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Quais são as cidades mais sustentáveis do mundo?

Em ritmo acelerado, as revoluções tecnológicas voltadas à gestão pública estão cada


vez mais evidentes ao impactar a vida da população, seja sanando necessidades antigas
ou criando soluções específicas para a realidade de cada município.
No entanto, existem cidades pelo mundo que já estão mais preparadas para esse novo
cenário e podem servir de inspiração para aquelas que ainda estão estruturando um
modelo concreto e eficiente.
Confira abaixo quais são as cidades sustentáveis e preparadas para o futuro, de acordo
com a pesquisa realizada pela EasyPark Group.
1. Copenhague – Dinamarca
Considerada uma das cidades mais verdes do mundo, Copenhague é um exemplo de
sustentabilidade e qualidade de vida.
Durante a COP 26, o embaixador da Dinamarca no Brasil, Nicolai Prytz, afirmou que a
capital irá fornecer pelo menos 500 milhões de dólares por ano até 2023 em
financiamentos climáticos.
Em virtude dessas ações, Copenhague hoje é uma cidade sustentável pelos seguintes
critérios:
• Mais de 400 km de ciclovias que interligam a capital à outros municípios;
• 50% da população utiliza as bicicletas como meio de transporte – uma mudança
drástica na cultura e na mobilidade da cidade;
• Possui leis que obrigam certos edifícios adotarem telhados verdes para
absorverem até 80% da água da chuva por ano;
• Plano de arborização frutífera pela cidade;
• Um dos maiores parques eólicos situados no mar;
• O Plano de Mudança Climática de Copenhague planeja que até 2025 a cidade
não emita gás carbônico.

2. Singapura – Sudeste Asiático


A cidade evoluiu assim como a tecnologia e as técnicas de desenvolvimento urbano
sustentável. Segundo o estudo feito pela Economist Intelligence Unit (EIU), Singapura é
a cidade com maior índice de sustentabilidade da Ásia.
Isso porque o planejamento sustentável é baseado em três pilares principais: redução
de emissão de carbono, gerenciamento sustentável da água e planejamento de
transporte para a mobilidade.
• Multas como método de controle social para as campanhas de limpeza e
sustentabilidade;
• Investimento em edifícios verdes com o certificado Green Mark;
• Gerenciamento de águas através as ações de reuso, captação e dessalinização;
• A rede de transporte público é uma das mais econômicas do mundo;
• Incentivo constante do uso de bicicletas;
• Projetos arquitetônicos sustentáveis estruturados para testes;

E no Brasil, existem cidades sustentáveis?

Desenvolver cidades resilientes, inclusivas e sustentáveis tem sido um debate entre os


gestores públicos em virtude dos investimentos de capacitação para municípios
brasileiros em desenvolvimento sustentável.
De acordo com o ranking do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, os
770 municípios brasileiros são classificados pela pontuação geral que mede o progresso
total para o cumprimento de todos os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável).
A pontuação varia de zero a 100, sendo que 100 é o limite máximo.
De acordo com o resultado, as dez cidades mais sustentáveis encontram-se no estado
de São Paulo. Em primeiro lugar, Morungaba (73,40 pontos); seguido por Pedreira
(72,77 pontos) e Jumirim (72,55 pontos).

Barreiras para a implementação de soluções sustentáveis em Goiânia

Um dos maiores desafios das cidades hoje é a mobilidade: a redução do IPI para os
veículos populares, aliado à pessima qualidade de transporte público e ao mal
planejamento urbano travou o trânsito. Percorrer pequenas distâncias tem se tornado
um desafio cada vez mais complicado. No Brasil, a frota de automóveis e motocicletas
teve crescimento de até 400% nos últimos dez anos. A necessidade de amenizar o
problema antes que viver nas cidades brasileiras tornam-se um transtorno, foi
promulgada em 2012 a Lei 12.587, que institui as diretrizes da Política Nacional de
Mobilidade Urbana e determina, como regra geral, que os Municípios com mais de 20
mil habitantes elaborem o Plano de Mobilidade Urbana, levando em conta as
disposições do Plano Diretor.
Goiânia está em processo de elaboração deste plano, que tem até 2015 para ser
entregue sob pena de não recursos federais destinados à mobilidade urbana. De
acordo com a lei, no plano o município deve garantir a universalização e a
acessibilidade do serviço, priorizar o transporte não motorizado (o pedestre e o uso da
bicicleta) e, em seguida, o coletivo, podendo adotar medidas para restringir o uso de
veículos individuais, como forma de desestimular seu uso habitual.
Este plano deve ter participação popular e apresentar metas a curto e logo prazos
capazes de aumentar a mobilidade urbana, promover a diversificação e integração dos
meios de transporte e controlar a poluição e emissões de gases do efeito estufa do
setor de transportes.
A requalificação do transporte público já melhora as condições urbanas, diminuindo a
quantidade de carros e motocicletas nas vias. No entanto, investir em mobilidade
envole ainda a implantação de sistemas sobre trilhos, calçadas confortáveis, niveladas,
sem buracos e obstáculos, favorecendo todos os pedestres, independente se tem
mobilidade reduzida ou não.
Desde a proposta de construção da “cidade moderna”, em 1932, para transferência da
Capital do Estado de Goiás, como parte da política de interiorização nacional de Getúlio
Vargas (“Marcha para o Oeste”), cujo Plano Original se inspirava em concepções
avançadas, Goiânia experimentou acelerado crescimento populacional, impactada por
uma leva de imigrantes do campo-cidade e migrantes nordestinos que contribuíram
diretamente na construção civil da nova capital.
No contexto do desafio de implementação da Nova Agenda Urbana (Habitat III),
lançado a todos os países e suas cidades, ao aceitarem um novo quadro que
direcionará o mundo para o desenvolvimento sustentável, destacando três pontos
importantes: habitação, mobilidade urbana e saneamento básico, com proteção aos
rios e cursos d´água que abastecem as cidades, entre outros (IPEA, 2016).
O Brasil registra, em média, bons índices de acesso à água potável, alcançando
atendimento próximo a universalização nas últimas décadas. No entanto, o território
nacional vem sofrendo deterioração dos recursos hídricos e reservas disponíveis, com
contaminação das águas subterrâneas e escassez hídrica para atendimento humano.
Para Tundisi (2009) os principais problemas e processos relacionados com a
contaminação de águas superficiais estão relacionados com o crescimento e a
diversificação das atividades agrícolas, o aumento da urbanização e o aumento e
intensificação das atividades nas bacias hidrográficas.
Os sistemas integrados Meia Ponte e João Leite (capacidade instalada de 4,4 m³/s) são
responsáveis pelo abastecimento de 30% da população e abastecem de forma
integrada Goiânia, Trindade e Aparecida de Goiânia (ANA, 2010), cujas bacias
hidrográficas vêm passando por forte processo de degradação em vista da intensa
urbanização, com contaminação das águas inclusive pela existência de lixões/aterros
sanitários dentro das microbacias dos mananciais de aastecimento público.
O uso e ocupação do solo próximo às bacias hidrográficas caracterizam-se pelo forte
componente urbano da RM de Goiânia.

De outra feita, uma consequência evidente da expansão urbana é o agravamento dos


problemas socioambientais. A expansão na região norte de Goiânia atinge as margens
do Rio Meia Ponte, comprometendo o principal manancial de abastecimento de água.
As maiores concentrações de coliformes fecais, demanda bioquímica de oxigênio e
fósforo, que indicam a qualidade da água, estão no trecho do rio que passa por Goiânia
(enquadrado pela ANA na classe 4 de uma escala na qual 0 é excelente e 4 é péssimo) –
razão pela qual “o Rio Meia Ponte ocupa o posto de sétimo rio mais poluído do Brasil”
(ANA, 2010). Todos os cursos d’água que cortam a malha urbana de Goiânia estão
parcialmente ou totalmente comprometidos, no que se refere à qualidade ambiental.
As margens foram ocupadas ilegalmente e desmatadas até o limite do canal (Cunha e
Borges, 2015).

Figura – Uso e ocupação do solo nas proximidades do Rio Meio Ponte.

O papel do setor público, das empresas privadas e da sociedade civil na promoção da


mobilidade urbana sustentável
O crescimento das cidades e o desenvolvimento urbano sem planejamento têm
colaborado para o Surgimento dos grandes centros urbanos, com bairros ou
aglomerados de pessoas longe dos centros comerciais, Que necessitam cada vez mais
de transporte urbano para suas necessidades de locomoção e para atividades Diárias.
Neste cenário, a mobilidade urbana tem sido afetada por problemas como a falta de
investimento público, Gerando sistema de transportes públicos precários; problemas
socioeconômicos, como desemprego e outros Fatores e ainda a falta de planejamento
para a integração dos modos de transporte, visando o bem estar e o Atendimento
imediato das necessidades de locomoção de forma eficaz e eficiente.
Atualmente, o planejamento da mobilidade urbana está voltado mais para as
necessidades humanas de Locomoção do que para a circulação de veículos, com
políticas voltadas para um modelo de mobilidade Sustentável, buscando um modelo de
locomoção socioeconômico e ambientalmente correto, com menor impacto Ambiental
e que venha de encontro com os anseios da população.
Nesse sentido, a mobilidade é um dos fatores-chave para o desenvolvimento
socioeconômico local e global dos espaços urbanos. Por esse motivo, a
sustentabilidade tem um papel crucial nas estratégias utilizadas.
Para atender à necessidade de uma legislação mais adequada ao desenvolvimento
urbano, a administração pública deve adotar planos urbanos de mobilidade sustentável
que permitiriam a disseminação de tecnologias inovadoras no campo dos transportes.
Portanto, para que a mobilidade urbana ocorra de forma sustentável é preciso a
combinação de fatores e ações como o investimento público-privado, a conscientização
dos usuários de transporte, políticas voltadas à urbanização de forma correta e
consciente, além de uma integração entre sociedade, poder público e a iniciativa
privada.
O setor de transporte é responsável por, em média, 60% das emissões de gases do
efeito estudo nas cidades do país. Números tão expressivos indicam que a mobilidade
urbana não pode ser responsabilidade apenas dos governos: a contribuição do setor
corporativo é crucial para um transporte mais sustentável.
Embora as empresas não determinem como as pessoas se deslocam até o local de
trabalho, seus benefícios de transporte influenciam a escolha modal. A implementação
de ações que favoreçam, por exemplo, a carona, o transporte coletivo e o ativo (a pé e
bicicleta) faz com que a organização assuma sua responsabilidade social com relação a
mobilidade sustentável e ainda beneficie a qualidade de vida dos seus funcionários.
A adoção de um Plano de Mobilidade Corporativa é uma solução criativa e inovadora
que possibilita às organizações colocar o transporte sustentável como uma prioridade.
Além de beneficiar a mobilidade, também pode aumentar a produtividade, trazer
melhorias no clima organizacional e reduzir custos com transporte.
Vivemos hoje um período decisivo para o combate às mudanças climáticas e uma das
ações passa pelo incentivo à mobilidade sustentável. Para atingirmos resultados
significativos, é essencial o comprometimento dos setores público e privado
juntamentea sociedade civil. Além disso, a nova geração vem cobrando ações mais
contundentes por parte das organizações.
Soluções criativas para a mobilidade urbana no Brasil
Vários geógrafos e urbanistas que se dedicam ao estudo da mobilidade urbana
procuram soluções para melhorar o trânsito nas cidades e, consequentemente, a
mobilidade urbana nos espaços públicos. Dentre algumas soluções, podemos citar:
- ampliar áreas atendidas pelos transportes públicos coletivos (ônibus, metrô e trem);
- diversificar o uso dos meios de transportes (carros, bicicletas, ônibus, motocicletas);
- flexibilidade no horário das atividades urbanas: comércio em uma hora, atividades
escolares em outra, para distribuir a mobilidade ao longo do dia;
- incentivo a caronas coletivas para pessoas que vão para a mesma direção;
- integração entre os transportes públicos (ônibus integrado com metrô, por exemplo).

“As ciclovias são excelentes meios para melhorar a mobilidade urbana. Na foto,
ciclovia no Rio de Janeiro.”

Essas soluções poderiam amenizar os problemas de mobilidade desde que houvesse


uma parceria entre a sociedade e poder público, com campanhas de conscientização
ambiental e de uso consciente dos espaços públicos. Afinal, a cidade é de todos, e
todos têm o direito e dever de cuidar dela.

Fontes

https://www.caugo.gov.br/mobilidade-urbana-e-desafio-de-goiania/

Veja mais sobre “Mobilidade urbana no Brasil” em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbana-no-brasil.htm

https://www.linkedin.com/pulse/o-papel-das-empresas-com-mobilidade-urbana-ruy-
shiozawa?originalSubdomain=pt
https://blog.exati.com.br/cidades-sustentaveis-2/

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