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Vitor Karpss
Porto Alegre
2018.
VITOR KARPSS
Porto Alegre
2018.
AGRADECIMENTOS:
Aos meus pais, Evelise Maria Karpss e Williams Jefferson Martins Costa, que
sempre me apoiaram em toda a minha trajetória como músico, como indivíduo e são a
minha força mais bonita. Agradeço também ao meu padrasto, Fabrício Schumacher
Fermino, que fez forças incansáveis para que eu tivesse as condições de estudar piano.
Agradeço do fundo do meu coração a minha madrinha e segunda mãe, Vandrea Nery da
Silva, que com todo o seu amor e dedicação fez eu ser quem sou hoje. Agradeço a
minha avó, Hilda Maria Karpss, que sempre esteve ao meu lado e disse coisas lindas
para que eu nunca perdesse a fé no mundo. Agradeço ao meu avô, Belvano Dutra
Karpss, que em momentos de desesperança, sempre foi um apoio muito grande
financeira e emocionalmente, pois em diversas situações não tive como trabalhar e
estudar paralelamente. Agradeço ao meu irmão, João Pedro Karpss Martins Costa, que é
para mim um dos maiores exemplos de humanidade e sensibilidade, sem ele e toda a sua
força, eu jamais seria músico e talvez nem estivesse aqui escrevendo este trabalho de
conclusão. Agradeço a minha Orientadora e Mestre de vida, Nisiane Franklin, que teve
toda a sensibilidade e empatia quando, no período de estágio e formação, eu e minha
família sofremos uma agressão dentro da nossa casa, que causou danos financeiros,
emocionais e acadêmicos, perdendo inclusive meu trabalho de conclusão, do qual eu
tive que reescrever praticamente do zero. Agradeço aos Professores do Ouviravida,
Daiana Fülber, Isac Costa e Lucas Kinoshita, aonde realizei o meu Estágio III e aprendi
sobre humanidade e educação musical de uma forma que eu sempre sonhei em encarar
os problemas do mundo e as injustiças, Educadores que realizam essa atividade de uma
forma incansável. São essas pessoas que me inspiram a ser Professor e que eu vou levar
pelo resto da minha vida cada aprendizado, cada troca, e sempre acreditando que se
existe alguma revolução para ser feita, ela será lúdica.
O
INTRODUÇÃO:................................................................................................................6
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESPAÇO.......................................................................9
2 CRONOGRAMA:........................................................................................................11
3 OBSERVAÇÕES:........................................................................................................13
4 PLANEJAMENTO DE ENSINO:...............................................................................17
4.2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS:......................................................................................34
REFERÊNCIAS:.............................................................................................................36
ANEXOS:........................................................................................................................37
INTRODUÇÃO:
Ao final do curso, nos três últimos semestres (5º, 6º e 7º), o aluno vivencia as
práticas de Estágio Obrigatório e Supervisionado, sendo elas em Ensino Fundamental,
Médio e, por fim, em Espaço não Escolar. Sem necessariamente seguir essa ordem, o
aluno tem a oportunidade de vivenciar a dinâmica e o funcionamento de uma instituição
de ensino, tendo como objetivo aprimorar seus conhecimentos ainda enquanto estudante
e proponente a educador. Com orientação e apoiado em materiais científicos, o aluno
tem o objetivo de desenvolver relatórios acadêmicos seguindo normas e diretrizes. As
somas desses três relatórios resultam no chamado Relatório de Conclusão de Curso
(RCC).
A Música é uma ciência que desenvolve diversas áreas do indivíduo entre elas a
Imaginação, a Socialização (em casos de práticas de grupo, como são feitas nas
escolas), a Psicomotricidade e a Comunicação. Essas áreas do desenvolvimento muitas
vezes estão comprometidas em pessoas diagnosticadas com o TEA (Transtorno do
Espectro Autista), como dizem Ávila e Morais em “A música na inclusão de um aluno
com TEA sob a ótica DIR – Floor Time (2014).
Entre a prática e a teoria existem “diálogos” que funcionam como uma simbiose
de conhecimentos, que resultam em um aprendizado mais completo do aluno que almeja
ser um Professor. Os ensinos da música, assim como os demais conteúdos ensinados em
um complexo de educação, necessitam de um embasamento teórico previamente
planejado. Romanelli (2006) salienta que o ponto de partida para um bom Plano de
Ensino acontece no desenvolvimento das observações do espaço, considerando as
peculiaridades das turmas, as características dos alunos, os recursos didáticos
disponíveis e o espaço físico da Escola. Através das minhas observações, constatei que
os alunos das turmas que eu estava encarregado de ministrar aulas de música, possuíam
uma certa dificuldade com questões da motricidade fina, com isso desenvolvi práticas
de percussão onde os alunos manuseassem baquetas e pequenos tambores com fins de
aprimorar a noção de pulso, cantando cantigas folclóricas e marcando o tempo com os
instrumentos.
Hoje o projeto social tem sede na Vila Pinto, no bairro Bom Jesus, em Porto
Alegre, mais precisamente na Associação Missionária Beneficente São José (AMBSJ),
onde atende a 180 crianças em situação de vulnerabilidade social e financeira. A base
pedagógica do projeto se dá em três pilares: Execução, Apreciação e Criação. O aluno
tem a oportunidade de vivenciar o fazer musical desde a aproximação com o
instrumento, bem como às linguagens musicais e, por fim, com o exercício prático e de
composição, tanto individual quanto em grupo. Além das aulas, através do Ouviravida,
o Centro São José, por sua vez, oferece refeições às crianças do Projeto (café da manhã;
almoço e lanche da tarde). O espaço conta com um refeitório grande e uma equipe de
facilitadores que participam no dia-a-dia do projeto, auxiliando na organização e nos
fundamentos do espaço/projeto.
No intuito de aproximar os jovens com o fazer artístico, o projeto oportuniza às
crianças apresentarem-se em festivais, saraus e concertos ao longo de todo o ano, não
somente nas disciplinas de Canto, Percussão e Flauta, mas também em apresentações
inusitadas, como por exemplo, a participação do grupo coral de alunos no show do
Roger Waters, em Porto Alegre, no dia 30 de outubro, no Estádio Beira Rio.
13h30 às Canto
14h20
14h20 às Canto
15h10
15h10 às Canto
16h
16h às Canto
16h50
Maior parte da minha prática de estágio será feita em grupo (nas aulas de canto
e, até mesmo nas de teclado, algumas aulas serão feitas em grupos de duplas e trios). O
fazer musical está muito vinculado ao universo das coisas não tangíveis e é de suma
importância para a humanidade em toda a sua história. Cunha (2013, p. 347), sobre este
tema, afirma que:
Dentro de uma sala de aula existem os agentes que criam o ambiente propício ao
estudo: são o professor, os alunos e, ocasionalmente, colaboradores. Estar frente a uma
turma representa uma transição para o estudante de licenciatura. Ele deixa de se
esconder atrás de uma mesa e começa a expor na frente de um quadro uma série de
informações, e através do seu discurso, tem a missão de levantar questões na cabeça do
aluno e chegar ao que chamamos de aprendizado. É um processo que pode ser rápido,
demorado, satisfatório, frustrante, ou tudo isso ao mesmo tempo, pois cada um tem o
seu próprio método de ensino, de aprendizado e de assimilação. A prática do estágio nos
dá a possibilidade ampliar o entendimento sobre o que é ser Professor e o que é ser
Aluno.
Ficam cada vez mais claras as minhas ambições no mundo da educação musical,
e através disso, eu sinto muita força de mudar as coisas que eu enxergo como erradas e
desiguais no mundo. Sinto que através da Música, coisas ditas como impossíveis são
realizadas e que a musicalidade não cabe a nós, estudantes, professores, artistas, defini-
la como certa ou errada, bonita ou feia. Cabe a nós, como pessoas, apreciá-la e tentar
entende-la quando nos choca no bom e no mal sentido. A musicalização traz muitos
benefícios a quem a pratica: seja coordenação motora, memória, criatividade, a sensação
de pertencimento a um grupo, mais ainda quando se estabelecem relações musicais
através do afeto e do respeito. As pessoas precisam de música, e se não precisássemos
ela não seria algo tão antigo, instintivo, intrínseco e que vem se adaptando ao longo dos
milênios com diversas alterações. A Música já foi sagrada e dizem alguns estudiosos
que surgiu através da necessidade de nos religarmos com quem somos em essência. A
música já teve mais regras e mais dogmas, e já sentimos mais medo, ao longo da
história, de ficarmos compondo, brincando, arriscando dentro dessa ciência, dessa
sensibilidade, dentro dessa necessidade de ser e de criar. Já tivemos intervalos
proibidos, informações e espaços segregados e até mesmo impedimentos morais na hora
de compor ou executar alguma peça. Os maiores feitos e as maiores obras dentro dessa
arte, foram também as mais ousadas e as que causaram maior estranheza num primeiro
momento, na maioria das vezes. A educação musical é um meio de libertar e dar
subsídio à vontade de questionar o som, a história, a estética, a sociedade e até mesmo a
educação musical.
REFERÊNCIAS:
ADOLFO, Antônio. Iniciação piano & teclado. Irmãos Vitale, 1994.
BARBATUQUES. Tum Pá. São Paulo: MCD WORLD MUSIC, 2012. 1 CD (48:15
min). Digital Stereo.