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TRABALHO DE CURSO 2
RECIFE
JUNHO 2018
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TRABALHO DE CURSO 2
RECIFE
JUNHO 2018
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RESUMO
LISTA DE FIGURAS
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter soprado vida em meu ser, por estar comigo todos os dias e
permiti mais uma etapa conquistada, por nunca deixa nutri pensamentos de
desistência dos meus sonhos e objetivos, e pelo ensinamento de que, sonhos
existem para ser realizados e obstáculos para serem ultrapassados.
Da mesma forma sou eternamente grata por minha família, por estarem sempre
dispostos a me encorajarem, por se fazerem presentes nas madrugadas na
elaboração de maquetes, desenhos técnicos etc. Pelo cuidado, amor, orientação e
por sonharem juntos comigo.
LISTA DE SIMBOLOS
Km – Quilômetros
M² - Metros quadrados
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12
1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 16
2 O ESPAÇO COMUM..................................................................................... 20
3 REFERECIAL PROJETUAL............................................................................ 28
3.1.2 Objetivos..................................................................................................... 30
3.1.3 Metodologia................................................................................................ 34
3.2.2 Objetivos..................................................................................................... 39
10
3.2.3 Metodologia................................................................................................ 44
4.1.4 Infraestrutura.............................................................................................. 58
5 DIRETRIZES E AÇÕES................................................................................... 63
Ação 01: Redução da largura das vias para veículos e criação de passeios com 64
vegetação e mobiliário público.....................................................................
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS............................................................................... 92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................... 93
APÊNDICE ........................................................................................................... 97
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INTRODUÇÃO
O objetivo geral do trabalho é propor diretrizes para revitalização urbana para Lagoa
de Santa Tereza em Olinda-PE e do seu entorno. Os objetivos específicos são
Compostos por propostas e diretrizes urbanísticas e ambientais; contribuições para
melhoria da segurança urbana; e propiciar o sentimento de pertencimento da
população, a partir da melhoria do espaço público.
Para definir toda extensão da Lagoa e seu entorno, será realizado um levantamento
da área com o uso da ferramenta Google Earth, com o intuito de obter informações
da atual situação urbanística, ambiental, comercial e residencial da mesma. Serão
realizadas entrevistas com historiadores e arquitetos da prefeitura de Olinda, para
compreensão do cenário atual da Lagoa de Santa Tereza, no sentido de coletar
dados para multiplicidade do uso do perímetro de estudo e suas adjacências.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Para propor mudanças em áreas urbanas mal utilizadas e ociosas faz necessário
entender no contexto urbanístico qual método será utilizado no processo de
reconversão da área urbana degradada, qual meio será viável para dar existência ao
espaço comum e de que forma é possível devolver vida ao lugar. Sendo assim, é
importante ter conhecimento de que recurso será adequado para o funcionamento
correto do espaço público, pois é indispensável distinguir entre reabilitação,
revitalização e requalificação urbana.
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Figura 02: Centro da Cidade de Bituruna - PR Figura 03: Centro da Cidade de Bituruna – PR
Fonte: Skyscrapercity.com,2017.
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A revitalização também tem a função de dar vida ao que está sem valor, com o
objetivo de atrair estimulo financeiro e social, tornar o espaço envolvente e
acolhedor, sendo utilizada em espaços que possuam ou não identidade e atributos
fortes (CARTA DE LISBOA, 1995). Como se exemplifica Figuras 05 e 06, que
mostram a feira Praça do Arsenal e Rio Branco, no bairro do Recife, Recife Antigo –
PE.
Fonte: divulgue-cidades.blogspot,2009
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2 O espaço comum
Quando o espaço público não é planejado adequadamente e as pessoas não são
priorizadas como deveriam ser, os resultados são péssimos. Isso contribui
diretamente para o crescimento da violência, para exploração sexual, principalmente
de menores de idades, para áreas inativas em total decadência, trazendo doenças
às pessoas e insegurança no percurso. Se o espaço público não possibilitar
relacionamento entre pessoas, ele excluirá fortemente o objetivo do adequado
planejamento do ambiente coletivo.
A cidade só se torna viva quando sua utilização é feita pelas pessoas. É preciso
favorecer o contato visual de quem está dentro com quem está fora, por exemplo, de
uma loja, com sua fachada permeável, passando a cooperar com o relacionamento
no espaço público. Esse contato pode ser dado por áreas convidativas, sendo elas,
fachadas e varandas em estabelecimentos comercias, em ambiente público ou
privado, calçadas, parques, praças, pocket park, parklet, ruas, esquinas, vias,
bairros, limites, que convidem para uma simples pausa, ou no caso de comércios,
com fachadas envidraçadas, sendo atraentes a quem passa, induzindo a parada,
que implicará na entrada, causando necessidade de permanência, o que trará
desejo de deslocar-se para outros estabelecimentos, talvez para tomar um café,
fazer um lanche ou almoçar, descansar ou comparar preços.
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Gehl afirma que a cidade precisa ser sustentável, acessível, viva, segura e saudável
em todas as fases do ano, não apenas em período festivos, como no carnaval da
cidade de Olinda, Pernambuco.
De acordo com Gehl (2015), é significativo que bares, lojas, escolas, restaurantes,
órgãos públicos estejam em locais por onde as pessoas façam seu percurso a pé,
tornando o itinerário agradável e seguro, pois o caminho passa a ser mais curto,
provocando contentamento em quem faz esse roteiro.
Jan Gehl (2015) afirma que para obter uma excelente cidade é primordial gerar
caminhos agradáveis, que proporcionem encontros entre pessoas, atividades físicas,
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A insegurança pode ser provocada por variados fatores no espaço público. Todos se
sentem mais seguros quando há uma grande quantidade de pessoas nas áreas
comuns. São bastante corriqueiras as pessoas que não frequentam determinados
ambientes, e ao pedir orientação são aconselhadas a irem por lugares mais
movimentados.
Por mais que a sociedade busque privacidade e sejam na sua grande maioria
egocêntrica, a segurança no meio público para elas não acontece apenas por
policiamento, também se sente segura quando está sendo olhadas por pessoas que
possuem os seus mesmos princípios.
O que une os olhos vigilantes de uma rua é esse sentimento de serem seus
‘proprietários naturais’. O espaço que supervisionam é, de certa forma, o
espaço de todos. Nesse sentido, é mais do que público, ou não é apenas
público. Pertence a todos em comum, em função das relações que mantêm
com ele, ou dentro dele, e graças a ele. Por isso, o exercício do controle é
um poder e um dever. Mais do que simples usuários, os “proprietários
naturais” da rua são cúmplices (NELSON,1985, p.93).
Gehl (2015) diz: aqui não interessam as grandes linhas da cidade ou a espetacular
implantação dos edifícios, mas a qualidade da paisagem humana tal como percebida
por aqueles que caminham ou por aqueles que permanecem na cidade.
A Figura 07 mostra que a Rua São Francisco no bairro de mesmo nome sofreu uma
revitalização, com implantação de bares, restaurante, ciclovia mudando a vida
noturna do lugar.
Quando a paisagem urbana faz parte do cotidiano do individuo, tudo aquilo que é
percebido pelo mesmo, passa a acarretar vínculo ao seu ser psicológico e
emocional, criando relacionamento da paisagem com o ser (CULLEN 2009).
Uma cidade é algo mais do que o somatório dos seus habitantes: é uma
unidade geradora de uma excedente de bem - estar e de facilidades que
leva a maioria das pessoas a preferirem - independentemente de outras
razões - viver em comunidade a viverem isoladas (CULLEN, 2009, p.19).
A relação entre a cidade e a pessoa se dá nos elementos encontrados nela. Seja ele
um estabelecimento comercial, um ponto de ônibus, posto policial, edifício
empresarial ou residencial, um parque, food truck (caminhão de comida), seja qual
for a esfera encontrada no espaço público, ela trará uma relação de diferentes
formas por quem o percebe (Gehl, 2015).
É corriqueira a forma de utilizar o espaço público para se localizar. Cada pessoa tem
uma enorme ligação com algum elemento da sua cidade, onde cada imagem vista
por quem passa irá marcar no seu psicológico e emocional, trazendo lembranças e
interpretações de grandes significados. Muitas são as relações de sentimentos
gerados em cada ser, nesta inter-relação de cidade e pessoa. Essas associações
podem ser marcadas no ser humano por edificações marcantes, devido a sua forma
arquitetônica ou por possuir uma simples forma construída. Tudo que existe no
ambiente coletivo irá causar algo em alguém, levando diferentes sensações, sendo
sensações boas ou lembranças ruins. Mas, de toda forma, irá causar algum tipo de
sensação psicoemocional, devido ao vínculo entre ambos. Quando se tem o
conhecimento de algo, logo se tem a segurança de conhecer o local. Assim é nas
cidades, quando o ambiente é conhecido, seja as curvas de uma avenida, que antes
era motivo de apreensão, o estreitamento de ruas ou a certeza de possuir uma
padaria em determinada região, só se dá por já dispor da ciência do espaço, tirando
toda a insegurança durante a caminhada. Isso se torna possível devido à leitura
legível que a própria imagem urbana oferece (LYNCH, 1997).
Ainda segundo Lynch (1997), a relação dos elementos móveis de uma cidade em
especial as pessoas, com o espaço público se dá na forma que elas se localizam
geograficamente no espaço. Pois, a construção da imagem da área comum resulta
de um processo entre o observador e o meio público, gerada a partir da
compreensão da cidade, por ser legível na leitura da sua forma, da diferenciação de
um elemento com outros, pois, cada um tem sua identidade e clareza na imagem
descrita pela cidade.
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casa, que proporciona a utilização que cada ser deve ter como parte do sua rotina
(GEHL, 2015).
Figura 09: Rua da Imperatriz, Recife. Figura 10: Mercado no Afeganistão – Ásia.
Figura 11: Times Square na primavera 2009 Figura 12: Times Square no verão 2009
3 REFERENCIAL PROJETUAL
Os conteúdos expostos nos estudos de caso serviram como exemplos para
embasamento nas propostas de requalificação da Lagoa de Santa Tereza.
Os parques escolhidos como estudos de caso foram selecionados com objetivo de
levantar informações dos resultados das ações propostas para ser usado no
trabalho de pesquisa, pois as ações feitas no Parque Capibaribe e no Parque
Cantinho do Céu, foram intervenções que gerarão vida na área urbana, sendo um
ambiente bastante convidativo oferecendo diversidade nas atividades, com utilidade
do local em vários horários, atendendo todas as faixas etárias, chamando as
pessoas para rua, contribuindo com o espaço público. Servindo com excelente
modelo para definir as diretrizes e ações da Lagoa de Santa Tereza.
Este Parque possui características reais dos bons resultados em que já foi
implantado e no que será feito, sendo notadas as potencialidades físicas e
ambientais vistas no mesmo, contribuindo para as propostas que serão feitas neste
trabalho.
pessoas, com passeios e ciclovias; inclui, também, a preservação dos caminhos que
as capivaras percorrem. Uma das finalidades encontrada na proposta do projeto é
produzir interação das pessoas com o parque, o rio e os animais, convívio entre os
cidadãos, comércio, ciclistas e os veículos. É apresentado também píeres em alguns
pontos para pequenas embarcações, passarelas que interligam parques, plantio de
árvores e acréscimo do solo permeável, refúgio ambiental, passarelas panorâmicas,
janelas com vistas para o rio em locais comercias, como no supermercado Carrefour
e revitalização das praças. A Figura 13 representa a proposta do Parque Capibaribe.
Figura 13: Mapa do Recife e área de influência do Parque Capibaribe em verde claro.
3.1.2 Objetivos
O objetivo para interferência no bairro das Graças, que foi o ponto de partida para
implantação do Parque Capibaribe, foi de conceber conexão de quem utiliza o rio e
espaços verdes, novas áreas para convivência coletiva ao longo da margem dando
um ambiente vivo, saudável e sustentável, um caminho que favorece no percurso
para pedestres e ciclistas entre comércios, instituições, residências ou lazer. Para a
elaboração do projeto, foram estipulados cincos princípios básicos: chegar,
percorrer, abraçar, atravessar e ativar. O chegar tem o alvo de viabilizar caminhos
de grande dinamismo urbano com o intuito de promover passagem até as margens
do rio (INCITI – UFPE, 2017).
E o ativar, possui o desígnio de gerar vida pública com diversidade no uso nas
margens do rio (INCITI – UFPE, 2017).
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3.1.3 Metodologia
Por hora, o Parque Capibaribe foi executado e inaugurado em sua primeira etapa no
Jardim do Baobá, no bairro das Graças, e sua segunda etapa entre a Ponte da Torre
e a Ponte da Capunga do mesmo bairro, que é a segunda fase do Parque linear,
teve início em junho do ano 2017 e possui termino previsto para até o fim do mês de
maio do ano seguinte. A primeira fase iniciada no Jardim do Baobá obteve êxito nos
seus 100m de extensão. Os equipamentos públicos oferecidos à sociedade têm sido
bem aproveitados por elas. O Jardim do Baobá recebe diversas atividades em
diferentes horários. Festas são realizadas no piso verde encontrado no local e,
muitas vezes, ocorrem festas simultâneas de crianças, na mesa de comprimento
generoso; também localizado no espaço do Jardim, o píer é utilizado de varias
formas, muitos usam para banho de sol em horários específicos, outros para
contemplação da natureza e contato com o rio e da mesma forma é usado para
desembarque de barcos. Piqueniques, brincadeiras entre crianças, pontos de
encontros, momentos de lazer e descanso são vistos no Jardim. A recepção desse
espaço pela sociedade foi tão positiva que o local é tratado como continuidade de
suas casas.
Estará contido nessa segunda fase equipamentos urbano, píer, ciclovias, dois
espaços de descanso e observação da natureza, mirante, passarelas sobre o rio e
duas vias, que serão divididas entre bicicletas e carros (jconline.ne10.uol.com.br,
2017). A Figura 21 mostra a proposta simulada do local divulgada pela Prefeitura do
Recife.
Fonte: arqbacana.com,2015.
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3.2.2 Objetivos
foi dado segundo o entendimento das vias existentes, com o objetivo de consolida-
las, juntando os três loteamentos com a malha viária do entorno. Devido a essas
alterações, foi preciso a criação de novas ruas, escadarias e vielas, dando adequada
mobilidade a vários pontos de importância do parque e a união com o seu entorno.
Também foram criadas ruas com espaços para pedestres e automóveis, inclinação
de pisos e diferenças em materiais que contribua com a permeabilidade
(ARCHDAILY, 2013).
3.2.3 Metodologia
Recife – PE Grajaú – SP
LOCALIZAÇÃO
A Figura 38 mostrará a Lagoa de Santa Tereza no ano que o IPHAN tombou ela
mais o Colégio Convento de Santa Tereza e Capela de Nsa. Sra. do Desterro, em
1938.
Baseado na visita a área de estudo, foi percebida que as ilhas de calor são mais
sentidas nas avenidas arteriais (Av. Olinda e Av. Agamenon Magalhães), pois existe
o déficit de vegetação, as vias locais apresentam poucas vegetações, porém
comparando as arteriais, o nível de calor é menor. As ilhas de amenidades não
chegam melhorar significativamente a temperatura, segundo o Plano Diretor da
cidade de Olinda a Lagoa de Santa Tereza está na RPA 8, que é um setor de
preservação rigorosa, cujas características deverão ser mantidas, obedecendo a um
rígido controle de intervenções, porém, as demais ilhas de amenidades poderá
sofrer alterações caso seja conveniente para prefeitura disponibilizar terreno para
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O bairro de Santa Tereza não possui vegetação significativa, de forma que torne o
caminhar agradável, pois em horários em que a temperatura está no seu ponto
máximo, fazer o percurso a pé ou de bike torna insuportável. O índice de vegetação
significativa é encontrada na Lagoa de Santa Tereza e no mangue localizado entre a
Rua Santa Tereza, Rua Chá Grande e o Rio Beberibe. A Figura 45 exibe esses
locais.
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A Lagoa de Santa Tereza está entre três principais vias arteriais: Av. Olinda, Av.
Agamenon Magalhães e Av. Presidente Kennedy. O Complexo Rodoviário de
Salgadinho foi implantado com o objetivo de gerar melhoria para a articulação do
tráfego, ligando Olinda e Recife e suas mediações. Porem, com o aumento da
quantidade de veículos os pontos de conflitos se intensificaram. Baseado em dias
de observação e Waze no Google Maps, foi percebido que estas são vias de
intensos fluxos de segunda a sexta nos horários entre 6h:30-11h:10 no sentido
Olinda-Recife e nos horários entre 16h:40-20h:25 no sentido Recife-Olinda. As
Figuras 46 e 47 abaixo, demostram os sentidos das vias e seus fluxos.
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ALTO FLUXO
MÉDIO FLUXO
Dezoito linhas de ônibus passam no sentido norte sul, saindo do distrito de Olinda
para Recife. Dez dessas linhas vêm pela Panordestina e duas da Presidente
Kennedy (Peixinhos-Giradoro), essas linhas se encontram na Av. Agamenon
Magalhães, no trecho da Lagoa e as seis restantes passam na Av. Olinda. As
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4.1.4 Infraestrutura
A Lagoa de Santa Tereza, Rua de Santa Tereza, Rua Duarte Coelho e Convento de
Santa Tereza, estão na ZEPC 4. Essa área se caracteriza como área de
preservação de edificação, em conjunto ou isolada, de valor histórico-cultural, as
ZEPC são classificadas em quatro, que são: ZEPC 01 – Santuário da Mãe Rainha;
ZEPC 02 – Sítio Histórico Bonsucesso-Monte; ZEPC 03 – Sítio Histórico Carmo-
Varadouro; ZEPC 04 – Sítio Histórico Santa Tereza.
Sítio Histório (ZEPC 4), conjunto ou monumento isolado (ZEPC 2) e ruínas (ZEPC
3). Há uma lei especifica para as ZEPCs, Lei n° 4.849/92 - Legislação Urbanística
dos Sítios Históricos de Olinda institui no Município de Olinda, as ZEPC e Zonas de
Entorno do Sítio histórico, definindo as normas urbanísticas para estas áreas, tendo
em vista a melhoria da qualidade de vida dos moradores e preservação e
valorização dos bens culturais, arquitetônicos e naturais (LEI n° 4.849/92).
No bairro de Santa Tereza está contido a Ilha do Maruim que é classificada pelo
Plano Diretor do Município de Olinda com ZEIS (Zona Especial de Interesse Social),
baseado na característica da localidade.
5 DIRETRIZES E AÇÕES
Por conseguinte, este capítulo tem por finalidade essencial expor diretrizes para a
requalificação urbanística e ambiental da Lagoa de Santa Tereza e seu entorno.
As intervenções propostas para Lagoa irá gerar influência em Olinda de forma direta
e nas cidades e bairros vizinhos, pois sua extensão é um grande e notável
equipamento público. Para esta área será proposto, um ambiente convidativo,
induzindo e gerando encontros, contribuindo com a permanência, tornando o local
ativo e seguro, favorecendo o seu uso, tornando-o coletivo e múltiplo com atividades
esportivas, de lazer, de cultura, ambiental e com mobilidade, acessibilidade e
infraestrutura.
Ação 01: Redução da largura das vias para veículos e criação de passeios com
vegetação e mobiliário público.
Enquanto o conceito de construir mais vias para melhora o transito for planejada,
jamais será alcançada uma área coletiva de qualidade. Segundo Gehl (2015)
construir vias adicionais é um direito à aquisição e ao uso de mais automóveis.
Assim como em Embarcadero (Figura 59), larga via expressa em São Francisco nos
Estados Unidos, que foi fechada depois do terremoto de 1989, onde as pessoas
rapidamente adaptaram seu comportamento no trânsito e o tráfego residual
encontrou outras rotas, será promovida (Figura 60) para as avenidas (Agamenon
Magalhães e Olinda) que circundam a Lagoa a mesma mudança, não sendo
necessário o fechamento das vias, mas uma reorganização em prioridades no meio
urbano, onde o eixo central terá passeios para pedestres e ciclistas, com o objetivo
de viabilizar caminhos de grande dinamismo urbano com o intuito de promover
conectividade entre as pessoas e o espaço público.
Atualmente as avenidas que passará por intervenções, possui quatro faixas para
veículos sendo duas sentido Olinda - Recife e as outras sentido Recife - Olinda.
Com a implantação do eixo central na Av. Agamenon (com largura de 9,10m nos
dois sentidos e no passeio central com 2.25m, em áreas sem estreitamentos, as
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faixas para carros particulares ficará com 2,40m, transporte público com 2,90m e
eixo central com 8.67m, conforme mostra a Figura 59.
Na Av. Olinda as faixas para carros (Figura 61) terão 2,25m, ônibus 2,70m e eixo
central 4,80m. Parte dessa faixa central da Av. Agamenon Magalhães passará
dentro do Parque Memorial Arco Verde e se encontrara com o eixo da Av. Olinda no
limite do Parque, sentido Recife (Figura 61).
A horta comunitária (Figura 73) será próximo ao núcleo ambiental, pois o que será
produzido como adubo orgânico e as ferramentas serão aproveitadas. O proposito
da implantação é propiciar apego pelo local e criar interação entre pessoas, em um
espaço cultivado como os jardins de suas casas. A horta pública é de fato a
extensão da casa de cada cidadão, que cuida e produz para seu próprio consumo. A
proposta será semelhante a Horta das Corujas (Figura 73) que está localizada em
uma praça pública no meio da cidade, na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo. A
principal proposta foi criar um espaço que fosse gerador de convívio social e
educação ambiental. Na horta os moradores do bairro tem total liberdade para ser
voluntário no ensino de cultivar, é o que normalmente é visto acontecer com os
frequentadores da praça. O projeto também propõe aprendizagem no usar o espaço
coletivo, seguindo as regras estabelecidas pela área e respeitando os usuários.
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A Lagoa é uma ZEPC, (proteção rigorosa) não poderá sofrer intervenções que
venha danificar o ambiente natural (Figura 81). Mesmo com partes aterrada, o
mangue ainda é predominante no local, por determinado tempo ele foi utilizado para
criação de aninais. Sua extensão (Figura 82) é propicia para conceder um bom
espaço para pratica de atividades físicas, por conseguinte as atividades esportivas
promove uma vida urbana saudável e agregam valores a vidas nas cidades, quando
o cotidiano dos espaços públicos for melhor para promover exercícios e gerar
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feriados. A Lagoa de Santa Tereza está em uma área de preservação rigorosa, por
isso a proposta desta implantação, é para manter o local de mangue sem mudanças
drásticas, contribuindo com o ambiente natural. O piso em madeira percorrerá toda a
extensão da Lagoa, permitindo uma interligação com as quadras esportivas
existentes (Figura 86) e anexadas à área de estudo e a Igreja e o Convento de
Santa Tereza. Concedendo as pessoas enquanto se exercitam, pedalam ou fazem
uma simples caminhada pelo deck a conhecerem as atividades oferecidas no
espaço público.
O bairro com o nome análogo a Lagoa, possui uma academia da cidade na Rua
Duarte Coelho (Figura 87), porem sua dimensão tem limitações no atende a
população residente do bairro e suas adjacências, pois sua estrutura não suporta,
devido ao seu limite de capacidade. Com a implantação da academia do bairro na
Lagoa, a colaboração para a pratica de atividades físicas contribuirá para saúde
física e mental das pessoas e trará vitalidade ao local, pois onde há gente, há
segurança e relacionamento, propiciando a permanência e gerando sentimento de
pertencimento. O ferro velho que está entre as quadras esportivas e a cimenteira
(Figura 88) não traz segurança durante o percurso a pé em dias diurnos, e isso
agrava em horários noturnos, pois sua fachada é sem vida, não proporciona uma
relação com quem passa. A proposta é desapropriar o ferro velho e implantar a
academia do bairro próximo às quadras existentes, primeiramente porque o local
possui um espaço exequível para implantação da academia, e segundo, que se
vincula com as quadras existentes e conversa com quem utiliza a pista de Cooper
(mascada no deck) enquanto as pessoas se exercitam e dialoga com quem transita
pela Av. Olinda, motivando a pratica de atividades por quem a percebe. Assim como
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Fonte: cambe.pr.gov.br,2011.
A Figura 90 mostrará os locais que será implantado serviços com diferenciação nos
produtos ofertados, e a 91 trará às áreas marcadas com imagens da situação atual
correspondente as numerações no mapa.
Todas as fachadas comerciais (Figura 92) voltadas para Lagoa terão permeabilidade
em todo extensão (vidro, grade, elementos vazados etc), sendo obrigatoriamente
interativa com o público, variada na oferta de serviços, cores e forma das fachadas,
interessante e convidativa para quem passa em diferentes velocidades. Se as
fachadas forem de esquina, todas as laterais serão transparente. A implantação de
comércio voltado a horário noturno como academia, bares, soverteria e cafés, trará
um ritmo de frequentadores significativo, colaborando ainda mais para gerar vida ao
local e chamando mais pessoas para as ruas.
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As fachadas são ativas não apenas por ter permeabilidade visual, ela pode ser ativa
na cor, volumetria, na forma das esquadrias etc. A Figura 93 trás exemplo de
fachadas interativas que será tomada como base para as fachadas comerciais
próximas a Lagoa.
Ação 01: Implantação de quiosques, food truck e eventos na área de aterro voltado a
Av. Presidente Kennedy.
Na área aterrada (Figura 95), é proposta a implantação de três food truck (Figura
96), com possibilidades de serem implantados outros) em que as mesas e cadeiras
de apoio ao mesmo, estarão em uma coberta feita de madeira com vegetação sobre
elas, conhecidas como caramanchão (Figura 97), sendo integrando com o meio. A
área para eventos estará em um local favorável tanto para quem esta consumindo
no food truck, quanto a quem passa pelo deck. Os quiosques (Figura 98) também
serão com estrutura de madeira e coberta com telha ecológica, pois assim como a
intenção do caramanchão de incorporar ao espaço que esta contido, assim será os
quiosques. Neles serão oferecidos serviços de cafeteria-lanchonete e bar-
restaurante, com horários diurno e vespertino e vespertino e noturno
respectivamente. O alvo é torna o local ativo em todos os horários, tendo frequência
de pessoas constantes.
Ação 03: Lazer e estímulos à permanência no deck e nas áreas aterradas da Lagoa
O piso será vazado no centro e protegido com guarda corpo e da mesma forma será
vazado na coberta com mesmo diâmetro do piso.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos de casos foram escolhidos devido aos seus exemplos de como torna o
espaço público um local pensado para pessoas, oferecendo diversidade no uso e
inclusão social, gerando vida no meio urbano.
REFERÊNCIAS
GEHL, Jan. Cidade Para Pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
JACOBS, Jane. Morte Vida das Grandes Cidades. 3. ed. São Paulo: Arquifonte,
2014.
RIO, Vicente del. Introdução ao Desenho Urbano. São Paulo: Time, 1990.
SANTOS, Carlos Nelson F. dos (Ed.). Quando a Rua Vira Casa. São Paulo: Projeto,
1985.
S. PAULO ZONA SUL: ÁGUA ESPRAIADA. São Paulo, 11 ago. 2017. Disponível
em: <http://jornalzonasul.com.br/tag/agua-espraiada/>. Acesso em: 07 set. 2017.
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