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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DIRETORIA DE AÇÕES ESPECIAIS – DAESP


PLANO NACIONAL DE FORMAÇAO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA (PARFOR)
CURSO DE PEDAGOGIA

ANTONIA IEDA DA COSTA SILVA FERREIRA

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

BURITI BRAVO - MA
2023
ANTONIA IEDA DA COSTA SILVA FERREIRA

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada ao Curso de


Pedagogia – PARFOR da UFMA como
requisito para obtenção do título de licenciada
em Pedagogia.

Orientadora: Prof. Dr. Kelly Almeida

BURITI BRAVO – MA
2023
ANTONIA IEDA DA COSTA SILVA FERREIRA

A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada ao curso de


Pedagogia – PARFOR da UFMA como
requisito para obtenção do título de licenciada
em Pedagogia.

BANCA AVALIADORA

___________________________________________
Orientador

____________________________________________
1º Avaliador

____________________________________________
2º Avaliador
Querido Deus!
Dedico este trabalho a
Deus, que me deu o dom
da vida. A minha família,
pelo encorajamento e
presença constantes às
pessoas que contribuíram
para a minha formação.

A minha família
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me presenteou com bem mais precioso que


podia receber um dia, a vida. A ti, toda a gratidão por ser meu pai nos
momentos de alegria, por o caminho os momentos de incerteza e por ser o
refúgio nos momentos necessários, quando achava que não aguentaria.
Dedico a ti, Deus, por iluminar meu caminho.
Aos meus pais, Maria das Graças e Luís, que orientaram os meus
passos com seus próprios exemplos de perseverança, confiança e dedicação.
Aos meus filhos e esposo, que reconheço que muitas vezes seus olhos
me buscaram e estive ausente. E tantas vezes em que deixei vocês em
segundo plano. Foram pessoas que estavam sempre disponíveis quando meu
tempo era tão limitado. A vocês, que amo muito, agradeço por se fazerem
presentes nesta árdua, jornada, me ajudando, incentivando, respeitando os
meus limites, compartilhando nossas angústias, medos, sonhos e acreditando
nesta grande vitória e o meu muito obrigado desejo que estejamos unidos em
todos as outras etapas de nossas vidas.
Aos meus irmãos Ana Rita, Ilza e Ivan, pelo incentivo e apoio neste
trabalho.
Aos colegas da turma de Pedagogia pela amizade e por me proporcionar
crescimento pessoal. Ficaram as lembranças e sentirei saudades. Sucesso!
Aos professores, aos funcionários e à gestão da instituição pesquisada
pelo recebimento e atenção na realização deste trabalho.
Aos educadores do Curso de Pedagogia do PARFOR, à coordenação da
UFMA, especialmente aos professores Kelly Almeida, Cristiane Dias Martins da
Costa, Inaldo, Alexandre, Weriston, onde ensinaram-nos que amar as letras
não é apenas corrigir erros ortográficos e ensinar regras, mas edificar uma
melhor comunicação entre as pessoas. A vocês dedicamos a vitória. Obrigada!
RESUMO

Este trabalho buscou apresentar a ludicidade na educação infantil e o


conhecimento construído através da ludicidade pode ajudar a criança a obter
melhor desempenho na aprendizagem. É através do lúdico que ela ordena,
desorganiza, destrói e reconstrói o mundo. Esse trabalho tem como objetivo
dar ao educador a oportunidade de compreender a importância das atividades
lúdicas na educação infantil. Dentro do texto serão discutidos sobre como a
Ludicidade atua na Educação Infantil, sua história e contextualização no mundo
e no Brasil, além de legislações que fundamentam este assunto. Percebe-se
que é através das brincadeiras que elas realizam, expressando seus desejos e
sentimentos. O lúdico é uma das formas mais eficientes para envolver as
crianças nas atividades escolares, porque a brincadeira é inerente à própria
criança. A ludicidade é de extrema importância para o desenvolvimento integral
da criança, pois para ela viver e brincar constantemente.

Palavras-chave: Ludicidade. Educação Infantil. Legislação.


ABSTRACT

This work sought to present playfulness in early childhood education and the
knowledge built through playfulness can help the child to achieve better learning
performance. It is through play that she orders, disorganizes, destroys and
rebuilds the world. This work aims to give the educator the opportunity to
understand the importance of recreational activities in early childhood
education. Within the text will be discussed how Playfulness works in Early
Childhood Education, its history and context in the world and in Brazil, as well
as legislation that underlies this subject. It is noticed that it is through the games
that they perform, expressing their desires and feelings. Play is one of the most
efficient ways to involve children in school activities, because play is inherent in
children. Playfulness is extremely important for the integral development of the
child, because for her to live and play constantly.

Keywords: Ludicity. Child education. Legislation.


“A inteligência é o que você usa
quando não sabe o que fazer.”
Jean Piaget
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Caracterização dos participantes da 27


pesquisa........................
Quadro 2 Respostas das entrevistas com os 37
alunos...............................
LISTA DE SIGLAS

A.C – Antes de Cristo


BNCC – Base Nacional Curricular Comum
DCNEI – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação
Nº - Número
P. – Página
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais
PNE – Plano Nacional da Educação
PPP – Projeto Politico Pedagógico
RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
SUMÁRIO

1. INICIO DA CAMINHADA ESCOLAR: 12

INTRODUÇÃO........................

2. A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO 14

INFANTIL.......................................

2. A história da Ludicidade na Educação 16


1 Infantil................................
2. A ludicidade na Educação Infantil a nível 17
2 global.............................
2. A ludicidade na Educação Infantil no contexto 18
3 brasileiro..............
2. A ludicidade na Educação Infantil e a realidade 19
4 maranhense........
2. Em Buriti Bravo, o que encontramos sobre 20
5 ludicidade?................
3. LEGISLAÇÃO SOBRE LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO 22

INFANTIL....

4. METODOLOGIA.................................................................................. 29

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................ 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 45

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 47

ANEXOS.............................................................................................. 49
12

1. INICIO DA CAMINHADA ESCOLAR: INTRODUÇÃO

O presente estudo de pesquisa apresenta inúmeras estratégias


referentes de como seria a ludicidade no processo de ensino e aprendizagem
na Educação Infantil, assim como apresenta jogos, brincadeiras e músicas para
estimular os alunos a participarem das atividades de maneira prazerosa.
A ludicidade é sugerida em muitas propostas pedagógicas da
Educação Infantil como um instrumento para o ensino dos conteúdos. Mas
quando os jogos e as brincadeiras são compreendidas apenas como recursos
pedagógicos, eles assumem um caráter instrumental, pois perdem o sentido da
brincadeira e servem somente para sistematização de conhecimentos, ou seja,
são usados para atingir resultados pré-estabelecidos.
Diante disto, se questiona como são os jogos e brincadeiras que
trazem efeitos na aprendizagem da criança. Sabendo que é responsabilidade
do educador buscar recursos para dinamizar o processo de ensino e
aprendizagem, pergunta-se: Qual a importância da ludicidade para o
desenvolvimento infantil? O objetivo geral deste estudo de pesquisa é analisar
de que maneira a ludicidade está inserida no processo de ensino e
aprendizagem em alunos da Educação Infantil. Os objetivos específicos são:
Descrever a concepção da ludicidade que os educadores possuem; verificar
como se desenvolvem as atividades lúdicas no processo de ensino e
aprendizagem; identificar quais são os jogos e brincadeiras que contribuem
para a aprendizagem da criança.
Neste estudo de pesquisa usaremos como referencial teórico para o
conceito da Ludicidade na Educação Infantil os estudos de: Vygotsky (1998),
Santos (2002), Freire (1996), Antunes (1992), Kishimoto (2002), entre outros.
Caracterizamos nossa pesquisa como qualitativa, baseada em
pesquisa bibliográfica com a intenção de verificar como se desenvolvem as
atividades lúdicas no processo de ensino e aprendizagem, identificando quais
são os jogos e brincadeiras que contribuem para a aprendizagem da criança,
descrevendo a concepção da ludicidade que os educadores possuem. E a
compreensão de alguns autores que apoiam o tema citado. Para a realização
13

dessa monografia, realizamos uma pesquisa bibliográfica em livros, sites,


apostilas e teses.
Neste primeiro capítulo trata-se da introdução, onde são destacados
os principais pontos do trabalho que serão discutidos, bem como sua
fundamentação e seus objetivos gerais e específicos. No segundo capítulo
conceitua-se o lúdico e a educação infantil, além de sua contextualização no
mundo e no Brasil, dentro do estado do Maranhão e no município de Buriti
Bravo. No terceiro capítulo é destacado a legislação que embasa o tema da
ludicidade dentro da educação infantil. No quarto capítulo discute-se a
pesquisa de campo, juntamente com seus resultados e as discussões
presentes sobre o assunto. No quinto capítulo são elencadas as considerações
finais.
14

2. A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com o dicionário de Língua Portuguesa Ilustrado Saraiva


Jovem, foi publicado no ano de 2010, na página 659, o conceito da palavra
lúdico (lú – di – co) adj Relativo a jogos, brinquedos ou divertimento (no
universo lúdico dos indígenas brasileiros encontramos a peteca, pião, o
bilboquê e até quebra-cabeça). (SARAIVA JOVEM, 2010)
Dessa maneira, o dicionário Saraiva Jovem mostra que a ludicidade
através de jogos, brinquedos, as crianças demonstram interesse de participar
das atividades lúdicas, onde as crianças vão ter um melhor desenvolvimento no
ensino-aprendizagem com mais prazer e alegria.
De acordo com Freire (1996, p.44):

Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para


facilitar o desenvolvimento da criança. Isso contribuiria para reforçar a
ideia de que a escola, na primeira infância, deve considerar as
estruturas corporais e intelectuais de que dispõem as crianças,
utilizando o jogo simbólico e as demais atividades motoras próprias
da criança nesse período.

É importante observar que no brincar as crianças tornam-se agentes


de suas experiências sociais, estabelecem diálogos, organizam com autonomia
suas ações e interações, construindo regras de convivência social e de
participação nos jogos e nas brincadeiras.
Para Wayskop (2009), o lúdico proporciona um desenvolvimento
sadio e harmonioso, sendo uma maneira agradável dos educandos aprender.
Através do brincar, o educando aumenta a sua independência, estimula sua
sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular e ainda desenvolve
habilidades motoras, diminuindo a agressividade e assim trabalhar a
imaginação e a criatividade, aprimorando a inteligência emocional, aumentando
a integração com os colegas, promovendo assim o desenvolvimento e um
crescimento sadio.
15

Considerando que a brincadeira deve ocupar um espaço central na


educação infantil, entendo que a professora é figura fundamental para
que isso aconteça, criando os espaços, oferecendo-lhes material e
partilhando das brincadeiras das crianças. Agindo desta maneira, ele
está possibilitando às mesmas uma forma de acender às culturas e
modo de vida adultos, de forma criativa, social e partilhada (WAJSKOP,
2009, p.11).

De acordo com a autora, o trabalho diferenciado, criativo e dinâmico,


levando assim métodos para que o educando realize a construção de um saber
através de experiências práticas, com situações do cotidiano, desenvolvendo o
conhecimento lógico, sua capacidade de pensar, executar e resolver situações-
problemas usando jogos e brincadeiras, para que de forma lúdica se possa
mediar os conteúdos de maneira diferenciada e a concepção de mundo.
Para Kishimoto (2002), usar atividades lúdicas no processo de
ensino e aprendizagem pode ser uma grande ajuda para o desenvolvimento do
educando. Os jogos e brincadeiras são atividades que despertam muito o
interesse do aluno.

O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa


a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para
o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como
jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos
culturais e serem veiculados na escola (KISHIMOTO, 200, p. 13).

Dessa forma, percebe-se a necessidade do educador pensar nas


atividades lúdicas, como uma ferramenta e com isso utilizá-los em diferentes
momentos de seu planejamento. Sempre lembrando que o jogo e a brincadeira
exigem que haja confronto, negociação e trocas, sempre promovendo
conquistas cognitivas, emocionais e sociais.
Segundo o dicionário Saraiva Jovem, foi publicado no ano de 2010,
na página 351, o conceito da palavra educação (e-du-ca-ção) sf 1. Ato ou
resultado de educar (-se); 2. Instrução, ensino (o debate será sobre a educação
no país, tanto no que se refere à qualidade como ao seu acesso, que deve se
estender a toda a população); 3. Formação e desenvolvimento intelectual,
moral e físico do ser humano (Eleonar conta com a boa educação que teve em
casa e na escola para se tornar uma boa profissional.); 4. Civilidade, bons
16

modos (A senhora agradeceu pela educação da garota, que cedeu a ela seu
assento no ônibus). (SARAIVA JOVEM, 2010)
Conceito de infantil (in-fan-til) adj 2 gen 1. Relativo à infância, às
crianças (voz infantil, lembranças infantis,); 2. Próprio para crianças (literatura
infantil); 3. Que é próprio da criança, mas é feito por pessoa mais velha (não
seja infantil, você já é grande o suficiente para saber que se não vier aos
ensaios da banca arranjaremos outro baterista.). (SARAIVA JOVEM, 2010,
p.582)
Na educação infantil é o primeiro lugar onde as crianças tem contato
com a experiência escolar e engloba a importante fase da vida entre 2 e 5 anos
de idade e a mesma propicia o desenvolvimento integral do indivíduo em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social.

2.1 A história da Ludicidade na Educação Infantil

Em relação à origem das atividades lúdicas, há registros


antecedentes a milhares de anos atrás e suas principais referencias são de
aproximadamente 3.000 A.C. O autor Kishimoto (2014, p. 88) afirma que:

As brincadeiras e os brinquedos não nasceram como tais. Surgem de


práticas de adultos, de rituais religiosos, astrológicos, relações com a
morte, e parte de romances, poemas e narrativas. Muitos preservam-
se até os tempos atuais e aparece em diversas situações, como
parlendas e invocações à lua praticadas antigamente no Egito e em
Babilônia, que aparecem nos textos religiosos por volta de 3.000 A.C.
Nos dias atuais, elas são encontradas entre os índios da América,
negros da África, primitivos da Austrália e da Polinésia, indígenas da
Ásia e no Brasil.

O lúdico surge em qualquer hora que se dá prazer, se divertir onde


individuo consegue mudar mudanças e novas aprendizagens. Percebe-se que
desde a história antiga há relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por
toda a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos.
O lúdico na educação infantil é de fundamental importância, porque
desenvolve aprendizagem interativa e prazerosa, pois através do mesmo a
criança aprende brincando.
17

Soares (2010, p. 18) esclarece que as atividades lúdicas estão


presentes em todas as classes sociais, crianças de várias idades brincam e se
divertem através da ludicidade.
O lúdico promove a aprendizagem e favorece o desenvolvimento
físico, intelectual e social da criança, ou seja, possibilita um desenvolvimento
real, completo e prazeroso.
A atividade lúdica é muito viva e se caracteriza sempre pelas
transformações e não pela preservação de objetos, papeis ou ações do
passado das sociedades.

Como uma atividade dinâmica, o brincar modifica-se de um contexto


para o outro, de um grupo para outro. Por isso, a sua riqueza. Essa
qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras não pode
ser ignorada. (FRIEDMAN, 2006, p. 43)

Como menciona a autora, as atividades lúdicas são extremamente


dinâmicas, pois o brincar faz as crianças interagirem entre si e com isso
aprendem de maneira significativa.

2.2 A ludicidade na Educação Infantil a nível global

A princípio a ludicidade na educação infantil iniciou-se na Grécia


Antiga, à partir de atividades esportivas, jogos, torneios, em que as crianças se
desenvolviam de acordo com sua cultura, diante dessas atividades outros
lugares no mundo, especificamente no Brasil, surgiu na Idade Média, com os
jesuítas, na qual usava as brincadeiras como instrumento de aprendizagem,
assim como era essencial o ensino religioso, era prioritário a ludicidade, não
poderia deixar de ser importante para o desenvolvimento social do indivíduo.
Sem dúvida, a aquisição das atividades lúdicas era desenvolvida
desde a antiguidade por várias outras gerações, e que se perpetua ao longo
dos tempos. Os povos fenícios e egípcios, por exemplo, através da escrita e
criptopomas deixados pelos egípcios, podemos encontrar atualmente alguns de
seus povos, atividades artísticas, enfim, existente por gerações.
Kishimoto (1993) afirma que os jogos foram transmitidos de pais
para filhos:
18

A tradicionalidade e universalidade dos jogos assenta-se no fato de


que povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente brincava
de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje as
crianças o fazem quase da mesma forma. Esses jogos foram
transmitidos de geração em geração por meio de conhecimentos
empíricos e permanecem na memória infantil.

Conforme cita Kishimoto, a tradicionalidade com os jogos lúdicos se


tornou constante na vida rotineira dos povos, passando de geração em
geração. Portanto, é visível essas tradições culturais lúdicas no nosso meio
social.
A educação de caráter intencional foi formada para que a criança
precisava ser preparada por essa instrução, onde as crianças seriam educadas
com 7 anos. Na Grécia Antiga um dos maiores pensadores, Platão (427-348),
afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos
educativos, praticados pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de infância.
(ALMEIDA, 2008, p. 119)
Como cita o autor, na Grécia Antiga nos primeiros anos do indivíduo
já deveria estar no jardim de infância com o propósito de trabalhar com os
sentidos da criança através de jogos educativos.

Dos pressupostos antropológicos que embasam a pedagogia, assim


como os gregos representam a tendência essencialista que atribui à
educação a função de realizar o que o homem deve ser a partir de um
modelo, portanto, os modelos eram tão importantes para os antigos.
(QUEIROZ, 2009, p. 15)

De acordo com Queiroz (2009), observou-se a grande importância


que os modelos da educação na antiguidade tinham de realizar hipóteses para
a tendência essencialista a educação.

2.3 A ludicidade na Educação Infantil no contexto brasileiro

Os indígenas, os portugueses foram os primeiros dos atuais


modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico que mantemos até hoje.
Nos últimos séculos, houve no Brasil uma grande mistura de povos e raças,
cada qual com suas culturas, crenças, educação. Umas diferentes das outras e
também com sua forma de desenvolvimento da ludicidade entre seus pares,
19

todavia, essa herança toma nosso país ainda mais rico do ponto de vista
cultural e educacional.
Toda herança cultural e educacional deve ser utilizada para o
aprendizado universal de nossos alunos, haja vista que lidamos com várias
etnias, raças e povos e, portanto, devemos resgatar e desenvolver o que é de
mais importante houver de cada uma para o ensino dos alunos nos dias atuais.
Os jogos e brincadeiras que temos hoje são originários dessa
miscigenação que ocorreu nesse período, mas é incerto afirmar de qual povo
exatamente seriam suas origens. O que devemos ressaltar é justamente que o
que temos é um material importante trazido como herança dos nossos
antepassados e que devem ser preservados, valorizados e utilizados para o
ensino dos nossos alunos, sempre estimulando o resgate histórico que merece
cada um deles.
Os indígenas sempre se fizeram valer de seus costumes para
ensinar seus filhos a caçar, pescar, brincar, dançar, uma maneira lúdica do
aprendizado e que representa a cultura, a educação e a tradição de seus
povos. Seus filhos constroem seus próprios brinquedos com materiais
extraídos da natureza, caçam e pescam com o olhar diferente dos adultos e
seus objetivos são sempre o de brincar e se divertir sem que de fato o façam
para sua real necessidade de sobrevivência.

2.4 A ludicidade na Educação Infantil e a realidade maranhense

Ao contextualizar sobre o lúdico no Maranhão nos remete a uma


reflexão das atividades físicas desde o princípio da chegada dos jesuítas no
Maranhão, em 1615, onde havia atividades de desfile à cavalo, corrida de
cavaleiras, jogo das canas, jogo de argolinhas, touradas e cavalaria. Período
em que os povos cavalheirescos se destacavam entre as manifestações
atléticas e esportivas (GRIFI, 1989). Todas essas atividades lúdicas
desenvolvidas num contexto histórico marcante em terras maranhenses. Além
dessas foram encontradas outras formas de atividades físicas praticadas
naquele início do século, como as caminhadas pelos aprazíveis sílios
espalhados pela Ilha:
20

... as moças e os rapazes formavam bandos de garotos e irrequetos


que, desde a madrugada até o cair da tarde, saíam em excursões
pela floresta e pelos sítios vizinhos, voltando carregados de cofos
com frutas, cachos de juçaras e de buriti, flores, silvestres, enfim, tudo
que apanhavam pelos caminhos e atalhos. (DUNSHE DE
ABRANCHES, 1970, p.28)

Percebe-se que as práticas lúdicas eram comuns nas tradições


culturais maranhenses, conforme cita Dunshe (1970) desde a juventude às
tradições de passeios, excursões eram constantes, esses momentos
ocasionavam em uma formação de práticas lúdicas coletivas, onde todos se
envolviam numa ação específica.

2.5 Em Buriti Bravo, o que encontramos sobre ludicidade?

Buscando novas formas de conhecimento à partir de um contexto


social diversificado, nos adentramos as origens da ludicidade no município de
Buriti Bravo. As crianças, nessa região (sul-maranhense), divertem-se
brincando de corridas, peteca, cancão, boca-de-forno, pular corda, geralmente
em ruas, praças e nos quintais. São crianças que gostam de brincar no ar livre
da sua localidade, pois o bom mesmo é sentir o vento na pele. A aproximação
das crianças nas ruas e praças da cidade, possibilitou aos pesquisadores
observarem as construções realizadas pelas crianças com elementos da
natureza, como os desenhos traçados na terra, e as cordas feitas com fibras de
plantas da região.
Percebe-se que as crianças buriti-bravenses se alegram com
brincadeiras no contexto escolar e, também, brinquedos da comunidade em si.
Então, esse processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da
reflexão da autonomia e da criatividade.
Vygotsky afirma que na brincadeira:

A criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade,


além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela
fosse maior do que ela é na realidade (VYGOTSKY, 2007, p. 122).

Vale ressaltar que cada criança tem seu comportamento


diferenciado na brincadeira e no jogo, pois os mesmos tem limites
diversificados a cada momento em sua rotina escolar ou familiar.
21

Durante o estágio supervisionado da turma do Infantil I, observa-se


que a professora se mostrou muito dedicada, parava sempre para ouvir os
alunos, tratando todos com muito carinho. Nota-se que os alunos possuem
respeito e amor pela professora da sala. Suas aulas são dinamizadas e não é
apenas um modo isolado por disciplina. As crianças ficam atentam e participam
constantemente de todo o processo de aprendizagem.
A professora segue uma sequência interdisciplinar com músicas,
jogos e objetos concretos para que as crianças consigam aprender de maneira
significante.

A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém


sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da
compreensão das linguagens necessárias para a constituição de
conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro
sistemático dos resultados (BRASIL, 2002, p.89).

A professora bem preparada para ministrar as aulas na educação


infantil, onde a mesma bem organizada desde as crianças até os enfeites nas
paredes e sempre utilizando metodologias diversificadas, onde as crianças
conseguem aprender e nem se cansam devido a metodologia da professora.
22

3. LEGISLAÇÃO SOBRE LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A partir da Constituição de 1988, foram abertas possibilidades de


fiscalização das ações do governo por parte dos cidadãos, criando caminhos
para a participação da sociedade, trazendo avanços da sociedade, trazendo
avanços em diferentes áreas da vida em sociedade. Na Educação Infantil não
foi diferente, impulsionados pelas atuais concepções de infância e exigências
legais tem-se criado novas políticas públicas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, em
seu artigo 29, expressa que:

A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como


finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco)
anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).

Percebe-se que a educação infantil é o primeiro ciclo que a criança


se interage e promove experiências que possam fazer observações, manipular
objetos e levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar
respostas às suas curiosidades e anseios.
Ao que se refere a Constituição Federal de 1988, no artigo 208,
inciso IV, diz o seguinte:

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a


garantia de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
a seis anos de idade.

Com isto, a Constituição toma a Educação Infantil como um direito


da criança e uma opção da família, que por consequência obrigou a criar novas
políticas públicas para assegurar-lhes seu direito.
23

Dessa forma, a Constituição Federal garante todas as crianças


desde a pré-escola, na escola, cabe às famílias efetivar as matrículas dos
mesmos nos períodos mencionados na rede municipal, para assegurar-se os
direitos das crianças nas creches.
O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) foi um resultante disto,
promulgado em 1990. Lei nº 8069, em seu artigo 227, coloca a criança e o
adolescente como prioridade nacional, onde reconhecem como pessoas em
condições peculiares de desenvolvimento, também estabelecem um sistema de
elaboração e fiscalização de políticas públicas voltadas para a infância,
tentando com isso impedir desmandos, desvios de verbas e violações dos
direitos das crianças.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), promulgada em
1996, nº 9394, estabelece em seu artigo 21 a composição da Educação
Escolar: I – educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e médio; II – educação superior, trazendo em seu artigo 29 a
finalidade da Educação Infantil, o desenvolvimento integral das crianças até
seis anos de idade em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.
Em seu artigo 30, trata da organização da educação infantil que será
oferecida em: I – creches, ou entidades equivalentes, para criança de até três
anos de idade e; II – pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade,
onde com isto rompe com estereótipos da denominação (creche para
pobre/escolinha para rico) de acordo com a classe social. Em seu artigo 62
trata da questão da formação de docentes para atuar na educação básica, que
será realizada, graduação plena em universidades e institutos superiores de
educação, preocupando-se com a formação do profissional para atuar
consciente da sua responsabilidade do trabalho pedagógico.
A Base Nacional Comum Curricular veio para agregar qualidade a
mediação do ensino, este documento importante em seu conteúdo traz
habilidades e objetivos que possibilitam ao profissional docente ter um ponto de
partida bem fundamentado para realizar o planejamento e uma boa execução
de suas aulas.
É preciso ter consciência dos direitos e deveres, saber da
importância da aprendizagem e do dever de ensinar. Família, estudantes,
24

profissionais da educação, enfim, todos os envolvidos devem entrar em


consenso sobre a importância de seu papel na vida dos educandos, só assim a
aprendizagem possa acontecer de forma gradual e significativa. Na BNCC
também existe o pacto federativo que garante igualdade, diversidade e
equidade, três relevantes instrumentos de democracia.
Também é fato e importante destacar as competências gerais da
BNCC que estão sistematizados em dez pontos que devem ser lidos e jamais
esquecidos, por ser conscientes da importância dos mesmos para o
desenvolvimento dos objetivos da BNCC, como está expresso no documento já
na área voltada para a educação infantil que descreve:

Ao longo da Educação Básica, na Educação Infantil, no Ensino


Fundamental e no Ensino Médio, os alunos devem desenvolver as
dez competências gerais da Educação Básica, que pretendem
assegurar, como resultado do seu processo de aprendizagem e
desenvolvimento, uma formação humana integral que vise à
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
(BRASIL, 2017, p. 25)

Observa-se que a BNCC, ao longo da educação básica, deve


contemplar as competências gerais da mesma, que estabelecem como
elementos fundamentais que promove aprendizado dos alunos em formação
humana integral que busque uma sociedade justa, democrática e inclusiva na
sua localidade com a totalidade de autonomia.
Os PCNs da Educação Infantil trata-se de um documento com um
conjunto de volumes onde cada volume fala especificamente sobre uma
determinada área de ensino, os mesmos são articulados com os propósitos do
Plano Nacional da Educação (PNE) do Ministério da Educação (MEC) a fim de
propor ideias e propostas nas quais as instituições de ensino.
Os PCNs da Educação Infantil é um documento com coleção de
grandeza onde comunica individualmente sobre cada área de ensino, de
acordo com propósitos PNE e MEC, a fim de propor metas nas escolas de
ensino.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais servem para reconhecer a
complexidade da prática educativa, buscam auxiliar o professor na tarefa de
assumir, como profissional, o lugar que lhe cabe pela responsabilidade e
importância no processo de formação do povo brasileiro. Reconhece a
25

intensidade da ação educativa, buscam ajudar o docente, norteando as


atividades realizadas na sala de aula, onde perpassa a importância no
processo de ensino e aprendizagem do povo brasileiro.
Os PCNs citam: os conteúdos desenvolvidos nas esferas
conceituais, procedimentais e atitudinais; a concretização de um currículo
tratado de forma contextualizada e interdisciplinar; a organização escolar em
ciclos; a avaliação tratada como processo formativo e a formação integral do
aluno.
Com base na proposta curricular dos PCNs, que diz que a escola
pode utilizar das atividades lúdicas para trabalhar o repertório cultural do
contexto do aluno, com brincadeiras e jogos populares, garantindo assim o
acesso destas crianças à cultura que faz parte de sua vivência e de seus
antepassados.
Vale enfatizar que os PCNs são diretrizes elaboradas para orientar
os educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais
concernentes a cada disciplina. Visto que apoiam os professores,
coordenadores e diretores, que podem modifica-los a sua realidade escolar.
Em 1998, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) representou um avanço para a época, porém, era mais como uma
orientação dos conteúdos e objetivos de aprendizagem e não fazia a criança e
sua identidade o foco principal.
Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI), de 2009, já mostram um avanço na direção de colocar a criança em
foco e serviram como fundamentação teórica para a BNCC. Nas DCNEI, a
atenção já estava voltada para a criança, e o documento reforça a importância
do acesso ao conhecimento cultural e científico, assim como o contato com a
natureza, preservando o modo que a criança se situa no mundo.
As DCNEI colocam o foco nas interações e na brincadeira como
eixos estruturantes do currículo, além de considerar os princípios éticos,
políticos e estéticos que deveriam nortear a produção do conhecimento nas
escolas infantis. Outro ponto a ser observado é o marco conceitual da relação
entre o cuidar e o educar das DCNEI, algo que a Base valida e reforça.
A partir da análise da lei n. 10.639/03, a qual introduziu nos
currículos escolares os conteúdos de história e cultura africana e afro-
26

brasileira, percebe-se a necessidade de novos olhares sobre o currículo do


nível educacional em questão, para se atingir uma formação cidadã.
Principalmente no que diz respeito à educação infantil, pois como já foi
referendado, este nível educacional é responsável pela formação do sujeito
como parte integrante da sociedade, ou seja, é nessa fase que a criança
ultrapassa o ambiente familiar e começa a interagir coletivamente em outros
ambientes sociais.
A Lei n. 10.639/03 com o intuito da inserção dos conteúdos de
“História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” vem enriquecer as propostas
pedagógicas. Porém, a existência de dificuldades de aceitação e incorporação
da referida lei por parte de educadores e de instituições escolares não favorece
a disseminação de uma educação com base no respeito às diferenças. Logo, a
postura assumida pelos docentes pode contribuir para a desmistificação de
ideias falsas acerca de questões raciais tanto no ambiente escolar quanto na
sociedade como um todo.
Em se tratando de Educação Infantil, os professores devem
trabalhar a conscientização e a autonomia das crianças para que elas cresçam
respeitando o diferente, que também é seu semelhante, de forma social e
natural, desenvolvendo atividades que promovam a interação, apresentando
situações concretas de igualdade e exemplos de convivências das mais
variadas possíveis. As relações étnico-raciais surgem para desmistificar as
diferenças entre pessoas, seja de cunho religioso, sexual, cultural, étnico, entre
outros.
A legislação educacional para a educação infantil tem como foco
central apresentar como o brincar está presente ou não nas referidas
legislações, na ludicidade na educação infantil. Pois a seleção das legislações
foi feita a partir da importância de tais ordenamentos, por representarem
orientações, determinações e diretrizes que tem intencionalidades e se
configuram nos Centros da Educação Infantil, evidenciando orientações aos
docentes e profissionais com a possibilidade de embasar o trabalho
pedagógico a partir da ludicidade nesta etapa de ensino.
As legislações se entende para construir e delinear as práticas
pedagógicas a serem desenvolvidas com as crianças pequenas, na etapa da
educação infantil, são elas: Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
27

(LDB) 4.024/61 e 9.394/96; os Planos Nacionais de Educação (PNE) nº


10.172/2001 e nº 13.005/2014 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (DCNEI) de 1999 e 2010, nos quais interessa para fins desse
estudo monográfico examinar-se o lugar dado para a ludicidade na educação
infantil.
Nessa direção, as legislações garantem todos os direitos e ações
que um professor precisará para desenvolver um bom trabalho na educação
infantil, considerando que a escola como cenário de constantes alterações, faz-
se necessário visualizar alguns marcos que configuram os trabalhos
pedagógicos a serem realizados na educação infantil no sentido de pensar o
aprendizado e o desenvolvimento das crianças pequenas, assegurando-se o
direito de brincar.
A análise das legislações e a constatação de que apenas uma dela,
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil do ano de 2010,
faz referência ao brincar e demonstra a presença, na educação infantil, de duas
tendências, quais sejam: pode indicar, por um lado, a não consideração do
brincar como elemento central no trabalho pedagógico a ser realizado com as
crianças, ou seja, uma mudança conceitual ainda em construção evidenciada
pela inserção e o brincar nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil do ano de 2010.
A educação infantil é tempo e espaço de ciência e aprendizagem,
momentos em que os pequenos devem imitar bons exemplos, dialogar,
desenvolver a atenção, a memória, a criação e conseguir organizar o
pensamento, isto pode e deve ser realizado por meio do brincar, em que o
professor não é expectador da brincadeira, mas é partícipe que nestes
momentos tem um espaço privilegiado de observação e análise que servirão
para o repensar sobre seu próprio planejamento. É nessa idade que eles
procuram sua autonomia, são e dever ser potencializadas e é por meio do
brincar que os pequenos a desenvolvem.
Conforme Kishimoto (2010), introduzi-la, incentivá-la durante todo o
período da educação infantil sendo o brincar a atividade principal do dia a dia
da criança, isto é extremamente importante.
28

[...] porque dá a ela o poder de tomar decisões, expressar


sentimentos e valores, conhecer a sai, aos outros e o mundo, de
repetir ações prazerosas, de partilhar, expressar sua individualidade e
identidade por meio de diferentes linguagens, de usar o corpo, os
sentidos, os movimentos, de solucionar problemas e criar. Ao brincar,
a criança experimenta o poder de explorar o mundo dos objetos, das
pessoas, da natureza e da cultura, para compreendê-lo e expressá-lo
por meio de variadas linguagens. Mas é no plano da imaginação que
o brincar se destaca pela mobilização dos significados. Enfim, sua
importância se relaciona com a cultura da infância, que coloca a
brincadeira como ferramenta para a criança se expressar.
(KISHIMOTO, 2010, p.1)

A autora ressalta que o papel do adulto nessa interação com o


brinquedo ou jogos é essencial e constitui essa relação quando esse processo
se inicia. E o profissional que cuida da criança deve criar uma rotina e inserir o
brincar, pois dessa maneira será estimulado o aprendizado e o
desenvolvimento infantil. É através do brincar que a criança interage com o
mundo, aprende, se encanta, cria, atua no mundo como o adulto faz.
29

4. METODOLOGIA

A nossa pesquisa pode ser classificada como qualitativa porque: “a


abordagem qualitativa se aprofunda no mundo dos significados” (MINAYO,
2007, p.22). Nesse contexto, podemos dizer que a nossa pesquisa também é
descritiva e interpretativa, porque iremos descrever e interpretar os dados
construídos ao longo da nossa pesquisa.
Organizamos a nossa pesquisa em duas etapas: bibliográfico e de
campo. Na revisão da literatura pertinente ao nosso tema enfatizamos os
estudos de Vygotsky (1998), Santos (2002), Freire (1996), Antunes (1992),
Kishimoto (2002) sobre a ludicidade na Educação Infantil. Desenvolvemos
também uma etapa de campo, porque:

(...) o trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de


conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos
conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo
da realidade presente no campo (CRUZ NETO, 2000, p.51).

O campo da nossa pesquisa será na creche Centro de Educação


Infantil Socorro Moreira Lima Costa. Fica localizada na Rua Alto Alegre, nº14,
no Bairro Grotão, na cidade de Buriti Bravo – MA. Possui o registro no INEP
através do número 21279543. O projeto foi contemplado pelo governo federal
através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A
30

creche tipo B-Proinfância, possui uma capacidade para atender mais de 240
crianças de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, nos turnos matutino e vespertino.
Esta instituição foi fundada em 05 de julho de 2015, na gestão do
então prefeito Sr. Cid Pereira da Costa, onde recebeu o nome de Centro de
Educação Infantil Socorro Moreira Lima Costa, em uma homenagem a uma
professora que contribuiu satisfatoriamente com a educação do município. Os
recursos para construção mobiliário e equipamentos foram garantidos pelo
Governo Federal e Municipal. A creche Proinfância tem a finalidade de garantir
o direito a educação infantil de qualidade, atendendo a três comunidades:
Bairros Grotão, Mutirão e Alto da Faveira, que fica em suas proximidades.
Observa-se que, entre os responsáveis pelos alunos da escola, 80%
das mães tem a idade entre 17 a 25 anos e 20% com idade entre 25 a 35 anos.
No que se refere ao grau de escolaridade, 70% tem primeiro grau e 25% com
segundo grau, e 5% ainda estudam.
Os participantes da nossa pesquisa foram 01 professora e 05
crianças da turma Infantil I, do turno matutino da referida escola. A professora
se chama Bruna Lira Damásio, possui 34 anos, casada, tem 02 filhos, católica.
Formada em Pedagogia, com pós-graduação em Psicopedagogia. Costuma
trabalhar de forma lúdica com seus alunos, através de jogos, caça-palavras,
jogo da memória, entre outros. Foram participantes também 05 alunos: Isis da
Silva Cruz, Jean Lucas da Silva, Murillo dos Santos Silva, Ana Rendhully da
Silva Santos e Alice da Silva Santos.

Quadro 1: Caracterização dos participantes da pesquisa


Participante Naturalidad Idade Sexo Tempo de Ocupação
e moradia na
comunidade
Bruna Buriti Bravo 34 Feminino Desde o Professor
anos nascimento
Isis Buriti Bravo 05 Feminino Desde o Estudante
anos nascimento
Jean Lucas Buriti Bravo 04 Masculino Desde o Estudante
anos nascimento
Murillo Buriti Bravo 04 Masculino Desde o Estudante
31

anos nascimento
Ana Buriti Bravo 05 Feminino Desde o Estudante
anos nascimento
Alice Buriti Bravo 05 Feminino Desde o Estudante
anos nascimento

Para a pesquisa de campo escolhemos o método Pesquisa-


Participante. Brandão e Borges (2007) afirmam que:

A pesquisa participante tem como estrutura os seguintes pontos: deve


contemplar a realidade concreta da vida cotidiana dos próprios
participantes individuais e coletivos do processo, em suas diferentes
dimensões e interações (BRANDAO E BORGES, 2007, p. 58).

As técnicas utilizadas em nossa pesquisa foram: observação


participante, entrevista e questionário. Observação participante é aquela em
que “se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno
observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em
seus próprios contextos” (CRUZ NETO, 2000, p. 59). A observação ocorreu na
turma Infantil I, na educação infantil, entre os meses de outubro e novembro de
2022. As observações foram sobre a rotina da turma, o comportamento das
crianças e a prática pedagógica da professora.
Também utilizamos técnica de coleta de dados e entrevistas. As
entrevistas foram realizadas com a professora e os alunos citados acima em
outubro e novembro de 2022. “Através da entrevista, o pesquisador buscar
obter informações contidas nas falas dos atores sociais” (CRUZ NETO, 2000,
p. 57). A entrevista com a docente ocorreu na casa da professora e teve uma
duração de 1 hora e 30 minutos. As entrevistas com os alunos aconteceram na
creche e tiveram uma duração de cerca de 1 hora.
As perguntas da entrevista para a professora foram:
1. Qual é seu nome completo?
2. Qual é sua formação? E por que escolheu?
3. Você costuma trabalhar de forma lúdica com seus alunos? Explique sobre.
4. Como você avaliaria o desempenho de seus alunos antes e após a aplicação
dos jogos e atividades lúdicas como metodologia de ensino?
32

5. Você acha que os jogos e atividades lúdicas facilitam o ensino e


aprendizagem dos alunos? E você costuma trabalhar de forma lúdica com sua
turma?
As perguntas da entrevista com os alunos foram:
1. Brincar é essencial para o desenvolvimento da criança. Para você qual é a
importância do brincar e qual sua brincadeira favorita?
2. Estudar é muito importante e na escola você aprende muitas coisas. Diga-
me quais as aulas que você mais gosta?
3. A interação e o contato com várias crianças é um estímulo para a
aprendizagem. Partindo desse posicionamento, cite algumas brincadeiras que
você realiza com as outras crianças.
4. Ser criança é se divertir, brincar, cantar. Contamos com os jogos como
ferramenta essencial para o desenvolvimento da aprendizagem. Qual é o seu
jogo favorito?
5. Na vida dos adultos tem muitos sonhos. Quais são os seus sonhos? O que
pretende ser quando crescer?
Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: diário de
campo e roteiro de questionário de perguntas para a entrevista. Os dados
coletivos foram organizados em forma de texto descritivo e interpretativo que
serão destacados no capítulo seguinte.
33

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

No primeiro contato com a escola campo, as observações focaram


sobre todos os documentos, muito importante para se fazer a leitura, é o
Projeto Político Pedagógico – PPP. Ele é fundamental para que possamos nos
orientar sobre as propostas que a escola pretende desenvolver durante o ano
letivo.
A partir da leitura do PPP, pudemos fazer comparações daquilo que
estava escrito com o que realmente acontecia na escola. Esse documento
contem todas as informações da escola campo, desde o histórico da instituição,
o tipo de gestão, a avaliação e todos os recursos materiais que estão na
escola, assim tal documento tem a função de orientar toda a organização
escolar.

O projeto político pedagógico é um guia para o trabalho escolar,


formula metas, institui procedimentos e instrumentos da gestão. A
elaboração e execução do projeto pedagógico curricular são a melhor
demonstração de autonomia da equipe escolar e uma oportunidade
de desenvolvimento profissional dos professores. (LIBANEO, 2004, p.
153)

Dessa maneira, a escola que faz seu trabalho articulado com o PPP,
consegue ter norteamento e suas atividades ficam claras durante todo o ano.
Após essas observações, olhamos a estrutura física da escola, seu espaço é
34

amplo, as salas são aconchegantes, tem um pátio onde são realizadas as


festividades da escola e, também, o espaço com os bancos e mesas para o
momento do lanche, sem falar que os professores usam o pátio para realizar
atividades diversificadas.
Após a observação dos documentos legais partiu para a observação
da rotina de sala. O contato com a sala de aula foi gratificante. A turma na qual
foi desenvolvida as atividades foi Infantil I, com 18 alunos em uma faixa etária
de 4 e 5 anos, os alunos foram bem participativos.
A professora se mostrou muito dedicada, parava sempre para ouvir
os alunos, tratando todos com muito carinho. Percebe-se que os alunos
possuem respeito e amor pela professora da sala. Suas aulas são dinamizadas
e não é apenas um modo isolado por disciplina. As crianças ficam atentas e
participam constantemente de todo o processo de aprendizagem. A professora
segue uma sequência interdisciplinar para que as crianças consigam aprender
de uma maneira significante.

A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém


sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da
compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervém sobre a
realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a
constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de
significados e registro sistemático dos resultados (BRASIL, 2002, p.
89).

No dia dezoito de outubro de 2022, observei a turma Infantil I da


professora Bruna Lírio Damasio, onde a mesma aceitou que ficasse as duas
semanas estagiando em sua sala de aula. apresentei pelo nome e que sou a
aluna do curso de Pedagogia do polo de Buriti Bravo – MA. Observei que a
sala é bem espaçosa, ventilada, bem organizada, desde as crianças até os
enfeites nas paredes. A professora está preparada sempre para dar aulas com
metodologias diversificadas, onde as crianças conseguem aprender e nem se
cansam devido a metodologia da professora.
Nesse mesmo dia a professora iniciou sua aula com a acolhida com
uma oração Papai do Céu e a música de Boa Tarde. Em seguida, realizou a
atividade de quantos somos, onde a professora saiu contando as meninas e os
meninos para saber quantos alunos vieram para a aula. Logo após fez a leitura
do calendário com todos os comandos.
35

Ela fez a leitura das letras com o alfabeto móvel disponível na sala
de aula e a apresentou a letra P, chamando cada aluno no quadro para
aprender o movimento da letra em estudo. Logo depois, ela entregou os livros
para as crianças em suas mesas, onde a professora leu as perguntas para eles
realizarem as atividades nos livros, com a sua orientação. Todos possuem uma
boa coordenação e pintam bem.
Em seguida, foi realizado um momento de descontração com a
música Borboletinha. Depois, foi explicado a atividade de matemática onde a
professora fez uma revisão dos números no quadro de 1 a 14. Depois foi a
hora do lanche com suco e nescau.
No dia dezenove de outubro de 2022, a professora fez a acolhida
com uma oração e uma música Olá, Tudo Bem?! Além disto, foi realizado o
Quanto somos, concluindo que vieram 18 alunos no dia, sendo 9 meninos e 9
meninas. Foi realizado a leitura do calendário e a revisão da letra P e realizado
a explicação da família dessa letra, com exemplos de palavras que iniciam com
esta letra. A professora usou imagens impressas referentes a essa família para
explicar melhor a aula, sempre fazendo a associação da imagem com a letra.
Em seguida, a música do Pato foi utilizada para uma melhor
compreensão da família em estudo. A professora realizou vários
questionamentos sobre a música, depois ela pediu para os alunos que
pegassem seus cadernos e lápis para escrever a família do P, desenhando
imagens que correspondessem a algumas sílabas como, por exemplo: picolé,
pato e pipoca. Enquanto isso, a professora chamava um de cada vez para
mostrar a atividade no livro, explicando como responder a mesma. Os alunos já
conseguem retirar a atividade do quadro. Os recursos utilizados foram a caixa
de som, imagens, atividades, quadro e música. Outra estratégia utilizada foi
que, enquanto a professora está ensinando para outro aluno, os demais estão
pintando as imagens.
No dia 20 de outubro de 2022, a professora começou com a
acolhida, uma oração com o calendário e como está o tempo. No quanto
somos, ela contou 9 meninas e 7 meninos, totalizando 16 crianças presentes. A
professora organizou a sala em grupos de 4 alunos. Depois, ela fixou um cartaz
do tempo no quadro para explicar o tempo, fazendo vários questionamentos
36

orais como: qual a roupa que usamos quando o tempo está chuvoso? Qual a
roupa que usamos quando o tempo está ensolarado?
A professora trouxe o guarda-chuva para mostrar para os alunos a
utilidade do mesmo, mostrando que o mesmo serve para proteger do sol e da
chuva, já que o assunto de hoje foi sobre o sol e chuva. A professora leu o
texto sobre o sol e a chuva, utilizando os nomes dos alunos e os nossos
também. Os alunos adoraram. Na hora da atividade a professora perguntava
como estava o tempo e a criança deveria responder da forma correta.
Observou-se que quando os alunos eram chamados a atenção eles
atendiam. Antes de responder o segundo comando das variações do tempo, a
professora colocou uma música Cai Chuvinha nesse chão, e a sequência de
gotinhas de 1 a 3. A professora fez um desafio para todos cantarem a música
juntos, e quem não cantou depois cantou sozinho. A música era: Chuva,
chuvinha molha a cabeça da Aninha! Chuva, chuvão molha a cabeça do João.
Ela usou os nomes dos alunos, depois realizou a atividade no livro
completando as gotinhas com a tinta guache. Depois da atividade, a professora
fez a revisão sobre o tempo e, em seguida, colocou a música chuvinha. A
professora foi em cada grupo para cantar a música e ver qual grupo cantou
mais animado.
O momento do lanche das crianças foi realizado uma fila para ir ao
refeitório, sendo o lanche suco de caju e pão. Depois do lanche, foi entregue
uma atividade xerocopiada e entregue uma plaquinha plastificada com o nome
dos alunos, para as crianças que ainda não conseguem colocar o nome. Além
dos alunos desenharem alguns objetos que nos protegem das variações do
tempo.
No dia 21 de outubro de 2022, a professora realizou uma acolhida
com uma oração e uma música Boa Tarde e música Sou feliz. Realizado uma
atividade de leitura do calendário. No momento da chamadinha, a professora
chamou cada um dos alunos para pegarem suas plaquinhas com os seus
nomes. Foi percebido a presença de 8 meninas e 9 meninos, sendo um total de
17 alunos presentes. A professora revisou o assunto que foi explicado durante
a semana, relembrando junto com as crianças a letra P e sua família. A
professora pediu que os alunos escrevessem a letra estudada e sua família,
37

enquanto isso a professora corrigia as atividades de casa realizadas no livro


Vamos trabalhar.
A professora trouxe uma surpresa para os alunos em uma sacola,
onde todos disseram que gostam de surpresas. Dentro da sacola havia duas
borboletas, uma rosa e outra azul. A professora confecciona caules de árvores
e colou na cabeça das crianças e se dirigiram para a cozinha para fazerem um
chocolate ao som da música Borboletinha, realizando também a criação de
seus próprios brigadeiros. Depois disso, cantaram a música Meu Lanchinho e
fizeram o lanche de forma compartilhada.
Depois do lanche, foram de dois em dois ao banheiro e beber água
para retornarem a sala de aula. Na sala, foi feito a revisão do assunto
trabalhado durante a semana.
No dia 24 de outubro, a professora iniciou a aula com a música Olá,
como vai. Depois foi feito uma oração e a leitura do calendário. No momento da
chamadinha, a professora chamou cada aluno para procurar seu nome na lista.
Foram contabilizados 8 meninos e 7 meninas, totalizando 15 alunos.
A professora mostrou uma imagem aos alunos e eles identificaram o
queijo e realizaram o movimento da letra Q. Depois, a professora chamou cada
aluno para realizar a escrita da letra no quadro e responderem a atividade no
livro. Foi realizado uma atividade de sequência didática com a leitura da
história Chapeuzinho Vermelho. Depois foi realizado o lanche com suco de caju
e biscoito. Depois do lanche, a professora discutiu com os alunos as cenas da
história lida e concluiu com a moral da história que não devemos desobedecer
aos pais.
No dia 25 de outubro de 2022, a professora fez a acolhida com uma
oração e com a música Boa Tarde. Fez a contagem dos alunos, sendo 8
meninos e 6 meninas, ao todo 14 alunos. Foi revisado os numerais e
apresentado o novo número que era o 15. Em seguida, a professora pediu que
as crianças pegassem o caderno para escrever os números de 1 a 15.
No momento do lanche as crianças foram em fila e lancharam feijão
misturado com macarrão e carne moída. Depois do lanche, a professora
continuou realizando a atividade do livro, sempre orientando os alunos.
No dia 26 de outubro, a professora começou a aula com a oração
Querido Deus. Depois foi realizado a contagem dos alunos com 8 meninos e 8
38

meninas, totalizando 16 alunos presentes. Em seguida, foi feito a leitura do


calendário e apresentado a letra Q maiúscula em uma ficha. Logo após foi
apresentado um vídeo sobre a letra estudada, sendo chamado cada aluno para
escrever a letra no quadro.
Depois foi feito um cartaz com a letra Q, chamando os alunos para
colarem a letra que eles escreveram no cartaz. Depois foram feitos estudos
com imagens que iniciam com a letra estudada, como quindim, queijo, quatro,
quiabo, entre outros. Também foi realizado uma colagem de cada imagem que
iniciava com a letra Q no cartaz.
Foi entregue o livro para as crianças para realizarem a atividade
sobre a letra estudada, com a orientação da professora. Durante o lanche a
professora colocou uma música Farinhada, sendo que os alunos realizaram o
movimento como se estivessem com uma peneira com farinha. Depois foi
realizado uma revisão no quadro sobre o assunto estudado.
No dia 27 de outubro, a professora começou a acolhida com a
oração Querido Deus e uma música Bater Palmas. Em seguida, foram
contabilizados 8 meninos e 6 meninas, totalizando 14 alunos no total. A
professora mostrou um vídeo com uma música que tratava sobre os meios de
comunicação viáveis para se comunicar com outras pessoas distantes, como
por exemplo a carta, radio, jornal, computador, dentre outros.
No dia 28 de outubro a professora fez sua acolhida com uma oração
e uma música. Logo após, colocou os recursos que utilizou durante a semana
no quadro, relembrando de forma divertida o assunto estudado. Depois foi
realizado uma atividade impressa sobre o tema. Teve um lanche compartilhado
e depois foi realizado uma brincadeira de roda. Foi realizado uma revisão sobre
os meios de comunicação e sua utilização.
A professora terminou a aula com uma música sobre os meios de
comunicação, onde todos participaram da atividade.
Kishimoto (2010, p. 54) afirma que:

A atividade lúdica ocupou um lugar no espaço educacional infantil e


que o lúdico proporciona o desenvolvimento e aprendizagem, sendo
assim, há a necessidade da orientação do educador para tais
processos de ampliação da aprendizagem educacional.
39

Dessa maneira, o autor afirma que as atividades realizadas pela


professora em sala de aula com música, com dinâmicas e outras metodologias,
incentiva a criança a ter um bom desenvolvimento.
De acordo com os dados obtidos com o questionário da entrevista
com a professora Bruna Lira Damásio, professora da turma Infantil I na creche
Centro de Educação Infantil Socorro Moreira Lima Costa, pode-se observar a
realidade do local com relação ao uso da ludicidade dentro da sala de aula.
No início da entrevista a professora relatou seu nome completo,
como resposta da primeira pergunta. A segunda pergunta a professora
respondeu da seguinte forma:

Eu sou formada em Pedagogia, tenho pós-graduação em


Psicopedagogia. Na verdade, não foi bem uma escolha minha cursar
Pedagogia, pois não me identificava muito com a disciplina e sim com
Matemática, mas como só havia formação continuada para essa área
decidi faze-la. Porém, no decorrer do curso, aprendi a gostar da
Pedagogia.

De acordo com a professora, observa-se que não era o curso de


primeira escolha da profissional, porém a mesma se dedicou e se tornou uma
profissional qualificada, realizado até mesmo uma pós-graduação na área de
Psicopedagogia.
A terceira pergunta a professora respondeu da seguinte forma:

Eu procuro sempre depois da acolhida trabalhar jogos, como jogo da


memória e caça-palavras. Eu procuro trabalhar por conta da
facilidade que eles tem em adquirir conhecimento, ficando mais fácil
trabalhar com a brincadeira e jogos antes de iniciarmos o conteúdo da
aula, ficando uma aprendizagem mais significativa.

Perante a resposta da professora, pode-se constatar que é uma


profissão que trabalha com metodologias diversificadas, desde a acolhida até o
final da sua aula, onde as crianças tem uma aprendizagem mais prazerosa e
de qualidade.
Para Piaget (apud Almeida, 2003), os jogos se tornam mais
significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre
manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar
as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa.
40

De acordo com o autor acima, os jogos utilizados em uma disciplina


que o aluno acha difícil com certeza o ajudaria a entender melhor um conteúdo.
Para a docente entrevistada, trabalhar com jogos lúdicos teve um grande
avanço, fazendo um paralelo com a maneira que ela trabalha sem a ludicidade,
podendo se perceber, então, que o lúdico é uma forma leve tanto para ela
trabalhar quanto para os alunos compreenderem o assunto.
Na quarta pergunta, a professora respondeu dessa maneira:

Eu posso perceber que para eles adquirirem a assimilação de um


conteúdo, fica mais difícil quando a gente não trabalha de forma
lúdica, ficando mais mecanizado, já de forma lúdica eles brincam e a
aula fica mais prazerosa.

Nesse sentido, conforme a docente, os alunos demoram a assimilar


o conteúdo quando o ensino é tratado de forma mecanizada. Quando o
assunto é tratado de forma lúdica, o aluno aprende com mais facilidade.
Com isso, Vygotsky (1984, p.21) destaca que o brincar é essencial
para aprendizagem, porque:

Gera um espaço para pensar, sendo que a criança avança no


raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais,
compreende o meio, desenvolve habilidades, conhecimentos e
criatividade. Compreendendo, assim, que o ato de brincar permite
que aconteça a aprendizagem, o brincar é essencial para o
desenvolvimento do corpo e da mente.

Analisa-se que o brincar auxilia no processo de aprendizagem dos


alunos, que contribui na construção do pensamento e da criatividade, sendo
assim uma relação com a aprendizagem.
A quinta pergunta a professora respondeu desse modo:

Facilita sim e dá pra perceber a empolgação das crianças quando a


gente leva atividades lúdicas para introduzir os conteúdos. Eu sigo
uma rotina, não é aquela mesma coisa todos os dias de forma
mecanizada, é uma rotina que as crianças aprendem desde a hora da
acolhida, a brincadeira, a hora da atividade, a hora do lanche e no
final a gente trabalha a questão de algumas brincadeiras e músicas
para eles relaxarem até chegar o momento da saída. Então, observo
que no dia que a gente esquece de alguma parte da oração, a criança
já fala “tia faltou isso aqui”. Assim, vamos introduzindo os conteúdos
com eles de forma lúdica, brincando, cantando e sempre observando
qual é a necessidade maior das crianças. Eles pedem muito para
beber água, mas eu sempre busco trabalhar naquilo que a criança
gosta. Também temos o momento da atividade e eles já sabem
41

direitinho, se faltar alguma parte da rotina eles já sabem e comentam


que faltou algo.

A seguir temos o quadro com as respostas dos alunos nas


entrevistas.

Quadro 2: Respostas das entrevistas com os alunos


ALUNO RESPOSTA RESPOSTA RESPOSTA RESPOSTA RESPOSTA
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
PERGUNTA PERGUNTA PERGUNTA PERGUNTA PERGUNTA
Jean Pular de Pintura Brincar de Free Fire e O meu
Lucas pula-pula pega-pega, jogar sonho é ser
esconde- quebra- vaqueiro,
esconde, cabeça quando eu
escorregador crescer
, pique- quero ser
esconde, vaqueiro.
bandeirinha,
queimada e
futebol
Murillo Gosto de Matemática Gosto de Montar Meu sonho é
brincar de brincar de quebra- de ter uma
bola pipa e de cabeças bicicleta e
bola viajar. Quero
ser médico.
Ana Balançar Das letras e Escorregar, Do pool, dar Meu sonho é
dos brincar de banho nele, de ser
números casinha, do passar o policial.
pega e do sabonete, Quando
esconde- ele come, crescer
esconde e brinca e quero ser
boneca dorme. policial.
Alice Boneca De pintar e Pega-pega, Jogo da Meu sonho é
as letras esconde- casinha com ganhar
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esconde, bonecas presentes de


mamãe e bonecas.
filha e Quando eu
boneca crescer
quero ser
policial.
Isis Escorregado Matemática Brincar de Roblox Meu sonho é
r casinha e ter uma
balançador ladybug.
Quando eu
crescer
quero ser
policial.

Na primeira pergunta, o aluno Jean Lucas respondeu que gosta de


brincar de pula-pula, uma brincadeira que estimula a coordenação motora dos
alunos ao mesmo tempo que se diverte. Na segunda pergunta, ele respondeu
que gosta de pintura, ele não conseguiu determinar a disciplina Artes, mas fez
a referência com a atividade realizada nessa disciplina. Ele gosta de brincar
correndo com os amigos, ao mesmo tempo que ocorre a socialização, eles
aprendem a criar regras e segui-las. O aluno gosta de jogos que precisam de
concentração e raciocínio, sendo essencial para o seu desenvolvimento.
Diante disso, Sautchuk (2007, p.89) destaca que:

As crianças constituem a si mesmas quando realizam as suas lutas,


construindo uma imagem a respeito de si. Além disso, suas ações,
desencadeadas em um nexo de relações, com humanos e não
humanos, agem sobre um complexo sistema de preceitos da
virilidade. Em outras palavras, entendo que, de maneira dialética, os
meninos, ao passo que brincam e lutam, são constituídos por suas
brincadeiras sobre a vaqueirice e pelas lutas que resolvem. Nesse
movimento, esquema de percepção, ação e pensamento são
(re)elaborados, pois crianças internalizam o sistema de práticas e
valores da masculinidade ao mesmo tempo que também agem sobre
esse, negociando seus sentidos.

O autor discorre que desde criança que mostram interesse pela vida
de gado, cavalo, onde muitas vezes é incentivado desde cedo pelos pais ou
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por alguma pessoa da comunidade. As crianças brincando de vaqueiros se


sentem felizes e aprendem o cuidado com os animais desde a infância,
fazendo cavalinho de pau e curral, pois através das brincadeiras e brinquedos
eles brincam, aprende e adquirem experiência para a vida.
No questionário, o aluno Murillo dos Santos Silva destacou que
gosta de brincar de bola, é uma brincadeira que o faz feliz. O aluno respondeu
que gosta de números e que consegue ver os números em todos os lugares
que anda sendo presente em seu cotidiano. Além disso, gosta de brincadeiras
em que ocorre a interação com os outros colegas. Para ele, seu jogo favorito é
o de quebra-cabeça, desenvolvendo seu raciocínio lógico e estimulando a sua
concentração. Observou-se que ele não tem uma bicicleta, mas que sonha em
ter uma.
Na entrevista com a aluna Ana Rendhylly da Silva Santos podemos
perceber que sua brincadeira preferida é de balançar, onde o brincar é
encantador, pois a criança na medida em que vai balançando ela sente o vento
em seu rosto, uma sensação maravilhosa. Ela afirmou que gosta das aulas de
Português e de Matemática, sendo bem direta em sua resposta, mostrando
que, quando essas aulas são ensinadas de forma lúdica, a criança gosta
mesmo. Percebe-se que ela brinca com outras crianças de várias brincadeiras
e movimentos diferentes, onde cada uma tem suas regras e isso é bom,
fazendo com que a criança aprenda desde cedo as normas e regras para que
ocorra uma boa socialização. Observou-se que ela gosta de jogar no celular,
fazendo com que a criança aprenda todos os passos de um jogo. Seu sonho é
de ser policial, o que pode acontecer sim, basta estudar, tornando seu sonho
uma realidade.
Através da entrevista com a aluna Alice da Silva Santos percebeu-se
que a aluna ainda possui dificuldades em falar as palavras de forma correta,
costumando brincar de boneca, onde a criança inventa situações, criam cenas
e nomes, estimulando a imaginação da criança. Ela gosta de pintar, fazendo
com que estimule sua coordenação motora e aprenda os movimentos das
mãos. Quando a criança gosta de disciplinas com letras elas gostam de
sequências, desenvolvem a atenção e a memória, sua oralidade e sua
integração com os outros. A criança gosta de brincar de pega-pega, um jogo
simples e com regras fáceis de serem seguidas; gosta de brincar de boneca e
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mãe e filha, estimulando sua imaginação e criatividade no momento em que


cria cenas e falas para os personagens da brincadeira. Observou-se que desde
cedo a criança tem seus sonhos pré-definidos e quando crescer quer realiza-
los.
A aluna Isis da Silva Cruz, respondeu que sua brincadeira favorita é
o escorregador. Suas aulas preferidas são de Matemática, seu jogo favorito é o
Roblox, sendo seu sonho de ser uma policial quando crescer. Percebeu-se que
suas respostas foram bem parecidas com as das outras crianças, não se sabe
se é porque se inspirou quando as viu respondendo ou se é somente porque
suas rotinas são bem parecidas e seus gostos também.
Diante de tudo isso, as respostas dos alunos foram na mesma
perspectiva. Segundo Oliveira (2000, p.45):

O brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-


se como uma das formas mais complexas que a criança tem de
comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o
desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a
criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção,
a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando a criança o
desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade,
motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

O autor discorre que o brincar vai além da recreação, tem o poder


mais amplo que a criança tem em argumentar-se com você mesmo e com o
meio em que vive, ou seja, seu desenvolvimento acontece através da
socialização. Sendo assim, a criança vai se descobrindo com suas habilidades,
onde desenvolve a imaginação, imitação, e a mesma tem suas personalidades
desde afetividade até a criatividade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola como é cenário de constantes alterações, faz-se


necessário visualizar alguns marcos que engendraram/engendram os rumos do
trabalho pedagógico a ser realizado na etapa da educação infantil no sentido
de pensar o aprendizado e o desenvolvimento da criança pequena,
assegurando-se para isso o direito de brincar.
A importância de fazer-se a investigação de como as legislações
apresentam ou não a questão do brincar na educação infantil, situa-se nos
pressupostos de teóricos que evidenciam o brincar como atividade por
excelência para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança pequena.
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Observou-se a partir dos estudos e pesquisas realizadas que nas


legislações selecionadas, quais sejam: Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil dos anos de 1999 e 2010, os dois últimos Planos Nacionais
de Educação nº 10.172 do ano de 2001 e nº 13.005 do ano de 2014 e as Leis
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 4.024 do ano de 1961 e 9.394
do ano de 1996, a menção ao brincar na educação infantil só está presente nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil do ano de 2010,
evidenciando a subalternidade de elemento indispensável para o trabalho
pedagógico na educação infantil e, para, além disso, podendo influenciar na
construção de currículos e projeto políticos-pedagógicos que também
desconsiderem esse aspecto para a formação infantil, o que pode refletir-se
também no trabalho do professor.
Declaro-me satisfeita com os resultados da pesquisa e os objetivos
foram atingidos, pois compreende a maneira como a ludicidade está inserido
no processo de ensino e aprendizagem dos alunos da educação infantil, da
creche Socorro Moreira Lima Costa, através das práticas da professora Bruna.
Através das observações, discorro sobre várias opções que me
fizeram compreender a ludicidade na educação infantil. A partir da metodologia
utilizada, observações participantes com registros em diário de campo, onde foi
possível associar a pesquisa em consonância com as práticas realizadas, foi
viável compreender as rotinas diversificadas que a professora utilizava para
trabalhar de forma lúdica.
Cada entrevista e observação me fez entender que trabalhar com o
lúdico surge efeito satisfatório tanto para os alunos quanto para a professora. A
pesquisa me trouxe possibilidades sobre um aprendizado à respeito da
ludicidade na educação infantil, além de conhecer a realidade da turma. Foi um
ciclo riquíssimo de conhecimentos, trocas de saberes, ressignificações, onde
aulas práticas se fizeram algo na minha trajetória, e levarei para a vida um
aprendizado inesquecível.
Acredito que a questão da pesquisa foi contemplada, sendo assim a
importância da ludicidade na educação infantil essencial, pois a criança
aprende brincando e a aula não fica cansativa e sim prazerosa, onde a
professora trabalha de forma lúdica.
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ANEXOS
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