Você está na página 1de 81

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ELIANA FREIRE MAIA

PROPOSTA PARA REVITALIZAÇÃO DO LARGO DO


CABANGA.

RECIFE

JUNHO / 2018
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ELIANE FREIRE MAIA

PROPOSTA PARA REVITALIZAÇÃO DO LARGO DO


CABANGA

Trabalho de curso desenvolvido pelo aluno(a)


Eliana Maia Freire, orientado(a) pelo(a) Prof(a).
Roberto Sarmento, apresentado ao Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de
Ciências Humanas Esuda como requisito final
para obtenção do grau de Arquiteto e
Urbanista.

RECIFE

JUNHO / 2018
Dedico este trabalho para meus familiares e
amigos que fizeram parte da minha jornada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me conduzido nesta jornada, agradeço em


especial ao meu esposo Marcílio por estar ao meu lado sempre e acreditar em mim
mais que eu mesma, aos meus filhos Tatyana, Artur e Gabriela por entender cada
dia difícil, e a minha falta em momentos que não foi possível estar presente.

Aos meus pais e irmãos e todos da família que aturaram os estresses no decorrer
desta jornada.

Aos meus professores por transmitir todo conhecimento absolvido que levarei para
vida e aos meus colegas que fizeram dos dias difíceis em momentos mais
agradáveis, em especial Jeffersom, Marcela e Rafaela.
Acima de tudo nunca perca a vontade de
caminhar. Todos os dias eu caminho até
alcançar um estado de bem-estar me afasto
de qualquer doença. Caminho em direção
aos meus melhores pensamentos e não
conheço pensamento algum que, por mais
difícil que pareça, não possa ser afastado ao
caminhar.
Soren Aabye Kierkgaard
Filósofo dinamarquês
1813-1855
RESUMO

O presente trabalho acadêmico tem como cerne a importância da revitalização de


espaços importantes na sociedade. Revitalizar não significa apenas, proporcionar o
uso a um determinado local, é também, por vezes, uma maneira de resgatar
monumentos carregados de história, é renovar, criar o possível no inimaginável.
Nesse contexto, foi apresentado como desafio a proposta de criar um novo espaço
no vazio de um viaduto e interligar este espaço a uma praça localizada em seu
entorno, revitalizando-a. A transformação desses espaços consiste na adaptação as
necessidades atuais da sociedade, pois, acima de tudo a ocupação prioriza a
ocupação da área no objetivo de combater a violência local. A proposta irá abrir os
horizontes sociais para novas oportunidades com a criação de novos espaços de
convivência e possibilidades positivas.

Palavras-chave: Revitalização. Praças. Viaduto.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Cidade de Bruxelas

Figura 2: Praça em Madri, Espanha

Figura 3: Pátio Dolores María, Córdoba

Figura 4: Largo do Paissandú, SP

Figura 5: Largo da Memória, SP

Figura 6: Adro do Convento de São Francisco/ João Pessoa - PB

Figura 7: Parque Dona Lindu – vista aérea do parque

Figura 8: Parque da Jaqueira: pista de corrida e caminhada.

Figura 9: Engenhoca – Parque Ecoeducativo

Figura 10: Engenhoca – Parque Ecoeducativo

Figura 11: Parque Disney, Orlando – EUA

Figura 12: Parque do Ibirapuera, São Paulo

Figura 13: Parque ecológico em Diadema, São Paulo

Figura 14: Central Park, NY

Figura 15: Central Park, NY – vista aérea

Figura 16: Mapa de Localização do A8erna

Figura 17: A8erna vista de cima.

Figura 18: Mapa A8erna.

Figura 19: Entorno do A8erna

Figura 20: Pátio da Igreja, ao fundo o elevado A8erna

Figura 21: A8erna antes da revitalização.

Figura 22: A8erna após revitalização

Figura 23: Entorno A8erna

Figura 24: A8erna – quadra poliesportiva

Figura 25: Integração social.

Figura 26: Zoneamento da área

Figura 27: Vale do Anhangabaú.

Figura 28: Mapa de subprefeituras-SP.


Figura 29: Localização do Vale do Anhangabaú

Figura 30: Viaduto do chá em 1938

Figura 31: Viaduto do Chá – 1935

Figura 32: Viaduto do Chá – A Cidade é para brincar.

Figura 33: Equipamentos urbanos, entorno do parque

Figura 34: Zoneamento Vale do Anhangabaú

Figura 35: Localização do Viaduto Geraldo Melo

Figura 36: Entorno do Viaduto Geraldo Melo

Figura 37: Viaduto Geraldo Melo – visto de cima.

Figura 38: Viaduto Geraldo Melo – visto de cima.

Figura 39: Viaduto Geraldo Melo.

Figura 40: Quadra esportiva, Viaduto Geraldo Melo

Figura 41: Zoneamento da área

Figura 42: Zoneamento do Cabanga

Figura 43: Localização RPA1

Figura 44: Limite do bairro do Cabanga

Figura 45: Viaduto Capitão Temudo visto de cima.

Figura 46: Principais vias de Acesso do Viaduto Capitão Temudo

Figura 47: Embaixo do Viaduto Capitão Temudo

Figura 48: Análise de fluxo e transporte

Figura 49: Mapas de Uso do Entorno

Figura 50: Gabarito do Bairro do Cabanga.

Figura 51: Vista da Praça Aberlado Rijo

Figura 52: Vista do Espelho d´agua da praça

Figura 53: Estudo de ventilação e insolação da área

Figura 54: Zoneamento proposto

Figura 55: Fluxograma

Figura 56: Banco Hece 001

Figura 57: Banco hbcl 001

Figura 58: Banco de concreto colorido

Figura 59: Banco em concreto sinuoso

Figura 60: Mesa em concreto


Figura 61:. Lixeira em concreto

Figura 62: Lixeiras plásticas recicláveis

Figura 63: Suporte em aço para bicicleta

Figura 64: Poste de iluminação telecônico curvo

Figura 65: Balizadores em concreto

Figura 66: Poste galvanizado Petala Quadrada 2

Figura 67: Brinquedos de madeira e piso de borracha

Figura 68: Pista de skate

Figura 69: Bowl de skate

Figura 70: Pisos intervalados

Figura 71: Pista de Cooper

Figura 72: Piso granulado

Figura 73: Mesa de Piquenique em concreto

Figura 74: Food Truck

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Quadro comparativo de análise conclusiva dos estudos de caso

Quadro 2: Quadro de Vegetação.

Quadro 3: Quadro das espécies botânicas arbóreas e arbustos que serão implantas na praça.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MM - Milímetro
LISTA DE SÍMBOLOS

(%) – Percentagem
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15

1. EMBASAMENTO TÉCNICO ................................................................. 17

1.1. A Paisagem ....................................................................................... 17

1.1.1. A paisagem urbana ......................................................................... 19

1.1.2. Vegetação urbana ........................................................................... 21

1.1.3. Paisagismo ..................................................................................... 23

1.2. Espaços livres públicos .................................................................. 24

1.3. Praças ............................................................................................... 25

1.3.1. Tipos de Praças .............................................................................. 27

1.3.2. Revitalização das praças ................................................................ 29

1.4. Parques ............................................................................................. 30

1.4.1. Tipos de Parques ............................................................................ 31

1.4.2. Desuso dos Parques ....................................................................... 33

1.5. Mobiliário Urbano ............................................................................. 34

2. ESTUDO DE CASO .............................................................................. 37

2.1. Viaduto A8erna, Koong, Amsterdã, ................................................ 37

2.1.1. Localização ..................................................................................... 37

2.1.2. Histórico do Bairro de Koong ........................................................... 38

2.1.3. Entorno Imediato ............................................................................. 39

2.1.4. Programa de Uso ........................................................................... 39

2.1.5. Zoneamento ................................................................................... 41


2.2. Viaduto Do Chá, Vale Do Anhangabaú, São Paulo ........................ 41

2.2.1. Localização ..................................................................................... 42

2.2.2. Histórico do Anhangabaú, São Paulo .............................................. 43

2.2.3. Entorno Imediato ............................................................................. 44

2.2.4. Programa de Uso ........................................................................... 45

2.2.5. Zoneamento ................................................................................... 46

2.3. Viaduto Geraldo Melo, Prazeres, Jaboatão Dos Guararapes ........ 46

2.3.1. Localização ..................................................................................... 46

2.3.2. Histórico do Bairro de Prazeres ....................................................... 47

2.3.3. Entorno Imediato ............................................................................. 48

2.3.4. Programa de Uso ........................................................................... 48

2.3.5. Zoneamento ................................................................................... 50

2.4. Análise Conclusiva Dos Estudos De Caso ..................................... 52

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA ....................................................... 53

3.1. Aspectos Históricos......................................................................... 53

3.1.1. Histórico da Cidade de Recife. ........................................................ 53

3.1.2. Histórico da ocupação do bairro do Cabanga .................................. 54

3.2. Legislação ........................................................................................ 54

3.3. Localização e Acessos .................................................................... 56

3.3.1. Análise dos fluxos e transportes ...................................................... 58

3.4. Morfologia e Usos ............................................................................ 58

3.5. Infraestrutura Da Praça. ................................................................... 59

3.5.1. Equipamentos ................................................................................. 60


3.5.2. Vegetação ....................................................................................... 60

4. FASE PRÉ-PROJETUAL ..................................................................... 62

4.1. Programa De Necessidades ............................................................ 62

4.2. Zoneamento ...................................................................................... 63

4.3. Funcionograma ................................................................................ 64

4.4. Memorial Descritivo ......................................................................... 65

4.4.1. Equipamentos Urbanos ................................................................... 65

4.4.2. Revestimento e Equipamentos ........................................................ 70

4.4.3. Memorial Botânico .......................................................................... 74

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 76

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 78

APÊNDICE ............................................................................................... 80
15

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo geral um pré-projeto arquitetônico e


urbanístico de revitalização de um trecho do viaduto Capitão Temudo, localizado no
Bairro do Cabanga em Recife, onde existe um ambiente hostil, e a revitalização da
praça Abelardo Rijo situada em seu entorno. Ambos espaços estão situados na
região central da cidade, numa área de grande potencial imobiliária.

Na elaboração do tema buscou-se embasamento teórico no que é um espaço


urbano e todas as relevâncias ligadas a cidade, para definir melhor o pré-projeto, foi
evidenciado as carências da área e seu entorno. Assim a necessidade da população
que necessita de um lugar de lazer e convivência, com isso inibir a prática de atos
criminosos.

Buscou priorizar a otimização dos espaços obsoletos debaixo dos viadutos, cenário
bastante comum nas grandes cidades. Estes ambientes são vistos pela sociedade
como algo negativo uma vez que abrem às portas a marginalização, a construções e
estacionamentos irregulares, tornando o espaço desprovido de segurança e beleza

Com base nestas circunstâncias é que o primeiro capítulo abordará sobre o


embasamento técnico trazendo conceitos sobre paisagem, os espaços públicos
vazios, parques, praças. Trará por fim o conceito sobre o mobiliário urbano.

O capítulo segundo trará três estudos de caso das revitalizações realizadas em


diferentes pontos do mundo, e que de forma positiva agregaram a população uma
área de lazer e entretenimento, favorecendo por vezes a movimentação comercial
das regiões. Serão analisados o Viaduto A8erna, situado na cidade de Koong, em
Amsterdã, o Viaduto do Chá, em Anhangabaú, São Paulo e por fim, o Viaduto
Geraldo Melo, na cidade de Jaboatão dos Guararapes.

O capítulo terceiro trará uma Contextualização da área, trazendo aspectos históricos


sobre a Cidade do Recife e o bairro do Cabanga onde está situado o Viaduto
Capitão Temudo, objeto do presente estudo. Também serão vistos sobre a
Legislação local, Localização e acessos, onde será analisado o fluxo dos transportes
e de pessoas no local. Por fim uma análise sobre a morfologia e usos e um estudo
sobre a infraestrutura da praça Abelardo Rijo, situada no entorno do viaduto, sendo
objeto de revitalização.
16

Por fim será realizado os estudos pré-projetuais, o qual terá por objetivo atender as
carências locais. Entretanto, levará em consideração as deficiências encontradas no
local, como a ausência de Equipamentos na praça e das comunidades, tudo no
intuito de tonar um ambiente vivo e seguro com incentivo a pratica de esportes e
lazer. Também será feito um levantamento dos Equipamentos Urbanos a ser
utilizados e o Memorial Botânico compatível com a região.

Na sequência serão realizadas as considerações finais pertinentes ao tema.


17

1 EMBASAMENTO TÉCNICO

O presente capítulo almeja a explanação e o desdobramento técnico realizado


através de pesquisas fundamentadas nas teses de alguns estudiosos que tratam
sobre assuntos pertinentes aos temas abordados neste projeto.

1.1 A Paisagem

Rodolfo Pena (2018, p. 01) define paisagem como “uma representação dos aspectos
notórios e necessários a compreensão do mundo em que vivemos”. É, portanto, um
aspecto de percepção do espaço geográfico, representando o modo como
compreende-se o mundo, tendo como ponto de partida os sentidos humanos, quais
sejam, o tato, olfato, o paladar, a visão, entre outros.

Da observação de uma paisagem podem ser verificadas diversas vertentes


pertencentes ao funcionamento da sociedade de um modo geral. É através dessa
análise que são reveladas ou omitidas referências, que declaram os traços culturais,
políticos e econômicos que constituem o modo de organização e formação do
ambiente social.

Desta feita constitui o espaço geográfico o resultado da complexa interação entre a


sociedade e sua paisagem, esta última pode ser classificada em natural,
humanizada, antropológica, cultural, urbana, entre outras.

A paisagem natural representa uma composição de rudimentos ambientais, ou seja,


é o resultado de uma íntegra e constante construção da natureza e de seus
elementos. A paisagem humanizada, também conhecida como cultural ou geográfica
é aquela que apresenta alguma forma de intervenção do homem. E a antropológica
surge em decorrência da ruptura das relações naturais, que transformam as
paisagens nativas em culturais.

Segundo Lira Filho (2001, p. 26) a paisagem atualizada é um fenômeno dinâmico,


evolutivo, compõe uma verdadeira referência, independentemente do estudo ou
ação da dita paisagem. A variação poderá suceder no domínio natural, em
decorrência da mutação fisiológica dos elementos vivos, ou ainda no campo
antropológico, como resposta às necessidades da sociedade em progresso.
18

Como visto a paisagem foi modificada ao longo do tempo para ajustar-se a evolução
humana. O homem nômade dá lugar ao homem moderno e este novo estilo exige a
presença novos elementos em sua composição, assim o natural passa a receber
toques de modernidade e cultura.

Segundo Macedo (1999) a definição de paisagem encontra-se atrelada a visão


humana, representando uma fração do ambiente e não o espaço como um todo,
atendo-se as limitações físicas de seu observador.

Nesse sentido a condição humana vem demarcar a percepção da paisagem, que


pode ser obtida através do resultado de conhecimentos anteriores somados aos
elementos de interesse, cultura, percepção, entre outros. O espaço desconhecido é
visto incialmente como um mistério que é revelado em cada etapa do conhecimento.

Os elementos visuais que constituem as paisagens são criados através das


construções humanas ou ainda pelos rudimentos naturais, além dos elementos não
visíveis ao olho humano sendo revelado apenas através dos sentidos. Assim, o
processo de mudança envolvendo as paisagens encontram-se sujeitos ao que Lira
chama de “funções biológicas não-visualizadas” bem como, “os valores (histórico-
culturais e estéticos), além de uma ampla gama de gostos, odores e outras
sensações perceptíveis” (LIRA, 2001, p.21).

Inúmeros são os fatores que podem alterar o conteúdo físico de uma paisagem,
dentre eles podem-se destacar as condições climáticas e a iluminação natural. Em
relação a percepção humana sobre o ambiente, esta pode ser revelada a depender
do tempo em que o local é desfrutado pelo ser humano e a quantidade de pessoas
no mesmo ambiente.

A percepção de uma paisagem ultrapassa a carga dos sentidos visuais e seu


conteúdo histórico-cultural, influenciando cada indivíduo de um modo distinto e
peculiar. Assim, um mesmo local pode ser frequentado por várias pessoas e
transmitir a cada, sensações distintas de medo, paixão, amor, liberdade, entre
outros.

Tomando por base essa construção social sobre o ambiente é que surge o cenário
urbano e a construção arquitetônica das cidades. Os valores e necessidades
humanas aliados a condição cultural resultam na nova “roupagem” da paisagem,
que passa a ser um composto de valores econômicos, estéticos e afetivos.
19

Um valor econômico preza pelo “conforto visual” onde a paisagem é aquilo que a
sociedade quer que ela seja, podendo ser vista como um bem prazeroso a ser
usufruído. O valor estético por sua vez reveste-se de hábitos culturais, que variam a
depender da característica de cada indivíduo, seus conhecimentos e valores.,
estando predestinado ao movimento recebido por cada paisagem. E por fim, tem-se
o valor afetivo o qual permite a percepção de sensações e emoções que
ultrapassam os tempos, podendo ser explicados através de uma lembrança de
infância ou ainda, um primeiro encontro (LIRA, 2001, p. 51-53).

A paisagem que contém um cenário urbano é o resultado das mutações sociais, as


quais para se formar acabam por alterar as referências naturais do local. Esse
cenário ou paisagem urbana passa a ser estudada a seguir.

1.1.1. A paisagem urbana

Para compreender o que representa a paisagem urbana é necessário,


primeiramente, definir e especificar como o espaço nas cidades são utilizados e
vistos pela população de um modo geral.

O conceito do urbano e sua relação com a cidade de acordo com Santos (1994)
implica numa definição oposta e característica em que, o urbano é visto como um
algo abstrato, geral e externo. A cidade, por sua vez é vista sob o prisma particular,
concreto e interno.

Nos ensinamentos de Kevin Lynch (1999) a cidade representa um resultado das


mãos dos construtores, assim, segundo o autor:

A cidade não é apenas um objeto perceptível (e talvez apreciado) por


milhões de pessoas das mais variadas classes sociais e pelos mais
variados tipos de personalidades, mas é produto de muitos construtores que
constantemente modificam a estrutura por razões particulares. Se, por um
lado, podem manter-se as linhas gerais exteriores, por outro, há uma
constante mudança no pormenor.

Deste modo, a cidade está ligada ao urbano e consequentemente ao urbanismo com


suas modificações e adaptações das necessidades conexas ao ser humano que vive
em suas dependências.
20

Para Lobato Correa (1995) o espaço urbano é definido como um fragmento


articulado, reflexo e condicionante social. O urbanismo está totalmente ligado com a
cidade e as pessoas, o que implica dizer que as pessoas que fazem a cidade.

Para Jan Gehl (2017) a cidade os espaços urbanos teriam que ser pensados a partir
de uma escala humana, a vitalidade da rua, e as características das edificações com
relação direta com as pessoas com espaços acessível, bem como o posicionamento
e suas formas, como esta relação de pessoas e edificações melhoram sua qualidade
de vida.

Rolnik (1998) define que a cidade é um lugar de agrupamento humano, tendo as


atividades social e econômica não agrícola como base que convém as pessoas.
Jane Jacobs (1961) por sua vez, diante dessas afirmações conclui que o espaço
urbano e as cidades estão ligados as pessoas que fazem parte do contexto que está
inserido.

Tem-se de forma concludente que a cidade é um grande espaço de vivência, das


relações de poder social e econômica onde as pessoas devem ser respeitadas e
vistas como um bem maior. Assim, deve investir na melhoria de sua segurança e
qualidade de vida

Conforme preceitua Santos (2008) o espaço urbano é visto como artificial, sendo
fruto de uma construção no espaço originalmente natural que foi modificado, e
moldado as novas relações sociais. As relações existentes entre os habitantes da
população nem sempre têm seus anseios atendidos uma vez que as modificações
urbanas por vezes não resultam nas soluções esperadas pela maioria.

O espaço urbano é, portanto, fruto de um capitalismo que atende as necessidades


de poucos, incluindo suas praticidades e modernidades. A satisfação do interesse
particular de uma minoria da população, acaba por suprimir a situação da massa em
geral, reféns do capitalismo crescente.

Segundo Jubé (2017) os ambientes urbanos podem ser fechados possuindo


determinadas funções na comunidade, ou ainda, abertos permitindo o livre acesso a
todos. Em suas palavras:

Os espaços abertos podem ser edificados ou não, e neles estão contidas as


vias de circulação; calçadas; praças; parques; encostas; fundos de vale,
enfim todo o conjunto de áreas urbanas que devem ser articuladoras da
21

cidade e da cidadania, costurando e dando acesso aos espaços e edifícios


onde acontece a vida privada (JUBÉ, 2017).

Diante desta perspectiva, o espaço aberto deve ser o retrato de sua população,
representando seus projetos e planos mediante a figura de um desenho urbano
detalhadamente completo, articulado e integrado, capaz de somar os interesses e
conflitos econômicos e sociais de cada parte do território.

As constantes modificações sofridas no espaço natural no objetivo de atender aos


interesses da população seja no âmbito social ou econômico fez surgir a
necessidade de interação entre os elementos construídos e os naturais, como por
exemplo a vegetação local, que necessitou adaptar-se em meio aos cenários
modernos, estando presentes em jardins, parques e praças. Conforme Mascaró
(2002, p. 14) “a integração dos elementos construídos e da vegetação foi um
princípio entendido como básico entre os primeiros urbanistas [...]”.

1.1.2. Vegetação urbana

O desordenado crescimento nos centros urbanos aliado a falta de planejamento


resultou no despertar da população e dos arquitetos e planejadores de um modo
geral, sobre a importância da vegetação na composição do espaço urbano.

De um modo expressivo a arborização passou a ser vislumbrada nos centros


urbanos como um elemento importante, um reestruturador natural. As áreas
arborizadas segundo Carvalho (1982, p. 63) “apresentam uma aproximação maior
das condições ambientais normais em relação ao meio urbano que apresenta, entre
outros, temperaturas mais elevadas, particularmente, nas áreas de elevados índices
de construção e desprovidas de cobertura vegetal”.

Em se tratando de um espaço urbano a vegetação possui segundo Caroline Faria


(2018, p. 02) além da influência paisagística “[...], a função de garantir uma melhora
na qualidade de vida dos habitantes uma vez que garante proteção contra fortes
ventos, sombreamento, diminuição da poluição sonora, absorção da poluição
atmosférica e diminuição das ilhas de calor”.

Mascaró (2002, p. 11) em relação a vegetação urbana assevera que ela permite
uma integração com o ambiente modificado “principalmente nas regiões de climas
tropicais e subtropicais úmidos, para construir a paisagem da cidade”.
22

A importância da vegetação é dada por sua pertença ao meio ambiente a qual é


afetada pela invasão humana. “Dessa forma, a reintegração da vegetação no
espaço urbano, seja por praças ou ruas arborizadas, resulta em vários pontos
positivos destacados pelo conforto visual, térmico e acústico, do espaço”
(PINHEIRO, 2015).

Conforme destaca Lamas (2004, p. 106) “[...] as estruturas verdes constituem


elementos identificadores na paisagem urbana, caracterizando a imagem das
cidades [...] servindo para organizar, conter e definir os espaços [...]”.

De acordo com Pinheiro (2015, p. 23)

As sensações proporcionadas pela vegetação aos usuários do espaço,


como um belo ambiente arborizado pode agradar a visão, a textura das
vegetações é capaz de acentuar o sentido de tato, as árvores frutíferas
oferecem opções de novos sabores ao paladar, assim como o ambiente
arborizado possibilita a habitação de várias espécies animais que com
emissão de sons agradam a audição e os odores provenientes das folhas e
frutos são apreciados pelo olfato.

As escalas de vegetação podem ser utilizadas no sentido de atenuar o espaço livre


existente entre a paisagem urbana e o vazio deixado pela interferência humana na
construção de seus monumentos. A inserção da vegetação no ambiente faz o papel
complementar ao aspecto visual do observador, protegendo sua visão
proporcionando-lhe um descanso óptico.

Importante destacar que, até meados do século XIX, a vegetação nas cidades
brasileiras não era valorizada, pois, na concepção da época as arborizações eram
peculiares ao âmbito rural.

Ressalte-se que as áreas urbanas eram supervalorizadas por não apresentar a


maioria dos problemas constantes no interior das cidades. „Dessa forma, as áreas
destinadas ao verde como as praças surgem ainda no século XVIII e alcançam
números mais expressivos no decorrer do século XIX” (GOMES; SOARES, 2018, p.
2).

Segundo Hauser (1965, p. 195) as vegetações dispostas nas áreas urbanas podem
ser traduzidas como um modo de combate a influência maléfica do meio ambiente
modificado pelas ações humanas e, ao ser disposta entre os bairros e organizadas
de forma eficiente pode suprir o papel nocivo dessas ações. Em relação às
sensações estéticas, o autor ora mencionado dispõe que:
23

[...] a vida em um quadro sem beleza tem uma influência nefasta no


equilíbrio psíquico do homem; árvores verdes e gramados têm um efeito
repousante para o espírito e desenvolvem no homem o gosto pelo belo. As
emoções sentidas ante uma bela paisagem, de linhas bonitas, áreas verdes
e água, estão entre as experiências mais fortes e mais enriquecedoras da
personalidade (HAUSER, 1965, p. 195).

O clamor social por áreas que se destinam ao lazer encontra-se atreladas à figura
das vegetações. O surgimento das praças ocorre no sentido de estimular as
pessoas a prática do lazer bem como uma harmoniosa convivência entre os
indivíduos frequentadores desses espaços.

Scifoni (1994) relata que os momentos destinados a recreação e ao lazer da


sociedade não está apenas relacionada à ausência da vegetação nos espaços, mas
também, pela ausência dos equipamentos e condições necessárias a este uso.

Por fim, Hoene (1944) ao estudar sobre as praças discorre que estas devem sempre
estar presentes. Nesse sentido:

As praças ajardinadas nunca devem faltar numa cidade moderna. A sua


proporção deve estar em relação com a superfície construída. Para cada
duas mil casas deveria existir sempre um parque ou jardim de pelo menos
cem metros quadrados; mas é claro que outros, muito maiores, deverão ser
construídos nos pontos em que isto for possível. Reservando-se o espaço
para estas áreas ajardinadas ao se traçar o plano de uma cidade, o
programa não onerará muito a Prefeitura, mas posto em prática, sem está
preliminar, tornar-se-á dispendioso e irrealizável algumas vezes.

1.1.3. Paisagismo

No contexto urbano o paisagismo é um fator importante para o desenvolvimento das


cidades, tonando os espaços público atrativos e menos angustiante fazendo uma
integração das pessoas com a natureza.

A partir do século XIX, as principais cidades brasileiras foram se transformando com


obras de pavimentação, iluminação, estradas e serviços, com tudo o espaço urbano
vem deixando marcas na paisagem.

No processo de urbanização o melhoramento da cidade teve diversos contexto


como obras de embelezamento e lazer, o paisagista Roberto Burle Marx trouxe uma
nova proposta de paisagismo urbano entre outro que por sua vez não teve
continuidade do poder público de restaura e manter o que e Lynch (2008, p.12)
determina a paisagem urbana como “produto de muitos construtores que
24

constantemente modificam a estrutura por razões particulares”, e assegura que “não


existe um resultado final, mas somente uma contínua sucessão de fases”.

Lynch (2008, p.14) agrega a disposição da paisagem urbana ao deslocamento do


observador, além disso, afirma que tal disposição “pode servir como estrutura
envolvente de referência, um organizador de atividade, crença ou conhecimento.”
Destaca a importância da imagem na paisagem urbana como apoio ao crescimento
da população, como também segurança emocional de se sentir acolhido, onde o
indivíduo aprende uma relação com o mundo em que está inserido.

As mudanças da paisagem mundial são resultantes das mudanças de uma


sociedade dentro do tempo e suas relações com o exterior onde a paisagem reflete
uma sociedade sem estímulos de vivencias externas.

Paisagens do mundo contemporâneo são, na sua maioria, produto das


ações sociais, derivadas da ocupação cada vez maior de espaços
territoriais em nosso planeta, pela sociedade humana. Todas as paisagens
são passíveis de modificação ao longo do tempo, variando de acordo com
as transformações sociais, econômicas, políticas, culturais, que irão se
refletir diretamente nestes elementos, que sempre estarão em busca de
uma adaptação às diferentes necessidades das sociedades e suas
gerações. (LIRA FILHO, 2001, p.25)

1.2. Espaços Livres

A expressão “Terrain vague” conforme aborda Romullo Baratto (2017) é de origem


francesa, criada pelo acadêmico urbanista Ignasi de Solà-Morales e refere-se aos
lugares baldios, degradados, obsoletos. Tais lugares comumente surgem nos
entornos das áreas industriais que não possuem um limite fixo.

Entretanto, tal definição não comporta apenas os terrenos inúteis e descuidados,


mas de um modo geral insurgem sobre qualquer espaço vazio e que possua uma
perspectiva de revitalização, a exemplo das antigas fábricas, margem de rios,
ferrovias abandonadas e também as infraestruturas arcaicas, a exemplo de praças,
viadutos, etc. Nos dizeres de Baratto (2017):

[...], „terrain vague” refere-se a alguns fenômenos que ocorrem


frequentemente em cidades pequenas especializadas ou grandes
metrópoles que crescem e sofrem mudanças constantes. [...] questões são
crescentes nos dias de hoje.
25

Os denominados vazios urbanos, conforme Sabbag (2008) constituem um típico


fenômeno das cidades industriais pautadas no século XIX, caracterizadas, de modo
inicial, por espaços residuais decorrente do abandono de antigas indústrias
defasadas, por portos, por ferrovias e, até mesmo em consequência da violência, a
qual resulta no esvaziamento de áreas comerciais e residenciais, ou unicamente,
pelo perecimento de um edifício nos mostra a realidade de espaços vazios que foi
ocupado indevidamente.

No contexto de uma cidade urbanística moderna, Orrego (2017) afirma que os


espaços vazios do século XIX deixados pela desocupação de antigos prédios,
aqueles originados por construções utilitárias, tais como viadutos, portos, entre
outros, devem ser inseridos de forma funcionalista na malha urbana.

Entretanto, surge diante dos degradáveis cenários o seguinte questionamento


acerca de como deve ser realizada a revitalização ou adaptação das zonas urbanas
que em sua maioria são compostas de uma vasta área improdutiva e territorialmente
expelida?

Para sanar estes questionamentos, entre outros é que o coevo estudo se encontra
embasado na análise das possíveis reestruturações a ser desenvolvida nos espaços
vazios dos viadutos e seus entornos que passaram por transformações em suas
implantações, relatando, sua relevância na sociedade.

1.3. Praças

Angelis (2005) define as praças como sendo os “são locais onde as pessoas se
reúnem para fins comerciais, políticos, sociais ou religiosos, ou ainda, onde se
desenvolvem atividades entretenimento”.

Nesse sentido a praça pode ser definida como um lugar de encontros intencionais,
onde as pessoas podem permanecer, é o local onde ocorrem os acontecimentos
importantes, manifestações e movimentos sociais.

Sob o prisma urbano a definição de praças gira em torno das mais variadas
espécies “sendo esses organismos vivos e como tal, passível de transformação que,
como qualquer organismo com o passar dos anos se altera e se não for cuidado se
deteriora” (CARBONERA; CHIES, 2018, p. 2).
26

É um elemento que atesta a qualidade do espaço urbano constituindo um marco


valorativo social no histórico das comunidades inseridas na organização civil.

Alguns autores definem praça como um local experimentado pelos habitantes de


uma determinada região para conviver em sociedade, assim, é um perfeito espaço
para encontros, bater um papo e trocar experiências. Há quem prefira utilizar esse
espaço para realizar meditação, como uma área de lazer ou ainda um lugar para
realizar apresentações ou atividades comerciais.

Os ideais artísticos e culturais da população podem ser expressos no trabalho de um


urbanista que ao projetar um monumento dá vida a suas ideias e modismos de
acordo com a época em que se encontra. A exposição geralmente ocorre de modo
conciso e fulgido momento este em que são expostos os traços culturais contidos no
local.

De um modo simplificado o espaço destinado a construção de uma praça deve ser


um local público e situado em área urbana, sendo destinado ao privilégio da
convivência humana e lazer de seus habitantes. Tais espaços se amoldam com o
passar dos tempos, adaptando-se a história do local.

Na história o conceito de praças carrega uma rica e expressiva simbologia de


liberdade, exposição de opiniões, do poder da política e do comércio popular. Um
exemplo é a praça da cidade de Atenas (Idade Antiga) a famosa Ágora, palco de
importantes reuniões e símbolo do poder local. Segundo Degeras (2018, p. 1) “[...], a
ágora era o espaço livre público por excelência, local onde o exercício da cidadania
se materializava representando o espírito de coletividade da população”

Com o passar dos tempos as praças foram reduzidas a áreas de vegetação, sem o
expressivo convívio social de outrora, servindo mormente de palco para passagem
de pedestres, sendo inclusive, passível do descaso público e social que não aponta
meios de reativar esses espaços e resgatar sua função de lazer, convívio e
representatividade humana.

O descaso desses espaços ocorreu dentre outros motivos pelo crescente


capitalismo. De acordo com Angelis (2005) o surgimento dos mercados e suas
logísticas, a informatização e a globalização deram lugar ao individualismo,
distanciando cada vez mais a essência desses espaços destinados a coletividade.
Outro fator importante ao abandono na utilização desses espaços é o constante
27

crescimento da violência onde as pessoas priorizam os seus lares e os ambientes


fechados aos espaços públicos. Nos hodiernos tempos prevalece o isolamento
individual.

1.3.1. Tipos de Praças

As primeiras praças foram criadas no entorno de Igrejas. Nesse redor houve a


construção de palacetes, edifícios públicos e comerciais os quais passam a ser
palco da vida em sociedade (DEGREAS, 2018).

Figura 1: Legenda da imagem. Figura 2: Praça em Madri, Espanha

Fonte: Ssolbergj/2018 Fonte: http://migre.me/nQ8Y/2018

Nos dizeres de Marx (1980) a existência das praças ocorre nos pátios das catedrais,
servindo de espaço a reuniões e realização de atividades variadas, possuindo um
cenário bastante marcante e característico.

Helena Degreas (2018):

A forma urbana influenciou o traçado de nossos logradouros públicos. Se


para a colonização espanhola, as ruas eram traçadas em cruz e na
colonização inglesa, francesa, holandesa e belga, os traçados obedeciam a
sistemas em xadrez, radiocêntricos e lineares, as cidades de colonização
portuguesa cresceram de forma espontânea assumindo a modelagem do
terreno e de maneira informal, quando não, à margem da lei.

As praças compõem o cenário cultural de diversas cidades do mundo. Possuindo


estilos e formatos variados, ela foi aprimorando ao longo dos tempos e tornando-se
28

um diferencial na paisagem urbana contemporânea podendo ser denominadas


pátios ou átrios, largos ou Adros.

Na definição de Degeras (2018) “o conceito dos pátios remete-se à necessidade


humana e proteção do espaço exterior, desconhecido e hostil”. Sá Carneiro e
Mesquita (2000, p. 29) definem pátios como

[...] espaços livres públicos definidos a partir de uma igreja ou outro


elemento arquitetônico expressivo, além do casario antigo aos quais dá
acesso, quase sempre pavimentados e exercendo a função de
respiradouros, de propiciadores do encontro social e eventualmente
destinados a atividades lúdicas temporárias.”

Figura 3: Pátio Dolores Maria, Córdoba

Fonte: helenadegreas/2018

Os largos por sua vez na concepção das autoras supracitadas são

“espaços livres públicos definidos a partir de um equipamento geralmente


comercial, com o fim de valorizar ou complementar alguma edificação como
mercado público, podendo também ser destinados a atividades lúdicas
temporárias.” (SÁ CARNEIRO; MESQUITA, 2000)

Figura 4: Largo do Paissandu, SP Figura 5: Largo da Memória, SP

Fonte: Wikipédia/2018 Fonte: Wikipédia/2018


29

Por fim tem-se os Adros que representam as áreas externas podendo ser ou não
rodeados de prédios religiosos. Representam espaços característicos de cunho
público ou social. Nos dizeres de Helena Degeras (2018): “os adros são as áreas
externas, cercadas ou não, de edificações religiosas [...]”. Possuem ainda um
“caráter público e agregador social, servindo para realizar procissões e festas
religiosas, feiras e mercado livre ou ainda espaço de lazer da população”.

Figura 6: Adro do Convento de São Francisco, João Pessoa - PB

Fonte: Portal da Cidade de João Pessoa / 2018

1.3.2. Revitalização das praças

Espaços de conveniência por excelência, as praças são na maior parte das


situações os marcos simbólicos das cidades. Entretanto, a ausência de um
adequado serviço de manutenção para que haja a conservação e melhoria do
espaço, acabam por submeter esse patrimônio cultural ao processo de degradação.

Nesse momento surge a necessidade de reconstruir esse espaço para que voltem a
desempenhar o seu papel social junto a população preservando a qualidade da
paisagem.

Silvio Chaiovitz enfatiza a importância da revitalização nos monumentos e praças


das cidades:

As cidades, através do poder público, agentes comunitários e empresas


privadas, respondem de maneiras diferentes a essa questão, mas é
consenso entre as partes que o papel da reurbanização de tais áreas vai
além de deixar a cidade mais bonita. Resgatar a história de espaços ou
reconstruir patrimônios tombados fortalece o mercado e o comércio da
região no qual estão inseridos, gera empregos direta ou indiretamente, e
30

ainda cria um ambiente mais agradável para os moradores locais, que


certamente ficarão gratos pelo feito.

Ao revitalizar um ambiente de praça surge a oportunidade de novos empregos e


movimentação da economia, uma vez que o novo espaço permitirá o aumento na
demanda de usuários da região, implicando em outros fatores e favorecendo o
contexto social como um todo.

1.4. Parques

Segundo preceitua Melazo e Colesanti (2003, p. 5) os parques surgiram a partir de


equipamentos urbanos sendo,

[...] complementares para as cidades urbano-industriais que surgiam


proporcionando um local de lazer e recreação. A princípio, as ideias de
parques na Inglaterra estavam ligadas ao modelo de jardins, com
influências de culturas e artes orientais, modelados e planejados
paisagisticamente de acordo com a disposição dos elementos naturais pré-
existentes.

Os parques surgem no Brasil no período da Belle Époque, no século XIX atendendo


aos anseios da elite burguesa que buscava emergir em conceito cultural e aos
costumes exigidos pela época. Os burgueses tiveram sua inspiração nos passeios
europeus, que vestidos em seus melhores trajes desfilavam pelas ruas
contemplando a natureza em sua volta. Macedo (2002, p. 16) ao discorrer sobre o
surgimento dos parques afirma que:

O parque é, no Brasil do século XIX, e da Belle Époque, um grande cenário,


um elemento urbano codificado de uma modernidade importada, totalmente
alheio às necessidades sociais da massa urbana contemporânea de então,
que usufruía de outros espaços, como terreiros e várzeas.

No Brasil do século burguês não existia a quantidade de pessoas que havia nas
cidades da Europa, as quais eram objeto de sua inspiração cultural, aqui a ocupação
e o avanço se davam de modo lento, não sendo necessárias a tomada de medidas
para combater o tumulto urbano. Segundo Macedo (2002, p. 24)

As cidades brasileiras durante todo século XIX, expandiram-se de modo


não-contínuo, sempre dotadas de vazios urbanos, sendo o parque um
equipamento desnecessário para o lazer imediatista e cotidiano da
população.

Já por volta dos anos 50 diante de uma nova realidade social que envolvia a
presença do desenvolvimento urbano nas grandes cidades, surge a necessidade de
providenciar um espaço destinado à população menos favorecida que era maioria na
31

época, normalmente vinda do campo e tinham como única fonte de lazer o passeio
nos espaços vazios das cidades. Nesse momento surge a necessidade de
implementar os parques públicos destinados ao lazer da população (MACEDO,
2002)

Desse modo, os parques urbanos, têm um importante papel dentro da cidade, pois,
através dele pode-se proporcionar uma maior qualidade de vida à população, um
local de lazer, de recreação e educação ambiental para aqueles que residem
próximo a área, como também para o restante das pessoas que podem desfrutar
das várias finalidades que um parque proporciona.

1.4.1. Tipos de Parques

Os tipos de parques são classificados a depender do uso a que se destinam. Assim,


são definidos com base no seu programa de origem e da decisão tomada pelos
agentes públicos.

Seguindo a classificação feita por Sá Carneiro (2010, p. 51) existem seis tipos de
parques, sendo os mais usuais: parques culturais, recreativos, educativo, econômico
ou temáticos, o estético e o ecológico.

Os parques culturais são aqueles destinados a preservar o passado ou


acontecimento determinado envolvendo um local ou pessoa, podem ainda ser
entendidos como espaços destinados a realização de eventos, shows, feiras ao ar
livre, campeonatos e exposições à comunidade. Um exemplo é o Parque Dona
Lindu (Figura 7), localizado no Bairro de Boa Viagem, na cidade do Recife.

Figura 7: Parque Dona Lindu – vista aérea do parque, PE

Fonte: Blog do Parque Dona Lindu/2018


32

Os parques recreativos por sua vez são aqueles que se destinam a realização de
atividades de recreação, a exemplo das atividades esportivas e a prática de
meditação. Tome-se por exemplo o parque da Jaqueira (Figura 8) na cidade do
Recife.

Figura 8: Parque da Jaqueira: pista de corrida e caminhada

Fonte: André Marins/Esp/DP/ 2018

Com relação aos parques educativos, esses estão associados à ecologia exercendo
um papel de isolamento. Normalmente é destinado ao público infantil, possuindo
uma função recreativa voltada à educação. Pode-se citar como exemplo, o
Engenhoca Parque Ecoeducativo (Figura 9 e 10), localizado no Estado do Ceará.

Figura 9: Engenhoca – Parque Ecoeducativo Figura 10: Engenhoca – Parque Ecoeducativo

Fonte: Engenhoca / 2018. Fonte: Engenhoca / 2018.

Os parques econômicos ou temáticos são aqueles que tem seu foco voltado ao
desenvolvimento do turismo e valorização de seu entorno imediato, são exemplos: o
Parque Ibirapuera, em São Paulo e o Parque da Disney na cidade de Orlando e o
(Figura 11), nos EUA e o Ibirapuera em São Paulo (Figura 12).
33

Figura 11: Parque Disney, Orlando – EUA Figura 12: Parque do Ibirapuera, São Paulo

Fonte: Blog de viagens / 2018 Fonte: Google / 2018.

O Parque ecológico o qual tem por função o desempenho de atividades educativas


voltadas à preservação ambiental e sua conscientização. O objetivo principal
consiste na explanação de valores positivos decorrentes da aproximação da
natureza e sociedade. Um exemplo do Parque ecológico está localizado na cidade
de Diadema (Figuras 13), São Paulo.

Figura 13: Parque ecológico em Diadema, SP

Fonte: http://www.diadema.sp.gov.br/2018

Por fim, tem-se o parque voltado à estética. Nestes o objetivo principal é oferecer ao
visitante cenário de encantamento visual, belas paisagens de um modo geral. O
ambiente é propício a quem busca fugir do intenso movimento urbano, o sentimento
é puramente de escapismo. Temos como exemplo o Central Park, situado na cidade
de Nova York.
34

Figura 14: Central Park, NY Figura 15: Central Park, NY – vista aérea.

Fonte: Loving New York/ 2018 Fonte: Loving New York/ 2018

1.4.2. Desuso dos Parques

O desuso dos parques pode estar ligado a inúmeros fatores, dentre eles destacam-
se a falta de cuidado e manutenção do local, bem como a falta de zelo aos
equipamentos, vegetação e mobiliário existentes no espaço. Tal descuido pode ser
resultado do mau uso pela população ou motivado pela ação do tempo.

Sá Carneiro (2000, p. 136) afirma que a presença de um espaço público com uma
administração falha pode comprometer a imagem de todo um local, além de afastar
os usuários em decorrência do aumento da violência.

A ausência no cuidado e manutenção do espaço ocasiona a insegurança no local. O


resultado é um espaço público abandonado e entregue à violência.

Outro importante fator a ser observado é o descaso no cuidado da vegetação dos


parques e entornos. Pois, havendo, o seu crescimento em excesso nas áreas
sujeitas a passeios e caminhadas resulta no medo e na sensação de perigo.

Ressalte-se, ainda, a falta de segurança, iluminação pública, entre outros problemas


que acarretam o abandono do espaço.

1.5. Mobiliário Urbano

A ideia do conceito de mobiliário urbano constitui uma variante a depender da


disciplina ou do autor que tratam sobre o tema. Entretanto, de acordo com o senso
comum numa visão específica pode ser definido como um conjunto de elementos
que cooperam com o bem-estar, lazer e conforto de uma comunidade (BASSO; VAN
DER LIDEN, 2016).
35

Por outro ângulo o conceito de mobiliário pode ser observado de forma ampla
arrastando subsídios que autorizam a utilização de espaços, fornecendo proteção,
cultura, conforto, serviços, lazer entre outros.

Magalhães (2014, p. 13) conceitua o mobiliário urbano como “a denominação


generalizada para objetos e equipamentos instalados nos espaços públicos, para
uso dos cidadãos ou para suporte das redes urbanas fundamentais”.

Jonh (2010, p. 182) por sua vez preceitua que os mobiliários são:

[…] objetos de diferentes escalas, componentes da paisagem urbana,


implantados no espaço público com a finalidade de auxiliar na prestação de
serviços, na segurança, na orientação e no conforto dos usuários. Em tais
objetos enquadram-se, por exemplo, semáforos, paradas de ônibus, postes
de sinalização e de iluminação, cabines telefônicas, lixeiras e bancos.

Nesses termos o mobiliário nada mais são que a implantação de móveis em locais
públicos para que a população deles se utilizem. Esse tipo de mobiliário permite a
cidade possuir um design próprio, devendo suprir a necessidade de uso da
população, além de possuir uma função estética. Assim, pontos de ônibus, sanitários
públicos, bancas de jornais, entre outros são exemplos de mobiliários urbanos que
integram uma cidade.

Alguns autores vão definir o mobiliário segundo suas funções, ou seja, em


conformidade com sua utilização social. Outros autores destacam em suas
definições o nível de interferência dos mobiliários na paisagem urbana, ou seja, pela
impressão que causam nos indivíduos.

De fato, a funcionalidade dos mobiliários constitui um elemento primordial já que


estes necessitam atender as condições mínimas de uso para os quais foram criados,
além de zelar pela preservação da paisagem.

Creus (1997, p. 13 apud PINHEIRO, 2015, p. 39) ressalta que “em particular,
elementos de design urbano deve alcançar a integração entre o valor artístico e do
valor de todos os objetos que participam da vida cotidiana em nosso entorno
imediato, que é a cidade”.

De acordo com Montenegro (2005) o imobiliário surgiu já no século XIX num tempo
onde a observação e admiração dos marcos urbanos pelos indivíduos apontava seu
prestígio como subsídios de vivacidade no espaço público.
36

No início do século XX o mobiliário tinha uma função decorativa, estética tratando-se


de um simbolismo da modernidade. Nas décadas posteriores o mobiliário urbano
deixa de ser apenas um elemento decorativo passando a ser interpretado como um
espaço funcional e integrador.

Basso e Van der Liden (2016) afirma que “a valorização e proliferação dos
elementos de mobiliário urbano estiveram ligadas às reformas urbanas que
começaram a ocorrer em várias cidades da Europa a partir da Revolução Industrial”.

O procedimento de revitalização também foi empregado em diversas cidades


espalhadas pelos continentes. Pode-se constatar nos dias atuais que dentre as
várias modalidades da intervenção urbana a participação especial fica por conta do
mobiliário (CARLOS, 2005).
37

2. ESTUDO DE CASO

No presente capítulo pretende-se analisar os possíveis casos de reestruturação dos


espaços vazios dos viadutos, resultam num importante avanço para integração
social e desenvolvimento cultural.

A escolha dos projetos busca demonstrar o lado positivo quando na transformação


de ambientes hostis em espaços de convivência com qualidade de vida e
segurança. Para tanto será realizado como estudo de caso, a análise dos viadutos
A8erna na cidade de Koog Aan em Amsterdã na Holanda, bem como o viaduto do
Chá no Vale Anhangabaú em São Paulo, e por fim, o Viaduto Geraldo Melo na
Cidade de Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco.

Os monumentos foram selecionados por apresentar soluções de grande impacto


social e econômico como infraestrutura, acessibilidade, segurança e bem-estar.

2.1. Viaduto A8erna, Koong, Amsterdã

Com aproximadamente 22.500 metros de área construída para o acesso ao público


e 1.500 m destinados ao comércio, o Viaduto A8erna foi construído para preencher o
grande vazio sob o elevado resultante da construção da Rodovia A8.

2.1.1. Localização

O Viaduto A8erna encontra-se localizado na cidade de Koog aan Zaan, em


Amsterdã na Holanda.

Figura 16: Mapa de Localização do A8erna

Fonte: archdaily.com.br/ 2018.


38

2.1.2. Histórico do Bairro

Para contextualizar, Koog é uma pequena cidade próxima de Amsterdam, nas


margens do rio Zaan, um dos milhares que compõem a geografia dos Países
Baixos. No início dos anos 70, começou-se a construir esta autoestrada elevada
sobre pilotis para atravessar o rio. Esta é traçada no meio da cidade, gerando um
corte radical no tecido urbano, sendo que a igreja da cidade e o resto do município
ficaram em lados opostos.

Na década de 1970 foi construída a rodovia A8 (Figura 17 e 18) que causou uma
separação na cidade Koog deixando seus habitantes divididos por esta estrutura.
Além da separação a estrutura causou um enorme vazio sob o elevado, tornando
um espaço propício ao vandalismo e estacionamentos irregulares.

Figura 17: A8erna – Vista de cima Figura 18: Mapa A8erna

Fonte: google.com.br/maps/2018
Fonte: archdaily.com.br/2017

No ano 2000 houve a realização de um concurso para melhoria e urbanização da


cidade visando soluciona o impacto causado pela rodovia, então surge um projeto
da equipe NL arquitetura em fazer uma intervenção para aproveitar o elevado em
um grande espaço urbano coberto. O projeto foi executado entre 2003 a 2006 com
uma área de 22.500 metros de espaço público e 1.500m de comércio.
39

2.1.3. Entorno Imediato

O Entorno do Parque A8erna é composto de pequenos comércios, também conta


com a presença de um pátio, de igreja, de indústrias e uma marina, sendo bem
diversificado.

Figura 19: Entorno do A8erna Figura 20: Pátio da Igreja, ao fundo o elevado A8erna

Fonte: Google Maps / 2018 Fonte: Google Maps / 2018

2.1.4. Programa de Uso

O projeto de revitalização urbana, ocupa um espaço embaixo (Figura 21 e 22) da


rodovia elevada, a denominada A8, daí o nome do viaduto ser A8erna. A estrutura
projetada é composta de um espaço otimizado para execução de várias tarefas de
entretenimento, como galeria de grafite, uma pista de skate, quadra poliesportiva,
floricultura, supermercado, entre outros, além de contar com um estacionamento
para aproximadamente 120 carros e uma pequena marina (BARATTA, 2017).

Figura 21: A8erna antes da revitalização. Figura 22: A8erna após revitalização.

Fonte: archdaily.com.br/2017 Fonte: archdaily.com.br/2017


40

Segundo Baratta (2017) a equipe de arquitetos do escritório NL arquitetura observou


a oportunidade entre os pilares fincados sob a estrada, os quais formam uma
espécie de “catedral alongada”, surgindo assim o A8erna.Entretanto, além da
implantação das atividades citadas acima, o entorno também foi revitalizado gerando
espaços livres possibilitando a realização de eventos, como feiras livres, e também
um ponto de encontros.

Com a revitalização do espaço sob o viaduto foi possível realizar a integração social
entre os habitantes da cidade os quais passaram a usufruir de um espaço antes
inabitável.

Figura 23: Entorno A8erna Figura 24: A8erna – quadra poliesportiva

Fonte: archdaily.com.br/2018 Fonte: archdaily.com.br/2018

De um modo singular, o projeto transforma um espaço vácuo, inútil em um elemento


de integração social e urbanística. Nas palavras de Baratta (2017) “o memorial de
projeto, passa de um espaço periférico residual a um centro, de um estacionamento
informal a um lugar dinâmico com vários usos, de um “terrain vague” a um ponto
focal”.

Figura 25: Integração Social.

Fonte: Google Maps / 2018


41

2.1.5. Zoneamento

O processo de zoneamento ocorreu de forma participativa envolvendo empresários,


moradores das proximidades e o governo local. A proposta inicial consistia no
redesenhamento do espaço situado sob a estrutura para a inclusão de uma peixaria,
um supermercado, uma instalação recreativa e uma loja de flores. A estrutura
deveria ainda contar com uma pista de skates, um parque e uma marina destinada
aos esporte aquáticos. A construção desse projeto viria conectar os lados da cidade
que foram separados pela construção da Rodovia A8.

Figura 26: Zoneamento da área

Fonte: nlarchitects.nl/ 2018.

2.2. Viaduto Do Chá, Vale Do Anhangabaú, São Paulo

O Vale do Anhangabaú é palco de grandes espetáculos populares, eventos públicos


e discursos políticos. É um espaço público que abriga diariamente um grande
volume de pedestres e veículos que circulam nos entornos de suas praças e
viadutos, destaque-se aqui para o Viaduto do Chá.
42

Figura 27: Vale do Anhangabaú.

Fonte: copadomundo.uol.com.br, 2018.

2.2.1. Localização

O vale do Anhangabaú onde está situado o Viaduto do Chá encontra-se localizado


no interior da Subprefeitura – SUBP da cidade de São Paulo região central (Figura
28), ocupando uma área de aproximadamente 204 m de extensão, fazendo a ligação
entre as Ruas Barão de Itapetininga e a Rua Direita (antiga Rua do Chá).

Figura 28: Mapa de subprefeituras-SP. Figura 29: Localização do Vale do Anhangabaú

Fonte: mapa-brasil.com/2018 Fonte: Google Maps, modificado pela autora/ 2018.


43

2.2.2. Histórico do Vale do Anhangabaú, São Paulo

A área onde hoje encontra-se o Vale do Anhangabaú foi até o ano de 1822 ocupada
por uma chácara produtora de chá e agrião. Essa mesma área abriga o rio que
obrigava os pedestres a descer uma encosta para atravessar a Ponte do Açu e
então cruzar o Vale. Com o passar dos anos a ponte deu lugar a Avenida São João.

No ano de 1877 o então Barão de Itapetininga, dono das terras que abrigava a
chácara, foi convencido pela Câmara Municipal a doar uma parte de suas terras
para que fosse construído um viaduto (WIKIPÉDIA, 2018).

Sendo o primeiro a ser construído na cidade de São Paulo, o viaduto outrora


também foi conhecido como viaduto de três vinténs (Figura 30), pois inicialmente
sua travessia era cobrado pedágio pela companhia responsável só após algum anos
foi retirado os portões liberando a passagem para todos (OLIVEIRA, 2013).

Figura 30: Viaduto do chá em 1938 Figura 31: Viaduto do Chá – 1935

Fonte: www.saopauloinfoco.com.br/2018 Fonte: www.saopauloinfoco.com.br/2018

Idealizado pelo francês Jules Martins em 1877, o viaduto apenas foi inaugurado
em 6 de novembro de 1892. A obra situada entre grandes casarões, era grande
importância, no entanto, as residências se faziam contrárias a instalação do mesmo.

A construção foi projetada com armações metálicas e piso de madeira conforme


(Figura 31) de origem alemã, as quais acabaram cedendo em decorrência do uso
contínuo. Assim, em 1938 a construção foi demolida e reconstruída, desta vez com
uma estrutura de concreto armado duas vezes maior a anterior. Oliveira (2017)
relata que por volta de 1940:
44

[...] o Parque Anhangabaú mudou radicalmente de feição, depois da


implantação de um projeto idealizado pelo prefeito Prestes Maia, cujo
objetivo central era agilizar o transporte sobre rodas (ônibus e
automóveis). Construíram-se então três avenidas que atravessariam a
cidade: Avenida Anhangabaú, Avenida 9 de Julho e Avenida Itororó.

Após um período de descaso em 1910 tornou-se o Parque do Anhangabaú. Na


década de 80 a prefeitura realizou um concurso para revitalizar o Parque criando
novos jardins, esculturas e três chafarizes.

Com a desordenada expansão urbana se fez necessário uma reurbanização no


espaço do Vale para transformar no ambiente mais atraente e alegre, foi utilizada as
técnicas de Jan Gerhl respeitando a escala humana e dando vida às fachadas do
entorno.

Atualmente o Vale do Anhangabaú abriga diversas atividades atraindo diferentes


públicos com eventos quase diários, o viaduto que fica no coração da cidade, após
várias intervenções tonou-se um lugar de eventos (Figura 32), atividades físicas e
esportivas com restaurantes, cafés, feiras de artesanato, banheiros públicos, parada
de ônibus, taxi entre outras.

Figura 32: Viaduto do Chá – A Cidade é para brincar.

Fonte: archdaily.com.br, 2018

2.2.3. Entorno Imediato

O Cento da cidade é composto de relevantes equipamentos urbanos (Figura 33), a


exemplo do edifício da Prefeitura da cidade de São Paulo, a Escola Municipal de
Balé, o Teatro Municipal e também o Conservatório Dramático e Musical, além do
campus universitário e outros prédios empresariais.
45

Figura 33: Equipamentos urbanos, entorno do parque

Fonte: pt.slideshare.net/, modificado pela autora, 2018.

2.2.4. Programa de Uso

As modificações ocorridas na área onde abriga o Viaduto do Chá priorizaram no


decorrer dos anos o uso de automóveis o que acabou refletindo na
descaracterização de um dos principais cartões postais da cidade paulista. Essa
modificação gerou um conflito entre o trânsito de pessoas e veículos na cidade.

Para sanar essa subversão a Prefeitura da Cidade de São Paulo decidiu promover
um concurso para eleger um projeto de requalificação e reurbanização do Vale onde
saíram vencedores os então urbanistas Jamil Kfouri, Rosa Kliass e Jorge Wiheim, os
quais projetaram na área a construção de um túneo de aproximadamente 490
metros de extensão, iniciando antes do Viaduto do Chá e findando antes do Viaduto
de Santa Efigênia.

Esse projeto permitiu que uma larga extensão de solo fosse de uso exclusivo para
os pedestres, caracterizando uma nova área com 52 mil quilômetros de espaço livre
destinado ao deslocamento e lazer (RIBEIRO, 2014).

O estudo desse projeto não guarda semelhança com o estudado anteriormente, uma
vez que não há a presença de elementos fixos, sendo constituído de um espaço
destinado apenas a passagem. A área urbana representa uma folga na paisagem
densa da cidade. Desse modo os elementos que compõem a região são materiais
botânicos e construtivos que unidos resultam na infraestrutura do Viaduto.
46

2.2.5. Zoneamento

O Viaduto do Chá, na concepção de Abrahão de Oliveira (2013) costumava servir


como pano de fundo para eventos e até mesmo filmes e novelas por se tratar de um
cartão postal da cidade de São Paulo, também abriga em seu entorno importantes
prédios públicos, como: Prefeitura, Teatro Municipal, desde sua idealização o
viaduto trata com a alta sociedade Paulista, também servindo como grande zona
para circulação.

O zoneamento do viaduto enfatiza-se pela área curvilínea de seus agenciamentos,


sendo sua setorização composta de uma área de calçamento e vegetação,
observada na figura 34.

Figura 34: Zoneamento Vale do Anhangabaú

Fonte: pt.slideshare.net/, 2018.

2.3. Viaduto Geraldo Melo, Jaboatão Dos Guarararapes – PE

Construído no ano de 2009, o Viaduto Geraldo Melo passou por diversas


interversões no seu entorno, tais como a desapropriação de mais de 800 habitações
incluindo grandes empresas que transformou a paisagem do centro comercial de
prazeres.

2.3.1. Localização

O Viaduto Geraldo Melo encontra-se situado no Bairro de Prazeres o qual integra a


Regional 05, na cidade de Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco. O Viaduto
47

comporta a Praça Monumental inaugurada no ano de 2012. A praça constitui uma


área pública destinada ao lazer.

Figura 35: Localização do Viaduto Geraldo Melo

Fonte: Google Maps/ Alterado pela autora / 2018

2.3.2. Histórico do Bairro de Prazeres

Sede do Município de Jaboatão dos Guararapes, o Bairro de Prazeres tem sua


história atrelada ao período colonial. Suas proximidades a praia não faziam deste
um lugar atrativo, pois, com medo de ataques piratas os senhores de Engenho na
época achavam por bem instalar suas fazendas na região do interior do estado.
Inicialmente o local foi ocupado por “pescadores e tangedores de gado das
Curcuranas, que moravam dispersos” (DAVIDSON, 2018).

No ano de 1656, com a expulsão dos holandeses do estado, foi construída na região
do Monte dos Guararapes a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres.

O povoado em si apenas surge após a construção da Ferrovia de Prazeres no ano


de 1958 momento em que o local passou a desenvolver-se. A ligação foi financiada
pelo governo do estado, sendo a atual Avenida Barreto de Menezes. Em 1889
Prazeres foi sede do então município de Muribeca até a extinção desse, quando foi
eleito distrito de Jaboatão (DAVIDSON, 2018).

O acelerado crescimento e a urbanização fizeram surgir novos bairros e a população


aumentou. Em 1989 o então prefeito da cidade Geraldo Melo (daí o nome do
Viaduto) transferiu a sede do município para Prazeres, momento em que alterou a
nomenclatura do município para Jaboatão dos Guararapes. Atualmente o bairro de
Prazeres é o mais importante centro político, econômico e administrativo da região.
48

2.3.3. Entorno Imediato

O bairro de Prazeres possui um perfil voltado à economia local, o entorno do Viaduto


Geraldo Melo é composto de uma área com pequenos comércios, estação de Metrô,
Mercado Público escolas.

Figura 36: Entorno do Viaduto Geraldo Melo

Fonte: Google Maps/ Alterado pela autora / 2018

2.3.4. Programa de Uso

A construção do espaço foi destinada a suprir a carência de um local para realização


de eventos culturais na cidade. No elevado foi construído uma área de esporte e
lazer destinado a atender às necessidades das comunidades em relação a
infraestrutura sendo este um único espaço voltado a cultura, esporte e lazer
acessível ao povo, (Figura 37).
49

Figura 37: Viaduto Geraldo Melo – visto de cima.

Fonte: google.com.br/maps/2018

A praça foi entregue a comunidade no ano de 2012 (Figura 38) trazendo uma
interação do espaço que alcança além de atividades esportivas e lazer um grande
efeito social. O local dispõe de um anfiteatro, pista de cooper, playground,
banheiros, lanchonetes, posto policial, quadra esportivas.

Figura 38: Viaduto Geraldo Melo – Praça Monumental.

Fonte: Blogdassppps.com/2018

Além do impacto visual da paisagem a cidade tem um ambiente vivo em movimento


onde a sociedade pode ir e vir sem qualquer discriminação social e econômica
(Figuras 39 e 40).
50

Figura 39: Viaduto Geraldo Melo. Figura 40: Quadra esportiva, Viaduto Geraldo Melo.

Fonte: arquivo pessoal/2017 Fonte: arquivo pessoal/2017

Nesse caso, em comparação ao estudo anterior pode-se concluir que houve a


desenvoltura cultural do local em sua plenitude.

2.3.5. Zoneamento

Trata-se de um espaço público destinado ao lazer, a cultura e o esporte os quais


proporcionam uma integração familiar na comunidade, contribuindo assim, para
qualidade de vida, sendo de extrema importância e necessidade para a população.

Figura 41: Zoneamento da área.

Fonte: google.com.br/maps/ Imagem alterada pela autora / 2018.


51

2.4. Análise conclusiva dos estudos de caso

Quadro 01: Quadro comparativo de análise conclusiva dos estudos de caso

Fonte: Autora/2018

No levantamento realizado pode-se perceber a importância existente em um espaço


público criado em benefício da sociedade. Conforme o estudo de caso pôde ainda
ser observado que os projetos de revitalização utilizados nos diferentes casos aqui
relacionados têm como objetivo integrar o entorno dos elevados com a cidade,
trazendo vida e movimento para lugares antes abandonados.

Entretanto da análise contextualizado, percebe-se que todos os viadutos foram


primeiramente construídos atendendo ao crescimento da população sem ter
inicialmente, sido pensado para as pessoas em seus projetos, gerando espaços
obsoletos.

O estudo de caso revela a potencialidade que cada ambiente possui, minuciando


52

onde as devidas transformações podem ser adaptadas para se tornar uma área útil
a população. As adequações permitem que a população vivencie uma mudança em
seus hábitos, podendo utilizar espaços que antes obsoletos. A readaptação local
permite a criação de uma área de socialização onde todos podem caminhar,
conviver, brincar, mudar a paisagem. Dessa forma, a população sente-se acolhida
pelos órgãos público dando vida ao espaço.

O mais importante é a promoção da qualificação urbana, ambiental e principalmente


paisagística do objeto em estudo e também de outros possíveis espaços públicos
locais, respeitando a importância histórica e geográfica do lugar.

Outro ponto importante é a ocupação e utilização do espaço de modo dinâmico,


otimizando a frequência do local com atividades comerciais, culturais, sociais,
prestação de serviços, promoção educacional, atividades esportivas, recreativas,
consoante as atividades já existentes na região.

Além da integração social, a revitalização dos espaços vem promover a conservação


e limpeza do viaduto ou objeto, o que transmite a população um ambiente atrativo,
seguro e permanente.

A promoção social permite a realização de atividades que atenda aos mais diversos
públicos que vai desde os moradores locais, a possíveis frequentadores vindos de
outras regiões, crianças, idosos, homens, mulheres, estimulando inclusive o turismo
e o comércio local.
53

3. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA

Neste capítulo, será analisada a área de estudo e seu entorno para o


desenvolvimento do projeto de revitalização, com um breve histórico, características,
e suas necessidades típicas, com base em documentários da área e pesquisas in
loco.

3.1. Aspectos Históricos

3.1.1. Histórico da Cidade de Recife

A origem da cidade do Recife está ligada à cidade de Olinda. A Carta dos direitos
feudais da Cidade que foi concedido por Duarte Coelho no ano de 1537 faz
referência a “Arrecife dos navios” (PREFEITURA DO RECIFE, 2018).

Inicialmente o Recife foi ocupado por pescadores e homens que estabeleceram suas
moradas na cidade buscando distanciar-se do ancoradouro da agitada Olinda. Assim
surge Recife, em decorrência do antigo ancoradouro localizado em meio aos
arrecifes de arenito e a península, em meio a mistura de águas do mar com os rios
Capibaribe e Beberibe (PREFEITURA DO RECIFE, 2018).

A cidade possuía uma localização privilegiada e logo chamou a atenção dos


colonizadores portugueses que ao descobrir o local, logo fundaram em suas
dependências um porto que foi utilizado para escoar a produção de açúcar
destinada a Olinda. Esse constante movimento das exportações fez acelerar as
atividades no porto que logo desenvolveu uma população denominada “Povoação
dos Arrecifes” ou ainda “Ribeira Marinha dos Arrecifes”.

A prosperidade do local provocou a invasão pelos holandeses que incendiaram


Olinda. A destruição de Olinda ocasionou o aumento no fluxo migratório de Recife,
iniciando assim, uma nova fase à cidade. Com o fim da invasão holandesa o
comércio na cidade passou a desenvolver e no ano de 1823 Recife foi elevada à
vila, tornando-se quatro anos mais tarde a capital do estado de Pernambuco
(PREFEITURA DO RECIFE, 2018).
54

3.1.2. Histórico da ocupação do bairro do Cabanga

A origem histórica do Cabanga está diretamente ligada com as transformações


urbanas da cidade do Recife. Esta área passou por diversas mudanças. Surgido
numa área denominada Sitio Cabanga, consta que seu nome foi trazido por negros
escravos vindos da Angola, onde existia um local parecido e com o mesmo nome.
Por outro lado, dizem que o nome do bairro tem origem indígena e quer dizer “mato
entortado” ou “vegetação do mangue”.

A região passou a ter importância urbana quando recebeu, na segunda metade do


século XIX, o matadouro do Recife, transferido para peixinhos no ano de 1922. Onde
no local foi instalada a primeira estação de tratamento de esgotos (ETE) da capital
que, ainda hoje, e uma das maiores do sistema do estado e principal responsável
pela coleta, transporte, tratamento e disposição final do esgoto gerado na capital
pernambucana.

Banhado pela Bacia do Pina, o bairro foi escolhido, em 1947, inicialmente para se a
garagem dos barcos do Iate Club do Recife. Com sua instalação definitiva no bairro,
o clube adotou o seu nome, passando a chamar Cabanga Iate Club que ainda hoje,
promove atividades esportivas, além de sediar eventos sócias. No bairro também
pode-se destacar outro importante estabelecimento, o 7º depósito de suprimentos do
exército, sede do projeto Orquestra Criança Cidadã, formada por jovens moradores
da comunidade do coque.

3.2. Legislação

De acordo com o plano diretor do recife, Lei municipal nº 17.511 de 29 de dezembro


de 2008, “o ambiente urbano e a composição interativa de ambiente construído e
ambiente natural, que se divide em duas Macrozona”.

O local de pesquisa está situa-se RPA1 (Figura 42) na Microrregião: 1.2, distância
do marco zero de 3,26 km.

O local está inserido na RPA1 político administrativa I (RPA1) composta pelos


bairros: Recife; Santo Amaro; Boa Vista; Cabanga; Ilha do Leite; Paissandu; São
Jose; Soledade; Ilha de Joana Bezerra; Santo Antônio; Coelhos.
55

Figura 42: Zoneamento do Cabanga

Fonte: Esig Prefeitura do Recife/ 2018.

As RPAs foram definidas para fórmula, execução e avaliação permanente das


políticas do planejamento governamentais. Essas regiões ainda são divididas em
Microrregião, que visa a população. E os bairros foram estabelecidos pelo Decreto
Municipal 14.452, de 26 de outubro de 1988, para subsidiar o levantamento de
informações do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Sistema de
informações e Planejamento do Recife.

Figura 43: Localização RPA1

Fonte: Autora / 2018

Estas informações são voltadas para a região do Cabanga (Figura 44) que faz parte
da RPA1, no Plano Direto de Recife não foi localizada diretriz para implantação de
usos de baixo dos viadutos da cidade. Estes ambientes necessitam de legislações
para revitalização para ativa todos os potenciais existentes na cidade.
56

Figura 44: limite do bairro do cabanga

Fonte: google maps/2018

3.3. Localização e Acessos

Verifica-se que a habitação do bairro e de seu entorno é predominantemente


residencial, considerando alguns equipamentos públicos e privados de grande
importância, são eles: Iate clube Cabanga, 7º depósito de suprimento do exército,
Compesa - Cia de Saneamento do estado de Pernambuco, Cais José Estelita, área
com grande especulação imobiliária.

E possível identificar no seu entorno diversos comércios formais e informas que se


utiliza das calçadas para seu uso impossibilitando muitas vezes a mobilidade dos
transeuntes.

Figura 45: Viaduto Capitão Temudo visto de cima.

Fonte: google esrth /modificado pela autora/2018

Pode-se também observar que a área está no centro da cidade fazendo ligações
com a área metropolitana sendo umas das principais ligações da cidade com vias de
grandes fluxos com ligações com bairros importantes da cidade, como por exemplo
o bairro de Boa Viagem (Figura 46)
57

Figura 46: Principais vias de Acesso do Viaduto Capitão Temudo

Figura 40: Zoneamento Recife

Fonte: Google maps / modificado pela autora/ 2018

Vê-se que na área de circulação deste viaduto existe um grande fluxo de veículos
que priorizou a parte superior do viaduto criando uma segregação entre as pessoas
que transitam por baixo do mesmo.

Conforme a (Figura 47) podemos verificar o descaso na área abaixo do viaduto,


tonando o ambiente hostil e sem atrativos à população, como não existe um
planejamento adequado, o lugar traduz o descaso com os transeuntes.

Figura 47: Embaixo Do Viaduto Capitão Temudo

Fonte: google maps /2018

Verifica-se que a área mesmo com todos intemperes tem grande potencial para
revitalização, se tratando de um lugar no centro da cidade podendo gerar melhorias
58

para a cidade tendo em vista, toda população que será beneficiada que poderá
transita com segurança.

3.3.1. Análise dos fluxos e transportes

Localizada entre grandes corredores de fluxo da cidade a área possui durante todo
dia uma movimentação de veículos no local, porém foi localizada paradas de ônibus
que serão relocadas para melhor atender à população, (Figura 48)

Figura 48: Análise De Fluxo E Transporte

Fonte: googlemaps/alterado pela autora/2018.

3.4. Morfologias e usos

De acordo com estudos realizados na área acerca dos usos e entorno, no sentido de
levantamentos possíveis, foi diagnosticado uma predominância de comércios de
pequeno, médio e grande porte, já nos lotes mais próximos da área de intervenção.

Há também uma intensa presença de residências à margem do viaduto e ao longo


de sua extensão. Há uma zona de destaque no espaço destinado ao Fórum
Desembargador Rodolfo Aureliano, com uma intensa movimentação de veículos.
59

Figura 49: Mapas e usos do entorno.

Fonte: Autora/2018.

Após a análise da disposição do gabarito do local, percebe-se uma pequena


elevação expressiva que em média não ultrapassa a margem de 2 pavimentos.

Figura 50: Gabarito do Bairro do Cabanga

Fonte: Google Maps, modificado pela autora/2018

3.5. Infraestrutura da praça

Feito o levantamento da área no bairro do Cabanga com o objetivo de alcançar um


diagnóstico sobre a situação atual da paisagem, formada pelas intervenções
urbanas.

Com a edificação do Viaduto Capitão Temudo, foi possível identificar que a


construção do elevado criou uma separação entre a população e a praça existente.
Tendo em vista que a praça Abelardo Rijo tem um grande potencial de arborização
com diferentes tipos de árvores, a mesma não tem nenhum tipo de mobiliário urbano
que possa ser utilizado pela população.
60

Figura 51: Vista da Praça Abelardo Rijo

Fonte: Google Maps, modificado pela autora /2018

Figura 52: Vista do espelho d´agua da praça

Fonte: Google Maps, modificado pela autora /2018

A praça atende ao espaço contemplativo com uma paisagem linda de uma


vegetação viva com ventilação durante o dia todo. Entretanto, a praça atualmente se
encontra abandonada pela sociedade em geral e, o maior motivo desse abandono é
à falta de segurança.

Situada num local de difícil acesso, a praça se torna inviável para visitação. Não há
presença de calçadas, também não há o caminho de condução e passeio. O local
possui deficiência na iluminação pública e há insegurança ao longo de toda área de
estudo, o que torna ainda mais difícil seu uso.

3.5.1. Vegetação

O local estudado possui uma área de vegetação composta de espécies com


dimensões arbóreas, também há dezenas de outras espécies presentes. Abaixo
estão relacionadas as espécies em maior concentração e predominância no local.
61

Quadro 02: Quadro de Vegetação

Imagem
Nome cientifico Nome popular Características
semelhantes

Tem em média 17
metros de altura,
podendo chega até 35
Terminalia
Castanhola metros de altura, de
Catappa
copa densa,
tolerância a
salinidade.

Chega até 15 metros


de altura, copa
Clitória fairclildiana Sombreiro
globosa, típica de
clima tropical

Chega até 25 metros


de altura, clima
Cocos nucifera Coqueiro
tropical favorável ao
nordeste

Fonte: Autora / 2018.


62

4. FASE PRÉ-PROJETUAL

Neste capítulo será estudado os fatores revitalização da praça Abelardo Rijo e


também do espaço vazio resultante debaixo do Viaduto Capitão Temudo, criando
uma ligação entre as duas áreas localizadas numa região de grande importância
para cidade, onde o espaço para convivência seria improvável. Um espaço público
antes hostil será transformado em um lugar para convivência e lazer.

Foi realizado um estudo de zoneamento e ventilação e insolação para melhor


distribuir o programa de uso da área.

4.1. Programa de Necessidades

No objetivo de montar um programa que relate sobre as necessidades da área foram


realizadas pesquisas de dados em todo o bairro do Cabanga e nos bairros limítrofes
as quais identificaram a necessidade de implantar uma área de lazer, cultura e
convivência, bem como dar um novo uso ao espaço urbano vazio, transformando a
paisagem de quem transita pela área, seja de carro, transporte público ou a pé,
emoldurando a paisagem com um ambiente convidativo.

A partir dos dados coletados surge a necessidade em desenvolver um programa que


reflita a carências da população e de seu entorno, com instalações de equipamentos
urbanos, esportivos, bem como espaços de convivência espalhados por toda área e,
uma área específica para contemplação e descanso ao lado do espelho d´agua.

4.1.1. Estudo de Insolação.

Com os levantamentos realizado nas áreas sobre o conforto ambiental, pode-se


verificar que o mesmo tem em sua extensão um período de sol pela manhã até às
12h00 e em seu maior período sombra, permitindo que toda área possua um
conforto térmico, promovido pelas árvores e também pela sombra do Viaduto
Capitão Temudo.
63

Figura 53: Estudo de ventilação e insolação da área.

Fonte: googlemaps/alterado pela autora/2018.

4.2. Zoneamento

O zoneamento proposto (Figura 54) leva em consideração os estudos elaborados de


insolação e ventilação expostos anteriormente.

Figura 54: Zoneamento Proposto.

Fonte: Unibase Recife alterado pela autora/2018

A proposta tem o objetivo de priorizar o espaço de lazer e permanência no local,


mediante áreas de convivência que serão distribuídas no intuito de atender da
64

melhor maneira, as necessidades sociais. O resultado serão áreas maiores


distribuídas ao longo do espaço.

A área destinada ao Playground localiza-se no centro da praça, permitindo um maior


conforto térmico. Será rodeado por grandes árvores o que possibilitará a ocorrência
de sombra o dia inteiro.

A disposição dos estacionamentos será em vias de menor fluxo para evitar o


transtorno de congestionamentos nas vias principais, tornando possível a
acessibilidade para todos. Faixas elevadas serão instaladas para fazer a ligação
entre os dois ambientes.

4.3. Funcionograma

Nas áreas mais usuais como espaços de lazer e esportes, serão agregados o
estacionamento, o food truck, o bicicletário e todas as atividades de maiores
movimentações. No outro lado, já na praça Abelardo Rijo será instalado bancos para
contemplação e próximo ao espelho d´agua, já existente, o Playground dando uma
maior segurança às crianças.

Figura 55: Fluxograma

Fonte: Autora / 2018

Dentre as áreas mais usuais, destacam-se, a área de esportes, o estacionamento,


os food trucks e também o espaço destinado a cultura e eventos os quais de forma
periódica terá um intenso fluxo de pessoas e veículos. Em áreas de convívio onde o
65

fluxo é menor é possível o descanso e contemplação da paisagem composta de um


convidativo ambiente arborizado.

4.4. Memorial Descritivo

A cerne do trabalho é voltado à elaboração da proposta de revitalização da praça


Abelardo Rijo e do espaço vazio debaixo do Viaduto Capitão Temudo, os quais
serão descritos e explicitados juntamente com seus elementos de infraestrutura e
urbanos, selecionados para serem inseridos nesse trabalho.

O memorial descritivo tem por objetivo demonstrar quais equipamentos estão sendo
propostos para instalação no sentido de justificar a adequação e eficácia da
composição na proposta de revitalização da área.

4.4.1. Equipamentos urbanos

A área objeto de estudo não possui uma disposição de mobiliários em seu espaço o
que aponta o abandono no cenário do parque e viaduto. Nesse sentido, a
implantação de elementos que tenham uma multifuncionalidade agregará a
paisagem um novo design propício ao esporte, lazer, entre outros.

As áreas destinadas à convivência estarão dispostas em toda a praça, permitindo


que nenhum espaço seja semelhante ao outro. Nessas áreas de convivência serão
empregados os elementos a seguir, quais sejam:

Nos espaços de convivência e contemplação da paisagem, assim como, nas áreas


próximas a área de esportes, onde espera-se uma maior permanência dos usuários
para o acompanhamento das atividades, serão utilizados bancos em concreto
também fixados com esse material, a exemplo da Figura 56.
66

Figura 56: Banco hece 001.

Banco em Concreto polido


Tamanho: 180x60x74cm
Peso: 500 kg

Fonte: fahneu.cl/2018

Nas vias de circulação nos espaços livres, serão instalados bancos por todas as vias
conforme a Figura (57), sendo este com design contemporâneo.

Figura 57: Banco hbcl 001

Banco em Concreto polido


Tamanho: 180x54x45cm
Peso: 370 kg

Fonte: fahneu.cl/2018

Blocos de concreto coloridos (Figura 58) com diversas possibilidades de composição


serão implantados na área de eventos tornando o espaço agradável e com
movimento.
67

Figura 58: Banco de concreto colorido.

Fonte: ovo.art.br/2018

Para as áreas de convívio também serão instalados bancos sinuosos (Figura 59)
tornando cada espaço diferenciado com movimentos no mobiliário, causando um
impacto visual no espaço. Os materiais possuem garantia de durabilidade e baixo
custo de manutenção. Todos os bancos escolhidos para o projeto são de fácil
instalação, sendo apenas dispostos no local apoiado sobre o calçamento, fixados ao
piso pelo próprio peso.

Figura 59: Bancos Sinuosos.

Banco em Concreto Sinuoso

Tamanho: 180x54x45cm

Fonte:aecweb.com.br/2018

Para a área goumet e também o espaço destinado aos jogos, serão instaladas
mesas em concreto polido (Figura 60) com design moderno na mesmas linha dos
bancos, tornando cada ambiente único, estimulando a permanência e conforto para
os usuários.
68

Figura 60: Mesa em concreto.

Mesa Concreto polido


Tamanho: 174x80x80cm
Peso: 517 kg
Fonte: fahneu.cl/2018

As lixeiras estarão dispostas em toda a extensão da área de revitalização,


compondo o design com os materiais já mencionados. O material será de concreto e
aço galvanizado (Figura 61). Também serão utilizadas lixeiras plásticas (Figura 62)
com identificação de cores para reciclagem.

Figura 61: Lixeira em Concreto Figura 62: Lixeira Plásticas

Lixeira em Concreto Polido


Tamanho: 54x60x70cm
Peso:210 kg

Fonte: fahneu.cl/2018 Fonte: fahneu.cl/2018

Todos os mobiliários previstos no projeto, são de alta durabilidade e com baixo custo
de manutenção. Sendo eles em concreto polido e aço galvanizado como os suportes
para bicicletas (Figura 63) dispostos em alguns postos, mais precisa e
especificamente perto do estacionamento de veículos.
69

Figura 63: Suporte em aço para bicicleta

Capacidade para 1-9 bicicletas


Tamanho: 180x0,65x0,70cm
Peso: 38,2

Fonte: fahneu.cl/2018

A iluminação do ambiente possibilita a sensação de segurança além de incentivar a


valorização do espaço em si. Portanto, possui uma grande importância como guia
dos agenciamentos em geral. As iluminações utilizadas para no projeto, possuem
estrutura em aço galvanizado, tendo seu elemento luminoso voltado para baixo o
que mantêm um maior aproveitamento da iluminação.

Figura 64: Poste de iluminação telecônico curvo.

Fonte: amesiluminacao.com/2018

Os baziladores de concreto (Figura 65), por sua vez, além de apresentarem uma
durabilidade excepcional, possuem um design que condiz com os demais mobiliários
urbanos escolhidos. O faixo luminoso conduz os caminhos da ciclovia, da praça e
das áreas de esportes.
70

Figura 65: Baziladores de Concreto

Fonte: catalogodearquitetura.com.br/2018

Na iluminação das áreas mais abertas que possuem um maior fluxo, a exemplo do
espaço de eventos e o de food truck, serão ultilizados os postes pétala quadrada 2
(figura 66 ) garantido um maior conforto e segurança.

Figura 66: Poste galvanizado petala quadrada 2

Fonte: fibrometal.com.br/2018

4.4.2. Revestimentos e Equipamentos

Para que ocorra o desenvolvimento pleno das atividades, serão utilizadas as


melhores categorias de pisos a depender dos equipamentos e do mobiliário que
neles estiverem dispostos.
71

A área do Playground será coberta com piso de borracha de pneu reciclável e


proteção antichamas como demonstrado acima (Figura 67). Dessa forma, há uma
maior segurança às crianças evitando assim, maiores traumas. As madeiras
utilizadas nos brinquedos do Playground serão ecológicas (Figura 67),
transformando a área infantil num ambiente seguro e aconchegante.

Figura 67: Brinquedos de madeira e piso de borracha

Fonte: piso.srv.br/2018

Possuindo uma estrutura em concreto armado e piso com acabamento em cimento


queimado o bowl de skate (Figura 69) conta com 180 metros quadrados. O seu
acabamento final é feito com tintas especiais destinadas a pintura de quadras
poliesportivas. O piso da pista é de cimento queimado e polido para facilitar a prática
do esporte.

A área de esportes radicais também contará com alguns equipamentos de estrutura


sobressalente (Figura 68) no intuito de agenciar internamente.

Figura 68: Pista de Skate Figura 69: Bolw de Skate

Fonte: lopes.com.br Fonte: archidaily.com.br


72

O piso a ser utilizado na extensão revitalizada será o piso intertravado (Figura 70)
também conhecido como bloquete. As peças são em concreto e podem conter
diferentes cores e formas possibilitando criar desenhos diferenciados ao serem
espalhados por todas as áreas.

Figura 70: Pisos intervalados

Fonte: artefatosdelta.com.br/2018

Assim, na área gourmet poderá ser criado um desenho de flor deixando o ambiente
com maior leveza, a exemplo dos demais locais onde existe a presença de figuras
geométricas em cores diferentes fazendo limitação entre os espaços e a atividade
que nele é desenvolvida.

Os pisos intertravados quando dispostos lado a lado possibilita um atrito lateral entre
eles, semelhante um “encaixe” auxiliando sua fixação. Os espaços entre o piso
assentado permitem a passagem da água, o tornando ecologicamente correto. O
piso possui baixo custo de manutenção, sendo aconselhável a verificação de suas
juntas com intervalo de aproximadamente 5 anos.

O pavimento presente na pista de Cooper (Figura 71) contará com um piso


projetado, cuja espessura será de 13,7 mm, sendo em material permeabilizado com
a superfície rugosa e estrutura granulada (Figura 72). O material utilizado será o
multifuncional favorável as competições sendo produzido especificamente para este
fim.
73

Figura 71: Pista de Cooper

Fonte: indiamart.com/2018.

Figura 72: Piso granulado.

Fonte: elasta.com.br/2018

O piso de borracha granulado (Figura 72) possui um baixo custo para sua
manutenção. Esse tipo de piso tem alto desempenho com os impulsos. Sua
funcionalidade é assegurada pela combinação entre a borracha e o poliuretano,
sendo ambos materiais de alta resistência e durabilidade.

A proteção e conforto destinados ao atleta durante seus treinos se deve ao sistema


de amortecedor de impactos, que permite a redução dos riscos de lesões
decorrentes do esforço. A superfície antiderrapante, tem uma textura granulada
evitando, desse modo a incidência de escorregões.

O espaço destinado ao Food Truck terá o uso de mesas e bancos em concreto em


conformidade com o mobiliário descrito anteriormente, sua fixação no calçamento se
dará de modo equidistante, o que permitirá a circulação entre as mesas. O espaço
74

será em meio a vegetação existente contando com sua proteção, bem como o
viaduto que reflete por todo dia sombra ao local.

Figura 74: mesa de piquenique em concreto Figura 75: Food truck

Fonte: archiexpo.com/2018 Fonte: clicrbs.com.br

4.4.3. Memorial Botânico

No projeto de paisagem a prioridade foi o mantimento de espécies já existentes, a


remoção apenas acontecerá nas áreas onde houver construção. No espaço também
foram implantadas outras espécies, para compor a estética da paisagem, espécies
estas compatíveis como o clima da região.

A implantação irá auxiliar na produção de sombra nos horários onde o sol é mais
intenso, além de proporcionar um conforto maior com relação a acústica do local, no
que se refere aos ruídos emitidos pelos veículos que transitam nas vias adjacentes.

Para a escolha da vegetação, foram observados os aspectos presentes nas copas e


raízes, assim como a coloração e a textura destas.

A samambaia-árvore, por exemplo, possui características peculiares, a raiz simples


facilita seu emprego mais próximo ao calçamento sem que haja riscos de
danificação futura na estrutura. Também proporcionam uma área de grande
sombreamento em suas adjacentes.

A implantação da samambaia-árvore ocorrerá na área noroeste da praça resultando


na produção de sombras para os fins de tarde e também nos locais de lazer e
recreação.

Serão implantadas para colorir a paisagem, árvores nas proximidades da área de


permanência o que permitirá uma maior contemplação do ambiente. O Flamboyant e
75

o Ipê amarelo são utilizados no projeto por não possuir raiz agressiva, sendo
dispostas no agenciamento interno da praça.

Finalmente, no que se refere a espécie já existente em abundância no local, será


preservada e reproduzida em grande escala nas áreas de estacionamento, onde
existe uma necessidade do sombreamento passivo, para que não ocorram quedas
de frutos e folhas danificando veículos estacionados. Assim, para este fim será
utilizada a Jurema roxa, que possui uma característica seca e folhas escassas
permitindo a segurança na ocorrência da queda de matéria.

A seguir serão relacionados no Quadro 03 as principais características oficiais as


espécies citadas acima.

Quadro 03: Quadro das espécies botânicas arbóreas e arbustos que serão implantas na praça.

Imagem
Nome cientifico Nome popular Características
semelhantes

Crescer de 15 a 20
metros, decorativa
filicium Samambaia sua copa e
arredondada,
folhagem ornamental

Arvore de médio
Tabebuia porte, medir de 4 a 8
Ipê Amarelo
Chrysotrica metros, crescimento
rápido

Crescer entorno de 40
Chlorophytum a 60cm, serve como
Clorofito
comosum forração e muito
resistente
Fonte: Autora /2018.
76

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo geral um pré-projeto arquitetônico e


urbanístico de revitalização de um trecho do viaduto Capitão Temudo, bem como, a
praça Aberlado Rijo, localizado no Bairro do Cabanga em Recife, onde existe um
ambiente hostil, entretanto, o mesmo fica no centro da cidade numa área de grande
potencial imobiliária.

Na elaboração buscou-se embasamento teórico no que é um espaço urbano e todas


as relevâncias ligadas a cidade, para definir melhor o pré-projeto foi evidenciado as
carências da área e seu entorno. Assim a necessidade da população que necessita
de um lugar de lazer e convivência, com isso inibir práticas de criminosas.

Na escolha do tema proposto para o presente Trabalho de Graduação foi priorizado


a otimização dos espaços obsoletos debaixo dos viadutos, cenário bastante comum
nas grandes cidades. Estes ambientes são vistos pela sociedade como algo
negativo uma vez que abrem as portas a marginalização, a construções e
estacionamentos irregulares, tornando o espaço desprovido de segurança e beleza.

Com base nestas circunstâncias foi abordado o conceito dos espaços urbanos e
como pode ocorrer a ocupação dos espaços vazios, enfatizando seus aspectos
positivos e favoráveis a sociedade como um todo.

Os estudos detalhados das revitalizações realizadas em diferentes pontos do


mundo, e que de forma positiva agregaram a população uma área de lazer e
entretenimento, favorecendo por vezes a movimentação comercial das regiões.

O estudo de caso permite uma visão geral da área a ser explorada. As análises de
estudo de caso tiveram grande importância para elaboração do pré-projeto, que nos
permite conhecer o funcionamento da área estudada que tem características
parecidas com o presente estudo.

Além dos estudos de caso foi feita uma análise do local com foco em atender as
necessidades das comunidades existentes, permitindo avaliar a área e dar melhores
condições.

O pré-projeto, que foi desenvolvido visou a revitalização da área dando novo uso ao
77

vazio urbano deixado pelo Viaduto Capitão Temudo, fazendo uma ligação da praça
Aberlado Rijo que se encontrava abandonada, foi feita uma ligação dos dois
ambiente com espaços de esportes, lazer e convivência, foi possível transformar a
paisagem antes visto como um lugar hostil em um lugar para todos, com a
requalificação da área foi possível percebe como trazer de volta a vida para a cidade
aproveitando o que se tem nela.

Com o projeto de revitalização da área é possível incentivar a reestruturação de


outros espaços vazios dos viadutos na cidade do Recife.
78

REFERÊNCIAS

ANGELIS, Bruno Luiz Domingues de et al. Praças: História, Usos e Funções.


Editora da Universidade de Maringá - Fundamentum (15), 2005.

BASSO, Liliane; VAN DER LIDEN, Júlio Carlos de Souza. Mobiliário urbano:
origem, forma e função. Programa de Pós-graduação em Design. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2016.

CARBONERA, Sandra; CHIES, Cláudia. O papel das praças públicas: Estudo de


caso da praça Raposo Tavares na cidade de Maringá. Disponível em: <
http://www.fecilcam.br/nupem/anais_iv_epct/PDF/ciencias_exatas/12_YOKOO_CHIE
S.pdf> Acesso em 09 jun 2018.

CARVALHO, M. E. C. As áreas verdes de Piracicaba. Dissertação (Mestrado em


Geografia) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual
Paulista. Rio Claro, 1982.

CHAIOVITZ, Silvio. A importância da revitalização dos centros urbanos.


Disponível em: <https://www.portalvgv.com.br/site/a-importancia-da-revitalizacao-
dos-centros-urbanos-por-silvio-chaimovitz> Acesso em: 14 jun 2018.
CREUS, Màrius Quintana. Espacios, muebles y elementos urbanos. In: SERRA,
Josep Ma. (Org.). Elementos urbanos mobiliário y microarquitectura. 2ªEd.
Barcelona: Ed. GustavoGili, S.A., 1997.
DAVISON, JAMES. História de Prazeres. Blog Jaboatão dos Guararapes
Redescoberto (2008). Disponível em:
<http://www.jaboataoguararapesredescoberto.com/2008/11/historia-de-prazere
s.html> Acesso em: 11 jun 2018.
DEGREAS, Helena. Tipos de espaços livres públicos: Praças, Átrios, Largos,
Pátios. Disponível em: < https://helenadegreas.wordpress.com/2010/0
3/12/algumas-tiplogias-de-espacos-livres-publicos-pracas-atrios-largos-patios/>
Acesso em: 10 jun 2018.
FARIA, Caroline. Arborização Urbana. Disponível em: <
https://www.infoescola.com/meio-ambiente/arborizacao-urbana/> Acesso em 09 jun
2018.
GOMES, Marco Antônio Silvestre; SOARES, Beatriz Ribeiro. A vegetação nos
centros urbanos: considerações sobre os espaços verdes em cidades médias
brasileiras. Disponível em: < http://redbcm.com.br/arquivos/bibliografia/
a%20vegeta%C3%A7%C3%A3o%20nos%20centros%20urbanos.pdf> Acesso em
09 jun 2018.
HAUSER, P. M. Manual de pesquisa social nas zonas urbanas. São Paulo:
Livraria Pioneira Editora/Unesco, 1978.
HOEHNE, F. C. Arborização Urbana. São Paulo: Editora Instituto de Botânica de
São Paulo, 1944.
79

LIRA FILHO, José Augusto de. Paisagismo: princípios básicos. Minas Gerais: Ed.
Aprenda Fácil, 2001.
MACEDO, S. S.(Coord.). Introdução a um quadro do paisagismo no Brasil. São
Paulo: Projeto Quapá, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, 1998.
MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Mariliz Gramacho. Parques urbanos
no Brasil. São Paulo: Ed. IMESP, 2002.
MAGALHÃES, Maria João Veloso de. Design de equipamento lúdico para o
espaço urbano. Lisboa: FA, 2014. Tese de Mestrado. 223p, 2014. [Orientadora:
Dra. Rita Assoreira Almendra]. Disponível em: <https://www.repository
.utl.pt/handle/10400.5/7876> Acesso em: 09 jun 2018.
MARX, M. Cidade Brasileira. São Paulo: Melhoramentos: Editora da Universidade
de São Paulo, 1980.
MONTENEGRO, Glielson Nepomuceno. A Produção do Mobiliário Urbano em
Espaços Públicos: O Desenho do Mobiliário Urbano nos Projetos de
Reordenamento das Orlas do Rio Grande do Norte p. Dissertação (Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Rio
Grande do Norte,2005.
PENA, Rodolfo F. Alves. Conceito de Paisagem. Mundo Educação. Disponível em:
< https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/conceito-paisagem.htm> Acesso
em 07 jun 2018.
PEREIRA, Ívany. Proposta para a revitalização do Parque Memorial Arcoverde.
Recife: Projeto de Graduação curso de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de
Ciências Humanas – Esuda, 2015.
SÁ CARNEIRO, Ana Rita, MESQUITA, Liana de Barros (orgs.). Espaços livres do
Recife. Recife: Prefeitura da Cidade do Recife/UFPE, 2000
SCIFONI, S. O verde do ABC: reflexões sobre a questão ambiental urbana. São
Paulo: USP, 1994. (Dissertação de Mestrado).
80

APÊNDICE

APÊNDICE A Planta de Situação

APÊNDICE B Planta de Agenciamento

APÊNDICE C Planta de Mobiliário

APÊNDICE D Planta de Paginação de Piso

APÊNDICE E Planta de Vegetação

APÊNDICE F Planta Geral

Você também pode gostar