Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A mobilidade urbana no Brasil, sobretudo a partir da década de 50, enfrenta desafios com o crescimento
populacional e a expansão desordenada nas cidades, originando uma série de problemas morfológicos
de desigualdade social e distribuição desigual de infraestrutura urbana. Esse desequilíbrio é responsável
pela dificuldade no deslocamento em especial nas classes sociais menos favorecidas. Este estudo de
caso analisa os meios de transporte e suas vias apresentando os conceitos, metodologias e a cronologia
da mobilidade urbana no país, afunilando para a cidade de Teresina-PI, trazendo um levantamento de
dados sobre como seus habitantes enfrentam os problemas de deslocamento, com foco no trecho da
avenida Professor Valter Alencar e de seus empreendimentos economicos e sociais que movimentam
milhares de veículos e pedestres ao longo de sua extensão. Ao final são destacadas ações para melhorar
a qualidade de vida da população.
Palavras-Chave: Impactos. Sustentabilidade. Congestionamento. Avenida.
INTRODUÇÃO
Com o adensamento das zonas urbanas brasileiras muitos são os problemas enfrentados
diariamente pelos cidadãos, desde a carência de infraestrutura básica até calçadas inadequadas
para circulação. Neste sentido, a questão da mobilidade urbana se transforma e se debate
quando um determinado espaço passa a receber um processo de crescimento que nem sempre
consegue suportar, gerando assim impactos na sociedade como, o aglomerado de poluição
sonora e visual, acidentes, congestionamentos, engarrafamentos, etc; que afetam a qualidade
de vida da população.
Nas últimas duas décadas o plano de mobilidade urbana foi utilizado para fundamentar
a construção de grandes obras rodoviárias na cidade, como a construção de viadutos, grandes
avenidas e pontes, e pouca atenção foi dedicada ao plano diretor de mobilidade de transporte
sustentável. Na capital piauiense, o carro é o meio de transporte com maiores benefícios em
relação aos outros modais, aspirando um modelo de cidade “modernizada” onde é difundido
que os veículos automotores possuem preferência sobre faixas de passeio público.
Para construir o embasamento teórico deste estudo, foi feito uma cronologia do
surgimento do termo mobilidade urbana no mundo até sua recente discussão no Brasil a partir
de 1950, quando ocorreu uma transformação na mobilidade das pessoas devido ao processo
de urbanização e a migração da população rural para dentro das cidades, aglomerando cada
vez mais. Com isso, a pesquisa encerra sobre uma visão dentro da cidade de Teresina, sobre um
cenário que muitos cidadãos vivem todos os dias com a falta de um sistema que os permita
realizar deslocamentos que sejam acessíveis, eficientes e seguros dentro do espaço urbano
onde eles estão inseridos, propondo sugestões que podem ser aplicadas nas vias de circulação
dos veículos em locais de necessidade para reduzir o impacto causado nos teresinenses.
MOBILIDADE URBANA
A mobilidade urbana está relacionada com o deslocamento das pessoas nas áreas do
aglomerado populacional. É um conceito amplo que engloba todos os modos de transporte,
infraestrutura, políticas e práticas relacionadas ao movimento eficiente e sustentável nas
cidades na qual abrange diferentes formas de deslocamento, incluindo caminhar, andar de
bicicleta, usar transporte público (ônibus, metrô, trem), dirigir veículos particulares e utilizar
serviços que ofertam a possibilidade de um compartilhamento de carros e bicicletas.
Além disso, ela também envolve a gestão do tráfego, o planejamento urbano, a
acessibilidade para pessoas com deficiência e a oferta de meios de transporte sustentáveis. Nos
últimos anos, a mobilidade urbana tem sido um tema importante devido aos desafios
enfrentados pelas urbes, como congestionamentos, poluição do ar, acidentes de trânsito e falta
de acessibilidade. Buscar soluções para esses problemas é essencial para melhorar a qualidade
de vida, tanto na sociedade, como no processo de desenvolvimento e gestão da malha urbana.
2
Segundo Rodrigues (2019) a história da mobilidade urbana remonta aos primeiros
assentamentos humanos nas cidades antigas, em especial quando o homem passou a ser um
nômade e através de seus saberes e fazeres adquiridos com o tempo, os nossos antepassados
aplicaram modificações na natureza local, como o desvio de um rio abrindo novos caminhos
para permitir o fluxo da água para um novo local, como a criação de canais de irrigação e
abastecimentos para uma comunidade em geral. Deixando de ser nômade, o homem percebeu
que com o decorrer de sua vida e a formação de uma concentração de pessoas em um mesmo
local, adquiriu-se um conjunto de bens e valores entre eles facilitando a troca de experiências
e mercadorias.
No início, as urbes eram projetadas em torno de necessidades básicas, como
abastecimento de água e proteção contra invasores, e as pessoas geralmente se deslocavam a
pé. Com o tempo, o desenvolvimento urbano e o crescimento populacional levaram ao
surgimento de novos desafios e soluções relacionados à mobilidade. Na antiguidade, o uso de
animais de carga, como cavalos e camelos, foi introduzido para facilitar o transporte de pessoas
e mercadorias dentro das cidades. Além disso, a construção de estradas pavimentadas permitiu
uma melhor circulação de veículos. No entanto, o transporte ainda era limitado em termos de
velocidade e capacidade (SOUZA,2012. MARTINS, 2022. LIMA, 2023)
Durante a Revolução Industrial, a mobilidade urbana passou por grandes
transformações, como a por exemplo, a invenção da máquina a vapor que levou ao
desenvolvimento das ferrovias, permitindo um transporte rápido e eficiente em longas
distâncias. As primeiras linhas de bonde também foram introduzidas nas cidades, fornecendo
um meio de transporte público. No final do século XIX e início do século XX, o advento do
automóvel teve um impacto significativo na mobilidade urbana, e os carros se tornaram mais
acessíveis e populares, resultando em um aumento do tráfego nas cidades. Isso levou ao
desenvolvimento de infraestrutura rodoviária e estacionamentos, bem como à adoção de
medidas de regulamentação do trânsito.
No Brasil, especificamente a partir da década de cinquenta, houve uma transformação
no estilo de vida das pessoas devido ao processo de urbanização e o deslocamento das pessoas
da zona rural para dentro das cidades. Através das ações do Estado no investimento nas
indústrias automobilísticas, notou o desaparecimento do bonde e o grande número pelo
deslocamento através dos ônibus e uma ampla utilização do automóvel próprio. Dessa forma,
3
uma cidade que antes era formada por uma mobilidade pública e movida a eletricidade (através
dos bondes e trens), passou a ser utilizada por uma outra mobilidade público privada por entre
combustíveis fósseis.
Com o passar dos anos e para enfrentar esses desafios, as cidades têm implementado
uma série de medidas, como a expansão de redes de transporte público, a criação de ciclovias
e calçadas acessíveis, a adoção de tecnologias inteligentes para gerenciar o tráfego e incentivos
ao uso de modais que não causem impactos no meio ambiente. Porém, é notório que não basta
exercer um processo de iniciativas através de exemplos que oferecem resultados positivos
encaminhados por pesquisas da aplicação destes em outras localidades, e ignorar o modo de
vida das pessoas em relação a sua rotina dentro da cidade e esquecer de estudar a viabilidade
da execução de um projeto urbano.
A PROBLEMÁTICA EM TERESINA
4
para a mobilidade dentro do território, estes são operados por empresas associadas ao
sindicato SETUT e supervisionadas pela STRANS. Contudo, existem numerosos problemas e
deficiências no sistema de transporte público da capital piauiense que afetam a sua oferta,
distribuição e acessibilidade. Contribuindo para a segregação urbana e exclusão social, pois, a
distribuição desigual dos transportes coletivos em Teresina revela as disparidades
socioespaciais que existem na cidade. Essas irregularidades estão diretamente conectadas ao
processo de urbanização da cidade.
5
Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável – DOTS é uma metodologia de
planejamento e desenho urbano guiada por oito princípios (conectar, adensar, misturar,
compactar, caminhar, pedalar, transporte público e mudar)” - o objetivo do artigo citado é
analisar e comparar como esses princípios foram tratados pela política urbana de Teresina ao
longo dos anos para entender o quanto a gestão municipal está interessada na implementação
dessas estratégias, que visam construir bairros compactos com alta densidade demográfica,
diversidade de usos do solo, abundância de espaço público e serviços públicos de alta
qualidade.
Princípios e Objetivos DOTS
Princípios Objetivos
Conectar Os trajetos a pé ou de bicicleta são curtos, diretos e variados.
A Avenida Professor Valter Alencar, objeto de estudo deste artigo, em sua longa
extensão estrutural, carrega uma longa lista de faltas no tópico mobilidade, em decorrência,
6
um índice elevado de incidentes e acidentes que diariamente o teresinense sofre, presencia ou
é informado. Os dados armazenados em bancos de matérias jornalísticas locais não mentem, e
dão destaque ao trecho com propósito de noticiar, mas por fim acaba chamando atenção não
só dos leitores de jornais e telespectadores, como também acendem o sinal de alerta de órgãos
públicos, profissionais e estudiosos, voltando-os a analisar e entender o que está fora da curva
da estatística e o que pode ser feito em curto e longo prazo para solucionar os problemas da
avenida.
Em relação a mesma, é um importante conector entre zonas de Teresina, quando
analisada do ponto de vista dos mapas da cidade, seus 2,7 quilômetros de curso percorrem
quatro bairros da zona sul da cidade, respectivamente no sentido Oeste - Leste, os bairros São
Pedro, Pio XII, Macaúba e Monte Castelo. O trajeto da via é cortado perpendicularmente por
cinco grandes avenidas, respectivamente no sentido Oeste - Leste, começando pela Av.
Maranhão, Av. Pedro Freitas, Av. Barão de Gurguéia, Av. Miguel Rosa e Av. Barão de Castelo
Branco, todas possuem grande papel no bom funcionamento da mobilidade urbana, caso venha
a acontecer algum empecilho em uma, toda a malha do entorno termina por sofrer
consequências.
MAPA 02. Recorte Ilustrativo da Região
7
Fonte: Elaborado Pelos Autores
8
O arquiteto e urbanista Jan Gehl, em sua obra “Cidade Para Pessoas”, defende a criação
de locais públicos agradáveis com acesso a áreas verdes que promovem saúde e bem estar,
dentro das questões de mobilidade, investir e priorizar no transporte público sustentável,
diminui a dependência do carro e aumenta a segurança nas estradas. O resultado da adoção
dessa filosofia são cidades sustentáveis, economicamente viáveis e, criando ambientes urbanos
mais humanos e agradáveis, capazes de proporcionar bem-estar aos habitantes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Santo Agostinho, que com sabedoria e boa vontade ofereceram
meios de estudo para a produção deste artigo, e o companheirismo da união dos autores desta
pesquisa.
9
REFERÊNCIAS
10