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Produção Audiovisual
para Comunicação Comunitária
CDD – 371.335
EXPEDIENTE
O PROJETO 3
RESUMO 4
EI, PSIT! Ô DA POLTRONA! 5
Introdução
BIBLIOGRAFIA 54
O PROJETO
O Projeto PESCARTE tem como sua princi- objetivos: aperfeiçoar a atuação profissional
pal finalidade a criação de uma rede social dessas comunidades, seja na perspectiva,
regional integrada por pescadores artesa- seja da ampliação de sua produtividade,
nais e por seus familiares, buscando, por seja para poder melhor se organizar e reali-
meio de processos educativos, promover, zar atividades econômicas solidárias.
fortalecer e aperfeiçoar a sua organização
comunitária e a sua qualificação profissio- A intenção é reforçar as identidades pro-
nal, bem como o seu envolvimento na cons- dutivas dessas comunidades pesqueiras,
trução participativa e na implementação de de modo a favorecer a mitigação dos im-
projetos de geração de trabalho e renda. pactos negativos que as afetam e que são
decorrentes das atividades realizadas, na-
Por meio do Projeto PESCARTE as comu- quela região, pela indústria de exploração
nidades pesqueiras que vivem nos municí- e produção de petróleo e gás natural.
pios de Arraial do Cabo, Cabo Frio, Macaé,
Quissamã, Campos dos Goytacazes, São As ações e/ou atividades educativas são
João da Barra e São Francisco de Itabapoa- executadas sob a orientação de professo-
na são mobilizadas, incentivadas e orienta- res, pesquisadores e técnicos do Centro
das a participar de diferentes ações e/ou de Ciências do Homem da Universidade
atividades de natureza educativa. São ações Estadual do Norte Fluminense Darcy Ri-
e/ou atividades cuja realização tem como beiro (UENF).
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RESUMO
Essa apostila vai apresentar os princi- diovisuais visando a sua utilização pelas
pais pontos envolvidos na produção comunidades pesqueiras atendidas pelo
das mensagens geradas pelos grandes Projeto Pescarte e demais projetos de
meios de comunicação hoje existentes. mitigação e educação socioambiental
Vamos começar abordando o panorama crítica desenvolvidos pelo IBAMA.
histórico da produção e circulação das
imagens na mídia impressa, televisiva e Buscamos também apresentar os princí-
cinematográfica pensando seus diferen- pios básicos de leitura, uso e composi-
tes papéis, tanto para a construção de ção de imagem e som a fim de desen-
guerras como para a ampliação dos di- volver competências de utilização dos
reitos civis, a construção da democracia recursos audiovisuais para diálogo cul-
e da cultura de paz. Com olhar crítico tra- tural e comunicação comunitária. Obje-
taremos a produção e compartilhamen- tivamos propor ações visando a cons-
to de mensagens a partir dos princípios trução de princípios norteadores de
do diálogo intercultural e da comunica- divulgação das demandas comunitárias
ção comunitária. Ensinaremos o passo a por meio das diferentes redes e plata-
passo da produção de mensagens au- formas disponíveis na internet.
4
EI, PSIT! Ô DA POLTRONA!
Introdução
Durante quase 30 anos, o humorista e
embaixador da UNESCO Renato Aragão
alegrou os domingos com seu programa
semanal na TV Globo onde interpreta-
va o ingênuo e carismático personagem
Didi Mocó. Gerações e gerações cres-
ceram assistindo às peripécias da trupe
Os Trapalhões e, mais recentemente, Os
Amigos do Didi. Difícil encontrar alguém
que não tenha se divertido e que não co-
nheça o inesquecível bordão com o qual
Didi, olhando fixamente para a câmera, é
representado dizendo:
Renato Aragão. Fonte: https://veja.abril.com.br/
-“Ei psit? Ô da poltrona!?” galeria-fotos/renato-aragao/
BORDÃO
Frase ou expressão usada por uma personagem que funciona
como uma espécie de “marca registrada”, que a caracteriza e
identifica e, ao mesmo tempo, pode oferecer elemento irônico
ou satírico, que são elementos para a construção de cenas engra-
çadas e humorísticas. Quem não se lembra do “Tô certo, ou tô
errado” do Sinhosinho Malta (em Roque Santeiro), ou mais recen-
temente, Chico Anísio com o inesquecível Prof. Raimundo dizendo
ao final de cada episódio da Escolinha: “E o salário, ó!”
5
EI, PSIT! Ô DA POLTRONA!
Charge exagerada de todos os membros de família assistindo e controlando os canais da tv. Fonte: http://
laoblogger.com/image-post/192039-watching-television-sketches-clipart-9.jpg.html
6
EI, PSIT! Ô DA POLTRONA!
Charge sobre o papel de “babá eletrônica” assumido pela tevê no cotidiano familiar brasileiro.
Fonte: Multimeios/Seed. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.
php?foto=375&evento=10
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EI, PSIT! Ô DA POLTRONA!
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EI, PSIT! Ô DA POLTRONA!
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PARA INÍCIO DE CONVERSA,
O QUE É IMAGEM?
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Quadrinho de Maurício de Souza baseado no Mito da Caverna. Fonte: http://turmadamonica.uol.com.br/assombrasdavida/
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PARA INÍCIO DE CONVERSA,
O QUE É IMAGEM?
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Fotografia
A palavra fotografia é construída a partir
da junção do prefixo photo, que significa
luz, com o sufixo graphia, que significa
escrita ou desenho. A união resultante
constrói a palavra fotografia que signifi- Imagem
Objeto
ca literalmente desenhar com a luz. invertida
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Publicidade das câmeras Kodak da década de 1870. Tradução: Artigos Esportivos – Câmera Kodak: “Você aperta o botão,
nós fazemos o resto”. A única câmera que qualquer pessoa pode usar sem instruções. Enviamos grátis o refil de filme. A
câmera Kodak é vendida em todas as lojas de artigos fotográficos. Companhia The Eastman Dry Plate and Film. Preço,
$25,00 para 100 imagens. Rochester, N.Y.”. Fonte: https://blogs.commons.georgetown.edu/cctp-802-spring2017/kodaking-
the-lense-of-george-eastman-and-case-study-of-kodak-company/
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Ou use a câmera do
celular para capturar
o código ao lado e
abrir o link na internet
automaticamente.
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Veja os seguintes exemplos de como seguir a regra dos terços na composição de ima-
gens fotográficas:
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Fotografias de Lewis Hine sobre o trabalho infantil nos EUA nas décadas de 1900 a 1930. Acima fotografia de
mulheres e crianças trabalhando em fábricas. Abaixo fotografia de meninos vendedores de jornal à frente das
escadarias do Congresso Nacional dos EUA, local onde deveria ser construída leis que garantissem o direito dessas
crianças à infância e educação. A ironia dessa fotografia está no fato de a exploração do trabalho infantil ser
mantida pelas duas forças sociais que deveriam, em teoria, zelar para a defesa da cidadania e dos direitos sociais:
as empresas de mídia e a casa legislativa.
Fontes: http://www.thinglink.com/scene/566636794083278850
http://www.alfabetizacaovisual.com.br/exposicoes/lewis-hine/
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
SUGESTÕES CULTURAIS
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado construiu uma carreira interna-
cionalmente prestigiosa pautada no reconhecimento do papel social das
fotografias na produção de denúncias sobre situações de violação de di-
reitos sociais, exploração do trabalho e da dignidade da pessoa humana,
situações de risco à vida causadas por guerra e severas condições de de-
gradação ambiental. Para conhecer um pouco mais da vida e obra desse
artista e fotógrafo que por meio da produção de imagens vem incansa-
velmente trabalhando para a construção de um mundo mais igualitário,
solidário e pautado na cultura da paz, assista os filmes:
Fonte da foto: http://www.jornal3idade.com.br/?p=5980
Ou use a câmera do celular para capturar um dos códigos acima e abrir um dos links para
assistir o vídeo escolhido.
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Cinema e Vídeo
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
espectadores dos filmes imagens construí- As noções de espaço e tempo são repre-
das a partir de diferentes pontos de vista, sentadas de maneira descontinuada para
encadeadas a partir de uma sequência feita facilitar o processo de produção dos fil-
da junção de diferentes pedaços de celuloi- mes mas, a partir do corte e edição das
de. Esse é o elemento central de construção imagens, há a construção de um novo es-
da narrativa no cinema. paço fílmico que não existe na realidade
do mundo vivido. Para comprovar isso o
Em 1902, o ilusionista e cineasta George cineasta russo V.L. Kuleshov montou, em
Méliès explorou a fundo os elementos da 1920, o seguinte experimento fílmico a
construção da narrativa cinematográfica partir da filmagem de 5 cenas distintas:
em seu filme Viagem à Lua (A Trip to the
Moon/Le Voyage dans la lune) e em apro- “1. Um jovem caminha da esquerda
ximadamente 500 outros filmes feitos por para a direita.
ele que, em sua maioria, foram destruídos 2. Uma mulher caminha da direita
durante e após a Primeira Grande Guerra. para a esquerda.
3. Eles se encontram e se cumprimen-
tam com um aperto de mãos. O jo-
O filme Viagem à Lua está disponível em vem aponta.
www.youtube.com/watch?v=_FrdVdKlxUk 4. Mostra-se um grande edifício bran-
co, com ampla escadaria.
5. Os dois sobem as escadas.
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Tristeza
Fome
Desejo
Esquema descritivo do experimento fílmico montado por Kuleshov que ficou designado como Efeito Kuleshov.
Fonte: https://revistamoviement.net/o-efeito-kuleshov-e-a-consci%C3%AAncia-intencional-c2bf78ca52bd
sultou disso? Embora a filmagem tenha tagem do close do ator russo Ivan Mo-
sido efetuada em locações variadas, o zzhujin seguidas de três distintas cenas:
espectador percebeu a cena como um uma mulher no caixão, um prato de co-
todo. Os trechos de espaço real apanha- mida próximo a um copo e uma mulher
do pela câmara apareciam concentrados, deitada no sofá. Apesar da expressão
dessa forma, na tela”(KULESHOV In XA- do ator não se alterar, as pessoas da-
VIER; 1983: 69-70). vam outras significações ao seu humor,
de acordo com a imagem justaposta a
É também de Lev V. Kuleshov o expe- seguir, o que permitiu a construção de
rimento fílmico feito a partir da justa- significados distintos por meio da asso-
posição de planos que permitiu obter ciação da imagem da primeira persona-
uma nova significação atribuída à cena. gem à imagem apresentada imediata-
Realizada por meio da filmagem e mon- mente após sua aparição.
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Fontes: http://untorrentedecine.blogspot.com.br/2017/09/tipos-de-planos.html
https://www.agambiarra.com/plongee-contra-plongee/
PD PPP PP PMC PM
PML ou PA PI PG GPG
LEGENDA
PD Plano Detalhe PMC Plano Médio Curto (Busto) PI Plano Inteiro
PPP Primeiríssmo Primeiro Plano PM Plano Médio (Cintura) PG Plano Geral
PP Primeiro Plano PML ou PA Plano Médio Longo GPG Grande Plano Geral
ou Plano Americano
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MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Durante aproximadamente 50 anos, o cine- to, a cineasta Leni Riefenstahl lança mão de
ma teve importância enquanto meio de co- técnicas avançadas de filmagem e edição,
municação de massa que permitia as pes- uso de contra-plongées para a construção
soas acessarem mensagens imagéticas das de ângulos e closes das personagens a fim
mais diversas. Em parte, o cinema se apro- de valorizar ícones e padrões estéticos atri-
priou dos gêneros narrativos já existentes buídos a uma possível raça ariana. São dela
no teatro e na literatura, como a comédia, o os polêmicos filmes O Triunfo da Vontade
drama, a tragédia, o terror, o épico etc. para (1935) e Olympia (1938). Somente anos
a construção de narrativas ficcionais. mais tarde o mundo e a própria Alemanha
conheceriam as imagens das atrocidades e
A partir das experiências jornalísticas de crimes de guerra cometidos pelos nazistas
uso das fotografias, os produtores de cine- nos campos de concentração e extermínio
ma passaram a construir também cinejor- em massa de pessoas.
nais visando levar ao público presente nas
salas as informações tidas como mais rele- As consequências da Segunda Guerra
vantes que impactavam o mundo, marca- Mundial e a perplexidade diante do uso
do pela experiência das Grandes Guerras da tecnologia para produção de campos
e dos eventos e conflitos globais que des- de extermínio em massa pelo nazismo ti-
de então se generalizaram. Tais filmes, que veram profundo impacto na crítica à so-
compunham os cinejornais, tinham o fi- ciedade capitalista e seus mecanismos de
nanciamento de empresas de publicidade produção de consenso e controle social
e propaganda, bem como a ação dos esta- usando os meios de comunicação, resul-
dos nacionais e eram apresentados antes tando na construção da Organização das
dos filmes de ficção, que tinham o caráter Nações Unidas e na Declaração Universal
de entretenimento e lazer. No Brasil, entre dos Direitos Humanos.
os anos de 1938 e 1946 foram produzidos
pelo Departamento de Imprensa e Propa- Os meios de comunicação ganharam
ganda 433 filmes com conteúdo jornalísti- atenção de um conjunto de pesquisado-
co denominados Cine Jornais Brasileiros. res pertencentes ao Instituto de Pesquisa
Social da Universidade de Frankfurt, na
O poder de convencimento do cinema foi Alemanha, que partiram do pressuposto
também eficazmente usado pela máquina de que tais meios eram parte constituinte
de guerra nazista, sendo uma das explica- da indústria cultural, ou seja, uma indús-
ções possíveis para que a população alemã tria capitalista voltada para a produção de
passasse a encarar judeus, ciganos, estran- bens culturais transformados em merca-
geiros em geral e homossexuais enquanto doria, baseada na divisão do trabalho e na
inimigos públicos que deveriam ser comba- racionalidade da produção visando os lu-
tidos em nome da construção da eugenia, cro. A indústria cultural constrói seus pro-
ou seja, de uma dita raça superior. Para tan- dutos adaptados ao consumo das massas,
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Importância da
escolha dos ângulos
para a produção de
imagens e cons-
trução de beleza
na obra de Leni
Riefenstahl, padrões
esses hoje usados
amplamente na fo-
tografia e cinema.
Fonte: https://www.
blouinart salesindex.
com/auctions/Leni-
-Riefenstahl-6364015/
Seilspringer-1936
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Televisão Brasileira
Durante as décadas de 1950 e 1960,
uma revolução no cotidiano das comuni-
cações foi produzida a partir da invenção
e comercialização dos aparelhos de tele-
visão em todo o mundo. Em 1951, foram
iniciadas as primeiras transmissões tele-
visivas no Brasil pela TV Tupi do Rio de
Janeiro. Desde lá, várias foram as emis-
Imagem com o logotipo da TV Tupi, primeira emissora de
televisão brasileira e latino-americana, quarta do mundo,
soras inauguradas nas principais capitais
pertencente ao grupo de comunicação Diários Associados brasileiras, especialmente Rio de Janeiro
criada por Assis Chateaubriand. Fonte: https://rnews.com.
br/tv-tupi-a-primeira-emissora-da-america-latina.html
e São Paulo.
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
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Inauguração da TV
1968 TV Cultura passa
para a Fundação
Universitária da Universida- Padre Anchieta
de Federal de Pernambuco 1969
TV Excelsior RJ e SP
1970 TV Continental
são tiradas do ar por é cassada
decisão do governo 1972
1990
Rede Manchete é com-
TV A é comprada prada por paulistas e dá
pela Editora Abril 1991 lugar à Rede TV!
1999
Entra no ar pela primeira TV E é extinta para
dar lugar à TV Brasil
vez a TV digital no Brasil 2007
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
seguintes princípios:
I – preferência e finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas;
II – promoção da cultura nacional e regio-
nal e estímulo à produção independente
que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural,
artística e jornalística, conforme percen-
tuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais
da pessoa e da família.”
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MODERNIDADE E AS MARAVILHOSAS
MÁQUINAS QUE PRODUZEM IMAGEM
Ou use a câmera do celular para capturar um dos códigos acima e abrir um dos links para assistir
o vídeo escolhido.
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Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/cinco-familias-controlam-50-dos-principais-veiculos-
-de-midia-do-pais-indica-relatorio
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Ou use a câmera do celular para capturar um dos códigos acima e abrir um dos links para
assistir o vídeo escolhido.
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ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Atividade 1
Roda de Conversa sobre o tema:
“E os trabalhadores da pesca artesanal? Como ficam nesse mar de imagens midiáticas?”
Aproveitando os debates e conversas midiáticas no Brasil. Esse pode ser o estí-
paralelas que surgem ao longo das ati- mulo para que os trabalhadores da pesca
vidades expositivas vamos nos lançar a artesanal se apropriem de conhecimentos
debater as mensagens veiculadas sobre sobre formas de comunicação comunitária
a pesca artesanal nos diferentes meios de para usar em seu dia a dia visando inclu-
comunicação. As pescadoras e os pesca- sive a defesa de direitos e denúncia eficaz
dores artesanais se sentem contemplados de ameaças à sustentabilidade de sua ati-
com as informações que as empresas de vidade profissional e modo de vida.
comunicação disponibilizam sobre a pes-
ca? Os pescadores, pescadoras e seus Essa atividade de reflexão e debate sobre a
familiares utilizam a internet para obter mídia e suas formas de representar a pesca
informações importantes que dizem res- artesanal pode ser realizada em cada uma
peito ao setor da pesca artesanal em seu das divisões do próprio curso e nos auxilia-
cotidiano? Quais seriam os principais sites rão no processo educativo crítico, uma vez
visitados pelos trabalhadores da pesca? que as imagens e mensagens midiáticas pre-
sentes no cotidiano das pessoas constroem
Parte fundamental desse curso é ofere- parte da significação atribuída à ordem das
cer mecanismos de alfabetização visual coisas e do mundo, o que dificulta o proces-
e compreensão do contexto e interesses so de crítica, compreensão e construção de
relacionados à produção das mensagens protagonismo diante das mesmas.
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ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Atividade 2
Ei, psit, ô da poltrona! Bora fazer fotografia?
Oficina de Produção de Imagens Fotográficas
1
Agora é hora de colocar a mão na de seus direitos. Para isso pode-se orga-
massa, ou melhor, no celular ou câ- nizar uma oficina que resulte numa expo-
mera fotográfica que estiver disponí- sição de fotografias. Geralmente há espa-
vel e partir para a ação! Vamos começar ços no município que podem ser parceiros
treinando a sua habilidade de olhar o mun- das iniciativas culturais e palco de realiza-
do a sua volta buscando um bom assunto ção da oficina e da exposição. Aproveite
para transformar em fotografia! As fotos para convidar a mídia local se o objetivo
são sempre construídas a partir do mundo da atividade pretender dar visibilidade a
visível e é nele que devemos buscar nossa alguma problemática que merece atenção
fonte de motivação. Em geral, fotografa- do Ministério Público ou de algum órgão
mos nosso cotidiano familiar pois essa é estatal dedicado à regulação.
2
uma forma importante de construir nosso
registro das pessoas e momentos vividos Que tal agora exercitarmos nossas
uma vez que sabemos que tudo aquilo habilidades de enquadrar e produzir
passa. Essas fotos acabam sendo auxilia- imagens a partir da utilização da Re-
res para nossa memória! gra dos Terços? A proposta é reunir a comu-
nidade e delimitar temas importantes para
Será que não podemos ter essa mesma realização de fotografias. Cada participante
atitude para com nossa comunidade? irá fazer suas fotografias colocando o objeto
Você ou sua família, amigos ou vizinhos ou pessoa fotografada numa das intersec-
certamente têm fotografias antigas que ções formadas a partir da utilização da Regra
mostram como era o local onde você dos Terços, conforme o esquema abaixo:
mora, os locais onde você trabalha, ou
onde se diverte no passado. Você con-
segue ver alguma diferença entre essas
imagens e tais locais na atualidade? Ten-
te produzir fotografias dessas paisagens
usando o mesmo ângulo anteriormente
Regra dos Terços para
tomado para compor o antes e o depois. imagens horizontais e
Esse exercício pode auxiliar a comunidade verticais.
Fonte: http://desfocoblog.
a verificar possíveis impactos ambientais blogspot.com.br/2013/01/
sofridos nas comunidades pesqueiras e mudando-o-olhar-regra-
-dos-tercos.html
refletir sobre seu papel na busca e defesa
41
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
3
Ao longo da apostila mostramos a da a partir de visita de campo. A comunidade
existência de três ângulos distintos pesqueira pode realizar também ao longo da
para a realização de fotografias. oficina de fotografia a experiência de cami-
São eles: nhadas fotográficas com o intuito de que os
participantes da oficina possam em conjunto
Câmera Normal (ou Natural) explorar o mundo visível e o tema proposto
Posição da câmera na altura dos olhos, a pela própria comunidade a partir da tomada
frente do objeto ou assunto fotografado, de imagens nesses três ângulos distintos.
4
imitando a altura de uma pessoa. Esse
ângulo é usado para a maioria das com- Para um exercício mais avançado,
posições e transmite uma ideia de neutra- pode-se propor a realização de fo-
lidade e imparcialidade do fotógrafo em tografias não somente a partir dos
relação ao resultado da fotografia feita. três ângulos como a partir das escalas de
enquadramentos de cena proposto pelo
Plongée (mergulho) cinema. O final dessa atividade também
Câmera posicionada de cima para baixo no pode acontecer nas sedes do Pescarte ou
momento da captura da imagem. Esse ân- de outros PEAs, em museus, espaços cul-
gulo geralmente é usado para desvalorizar turais, colônias de pescadores, saguão de
o assunto ou personagem fotografado, re- teatro, universidades a partir da realização
baixando-o, colocando numa escala de pro- de uma exposição dos trabalhos finais dos
porções que se assemelha à das crianças. participantes da oficina.
Contra-Plongée • A realização de uma exposição pode
Câmera posicionada de baixo para cima ter um formato simples, feito a partir de
no momento da captura da imagem. Esse barbante e prendedor de roupa. O im-
ângulo é geralmente usado para valorizar o portante serão as imagens realizadas e
assunto ou personagem fotografado por ser as histórias contadas a partir das narrati-
semelhante à convenção social aplicada às vas visuais expostas.
imagens sacras, em geral colocadas em al-
tares para serem vistas de baixo para cima.
42
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Atividade 3
Ei, psit, ô da poltrona! Bora fazer um vídeo que fala da sua comunidade?
Oficina de Produção de Vídeo
43
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
PASSO A PASSO
Sair
da ideia
e produzir um vídeo
Edição
ARGUMENTO E ROTEIRO
44
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Sai
r da
ideia Edição - voz
e prod
uzir um vídeo da comunida-
de e não do
diretor
1
• Qual história sugerimos?
Planeje a história que quer contar Ações dos GGs no Pescarte e seu papel na
para seu público. Selecione as per- mediação da escolha dos projetos de GTR
sonagens e o local onde irá filmar. Produzir um vídeo para contextualizar os projetos
de GTR escolhidos a partir das demandas das co-
munidades pesqueiras – narrar o processo de esco-
• Quem são os personagens? lha dos projetos.
• Quem irá falar o quê ? Planejar a or-
• Por que tais projetos de GTR são importantes?
dem de fala dos personagens; Para quem?
• Onde vão acontecer as filmagens? Pla-
• Com quem se passa a história?
nejar a filmagem em locais silenciosos Identificação das personagens (os GGs de cada município).
e sem vento;
• Planejar a luz. Não filmar contra uma • Quando acontece a história narrada?
Tempo: Sugestão de narrar o processo desde a eleição
fonte luminosa que deixará sua imagem dos GGs até o presente momento.
pouco nítida;
45
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
2
Decida se seu vídeo será gravado de
uma vez só, numa imagem contínua,
ou se irá fazer um vídeo composto
de imagens com vários cortes e de maior
tempo de duração. Se fizer um vídeo cur-
to, com uma única sequência, você pode-
rá realizá-lo diretamente no celular fazendo
transmissão ao vivo pelo Facebook ou, em
seguida, transferi-lo para o YouTube.
46
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
3 6
Cuide da iluminação do local e Agora, abra o aplicativo VivaVideo
dê preferência a fazer a filmagem no tablet ou celular.
de dia aproveitando a luz natural.
7
Nunca filme contra a fonte de luz pois isso
irá deixar o rosto das pessoas e as coisas Edite o vídeo nesse programa se-
filmadas na penumbra. Se precisar, utilize guindo os seguintes passos:
uma luminária indireta no ambiente.
4
Cuide da captação de som evitan- • Selecione a opção EDITAR, conforme
do ambientes com vento, motor, qualquer uma das opções destacadas
música ou televisão ligada. Peça às de roxo e indicadas pelas setas roxas
personagens que falem alto e claro. do esquema.
5
Ligue a câmera do tablet (pode ser
do celular também!) para fazer a gra-
vação. Você pode ter que repetir a
filmagem algumas vezes até que a gravação
fique boa. Isso é normal e até os mais premia-
dos diretores de cinema gravam mais de uma
vez a mesma cena! Para estabilizar a captação
da imagem, você pode usar o auxílio de um
“pau de self” ou apoiar os braços no encosto
de uma cadeira ao filmar entrevistas.
DICA
Deixe gravando por mais cinco segundos
após o final da fala da personagem para que
tenha espaço suficiente entre a edição de
um trecho e o próximo. Para deixar de filmar
aperte o botão “Parar” no dispositivo. Em
geral o vídeo é salvo automaticamente.
47
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
O programa dá
dicas de uso!
Clique em PRÓXIMO
para concluir a etapa
Selecione o tempo
de cada clipe!
48
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Linha do Tempo
da edição
Opções:
corte, texto, filtro, adesivos,
efeitos, som, transição e adi-
cionar clipe.
49
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Opcões:
Formas de Aparição, Balões de
Texto, Alinhamento de Texto,
Localização da posição do texto.
50
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
51
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
52
ATIVIDADES PRÁTICAS DO CURSO
Praia Grande em Arraial do Cabo. Fonte: Acervo de fotos do Projeto Pescarte. Fotógrafo: Ademir Alves.
Agora que temos esse passo a passo, vamos exercitar o que aprendemos até aqui?
Quem sabe, em breve, a gente possa construir uma grande Rede de Comunica-
ção da Pesca Artesanal!
53
BIBLIOGRAFIA
ADAMI, A.; HELLER, B. FARIA; H.D. Mídia, cultura, comunicação 2. São Paulo, Arte e Ciência, 2003.
ADORNO, T. W. A indústria cultural. COHN, G. Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo, Editora
Nacional, 1971.
BALOGH, A. M. et al. (org.) Mídia, cultura, comunicação. São Paulo, Arte & Ciência Editora, 2002.
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