Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SALVADOR / BA
2018
SALVADOR
2018
“Você criança,
que vive a correr,
é a promessa
que vai acontecer...
é a esperança
do que poderíamos ser...
é a inocência
que deveríamos ter...
Você criança, de qualquer idade,
vivendo entre o sonho e a realidade
espargem pelas ruas da cidade,
suas lições de amor e de simplicidade!
Criança que brinca,
corre, pula e grita
mostra ao mundo,
como se deve viver
cada momento, feliz,
como quem acredita
em um mundo melhor
que ainda vai haver!
Você é a criança,
que um dia vai crescer!
É a promessa,
que vai se realizar!
É a esperança
da humanidade se entender!
É a realidade
que o adulto precisa ver...
e também aprender a ser...”
(Autor
Abrigo Institucional para Crianças desconhecido)
e Adolescentes |4
LISTA DE FIGURAS
Tabela 07: Enquadramento de usos por grupos e subcategorias de uso não residencial
Apresentação......................................................................................................................................................................................14
1. Introdução..................................................................................................................................................................................15
2. Justificativa................................................................................................................................................................................16
3. Objetivos....................................................................................................................................................................................17
Geral...............................................................................................................................................................................17
Específicos......................................................................................................................................................................17
4. Metodologia...............................................................................................................................................................................18
Pesquisa.........................................................................................................................................................................18
Projeto.............................................................................................................................................................................18
Embasamento Teórico.......................................................................................................................................................................20
O Tema................................................................................................................................................................................................31
Abrigo Institucional para Crianças e Adolescentes | 10
6. Abrigo Institucional para Crianças e Adolescentes...................................................................................................................32
Análise de correlatos.........................................................................................................................................................................37
7. Referência Local........................................................................................................................................................................38
8. Referência Nacional....................................................................................................................................................................47
Área de intervenção...........................................................................................................................................................................50
9. Condicionantes do terreno........................................................................................................................................................51
9.1 Histórico do bairro.....................................................................................................................................................................59
9.2 Análise do entorno....................................................................................................................................................................60
9.3 Justificativa para escolha do terreno........................................................................................................................................61
9.4 Estudo dos Condicionantes Climáticos.....................................................................................................................................62
Projeto de Arquitetura........................................................................................................................................................................63
10.4.2 Residência...........................................................................................................................................................................71
Considerações Finais........................................................................................................................................................................83
Referências.........................................................................................................................................................................................84
Anexos................................................................................................................................................................................................87
Através de pesquisas e visitas à abrigos da cidade de Through research and visits to shelters in the city of
Salvador – BA, percebeu-se que a maioria não demanda de Salvador - BA, it was noticed that the majority does not have an
estrutura física adequada para acolher as crianças e adequate physical structure to welcome children and
adolescentes em situação de risco pessoal e social. As adolescents in situations of personal and social risk. The
edificações em geral foram adaptadas para o uso enquanto buildings were in general adapted for use while housing, where
abrigo, onde a preocupação era atender com condições the concern was meet with basic living conditions, food and
básicas de moradia, alimentação e acompanhamento professional accompaniment.
profissional.
Therefore, this work proposes a model of house-home
Diante disso, este trabalho traz uma proposta de modelo that will serve for future shelters that will be built / created with
de casa-lar que sirva para futuros abrigos que serão all the necessary support for the development, growth, comfort
construídos/criados com todo suporte que necessita para o and professional accompaniment of all the children and
desenvolvimento, crescimento, conforto e acompanhamento adolescents who will live in them.
profissional de todas as crianças e adolescentes que neles irão
morar.
Keywords: Shelter; Children; Adolescents; Home; Social
Palavras-chave: Abrigo; Crianças; Adolescentes;
project.
Casa-lar; Projeto Social.
Figura 01: Criança Vulnerável
APRESENTAÇÃO
Fonte: http://observatorio3setor.org.br/carrossel/estFudo-aponta-que-27-milhoes-de-criancas-moram-em-abrigos/ Data:12/03/2018
1. Introdução
No Brasil, o abandono de crianças e adolescentes existe desde o século XVIII. O principal fator para o abandono foi a miséria,
pois as famílias não tinham condições de criar seus filhos, dar uma vida digna com educação, saúde e moradia e acabavam
abandonando-os nas ruas (CARVALHO, 2011). Diante desta situação e com o abandono se tornando cada vez maior foi criado em
1990 o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente com o objetivo de facilitar a adoção e garantir o direito à proteção e bem-estar
das mesmas, incluindo moradia e educação.
Vulnerabilidade social é o conceito que caracteriza a condição dos grupos de indivíduos que estão à margem da sociedade,
ou seja, pessoas ou famílias que estão em processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos
(SIGNIFICADOS, 2012). Sendo assim, os abrigos se tornaram essenciais e a única forma de proteção para estas crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade social, abandono ou que foram afastadas do convívio familiar pela autoridade
competente. Os serviços de acolhimento precisam cumprir sua função protetiva com moradia, alimentação, bem como favorecer o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, além de desenvolver suas potencialidades.
É necessário destacar que de acordo com o ECA, Capítulo 2, Art. 101, “O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. ” A criança deve permanecer o menor tempo possível
no mesmo. Entretanto, na maioria dos casos a demora nas decisões judiciais somado à falta de Políticas Públicas de combate à
pobreza, fazem com que esta medida deixe de ser provisória e muitas crianças passam mais de dois anos ou toda sua
infância/adolescência (até os 18 anos), em um ambiente institucional e fora do convívio familiar e comunitária.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990), toda criança tem direito à segurança, moradia,
alimentação, entre outros. Visando na qualidade do ambiente onde essas crianças estão inseridas, proporcionando convivência
afetiva e familiar, faz-se necessário projetos que sirvam de modelo para os abrigos com infraestrutura adequada para atender as
mesmas.
Através de visitas feitas aos abrigos de Salvador, bem como entrevistas dadas por responsáveis e/ou assistentes sociais dos
mesmos, foi possível perceber que as casas de acolhimento ainda possuem carências na sua infraestrutura, dificultando no
desenvolvimento da educação, da saúde, do lazer e do convívio social. É fundamental pensar categoricamente em uma Casa que
se pareça o mais próximo possível de uma residência comum, mas sem esquecer dos espaços para acompanhamento profissional,
uma vez que estas crianças foram submetidas ao rompimento familiar, causando, muitas vezes transtornos que precisam ser tratados
por profissionais.
Cabe salientar, ainda, que a maioria dos abrigos foram criados a partir de edificações adaptadas ao uso que tinham como
prioridade o atendimento das necessidades básicas de acolhimento e acompanhamento profissional e muitas vezes a casa tinha
pouca ou nenhuma privacidade, além da falta de uma área de convívio e lazer acarretando no desenvolvimento das crianças. Além
disso, de acordo com uma pesquisa feita pelo IPEA (2004), 86,7% dos abrigados possuem famílias com a qual a maioria mantém
vínculos (58,2%), sendo a pobreza o motivo mais relacionado ao abrigamento. E o tempo de institucionalização é de 2 a 5 anos para
32,9% dos abrigados.
O serviço proposto para o mesmo é destinado à proteção de crianças e adolescentes em situação de risco, seja ela
vulnerabilidade social ou abandono com faixa etária entre 0 e 18 anos, com projetos que promova sua inserção na comunidade,
além de toda estrutura física que uma casa de acolhimento demanda.
3. Objetivos
3.1 GERAL
Desenvolver um projeto de um Abrigo Institucional, para crianças e adolescentes no bairro Itaigara, em Salvador – BA. Será
considerado o máximo de 20 crianças e/ou adolescentes entre 0 e 18 anos que se encontram em situação de abandono e/ou
vulnerabilidade social e que sirva como modelo para instituições deste tipo.
Através da arquitetura e do espaço físico, criar ambientes acolhedores, com privacidade e que será planejado de acordo com
o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente de 2014 e Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças
e Adolescentes de 2009, com infraestrutura e espaços adequados ao desenvolvimento psicossocial, promovendo qualidade de vida,
conforto e reintegração familiar.
4. Metodologia
4.1 PESQUISA
O projeto tem como base levantamento de dados legislativos vigentes e do ECA (1990), pesquisas teóricas à cerca do tema e
de entidades de acolhimento no Brasil e no mundo, visitas à abrigos de Salvador com entrevistas aos profissionais da área para
conhecer a demanda, a estrutura física, as necessidades e funcionalidades dos mesmos, com a finalidade de coletar informações
essenciais para a criação de um programa de necessidades funcional. Além de pesquisa de dados legais do terreno e da poligonal
em estudo.
Para o desenvolvimento do projeto foi feita análise do entorno com visitas realizadas na região do terreno proposto, além do
estudo das normas específicas para a implantação de um abrigo a partir do documento Orientações Técnicas: Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes.
Foram feitas consultas ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU (2016) e a Lei de Ordenamento e Uso do Solo –
LOUOS (2016) para ter um embasamento para as decisões projetuais como o desenvolvimento das diretrizes, conceito e partido,
programa de necessidades, setorização dos ambientes e edificações propostas, além do zoneamento da área em estudo.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Fonte: https://pixabay.com/pt/crian%C3%A7as-favelas-pobreza-pobre-2876359/ Data: 13/03/2018
A trajetória das crianças e adolescentes foi longa até conseguirem respeito e reconhecimento como sujeitos que possuem
direitos essenciais à vida, proteção, educação, moradia (LOBO, 2017). Desde o período Colônia o abandono infantil está presente
e a legislação que defendia sua assistência sofreu várias alterações.
O histórico sobre a criança em situação de abandono, na Bahia, surge na Santa Casa de Misericórdia da Bahia em 1734, com a
Roda dos Expostos, lugar onde as crianças eram colocadas para que fossem recolhidas pelas freiras. Elas não permaneciam
internadas por muito tempo, pois eram encaminhadas para famílias beneméritas e permaneciam como agregadas (SOUZA, 2011).
Estas Rodas surgiram com o intuito de amenizar a prática do abandono de crianças nas ruas das cidades. Nestas Rodas tidas
como alternativa acontecia também, índices de mortalidade evidenciados. Por isso foi criado então, um sistema de atenção à saúde
e a contratação de amas de leite que viviam na Casa de recolhimento, para cuidar das crianças até outras famílias as acolherem ou
até a sua morte. (MELLO, 1986).
Fig. 3 Roda dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia da Bahia
Com a criação do Código de Menores, O Estado passou a investir mais nos direitos das crianças e adolescentes. Sendo
assim, a Constituição Federal de 1988, dispõe:
Seguindo tais direitos, em 1990, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, que assegurava todos os direitos das
crianças e adolescentes no Brasil.
O início do século XX foi um período de relevantes mudanças na sociedade brasileira. Com a crise econômica e a política da
República Liberal, a preocupação estava nas questões sociais e o papel do Estado nelas. Neste período, foram inauguradas várias
instituições para educação e assistência as crianças, conforme indicam Abreu e Martinez (1997, p. 28-9).
Em 1927, foi promulgado o primeiro Código de Menores do Brasil, que visava o “menor em situação irregular”. Ou seja, o Estado
só dava a tutela para a criança que estivesse nesta situação. Esta expressão era para classificar o menor de 18 anos que fosse
abandonado, que estivesse em perigo social, vítimas de maus tratos, entre outros.
O Estado fica responsável pelo menor abandonado e órfão e as crianças desamparadas recebem orientação e oportunidade para
trabalhar. Isso ocorreu devido a confusão que tinha com o menor abandonado e o menor infrator que possuíam os mesmos direitos
e eram tratados da mesma forma, como indica Silveira (1984). Desta isso, foi necessário o Poder Judiciário criar e regulamentar o
Juizado de Menores e suas instituições auxiliares.
O Brasil, teve avanços no que diz respeito à educação e a saúde infantil, pós criação do Código de Menores. Dentre estes
avanços tem-se a criação, em 1942 do SAM (Serviço de Assistência ao Menor). O SAM é um órgão do Ministério da Justiça que
cuidava do menor infrator, através de casas de correção e reformatórios.
Com a extinção do SAM, fez-se necessário a criação de outros órgãos. Em 1964 cria-se a FUNABEM (Fundação Nacional do
Bem-estar do Menor) e em 1979, a FEBEM (Fundação Estadual do Bem-estar do Menor). A FUNABEM tem o objetivo de criar e
implementar política nacional de bem-estar do menor, através de diretrizes políticas e técnicas. Já a FEBEM, é a instituição que
executa as medidas socioeducativas, aplicadas pelo Poder Judiciário aos menores infratores com idades entre 12 e 21 anos,
conforme indica Lobo (2017).
O ECA, diz ainda que, nenhuma criança e/ou adolescente, será objeto de qualquer forma de
violência, exploração e discriminação, entre outros, além de possuírem direito de proteção à saúde, à
vida, em condições dignas de existência, através das políticas públicas que permitam o nascimento e
desenvolvimento sadios.
Com isso, após o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, as instituições acolhedoras precisaram passar por um
processo de adaptação às novas regras. Tais regras, argumentam que as crianças e adolescentes, só podem ficar no máximo até
dois anos em casas de acolhimento e, o judiciário tem a responsabilidade de decidir se elas serão reintegradas as famílias ou
As instituições acolhedoras funcionam como forma de guarda, para os menores que foram afastados do convívio familiar, por
decisão judicial, sendo esta medida provisória, e escolhida em situações em que outras medidas protetivas não foram eficazes. É
umas das medidas de proteção determinados pelo ECA, para crianças e adolescentes que possuíram seus direitos violados ou
ameaçados. O Estatuto garante, também, que os menores convivam com os pais, com visitas periódicas, de acordo com a entidade
responsável e independente da autorização judicial.
Fig. 5 Faixas etárias do ECA.
O ECA, continua em vigor até os dias atuais, sendo a sua criação, de
extrema importância para os avanços dos direitos das crianças e
adolescentes.
“Orientações Técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes” é um documento, elaborado pela Secretaria
de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, lançado em 2009, através de uma resolução conjunta da CNAS/CONANDA nº
1/2009. Este documento tem como finalidade regulamentar, no território nacional, a organização e oferta de Serviços de
Acolhimento para Crianças e Adolescentes, no âmbito da política de Assistência Social (ORIENTAÇÕES TÉCNICAS, 2009).
O documento estabelece, ainda, os parâmetros de funcionamento, além de oferecer as orientações metodológicas, para que
a função protetiva e de reestabelecimento dos vínculos familiares e comunitários, sejam cumpridas pelas instituições acolhedoras.
As orientações metodológicas favorecem, dentre outros aspectos, o seu desenvolvimento integral, o fortalecimento da cidadania,
autonomia e a inserção social.
As Orientações técnicas, define as tipologias dos serviços acolhedores e oferta quatro modalidades, sendo eles: Abrigo
Institucional, Casa Lar, Serviço de Acolhimento em família acolhedora e república. A tipologia é escolhida de acordo com cada
situação e perfil de vulnerabilidade social, respondendo de forma adequada as necessidades de cada menor. A tipologia adotada
para este projeto, será o Abrigo Institucional.
De acordo com as Orientações Técnicas, o Abrigo Institucional tem como objetivo oferecer acolhimento provisório para crianças
e adolescentes afastados do convívio familiar em função de abandono ou cujas famílias estão impossibilitados para dar proteção e
cuidado, até serem reinseridas às suas famílias de origem ou inseridas em famílias substitutas.
COORDENADOR
Perfil
Formação Mínima: Nível médio e capacitação específica
Desejável experiência em atendimento a crianças e adolescentes
1 profissional para até 10 usuários, por turno
A quantidade88 de profissionais deverá ser aumentada quando houver usuários que
Quantidade
demandem atenção específica (com deficiência, com necessidades específicas de saúde ou
idade inferior a um ano. Para tanto, deverá ser adotada a seguinte relação: a) 1 cuidador para
cada 8 usuários, quando houver 1 usuário com demandas específicas; b) 1 cuidador para
cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais usuários com demandas específicas
AUXILIAR DE EDUCADOR/CUIDADOR
O documento indica, ainda, que não deve ser colocada nenhuma placa indicativa de natureza institucional, além de seguir os
padrões das residências do local onde está inserido.
Deverá ser respeitado a equipe mínima de profissionais sugerida (Tabela 1), bem como a infraestrutura e os espaços mínimos
da residência (Tabela 2).
Tabela 02: Infraestrutura e espaços mínimos
Cômodos Características
Cada quarto deverá ter dimensão suficiente para acomodar as camas / berços / beliches
dos usuários e para a guarda dos pertences pessoais de cada criança e adolescente de
forma individualizada (armários, guarda-roupa, etc.).
Nº recomendado de crianças/adolescentes por quarto: até 4 por quarto, excepcionalmente,
Quartos até 6 por quarto, quando esta for a única alternativa para manter o serviço em residência
inserida na comunidade.
Metragem sugerida: 2,25 m² para cada ocupante. Caso o ambiente de estudos seja
organizado no próprio quarto, a dimensão dos mesmos deverá ser aumentada para 3,25 m²
para cada ocupante.
Com espaço suficiente para acomodar o número de usuários atendido pelo equipamento e
os cuidadores/educadores.
Sala de Estar ou
similar Metragem sugerida: 1,00 m² para cada ocupante.
Ex: Abrigo para 15 crianças / adolescentes e 2 cuidadores/educadores: 17,0 m²
Abrigo para 20 crianças / adolescentes e 2 cuidadores/educadores: 22,0 m²
Com espaço suficiente para acomodar o número de usuários atendido pelo equipamento e
Sala de jantar / os cuidadores/educadores.
copa Pode tratar-se de um cômodo independente, ou estar anexado a outro cômodo (p. ex. à sala
de estar ou à cozinha)
Poderá haver espaço específico para esta finalidade ou, ainda, ser organizado em
Ambiente para outros ambientes (quarto, copa) por meio de espaço suficiente e mobiliário adequado,
Estudo quando o número de usuários não inviabilizar a realização de atividade de
estudo/leitura.
Deve haver 1 lavatório, 1 vaso sanitário e 1 chuveiro para até 6 (seis) crianças e
adolescentes
Banheiro
1 lavatório, 1 vaso sanitário e um chuveiro para os funcionários
Pelo menos um dos banheiros deverá ser adaptado a pessoas com deficiência
Com espaço suficiente para acomodar utensílios e mobiliário para preparar alimentos
Cozinha
para o número de usuários atendidos pelo equipamento e os cuidadores/educadores.
Com espaço suficiente para acomodar utensílios e mobiliário para guardar
Área de Serviço
equipamentos, objetos e produtos de limpeza e propiciar o cuidado com a higiene do
abrigo, com a roupa de cama, mesa, banho e pessoal para o número de usuários
atendido pelo equipamento.
Espaços que possibilitem o convívio e brincadeiras, evitando-se, todavia, a instalação
de equipamentos que estejam fora do padrão socioeconômico da realidade de origem
dos usuários, tais como piscinas, saunas, dentre outros, de forma a não dificultar a
reintegração familiar dos mesmos.
Área externa Deve-se priorizar a utilização dos equipamentos públicos ou comunitários de lazer,
(Varanda, esporte e cultura, proporcionando um maior convívio comunitário e incentivando a
quintal, socialização dos usuários.
jardim,etc) Os abrigos que já tiverem em sua infra-estrutura espaços como quadra poliesportiva,
piscinas, praças, etc, deverão buscar, gradativamente, possibilitar o uso dos mesmos
também pelas crianças e adolescentes da comunidade local, de modo a favorecer o
convívio comunitário, observando-se, nesses casos, a preservação da privacidade e da
segurança do espaço de moradia do abrigo.
Com espaço e mobiliário suficiente para desenvolvimento de atividades de natureza
técnica (elaboração de relatórios, atendimento, reuniões, etc)
Sala para
equipe técnica Recomenda-se que este espaço funcione em localização específica para a área
administrativa / técnica da instituição, separada da área de moradia das crianças e
adolescentes.
Sala de Com espaço e mobiliário suficiente para desenvolvimento de atividades administrativas
coordenação / (área contábil / financeira, documental, logística, etc.).
atividades Deve ter área reservada para guarda de prontuários das crianças e adolescentes, em
administrativas condições de segurança e sigilo.
Abrigo Institucional para Crianças e Adolescentes | 29
Recomenda-se que este espaço funcione em localização específica para a área
administrativa / técnica da instituição, separada da área de moradia das crianças e
adolescentes.
Sala / espaço Com espaço e mobiliário suficiente para a realização de reuniões de equipe e de
para reuniões atividades grupais com as famílias de origem.
Observações:
Toda infra-estrutura do abrigo institucional deverá oferecer acessibilidade para o atendimento de pessoas com
deficiências.
Deverá ser disponibilizado meio de transporte que possibilite a realização de visitas domiciliares e reuniões com os
demais atores do Sistema de Garantia de Direitos e da Rede de Serviços, na razão de um veículo para cada 20
crianças ou adolescentes acolhidos
O TEMA
Fonte: Correio de Uberlândia Data: 20/03/2018
O termo “abrigo” nasceu com a discussão do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), na década de 80. De acordo com a
história, eram instituições que tinham como objetivo separar do poder público aquilo que provocava desordem social e ia contra a
dignidade humana, neste caso o abandono e maus-tratos de crianças (BARBOSA, 2016).
Os espaços devem fazer com que as crianças e adolescentes se sintam acolhidas, protegidas, que criem vínculos de confiança,
além de ser um lugar de socialização.
De acordo com a pesquisa promovida pelo Cadastro Nacional de Adoção em 2018, no Brasil, 8594 crianças e adolescentes estão
cadastradas, destas, 56,56% estão disponíveis para adoção. Ainda, de acordo com a pesquisa, do total de cadastros do Brasil,
somente 2,07% encontram-se na Bahia (Tabela 3).
De acordo com este Levantamento Nacional de Crianças e Adolescentes (2010), o Brasil possui 2.624 Serviços de
Acolhimento Institucional (SAI), em 1.157 (20,8%) municípios. Destes, 264 encontram-se no Nordeste, com 3710 crianças e
adolescentes acolhidas (Tabela 4).
Destes Abrigos Institucionais, 67,8% encontram-se no Nordeste, sendo esta uma das regiões com maior número de Serviços
de Acolhimento do país, ficando atrás somente da região Sudeste.
Conforme Art. 90, § 1º, do ECA, toda instituição que desenvolve trabalho com crianças e adolescentes deve efetuar seu
registro e inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento junto ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente/CMDCA (CMDCA, 2018).
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2004) a pobreza é um dos motivos mais citados para o
abrigamento (52%). Muitas dessas crianças e adolescentes abrigadas possuem famílias (86,7%), e a maioria mantém vínculos com
elas (58,2%). Sendo assim, é necessário implementar políticas públicas voltadas à estas famílias, além de programas de apoio sócio
familiar para a preservação de vínculos.
De acordo com o Sistema de Informação da Infância e Adolescência (SIPIA, 2017), no estado da Bahia, foram registradas
606 violações ao direito da criança e do adolescente, das quais 394 foram violações do direito a convivência familiar e comunitária
(Tabela 6).
Foi realizada uma visita realizada ao Lar da Criança, onde foi possível analisar sua infraestrutura e condições em que as
crianças e adolescentes vivem. O Lar é uma organização que acolhe crianças e adolescentes de 0-18 anos de idade, órfãs, em
situação de risco social e pessoal. Foi fundado em junho de 1963, por Dulce Maria Goulart de Freitas, funcionária pública do
Juizado de Menores, que tinha como sonho acolher crianças desamparadas. Atualmente, o Lar da Criança é dirigido por Iraci
Coimbra, que vem mantendo o sonho da fundadora, com comprometimento e solidariedade. O Lar funciona na Rua Artur
D`Almeida Couto, Nº 72, Vila Laura em Salvador na Bahia.
Atualmente, o Lar abriga 19 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. No entanto, possui capacidade para 25 (vinte e cinco)
crianças e adolescentes, distribuídos em sete dormitórios que são separados por sexo e faixa etária. Estas crianças possuem
assistência psicológica, pedagógica e médica, além de contar com a assistente e social durante todo o dia. O Lar, conta ainda,
com os cuidadores, auxiliares de cuidadores e cozinheira que se comprometem com a alimentação dos menores, organização e
limpeza da casa, além de cuidarem das crianças e adolescentes. Destes auxiliares, dois ficam à noite para cuidar e supervisionar
os abrigados. O Abrigo possui atividades sociais e cursos, como o curso de arte terapia, aulas de música, balé e judô. Atualmente,
a instituição é mantida através de doações e ajuda da Prefeitura (que não é fixa), além de fazer parte do Criança Esperança
como uma das instituições acolhidas pelo Projeto.
Durante a visita, foi possível perceber que a casa está sempre limpa e organizada, mas as crianças não possuem de muitas
áreas de lazer, nem de áreas verdes. A casa possui uma quadra, onde a maioria das atividades são feitas lá. O Lar, tem
características de uma residência convencional, proporcionando um ambiente familiar para os menores abrigados, além de terem
oportunidade de participar da vida comunitária como escolas, centros médicos e áreas de lazer.
O Lar possui uma área administrativa que é separada da casa, onde também, está sendo construída uma enfermaria, longe dos
menores e fazendo com que a privacidade dos abrigados seja mantida. Além dos dormitórios, a residência possui, também, duas
Abrigo Institucional para Crianças e Adolescentes | 39
salas de tv, leitura e brinquedos, além da sala de música, onde ocorrem as aulas. O refeitório encontra-se em uma área externa
coberta, onde as crianças também utilizam para brincar.
Por questões de segurança, a casa é toda gradeada, para que as crianças não saiam sem serem vistas e evitar acidentes. Apesar
de entender esta segurança, isto faz com que as crianças fiquem “presas”, sem frequentar a área externa que fica na frente da casa,
onde possui alguns brinquedos. O acesso só é feito com algum cuidador e com a autorização dos mesmos.
Fonte: Massariol Soares Data 26/03/2014 Fonte: Massariol Soares Data 26/03/2014
Fonte: Massariol Soares Data 26/03/2014 Fonte: Massariol Soares Data 26/03/2014
O Lar da Criança, atende as necessidades básicas das crianças, com capacidade adequada para o desenvolvimento e
crescimento das crianças e adolescentes. Entretanto, é necessário investir em melhores áreas de lazer, com áreas verdes, uma
horta que sirva para a própria instituição, além das salas de estudo e informática que não foi possível constatar se possui. Durante
a visita não foi autorizado tirar fotos, e as fotos utilizadas foram tiradas de outras pesquisas.
A Organização de Auxílio Fraterno é uma instituição que abriga crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, que foram separadas
de suas famílias por decisão judicial e que estão em risco social ou pessoal. A Organização foi fundada em 12 de outubro de 1958,
pela Drª Dalva de Matos, que trabalhava no Juizado de Menores. Durante suas atividades no Juizado de Menores, Drª Dalva
presenciou cenas e relatos de abusos contra crianças e adolescentes. Nesse sentido, nasceu a vontade de iniciar um projeto social,
onde essas crianças fossem acolhidas, para que tivessem proteção e uma vida digna. A OAF, encontra-se na Rua do Queimado,
17, Lapinha, Salvador, Bahia.
De acordo a visita realizada à OAF, o lar possui atualmente 65 (sessenta e cinco) crianças e adolescentes de 0 a 18 anos,
entretanto a capacidade é para 80 (oitenta) crianças e adolescentes, que são distribuídas em apartamentos. Cada apartamento
possui quatro quartos, dois banheiros, sala, cozinha, área de serviço e varanda, além de uma horta na varanda. Os apartamentos
abrigam em média 20 crianças, que são divididas por sexo e faixa etária, entretanto, os irmãos são não separados. Cada lar faz sua
própria comida. Os apartamentos são independestes uns dos outros, no qual cada um possui seus mantimentos, produtos de limpeza
e higiene pessoal, roupas de cama e banho, brinquedos, além de uma cuidadora e uma auxiliar.
Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018 Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018
Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018 Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018
Fig. 17 Escola Nossa Senhora de Nazaré Fig. 18 Área externa e quadra de esportes
Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018 Fonte: Acervo Pessoal Data: 26/03/2018
Fig. 20 Auditório
Fonte: Acervo pessoal Data: 26/03/2018 Fonte: Acervo pessoal Data: 26/03/2018
Diante de visitas realizadas a outros abrigos da cidade de Salvador, foi possível perceber que a OAF é a Instituição mais bem
estruturada, organizada, e de grande porte. Todos os apartamentos são limpos, organizados, contém estrutura adequada para
receber os abrigados. A externa é grande, com um pátio na área dos apartamentos, onde as crianças podem brincar. Possui uma
quadra de esportes, que durante a semana é usada pela escola, sendo os finais de semana de uso livre das crianças e adolescentes.
O fato da Escola estar na mesma área da Instituição, é favorável para as crianças, fazendo com que elas fiquem mais seguras e
protegidas no percurso da escola ao abrigo e vice-versa.
Todas as visitas realizadas em Instituições da cidade de Salvador - BA, foram essenciais para conhecer a realidade dos abrigos e
as condições em que as crianças e adolescentes vivem, além de conhecer as reais necessidades dos mesmos e seu funcionamento.
Estas informações foram essenciais para a execução do programa de necessidades e do pré-dimensionamento desse projeto.
Segundo informações obtidas no site Aldeias Infantis, é uma organização não-governamental e sem fins lucrativos, que acolhe e
dá assistência às crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, promovendo ações na defesa dos direitos das mesmas, por meio do
desenvolvimento sócio comunitário. Foi fundada em 1949, na Áustria, pelo educador Hermann Gmeiner e inicialmente, tinha como
objetivo acolher crianças órfãs e vítimas da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, trabalham no amparo de crianças e adolescentes
em situação de risco social e pessoal, e que foram afastadas do convívio familiar, visando a garantia dos direitos deles, através de
ações voltadas às comunidades, famílias e à saúde.
A cidade de Manaus, no Amazonas, é um dos locais que abriga as Aldeias no Brasil. O projeto foi concebido pelo arquiteto
Severiano Porto, em concluído em 1997. É composta por pequenas comunidades, com dez a doze casas-lares, que abrigam entre
sete e nove crianças, de diferentes idades e ambos os sexos. Cada casa, possui uma Mãe-social, que é responsável pelas menores,
além de possuir sua própria rotina, sempre prezando pelo direito à alimentação, educação, lazer, convívio familiar, entre outros. As
Aldeias são mantidas através de doações e de parcerias com empresas, além de obter convênios com o Poder Público.
Segundo Rovo e Oliveira (2004), foi projetado e pensado minuciosamente, para integrar o conjunto ao meio natural, bem como
ao contexto urbano, atendendo as necessidades do programa e bem-estar das crianças. Ocupa uma área de 6.431,22 m², e
contempla, escola de mães e alojamento para visitantes, além de casa do zelador, casa das tias e casa dos dirigentes.
O conceito de aldeia se sustenta pela integração das casas-lares aos espaços de uso comum como circulação coberta,
auditório, jardim de infância, biblioteca infantil, área de esportes e lazer, que também são frequentados pelas comunidades vizinhas.
(ROVO E OLIVEIRA, 2004). A circulação coberta foi construída em madeira e folhas de palmeira, referenciando à cultura local, como
as ocas indígenas. Esta área coberta, é utilizada para diversas atividades como o lazer das crianças em dias de chuva, atividades
educativas ou simplesmente, utilizado para circulação, sendo este o principal local de convívio, permitindo a integração física e social
da comunidade.
As edificações foram dispostas pensando na ventilação cruzada por todos os edifícios, visando na orientação adequada do sol
de Manaus, bem como dos ventos dominantes. Sua volumetria cria áreas de cheios e vazios, de sombra e luz, além de possuir
janelas com venezianas móveis melhorando, assim, a ventilação e iluminação nos ambientes.
Fig. 25 Esquema de ventilação cruzada Fig. 26 Janela com venezianas móveis
A região onde está localizado o terreno, segundo a LOUOS (2016), pertence a Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)
(Figura 31), sendo classificada no subgrupo ZEIS 1, assentamentos precários. (Figura 32).
ÁREA ONDE
LOCALIZA-SE
O TERRENO
s Data: 26/02/2018
De acordo com a LOUOS, os abrigos de medidas protetivas para crianças e adolescentes, se enquadra no grupo não
residencial, compatível com a vizinhança residencial (nR01-06). De acordo com o enquadramento de usos por grupos e
s Data: 26/02/2018
subcategorias de uso não residencial, pertence ao Quadro 06, definido como serviços de educação e assistência social (Tabela 7),
sendo permitido este tipo de uso na ZPR 2 (Tabela 8).
s Data: 26/02/2018
s Data: 26/02/2018
De acordo com o livro O Caminho das Águas em Salvador (2010), na segunda metade do século XIX, as terras que
correspondem aos bairros Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, o Nordeste de Amaralina e as localidades
Areal, Boqueirão e Nova República eram grandes fazendas que mais tarde foram loteadas. Parte da ocupação foram de pessoas
que vieram do interior para trabalhar, inicialmente, nas fazendas e mais tarde, nas casas de veraneio como empregadas domésticas,
lavadeiras e caseiros nas imediações da Praia de Amaralina.
As casas eram de taipa, não tinham energia elétrica e água encanada, além de uma espaçada população, foram o que deram
origem ao bairro, que hoje é conhecido como uma “ilha popular” entre os bairros que são considerados de alta renda. O comércio é
forte variado, sendo ele uma das principais fontes de renda dos seus moradores.
O bairro do Nordeste de Amaralina, é um bairro periférico, com comunidade carente, além de possuir poucas áreas de lazer,
sendo o seu potencial o comércio. Portanto, percebe-se que a maioria das edificações do entorno são residenciais (Figura 33), sendo
que as predominâncias são de edificações entre 1 a 3 pavimentos (Figura 34).
Fig. 34: Gabarito
Fig. 33: Tipos de Uso
Fonte: Gleicy Kelly Santana Data: 15/04/2018 Fonte: Gleicy Kelly Santana Data: 15/04/2018
É possível perceber que o entorno possui hospitais próximos como o Teresa de Lisieux e o Hospital Aliança, entretanto não
possui hospitais públicos nas proximidades. Em relação a área de lazer, o mais próximo é o Parque da Cidade, com uma vasta área
verde.
s Data: 26/02/2018 s Data: 26/02/2018
O Nordeste de Amaralina, é cortada por uma importante via que é a Avenida Juracy Magalhães Júnior, que dá acesso à vários
bairros da cidade. O mapa abaixo, indica a mobilidade da área em estudo (Figura 36). A Avenida Juracy Magalhães Júnior é bem
atendida de transporte público, entretanto, a região onde localiza-se o terreno não possui transporte público de fácil acesso.
Segundo as Orientações Técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes, do Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate à Fome – MDS (2009), os Abrigos, devem estar inseridos em locais com predominância residencial e parecer o
mais próximo possível de uma residência comum, para que esse público possa se sentir acolhida e em família. A região de Nordeste
de Amaralina, é predominantemente residencial, possuindo poucas áreas de lazer.
s Data: 26/02/2018
PROJETO DE ARQUITETURA
Fonte: www.leiturinha.com.br Data: 15/04/2018
s Data: 26/02/2018
s Data: 26/02/2018
Utilizar da função do Cubo Mágico, como premissa para criar volumetrias com elementos coloridos e com sentidos diferentes
para remeter aos deslocamentos do Cubo Mágico. Além de elementos que desenvolva o raciocínio das crianças e adolescentes e,
formas geométricas que se pareçam com peças de um quebra cabeça.
s Data: 26/02/2018
Segundo Pires (2015), o Cubo Mágico foi criado em 1974, por Erno Rubik, inicialmente, com o objetivo de ajudar os estudantes
de Arquitetura com o conceito de terceira dimensão. No entanto, atualmente pode ser trabalhado por todas as idades, promovendo
s Data: 26/02/2018
a interação social, a concentração e o raciocínio.
O Partido Arquitetônico, busca privilegiar a áreas de lazer e convivência, promovendo, assim uma interação entre os espaços internos
e externos. A preocupação quanto a este projeto, é que todas as áreas abracem o projeto, com áreas aconchegantes e confortáveis,
fazendo com que as crianças e adolescentes queiram permanecer nestes espaços, seja brincando ou relaxando.
s Data: 26/02/2018
10.3.1 Principais diretrizes do projeto
Inserir vegetação, com o objetivo de aproximar as crianças e adolescentes da natureza, incentivando assim, a sua
preservação;
Utilizar cores na fachada, para promover o desenvolvimento, a criatividade e interação social;
Propor um centro de atividades, onde as crianças possam ter aula de artes com oficinas de desenho e pintura, aulas de
informática, além de acompanhamento com professores para reforço escolar em que o público externo possa participar,
aproximando, assim, os menores à comunidade;
Propor área de convivência, lazer e interação social.
s Data: 26/02/2018
O Edifício Apoio, conta com todo setor administrativo, apoio e acompanhamento psicológico e pedagógico das crianças e
adolescentes e suas famílias, além do centro de atividades.
10.4.2 Residência
Tab. 11: Programa de necessidades e pré-dimensionamento residência
RESIDÊNCIA
TÉRREO
AMBIENTE QUANTIDADE ÁREA (m²)
SALA DE TV /
1 116.86
BRINQUEDOTECA
SANITÁRIO FEMININO 1 10.63
SANITÁRIO MASCULINO 1 10.20
SANITÁRIO PCD 2 7.01
FRALDÁRIO 1 8.39
QUARTOS 2 55.82
BERÇÁRIO 1 23.12
QUARTO CUIDADORA 1 9.80
SANITÁRIO CUIDADORA 1 3.15
ROUPARIA 1 6.80
LAVANDERIA 1 11.26
ROUPA SUJA 1 3.24
LIXO 1 8.37
A casa é composta por dois pavimentos, com um berçário e mais cinco quartos, sendo um adaptado. Conta, ainda, com toda
estrutura de cozinha, refeitório, área de26/02/2018
s Data: serviço, área de lazer e estudos, entre outros. A residência, possui toda estrutura de conforto,
segurança, alimentação e necessidades essenciais para os moradores, além de promover a sensação de lar.
Abaixo, (Figura 48) exemplo de parque infantil e da aplicação deste piso que serão utilizadas neste projeto. No Brasil, uma
das empresas que faz instalação deste piso é a Oikotie, localizada no Rio de Janeiro. Uma empresa de arquitetura e design
especializada em parques infantis. Foi através dos projetos desta empresa, que surgiu a ideia de criar este espaço no abrigo.
s Data: 26/02/2018
Fig. 47: Área externa
s Data: 26/02/2018
Fig. 48: Área de convivência e Parque Infantil
s Data: 26/02/2018
Fig. 49: Parque Infantil
s Data: 26/02/2018
Fig. 50: Portaria
s Data: 26/02/2018
Fig. 51: Quarto das crianças
s Data: 26/02/2018
Fig. 52: Sala de TV e brinquedoteca
s Data: 26/02/2018
Fig. 53: Sala de TV e brinquedoteca
s Data: 26/02/2018
Considerações finais
Diante da situação encontrada nos abrigos visitados na cidade de Salvador, muitos sem infraestrutura adequada para acolher
as crianças e adolescentes, causou uma indignação e, abriu espaço para um projeto que possa ser referência para muitas
Instituições. O projeto tem como objetivo, atender as necessidades básicas dos menores abrigados, como alimentação, segurança,
moradia, educação, entre outros.
Apesar de, ao longo da história, as crianças e adolescentes terem conquistado muitos direitos, ainda hoje há menores sendo
abandonados, passando fome, sofrendo violência e muitas vezes, encontram-se fora da escola. Ainda que, tenha sofrido muitos
traumas antes de chegar ao abrigo, elas podem, através deste projeto, retomar sua infância, voltar a sonhar e, ter a sensação de
lar, respeitando a privacidade de cada um.
CADASTRO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Salvador: Prefeitura de Salvador, 05 nov. 2016.
Disponível em: <http://www.cmdca.salvador.ba.gov.br/index.php/cmdca.html>. Acesso em: 08 mar. 2018.
CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO: Relatórios estatísticos. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 20 mar. 2018. Disponível
em: <http://www.cnj.jus.br/cnanovo/pages/publico/index.jsf>. Acesso em: 20 mar. 2018.
CARVALHO, Leandro: História do abandono de crianças no Brasil. Escola Kids, 05 dez. 2011. Disponível em:
<http://escolakids.uol.com.br/historia-do-abandono-de-criancas-no-brasil.htm>. Acesso em: 08 mar. 2018.
CLIMA. Salvador: Laifi, 30 nov. 2011. Disponível em: <http://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=3227&idC=59484#>. Acesso em: 25
abr. 2018.
ESTUDO APONTA QUE 2,7 MILHÕES DE CRIANÇAS MORAM EM ABRIGOS. São Paulo: Caio Lencioni, 29 dez. 2017.
Disponível em: <http://observatorio3setor.org.br/carrossel/estudo-aponta-que-27-milhoes-de-criancas-moram-em-abrigos/>.
Acesso em: 08 mar. 2018.
GUEDES, Carina Ferreira: Acolhimento Institucional na Assistência à Infância: o cotidiano em questão. São Paulo: Carina
Ferreira Guedes; Ianni Regia Scarcelli, 20 abr. 2014. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822014000500007>. Acesso em: 08 mar. 2018.
LOBO, Isadora. Abrigo Institucional para Crianças e Adolescentes. Salvador, 16 jun. 2017. Acesso em: 08 mar. 2018
PAES, Janiere Portela Leite. O código de menores e o estatuto da criança e do adolescente: avanços e retrocessos. 21
maio 2013. Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/o-código-de-menores-e-o-estatuto-da-criança-e-do-
adolescente-avanços-e-retrocessos>. Acesso em: 12 mar. 2018.
PAGANINI, Juliana. A Criança e o adolescente no Brasil: uma história de tragédia e sofrimento. Boletim Jurídico,
Uberaba/MG, a. 12, no 752. Disponível em: <https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=2195> Acesso em:
10 mar. 2018.
POR UM REGIONALISMO ECO-EFICIENTE: a obra de Severiano Mário Porto no Amazonas. Rio de Janeiro: Vitruvius, 20 abr.
2004. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/594>. Acesso em: 20 abr. 2018.
SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: Estatísticas de violações por direito violado. Brasília, 31
dez. 2017. Disponível em: <http://www.sipia.gov.br/CT/?x=EmI3*QLtpSm*ksRqOtZo2g>. Acesso em: 11 abr. 2018.
TRANS SALVADOR: linhas de ônibus. Salvador: Prefeitura de Salvador, 20 maio 2017. Disponível em:
<http://www.transalvadorantigo.salvador.ba.gov.br/homologacao/?pagina=onibus/onibus>. Acesso em: 25 abr. 2018.
1- Planta de localização
2- Planta de situação
3- Planta baixa térreo Residência e Ed. Apoio
4- Planta baixa primeiro pavimento Residência e Ed. Apoio
5- Planta baixa segundo pavimento Ed. Apoio
6- Cortes e fachadas residência
7- Cortes e fachadas edifício apoio
8- Detalhamentos