Você está na página 1de 7

Página 1 de 7

ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ANA CECÍLIA MARTINS

MOBILIDADE URBANA: LEIS E IMPORTÂNCIA

Sorocaba, São Paulo


2023
Página 2 de 7

Sumário
O que é a mobilidade urbana?.............................................................................3
Desafios da mobilidade urbana............................................................................3
Mobilidade urbana e sustentabilidade..................................................................4
Soluções para mobilidade urbana........................................................................4
Mobilidade urbana e direito à cidade....................................................................6
Projetos de Lei envolvendo Mobilidade Urbana...................................................6
Página 3 de 7

O que é a mobilidade urbana?

Mobilidade urbana é um conceito que define como as pessoas se locomovem


em espaços urbanos, podendo ser individualmente (a pé, bicicletas, patinetes,
motocicletas e carros) ou coletivamente (ônibus, trem e metrô). É um conceito
utilizado no planejamento de um município e na definição de políticas públicas
como forma de garantir que a população tenha acesso à cidade.
A importância da mobilidade urbana existe desde o surgimento das cidades. As
primeiras discussões sobre transporte urbano surgiram no século 17, quando o
matemático francês Blaise Pascal abordou pela primeira vez a questão do
transporte urbano mundial.
À medida que as cidades iam crescendo, o planejamento da mobilidade se
tornou ainda mais essencial. Até que na década de 1930, a palavra mobilidade
urbana se tornou ainda mais difundido no Brasil. Também foi nesse período
que as grandes indústrias chegaram no país e transformaram os campos em
grandes centros urbanos.
Portanto, o principal objetivo desse conceito é planejar como a população
pode se locomover com segurança nas regiões urbanas, indo desde
planejamentos sobre vias, ciclovias, calçadas e ruas até as opções de
transporte para essa locomoção.

Desafios da mobilidade urbana

Nas últimas décadas surgiram vários problemas dentro da questão da


mobilidade urbana devido a alguns fatores que explicaremos com mais
detalhes a seguir.
Planejamento, desde que os campos foram transformados em cidades, as
pessoas passaram a migrar para a região urbana em busca de emprego e
melhores condições de vida. Contudo, essa migração acelerada trouxe
dificuldades como uma maior competição por trabalho, moradia, lazer,
alimentação e até da convivência em espaços públicos.
Em muitas cidades, podemos observar que elas foram crescendo sem o
devido planejamento e isso resulta em um dos diversos desafios que envolvem
a mobilidade urbana.
Automóveis individuais, há uma grande quantidade de automóveis individuais
circulando pelas cidades. Esse aumento ocorreu por diversos fatores, como a
maior oferta de crédito ao consumidor, qualidade inferior dos transportes
coletivos, aumento da renda da população, redução de impostos em produtos
industrializados e a priorização de rodovias. Já o impacto desse aumento se
Página 4 de 7

manifesta através de uma maior poluição do ar e sonora, engarrafamentos,


trânsito cada vez mais lento e maior índice de acidente de trânsito.
Transporte público, a falta de um transporte público, que seja gratuito e
acessível para qualquer pessoa, é um dos fatores que levam aos principais
desafios na mobilidade urbana. Além da péssima qualidade dos ônibus, trens e
metrôs utilizados como transporte coletivo, os preços das tarifas dessa forma
de locomoção também impedem muitas pessoas de utilizar o transporte
coletivo.
Portanto, o cenário atual é de que os transportes coletivos estão sempre
lotados, sucateados e com custos elevados, e isso leva a população a utilizar
veículos particulares para se locomover.
Transporte alternativo, outro desafio na mobilidade urbana é a falta de
incentivo para a utilização de transportes alternativos, como patins, bicicleta,
patinete, skate, entre outras, para a locomoção nas grandes cidades.
Podemos observar essa falta de incentivo na maioria das cidades que ainda
não possuem ciclovias, ciclofaixas e áreas que garantem a mobilidade com
segurança através de transportes alternativos.

Mobilidade urbana e sustentabilidade

Uma discussão muito importante dentro da mobilidade urbana é a


sustentabilidade. A preocupação com o meio ambiente está cada vez mais em
pauta e isso também reflete na forma como as pessoas se locomovem nas
cidades.
Para entender melhor essa questão é preciso levar em conta que atualmente,
a maioria dos veículos ainda utilizam combustíveis fósseis, o que leva ao
aumento da poluição do ar. Mas já existem tecnologias modernas que podem
transformar esse cenário, como a utilização de veículos elétricos, por exemplo.
Nesse sentido, já existem políticas públicas que preveem a proibição de
veículos movidos a combustíveis fósseis para daqui a alguns anos. Se esse
compromisso for firmado, em breve as ruas só terão veículos movidos a
energia limpa.
Contudo, as opções atuais mais sustentáveis e com menores custos são os
transportes alternativos. Além de serem opções mais baratas e sustentáveis,
utilizar bicicleta ou outro meio de transporte deste tipo também reduz a
quantidade de veículos nas ruas.

Soluções para mobilidade urbana


Página 5 de 7

Diante desses e de outros problemas de mobilidade urbana, surgiram algumas


soluções que podem contribuir com melhorias para a locomoção urbana.
Algumas dessas soluções estão sendo implementadas em diversas cidades e
oferecem vários benefícios.
Caronas colaborativa, as caronas colaborativas são uma nova modalidade de
locomoção urbana onde pessoas combinam destinos, horários e valores para
realizar uma viagem com veículo particular. Hoje em dia existem até aplicativos
que conectam proprietários de veículos particulares com pessoas que querem
carona.
Por exemplo, se duas pessoas que trabalham em dias e horários semelhantes
e em endereços próximos realizarem a carona colaborativa, isso significa que
haverá um veículo particular a menos nas ruas e ambos poderão economizar
com combustível.
Portanto, a carona colaborativa é uma solução que reduz o número de
veículos particulares nas ruas, reduz a poluição e é uma opção mais
econômica.
Ciclovias, outra solução que tem sido adotada por algumas cidades é a
inclusão cada vez maior de ciclovias. As prefeituras têm observado que uma
forma de incentivar a população a utilizar os meios de transporte alternativo é
incluindo mais ciclovias nas cidades.
Quanto mais as pessoas se sentem seguras para utilizar a bicicleta ou outro
meio de transporte alternativo em seu dia a dia, maior é a economia com o
transporte e menor é o número de veículos particulares nas ruas.
Os transportes alternativos ainda contribuem para a saúde das pessoas com
menos poluição e mais exercício físico.
Malha metroviária, uma opção pouco poluente para o transporte coletivo é o
metrô, que além de ser rápido, possibilita viajar para lugares longes com baixo
custo. As cidades que investem em malha metroviária conseguem desafogar o
trânsito, pois essa é uma solução muito mais econômica de transporte e que
tem baixo impacto para o meio ambiente.
No Brasil podemos citar o estado de São Paulo como exemplo, que conta com
linhas de trem e uma extensa malha metroviária que conecta várias cidades do
estado.
Horário de trabalho, outra medida que tem sido adotada pela população e é
uma sugestão dada por muitas cidades é sobre o horário de pico dos
congestionamentos. Uma das principais dificuldades de mobilidade urbana
atualmente é a quantidade de veículos nas ruas que causa congestionamentos.
Nesse caso, a recomendação é que as pessoas evitem horários de pico, se
puderem. Essa medida simples já possibilita reduzir o congestionamento das
cidades.
Página 6 de 7

Mobilidade urbana e direito à cidade

Por fim, não poderíamos deixar de falar sobre o direito à cidade, que está
relacionado com o direito de ir e vir de qualquer cidadão. A mobilidade urbana é
uma das principais pautas dentro do direito à cidade, pois se não há a
facilidade do acesso, isso significa que o direito do cidadão é afetado.
Assim como as pessoas têm direito ao acesso à cultura, à educação e à
saúde, é preciso garantir que as pessoas possam acessar a cidade para
conseguir trabalhar, estudar e desfrutar dos espaços urbanos.
Atualmente, há algumas medidas que facilitam o acesso à cidade, mas muitas
delas ainda precisam de políticas públicas mais eficientes e inclusivas. Veja a
seguir quais são as formas de garantir o acesso à cidade mais utilizadas pelos
municípios do país.
Passagem gratuita, a passagem gratuita é uma medida adotada no país que
concede direito à gratuidade na passagem do transporte urbano, seja ele
rodoviário e/ou metroviário. Esse direito é garantido a idosos e crianças com
menos de 5 anos de idade.
Aos idosos, esse direito é garantido através do Estatuto do Idoso, que prevê a
gratuidade no transporte urbano a partir de 65 anos.
Descontos em viagens interestaduais, outra medida adotada no país são os
descontos nas tarifas de transporte urbano interestadual. Nesse caso, as
empresas deverão disponibilizar 2 vagas por veículo de forma gratuita, e o
desconto de 50% para os demais idosos. Esse direito é obrigatório para
pessoas acima de 65 anos que tenham renda per capita de até 2 salários
mínimos.

Projetos de Lei envolvendo Mobilidade Urbana

O Projeto de Lei 9223/17, do deputado Zé Carlos (PT-MA), inclui na Lei de


Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12) o conceito de transporte alternativo
semiurbano de passageiros. Este tipo de transporte é o que faz a ligação entre
as áreas urbanas de duas cidades contíguas, em regiões metropolitanas ou
aglomerações urbanas.
Segundo o texto, este tipo de transporte é definido como o “serviço de
transporte público coletivo remunerado de passageiros, que atua em caráter
complementar ao serviço público de transporte coletivo remunerado regular de
passageiros.”
Página 7 de 7

O deputado afirma que o transporte alternativo semiurbano de passageiros é o


único coletivo não definido na Lei de Mobilidade Urbana. A norma já traz
definições, por exemplo, para os transportes público coletivo, público coletivo
intermunicipal de caráter urbano e público coletivo interestadual de caráter
urbano.
Zé Carlos disse que este tipo de transporte, geralmente organizado sob a
forma de cooperativas, é comum nas grandes cidades brasileiras.
O texto determina também que o Plano de Mobilidade Urbana das cidades
deverá contemplar a operação e o disciplinamento do transporte coletivo
alternativo de passageiros realizado por veículo dos tipos M2 (veículo com
mais de oito lugares, além do motorista, e com peso bruto total menor que
cinco toneladas) e M3 (mais de oito lugares, além do condutor, e peso bruto
total maior que cinco toneladas). Os veículos destas duas categorias são os
mais usados pelo transporte alternativo semiurbano.

Você também pode gostar