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Aos meus irmãos Edvaldo Luiz (in memoriam) e Maxsuel Silva por todo carinho
compreensão e pelas palavras de incentivo.
A minha amiga Luziana Menezes por ser um exemplo de dedicação aos estudos e
aos meus amigos da faculdade, o meu muito obrigado; e principalmente a Ronald Santos
que me incentivou a cursa Arquitetura e Urbanismo e Suelen Santos que com o passar
dos anos se tornou mais do que amiga, obrigada por sempre estarem ao meu lado, nos
momentos bons e ruins, obrigada por não terem me deixado desisti da faculdade.
De uma forma muito especial, obrigada a minha orientadora Prof.ª Sofia Mahmood
por toda paciência e dedicação em transmitir todo o seu conhecimento.
RESUMO
Os espaços públicos são abertos a toda a sociedade, é um local estabelecido pelo poder
público para o uso da população, um exemplo dos espaços públicos são as praças onde
habitualmente é projetada com o objetivo de ser um local de convivência e lazer.
Atualmente esse espaço público vem sendo degradado pela população, em alguns
bairros essa degradação e abandono gera o aumento da violência. Em busca de
requalificar e resgatar esse espaço público será desenvolvido esse trabalho. O presente
trabalho tem como objetivo principal elaborar uma proposta de anteprojeto urbanístico de
requalificação urbana da Praça de São Francisco na Cidade do Cabo de Santo
Agostinho – PE, visando à melhoria da qualidade de vida para as pessoas que iram usar,
resgatar o sentimento de pertencimento desse espaço público para a comunidade.
Assim, através de estudos, pesquisas, visitas e entrevistas com a comunidade local,
pretende-se elaborar uma proposta alinhada com as necessidades da comunidade, ou
seja, um espaço destinado às atividades de recreação, convivência e lazer.
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ABSTRACT
Public spaces are open to all society, it is a place established by the public power for the
use of the population, an example of public spaces are the squares where it is usually
designed with the purpose of being a place of coexistence and leisure. Currently this
public space has been degraded by the population, in some neighborhoods this
degradation and abandonment generates the increase of violence. In order to requalify
and rescue this public space this work will be developed. The present work has as main
objective to elaborate a proposal of urban design of urban requalification of the Square of
São Francisco in the Cape Town of Santo Agostinho - PE, aiming at the improvement of
the quality of life for the people who will use, to recover the feeling of belonging this public
space for the community. Thus, through studies, research, visits and interviews with the
local community, it is intended to develop a proposal aligned with the needs of the
community, that is, a space for recreation, living and leisure.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO
Até o ano de 2012, a praça de São Francisco poderia ser considerada como um
local de recreação e convivência, tinha uma arborização significativa e algumas barracas
de lanches. Além disso, era delimitada por gradil, elemento que evitava que os
moradores a usassem como estacionamento.
Diante do exposto, toma-se como objeto de estudo deste trabalho “a Praça de São
Francisco”, que nos últimos anos, tem-se percebido que o referido espaço público está
sendo convertido em estacionamento de moto taxistas e carros de moradores, ao invés
de ser usado como área de convivência, lazer, esporte.
Bairro São Francisco. O quarto capítulo se refere ao diagnóstico da área de estudo, onde
será apresentado ao leitor o local a ser feito o trabalho e através desse diagnostico
extrair pontos crucias para a elaboração da intervenção do projeto. Por fim, o quinto
capítulo, constitui a proposta do Anteprojeto Urbanístico de requalificação da Praça do
Bairro São Francisco onde será exposto o projeto, começando pelo zoneamento da área,
partido arquitetônico, programa de necessidade, e por último o projeto.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Mora (2009) quanto à sua função ou ao uso que é esperado, “os
espaços públicos urbanos devem permitir a integração de todas as pessoas e suas
atividades, incentivar o encontro, a estadia, a recreação cultural, o contato do ser
humano com a natureza.
Souza (2003) afirma que espaços livres públicos são espaços projetáveis,
geralmente não edificados, que possuem algum elemento configurador. Quando se trata
de um espaço livre urbano, por exemplo, esse elemento pode ser o próprio entorno das
vias e das edificações adjacentes. São espaços de lazer urbano que auxiliam os
moradores da localidade estudada, visto que o foco principal é o bairro de Vila Rica.
Segundo Souza (2003), as praças e parques são tidos como espaços livres
públicos de permanência, e as ruas, autopistas, calçadões e boulevards são
considerados espaços públicos de circulação. Ainda Segundo Souza (2003), todas
essas categorias de espaços livres são muito importantes, pois modificam a paisagem
urbana e interferem na configuração e escala da cidade.
A Praça, palavra de origem grega – [do grego plateia – “rua larga”] é um local
público e coletivo encontrado nas cidades e representa um importante espaço urbano, o
qual abrigou e ainda abriga, importantes acontecimentos da vida cotidiana e da História
(CALDEIRA, 2007). Para a compreensão da importância da praça para a sociedade, sua
contextualização histórica e suas perspectivas, faz-se necessária sua definição, a qual é
conceituada por vários autores, sob vários ângulos.
De acordo com Sitte (1992, p. 17), “Nas cidades antigas, as praças principais
eram uma necessidade vital de primeira grandeza, na medida em que ali tinha lugar, uma
grande parte da vida pública”. A ágora Grécia (Figura 1), era a praça das antigas cidades
gregas e era o espaço destinado às assembleias a céu aberto (SITTE, 1992).
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De acordo com Yokoo e Chies (2009, p.2) “as praças são locais onde as pessoas se
reúnem para fins comerciais, políticos, sociais ou religiosos, ou ainda, onde se
desenvolvem atividades entretenimento.
Lamas (s/d apud MENDONÇA, 2007, p. 298) define a praça como um elemento
morfológico das cidades orientais, que não existia antes, e distingue-se de outros
ambientes, por ter um desenho espacial organizado e intencional, de forma a pressupor
“a vontade e o desenho de uma forma e de um programa”. Sendo assim, a praça é o
“lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais,
de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio, e, consequentemente, de
funções estruturantes e arquiteturas significativas” (LAMAS, s/d, apud MENDONÇA,
2007, p. 298).
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Praças são espaços livres públicos, com função de convívio social, inseridos na
malha urbana como elemento organizador da circulação e de amenização
pública, com área equivalente à da quadra, geralmente contendo expressiva
cobertura vegetal, mobiliário lúdico, canteiros e bancos. (MENDONÇA, 2007, p.
299).
Cidades como Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras, produziram
conjuntos urbanísticos que fazem parte do nosso patrimônio histórico. Marcos
urbanos como a Praça Municipal e o Terreiro de Jesus, em Salvador, constituem
as primeiras praças brasileiras a se destacar como espaços coletivos,
representando centros vitais da cidade colonial. O Largo do Carmo, no Rio de
Janeiro, a Praça da Sé (Figura 3), marco zero da cidade de São Paulo, a Praça
da Liberdade (Figura 4), em Belo Horizonte, refletem a diversidade de praças que
se formaram nas cidades brasileiras e correspondem a importantes princípios
urbanísticos herdados da tradição portuguesa. Tais princípios foram
gradativamente instituindo-se como modelos de espaços urbanos no processo de
urbanização do nosso território. Das praças coloniais – centro político-
administrativo local –-, às praças da República – centros irradiadores regionais –,
à Praça dos Três Poderes – centro do poder nacional –, esses espaços
constituem o reflexo de importantes períodos políticos. (CALDEIRA, 2007, P.93)
Figura 3 - Praça da Sé - SP
Ainda de acordo com Macedo (2002), no fim do século XIX surgem as praças
ajardinadas com influência cultural francesa e inglesa, tendo como função a
contemplação, o descanso, o passeio e o convívio da população (Figura 5). O contexto
da praça ajardinada é ajudar na diversidade encontrada nos centros urbanos livres, pois
cada cidade tem seu marco e seu legado da sua historicidade.
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As praças, parques e jardins se tornam uma das principais opções de lazer para a
população. Porém, agora, não mais limitada ao passeio e a contemplação, sendo um
espaço que se adapta à nova dinâmica da cidade, onde seu programa foi direcionado
para o esporte e o lazer cultural, como no exemplo da (Figura 6), buscando um espaço
de recreação diversificado, abrangendo assim as necessidades recreativas de uma
população em crescimento.
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Ainda segundo Leitão (2002), além dessas funções de uso das praças, pode-se
identificar também algumas funções essencialmente urbanísticas, ou seja, que também
influenciam na qualidade de vida que a cidade oferece à população. Então, no contexto
da cidade, as praças podem ter ainda as funções: Ecológica, espaços onde, graças à
presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais
diversificada, promovem melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, da água e
do solo, mantendo assim a parte da fauna e da flora na boa respiração, na prática dos
exercícios físicos a idosos e aos jovens do local; Estética: são espaços que, graças à
qualidade estética do projeto permitem a diversificação da paisagem construída e o
embelezamento da cidade (Figura 9).
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2.3 Requalificação
3. ESTUDOS DE CASOS
Este capitulo abordada três estudos de caso, a Praça Theo Silva, Praça Maciel
Pinheiro e a Praça Vilaboim, eles foram escolhidos por serem praças que possuem
influencias históricas no bairro em que se localiza. Suas apresentações e analises neste
capitulo serão usados como referências para elaboração do anteprojeto da Praça do
Bairro São Francisco – Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco. Através das variáveis
de estudo e analise de aspectos como: acessibilidade, vegetação, estacionamento,
mobiliário urbano, potencialidades e problemáticas para melhor compreender o espaço
Até meados do século XX, onde hoje existe a Praça Theo Silva, era a Igreja de
Nossa Senhora do Rosário dos Pretos abrigava a fé dos negros e pobres da cidade do
Cabo, para missas, batizados, etc. Ainda no século XX o prefeito derrubou a Igreja do
Rosário dos Pretos, sob pretexto de criar um espaço de lazer, uma praça, tentou sepultar
a lembrança histórica dos pobres e negros.
Nesta antiga igreja colocaram naquela praça o nome do poeta THEO SILVA, um
mulato que esteve à frente de seu tempo, que nas décadas de 20, 30 e 40 escrevia uma
poesia no estilo lançado na Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922.
Poeta, seresteiro, músico e boêmio, Theo Silva, o mulato, brotou nas ruas da cidade
como se uma semente tivesse escapado da atrocidade histórica cometida contra o
Templo dos negros e pobres.
Fonte: https://www.flickr.com/photos/agenciacabopress/19211089135
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Fonte: https://www.cabo.pe.gov.br/
Fonte: https://www.cabo.pe.gov.br/
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A Praça Maciel Pinheiro situa-se no bairro da Boa Vista, próxima à Igreja Matriz e
em frente um casario histórico (Figura 15) possui uma área de 1.270,14m². Teve essa
denominação depois da Proclamação da República para homenagear o Dr. Luiz Ferreira
Maciel Pinheiro, integrante da luta pela causa democrática e libertação dos escravos.
Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/
Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/
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Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/
A praça Vilaboim surgiu de um loteamento, nas ruas Piauí, Aracajú e Itápolis (atual
Rua Armando Penteado), um pequeno fragmento triangular que se enchia de movimento
ao ser utilizado como campinho de futebol. Seus frequentadores o conheciam como
"Praça Piauí" e "Largo do Piauí"
Foi somente na década de 1930 que o local veio a receber seu nome atual: Praça
Vilaboim. O local carrega esse nome em homenagem ao Dr. Manuel Pedro Villaboim,
cidadão atuante de sua época. Com empenho a árvore se mantém no principal local da
praça, ilustrando a história do bairro e dos principais agentes que participaram da criação
da praça.
A Praça Vilaboim tem suma importância para seus moradores principalmente pela
sua densa arborização e essencial para a qualificação do bairro apesar de sua dimensão
ser pequena.
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Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim
O piso se transforma em mobiliário urbano com blocos de várias alturas que criam
uma pequena arquibancada que se abre para dentro e fora do parquinho e de forma
lúdica funciona como proteção para a área infantil, evitando o uso de grades (Figura 19).
A Banca que hoje dá as costas para a praça criando um bloqueio visual, será relocada
de modo a permitir a transparência desejadas e serão previstas duas áreas para
organizar o estacionamento de bicicletas (Figura 20).
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Assim, a praça vilaboim ampliara sua massa arbórea oferecendo uma área verde
mais intensa e a possibilidade de uso pleno todos os dias, o dia inteiro, com segurança e
qualidade de espaços (Figura 21).
Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim
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Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim
Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim
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PRAÇAS
Bicicletario Sim
Pouca Sim
Vegetação
Media Sim Sim
Após estudar as três praças, foram observadas que ambas passaram por
requalificação recente, devido as condições ruins que se encontravam, destacando-se os
seguintes pontos: melhoria na iluminação, colocação de poste novos e trocas de
lâmpadas nos postes existentes; Preservação da vegetação existente e plantio de novas
arvores para a ampliação da massa arbórea do local, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida e do bem estar dos usuários, através da sensação de ar puro que traz
a vegetação; Ambos os projetos seguem os parâmetros da norma 9050 referente a
rampa e acessos.
(Figura 23).
Figura 23 – Mapa Localização da Praça dentro do Bairro São Francisco 34
A área de estudo é cortada por três vias coletoras. A Rua Senador Jose Emídio de
Morais seu fluxo possui um único sentido para ônibus e para outros transportes é nos
dois sentidos, a Rua Amilton Adolfo de Jesus, conhecida pelos moradores como rua 4,
possui fluxo nos dois sentidos para todos os transportes e, na Rua da Aurora, o fluxo
para ônibus é em um único sentido, e para outros transportes é nos dois sentidos (Figura
26).
O Bairro de São Francisco possui pouca arborização, isso gera não apenas para o
bairro mais para todo o meio ambiente temperatura mais elevada do solo. O crescimento
desordenado do bairro gerou o desmatamento da vegetação que existia (Figura 27).
Figura 24 – Mapa de usos 36
Figura 25 – Mapa de gabarito 37
Figura 26 – Mapa de Vias e Fluxos 38
Figura 27 – Mapa de Vegetação 39
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Esse capitulo tem por finalidade expor toda a fase do projeto, desde o partido
arquitetônico, zoneamento, programa de necessidades, cada etapa do projeto que será
elaborada até a etapa final.
O objeto de estudo deste trabalho é “a Praça do Bairro São Francisco”, que nos
últimos anos, tem-se percebido que o referido espaço público está sendo convertido em
estacionamento de moto taxistas e carros de moradores, ao invés de ser usado como
espaço de lazer, convivência, esporte.
Programa de Necessidade
Área de Lazer
Área de Convivência
Ambiente Arborização
Bicicletario
Estacionamento de moto
5.2 ZONEAMENTO
O projeto foi criado a parti de dois eixos que tem como função ligar a praça ao seu
entorno que é predominantemente residencial resgatando o sentimento de pertencimento
desse espaço para a comunidade. A praça de São Francisco é o único espaço na
comunidade, mais ao longo dos anos houve uma degradação desse espaço.
5.3.1 Vegetação
Fonte – www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/
Edição: Edjéssica Daiana
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Lentilha-d'água
Fonte – www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/
Edição: Edjéssica Daiana
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Todos os postes que vão ser instalados na praça de São Francisco serão de
concreto, os postes voltados para as vias coletoras as Ruas Emilio de Morais e Amilton
Adolfo de Jesus terão uma altura de 6m², já os postes voltados para a parte do interior da
praça serão de 3m², as distanciais entre eles obedeceram às normais do manual de
instalação e distribuição da Celpe da Cidade do Cabo de Santo Agostinho. A iluminação
adequada terá uma sensação de segurança para os moradores do entorno da praça e
deixara o espaço agradável e convidativo.
5.3.2.2 Bancos
5.3.2.3 Lixeiras
5.3.3 Pisos
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Recife, UFPE, 2000.
CAU BARATA. Praça Tiradentes. Rio De Janeiro 04 nov. 2015.Disponível em: http://rio-
de-janeiro-desaparecido.blogspot.com/2015/11/a-rua-da-constituicao-memoria-
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GONÇALVES, Wantuelfer. Árvores para o ambiente urbano. Viçosa MG: Ed. Aprenda
Fácil, 2004.
LEITÃO, Lúcia. As praças que a gente tem as praças que a gente quer: manual de
procedimentos para intervenção em praças. Recife: Prefeitura da cidade do Recife,
2002.
SEGAWA, Hugo. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel:
FAPESP, 1996.
PEIXOTO, Paulo. Requalificação urbana. In: FORTUNA, Carlos; LEITE, Rogerio (Org.).
Plural de cidade: novos léxicos urbanos. Coimbra: Edições Almedina AS. 2009 .
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