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A IMPORTÂNCIA DAS CALÇADAS NO ESPAÇO URBANO

CALÇADAS ACESSÍVEIS

Andresa Moraes D Avila 21000932


Elyas Emanuel S. de Sousa 21000687
Willian Gomes Beltrão 23002886
Prof. Edmar de Oliveira Andrade

RESUMO
A calçada é um dos fatores de grande importância no espaço urbano, é através dela
que as pessoas podem garantir uma circulação adequada e, principalmente transitar
com segurança, sem obstruções ou desconfortos. Nesse contexto, a finalidade desse
artigo é identificar os impactos que podem ocorrer com a falta de um planejamento e
ressaltar o cumprimento das leis que garantem a sua construção, manutenção ou
reformas, pois é de extrema importância o conhecimento das normas de
regulamentação das calçadas. Com isso, o poder público deve conscientizar a
população sobre a necessidade de conservação da calçada e ao mesmo tempo,
vejam a mesma como um elemento fundamental para a circulação pública, algo que
está ficando cada vez mais isolado. Então, repensar sobre o planejamento adequado
das calçadas, garantindo uma implementação acessível e diminuindo problemáticas
socias.

Palavras-chave: Acesso, Cidade e Calçadas.


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Abstract
The sidewalk is one of the factors of great importance in urban space, it is through it
that people can guarantee adequate circulation and, above all, travel safely, without
obstructions or discomfort. In this context, the purpose of this article is to identify the
impacts that can occur with the lack of planning and highlight compliance with the laws
that guarantee their construction, maintenance or renovations, as knowledge of the
rules governing sidewalks is extremely important. With this, the public authorities must
make the population aware of the need to preserve the sidewalk and, at the same time,
see it as a fundamental element for public circulation, something that is becoming
increasingly isolated. So, rethink the appropriate planning of sidewalks, ensuring
accessible implementation and reducing social problems.
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Keywords: Access, City and Sidewalks.


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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, desde 2001 existe uma lei federal chamada Estatuto da Cidade, onde
qualquer município com mais de 220 mil habitantes deve ter um plano diretor, este
que pode ser facilmente confundido com um conjunto de leis dita o que é o certo, essa
porém, é uma compreensão muito equivocada, pois como seu próprio nome diz, plano
diretor é um plano, um planejamento que leva em consideração fatores compositores
de uma cidade para gerar um conjunto de leis que beneficiam a área ocupada por
populações individuais, por esse motivo cada cidade tem um plano diretor que visa o
aprimoramento de acordo com os fatores ali presentes, sua principal função é o
asseguramento do bem estar populacional e impacto ambiental promovendo a
qualidade de vida e o desenvolvimento urbano da cidade.

Um fator de extrema importância em relação ao espaço urbano são os meios de


locomoção entre determinada região, em um bairro há diversos meios de transportes,
entre eles, carros, motos, bicicletas etc. Porém, o meio de transporte mais simples,
leve, econômico e de baixo impacto ambiental é a caminhada, essa cujo se torna cada
vez mais complicada de ser utilizada, uma vez que o pedestre tem perdido seu espaço
por falta de condições de circulação, contribuintes de extinção das calçadas que
muitas vezes são invadidas por construções. Pois, a calçada é uma parte essencial
do espaço público reservado para pedestres e ao facilitar a locomoção dos pedestres,
os carros seriam menos utilizados e consequentemente isso impactaria de forma
positiva no congestionamento e na diminuição de acidentes de trânsitos diários. Pois,
garantir ao cidadão circulação livre de obstáculos e ao mesmo tempo acessível, é um
dos elementos de reconstrução e adequação que deveria ser vista como fundamentais
no meio da sociedade e do poder público.

Neste contexto, é importante ressaltar que a responsabilidade pela construção e


manutenção das calçadas é dos municípios. Portanto, cabe aos gestores públicos
garantirem que as calçadas sejam acessíveis e seguras para todos. Em relação, a
sua construção e manutenção devem seguir normas técnicas para garantir
acessibilidade, segurança e conforto a todos os usuários, elas devem ser niveladas e
sem obstruções, permitindo acesso fácil e seguro para pessoas com mobilidade
reduzida.
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2 DESENVOLVIMENTO

Neste artigo, buscamos por meio de pesquisa “in loco”, abordar a vantagem de se ter
um planejamento em relação às calçadas, principalmente quando não existem
orientações claras, apoio técnico e o uso correto das legislações. Com isso, são
encontradas várias irregularidades, como por exemplo: uma inclinação excessiva,
acabamento inadequado, ocupação pelo comércio e má conservação. É comum a
falta de fiscalização e de punição para aqueles que não cumprem as normas de
acessibilidade. Isso acaba gerando uma cultura de desrespeito às leis. Dessa forma,
fica claro que essa insuficiência afeta a população como um todo em vários níveis.

De acordo com a lei 10.098/2000, dentro do quesito de acessibilidade, os principais


pontos defendidos na lei são: a autonomia e segurança em todos os espaços (sejam
eles privados, públicos, físicos ou digitais), o acesso à informação ou a comunicação.

Segundo a NBR 9050 (ABNT 2020) A calçada constitui-se na parte da via, segregada
e em nível diferente, reservada ao trânsito de pedestre e à instalação de mobiliário
urbano, sinalização, vegetação, quando possível.
A norma de acessibilidade, tem como objetivo principal tornar os espaços urbanos
mais acessíveis e inclusivos, eliminando barreiras para que pessoas com deficiência
ou mobilidade reduzida possam ter mais conforto e segurança ao acessar espaços
públicos e privados, ela traz recomendações sobre como construir e reformar
edificações acessíveis com ênfase em pontos como: Dimensionamento de cômodos,
rampas de acesso e sinalização vertical e horizontal.

Conforme estabelece o item 6.10.4 da NBR 9050/2020, a calçada tem três faixas de
utilização:

A Faixa de Serviço: responsável pela localização do mobiliário urbano, as árvores e


os postes de iluminação ou sinalização, recomenda-se respeitar a largura mínima de
0,70m;
A Faixa Livre ou passeio: destina-se exclusivamente à circulação de pessoas, com
largura mínima de 1,20m.
A Faixa de Acesso; que se trata da área em frente ao imóvel e é responsável pelo
acesso à propriedade, esta faixa é possível apenas em calçadas com largura superior
a 2,00 m. Serve para acomodar a rampa de acesso aos lotes lindeiros sob autorização
do município para edificações já construídas.

Conforme o Artigo 33. As calçadas, praças, áreas de lazer, unidades de conservação


que permitam seu uso, orlas dos rios e demais espaços públicos são bens de uso
comum do povo, destinados à circulação de pessoas, atendendo a todos os
parâmetros de acessibilidade universal e à convivência social, devendo estar de
acordo com a norma específica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
nos quais somente serão permitidos outros usos na forma da legislação própria.

§ 1º Em relação às calçadas, deverão estar de acordo com a norma específica da


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), quanto às larguras mínimas de
circulação, atendendo a todos os parâmetros de acessibilidade universal e de
mobilidade inclusiva para todas as pessoas, atendendo, também, à obrigatoriedade
de arborização, dentre outras condições.
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§ 2º São diretrizes da estratégia de qualificação dos espaços públicos:

I - reordenar a nomenclatura e numeração dos logradouros públicos;

II - condicionar alterações da nomenclatura dos logradouros à aprovação junto ao


órgão de planejamento urbano, no âmbito do Poder Executivo Municipal;

III - incentivar a manutenção e a ampliação da arborização no Município.

Artigo 34. A estratégia de qualificação dos espaços públicos é complementada pelas


seguintes ações específicas:

I - arborização de áreas residenciais e praças e ampliação dos espaços com


vegetação, dando ênfase ao bairro Centro;

II - criação de praças e parques e revitalização das praças existentes de acordo com


as normas específicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT);

III - construção de calçadas, ciclovias e passarelas, de acordo com as normas


específicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
em todas as vias a serem recuperadas, quando possível;

IV - criação, implantação e manutenção das unidades de conservação;

V - criação de novas áreas de lazer para crianças e jovens, de acordo com as normas
específicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);

VI - garantia de acesso para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, de


acordo com as normas específicas de acessibilidade da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), em todos os espaços públicos.
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Considerações Finais

A fim de entender o que ocorre em grandes centros metropolitanos, que é onde de


certa forma esse problema está mais visível, encontramos uma disparidade em se
organizar o espaço urbano, no que de certa forma se torna um grande problema para
os órgãos públicos que são responsáveis por fiscalizar e cuidar. Há no imaginário de
alguns populares o pensamento de assenhorear-se de todo o aspecto de uma área,
principalmente de avançar a construção de moradia no limite dos logradouros, se
apropriando do espaço público, isso traz uma distorção urbana criando uma desordem
de fluxos, onde não se vê uma parametrização dos conjuntos construtivos de uma
cidade alinhado ao aspecto de vias e passeio.

Uma observação que pode ser feita pelos autores do artigo e a importância de um
documento que parametrize todos os aspectos construtivos de uma cidade, logo na
sua fundação, a obrigatoriedade de se ter um plano diretor, e se cumprir todos os
parâmetros adotados no documento, são de extrema importância para que a cidade
ao se expandir siga a orientação de equilíbrio com o meio ambiente e as necessidades
dos habitantes, pois fazer esses tipos de intervenção em cidades com um grande
passado histórico, ou superpovoadas sempre gera uma oposição da população em
geral, a cidade de Manaus se encontra em uma situação onde boa parte dos bairros
não seguem parâmetros de afastamento frontal para a construção de calçamento,
como já citado, sucedendo a apropriação de moradores, do espaço onde seria
reservado para a construção ou expansão de vias de passeio.

Há uma dificuldade de encontrar uma solução para essa contrariedade, tendo em vista
a resistência de cidadãos que não vão renunciar de um espaço que considera sendo
de sua autonomia, e aos órgãos responsáveis só resta tomar sempre as iniciativas de
desapropriação, para que ocorra a intervenção. Todo logradouro ou caixa viária há a
necessidade de se ter um espaço voltado para a instalação de calçadas, um dos
principais problemas que as cidades enfrentam e a grande relevância que os veículos
tem em detrimento dos transeuntes, muita pouca ênfase se dá na questão de
melhorias para o calçamento das vias de passeio, isso provoca uma reação em que
cada vez menos pessoas desfrutem de uma boa caminhada, ou tenham uma
perspectiva da cidade através do ponto de vista de um usuário do passeio público,

Há também uma necessidade de que se oriente a população de um modo geral sobre


a importância do calçamento e a necessidade de movimentação fluida pela cidade,
respeitando a hierarquização dos fluxos viários dentro da sua ordem, firmar
compromissos e estabelecer uma conscientização geral sobre isso e o primeiro passo
para encontrar uma resolução para este dilema a importância que haja um
comprometimento da população geral sobre o assunto. A conclusão final que tiramos
sobre essa análise e a importância que os indicadores e critérios urbanísticos tem,
para que haja uma compreensão de como a cidade vem se desenvolvendo, mais
acima de tudo ter consciência e coerência na projeção ao fazer a intervenção e criar
um ambiente inclusivo a calçada e importante para os transeuntes do passeio público,
assim como as ruas são para os usuários de veículos.
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050/2020.
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Disponível
em: https://www.caurn.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-
Acessibilidade-emenda-1_-03-08-2020.pdf. Acesso em: 23 de novembro 2023.
VLIBRAS. Mobilidade Urbana. Disponível em: https://www.vlibras.com.br/a-
importancia-das-calcadas-acessiveis-para-a-mobilidade-urbana/. Acesso em: 23 de
novembro de 2023.

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