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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
Prof.ª Regina Brabo

Discente: Matheus do Espírito Santo Guimarães (202006740114) Data: 10/08/2021

1ª AVALIAÇÃO DE PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO (10 PTS)

1. O que deve ser feito para planejar uma cidade ideal? (2pt)
Para se planejar uma cidade ideal deve-se primordialmente levar em
consideração fatores como: educação, mobilidade urbana, saúde, infraestrutura,
moradia e segurança.
Dessa forma, o primeiro quesito a ser pensado, seria a organização
uniforme do espaço urbano, tendo como ideal um crescimento poli nucleado, onde
as a oferta de serviços públicos essenciais, como fornecimento de energia elétrica
e de água, segurança, lazer e educação, esteja presente em pelo menos 35% da
área total dos loteamentos assegurando que não haja uma concentração
desfavorável dos mesmos. Além disso, a divisão da cidade em setores urbanos
com atividades comuns é de extrema importância, tendo em vista as
particularidades de cada um. Por exemplo, poderia haver perturbação e
consequente geração de estresse nos moradores de uma área residencial situada
próximo a uma área comercial ou industrial em que há uma elevada produção de
ruído. Sendo assim, pensar na comodidade e coesão entre os diferentes setores
sociais é fundamental.
Também é necessário estabelecer uma hierarquização do sistema viário,
para que haja fluidez na mobilidade. A implementação de vias perimetrais, para o
transporte de veículos pesados é essencial. Assim como vias arteriais bem
estruturadas que permitam conexão estratégica com as vias coletoras, as quais
devem possuir acessibilidade com áreas para o estacionamento de veículos e vias
adequadas ao fluxo de ciclistas, veículos especiais (ambulâncias e corpo de
bombeiros) e transeuntes, com segurança e conforto. Nesse ínterim, também se
faz referência à NBR 9050 que normatiza a adaptação dos espaços urbanos às
condições de acessibilidade, por exemplo, a instalação de pisos táteis, rampas, e
dentre outros aparatos.
Segurança é fundamental, por isso devem ser desenvolvidas estratégias
para manter uma constante vitalidade urbana e, dessa forma, evitar horários vagos
que favorecem práticas criminosas. Em áreas comerciais, por exemplo, onde se
tem um fluxo intenso de pessoas nos turnos da manhã e tarde é comum a
ociosidade ao fim do expediente, o que provoca o aumento da insegurança. Uma
solução para tal problemática seria a implementação de restaurantes e espaços
para lazer no horário vago, incentivando o aumento de atividade produtiva neste
ambiente.
Dessa forma, a manutenção e regulamentação do uso do espaço urbano é
de extrema importância. Para isso, o desenvolvimento de um plano diretor e a
asseguração de seu cumprimento são fundamentais para que o crescimento da
cidade seja controlado e todo a planejamento supracitado seja efetivo.

2. Quais as etapas de um Projeto Urbano? (1pt)


O instrumento principal do desenvolvimento de um Projeto Urbano é o plano
diretor, e a primeira etapa para a sua implementação é a formação da equipe que
o desenvolverá. Por ser uma tarefa complexa e que analisa os diversos aspectos
de desenvolvimento urbano, o corpo de profissionais deve ser diverso, composto
por urbanistas, engenheiros, sociólogos e ambientalistas, por exemplo.
Em seguida são realizados alguns estudos prévios. O mapeamento físico e
biológico do território é o que vai analisar o relevo e formação do solo, tal como a
existência de cursos e percursos d’água, o ecossistema existente, predominância
dos ventos e o clima da região. Já o mapeamento socioeconômico do território
visa analisar os hábitos gerais e a qualidade de vida dos habitantes. Esse estudo
é o responsável por verificar o potencial de desenvolvimento econômico da região.
Ocorre também um mapeamento histórico, que estuda todo o processo de
formação e as heranças culturais do espaço, com os povos, hábitos e técnicas
construtivas tradicionais, da região.
Após esses estudos iniciais, são criados os Mapas de Zoneamento, que a
partir do levantamento do entorno edificado delimitam núcleos urbanos com
características comuns e analisa sua composição de acordo com as vias principais
de acesso já estabelecidas, aspectos socioeconômicos, densidade populacional,
etc.
Por fim, são determinados o núcleo urbano principal e os núcleos regionais
com seus usos e características. Essa determinação é fundamental para que as
políticas de expansão da cidade vão na contramão de um desenvolvimento
mononucleado, a fim de evitar problemas de mobilidade, centralização de serviços
públicos e especulação imobiliária.

3. Quais são os planejamentos para uma área urbana e de que forma estão
integrados? (1pt)
Os planejamentos são: Planejamento Urbano, Planeamento de transporte
e Planejamento de circulação, os quais são abrangidos pelo: Plano diretor, Lei de
zoneamento, Código de obras, Regulamento de Polos Geradores, Rede de
Serviços Públicos e Operações Urbanas.
No Plano Diretor, estão contidas as regras e parâmetros para o
desenvolvimento do espaço urbano, dando atenção tanto à infraestrutura, quanto
as funções sociais do mesmo. Integrada a este plano, está a Lei de Zoneamento,
que trata da divisão da cidade em zonas com características comuns, visando
controlar as atividades nas mesmas. Por exemplo, zonas em que há
predominância de espaços comerciais podem pertencer a uma zona específica,
assim como áreas residenciais, etc. O código de obras, por sua vez, regulamenta
a forma que se constrói, definindo normas técnicas para os tipos de edificações e
os procedimentos para a aprovação de projetos. É ele quem define o tipo de
construção que pode ser implementada em função das atividades desenvolvidas
em determinada zona urbana, tal como o número máximo de pavimentos
permitido, o afastamento entre os limites dos terrenos e as edificações, entre
outros parâmetros. Já o Regulamento de Polos Geradores de Tráfego, visa
controlar o volume de veículos nas vias onde existem núcleos de circulação
intensa, comuns em áreas de shopping centers, escolas e supermercados, a fim
de evitar problemas de mobilidade. Também é papel do plano diretor a oferta de
Serviços Públicos essenciais, como fornecimento de energia elétrica e de água,
segurança, lazer e educação e as Operações Urbanas, que somam para a
melhoria do ambiente urbano.

4. O sistema viário de uma cidade é parte fundamental para sua organização.


Escreva como deve ser a hierarquização viária de uma área urbana, ressaltando
seus critérios de análise. (1pt)
Para se analisar o uso das vias, deve-se levar em consideração fatores
como mobilidade, que corresponde a facilidade e rapidez em se locomover através
da via, e acessibilidade, que corresponde a liberdade de acesso, manobra e
estacionamento, que provoca uma diminuição na rapidez de locomoção.
Existem três tipos principais de vias que compõem o meio urbano, são elas:
vias arteriais, vias coletoras e vias locais. As vias arteriais compõem a estrutura
viária principal da cidade e suas dimensões são dadas no sentido de permitir a
recepção de uma carga maior de tráfego. Elas possuem alta mobilidade, por isso
a velocidade permitida para tráfego varia entre 60 Km/h e 80 Km/h, e o acesso de
pedestres e estacionamento não é permitido. Já as vias coletoras, são as vias de
recepção e distribuição do tráfego das vias locais para as vias estruturais. São elas
que formam o itinerário das linhas de transporte público e a velocidade permitida
nelas é de 40 Km/h. Estas correspondem a um intermediário entre as vias arteriais
e as vias locais, dessa forma, a mobilidade e acessibilidade são equivalentes. Por
fim, as vias locais são as de unidade de residência, destinada ao acesso das vias
coletoras às habitações. Estas, por sua vez, possuem uma elevada acessibilidade,
ou seja, a passagem de pedestres é livre, da mesma forma que se tem liberdade
para se estacionar. Por esse motivo, há restrição no tráfego de passagem, o que
faz com que essas vias possuam baixa mobilidade e a velocidade limite para
tráfego seja de 30Km/h.

5. O porto futuro foi uma obra de requalificação do espaço urbano na cidade de


Belém. Escreva quais mecanismos o governo tem para realizar tal ação. (1pt)
A requalificação do espaço urbano nada mais é que uma ressignificação do
de determinado ambiente, com a mudança na forma do seu uso. Foi o que ocorreu
na obra do Porto Futuro, o qual anteriormente pertencia a Companhia das Docas
do Pará (CDP) e se encontrava em considerável desuso. Com a prerrogativa do
desenvolvimento econômico da cidade e melhora do bem-estar da população, o
porto futuro será transformado em um espaço voltado para o lazer, à pratica de
atividades físicas, contemplação, descanso, etc., além de promover a geração de
empregos para a população.

6. Uma grande empresa deseja construir um shopping center de 4 andares e 50.000


m² de área construída em Belém e contrata seus serviços para realizar o projeto
arquitetônico e sua aprovação na prefeitura. Desta forma, a empresa solicita:
(2pts)

I. Que você procure uma área para implantação que seja atrativa para o
empreendimento;

II. Diga o tamanho da área que deverá ser comprada, ou quantos lotes, seja
ocupado ou não, para a construção;

III. Aplique os parâmetros urbanísticos para atender a legislação, indicando:


zona, modelo, área de projeção horizontal, afastamentos, gabarito, área
permeável; Calcular: Coeficiente de aproveitamento (CA), Tx de ocupação
(TO), tx de ocupação transversal (TOT), tx de permeabilidade, fazer croqui
da área com os afastamentos.
Área do lote a ser comprado 25002,0 m²
Zona ZAU 5
Modelo M16
Área da Proj. Horiz. 12500,0 m²
Lateral Direito 47,12 m
Lateral Esquerdo 5,0 m
Afastamentos
Fundos 5,0 m

Frontal 22,12 m
Gabarito 12,0 m
Área Permeável 12502,0 m²
Coeficiente de Aproveitamento 1,99
Taxa de Ocupação 0,49
Taxa de Ocupação Transversal 0,65
Taxa de Permeabilidade 0,5
7. Considerando um lote de 2490m² (30m frente x 83m fundos) a ser destinado para
a construção de um edifício residencial multifamiliar na ZAU 3, setor I, sem ser
zona de orla, na cidade de Belém, pede-se:
a. Dizer qual Modelo enquadrado. Definir os parâmetros urbanísticos para
atender a legislação: área de projeção horizontal, afastamentos, número de
pavimentos, gabarito, área construída, área permeável; Calcular:
Coeficiente de aproveitamento (CA), Tx de ocupação (TO), tx de ocupação
transversal (TOT), tx de permeabilidade, fazer croqui da área com os
afastamentos. (1pt)

Área do lote a ser comprado 2490,0 m²


Zona ZAU 3, Setor I
Modelo M4
Área da Proj. Horiz. 1239,0 m²
Lateral Direito 4,5 m
Lateral Esquerdo 4,5 m
Afastamentos
Fundos 3,0 m

Frontal 21,0 m
Número de Pavimentos 5
Gabarito 15,0 m
Área construída 6195,0 m²
Área Permeável 1251,0 m²
Coeficiente de Aproveitamento 2,49
Taxa de Ocupação 0,49
Taxa de Ocupação Transversal 0,7
Taxa de Permeabilidade 0,5
b. Fazer o mesmo procedimento para a construção de um edifício de 20
pavimentos, e se é possível tal ação (1pt).

Área do lote a ser comprado 2490,0 m²


Zona ZAU 3, Setor I
Modelo M4
Área da Proj. Horiz. 311,25 m²
Lateral Direito 6,18 m
Lateral Esquerdo 6,18 m
Afastamentos
Fundos 32,68 m

Frontal 32,68 m
Número de Pavimentos 20
Gabarito 60,0 m
Área construída 3225,0 m²
Área Permeável 2178,75 m²
Coeficiente de Aproveitamento 1,29
Taxa de Ocupação 0,13
Taxa de Ocupação Transversal 0,59
Taxa de Permeabilidade 0,68
É possível calcular a os parâmetros para a construção de um prédio nestas
dimensões, entretanto, não é a melhor forma de ocupação do lote, como pode-se ver no
croqui, uma vez que o prédio se limitaria às dimensões mínimas de 17,64 m x 17,64 m.

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