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ASPECTOS LEGAIS
Vamos iniciar tecendo algumas reflexões
sobre trânsito e mobilidade urbana
em nossos municípios a partir de alguns
conceitos, questionamentos e imagens, ok?!
Vem conosco!
1.1
TRÂNSITO E MOBILIDADE
TRÂNSITO
“Considera-se trânsito a utilização das vias por
pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos,
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada,
estacionamento e operação de carga ou descarga.”
(Código de Trânsito Brasileiro, 1997, art. 1º, §1º)
MOBILIDADE URBANA
“Se refere à condição em que se realizam
os deslocamentos de pessoas e cargas no
espaço urbano.”
(Política Nacional de Mobilidade Urbana, 2012, art. 4º, inciso II) e
Podemos conceber Neste sentido, podemos
trânsito como a estrutura entender que a mobilidade
viária para os urbana é um conceito mais
deslocamentos e os atual e complementa a
modos como as pessoas ideia de trânsito, pois
utilizam o espaço. Isso relaciona-se à qualidade
significa que a dos deslocamentos dos
convivência coletiva e as cidadãos. Ou seja, tem a
regras de organização ver com a oferta de meios
fazem parte da sua de transporte que
dinâmica. proporcionam o tráfego
Assim, não é possível nas cidades e as condições
falar em trânsito, sem com que são realizados os
falar de pessoas! trajetos pelas pessoas.
DESAFIOS
Distribuição injusta do espaço
entre os modais;
Podemos identificar
Lentidão nos deslocamentos;
alguns desafios que
o crescimento das Problemas de infraestrutura
viária;
cidades coloca para
Falta de qualidade e eficiência
o trânsito e a dos serviços de transporte;
mobilidade urbana. Carência de incentivo aos
deslocamentos ativos e
sustentáveis.
A distribuição injusta do espaço entre os modais é uma das principais questões da
atualidade. Se não pela preocupação com o crescimento sustentável e a qualidade de
vida, muitas cidades, sem ter mais para onde se expandir e/ou dar conta do montante
de usuários envolvidos, são obrigadas a rever suas prioridades e infraestrutura.
Na sequência, vejamos como o aproveitamento do espaço
pode ser mais ou menos justo, conforme o modal utilizado/priorizado.
NOSSO TEMPO NÃO PARA,
MAS OS AUTOMÓVEIS...
Cada vez mais é possível vermos que o espaço está saturado
pelo transporte motorizado, inclusive em municípios de
médio porte. Os congestionamentos afetam diretamente a
qualidade de vida da população, como o tempo despendido
nos trajetos. Quem precisa de 1h e meia por dia para se
deslocar pode passar, em média, 17 dias por ano no trânsito.
Dependendo da lentidão e da distância, a soma de horas ultrapassa 30 dias por ano.
No Sul, temos um dado alarmante, a capital, Porto Alegre, ocupa o 6º lugar entre as cidades mais
congestionadas do país e está entre as 100 piores em relação ao trânsito no mundo, considerando-
se horas perdidas no trânsito, velocidade média e outros critérios do ranking mundial (GAZETA DO
POVO, 2019).
Andar a pé ou de bicicleta é a Essa realidade mostra que a
opção mais frequente para os infraestrutura de muitas
deslocamentos diários, cidades atende a poucos e
conforme dados de 2016 sobre negligencia a maior parte da
a mobilidade urbana no Brasil população que não utiliza
(Simob/ANTP, 2018). Em transporte motorizado. Nas
municípios com menos de 100 regiões metropolitanas, a
mil habitantes, esta opção oferta e o uso do transporte
chega a representar mais de coletivo são significativos,
50% dos trajetos. Em média, porém a qualidade, a
apenas 30% dos cidadãos se frequência, o tempo de viagem
deslocam de automóvel e a eficácia dos serviços pouco
diariamente. No entanto, a atraem o público, que, quando
maior parte do espaço de tem oportunidade acaba
tráfego urbano é destinada a migrando para o transporte
este modal. individual.
POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA
Uma forma de enfrentar esses e outros desafios
é planejar o desenvolvimento de forma
organizada e sustentável. Neste contexto,
emergiu a necessidade de haver princípios e
diretrizes para orientar os municípios.
Caracterizada como um avanço no processo de
mudança para um modelo sustentável, a Política
Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) foi
instituída pela Lei n.º 12.587 em 2012.
Na Política Nacional de
Mobilidade Urbana,
prioriza-se investimentos na
mobilidade de pedestres,
ciclistas e usuários dos
transportes públicos, em
detrimento do transporte
individual motorizado.
Mobilidade
urbana
Será que conseguimos identificar as
características relacionadas aos
conceitos de trânsito e mobilidade
urbana também em nossos
municípios?
Como está a
distribuição do
espaço entre os
diferentes
modais? Algum
modal parece ter
prioridade sobre
os demais?
Quais as
condições
das vias?
As calçadas
estão
adequadas e
preservadas?
As vias,
calçadas
e imóveis
públicos são
acessíveis
a todos?
Os meios de
transporte
permitem
acesso e
conexões com
acessibilidade?
Quem tem
dificuldade
visual
encontra
condições
seguras para
se deslocar
pela cidade?
Como é o
serviço de
transporte
público? Há
integração entre
as linhas e/ou
entre modais?
Como estão os
espaços e as
condições para
deslocamentos
de bicicleta?
E então? Pensou sobre essas e outras questões?
Conseguindo relacioná-las ao trânsito
e mobilidade urbana locais?
Que características observa em seu município?
É possível perceber que a infraestrutura
viária, os sistemas de transporte e a oferta
de serviços condicionam os modos de se
locomover das pessoas?
Uma pessoa que precisa se deslocar entre bairros que se situam nos extremos de um
ACESSIBILIDADE
município, ela precisa de integração entre os transportes.
A acessibilidade, segundo a PNMU, é caracterizada pela facilidade
disponibilizada
Se um ciclistaàs tempessoas que possibilite
condições de ira até
todosuma
autonomia
paradanosde ônibus ou trem com sua bike,
deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor.
precisa ter soluções para completar o trajeto, seja com estacionamento seguro próximo
Embora este termo nos remeta imediatamente a questões
às estações ou
relacionadas com a viabilização
a problemas de carregar
na locomoção suatipo
ou outro bicicleta
de no transporte coletivo.
deficiência, ele deve ser visto de forma mais ampla,
Seja um trabalhador
independente de a pessoanoturno
ter algumaou dificuldade
um jovemmotoraque ouqueira retornar de uma festa em
deficiência
segurança,deéqualquer
preciso natureza, e independente,
disponibilizar opções de também, da
transporte coletivo ou alternativo para o
distância e direção do deslocamento necessário. Este preceito nos
deslocamento.
traz uma visão da mobilidade que destaca que ela só é real
quando existe para todos indistintamente, o que nos mostra o
Alguém
quão longeque mora
estamos na área rural de um município tem o direito de ter acesso ao
da acessibilidade.
transporte público em diversos horários, seja para passear, trabalhar, ir ao médico, a um
Centro de Formação de Condutores...
Com alguns exemplos, é possível perceber que podemos nos tornar autônomos ou reféns
das condições de mobilidade urbana de um município em nossos trajetos.
Essas condições têm relação direta com a democratização do espaço urbano e do acesso
ao transporte público, como conferimos na Política Nacional de Mobilidade Urbana.
A preocupação com a ocupação das cidades é uma questão para o mundo todo.
Muitas localidades têm investido em planejamento, projetos inovadores e tecnologia,
assim como realizado mudanças para tornar a vida dos cidadãos mais justa e sustentável.
Está latente a necessidade de (re)tornar nossos espaços públicos mais voltados às
necessidades das pessoas e à convivência.
No início do século passado, a vida urbana estava configurada para utilização do espaço público pelas
pessoas, sendo este primordial para a sociabilidade e as atividades comerciais, como feiras e mercados.
Clique aqui para saber mais sobre a Rua Completa de Porto Alegre
Confira a dinâmica
de uma
através desta
interessante
animação
A transformação As mudanças não
que queremos ver ocorrem ao acaso,
nas cidades, pode elas demandam
começar ou contar mobilização.
com a gente. Isso depende de
gestores, servidores
públicos e cidadãos.
1.2
COMPETÊNCIAS DO MUNICÍPIO
Sabemos que o Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
instituído pela Lei nº 9.503, é, desde 1997, a maior
legislação de trânsito em vigor no território nacional,
sendo complementado por Resoluções do Conselho
Nacional de Trânsito – CONTRAN, Portarias da Secretaria
Nacional de Trânsito – SENATRAN e dos Departamentos
Estaduais de Trânsito – DETRANs, assim como
regulamentações dos Estados e Municípios, através de
Decretos, por exemplo. Pois bem. Teremos oportunidade
de ver mais adiante, nas outras aulas, como está
estruturado nosso Código e como disciplina o trânsito
propriamente dito, incluindo normas de conduta e, em
sua contradição, infrações, autuação, penalidades... com
que precisam estar mais familiarizados afim do trabalho.
✓ De início, inclusive, não costumam ser muitos, então o passo não pode ser maior
do que as pernas. Começar aos poucos, para saber o que realmente se pode abraçar
✓ Em geral uma equipe multidisciplinar tem propriedade de diferentes
perspectivas e favorece sua integração em cada projeto, sendo positivo, quando
possível, ser composta por profissionais de diferentes áreas, começando pelas de
trânsito e educação
MELHOR ESSAS
DIAGNÓSTICO MISSÃO E VISÃO
LINHAS GERAIS,
BASILARES, PARA Definição de prioridades Elaboração de um
A ORGANIZAÇÃO (público alvo) plano de trabalho
TAMBÉM EM
CADA MUNICÍPIO Alocação de
recursos financeiros
Busca de
parcerias
Vocês já devem conhecer o site do DetranRS (em detran.rs.gov.br)... a central de serviços, toda sua gama
de informações, consultas e atendimento. No qual, inclusive, a Educação para o Trânsito também
se encontra, entre os programas e ações. Mas a Escola conta com um portal próprio. Estão sabendo?
Sim! Um espaço à parte inteiramente dedicado à Educação para o Trânsito!
Uma das formas que encontramos para conseguir nos fazer chegar até os municípios é através
da Escola Online, disponível em https://escola.detran.rs.gov.br/
Um canal bem interessante de contato e trocas... para nos conhecermos e nos aproximarmos...
oportunizando aproveitar diferentes conteúdos, ampliar/aprofundar conhecimentos e utilizar
como recurso nas ações de educação para o trânsito.