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inexistência de uma eÞciente coordenação dos trabalhos e de abastecimento de águas e de águas re-
efectuados pelas diversas empresas que operam nos es- siduais, bem como redes de saneamento bá-
taleiros durante a sua execução. sico;
Apesar da existência de um diploma que contém re- h) Intervenções nas infra-estruturas de transporte
gras sobre a segurança, higiene e saúde no trabalho, o e distribuição de electricidade, gás e teleco-
Decreto-Lei n.º 55/99, de 6 de Setembro, a especiÞcidade municações;
e características do sector da construção, que implica um
maior risco para o trabalhador, demanda uma regula- i) Montagem e desmontagem de instalações técni-
mentação própria ou especial. cas e de equipamentos diversos; e
O presente diploma é aplicável a todos os ramos de d) «Dono da obra» a pessoa singular ou colectiva
actividade dos sectores privado, cooperativo e social, por conta de quem a obra é realizada, ou o
à administração pública central e local, aos institutos concessionário relativamente a obra executa-
públicos e às demais pessoas colectivas de direito pú- da com base em contrato de concessão de obra
blico, bem como a trabalhadores independentes, no que pública;
respeita aos trabalhos de construção de edifícios e de
e) «Empregador» a pessoa singular ou colectiva
outros no domínio de engenharia civil, que consistem,
que, no estaleiro, tem trabalhadores ao seu
nomeadamente, em:
serviço, incluindo trabalhadores temporários
a) Escavação; ou em cedência ocasional, para executar a to-
talidade ou parte da obra, podendo ser o dono
b) Terraplenagem; da obra, a entidade executante ou subemprei-
teiro;
c) Construção, ampliação, alteração, reparação,
restauro, conservação e limpeza de edifícios; f) «Entidade executante» a pessoa singular ou co-
lectiva que executa a totalidade ou parte da
d) Montagem e desmontagem de elementos
obra, de acordo com o projecto aprovado e as
pré-fabricados, andaimes, gruas e outros
disposições legais ou regulamentares aplicá-
aparelhos elevatórios;
veis, podendo ser simultaneamente o dono da
e) Demolição; obra ou outra pessoa autorizada a exercer a
actividade de empreiteiro de obras públicas
f) Construção, manutenção, conservação e ou de industrial de construção civil, que este-
alteração de vias de comunicação rodoviárias ja obrigada mediante contrato de empreitada
e aeroportuárias e suas infra-estruturas, de com aquele que executar a totalidade ou par-
obras ßuviais ou marítimas, túneis e obras de te da obra;
arte, barragens, silos e chaminés industriais;
g) «Estaleiros temporários ou móveis», adiante de-
g) Trabalhos especializados no domínio da água, signados por estaleiros, os locais onde se efec-
tais como sistemas de irrigação, de drenagem tuam trabalhos de construção de edifícios ou
2131 I SÉRIE — NO 50 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 27 DE DEZEMBRO DE 2010
trabalhos referidos no artigo 2º, bem como os componentes materiais do trabalho em fun-
locais onde, durante a obra, se desenvolvem ção da natureza e grau dos riscos, e ainda, as
actividades de apoio directo aos mesmos; obrigações das pessoas por tal responsáveis;
h) «Fiscal da obra» a pessoa singular ou colectiva b) A determinação das substâncias, agentes ou pro-
que exerce, por conta do dono da obra, a Þsca- cessos utilizados na construção que devam ser
lização da execução da obra, de acordo com o proibidos, limitados ou sujeitos a autorização
projecto aprovado, bem como do cumprimento ou a controlo da autoridade competente;
das disposições legais e regulamentares apli-
cáveis; se a Þscalização for assegurada por c) A promoção e vigilância da saúde dos trabalha-
dois ou mais representantes, o dono da obra dores;
designa um deles para cheÞar;
d) O incremento da investigação no domínio da se-
i) «Subempreiteiro» a pessoa singular ou colecti- gurança, higiene e saúde no trabalho;
va autorizada a exercer a actividade de em-
e) A educação, formação e informação para promover
preiteiro de obras públicas ou de industrial de
a segurança, higiene e saúde no trabalho; e
construção civil que executa parte da obra me-
diante contrato com a entidade executante; f) A eÞcácia de um sistema de Þscalização do cum-
j) «Trabalhador independente» a pessoa singu- primento da legislação relativa à segurança,
lar que efectua pessoalmente uma actividade higiene e saúde no trabalho.
proÞssional, não vinculada por contrato de Artigo 5º
trabalho, para realizar uma parte da obra a
que se obrigou perante o dono da obra ou a Prescrições técnicas
entidade executante, podendo ser empresário
1. As prescrições técnicas a observar na execução de
em nome individual;
trabalhos de construção de edifícios e outros de enge-
k) «Coordenador em matéria de segurança e nharia civil, em especial, na implantação de estaleiros
saúde durante a elaboração do projecto da temporários ou móveis, respeitam o disposto no Decreto-
obra», adiante designado por coordenador de Lei n.º 55/99, de 6 de Setembro.
segurança em projecto, a pessoa singular ou
colectiva que executa, durante a elaboração 2. O projecto deve atender aos princípios gerais de pre-
do projecto, as tarefas de coordenação em ma- venção, em especial nas opções arquitectónicas, técnicas
téria de segurança e saúde previstas no pre- e organizativas que se destinem a planiÞcar os trabalhos
sente diploma, podendo também participar ou as suas fases, bem como à previsão do prazo para a
na preparação do processo de negociação da realização desses trabalhos.
empreitada e de outros actos preparatórios CAPÍTULO II
da execução da obra, na parte respeitante à
segurança e saúde no trabalho; e Projecto e execução da obra
l) «Coordenador em matéria de segurança e saúde Secção I
durante a execução da obra», adiante desig-
Do projecto da obra
nado por coordenador de segurança em obra,
a pessoa singular ou colectiva que executa, Artigo 6º
durante a realização da obra, as tarefas de co-
ordenação em matéria de segurança e saúde Princípios gerais do projecto da obra
previstas no presente diploma.
1. A Þm de garantir a segurança e a protecção da
Artigo 4º saúde de todos os intervenientes no estaleiro, bem como
na utilização da obra e noutras intervenções posterio-
Princípios gerais
res, o projecto deve ter em conta os princípios gerais de
1. Todos os trabalhadores têm direito à prestação de prevenção de riscos proÞssionais consagrados no regime
trabalho em condições de segurança, higiene e de pro- aplicável em matéria de segurança, higiene e saúde no
tecção da saúde. trabalho.
e) Sejam efectuados em poços, túneis e galerias; d) O Þscal ou Þscais da obra, o coordenador de se-
gurança em projecto, se existir, bem como os
f) Sejam efectuados em vias rodoviárias que se en- respectivos domicílios;
contrem em utilização ou na sua proximida-
de; e e) O director técnico da empreitada e o represen-
tante da entidade executante, se for nomeado
g) Envolvam a utilização de explosivos, ou suscep- para permanecer no estaleiro durante a exe-
tíveis de originarem riscos derivados de at- cução da obra, bem como os respectivos domi-
mosferas explosivas. cílios, no caso de empreitada de obra pública;
Artigo 10º
f) O responsável pela direcção técnica da obra e o res-
Obras públicas e particulares pectivo domicílio, no caso de obra particular;
1. O plano de segurança e saúde deve ser incluído, pelo g) As datas previstas para início e termo dos tra-
dono da obra, no conjunto dos elementos que servem de balhos no estaleiro;
base ao concurso e Þcar anexado ao contrato de emprei-
tada, tratando-se de obras públicas. h) A estimativa do número máximo de trabalhado-
res por conta de outrem e independentes que
2. No caso de obras particulares, o plano deve ser estão presentes em simultâneo no estaleiro
incluído no conjunto de elementos que servem de base ou do somatório dos dias de trabalho prestado
à negociação, para que a entidade executante o conheça por cada um dos trabalhadores, consoante a
ao contratar a empreitada. comunicação prévia seja baseada nas alíneas
a) ou b) do n.º 1;
Secção II
Da execução da obra
i) A estimativa do número de empresas e de trabalha-
dores independentes a operar no estaleiro; e
Artigo 11º
j) A identiÞcação dos subempreiteiros já seleccio-
Aplicação do plano nados.
1. A implantação do estaleiro só pode ter início após a 3. O dono da obra deve comunicar à IGT qualquer alte-
aprovação pela entidade competente do plano de segu- ração dos elementos da comunicação prévia referidos nas
rança apresentado pelo dono da obra, Þcando o início da alíneas a) a i) nos 3 (três) dias úteis seguintes, e dar ao
obra, condicionado à essa aprovação. mesmo tempo conhecimento da mesma ao coordenador de
segurança em obra, se existir, e à entidade executante.
2. Os subempreiteiros e trabalhadores independentes
devem cumprir o plano referido no número anterior, 4. A entidade executante deve aÞxar cópias da comu-
devendo esta obrigação ser mencionada nos contratos nicação prévia e das suas actualizações, no estaleiro, em
celebrados com a entidade executante ou dono da obra. local bem visível.
Artigo 12º
5. No caso de a obra não ser executada pelo respectivo
Comunicação prévia da abertura do estaleiro dono e este não se encontrar localizável, o executante é
responsável pela apresentação das comunicações, infor-
1. O dono da obra deve comunicar previamente a mações e outros elementos que àquele competia.
abertura do estaleiro à IGT quando for previsível que a
execução da obra envolva uma das seguintes situações: Secção III
a) Um prazo total superior a 30 (trinta) dias e, em Das obrigações dos intervenientes no empreendimento
qualquer momento, a utilização simultânea Artigo 13º
de mais de 20 (vinte) trabalhadores;
Obrigações do dono da obra
b) Um total de mais de 500 (quinhentos) dias de
trabalho, correspondente ao somatório dos O dono da obra deve:
dias de trabalho prestado por cada um dos
trabalhadores. a) Nomear os coordenadores de segurança, nos ter-
mos do artigo 7º;
2. A comunicação prévia referida no número anterior
deve ser datada, assinada e indicar: b) Elaborar ou mandar elaborar o plano de segu-
rança e saúde;
a) O endereço completo do estaleiro;
c) Assegurar a divulgação do plano de segurança
b) A natureza e a utilização previstas para a obra; e saúde;
g) Tomar as medidas necessárias para que o acesso b) Cooperar na aplicação das disposições especíÞ-
ao estaleiro seja reservado a pessoas autori- cas estabelecidas para o estaleiro, respeitan-
zadas; e do as indicações do coordenador de segurança
em obra e da entidade executante.
h) Fornecer ao dono da obra as informações neces-
sárias à elaboração e actualização da comuni- Artigo 19º
cação prévia.
Acidentes graves e mortais
Artigo 17º
1. O acidente de trabalho de que resulte a morte ou
Obrigações dos empregadores lesão grave do trabalhador, ou que assuma particular
gravidade na perspectiva da segurança no trabalho, deve
Durante a execução da obra, os empregadores devem ser comunicado pelo respectivo empregador à IGT e ao
observar, em especial, as seguintes obrigações: coordenador de segurança, no mais curto prazo possível,
não podendo exceder 24 (vinte e quatro) horas.
a) Comunicar aos respectivos trabalhadores e aos
trabalhadores independentes por si contrata- 2. A comunicação do acidente que envolva um traba-
dos o plano de segurança e saúde; lhador independente deve ser feita pela entidade que o
tiver contratado.
b) Manter o estaleiro em boa ordem e em estado de
salubridade adequado; 3. A entidade executante e todos os intervenientes no
estaleiro devem suspender quaisquer trabalhos sob sua
c) Garantir as condições de acesso, deslocação e cir-
responsabilidade que sejam susceptíveis de destruir ou
culação necessária à segurança em todos os
alterar os vestígios do acidente, sem prejuízo da assis-
postos de trabalho no estaleiro;
tência a prestar à vítima.
d) Garantir a correcta movimentação dos materiais
4. A entidade executante deve, de imediato e até à
e utilização dos equipamentos de trabalho;
recolha dos elementos necessários para a realização do
e) Efectuar a manutenção e o controlo das instala- inquérito, impedir o acesso de pessoas, máquinas e ma-
ções e dos equipamentos de trabalho antes da teriais ao local do acidente.
sua entrada em funcionamento e com inter-
5. Neste âmbito, compete à IGT:
valos regulares durante a laboração;
a) Determinar a suspensão imediata de quaisquer
f) Delimitar e organizar as zonas de armazenagem
trabalhos em curso que sejam susceptíveis de
de materiais, em especial de substâncias, pre-
destruir ou alterar os vestígios do acidente;
parações e materiais perigosos;
b) Proceder à realização do inquérito sobre as
g) Recolher, em condições de segurança, os mate-
causas do acidente de trabalho, procedendo
riais perigosos utilizados;
com a maior brevidade à recolha dos elemen-
h) Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resí- tos necessários para a realização do inquérito
duos e escombros; preliminar;