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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

RUTH BENEDITA LOPES FERNANDES DO AMARAL PASSOS

A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO SÓCIO-COGNITIVO


DA CRIANÇA

Cuiabá – MT
2017
2

RUTH BENEDITA LOPES FERNANDES DO AMARAL PASSOS

A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO SÓCIO-COGNITIVO


DA CRIANÇA

Dossiê apresentado à Universidade Federal de Mato


Grosso – UFMT – Instituto de Educação, curso de
Pedagogia, na disciplina “Dossiê I e II”, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Licenciada em Pedagogia, sob a orientação da Prof.ª
Drª Terezinha Fernandes.

Cuiabá – MT
2017
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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente à minha avó materna


que sempre disse o quanto se orgulhava de ver os netos
estudando tudo o que ela não pode estudar.
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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, aos meus pais, por terem me dado tanta força e não me
deixarem desistir nos momentos em que estava cansada.
Agradeço aos meus irmãos, Matheus, Leonardo e Vitória, e à minha cunhada
Samantha, por me darem aquele empurrãozinho nos momentos de descontração em casa.
Agradeço aos meus amigos de infância, Rafael e Ana, que vibraram comigo e me
deram força em todos os momentos comigo. Esse dossiê é deles também.
Agradeço aos meus colegas de curso, pela força que demos uns aos outros desde o
primeiro ano do curso.
Agradeço à Deijeane, que desde o primeiro ano do curso me auxiliou em todos os
momentos, dando sempre força para continuar essa jornada.
Agradeço à Sidnayra, Érica e Francielly, por todas as risadas, companhias e momentos
de estudo.
Agradeço à Lais, por me acompanhar nos congressos e por me auxiliar na escrita de
artigos publicados em coautoria, e por me dar força nessa última etapa do curso, que foi o
dossiê.
Agradeço aos professores do curso de Pedagogia, em especial, à professora Terezinha
Fernandes, que com muita dedicação e paciência me orientou para que esse dossiê pudesse ser
feito da maneira que eu gostaria que ele fosse.
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RESUMO

Este dossiê teve por objetivo fazer uma análise da minha trajetória de vida escolar e
acadêmica e uma reflexão sobre a influência que a música tem no aprendizado e no
desenvolvimento social e cognitivo da criança. Para isso realizei, além de uma reflexão acerca
de minha trajetória de formação, uma pesquisa bibliográfica em artigos online e livros para
aprofundamento sobre a temática da música na educação. Com isso pude discorrer acerca dos
aspectos sociais e cognitivos no qual a educação musical tem influência e apresentar
sugestões teórico-metodológicas para a utilização de música em sala de aula e suas
implicações na aprendizagem e no desenvolvimento da criança.

Palavras chave: Educação musical. Música na educação. Música no desenvolvimento da


criança.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1: Cantiga Escravo de Jó e Atividades de Interpretação.............................................34


Quadro 2: Jogo do Eco e Atividades de Improvisação.............................................................34
Quadro 3: Atividade de Composição ..................................................................................34-35
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SUMÁRIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................................7

CAPITULO I..........................................................................................................................9

DESCOBRINDO-ME EDUCADORA..................................................................................9

DOCE INFÂNCIA, DOCES BRINCADEIRAS.................................................................9

1.1 AS PRIMEIRAS ESCOLAS........................................................................................10

1.2 DE VOLTA À ESCOLA E AOS AMIGOS.................................................................13

1. 3 ALTOS E BAIXOS – A DESCOBERTA DO MUNDO ADULTO..........................14

1.4 DE PARAQUEDAS NA PEDAGOGIA......................................................................19

CAPITULO II.....................................................................................................................25

2.0 A MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS.....................................25

2.1 ADENTRANDO A MÚSICA......................................................................................25

2.2 HISTÓRIA DA MÚSICA............................................................................................26

2.3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NO BRASIL............................................27

2.4 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA......30

2.4.1 A Música Como Auxiliar No Desenvolvimento De Outras Disciplinas...................30

2.4.2 A Músicacomo Meio De Trabalhar Práticas Sociais, Valores E Tradições Culturais


Dos Alunos............................................................................................................................31

2.4.3 A Músicacomo Disciplina Autônoma.......................................................................33

2.5 PROPOSTAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DE ATIVIDADES PARA SALA DE


AULA...................................................................................................................................34

2.5.1 Proposta Teórico-Metodológica Para a Utilização da Interpretação.........................35

2.5.2 Proposta Teórico-Metodológica Para a Utilização da Improvisação........................35

2.5.3 Proposta Teórico-Metodológica Para a Utilização da Composição..........................35

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................37

REFERÊNCIAS.................................................................................................................38
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O dossiê é uma produção que tem como objetivo levar o graduando em Pedagogia a
fazer uma reflexão sobre os conhecimentos produzidos ao longo do processo de formação,
correlacionado com as experiências e vivenciadas no decorrer do curso, em particular, nos
projetos integradores de prática docente e no estágio supervisionado, visando ao final um
aprofundamento em determinada temática. Além disso, visa proporcionar o desenvolvimento
da capacidade critico-reflexiva e criativa do graduando e oferecer a experiência de iniciação à
pesquisa.
Durante o meu processo de formação docente, pude aprender através da orientação dos
professores e leitura de muitos autores da Pedagogia e de áreas afins. Nesse sentido, esse
dossiê foi importante para que, como estudante da licenciatura de Pedagogia, pudesse fazer a
reflexão desse processo de formação e junto a ele repensar a nossa prática docente realizada
no estágio supervisionado, além de possibilitar construir uma identidade com a área e refletir
sobre o perfil de educador que pretendo ser.
A partir da minha vivência, não só da graduação, mas de toda a minha trajetória
acadêmica, pude perceber o quanto alguns elementos facilitaram ou dificultaram o meu
processo de aprendizado e socialização com o grupo com o qual me relacionava. E aqui
destaco a importância da música nesse processo.
Utilizei as memórias da minha trajetória de formação escolar e acadêmica para
construir uma narrativa deste percurso e o método de pesquisa bibliográfica em artigos online
e livros para o aprofundamento da temática da música na educação com objetivo de discorrer
a respeito da influência da música no aprendizado e desenvolvimento sócio cognitivo da
criança, fazendo reflexões sobre a sua influência nesse processo.
Para isso divido o trabalho em duas partes. Na primeira inicio fazendo uma reflexão de
meu percurso escolar e acadêmico dando ênfase em como a música esteve presente em todas
as fases de minha vida. Na segunda parte do trabalho introduzo brevemente a história da
música geral, em seguida trago aspectos da história da música na Educação no Brasil. Depois
faço um aprofundamento e análise da influência da música no desenvolvimento sócio
cognitivo da criança, trazendo em seguida propostas teórico metodológicas que contribuem
para essa reflexão.
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10

CAPITULO I

CAPITULO II

2.0 A MÚSICA NA EDUCAÇÃO: ASPECTOS HISTÓRICOS

2.1 ADENTRANDO A MÚSICA

A música está presente em todas as culturas e, portanto, em diversos momentos de


nosso cotidiano, seja em rituais religiosos, seja em momentos cívicos. Outrossim com as
crianças. Através da música podemos expressar sentimentos e pensamentos como aponta o
Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil: “A música é a linguagem que se traduz
em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos,
por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio” (BRASIL,
1998, p. 45). Portanto a música é uma forma sonora que expressa e comunica sentimentos,
sendo de grande importância para o desenvolvimento da capacidade de expressão da criança
bem como da comunicação com os seus colegas.
Por conta de minha vivência pessoal e por acreditar que a música pode contribuir
positivamente para um melhor aprendizado, optei por desenvolver o aprofundamento teórico-
metodológico sobre a música no aprendizado e no desenvolvimento sócio cognitivo da
criança, identificando a sua influência nesse processo.
Tendo como objetivo geral discorrer sobre a influência da música no aprendizado e
desenvolvimento sócio cognitivo da criança e apresentar propostas teórico-metodológicas
para trabalhar com a música em sala de aula na educação infantil e no ensino fundamental. E
como objetivos específicos verificar o contexto histórico da música na educação; analisar a
importância da música no desenvolvimento da criança; e apresentar propostas teórico-
metodológicas da utilização da música em sala de aula.
Para tanto, apresento em um primeiro momento a história da música, seguida pela
história da música na educação, uma discussão a respeito da importância e influência da
música no aprendizado e desenvolvimento da criança e finalizando com propostas teórico-
metodológicas de utilização da música em sala de aula para turma de educação infantil e para
turma de ensino fundamental.
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2.2 HISTÓRIA DA MÚSICA

Música vem do grego mousiké, que quer dizer a “arte das musas” (LOUREIRO, 2003).
Como muitas coisas na mitologia grega, a música também era atribuída aos deuses. Mas a
música pode ter surgido ainda na pré-história acompanhando gestos rítmicos e repetitivos do
corpo onde expressavam seus ânimos e crenças religiosas. Naquela época os sons eram
produzidos pelo corpo e imitação de sons da natureza. Em setembro de 2008 foi encontrada,
em uma caverna de Hohle Fels, na região da Suábia (Alemanha), uma flauta com cinco
orifícios feita com osso de um pássaro, contabiliza-se que ela tenha sido produzida por volta
de 35.000 mil anos atrás (MARCOLINI, 2009). Isso nos mostra que além da imitação do som
da natureza e percussão corporal, já havia, naquela época, a produção de instrumentos
musicais.
Na idade média, com o forte poder da Igreja na sociedade, houve predomínio da
música em atos litúrgicos, ela era caracterizada pela estrutura monofônica, de uma só voz. As
músicas ficaram conhecidas como canto gregoriano, um grupo de vozes, geralmente
masculinas, na época, que cantavam os salmos da igreja. Na segunda metade da idade média
houve a implementação da escala musical e adentrando à época renascentista se iniciou a
polifonia (LOUREIRO, 2003). Dando destaque às sonatas, sinfonias e óperas. Temos
referências de músicos como Bach e Vivaldi nesse período.
A música no século XIX foi muito marcada pelo romantismo, caracterizado pela
individualidade e expressão das emoções (LOUREIRO, 2003). Assim, podemos dizer que
esse período tem como um instrumento mais representativo o piano, e temos como referência
desta época Ludwig Van Beethoven. Nesse mesmo período surge o nacionalismo na música,
composições que tentam representar a pátria.
No período contemporâneo da música, a partir do século XX, surgiram as gravações
musicais e, juntamente com isso e com o crescimento da popularidade dos meios de
comunicação, surgiram os mais diversos gêneros musicais. Outro destaque importante deste
período foram os instrumentos musicais tecnológicos, dentre eles a guitarra (LOUREIRO,
2003).
12

2.3 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MUSICAL NO BRASIL

O ensino de música no Brasil, segundo Fucci Amato (2006), foi regulamentado


a partir do decreto federal de 1854, que em seu Artigo 47, dizia que:

O ensino primário nas escolas publicas compreende: [...] A geometria


elementar, agrimensura, desenho linear, noções de musica e exercicios de
canto, gymnastica, e hum estudo mais desenvolvido do systema de pesos e
medidas, não só do municipio da Côrte, como das provincias do Imperio, e
das Nações com que o Brasil tem mais relações commerciaes (BRASIL,
1854, grifo nosso).

Portanto, o ensino de noções básicas de música e prática de canto no nível primário


das escolas pública era garantido por lei.
A partir daí, segundo Lemos Júnior (2010), três grandes autores influenciaram a
educação musical no Brasil: Veríssimo de Souza, Fernando de Azevedo e Heitor Villa-Lobos.
Veríssimo de Souza inspirava-se nas escolas musicais alemãs para a defesa do ensino
de música nas escolas primárias paranaenses, portanto ela tinha um caráter de higienização e
estímulo à cidadania:

Para manter-se um equilíbrio entre a atividade e a atenção que as crianças


têm de manter, os exercícios eram geralmente intercalados de marchas entre
bancos, de canto ou de ginástica, que constituem verdadeiros períodos de
recreio, em que as crianças descansam o espírito, predispondo-se para novos
exercícios (Souza, 2000, p. 58 apud LEMOS, 2010).

Fernando de Azevedo, grande defensor da escola nova, também teve papel importante
na implementação de um ensino de música nas escolas brasileiras:
O ensino das artes era apresentado como um poderoso meio de educação,
capaz de promover um dos valores essenciais para o homem da década de
1920: a sociabilização. Esta de fato era uma preocupação dos intelectuais da
escola nova que procuravam promover uma educação que preparasse o
indivíduo para o convívio harmônico na sociedade. Desta forma,
descartavam os ideais de uma educação tradicionalista que visava apenas a
instrução, ou seja, a simples transmissão de conhecimento (LEMOS, 2010).

Podemos afirmar então que na visão escolanovista de Fernando de Azevedo, a


educação musical tinha foco na sociabilização do sujeito, com foco em uma educação
popular. Ele foi responsável, também, pela introdução do Canto Orfeônico1.
Mas a implantação da educação musical nas escolas, em âmbito nacional, se deu com
a criação da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA) por Heitor Villa-
1
Canto Orfeônico: prática de canto coletiva, considerada amadora, por não exigir estudo musical.
13

Lobos, em 1933, cujo objetivo era orientar, planejar e desenvolver o estudo de música nas
escolas do Brasil (FUCCI AMATO, 2006). Em 1943, com o crescimento da popularidade do
Canto Orfeônico, Villa-Lobos abandona a superintendência para fundar O Conservatório
Nacional do Canto Orfeônico, que foi responsável pela formação de professores para atuar
nessa área.

No Decreto nº 51.215, aprovado em de 21 de Agosto de 1961, já se considerava a


importância do ensino de música:

CONSIDERANDO que esse tipo de educação constitui uma valiosa


contribuição para o desenvolvimento integral da pessoa humana, para a
educação do caráter e para o sentido de solidariedade; CONSIDERANDO
que, ao mesmo tempo que desenvolve à sensibilidade, a música fortalece,
nos educandos, hábitos de convivência social elevada, a disciplina, e,
especialmente, a concentração mental [...] (BRASIL, 1961).

Pode-se perceber que a música já é entendida como importante não só para o


desenvolvimento cognitivo da criança, mas também para o desenvolvimento social.
Mas é apenas em 1971, com a Lei de Diretrizes e Base (LDB) nº 5692, que o ensino
de música se torna disciplina obrigatória do currículo escolar do 1º e 2º graus 2. O Artigo 7º da
lei diz que: “Será obrigatória a inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física,
Educação Artística e Programas de Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de lº e
2º graus [...]” (BRASIL, 1917).
No Artigo 26, § 2º, da LDB 9394/96, “o ensino da arte, especialmente em suas
expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (BRASIL,
1996), é complementado pelo § 6º que diz que “a música deverá ser conteúdo obrigatório,
mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo” (BRASIL,
1996). Portanto aqui temos a obrigatoriedade não da educação artística, trabalhada de modo
geral, mas do ensino de música.
A LDB 9394/96, além da obrigatoriedade do ensino da música, trouxe algumas
mudanças importantes para a educação, dentre elas está a divisão dos níveis educacionais em
Educação Básica e Educação Superior. A educação básica dividida em: Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio. Além disso, previa três documentos para orientação dos
currículos: O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) para a
2
A nomenclatura 1º e 2º graus é referente ao que hoje denominamos educação básica nos segmentos
ensino fundamental e ensino médio.
14

educação infantil; os Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental; e os


Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Os quais, trazem os objetivos da música
dentro desses níveis educacionais.
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2.4 A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Ao pensar a música na educação há que se pensar a importância que essa tem no


desenvolvimento da criança. Já vimos que no Decreto nº 51.215/61 a música já era
considerada importante para o processo de aprendizagem e para o desenvolvimento social da
criança. E ela é! Mas o que vamos discutir aqui é de que forma ela influencia no aprendizado
e desenvolvimento da criança.
A música, segundo Med (1996) é composta de três elementos importantes: melodia,
harmonia e ritmo. Simplificando a ideia de Med, a melodia é o elemento principal do som
(aquilo que pode ser cantado), a harmonia é um conjunto de sons que formam a base para a
melodia (violão, bateira, etc) e o ritmo é a marcação do tempo da música.
Desde o útero materno estamos em contato com a música, ou elementos musicais. O
primeiro elemento musical com o qual temos contato é o ritmo, através dos batimentos
cardíacos da mãe. Brito (2003) nos diz que estamos em contato com a música desde a nossa
infância, e que o processo de musicalização 3 da criança ocorre de maneira natural, pois a
música está presente no nosso dia a dia, seja em canções de ninar, seja em parlendas e canções
de roda. Ela nos diz ainda que, a partir desse processo, a criança desenvolve aspectos afetivos
e cognitivos, além dos aspectos sociais e musicais.
Em um estudo realizado por Souza, Hentschke, Oliveira, Del Ben e Mateiro (1995)
com professores de três instituições de ensino do Brasil, eles classificaram em oito categorias
a justificativa da utilização da música no ambiente educacional. Ela pode ser utilizada: como
terapia; como auxiliar no desenvolvimento de outras disciplinas; como mecanismo de
controle; como prazer, desenvolvimento e lazer; como meio de transmissão de valores
estéticos; como meio de trabalhar práticas sociais e valores e tradições culturais dos alunos; e
como disciplina autônoma.
Pensando a música no meio educacional os aspectos que mais parecem relevantes a
serem discutidos aqui são os aspectos da música como auxiliar no desenvolvimento de outras
disciplinas, da música como meio de trabalhar práticas sociais, valores e tradições culturais
dos alunos e da música como disciplina autônoma.

2.4.1 A Música como auxiliar no desenvolvimento de outras disciplinas

3
Musicalização segundo Junior (2015) consiste em desenvolver a percepção musical e ampliação do
universo sonoro da criança.
16

Muito comumente presenciamos nas escolas a utilização da música como um “pré


texto”, ou seja, como auxiliar no desenvolvimento de outras disciplinas. E esse é um aspecto
bastante importante quando pensamos, por exemplo, nas inteligências múltiplas de Howard
Gardner.
Gardner (1994) classifica seis tipos de inteligências, ou como ele também chama,
competências humanas: a inteligência linguística; a inteligência pessoal que é subdividida em
interpessoal e intrapessoal; a inteligência lógico-matemática; a inteligência musical; a
inteligência espacial; e a inteligência corporal-cinestésica. Dando enfoque aqui na inteligência
musical ele diz que a criança com esse tipo de inteligência é capaz de manter tons e ritmos,
além do interesse em aprende a tocar instrumentos musicais.
Portanto, trabalhar com músicas que complementam determinados conteúdos, por
exemplo, propor atividades que envolvam paródias relacionadas ao conteúdo, ou levar
músicas para serem analisadas através de seu contexto histórico. Possibilitam a facilidade da
compreensão daquele conteúdo. Além de auxiliar na aquisição de vocabulário,
psicomotricidade e expressão.
Então quando pensamos a música como auxiliar no desenvolvimento de outras
disciplinas, ela é uma ferramenta bastante importante para o professor que precisa lidar com
os diversos tipos de inteligências dispostas em sua sala de aula. Além de auxiliar os alunos na
compreensão daquele determinado conteúdo.

2.4.2 A Música como meio de trabalhar práticas sociais, valores e tradições culturais
dos alunos

Quando pensamos a música como um meio de trabalhar práticas sociais e valores e


tradições culturais dos alunos, podemos ressaltar que a música está presente em nossa
sociedade há muito tempo e em quase todo momento. Portanto cabe à escola não ignorar essa
linguagem da qual tratamos aqui e possibilitar ao aluno um conhecimento de amplo repertório
para que aprenda a valorizar a diversidade cultural da música como diz nos Parâmetros
Curriculares Nacionais de Arte: “Conhecendo e apreciando músicas de seu meio sociocultural
e do conhecimento musical construído pela humanidade em diferentes períodos históricos e
espaços geográficos, o aluno pode aprender a valorizar essa diversidade sem preconceitos
estéticos, étnicos, culturais e de gênero” (BRASIL, 1998, p.79).
A música pode possibilitar a vivência de valores culturais, por exemplo, através das
cantigas de ninar que nossos pais cantaram para gente e que os pais dos nossos pais cantaram
17

para eles, e assim em diante. Além de grande valor cultural essa é uma forma de perpetuar os
valores culturais orais de nossa sociedade. Outra possibilidade, e essas são muito utilizadas
pelos professores, são as parlendas presentes de nossa cultura oral. Uma parlenda bastante
utilizada nas aulas de educação física, por exemplo, é a “Corre Cutia”, onde os alunos se
sentam em roda, e um com uma bola corre em volta dos outros alunos cantando:

Corre cutia, na casa da tia.


Corre cipó, na casa da vó.
Lencinho na mão caiu no chão.
Moça bonita do meu coração.
UM, Dois, Três!
(Cantiga Popular).

Ainda pensando nesse aspecto da vivência cultural através da música, principalmente


na educação infantil, as cantigas de roda, podem ser bastante exploradas no desenvolvimento
de aspectos sociais e culturais. Uma cantiga de roda bastante conhecida é a do “Pirulito de
bate bate”:
Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu
Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
A menina que eu gostava
Não gostava como eu.
(Cantiga Popular).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) valoriza os jogos


e brincadeiras musicais:
Brincar de roda, ciranda, pular corda, amarelinha, etc. são maneiras de
estabelecer contato consigo próprio e com o outro, de se sentir único e, ao
mesmo tempo, parte de um grupo, e de trabalhar com as estruturas e formas
musicais que se apresentam em cada canção e em cada brinquedo (BRASIL,
vol. 3, 1998, p.71).

Além dos aspectos culturais e folclóricos, essas brincadeiras possibilitam, segundo


Delalande: “a exploração das fontes e as pesquisas sonoras, a expressão da vida afetiva e [...]
a organização das ideias entre tais [...]” (Delalande, 2000, p. 51. apud BRITO, 2003, p. 40).
A música, nessa categoria, portanto além de propiciar o desenvolvimento de valores
culturais, favorece a percepção corporal (psicomotricidade) e a socialização em grupos.
18

2.4.3 A Música como disciplina autônoma

E, por fim, a música como disciplina autônoma, talvez a mais adequada para trazer
uma educação musical mais completa de forma a atender os valores culturais e sociais e
contribuir para o desempenho de outras disciplinas, seja através do desempenho da
psicomotricidade, seja da atenção e concentração que o processo de musicalização permite.
Um ponto bastante importante aqui é discutir a música como uma linguagem. Pois,
temos acesso a muitas informações nesse nosso multiverso de linguagens. Quanto à
linguagem cinematográfica Silva (2014) ressalta que “a partir do momento em que estamos
expostos a um mundo cheio de linguagens diversas, temos de nos preparar para entender
criticamente o que elas nos oferecem” (Silva 2014, apud PASSOS e HUNGRIA, 2016, p. 4).
Mas é bastante importante que possamos compreender esse mesmo ponto em relação à
música.
Ainda sobre essa discussão da música como linguagem, Carvalho (1999) diz da
importância de conhecermos os processos evolutivos e físicos da música, ressaltando que a
música gravada é mecanizada e diverge da música ouvida presencialmente, pois, nos
processos de gravação e edição, se equaliza a música para que a sua recepção sonora seja
adequada a determinado fim, ou seja, se equaliza a música de forma que ela possa causar
determinadas sensações pré-definidas.
E é por isso, pela música estar tão presente no nosso dia a dia, que se faz necessário
conhecer todos os processos pelo qual ela passa até chegar no CD, no celular, na televisão,
etc., para que possamos entender, criticamente, o que ela objetiva em seu final.
Uma imersão na educação musical pode possibilitar ouvintes mais críticos, e uma
vivência musical garante, segundo Brito (2003), três possibilidades de ação por parte da
criança: a interpretação, a improvisação e a composição. E isso é ressaltado também no
Parâmetro Curricular Nacional, o qual destaca que “a escola deve também garantir-lhe uma
educação musical em que seu imaginário e expressão musical se manifestem nos processos de
improvisar, compor e interpretar, oferecendo uma dimensão estética e artística, articulada com
apreciações musicais” (BRASIL, 1998, p. 80).
Segundo Brito (2003) a interpretação está ligada à imitação ou reprodução de uma
música, ou até mesmo de danças, brincadeiras e cantigas de rodas, possibilitando o
desenvolvimento da psicomotricidade e da atenção. A improvisação é a criação instantânea de
determinados sons ou ideias a serem expostas, portanto desenvolvendo raciocínio lógico e
19

criatividade. E a composição é a criação musical permanente, registrada, que possibilita a


criatividades bem como o desenvolvimento da linguagem musical, seja ela escrita ou apenas
sentida e cantada, sendo registrada pelo professor ou de forma “informal” pelos alunos.
A linguagem musical nas escolas deve trabalhar alguns tipos de atividades que tratam
dessas três possibilidades de ação pelos alunos, pois é ela que vai contribuir para a formação
integral do aluno. Brito (2003, p. 58) cita o “trabalho vocal, interpretação e criação de
canções; brinquedos cantados e rítmicos; jogos que reúnem som, movimento e dança; jogos
de improvisação [...]”, como atividades que devem ser trabalhadas no dia a dia das escolas de
educação infantil.
No próximo item deste trabalho trato mais pormenorizadamente dessas atividades.

2.5 PROPOSTAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS DE ATIVIDADES PARA SALA DE


AULA

Como citado anteriormente, Brito (2003) propõe atividades a serem tratadas no dia a
dia das instituições de educação infantil. São elas:

Trabalho vocal; interpretação e criação de canções; brinquedos cantados e


rítmicos; jogos que reúnem som, movimento e dança; jogos de
improvisação; sonorização de histórias; elaboração e execução de arranjos
(vocais e instrumentais); invenções musicais (vocais e instrumentais);
construção de instrumentos e objetos sonoros; registro e notação; escuta
sonora e musical: escuta atenta, apreciação musical; reflexões sobre a
produção e a escuta (BRITO, 2003, p. 58).

Essas atividades visam desenvolver principalmente a musicalização da criança, mas


como vimos anteriormente, junto a ela desenvolvemos aspectos sociais e cognitivos. Neste
sentido apresento a seguir propostas teórico-metodológicas de utilização da música na sala de
aula, baseando-se em minhas vivências durante a graduação em Pedagogia da UFMT e com
foco nas três ações que Brito (2003) propõe: a interpretação, a improvisação e a composição.
Lembrando-se da importância que esta tem no desenvolvimento da criança.
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2.5.1 Proposta teórico-metodológica para utilização da interpretação

Quadro 1: Cantiga Escravo de Jó e Atividades de Interpretação


Atividade: Escravos de Jó
Materiais necessários: Barbante (para primeira versão), caixa de fósforo ou latinha
(para segunda versão)
Objetivo: Essa brincadeira tem por objetivo trabalhar a percepção de ritmo, a atenção,
a psicomotricidade, além de proporcionar a valorização cultural.
Metodologia:
- Primeira versão: Dividir a turma em grupos de seis alunos. Quatro alunos seguram a
barbante, enquanto dois vão pulando nos quadrados conforme a música.
- Segunda versão: Os alunos, em roda, vão cantando a música, passando a caixa de
fósforos ou a lata, seguindo as instruções da canção.

2.5.2 Proposta teórico-metodológica para utilização da improvisação

Quadro 2: Jogo do Eco e Atividades de Improvisação


Atividade: Jogo do eco (CD “Tum Pá” – Barbatuques. “Que som” – faixa 10)
Materiais necessários: Apenas o próprio corpo
Objetivo: Trabalhar a percepção corporal, a percepção de ritmo, a atenção e
possibilitar o desenvolvimento da criatividade e expressão através do corpo.
Metodologia: Em roda com as crianças explicar a brincadeira. Cada um vai fazer um
som com o corpo e todos vão imitar. Cantando a seguinte canção:
Que som (nome da criança) agora vai fazer.
Faça um som do corpo pra que eu possa aprender.
(Som de palmas, ou qualquer outra que a criança queira inventar).
(E em seguida todos repetem).

2.5.3 Proposta teórico-metodológica para utilização da composição

Quadro 3: Atividade de Composição


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Atividade: Composição
Materiais necessários: papel e lápis.
Objetivo: Trabalhar a criatividade e o registro da música informalmente.
Metodologia: Propor que as crianças façam rimas musicadas com o próprio nome.
Propor em seguida que registrem a música feita, seja em forma escrita, seja em forma de
desenho. Por exemplo: “A Ruth gosta muito de bala de tuti-fruti”. Permitir que elas alterem
as rimas conforme a necessidade delas.

A atividade proposta no Quadro 1 desenvolve, no aspecto cognitivo da criança, a


percepção de ritmo através da passagem do pulo entre os barbantes e da passagem da caixa de
fósforo que é feita em paralelo ao ritmo da música cantada e, com isso, desenvolve também a
atenção e a psicomotricidade, aspectos que influenciam o desenvolvimento da criança em
outras disciplinas além da música. E no aspecto social ela promove a convivência em grupo e
proporciona a valorização cultural.
A atividade proposta no quadro 2 desenvolve, no aspecto cognitivo da criança, a
percepção de ritmo através de palma paralela ao canto da música, a atenção, a criatividade, a
percepção corporal e a psicomotricidade. Em seu aspecto social, desenvolve a convivência e o
trabalho em grupo.
A atividade proposta no Quadro 3, sobre a composição, visa desenvolver no aspecto
cognitivo da criança, a criatividade e a escrita, seja ela formal ou informal, musical ou não. E
em seu aspecto social está pautada na brincadeira musical.
Portanto, podemos observar que estas atividades de educação musical desenvolvem
aspectos não só musicais, mas outros aspectos que possibilitam o desenvolvimento da criança
como um todo, seja no auxílio de outras disciplinas, seja no convívio social, daí a sua
importância na educação.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve, portanto, em seu objetivo geral discorrer sobre a influência da
música no aprendizado e desenvolvimento sócio cognitivo da criança na Educação Infantil e
no Ensino Fundamental buscando, em seus objetivos específicos, verificar o contexto
histórico da música na educação; analisar a importância da música na aprendizagem e no
desenvolvimento da criança; e apresentar propostas teórico-metodológicas da utilização da
música em sala de aula.
Refletir sobre a minha trajetória acadêmica até a chagada na universidade e refletir
também acerca da minha trajetória de vivências e de interesses na graduação me fez
questionar sobre a importância que a música teve no meu desenvolvimento, tanto social, como
cognitivo. Daí a escolha do tema de aprofundamento a segunda parte desse dossiê.
Analisar e discorrer a respeito da influência da música no aprendizado e
desenvolvimento sócio cognitivo da criança, refletidos em minha trajetória de vida acadêmica,
foi de extrema importância para o meu desenvolvimento na formação docente para
compreender, também, de que forma eu posso auxiliar meus futuros alunos em seus
desenvolvimentos.
No decorrer do trabalho foi ressaltada a importância do estudo da música para uma
leitura crítica daquilo que se ouve, pois, em um mundo onde estamos recebendo diversas
informações, se faz necessário ter o conhecimento dessas linguagens para que possamos
compreendê-las com criticidade.
Além disso, no decorrer da pesquisa apresento a justificativa da utilização da música
em sala de aula em três eixos, dos oito definidos por Souza, Hentschke, Oliveira, Del Ben e
Mateiro (2002). São eles: a música como auxiliar no desenvolvimento de outras disciplinas; a
música no desenvolvimento social e cultural; e a música como disciplina autônoma. Trazendo
dessa forma a importância da música não só como disciplina autônoma, mas também como
auxiliar no desenvolvimento da criança nos seus aspectos sociais e cognitivos.
As propostas-teórico-metodológicas apresentadas trazem três elementos fundamentais
de se desenvolver na música com a criança que são ressaltados no PCN (1998) e reforçados
por Brito (2003): a interpretação, a improvisação e a composição. Desenvolvendo além da
musicalização, aspectos sociais, cognitivos, psicomotores e culturais.
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A partir da reflexão de minha graduação e desse aprofundamento feito na segunda


parte desse dossiê, abri perspectivas de continuidade da pesquisa bem como de colocar em
prática aquilo que aqui foi apresentado.
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