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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO DE CURSO 2

CIRLEIDE DOS SANTOS TAVARES DA SILVA

DIRETRIZES URBANÍSTICAS E AMBIENTAIS PARA


REVITALIZAÇÃO PARA LAGOA DE SANTA TEREZA,
OLINDA, PERNAMBUCO.

RECIFE

JUNHO 2018
2

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO DE CURSO 2

CIRLEIDE DOS SANTOS TAVARES DA SILVA

DIRETRIZES URBANISTICAS E AMBIENTAIS PARA


REQUALIFICAÇÃO LAGOA DE SANTA TEREZA, OLINDA,
PERNAMBUCO.

Projeto de Pesquisa desenvolvida pela aluna Cirleide dos


Santos Tavares da Silva, orientado pelo Prof.ª Ubirajara
Paz e, apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo
da Faculdade de Ciências Humanas Esuda como
1ªEtapa da disciplina de Trabalho de Curso 2, ministrada
pelas prof.as Claudia, Tavares Dayse Vasconcelos e
Betânia Maciel.

RECIFE

JUNHO 2018
3

RESUMO

No município de Olinda, é visível a carência de qualidade quando o assunto é


espaços públicos. A Lagoa de Santa Tereza e seu entorno é um forte exemplo da
mal utilização do ambiente coletivo, pois quando esquecida, dá margem a
insegurança e violência, contribuindo cada vez mais na ausência de pessoas nas
ruas, calçadas, vias, vielas etc. Olinda mostra vitalidade no uso público com mais
efetividade no período de carnaval, a cidade se torna viva, cheia de atividades
diferenciadas, porém a mesma não pode ser dinâmica apenas anualmente, é
necessário um circulo de atividades e serviços para proporcionar o uso diário do
ambiente público, tornando assim a cidade viva, segura, sustentável e saudável. É
notável que a lagoa e seu entorno possui grande potencial para oferecer e contribui
no espaço público. O objetivo geral do trabalho é propor diretrizes para revitalização
urbana da Lagoa de Santa Tereza e seu entorno, buscando embasamento através
dos procedimentos metodológicos de pesquisa bibliográfica voltada à diversidade de
usos no espaço público, inclusão de pessoas, impactos causados quando o
ambiente comum, que não é pensado para priorizar o ser humano; relação de
vinculo, identidade do individuo com a cidade e suas dinâmicas e a forma de tornar a
cidade convidativa a todos, também foi usado para enriquecer o trabalho
informações contida na legislação urbanística e ambiental do município, Lei de Uso
Ocupação e Parcelamento do Solo, Plana diretor de Olinda e estudos de casos.

Baseado nas necessidades encontradas, foram elaboradas diretrizes no propósito


de trazer melhorias na mobilidade, acessibilidade, revitalização da Lagoa, gerando
atividades de lazer e cultura, tornando o ambiente coletivo ativo. Verificou-se,
consequentemente, que o presente trabalho contribui para proporcionar uma boa
vida coletiva, pois o espaço público precisa oferecer lugar de encontro, permanência
e circulação, criando nas pessoas o sentimento de pertencimento.

PALAVRA CHAVE: Lagoa de Santa Tereza, revitalização urbana e ambiental,


cidade viva.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Edifícios em Portugal


Figura 02: Centro da Cidade de Bituruna-PR
Figura 03: Centro da Cidade de Bituruna-PR
Figura 04: Praça do Fogo-Centro de Bituruna-PR
Figura 05: Praça do Arsenal-Recife
Figura 06: Rio Branco-Recife
Figura 07: Rua São Francisco-Curitiba-PR
Figura 08: Favela de Paraisópolis e Morumbi-SP
Figura 09: Rua da Imperatriz-Recife
Figura 10: Mercado no Afeganistão-Ásia
Figura 11: Times Square na primavera 2009
Figura 12: Times Square no verão 2009
Figura 13: Área de influência Parque Capibaribe
Figura 14: Dinâmica do Espaço Público
Figura 15: Localização do Jardim Baobá
Figura 16: Ilustração do Principio Chegar
Figura 17: Ilustração do Princípio percorrer
Figura 18: Ilustração do Princípio abraçar
Figura 19: Ilustração do Princípio atravessar
Figura 20: Ilustração do Princípio ativar.
Figura 21: Simulação de playground entre Ponte da Torre e da Capunga
Figura 22: Área de Intervenção-Parque Cantinho do Céu
Figura 23: Área de Implantação Paisagística
Figura 24: Área de Implantação
Figura 25: Parque e entorno Cantinho do Céu
Figura 26: Fachadas Coloridas e Píer
Figura 27: Píer
Figura 28: Cinema
Figura 29: Parque Cantinho do Céu-Esportes Aquáticos
Figura 30: Parque Cantinho do Céu-Passeio
Figura 31: Quadra
Figura 32: Contemplação e Passeio
Figura 33: Parque Cantinho do Céu-Passeio
Figura 34: Parque e Entorno
Figura 35: Corte Esquemático
Figura 36: Corte Esquemático
Figura 37: Conjunto Habitacional Nova Jaguaré
Figura 38: Lagoa de Santa Tereza 1938
Figura 39: Zoneamento da Cidade de Olinda
Figura 40: Delimitação área de estudo
Figura 41: Zoneamento-Pontos Referenciais
Figura 42: Mapa do Uso do Solo
Figura 43: Mapa Gabarito Residênciais
Figura 44: Temperaturas ambientais de Santa Tereza
Figura 45: Vegetação
Figura 46: Sentido das Principais vias
Figura 47: Fluxos das Vias
Figura 48: Fluxos 6h:30-Olinda-Recife
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Figura 59: Antes e Depois da Embarcadero-São Francisco, EUA


Figura 60: Vias compartilhadas-Agamenon Magalhães
Figura 61: Modificações de Vias- Av. Olinda
Figura 62: Eixo central - Av. Agamenon e Olinda
Figura 63: Extensão da Lagoa
Figura 64: Faixa elevada na Av. Presidente Kennedy
Figura 65: Ciclofaixas Proposta e Conexões
Figura 66: Conexões das Ciclovias no eixo central
Figura 67: Calçadas e Rampas de acesso
Figura 68: Antes e depois Rio Cheonggyecheon
Figura 69: Localização do Parque Memorial e Propostas
Figura 70: Núcleo de Educação Ambiental – Jacareí-SP
Figura 71: Localização do Núcleo de Educação Ambiental
Figura 72: Eixo Central-Conexão Lagoa e Parque
Figura 73: Localização na Lagoa da Horta Comunitária e Proposta
Figura 74: Extensão Mangue e área aterrada
Figura 75: Extensão Mangue e área aterrada
Figura 76: Extensão do Deck-Planta Baixa Lagoa de Sta. Tereza
Figura 77: Deck-Proposta
Figura 78: Deck Sul-Brasília
Figura 79: Quadras de Esportes existentes
Figura 80: Academia da cidade existente-Rua Duarte Coelho
Figura 81: Ferro Velho próximo às quadras esportivas e cimenteira
Figura 82: Academia ao ar livre - Cambé - Paraná
Figura 83: Terreno para implantação de comércios
Figura 84: Situação atual de áreas ociosas e mal utilizadas nas Av. Olinda e
Agamenon Magalhães
Figura 85: Mapa marcação das fachadas ativas-comercio voltado a Lagoa
Figura 86: King William Walk-Greenwich
Figura 87: Entulhos na área aterrada
Figura 88: Área aterrada
Figura 89: Área de aterrada
Figura 90: Caramanchão
Figura 91: Quiosque com telha ecológica e estrutura em madeira
Figura 92: Implantação feira comunitária
Figura 93: Localização das mesas e redes
Figura 94: Localização das espreguiçadeiras
Figura 95: Píer
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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter soprado vida em meu ser, por estar comigo todos os dias e
permiti mais uma etapa conquistada, por nunca deixa nutri pensamentos de
desistência dos meus sonhos e objetivos, e pelo ensinamento de que, sonhos
existem para ser realizados e obstáculos para serem ultrapassados.

Da mesma forma sou eternamente grata por minha família, por estarem sempre
dispostos a me encorajarem, por se fazerem presentes nas madrugadas na
elaboração de maquetes, desenhos técnicos etc. Pelo cuidado, amor, orientação e
por sonharem juntos comigo.

À todos os professores da Faculdade Esuda que contribuíram direta e indiretamente


na minha formação acadêmica, em especial ao meu orientador Ubirajara Paz, pois
compartilhou seus conhecimentos acadêmicos e profissionais no trabalho de
graduação em especial.

Ao professor Francisco Buarque e as arquitetas Simone Barretto, Kesia Lima e Aline


Di Nardo (escritório Ar-Raçif), Maria Helena, Jessica Yale e a todos do ICPS da
Prefeitura do Recife, por me concederem conhecimento prático através do estagio,
por estarem sempre dispostos em ensina antes de passar qualquer atividade, e ao
longo do estágio, serem pacientes, gentis, longânimo e amigos.

Aos amigos que ajudarão em orações, estímulo na conclusão da graduação e


motivação para continua uma carreira acadêmica, em especial ao Sr. E irmão Daniel
Roma, por trazer conselhos de nunca desisti de ir além das metas e de gerar bons
frutos da profissão.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLA

URB - Autarquia de Urbanização do Recife

SEMAS - Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife

INCITI - Pesquisa e Inovação para as Cidades, Rede de Pesquisadores da


Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artísticos e Nacional

RPA - Região Politico Administrativa

ZCEPC - Zonas Especiais de Proteção Cultural e Paisagística

ZEIS - Zona Especial de Interesse Social

NBR - Norma Brasileira Regulamentadora


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LISTA DE SIMBOLOS

Km – Quilômetros

M² - Metros quadrados
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12

1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 16

1.1 Planejamento Urbano................................................................................. 16

1.1.1 Reabilitação Urbana................................................................................... 17

1.1.2 Requalificação Urbana................................................................................ 18

1.1.3 Revitalização Urbana.................................................................................. 19

2 O ESPAÇO COMUM..................................................................................... 20

2.1.1 Reflexo da Pluralidade Urbana................................................................... 21

2.1.2 Ausência dos Olhos na Rua-Insegurança.................................................. 22

2.1.3 Alteração na Paisagem Urbana.................................................................. 24

2.1.4 Relação entre Cidade e Pessoa................................................................. 25

2.1.5 Espaço público a extensão da casa........................................................... 26

3 REFERECIAL PROJETUAL............................................................................ 28

3.1 Parque Capibaribe, Recife, Pernambuco................................................... 28

3.1.1 Antecedentes e Fundamentação................................................................ 28

3.1.2 Objetivos..................................................................................................... 30

3.1.3 Metodologia................................................................................................ 34

3.1.4 Produtos e seus Resultados....................................................................... 35

3.2 Parque Cantinho do Céu, Granjaú, São Paulo.......................................... 37

3.2.1 Antecedentes e Fundamentação................................................................ 37

3.2.2 Objetivos..................................................................................................... 39
10

3.2.3 Metodologia................................................................................................ 44

3.2.4 Produtos e seus Resultados....................................................................... 45

3.2.5 Quadro Comparativo................................................................................... 46

4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO................................................ 47

4.1 Localização e Histórico............................................................................... 47

4.1.2 Aspectos Físicos e Ambientais................................................................... 51

4.1.3 Sistemas Viário e de Transportes............................................................... 53

4.1.4 Infraestrutura.............................................................................................. 58

4.1.5 Legislação e Gestão Urbana...................................................................... 60

5 DIRETRIZES E AÇÕES................................................................................... 63

Diretriz 01: Melhoria da acessibilidade e mobilidade..................................... 63

Ação 01: Redução da largura das vias para veículos e criação de passeios com 64
vegetação e mobiliário público.....................................................................

Ação 02: Implantação e conexão de Ciclovias..................................................... 67

Ação 03: Requalificação e implantação de passeios públicos............................ 69

Diretriz 02: Preservação e Conservação Ambiental....................................... 70

Ação 01: Tratamento da Água................................................................................. 70

Ação 02: Revitalização do Parque Memorial Arco Verde....................................... 71

Ação 03: Implantação do núcleo de educação ambiental na Lagoa........................ 72

Ação 04: Implantação de horta comunitária na Lagoa............................................ 74


11

Diretriz 03: Estímulos as Atividades Físicas e lazer na Lagoa de Santa 75


Tereza......................................................................................................................

Ação 01: Implantação de Deck no entorno do limite da Lagoa................................. 76

Ação 02: Desapropriação do ferro velho próximo às quadras esportivas para 79


implantação da academia do bairro..........................................................................

Diretriz 04: Implantação de comercio com variação de serviço e Fachadas 81


ativas.................................................................................................

Ação 01: Incentivo à diversificação de usos comerciais na Av. Olinda e 81


Agamenon Magalhães.........................................................................................

Ação 02: Implantação de fachadas permeáveis na Av. Olinda e Agamenon 83


Magalhães............................................................................................................

Diretriz 05: Estimulo e promoção à sustentabilidade econômica da Lagoa 85

Ação 01: Implantação de quiosques, food truck e eventos na área de aterro 86


voltado a Av. Presidente Kennedy.......................................................................

Ação 02: Desapropriação do Ferro Velho e Instalação de Feira comunitária......... 88

Ação 03: Lazer e estímulos à permanência no deck e nas áreas aterradas da 89


Lagoa....................................................................................................................

CONSIDERAÇÕES PARCIAIS............................................................................... 92

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................... 93

APÊNDICE ........................................................................................................... 97
12

INTRODUÇÃO

Entre os anos 60 – 70 do século XX, estudiosos de diversas áreas e a população se


despertaram para influência negativa que a arquitetura modernista havia causado na
qualidade do ambiente urbano. Os traumas causados pela arquitetura moderna
foram sentidos na pele. O modernismo, com suas novidades de construção e
agilidades na execução embriagaram a muitos. O concreto armado ofertou
facilidades que em outras fases da arquitetura não havia. Porém, com o passar do
tempo foi visível o afastamento da vida real urbana, aflorando a segregação, a
individualidade, insegurança, valorização dos automóveis e grandes edificações, a
alta da variedade de funções e suas inter-relações, desconsiderando quem deve ter
prioridade e importância no espaço urbano: o ser humano.

No século presente, ainda que visível no Brasil às consequências geradas pelo


planejamento urbano errôneo resulta em uma cidade ineficiente. Mesmo com
facilidade na obtenção de informações, sejam de desenho urbano, planejamento
urbano, ou disciplinas no meio acadêmico voltado ao urbanismo, o investimento para
o espaço comum, sendo ele público ou privado, é direcionado aos empreendimentos
em grande escala para classes mais favorecidas. Pois, se gerar retorno para ambos,
principalmente financeiros, o investimento é profundo. Os ambientes públicos, na
sua grande maioria, são esquecidos, principalmente quando se trata de áreas onde
a população não possui muitos benefícios financeiros.

É possível notar este tipo de situação na cidade de Olinda no estado de


Pernambuco. Os espaços urbanos existentes, com exceção de algumas áreas,
mostram que, durante o ano, a diversidade no uso ocorre mais em períodos festivos.
Durante esses eventos há variedade do uso, o fluxo de pessoas é intenso, o uso é
misto, a cidade torna-se viva em todos os horários. Até as áreas ociosas são
aproveitadas. As ruas ganham movimento, criando segurança a quem se locomove
contribuindo para dinâmica da área. Os espaços tornam-se seguros, belos e
agradáveis. No entanto, passada essa temporada, grande parte da cidade volta a
ser morta, oferecendo insegurança e carência no espaço público. Antes era possível
caminhar após as 20h, pois, havia pessoas nas ruas.

A segurança passa a ser limitada, independente de policiamento, pois mesmo em


bairros que tinham moradores até mais tarde nas calçadas, com seus filhos a
13

brincar, conversando com o vizinho ou simplesmente vendo o movimento, não se


sentem seguros em praticar essa atividade que antes fazia parte da rotina. Se as
pessoas não usam sua cidade, automaticamente ela será “morta”.

A Lagoa de Santa Tereza se localiza no município de Olinda, Pernambuco, em uma


região bastante estratégica, pois, seu campo abrange não apenas o município de
Olinda, mas alcança moradores de Paulista, Abreu e Lima, Igarassu (oferecendo
vantagens para pessoas dessa região, pois, o transporte público possui faixa
exclusiva até o centro da cidade do Recife e nesse percurso a Lagoa é beneficiada)
e similarmente alcança aos moradores da cidade do Recife. A Lagoa mostra uma
extensão ociosa e mal utilizada. Devido o seu mau uso, a mesma é utilizada como
ponto de drogas e prostituição e para deposição de entulhos. A sua condição atual,
leva problemas à saúde e segurança pública do seu entorno.

Para os moradores do seu entorno e, principalmente, o subúrbio de Olinda, as


atividades urbanas oferecidas na sua grande maioria são encontradas no Alto da Sé,
uma parte pequena na Praça do Carmo e trechos na orla marítima. Mesmo tendo
investimentos de melhorias em ambientes públicos pela prefeitura, ainda é
insuficiente para atender aos moradores do município. Olinda, em grande parte
possui uso setorizado, e bairros altamente residenciais. O uso misto, que nessas
áreas citadas anteriormente não mostra grande potencialidade, é encontrado na
área nobre da cidade. Isso contribui cada vez mais para a desunião das classes.

No distrito em estudo, é latente a necessidade de espaços urbanos. A má utilização


da área publica interfere diretamente na população. Se o meio publico não é
convidativo, de que forma se induzirá o seu uso?

Esse estudo é relevante por trazer importância da necessidade de requalificação dos


espaços públicos subutilizados ou malconservados para a segurança e a
socialização das pessoas. Pois, é no meio público que acontece a troca de
informações, olhares e relacionamentos com o desconhecido, que depois de certo
tempo traz familiaridade, com novos diálogos, aumento na frequência de
estabelecimentos de ruas e bairros, o que contribui para uma permanência na área
urbana. A diversidade no uso em horário diferenciado favorece a segurança pública,
proporcionada pelos próprios usuários. É notável que a lagoa possui grande
potencial para oferecer varias atividades. Quando são disponibilizados espaços para
14

o uso coletivo, os moradores de qualquer lugar, principalmente os que residem no


bairro e suas proximidades, são levados a zelar pela área; eles se sentem donos do
ambiente urbano oferecido. Isso potencializa seus pontos positivos, com
investimentos dos próprios moradores com implantação de comércio, atividades de
entretenimento, conservação do espaço, acarretando um fluxo maior de pessoas,
melhorando na economia seja do entorno, do bairro ou do distrito e principalmente
gerando segurança e intensidade do uso.

O objetivo geral do trabalho é propor diretrizes para revitalização urbana para Lagoa
de Santa Tereza em Olinda-PE e do seu entorno. Os objetivos específicos são
Compostos por propostas e diretrizes urbanísticas e ambientais; contribuições para
melhoria da segurança urbana; e propiciar o sentimento de pertencimento da
população, a partir da melhoria do espaço público.

Pretende-se desenvolver este trabalho a partir dos seguintes procedimentos


metodológicos: pesquisa bibliográfica (livros, artigos e trabalho científicos),
levantamento da legislação urbanística e ambiental do município e dois estudos de
caso. Serão utilizados para embasamento do trabalho, a Lei de Uso Ocupação e
Parcelamento do Solo, e o Plano diretor de Olinda. Os livros, artigos e monografias
estudados serão voltados à diversidade de usos no espaço público, inclusão de
pessoas, impactos causados quando o ambiente comum, que não é pensado para
priorizar o ser humano; relação de vinculo, identidade do individuo com a cidade e
suas dinâmicas e a forma de tornar a cidade convidativa a todos.

Para definir toda extensão da Lagoa e seu entorno, será realizado um levantamento
da área com o uso da ferramenta Google Earth, com o intuito de obter informações
da atual situação urbanística, ambiental, comercial e residencial da mesma. Serão
realizadas entrevistas com historiadores e arquitetos da prefeitura de Olinda, para
compreensão do cenário atual da Lagoa de Santa Tereza, no sentido de coletar
dados para multiplicidade do uso do perímetro de estudo e suas adjacências.

Em seguida à caracterização e analise do território em estudo, ocorrerá à proposta


zoneamento, representado em mapas e manchas, que venha colaborar na
variedade do uso da lagoa, gerando segurança, possibilidades para o
desenvolvimento da economia local e incentivando o cuidado da mesma pelos seus
usuários.
15

Em continuidade serão formuladas diretrizes para a área da Lagoa e seu entorno,


que serão reproduzidas em manchas representadas em mapas e zoneamento,
buscando a diversidade do uso e a multiplicidade na vida urbana.
16

1 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico tem a incumbência de contribuir na constituição do projeto com


conceitos e informações que serão abordados nessa pesquisa.

1.1 Planejamento Urbano


Segundo Gehl (2015), existem três tipos de escala para elaboração do planejamento
urbano. A escala grande é a cidade interpretada de um ponto de vista aéreo, a
escala média é uma visão também aérea, porém a baixa altura e a escala pequena,
que é a cidade vista no nível dos olhos. Planejar o espaço público do alto e de fora
irá favorece as duas escalas aéreas. Entretanto é na escala ao nível dos olhos que
acontecem as experiências significativas. É preciso planejar com o olhar de quem
frequenta diariamente o ambiente coletivo. Diante disse conclui-se que a vida na
cidade não deve ser planejada priorizando primeiro os edifícios, depois o espaço e
por último as pessoas, não será dessa forma que a cidade terá vida.
Para obter coerência e excelência no resultado do planejamento urbano é preciso
estar conectado a outras áreas acadêmicas, como geografia, história, sociologia,
psicologia e administração. Essa junção contribui muito para o sucesso de um bom
desenvolvimento urbano. Há necessidade de estar em alerta durante o processo de
planejamento, para as alterações na paisagem e de que forma irá interferir na
sociedade, no meio econômico e cultural. Um adequado planejamento oferece uma
interpretação cobiçável e viável, sugerindo e preparando transformações táticas
(DUARTE, 2011)

Para propor mudanças em áreas urbanas mal utilizadas e ociosas faz necessário
entender no contexto urbanístico qual método será utilizado no processo de
reconversão da área urbana degradada, qual meio será viável para dar existência ao
espaço comum e de que forma é possível devolver vida ao lugar. Sendo assim, é
importante ter conhecimento de que recurso será adequado para o funcionamento
correto do espaço público, pois é indispensável distinguir entre reabilitação,
revitalização e requalificação urbana.
17

1.1.1 Reabilitação Urbana


A reabilitação urbana está relacionada com a recuperação, o restauro da área
pública, com a intenção de tornar esse espaço atrativo seja para turismo ou para
moradores da própria cidade, recuperando o uso de edificações, praças, parques,
vias e demais espaços comuns, transformando em um meio acolhedor, satisfatório
que cause aspiração por permanência. Seja o ambiente publico ou privado que
necessite de reabilitação, terá que oferecer vida a essa determinada região,
chamando as pessoas para usufruir o que as ruas, as edificações recuperadas,
avenidas, praças, esquinas ou calçadas oferecem em variações de horários
variados, colaborando também com o meio financeiro do lugar.
O propósito da reabilitação urbana é lapidar, através de gestão, a situação do meio
público em favor do cidadão, com o intuito de remodelar a cidade por meio de ações
que deem qualidade à área para todos, visando à sociedade e sua economia,
pensando na funcionalidade da área urbana (CARTA DE LISBOA, 1995).
A Figura 01 a seguir exibe a reabilitação urbana em edifícios em Portugal, com o
objetivo de gerar lucros com o turismo.

Figura 01: Edifícios em Portugal.

Fonte: Blog Sayonara Design, 2017.


18

1.1.2 Requalificação Urbana


Sua intensão é conceder funções ao espaço público, e de oferecer condições
favoráveis à vida das pessoas na área urbana. A função oferecida ao local precisa
estar associada à utilidade que provocará no seu entorno, como irá interferir na
mobilidade urbana, que relação terá com seus usuários, sejam eles moradores mais
próximos à área requalificada ou de outros bairros, cidades, estados ou países e
como a sociedade será convidada para continuar a frequentá-lo.
A requalificação urbana tem a função de qualificar no meio público, o que está
perdendo a vida, na variedade de suas finalidades, e suas atividades é relacionado
aos locais dentro do contexto que se encontram atualmente (CARTA DE LISBOA,
1995). Apresentam um modelo de requalificação urbana, as Figuras 02, 03 e 04 no
centro de Bituruna – Paraná.

Figura 02: Centro da Cidade de Bituruna - PR Figura 03: Centro da Cidade de Bituruna – PR

Fonte: skyscrapercity.com,2017. Fonte: skyscrapercity.com,2017.

Figura 04: Praça do Fogo, centro de Bituruna - PR.

Fonte: Skyscrapercity.com,2017.
19

1.1.3 Revitalização Urbana


A revitalização urbana tem o papel de recuperar espaços públicos em situação de
desgaste, seja ele provocado pelo tempo, devido à falta de cuidado ou por ações
humanas. A revitalização busca dar vitalidade a áreas que antes eram usadas de
diversas formas, favorecendo a diversidade no espaço coletivo e que hoje estão
degradadas. Esses espaços públicos em dias atuais servem como espaço para
proliferação de prostituição, moradias para mendigos, consumo de drogas, doenças
e celeiro para lixos.

Quando a área urbana é revitalizada de modo correto, ela passa a colabora


intensamente na sociedade, na economia e no espaço ambiental produzindo
funcionalidade.

A revitalização também tem a função de dar vida ao que está sem valor, com o
objetivo de atrair estimulo financeiro e social, tornar o espaço envolvente e
acolhedor, sendo utilizada em espaços que possuam ou não identidade e atributos
fortes (CARTA DE LISBOA, 1995). Como se exemplifica Figuras 05 e 06, que
mostram a feira Praça do Arsenal e Rio Branco, no bairro do Recife, Recife Antigo –
PE.

Figura 05:Praça do Arsenal-Recife

Fonte: divulgue-cidades.blogspot,2009
20

Figura 06: Rio Branco - Recife

Fonte: blogs.ne10.uol.com.br / 2015.

2 O espaço comum
Quando o espaço público não é planejado adequadamente e as pessoas não são
priorizadas como deveriam ser, os resultados são péssimos. Isso contribui
diretamente para o crescimento da violência, para exploração sexual, principalmente
de menores de idades, para áreas inativas em total decadência, trazendo doenças
às pessoas e insegurança no percurso. Se o espaço público não possibilitar
relacionamento entre pessoas, ele excluirá fortemente o objetivo do adequado
planejamento do ambiente coletivo.
A cidade só se torna viva quando sua utilização é feita pelas pessoas. É preciso
favorecer o contato visual de quem está dentro com quem está fora, por exemplo, de
uma loja, com sua fachada permeável, passando a cooperar com o relacionamento
no espaço público. Esse contato pode ser dado por áreas convidativas, sendo elas,
fachadas e varandas em estabelecimentos comercias, em ambiente público ou
privado, calçadas, parques, praças, pocket park, parklet, ruas, esquinas, vias,
bairros, limites, que convidem para uma simples pausa, ou no caso de comércios,
com fachadas envidraçadas, sendo atraentes a quem passa, induzindo a parada,
que implicará na entrada, causando necessidade de permanência, o que trará
desejo de deslocar-se para outros estabelecimentos, talvez para tomar um café,
fazer um lanche ou almoçar, descansar ou comparar preços.
21

Gehl afirma que a cidade precisa ser sustentável, acessível, viva, segura e saudável
em todas as fases do ano, não apenas em período festivos, como no carnaval da
cidade de Olinda, Pernambuco.

Há uma conexão de pontos necessários que fortalece o espaço público. A


diversidade de usos torna as ruas, avenidas, bairros, cidades sedutora;
consequentemente, isso implica no aumento do fluxo de pessoas, acarretando
segurança, gerada pelos próprios pedestres, tornando uma área atraente, tanto para
o incremento da implantação de comércio, de moradias e para constância de
pessoas.

2.1.1 Reflexo da pluralidade urbana

O aumento desenfreado pela privacidade e individualismo, obteve grande


colaboração da arquitetura moderna, que contribuiu para a expansão do
afastamento entre pessoas e diferenciações entre classes de idade e econômica. Se
o ambiente público tiver suas funções setorizadas, como regiões que só possuam
funções igualitárias, como exemplo, áreas que tem apenas setor residencial, ou
setores direcionados a lojas ou edificações dirigidas a instituições públicas, trará
graves problemas no relacionamento da vida urbana, pois, os horários de
movimentação de pessoas nessas áreas passarão a ser limitados, devido as suas
atividades, tornando assim, o local vulnerável a atos incorretos.

De acordo com Gehl (2015), é significativo que bares, lojas, escolas, restaurantes,
órgãos públicos estejam em locais por onde as pessoas façam seu percurso a pé,
tornando o itinerário agradável e seguro, pois o caminho passa a ser mais curto,
provocando contentamento em quem faz esse roteiro.

É importante a percepção de quem está produzindo o trabalho urbanístico, no


momento da elaboração do planejamento urbano, ter uma visão no que irá causar
nas pessoas, de que forma a implantação, e suas funções se comunicarão com as
outras edificações, respeitando a escala humana, a vegetação existente, e a história
da localidade. Os setores urbanos não podem servir apenas como circulação, porém
é primordial ter funções que gerem permanências (LYNCH, 1997).

Jan Gehl (2015) afirma que para obter uma excelente cidade é primordial gerar
caminhos agradáveis, que proporcionem encontros entre pessoas, atividades físicas,
22

a conveniência na permanência e aprazíveis experiências, gerando a participação


da população na elaboração de áreas acessíveis e coletivas que têm sua
importância, pois, suas informações são riquíssimas, e serão elas as próprias
frequentadoras desse local.

2.1.2 Ausência dos “olhos na rua” – Insegurança

A insegurança pode ser provocada por variados fatores no espaço público. Todos se
sentem mais seguros quando há uma grande quantidade de pessoas nas áreas
comuns. São bastante corriqueiras as pessoas que não frequentam determinados
ambientes, e ao pedir orientação são aconselhadas a irem por lugares mais
movimentados.

Por mais que a sociedade busque privacidade e sejam na sua grande maioria
egocêntrica, a segurança no meio público para elas não acontece apenas por
policiamento, também se sente segura quando está sendo olhadas por pessoas que
possuem os seus mesmos princípios.

O que une os olhos vigilantes de uma rua é esse sentimento de serem seus
‘proprietários naturais’. O espaço que supervisionam é, de certa forma, o
espaço de todos. Nesse sentido, é mais do que público, ou não é apenas
público. Pertence a todos em comum, em função das relações que mantêm
com ele, ou dentro dele, e graças a ele. Por isso, o exercício do controle é
um poder e um dever. Mais do que simples usuários, os “proprietários
naturais” da rua são cúmplices (NELSON,1985, p.93).

O ambiente público quando planejado, não pode se apegar apenas a beleza, ou


sustentabilidade, existe uma forte união entre tópicos importantes na elaboração de
um bom espaço coletivo. A segurança, sem a necessidade de policiamento acontece
quando há mais pessoas frequentando o espaço público, ou seja, mais olhos nas
ruas. E para isso suceder, o local terá que oferecer variações de atividades para
tornar o meio comunicativo e viável para pessoas, livre de qualquer tipo de barreiras,
pois, se não haver segurança seu uso será seco (JACOBS, 2011).

Conforme Jacobs (2011), um dos impasses em uma gama de problemas para a


insegurança no meio urbano são as edificações com suas alturas e fachadas
projetadas para qualquer motivo específico, menos para interação entre pessoas,
assim como são as ruas que não favorecem a presença de indivíduos, onde nada
nela é atrativo, não há presença de algum estabelecimento comercial, escolas ou
igrejas, quase não há vida. Ainda que a rua ou o bairro sejam predominantemente
23

residenciais, se for oferecida alguma atividade com capacidade de atender em


diversos horários, todos se sentem induzidos a estar nela.

A paisagem urbana pode ser mudada positivamente ou negativamente, dependendo


das ações que serão tomadas. Algo muito simples, e que pode fazer uma diferença
maravilhosa na sua implantação é o parklet, por exemplo: é algo tão singelo e que
causa uma reação marcante, provocando um convite, ou uma parada para o
descanso, sendo envolvente para quem passar a pé ou quem passa em uma
velocidade maior (bicicleta ou automóvel),(CULLER 2009).

A permeabilidade visual entre os ambientes públicos e particulares pode realizar-se


em lugares como vitrines, jardins, casas, edifícios comerciais etc. tornando a
caminhada agradável e segura. A arquitetura urbana, também precisa ser planejada
ao nível dos olhos. Esses espaços precisam oferecer visualização do “fora com o
dentro”. Isso implica diretamente nas pessoas que passam, provocando a
diminuição na velocidade da caminhada no decorrer do percurso, induzindo o dever
de entrar, pois quando se tem o que olhar, as pessoas passam a ficar em áreas
públicas por mais tempo, sem muitas vezes perceber. Isso leva a ter pessoas em
horários que antes eram difíceis vê-las.

Gehl (2015) diz: aqui não interessam as grandes linhas da cidade ou a espetacular
implantação dos edifícios, mas a qualidade da paisagem humana tal como percebida
por aqueles que caminham ou por aqueles que permanecem na cidade.

A Figura 07 mostra que a Rua São Francisco no bairro de mesmo nome sofreu uma
revitalização, com implantação de bares, restaurante, ciclovia mudando a vida
noturna do lugar.

Figura 07: Rua São Francisco - Curitiba - PR

Fonte: gazetadopovo, 2016.


24

2.1.3 Alterações na paisagem urbana

Quando a paisagem urbana faz parte do cotidiano do individuo, tudo aquilo que é
percebido pelo mesmo, passa a acarretar vínculo ao seu ser psicológico e
emocional, criando relacionamento da paisagem com o ser (CULLEN 2009).

A paisagem urbana descreve diversos acontecimentos, podendo ser ela marcada


por uma edificação que relata história em toda sua forma, ou que instiga curiosidade
do conhecimento, daquela arquitetura em quem passa por esse percurso e é
levando o desejo de conhecer o histórico, muitas vezes gerando apego pela
edificação, pois fez parte de algum momento da vida de quem a percebe. O relato
no sentido psicológico emocional de diversos acontecimentos também se dá nas
pessoas, quando visualizam edificações demolidas, praças, parques, museus,
teatros e demais edificações. Tudo isso interfere diretamente nas sensações
provocada no ser humano. Elas podem trazer boas lembranças ou desagradáveis
pensamentos, bem como apego pelo local e o que foi vivido em determinado tempo,
e essas construções passam a fazer parte do dia a dia de quem a circunda (LYNCH,
1997).

Uma cidade é algo mais do que o somatório dos seus habitantes: é uma
unidade geradora de uma excedente de bem - estar e de facilidades que
leva a maioria das pessoas a preferirem - independentemente de outras
razões - viver em comunidade a viverem isoladas (CULLEN, 2009, p.19).

A Figura 08 demonstra um exemplo do impacto visual na paisagem urbana que


relata desigualdade social e econômica.

Figura 08: Favela de Paraisópolis e Morumbi - SP

Fonte: blogspot.com. br,2015.


25

2.1.4 Relação entre cidade e pessoa

A relação entre a cidade e a pessoa se dá nos elementos encontrados nela. Seja ele
um estabelecimento comercial, um ponto de ônibus, posto policial, edifício
empresarial ou residencial, um parque, food truck (caminhão de comida), seja qual
for a esfera encontrada no espaço público, ela trará uma relação de diferentes
formas por quem o percebe (Gehl, 2015).

É corriqueira a forma de utilizar o espaço público para se localizar. Cada pessoa tem
uma enorme ligação com algum elemento da sua cidade, onde cada imagem vista
por quem passa irá marcar no seu psicológico e emocional, trazendo lembranças e
interpretações de grandes significados. Muitas são as relações de sentimentos
gerados em cada ser, nesta inter-relação de cidade e pessoa. Essas associações
podem ser marcadas no ser humano por edificações marcantes, devido a sua forma
arquitetônica ou por possuir uma simples forma construída. Tudo que existe no
ambiente coletivo irá causar algo em alguém, levando diferentes sensações, sendo
sensações boas ou lembranças ruins. Mas, de toda forma, irá causar algum tipo de
sensação psicoemocional, devido ao vínculo entre ambos. Quando se tem o
conhecimento de algo, logo se tem a segurança de conhecer o local. Assim é nas
cidades, quando o ambiente é conhecido, seja as curvas de uma avenida, que antes
era motivo de apreensão, o estreitamento de ruas ou a certeza de possuir uma
padaria em determinada região, só se dá por já dispor da ciência do espaço, tirando
toda a insegurança durante a caminhada. Isso se torna possível devido à leitura
legível que a própria imagem urbana oferece (LYNCH, 1997).

Ainda segundo Lynch (1997), a relação dos elementos móveis de uma cidade em
especial as pessoas, com o espaço público se dá na forma que elas se localizam
geograficamente no espaço. Pois, a construção da imagem da área comum resulta
de um processo entre o observador e o meio público, gerada a partir da
compreensão da cidade, por ser legível na leitura da sua forma, da diferenciação de
um elemento com outros, pois, cada um tem sua identidade e clareza na imagem
descrita pela cidade.
26

2.1.5 Espaço público, a extensão da Casa

Devido à carência de áreas públicas, causadas pela arquitetura errônea do


modernismo, ambientes que antes eram cheios de vida por causa da variedade de
serviços, passaram a ser inativos, contribuindo para insegurança. Mesmo surgindo
timidamente, as alterações que favorecem as pessoas como prioridade na cidade, a
diversidade de uso que é algo tão convidativo, que chama pessoa para usufruir do
espaço comum como a extensão da casa, passou a ser irrisória em relação às
necessidades presentes (NELSON, 1985).

Quando o ambiente comum é a continuidade da casa, a vida urbana flui de forma


agradável, segura e sustentável. Quando o espaço público é pensado primeiramente
nas pessoas, as calçadas em áreas residenciais são utilizadas para brincadeiras de
crianças, diversas atividades e mobilidade para pedestres, levando condições que
produzem interação com o outro, contribuindo com o contato entre indivíduos. Já em
ambientes comerciais as calçadas são dispostas com maior dimensão para fluxos de
pedestres, contato visual do externo com o interno, pontos de encontros, extensão
para as mesas de cafés, bares ou restaurantes que levam os clientes as procurarem
fazer suas refeições do lado externo, pois, mesmo sem perceber, está cravado em
cada ser, a necessidade de relacionamento, o contato com o próximo, a
necessidade de ver pessoas (JACOBS, 2011).

O andar a pé tem uma dupla importância. Em primeiro lugar, a


funcionalidade de resolver coisas sem o uso necessário de veículos.
Depois, andar pelo bairro une o útil ao agradável. As caminhadas que se
destinam à resolução de afazeres funcionais são, ao mesmo tempo,
passeios. Têm uma dimensão ritual. Põem o morador em contato
permanente com as pessoas e os eventos do seu universo social mais
imediato. É andando que se fica sabendo das coisas. O bairro é passado
em revista, é supervisionado, oferecendo - se como espetáculo também.
Uma caminhada, mesmo um pouco mais longa, é atenuada pelas muitas
quebras e descontinuidades proporcionadas pelo espaço, quer na sua
dimensão física, quer na sua dimensão social (NELSON, 1985, p.81).

Os comércios de bairros possuem serviços que suprem as necessidades para as


atividades domésticas e demais tarefas do cotidiano (Figura 10). A variedade no uso
com diversidade de comércio e seu funcionamento em horários diferenciados leva
as pessoas a estarem nas ruas, tornando o espaço seguro, vivo e estimulante
(Figura 09,11 e 12). As cidades quando são feitas para pessoas passam a
disponibilizar em seu espaço público a criação de diversos exercícios, com o intuito
de constituir existência na vida urbana, tornando assim uma excelente extensão da
27

casa, que proporciona a utilização que cada ser deve ter como parte do sua rotina
(GEHL, 2015).

Figura 09: Rua da Imperatriz, Recife. Figura 10: Mercado no Afeganistão – Ásia.

Fonte: blogs.diariodepernambuco, 2017. Fonte: pixaba.com,2013.

Figura 11: Times Square na primavera 2009 Figura 12: Times Square no verão 2009

Fonte: piseagrama.org,2015. Fonte: piseagram.org,2015.


28

3 REFERENCIAL PROJETUAL
Os conteúdos expostos nos estudos de caso serviram como exemplos para
embasamento nas propostas de requalificação da Lagoa de Santa Tereza.
Os parques escolhidos como estudos de caso foram selecionados com objetivo de
levantar informações dos resultados das ações propostas para ser usado no
trabalho de pesquisa, pois as ações feitas no Parque Capibaribe e no Parque
Cantinho do Céu, foram intervenções que gerarão vida na área urbana, sendo um
ambiente bastante convidativo oferecendo diversidade nas atividades, com utilidade
do local em vários horários, atendendo todas as faixas etárias, chamando as
pessoas para rua, contribuindo com o espaço público. Servindo com excelente
modelo para definir as diretrizes e ações da Lagoa de Santa Tereza.

Os estudos de casos descritos neste capitulo concedeu a este trabalho, ricos


métodos viáveis para a requalificação do espaço público, tornando o meio
convidativo seja para seus moradores próximos ao local requalificado, seja para
moradores ao entorno mais distante.
3.1 Parque Capibaribe – Recife–PE

Este Parque possui características reais dos bons resultados em que já foi
implantado e no que será feito, sendo notadas as potencialidades físicas e
ambientais vistas no mesmo, contribuindo para as propostas que serão feitas neste
trabalho.

3.1.1 Antecedentes e Fundamentação

O Parque Capibaribe teve seu projeto concebido por um acordo da Prefeitura da


Cidade do Recife, pela URB (Autarquia de Urbanização do Recife), com parceria
com SEMAS - PE (Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do
Recife) e o INCITI - (Pesquisa e Inovação para as Cidades, Rede de Pesquisadores
da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE). O projeto abrange 42 bairros; sua
extensão se dá do Poço da Panela, paralelo ao bairro do Cordeiro e percorre até a
ponte do Derby, especificamente até a Praça Memorial do bairro do Derby. Ele
atenderá as duas margens do Rio Capibaribe. No desenvolvimento da concepção do
projeto ocorreram discursões com órgãos públicos, instituições privadas e
representantes de vários segmentos públicos. No projeto, constam parques
integrados que se interligam a áreas públicas existentes e mobilidade para as
29

pessoas, com passeios e ciclovias; inclui, também, a preservação dos caminhos que
as capivaras percorrem. Uma das finalidades encontrada na proposta do projeto é
produzir interação das pessoas com o parque, o rio e os animais, convívio entre os
cidadãos, comércio, ciclistas e os veículos. É apresentado também píeres em alguns
pontos para pequenas embarcações, passarelas que interligam parques, plantio de
árvores e acréscimo do solo permeável, refúgio ambiental, passarelas panorâmicas,
janelas com vistas para o rio em locais comercias, como no supermercado Carrefour
e revitalização das praças. A Figura 13 representa a proposta do Parque Capibaribe.

Figura 13: Mapa do Recife e área de influência do Parque Capibaribe em verde claro.

Fonte: inciti.orgt/parque-capibaribe/ 2017

A extensão do projeto terá 30 km, atingindo 42 bairros, que irá viabilizar


modificações com a finalidade de a cidade do Recife se tornar, em 2037, uma cidade
– Parque, oferecendo qualidade de vida aos seus moradores e turistas (INCITI –
UFPE, 2013).

A Figura 14 mostra a visão da proposta para o Parque Capibaribe em longo prazo.


30

Figura 14: dinâmica do Espaço Público

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

3.1.2 Objetivos

O início da obra se deu em 30 de março de 2016, no Jardim do Baobá, no bairro das


Graças - Recife – PE; sua área está contida em uma dimensão de 3.400m². A
finalidade dessa primeira etapa, onde se insere o Jardim do Baobá, foi pensada e
executada como espaço para o entretenimento e descanso, apreciação do meio
natural, dado também pela árvore Baobá, essa parte da obra foi custeada pelo o
Real Hospital Português. Hoje, são encontrados nesse espaço, três balanços
duplos, mesa coletiva, áreas gramadas, um píer flutuante, auxiliando o local, que se
tornou propenso à recepção de pequenas embarcações, favorecendo ainda mais
para a utilização do espaço comum, pois, espaços públicos que favorecem as
pessoas, geram permanência em ambiente coletivo. As proximidades do Baobá há
bancos de madeira, piso verde, passeios e ciclovias criando um ambiente voltado ao
lazer e contemplação. Isso se deu na primeira etapa da obra do Parque Capibaribe
(INCITI – UFPE, 2017).

A Figura 15 mostra a localização do Jardim do Baobá e sua conexão com o Rio


Capibaribe.
31

Figura 15: localização do Jardim do Baobá

Fonte: Google Maps, 2017.

O objetivo para interferência no bairro das Graças, que foi o ponto de partida para
implantação do Parque Capibaribe, foi de conceber conexão de quem utiliza o rio e
espaços verdes, novas áreas para convivência coletiva ao longo da margem dando
um ambiente vivo, saudável e sustentável, um caminho que favorece no percurso
para pedestres e ciclistas entre comércios, instituições, residências ou lazer. Para a
elaboração do projeto, foram estipulados cincos princípios básicos: chegar,
percorrer, abraçar, atravessar e ativar. O chegar tem o alvo de viabilizar caminhos
de grande dinamismo urbano com o intuito de promover passagem até as margens
do rio (INCITI – UFPE, 2017).

A rua se torna, com frequência, o lugar da novidade, do inesperado. Para


isso, contribui o fato de ser ela o lugar, por excelência, do outro. Esta
categoria se refere ao estranho, o outro na sua forma mais radical, mas se
aplica também ao outro concebido e simplesmente como aquele com quem
mantemos relações sociais. Essa última característica ressalta-lhe a função
de estranhamento. A rua é o lugar onde se dá o social também como
espetáculo. Daí o seu fascínio. Como forma dramática, é um espetáculo que
permite assumir certas identidades, desempenhar determinados papéis e,
até certo ponto, escolher os enredos dos quais se vai participar. É o palco
por excelência do social (NELSON, 1985, p.83).
32

Figura 16: ilustração do princípio chegar.

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

O intuito do percorrer é de criar percursos exclusivos para pedestres e ciclistas,


aderindo os ciclistas como parte da vida urbana, vinculando vários tipos de
transportes (INCITI – UFPE, 2017).

Figura 17: ilustração do princípio percorrer.

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

A intenção do abraçar é produzir encontros oferecidos pelo ambiente coletivo, como


visto na alegação do projeto o deck, janelas utilizadas para contemplação da fauna e
a flora, arquibancadas, deck flutuante e demais meios convidativos para a
convivência e o lazer comunitário, convertendo o meio suscetível a encontros,
contato e relacionamentos (INCITI – UFPE, 2013).
33

Figura 18: ilustração do princípio abraçar.

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

Já o atravessar, gera menor distância entre as margens, e a divisão entre a


sociedade e o meio público, especificamente da margem do Parque com as pessoas
(INCITI – UFPE, 2013).

Figura 19: ilustração do princípio atravessar.

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

E o ativar, possui o desígnio de gerar vida pública com diversidade no uso nas
margens do rio (INCITI – UFPE, 2017).
34

Figura 20: ilustração do princípio ativar.

Fonte: inciti.org/pt/parque-capibaribe/ 2017.

3.1.3 Metodologia

O INCITI/UFPE junto à URB e a SEMAS - PE foram os responsáveis para realizar o


estudo de pesquisa do Parque Capibaribe. Na metodologia, foram visando à
economia, fauna e flora, paisagem, águas, história, jurídico e a morfologia da região.

No dia 25 a 27 de maio do mesmo ano em que começou a primeira etapa do


Parque, 30 estudantes incluindo comerciantes, moradores e usuários do bairro do
Derby na mediação da Praça João Pereira Borges, em uma consulta para conhecer
as intenções, deveres, os pontos negativos das áreas e seus obstáculos. Também
fez parte da metodologia, a entrevistas com a população próxima ao bairro do
Derby, com o intuito de obter as sensações, reações e comentários feitos, pois foi
implantado uma placa com frases que expressava admiração pela área e
discordância pela mesma, sinalização que induziam a caminha na borda do rio
levando as pessoas fazerem trilha na margem, conhecendo ainda mais o espaço
que pertence a elas, mirante temporário em cima do estacionamento da Faculdade
Uninassau e café no quintal perto do mangue. Tudo isso está sendo analisado pelo
os pesquisadores, pois o objetivo é captar informações baseada nas reações das
pessoas.
35

3.1.4 Produtos e seus resultados

Por hora, o Parque Capibaribe foi executado e inaugurado em sua primeira etapa no
Jardim do Baobá, no bairro das Graças, e sua segunda etapa entre a Ponte da Torre
e a Ponte da Capunga do mesmo bairro, que é a segunda fase do Parque linear,
teve início em junho do ano 2017 e possui termino previsto para até o fim do mês de
maio do ano seguinte. A primeira fase iniciada no Jardim do Baobá obteve êxito nos
seus 100m de extensão. Os equipamentos públicos oferecidos à sociedade têm sido
bem aproveitados por elas. O Jardim do Baobá recebe diversas atividades em
diferentes horários. Festas são realizadas no piso verde encontrado no local e,
muitas vezes, ocorrem festas simultâneas de crianças, na mesa de comprimento
generoso; também localizado no espaço do Jardim, o píer é utilizado de varias
formas, muitos usam para banho de sol em horários específicos, outros para
contemplação da natureza e contato com o rio e da mesma forma é usado para
desembarque de barcos. Piqueniques, brincadeiras entre crianças, pontos de
encontros, momentos de lazer e descanso são vistos no Jardim. A recepção desse
espaço pela sociedade foi tão positiva que o local é tratado como continuidade de
suas casas.

Cidades convidativas devem ter um espaço público cuidadosamente


projetado para sustentar os processos que reforçam a vida urbana. Uma
condição básica é que a vida na cidade seja potencialmente um processo
de autor reforço. “As pessoas vão onde o povo está” diz um provérbio na
Escandinávia. Naturalmente, as pessoas se inspiram e são atraídas pela
atividade e presença de outras pessoas. Das janelas, as crianças veem
outras crianças brincando e correm para juntar-se a elas (GEHL,p.65,2015).

Na segunda fase das intervenções do Parque Capibaribe, não foi preciso


desapropriar imóveis para deixar livres as margens do rio, diz a arquiteta Rúbia
Campelo. Disse também ela que no segundo trecho, três prédios de domínio
residencial e a Faculdade Maurício de Nassau terão que recuar o muro, pois depois
que ocorreu a aprovação dos edifícios residenciais nos anos 80 e 90, foi combinado
que teria que ocorrer afastamento para liberar caminho na beira do rio. Assim como
na primeira etapa, a segunda fase trará uma área convidativa, oferecerá mais um
espaço que leva à permanência, que chama as pessoas para o espaço comum. A
dimensão dessa etapa é de 950 metros, que vai da Ponte da Torre a Ponte da
Capunga, oferecendo variadas atividades.
36

Estará contido nessa segunda fase equipamentos urbano, píer, ciclovias, dois
espaços de descanso e observação da natureza, mirante, passarelas sobre o rio e
duas vias, que serão divididas entre bicicletas e carros (jconline.ne10.uol.com.br,
2017). A Figura 21 mostra a proposta simulada do local divulgada pela Prefeitura do
Recife.

Figura 21: Simulação de playground entre Ponte da Torre e da Capunga – Graças/Recife.

Fonte: jconline.ne10.uol, 2017.


37

3.2 Parque Cantinho do Céu – São Paulo

O Parque Cantinho do Céu atendeu as expectativas de urbanização, tornando o


local pronto para o uso, com variedades nas atividades e inclusão de pessoas,
gerando vida no espaço público.

3.2.1 Antecedentes e Fundamentação

A requalificação urbana no complexo Cantinho do Céu localizado em Grajaú, São


Paulo, projetada em 2008 e entregue no ano de 2014, foi devido a Secretaria
Municipal de Habitação com a Promotoria Pública, que elaborou estudos e diretrizes
como possibilidade de desocupação da área, de loteamentos irregulares do
Cantinho do Céu devido ao uma ação civil pública. A extensão do parque é de 7km,
com acesso direto à represa Billings. A reurbanização no Cantinho do Céu alcançou
as comunidades Gaivotas, Parque Residencial dos Lagos e o Cantinho do Céu,
sendo eles localizados na Zona Sul da Capital da cidade de São Paulo; já na zona
oeste, a comunidade Nova Jaguaré foi também favorecida, mudando a vida das
pessoas que residem nessas áreas. As empresas vencedoras do concurso para
executar o projeto foram Boldarini Arquitetura e Urbanismo, Geobrax Engenharia e
Linear Engenharia, Luz Urbana e a Argos Engenharia, que executaram,
respectivamente, o projeto de requalificação do Cantinho do Céu, pavimentação,
drenagem e o sistema viário, iluminação pública e redes de esgoto e água. A
Boldarini Arquitetura e Urbanismo dispõem, na elaboração e execução do projeto, a
uma equipe de arquitetos, que se dividiram em trabalho paisagísticos, urbanísticos,
e design em equipamentos dispostos na área requalificada. O intuito do poder
público foi dar uso físico e social, com a utilização da área de intervenção. A área
mostrava diversos problemas, pois eram altamente preenchidas por ocupações
irregulares, onde as margens da represa possuíam ocupações inadequadas e o
setor ambiental encontrava-se fragilizado. Vendo isso, a prefeitura percebeu a
necessidade de experimentações projetuais, abrindo concurso para superar os
problemas encontrados (O SITE ARCHDAILY, 2013).

As Figuras 22, 23 e 24 exibem as áreas que passaram pela intervenção urbana e


paisagística.
38

Figura 22: Área de Intervenção-Parque Cantinho do Céu

Fonte: arqbacana.com, 2015.

Figura 23: Área de Implantação Paisagística

Fonte: arqbacana.com, 2015.

Figura 24: Área de Implantação

Fonte: arqbacana.com,2015.
39

3.2.2 Objetivos

O objetivo foi melhorar as condições de acesso e mobilidade, dotação de


infraestrutura de saneamento ambiental, áreas para lazer, entretenimento, esportes,
ciclovias, descanso e contemplação, bem como reverter o impacto ambiental
negativo, e a qualidade de abastecimento de água da população e buscar aproximar
as pessoas da água produzindo ligação entre ambas. O objetivo também foi de gerar
varias definições específicas que deixassem os seus usuários de todas as idades
encontrarem um lugar vivo e convidativo, um espaço que gerasse vínculo com seus
frequentadores, encontrando um local para seu descanso e divertimento, através
dos meios que ofertam lazeres, seja na caminhada, na pista de skate, nos decks, na
quadra, nos playgrounds, cinemas e nos demais espaços. As cores das faces das
fachadas cegas das edificações possuem finalidade de compor a paisagem com o
construído e o ambiente natural. As Figuras 25, 26, 27 e 28 relatam em imagens as
mudanças.

Figura 25: Parque e entorno Cantinho do Céu.

Fonte: archdaily.com, 2013.


40

Figura 26: Fachadas coloridas e Píer.

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 27: Píer.

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 28: Cinema

Fonte: archdaily.com, 2013.


41

Houve também a criação de largos e mirantes, grandes áreas livres, reabilitação


ambiental da margem, áreas acessíveis, junção das atividades esportivas, atividades
para todas as idades, materiais permeáveis para caminhos de pedestres, setor
construído para administração e estoques de equipamentos e conservação do
parque (ARQBACANA.COM, 2013). As figuras 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 e 36
mostram as propostas realizadas.

Figura 29: Parque Cantinho do Céu-Esportes Aquáticos.

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 30: Parque Cantinho do Céu-Passeio.

Fonte: archdaily.com, 2013.


42

Além da melhoria na infraestrutura, houve necessidade de remoção de construções


devido às condições precárias de alguns assentamentos que não disponibilizavam
meios de ligação com a infraestrutura; o melhoramento nos acessos e na mobilidade

foi dado segundo o entendimento das vias existentes, com o objetivo de consolida-
las, juntando os três loteamentos com a malha viária do entorno. Devido a essas
alterações, foi preciso a criação de novas ruas, escadarias e vielas, dando adequada
mobilidade a vários pontos de importância do parque e a união com o seu entorno.
Também foram criadas ruas com espaços para pedestres e automóveis, inclinação
de pisos e diferenças em materiais que contribua com a permeabilidade
(ARCHDAILY, 2013).

Figura 31: Quadra

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 32: contemplação e passeio

Fonte: archdaily.com, 2013.


43

Figura 33: Parque Cantinho do Céu-Passeio

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 34: Parque e entorno

Fonte: archdaily.com, 2013.

Figura 35: Corte esquemático

Fonte: archdaily.com, 2013.


44

Figura 36: Corte esquemático

Fonte: archdaily.com, 2013.

3.2.3 Metodologia

O fio condutor encontra-se na composição do projeto, pois os métodos foram


tratados através de formulação de hipóteses de intervenção, o que contribui para o
melhoramento no déficit de infraestrutura, para dar qualidade e integrar o
assentamento, combinando as multiplicidades das disciplinas envolvidas, os
terrenos e as pós-ocupações, assim como teve o objetivo de integrar a população e
sua disposição.

A intervenção procura por em evidência o valor do espaço comum e público para a


sociedade e toda cidade, seguindo uma visão de mudança efetiva que fortalece a
inclusão social e o direito ao espaço público de qualidade, tornando o Cantinho do
Céu em um elemento principal para gerar qualidade ao bairro. A valorização da área
foi pensada com a finalidade de resgatar o sentimento de pertencer à cidade,
levando o cuidado da área pelos seus próprios usuários, criando condições simples
para o progresso das futuras gerações.

Ocorreram observações, complementações e adequações da infraestrutura urbana,


com melhoramento sanitário e em áreas verdes e a mobilidade em toda área de
intervenção, integração urbana entre o antigo e o existente, respeitando a tipologia
em que se encontra a área, harmonização urbanístico-ambiental, relacionada à
intervenção no bairro, criação de situações indispensáveis no setor fundiário do
parcelamento do solo (ARCHDAILY.COM, 2013).
45

3.2.4 O Produto e seus Resultados

Em 2014, a intervenção estava concluída e, desde seu inicio, os efeitos encontrados


nos usuários do Parque foram bastante positivos. As pessoas encontram área de
lazer para qualquer faixa etária no entorno do local requalificado, recebeu moradias,
ruas calçadas e infraestrutura de saneamento.

Cada espaço criado é bem utilizado e aproveitado pelos habitantes do entorno do


ambiente e demais localidades. O espaço tornou o Cantinho do Céu vivo, com suas
atividades variadas, em diversos horários; pessoas são encontradas nesse espaço,
seja praticando exercícios físicos, como caminhada, futebol na quadra,
contemplação da vegetação ou do reservatório Billings, praticando esportes
aquáticos, piqueniques, cinema ao ar livre, playground para as crianças, vôlei de
areia, rampas de skate, quadra de futebol sintético, pessoas andando de bicicleta e
academia de ginástica, voltada à terceira idade.

No começo das mudanças urbanísticas muitos reagiram negativamente devido a


desapropriação de varias edificações, mas com o ‘aparecer’ das propostas
realizadas passaram a sentir orgulho do local, o sentimento de pertencimento nas
pessoas só cresceu. As famílias removidas foram relocadas para um conjunto
residencial próximo ao Parque Cantinho do Céu, conforme mostra a Figura 37
seguir.

Figura 37: Novo Conjunto Habitacional Nova Jaguaré

Fonte: foto de Daniel Ducci, 2012.


46

3.3 Quadro Comparativo

O quadro comparativo a seguir demonstra as dissemelhanças e as semelhanças


junto com os pontos negativos e positivos dos estudos de caso, que foram relatados
no capítulo 2, do Parque Capibaribe e o segundo estudo, o Parque Cantinho do Céu:

ITEM PARQUE CAPIBARIBE PARQUE CANTINHO DO CÉU

Recife – PE Grajaú – SP
LOCALIZAÇÃO

O programa é bem formulado Gerar apropriação do local


na diversidade de atividades pelos moradores. A
em todo o percurso do parque, multiplicidade de atividades
na variação de equipamentos, inclui-o todas as faixas etárias.
PROGRAMA preservação e revitalização da O parque possui área de
vegetação, contato das contemplação (píer), variadas
pessoas com a natureza, atividades físicas em horários
tornando o espaço público para diferentes, deixando o ambiente
pessoas. sempre movimentado.

Os trechos executados são O entorno recebeu melhoras


bastante utilizados pelo em várias áreas, tanto em
moradores do entorno do moradias, infraestrutura e
parque e demais bairros, preservação ambiental.
ENTORNO contribuindo para outros
setores econômicos e a
quantidade de pessoas nas
ruas em horários antes
inviáveis.

Ponto de encontro, atividade Ponto de entretenimento,


esportivas, passagem e lazer. cultura, lazer, esportes e
APROPRIAÇÃO passagem.

Considerando os aspectos analisados, foram identificadas semelhanças no


programa, entorno e apropriação gerando um ambiente convidativo e vivo, que cada
morador próximo a área de intervenção e frequentadores de lugares mais distantes,
se apegam a o local, tendo o lugar participante da rotina do seu cotidiano.
47

4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Neste capítulo será explanado as informações que caracterizam a área e o entorno


da Lagoa de Santa Tereza, com o intuito de fundamentar a analise urbana dessa
localidade.

4.1 Localização e Histórico

Embora não existam documentos históricos referentes à Lagoa de Santa Tereza,


historiadores e arquitetos da prefeitura de Olinda declaram que a lagoa foi utilizada
como um viveiro de peixes para o consumo dos Carmelitas - eles não consumiam
outro tipo de carne que não fosse peixes. O arquivo público e o IPHAN de Olinda só
possuem bibliografias que relatam históricos da Igreja e do Colégio dos órfãos de
Santa Tereza, que deram origem a ocupação da área. Em 1660, a Igreja de Santa
Tereza foi fundada a invocação de Nossa Senhora do Destêrro, porém, alguns
afirmam que a construção da Igreja foi segundo a ordem de João Fernandes Vieira,
após a batalha do Monte das Tabocas.

Os Carmelitas Descalços, também conhecidos como Terésios ou Marianos,


chegaram a Pernambuco em 1686; devido ao surto de febre amarela, eles ficaram
no bairro do Recife, e por ocorrer a necessidade de permanência por um tempo
maior, eles foram se alojar na Igreja de Nossa Senhora do Desterreo, construída
juntamente ao Convento de Santa Tereza pela população local (COSTA, Coleção
Pernambucana, 1983).

A Figura 38 mostrará a Lagoa de Santa Tereza no ano que o IPHAN tombou ela
mais o Colégio Convento de Santa Tereza e Capela de Nsa. Sra. do Desterro, em
1938.

Figura 38: Lagoa de santa Tereza 1938

Fonte: fotolong.com, 2017.


48

A área de estudo está localizada em Olinda, Pernambuco-Brasil. A Lagoa de Santa


Tereza é integrante da 8° Região Politico Administrativa (RPA8) de Olinda e das
Zonas Especiais de Proteção Cultural e Paisagística (ZEPC); a ZEPC é um setor de
preservação rigorosa, cujas características deverão ser mantidas, obedecendo a um
rígido controle de intervenções (LEI 4849, 1992).

Figura 39: Zoneamento da cidade de Olinda.

Fonte: olinda.pe.gov.br 2017.

As Figuras 39 e 40 exibirem imagens do zoneamento de Olinda e a área de


estudo. O bairro de Santa Tereza está na RPA 8, sua área total é 0.59 km², com
uma população de 4548 habitantes.
49

Figura 40: Delimitação área de estudo

Fonte: olinda.pe.gov.br, 2017.

A Figura 41 exibir o zoneamento das áreas de referencias do bairro de Santa


Tereza.

Figura 41: Zoneamento – Pontos Referenciais

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

As áreas adjacentes a Lagoa de Santa Tereza possuem bastantes variações, com


comércios formais e informais, instituições religiosas, escolas, instituições públicos,
uso misto, ambientes para lazer, equipamento para esportes, como a academia da
50

cidade e residências formais. As casas informais estão localizadas em grande


parcela na Ilha do Maruim e as com estrutura inviável para moradia estão à margem
do mangue. No levantamento da área de estudo foi identificado que no uso do solo
há predominância de residências; os serviços e comércios de porte maiores estão
dispostos na Avenida Olinda. Nas vias locais, é possível encontrar alguns usos
mistos e comércios de pequeno porte; na Ilha do Maruim são encontrados
mercadinhos, sorveteria, padarias, bares, lojas de roupas, mercearia de frutas e
comercio de roupas. A Figura 42 exibe o mapa do uso do solo com suas variações e
predominâncias.

Figura 42: Mapa do Uso do Solo

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

O levantamento demostrado no mapa acima, relata claramente que o bairro de


Santa Tereza é altamente residencial, e na sua grande maioria os moradores possui
renda financeira baixa, a diversidade do uso tem uma quebra, trazendo insegurança
em determinadas áreas, pois os locais que oferece serviço na sua grande maioria
fecham às 18h, tornando a área vulneráveis ao roubo. O comercio é encontrado com
variedades de serviços na comunidade da Ilha do Maruim. Boa parte do serviço,
51

localizado na Av. Olinda oferecem as mesmas funções (serviço mecânico para


automóveis).

Figura 43: Mapa gabarito Residênciais

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

O bairro de Santa Tereza é altamente residencial, a figura 43 mostrara a


predominância de gabarito, que na sua maioria apresenta no máximo dois
pavimentos, grande parcela das casas ocupam um terreno vasto e em sua grande
maioria as casas são térreas.

4.1.2 Aspectos físicos e ambientais

Baseado na visita a área de estudo, foi percebida que as ilhas de calor são mais
sentidas nas avenidas arteriais (Av. Olinda e Av. Agamenon Magalhães), pois existe
o déficit de vegetação, as vias locais apresentam poucas vegetações, porém
comparando as arteriais, o nível de calor é menor. As ilhas de amenidades não
chegam melhorar significativamente a temperatura, segundo o Plano Diretor da
cidade de Olinda a Lagoa de Santa Tereza está na RPA 8, que é um setor de
preservação rigorosa, cujas características deverão ser mantidas, obedecendo a um
rígido controle de intervenções, porém, as demais ilhas de amenidades poderá
sofrer alterações caso seja conveniente para prefeitura disponibilizar terreno para
52

construções futuras. A Figura 44 refletirá através do levantamento de campo os


pontos mais quentes e os amenos.

Figura 44: Temperaturas ambientais de Santa Tereza.

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

O bairro de Santa Tereza não possui vegetação significativa, de forma que torne o
caminhar agradável, pois em horários em que a temperatura está no seu ponto
máximo, fazer o percurso a pé ou de bike torna insuportável. O índice de vegetação
significativa é encontrada na Lagoa de Santa Tereza e no mangue localizado entre a
Rua Santa Tereza, Rua Chá Grande e o Rio Beberibe. A Figura 45 exibe esses
locais.
53

Figura 45: Vegetação.

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

4.1.3 Sistema Viário e de Transportes

A Lagoa de Santa Tereza está entre três principais vias arteriais: Av. Olinda, Av.
Agamenon Magalhães e Av. Presidente Kennedy. O Complexo Rodoviário de
Salgadinho foi implantado com o objetivo de gerar melhoria para a articulação do
tráfego, ligando Olinda e Recife e suas mediações. Porem, com o aumento da
quantidade de veículos os pontos de conflitos se intensificaram. Baseado em dias
de observação e Waze no Google Maps, foi percebido que estas são vias de
intensos fluxos de segunda a sexta nos horários entre 6h:30-11h:10 no sentido
Olinda-Recife e nos horários entre 16h:40-20h:25 no sentido Recife-Olinda. As
Figuras 46 e 47 abaixo, demostram os sentidos das vias e seus fluxos.
54

Figura 46: Sentido das principais vias.

Fonte: Google Maps, 2017, modificada pela autora.

Figura 47: Fluxos das Vias

ALTO FLUXO

MÉDIO FLUXO

Fonte: Google Earth, 2017, modificada pela autora.

Dezoito linhas de ônibus passam no sentido norte sul, saindo do distrito de Olinda
para Recife. Dez dessas linhas vêm pela Panordestina e duas da Presidente
Kennedy (Peixinhos-Giradoro), essas linhas se encontram na Av. Agamenon
Magalhães, no trecho da Lagoa e as seis restantes passam na Av. Olinda. As
55

Figuras 48, 49, 50, 51, 52 e 53 demostrarão os pontos de conflitos e os horários de


congestionamento no trânsito.

Figura 48: Fluxos 6h:30-Olinda-Recife

Fonte: Google Maps, 2018.

Figura 49: Fluxos 11h:10-Olinda-Recife

Fonte: Google Maps, 2018.


56

Figura 50: Pontos de Conflitos 6h:30-Sentido Olinda-Recife

Fonte: Google Earth, 2017,modificada pela autora.

Os conflitos de transito são localizados nos encontros das avenidas


Presidente Kennedy e Olinda, no sentido Olinda-Recife e, nesse
mesmo sentido, também existe uma intensa quantidade de veículos
que vem da PE-15 e de Peixinhos e se encontram na Avenida
Agamenon Magalhães. O congestionamento só diminui na mediação
da Av. Cruz Cabúga com a Av. Norte; um dos motivos é a baixa
qualidade dos transportes públicos e a falta de segurança durante o
percurso, que conduz ao os moradores do bairro utilizar seus
transportes (carro), contribuindo cada vez mais para os conflitos e
congestionamento no transito.
57

Figura 51: Ponto de Conflitos 16h:25-Sentido Olinda-Recife

Fonte:Google Earth, 2017.Modificada pela autora.

Figura 52: Fluxos 16h:25-Olinda-Recife

Fonte: Google Maps, 2018.


58

Figura 53: Fluxos 11h:10-Olinda-Recife

Fonte: Google Maps, 2018.

4.1.4 Infraestrutura

A iluminação pública é fraca em grande parte da Ilha do Maruim e na Rua Duarte


Coelho; a Av. Olinda tem iluminação baixa da mesma forma, contribuindo para
insegurança dos pedestres. A partir da Delegacia do Varadouro no sentido da Av.
Sigismundo Gonçalves a iluminação melhora. As vias arteriais possuem
pavimentação de qualidade, favorável para o tráfego de veículos e pedestres, nas
faixas dispostas aos mesmos, porém algumas calçadas não são seguras e
acessíveis para a caminhada. As ruas e calçadas da Ilha do Maruim, em grande
parcela não mostram condições boas. As Figuras 54, 55 e 56 demostram esses
problemas.
59

Figura 54: Calçamento de Ruas e Avenidas

Fonte: Google Maps, 2017, modificada pela autora.

Figura 55: Iluminação Pública

Fonte: Google Maps, 2017, modificada pela autora.


60

Figura 56: Calçadas não Acessíveis

Fonte: Google Maps, 2017.

4.1.5 Legislação e Gestão Urbana

A Lagoa de Santa Tereza, Rua de Santa Tereza, Rua Duarte Coelho e Convento de
Santa Tereza, estão na ZEPC 4. Essa área se caracteriza como área de
preservação de edificação, em conjunto ou isolada, de valor histórico-cultural, as
ZEPC são classificadas em quatro, que são: ZEPC 01 – Santuário da Mãe Rainha;
ZEPC 02 – Sítio Histórico Bonsucesso-Monte; ZEPC 03 – Sítio Histórico Carmo-
Varadouro; ZEPC 04 – Sítio Histórico Santa Tereza.

Sítio Histório (ZEPC 4), conjunto ou monumento isolado (ZEPC 2) e ruínas (ZEPC
3). Há uma lei especifica para as ZEPCs, Lei n° 4.849/92 - Legislação Urbanística
dos Sítios Históricos de Olinda institui no Município de Olinda, as ZEPC e Zonas de
Entorno do Sítio histórico, definindo as normas urbanísticas para estas áreas, tendo
em vista a melhoria da qualidade de vida dos moradores e preservação e
valorização dos bens culturais, arquitetônicos e naturais (LEI n° 4.849/92).

Art. 30. A Zona Especial de Proteção do Patrimônio Cultural (ZEPC) tem


como finalidade proteger áreas e bens que encerram valores culturais
reconhecidos, tangíveis e intangíveis, assegurando a qualidade ambiental,
quando se tratar das áreas próximas, e a proteção rigorosa, quando se
tratar do entorno imediato (Plano Diretor do Município de Olinda, pag.10,
2008).

No bairro de Santa Tereza está contido a Ilha do Maruim que é classificada pelo
Plano Diretor do Município de Olinda com ZEIS (Zona Especial de Interesse Social),
baseado na característica da localidade.

Art. 32. A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) é área de


assentamentos habitacionais de população de baixa renda, surgidos
61

espontaneamente, existentes, consolidados ou propostos pelo Poder


Público, onde haja possibilidade de urbanização e regularização fundiária e,
está (PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE OLINDA, 2008, p.11).

A localização da Lagoa é bastante estratégica, sendo possível oferecer um


equipamento público de qualidade para cidades adjacentes a Olinda e cidades mais
distantes, gerando beneficio imediato aos moradores de Olinda.

Na Gestão urbana a prefeitura na gestão atual tem investido na infraestrutura,


cultura, saúde etc. No posto de saúde da Ilha do Maruim, que atende cerca de 120
pessoas por dia, passou por uma revitalização, que foi conduzido em meados de
2017. O local encontrava-se sem condições para o atendimento, em função disso a
população era atendida na academia da cidade de Santa Tereza na rua Duarte
Coelho. A prefeitura renovou as instalações elétricas e hidráulicas e realizou a
pintura, informatizou o atendimento. Médicos, enfermeiros, técnico de enfermagem,
agentes comunitários e outros profissionais da área atendem aos moradores do
bairro. A unidade tem especialidades em pré-natal, citologia, vacinação, hiperdia
(hipertensão e diabetes), curativos, pré-atendimento em situação de emergência e
puericultura (Prefeitura de Olinda, 2017).

As Figuras 57 e 58 apresentam o posto de saúde após a revitalização.

Figura 57: Posto de Saúde Figura 58: Posto de Saúde

Fonte: Site da Prefeitura de Olinda, 2017.


Fonte: Site da Prefeitura de Olinda, 2017.

O bairro de Santa Tereza não dispõe de feiras públicas, há problemas de


mobilidade e acessibilidade, há terrenos vazios ociosos que poderiam ser
aproveitados em dias da semana ou finais de semanas, atraindo as pessoas para a
rua e contribuindo com a segurança e vida urbana. Segundo a prefeitura de Olinda,
o mercado Eufrásio Barbosa tem previsão de ser reaberto em 2018; nele haverá
multiplicidade de serviços em horários diferenciados, e como seu raio de
62

abrangência alcança o bairro de Santa Tereza, é provável que a região seja


favorecida, porém essa mudança não será pontual para Santa Tereza, pois o
comércio e os serviços oferecidos nela têm horários semelhantes aos demais
estabelecimentos, que estão fechando entre 17h-18h, gerando insegurança aos
moradores após esses horários, sendo mais local de passagem para lugares
específicos do que de permanência.
63

5 DIRETRIZES E AÇÕES

Assim como as demais cidades do estado de Pernambuco, Olinda não apresenta


quantidade e qualidade quando a questão é espaços públicos. Em toda a cidade não
se encontra praças ou parques em condições seguras e viáveis para o uso coletivo.
Em um município predominantemente residencial, passa a ser ilógico o
deslocamento dos seus moradores para cidades próximas, com o intuito de usufruir
de uma área coletiva segura, sustentável e com diversidade nas atividades e
serviços.

Por conseguinte, este capítulo tem por finalidade essencial expor diretrizes para a
requalificação urbanística e ambiental da Lagoa de Santa Tereza e seu entorno.

As intervenções propostas para Lagoa irá gerar influência em Olinda de forma direta
e nas cidades e bairros vizinhos, pois sua extensão é um grande e notável
equipamento público. Para esta área será proposto, um ambiente convidativo,
induzindo e gerando encontros, contribuindo com a permanência, tornando o local
ativo e seguro, favorecendo o seu uso, tornando-o coletivo e múltiplo com atividades
esportivas, de lazer, de cultura, ambiental e com mobilidade, acessibilidade e
infraestrutura.

Diretriz 01: Melhoria da acessibilidade e mobilidade

Na acessibilidade as condições encontradas atualmente não ofertam área para


utilização apropriada na Lagoa e suas adjacências, com segurança e independência,
dada nos espaços, equipamentos e mobiliário, da mesma maneira como nas vias.
Para uma acessibilidade praticável torna indispensável à eliminação de obstáculos,
seja na Lagoa, vias, transportes, edificações públicas ou privadas tornando o espaço
acessíveis para as pessoas, principalmente com mobilidade reduzida e com
deficiência. Já para uma boa garantia na qualidade de vias, veículos e infraestrutura
de modo eficaz e inclusiva, a mobilidade urbana precisa atender as necessidades
básicas para a funcionalidade no espaço público.
64

Ação 01: Redução da largura das vias para veículos e criação de passeios com
vegetação e mobiliário público.

Enquanto o conceito de construir mais vias para melhora o transito for planejada,
jamais será alcançada uma área coletiva de qualidade. Segundo Gehl (2015)
construir vias adicionais é um direito à aquisição e ao uso de mais automóveis.

As avenidas que circundam a Lagoa (Av. Olinda, Presidente Kennedy e a Agamenon


Magalhães) possui dimensão suficiente para distribuir vias para lazer, transporte
coletivo e privado, onde o eixo central será voltado para ciclista, pedestre e com
área para descanso e lazer sombreada do inicio ao final do percurso.

Assim como em Embarcadero (Figura 59), larga via expressa em São Francisco nos
Estados Unidos, que foi fechada depois do terremoto de 1989, onde as pessoas
rapidamente adaptaram seu comportamento no trânsito e o tráfego residual
encontrou outras rotas, será promovida (Figura 60) para as avenidas (Agamenon
Magalhães e Olinda) que circundam a Lagoa a mesma mudança, não sendo
necessário o fechamento das vias, mas uma reorganização em prioridades no meio
urbano, onde o eixo central terá passeios para pedestres e ciclistas, com o objetivo
de viabilizar caminhos de grande dinamismo urbano com o intuito de promover
conectividade entre as pessoas e o espaço público.

Figura 59: Antes e depois da Embarcadero-São Francisco, EUA

Fonte: www.bizjournals.com, 2018.

Atualmente as avenidas que passará por intervenções, possui quatro faixas para
veículos sendo duas sentido Olinda - Recife e as outras sentido Recife - Olinda.
Com a implantação do eixo central na Av. Agamenon (com largura de 9,10m nos
dois sentidos e no passeio central com 2.25m, em áreas sem estreitamentos, as
65

faixas para carros particulares ficará com 2,40m, transporte público com 2,90m e
eixo central com 8.67m, conforme mostra a Figura 59.

Figura 60: Vias compartilhadas-Agamenon Magalhães.

Fonte: modificado pela autora, 2018.

Na Av. Olinda as faixas para carros (Figura 61) terão 2,25m, ônibus 2,70m e eixo
central 4,80m. Parte dessa faixa central da Av. Agamenon Magalhães passará
dentro do Parque Memorial Arco Verde e se encontrara com o eixo da Av. Olinda no
limite do Parque, sentido Recife (Figura 61).

Figura 61: Modificações de Vias, Av. Olinda.

Fonte: modificado pela autora, 2018.


66

O objetivo do eixo central é de gerar ambiente de interação e contato, pois é no


ambiente público que a vida acontece. O eixo terá mobiliário público para descanso
sobre sombreamento, pista para caminhas e ciclofaixa que se conectará a da
Fabrica Tacaruna e da Lagoa de Santa Tereza (Figura 62).

Figura 62:Eixo central - Av. Agamenon e Olinda

Fonte: modificada pela autora, 2018.


67

Ação 02: Implantação e conexão de Ciclovias

Encontra-se implantado uma ciclofaixa nas margens da Lagoa, sendo um trecho na


Av. Presidente Kennedy e o outro na Av. Agamenom Magalhães, ela começa no
limite da Rua Quinze de Novembro (próximo ao Mercado Eufrásio Barbosa) com a
Av. Presidente Kennedy. A conexão desse trecho se liga com a da Fabrica Tacaruna
e segue até o Marco Zero (bairro do Recife). A faixa de pedestre elevada (Figura 63)
na Av. Presidente Kennedy trás segurança aos ciclistas e moradores do local, pois
normalmente os veículos excediam o limite de velocidades em horários de baixo
fluxo.

A Figura 63 mostrará o percurso (na cor amarelo) que a ciclofaixa disponibiliza na


mediação do Mercado Eufrásio Barbosa até a Lagoa de Santa Tereza.

Figura 63: Extensão da Lagoa

Fonte: modificada pela autora, 2018.


68

Figura 64: Faixa elevada na Av. Presidente Kennedy

Fonte: modificada pela autora, 2018.

É proposto para estabelecer o encontro das ciclofaixas, acrescentar mais um trecho


(Figura 65) que ligue a mesma na Mediação do Mercado Eufrásio Barbosa e a da
Av. Beira Mar, onde seu inicio se dará próximo a Soverteria Bacana, e a implantação
da mesma no eixo central (Figura 66), onde a conexão das ciclovias se dará de toda
extensão da via beira mar, passando pela Lagoa, eixo central, fabrica Tacaruna, Rua
da Aurora e Recife Antigo etc. Tornando a via para ciclista, utilizável tanto para lazer
quanto locomoção das pessoas nas suas atividades do cotidiano, de forma
sustentável e segura, favorecendo também bairros vizinhos.

Figura 65: Ciclofaixas Proposta e Conexões

Fonte: modificada pela autora, 2018.


69

Figura 66: Conexões das Ciclovias no eixo central

Fonte: modificada pela autora, 2018.

Ação 03: Requalificação e implantação de passeios públicos.

O número de passeios públicos em condições precárias é alto nas cidades


brasileiras e o bairro de Santa Tereza faz parte desse índice. É fácil visualizar
calçadas estreitas, que muitas vezes os pedestres “brigam” por espaço no caminhar,
com inclinações fora das normas, barreiras impedindo o percurso, trechos
danificados etc. O caminhar é parte integrante das atividades do pedestre, há mais
no trajeto a pé do que simplesmente andar. Hoje não é encontrado na Lagoa
passeios para um caminhar confortável e livre de empecilhos. Muitos fatores
influenciam na velocidade do andar, a qualidade do via interfere diretamente no
numero de pessoas usando-as. Os pedestres andam mais rápido em ruas que
ofertam o movimento linear, porém quando o espaço público oferece ambiente como
uma praça ou um parque, o pedestre normalmente diminui o ritmo da velocidade,
utilizando cada vez mais a área coletiva. É proposta a requalificação das calçadas
existentes, com alargamento suficiente para uma agradável circulação, inclinações
conforme a NBR 9050/2015 (Norma Brasileira Regulamentadora) e acesso por
rampas para cadeirantes. A intervenção será em todas as calçadas (Figura 67) da
Av. Olinda, Agamenon Magalhães (até a Fabrica Tacaruna) e na Lagoa de Santa
Tereza.

A Figura 67 mostrará a implantação de rampas e calçadas em trechos que não


existem e a requalificação das demais.
70

Figura 67: Calçadas e Rampas de acesso

Fonte: modificada pela autora, 2018.

Diretriz 02: Preservação e Conservação Ambiental

O meio urbano tem a obrigação de oferecer um espaço sustentável, seja na


vegetação, na troca do uso de veículos por bicicletas (com o intuito de diminuir os
gases poluentes), proporcionar pequenos percursos a pé, e na conscientização da
importância da preservação de áreas ambientais.

Ação 01: Tratamento da Água

A revitalização do Rio Cheonggyecheon (Figura 68), na Coréia do Sul, trouxe


mudanças radicais no cotidiano do sul coreano, a água passou por tratamentos de
tal forma que devolveu o contato da mesma com seus frequentadores, em dias
quentes as pessoas param em seus horários de almoço para se refrescarem,
molhando os seus pés, a interação com a água torna o local vivo, pois em variados
horários pessoas passam por este caminho, logo o contato com desconhecido
surge, gerando vinculo com o próximo, contribuindo cada vez mais com pessoas no
espaço público. Tal como a revitalização do Rio Cheonggyecheon, é proposta à
revitalização para a água da Lagoa, com a intensão de gerar contato direto com a
água, produzindo também atividades como pedalinhos, passeio de canoas e
contribuindo com a interação entre as pessoas e contato do indivíduo com a água.
71

Figura 68: Antes e depois Rio Cheonggyecheon

Fonte: sustentabilidade.cnseg, 2018.

Ação 02: Revitalização do Parque Memorial Arco Verde

O Parque passará por recuperação de piso e vegetação, instalação de mobiliário


urbano, para proporcionar o descanso e a permanência de quem passa por mais
tempo, plantação de novas vegetações incentivada pelo o núcleo de educação
ambiental da Lagoa de Santa Tereza e pista de cooper. O eixo central irá passar nas
margens do Parque, e o encontro das vias (Olinda e Agamenon) se dará na sua
extremidade sentido Recife.

A Figura 69 mostrará a área de intervenção e as propostas para tornar o local


atraente para os moradores mais próximos e quem passa por esse caminho durante
a semana, pois o objetivo é que seja despertado o interesse das pessoas para o uso
do local durante todos os dias da semana atendendo todos os públicos.
72

Figura 69: Localização do Parque Memorial+Propostas

Fonte: sustentabilidade.cnseg, 2018.

Ação 03: Implantação do núcleo de educação ambiental na Lagoa

O alvo do núcleo é através de informações e atividades praticas reproduzir um


relacionamento das pessoas com o meio ambiente. Em uma área coberta e arejada
terá ambientes de coleta de baterias, óleos, coleta seletiva e compostagem de
restos de alimentos para utilizar como adubo orgânico no núcleo, no solo de
reflorestamento do Parque Memorial Arco Verde e na horta comunitária. Assim como
o núcleo de educação ambiental em Jacareí (Figura 70) São Paulo, que dispõem de
oficinas onde abordam a produção de adubo, criação e canteiro de horta vertical e o
manejo do solo para o plantio, da mesma forma é proposto para o núcleo da Lagoa
(Figura 71).
73

Figura 70: Núcleo de Educação Ambiental- Jacareí-SP

Fonte: www.madeiratotal, 2018.

Figura 71: Localização do Núcleo de Educação Ambiental

Fonte: modificada pela autora, 2018.

Segundo Jacobs (2011), quando o espaço público oferece atividades convidativas,


as pessoas passam a ter sentimento de pertencimento pelo local, em que muitas
vezes a manutenção e a conservação do lugar se dar pelo os próprios moradores. A
conexão da Lagoa com o Parque Memorial Arco Verde, se dará pelo eixo central
implantado nas Av. Olinda e Agamenon Magalhães (Figura 72).
74

Figura 72: Eixo Central – Conexão Lagoa e Parque

Fonte: modificada pela autora, 2018.

Ação 04: Implantação de horta comunitária na Lagoa

A horta comunitária (Figura 73) será próximo ao núcleo ambiental, pois o que será
produzido como adubo orgânico e as ferramentas serão aproveitadas. O proposito
da implantação é propiciar apego pelo local e criar interação entre pessoas, em um
espaço cultivado como os jardins de suas casas. A horta pública é de fato a
extensão da casa de cada cidadão, que cuida e produz para seu próprio consumo. A
proposta será semelhante a Horta das Corujas (Figura 73) que está localizada em
uma praça pública no meio da cidade, na Vila Beatriz, zona oeste de São Paulo. A
principal proposta foi criar um espaço que fosse gerador de convívio social e
educação ambiental. Na horta os moradores do bairro tem total liberdade para ser
voluntário no ensino de cultivar, é o que normalmente é visto acontecer com os
frequentadores da praça. O projeto também propõe aprendizagem no usar o espaço
coletivo, seguindo as regras estabelecidas pela área e respeitando os usuários.
75

Figura 73: Localização na Lagoa da Horta Comunitária+Proposta

Fonte: modificada pela autora,2018.

Diretriz 03: Estímulos as Atividades Físicas e lazer na Lagoa de Santa Tereza

Com dimensão aproximadamente de 74.469.00m², a Lagoa oferece uma grande


área para um equipamento urbano de qualidade, sua extensão é generosa para
atender todo público. Fincada na porta de entrada de Olinda (Sítio Histórico), sendo
parte do perímetro histórico tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional), a Lagoa é absolutamente apta para ofertar um espaço público de
capacidade essencial, se passar por revitalização e requalificação urbana fiel ao que
condiz a um espaço coletivo feito para pessoas.

A Lagoa é uma ZEPC, (proteção rigorosa) não poderá sofrer intervenções que
venha danificar o ambiente natural (Figura 81). Mesmo com partes aterrada, o
mangue ainda é predominante no local, por determinado tempo ele foi utilizado para
criação de aninais. Sua extensão (Figura 82) é propicia para conceder um bom
espaço para pratica de atividades físicas, por conseguinte as atividades esportivas
promove uma vida urbana saudável e agregam valores a vidas nas cidades, quando
o cotidiano dos espaços públicos for melhor para promover exercícios e gerar
76

permanecia, a pratica de atividades será induzido pelo próprio local.

Figura 74: Extensão Mangue e área aterrada

Fonte: Youtube, 2017.

Figura 75: Extensão Mangue e área aterrada

Fonte: Alterado pela autora, 2018.

Ação 01: Implantação de Deck no entorno do limite da Lagoa

Tendo conhecimento da carência de espaços públicos para esportes que gere o


convívio dos moradores do bairro e seu entorno, trais como sugestão propor
implantação de um local para pratica de diversas atividades de esportes (Figura 83 e
84), assim como o deck do Sul em Brasília (Figura 85), que viabilizou para os
moradores da cidade uma área ampla para caminhadas, corridas e espaço para
pedalar. Com o deck a variedade de atividades físicas irá tornar a área mais
convidativa e viva, não apenas em dias específicos, como finais de semanas e
77

feriados. A Lagoa de Santa Tereza está em uma área de preservação rigorosa, por
isso a proposta desta implantação, é para manter o local de mangue sem mudanças
drásticas, contribuindo com o ambiente natural. O piso em madeira percorrerá toda a
extensão da Lagoa, permitindo uma interligação com as quadras esportivas
existentes (Figura 86) e anexadas à área de estudo e a Igreja e o Convento de
Santa Tereza. Concedendo as pessoas enquanto se exercitam, pedalam ou fazem
uma simples caminhada pelo deck a conhecerem as atividades oferecidas no
espaço público.

Figura 76: Extensão do Deck-Planta Baixa Lagoa de Sta.Tereza

Fonte: modificada pela autora, 2017.


78

Figura 77: Deck-Proposta

Fonte: modificada pela autora,2017.

Figura 78: Deck Sul-Brasília

Fonte: jornaldebrasilia.com.br, 2018.


79

Figura 79: Quadras de Esportes existentes

Fonte: Youtube, 2017.

Ação 02: Desapropriação do ferro velho próximo às quadras esportivas para


implantação da academia do bairro

O bairro com o nome análogo a Lagoa, possui uma academia da cidade na Rua
Duarte Coelho (Figura 87), porem sua dimensão tem limitações no atende a
população residente do bairro e suas adjacências, pois sua estrutura não suporta,
devido ao seu limite de capacidade. Com a implantação da academia do bairro na
Lagoa, a colaboração para a pratica de atividades físicas contribuirá para saúde
física e mental das pessoas e trará vitalidade ao local, pois onde há gente, há
segurança e relacionamento, propiciando a permanência e gerando sentimento de
pertencimento. O ferro velho que está entre as quadras esportivas e a cimenteira
(Figura 88) não traz segurança durante o percurso a pé em dias diurnos, e isso
agrava em horários noturnos, pois sua fachada é sem vida, não proporciona uma
relação com quem passa. A proposta é desapropriar o ferro velho e implantar a
academia do bairro próximo às quadras existentes, primeiramente porque o local
possui um espaço exequível para implantação da academia, e segundo, que se
vincula com as quadras existentes e conversa com quem utiliza a pista de Cooper
(mascada no deck) enquanto as pessoas se exercitam e dialoga com quem transita
pela Av. Olinda, motivando a pratica de atividades por quem a percebe. Assim como
80

a implantação da academia na cidade do Cambé no estado do Paraná (Figura 89),


que destinou o local a esportes e saúde é proposto para a Lagoa.

Figura 80: Academia da Cidade existente-Rua Duarte Coelho

Fonte: acervo autora,2017.

Figura 81: Ferro Velho próximo às quadras esportivas e cimenteira

Fonte: acervo autora,2017.


81

Figura 82: Academia ao ar livre – Cambé - Paraná

Fonte: cambe.pr.gov.br,2011.

Diretriz 04: Implantação de comercio com variação de serviço e Fachadas


ativas

Para trazer uso ao espaço público, é necessária a variedade nas atividades


ofertadas pelo o local, e com horários diferenciados. Quando é ofertado em um
mesmo local, mercados, restaurantes, instituições educativas etc. Torna o ambiente
mais vivo e seguro, pois durante o dia inteiro, terá pessoas nas ruas, seja
comprando, marcando encontros, caminhando etc. não basta só implantar
comércios, é preciso fazer uma ligação da área que passará pela intervenção com
seu entorno.

Enquanto as fachadas de edificações comerciais, elas precisam ser permeáveis e


ricas em variedades e detalhes, principalmente ao nível dos olhos de quem faz o
trajeto a pé, a caminha se torna rica em experiências, induzindo a parada e
provocando a entrada. Fachadas convidativas deixa o local mais vistoso,
contribuindo com o fluxo de pessoas e consequentemente a segurança do local, pois
onde tem gente as pessoas sente-se mais segurar para permanecer por horas.

Ação 01: Incentivo à diversificação de usos comerciais na Av. Olinda e Agamenon


Magalhães

Na Av. Olinda o serviço predominante é de mecânica para automóveis, grande


partes dos terrenos são ocupadas por empresas desativadas, contribuindo ainda
mais para insegurança do local, pois o numero de frequência de pedestres nessa via
é insignificante, principalmente em horários não comerciais. Na Av. Agamenon
Magalhães comparando com a Av. Olinda, apresenta mais serviços, encontra-se
82

concerto para carros, serviço em granito, reciclagem, forros, vendas de automóveis


por concessionarias de porte médio alto e empresa telefônica. A proposta para
essas áreas será a implantação de comércios que ofereçam diversidade no serviço,
como lojas, consultórios, supermercados etc. sendo um gerador de emprego de
forma direta para os moradores da Ilha do Maruim e um meio de tornar a área mais
frequentada e consequentemente viva.

A Figura 90 mostrará os locais que será implantado serviços com diferenciação nos
produtos ofertados, e a 91 trará às áreas marcadas com imagens da situação atual
correspondente as numerações no mapa.

Figura 83: Terreno para implantação de comércios

Fonte: modificada pela autora,2018.


83

Figura 84: Situação atual de áreas ociosas e mal utilizadas


Nas Av. Olinda e Agamenon Magalhães

Fonte: modificada pela autora,2018.

Ação 02: Implantação de fachadas permeáveis na Av. Olinda e Agamenon


Magalhães

Todas as fachadas comerciais (Figura 92) voltadas para Lagoa terão permeabilidade
em todo extensão (vidro, grade, elementos vazados etc), sendo obrigatoriamente
interativa com o público, variada na oferta de serviços, cores e forma das fachadas,
interessante e convidativa para quem passa em diferentes velocidades. Se as
fachadas forem de esquina, todas as laterais serão transparente. A implantação de
comércio voltado a horário noturno como academia, bares, soverteria e cafés, trará
um ritmo de frequentadores significativo, colaborando ainda mais para gerar vida ao
local e chamando mais pessoas para as ruas.
84

Figura 85: Mapa marcação das fachadas ativas-comercio voltado a Lagoa

Fonte: modificada pela autora,2018.

As fachadas são ativas não apenas por ter permeabilidade visual, ela pode ser ativa
na cor, volumetria, na forma das esquadrias etc. A Figura 93 trás exemplo de
fachadas interativas que será tomada como base para as fachadas comerciais
próximas a Lagoa.

Figura 86: King William Walk-Greenwich

Fonte: caosplanejad.com, 2018.


85

Diretriz 05: Estimulo e promoção à sustentabilidade econômica da Lagoa

Quando o espaço público presenteia as pessoas com variedades no uso e o mesmo


possui qualidade, elas são estimuladas a aplicar no seu cotidiano o uso da área
concedida. É importante reunir pessoas em espaços coletivas, pois onde há gente
há vida. Hoje a área aterrada da Lagoa é usada como ferro velho e borracharia,
mesmo a prefeitura retirando entulhos da local, ainda é encontrado lixo (Figura 94).
Em dias de grandes eventos (público ou privado) que ocorrem nas proximidades da
Lagoa, o espaço aterrado é disponibilizado como estacionamento, um local
ricamente propicio para implantação de usos que gerará vida na região e redondeza,
não passa de um espaço ociosa e insegura. Não é encontrado no município de
Santa Tereza, lugares com estrutura adequada, que ofereçam espaço para
exposição de trabalhos feitos pelo os seus próprios moradores, e com a implantação
food truck, quiosques e feiras comunitárias, irá gera emprego para o munícipio,
contribuindo com a economia da cidade. É proposto para variação de uso além do
que foi citado anteriormente, área para eventos públicos playground, e no lazer, área
de contemplação em um píer, redes e espreguiçadeira, levando as pessoas a
prolongarem sua permanência na Lagoa.

Figura 87: Entulhos na área aterrada

Fonte: Acervo autora, 2017.


86

Ação 01: Implantação de quiosques, food truck e eventos na área de aterro voltado a
Av. Presidente Kennedy.

Na área aterrada (Figura 95), é proposta a implantação de três food truck (Figura
96), com possibilidades de serem implantados outros) em que as mesas e cadeiras
de apoio ao mesmo, estarão em uma coberta feita de madeira com vegetação sobre
elas, conhecidas como caramanchão (Figura 97), sendo integrando com o meio. A
área para eventos estará em um local favorável tanto para quem esta consumindo
no food truck, quanto a quem passa pelo deck. Os quiosques (Figura 98) também
serão com estrutura de madeira e coberta com telha ecológica, pois assim como a
intenção do caramanchão de incorporar ao espaço que esta contido, assim será os
quiosques. Neles serão oferecidos serviços de cafeteria-lanchonete e bar-
restaurante, com horários diurno e vespertino e vespertino e noturno
respectivamente. O alvo é torna o local ativo em todos os horários, tendo frequência
de pessoas constantes.

Figura 88: Área aterrada

Fonte: Acervo autora, 2018.


87

Figura 89: Área de aterrada

Fonte: modificada autora, 2018.

O caramanchão (Figura 97) se integra com a Lagoa e proporciona conforto térmico e


bem estar para quem estará usando os serviços do food truck ou utilizando o
ambiente para outras atividades.

Figura 90: Caramanchão

Fonte: newsrondonia, 2018.


88

Figura 91: Quiosque com telha ecológica e estrutura em madeira

Fonte: modificada pela autora, 2017.

Ação 02: Desapropriação do Ferro Velho e Instalação de Feira comunitária

O intuito da feira comunitária (Figura 99) é de gerar empregos para os moradores do


entorno imediato a Lagoa e suas proximidades, pois assim como a feira comunitária
de Bento Ferreira em Vitória do Espirito Santo, é permitida a venda de objetos feitos
de forma artesanal ou comprado direto da fabrica, onde a finalidade é atender o
maior numero possível de pessoas devido o preço acessível. Assim será proposta
na área do ferro velho, uma feira pública que irá funcionar todos os dias da semana,
em horários diferentes concedendo variações de serviços, com vendas de vegetais
orgânicos, artes, roupas etc. Será desapropriado o ferro velho que fica na esquina
da Av. Olinda com a Av. Presidente Kennedy e passará ter uma feira comunitária
com barracas e bancos para descansos durantes as compras, sendo altamente
atrativo para a população do bairro e de cidades vizinhas.
89

Figura 92: Implantação Feira comunitária

Fonte: modificada pela autora, 2017.

Ação 03: Lazer e estímulos à permanência no deck e nas áreas aterradas da Lagoa

Também é sugerido para ofertar o lazer e atender ao público de faixa etária


diferenciada, espaço para disposição de redes (Figura 100), mesas de apoio para
jogos e eventos (Figura 100) com cobertas em palhas, respeitando o meio natural, e
espreguiçadeiras (Figura 101) para banho de sol, contemplação do local ou um
simples momento de descanso ou leitura, colaborando cada vez mais para torna o
ambiente um lugar de encontro. O píer (Figura 102), circular nascerá a partir do deck
na mediação do caramanchão e os food trucks. A forma em circula é para permitir
uma contemplação 360° (trezentos e sessenta graus) do entorno da Lagoa, Alto da
Sé e Convento de Santa Tereza. Uma das formas da valorização dos bens culturais
é deixando eles visíveis e alcançáveis, seja ao nível dos olhos ou ao contato físico.

O piso será vazado no centro e protegido com guarda corpo e da mesma forma será
vazado na coberta com mesmo diâmetro do piso.
90

Figura 93: Localização das mesas e redes

Fonte: modificada pela autora, 2017.

Figura 94: Localização das espreguiçadeiras

Fonte: modificada pela autora, 2017.


91

Figura 95: Píer

Fonte: modificada pela autora, 2017.


92

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do aprendizado de forma pratica e teórica ao longo do curso, foi concebida o


conhecimento e entendimento na elaboração de uma proposta de interferência
urbana para área da Lagoa e seu entorno.

O trabalho teve como proposito essencial, apresentar propostas para revitalização


da Lagoa de Santa Tereza e seu entorno, e, consequentemente trazer melhorias no
espaço público, fornecendo equipamentos urbanos, ricos em atividades e serviços,
incentivando à promoção de atividades socioculturais e turísticas para os novos
espaços comuns, eixo central voltado ao progresso da mobilidade urbana,
atendendo o ciclista, pedestres, transporte coletivo e privado, reurbanização da ZEIS
Ilha do Maruim com conjuntos habitacionais que atendam os pontos para uma
excelente moradia, ruas compartilhadas, facilitando o acesso a Praia do Del Chifre e
suas ruas adjacentes.

Para contribuições teóricas o embasamento foi voltado ao espaço público atrativo,


com variedades no uso, oferecendo um local convidativo e cheio de vida, pois
bairros bem planejados inspiram os moradores. Todos devem ter o direito a espaços
abertos de qualidade e com fácil acesso em toda área coletiva, como por exemplo,
ao fazer suas atividades diárias a pé, senta-se em um banco de praça ou parque,
praticar exercícios físicos etc. o ambiente coletivo tem que oferecer locais que
proporcione encontro, permanência ou simplesmente um espaço para diversão e
relaxamento.

Os estudos de casos foram escolhidos devido aos seus exemplos de como torna o
espaço público um local pensado para pessoas, oferecendo diversidade no uso e
inclusão social, gerando vida no meio urbano.

Por fim, as proposições das diretrizes de intervenção para a revitalização da área de


estudo e seu entorno, tem relevância considerável para o local, pois trará conexões
entre as pessoas e o espaço público. As propostas recomendadas são possíveis de
serem realizadas, podendo ser melhoradas através de pesquisas, mas detalhadas,
tornando o local em uma nova paisagem urbana, que possui um ambiente acessível,
sustentável, seguro e vivo.
93

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