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BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
CAXIAS, MA
2023
PEDRO HENRIQUE PEREIRA COELHO
CAXIAS, MA
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 6
2. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................................7
2.2. RAMPAS........................................................................................................................ 10
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................10
4.1.1 Circulação............................................................................................................. 13
4.1.3 Estacionamento....................................................................................................15
4.2.1 Circulação............................................................................................................. 16
5. CONCLUSÕES................................................................................................................. 18
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 20
ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE DAS PRINCIPAIS PRAÇAS
NO MUNICÍPIO DE BURITI BRAVO- MA
1
Graduando curso de Engenharia Civil – Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão,
Caxias/MA, Brasil; pereira.p.h@hotmail.com
2
Professor Mestre em Engenharia Civil – Centro Universitário de Ciências e Tecnologia do Maranhão,
Caxias/MA, Brasil; valneymoura@yahoo.com.br
RESUMO
As condições ofertadas para o deslocamento de pedestres em cidades brasileiras, e em
cidades dos países em desenvolvimento, dificultam a acessibilidade e a mobilidade daqueles
que dependem deste meio para realizarem suas atividades, trazendo prejuízos que influenciam
no processo de exclusão social e em indicadores como o desemprego, o analfabetismo e a
desnutrição. Este trabalho tem como objetivo propor medidas favorecedoras à mobilidade e
acessibilidade de pedestres em áreas urbanas, levando em consideração a interação entre os
elementos do sistema de transportes: o homem, a via, o espaço urbano e o veículo, nos
campos do planejamento e das políticas públicas, dos projetos infra estruturais e operacionais
e da legislação (controle e operação). A base de dados será constituída de informações
qualitativas e quantitativas que, quando tabuladas, mostrarão as facilidades / dificuldades de
circulação e outras externalidades enfrentadas pelos pedestres. Inicialmente foi feita uma
revisão bibliográfica no sentido de estabelecer a conceituação e os parâmetros mais
adequados para a acessibilidade urbana. Desta forma, foi possível identificar as principais
dificuldades referentes à situação dos pedestres e definir um conjunto de ações que podem
contribuir na redução do número de atropelamentos e no aumento dos deslocamentos a pé em
áreas urbanas.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
Nordeste apresentou a maior taxa de prevalência de pessoas com pelo menos uma das
deficiências – 26,62%. Tal dado estatístico mostra a importância da acessibilidade e
mobilidade em espaços públicos para que haja a inclusão da pessoa com deficiência e
mobilidade reduzida.
A circulação de pedestres remete-se às necessidades de andar, descansar, olhar e
comer. A rua e suas extensões devem reforçar este caráter de lugar de relação, que garantem
não só a vitalidade do lugar, como sua sustentabilidade e manutenção. O conceito de
mobilidade está relacionado com o deslocamento das pessoas no espaço urbano, que devem
facilitar o percurso das pessoas e não dificultar, com ruas limpas, seguras, arborizadas, pouco
ruidosas, com calçadas amplas, dotadas de mobiliário urbano confortável, iluminação
adequada, sinalização e com total acessibilidade.
A mobilidade e a acessibilidade urbanas são atributos das cidades e representam duas
das mais importantes vantagens comparativas propiciadas pelo espaço urbano, em face de
suas alternativas em termos de localização de atividades e serviços. Nesse contexto, as
principais metrópoles nacionais possibilitam facilidade de contatos que colocam os cidadãos
metropolitanos diante de oportunidades de transações, comunicação social e consumo, não
raro indisponíveis em espacialidades urbanas de menor porte e/ou mais afastados das áreas
mais desenvolvidas economicamente, fato que potencializa a sua atratividade (LOBO et al.,
2010).
escorregadios. Para ter uma cidade acessível a todos, deve-se respeitar a diversidade física e
sensorial entre as pessoas e as modificações pelas quais passa o nosso corpo, da infância à
velhice. Deve-se pensar sempre na inclusão, com as rampas, calçadas mais largas, sinalização
nas calçadas para deficientes visuais, sinaleira para pedestres e ciclovias. Há ainda as ocasiões
onde o pedestre tem sua mobilidade interrompida por motivos que vão desde a obstrução de
seu campo de visão em travessias ao desrespeito das regras de circulação impostas por leis
(DAROS, 2000), passando por falta de projetos adequados de engenharia de tráfego
(GONDIM, 2001), e de políticas e projetos públicos que amparem os cidadãos no papel de
pedestres (GUERREIRO, 2012).
Por isso e por outros, que as cidades precisam de soluções rápidas para amenizar o
impacto do desenvolvimento. A acessibilidade física, em foco no presente estudo, é
normatizada pelas vias da NBR 9050 de 2020, que “estabelece critérios e parâmetros técnicos
a serem observados quando do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade” e do Decreto
Federal n° 5.296/2004, que regulamenta as leis federais n° 10.048/00 e 10.098/00 a fim de
estabelecer prazos e procedimentos referentes à quaisquer ações que envolvam acessibilidade.
Há várias ideias elaboradas por pessoas que estudaram todo o problema da mobilidade
urbana. Mesmo não sendo uma tarefa fácil é possível sim aos poucos transformar nossas
cidades em lugares melhores de se viver, com fácil acesso, segurança e sustentabilidade.
Para Magalhães et al. (2004), existem situações em que a definição de pedestre está
subentendida, transmitindo a ideia de que o conceito de pedestre é claro e invariável. O
Código de Trânsito Brasileiro - CTB (BRASIL – MIN. JUSTIÇA, 1997), por exemplo, não
define o que é um pedestre. Em seus trabalhos, DAROS (2000) e GOLD (2003) definem
pedestres como sendo pessoas que andam a pé no espaço público.
Nota-se que, dentro do grupo de pedestres, existe uma diversidade de usuários que
necessitam de condições diferenciadas para locomoverem-se. Estes usuários têm sido
chamados universalmente de portadores de necessidades especiais de locomoção (VTPI,
2004), e estão subdivididos em categorias que agrupam características similares na maneira
como efetuam seus deslocamentos.
O termo pessoa com deficiência engloba pessoas com restrições físicas, sensoriais e
mentais. Estima-se que entre 12% a 13% da população mundial apresenta algum tipo de
restrição dentre as citadas (MIU, 2002). No Brasil, este número chega a 14,5% (IBGE, 2000).
Estes usuários precisam de uma série de adaptações nos locais onde circulam para exercerem
o direto de ir e vir.
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2.2. RAMPAS
especificados no item 6 na ABNT NBR 9050/2020 e devem ser seguidos para adequação
desses locais.
A norma mencionada diz que a rota acessível é um trajeto contínuo, desobstruído e
sinalizado, que conecta os ambientes externos e internos de espaços e edificações e deve
atender os critérios de acessibilidade para que seja utilizada por todas as pessoas, incluindo
pessoas com deficiência e mobilidade reduzida de forma autônoma e segura.
As rotas acessíveis externas que incorporam estacionamentos, calçadas, faixas de
travessias de pedestres (elevadas ou não), rampas, entre outros elementos de circulação. As
áreas de qualquer espaço ou edificação de uso público ou coletivo devem ser servidas de uma
ou mais rotas acessíveis (NBR 9050, 2020).
As rampas são superfícies de piso com declividade igual ou superior a 5 % e até
8,33% para que seja garantido a acessibilidade. Porém em reformas, quando não houver
possibilidade dessas especificações serem atendidas sua inclinação poderá ser de até 12,5 %
(1:8). Deve possuir largura livre mínima de 1,50m para rotas acessíveis, sendo o mínimo
admissível de 1,20 m (NBR 9050, 2020).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A Praça José Costa Sobrinho está localizada na cidade de Buriti Bravo – MA, no
centro da referida cidade, com o endereço que leva seu mesmo nome. Durante o ano de 2014
a praça passou por uma reforma, mudando praticamente toda a sua estrutura, como pode-se
observar nas imagens abaixo.
Figura 01 – Antiga Praça José Costa Sobrinho
4.1.1 Circulação
O piso da praça possui dois tipos de pavimentação: bloco 01 em concreto, blocos 02 e
03 em concreto e basalto. Não possui piso tátil direcional e de alerta que são essenciais para
garantir uma rota acessível. A Tabela 01 apresenta as medidas de largura e inclinação das
rampas de acesso encontradas na praça José Costa Sobrinho. Além disso, o piso da praça
encontra-se irregular, instável e trepidante, dificultando o uso da cadeira de rodas, carrinho de
bebê ou qualquer outro dispositivo de rodas na circulação desse espaço público.
3 1,23m 18,07%
Fonte: Autor (2023).
Os dados coletados na citada praça mostram que todas as rampas estão com dimensões
fora do padrão estabelecido na norma de acessibilidade NBR 9050. Das rampas analisadas
100% estão com inclinação muito acima da declividade máxima permitida que é de 8,33% até
mesmo quando todas as possibilidades se esgotam e se utiliza 12,5% de inclinação em caso de
reforma e em relação a largura 40% das rampas estão abaixo da largura recomendada pela
norma que é de 1,50m, porém dentro do admissível que é 1,20m.
Dentre as rampas analisadas, uma já está danificada impossibilitando a medição e o
seu uso para ter acesso a praça. A Figura 03 realça a vista de uma das rampas.
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Conforme pode ser observado na Figura 04, os lugares disponíveis para descanso têm
um design que gera desconforto para quem o utiliza, pois não possui encosto. O espaço
próximo aos assentos não é considerado como módulo de referência, pois não possuem
dimensões adequadas, enquanto em outros pontos o espaço interfere na circulação das
pessoas.
Para manter a limpeza da praça só tem disponível quatro lixeiras, separadas para cada
tipo de produto, pois as outras foram removidas. As lixeiras estão sem sinalização adequada,
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já que possui altura de 1,05m, como pode ser visto na Figura 05, e deveria estar sinalizada
com piso tátil de alerta.
Figura 05 – Lixeiras.
Esta praça está localizada no centro da cidade de Buriti Bravo – MA, no endereço
que leva seu próprio nome. Recentemente, passou por reformas intensas, como pode ser visto
nas imagens abaixo.
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O piso da praça é uma mistura de petit-pavé [ou pedra portuguesa] e de concreto com
modelagem que dificulta identificação de piso tátil, conforme mostrado na Figura 09. Os dois
tipos de piso utilizados têm muita textura o que torna trepidante e dificulta a circulação da
pessoa com cadeira de rodas ou que utilize qualquer outro tipo de dispositivo com rodas.
Além disso, não possui nenhum tipo de sinalização tátil direcional ou de alerta.
Figura 09 – Praça Coronel Raimundo Moreira Lima
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Os dados coletados mostram que apenas uma das rampas do local estudado está dentro
dos padrões estabelecidos pela NBR 9050/2015 em relação a inclinação máxima permitida e a
largura recomendada, conforme Tabela 02. Das rampas encontradas, 100% estão muito acima
do recomendado que é de no máximo 8,33%.
Existem dois tipos de assentos nessa praça, o primeiro sem encosto e divisão, um
design que não é confortável e fixado no nível da praça, conforme Figura 10. Em alguns
pontos, o mesmo tipo de assento está fixado em um ponto da praça que não é possível ser
acessado pelo cadeirante, pois tem um desnível de 15cm, conforme ilustra a Figura 11.
Figura 10- Bancos, Rampas, Canteiros e vias da Praça.
5. CONCLUSÕES
Com base nos dados analisados, conclui-se que a Praça José Costa Sobrinho e Praça
Coronel Raimundo Moreira Lima possuem desconformidade com os critérios e parâmetros
técnicos dispostos na norma da acessibilidade, ABNT NBR 9050 de 2020, onde estão todas as
diretrizes que devem ser seguidas para que seja garantido o direito da pessoa com deficiência
e mobilidade reduzida de circularem com autonomia e segurança nesse tipo de local.
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REFERÊNCIAS
DORNELES, V. G., et al. Acessibilidade para idosos em áreas livres públicas de lazer.
2006.
SALDANHA, N. O jardim e a praça: ensaio sobre o lado “privado” e o lado “público” da vida
social e histórica. Ciência & Trópico, v. 11, n. 1, p. 105-12, 1983.