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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


EDUCAÇÃO FÍSICA

IGOR CERQUEIRA GAMA

PROJETO DE ENSINO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Manaus
2023
IGOR CERQUEIRA GAMA

PROJETO DE ENSINO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Projeto de Ensino apresentado à universidade


anhanguera, como requisito parcial à conclusão do
Curso de Educação Física.

Docente supervisor: Prof. Ms. Bruno José Frederico


Pimenta

Manaus
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3
1 TEMA.................................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................6
3 PARTICIPANTES..............................................................................................................8
4 OBJETIVOS.......................................................................................................................9
5 PROBLEMATIZAÇÃO...................................................................................................10
6 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................11
7 METODOLOGIA.............................................................................................................16
8 CRONOGRAMA..............................................................................................................18
9 RECURSOS......................................................................................................................19
10 AVALIAÇÃO...................................................................................................................20
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................21
REFERÊNCIAS........................................................................................................................22
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INTRODUÇÃO

Este presente trabalho tem o objetivo de permear a parte pedagógica envolvida no


curso de Licenciatura em Educação Física, tendo como norte a matéria Jogos, Brinquedos e
Brincadeiras do qual se tem a música como um de seus pilares usados para o trabalho no
âmbito escolar. Este trabalho pretende explorar como a música trabalha dentro da educação
física, em um âmbito mais pedagógico, no contexto escolar. Então trago o tema Jogos,
Brinquedos e Brincadeiras: A educação física explorando a música no contexto escolar. Com
isso, trago também, a importância do trabalho da musica como ferramenta interdisciplinar,
o trabalho de seus elementos como ritmo, melodia e canto. E seus significativos resultados
dentro da educação infantil.
Pretendo trazer com este trabalho, uma conscientização ao corpo docente da
inserção da música em suas aulas como ferramenta pedagógica interdisciplinar.
Trago também autores que mostram benefícios do trabalho com a musica no âmbito
escolar através de referencias à autores da área, leis que versam sobre educação musical no
âmbito escolar e uma grande referência da educação, citado dentro do curso de Licenciatura
em Educação Física, Lev Vygotsky.
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1 TEMA

Inicialmente, a visão de música abordada nesse trabalho não gira em torno do


dom musical ou talento, mas sim da musicalidade inerente ao nosso corpo. Bater
palmas, andar, pular, grito, batidas do coração, a fala, o assobio, tudo isso envolve a
nossa musicalidade corporal que podemos trabalhar no âmbito escolar em aulas de
Educação Física, ou em qualquer aula.
Após a visão do conceito de música que giraremos ao em torno, veremos o que é
o conceito de musicalização, visando esclarecimentos iniciais do tema proposto. A
musicalização é a materialização das primeiras vivencias musicais, é a forma encontrada,
para deixar uma arte tão complicada como a musica, mais simples. A musicalização é
um elemento extremamente eficaz e importante no trabalho de sons, ritmos, melodias
e movimentos corporais básicos, como agachar, sentar, levantar, parar e correr, no
ambiente escolar. Musicalização é a inserção e trabalho da linguagem musical; é
despertar no aluno, de forma natural e orgânica, um olhar diferente ao mundo em que
vivemos.

“Uma das tarefas primordiais da escola é assegurar a igualdade de


chances, para que toda criança possa ter acesso a música e possa
educar-se musicalmente, qualquer que seja o ambiente sócio cultural que
provenha” (MÁRSICO, 1982: 148).

A música está intrinsicamente ligada a educação. É no contexto escolar que a


música demonstra suas vertentes. Temos nos anos iniciais, a música como fator de
concentração, organização, socialização (companheirismo e convivência), aquisição de
bons hábitos e comunicação.
Observando uma turma de uma escola de educação infantil na minha
comunidade, pude observar que a ferramenta usada pelas professoras para o translado
das crianças para o auditório eram as canções infantis. essa ferramenta pedagógica faz
com que as crianças se concentrem no caminho a seguir, tendo a música como
“distração” para mantê-las organizadas e concentradas.
Continuando a observação, após uma brincadeira com brinquedos na sala de
aula, a professora, vendo que a hora daquela atividade havia acabado, começou a
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entoar uma música: “Cata aqui, Cata lá, vamos arrumar. Pois a sala, pois a sala é o nosso
lar (...)”, e no mesmo momento as crianças começaram a recolher os brinquedos e
guarda-los, dando a eles mais valores como bons hábitos e organização como resultado
de uma simples canção. Isso mostra o poder de alcance dessa ferramenta pedagógica.
O aspecto da socialização pode ser observado como o resultado das canções que
tratam o aspecto afetivo como tema principal. A musica tem o poder de ser uma via
facilitadora para tratar esse temas, como companheirismo, amizade, boa convivência,
mostrando na pratica com letras e coreografias as atitudes corretas para os alunos, em
um primeiro momento, imitarem para após sua maturação entenderem as atitudes.
Observo ainda o aspecto psicomotor ligado ao aspecto cognitivo que a música
doa a educação. Um simples ato de bater palmas ao mesmo tempo com uma música ao
fundo com uma criança de 0 a 6 anos, já trabalha a coordenação motora fina, sendo
esse tipo de coordenação motora de extrema importância para crianças dessa idade.
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2 JUSTIFICATIVA

O estudo da musicalização escolar neste trabalho, se designa a observar e


trazer pontos importantes do tema proposto no âmbito escolar, tendo em vista o
pouco foco que é dado a conversa sobre a importância da música em toda a
comunidade escolar.
A discussão sobre musica dentro do ambiente escolar perpassa por fatos e
situações com pouco ou nenhum valor pedagógico, podendo haver uma perda
de oportunidade de valorização do momento de aprendizagem.
Este estudo tem como um dos objetivos a conscientização para o corpo
docente da importância do trabalho da música como ferramenta interdisciplinar.
A música no contexto da educação infantil vem, ao longo de sua
história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais
alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem sido em
muitos casos, suporte para atender a vários propósitos,
como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos:
lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar
o farol etc.; a realização de comemorações relativas ao
calendário de eventos do ano letivo simbolizados no dia da
árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização de
conteúdos relativos a números, letras do alfabeto, cores
etc., traduzidos em canções. Essas canções costumam ser
acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas
crianças de forma mecânica e estereotipada (BRASIL, 1998,
p. 47).
Dessa forma podemos observar que as oportunidades de se trabalhar
a musica com mais afinco são inúmeras, e vem do professor a vontade para
trabalhar esses temas interdisciplinares de maneira a observar os aspectos
musicais como melodia, ritmo, letra, história, como efetiva ferramenta
pedagógica.
Destaco ainda, como justificativa desse presente estudo, a
apresentação de instrumentos musicais de fácil aprendizagem as crianças e
adolescentes em idade escolar. Instrumentos de percussão como surdo, agogô,
claves de madeira, bongô, e instrumentos melódicos como flauta doce,
excelente instrumento para iniciação no mundo melódico da música. Todos
esses instrumentos são usados em projetos de musicalização e sua efetividade
comprovada por esses projetos, onde tive o prazer de acompanhar sua atividade
por um período.
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Neste trabalho, vou apresentar alguns benefícios da musicalização.


Como comentado por Brescia:

Para Brescia (2003, p.81), ‘‘o aprendizado da música, além de favorecer o


desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o
desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar para integrar socialmente
o indivíduo’’.
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3 PARTICIPANTES
Será levado em consideração neste trabalho os estágios da primeira,
segunda e terceira infância segundo PIAGET: primeira infância: de zero a três anos;
segunda infância: dos três aos 06 anos; terceira infância: dos 06 aos 12 anos,
visando uma melhor organização segmentar deste trabalho.
Englobo esses estágio pois foram objetos de observação deste trabalho, tanto
em estágio, entrevista e projetos de musicalização ministrados por mim.
Na entrevista, foram analisadas crianças com idade de zero a seis anos,
educação infantil. A segunda e terceira infância foram observadas no projeto de
musicalização em que fui um dos professores. No estágio, pude aplicar alguns
elementos da musicalização, trabalhando aspectos mais orgânicos como ritmo num
primeiro momento, após isso, no ensino de teoria musical e flauta doce.
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4 OBJETIVOS
Pretende-se nesse trabalho, observar e trazer pontos importantes
propostos no tema Importância da musicalização escolar no desenvolvimento
infantil. E versar sobre a importância do estudo e aplicação de elementos da
musicalização no âmbito escolar.
Viso também, durante o transcorrer do trabalho, trazer exemplos práticos
da aplicação da musicalização ou de elementos separados desse tema como
ritmo, canto e música como ferramenta pedagógica.
E também, tem como um dos objetivos a conscientização para o corpo
docente da importância do trabalho da música como ferramenta interdisciplinar.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

A educação musical além de auxiliar no


desenvolvimento de diversas habilidades, poderá auxiliar na
aprendizagem dos alunos, lembrando sempre que qualquer
atividade deve ser pré-planejada. Trabalhar com música não
é simplesmente ligar o som e dizer que a escola oferece a
disciplina de arte musical, é preciso ter consciência dos
objetivos que se deseja alcançar através da música
(COPETTI; ZANETTI E CAMARGO, 2011, p. 02).
Esta primeira referencia acima mostra uma das questões a serem
discutidas neste trabalho, que é a falta de consciência da potencialidade que o
trabalho conjunto com a música traz ao âmbito escolar. As atividades conjuntas
que o âmbito escolar adota no seu dia a dia se torna pobre ao limitar a
participação de uma arte como a musica à ligar uma caixa de som e trazer uma
musica para preencher o silencio ou uma dança sem contexto.
A consciência dos objetivos que a referencia cita, é trabalhar
propositalmente, os aspectos que a musica tem. É incorporar ao plano de aula um
trabalho de coordenação motora simples envolvendo ritmos brasileiros, como
samba, maracatu. Dessa forma, alcançaremos não somente o objetivo principal da
aula, mas objetivos secundários como o conhecimento da própria cultura do aluno.
O principal contexto de problematização deste trabalho é o uso da
musica dentro da aula de educação física da qual busco me formar. Portanto, além
de serem matérias que se completam, a música e Educação Física, não consegui
observar a utilização da musica como parte importante da aula e do planejamento de
educação física. Pude observar no estágio obrigatório que planejamento do meu
professor titular para turmas do 6˚ ao 9˚ ano do ensino fundamental, tinha somente,
a dança como elemento ponte entre a musica e educação física. Mesmo sendo um
elemento interdisciplinar riquíssimo, se não trabalhado com esmero por parte do
docente, acabará caindo na primeira problemática que é a da caixa de som em um
espaço tocando musica regional sem nenhum trabalho especifico direcionado a
aspectos musicais.
Portanto, encontrei dentro do âmbito escolar um problema a ser
estudado e discutido para este trabalho, que com a devida preparação do docente
pode trazer benefícios impares no processo de ensino-aprendizagem.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

A lei nº11.769/2008 versa sobre a obrigatoriedade do ensino musical nas


escolas de educação básica.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei: Art. 1o O art. 26 da Lei n o 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do
seguinte: § 6o A música deverá ser conteúdo
obrigatório, mas não exclusivo, do componente
curricular de que trata o § 2o deste artigo.” (NR) Art.
2o (VETADO). Art. 3o Os sistemas de ensino terão 3
(três) anos letivos para se adaptarem às exigências
estabelecidas nos arts. 1o e 2o desta Lei. Art. 4o Esta
Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 18 de agosto de 2008;
A partir dessa primeira referencia, quero mostrar neste trabalho a importância
do ensino de música nas escolas de educação básica. Porem, em contra ponto,
chamo a atenção a preocupação tardia do governo ao ensino da musica nas
escolas e a sua importância no contexto educacional. Sem duvidas, antes dessa
lei, a musica era ensinada de forma secundária sem obrigatoriedade por parte dos
professores. E após essa lei, se abre mais uma porta educacional, que é o ensino
da musica como matéria separada das demais.

A lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 é a lei de Diretrizes e bases da


educação nacional. Cabe observar que ela foi alterada com a inserção da lei
n˚11.769 da obrigatoriedade do ensino musical nas escolas de educação básica.
Antes da lei n˚11.769 o docente não era obrigado a trabalhar a música
como assunto obrigatório em suas aulas pois não havia nenhuma obrigação
legal para tal ato. Após a validação da lei, observa-se que começou a haver uma
preocupação e olhar diferente para a musica dentro da educação escolar.
Destaco que a partir desse ponto, o iniciar da lei, começa a surgir,
implicitamente, a necessidade de uma abordagem diferente nas aulas,
englobando a música como mais uma ferramenta pedagógica dentro do âmbito
escolar, insto tendo em vista a direção em que o governo nos faz olhar ao
colocar em vigor uma lei de obrigatoriedade do ensino de musica nas escolas.
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Cito também John Paynter (1931-2010), compositor e educador musical


britânico, atuou como professor na Universidade de York, como professor em
escolas e como diretor do projeto Music in the Secondary School Curriculum
entre 1973 e 1982. A maior parte de seus livros foi escrita entre as décadas de
70 e 90. A fim de encontrar os princípios para a Educação Musical defendidos
por Paynter, um livro foi selecionado para ser citado no presente trabalho:
"Sound and Silence" (1970).

Este livro de 1970 Sound and Silence, escrito em coautoria com Peter
Aston, que apesar de um livro de teoria musical, fala em seu inicio sobre o
ensino da musica contexto educacional. Este livro foi a primeira publicação de
John Paynter. Na introdução (p. 2-8), intitulada “Music in a liberal education”, os
autores propõem duas questões que revelam sua busca: Por que ensinamos
música? E como adequamos o ensino de música ao padrão de educação atual?.
Apesar de o termo ’atual’ referir-se à Inglaterra da década de 60, pode-se buscar
extrair os princípios propostos por estes autores para adaptá-los ao presente.

John paynter Defende a música como um meio essencial para o


desenvolvimento humano e fornece um modelo para a educação musical
baseado em experiências musicais autênticas.

Encontrei em John paynter ideias que reforçam o objetivo desse trabalho


e perguntas que são atemporais sobre o verdadeiro papel do ensino da musica
no âmbito escolar.
“Mas enquanto tudo isto tem acontecido, os conceitos de educação têm
mudado e nem sempre é fácil perceber onde a música se enquadra ou
qual deveria ser o seu papel. Pode ajudar-nos a encontrar respostas a
estas questões se começarmos por olhar para as diferenças
essenciais entre as formas de educação geral e especializada. Com
exceção daqueles de nós que se preocupam apenas com certas
habilidades claramente definidas, como as técnicas de tocar
instrumentos musicais, o trabalho da maioria dos professores nas
escolas é essencialmente uma contribuição para a educação geral das
crianças. Mesmo que um professor trabalhe numa escola como
“especialista em música” ou “especialista em ciências”, não deve
permitir que isso o faça esquecer o seu primeiro dever: a educação da
pessoa como um todo. Ele dá uma contribuição para esta educação
total através da sua própria disciplina”. (PAYNTER; ASTON, 1960, p.
02)

Visando a resposta para a questão da citação, John e peter buscam na


base da educação e na distinção do ensino geral e especializado a resposta
para o enquadramento e qual deveria ser o papel da musica dentro do conceito
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da educação. A conclusão é que o papel do professor se sobrepõe a discussão,


pois o que realmente é importante nesse contexto é a “contribuição para a
educação geral das crianças”.
O papel do docente no ensino musical não deve ser, no primeiro
momento, focado nas especificidades da musicalização, mas sim, no papel
educacional numa visão macro. E ainda completa “a educação da pessoa como
um todo”. Ou seja, o planejamento das aulas de qualquer disciplina envolvendo
musica, deve perpassar por um planejamento sob a ótica da educação da
pessoa com um todo em primeiro lugar, e após isso, aspectos secundários para
a complementação do aluno como um todo.
“Além disso, ele não deve orientar o seu trabalho apenas para as
capacidades dos poucos dotados, mas deve encontrar formas de
utilizar o seu conhecimento especializado para servir a educação de
todos os alunos das suas turmas”. (PAYNTER; ASTON, 1960, p. 02)

Eles ainda reforçam a mesma ideia, porem utilizam-se de uma frase que
faz toda a diferença em um planejamento docente,” utilizar o seu conhecimento
especializado para SERVIR a educação de todos os alunos da suas turmas”. O
ato do conhecimento especializado, no caso a musica, servir a educação torna
claro a visão de PAYNTER e ASTON sobre a ordem de prioridades no que
tange a educação.

“Contudo, é como arte criativa que a música começa a desempenhar um


papel cada vez mais importante na educação. Como todas as artes, a
música surge de uma resposta profunda à própria vida. É linguagem
e, como veículo de expressão, está disponível até certo ponto para
todos”. (PAYNTER; ASTON, 1960, p. 03)

A partir desse ponto, os autores citam a musica como “ arte criativa”, e é


assim que trabalham a musica no âmbito educacional em todo livro. Neste
sentido, de arte criativa, podemos dar a musica uma outra direção de aplicação
vista nesse trabalho, dando ao docente mais uma vertente que a musica oferece
ao ser trabalhada no âmbito educacional como arte e não como simplesmente
uma matéria a ser desmembrada visando a aplicação de aspectos separados.
Portanto, trabalhando a musica como arte, temos uma nova ótica de aplicação,
uma aplicação em um contexto mais amplo da música.

Na maioria das vezes, a música escolar tem-se concentrado nas


competências de execução. Mesmo a chamada “música criativa” é, na
verdade, apenas uma extensão da performance dirigida em conjunto.
É claro que essas habilidades são importantes. A performance é uma
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atividade musical essencial; mas não é toda a música. Já faz algum


tempo que Marion Richardson e Herbert Read mostraram como a arte
na educação deveria começar com o que o indivíduo tem a dizer. Eles
viam a educação acontecer através da arte, sem de forma alguma
destruir os valores da educação artística especializada. (PAYNTER;
ASTON, 1960, p. 05)

Paynter e aston mostram que mesmo na década de 1960 já existia a


discussão sobre a musica como disciplina em si versus a musica como disciplina
escolar colaborativa. É uma discussão atemporal, que não irá se encerrar ao
término desse estudo, mas sempre será de grande importância a sua
abordagem, tanto na camada mais simples como a sala de aula, como nos
ambientes acadêmicos.
Este tipo de citação é de grande importância a este estudo, pois dá
referencia e guia a base da discussão sobre qual deve ser a abordagem no
estudo da musica em ambiente escolar.
Ainda na citação, os autores citam dois artistas que tiveram seu destaque
no âmbito educacional. Marion Richardson foi uma mulher britânica que se
formou em artes e se destacou por desenvolver métodos didáticos que foram
aplicados pela mesma e obtiveram sucesso, e Herbert Read foi um poeta autor
de livros como A educação pela arte, que versa sobre a arte ser base de toda a
educação natural. Isso mostra o porquê de Paynter e Aston citar que Marion e
Herbert “ mostraram como a arte na educação deveria começar com o que o
individuo tem a dizer”. A partir dessas aspas, já se pode observar como era a
visão de grandes estudiosos da área sobre a forma pedagógica que lidavam
com o ensino da arte.
Dessa forma, paynter e aston concluem que o ensino da musica
“especializada” ou seja, focada na execução, performance, não destrói ou
diminui a educação musical escolar, a forma de ensino da musica mais
secundária, como ferramenta interdisciplinar.
Paynter e aston traçam paralelos entre a musica especializada e a de
âmbito educacional. Mostram que as duas têm seu valor educacional, e exaltam
o valor do ensino de musica dentro da escola e mostram que a grande diferença
é a forma de se abordar a musica neste ambiente.
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Cada capacidade pode ser desenvolvida independentemente, mediante um


exercício adequado. A tarefa do docente consiste em desenvolver não
uma única capacidade de pensar, mas muitas capacidades
particulares de pensar em campos diferentes; não em reforçar a nossa
capacidade geral de prestar atenção, mas em desenvolver diferentes
faculdades de concentrar a atenção sobre diferentes matérias.
(VYGOTSKY, LURIA, LEONTIEV, 1994, p. 108)

A zona de desenvolvimento proximal da teoria de Vygostsky atua para


este trabalho como um dos nortes de que a relação do corpo docente, ensino e
aluno é a chave para o sucesso do ensino musical dentro do âmbito escolar. A
musica pode atuar como ferramenta de aprendizado que promove o
desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos. A zona de desenvolvimento
proximal mostra a importância do docente nesse processo de ensino-
aprendizagem, mostrando que o espaço psicológico entre o que o aluno pode
realizar sozinho e o que pode realizar com a ajuda de uma pessoa mais
experiente, o professor.
Dessa forma, friso que o papel do planejamento docente, se torna mais
importante ao passo que o professor toma um papel de grande envergadura
dentro do processo, podendo influenciar permanentemente no futuro do aluno
tornando-o amante da musica e dos instrumentos musicais. Como resultado
disso, temos a possibilidade de dar acesso ao aluno a linguagem musical e seus
diversos aspectos separados e fazê-los aperfeiçoar através do tempo.
Portanto concluo as referências deste trabalho mostrando a importância
de cada uma para a formulação de uma linha de raciocínio, buscando com isso
uma ideia coesa. Com referências em leis e em teóricos especialistas em
educação, música e artes, a busca pela base para o transcorrer de uma ideia foi
construída.
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7 METODOLOGIA

Nos dias atuais, não é comum encontrarmos professores empenhados a


área da inserção da musica como atividade interdisciplinar, ou que tenha um
cuidado especial ao trabalhar a musica, o mínimo que seja, em suas aulas,
porém através de uma entrevista, primeiro método usado para a confecção
deste trabalho, tive a oportunidade de conversar uma professora de educação
infantil que agregou a este trabalho uma visão sobre a importância da musica
dentro da educação infantil.
A educação infantil, no âmbito escolar, tem como característica a
abordagem lúdica de diversos temas da sociedade, e a musica é a principal
ferramenta usada para essa abordagem. Segundo a professora “A musica na
educação infantil é primordial. Tudo que você trabalha na escola, tem uma
musiquinha. A musica disciplina a criança, condiciona, indica momentos, como a
musica de começar a história, musica de terminar a história, do dia da semana,
musica do clima do dia (...)”. Em outro momento também fala, “ Usamos a
musica para exercitar a área cognitiva delas, como a musica do sol, que exercita
a lateralidade. Usamos essa musica diariamente”. “ trabalhamos com a
confecção de tambores feitos com lata de massa corrida, e algo pra bater, e eles
adoram”.
Com isso, através do recurso da entrevista, pude constatar a efetividade
da musica dentro do âmbito da educação infantil, e a importância que recai
sobre ela quando é necessário abordar conteúdos cognitivos, comportamentais
e lúdicos. A entrevista mostra também o uso de elementos musicais e sua
importância no aspecto geral do desenvolvimento do aluno.
Outra estratégia usada para a confecção deste trabalho, foi a pesquisa de
campo. Pude utilizar um projeto de musicalização, com alunos na faixa de 7 a 15
anos , como objeto de pesquisa de campo. Pude ministrar algumas aulas e
observar a aula de outros professores e observar as diferentes metodologias
aplicadas à alunos com idade escolar. Como essa experiência, pude agregar ao
tema do relatório uma base empírica onde pude observar aspectos e bons e
ruins a se trabalhar com cada faixa etária.
A pesquisa sobre autores da área da educação musical ou artística foi
outra estratégia usada buscando fundamentação do estudo. Foram encontrados
17

alguns autores e diversos trabalhos acadêmicos sobre o tema e seus


desdobramentos, porem, pude encontrar no livro de Paynter e Aston a
combinação que estava planejando para este trabalho, de referencias teóricas
com formação em musica e pedagogia. E buscar obras que remetessem ao
trabalho em campo da aplicação da musica como atividade interdisciplinar e
também visando o trabalho da musicalização como disciplina.
E por fim, trazer referências de grandes pensadores renomados sobre o
tema ou sobre teorias que reafirmassem a importância do trabalho com a musica
dentro do âmbito escolar e com crianças em idade escolar. Pude trazer isso com
Lev Vygotsky, uma das minhas grandes referências dentro da educação.
Através de teoria de zona de desenvolvimento proximal, pude embasar meus
pensamentos sobre o tema, e findando no papel essencial do professor neste
processo de ensino-aprendizagem.
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8 CRONOGRAMA

ETAPAS DO PERÍOD OBSERVAÇÃO


PROJETO O
Planejamento 4 1- escolha do tema e delimitação de
semanas área de estudo.
2- conhecimento sobre a parte legal
do tema: leis, regimentos, etc.
Estudo de autores da área.
3- estudo de campo, observação e
entrevista.
4- concatenação de ideais, artigos,
e ultimas orientações.
Execução 4 1- conhecimento do relatório e inicio
semanas da escrita.
2- conclusão do relatório
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9 RECURSOS

Os recursos necessários para a realização desse trabalho percorrem


inicialmente por buscas de experiências na área e relatos sobre a musicalização
dentro do âmbito escolar e com alunos em idade escolar.
Após, por pesquisas sobre os principais pensadores e teóricos da área da
musica e teóricos que conseguem englobar a área da pedagogia e da musica ao
mesmo tempo.
Procurar professionais na área da educação que trabalham com a inserção da
musica dentro do âmbito escolar, e buscar entrevistá-los para tomar conclusões
sobre o que, depois das pesquisas, penso que seja uma boa aplicação da musica no
âmbito escolar.
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10 AVALIAÇÃO

A musica dentro do âmbito escolar quando aplicada em sua totalidade ou


em seus principais aspectos separadamente, já demonstrou sua efetividade.
Porem, sua aplicação atual, se encerra dentro da educação infantil, como
ferramenta efetiva de abordagem de temas simples e complexos pelo docente.
Dentro da educação infantil o professor consegue, através de simples
musicas, avaliar um aluno sobre aspectos cognitivos, motores, situacionais,
comportamentais.
Com o devido incentivo, o docente conseguirá, através do planejamento,
inserir a musica dentro de qualquer área no âmbito escolar. E irá obter
ferramentas pedagógicas que irão ajuda-lo em seu dia a dia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os objetivos iniciais, pude concluir o quanto pode ser


abrangente o estudo de um aspecto de uma matéria de um curso da Faculdade
de Licenciatura em Educação Física. O quanto a música pode ser importante
dentro do âmbito escolar pela visão de um formando em Educação física. Tendo
isso em vista, a abordagem do tema da inserção da musica no âmbito escolar,
deve ser feita com mais afinco pelos docentes. Isso levando em consideração
que a formação continuada é um tema importante na docência, e que a música
deve fazer parte desse tipo de manutenção docente.
Foi visto neste trabalho que a importância do docente no processo de
ensino-aprendizagem da musica é primordial visando o incentivo e inserção da
musica ou aspectos musicais dentro do seu planejamento anual de aulas. O
resultado da aplicação de simples aspectos musicais dentro de um contexto
interdisciplinar tem resultados incríveis para a vida do aluno, desde a educação
infantil até o ensino médio, afetando seus gostos pessoais, relações
interpessoais, e até seu caráter.
Espero nesse trabalho ter mostrado o poder da música, o seu poder de
alcance, o que ela pode afetar em um aluno e a sua extrema importância no
âmbito escolar.
Agradeço também aos meus pais, por me transferirem o gosto pela
docência.
Agradeço a entrevista feita com minha mãe, Maria Cristina. Professora de
educação infantil, profissional com ampla experiência na área, concursada pelo
Governo do Estado do Rio de Janeiro e Formada em Pedagogia e Teologia.
Aos professores Thiago e Derley do polo anhanguera sumaúma, por
serem fontes de inspiração para minha vida profissional como Educador Físico.
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REFERÊNCIAS

KOSTIUK, G. S. Alguns aspectos da relação recíproca entre educação e desenvolvimento da


personalidade. In: LEONTIEV, A. N.; VYGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R. e outros. Psicologia e
pedagogia: bases psicológicas da aprendizagem e do desenvolvimento. Tradução Rubens
Eduardo Frias. São Paulo: Centauro, 2005, p. 21.

PENNA, Maura. Música(s) e seu ensino. 2ª Ed. Porto Alegre: Sulina, 2014, p. 21.
Paynter, John. Aston, Peter. SOUND AND SILENCE – Classroom Projects in creative music,
p.01 a p.05), 1960.

LEI Nº 11.769, DE 18 DE AGOSTO DE 2008.


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm

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