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FACULDADE MERIDIONAL – IMED

ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO

Taíse Fanton

Centro Cultural e de Convivência em


Nova Bassano/RS

Passo Fundo
2016
Taíse Fanton

Centro Cultural e de Convivência em


Nova Bassano/RS

Relatório do Processo Metodológico de Concepção do


Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar do
Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo
da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para
aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
I, sob orientação da professora Me. Mariane Spannenberg
Casa.

Passo Fundo
2016
Taíse Fanton

Centro Cultural e de Convivência em


Nova Bassano/RS

Banca Examinadora:

Profª. Me. Mariane Spannenberg Casa – Orientadora

Profª. Me. Renata Postay – Integrante

Profª. Rafaela Simonato Citron- Integrante

Passo Fundo
2016
iii

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais, minha mãe Marisete Fanton e meu pai
Sérgio Fanton, pelo incentivo em todos os momentos, sem vocês nada disso seria possível, o
suporte de vocês foi essencial. A minha família, pela ajuda e apoio, acreditando em mim em
cada etapa a ser conquistada, em especial aos meus irmãos, Suélen e Lucas. Vocês são
minha base.
Ao meu namorado, Rodrigo Bonatto, pelo apoio em cada momento de dificuldade, sempre
estando presente em todas as etapas, pela paciência, pelo carinho, pelo amor sempre
dedicado a mim, mesmo quando eu me ausentava por conta da faculdade. Te admiro demais.
Amo você.
Aos meus amigos, pela força, pela distração em momentos difíceis e compreensão por não
ter me feito presente em muitos momentos. Aos todos meus amigos e colegas da faculdade, e
principalmente a aqueles que sempre estiveram ao meu lado André Salvador e Evandro
Amarante, pelo conhecimento, pelos risos, pelos choros, pelas longas horas dividas, pelas
noites acordados ao lado de vocês, pelo apoio, meu eterno agradecimento, com certeza vocês
possuem enorme participação para que tudo isso acontecesse. Vocês são especiais e sua
amizade indispensável.
Agradeço a cada professor da Faculdade Meridional – IMED, pela dedicação, ajuda, e pelos
ensinamentos passados, conhecimentos que levarei para minha vida profissional. A minha
orientadora, Mariane Spannenberg Casa, pela dedicação, incentivo, amizade e paciência,
obrigada por dividir seus conhecimentos. Foi essencial para o desenvolvimento do projeto.
E claro, sempre agradeço a Deus por me guiar e iluminar em cada decisão e nas
dificuldades enfrentadas no percorrer da vida acadêmica.
Obrigado a todos que de alguma forma contribuíram para que esse sonho se tornasse
realidade.
iv

Resumo

O presente trabalho apresenta a concepção e o projeto de um Centro Cultural e de


Convivência a ser implantado na cidade de Nova Bassano-RS, com intuito de promover
espaços onde a cultura se difunda através de ambientes de múltiplo uso e áreas
destinadas a lazer, onde a integração da comunidade em geral aconteça, sem
distinção de classe social e faixa etária. Com base nos estudos analisados, pode-se
notar a necessidade de criação de espaços onde exista a variabilidade nos tipos de
usos destinados ao local, bem como a ligação dos ambientes externos e internos e
também espaços propostos à convivência. Assim o conceito proposto visa à integração
da população, trazendo a ideia de ambientes convidativos, onde as sensações
passadas em todos os ambientes tornem os espaços acolhedores. Baseia-se também
nos conceitos bioclimáticos, buscando o conforto em todas as áreas do projeto.
Tornando a implantação e a volumetria parte integrante do entorno, facilitando os
acessos locais e de demais cidades, onde se possa explorar todas as áreas verdes
propostas.

Palavras-chave: Centro Cultural, Lazer, Ambientes multiuso, Integração.

Abstract

This paper presents the design and the design of a cultural center and Coexistence
to be deployed in the city of Nova Bassano-RS, aiming to promote spaces where
culture is spread through multiple use and areas for leisure environments where
community integration generally happen without social class and age. Based on the
studies analyzed, one can notice the need to create spaces where there is variability in
the types of uses for the site, as well as the connection of external and internal
environments and spaces also proposed to coexistence. Thus the proposed concept
aims to integrate the population, bringing the idea of inviting environments where the
sensations passed in all environments make them cozy spaces. It is also based on
bioclimatic concepts, seeking comfort in all project areas. Making deployment and
volumetric part of the environment, facilitating local access and other cities, where you
can explore all the green areas proposed.

Keywords: Cultural Centre, Leisure, multipurpose environments, integration.


v

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Vista externa ............................................................................................................ 16
Figura 2 – Fachadas ................................................................................................................ 17
Figura 3 – Implantação ............................................................................................................. 17
Figura 4 – Zoneamento ............................................................................................................ 18
Figura 5 – Planta de fluxos ....................................................................................................... 18
Figura 6 – Fluxograma ............................................................................................................. 19
Figura 7 – Vistas externas e internas ....................................................................................... 20
Figura 8 – Cortes...................................................................................................................... 20
Figura 9 - Vistas ambientes internos ........................................................................................ 21
Figura 10 - Vista externa .......................................................................................................... 22
Figura 11 - Fachada frontal ...................................................................................................... 22
Figura 12 – Implantação ........................................................................................................... 23
Figura 13 – Zoneamento .......................................................................................................... 24
Figura 14 - Planta de fluxos ...................................................................................................... 24
Figura 15 – Fluxograma ........................................................................................................... 24
Figura 16 - Perspectiva do projeto ............................................................................................ 26
Figura 17 – Cortes.................................................................................................................... 26
Figura 18 - Sistemas construtivos utilizados ............................................................................. 27
Figura 19 - Esquema estrutural ................................................................................................ 28
Figura 20 - Perspectiva do projeto ............................................................................................ 28
Figura 21 – Perspectiva............................................................................................................ 29
Figura 22 – Implantação ........................................................................................................... 29
Figura 23 - Zonemaneto pavimento térreo................................................................................ 30
Figura 24 - Zoneamento pavimento superior ............................................................................ 30
Figura 25 - Zoneamento pavimento do acervo ......................................................................... 30
Figura 26 - Planta de fluxos pavimento térreo .......................................................................... 31
Figura 27 - Planta de fluxos pavimento superior ....................................................................... 31
Figura 28 - Planta de fluxos pavimento superior ....................................................................... 31
Figura 29 - Fluxograma pavimento térreo ................................................................................. 32
Figura 30 - Fluxograma pavimento superior ............................................................................. 32
Figura 31 - Fluxograma pavimento acervo ............................................................................... 32
Figura 32 – Vistas externas ...................................................................................................... 34
Figura 33 - Corte A-A ............................................................................................................... 34
Figura 34 - Jardins verticais internos ........................................................................................ 35
Figura 35 - Vista dos materiais ................................................................................................. 35
Figura 36 – Localização do munícipio ...................................................................................... 37
vi

Figura 37 – Marcação do terreno de projeto e entorno imediato............................................... 38


Figura 38 - Vista para a Rua Projetada .................................................................................... 38
Figura 39 - Vista para o lote residencial situado na quadra ...................................................... 38
Figura 40 - Skyline Rua Silva Jardim ........................................................................................ 39
Figura 41 – Skyline Rua Projetada ........................................................................................... 39
Figura 42 – Skyline Rua Monsenhor Scalabrini ........................................................................ 39
Figura 43 – Skyline Avenida Brasil ........................................................................................... 39
Figura 44 – Mapa Nolli ............................................................................................................. 40
Figura 45 – Mapa de usos ........................................................................................................ 41
Figura 46 – Volumes do entorno .............................................................................................. 41
Figura 47 - Mapa sistema viário ............................................................................................... 42
Figura 48 – Cortes - Rua Silva Jardim (figura A) e Proposta Rua Projetada (figura B) ............. 43
Figura 49 – Cortes - Avenida Brasil (figura A) e Rua Monsenhor Scalabrini (figura B) ............. 43
Figura 50 – Mapa de infraestrutura geral .................................................................................. 44
Figura 51 – Mapa terreno com indicação do escoamento da água ........................................... 45
Figura 52 – Terreno.................................................................................................................. 46
Figura 53 – Vista terreno, através da Avenida Brasil ................................................................ 47
Figura 54 – Vista terreno, através Rua Projetada ..................................................................... 47
Figura 55 – Vista terreno, através Rua Silva Jardim ................................................................. 47
Figura 56 – Zoneamento Nova Bassano .................................................................................. 48
Figura 57 – Integração de pessoas .......................................................................................... 52
Figura 58 – Possíveis acessos ................................................................................................. 52
Figura 59 – Organograma ........................................................................................................ 59
Figura 60 - Fluxograma primeiro pavimento ............................................................................. 59
Figura 61 - Fluxograma segundo pavimento ............................................................................ 60
Figura 62- Fluxograma pavimento técnico ................................................................................ 60
vii

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dimensionamento dos espaços estudo 01.............................................................. 19
Tabela 2 – Dimensionamento dos espaços estudo 02.............................................................. 25
Tabela 3 – Dimensionamento dos espaços estudo 03.............................................................. 32
Tabela 4 - Propostas para intervenção urbana ......................................................................... 55
Tabela 5 – Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento ............................................. 56
Tabela 6 - Proposta de zoneamento 01.................................................................................... 61
Tabela 7 - Proposta de zoneamento 02.................................................................................... 62
Tabela 8 - Proposta de zoneamento 03.................................................................................... 63
viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................... V


LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................. VII
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 10
1.1. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................... 10
1.2. OBJETIVOS................................................................................................................................ 11
1.2.1. Objetivo Geral ..................................................................................................................... 11
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................... 11
1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA .......................................................................................................... 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................ 13


2.1. CENTRO CULTURAL E DE CONVIVÊNCIA ............................................................................. 13
2.1.1. Centro Cultural.................................................................................................................... 13
2.1.2. Centro de Convivência e Lazer .......................................................................................... 14
2.1.3. Histórico do Tema............................................................................................................... 14
3. ESTUDOS DE CASOS ...................................................................................................................... 16
3.1. ESTUDO 01 – CENTRO CULTURAL EM MONTBUI ................................................................ 16
3.1.1. Ficha técnica ....................................................................................................................... 16
3.1.2. Programa e caráter ............................................................................................................. 16
3.1.3. Implantação ........................................................................................................................ 17
3.1.4. Função ................................................................................................................................ 18
3.1.5. Dimensões dos espaços .................................................................................................... 19
3.1.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de Composição
Arquitetônica ...................................................................................................................................... 20
3.1.7. Acessibilidade ..................................................................................................................... 20
3.1.8. Habitabilidade ..................................................................................................................... 21
3.1.9. Tecnologia e materiais ....................................................................................................... 21
3.2. ESTUDO 02 – PROPOSTA CENTRO CULTURAL, EVENTOS E EXPOSIÇÕES EM PARATY
21
3.2.1. Ficha técnica ....................................................................................................................... 21
3.2.2. Programa e caráter ............................................................................................................. 22
3.2.3. Implantação ........................................................................................................................ 22
3.2.4. Função ................................................................................................................................ 23
3.2.5. Dimensões dos espaços .................................................................................................... 25
3.2.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de Composição
Arquitetônica. ..................................................................................................................................... 26
3.2.7. Acessibilidade ..................................................................................................................... 26
3.2.8. Habitabilidade ..................................................................................................................... 27
3.2.9. Tecnologia e materiais ....................................................................................................... 27
3.3. ESTUDO 03 – CENTRO CULTURAL UNIVATES ..................................................................... 28
3.3.1. Ficha técnica ....................................................................................................................... 28
3.3.2. Programa e caráter ............................................................................................................. 28
3.3.3. Implantação ........................................................................................................................ 29
3.3.4. Função ................................................................................................................................ 30
3.3.5. Dimensões dos espaços .................................................................................................... 32
3.3.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de Composição
Arquitetônica ...................................................................................................................................... 33
3.3.7. Acessibilidade ..................................................................................................................... 34
3.3.8. Habitabilidade ..................................................................................................................... 34
3.3.9. Tecnologia e materiais ....................................................................................................... 35
3.4. COMPARATIVOS DOS ESTUDOS DE CASO .......................................................................... 36

4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO .............................................................................. 37


ix

4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL E urbana ........................................................................... 37


4.2. DIAGNÓSTICO E MAPEAMENTOS DE ENTORNO DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO ............ 38
4.2.1. Entorno ............................................................................................................................... 38
4.2.2. Uso e Ocupação do Solo .................................................................................................... 39
4.3. INFRAESTRUTURA ................................................................................................................... 41
4.3.1. Sistema Viário..................................................................................................................... 41
4.3.2. Infraestrutura Urbana ......................................................................................................... 43
4.3.3. Transporte .......................................................................................................................... 44
5. ÁREA DE IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................... 45
6. SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA ................................................... 48
6.1. PLANO DIRETOR ...................................................................................................................... 48
6.2. CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES ...................................................................................................... 49
6.3. NBR 9050 ................................................................................................................................... 50
6.4. NBR 9077 ................................................................................................................................... 50

7. CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO ..................................................................................... 51


7.1. CONCEITO DA PROPOSTA...................................................................................................... 51
7.2. CARTA DE INTENÇÕES ........................................................................................................... 53
7.3. DIRETRIZES DE PROJETO ...................................................................................................... 55
7.4. DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS .................................................................................... 55

8. PARTIDO GERAL ............................................................................................................................. 56


8.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO PROJETO .................. 56
8.2. ORGANOGRAMA ...................................................................................................................... 58
8.3. FLUXOGRAMA........................................................................................................................... 59

9. PROPOSTAS DE ZONEAMENTO.................................................................................................... 61
10. CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 64
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 65
12. ANEXOS......................................................................................................................................... 67
10

1. INTRODUÇÃO
A valorização da cultura é essencial para o desenvolvimento social e cultural de
determinada região, portanto, necessita que haja laços entre a comunidade e os
acontecimentos locais, onde seu programa deve abranger a integração do público, a
relação e comunicação dos espaços de forma geral. De acordo com Geertz (1978) sem
os homens certamente não haveria cultura, mas, de forma semelhante e muito
significativamente, sem cultura não haveria homens. A implantação de centros culturais
no Brasil teve um grande aumento nos últimos anos, devido a incentivos a cultura por
órgãos públicos, sendo meios estratégicos para o desenvolvimento das cidades e da
inclusão social. Observando o crescimento populacional e demográfico atualmente na
cidade de Nova Bassano, pode-se notar a necessidade de implantação de espaços
destinados à cultura, abrangendo diversas atividades que até então são deficientes no
local, sendo um problema fortemente visto em cidades de pequeno porte.
Assim, se intensifica o objetivo principal da proposta, com a criação de um ambiente
cultural, de lazer e entretenimento, oferecendo locais para atividades diversas onde se
possa produzir e elaborar práticas culturais. Sendo um edifício público, possibilita que
todos os níveis sociais interajam através do conhecimento e tecnologia, e busquem
informações sobre o passado bassanense, bem como o convívio através de formas
atrativas, além de expor e estimular as práticas culturais e artísticas locais, propiciando
também um número maior de eventos culturais na cidade. Constatando que o
município não possui ambientes culturais específicos de grande porte, torna-se assim
um marco disseminador de cultura. Buscando então, a implantação do mesmo na área
central da cidade, facilitando acessos e privilegiando a sua funcionalidade.

1.1. JUSTIFICATIVA
A cidade de Nova Bassano/RS localizada na Serra gaúcha, a cerca 100 km de
cidades como Passo Fundo e Caxias do Sul, tem população estimada de
aproximadamente 10 mil habitantes, esses sendo a maioria de descendentes de
italianos. A falta de espaços destinados a lazer e acesso a cultura é um problema
recorrente em cidades com baixos índices de população, assim não possui centros
culturais que comportem teatros, salas para apresentações, sala de exposições e
cursos, tornando o local de implantação pertinente com relação ao tema proposto.
Atualmente existe uma pequena bilbioteca e museu, esses sendo pouco visitados por
11

não serem atrativos e tecnológicos, além de não dispor de um acervo atualizado e não
possuirem instalações adequadas. Existe uma deficiência em espaços de lazer
destinados a jovens, assim consequêntemente esses buscam cidades vizinhas como
forma de distração e divertimento, a proposta tem o objetivo de trazer esses espaços
que a cidade não oferece atualmente. Um dos maiores problemas a ser enfrentado é
conseguir criar espaços onde a população de fato venha a frequentar e usufruir dos
mesmos.
O Centro Cultural e de Convivência por sua vez é um espaço onde devem existir
laços entre a comunidade e os acontecimentos locais, buscando promover sua
integração, valorizando a cultura local. Assim unindo as necessidades e carências
analisadas, a intenção principal da escolha do tema é de solucionar algumas
necessidades que a cidade apresenta, proporcionando ambientes agradáveis e
modernos para a população, onde haja um caráter histórico e cultural presente nas
atividades. E desta forma, formar um centro com equipamentos de informação,
conhecimento e também de convivência, incrementando os espaços públicos já
existentes, onde atraiam a população da cidade e região, buscando também a
concentração dos jovens no município.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

A proposta tem como objetivo principal criar um espaço cultural, de lazer e


entretenimento, oferecendo locais para atividades diversas onde se possa produzir e
elaborar práticas culturais.

1.2.2. Objetivos Específicos

 Oferecer e estimular a população em geral, dos mais variados níveis sociais


a possibilidade de participar de atividades culturais.

 Resgatar e incentivar a população a preservar a cultura e a história do


passado local, através do museu.

 Criar um ambiente cultural, de lazer e entretenimento para a cidade, servindo


também de suporte para cursos e eventos gerais.
12

 Qualificar a relação entre os espaços internos e externos, promovendo


flexibilidade nos tipos de usos.

 Desenvolver locais que incentivem a permanência dos jovens na cidade.

 Projetar espaços onde haja mobilidade, para que todos usufruam


independente de suas limitações.

 Visar espaços sustentáveis, promovendo ambientes com conforto térmico,


cisternas e sistemas de esgoto.

 Tornar-se um ponto de referência para a cidade.

1.3. DELIMITAÇÃO DO TEMA


A proposta objetiva-se principalmente em oferecer espaços onde sejam exercidas as
mais variadas atividades, tornando-se um ponto de encontro. Assim integrou-se um
programa que abrange salas para cursos variados, salas de exposições/museu, salas
multiuso, teatro/auditório, biblioteca, mini cinema, lanchonetes, café, áreas de
convivência externas e internas, além de toda parte administrativa e de serviço que a
infraestrutura necessitar. O Centro Cultural e de Convivência será de uso de toda
população Bassanense e da região, porém alguns setores serão destinados à faixa
etária especifica. Um dos exemplos se situa na biblioteca, essa tendo áreas para cada
faixa etária, com acervos diferenciados. O Café, no período noturno se destina a
adultos, que buscam um ponto de encontro, tornando-se um Pub quando necessário.
Já as salas multiuso, auditório/teatro, salas de exposição e cursos, são direcionadas
para a população em geral, por sua vez sendo restrita de acordo com a programação
realizada no local. Visando fortemente questões como acessibilidade, criando
continuidades dos espaços públicos até o interior da proposta, conforto ambiental e
mobilidades em geral, além de frisar o convívio e a integração dos ambientes.

A escolha para a implantação se deu por existir a necessidade de um local onde os


acessos fossem facilitados, além da indispensabilidade de boa localização, para que a
movimentação de pessoas em seu entorno fosse constante. Outra questão do local são
as possibilidades oferecidas pelo terreno que se enquadra com as intenções do
projeto. No seu entorno não possui edificações de grande porte que possam intervir em
suas visuais e seu contexto.
13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. CENTRO CULTURAL E DE CONVIVÊNCIA
A implantação de centros culturais propicia a inclusão social, através de atividades
diversificadas, buscando um programa de necessidades que visa o bom
funcionamento. Um dos grandes exemplos a ser observado, por transformar os
museus onde somente continha espaço para exposições, em ambientes dinâmicos, foi
o Centro Cultural George Pampidou na França, onde gerou grandes espaços para
atividades públicas, além de locais destinados a convivência.

“As tradições locais moldam os centros de cultura e, quanto mais


fortes forem, mais os seus traços serão visíveis nas suas atividades.”
(MILANESI,1997)

2.1.1. Centro Cultural

Os ambientes culturais se tornaram indispensáveis para a formação e reprodução


de conhecimento, dando a possiblidade de todas as classes sociais terem contato com
a arte e a cultura, oferecida de forma tecnológica, onde se agregam diversas funções.
Assim, podendo ser expressa e entendida de diversas formas, conforme a
conceituação de Ramos (2007) “Os centros culturais, são espaços com a finalidade de
se produzir, elaborar e disseminar práticas culturais, tornando-se território privilegiado
de ações culturais e da ação informacional.”.
Segundo Neves (2012) define centros culturais como:

“O centro cultural pode ser definido pelo seu uso e atividades nele
desenvolvidas. Podendo ser tanto um local especializado, de
múltiplo uso, proporcionando opções como consulta, leitura em
biblioteca, realização de atividades em setor de oficinas, exibição
de filmes e vídeos, audição musical, apresentação de espetáculos,
etc, tornando-se um espaço acolhedor de diversas expressões ao
ponto de propiciar uma circulação dinâmica da cultura.”

De acordo com Geertz (1978) cultura “[...] não é apenas um ornamento da existência
humana, mas uma condição essencial para ela – a principal base da especificidade.”.
14

Existem diversas conceituações sobre cultura, porém diversas citam a ligação que
deve existir entre o homem e a sociedade em que vive.
Em O Dicionário Crítico de Politica Cultural, Teixeira Coelho (1986), define ações
culturais como “o processo de criação ou organização das condições necessárias para
que as pessoas e grupos inventem seus próprios fins no universo da cultura”, portanto,
cada um construiria sua própria identidade cultural. Comenta também que o Centro
Cultural é um espaço onde se permite chegar ao conhecimento e discuti-lo. Assim
conforme Neves (2012) esses centros devem preservar três ações importantes:

“criação, circulação e preservação, onde devem visar à produção


de bens culturais, criando novas demandas culturais e
informacionais, além de garantir a manutenção do bem cultural,
proporcionando ao público liberdade de se fazer cultura. Cita
também que o planejamento de um Centro de Cultura deve levar
em consideração a necessidade de espaços para acesso ao
conhecimento, para a convivência, discussão e criação.”

2.1.2. Centro de Convivência e Lazer

A arquitetura é um objeto facilitador da promoção de espaços de convivência. É uma


necessidade humana se distanciar da rotina repetitiva e promover o encontro,
abrangendo práticas culturais e sociais, isso acontece nos espaços destinados a lazer
e convivência nos centros urbanos.
De acordo com Dumazeidier (1973) lazer é definido como: […] conjunto de
ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar,
seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação
desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora,
após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.
(DUMAZEDIER, 1973, p.34)

2.1.3. Histórico do Tema

A origem dos espaços culturais pode estar na Antiguidade Clássica, em um


complexo cultural como a Biblioteca de Alexandria. Funcionava como um local de
15

estudo e de culto às divindades e armazenava estátuas, obras de arte, instrumentos


cirúrgicos e astronômicos, ela possuía também um anfiteatro, um observatório, salas
de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico, o que a caracterizaria como o mais
nítido e antigo Centro de Cultura (RAMOS, 2007).
No século XIX foram criados os primeiros centros culturais ingleses, esses
denominados como centros de artes. Na década de 1950, na França, surgiu o que hoje
se entende por ação cultural, eram espaços culturais e de lazer criados para os
operários, mais tarde sendo casas de cultura, acontecendo o incentivo para a explosão
dos centros culturais mundialmente, através da construção e divulgação do Centro
Cultural Georges Pompidou.
No Brasil, apesar do interesse desde 1960, foi somente por volta dos anos 80 que se
efetivou, através da criação do Centro Cultural do Jabaquara/SP e do Centro Cultural
de São Paulo/SP, ambos incentivados pelo Estado e foi através destes investimentos
que o crescimento foi vertiginoso.
No Rio Grande do Sul, os chamados centros culturais passaram a existir na mesma
época que o restante do Brasil, sendo em Porto Alegre o Hotel Magestic, transformado
em centro cultural na década de 80, hoje conhecido como a Casa da Cultura Mário
Quintana. A vasta variedade de etnias faz com que a cultura do Rio Grande do Sul se
destaque. Na serra gaúcha, principalmente em museus é retratada a história dos
imigrantes italianos, além dos amplos espaços turísticos e culturais. A cidade de Nova
Bassano atualmente possui um museu e uma biblioteca pública, os mesmos não sendo
atualizados com frequência, tornando-os pouco frequentados.
16

3. ESTUDOS DE CASOS
Foram selecionados três projetos para uma analise, a escolha se deu através de um
estudo dentre vários projetos, e assim optando pelos quais tivessem um repertório que
se aproximasse com a intenção do projeto a ser desenvolvido posteriormente, sendo
um internacional, um nacional e um regional.

3.1. ESTUDO 01 – CENTRO CULTURAL EM MONTBUI

3.1.1. Ficha técnica

Nome do projeto: Centro Cultural em Montbui


Arquitetos responsáveis: Pere Puig Arquitecte
Área do terreno: Não informado
Área construída: 4470m²
Localização: Santa Margarida de Montbui/ Barcelona/ Espanha

Figura 1 - Vista externa


Fonte: Archdaily, (2016).

3.1.2. Programa e caráter

Buscou-se um edifício com qualidade estética e funcional, sem intervir na


simplicidade do entorno, assim possui total integração. Uma obra emblemática,
representando um local de encontro da população.
Seu programa é basicamente composto por: biblioteca, salas multiuso, salas
conferencias, salas reuniões, salas cursos, auditório, lanchonete, sanitários,
administrativo, serviço.
17

Figura 2 – Fachadas
Fonte: Archdaily, (2016).

3.1.3. Implantação

Está localizado em uma pequena cidade de Barcelona, Santa Margarida de Montbui,


com aproximadamente 9000 habitantes. Nos anos 50 e 60 tornou-se cidade dormitório
da área industrial de Barcelona, sendo que nos últimos anos começou a receber a
infraestrutura básica. Seu entorno é desordenado e com arquitetura pobre, a base do
concurso pedia que fosse um edifício emblemático, capaz de resgatar a autoestima
local, induzindo assim uma construção de qualidade, monumentalizando a periferia. O
edifício se localiza no final de um longo parque que atravessa o núcleo urbano. Possui
boa relação dos espaços internos com os externos, sendo que a fachada voltada para
o parque tem um grande pórtico de vidro, se integrando com o mesmo.

Figura 3 – Implantação
Fonte: Archdaily, (2016).
18

3.1.4. Função

A proposta está organizada de forma aglomerada, organizaram-se os setores para


que todos os ambientes que obtivessem relação ficassem próximos, possui dois
acessos um para serviço e outro para o público em geral, as circulações verticais
acontecem através de elevadores e escadas. As figuras 4, 5 e 6 apresentam o
zoneamento, a planta de fluxos e fluxograma do projeto analisado.

Figura 4 – Zoneamento
Fonte: Archdaily, modificado pela autora, (2016).

Figura 5 – Planta de fluxos


Fonte: Archdaily, modificado pela autora, (2016).
19

Figura 6 – Fluxograma
Fonte: Autora, (2016).

3.1.5. Dimensões dos espaços

A tabela a seguir mostra o levantamento dos compartimentos e suas respectivas


áreas, juntamente com o mobiliário e o setor que se enquadram.

Tabela 1 – Dimensionamento dos espaços estudo 01


Nome do
Setor Área útil em m² Mobiliário existente
compartimento

Acervo de livros, mesas,


Público Biblioteca 1145,40
cadeiras, computadores.
Público Salas multiuso 84,20x3=252,60 Mesas e cadeiras.

Público Salas conferência 193,70 Cadeiras, expositor vídeos.

Público Salas reunião 65,90 Mesa e cadeiras.

Público Salas cursos 56,40x5=282,00 Mesa e cadeiras

Público Área exposição 360,20

Público Auditório 590,20 Poltronas

Público Lanchonete 230,80 Balcão, mesas e cadeiras.

Público Sanitários 21,30x2=42,60 Pia, vaso.

Sub Total do Setor 3163,40

Administração Administração 116,00

Sub Total do Setor 116,00

Serviço Serviço 120,50

Serviço Infraestrutura de apoio 220,70


20

Sub Total do Setor 314,20

Área Total 4470,00

Fonte: Autora, (2016).

3.1.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de


Composição Arquitetônica

De acordo com as definições de CHING, o projeto possui sua organização de forma


aglomerada. A volumetria do edifício se deu de acordo com as condições que o terreno
apresentava, possuindo uma qualidade estética simples, utilizando basicamente dois
materiais em suas fachadas, assim possuindo ritmo e balanço assimétrico. A obra é
marcada pela presença de pele de vidro e coberturas estendidas essa sendo o pórtico
de entrada, demarcando o acesso.

Figura 7 – Vistas externas e internas


Fonte: Archdaily, (2016).

3.1.7. Acessibilidade

A acessibilidade está presente no projeto desde seus acessos feitos através de


rampas, circulações verticais com elevadores, nos auditórios sendo oferecidas
poltronas especiais para portadores de necessidades especiais.

Figura 8 – Cortes
Fonte: Archdaily, (2016).
21

3.1.8. Habitabilidade

Adotaram cores claras na biblioteca e nas salas, além de possuir grande iluminação
natural, no auditório utilizou-se revestimento em madeira para proporcionar maior
visibilidade, buscando conforto térmico, iluminação natural e ventilação.

Figura 9 - Vistas ambientes internos


Fonte: Archdaily, (2016).

3.1.9. Tecnologia e materiais

Optou-se por dois materiais relevantes, painéis texturizados de concreto branco e o


vidro, assim obtendo um equilíbrio entre o peso das grandes paredes de concreto e a
leveza que o vidro remete, conforme mostra a figura 7.

3.2. ESTUDO 02 – PROPOSTA CENTRO CULTURAL, EVENTOS E


EXPOSIÇÕES EM PARATY

3.2.1. Ficha técnica

Nome do projeto: Proposta Centro Cultural, Eventos e Exposições em Paraty


Arquitetos responsáveis: Grupo Sarau Arquitetura
Área do terreno: Não informado
Área construída: 5580m²
Localização: Paraty/ Rio de Janeiro/ Brasil
22

Figura 10 - Vista externa


Fonte: Archdaily, (2016).

3.2.2. Programa e caráter

O projeto buscou uma relação entre setorização, materialidade e estética, através da


leveza dos materiais que compõem o pavilhão de exposições, a flexibilidade e rigidez
dos ambientes de apoio e também as escolhas projetuais de disposição dos
ambientes.
Os ambientes propostos foram: espaço multiuso, auditório/teatro, áreas externas
para eventos, salas de reunião, administrativo, área de alimentação, área oficinas,
sanitários, serviço, camarim, ambulatório, casa de máquinas, guarita, infraestrutura de
apoio, sala de controle, depósito, sala de tradução, sala de produção.

Figura 11 - Fachada frontal


Fonte: Archdaily, (2016).

3.2.3. Implantação

Localiza- se em Paraty, cidade com uma média populacional de 35000 mil


habitantes, o volume foi disposto ortogonalmente no terreno, em uma área de
vegetação. Possui uma grande integração dos espaços, pensando em áreas de
23

convívio e lazer, que começam no exterior e se interligam até uma praça coberta.
Optou-se de forma ordenada os seus acessos para que não houvesse divergências
entre os diversos fluxos existentes. Seu acesso principal se dá pela Avenida Vera Cruz.

Figura 12 – Implantação
Fonte: Archdaily, (2016).

3.2.4. Função

O projeto está organizado de forma centralizada, onde as áreas destinadas a


exposições e convivência se localizam centralizadas e ao seu entorno acontece o
restante dos ambientes, como serviço, sanitários e acesso ao pavimento inferior.
No seu pavimento térreo possui o Foyer de acesso, área de exposições, área de
alimentação, auditório e toda infraestrutura de serviço, no pavimento inferior localizado
a -4m deste térreo ficam as salas de reuniões e salas de suporte, podendo também ser
acessado por uma rampa que se localiza na parte dos fundos da obra.
24

Figura 13 – Zoneamento
Fonte: Archdaily, modificado pela autora, (2016).

Figura 14 - Planta de fluxos


Fonte: Archdaily, modificado pela autora, (2016).

Figura 15 – Fluxograma
Fonte: Autora, (2016).
25

3.2.5. Dimensões dos espaços

Tabela 2 – Dimensionamento dos espaços estudo 02


Nome do
Setor Área útil em m² Mobiliário existente
compartimento

Público Foyer 50,50 Balcão

Público Área multiuso 1025,00 Mesas e cadeiras.

Público Salas reunião 157,80x5=789,00 Mesa e cadeiras.

Público Salas oficinas 122,90x2= 245,80 Mesas e cadeiras.

Público Auditório/teatro 375,60 Poltronas.

Público Área alimentação 345,70 Mesas, cadeiras, balcão atendimento

Público Sanitários 38,40x4=153,60 Pia e vaso.

Sub Total do Setor 2685,20

Administração Administração 54,60

Sub Total do Setor 54,60

Serviço Cozinha 53,10

Serviço Doca 53,90

Serviço Vestiário 73,90

Serviço Camarim 63,40x2=126,80

Serviço Guarita 5,20X2= 10,40

Serviço Depósito 26,40

Serviço Sala de controle 19,90

Serviço Casa de máquinas 46,90

Serviço Ambulatório 10,60

Serviço Brigada de incêndio 10,60

Serviço Cabine som e 7,60


iluminação
Serviço Sala de tradução 18,40

Serviço Sala de produção 19,90

Serviço Infraestrutura de apoio 14,40

Sub Total do Setor 492,80

Área Total 5580,00

Fonte: Autora, (2016).


26

3.2.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de


Composição Arquitetônica.

O projeto foi organizado de forma centralizada, sendo distribuído ortogonalmente no


terreno, buscaram relação entre a setorização, materialidade e estética, tendo
contraste entre os elementos utilizados, o acesso é marcado pelo pórtico que se
destaca em relação ao restante da edificação, possui também em todo o entorno o
avanço dos beirais que servem para proteção, além de ter pisos estendidos. Essa
relação entre materiais que propuseram fez com que acontecesse um balanço
assimétrico.

Figura 16 - Perspectiva do projeto


Fonte: Archdaily, (2016).

3.2.7. Acessibilidade

A acessibilidade acontece através de rampas e elevadores, contando também com o


terreno relativamente plano, que facilidade a acessibilidade nos ambientes, além de
possuir grandes corredores de circulação.

Figura 17 – Cortes
Fonte: Archdaily, (2016).
27

3.2.8. Habitabilidade

Propuseram espaços com total conforto, considerando estudos feitos de insolação e


dos ventos, visando atender as condições térmicas sem a utilização de ar
condicionado, além das fachadas serem revestidas com dupla camada de telhas,
proporcionado melhor ventilação natural, também foram utilizadas na cobertura telhas
translucidas para melhor iluminação natural. A cobertura verde instalada sobre o
auditório auxilia no conforto térmico, possuindo também áreas verdes internas
juntamente com espelhos d’água que além de umidificar o ambiente, refletem
luminosidade para as salas de reuniões. Conta também com um sistema de captação
de água, por isso os pórticos além de cumprir sua função, realizam a captação da
água.

Figura 18 - Sistemas construtivos utilizados


Fonte: Archdaily, modificado pela autora, (2016).

3.2.9. Tecnologia e materiais

A escolha dos materiais visa o conforto, assim em locais seu fechamento se dá por
vidro e brises-soleil de madeira, no auditório utilizou-se painéis de cerâmica ventilados
e cobertura verde, e o pavilhão tem seu fechamento com grelhas metálicas e painéis
de madeira para garantir a proteção solar, na cobertura alternou-se telhas metálicas e
translucidas, para garantir uma melhor iluminação natural. O partido estrutural adotado
no pavilhão principal possui um pórtico de concreto com pilares e vigas metálicas,
assim conseguindo vencer grandes vãos, o auditório e o restante dos espaços utilizam
o sistema estrutural de concreto pré-moldado in loco.
28

Figura 19 - Esquema estrutural


Fonte: Archdaily, (2016).

3.3. ESTUDO 03 – CENTRO CULTURAL UNIVATES

3.3.1. Ficha técnica

Nome do projeto Centro Cultural Univates


Arquitetos responsáveis: Tartan Arquitetura e Urbanismo
Área do terreno: Não informado
Área construída: 9501m²
Localização: Lajeado/Rio Grande do Sul/ Brasil

Figura 20 - Perspectiva do projeto


Fonte: Archdaily, (2016).

3.3.2. Programa e caráter

O projeto tem a aparência de dois prédios distintos, porém possuem uma ligação
pela caixa metálica, aproveitando ao máximo a topografia. Conforme o escritório
responsável o definiu: “instigante por fora, acolhedora por dentro”.
Seu programa de necessidades abrange os seguintes ambientes: biblioteca,
teatro/auditório, salas de estudo individual, mini auditório, copa, sala multimeios,
29

guarda volumes, camarim, foyer, telecomunicação, cabine com, museu, sanitários,


área exposições, salas de estudo coletivos, lanchonete/café, depósito, serviço de apoio
geral.

Figura 21 – Perspectiva
Fonte: Arcoweb, (2016)

3.3.3. Implantação

Implantado em Lajeado, cidade da região central gaúcha, com população estimada


em mais de 70000 mil habitantes. O projeto faz parte do Campus da Univates,
atendendo o público da cidade e região, a proposta se dá por dois eixos que se cruzam
em um espaço de contemplação e circulação, sendo a praça do campus que aproxima
todas as edificações do local. Possui uma volumetria forte, porém sem perder os traços
da instituição, dividida em dois blocos que se unem pelo bloco revestido com placas
metálicas, ali tendo uma ligação com a parte externa tornando o local convidativo.

Figura 22 – Implantação
Fonte: Tartan Arquitetura e Urbanismo, (2016).
30

3.3.4. Função

O zoneamento e a planta de fluxos se dividiram de acordo com a função que cada


área se destinava, sendo separado em serviço, público, circulação e administração. O
fluxograma apresenta todas as ligações e acessos existentes no projeto. O acesso
principal aos dois blocos acontece na marquise feita através do bloco elevado.

Figura 23 - Zonemaneto pavimento térreo


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).

Figura 24 - Zoneamento pavimento superior


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).

Figura 25 - Zoneamento pavimento do acervo


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).
31

Figura 26 - Planta de fluxos pavimento térreo


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).

Figura 27 - Planta de fluxos pavimento superior


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).

Figura 28 - Planta de fluxos pavimento superior


Fonte: Arcoweb, modificado pela autora, (2016).
32

Figura 29 - Fluxograma pavimento térreo


Fonte: Autora, (2016).

Figura 30 - Fluxograma pavimento superior


Fonte: Autora, (2016).

Figura 31 - Fluxograma pavimento acervo


Fonte: Autora, (2016).

3.3.5. Dimensões dos espaços

Tabela 3 – Dimensionamento dos espaços estudo 03


Setor Nome do compartimento Área útil em m² Mobiliário existente

Público Biblioteca 605,20x3=1815,60 Acervo de livros

Público Salas estudo grupo 163,75x3 =491,25 Mesas e cadeiras.

Público Mini auditório 55,90

Público Salas estudo individual 10,75x18=193,50 Mesa e cadeiras.

Público Salas multimeios 43,20x3=129,60

Público Sala estudo coletivo 82,00


33

Público Museu do livro 48,90

Público Auditório/teatro 1307,60 Poltronas

Público Lanchonete/café 124,80 Mesa e cadeiras,


balcão atendimento
Público Foyer 263,20

Público Sanitários 41,20 Pia e vaso

Público Área exposições 603,30

Público Guarda volumes 48,50

Público Chapelaria 32,90

Sub Total do Setor 5137,65

Administração Administração 380,60

Sub Total do Setor 380,60

Serviço Depósito 18,00x4=72,00 Prateleiras

Serviço Infraestrutura de apoio 14,80x6=88,80

Serviço Copa 10,90

Serviço Sala elétrica 27,80

Serviço Sala telecomunicações 16,90x4=67,60

Serviço Camarim 49,10X3=147,30

Serviço Sala dimmers 13,80

Serviço Cabine som 21,20

Serviço Copiadora 24,30

Serviço Balcão atendimento 111,15

Serviço Reservatórios 120,50

Serviço Subestação 26,80

Sub Total do Setor 632,15

Área Total 9501,00

Fonte: Autora, (2016).

3.3.6. Forma - Organização dos espaços, base geométrica e Princípios de


Composição Arquitetônica

O projeto se enquadra na composição linear. A obra buscou simplicidade e clareza,


além de ter em sua composição elementos que a tornam moderna e leve, possui
34

hierarquia de acesso pelo bloco retangular elevado. Tendo em sua composição


sacadas, pisos estendidos que interligam os espaços e pele de vidro.

Figura 32 – Vistas externas


Fonte: Archdaily, (2016).

3.3.7. Acessibilidade

Possui acessibilidade universal em todos seus ambientes, desde seu acesso até o
teatro, além de possui um sistema informacional interno que possibilita a fácil
localização dos ambientes. Suas circulações verticais são feitas a partir de escadas
rolantes e elevadores.

Figura 33 - Corte A-A


Fonte: Arcoweb, (2016).

3.3.8. Habitabilidade

O projeto é baseado nos conceitos bioclimáticos visando o correto funcionamento da


edificação, para minimizar a incidência solar e produção de calor, dispõem de terraços,
jardins horizontais e verticais, fachadas ventiladas e presença de espelhos d’água.
35

Figura 34 - Jardins verticais internos


Fonte: Archdaily, (2016).

3.3.9. Tecnologia e materiais

Os materiais de maior relevância são as chapas metálicas, o vidro e o concreto, os


dois primeiros foram utilizados no bloco elevado, passando a sensação de leveza,
como se o mesmo estivesse flutuando e também na caixa lateral destinada ao
auditório, conseguiram assim fachadas ventiladas, já no bloco de serviço e exposições
grande concentração de concreto dando contraponto com a leveza do restante do
prédio.

Figura 35 - Vista dos materiais


Fonte: Arcoweb, (2016).
36

3.4. COMPARATIVOS DOS ESTUDOS DE CASO

Todos os estudos analisadas possuem grande parte de seus programas de


necessidades parecidos, contendo auditório/teatro, biblioteca, salas para reuniões,
administrativo, serviço, área para exposições.
A habitabilidade, juntamente com a escolha dos materiais adequados é pensada
fortemente, garantindo em todos os estudos conforto térmico com aproveitamento da
iluminação natural e ventilação.
A acessibilidade mesmo não sendo destacada em nenhuma das análises, foi
possível observar os projetos, vendo que existem circulações verticais e dimensões
apropriadas para que haja ambientes acessíveis.
Suas formas foram projetadas de maneiras diferentes, porém a distribuição dos
espaços internos possui semelhanças por separarem cada setor. Quanto à
implantação do projeto no terreno, buscaram aproveitar o máximo, respeitando e
adequando-os de acordo com a topografia e também seu entorno imediato.
37

4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

4.1. CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL E URBANA


O terreno onde será desenvolvido o projeto se localiza em Nova Bassano/RS –
Brasil, na região norte do Estado, pertencendo à região da Serra das Antas, a cidade
possui uma população estimada em 9478 habitantes, com uma área de 211,611km²,
conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015).

Figura 36 – Localização do munícipio


Fonte: Google, adaptado pela autora, (2016).

Nova Bassano tem como limites geográficos os municípios de Nova Araça ao norte,
Serafina Corrêa e Guaporé a oeste, ao sul Vista Alegre do Prata e a leste Nova Prata,
estando a cerca de 195km da capital Porto Alegre. A cidade é colonizada por
imigrantes italianos, a população cultiva os costumes dos antepassados através da
religião, gastronomia e festas. Tem sua economia impulsionada principalmente pelas
indústrias metalúrgicas, sendo considera como um polo da construção em aço da
região e na agroindústria, o comércio é diversificado atendendo os habitantes.
A cidade possui uma biblioteca e um museu público, porém estes não sendo
atualizados e consequentemente pouco visitados, não possuindo infraestrutura e
acervo para suprir as necessidades da população local. Os eventos de grande porte
acontecem no Centro de Eventos Municipal, já os de porte menor, são direcionados
para o clube do município. A escolha do município e do tema se deu pela falta de
espaços destinados à realização de eventos culturais na cidade e até mesmo na
região.
38

4.2. DIAGNÓSTICO E MAPEAMENTOS DE ENTORNO DO LOCAL DE


IMPLANTAÇÃO

4.2.1. Entorno

Optou-se por uma área localizada no centro da cidade, tendo fácil acesso para a
população bassanense e para as cidades vizinhas por se situar próximo a um dos
trevos de acesso a cidade, esse vindo da cidade de Nova Prata, além de diversos
pontos de fácil localização, como comércios, Prefeitura Municipal, empresa JBF, posto
de saúde central e estádio municipal.

Figura 37 – Marcação do terreno de projeto e entorno imediato


Fonte: Google Maps, editado pela autora, (2016).

Figura 38 - Vista para a Rua Projetada


Fonte: Autora, (2016).

Figura 39 - Vista para o lote residencial situado na quadra


Fonte: Autora, (2016).
39

No entorno imediato do local de implantação do projeto, pode-se notar que possui


poucos edifícios em altura, sendo basicamente de até dois pavimentos, conforme
mostra os skylines nas figuras 40, 41, 42 e 43 das quatro faces do quarteirão.

Figura 40 - Skyline Rua Silva Jardim


Fonte: Autora, (2016).

Figura 41 – Skyline Rua Projetada


Fonte: Autora, (2016).

Figura 42 – Skyline Rua Monsenhor Scalabrini


Fonte: Autora, (2016).

Figura 43 – Skyline Avenida Brasil


Fonte: Autora, (2016).

4.2.2. Uso e Ocupação do Solo

A partir da análise feita do entorno da área de intervenção abrangendo um raio de


aproximadamente 500m, analisou-se a ocupação do solo bem como os seus
respectivos usos e alturas.
Pode-se se notar através dos mapas de cheios e vazios que a região possui quase
todos os lotes edificados, porém existem grandes áreas de vazios urbanos, esses
possuindo áreas verdes, loteamentos novos e espaços públicos e privados onde
existem construções.
40

Figura 44 – Mapa Nolli


Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano, adaptado pela autora, (2016).

O entorno tem predominância de uso residencial de acordo com o gráfico


representado a seguir, possuindo também comércio, ambientes educacionais, serviço,
edificações de uso misto e espaços institucionais conforme mostra a figura 45, assim a
região possui boa variabilidade de usos, estando próxima ao centro da cidade onde o
adensamento de comércio é maior. As alturas existentes no local são em geral de até
dois pavimentos, tendo alguns prédios esses todos tendo uso misto, onde o mais alto
possui nove andares. As residências são unifamiliares.
41

Figura 45 – Mapa de usos


Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano, adaptado pela autora, (2016).

Figura 46 – Volumes do entorno


Fonte: Autora, (2016).

4.3. INFRAESTRUTURA

4.3.1. Sistema Viário

Conforme o levantamento do sistema viário feito e representado na figura 47, o


entorno do local de implantação se classifica por rodovias, vias estruturais, coletoras e
locais, sendo que o terreno possui em um de seus limites a Rua Silva Jardim essa
42

classificada como via estrutural, juntamente com a Avenida Brasil por ligarem a área
central da cidade com os demais bairros, tornando-se a rua mais movimentada, e em
seus outros limites possuem a Rua Monsenhor Scalabrini sendo via local e uma Rua
que ainda não possui pavimentação, estando apenas projetada sobre o solo, sendo
considerada como coletora, nas duas últimas o movimentação é menor por tratar de
vias de acessos residenciais.

Figura 47 - Mapa sistema viário


Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano, adaptado pela autora, (2016).

Todas as ruas em análise são de duplo sentido de tráfego, tendo grande variação na
largura das caixas de circulação, conforme mostram as figuras 48 e 49, todas as vias
possuem pavimentação de paralelepípedo, exceto a Rua projeta que ainda não possui
pavimentação, o calçamento das mesmas está em estado de conservação razoável,
onde alguns pontos necessitam de pavimentação nova. Os pontos conflitantes
marcados na figura 47 mostram os locais de ligação da região analisada com a área
central da cidade, bem como o acesso da RS324 para município e ligação com demais
bairros.
43

Figura 48 – Cortes - Rua Silva Jardim (figura A) e Proposta Rua Projetada (figura B)
Fonte: Autora, (2016).

Figura 49 – Cortes - Avenida Brasil (figura A) e Rua Monsenhor Scalabrini (figura B)


Fonte: Autora, (2016).

Possui sinalização vertical e horizontal, estas estando em bom estado de


conservação, dispõem de uma boa quantidade de placas distribuídas pela área
analisada, bem como faixas de segurança para pedestres.

4.3.2. Infraestrutura Urbana

Todo o entorno apresenta infraestrutura básica de rede água e rede de energia, não
apresenta rede de esgoto cloacal, assim o mesmo é tratado de forma individual,
através do sistema convencional de fossa, filtro e sumidouro. Possui coleta seletiva do
lixo nas terças, quintas e sábados possuindo lixeiras espalhadas pelas ruas e
containers.
44

Figura 50 – Mapa de infraestrutura geral


Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano, adaptado pela autora, (2016).

4.3.3. Transporte

A cidade não possui sistema de transporte coletivo, somente transporte colegial,


nos períodos da manhã, tarde e noite. Outro transporte existente é o de serviço, esse
transportando as pessoas da área central até a área industrial. Possui também 19
pontos de taxi, esses se localizando na área central da cidade.
45

5. ÁREA DE IMPLANTAÇÃO

O terreno de implantação do projeto tem sua forma irregular conforme mostra a


imagem 52, tendo área total de 5593,40m², permitindo o desenvolvimento de programa
de necessidades e espaços contemplativos. Tem seus limites com as ruas Silva
Jardim, Monsenhor Scalabrini, Avenida Brasil e uma rua projetada, onde não possui
pavimentação e descrição de nome, nessas tendo seus acessos ao interior do terreno
e possui outras duas faces voltadas a um lote residencial edificado. A topografia da
área é praticamente plana por já ter sido terraplanado, tendo um aclive que vai em
direção ao novo loteamento. Conforme mostram os mapas abaixo, pode-se identificar
os locais onde o aclive é maior, por conta da inclinação existente no loteamento.

Figura 51 – Mapa terreno com indicação do escoamento da água


Fonte: Autora, (2016)
46

Figura 52 – Terreno
Fonte: Autora, (2016).

O terreno de implantação possui as proporções necessárias para o desenvolvimento


do programa de necessidades proposto, respeitando os índices urbanísticos descritos
em leis municipais. A área possui fácil acesso e localização, tanto de cidades vizinhas
como moradores da cidade, por se situar próxima a pontos de referência importantes
para a cidade. Não possui vegetação sobre sua área, nem barreiras físicas, que
interfiram na proposta. Os ventos têm como barreira física as condições topográficas
47

da cidade, que se encontra em um vale, onde a centro da cidade se localiza na parte


mais baixa.

Figura 53 – Vista terreno, através da Avenida Brasil


Fonte: Autora, (2016).

Figura 54 – Vista terreno, através Rua Projetada


Fonte: Autora, (2016).

Figura 55 – Vista terreno, através Rua Silva Jardim


Fonte: Autora, (2016).
48

6. SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO GERAL E ESPECÍFICA DO TEMA

Para o desenvolvimento deste projeto, situado na zona urbana da cidade, analisou-


se as legislações aplicáveis ao terreno e ao tema proposto, assim garantindo a base
técnica do projeto.

6.1. PLANO DIRETOR

Figura 56 – Zoneamento Nova Bassano


Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Bassano

Conforme a lei municipal Nº 2634, de 9 de dezembro de 2013 que dispõem sobre o


Plano Diretor do Município de Nova Bassano e dá outras providências, a área de
intervenção se enquadra na ZCS (Zona de comércio e serviços).
Na ZCS deve-se seguir os seguintes índices urbanísticos:
 TO (Taxa de ocupação): 75%.
 IA (Índice de aproveitamento): 7.
 Recuo de fundo mínimo, correspondente a 1/10 do comprimento médio do
terreno.
 Altura máxima: 27m ou 9 pavimentos.
 A edificação que tiver 3 pavimentos ou mais, deverá manter, pelo mínimo, a
partir do 3º piso, um afastamento mínimo, lateral e de fundo, correspondente a
1/10 da altura total do prédio mais 1,50m.
 Taxa de permeabilidade do solo mínima de 10% da área total do terreno.
49

6.2. CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES


Lei municipal Nº2632, de 9 de dezembro de 2013, institui o Código de Edificações e
disciplinas a sua aplicação.
As rampas de ligação de pavimentos, para pedestres, não poderá ter declividade
superior a 15%.
Escadas com mais de 18 degraus deverão te ruma patamar de extensão mínima
0,80cm.

Art. 103. Cinemas, Teatros e auditórios.


 Não poderão ter estruturas ou paredes de material combustível, nem piso de
tábuas ou forro de madeira.
 Deverão ter hidrantes.
 Pé direito mínimo de 3,50m
 Não poderá ter o comprimento maior que duas vezes a largura média.
 As portas, corredores e escadas deverão ter largura mínima de 1,50
 Portas devem abrir para fora
 Espaçamento entre filas de poltronas no mínimo 1m.
 As filas terão no máximo 14 poltronas tendo circulação pelos dois lados, ou 7 se
situarem junto a parede.
 Os corredores de circulação entre as poltronas não poderá ter a largura menor
de 1m junto aos cenários e 1,30 no fundo da sala.
 Deverá ter instalações sanitárias separadas para ambos os sexos: um vaso e
um lavatório para cada 250 poltronas e um mictório para cada 100 poltronas.

Art. 94. Escolas e estabelecimento de ensino


 Pé direito mínimo de 2,80 – 1,50m por aluno.
 Ventilação e iluminação deverão somar 1/4 da área da sala.
 Corredores largura mínima de 1,50m
 Até 50 alunos: um vaso, um mictório e um lavatório, masculino e feminino um
vaso e um lavatório.

Art. 100. Bares, cafés, restaurantes.


 Pé direito de 3,50
50

6.3. NBR 9050


Para o desenvolvimento do projeto, será estudada a norma para garantir os
parâmetros de dimensionamento, sinalização e condições ao espaço, para que a
mobilidade acontece em todos os ambientes, permitindo acessos gerais. Assim a
norma se fará presente em todos os espaços do projeto, sendo base para o
dimensionamento de escada, rampas, circulações, acessos a todos os ambientes,
vagas de estacionamento e todos os espaços externos que compõem a obra. Além de
ser apresentada toda a sinalização necessária.

6.4. NBR 9077


Por se tratar de uma norma de saída de emergência, será analisada e utilizada para
dimensionamento de saídas, escadas, portas, rotas de fuga e demais elementos
abrangentes pela norma e que se enquadrem na proposta do projeto, dimensionando
de acordo com o número de pavimentos e a população do local.
51

7. CONCEITO E DIRETRIZES DO PROJETO

7.1. CONCEITO DA PROPOSTA


O projeto é pensado de forma que haja integração entre os ambientes, a população
e as áreas verdes, fazendo com que o espaço seja local de criação, convívio e
desenvolvimento. Busca também a integração e a conexão com o entorno assim se
compondo através de um eixo central e várias disponibilidades de acessos.
Para que essa ligação aconteça utilizou-se como base fundamentadora de
composição os 4 elementos da natureza, terra, água, fogo e ar, onde cada um deles
compõem as ideias e intenções projetuais. A terra tem como sua caracterização
principal a estruturação e as sensações, com isso os ambientes e a forma volumétrica
serão pensados para que os espaços sejam acolhedores e convidativos, acontecendo
assim à integração dos espaços com a população. A água por sua vez, tem o poder de
crescimento, vitalidade e regeneração e juntamente com o Ar que se baseia no
pensamento e conhecimento, criam-se os ambientes destinados a estudos, biblioteca,
salas para cursos, teatro, área de exposições e museu, onde se terá a possibilidade de
criação e desenvolvimento do conhecimento, tendo contato com o passado e o
presente. E por último o fogo, este transmitindo energia e ação, assim se possibilita
ambientes destinados a entretenimento e lazer, onde se terá a possibilidade de
distração distante da maçante e repetitiva vida cotidiana.
Por se basear em pontos da natureza, a sustentabilidade se fará presente,
proporcionado conforto e habitabilidade de forma natural, através da arquitetura
bioclimática.

Integração como foco principal

A integração da sociedade será um ponto forte a ser trabalhado, onde não haja
distinção racial e social, assim os ambientes propostos possuem essas caraterísticas,
espaços convidativos onde se permite a convivência de qualquer grupo de pessoas. A
ligação também acontecerá nos espaços internos e externos, fazendo com que as
áreas verdes se integrem com o interior através de vidro, assim transmitindo leveza
nesta junção e grandes marquises, que trarão as áreas de lazer externas para o interior
do edifício.
52

Figura 57 – Integração de pessoas


Fonte: Google, modificado pela autora, (2016).

Conexões através de acessos e do eixo ordenador

A implantação do projeto no terreno seguirá a orientação de um eixo ordenador,


onde a edificação se centralizará de acordo com o mesmo, servindo assim como base
projetual para o desenvolvimento do projeto, buscando simetria e proporção com o
entorno imediato. Facilitará os acessos tanto de pedestres como de veículos, fazendo
com que não aconteçam conflitos entres os mesmos.

Figura 58 – Possíveis acessos


Fonte: Autora, (2016)
53

7.2. CARTA DE INTENÇÕES


A proposta de implantação de um Centro Cultural e de Convivência tem como
objetivo principal oferecer espaços de cultura e lazer, propiciando atividades diversas
tanto no seu interior, quanto na parte externa. Criando ambientes convidativos e de uso
múltiplo, onde a comunidade faça parte do desenvolvimento e do crescimento do local.
Analisou-se e estudou-se diversos conceitos a fim de buscar e introduzir ambientes
de proporcionem acolhimento, conforto e que transmitam a proposta de criação e a
busca do conhecimento, os espaços internos serão solucionados visando o conforto e
funcionalidade, assim os materiais utilizados serão rigorosamente analisados para que
atendam essas questões. Os espaços abertos terão mobiliários e áreas diferenciadas,
fazendo o uso de vegetação para que a mesma possa fazer o devido sombreamento e
proteção de acordo com o clima. O estacionamento também será solucionado para que
a proteção contra o sol aconteça de forma natural, através de vegetação de porte
médio. Os acessos serão solucionados de forma que não haja conflito de fluxos
(pedestres/ automóveis/ ciclistas), assim será aproveitada a possibilidade de se ter
vários acessos ao terreno de implantação, resolvendo assim os fluxos e viabilizar e
facilitar o acesso rápido ao Centro Cultural.

Entorno:

Através de análises feitas ao seu entorno, pode-se destacar que a área é de uso
misto, por conter residências, serviços, comércio, instituições de ensino, onde a
predominância de seu entorno imediato é de até três pavimentos. Possui também
pontos importantes, que servirão como marco e facilitarão o acesso ao local, como a
prefeitura municipal, que se localiza em uma de suas frentes na Avenida Brasil, a
empresa JBF, e também um dos trevos de acesso à cidade, facilitando assim o
caminho de toda a região.
Tem como beneficio direto do seu entorno, a prefeitura e as instituições de ensino,
pois a primeira poderá se fazer útil utilizando espaços para reuniões de grande porte,
bem como palestras e afins, e a segunda usufruindo de espaços destinados ao
conhecimento, como biblioteca com acervo atualizado e com devido suporte, além de
espaços tecnológicos.

Funcionalidade/ Finalidade:
54

Serão criados locais de ligação e integração dos espaços, onde seus usos se
baseiam em criação, entretenimento e desenvolvimento, conectando- os para que a
junção crie espaços destinados à disseminação da cultura.

Herança cultural:

A proposta do Centro Cultural busca a integração da população da cidade, assim


propõem-se ambientes destinados à convivência e cultura, com espaços que possuam
flexibilidade em seus usos, adequando-os com a programação proposta. Buscou-se
também uma conexão entre o passado e o presente, que será retratada nas
exposições históricas. A escolha dos materiais e das concepções dos espaços busca
tornar o projeto convidativo e usual, conectando as pessoas às zonas tecnológicas e
de desenvolvimento, além de integrá-lo ao entorno. Os materiais de maior destaque
serão o vidro, onde se possibilitará visuais para o interior do projeto, tornando-se uma
forma estimulante à entrada no local, o concreto que irá contrapor a leveza do vidro, e
o aço que irá compor a qualidade estética, além de função estrutural.

Sítio:

O sítio de implantação do projeto não possui relevo acidentado por já ter sido feito
terraplanagem, apenas na frente voltada para a Prefeitura Municipal possui um aclive.
O clima da região é subtropical, com verões relativamente quentes e invernos frios,
assim será analisada a orientação solar para que o conforto térmico seja possível em
todas as estações e nos ambientes, assim serão aplicados os conceitos bioclimáticos,
estruturando o projeto de acordo com as condições climáticas locais, desta maneira
serão analisadas as fachadas possibilitando a iluminação e ventilação natural através
de grandes vãos de vidro e também será controlada a radiação solar nas épocas mais
quentes através de brises, relacionando de forma positiva a qualidade estética e o
conforto em geral.

Público:

O Centro Cultural e de Convivência será de uso de toda população Bassanense e


região, que buscam um local para conhecimento, criação, lazer e entretenimento,
55

independente de classes socias, culturais e faixa etária, tendo espaços e


programações destinadas para as diferentes idades.

7.3. DIRETRIZES DE PROJETO


 Qualificação da relação dos espaços internos e externos;
 Acessibilidade universal;
 Aplicar conceitos sustentáveis;
 Espaços verdes destinados a lazer;
 Acessos facilitados;
 Integração com o entorno;

7.4. DIRETRIZES URBANAS PROPOSTAS


Através das análises e levantamentos feitos do entorno, foi possível diagnosticar
alguns problemas, assim propõem-se algumas estratégias e possíveis soluções.
Tabela 4 - Propostas para intervenção urbana
Problema Diretriz Estratégia Imagem
Melhorar os passeios
Má conservação e públicos, adequando-
falta de passeio Facilitar o acesso os de acordo com a
público norma de
acessibilidade.
Propor nova
Falta de pavimento e pavimentação, bem
iluminação na rua Facilitar o acesso como toda a
projetada infraestrutura
necessária.
Propor equipamentos
Falta de Tornar o entorno
urbanos de acordo
equipamentos acessível e usual
com as
urbanos
necessidades locais

Potencialidade Diretriz Estratégia Imagem

Promover integração
Área com boa Permitir percursos
da região com a
localização peatonais.
cidade

Criação de vários
acessos, para que o
Possibilidade de
Facilitar o acesso acesso ao edifício
vários acessos
seja de forma rápida
e fácil.
Fonte: Autora, (2016).
56

8. PARTIDO GERAL

8.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO


PROJETO
O programa de necessidades descrito abaixo (tabela 5) mostra a setorização, bem
como dimensões mínimas dos espaços e mobiliário proposto para cada ambiente,
adequando e desenvolvendo-o para que atenda as necessidades do projeto proposto.
Tabela 5 – Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento
Centro Cultural e de Convivência

Setor Compartimento Mobiliário Usuários Área útil

Secretária Bancada com 01 computador. Funcionários 15m²


Recepção

Espera Poltronas Público 40m²

Almoxarifado Armários Funcionários 10m²

Sanitários M/F Bacias sanitárias e lavatórios Público 35m²

Sub total do setor 100m²

Bar/café Mesas, cadeiras Público 130m²


Área alimentação

Pia com bancada, armários, Funcionários 40m²


Cozinha geladeira, freezer, fogão
industrial, forno elétrico, micro-
ondas, coifa.
SOCIAL

Café Mesas cadeiras Público 70m²

Depósito Armários Funcionários 15m²

Sanitários M/F Bacias sanitárias e lavatórios Público 35m²

Sub total do setor 290m²

Acervo Estantes para livros Público 150m²

Espaço leitura Bancos, almofadas Público 50m²

Atendimento Bancada com computador Funcionários 15m²


Biblioteca

Guarda volumes Armários Público 10m²

Espaço pesquisa Mesa, cadeiras, computadores Público 50m²

Salas estudos Mesa, cadeiras Público 50m²

Sanitários M/F Bacias sanitárias e lavatórios Público 35m²

Sub total do setor 360m²


57

Centro Cultural e de Convivência

Compartimento Mobiliário Usuários Área útil

Foyer Balcão, bilheteria Público 30m²

Palco/Plateia Poltronas Público 400m²

Depósito geral Armários Funcionários 40m²


Auditório

Vestiários, espaço para Funcionários 30m²


Camarins
maquiagem

Cadeiras, mesas, equipamentos Funcionários 20m²


Sala som/luz
técnicos

Sanitário M/F Bacias sanitárias e lavatórios Funcionários 5m²

Sub total do setor 525m²

Bilheteria Balcão Funcionários 3m²


Projeções

Projeção Mesa, projetor Funcionários 3m²


Sala

Sala cinema Poltronas Público 170m²

Sub total do setor 176m²

Sala de exposição Expositores Público 80m²


históricas/museu
Exposições

Sala de exposições Expositores Público 120m²


diversas

Exposições digitais Expositores Público 50m²

Depósito geral Armários Funcionários 20m²

Sub total do setor 270m²

Teatro Armários, palco, cadeiras Público 45m²

Música Armários, cadeiras Público 45m²


Oficinas

Ballet Armários Público 45m²

Depósito geral Armários Funcionários 20m²

Sub total do setor 155m²

Sala Cadeiras Público 75m²


multiuso
Salas

Sala Cadeiras Público 75m²

Sub total do setor 150m²


58

Centro Cultural e de Convivência

Setor Compartimento Mobiliário Usuários Área útil


ADM.

Administração Mesas, cadeiras, armários Funcionários 25m²

Almoxarifado Armários Funcionários 15m²


ADM.

Sanitários 01 vaso e 01 lavatório Funcionários 3,5m²

Reuniões Mesa, cadeiras Funcionários 10m²

Sub total do setor 53,5m²

Armários, lavatórios, chuveiros, Funcionários 40m²


Vestiários
Funcionários

bacias sanitárias

Sala funcionários/ Mesas, cadeiras, sofá, pia, Funcionários 20m²


estar/ copa fogão, micro-ondas, geladeira

Sub total do setor 60m²


Serviço

DML Armário, tanque Funcionários 10m²

Central de gás, cisternas, Funcionários 120m²


Complementares

Área técnica central de ar condicionado, casa


de bombas, gerador

Depósito de lixo Containers Funcionários 15m²

Almoxarifado Armários Funcionários 25m²

Reservatórios Funcionários 30m²

Sub total do setor 200m²

Área Total: 2339,50m²

Fonte: Autora, (2016).

8.2. ORGANOGRAMA
A disposição dos setores se deu de acordo com os usos destinados a cada área,
fazendo que ambientes que possuam interferência se liguem de forma direta, para que
assim a funcionalidade esteja presente, trazendo comodidade e aproveitamento do
espaço, será proposto também área verdes, estas destinadas a lazer, se localizarão
em todo o entorno do edifício.
59

Figura 59 – Organograma
Fonte: Autora, (2016).

8.3. FLUXOGRAMA
Após análises feitas sobre o programa e propostas volumétricas, o fluxograma foi
desenvolvido de forma linear, possuindo as conexões entre os setores e integrando os
espaços de forma que houvesse funcionalidade nos ambientes. Buscou-se manter o
edifício em dois pavimentos, assim mantendo a escala do entorno imediato.

Figura 60 - Fluxograma primeiro pavimento


Fonte: Autora, (2016)
60

Figura 61 - Fluxograma segundo pavimento


Fonte: Autora, (2016)

Figura 62- Fluxograma pavimento técnico


Fonte: Autora, (2016)
61

9. PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
Através das análises feitas da área de implantação, do programa de necessidades e das
intenções projetuais, foram desenvolvidas três propostas de zoneamento, atendendo os
objetivos e as ideias da proposta para o desenvolvimento do centro cultural.

Tabela 6 - Proposta de zoneamento 01


Proposta de zoneamento 01

Critérios

Funcionalidade: O programa do Centro Cultural foi distribuído de forma que os ambientes que
possuem relação se interliguem, para que haja facilidade na locomoção e acesso aos ambientes, além
do dimensionamento do programa ser de acordo com a população e necessidade local. Destacam-se
também os acessos ao edifício, onde foram pensados diversos pontos de entrada e saída, visando
sua funcionalidade e acessibilidade.

Forma: A proposta possui traçado linear, composição de cheios e vazios proporcionando espaços
abertos na volumetria. O volume foi rotacionado no terreno possibilitando que todas as fachadas
possuíssem insolação durante o dia. Mantiveram-se os acessos alinhados com os eixos projetuais
propostos no conceito.

Sistema construtivo: O sistema construtivo utilizado será de concreto armado e lajes protendidas e
estrutura metálica, visando dimensões de vãos maiores, além de sistemas que possibilitem o conforto
térmico, como grandes vãos de vidro e brises nas áreas de maior insolação.

Conclusões: A volumetria e disposição dos espaços foram pensadas para que aconteça a integração
da população e do entorno com o Centro Cultural, conectando o local com o restante da cidade.

Fonte: Autora, (2016).


62

Tabela 7 - Proposta de zoneamento 02

Proposta de zoneamento 02

Critérios

Funcionalidade: O programa do Centro Cultural foi distribuído de forma que os ambientes que
possuem relação se interliguem, para que haja facilidade na locomoção e acesso aos ambientes, além
do dimensionamento do programa ser de acordo com a população e necessidade local. Destacam-se
também os acessos ao edifício, onde foram pensados diversos pontos de entrada e saída, visando
sua funcionalidade e acessibilidade. Buscou-se também facilidade nos acessos, proporcionando assim
diversos ponto de entrada e saída do local.

Forma: A proposta possui traçado linear, composição de cheios e vazios proporcionando espaços
abertos na volumetria. A área da biblioteca no segundo pavimento serve como uma cobertura
estendida, fazendo com que aconteça a integração interna e externa do café que se localiza no térreo.
Assim criaram-se dois blocos que se unem através do segundo pavimento, proporcionando espaços
abertos cobertos.

Sistema construtivo: O sistema construtivo utilizado será de concreto armado e lajes protendidas e
estrutura metálica, visando dimensões de vãos maiores, além de sistemas que possibilitem o conforto
térmico, como grandes vãos de vidro e brises nas áreas de maior insolação.

Conclusões: A volumetria e disposição dos espaços foram pensadas para que aconteça a integração
da população e do entorno com o Centro Cultural, conectando o local com o restante da cidade.

Fonte: Autora, (2016).


63

Tabela 8 - Proposta de zoneamento 03


Proposta de zoneamento 03

Critérios

Funcionalidade: O programa do Centro Cultural foi distribuído de forma que os ambientes que
possuem relação se interliguem, para que haja facilidade na locomoção e acesso aos ambientes, além
do dimensionamento do programa ser de acordo com a população e necessidade local. Destacam-se
também os acessos ao edifício, onde foram pensados diversos pontos de entrada e saída, visando
sua funcionalidade e acessibilidade.

Forma: A proposta possui traçado linear, composição de cheios e vazios proporcionando espaços
abertos na volumetria. Possui seus blocos alinhados nos eixos projetuais, assim centralizando a
edificação no terreno.

Sistema construtivo: O sistema construtivo utilizado será de concreto armado e lajes protendidas e
estrutura metálica, visando dimensões de vãos maiores, além de sistemas que possibilitem o conforto
térmico, como grandes vãos de vidro e brises nas áreas de maior insolação.

Conclusões: A volumetria e disposição dos espaços foi pensada para que aconteça a integração da
população e do entorno com o Centro Cultural, conectando o local com o restante da cidade.

Fonte: Autora, (2016).

A segunda proposta de zoneamento é a que mais se enquadra com as intenções do


programa proposto, mostrando funcionalidade na disposição dos espaços, fazendo
com que todos os ambientes possuam iluminação e ventilação natural. A escolha dos
materiais é pensada para que consiga vencer vãos de maiores dimensões, além da
composição estética dos espaços e da volumetria.
64

10. CONCLUSÕES

Com base nos estudos e aprofundamento do tema, desenvolveu-se a proposta de


implantação de um Centro Cultural e de Convivência para a cidade de Nova Bassano,
espaço planejado para integrar a cidade e os diferentes tipos sociais, onde a cultura, o
lazer e o conhecimento são os focos principais da intenção.
O Centro Cultural e de Convivência, tem como um de seus objetivos principais
oferecer espaços onde se dissemine a cultura e que se faça uso das áreas verdes,
essas sendo destinadas ao lazer, além de buscar a integração dos diversos pontos da
cidade, tendo espaços para apresentações, oferecendo oficinas, ambiente para
projeções, exposições e biblioteca com acervo adequado. Visa também se tornar um
marco e um ponto de referência para a região, pelo fato de que em seu entorno
regional não possui nenhum centro de cultura.
A volumetria buscou se enquadrar com o entorno imediato, utilizando materiais que
além de remeterem leveza, trouxeram conforto aos ambientes internos. Os espaços
foram pensados para que atendessem a população local e da região, com proporções
adequadas para atividades sugeridas. A implantação do projeto no terreno visou a
facilidades dos acessos, trazendo a mobilidade e acessibilidade tanto nos espaços
externos como nos internos. Além da acessibilidade, utilizou-se os conceitos
bioclimáticos buscando soluções para proporcionar conforto em todas as estações do
ano.
A proposta criou uma estrutura que visou atender as necessidades locais,
oferecendo ambientes interativos e acolhedores, instigando a população a explorar o
local, fazendo e pesquisando a cultura.
65

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade


a edificação, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004.

______NBR 9077: Saídas de emergências em edifícios. Rio de Janeiro, 2001.

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<http://www.archdaily.com.br/br/01-187707/proposta-para-centro-cultural-de-eventos-e-
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DUMAZEDIER, Jofre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Sesc 1976.

GEERTZ, C. A interpretação da cultura. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 1978.


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_a_interpretac3a7c3a3o_das_culturas.pdf>. Acessado em 2016.

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abril 2016.
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IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (Brasil). Rio


Grande do Sul – Nova Bassano. Informações completas. Disponível em:
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67

12. ANEXOS
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