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roteiro PARA ELABORAÇÃO

DE PLANOS DE MOBILIDADE
PARA CIDADES DE PEQUENO PORTE

HELOISE CRISTINE CEZARIO


LARISSA ROEDEL
MÁRCIA DE ANDRADE PEREIRA BERNARDINIS
ORIENTAÇÃO: PROFA. DRA. MÁRCIA BERNARDINIS
roteiro PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DE
MOBILIDADE PARA CIDADES DE PEQUENO PORTE

Curitiba
2016

Editora:

Setor de Tecnologia da UFPR


AUTORAS
Heloise Cristine Cezario

Larissa Roedel

Márcia de Andrade Pereira Bernardinis

ORGANIZAÇÃO
Heloise Cristine Cezario

Larissa Roedel

REVISÃO E ORIENTAÇÃO
Márcia de Andrade Pereira Bernardinis

ILUSTRAÇÕES
Louisy Spak

AGRADECIMENTOS
Prefeitura de Prudentópolis

Diego Neris
apresentação
Com a implementação da Lei Federal n° 12.587 de 2012 (Lei da Mobilidade
Urbana), que determina a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana para
municípios acima de 20.000 habitantes, viu-se a necessidade da criação de
um Roteiro para Elaboração de Planos de Mobilidade para Cidades de Pe-
queno Porte, com diretrizes para auxiliar os municípios a desenvolverem
seus próprios Planos. Com base nisto, o Roteiro foi estruturado de modo a
apresentar de forma direta, clara e de fácil entendimento os itens necessá-
rios para a elaboração de Planos de Mobilidade nas pequenas cidades, on-
de existe certa dificuldade de implantação da mobilidade urbana e rural.
Cabe ressaltar que esta pesquisa é pioneira, já que não existe nenhum ro-
teiro que oriente as cidades de pequeno porte a elaborar o plano de mobi-
lidade urbana. Esperamos que o Roteiro auxilie no desenvolvimento das
pequenas cidades e que melhore a vida dos cidadãos que dela fazem par-
te.
As autoras.
Este roteiro foi o objeto de pesquisa de iniciação científica do curso de En-
genharia Civil da Universidade Federal do Paraná, sob orientação da Profª
Dr. Márcia de Andrade Pereira Bernardinis.
sumário
1 Introdução 7
2 Desenvolvimento urbano em cidades de pequeno porte 8
3 Plano de mobilidade 9
4 Caracterização da cidade 13
5 Elementos da mobilidade urbana 15
5.1 A pé
5.2 Bicicleta
5.3 Carroças e veículos de tração animal
5.4 Automóvel
5.5 Motocicleta
5.6 Ônibus
5.7 Mototáxi e motofrete
5.8 Táxi
5.9 Sistema viário

6 Sustentabilidade e mobilidade 34
7 Planejamento da mobilidade urbana 35
8 Mobilidade em zonais rurais 36
9 Criação do plano de mobilidade urbana 37
10 Conclusão 52
11 Bibliografia 53
1. introdução
Atualmente, a questão da mobilida- cos, sociais ou ambientais.
de urbana surge como um desafio para Deve-se repensar a mobilidade e
as cidades, visto que as altas taxas de ur- promover a interligação entre diferentes
banização e as limitações do transporte modais, adequados para cada cidade, e
coletivo fazem com que haja um aumen- contribuir com o deslocamento no espa-
to da opção pelo transporte individual. ço urbano e, consequentemente, o de-
Por isso, há a necessidade de se planejar senvolvimento da cidade.
tal mobilidade urbana, tendo em vista o
A mobilidade urbana é uma das pri-
deslocamento de pessoas, veículos e car-
oridades da pauta de planejamento das
gas, integrados e complementares entre
cidades modernas. Com a intenção de
si. Para isso, tais componentes devem
promover um crescimento ordenado das
ser abordados de forma sistêmica, e não
cidades, bem como adequá-las às de-
separada.
mandas atuais, foi criada a Lei 12.587/12,
Segundo o Ministério das Cidades conhecida como Lei da Mobilidade Urba-
(2015), a elaboração de um plano de mo- na, que prioriza o modo de transporte
bilidade urbana deve estabelecer parâ- não motorizado e os serviços de trans-
metros para reformas estruturais de lon- porte público coletivo. As diretrizes e ob-
go prazo. Um plano que coordene ações jetivos estabelecidos pela Lei estão apre-
de planejamento, investimento e atua- sentadas neste Roteiro, no qual é possí-
ção dos órgãos administrativos compe- vel reorganizar os diferentes modais e
tentes possibilitará uma melhora de qua- integrá-los com o crescimento urbano de
lidade de vida da população por meio do maneira prática e efetiva, prevenindo o
desenvolvimento do município em todos futuro sucateamento do sistema viário.
os seus aspectos, sejam eles econômi-
7
2. Desenvolvimento urbano em cidades de pequeno porte
À medida em que grupos de pessoas
vão se fixando no território, algumas ca-
racterísticas os diferenciam uns dos ou-
tros, seja pelo modo como ocorreu a sua
fixação ou pela atividade que o grupo de-
senvolve: cada localidade possui caracte-
rísticas específicas e que perdurarão ao
longo do tempo. Essas características
aparecerão mais tarde na cidade que se
originará no local, e serão fatores decisi-
vos para a permanência populacional, as-
sim como para o desenvolvimento econô-
mico da região.
Nas cidades de pequeno porte, ape-
sar de seu crescimento ser simplório se
comparado com grandes municípios, a
questão da mobilidade urbana não pode
ser ignorada. Entretanto, é o que vem
ocorrendo atualmente. Por isso, observa-
se que em muitas cidades pequenas o
trânsito já se apresenta caótico.

8
3. Plano de mobilidade
O Plano de Mobilidade Urbana das cidades deve ser um marco para a orientação
das políticas públicas de transporte e circulação, contemplando os deslocamentos
em todas as suas formas e meios, a fim de oferecer acesso amplo e democrático ao
espaço urbano. Para isso, deve considerar as diferentes formas e modos de desloca-
mento, sejam eles motorizados ou não, e ainda o transporte de carga. Por isso, o Pla-
no deve ser um instrumento de orientação da política pública, deve estar vinculado
ao Plano Diretor e deve proporcionar acesso da população às oportunidades e servi-
ços da cidade.

Figura 1: Infográfico transporte brasileiro Fonte: Webbikers


9
3. Plano de mobilidade
de;
 A integração dos modos de trans-
porte público e destes com os pri-
vados e não motorizados;
 A operação e o disciplinamento do
transporte de carga na infraestru-
tura viária;
 Os polos geradores de viagens;
 As áreas de estacionamentos pú-
blicos, privados, gratuitos e onero-
sos;
Segundo a Lei 12.587/12, um Plano
de Mobilidade Urbana deve contem-  As áreas e horários de acesso e cir-
plar: culação restrita ou controlada;

 Os serviços de transporte público  Os mecanismos e instrumentos de


coletivo; financiamento do transporte pú-
blico coletivo e da infraestrutura
 A circulação viária; de mobilidade urbana;
 As infraestruturas do sistema de  A sistemática de revisão e atuali-
mobilidade urbana; zação periódica do Plano de Mobi-
 A acessibilidade para pessoas com lidade Urbana em prazo não supe-
deficiência e restrição de mobilida- rior a dez anos.

10
3. Plano de mobilidade
O Perfil dos Municípios Brasileiros de 2012, realizado pelo IBGE (2012), mostra
que os municípios que têm entre 100 mil e 500 mil moradores, 43,6% têm Conselhos
Municipais de Transporte e 22,4% têm Planos de Mobilidade Urbana. Nos 38 grandes
centros urbanos, com mais de 500 mil habitantes, as proporções sobem para 76,3%
de cidades com Conselhos e 55,3% de cidades com Planos de Mobilidade Urbana. O
gráfico 1 apresenta a porcentagem de municípios, por região brasileira, divididos em
cidades de pequeno porte e de médio/grande porte, que possuem Plano Diretor e o
gráfico 2 mostra a situação dos Planos Diretores nos municípios de pequeno porte,
também por região brasileira.
Municípios que possuem Plano Diretor, de
acordo com o tamanho da população

100,0
90,0
80,0
70,0
60,0
50,0 Cidades de Pequeno Porte
40,0
30,0 Cidades de Médio/Grande
Porte
20,0
10,0
0,0

Gráfico 1: Municípios que possuem Plano Diretor, de acordo com o tamanho da população. Fonte: IBGE, 2012.

11
3. Plano de mobilidade

Gráfico 2: Situação dos Planos Diretores nos municípios de pequeno porte. Fonte: IBGE, 2012.
A partir de um panorama das cidades de pequeno porte que possuem entre
20 e 50 mil habitantes e seus Planos de Mobilidade Urbana, é possível verificar
que, das 55 cidades do Estado do Paraná que se encaixam, nenhuma possui Plano
de Mobilidade completo, e apenas 3 o estão desenvolvendo, como é possível ob-
servar no Gráfico 3.

Gráfico 3: Situação do Plano de Mobilidade nas cidades de pequeno porte do Paraná. Fonte: Autoras.
12
4. Caracterização da cidade
Os problemas de mobilidade urbana turais, e, a partir daí, possibilitar uma re-
se manifestam de forma diferente nas lação mais bem difundida entre mobili-
cidades de pequeno porte, que variam dade e desenvolvimento urbano.
com a concentração de pessoas e a ex-
tensão territorial da cidade. É necessá-
rio, portanto, caracterizar a cidade em
que se deseja aplicar o Plano de Mobili-
dade Urbana, ou seja, realizar um diag-
nóstico de seus problemas de mobilida-
de. O objetivo da elaboração do diagnós-
tico é identificar claramente os proble-
mas enfrentados pela população, e suas
causas. As causas desses problemas po-
dem estar relacionadas, por exemplo, ao
uso intensivo do automóvel, à inexistên-
cia de transporte coletivo, à inexistência
de infraestrutura para o transporte ciclo-
viário e calçadas para pedestres.
A etapa de diagnóstico da mobilida-
de urbana também tem como função dar
ao gestor público um panorama dos des-
locamentos na cidade, como entender
seus vetores econômicos, políticos e cul-

13
4. Caracterização da cidade
ZONA RURAL  Realizar um inventário das condi-
ções da sinalização viária e dimen-
sões das vias;
É necessário detectar a importância
da zona rural no município, se o modo  Identificação das demandas de
de deslocamento predominante é a pé, transporte na zona rural, entre ou-
e, consequentemente, se a motorização tros.
é média ou baixa.
Também é necessário incluir temas
como:
 acessibilidade;
 transporte coletivo e escolar para a
área rural;
 implantação e qualificação de calça-
das e áreas de circulação a pé;
 criação de condições adequadas à
circulação de bicicletas.
Quanto ao levantamento de dados,
é necessário:
 realizar um inventário da infraestru-
tura viária, com foco nas condições
de calçadas e ciclovias;
14
5. ELEMENTOS da mobilidade urbana

15
A pé

Na maioria das vezes negligenciado


pelos gestores do planejamento urbano,
esse meio de transporte proporciona a
inclusão social de grande parte da popu-
lação. Há várias opções para proporcio-
nar qualidade para a utilização deste
meio de transporte, como as passarelas,
calçadões, passeio público, faixas de tra-
vessia e outros elementos construídos
que contribuam para a segurança e con-
forto dos usuários.
Alguns fatores, no entanto, preci-
sam ser observados, para tornar o ele-
mento construído um local agradável e
utilizável, como a distância a ser percor- Figura 2: ilustração mobilidade urbana. Fonte: Setelago-
rida, a inclinação da via, as condições de as.mg.gov.br
manutenção do local, sombras e abrigos,
a presença de harmonia na vegetação,
equipamentos urbanos e continuidade
dos trajetos.

16
A pé

De acordo com Ministério das Cida- transporte, como a implementação


des (BRASIL, 2015), no quesito seguran- de redutores de velocidade
ça do usuário, os fatores que devem ser (lombadas e radares);
observados são:  Estreitamento da pista,;
 Conservação e construção de ele-  Aumento da largura das calçadas;
mentos para o deslocamento a pé;
 Desenho de ruas com traçado sinuo-
 Nivelação do piso; so, para redução de velocidade.
 Eliminação de buracos, desníveis e Segundo o Guia Prático Para a Constru-
locais escorregadios; ção de Calçadas (ABPC, 2012), a calçada
ideal considera os seguintes requisitos:
 Separação entre via localizada por
pedestre e por bicicleta;  Acessibilidade: deve assegurar a
completa mobilidade dos usuários;
 Melhoria da iluminação pública;
 Largura adequada: deve atender as
 Implantação do semáforo para pe- dimensões mínimas na faixa livre;
destres.
 Fluidez: os pedestres devem conse-
Outros modos de melhorar as vias
guir andar a velocidade constante;
para os usuários são:
 A intervenção em outros modos de
17
A pé
 Continuidade: piso liso e antider-
rapante, mesmo quando molha-
do, quase horizontal, com declivi-
dade transversal para escoamen-
to de águas pluviais de não mais
de 3%. Não devem existir obstácu-
los dentro do espaço livre ocupa-
do pelos pedestres; Figura 3: Passagem elevada. Fonte: Portal do Trânsito

 Segurança: não oferece aos pe- legislação específica para o desloca-


destres nenhum perigo de queda mento a pé, cabe assim, a sua aplica-
ou tropeço; ção ou aprimoramento por parte dos
 Espaço de socialização: deve ofe- gestores, para a adequação às condi-
recer espaços de encontro entre ções mínimas de mobilidade urbana.
as pessoas para a interação social Por fim, com o incentivo deste
na área pública; meio de transporte, a manutenção e
 Desenho da paisagem: deve pro- segurança dos equipamentos utiliza-
piciar climas agradáveis que con- dos, há maiores possibilidades de reor-
tribuam para o conforto visual do ganização da estrutura urbana, contri-
usuário. buindo para o predomínio do transpor-
te não motorizado sobre o motoriza-
Em muitos municípios, já existe do.
18
bicicleta

Este meio de transporte é um  Manutenção constante das vias;


dos mais utilizados em cidades de pe-  Iluminação;
queno porte e é o ideal para curtas
distâncias, pois não emite poluentes,  Implantação de semáforos e trá-
está livre de congestionamentos, re- fego em uma só direção, para
duz o ruído do sistema viário, diminui facilitar interseções e sinaliza-
gasto com a manutenção das vias pa- ções.
ra automóveis e traz benefícios à sa-
úde dos usuários.
Os fatores observados para a
utilização da bicicleta como meio de
transporte são a segurança dos usu-
ários, manutenção das vias e prote-
ção desses veículos contra roubo. Pa-
ra isso, podem ser implementados:
 Ciclovias ou ciclofaixas;
 Sinalização cicloviária;
 Redutores de velocidade nas vi-
as onde existam ciclovias;
19
bicicleta

Para maiores informações sobre a implementação de estrutura para o uso de


bicicletas, há o Caderno de Referência para a elaboração de Plano de Mobilidade
por Bicicleta nas Cidades (2007), que orienta os municípios para o correto desen-
volvimento deste meio de transporte.

Figura 4: Ciclofaixa. Fonte: revista Qualimovel.

20
Carroças e veículos
de tração animal
Este tipo de transporte, também camento realizado pela prefeitura
bastante utilizado em cidades de pe- para controlar todos os veículos
queno porte, requer políticas específi- deste tipo;
cas para a utilização por parte da po-  Autorização de circulação: conce-
pulação. O artigo 52 do Código de dida pela prefeitura após treina-
Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece mento que informe ao condutor
que os veículos de tração animal de- sobre a lei e sobre as punições em
vem ser identificados e estão sujeitos caso de não cumprimento. É de
às mesmas normas de circulação e extrema importância social que
conduta dos veículos automotores. Os a autorização seja concedida ape-
gestores municipais devem promover nas para maiores de 18 anos;
medidas e leis que envolvam os veícu-
los utilizados, os condutores, as nor-  Segurança: Equipamentos míni-
mas de circulação dos veículos e os mos de segurança devem ser
cuidados com os animais e com a saú- obrigatórios para a circulação e
de pública. para a obtenção da identificação,
como espelhos laterais, faixas re-
Para que este tipo de veículo ope- fletoras, iluminação noturna e ou-
re de maneira segura e regulamenta- tros ;
da, de acordo com CTB, é necessário:
 Identificação do veículo: empla-
21
Carroças e veículos
de tração animal
 Restrição das vias: locais onde será prietário. Com o desenvolvimento
permitida a circulação dos usuários da tecnologia, já estão disponíveis
deste meio de transporte, sendo chips para serem implantados no
que estas já estarão adaptadas a animal e facilitar o rastreamento. O
esses veículos, como horários de usuário do transporte só pode utili-
circulação e estacionamento; zar o animal se as vacinas estiverem
em dia e se houver local adequado
 Coleta de resíduos sólidos: em mui- para o animal ficar durante o dia e a
tos casos há a coleta de resíduos noite.
por parte dos usuários. Para isso,
deve haver a definição de áreas au-  Parcerias: é importante a realiza-
torizadas para o despejo e, se possí- ção de parcerias e programas de
vel, criação e cadastramento de co- inclusão social que estimulem o
operativas que trabalhem em con- abandono da informalidade por
junto com estes trabalhadores; parte dos carroceiros. Campanhas
educadoras, forte fiscalização e cri-
 Cadastro dos animais: para evitar ação de cooperativas podem auxili-
os maus tratos, a prefeitura deve ar nesta decisão.
realizar um cadastro dos animais
para controle de suas condições de
saúde e da localização de seu pro-

22
Automóvel
O automóvel já foi muito impor- dos acidentes de trânsito. Isso pode se
tante para o processo de urbanização tornar ainda mais trágico se políticas
das cidades. Contudo, este meio de adequadas não forem colocadas em
transporte se tornou problemático à prática.
medida em que gerou grande poluição O gráfico 4 apresenta as mortes
sonora e atmosférica, congestiona- em acidentes de trânsito em um cená-
mentos, elevados níveis de acidentes rio de 10 anos no Brasil.
de trânsito e segregou parte da popu-
lação. Se fossemos comparar os custos
desses acidentes com os custos de po-
Quanto mais se adequa o sistema luição relacionados ao automóvel, ge-
viário para os carros, mais este meio de raria um total de 15,7 bilhões de reais
deslocamento é colocado em circula- por ano, como mostra o gráfico 5.
ção, superando a capacidade da infra-
estrutura construída. Como conse-
quência, tem-se o aumento do número
de acidentes nas vias urbanas.
Segundo Ferraz et al. (2012), atual-
mente morrem cerca de 1,3 milhões de
pessoas por ano no mundo em razão

23
Automóvel

Gráfico 4: Mortos em acidentes de trânsito, no Brasil, de 2003 a 2013. Fonte: DataSUS.

Gráfico 5: Custos da emissão de poluentes e acidentes de trânsito no ano de 2008. Fonte: ANTP.
24
motocicleta

Veículo muito utilizado pela facilida-


de de compra, manutenção, baixo con-
sumo de combustível e facilidade de trá-
fego. Na ausência ou precariedade do
transporte público, este veículo torna-se
um grande atrativo de locomoção. Tam-
bém são utilizados para o trabalho, para
realização de entregas através do servi-
ço de motofrete, realizado pelos moto-
boys.
Entretanto, o nível de segurança
dos usuários ainda é deficitário, devido à
elevada taxa de acidentes envolvendo
este tipo de transporte. As prefeituras
são responsáveis pela realização de cam-
panhas de educação e orientações quan-
to aos perigos deste meio de transporte.
A fiscalização do uso do capacete e rou-
pas de proteção auxiliam no combate a
acidentes.

25
ônibus
Embora não muito utilizado em ção da frota; segurança dos prestado-
cidades de pequeno porte, o transpor- res e dos usuários; operação de tráfe-
te público está intimamente ligado go; controle e administração; investi-
com a economia e a sociedade, visto mento nos veículos e infraestrutura e
que é um dos principais mecanismos equilíbrio envolvendo o contrato entre
de locomoção populacional. De acordo as prefeituras e as prestadoras, para
com a Constituição Federal, o transpor- que o custo da passagem não fique
te coletivo urbano deve ser provido oneroso para os usuários.
pelo Estado ou por particulares, sob Nas pequenas cidades é comum a
delegação do Poder Público responsá- inexistência deste meio de transporte
vel (União, estados ou municípios). ou apenas a existência do transporte
De acordo com o Ministério das rural, que auxilia a população que mo-
Cidades (BRASIL, 2015), este serviço ra distante do centro. A manutenção
deve ser organizado como uma rede deste sistema também é importante,
única, complementar e integrada, de- pois é o meio de transporte de integra-
vendo ser prestado de forma a ofere- ção da cidade com o campo. O trans-
cer melhor atendimento à população porte escolar também se encaixa neste
com conforto, fluidez e segurança. O modal, contribuindo para o desenvolvi-
meio de transporte só poderá ser utili- mento econômico e educacional da po-
zado se algumas condições mínimas pulação, uma vez que integra o jovem
forem observadas, como: a manuten- à dinâmica urbana.
26
Mototáxi e motofrete

Com o aumento da frota de veícu- dos modos de transporte, as esferas


los em todo o país, o mototáxi e o mo- federal, estadual e municipal deverão
tofrete tornaram-se uma boa alternati- trabalhar em conjunto, para que não
va para o transporte rápido de passa- exista divergências entre leis e exigên-
geiros e encomendas. cias.

Segundo o IBGE (2009), em sua


Pesquisa de Informações Básicas Muni-
cipais, existe serviço de mototáxis em
53,9% dos municípios brasileiros. Por
isso, várias prefeituras regulamentaram
estas atividades através de autorização
concedida se houver o cumprimento de
regras específicas.
Cabe aqui ressaltar a diferença en-
tre mototáxi e motofrete. O primeiro
caracteriza-se por atividade econômica
e transporte de passageiro, enquanto o
segundo é configurado como atividade
econômica com transporte de carga.
Salienta-se que, para a regularização
27
táxi

Cabe às prefeituras realizarem leis


e normas acerca do uso e operação
dos veículos para transporte de passa-
geiros. Ressalta-se que o número de
concessão de permissões para opera-
dores deve ser limitado e controlado.
As prefeituras devem fixar os cri-
térios para a cobrança de tarifas, sejam
elas: bandeirada, tarifa quilométrica
(deslocamentos), tarifa temporal
(tempo parado) e horários noturnos.
Deve haver um taxímetro por veículo,
para evitar a cobrança indevida. Cabe à
prefeitura também a padronização dos
veículos, a distribuição dos pontos de
táxis e o número de vagas.

28
Sistema viário

Os gestores municipais são respon- Na maioria das vezes, os trajetos vi-


sáveis pela organização e operação das ários nascem junto com a cidade e se
vias. Para cidades de pequeno porte, ca- consodolizam com o passar dos anos.
so o sistema viário esteja apresentando Para a criação e o aprimoramento das
congestionamento ou venha apresentar vias, os gestores e projetistas deverão
futuramente, medidas corretivas como o levar em conta critérios topográficos, vo-
controle semafórico e estabelecimento lume de tráfego, pesquisas de origem e
de sentido único de tráfego já podem destino e harmonização paisagística.
contribuir com o fluxo da via. A imple- Salienta-se que é no projeto das vias
mentação de transporte coletivo é uma que se estipula para qual meio de trans-
ação que visa a aproximação dos locais porte se dará prioridade sobre os de-
mais retirados do município com o cen- mais, sendo que as vias para pedestres e
tro e promove eficiência na circulação ciclovias são as mais recomendadas.
urbana. Também deve-se levar em conta a locali-
zação das atividades econômicas, mora-
dias e equipamentos urbanos.

29
Sistema viário
SINALIZAÇÃO DAS VIAS
Para construir um sistema de si- gens; as sinalizações transversais
nalização eficaz, a mesma deve estar indicam reduções de velocidade e
de acordo com o Código de Trânsito paradas; inscrições no pavimento
Brasileiro. orientam os usuários quanto as
condições de operação da via
A sinalização vertical deve ser: através de símbolos, inscrições e
 De regulamentação: o desrespei- setas.
to à esse tipo de placa caracteriza
infração e a informação nela con-
tida pode ser referente a proibi-
ções, restrições e condições da
via;
 De advertência: alerta os usuários;
 De indicação: orienta os conduto-
res quanto a percursos, destinos e
distâncias. Figura 5: Sinalização horizontal na via. Fonte:
Radio Criciuma.
A sinalização horizontal:
 Utilizada de marcações para in-
formar os usuários. As sinaliza-
ções longitudinais nas vias orga-
nizam o tráfego e as ultrapassa-

30
Sistema viário
SINALIZAÇÃO DAS VIAS
De acordo com o Ministério das Ci-
dades (BRASIL, 2015), a presença de si-
nalização semafórica controla o tráfego
em cruzamentos ou seções da via, po-
dendo ser sinalização para veículos e/ou
para pedestres. A implantação da sinali-
zação para pedestres nas principais vias
das cidades é imprescindível para a inte-
gração da mobilidade. Outra sinalização
utilizada a fim de reduzir a velocidade
dos veículos é a que adverte aos moto-
ristas sobre a existência de situações de
perigo.
Alguns elementos viários devem ser
incluídos no projeto para garantir segu- Figura 6: Sinalização horizontal e acessibilidade na via. Fon-
rança aos usuários. Elementos refletores te: campinas.sp.gov.br
(popularmente conhecidos como olhos
de gato), elementos colocados ao longo
da via para impedir o acesso de pedes-
tres, sendo liberado apenas nos locais
onde existam faixas de pedestres ou
passarelas

31
Sistema viário
FISCALIZAÇÃO
A fiscalização é importante para a correta aplicação da lei e para o bom con-
vívio social. Para controle do tráfego, podem ser instalados, a partir de estudo e
projeto, radares nas vias de maior velocidade, sempre de acordo com o Código
Brasileiro de Trânsito. As infrações por estacionamento inadequado e jogar lixo
nas vias, por exemplo, também devem ser observadas atentamente, para que
não atrapalhem o fluxo da mobilidade.

Imagem 7: Radar eletrônico. Fonte: Jornal de Vilhena

32
Sistema viário
SEGURANÇA não os oculte. Também é imprescindível
a existência de calçadas niveladas e sem
Para a segurança das vias, além de bloqueios de lixos e/ou entulhos e aces-
elaborar um projeto que dê preferência síveis a pessoas com alguma restrição de
ao pedestre e ao ciclista, os gestores de- mobilidade ou deficiência física.
vem implantar programas educativos
com toda a população, alertando sobre
os perigos no trânsito e medidas a serem
tomadas para evitar acidentes. A fiscali-
zação também contribui para a seguran-
ça dos usuários, uma vez que induz os
cidadãos a um comportamento mais se-
guro. Detalhes como faixas estreitas, re-
moção de obstáculos que possam causar
acidentes e elementos físicos para segre-
gar pedestres e ciclistas das vias de alta
velocidade podem ser algumas das medi-
das adotadas pelos gestores e projetis-
tas.
Para a segurança do pedestre, além
dos itens já citados para aplicação nas
vias, a iluminação é essencial, além da
remoção de placas e postes próximos à
via de pedestres e/ou ciclistas, para que

33
6. SUSTENTABILIDADE E MOBILIDADE
Segundo Ramos (2004), as cida-  favorecimento da economia lo-
des sustentáveis são aquelas que ado- cal;
tam práticas eficientes que corrobo-  uso racional da água e seu rea-
ram com a melhoria da qualidade de proveitamento;
vida da população, desenvolvimento
 criação de espaços verdes entre
econômico e preservação do meio
outros .
ambiente. Algumas dessas práticas
incluem: Sabe-se que quanto maior a desi-
gualdade social do município, maior
 ações voltadas para a diminuição
será a utilização de transportes moto-
da emissão de gases nocivos, vi-
rizados. Para evitar isso, projetos rela-
sando o combate do aquecimen-
cionados ao uso e ocupação do solo
to global;
deverão ser desenvolvidos, como a
 manutenção dos bens naturais; aproximação de equipamentos urba-
 planejamento e melhoria da qua- nos e atividades de serviços das zonas
lidade do transporte público; afastadas do centro.
 incentivo do uso de transportes O transporte coletivo torna-se
não poluentes; um integrador social e ainda contribui
para o meio ambiente, já que tira vá-
 melhoria da mobilidade urbana;
rios carros e motos das ruas. A sua im-
promoção da justiça social;
plantação requer vários estudos e de-
 destino adequado ao lixo; ve contemplar várias regiões do muni-
 investimentos em educação de cípio.
qualidade;

34
7. PLANEJAMENTO DA MOBILIDADE URBANA
Para a realização do planejamento várias cidades brasileiras e que devem
da mobilidade urbana, todos os itens dis- ser sanados na realização do plano de
cutidos anteriormente devem ser adap- mobilidade estão relacionados à inexis-
tados a cada município e projetados pe- tência de estudos e equipe especializa-
los gestores em conjunto com especialis- da, leis insuficientes e falta de prioridade
tas da área. Além disso, é essencial a política.
compatibilidade do plano com as leis e As características morfológicas e ur-
os demais planos municipais. A mobilida- banas devem ser levadas em conta na
de deve ser orientada pelo plano diretor, criação do Plano de mobilidade: cidades
em consonância com a urbanização, uso planas devem favorecer o uso de bicicle-
e ocupação do solo, projeção populacio- tas, mesmo que para distâncias maiores;
nal e projetos sociais, como o Minha Ca- traçados ortogonais facilitam o planeja-
sa, Minha Vida. mento do transporte coletivo; cidades
As diferenças regionais e culturais ribeirinhas ou situadas na orla marítima
das cidades também devem ser levadas favorecem o transporte hidroviário; mu-
em conta para a criação do plano, já que nicípios que possuem unidades de prote-
cada uma possui suas peculiaridades. ção ambiental devem reduzir o uso de
Por isso não existe um modelo de plano veículos motorizados e exigir estudos de
de mobilidade urbana padrão, sendo que impacto ambiental.
os responsáveis em cada cidade terão
que formulá-los de acordo com as carac-
terísticas e condições pertinentes.
Alguns problemas enfrentados por

35
8. MOBILIDADE EM ZONAS RURAIS
As estradas rurais são, na maior tratores, barcos, etc.
parte dos municípios, as únicas vias de É necessário atentar à existência
acesso às zonas agrícolas, utilizadas de regiões que mobilizem um grande
para o transporte de pessoas e escoa- contingente de trabalhadores rurais
mento de produção. em determinadas épocas, muitas ve-
Segundo o Ministério das Cidades zes oriundos da área urbana daquele
(BRASIL, 2015), o primeiro passo é rea- município.
lizar o cadastro e mapeamento de to- Tão importante quanto o desloca-
das essas estradas existentes no muni- mento de pessoas é o transporte de
cípio. Também devem ser identificadas cargas, sendo necessário atentar ao
as ofertas dos serviços de transporte escoamento da produção agrícola ou
público existentes, com dados de ofer- industrial, conhecendo sua sazonalida-
ta e demanda, e a localização de polos de, volume de produção e suas carac-
geradores de viagens. terísticas. Assim, o município poderá
O padrões de deslocamento da elaborar projetos e buscar parcerias
população da zona rural devem ser junto aos órgãos estaduais e federais,
identificados e mapeados, tentando e mesmo junto à iniciativa privada.
identificar possíveis potenciais de via-
gens, que não são realizadas pela falta
de meios físicos ou econômicos. Tam-
bém devem ser identificados as via-
gens a pé, de bicicleta, por veículos de
tração animal, automóveis, caminhões,

36
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
INTRODUÇÃO  Áreas de estacionamentos públicos
e privados, gratuitos ou onerosos;
A Política Nacional de Mobilidade
Urbana (PNMU), em seu Artigo 24, lista  Áreas e horários de acesso e circula-
um conjunto de elementos a serem con- ção restrita ou controlada;
templados nos Planos de Mobilidade Ur-
 Mecanismos e instrumentos de fi-
bana:
nanciamento do transporte público
 Tradução dos princípios, objetivos e coletivo e da infraestrutura de mo-
diretrizes estabelecidos na PNMU, bilidade urbana;
para cada município;  Sistemática de avaliação, revisão e
 Serviços de transporte público cole- atualização periódica do Plano de
tivo; Mobilidade Urbana em prazo não
superior a dez anos.
 Circulação viária;
 Infraestruturas do sistema de mobi-
lidade urbana;
 Integração dos modos de transpor-
te público, e destes com os modos
privados e não motorizados;
 Operação e disciplinamento do
transporte de carga na infraestrutu-
ra viária;
 Polos geradores de viagens;

37
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
O conteúdo dos Planos de Mobili- conforme exige o Artigo 15.
dade Urbana não se limita aos listados A elaboração do Plano de Mobili-
anteriormente. Há requisitos, expres- dade Urbana demanda, para, além dos
sos em outras partes da Lei, que tam- requisitos de conteúdo, a realização de
bém devem ser considerados, como duas etapas prévias: diagnóstico e
aqueles nos Artigos 15 e 21 da Lei n° prognóstico da mobilidade urbana. Na
12.587/2012. primeira, busca-se coletar, sistematizar
Segundo o Artigo 21, como instru- e analisar um conjunto de dados espe-
mentos de planejamento, gestão e cíficos dos sistemas de mobilidade ur-
avaliação dos sistemas de mobilidade, bana, bem como informações relevan-
os Planos de Mobilidade Urbana de- tes sobre o contexto e evolução socio-
vem contemplar a identificação clara e econômica da cidade. Segundo o Mi-
transparente dos objetivos de curto, nistério das Cidades (BRASIL, 2015),
médio e longo prazos e dos meios fi- por meio desse diagnóstico, é possível
nanceiros e institucionais que assegu- identificar e entender os vetores dos
rem a sua implantação e execução. problemas de mobilidade presentes.
Também há a exigência da definição de O prognóstico toma como base os
metas de atendimento e universaliza- dados do diagnóstico e, usando dife-
ção da oferta de transporte coletivo. rentes metodologias, prevê o compor-
Além disso, os Planos de Mobilidade tamento dos sistemas de mobilidade,
Urbana precisam prever os mecanis- considerando a situação atual e possí-
mos que serão adotados para garantir veis alternativas de gestão. Nessa eta-
a participação social nas etapas de im- pa, é possível promover a
plantação, monitoramento e avaliação,
38
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
compreensão da sociedade e da adminis- PASSO 1: DIAGNÓSTICO
tração municipal sobre os problemas da DA MOBILIDADE URBANA
mobilidade urbana, e o que vai aconte-
cer no futuro caso as condições atuais Segundo o Ministério das Cidades
não sejam modificadas, formando o (BRASIL, 2015), o objetivo da elaboração
“Cenário Tendencial”. do diagnóstico da mobilidade urbana é
Segundo o Ministério das Cidades identificar claramente os problemas en-
(BRASIL, 2015), a partir desse Cenário, é frentados pelas pessoas ao acessar as
possível estabelecer alternativas para oportunidades oferecidas pela cidade e
esses problemas, a partir da implantação suas causas. Os problemas mais recor-
de projetos de infraestrutura de trans- rentes são o aumento do tempo do des-
porte coletivo, transporte não motoriza- locamento, aumento nos seus custos,
do e instrumentos de gestão que deses- aumento das vítimas de trânsito, aumen-
timulem o uso do transporte motorizado to do consumo de energia e emissão de
individual. poluentes. As causas desses problemas
podem estar relacionadas, entre outros
motivos, ao uso intensivo do transporte
individual, que gera congestionamentos
em uma rede subdimensionada, sem pri-
oridade ou integração.
Conforme o porte da cidade analisa-
da, os problemas e suas causas têm dife-
rentes abrangência e importância. Um

39
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
diagnóstico bem elaborado é condição PASSO 2: IMUS—ÍNDICE DE
para a criação de ações regulatórias e
projetos de transporte público e não MOBILIDADE URBANA
motorizado que a cidade vai imple-
SUSTENTÁVEL
mentar nos próximos anos.
Essa etapa também tem como
função levantar e sistematizar um con- O Índice de Mobilidade Urbana
junto de dados, por meio dos quais (COSTA, 2008) é uma ferramenta de
torna-se possível, ao gestor público, apoio à tomada de decisão dos gesto-
obter um panorama da situação das res públicos nos processos de formula-
condições dos deslocamentos na cida- ção, implantação e monitoramento de
de, além de poder entender seus veto- políticas públicas que promovem a
res econômicos, políticos e culturais, mobilidade urbana sustentável, e é ca-
para poder delinear alternativas para a paz de revelar as condições atuais e
política local de mobilidade. A base de medir os impactos de medidas e estra-
informações pode ser obtida de fon- tégias que visam à mobilidade susten-
tes primárias (levantamento em cam- tável.
po) ou fontes secundárias (dados já Através da análise dos indicado-
disponíveis, documentos, bibliografia). res desenvolvidos por COSTA (2008),
foi possível identificar alguns indicado-
res que se encaixavam na realidade de
uma cidade de pequeno porte.

40
9.ÍNDICE DE DO
CRIAÇÃO MOBILIDADE
PLANO DE URBANA
MOBILIDADESUSTENTÁVEL
URBANA
A partir desses indicadores, é pos- gurança para pessoas com necessida-
sível identificar as reais necessidades des especiais.
em uma cidade quanto a sua mobilida- Vagas de estacionamento para
de urbana, os quais ajudarão na elabo- pessoas com necessidades especiais:
ração do plano de mobilidade para ci- identificar a quantidade de vagas em
dades de pequeno porte. Assim, quan- estacionamentos públicos que são
to mais a cidade atender às formula- destinadas a pessoas com necessida-
ções propostas nestas etapas, mais des especiais.
próxima de uma cidade sustentável es- Ações para acessibilidade univer-
tará. sal: identificar a existência e tipo de
ETAPA 1: QUANTO À ações, medidas, programas ou instru-
mentos destinados à promoção da
ACESSIBILIDADE acessibilidade universal na cidade.
Acessibilidade a edifícios públi-
Transporte público para pessoas cos: identificar a quantidade de edifí-
com necessidades especiais: identificar cios públicos adaptados para acesso e
quantos veículos da frota municipal de utilização de pessoas com necessida-
ônibus que são adaptados para pesso- des especiais.
as com necessidades especiais; Acessibilidade aos serviços essen-
Travessias adaptadas a pessoas ciais: identificar a porcentagem da po-
com necessidades especiais: identificar pulação que reside até 500 metros de
quantas travessias de pedestres da re- distância de serviços essenciais, como
de viária principal são adaptadas, aten- equipamentos de saúde e educação.
dendo aos padrões de conforto e se-

41
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
ETAPA 2: QUANTO AO ESTUDO DE Educação para o desenvolvimento
IMPACTO AMBIENTAL sustentável: identificar se existe, ou não,
ações de formação e sensibilização, pro-
gramas e projetos por parte do municí-
Estudos de impacto ambiental: iden- pio no quesito educação para o desen-
tificar se existe ou não, por parte do mu- volvimento sustentável.
nicípio, exigência de estudos de impacto Participação na tomada de decisão:
ambiental, urbano e de vizinhança para identificar se existe, ou não, incentivo e
projetos de transporte e mobilidade, co- viabilização, por parte do município, pa-
mo projetos de infraestrutura, terminais ra a participação popular nos processos
de transporte, entre outros. de elaboração, implementação e monito-
ramento de políticas, ações e projetos
ETAPA 3: QUANTO AOS de transporte e mobilidade urbana.
ASPECTOS SOCIAIS Qualidade de vida: realizar levanta-
mento em campo, entrevistando a popu-
Informação disponível ao cidadão: lação, sobre sua satisfação com a cidade
identificar se existe, ou não, informação como lugar para se viver.
sobre mobilidade e transportes urbanos
disponível ao cidadão, como informação
sobre os sistemas de transporte, auxílio
ao usuário, canais de reclamação e de-
núncias, atendimento online, informa-
ções sobre condição do tráfego, entre
outros.

42
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
mento, por parte do município, em sis-
ETAPA 4: QUANTO AOS
temas de transporte e mobilidade ur-
ASPECTOS POLÍTICOS
bana, no ano de referência.

Integração entre níveis de gover- ETAPA 5: QUANTO À


no: identificar a frequência e grau de INFRAESTRUTURA
integração com o governo estadual e/
ou federal, quanto à realização de
ações, programas e projetos de trans- Sinalização viária: realizar levanta-
portes, mobilidade e desenvolvimento mento em campo, entrevistando a po-
urbano do município. pulação, sobre sua satisfação com a
Parcerias público/privadas: identi- sinalização viária.
ficar a existência, ou não, de ações,
projetos e serviços de infraestrutura
de transporte realizado por meio de
parcerias entre o município e entida-
des privadas.
Captação de recursos: identificar a
porcentagem dos recursos municipais
que é destinada a financiar projetos de
transporte e mobilidade, oriundo de
taxas, multas e pedágios.
Investimento em sistemas de
transporte: identificar se houve investi-

43
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
ETAPA 6: QUANTO AOS MO- Transparência e responsabilidade:
DOS NÃO-MOTORIZADOS identificar se existe, ou não, publicação
formal e periódica por parte do municí-
Existência, extensão e conectivida- pio sobre assuntos relacionados à infra-
de de ciclovias: identificar a cobertura estrutura, serviços, planos e projetos de
das ciclovias e sua conectividade com transportes e mobilidade urbana.
outras vias. Densidade populacional urbana: re-
Vias para pedestres: identificar a co- alizar o cálculo da razão entre o número
bertura das vias para pedestres e sua co- total de habitantes da área urbana e a
nectividade com outras vias. área total urbanizada do município.
Vias com calçadas: identificar a ex- Ocupações irregulares: identificar a
tensão de vias com calçadas em ambos área urbana constituída por assentamen-
os lados, em relação à extensão total da tos informais ou irregulares.
rede viária do município. Escolas: identificar o número de es-
Ações para redução do tráfego mo- colas em nível de educação infantil e en-
torizado: identificar a existência, ou sino fundamental, públicas e particula-
não, de políticas, estratégias ou ações, res.
por parte do município, com objetivo de Postos de saúde: identificar o nú-
reduzir o tráfego motorizado. mero de equipamentos de saúde ou pos-
tos de saúde.
ETAPA 7: QUANTO AO Plano Diretor: identificar se existe,
PLANEJAMENTO INTEGRADO ou não, Plano Diretor; se sim, identificar
o ano de elaboração e/ou atualização.

44
9. CRIAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
ETAPA 8: QUANTO AO TRÁFEGO
Diversidade de modos de trans-
E CIRCULAÇÃO URBANA
porte: identificar o número de modos
de transporte disponíveis na cidade,
Acidentes de trânsito: identificar como automóvel, motocicleta, táxi,
o número de mortos em acidentes de ônibus, bicicleta, caminhada, entre ou-
trânsito ocorridos em vias urbanas. tros.
Educação para o trânsito: identi- Assim, analisando esse conjunto
ficar o número de escolas promoven- de dados é possível identificar e enten-
do aulas ou campanhas de educação der os vetores dos problemas de mo-
para o trânsito. bilidade presentes na respectiva cida-
Índice de motorização: identificar de.
o número de automóveis registrados
no município.
ETAPA 9: QUANTO AOS SISTEMAS
DE TRANSPORTE URBANO

Satisfação do usuário com o ser-


viço de transporte público: realizar
levantamento em campo, entrevistan-
do a população, sobre sua satisfação
com o serviço de transporte público e
urbano.

45
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
PASSO 3: COLETA DE  Treinamento de equipes de pes-
DADOS PRIMÁRIOS quisa;
 Aplicação da pesquisa e obtenção
dos dados brutos;
Os dados primários são resultado
de levantamentos realizados direta-  Computação dos dados coletados
mente em campo, específicos para o em campo;
aspecto da mobilidade urbana que se  Consistência dos dados obtidos,
esteja analisando. O processo de ob- análise e crítica;
tenção desses dados envolve as se-
 Organização do banco de dados.
guintes atividades:
 Seleção e especificação dos objeti-
vos da coleta;
 Seleção das informações a serem
obtidas;
 Planejamento dos processos de
coleta de dados, incluindo a identi-
ficação dos recursos disponíveis,
definição da metodologia de cole-
ta, definição da amostra, prepara-
ção de formulários e logística para
sua aplicação;

46
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
PASSO 4: PESQUISA DE CAMPO ETAPA 1: INVENTÁRIOS FÍSICOS

Segundo o Ministério das Cidades Sistema de circulação para pedes-


(BRASIL, 2015), as pesquisas de campo tres: verificar a condição dos passeios,
revelam uma situação que se altera ao e verificar sua situação quanto a acessi-
longo do tempo, resultado da imple- bilidade.
mentação de políticas públicas ou co- Sistema de circulação para bicicle-
mo produto da evolução das relações tas: verificar a condição de ciclovias e
sociais e econômicas presentes na cida- ciclofaixas.
de. Por isso, elas precisam ser atualiza-
das periodicamente, por meio de proje- Sistema de circulação para tráfego
ção de dados ou realização de novas geral: verificar o sentido da circulação,
pesquisas. descrever as vias e condições de tráfe-
go, localizar áreas restritas e pontos de
A periodicidade da revalidação das
táxi.
pesquisas depende do tipo de informa-
ção a ser obtida, da margem de erro Sistema de circulação de cargas:
aceita e das dificuldades operacionais e realizar pesquisa de origem e destino
econômicas para a realização de novas do transporte de cargas, identificar
coletas. Pesquisas mais complexas po- centros logísticos.
dem ser realizadas com menor frequên-
Complementares: localizar e caracteri-
cia, enquanto que levantamentos ope-
zar polos geradores de viagens, verifi-
racionais podem ser repetidos frequen-
car a condição do transporte escolar e
temente.
fretado, verificar se há intersecções do
sistema rodoviário com o ferroviário.

47
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
Sistemas de controle de tráfego: lo- tráfego em um determinado trecho e os
calizar e caracterizar a sinalização e fisca- respectivos motivos de retardamento,
lização. verificar o tempo gasto e formação de
filas em cruzamentos, verificar o fluxo de
Estacionamentos: verificar qual a veículos capaz de ser atendido por uma
oferta de vagas em vias e estacionamen- intersecção, verificar o nível de ocupa-
tos públicos. ção e rotatividade de estacionamentos
públicos.
ETAPA 2: PESQUISAS DE COM-
PORTAMENTO E CIRCULAÇÃO ETAPA 3: PESQUISA OPERACIONAL
DO TRANSPORTE COLETIVO
Origem e destino: verificar o núme-
ro de viagens em um determinado espa- Pesquisas de oferta: verificar a orga-
ço de tempo entre origem e destino, nização das informações que constituem
quanto ao transporte para o coletivo e a especificação dos serviços, verificar
privado. quais são os trajetos do transporte cole-
tivo, verificar a operação das linhas co-
Engenharia de tráfego: verificar o mo um todo.
volume de veículos em determinados
trechos da via, realizando pesquisa de Pesquisa de demanda: verificar o
fluxo em eixos, fluxo em intersecções e número de passageiros transportados
fluxo de pedestres ou bicicletas, verificar durante um determinado período, reali-
qual a velocidade instantânea em deter- zar leitura de catraca nos pontos finais,
minados trechos da via, verificar a veloci- associando a demanda com a oferta, ve-
dade de percurso de uma corrente de rificar o número de passageiros que em-
barca e desembarca.
48
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
PASSO 5: COLETA DE sistema de mobilidade urbana local. Es-
DADOS SECUNDÁRIOS sas informações podem ser obtidas em
instituições de pesquisa e análise de es-
As fontes dos dados secundários tatísticas sociais e econômicas, como IB-
são estudos, estatísticas, projetos, séries GE, IPEA e INPE.
históricas de levantamentos e outros le-
Segundo o Ministério das Cidades
vantamentos já existentes.
(BRASIL, 2015), as informações de inte-
O planejamento da mobilidade ur- resse para suporte ao planejamento da
bana requer informações de dois gru- mobilidade urbana incluem dados sobre
pos: informações socioeconômicas e da- a população e suas condições de vida,
dos dos sistemas de transporte. como distribuição por idade, sexo, clas-
se de renda e região do município, em-
A) INFORMAÇÕES
pregos por setor; escolaridade, distribui-
SOCIOECONÔMICAS ção de despesas domiciliares, composi-
ção familiar e taxas de empregos e de-
São informações sociais de renda, semprego; dados sobre a produção de
idade, gênero, entre outros, e que são bens e serviços, como produção e com-
condicionantes da mobilidade urbana. posição do setor de comércio, produção
Portanto, o levantamento dessas infor- e composição do setor de serviços, pro-
mações permite entender melhor como dução e composição do setor agrícola.
essas características impactam o perfil
de mobilidade da população do municí-
pio, assim como permite identificar
ações pertinentes para a melhoria do
49
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
Um dos sistemas disponíveis de dis- etc, e ministérios federais dispõem de
seminação de informações sociais, eco- informações de interesse para o planeja-
nômicas e territoriais sobre os municí- mento da mobilidade urbana.
pios brasileiros é o STATCARD -Sistema
de Recuperação de Informações Georre- C) LEVANTAMENTO DA
ferenciadas, disponibilizado pelo IBGE, LEGISLAÇÃO
que proporciona informações estatísti-
cas e geográficas em escala municipal ou
De acordo com o Ministério das Ci-
por setor censitário.
dades (BRASIL, 2015), os serviços de
B) INFORMAÇÕES GERAIS DO transporte e trânsito são serviços públi-
SETOR DE TRANSPORTES cos e, como tal, têm sua prestação regi-
da por um conjunto de leis, decretos, re-
Segundo o Ministério das Cidades, soluções, normas e outros instrumentos
(BRASIL, 2015) essas informações aju- normativos, estabelecendo diretos e
dam o planejador a melhor entender o obrigações para operadores, usuários e
perfil, os modos e condições de trans- Poder Público.
porte no município. O levantamento e
Para o planejamento da mobilidade,
análise dessas informações permite ali-
é fundamental fazer um inventário, orga-
mentar o diagnóstico local de mobilida-
nizado e hierarquizado pelas esferas de
de com informações que são fundamen-
governo, de todos os dispositivos legais
tais para a identificação de ações de me-
referentes ao desenvolvimento urbano e
lhoria do sistema de mobilidade urbana.
aos componentes da mobilidade urbana.
Secretarias estaduais de transporte,
meio ambiente, planejamento, fazenda,

50
9. criação DO PLANO DE MOBILIDADE URBANA
Esse inventário permite o entendi- de sistemas de transporte coletivo, pla-
mento das regras que regem os servi- nos gerais ou específicos de transporte
ços de transporte e trânsito do municí- urbano, estudos de organização institu-
pio, identificando oportunidades de cional do organismo gestor do trans-
melhorias e ações potenciais que po- porte e da mobilidade, estatísticas de
dem ser realizadas para aprimorar es- acidentes, entre outros. Também de-
ses serviços. vem ser analisados os estudos e proje-
tos urbanos como o Plano Diretor, le-
D) ANÁLISES DE ESTUDOS E vantamentos do uso e ocupação do so-
PROJETOS EXISTENTES lo, diretrizes para o sistema viário, pla-
nos de investimento em infraestrutura
Essa etapa é fundamental para urbana, planos habitacionais, de sanea-
aproveitar esforços realizados para en- mento ambiental e de drenagem entre
tendimento do contexto local e proje- outros estudos de interesse.
tos já idealizados para mobilidade urba-
na local.
De acordo com o Ministério das
Cidades (BRASIL, 2015), na preparação
da base de informações para o estudo
da mobilidade urbana, devem ser levan-
tados, catalogados e analisados os es-
tudos existentes que envolvem: estu-
dos de trânsito, projetos viários, proje-
tos de sinalização, estudos e projetos

51
10. CONCLUSÃO
Através da realização do projeto, ficou evidente que a elaboração de
Planos de Mobilidade Urbana é de extrema importância para a cidade que
queira propiciar melhor qualidade de vida para seus cidadãos.
O Roteiro surge como uma forma pioneira de auxiliar as pequenas ci-
dades a projetarem o futuro pensando nas faces social, econômica e ambi-
ental da mobilidade. A partir dos conhecimentos presentes no Roteiro, os
gestores responsáveis pelo desenvolvimento do Plano de Mobilidade po-
derão traçar as diretrizes pertinentes que guiarão o crescimento das pe-
quenas cidades, já pensando em atuar de forma sustentável e priorizando
transportes não motorizados.

52
11. BIBLIOGRAFIA
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Calçadas. Disponível em <http://www.creaba.org.br/Imagens/FCKimagens/12-2009/
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53
11. BIBLIOGRAFIA
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urbanidades.arq.br/2008/06/o-que-e-plano-diretor>. Acesso em: 18/02/2015.

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