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Infraestrutura

Econômica e Urbana

4
Módulo

Políticas Públicas Setorias


Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Diretoria de Desenvolvimento Profissional

Conteudista/s
Karla França (Conteudista, 2021).
Aguiar Gonzaga (Conteudista, 2021).

Enap, 2021
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
1. Unidade 1 – Introdução à mobilidade urbana................................................... 5

2. Referências............................................................................................................ 8
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Módulo
Mobilidade urbana
por onde começar

1. Unidade 1 – Dos recursos federais às soluções inovadoras


Objetivo de aprendizagem:
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer conceitos básicos sobre
mobilidade urbana e marco legal existente.

O que é mobilidade urbana?

A mobilidade urbana deve ser entendida como a capacidade de dar suporte aos
deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano para a realização das atividades
diárias. Assim, em uma cidade com boas condições de mobilidade urbana, os
cidadãos conseguem deslocar-se com facilidade de casa para o trabalho, do trabalho
para o lazer e para qualquer outro lugar onde tenha vontade ou necessidade de
estar, independentemente do tipo de veículo utilizado.

Política Nacional de Mobilidade Urbana

A Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012) é um dos eixos


estruturadores da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, que deve ser
entendida como um conjunto de princípios, diretrizes e objetivos que norteiam a
ação do poder público e da sociedade em geral, no planejamento e na gestão das
cidades. Políticas territoriais, participação social e destinação efetiva de recursos
financeiros são de vital importância para combater as disfunções urbanas,
externalidades negativas e desigualdades territorial e social existentes no país.

Se, em uma visão anterior, as questões relativas aos transportes urbanos ficavam
sob inteira responsabilidade dos municípios, atualmente, com o novo conceito de
mobilidade urbana, são definidas também as competências dos estados e da União,
representando um grande avanço no sentido de fortalecer o pacto federativo e
esclarecer a todos o limite legal de atuação de cada ente federado.

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O texto completo da Política Nacional de Mobilidade Urbana
pode ser acessado em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm. No site do Ministério do
Desenvolvimento Regional, também é possível ter acesso a
diversas publicações sobre esse tema: https://www.gov.br/mdr/
pt-br/assuntos/mobilidade-e-servicos-urbanos/publicacoes.

Modos, serviços e infraestruturas de mobilidade urbana

Todos os elementos necessários ao deslocamento de pessoas e cargas constituem


o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana.

Os modos de transporte podem ser motorizados, que são os veículos automotores,


ou não motorizados, que são os pedestres, ciclistas ou veículos de tração animal.

Os serviços de transporte podem ser de cargas e de passageiros, e os de passageiros


se dividem em:

- público coletivo, como, por exemplo, ônibus, trens e metrôs;

- privado coletivo, como os veículos que fazem fretamento, transporte turístico ou


transporte escolar;

- público individual: como os táxis e mototáxis;

- remunerado privado individual de passageiros, que é o serviço de transporte


solicitado por meio de aplicativos.

Quanto às infraestruturas de mobilidade urbana, é importante destacar que elas não


são somente as vias públicas; além disso, compõem esse grupo os estacionamentos,
os terminais, as estações e os pontos de embarque e desembarque, a sinalização
viária, os equipamentos, as instalações e os instrumentos de controle e fiscalização.

Prioridade segundo a Política Nacional

A lei de mobilidade urbana estabelece princípios, objetivos e diretrizes que orientam


o caminho a ser seguido para a sua implementação.

Neste ponto, o maior destaque deve ser dado à diretriz que define a prioridade dos
modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de

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transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado.

Direito dos usuários

Entre os direitos dos usuários evidenciados nesta política, destacam-se questões


como receber o serviço adequado ou ter ambiente com segurança e acessibilidade
para utilização dos modos, serviços e infraestruturas de mobilidade urbana. Além
disso, com base no princípio da gestão democrática e do controle social, ganha
maior importância o direito à participação no planejamento, na fiscalização e na
avaliação da política de mobilidade no âmbito local.

Um ponto que ainda merece maior atenção por parte dos gestores públicos trata
da disponibilização de informações sobre o serviço de transporte público coletivo.
O usuário tem direito de ser informado, nos pontos de embarque e desembarque
de passageiros, de forma gratuita e acessível, sobre itinerários, horários, tarifas dos
serviços e modos de integração com outros modais.

Tarifa do serviço de transporte público

É importante diferenciar o conceito de tarifa de remuneração e de tarifa pública. O


primeiro trata do custo do serviço de transporte público coletivo e o segundo trata
do valor da passagem que é cobrado do usuário. Nos municípios brasileiros, esses
valores costumam confundir-se, pois muitos não se utilizam de subsídio público
nem de receitas extratarifárias para custeio do sistema de transporte.

O ideal é que os custos dos serviços de transporte público sejam compartilhados


por beneficiários diretos e indiretos e não onerem exclusivamente os usuários.

Instrumentos de gestão

Diversas estratégias podem ser utilizadas pelos municípios para gestão da demanda
por mobilidade urbana, buscando influenciar a escolha do modo de transporte a
ser utilizado pelas pessoas em seus deslocamentos. Esses instrumentos podem ser
usados para reduzir a circulação de veículos em determinadas regiões da cidade,
priorizar espaços para a ocupação da população, favorecer o uso de bicicletas,
promover deslocamentos exclusivos de pedestres, ou até controlar emissões de
gases em locais críticos.

São exemplos de instrumentos de gestão mais utilizados:

- a restrição e o controle de acesso e circulação de veículos motorizados, de forma


permanente ou temporária, criando ambientes exclusivos para circulação de
pedestres e ciclistas;

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- a criação de ciclovias, ciclofaixas, faixas exclusivas para ônibus e corredores de
ônibus;

- a política de uso de estacionamentos públicos, com ou sem pagamento de tarifa;

- a regulamentação da circulação e operação do transporte de cargas.

No vídeo a seguir, você poderá revisar esses conceitos apresentados e aprender um


pouco mais sobre o tema da mobilidade urbana:

Vídeo 7 - Introdução à mobilidade urbana

https://cdn.evg.gov.br/cursos/495_EVG/videos/modulo00_video07.mp4

2. Referências
LOPES, D. R.; MARTORELLI, M.; COSTA, A. G. V. Mobilidade urbana: conceito e
planejamento no ambiente brasileiro. 1. ed. Curitiba: Appris, 2020.

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