagem 50- Visão materiais utilizados

Fonte: ArchDaily Brasil, 2016


8.2 Sesc 24 de Maio

Localizado há poucos metros de importantes edifícios como a Galeria do


Rock, o Teatro Municipal e a Praça das Artes, o Sesc 24 de Maio é o mais
novo equipamento público no centro historio da cidade de São Paulo.

Imagem 51- Sesc 24 de Maio

Fonte: ArchDaily,2017

Projetado por Paulo Mendes da Rocha em parceria com o escritório


MMBB Arquitetos, o edifício é feito de adições e subtrações construtivas. O
projeto atua sobre um edifício em desuso na região central de São Paulo de
modo a redirecionar a espacialidade interna da construção, sua distribuição dos
fluxos e também as fachadas. À exceção da montagem que faz de um novo
equipamento técnico, necessário para acomodar com segurança, eficiência e
conforto o programa no local. É, portanto, uma reforma ampla, onde importa
menos a quantificação entre o que se manteve e o que se inseriu, e mais a
sintonia do projeto com a sensibilidade dos moradores da cidade a favor da
revalorização do centro, para o desfrute público, acentuada quando o projeto
(iniciado em 2002) já se encontrava em implantação (a obra durou de 2012 a
2017). (REVISTA PROJETO, 2020)

Imagem 52- Vista Sesc

Fonte: ArchDaily,2017

O acesso ao Sesc se dá pelo pavimento térreo, onde por meio de um


atalho que liga as duas ruas convida os pedestres a entrarem no edifício.
Imagem 53 e 54- Vista Entrada do Edifício

Fonte: ArchDaily, 2017.

O programa do edifício conta com diversas atividades programadas para


os 27.865m² de área construída, distribuídas e setorizadas ao longo de 14
andares. Os usuários podem desfrutar de atividades como: no subsolo os
usuários podem ir até teatro com capacidade para 245 pessoas e também
fazer um lanche no café ao lado, no térreo temos a praça principal do Sesc que
os usuários podem utilizar como ponto de encontro e descanso e também os
serviços de atendimento, já no segundo pavimento podemos observar uma
cozinha equipada e uma praça de alimentação para atender os visitantes, o
terceiro pavimento abriga uma área de convivência, a biblioteca se encontra
em todo o quarto pavimento, o quinto e sexto pavimentos são destinados ás
áreas de exposição e oficina, no sétimo andar encontra-se os 14 consultórios
odontológicos, do oitavo ao decimo andar o público de diferentes idades é
convidado a se exercitar por meio dos esportes, já que nesses três pavimentos
nós temos o espaço brincar, as salas de dança, e também as salas para
ginasticas artística e acrobática, nos penúltimo pavimento o visitante se
encanta com os espelho d’agua nas bordas do terraço jardim e podem apreciar
a vista de toda a cidade desfrutando de um café da lanchonete do pavimento, e
por fim no ultimo pavimento do edifico há uma piscina de 25m de comprimento
com profundidade se 1,4m e com sistema de aquecimento de água, além
também dos vestiários para apoio à piscina.
Já no prédio que foi comprado pelo Sesc na época após a solicitação do
Paulo Mendes da Rocha, estão locadas todas as instalações de serviço, como
os sanitários, os depósitos, os reservatórios, câmaras frigorificas e maquinário.
Imagem 55 a 70- Plantas Setorizadas
Fonte: ArchDaily, adaptado pela autora, 2022
Imagem 71- Diagrama do Programa

Fonte: Revista Projeto,2020.

Imagem 72- Malha Estrutural

Fonte: ArchDaily, adaptado pela autora, 2022.


Imagem 73 a 88- Fluxograma
Fonte: Autora, 2022.
Imagem 89- Perspectiva Isométrica

Fonte: Ronnie Almeida,2017.


Imagem 90- Ilustração

Fonte: Daniloz,2019.
Imagem 91 a 94- Cortes

Fonte: ArchDaily,2017.
O vidro presente nas fachadas reflete o entorno, e como um enorme
painel espelhado revela as peculiaridades de cada prédio que compõe a
cidade. Além do mais, os painéis translúcidos garantem a passagem de luz
para o interior do edifício, e também permitem que o usuário desfrute da
paisagem que está do lado de fora.

Imagem 95- Vista Painéis de Vidro

Fonte: ArchDaily,2017.

Além de toda a reestruturação do antigo prédio da Mesbla, o projeto


incluiu também a criação do mobiliário que equipa os espaços internos. A
criação desses mobiliários ficou por conta do arquiteto Paulo Mendes da
Rocha. Dentre esses mobiliários podemos citar: banco, mesa, poltrona e
cadeira que integram a linha exclusiva de mobiliário do SESC 24 de maio,
atendendo aos requisitos de resistência, fácil manutenção e diversidade de
usos do programa.
Imagem 96 e 97- Mobiliários

Fonte: Bohrer Pernau,2018


Imagem 98 a 102- Projeto Mobiliários
Fonte: ArchDaily, 2017
8.3 Sesc Avenida Paulista

O Sesc Avenida Paulista, está localizado em um dos mais icônicos e


importantes endereços da capital paulista, como o próprio nome já diz, todo o
prédio foi estruturado a partir de uma construção já existente- uma torre
comercial, projetada nos anos 70 por Sérgio Pileggi e Euclides de Oliveira- que
foi adquirida em 1975 e ocupada pela administração da instituição. Aos poucos
as atividades foram sendo inseridas aos espaços do prédio, dando início ao
que posteriormente se concluiria com a conversão de todo o prédio com
atividades focadas no trinômio arte, corpo e tecnologia. (REVISTA
PROJETO,2018)

Imagem 103- Sesc Avenida Paulista

Fonte: ArchDaily,2018
Toda a ideia de transformação em um prédio que comportasse todas as
áreas do Sesc começou a surgir em 2004, embora o projeto só tivesse seu
início em 2007, após 14 anos o projeto ficou finalmente concluído.
O longo período entre a concepção e a conclusão das obras confirma o
clichê de que é mais complexo (também em termos de projeto) reformular o
programa de uma edificação do que construí‑ la a partir do zero, ainda mais
quando se trata de programas completamente distintos. No caso do Sesc
Avenida Paulista, pode-se dizer que o Königsberger Vannucchi Arquitetos
Associados trabalhou de duas formas distintas: externamente criou uma nova
vestimenta para a torre (a caixilharia da edificação estava obsoleta), e
internamente despiu-a de tudo o que fosse possível para que ela acomodasse
as novas funções. (REVISTA PROJETO,2018)

A implantação do edifício, trata a unidade do Sesc como uma extensão


da própria avenida, estabelecendo-a como um território livre a ser usado pelo
grande público. O acesso ao Sesc ocorre através do térreo onde há uma
grande área de convivência com espaço multiuso e um paraciclo com
capacidade para muitas bicicletas.
Imagem 104- Vista Localização e Entorno

Fonte: ArchDaily,2018

Nos demais pavimentos do edifício, estão distribuídas as atividades e


serviços que fazem parte do programa do Sesc Avenida Paulista, sempre
considerando quatro aspectos básicos, a vizinhança, os níveis de ruido
produzidos pelas atividades, o volume do público e as visuais externas. Sendo
essas atividades: Café Terraço, Comedoria, Biblioteca, Espaço para Crianças,
Tecnologia e Artes, Salas para Práticas Esportivas e Espetáculos, Loja e
Consultórios Odontológicos.
Imagem 105- Distribuição das Atividades

Fonte: Autora,2022
Imagem 106 a 123- Fluxograma
Fonte: Autora, 2022.
Imagem 124 a 140- Plantas Setorizadas
Fonte: Vitruvius, adaptado pela autora, 2022

A respeito da estrutura do edifício, o conceito se desenvolve nos


grandes acessos, nas diversas áreas de convivência, os vazios existentes nas
lajes totalmente abertos reforçam a interação entre as atividades e os
pavimentos. As escadas da construção integram fisicamente e visualmente as
atividades da unidade, buscou-se também deixar os pavimentos o mais livre
possível afim de permitir uma grande flexibilidade nos seus usos.
(VITRUVIUS,2018)
Imagem 141 e 142- Vista Interior

Fonte: ArchDaily, 2018

Toda a remodelação do edifício foi pensada seguindo os preceitos de


sustentabilidade, dentre as ações exercidas pode-se citar: eficiência
energética, teto e paredes verdes, mobilidade urbana, uso responsável da
água, e a gestão de resíduos. (REVISTA CAMPINAS,2018)
Imagem 143- Vista Superior Sesc Avenida Paulista

Fonte: ArchDaily,2018

A escolha de materiais também foi pensada para haver uma interação


com o visual do entorno. Os vidros não refletivos influenciam tanto na visão
interior-permitindo que as pessoas que estão dentro do edifício admirassem
todo o visual externo- como a visão exterior- revelando para quem está na rua
as várias atividades exercidas no interior do edifício-, além de todo o efeito
estético as lâminas de vidro também têm função de antecâmara acústica e
térmica, sempre ladeando um terraço interno ventilado naturalmente, que
funciona como anteparo aos ambientes refrigerados. Estes têm as vedações
definidas a partir da quantidade de luz desejada, em vidro com controle solar,
sendo os espaços para espetáculos e exposições contemplados com blackout.
As demais fachadas, são vedadas com pré-moldados leves ou alvenarias,
diminuindo desta forma as cargas térmicas e acústicas vindas do exterior.
(REVISTA PROJETO,2018)
Imagem 144, 145 e 146- Vista Materiais

Fonte: ArchDaily,2018
9. SOBRE O LOCAL

9.1 A escolha do lugar

O ponto de partida para o desenvolvimento da proposta de projeto foi a


escolha do local. O bairro de Vila Palmares, localizado na cidade de Santo
André, Zona Sudeste de São Paulo, é um bairro que sofre com desigualdades
sociais, apresentando locais com condições financeiras e de infraestrutura
superiores e outras inferiores, além de sofrer com a carência de espaços
culturais e de lazer com boa estrutura e segurança.
Esses indicadores negativos, em junção com o desejo de projetar algo
com grande caráter social e cultural em um local que clamasse por uma
intervenção desse tipo, e que necessitasse de um ambiente onde os
moradores pudessem aproveitar e usufruir de um espaço de um espaço de
convivência, educação, cultura e lazer, tornaram o bairro o local perfeito para o
desenvolvimento do projeto.
A familiaridade e vivencia no bairro, foram de grande importância, pois
assim foi capaz identificar os pontos positivos e negativos do bairro, como
também as necessidades arquitetônicas e de infraestrutura do local, trazendo
assim uma luz e direcionamento para o projeto.

Imagem 147- Localização Intervenção Projetual

Fonte: Autora, 2022


9.2 Histórico do Município

Localizada na Zona Sudeste de São Paulo, e fazendo parte da Região


Metropolitana da Grande São Paulo, o município de Santo André faz parte da
região do Grande ABC, e possui uma grande parcela territorial dessa área,
contando com aproximadamente 176.000 km², com sua população total de
aproximadamente 724 mil habitantes, e sua densidade demográfica de
3.848,01hab/km².

Segundo pesquisas a cidade é considerada a 15ª cidade brasileira mais


desenvolvida, e a quinta cidade mais desenvolvida do estado de São Paulo,
segundo a ONU. Apresentando uma economia forte e consolidada, Santo
André é a 4ª cidade do estado de São Paulo que mais gera empregos formais,
e em relação à saúde, a cidade apresenta um bom número de unidades
públicas de saúde, deixando a disposição dos habitantes aproximadamente 35
unidades básicas, com médicos de diversas especialidades, que atendem pelo
Sistema Único de Saúde.
A história da cidade teve início no século XVI, no ano de 1553, o local
subiu a categoria de vila e nomeado Santo André da Borda do Campo. E após
alguns anos, em 1560, o vilarejo foi integrado à cidade de São Paulo como
bairro. Depois de um período de estagnação, a região voltou a crescer e
ganhou status de município em 1889, recebendo o nome de São Bernardo.
Com o desenvolvimento acelerado, a cidade passou a ser dividida em distritos
e um deles surgiu em 1910, com o nome de Santo André.
Com 112 bairros, divididos em suas duas zonas, sendo elas: macrozona
urbana e macrozona de proteção ambiental, Santo André possui uma grande
área, com grande diversidade tanto em questão territorial como populacional.
Imagem 148- Mapa Santo André- Macrozonas

Fonte: PlanMob Santo André

9.3 Histórico do Bairro

O bairro de Vila Palmares, é um dos 112 bairros da cidade de Santo


André-SP, é um bairro com grande densidade populacional, e também um
bairro com muitos serviços e equipamentos públicos, porém com uma grande
diferença social, onde se é possível observar famílias com uma melhor
condição financeira e outras com uma condição financeira inferior.
Imagem 149- Mapa Localização Bairro Vila Palmares

Fonte: Prefeitura de Santo André,2018

Buscando a história do bairro, descobrimos que a Vila Palmares fez


parte de uma fazenda chamada Boa Vista, cortada por uma antiga estrada rural
com o mesmo nome já assinalada no século 18. No começo do século 19 a
propriedade é integrada à Fazenda São Caetano. A Rua Boa Vista dos dias
atuais é remanescente daquela estrada e divide Vila Palmares, em Santo
André, de São Caetano.
Diante disto nasce o bairro de Vila Palmares, que teve um processo de
ocupação urbana bem lento até pelo menos o ano de 1950, em 1924 havia um
total de apenas 31 quadras no local, com a disposição das ruas que foram
mantidas até hoje, onde foram feitas poucas mudanças, como o retalhamento
de várias quadras e, em consequência, abertura de travessas e ruelas.
Hoje o bairro é um local de boa localização, pois através dele podemos
ter acesso não apenas a cidade que está inserida-Santo André-, mas também
as cidades em seu entorno, São Caetano, São Bernardo e até mesmo a cidade
de São Paulo.
Com aproximadamente 15 mil habitantes, o bairro é um local familiar,
onde grande maioria se conhece e são amigos ou até mesmo familiares. Com
grande diversidade na faixa etária, o bairro tem um grande número de crianças,
jovens, adultos e idosos. Porém no bairro existem mais jovens do que idosos.
Sendo a população composta de 18.4% de jovens e 9.7% de idosos.

Gráfico 4- Comparação Jovens x Idosos

Fonte: População Net, 2010


10.ANÁLISE URBANA

10.1 Terreno

10.1.1 Localização
O terreno está localizado no bairro de Vila Palmares, em um ponto muito
conhecido por todos os moradores pois está no centro do bairro, na rua acima
do terreno conseguimos acesso à São Caetano, e algumas ruas abaixo temos
acesso à São Bernardo do Campo. A localização do terreno é extremamente
estratégica pois assim conseguimos atender a toda a comunidade que reside
no entorno do local.

Imagem 150- Vista aérea terreno

Fonte: Google Earth, 2014


10.1.2 Topografia (Curvas de Nível)

Imagem 151- Curvas de Nível

Fonte: Autora, 2022


10.1.3 Declividade
Á respeito da declividade do terreno é possível notar que o terreno
possui bastante declividade, aproximadamente 20m de declividade vertical e
5m de declividade horizontal, que trazem ao terreno uma topografia única, e
que servirá como elemento direcionador para a proposta de projeto.

Imagem 152- Declividade do Terreno (Vertical)

Fonte: Google Earth Pro, 2022.

Imagem 153- Declividade do Terreno (Horizontal)

Fonte: Google Earth Pro, 2022.


10.1.4 Insolação e Ventos Predominantes

Imagem 154- Insolação e Ventos- dia comum (1 de Junho)

Fonte: Autora, 2022.

Imagem 155- Insolação e Ventos- solstício de verão (25 de


dezembro)

Fonte: Autora, 2022.


Imagem 156- Insolação e Ventos- solstício de inverno (27 de junho)

Fonte: Autora, 2022.

10.1.5 Acessos e Fluxos


O terreno tem acesso por duas ruas do bairro, o acesso superior é onde
está localizada atualmente o Parque escola, na Avenida Carlos Gomes nº 185,
e o acesso inferior é onde está localizado atualmente o CESA, na rua Armando
Rocha nº220.

Imagem 157- Acessos e Fluxos das vias

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.2 Equipamentos Urbanos
No entorno do terreno é possível ter acesso a diversos tipos de
equipamentos urbanos, trazendo assim facilidade para todos os moradores que
tem pertinho de casa supermercados, comércios de vários tipos, áreas verdes,
igrejas, posto de gasolina, entre outros.

Imagem 158- Equipamentos Urbanos

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022

10..3 Recursos Naturais


Em toda a malha do entorno é possível observar a presença de
pequenas áreas verdes, que podem ser vistas em forma de praças, canteiros e
até terrenos vazios. Um pouco mais distante é notável a presença de um
córrego e de um piscinão que fazem parte do bairro do Rudge Ramos,
dividindo Santo André de São Bernardo.
Imagem 159 e 160- Hidrografia, Vegetação e Arborização Viária

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.4 Uso e Ocupação do Solo
O bairro é ocupado em maior parte por uso residencial, mas é uma área
bastante mista, é possível se observar a presença de ocupações de comércio e
serviços, áreas industriais, institucionais e áreas verdes.

Imagem 161- Uso e Ocupação do Solo

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.5 Cheios e Vazios
Durante a análise do mapa de cheios e vazios foi possível observar que
todo o espaço urbano do entorno, é composto, predominantemente, por lotes
com construções, com poucas exceções onde podemos ver áreas vazias que
apresentam um potencial construtivo.

Imagem 162- Cheios e Vazios

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.6 Gabarito das Construções
Este mapa aponta o perfil das edificações que constituem o entrono do
terreno, as edificações são predominantemente térreas ou sobrados, com
algumas exceções onde se pode observar construções de 3 até 5 pavimentos
do perímetro urbano do terreno.

Imagem 163- Gabarito

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.7 Sistema Viário
O sistema viário do entorno conta com a presença de apenas uma única
via arterial, que é a responsável por coletar todo o fluxo de carros do bairro e
possibilita o trânsito para as demais regiões do entrono, como por exemplo São
Caetano, algumas vias coletoras, que fazem a ligação entre as vias locais e
arteriais facilitando o trânsito, e as locais que são destinadas a acomodar o
acesso e saída às edificações.
Em relação ao logradouro onde reside o terreno escolhido para
intervenção, o mesmo possui acesso a via arterial, onde a mesma é destinada
à uma das principais entradas para o terreno, o que facilita o acesso ao local
de implantação do projeto.

Imagem 164- Hierarquização Viária

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.8 Intensidade de Trafego
O bairro não apresenta trânsito intenso em nenhum período do dia, o
que é bom, pois não traz problemas ao bairro, e nem gera desconforto para os
moradores.

Imagem 165- Intensidade de Trafego

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.9 Transporte Publico
O entorno possui um grande número de pontos de ônibus municipais e
intermunicipais, que são responsáveis pelo acesso e egresso dos moradores
do bairro.
Com relação ao terreno, é possível se observar a presença de um ponto
de ônibus bem em frente, o que facilita a locomoção dos possíveis utilizadores
do local.

Imagem 166- Transporte- Pontos de Ônibus

Fonte: Google Maps adaptado pela autora, 2022


10.10 Normas Vigentes e Órgão Regulamentador

Para todo o desenvolvimento da proposta serão utilizadas determinadas


normas, que servirão como direcionadores projetuais, essas normas são
responsáveis por garantir que o projeto, ao ser executado, apresente
qualidade, segurança e conforto aos usuários.
Neste projeto serão seguidas as leis de uso e ocupação do solo,
descritas no Plano Diretor de Santo André, as exigências presentes nas
normativas do FDE, bem como as diretrizes de acessibilidade presentes na
NBR 9050.
A respeito da zona a qual o terreno se encontra, observando seu
endereço, pode-se concluir que faz parte de duas zonas, as quais tem as
mesmas diretrizes arquitetônicas.

Imagem 167- Zona de Uso

Fonte: Plano Diretor de Santo André, adaptado pela autora, 2022

A partir da escolha do uso para o projeto desenvolvido temos os


parâmetros urbanísticos a serem seguidos, de forma que respeitem as normas
vigentes no plano diretor da cidade de Santo André, para que assim o projeto
se torne viável seguindo as normas e regras para a área delimitada.
Tabela 2- Parâmetros Urbanísticos para Uso do Solo

Fonte: Plano Diretor de Santo André, adaptado pela autora, 2022

Com o intuito de tornar o projeto acessível serão seguidas as diretrizes


descritas na NBR 9050, que trará ao projeto todo o contexto técnico a ser
seguido para a inclusão de espaços adaptados e acessíveis para pessoas com
qualquer tipo de deficiência.

Imagem 168- NBR 9050

Fonte: NBR 9050, adaptado pela autora, 2022


Para a elaboração de locais educacionais eficientes, serão levadas em
consideração as normativas descritas nos exemplares disponibilizados pelo
FDE, a fim de criar espaços com conforto térmico, acústico e espacial.

Imagem 169- Produtos Técnicos- FDE

Fonte: FDE, adaptado pela autora, 2022


11.DESENVOLVIMENTO PROJETUAL

11.1 Programa de Necessidades

Tabela 3- Programa de Necessidades


11.2 Fluxograma

Imagem 170, 171 e 172- Fluxograma

Fonte: Autora, 2022


11.3 Terreno

Imagem 173- Metragem

Fonte: Autora, 2022


11.4 Conceito Arquitetônico

O projeto proposto tem como objetivo a construção de um ambiente de lazer,


cultura e educação, onde os moradores possam usufruir de todos os espaços,
e ali adquirir conhecimento, como também promover a socialização entre os
usuários.
O conceito do projeto visa atender as necessidades culturais, educacionais e
de lazer de toda a população do bairro no qual o edifício está inserido,
proporcionando a valorização do local e promovendo atividades para todas as
faixas etárias.
11.5 Diagrama Conceitual

Imagem 174- Diagrama Conceitual

Fonte: Autora, 2022


11.6 Diagrama Setorizado

Imagem 175- Diagrama Setorizado

Fonte: Autora, 2022


12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A arquitetura pode ser vista além de sua função estética, indo além da
transformação visual e estética do local, se tornando assim um grande
mediador de diversos tipos de transformações, sendo elas,
estéticas, funcionais, sociais e culturais.

Este estudo buscou mostrar o lado mais social e cultural da arquitetura,


colocando-a como um grande mediador da transformação sociocultural, que
influencia de maneira positiva toda a sociedade, levando em consideração as
necessidades dos seres humanos. A partir disso, podemos observar que a
profissão exige que nós arquitetos e futuros arquitetos, pensemos em diversas
escalas, podendo ir de uma escala urbana até uma escala global, por este
motivo nossas decisões devem ser pensadas e estudadas de modo geral,
sempre levando em consideração o outro, colocando-o em primeiro lugar pois
as nossas decisões sejam elas boas ou ruins afetam todo o meio urbano.

No quesito educação e cultura, pode-se dizer que ambas são necessárias, pois
é a partir delas que se forma o ser humano, como indivíduo que faz parte de
nossa sociedade, concedendo a ele o conhecimento e transformando-o no
melhor que ele pode ser.

Desse modo, este estudo propõe a implantação de um Centro de Educação e


Cultura para os moradores do bairro de Vila Palmares, levando em
consideração suas necessidades e promovendo a democratização do acesso à
educação, cultura e lazer aos habitantes do local, oferecendo desta forma, um
ambiente onde a aprendizagem, a cultura e a convivência são o foco principal.
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