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Ficha Técnica

Edição
Câmara Municipal de Lisboa
Presidente
Fernando Medina
Vereador do Urbanismo e Espaço Público
Manuel Salgado
Título
Lisboa: o Desenho da Rua
Subtítulo
Manual de espaço público
Coordenação Executiva
Jorge Bonito Santos
Assessoria Técnica
João Carlos Marrana
Pedro Trindade Ferreira
Coordenação Editorial
Departamento de Espaço Público
Colaboração
Direção Municipal de Projetos e Obras; Direção
Municipal da Estrutura Verde, Ambiente e
Energia; Direção Municipal de Mobilidade e
Transportes; Unidade de Coordenação Territorial;
Direção Municipal de Higiene Urbana; Divisão de
Monitorização; Regimento de Sapadores Bombeiros;
Polícia Municipal
Design Gráfico
Silva Designers
Imagens
Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa,
Fernando Guerra, Galeria de Arte Urbana,
Instituto da Mobilidade e dos Transportes,
Jorge Jordão, João Marrana, Jorge Bonito,
José Vicente, Karl Jilg, LARUS, Manuel Salgado,
Mário Alves, Parque EXPO, Pedro Serranito
Impressão
Capa: Aos Papéis
Miolo: Novagráfica do Cartaxo
ISBN
978-972-8403-46-1
Depósito Legal
439218/18
Departamento de Espaço Público
Direção Municipal de Urbanismo
www.cm-lisboa.pt
A rua é de todos, todos têm a sua rua.
Segundo as Nações Unidas (2007), uma “Cidade
Segura” é uma “Cidade Justa”, e tal só é possível
se as pessoas forem o elemento central do
desenho urbano, traduzindo-se então esta ordem
de prioridades na qualidade do espaço público.

Lisboa – avenida da Liberdade

1
introdução

A edição do Manual de apoio a projeto e obra de espaço público – “Lisboa:


o desenho da rua” – é um contributo no caminho para a concretização da
cidade que todos ambicionamos vir a ter e constitui uma ferramenta de
trabalho que coloca um conjunto amplo e diversificado de recomendações
e boas práticas à disposição de todos aqueles que têm como missão e
responsabilidade a construção e a gestão do espaço público. É um contributo
para a adoção e utilização das soluções mais inovadoras e criativas no
desenho de um espaço público mais atrativo, funcional e coerente.

As ruas são a rede que suporta as dinâmicas de uma cidade. No que


respeita a Lisboa, existe uma Visão clara e um Modelo de Governo para
a cidade: mais pessoas e mais emprego para uma melhor cidade. Uma
cidade mais habitada, mais reabilitada, mais regenerada e com melhor
qualidade de vida; uma cidade para o futuro e, acima de tudo, uma cidade
para as pessoas.

Hoje existem novas e melhores condições para aplicar, de forma eficaz,


uma estratégia de desenvolvimento assente em cinco grandes eixos –
uma cidade mais próxima, mais inclusiva, mais empreendedora, mais
sustentável e mais global.

Tendo por base uma agenda política assente no desenvolvimento, na


criação de emprego, no bem-estar, nos direitos sociais, na acessibilidade,
na segurança, na promoção da cultura e na defesa, proteção e valorização
patrimonial e ambiental, o desenho das ruas, das avenidas, dos largos e
das praças assume uma primordial importância.

A dimensão humana da cidade, o entendimento da importância da rua


como elemento estruturante e agregador do espaço público, o respeito
pelas pessoas, seus principais utilizadores, e o reconhecimento das funções
urbanas da rua como ponto de encontro, local de comércio e espaço de
ligação, são determinantes para tornar, ainda mais, Lisboa numa cidade
para todos, assegurando, entre outros, o direito à sua ação cívica e à
dignidade social.

Fernando Medina
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

3
introdução

Porquê redesenhar o Espaço Público?

O carácter da cidade é o reflexo da forma como os cidadãos, de todas as


gerações e classes sociais, utilizam o espaço público. Cultura, tradições,
usos e costumes, mas também conflitos no modo como são utilizadas as
ruas, os largos e os jardins, revelam o carácter da cidade.

Nos últimos 150 anos três inovações tecnológicas revolucionaram as


cidades: o elevador, o automóvel e o frigorífico. O primeiro permitiu o
crescimento em altura e a densificação dos centros urbanos. O segundo
atenuou as distâncias, assegurou a liberdade de movimento, acelerou a
vida urbana e alastrou a cidade para novos territórios. O terceiro trouxe
autonomia às famílias tornando-as menos dependentes da aquisição
diária de alimentos frescos. A conjugação do automóvel com o frigorífico
permitiu o abastecimento mensal, impulsionando o aparecimento das
grandes superfícies isoladas nas periferias urbanas, rodeadas de grandes
parques de estacionamento. Esta metamorfose alterou costumes, hábitos e
relações sociais.

Após a II Guerra Mundial, a democratização do automóvel mudou


radicalmente os padrões de mobilidade urbana. Da densificação resultante
da construção em altura passou-se à especialização, com novas áreas
centrais mono funcionais que vieram substituir os centros históricos como
o verdadeiro centro da cidade. Em Lisboa o centro migrou da Baixa-Chiado
para norte do Marquês de Pombal. As relações de vizinhança nos modernos
conjuntos residenciais, em que se entra de carro pela garagem, perderam
consistência. A emergência das grandes superfícies comerciais na periferia
puseram em crise o comércio de proximidade. A vida urbana tornou-se
mais individualista, perdendo-se a coesão social e territorial da cidade
como um todo.

No século XX o automóvel tomou conta do espaço público. Era preciso


andar rápido e os padrões de segurança eram avaliados principalmente
à medida do automobilista. As faixas de rodagem alargaram e ocuparam
cada vez mais espaço, os passeios encolheram, por todo o lado os espaços
livres deram lugar a vagas de estacionamento. Os novos bairros foram
projetados com ruas cada vez mais largas e, para descongestionar as
áreas centrais ou criar grandes eixos de penetração, construíram-se vias
rápidas e viadutos e rasgaram-se túneis ao longo da cidade. A rua, que até
então era partilhada pelos vários modos de locomoção, foi espartilhada em
canais reservados e segregados. Surgiu uma nova especialidade a projetar
a cidade: a engenharia de tráfego.

Mas como a oferta induz a procura, vias de maior capacidade e mais


lugares de estacionamento atraíram ainda mais carros para as cidades,
que, como tal, estão cada vez mais congestionadas. Lisboa não é exceção.

Hoje, não obstante os investimentos feitos desde os anos 60 em


grandes infraestruturas rodoviárias, a redução de inúmeros passeios
para criar novos lugares de estacionamento e os milhares de lugares
de estacionamento criados no subsolo, a cidade está congestionada e a
oferta de estacionamento é sempre insuficiente. O trânsito em Lisboa está
mais agressivo, o transporte público perdeu passageiros para o transporte
individual, há vias congestionadas e os passeios em geral são estreitos,
inseguros, desconfortáveis e demasiadas vezes ocupados por carros mal
estacionados Em suma, perdeu-se qualidade de vida. Lisboa está mais

5
introdução

segregada, menos coesa e cada vez menos amigável para uma população
cada vez mais idosa.

O anos 80 marcaram na Europa um ponto de viragem. Percebeu-se que o


caminho prosseguido na mobilidade urbana era insustentável, mas mais do
que isso ganhou força a ideia da reconquista do espaço público da cidade
como um espaço de partilha e socialização, inclusivo e seguro. Os peões,
o transporte público e os modos de locomoção suave – a bicicleta e a
marcha a pé – conquistaram um novo protagonismo

As emissões de CO2 têm de ser reduzidas, a qualidade do ar que


respiramos tem de ser melhorada, o ruído provocado pelo tráfego
automóvel tem de ser atenuado e, sobretudo, os passeios têm de ser
mais seguros e confortáveis. A rua tem de voltar a ser acessível para
todos, independentemente da sua idade e maior ou menor dificuldade de
locomoção, permanente ou temporária.

Hoje o desafio não é apenas o de reconstruir as ruas tal e qual como


estão, mas de redesenhá-las para construirmos uma cidade mais coesa e
inclusiva.

A largura dos passeios, os materiais de pavimento, as passadeiras


para atravessamento de peões, a geometria das vias, a localização dos
obstáculos como sinais verticais, candeeiros e marcos de incêndio, a
iluminação, as árvores de alinhamento e os elementos decorativos tais
como fontes e esculturas, são os materiais do projeto da rua que este
Manual se propõe sistematizar

Elaborar este documento foi um longo trabalho de equipa que envolveu


quase todos os Serviços Municipais, do Urbanismo à Mobilidade, do
Desenho do Espaço Público ao Ambiente Urbano e às Infraestruturas de
Subsolo. Numa abordagem integrada, sistematizou-se informação mas
também se inovou. E como o caminho se faz andando, este é um Manual
aberto que se pretende ir aperfeiçoando com o trabalho que estamos a
fazer para construir uma melhor cidade.

Manuel Salgado
Vereador do Urbanismo e Espaço Público

6
introdução

Introdução
Conteúdos
Uma visão estratégica para a Mobilidade

Uma Cidade acessível para Todos

estrutura do Manual

a enquadramento

b Porquê um Manual?

b.1 ÂMbiTo de aPLiCação

b.2 arTiCULação CoM o PLano direTor


MUniCiPaL, os regULaMenTos MUniCiPais
e oUTros diPLoMas Legais eM vigor

C objetivos

C.1 objeTivos gerais

C.2 objeTivos esPeCífiCos

d Princípios

d.1 PrinCíPios de inTervenção


no esPaço PúbLiCo

d.2 PrinCíPios gerais de desenho

d.3 PrinCíPios esPeCífiCos de desenho

e Componentes

e.1 esPaços de CirCULação PedonaL


ConCeiTo de PerCUrso aCessíveL

e.2 esPaços de CirCULação CiCLáveL

e.3 esPaços de CirCULação rodoviária

e.4 esPaços de CirCULação ParTiLhada

e.5 esPaços de esTaCionaMenTo

e.6 MobiLiário e eqUiPaMenTo Urbano

e.7 vaLores CULTUrais

7
introdução

1 geometria 4 iluminação pública


PrinCíPios gerais inTrodUção

1.1 esPaços de CirCULação PedonaL 4.1 PrinCíPios gerais

1.2 esPaços de CirCULação CiCLáveL 4.2 reCoMendações Para a eLaboração


do ProjeTo
1.3 esPaços de CirCULação rodoviária
4.3 reCoMendações Para a exeCUção
1.4 esPaços de esTaCionaMenTo e ParageM da obra
1.5 TransPorTes PúbLiCos

1.6 PendenTes e drenagens


5 Sinalização
5.1 sinais verTiCais
2 Materiais 5.2 MarCas rodoviárias
PrinCíPios gerais 5.3 sinais LUMinosos
2.1 PaviMenTos 5.4 sinaLização TeMPorária de obra
2.2 reMaTes de PaviMenTos 5.5 sinaLização inforMaTiva direCionaL
2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos

6 arborização
3 Infraestruturas 6.1 objeTivos
no subsolo
6.2 PrinCíPios
inTrodUção
6.3 esPéCies arbóreas e as Condições
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no da Cidade de Lisboa
SubSolo
6.4 esPéCies arbóreas e esPaço PúbLiCo
3.2 infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de
6.5 esPéCies arbóreas e diMensões
redes de CoMUniCações eLeTróniCas
dos arrUaMenTos

6.6 CaraCTerísTiCas físiCas das


árvores a UTiLizar

6.7 TransPLanTe e abaTe de árvores

6.8 CaLdeiras

6.9 fLoreiras

6.10 CoberTUras ajardinadas e Paredes verdes

8
introdução

7 Mobiliário 8 arte pública


e equipamento urbano 8.1 ConCeiTo e esTraTégia

Princípios gerais de implantação 8.2 objeTivos


do mobiliário urbano
8.3 fUnções
ParÂMeTros Para anáLise e esCoLha 8.4 arTe eM esPaço PúbLiCo
7.1 abrigos e Paragens de 8.5 gaLeria de arTe Urbana
TransPorTes PúbLiCos
“reciclar o olhar”
7.2 sUPorTes Para esTaCionaMenTo “segue a arte e logo verás o rio”
de biCiCLeTas

7.3 ParqUíMeTros

7.4 PiLareTes e gUarda-CorPos

7.5 banCos, Cadeiras e Mesas

7.6 ParkLeTs

7.7 esPLanadas

7.8 ToLdos, aLPendres e PaLas

7.9 exPosições no esPaço PúbLiCo

7.10 banCas

7.11 qUiosqUes

7.12 saniTários

7.13 sinaLização inforMaTiva PedonaL


e CiCLáveL

7.14 MUPis | MobiLiário Urbano


Para inforMação

7.15 Painéis PUbLiCiTários

7.16 ConTenTores rsU | resídUos Urbanos

7.17 eCoPonTos

7.18 vidrões

7.19 PaPeLeiras

7.20 hidranTes

7.21 aCessos

7.22 arMários, Caixas e qUadros TéCniCos


de infraesTrUTUras

7.23 Wi-fi na rUa

9
introdução

10
introdução

Existe hoje um entendimento crescente de


que as ruas não são apenas corredores de
circulação viária mas que, acima de tudo, são
espaços de suporte à vida urbana, matriz da
construção da cidade e da cidadania. A rua não
deve ser um local perigoso e de conflito entre
diferentes modos de deslocação e transporte
mas sim um espaço seguro e de partilha.
Investir num espaço público de qualidade –
bem projetado e bem construído – reforça
a coesão social, atrai investimento e gera
retorno económico para a cidade.

Lisboa – Praça d. Pedro iv [rossio]

11
introdução

Este Manual pretende ser um do- A revisão das prioridades que


cumento aberto e em construção, foram seguidas nas últimas dé-
Introdução atento a todas as formas inova- cadas em que o automóvel foi o
doras de pensar e desenhar a rua, principal protagonista e a adoção
que tem como objectivo contribuir de princípios de desenho para uma
para uma mudança da forma de rua integrada e partilhada, mais
abordagem ao projeto e à obra agradável e atraente, têm a capa-
de espaço público, estimulando a cidade de melhorar as condições
utilização de soluções de desenho de habitabilidade, estimulando
que priorizem uma abordagem a identidade local, induzindo a
sustentável, que protejam os utili- noção de comunidade, potencian-
zadores mais vulneráveis – aqueles do a apropriação das ruas como
que se deslocam a pé, de bicicleta espaços de convívio e tornando a
ou de transportes públicos – e que cidade mais competitiva do ponto
promovam a consolidação de um de vista económico e sociocultural.
sentido de lugar:
A adoção deste novo conceito de
● apresenta um conjunto de desenho da rua para a cidade
orientações e recomendações irá contribuir, de forma decisiva,
aplicáveis ao desenho da rua mas para uma Cidade mais próxima,
deixa espaço aberto à procura de mais inclusiva, mais sustentável
soluções específicas para os pontos e segura. Uma Cidade melhor que
e momentos notáveis da malha favorece a circulação pedonal, os
urbana, nomeadamente largos e modos ativos de deslocação, os
praças; utilizadores dos transportes públi-
cos e a fluidez do tráfego de pes-
● potencia uma alteração na ma- soas e mercadorias, que propor-
neira como entendemos o espaço ciona melhores espaços de fruição
público e pensamos o desenho da e de convívio para os residentes,
rua, promovendo o entendimento melhores condições para acolher
das nossas ruas não como um os turistas, mais segurança para
mero espaço canal mas sim como todos, e maior facilidade de orien-
um local dotado de carácter e tação no espaço público, para uma
identidade, promovendo a criação mais fácil leitura, perceção, enten-
de espaços públicos sustentáveis e dimento e usufruto da cidade.
inclusivos.
Por um lado, a recente reforma
administrativa do município de
Lisboa transferiu para as Juntas
de Freguesia novas competências
de intervenção e gestão do espaço
público da cidade; por outro, a ne-
cessidade de modernizar as infra-
estruturas da cidade vai implicar a
realização de obras profundas no
subsolo, pelo que maior deve ser
a acuidade na função normativa
da Câmara Municipal contribuindo
assim para definir um conceito de
espaço público para a cidade.

karL jiLg – vägverkeT | TrafikverkeT


[sWedish TransPorT adMinisTraTion]

12
introdução

Com este Manual pretende-se veis, mais sustentáveis e mais


Uma visão estratégica também contribuir para melhorar a competitivas, e nessa medida
para a Mobilidade qualidade dos serviços urbanos, de- promover a acessibilidade é
fender o comércio de rua e abrir a defender a Cidadania e qualifi-
O sistema de mobilidade de cidade às empresas, tornar Lisboa car a Cidade.
Lisboa tem de ser dimensio- numa Cidade ainda mais solidária,
nado (..), com o objetivo de au- intergeracional e coesa, uma Cida- O conceito ”Cidade Acessível para
mentar o nível de acessibilidade de reabilitada e reabitada, com um Todos” define, nos termos do
dos seus habitantes e visitantes espaço público amigável, ecológica, Plano de Acessibilidade Pedonal
a serviços, escolas, emprego, acessível para todos, uma Cidade de Lisboa (PAPL), uma cidade que
zonas de lazer ou à informação da cultura e da criatividade, do tem a capacidade de “proporcio-
e cultura, fazendo com que o diálogo e da interculturalidade, e nar a todas as pessoas uma igual
elemento central devam ser as do turismo - Lisboa uma Cidade oportunidade de uso, de uma forma
pessoas e não os automóveis. Metropolitana! direta, imediata, permanente e o
mais autónoma possível”.
A dimensão humana da cidade, o
respeito pelas pessoas enquanto Uma Cidade acessível A elaboração e adoção de um Ma-
principais utilizadores da rua, o para Todos nual de apoio ao projeto e obra de
entendimento da importância da espaço público constitui uma forma
rua como elemento estruturante Numa Cidade Acessível, qual- de contribuir para a promoção da
e agregador do espaço público da quer pessoa pode, independen- acessibilidade e para a implemen-
cidade, e o reconhecimento das temente das suas capacidades tação do PAPL que se irá traduzir
suas funções urbanas tradicionais físicas, sensoriais ou cognitivas, em maior segurança, conforto e
- como ponto de encontro, local de participar na vida da comunida- funcionalidade para o peão, e, con-
trocas e espaço de ligação - são de e usufruir dos espaços, bens sequentemente, em maior satisfa-
determinantes para tornar Lisboa e serviços que estão ao dispor ção para um universo mais amplo
uma Cidade de Bairros, mais próxi- de todos. Cidades acessíveis de utilizadores.
ma dos cidadãos. são cidades mais confortá-

Lisboa – biCiCLeTa Lisboa – TransPorTes PúbLiCos

13
introdução

A experiência prática de várias segunda parte onde é apresentado


cidades tem demonstrado que a um conjunto de recomendações e
promoção da acessibilidade tem indicações práticas relativamente à
impactos positivos ao nível da geometria, materiais, infraestrutu-
mobilidade pedonal e da sustenta- ras no subsolo, iluminação pública,
bilidade – melhorar as condições sinalização, arborização, mobiliário
de deslocação para os peões com urbano e equipamento, e arte pú-
a mobilidade condicionada tem be- blica, que deverão ser observadas
nefícios reais para todos os peões e na conceção e no desenho da rua
encoraja o uso da rede de transpor- na Cidade de Lisboa, acompanha-
tes públicos. das, sempre que tal se justifique,
das necessárias remissões para as
normas e regulamentos aplicáveis.
estrutura do Manual
As recomendações técnicas apre-
O Manual estrutura-se em duas sentadas neste Manual são com-
partes: uma primeira parte onde plementadas por imagens de boas
são apresentados os seus ob- e más práticas e por desenhos
jectivos gerais e específicos, de técnicos que fornecem indicações
intervenção no espaço público e precisas relativamente às soluções
do desenho da rua, e os compo- e ao dimensionamento a adotar em
nentes do espaço público, e uma cada uma das situações.

Lisboa – avenida dUqUe d’áviLa

14
introdução

A Cidade de Lisboa é o resultado que conformam o espaço público


de um processo, de vários séculos, existente e servem de referência a
de consolidação. Acresce a isto a intervenções pontuais ou a proces-
A geografia e a topografia de Lisboa
– Cidade das Sete Colinas – e o rio
sos de transformação urbanística
mais alargados.
Enquadramento que impõem fortes condicionantes
à forma urbana e à acessibilidade, Se por um lado, a regulação das
mas que também proporcionam si- intervenções no edificado privado
tuações e soluções extraordinárias, se encontra hoje adequadamente
fortemente identitárias de Lisboa. estabelecida através da fixação de
regras e parâmetros urbanísticos
Da conjugação deste longo proces- definidos nos diversos tipos de
so de consolidação com a oro- Planos Municipais de Ordenamento
grafia resultou uma cidade muito do Território, já no que refere ao
fragmentada onde, ao contrário domínio público – o espaço da rua
de outras cidades europeias como entre fachadas – reconhece-se
Barcelona ou Paris, são poucas a necessidade de fixar critérios e
as malhas urbanas contíguas e regras quer para as intervenções
homogéneas. A Baixa Pombalina, executadas pelo Município e pelas
as Avenidas Novas, Alvalade e os Juntas de Freguesia, quer para as
novos bairros de Telheiras, Parque resultantes da cedência ao domínio
das Nações e Alta de Lisboa são, público municipal de novas áreas
em Lisboa, a exceção. em prédios objeto de operações
urbanísticas desenvolvidas por pro-
Existe, por isso, razão para a valo- motores privados ou para as obras
rização das pre-existências urba- realizadas pelos concessionários de
nísticas mais significativas, desig- serviços e infraestruturas urbanas.
nadamente dos traçados urbanos

Lisboa – Largo de CaMões

15
introdução

Pela sua natureza e funções, o as diferentes intervenções – de


espaço público corresponde a uma diferentes projetistas ou concessio-
componente do espaço urbano que nárias – e de assegurar uma maior
se sujeita necessariamente a con- agilização dos procedimentos de
tinuadas intervenções, sejam elas acompanhamento e controlo.
de natureza temporária ou pontual
– eventos organizados, atividades Neste âmbito, por iniciativa própria,
de recreio e lazer, fruição de espla- a Câmara Municipal de Lisboa tem
nadas –, sejam elas de natureza vindo a desenvolver um esforço na
continuada ou recorrente - nomea- requalificação de alguns espaços
damente ao nível das intervenções públicos mais importantes para
de conservação e manutenção das a projeção da imagem da Cida-
infraestruturas nele alojadas ou de e melhoria do quadro de vida
ao nível da sua adaptação a novas dos seus cidadãos – do qual as
exigências funcionais. intervenções de requalificação da
Avenida Duque d’Ávila e da Frente
Também por isso, se torna impe- Ribeirinha da Baixa Pombalina são
rativo dispor de critérios e regras exemplo.
de conceção que possam orientar
os diversos tipos de intervenção É agora tempo de empreender
– desde a simples otimização da um novo conjunto de operações,
passadeira de peões ou da sinali- envolvendo todos os atores que
zação de exigências particulares, à participam na gestão da cidade,
manutenção ou reconstrução das cuja qualidade de conceção e exe-
infraestruturas – no sentido de cução importa balizar dentro de um
harmonizar, dentro de um mesmo conjunto de orientações, critérios e
conceito e imagem geral da cidade, regras de natureza técnica.

Lisboa – biCa

16
introdução

“Lisboa: O Desenho da Rua – Ma- Trata-se, como não poderia deixar


nual de apoio a projeto e obra de de ser, de um documento em con-
espaço público” pretende constituir- tínua atualização que incorporará
B -se como um guião para as in-
tervenções na rua da Cidade de
gradualmente todas as alterações
que decorram da monitorização
Porquê Lisboa, através da apresentação,
descrição e sistematização de um
das várias intervenções na rua da
cidade, do ponto de vista do projeto
um Manual? conjunto, claro e exequível, de re-
comendações e boas práticas para
e da obra mas também do pon-
to de vista da sua manutenção e
a elaboração do projeto e execução conservação.
da obra.
A configuração e o tratamento do
Este Manual não pretende substi- espaço público da Cidade de Lis-
tuir os diplomas legais ou regula- boa, bem como a sua capacidade
mentos, com implicações ou reflexo de representação, são ações estru-
no espaço público, atualmente em turantes das operações de desenho
vigor, assumindo-se antes como urbano e de reabilitação urbana e,
um documento complementar que como tal, devem ser objeto de de-
pretende, de forma facilmente talhada atenção. Os projetos de es-
compreensível, difundir pelo maior paço público devem ser concebidos
número de intervenientes possível e executados de modo a correspon-
– decisores, técnicos, munícipes der às expectativas, necessidades
– um conjunto de preocupações e liberdade de fruição da cidade
que deverão estar presentes nas pelos seus utilizadores, devendo ser
intervenções nas ruas da Cidade de dada particular atenção às seguin-
Lisboa. tes vertentes:

Lisboa – biCa

17
introdução

todos, a manutenção e durabilida-


● adequação à hierarquia do de, assim como a versatilidade na
espaço público, conforme o seu uso
adaptação a uso diverso do inicial-
e a sua utilização, caracterizando
mente proposto;
e tornando legível e significante a
estrutura urbana;
● equilíbrio entre o espaço urbano
construído e os sistemas naturais,
● promoção da segurança de uso promovendo a sua valorização am-
e da igualdade de oportunidades
biental e a sua interligação numa
para todos os seus utilizadores.
estrutura contínua de proteção,
regulação climática, recreio e lazer,
● integração na envolvente, no-
integrada no tecido edificado.
meadamente na sua forma urbana,
no contexto social, cultural e da
O espaço público, do qual a rua é a
memória histórica do local;
sua primeira expressão, é a pedra
angular da estrutura das cidades,
● adequação ao fim para que é
é o ponto de encontro de todos os
concebido, garantindo a atrativi-
cidadãos e de confluência de todas
dade, o estímulo visual, o estímulo
as funções urbanas.
sensorial, a fácil utilização por

Lisboa – baixa

18
introdução

O Manual não pretende espartilhar


a criatividade no desenho do espa-
b.1 ço público da Cidade de Lisboa mas
Âmbito de antes que essa mesma criatividade
resulte da adoção e ponderação de
aplicação um conjunto de critérios operativos
e funcionais, claros e objectivos,
com vista a possibilitar uma correta
e adequada articulação entre as
diferentes áreas da Cidade, a sua
optimização funcional e uma ma-
nutenção eficiente.

As recomendações deste Manual


deverão ser consideradas em todas
as intervenções no domínio público
municipal ou no domínio privado
de uso público, em áreas urbanas
consolidadas ou a consolidar.

Tendo em conta as especificidades


dos espaços urbanos consolidados
existentes na cidade, essas interven-
ções não dispensam a necessária
ponderação de todas as possíveis op-
Lisboa – MoUraria
ções e soluções de projeto, as quais,
em face das condicionantes espe-
cíficas de cada espaço poderão, por
vezes, não compreender a aplicação
direta da totalidade das orientações
constantes deste Manual. Contudo,
tal não implica a adulteração do seu
sentido mas tão somente o necessá-
rio ajustamento dos seus parâmetros
ao que mais importará salvaguardar
– a qualidade do espaço público e a
possibilidade de ser versátil e global-
mente acessível.

O Manual exclui do seu âmbito de


aplicação direto espaços urbanos
singulares – alguns largos e praças –
que poderão vir a ser objeto de inter-
venção que utilize mobiliário urbano
ou equipamento diferenciados mas
que deverá ter sempre a preocupa-
ção de estabelecer a necessária liga-
ção com as orientações que aqui são
estabelecidas para toda a cidade.

O Manual pretende assim contribuir


para a aferição e desenvolvimento
de uma metodologia para interven-
ção nos espaços públicos da Cidade
de Lisboa, através da sistematização
de um conjunto claro e exequível de
recomendações específicas.

19
introdução

O presente Manual é uma ferra- condicionada, designadamente


menta de trabalho que articula um as constantes do Decreto-Lei n.º
b.2 conjunto muito variado de aspectos
com vista a orientar a atuação dos
163/2006, de 8 de agosto, apre-
sentando a sua tradução ao nível
articulação com diversos agentes com responsabi- do desenho de espaço público;
o Plano diretor lidades na concepção, na realiza-
ção e na decisão sobre o espaço ● sintetiza as regras e as re-
Municipal, público. comendações já constantes dos
os regulamentos vários Regulamentos Municipais em
Para atingir esse objetivo, o Manual: vigor;
Municipais
e outros diplomas ● sistematiza o conjunto de objec- ● releva os aspectos e disposi-
tivos e regras aplicáveis constantes ções legais do Código da Estrada
legais em vigor do Plano Diretor Municipal (PDM); e do Regulamento de Sinalização
do Trânsito, e normativas do IMT
● sintetiza um conjunto de opções | Instituto da Mobilidade e dos
de projeto relativas à melhoria das Transportes, relativas a sinalização
condições de acessibilidade pedo- vertical, sinalização horizontal e
nal, decorrentes do Plano de Aces- estacionamento – características
sibilidade Pedonal de Lisboa (PAPL), dimensionais, critérios de utilização
no sentido da sua sistematização e e colocação na via pública – expli-
articulação com as restantes com- citando a sua aplicação em meio
ponentes do espaço público; urbano.

● releva um conjunto de regras e Importará também realçar a neces-


boas práticas relativas à acessibi- sidade e a importância de, aquando
lidade de pessoas com mobilidade do desenvolvimento do projeto ou

Lisboa – baixa

20
introdução

da realização da obra, articular as


orientações e recomendações deste ● Regulamento Municipal de ● Convenção sobre os Direitos das
Cargas e Descargas e Bolsas de Pessoas com Deficiência - Resolu-
Manual com as informações dispo-
Estacionamento para Comerciantes ção da Assembleia da República n.º
níveis na base de dados LXSubsolo,
56/2009, de 30 de julho, e Decre-
de forma a garantir a necessária
● Regulamento de Infraestruturas to do Presidente da República n.º
compatibilização entre os trabalhos
em Espaço Público 71/2009, de 30 de Julho
à superfície e as condicionantes
resultantes das infraestruturas no
● Regulamento Municipal de
subsolo. Proteção de Espécimes Arbóreos e
Arbustivos

Mais informações ● Regulamento Geral de Mobi-


liário Urbano e Ocupação da Via
● Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8 Pública
de agosto
● Regulamento de Mobiliário
● Plano Diretor Municipal de Urbano, Ocupação de Via Pública e
Lisboa Publicidade dos Bairros Históricos
● Regulamento Municipal da Ur- ● Plano de Acessibilidade Pedonal
banização e Edificação de Lisboa de Lisboa
● Regulamento de Ocupação de ● Edital n.º 29/2004, Regulamento
Via Pública com Estaleiros de Obras para a Promoção da Acessibilidade
e Mobilidade Pedonal
● Regulamento Geral de Estacio-
namento e Paragem na Via Pública

Lisboa – ParqUe das nações

21
introdução

C.1 C.2
C objectivos objectivos
Objetivos gerais específicos
● Tornar as ruas mais seguras e ● Fornecer um quadro de referên-
inclusivas; cia para as decisões de projeto e
obra;
● Melhorar as condições de aces-
sibilidade aos transportes públicos ● Estabelecer um processo claro e
e aos equipamentos. consistente de projeto e respectiva
apreciação e revisão;
● Garantir boas condições de
mobilidade e fluidez de pessoas e ● Servir como um guião para
tráfego, essenciais à economia da todas as intervenções no espaço
cidade; público da Cidade de Lisboa.

● Aumentar a permeabilidade
do solo e a arborização no espaço
público, contribuir para a melhoria
do ambiente urbano e atenuar os
efeitos das alterações climáticas;

● Sistematizar as opções de proje-


to com vista à otimização das condi-
ções de utilização e manutenção;

● Articular corretamente os novos


espaços públicos com os espaços
públicos existentes;

● Criar uma imagem identitária


do espaço de rua da Cidade de
Lisboa.

Lisboa – Largo do inTendenTe

22
introdução

d.1 d.2
D Princípios de Princípios gerais
Princípios intervenção de desenho
no espaço público
Contexto e Carácter do Lugar
● Abordagem em rede, numa
ótica de continuidade e interligação O espaço público urbano deverá ser
entre os vários lugares; um lugar dotado de uma identidade
própria. Todas as intervenções no
● Abordagem integrada e sus- espaço público deverão contribuir
tentável, tendo em conta a escala para a promoção do carácter do
local e as escalas da cidade; lugar e para a melhoria da paisa-
gem urbana. Cada intervenção de-
● Abordagem interdisciplinar, em verá respeitar o valor patrimonial,
face da multiplicidade e disparida- histórico e simbólico do lugar em
de de variáveis presentes e nomea- causa, e as soluções funcionais e
damente articular todos os interve- construtivas de projeto deverão ser
nientes no projeto e na gestão do ajustadas à sua forma e topografia.
espaço público.

Coesão, inclusão social e


acessibilidade

O desenho do espaço público, lugar


de afluência e de convergência por
excelência, deverá ser concebido de
forma adequada para ter a capa-
cidade de ser utilizado por todos,
independentemente do sexo, idade,
classe social, raça ou etnia.

O espaço público deverá criar as


condições adequadas de acessibili-
dade para que todos os utilizadores
se possam movimentar livremente
pela cidade, nomeadamente todos
aqueles que sejam detentores de
uma qualquer limitação à sua mo-
bilidade, permanente ou temporária.

Continuidade e Legibilidade

O espaço público deverá ser uma


rede urbana, contínua e conexa,
transversal a toda a cidade. Por
esta razão, qualquer intervenção
deverá preservar a sua continuida-
de e integridade, e assegurar a sua
articulação com as pre-existências
e a área envolvente.

Lisboa – eLevador da gLória

23
introdução

O desenho do espaço público deve e o uso da bicicleta também como permeáveis e promovendo a reten-
contribuir para dar legibilidade ^`a modo de combater o sedentarismo ção momentânea das águas, numa
hierarquia dos espaços urbanos, e a obesidade. perspectiva de defesa do edificado,
bem como assumir a estruturação quer confinante quer localizado a
de espaços urbanos menos consoli- jusante.
dados ou de carácter fragmentado. sustentabilidade e Melhoria
ambiental
Para isso, será necessário ter economia de recursos
presente que o espaço público O desenho do espaço público
compreende diferentes tipos de deverá ser concebido por forma a O desenho do espaço público
espaços – usos e formas – que, em adotar soluções duradouras que deverá, sempre que possível, optar
conjunto, estruturam todo o espaço tenham um impacto positivo no por soluções já testadas adotan-
urbano da cidade; devendo adotar- combate às alterações climáticas, do soluções ajustadas em função
-se de uma gama de soluções de à proteção do meio ambiente, e à das necessidades e dos custos de
projeto e de materiais capazes promoção dos recursos – materiais manutenção.
de assegurar a construção de e mão-de-obra – e da economia
uma rede urbana, dotada de uma locais. A sustentabilidade social de- Sendo os elementos que compõem
imagem global e de uma coerência corrente da possibilidade de acesso o espaço público sujeitos a uma
formal e funcional que possibilite a será fonte geradora da sustentabi- utilização intensa e forte desgaste,
sua clara e fácil leitura e uma boa lidade económica. deverão ser utilizadas soluções de
apreensão e compreensão por par- grande durabilidade e com baixos
te de todos os seus utilizadores. O desenho do espaço público deve- custos de manutenção.
rá adotar soluções construtivas que
contribuam para reduzir o ruído,
Mobilidade e acessibilidade diminuir as vibrações, aumentar
a permeabilidade do solo e para
O espaço público deverá ser ade- melhorar as condições de regula-
quado à circulação de peões e de ção térmica do espaço urbano da
todos os meios de transporte cidade, reduzindo a ilha de calor.
– públicos e privados –, conside-
rando a partilha racional do espaço Deverá igualmente contribuir para a
pelos vários modos de locomoção, adaptação e amenização às altera-
garantido a necessária fluidez a ções climáticas, diminuindo o efeito
todas as formas de deslocação. De- da ilha de calor, aumentando os
verá ser incentivada a marcha a pé sumidouros de CO2 e os espaços

Lisboa – ribeira das naUs

24
introdução

adaptabilidade e flexibilidade
d.3
Princípios O espaço público deverá assumir-
-se como um palco para as mais
específicos diversas atividades que nele pos-
de desenho sam vir a ocorrer. Deverão ser ado-
tadas soluções que permitam uma
utilização versátil e a alteração
qualidade temporária dos seus usos, nomea-
damente a reconfiguração rápida e
Na intervenção no espaço público
fácil em função dessas alterações
deverão ser adotadas soluções de
das formas de uso.
desenho construtivas e materiais
de construção comprovadamente
adequados aos objectivos e aos
diversidade
princípios estabelecidos neste
Manual, e que permitam assegurar
Embora o espaço público constitua
uma elevada qualidade na resposta
uma rede urbana, dotada de coe-
às necessidades dos utilizadores.
rência formal e funcional, deverá
existir a capacidade de adequar
cada uma das intervenções às
Segurança necessidades e expectativas locais,
oferecendo uma variedade de
O espaço público deverá possibi-
opções capazes de responder às
litar a todos a sua utilização e o
necessidades de uma população
seu usufruto em total segurança,
diversificada.
nomeadamente no que se refere a
condições de circulação, de orienta-
ção, de visibilidade, de iluminação
Conservação e Manutenção
e de proteção. Deverão ser sempre
adotadas soluções de projeto que
Para as intervenções no espaço
potenciem a redução da velocidade
público deverão ser utilizados ma-
de circulação no meio urbano e não
teriais de reconhecida qualidade e
deverão existir áreas que possam
soluções construtivas devidamente
constituir um entrave à plena
testadas, por forma a assegurar
utilização do espaço público ou que
uma maior longevidade e uma me-
possam transmitir alguma sensa-
lhor resposta às diversas solicita-
ção de insegurança.
ções a que está sujeito.

Deverão, igualmente, ser adotadas


ergonomia e Conforto soluções construtivas e tomadas
opções de escolha para o mobiliá-
O desenho do espaço público e o rio urbano a utilizar que permitam
mobiliário urbano nele implantado uma manutenção eficaz – manuse-
deverão responder às característi- amento, limpeza e conservação – e,
cas ergonómicas e às necessidades se necessário, a sua fácil substitui-
de conforto dos seus utilizadores, ção sem comprometer a solução
possibilitando a todos o desem- global de projeto.
penho das suas atividades com o
mínimo esforço.

25
introdução

O espaço público é na sua essência ter formas e dimensões diversas


constituído por uma rede de ruas e a maior parte do seu contorno é
que – através do seu estreita- delimitado por edifícios. As praças
E mento ou alargamento, dos quais
resultam praças, largos, pracetas
e os largos são os espaços para os
quais, normalmente, convergem
Componentes ou terreiros – compreendem, em
simultâneo ou em exclusividade, os
as ruas, as linhas de transportes
públicos e os trajetos pedonais; são
dois tipos principais de espaços: naturalmente lugares de forte ca-
pacidade de atração e centralidade.
● espaços de circulação pedonal; As pracetas são espaços híbridos,
residuais, de menos capacidade de
● espaços de circulação rodoviá- atração mas, ainda assim, capazes
ria. de acolher alguma permanência.
Os terreiros são espaços públicos
Existem ainda espaços de circula- singulares, multifuncionais e poli-
ção ciclável, espaços de circulação valentes, são normalmente cons-
partilhada e espaços de estaciona- tituídos por amplas plataformas,
mento. mais ou menos planas, capazes de
acolher um alargado conjunto de
As praças, os largos, as pracetas e funções públicas urbanas – festas,
os terreiros são, por excelência, os feiras, mercados de ar livre ou
espaços livres da Cidade; podem estacionamento, entre outras.

Lisboa – Largo do inTendenTe

26
introdução

A rede de espaços de circulação pe-


donal constitui a principal estrutura ● escadarias, escadarias em ram-
e.1 de suporte e garante de acesso
pa e rampas;

espaços de quer aos espaços edificados quer


● outros espaços de circulação e
aos diferentes modos de transporte
circulação pedonal inerentes a uma mobilidade e aces-
permanência de peões.
sibilidade urbanas mais alargadas. Na conceção de qualquer espaço
de circulação pedonal devem ser
Para isso, os espaços de circulação
garantidos:
pedonal, tal como os espaços de
circulação ciclável ou os espaços de
● as condições de segurança físi-
circulação rodoviária, devem: ca e de conforto adequadas;
● salvaguardar e garantir a sua ● um adequado nível de legibili-
autonomia, legibilidade funcional, dade do espaço;
articulação e ligação física;
● a total compatibilidade entre o
● obedecer a exigências específi- modo de circulação pedonal e os
cas, tanto de natureza técnica como restantes modos de circulação, se-
de natureza funcional e estética. jam eles motorizados ou não, como
a bicicleta.
Os espaços de circulação pedonal
incluem: Os espaços de circulação pedo-
nal integram a rede de percursos
● passeios; pedonais acessíveis, estabelecida
e definida pelo Decreto-Lei n.º
● passadeiras de peões;
163/2006, de 8 de agosto, como

Lisboa – avenida da Liberdade

27
introdução

uma rede contínua e coerente que Neste âmbito, o conceito de mobi- No projeto dos espaços de cir-
abrange toda a área urbanizada e lidade condicionada tem uma im- culação pedonal, impõe-se uma
que deve estar articulada com as portância fundamental, obrigando conceção de acessibilidade mais
atividades e funções urbanas rea- o projeto a definir respostas para abrangente na qual o peão media-
lizadas tanto no solo público como todos, incluindo “o conjunto das namente habilitado é substituído
no solo privado. pessoas com necessidades espe- por um outro peão com necessi-
ciais” de que “fazem parte pessoas dades especiais, para o qual se
No projeto dos espaços de circula- com mobilidade condicionada, isto desenham as soluções a adotar e
ção pedonal existem necessidades é, pessoas em cadeiras de rodas, que são capazes de satisfazer as
especiais que importa considerar pessoas incapazes de andar ou necessidades de todos os peões.
e que decorrem da condição e da que não conseguem percorrer
capacidade dos peões, a qual pode grandes distâncias, pessoas com Os espaços de circulação pedonal
variar significativamente em fun- dificuldades sensoriais, tais como não podem ser entendidos apenas
ção da idade, de eventuais insufi- as pessoas com deficiência visual como os passeios que comple-
ciências ou incapacidades físicas, ou auditiva, e ainda aquelas que, mentam as faixas de rodagem ou,
e também do tipo de desempenho em virtude do seu percurso de vida, como muitas vezes acontece, como
- como o carregamento de pesos se apresentam transitoriamente o espaço sobrante depois de con-
ou a condução de um carrinho de condicionadas, como as grávidas, cebidos os espaços de circulação
bebé. as crianças e os idosos.”. rodoviária de um arrumamento.

Lisboa – Praça do CoMérCio

28
introdução

Pelo contrário, os espaços públi- por isso, como boa prática, que a
cos reservados aos peões devem, ● locais de paragem temporária sua colocação seja concentrada
de viaturas para entrada e saída de
desde logo, ser caracterizados numa única faixa para implantação
passageiros;
e programados no quadro dos de infraestruturas, libertando assim
objetivos de planeamento defini- a restante área do passeio de
● paragens de transportes públicos.
dos anteriormente à elaboração quaisquer obstáculos.
dos projetos de espaço público, e o Na rede de percursos pedonais
desenho dos espaços de circulação Caso não sejam possível cumprir
acessíveis devem ser incluídos:
pedonal deverá sempre entender estas disposições em todos os
o peão como o utente primordial percursos pedonais acessíveis, deve
● os passeios;
da cidade e procurar as melhores existir pelo menos um percurso
e mais aprazíveis soluções para a ● as escadas, as escadas em pedonal acessível que as satisfaça,
sua deslocação em meio urbano. rampa e as rampas; garantindo os critérios definidos
e assegurando que as distâncias
As prioridades que neste Manual ● as passadeiras de peões; de percurso, medidas segundo o
se atribuem a peões e veículos não trajeto real no terreno, não são
ignoram a importância de uns e de ● outros espaços de circulação e superiores ao dobro da distância
outros na vida urbana mas, acima permanência de peões. percorrida pelo trajeto mais direto.
de tudo, procuram compatibilizar
do melhor modo a sua presença si- Os percursos pedonais acessíveis Ao nível do espaço público da
multânea nas diferentes situações. devem ter em todo o seu desen- cidade de Lisboa, este princípio é
volvimento um canal de circula- aplicável, incondicionalmente, a to-
ção contínuo e desimpedido de dos os novos arruamentos; contu-
Conceito de percurso pedonal obstruções com uma largura não do, no que refere aos arruamentos
acessível inferior a 1,20m, medida ao nível já existentes, terá forçosamente
do pavimento, com as seguintes de se admitir, sob fundamenta-
O conceito de percurso pedonal caraterísticas: ção decorrente das características
acessível corresponde, no âmbito morfológicas da Cidade de Lisboa e
dos espaços de circulação pedonal ● desenho com forma e geo- com carácter excecional, que esta
e de circulação partilhada, ao espa- metria que permitam minorar o largura possa ser reduzida até um
ço-canal destinado exclusivamente esforço empreendido na circulação, valor mínimo de 0,90m, sempre
a assegurar as condições para uma assegurar as melhores condições integrada em passeio com largura
adequada mobilidade pedonal. de conforto e segurança, e garan- mínima de 1,20m, salvaguardando-
tir uma correta drenagem da sua -se assim a circulação de pessoas
Todas as áreas urbanizadas devem superfície; em cadeiras de rodas.
ser servidas por uma rede de
percursos pedonais acessíveis que ● pavimento com estabilidade e A colocação de obstáculos e a
proporcionem acesso seguro e resistência adequados a todos os abertura de valas na via pública
confortável de todas as pessoas, tipos de circulação pedonal, incluin- é condicionada, sobretudo em
nomeadamente daquelas com mo- do circulação assistida de peões - passadeiras e passagens de peões,
bilidade condicionada, a todos os cadeira de rodas, próteses, cães de devendo ser rigorosamente con-
pontos relevantes da sua estrutura assistência, carrinhos de bebé. trolada a duração da mesma bem
ativa, tais como: como as condições de sinalização
Devem incluir-se nas obstruções e de proteção contra quedas, sem
● edifícios; a acautelar a iluminação pública, prejuízo da aplicação das normas
a sinalização vertical, luminosa e em vigor para a ocupação da via
● equipamentos colectivos; informativa, as árvores, as caldei- pública e da legislação em matéria
ras e as floreiras sobrelevadas, o de acessibilidade para pessoas com
● espaços públicos de recreio e mobiliário e equipamento urbano, e mobilidade condicionada e elimina-
lazer; todos os outros elementos que pos- ção de barreiras arquitetónicas.
sam bloquear ou prejudicar a circu-
● espaços de estacionamento de lação das pessoas. Recomenda-se
viaturas;

29
introdução

A rede de mobilidade ativa constitui


uma componente do Plano Diretor ● os respetivos parâmetros e
e.2 Municipal de Lisboa que tem como
critérios de dimensionamento e
conforto.
espaços de objetivo promover a opção pelos
modos ativos de deslocação, com
circulação ciclável especial destaque para os modos
Os modos ativos de circulação
incluem outros veículos para além
pedonal e ciclável, devendo a mes-
da bicicleta, devendo os projetos
ma garantir o acesso aos principais
de espaço público garantir a sua
geradores de viagens - interfaces
adequada compatibilização, quer
de transportes, estações de metro,
com a circulação pedonal quer com
equipamentos, zonas de comércio
a circulação rodoviária.
e de serviços, e zonas residenciais
densas - junto dos quais deverão Neste âmbito, os projetos de es-
ser criadas as necessárias zonas de paço público deverão vir a adotar,
estacionamento.. designadamente ao nível das
opções relativas ao desenho, aos
A constituição e o completamen-
tipos de pavimento, ao dimensio-
to progressivo desta rede deve
namento e à implantação das vias
observar:
e sua sinalização, soluções que per-
mitam minimizar as questões que
● as orientações estabelecidas
resultam:
para ligação aos geradores de
procura relevantes, a continuidade
● dos conflitos entre a circulação
das redes e a sua articulação com
rodoviária e a circulação ciclável
as redes de transporte público e os
no espaço de circulação rodoviário,
espaços de circulação rodoviária;
com particular atenção ao potencial
conflito entre os veículos motoriza-
● os critérios de planeamento
dos e as bicicletas;
aplicáveis aos espaços de circula-
ção ciclável, nos quais se procede à
● dos conflitos entre peões e
sua hierarquização e caracterização
bicicletas nas pistas cicláveis e
em três tipologias - via partilhada,
nos passeios, em particular nas
faixa ciclável e pista ciclável;
ruas em que as pistas cicláveis se

Lisboa – ribeira das naUs

30
introdução

encontram implantadas ao mesmo Tratam-se de percursos em canal


nível dos passeios. próprio, segregados do tráfego via partilhada
rodoviário e também do tráfego
Por outro lado, para que a pro- pedonal. Percurso onde a circulação de
gressiva adoção destes modos de bicicletas ocorre em convivência
circulação possa vir a tornar-se Pode ser realizado paralelamente com o trafego rodoviário. As vias
uma realidade mais expressiva, à rua – acompanhando o espa- partilhadas que integrem a Rede
os projetos de espaço público não ço pedonal – ou ter um traçado Ciclável de Lisboa, deverão ser
poderão deixar de incluir opções autónomo em relação à rede viária devidamente identificadas com
de grande acerto no que refere – no caso das pistas cicláveis em marcas rodoviárias próprias, de
ao conveniente estacionamento áreas verdes. Desejavelmente forma a melhorar a comunicação
das bicicletas - entendido também será unidirecional mas poderá ser entre os seus diferentes utentes.
como mais um fator de vantagem bidirecional. São, na maior parte das situações,
da bicicleta sobre o automóvel - e à unidirecionais, seguindo o sentido
correta sinalização das vias, faixas da corrente de tráfego.
e pistas - fator igualmente deci- faixa ciclável
sivo para o seu sucesso, tanto no
que refere ao recreio e lazer como, Percurso realizado em espaço
acima de tudo, às deslocações delimitado, ao nível do pavimento
pendulares quotidianas. rodoviário, com sinalização hori-
zontal e sem barreiras físicas – não
é segregado mas também não é
Pista ciclável partilhado. É, na maior parte das
situações, unidirecional, seguindo o
Em meio urbano, esta é a tipologia sentido da corrente de tráfego, po-
que mais contribui para a pro- dendo no entanto ser equacionada
moção do uso da bicicleta e para a sua utilização associada às vias
encorajar o aparecimento de novos partilhadas quando seja necessário
utilizadores dado serem de todas assegurar a circulação de bicicletas
as tipologias existentes a mais em contrafluxo.
segura e confortável.

Lisboa – avenida dUqUe d’áviLa

31
introdução

Os espaços de circulação rodoviária As exigências particulares de cada


constituem uma rede autónoma nível da rede viária, no que se refe-
e.3 da rede de espaços de circulação re à necessidade de separação ou
espaços de pedonal - ainda que naturalmente protecção da envolvente e à neces-
articulada com aquela -, tradu- sidade de introdução de medidas
circulação zindo uma estratégia territorial de acalmia de tráfego, implicam
rodoviária de mobilidade capaz de atender diferentes tipos de abordagem
às necessidades suscitadas ao decorrentes dos objetivos fun-
nível da habitação, do trabalho e cionais fixados para cada um dos
da acessibilidade a equipamentos níveis. Estas diferentes abordagens
colectivos, serviços e espaços de traduzem-se na maior importância
recreio e lazer. a conferir às exigências do tráfe-
go rodoviário nos primeiros níveis
A rodovia é essencialmente con- da rede viária e, por oposição, à
dicionada pelas exigências espe- introdução de soluções de desenho
cíficas levantadas pela dimensão mais flexíveis que reflitam, subs-
e peso dos veículos automóveis - tantivamente, a maior importância
ligeiros e pesados, de mercadorias dada ao peão nos níveis inferiores,
ou de transporte público, e outros em particular, ao nível das redes de
veículos especiais -, pela frequência proximidade e acesso local.
do tráfego de atravessamento e,
noutro plano particularmente rele-
vante num contexto de limitação do
espaço público, pelas exigências e
soluções adoptadas para o estacio- rede estruturante
namento.
1.º níveL
O Plano Diretor Municipal de Lisboa Assegura os percursos de longa
hierarquiza a rede viária em cinco distância; suporta a ligação à rede
níveis, em função dos seus objecti- nacional fundamental; suporta as
vos e das suas funções no funcio- ligações interconcelhias e de atra-
namento da Cidade, estabelecendo vessamento da cidade de Lisboa.
as exigências particulares, as
regras e os parâmetros a observar.
Lisboa – 2.ª CirCULar

32
introdução

rede de distribuição Principal

2.º níveL
Assegura a distribuição inter e
intrasetores; suporta as ligações à
rede estruturante da cidade; supor-
ta a coleta e distribuição do tráfego
dos sectores urbanos.

Lisboa – avenida da rePúbLiCa

rede de distribuição secundária

3.º níveL
Assegura a distribuição de proximi-
dade; suporta a coleta e distribui-
ção do tráfego dos setores urbanos;
suporta o encaminhamento dos
fluxos de tráfego para as vias de
nível superior.

Lisboa – avenida aLMiranTe reis

rede de Proximidade

4.º níveL
Assegura a distribuição no bairro;
suporta a coleta e distribuição do
tráfego de bairro; suporta o acesso
local; é constituída pelas vias estru-
turantes de cada bairro.

Lisboa – avenida Praia da viTória

rede de acesso Local

5.º níveL
Assegura a protecção e incentivo
do modo pedonal; suporta o acesso
local; garante o acesso rodoviário
ao edificado.

Lisboa – rUa do MiranTe

33
introdução

De acordo com o Plano Diretor


Municipal de Lisboa, correspondem ● a moderação do tráfego au-
e.4 aos espaços públicos para os quais
tomóvel, através da adoção de
medidas de acalmia de tráfego –
zonas de não é prevista uma delimitação
diminuição dos raios de curvatura,
física entre o espaço dedicado
coexistência à circulação pedonal e o espaço
chicanes, pavimentos diferenciados,
sinalização vertical e horizontal
dedicado à circulação rodoviária,
adequada – que promovam uma
isto é, trata-se de um espaço em
efetiva redução da sua velocidade
que ambos os modos de circulação
e intensidade.
partilham o mesmo espaço - zonas
de coexistência.
Deverá também ser dada uma
especial atenção às questões de
A partilha do espaço por todos os
legibilidade global do espaço, sal-
modos de deslocação impõe a ne-
vaguardando sempre a acessibili-
cessidade de atribuir uma especial
dade plena e a segurança do peão,
importância à sua compatibilização.
devendo os mesmos apresentar um
No âmbito dos projetos de espaço pavimento confortável, sempre que
público, as zonas de coexistência tecnicamente viável, na totalidade
devem salvaguardar: da sua área.

● a prioridade efetiva aos modos


não motorizados de circulação
- pedonal e ciclável – sobre os
modos motorizados;

hoLanda – rijsWijk sUíça – bienne

hoLanda – deLfT hoLanda – oosTerWoLde

34
introdução

A definição e integração dos dife-


rentes tipos de espaço de estacio- ● da sua posição em relação à
e.5 namento decorre sempre de uma
via - longitudinal, transversal ou
oblíqua, em ângulos de 45º ou 60º
espaços de programação preliminar, a qual tem
- a qual, pelas exigências levanta-
necessariamente em consideração
estacionamento as características funcionais da via,
das ao nível de manobra – tempo
e espaço -, varia em função do
a oferta de transportes públicos, as
funcionamento - fluidez e veloci-
exigências funcionais do edificado
dade média de circulação – que
adjacente e a disponibilidade de
se pretender para cada espaço de
espaço no arruamento.
circulação rodoviária.
O estacionamento na via pública
Os espaços de estacionamento
– bicicletas, motociclos e veículos
de veículos ligeiros, motociclos e
ligeiros – é permitido em todos os
bicicletas são assinalados através
níveis da rede viária, com exceção
de sinalização horizontal, podendo
da Rede Estruturante [1.º Nível], e
ser complementada por sinalização
o seu desenho e dimensionamento
vertical, localizando-se:
deverá considerar a largura e as
restrições operacionais de cada via.
● em faixa contígua à via, assi-
nalada exclusivamente através de
Os espaços de estacionamento
pintura e/ ou mudança de pavimen-
apresentam características muito
to;
diversas, as quais variam essen-
cialmente em função:
● em recorte específico do espaço
de circulação pedonal.
● do tipo de veículo a que se des-
tinam - veículos ligeiros, motociclos
ou bicicletas;

Lisboa – Praça do MUniCíPio

35
introdução

No caso dos espaços de estacio- A definição e localização destes arruamentos consolidados – que
namento para bicicletas admite- lugares decorre: em Lisboa constituem a maioria
-se que a sua localização possa das situações -, deverão os projec-
também ser feita no passeio, desde ● de solicitação ao Município tos de espaços público prever que
que tal não perturbe a fluidez da pelas pessoas com mobilidade con- as faixas de estacionamento pos-
circulação pedonal, nomeadamente dicionada, obedecendo aos critérios sam, com as devidas regras, vir a
junto à entrada dos principais equi- estabelecidos; acomodar a instalação de espécies
pamentos públicos – escolas, bi- arbóreas.
bliotecas, hospitais, polidesportivos, ● da programação estabelecida
interfaces de transportes públicos -; para os projectos de espaço públi- rede CiCLáveL
em qualquer das situações, estará co, a qual deverá sempre assegurar No mesmo sentido, para efeitos
sempre associada aos espaços de a plena acessibilidade aos equi- de constituição ou ampliação da
estacionamento para bicicletas a pamentos e aos espaços públicos rede ciclável, os projectos poderão
instalação do necessário dispositivo existentes na envolvente. estabelecer a reconversão, com
de suporte para bicicletas. custos significativamente inferiores
A programação do número de lu- à nova construção, das faixas de
gares reservados para veículos em estacionamento existentes em vias,
Lugares para cargas e que um dos ocupantes seja uma faixas ou pistas cicláveis, se se
descargas pessoa com mobilidade condicio- verificar um decréscimo acentuado
nada deve ter como referência os da procura de estacionamento, se
Na programação dos espaços de seguintes parâmetros: forem asseguradas alternativas de
estacionamento em áreas com estacionamento ou se tal opção for
maior concentração de atividades ● um lugar em espaços de esta- de manifesto interesse público.
de comércio e serviços, deve- cionamento com uma capacidade
rá atender-se à necessidade de não superior a 10 lugares; UTiLização PedonaL / ParkLeTs
reserva de lugares especificamente A programação dos espaços de
destinados às operações pontuais ● dois lugares em espaços de estacionamento deve também ter
de logística para carga e descarga estacionamento com uma capaci- em consideração a possibilidade
de mercadorias. dade compreendida entre 11 e 25 da sua apropriação, permanente ou
lugares; temporária, pelas pessoas, no âm-
Estes lugares têm característi- bito de programas de regeneração
cas posicionais e dimensionais ● três lugares em espaços de urbana ou de animação do espaço
idênticas aos lugares destinados estacionamento com uma capaci- público.
a estacionamento – excepto nas dade compreendida entre 26 e 100
situações em que seja necessária a lugares; Esta reversão da utilização destes
paragem e manobra de veículos de espaços poderá ter:
maiores dimensões –, podendo a ● quatro lugares em espaços de
estacionamento com uma capa- ● um carácter permanente,
sua identificação ser feita comple-
cidade compreendida entre 101 e através de intervenções pontuais
mentarmente através de sinaliza-
500 lugares; de adaptação dos pavimentos
ção vertical, a qual deverá também
estabelecer, se aplicável, o horário e nivelamento com os passeios
● um lugar por cada 100 lugares existentes;
no qual as operações de carga/ em espaços de estacionamento
descarga são permitidas. com uma capacidade superior a ● um carácter temporário, asso-
500 lugares. ciado a períodos específicos - fins
Lugares para pessoas com de semana, estações do ano,
mobilidade condicionada festividades, eventos específicos -,
reversibilidade dos espaços de fazendo uso de estruturas ligeiras,
estacionamento designadas parklets, que deverão
Na programação do estacionamen-
to deve também ser considerada garantir o prolongamento nivelado
aLinhaMenTos arbóreos dos espaços pedonais e as adequa-
a necessidade de implantação Tendo presente o objetivo de im-
de estacionamento destinado a das condições de conforto e segu-
plantação de novos eixos e alinha- rança, designadamente, ao nível
veículos em que um dos ocupantes mentos arbóreos nos diversos tra-
seja uma pessoa com mobilidade da sua fácil instalação e posterior
çados urbanos definidos no Plano remoção.
condicionada. Director Municipal, assim como as
limitações de espaço existentes nos

36
introdução

O conceito de mobiliário urbano e quer na sua conceção quer na sua


equipamento compreende todos os localização, à envolvente urbana,
e.6 equipamentos instalados no espaço devendo privilegiar-se, sempre que
Mobiliário público com funções de suporte possível, a sua polivalência, de for-
às atividades ali desenvolvidas, ma a evitar a ocupação excessiva
e equipamento incluindo recreio, lazer, circulação dos espaços públicos
urbano ou estadia.
A instalação dos diferentes tipos
Para concretização do interesse de mobiliário urbano não pode, em
público deve procurar-se sem- qualquer caso, comprometer a sal-
pre compatibilizar a finalidade da vaguarda dos percursos acessíveis
ocupação do espaço público por necessários à circulação e aces-
mobiliário urbano e equipamento sibilidade às diferentes áreas do
com as necessidades sociais e as espaço público, aos equipamentos
características do meio envolvente. e aos edifícios, nem criar quaisquer
obstáculos à livre circulação de
Os diversos elementos de mobiliá- qualquer peão, incluindo peões com
rio urbano deverão ser adequados, mobilidade condicionada.

Lisboa – rossio

Lisboa – Praça do CoMérCio

37
introdução

Ao nível dos valores culturais, o de forma a assegurar a sua identi-


Plano Diretor Municipal de Lisboa dade e a evitar a sua descaracteri-
e.7. define uma Estrutura Patrimonial zação, devendo ter como princípios
valores culturais Municipal que integra os bens orientadores das intervenções
culturais imóveis de interesse o respeito pela forma como os
arquitetónico, histórico, paisagísti- bens se inscrevem na morfologia
co, arqueológico e geológico, e que e na estrutura urbana, conferindo
se sujeita a um regime específico identidade cultural e histórica às
com vista à respetiva valorização e unidades urbanas, e reconhecendo
integração urbana. o seu papel para a compreensão do
seu sentido e relevância – privile-
As intervenções no espaço públi- giando a valorização articulada dos
co com impacto sobre os bens da bens classificados e dos edifícios de
Estrutura Patrimonial Municipal acompanhamento.
devem potenciar a sua valorização,

Lisboa – aLfaMa

38
1
Geometria
Critérios-base para as opções de diferenciação entre os espaços
de circulação pedonal e os espaços de circulação rodoviária

1.1 Espaços de circulação pedonal


1.2 Espaços de circulação ciclável
1.3 Espaços de circulação rodoviária
1.4 Espaços de estacionamento e paragem
1.5 Transportes Públicos
1.6 Pendentes e drenagem
GEOMETRIA

A partir de meados do Séc. XX, as Se não se inverter esta situação,


cidades passaram a ser desenha- a voracidade do automóvel nunca
das para o automóvel. será saciada. Por mais vias que
se adicionem e mais lugares de

1
As teorias funcionalistas no estacionamento que se ofereçam, a
urbanismo, com relevo para a procura será sempre maior. Apesar
influência da Carta de Atenas, e o de todas as modernas técnicas de
crescimento exponencial do parque gestão da via pública, as cidades
automóvel – cada família aspirava estão congestionadas.
a ter um ou mais carros - levaram
a um penoso, e por vezes violento, A partir dos anos 70 do século pas-
processo de adaptação das cidades sado, desencadeia-se na Europa um
ao automóvel. movimento para a “reconquista” do
espaço público pelo peão. Barcelona
Espaços que anteriormente eram foi, nos anos 1980, o esteio desse
partilhados pelos peões, pelos movimento.
Geometria transportes públicos e pelos mais
diversos veículos de tração animal, Os malefícios para a saúde pública
foram progressivamente apropria- decorrentes das emissões de CO2 e
dos pelos automóveis particulares. de partículas com origem nos moto-
res de explosão, o ruído provocado
Segregaram-se as faixas de cir- pelo tráfego automóvel e a sinis-
culação porque a velocidade dos tralidade, a par do reconhecimento
automóveis tornava-os perigo- da importância da marcha a pé e
sos, diminuíram-se passeios para do uso da bicicleta no combate ao
reservar espaço ao estacionamen- sedentarismo e à obesidade, vieram
to, rasgaram-se tecidos urbanos, reforçar a necessidade de alterações
construíram-se viadutos, túneis e profundas na mobilidade urbana.
vias rápidas urbanas para tornar
as deslocações mais rápidas e o Ganhar espaço para os peões, para
trânsito mais fluído. os ciclistas e para o transporte pú-
blico, bem como regular a circulação
A cidade moderna foi desenhada automóvel, reduzindo emissões e
para o seu novo “dono” – o auto- velocidade de circulação, através da
móvel - e a cidade antiga muitas recalibragem das vias e da utiliza-
vezes resistiu mal a esta alteração. ção de novos materiais de pavimen-
Em muitos casos, as ruas, largos tação, é uma exigência das interven-
e praças transformaram-se em ções no espaço público da cidade.
depósitos de automóveis e, no caso
de Lisboa, a densa rede de eléc- Nesta perspectiva a optimização do
tricos foi sacrificada à circulação espaço público através da geome-
automóvel. tria dos traçados viários, ganha uma
nova acuidade.

Lisboa – MarqU s de PoMbaL

1
GEOMETRIA

As soluções de desenho a adoptar Assim, embora se reconheça como


nos arruamentos dependem, em pri- desejável que a forma de segrega-
Princípios gerais meira instância, do espaço disponível, ção mais usual dos dois principais
em particular da largura disponível, tipos de circulação - pedonal e
para a definição dos espaços reser- rodoviária - se faça com recur-
vados à circulação de utilizadores so à delimitação de passeios e
vulneráveis (peões e utilizadores de vias através da existência de um
bicicletas) e de veículos motorizados. desnível – lancil -, haverá situa-
ções em que se julga desejável e
Embora a hierarquia viária estabele- mais adequada a supressão desse
cida no PDM proceda a uma diferen- desnível, solução que terá reflexos
ciação dos arruamentos de acordo positivos na liberdade de circulação
com a sua função, esta hierarquia dos peões, na redução da velocida-
poderá, em muitos arruamentos, de de circulação e no potenciar de
não ter correspondência entre a uma utilização mais versátil e/ ou
largura disponível e a desejável para reversível do espaço disponível.
a adopção das dimensões recomen-
dáveis nos diversos tipos de espaço Por isso, sem prejuízo de outras
que compõem o seu perfil. situações específicas devidamente
fundamentadas, deve adotar-se
Por outro lado, embora nos arrua- como princípio a possibilidade de
mentos de menor largura as inter- supressão de lancis e a sua substi-
venções se devam sempre orientar tuição por outras formas e/ ou por
para a minimização do tráfego de outros dispositivos que, se necessá-
atravessamento ou, quando possí- rio, tornem percetível a delimitação
vel, para a sua supressão, o aces- dos espaços de circulação pedonal
so automóvel deverá ser sempre e de circulação viária sem recorrer
acautelado ainda que, no caso da a desnível, nomeadamente nas
sua supressão, somente para efeitos vias das Redes de Proximidade e
de acesso a veículos de socorro e de Acesso Local – 4.º e 5.º Nível
emergência, pelo que o seu dimen- (níveis definidos no PDM de Lisboa).
sionamento deve ser o adequado
para o efeito. Neste sentido, torna- Como referência para as opções
-se imperativo garantir em todos de diferenciação entre os espaços
os casos a melhor utilização dos de circulação pedonal e os espaços
arruamentos pelos peões, implican- de circulação ciclável e rodoviária
do, para isso, a adoção de soluções devem ser adotados os limites de-
que contribuam para uma melhoria correntes dos seguintes princípios:
na sua segurança e conforto.

sanTa MoniCa – CaLifórnia san franCisCo – CaLifórnia

2
GEOMETRIA

Nas ruas existentes, em particular


● Não devem ser aplicados pilare- ● Nos espaços de circulação pe- na zona histórica da cidade, admite-
tes para estabelecer a delimitação donal com largura igual ou inferior
-se que a largura útil do passeio
entre o espaço de circulação pedo- a 0,90m não deve ser utilizado
possa ser pontualmente reduzida
nal e o espaço de circulação rodo- desnível nem guia ou marcação,
para uma largura não inferior a 0.90
viária, se não ficar assegurado um para estabelecer a delimitação entre
m, desde que a extensão do obstá-
percurso acessível com uma largura o espaço de circulação pedonal e o
culo seja não superior a 1.20 m, em
útil mínima de 1.20m medida entre espaço de circulação rodoviária;
resultado da existência de sinaliza-
o eixo do pilarete e o plano marginal
ção vertical e/ou armários técnicos.
do percurso pedonal, seja ele defini- ● Nos espaços de circulação
do por fachada, muro ou canteiro; partilhada - zonas de coexistência
Independentemente das soluções a
- recomenda-se que, sempre que
adoptar deve ser sempre garantida,
● Não deve ser utilizado um des- possível, não sejam utilizadas guias
e sem prejuízo das regras aplicáveis
nível para estabelecer a delimitação ou marcas de pavimento para esta-
ao percurso acessível, a existência
entre o espaço de circulação pedo- belecer a delimitação entre as zonas
de um corredor livre de todo o tipo
nal e o espaço de circulação rodovi- reservadas à circulação exclusiva de
de obstáculos, com uma largura mí-
ária nos passeios com largura igual utilizadores vulneráveis e as zonas
nima variável entre 3,50m e 4,50m,
ou inferior a 1,20m, sendo para esse partilhadas por todos os utilizadores
para acesso e circulação de veículos
efeito recomendável a utilização de (peões, utilizadores de bicicletas e
de socorro e emergência.
uma guia ou marcação; automobilistas).

esPaços de CirCULação PedonaL


esPaços de CirCULação PedonaL LargUra úTiL MíniMa de 1,20M deLiMiTação CoM rodovia seM desníveL

esPaços de CirCULação PedonaL


LargUra úTiL Menor oU igUaL qUe 0,90M esPaços de CirCULação PedonaL redUção PonTUaL da LargUra úTiL MíniMa

3
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

Os espaços de circulação pedonal O conceito de percurso acessível


a criar ou a renovar devem ser visa assegurar que, na impossi-
concebidos de forma a permitir a bilidade de garantir em todos os
1.1 circulação e mobilidade universal,
nomeadamente a pessoas com
espaços de circulação pedonal as
exigências relativas à acessibilida-
Espaços de mobilidade condicionada, através
da eliminação das barreiras físicas
de de pessoas com mobilidade con-
dicionada, exista pelo menos um
circulação que constituam obstáculo à mobi-
lidade.
percurso acessível que as satisfaça,
assegurando:
pedonal Por forma a garantir a acessibili- ● o acesso universal a todos os
dade e mobilidade universal deve espaços construídos e de utilização
ser assegurada a interligação e pública;
a compatibilização dos espaços
públicos objecto de intervenção ● distâncias de percurso, medidas
com as áreas urbanas adjacentes, segundo o trajeto real no terreno,
promovendo a criação de percursos não superiores ao dobro da dis-
contínuos com informação específi- tância percorrida pelo trajeto mais
ca e adequada. direto;

● Se necessário, informação sobre


o mesmo.

Lisboa – baixa

4
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

grupo bastante heterogéneo, onde alguns elementos urbanos – mobi-


Caracterização do se incluem pessoas com caracterís- liário, equipamentos, árvores, entre
Tráfego Pedonal ticas físicas e psicológicas distintas, outros - ou veículos estacionados
que, inevitavelmente, influenciam (em particular junto a passagens
A compreensão das características quer a forma como se deslocam de peões), dificultando assim a sua
e capacidades do ser humano são quer a perceção que têm do espaço deteção por parte dos conduto-
fatores determinantes no desenho público. Estas pessoas em resul- res, comprometendo a segurança
do espaço público em particular dos tado das suas limitações acres- rodoviária.
espaços reservados à circulação e cidas, têm um comportamento e
estadia de pessoas. O conhecimen- desempenho distinto dos restantes Para os idosos, grupo cuja popu-
to da dimensão do corpo humano, utilizadores, sendo necessário dar lação tem aumentado considera-
da sua velocidade de circulação, e especial atenção ao adequar das velmente nas ultimas décadas, os
do seu campo de visão são impor- infraestruturas pedonais às neces- desafios são diferentes, traduzindo-
tantes na construção de soluções sidades específicas destas pessoas, -se nomeadamente em dificulda-
mais orientadas para o utilizador, melhorando a sua mobilidade e des de locomoção, piores reflexos
em particular na determinação da garantindo a sua proteção e segu- e menor capacidade de decisão
largura livre necessária à circula- rança. Deste denominado ‘grupo de e reação. A audição e visão são
ção de pessoas; da extensão dos risco’ destacam-se as crianças, os também sentidos que com o passar
percursos pedonais a criar; da idosos e os peões com mobilidade do tempo ficam enfraquecidos e
localização e dimensionamento das reduzida. dificultam a perceção e circulação
passagens pedonais, e do número e no espaço público.
disposição de paragens de autocar- As crianças apenas a partir dos 12
ro. Outros fatores a ter em consi- anos, altura em que desenvolvem O grupo referente a pessoas com
deração referem-se à idade, género as suas capacidades cognitivas - mobilidade reduzida, integra as
e condição física dos peões, com in- capacidade de usar informação do pessoas que - independentemente
fluencia direta na sua velocidade de campo visual periférico, de inter- da idade - possuem deficiências
circulação e no seu campo visual. pretar impressões auditivas e de físicas, mentais ou sensoriais
reação à aproximação de um veícu- (dificuldades auditivas e de visão),
lo - adquirem condições semelhan- bem como todas as que têm difi-
Tipologia de Utilizadores tes às dos adultos para lidar com culdades de locomoção, definitivas
os diferentes desafios existentes ou provisórias, que comprometem
Os utilizadores dos espaços de no espaço público. A sua reduzida seriamente a sua velocidade de
circulação pedonal constituem um estatura é igualmente um desafio, circulação.
sendo facilmente ‘ocultadas’ por

Londres - WhiTeChaPeL Londres - oxford sTreeT

5
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

livre (espaços amplos com pouco


espaço vital velocidade de Circulação tráfego pedonal), condicionada
(desvios obrigatórios resultantes de
Uma pessoa, parada ou em mo- A velocidade de circulação pedonal, obras) ou congestionada (percursos
vimento, ocupa um determinado varia em função de diversos fato- de desenvolvimento linear, com
espaço a cada instante. O corpo res, nomeadamente: elevado fluxo de tráfego pedonal e
de um adulto sem dificuldades largura de passeio reduzida face à
de mobilidade - visto em planta ● Fatores físicos (idade, género, utilização).
- ocupa uma área aproximada de robustez física);
0,19m2 (elipse de 0,368 m x 0,655 Em cidades com uma topografia
m). Considerando que muitos peões ● clima; acidentada a velocidade média de
transportam artigos pessoais e circulação pedonal é igualmente
usualmente preferem não manter ● motivo da viagem (tráfego pro- mais baixa (ruas com uma inclina-
contacto físico com outros peões, fissional, de lazer ou misto); ção maior ou igual a 10% tendem
entende-se que, nesses casos, o a provocar uma redução de 0,1 m/s
espaço que um peão ocupa va- ● topografia; na velocidade pedonal), e o motivo
ria entre os 0,26 m2 (elipse de da viagem contribui igualmente
0,434 m x 0,762 m) e os 0,37 m2 ● tipo e características da infraes- para a variação da velocidade, sen-
trutura (passeios, passadeira, outro
(elipse de 0,52 m x 0,914 m). No do usual verificar-se uma velocida-
espaço pedonal);
entanto, para pessoas em cadeira de média de circulação não inferior
de rodas ou que necessitem de a 1,60 m/s em tráfego profissional
● condições de circulação (livre,
outros meios auxiliares para se (deslocação casa-trabalho) e de 1,0
condicionada, ou congestionada).
deslocarem, é necessário garantir m/s para tráfego de lazer (passear,
um espaço mínimo que assegure Um peão que se desloque livre- ver montras …).
a sua mobilidade (0,90 m x 1,20 mente circula a uma velocidade
m, a que corresponde uma área Para a velocidade média de circula-
que pode variar entre aproximada-
de aproximadamente 1,10 m2) e ção pedonal, pode-se tomar como
mente 0,80 m/s (2,90 m/h) e 2,40
manobrabilidade (diâmetro não valor de referência os 1,20 m/s
m/s (8,60 m/h), em função dos
inferior a 1,50m a que corresponde (4,30 m/h), que podemos designar
fatores acima identificados.
uma área de aproximadamente de tráfego misto. No entanto, para
1,77m2) e que é bastante superior No caso de uma população pre- casos particulares como determina-
à de um peão sem dificuldades de dominantemente idosa, verificar- ção do tempo de atravessamento
mobilidade. -se-á uma velocidade média de e limpeza das passagens de peões
circulação mais baixa (1,00 m/s). A semaforizadas, este valor deve ser
velocidade de circulação pedonal ajustado em conformidade poden-
depende também das condições do estabilizar nos 0,80 m/s.
de circulação, ou seja, se esta é

esPaço viTaL

6
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

visibilidade extensão das deslocaç es nível de serviço

A visão é um dos sentidos mais A extensão das deslocações é Este conceito permite determinar a
importantes de ter em considera- igualmente um aspeto importante maior ou menor qualidade do ser-
ção, dado ser a principal fonte de a ter em consideração no desenho viço existente / a propor, quer para
informação para a grande maioria do espaço público. Na prática é peões em movimento quer para
dos utilizadores do espaço público. considerada uma extensão máxima peões que estejam simplesmente
A visão humana é definida por três de 1.500 metros associada a tráfe- parados, sendo considerados distin-
campos: go pedonal profissional (deslocação tos parâmetros de caracterização
casa-trabalho) e de 800m para por grupo, de acordo com a clas-
● campo de visão periférico, com percursos até às paragens de auto- sificação constante do Manual de
um ângulo de aproximadamente carros, sendo que relativamente a Planeamento das Acessibilidades e
190°, possibilita a deteção de mo- esta atividade particular a distância da Gestão iária (2008).
vimentos inesperados embora não média a considerar poderá ser de
permita distinção de detalhes; 400 m, correspondente a 5 minutos Para além destes parâmetros, e na
a caminhar (velocidade média de inexistência de dados mais concre-
● campo de visão primário, com circulação pedonal de aproximada- tos e fidedignos provenientes de
um ângulo de aproximadamente mente 1,40 m/s). Os valores apre- medições / projeções de tráfego
120 , permite uma maior perceção, sentados são referentes a pessoas pedonal, podem ser considerados
em particular de objetos desvaneci- sem qualquer limitação física e/ os seguintes valores de referência
dos e em movimento, e a distinção ou psicológica. Para uma popu- respeitantes a circulação em hora
de objetos facilmente reconhecí- lação idosa e/ou com mobilidade de ponta:
veis; reduzida, a extensão de circulação
recomendada, sem pausas durante nível de serviço volumes
● parte central do campo de vi- o percurso, difere substancialmente de tráfego
são, é o único que permite que uma das acima identificadas, nomeada- pedonal
pessoa tenha uma perceção nítida mente: pe es / hora
dos objetos (detalhe e cor). A – Muito Reduzido < 150
B – Reduzido 150 – 250
Conforme já referido, para além de Mobilidade reduzida extensão
recomendada C – Médio 250 – 500
ser um dos sentidos que ficam en- sem pausas D – Elevado 500 – 1000
fraquecidos com a idade, existe um
Pessoas em cadeira de E – Muito Elevado > 1000
crescente número de pessoas com rodas
150 m
deficiência visual (definição que
Pessoas em ambulatório 100 m
engloba pessoas com baixa visão e
pessoas cegas sem criar distinção), Pessoas de bengala / níveis de serviço Para Peões
50 m
muletas eM MoviMenTo.
que dificultam a sua perceção e
circulação no espaço público, e que Pessoas com deficiência
150 m
visual O número de utilizadores a cir-
deverão ser tidas em consideração
na interpretação e aplicação dos cular num determinado percurso,
dados acima indicados. Há no entanto que ter em conside- durante um determinado período
ração a existência de fatores que de tempo, é um fator importante a
contribuem para a necessária redu- ter em consideração, uma vez que
ção destes valores, nomeadamente contribui quer para o adequado
arruamentos de declive acentuado, dimensionamento do percurso, quer
rampas e escadarias no espaço para a sua estruturação tendo em
público, existência de obstáculos à consideração o tipo de utilização
circulação e estado de conservação identificado. A definição do nível de
dos pavimentos. conforto / qualidade do serviço para
peões em movimento, depende dos
seguintes parâmetros de referência:

● Taxa de saturação;

● Facilidade / possibilidade de es-


visibiLidade colha da velocidade de circulação;

7
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

das relações fundamentais entre


● Possibilidade de atravessar uma os diferentes espaços de circulação. ● densidade pedonal (número
corrente de tráfego pedonal; médio de peões por m2, existentes
Assim, a escala adotada considera
num dado espaço pedonal);
cinco níveis de serviço distintos
● Grau de conflito entre movimen-
para peões em movimento, nome-
tos em direções opostas. ● distância média entre peões;
adamente:
A sua determinação apresenta con- ● probabilidade de contacto físico;
Os níveis de serviço considerados
tudo algum grau de subjetividade
correspondem a condições médias,
no que concerne em especial aos ● nível de conforto previsível.
não tendo em consideração a for-
valores de débito pedonal associa-
mação de multidões. Nesse sentido, a escala adotada
dos às diversas fronteiras, nomea-
damente as que consideram o indi- considera cinco níveis de serviço
níveis de serviço Para Peões distintos para peões parados, no-
cador ‘espaço’ disponível para cada
Parados. meadamente:
peão em movimento. No entanto,
considera-se legítima a criação de
A definição do nível de conforto / O indicador utilizado na definição
uma escala de aplicação útil para
qualidade do serviço para peões de fronteiras entre os níveis de
avaliação da qualidade / conforto
que estejam parados no espaço pú- serviço considerados é o ‘espaço’
de uma determinada infraestrutura
blico, depende essencialmente dos disponível para cada peão.
pedonal tendo por base a análise
seguintes parâmetros de referência:

barCeLona - raMbLas - níveL de serviço de Peões MUiTo eLevado

8
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

nível de vol. / Cap. espaço débito velocidade aplicabilidade descrição


serviço m2/p p/min/m média m/s
A < 150 5,6 16 > 1,30 Apenas para onde se Os peões movem-se segundo as trajectórias
pretendem elevados níveis desejadas sem alterar os seus movimentos
de conforto e não existem relativamente a outros peões. As velocidades
restrições de espaço. de circulação são definidas livremente, e os
conflitos entre peões são improváveis.
B 150 – 250 3,7 – 5,6 16 – 23 1,27 – 1,30 Nível correspondente a definida uma área que permita aos peões de-
uma situação de conforto finirem livremente as velocidades de circulação,
e desejável em condições de modo a contornarem e evitarem conflitos
normais. com outros peões. Os peões começam a estar
atentos relativamente à presença de outros pe-
ões e a responderem a essa presença aquando
da selecção do caminho.
C 250 – 500 2,2 – 3,7 23 – 33 1,22 – 1,27 Recomendável para O espaço disponível é o suficiente para a
espaços com pontas selecção das velocidades de circulação, e para
frequentes mas não contornar os outros peões que se deslocam
muito intensas e onde se no mesmo sentido. Em locais onde ocorram
pretendem bons níveis de movimentos de mudança de direcção ou de
conforto. atravessamento pode haver conflitos, implican-
do diminuição de velocidade e do débito.
D 500 – 1000 1,4 – 2,2 > 33 – 49 1,14 – 1,22 Aceitável em espaços com A liberdade para cada peão seleccionar a velo-
grandes fluxos pedonais cidade de circulação de modo a poder contornar
e onde existam restrições outros peões é restrita. Onde existam movimen-
de espaço ou em espaços tos de mudança de direcção ou de atravessamen-
com movimentos unidirec- to, a probabilidade de ocorrer conflitos é superior,
cionais. de tal modo que para se evitar essa situação é
necessário haver mudança de velocidade e de
posição. A fluidez é razoável, porém é provável a
existência de interferência mútua entre os peões.
E > 1000 > 0,75 – 1,4 > 49 – 75 > 0,75 – 1,14 Recomendável só em irtualmente, todos os peões têm a sua velocida-
situações de ponta muito de de circulação restringida, necessitando por isso
intensas com possível de ajustar frequentemente o ritmo da passada.
congestionamento mas de Para valores do débito próximos da capacidade o
curta duração. Ex. Saídas movimento só é possível “arrastando os pés”. O
de estádios ou estações espaço disponível é insuficiente para ser possível
de comboio. ultrapassar peões mais lentos. Movimentos de
atravessamento ou mudança de sentido são
muito difíceis de efectuar e geram conflitos.
níveis de serviço Para Peões eM MoviMenTo

nível de espaço m2/p dist ncia entre nível de descrição


serviço pe es m Conforto
A 1,2 1,2 Muito elevado É possível estar parado e circular livremente ao longo da zona de
espera, sem que tal perturbe os peões que se encontram parados.
B 0,9 – 1,2 1,0 – 1,2 Elevado Não existe qualquer contacto entre os peões, no entanto passa
a haver uma ligeira restrição na circulação dentro do espaço de
modo a evitar perturbar outros peões.
C 0,6 – 0,9 > 0,9 – 1,0 Limite máximo razoável. Continua a não haver contacto físico entre os peões, no entanto
Aplicável por exemplo em os espaços entre eles são mais reduzidos. A circulação passa a ser
paragens de BUS. mais restrita podendo mesmo ser necessário incomodar os outros
peões para tal ser possível.
D 0,3 – 0,6 0,6 – 0,9 Esperas prolongadas Passa a haver a possibilidade de haver contacto físico. A circu-
desconfortáveis. Aplicável lação no espaço está severamente restringida, e só é possível
por exemplo junto a cru- haver um movimento em frente, se este se realizar em grupo.
zamentos ou passadeiras Com estas concentrações, esperas muito prolongadas tornam-se
semaforizadas. desconfortáveis.
E 0,2 – 0,3 0,6 Só aceitável durante cur- O contacto físico com outros peões é inevitável. Não é possível
tos períodos de tempo. haver circulação dentro do espaço. Só é possível estar nestes lo-
Por exemplo elevadores. cais sem haver um desconforto evidente, durante curtos períodos
de tempo.
níveis de serviço Para Peões Parados

9
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

soas (espaço ocupado pelo peão). comercial é recomendável que a


Passeios largura do percurso acessível seja
O corpo de um adulto sem difi- aumentada de modo a permitir que
Superfícies da via pública especial- culdades de mobilidade, visto em as pessoas circulem em grupos.
mente destinadas ao trânsito de planta, ocupa uma área aproxima-
peões, que ladeiam o espaço de da de 0,19 m2. Tendo em conta De uma forma geral, em face das
circulação rodoviária e ciclável, e que muitos peões transportam características morfológicas da
que são usualmente sobrelevadas artigos pessoais e usualmente pre- Cidade de Lisboa e considerando os
em relação a estes. ferem não manter contacto físico critérios referidos, em particular a
com outros peões, entende-se-se relação entre hierarquia viária e o
Com o aumento da largura dos que o espaço que um peão ocupa espaço necessário para circulação
passeios, o Munícipio pretende me- é representado por uma elipse de pedonal, é possível determinar que:
lhorar o seu espaço público e pro- 0,50 m x 0,60 m, cuja área total é
mover uma maior utilização deste 0,30 m2. No entanto, para pessoas ● Nos novos arruamentos a
por parte da população residente e em cadeira de rodas ou que neces- largura recomendada para os
visitante. Sempre que técnicamente sitem de outros meios auxiliares passeios é de pelo menos 3,00 m
viável, esse aumento da dimensão para de deslocarem, é necessário –, mantendo-se a salvaguarda da
dos passeios deve ser conseguido garantir um espaço minimo que necessidade de existência de um
através do redimensionamento assegure a sua mobilidade e mano- corredor livre de obstáculos com
das vias de trânsito, sem que tal bralidade e que é bastante superior uma largura mínima de 1,80m.
comprometa a segurança e fluídez ao de um peão sem dificuldades de
do tráfego rodoviário. mobilidade (Diâmetro não inferior a ● Os passeios adjacentes a vias
1,50m - 1,77m2) de distribuição principal e secundá-
A dimensão dos passeios deve ser ria existentes, que correspondem
determinada em função dos usos Estes critérios permite-nos de- às vias de 2.º a 3.º níveis, devem
e atividades existentes (espaços terminar que apesar de a largura ter de uma largura não inferior a
residenciais, espaços de activida- adequada para duas pessoas se 2,25m e uma largura mínima livre
des económicas, espaços de uso cruzarem ser 1,50m, é recomendá- de qualquer obstáculo não inferior
especial de equipamentos ...); da vel que esse valor seja aumentado a 1,80m, correspondente ao percur-
hierarquia viária existente (níveis 2 para 1,80m, um valor que corres- so pedonal acessível e que deve ser
a 5); do volume de tráfego pedonal ponde à largura necessária para sempre garantido (pontualmente
registado ou pretendido (peões/ duas pessoas em cadeira de rodas poderão aceitar-se troços com
hora); e, principalmente, do espaço se cruzarem. Em zonas densamen- uma largura ligeiramente inferior
necessário para circulação de pes- te habitadas e com forte actividade ao valor referido desde que a sua

esPaço MíniMo Para dUas Pessoas esPaço MíniMo Para dUas Pessoas CoM esPaço adeqUado Para dUas Pessoas
se CrUzareM MobiLidade CondiCionada se CrUzareM se CrUzareM

10
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

extensão não exceda 5,00m). diâmetro ou profundidade não


● um canal contíguo aos edifícios, seja superior a 0,50m, devendo
existentes ou propostos, com uma
● Os passeios adjacentes a vias a sua implantação salvaguardar
de proximidade e acesso local exis- largura de 0,60m, com desenvolvi-
uma distância mínima ao plano
tentes, que correspondem às vias mento preferencialmente paralelo à
de fachada;
de 4.º a 5.º níveis, devem ter de linha de lancil, destinada:
uma largura não inferior a 1,20m ● um canal correspondente ao
Permitir o visionamento de
e uma largura mínima livre não percurso acessível, que deverá sal-
montras sem ocupar o canal
inferior a 1,20m, correspondente ao vaguardar e satisfazer as seguintes
correspondente ao percurso
percurso pedonal acessível e que funções e características:
acessível;
deve ser sempre garantido.
deverá, sempre que possível,
Permitir que pessoas com
● A título excepcional e desde que dispor de uma largura superior
deficiência visual que utilizem
devidamente justificado e funda- às larguras mínimas já iden-
bastões, usem as linhas de
mentado, poderá aceitar-se que tificadas, salvaguardando que
fachadas para se orientarem ao
nas vias de 4.º e 5.º níveis existen- os rampeamentos necessários
circularem na rua.
tes a largura mínima do percurso ao rebaixamento dos passeios
pedonal acessível seja pontualmen- para a travessia de peões não
Facilitar a transição entre o
te reduzida para 0,90m (desde que colidem ou interferem com a sua
espaço público e espaço privado,
a extensão dos troços não exceda continuidade;
minimizando possiveis conflitos
1,50m).
e permitindo ajustar a diferença
nos restantes casos, a largura
entre cotas de soleira e cotas do
Em casos particulares, como mínima definida é acrescida de
percurso acessível;
interfaces de transportes públicos, larguras complementares, livres
áreas turísticas, e zonas comerciais de obstáculos, que permitam a
à instalação de armários –
(entre outros), a determinação do transição entre a faixa contígua
quando não embutidos nas
dimensionamento dos passeios aos edifícios e a faixa de passeio
fachadas -, hidrantes e outros
deverá obedecer a critérios mais contígua aos lancis;
equipamentos de superfície rela-
concretos como determinação do
tivos às infraestruturas instala-
volume de tráfego pedonal existen- ● um canal contíguo ao lancil/
das no subsolo;
te / expectável. via de circulação automóvel, de
dimensão variável, a qual se desti-
à instalação de elementos
Sempre que possível, os passeios na à implantação dos alinhamen-
urbanos (quando não exista
devem organizar-se em três com- tos arbóreos, mobiliário urbano e
canal próprio para o efeito) cujo
ponentes: equipamento necessário , servindo

esPaço adeqUado Para dUas Pessoas


se CrUzareM Passeios CoM fLUxo PedonaL Moderado Passeios CoM fLUxo PedonaL eLevado

11
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

também, quando necessário, como


espaço ‘adicional’ para circulação
pedonal. Quando contíguo a lugares
de estacionamento dispostos de
modo oblíquo ou perpendicular
à faixa de rodagem, deverá ser
prevista uma faixa com pelo menos
0,30m, onde a frente ou traseira
dos veículos possa parcialmente
sobrepor-se ao canal de elementos
urbanos. Tal deverá ser tido em
consideração quando do dimensio-
namento do passeio, em particular
no dimensionamento deste canal.

Nos passeios em arruamentos


pre-existentes a faixa contígua ao
lancil pode ser eliminada de forma Passeios adjaCenTes a vias de disTribUição
a privilegiar a circulação nos pas-
seios, o que constitui a sua princi-
pal função. À semelhança do ponto
anterior, quando contíguo a lugares
de estacionamento dispostos de
modo oblíquo ou perpendicular
à faixa de rodagem, deverá ser
prevista uma faixa com pelo menos
0,30m, onde a frente ou traseira
dos veículos possa parcialmente
sobrepor-se aopercurso acessível.
Tal deverá ser tido em considera-
ção quando do dimensionamento
do passeio.

Passeios adjaCenTes a vias LoCais

Passeios adjaCenTes a vias LoCais – exCePções

12
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

ções de acessibilidade e/ou segu-


Passadeiras de pe es rança para o peão, e pode envolver: ● Ressalto zero, que corresponde
à transição entre o percurso acessí-
As passadeiras, também designa- vel e a rodovia;
● relocalizar a passadeira - mudar
das como passagens para peões, a sua localização;
correspondem a locais destinados ● Área de atravessamento, que
corresponde a uma área sobre a
a travessias pedonais na faixa de ● reorientar a passadeira - alterar
a direção do seu eixo; rodovia, que determina o prolon-
rodagem, realizadas à superfí-
gamento do espaço de circulação
cie, integrando sempre a rede de
● redimensionar a passadeira pedonal.
percursos acessíveis e permitindo,
assim, a sua continuidade de um - alterar a sua largura ou compri-
mento; As passadeiras para peões devem
lado para o outro do arruamento.
assegurar as condições necessárias
● fasear o atravessamento - in- de segurança, as quais incluem a
A implantação ou adaptação de
troduzir um ou mais refúgios. opção por materiais adequados à
uma passadeira de peões deve ser
sua sinalização tátil e uma correta
antecedida de uma ponderação
As passadeiras para peões compre- sinalização.
que considere a necessidade ou as
vantagens das seguintes ações: endem as seguintes componentes:
Nas situações onde ocorra desnive-
● Área de proteção no passeio, lamento do passeio, devem ser ga-
● reconfigurar a passadeira, se
que representa uma superfície de rantidas na zona de rebaixamento
esta já existir;
protecção, livre de obstáculos que as seguintes inclinações máximas:
● substituir a passadeira pela possam prejudicar o avistamento
continuidade do passeio; do peão pelos condutores; ● 8% no sentido da passadeira -
perpendicular ao lancil;
● efetuar arranjos ou melhora- ● Piso tátil, que representa um
mentos complementares na passa- tipo de revestimento, específico e ● 10% no sentido do limite da
inconfundível, que permita ao peão largura da passadeira - paralelo ao
deira ou na sua envolvente.
detetar de forma clara a existên- lancil (quando aplicável).
A reconfiguração da passadeira de cia da passagem de peões, a sua
largura e a direção do seu atraves- Em alternativa, poderá ser adop-
peões deve ter por objetivo princi-
samento; tada a sobreelevação da via nas
pal a criação de melhores condi-
travessias de peões.

Lisboa – avenida infanTe doM henriqUe

13
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

LaTeraL do enfiaMenTo que sejam indispensáveis para a


área de proteção Entende-se por lateral do enfia- regulação do tráfego, como coluna
mento uma faixa que é lateral e e/ ou báculo de semáforo, sinaliza-
No passeio adjacente à passadeira adjacente ao enfiamento da passa- ção rodoviária vertical, pilaretes ou
de peões deve existir uma área de deira de peões e que se prolonga guarda corpos; e outros obstáculos
proteção, livre de obstáculos que com a mesma direção, a mesma igualmente indispensáveis para a
possam prejudicar o avistamento extensão e uma largura que pode regulação do tráfego, desde que
do peão pelos condutores, ou com variar entre 1.00m e 1.50m para não provoquem um estreitamento
os quais o peão possa colidir nos cada um dos lados. do canal de circulação pedonal, não
movimentos de aproximação e de tenham nenhuma dimensão em
saída da passadeira. Só podem ser colocados na la- planta superior a 30cm, tenham
teral do enfiamento obstáculos altura igual ou superior a 90cm,
No interior da área de proteção
devem ser considerados como obs-
táculos a evitar todos os volumes
colocados sobre o passeio, quer
sejam móveis ou fixos, perma-
nentes ou temporários, opacos ou
transparentes.

A área de proteção da passadeira


de peões é composta pelo enfia-
mento, pelas laterais do enfiamen-
to e pelo perímetro de visibilidade
no passeio.

enfiaMenTo
Entende-se por enfiamento da
passadeira de peões uma faixa que
tem a mesma largura e a mesma
direção da marca rodoviária que
indica o local por onde os peões
devem efectuar o atravessamento,
e que se prolonga desde o lancil
adjacente à passadeira de peões
da seguinte forma:

● de uma forma geral, até ao


limite oposto do passeio;

● por uma extensão de 5,00m, se


o passeio tiver uma largura bruta
maior;

● por uma extensão de 5,00m, se


a passadeira se localizar no topo de
um passeio e a faixa do enfiamen-
to não tiver limite oposto ao qual
ligar-se.

No enfiamento da passagem de
peões não deve ser implantado
nenhum obstáculo, com a excepção
de pilaretes que sejam considera-
dos indispensáveis para prevenir a
circulação ou estacionamento de
área de ProTeção no Passeio
veículos sobre o passeio.

14
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

sejam detetáveis com uma bengala (no mínimo 5,00m) e uma largura
a 30cm de altura do piso, não te- correspondente à largura bruta do
nham partes salientes do suporte, e passeio, quando esta for inferior a
possuam um contraste visual - cla- 5,00m.
ro/ escuro - com o piso adjacente.
Neste espaço, só devem ser loca-
PeríMeTro de visibiLidade no lizados equipamentos que sejam
Passeio indispensáveis para a regulação
Entende-se por perímetro de visibili- do tráfego, (sinalização luminosa e
dade no passeio um espaço retan- vertical), que reforcem a proteção e
gular demarcado em planta, com os segurança dos peões (pilaretes ou
lados definidos pelo lancil, pelo plano guarda-corpos), e outros que pela
marginal do percurso pedonal, (fa- sua função contribuam para uma
chada, muro ou canteiro) e pela late- melhoria na circulação pedonal
ral da passadeira de peões (coincide (papeleiras).
com o limite da marca rodoviária de
atravessamento pedonal). Os estacionamentos para bicicletas
e motociclos podem igualmente
Esta área tem como objetivo asse- ocupar parcialmente estes espaços
gurar a adequada visibilidade entre (ver ponto 1.5 - Espaços de Esta-
peão e automóvel, procurando desta cionamento), dado não comprome-
forma minimizar possíveis acidentes. terem a visibilidade entre peão e
automobilista quando do processo
Este espaço rectangular deverá de atravessamento.
ter um comprimento de 7,50m

visibiLidade no Passeio

15
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

A cor da faixa de alerta e da guia


Piso tátil de encaminhamento deve asse- ● fissuração ou quebra do piso tátil
por deficiente resistência mecânica;
gurar o contraste visual claro/
Na zona do passeio adjacente à escuro com o piso adjacente – por
passagem de peões deve existir um ● alteração da cor por via da
exemplo, recomenda-se a utilização
exposição aos raios solares e às
tipo de revestimento específico e da cor cinzento escuro se o piso
intempéries;
inconfundível, designado piso tátil, adjacente for mais claro ou branca/
com cor contrastante e/ ou textura beige, se o piso adjacente for mais
● escorregamento na presença de
bem diferenciada, que permita ao escuro. água;
peão detetar a existência da pas-
sagem de peões, a sua largura e a O piso tátil deve ser resistente à
● dificuldade de manutenção.
direção de atravessamento. acção do tráfego pedonal intenso,
à acção do acesso ocasional de Deve evitar-se a interrupção da
O piso tátil deve conjugar três veículos motorizados e à exposição faixa de alerta e da guia de encami-
componentes: aos elementos naturais. Deve, para nhamento por tampas de acesso a
esse efeito, recorrer-se a materiais infraestruturas de subsolo. Para tal,
● faixa de alerta; e processos construtivos que, no sempre que possível, devem insta-
seu conjunto, previnam as seguin- lar-se tampas rebaixadas revestidas
● guia de encaminhamento; tes ocorrências: com uma textura com o mesmo
padrão e a mesma orientação.
● moldura de contraste. ● desgaste acelerado da super-
fície, com redução acentuada dos
relevos;

Lisboa – CaMPo grande – Piso TáTiL

16
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

Piso TáTiL – ConCeiTo

faixa de aLerTa Entre a faixa de alerta e a faixa de


● altura compreendida entre 5mm rodagem deve existir um intervalo,
A faixa de alerta deve permitir ao e 6mm;
à mesma cota, em piso liso e de cor
peão detetar a localização exata de clara, que pode ser constituído pelo
uma passadeira de peões e a sua ● secção trapezoidal, com topo
topo do lancil com uma largura
largura total. achatado e chanfro a 45º;
recomendada de 0,25m de forma
a assegurar um adequado contras-
A faixa de alerta deve ter uma ● diâmetro da base compreendido
entre 20mm e 25mm; te (no minimo poderá este intervalo
largura mínima de 0,80m e ser ter uma largura de 0,20m).
constituída por um material de
textura e/ ou cor contrastante com ● disposição em quadrícula
alinhada com os lados da faixa de uanto à geometria da faixa de
o pavimento do passeio. alerta e à sua relação com o lancil:
alerta;
A faixa de alerta pode ser revestida ● se o lancil for recto em toda a
por um piso pitonado, devendo os ● distância entre centros geomé-
tricos compreendida entre 40mm e largura da marca rodoviária, a faixa
respetivos pitons possuir as seguin- de alerta deve ser retangular e
80mm.
tes características:

17
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

estar encostada ao lancil em todo o mentos pedonais for maior ou igual Quando aplicada em refúgios
seu comprimento; que 0,50m. para peões, a faixa de alerta deve
manter a largura de 0,80m e ser
● se o lancil for total ou par- uanto às suas dimensões, a faixa aplicada da seguinte forma:
cialmente curvo na largura da de alerta deve:
passadeira, a faixa de alerta deve ● Quando a largura total do refú-
acompanhar a sua geometria e ● no seu lado maior, ter a dimen- gio for maior ou igual que 1,50m e
estar encostada ao lancil em todo o são necessária para abranger toda inferior a 3,00m, deve ser aplicado
seu comprimento. a largura da marca rodoviária; piso pitonado em toda a extensão
do refúgio;
● Nos casos em que se verifique ● no seu lado menor, medir
proximidade entre passagens de 0,80m; ● Quando a largura total do refú-
peões em zonas de lancil curvo, a gio for maior ou igual a 3,00m de-
faixa de alerta deve acompanhar o ● nos seus pontos intermédios, verão ser aplicadas faixas de alerta
desenvolvimento do lancil deven- ter uma medida não constante, se com a largura recomendada.
do ser interrompida sempre que dessa forma se ajustar melhor à
o intervalo entre a interseção do geometria do passeio e se forem
alinhamento interior dos atravessa- respeitados os valores mínimos.

Piso TáTiL – diMensionaMenTo

18
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

gUia de enCaMinhaMenTo
A guia de encaminhamento tem
como funções permitir que peões
com deficiência visual detectem a
existência de passadeira(s) na en-
volvente imediata, e orientá-los no
seu processo de atravessamento.

A guia de encaminhamento deve


ter uma largura de 0,40m, excepto
nas zonas de atravessamento lo-
calizadas a meio de quarteirão, em
que essa largura deve aumentar
para os 0,80m. Deve ser constitui-
da por material de textura e/ou cor
constrastante com o pavimento da
moldura de contraste.

A guia de encaminhamento pode


ser revestida por um piso estriado,
devendo as respetivas estrias pos-
suir as seguintes características:

● altura compreendida entre 5mm


e 6mm;

● secção trapezoidal com topo


achatado e chanfro a 45º;

● diâmetro das estrias compreen-


dido entre 25mm e 35mm;

● disposição em linhas paralelas


alinhadas com os lados da peça;

● distância entre eixos longitu-


dinais das estrias compreendida
entre 40mm e 80mm.

A guia de encaminhamento deve


iniciar-se no limite da faixa de alerta
mais afastado da faixa de rodagem.

uanto à sua configuração, a guia


de encaminhamento deve:

● ter o seu eixo longitudinal coin-


cidente com o eixo da passagem
de peões, devendo todas as suas
peças ter as estrias orientadas na
mesma direção;

● ter uma largura de 0,40m ou de


0,80m (passadeiras que não este-
jam localizadas em cruzamentos
ou entroncamento), medida perpen-
dicularmente ao eixo da guia;
Piso TáTiL – aPLiCação eM refúgio Para Peões

19
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

com deficiência da existência de 9,00m é exigível a aplicação de


● de uma forma geral, ter o um outro ponto de atravessamento, guia de encaminhamento, deven-
comprimento suficiente para ligar
alertando-o para a necessidade de do estas ter um comprimento de
o limite da faixa de alerta ao limite
parar e procurar a outra passagem. 4,00m medido a partir do limite de
do percurso acessível ou ao limite
Em casos particulares em que se ve- cada uma das faixas de alerta;
oposto do passeio;
rifique a necessidade de impor uma
mudança de direção no processo de uando em refúgios se verifique a
● se o passeio tiver uma largura existência de outros circuitos pe-
bruta superior a 5,00m, ter o com- atravessamento, dever-se-á igual-
mente prever esta moldura de tran- donais para além do resultante do
primento mínimo de 4,00m, medido
sição em piso pitonado na interseção atravessamento pedonal, reco-
a partir do limite da faixa de alerta;
das guias de encaminhamento. menda-se a aplicação de guia de
encaminhamento, com uma largura
● se existir uma zona de estacio-
● se a proximidade de passagens de 0,80m, sempre que o intervalo
namento delimitada em recorte no
de peões implicar a interseção das entre faixas de alerta for maior ou
passeio, o comprimento mínimo
respectivas guias, esta pode ser igual a 4,00m.
referido na alínea anterior deve ser
medido a partir do limite da zona resolvida evitando essa interseção
através do encurtamento de uma MoLdUra de ConTrasTe
de estacionamento mais afastado
guia ou de ambas, assegurando-se Entende-se por moldura de con-
da faixa de rodagem, acrescendo ao
todavia que ambas mantêm uma traste a área do passeio adjacente
comprimento necessário para ligar
extensão não inferior a 1,00m. à faixa de alerta e à guia de en-
esse limite da zona de estaciona-
caminhamento e que deve possuir
mento ao limite da faixa de alerta.
● Em casos particulares poder- um revestimento que garanta o
-se-á considerar o afastamento do necessário contraste visual - claro/
Em arruamentos com passeios
eixo das guias do eixo da respecti- escuro - e de textura - liso/ textura
estreitos, a guia de encaminhamen-
va passagem pedonal, salvaguar- regular - com a faixa de alerta e a
to pode não ser colocada quando
dando que a distância entre o eixo guia de encaminhamento.
o espaço disponível para a sua
implantação obrigar a um compri- das guias e uma das laterais da
A chamada moldura de contraste
mento inferior a 0,50m. passadeira não é inferior a 1,00m.
pode ser em tudo igual ao re-
vestimento do passeio, se esse
Em esquinas deve evitar-se que a ● se a passagem de peões se
revestimento garantir o necessário
implantação da guia de encami- localizar no topo de um passeio e a
contraste visual - claro/ escuro - e
nhamento possa confundir ou indu- guia não tiver limite oposto ao qual
de textura - liso/ textura regular –
zir em erro o peão com deficiência ligar-se, a guia deve desenvolver-
com a faixa de alerta e a da guia
visual, devendo efectuar-se os -se na direção do atravessamento
de encaminhamento.
ajustes necessários ao comprimen- e até ao prolongamento do plano
to e ao alinhamento da guia, de da fachada, numa extensão não uando se justificar a adoção de um
acordo com as seguintes condições: inferior a 1,00m, medida no lado revestimento diferente do restante
mais curto. passeio, a moldura de contraste
● se a passagem de peões se
deve, quanto à sua configuração:
localizar no topo de um passeio e a Quando aplicada em refúgios para
guia não tiver limite oposto ao qual peões, a guia de encaminhamento ● envolver a figura formada pela
ligar-se, a guia deve desenvolver- deve ter uma largura de 0,40m e conjugação da faixa de alerta com
-se na direção do atravessamento e ser aplicada da seguinte forma: a guia de encaminhamento;
até ao prolongamento do plano da
fachada, numa extensão não inferior ● Quando o intervalo entre faixas ● se existir rebaixamento do pas-
a 1,00m, medida no lado mais curto; de alerta for maior ou igual a seio, abranger toda a área ocupada
1,00m e inferior a 4,00m não é pelos planos inclinados de rebaixa-
● se a proximidade de passagens exigível a aplicação de guia de mento.
de peões implicar a interseção das encaminhamento;
respetivas guias, esta deve ser A moldura de contraste deve, com-
preferencialmente resolvida recor- ● Quando o intervalo entre faixas plementarmente, permitir executar
rendo à aplicação de uma moldu- de alerta for maior ou igual a 4,00m e fiscalizar com o máximo rigor as
ra de transição em piso pitonado e inferior a 9,00m é exigível a apli- inclinações e os recortes dos rebai-
(0,80m x 0,80m), assegurando-se cação de guia de encaminhamento; xamentos.
todavia uma extensão não inferior
a 1,00m. Esta moldura de transição ● Quando o intervalo entre faixas
tem como objectivo informar o peão de alerta for maior ou igual que

20
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

PorMenor – faixa de aLerTa

PorMenor – gUia de enCaMinhaMenTo

PorMenor – MoLdUra de ConTrasTe

21
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

pela introdução de piso tátil. No


ressalto zero ● sobrelevação da passadeira de entanto, em casos muito particula-
peões;
res poderá ser equacionada a não
Em toda a largura da passagem de utilização integral de piso tátil des-
peões, o desnível entre o topo do ● rebaixamento parcial do passeio;
de que devidamente fundamentado
lancil e a faixa de rodagem deve e justificado.
● rebaixamento total do passeio.
ser igual a zero - “ressalto zero”.
Estas medidas podem ser conjuga-
O “ressalto zero” deve ser asse-
das - por exemplo, a sobrelevação
gurado ao longo de todo o atra-
da passagem de peões pode elimi-
vessamento, incluindo ambos os
nar parte do desnível, e o rebaixa-
extremos da passagem de peões
mento parcial do passeio eliminar o
e, quando existam, as interseções
desnível sobrante.
com separadores, ilhas e refúgios.
A implementação do” ressalto zero”
O “ressalto zero” pode ser obtido
numa passagem de peões deve ser
através das seguintes medidas:
preferencialmente acompanhada

Lisboa – Praça do CoMérCio

22
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

sobrelevação ● ter uma altura, medida relativa- ● 8% (ângulo inferior a 5º), se o


mente ao plano da faixa de roda- limite de velocidade definido para a
da passadeira gem, compreendida entre 8cm e via for 50 m/h;
12cm , podendo em casos pontuais
A sobrelevação da passadeira
verificar-se uma altura de 15cm. ● 10 (ângulo inferior a 6º), se o
obtém-se através da sua instala- limite de velocidade definido para a
ção sobre uma lomba redutora de via for de 30 m/h.
As rampas laterais da lomba, que
velocidade. Esta solução poderá ser
fazem a transição da plataforma
adoptada se: As rampas laterais da lomba
superior para o plano da faixa de
rodagem, devem ter uma inclina- devem ser devidamente sinaliza-
● for compatível com a classifica- das de acordo com as indicações
ção, medida na direção do eixo da
ção da via, sua respetiva função na constantes no ponto 5.2 - Marcas
via, não superior a:
rede viária e natureza dos veículos Rodoviárias (Marca M11 e M11a).
que nela circulem (em particular
rede ferroviária ligeira);

● a via não estiver integrada num


itinerário prioritário de veículos de
socorro;

● a inclinação longitudinal da via


for inferior a 6 .

A lomba deve ser instalada e sina-


lizada de forma a fomentar a redu-
ção da velocidade na aproximação
à passagem de peões, e pode ser
conjugada com outras medidas de
acalmia de tráfego. A configuração
da lomba deve cumprir os seguin-
tes requisitos:

● perfil trapezoidal, na direção do


eixo da via;

● faces perpendiculares ao eixo


da via em que está contida;

● ocupar toda a largura da faixa


de rodagem;

● conter inteiramente a mar-


ca rodoviária na sua plataforma
superior;

● de uma forma geral, plataforma


superior com uma profundidade, me-
dida na direção do eixo da via, com-
preendida entre 4,00m e 15,00m;

● se a via for utilizada com regu-


laridade por veículos pesados de
transporte colectivo de passageiros,
a profundidade indicada no ponto
anterior deve estar compreendida
entre 6,50m e 15,00m;
sobreLevação da Passadeira

23
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

rebaixamento parcial ● se o ressalto vertical for conju-


gado, nos pontos de maior desnível,
do passeio com um ou mais elementos fixos
de mobiliário urbano – por exem-
O rebaixamento parcial do passeio
plo sinalização luminosa e vertical,
consiste na introdução de um plano
papeleiras, e floreiras, entre outros.
inclinado na parte do passeio ime-
diatamente adjacente à passagem
de peões.

Se o plano inclinado do rebaixa-


mento provocar um estreitamento
do canal de circulação pedonal
no passeio, a largura livre desse
estreitamento deve ser:

● igual ou superior a 1,20m;

● igual ou superior a 0,90m, se


uma largura superior implicar obras
desproporcionadamente difíceis ou
dispendiosas.

O plano inclinado deve ter uma


inclinação igual ou inferior a 8%,
medida na perpendicular à faixa de
alerta.

O lancil deve ficar à face com a


faixa de rodagem, e não deve ser
considerado no cálculo da inclina-
ção anteriormente referida.

A transição lateral entre o plano


inclinado e o passeio adjacente
deve ser feita por meio de um ram-
peamento lateral, que deve ter uma
inclinação igual ou inferior a 10%,
medida na direção do lancil.

As duas transições laterais da mes-


ma passadeira podem ser diferen-
tes entre si.

A transição lateral pode ser feita


por meio de ressalto vertical, se
forem cumpridos todos os seguin-
tes requisitos:

● se a criação do rampeamento
lateral for desnecessária -conside-
rando a posição do canal pedonal
-, ou inviável – por falta de espaço
no passeio -, ou desproporcionada
- prolongar-se por uma extensão
superior a 2,00m;
rebaixaMenTo ParCiaL CoM ressaLTo verTiCaL

24
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

rebaixaMenTo ParCiaL CoM abas feChadas

rebaixaMenTo ParCiaL CoM abas aberTas

25
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

O plano inclinado para acesso à


rebaixamento área rebaixada não deve penetrar
total do passeio no enfiamento da passagem de
peões.
O rebaixamento total do passeio
consiste no rebaixamento de toda a É recomendável o recurso a esta
área do passeio que se encontra no solução de rebaixo do passeio sem-
enfiamento da passagem de peões. pre que não seja possível garantir
um percurso com largura maior ou
O rebaixamento total do passeio igual a 90cm, localizado fora da
não deve: zona rampeada.

● criar ou agravar desníveis entre Em passeios cuja largura total seja


a área de passeio rebaixada e as reduzida, e apenas nas zonas de
cotas de soleira imediatamente atravessamento, a largura do canal
adjacentes; de infraestruturas (60cm) poderá
ser incluída no referido percurso
● prejudicar o sistema de drena- desde que se encontre livre de
gem das águas pluviais. obstáculos e pavimentada com
pavimento confortável.

rebaixaMenTo ToTaL do Passeio

26
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

utilizada preferencialmente a marca associado ao atravessamento (si-


área de rodoviária M11, independentemente nalização luminosa ou sinalização
atravessamento de esse atravessamento ser regula- vertical e horizontal) bem como às
do por sinalização luminosa (ponto necessidades de peões, ciclistas e
Um peão que se desloque livre- 5.2 - Marcas Rodoviárias). condutores, devendo assegurar-se,
mente circula a uma velocidade nomeadamente:
que pode variar desde um mínimo A área ocupada pela marca rodo-
de 0,80 m/s até um máximo de viária na faixa de rodagem deve ● ao peão, condições optimizadas
2,40 m/s. ter um desenho e revestimento para um atravessamento rápido,
ajustado ao tipo de regulação confortável e com um risco de que-
Esta variação deve-se a um vasto
conjunto de factores, que vão
desde características intrínsecas ao
próprio peão, como a idade, defici-
ências físicas, sexo, e inclusivamen-
te factores exteriores, como a hora
do dia, as condições atmosféricas,
o motivo da viagem (tráfego pro-
fissional, lazer ou misto), e o tipo
e características dos espaços de
circulação pedonal.

A velocidade de circulação pedonal


depende também das condições
de circulação, ou seja, se esta é
livre (espaços amplos com pouco
tráfego pedonal), condicionada
(desvios obrigatórios resultantes de
obras) ou congestionada (percursos
de desenvolvimento linear, com
elevado fluxo de tráfego pedonal e
largura de passeio reduzida face à
utilização).

Para a velocidade média de circu-


lação dos peões considera-se como
valor de referência 1.0 m/s (em
áreas de atravessamento regula-
das por sinalização luminosa pode
ser considerado um valor inferior -
ver 5.3 - Sinais luminosos).

A área de atravessamento cor-


responde ao espaço na faixa de
rodagem utilizado pelos peões para
atravessarem a via de forma segu-
ra e cómoda.

Estatísticas recentes da sinistrali-


dade rodoviária em meio urbano
revelam que a maioria dos atrope-
lamentos de peões se verificam em
passadeiras semaforizadas. Por essa
razão, na indicação de onde os pe-
ões devem efetuar o atravessamen-
to nas faixas de rodagem deve ser refúgio Para Peões – iLha CoM LargUra não inferior a 1.50M

27
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

refúgio Para Peões – iLha CoM MUdança de direção

28
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

da - por escorregamento ou trope- tre passadeiras de peões. Para esse Se o espaço resultante da inter-
ção - tão pequeno quanto possível; efeito deverão ser salvaguardados seção do atravessamento com o
os seguintes aspectos: separador ou ilha não tiver profun-
● ao condutor, condições optimi- didade suficiente para instalar um
zadas para o bom avistamento da ● só deve ser designado e tratado refúgio para peões, deve assumir-
marca rodoviária e, em caso de como refúgio para peões um espaço -se a inexistência de condições de
imprevisto, para travagem. que cumpra as dimensões mínimas refúgio e assegurar-se a conti-
de profundidade; nuidade da passagem de peões
Para estes efeitos, o revestimento nesse espaço, cumprindo todos os
da faixa de rodagem na área ocu- ● se o espaço não cumprir as di- necessários requisitos:
pada pela marca rodoviária deve mensões mínimas de profundidade
cumprir estes requisitos: deve assumir-se a inexistência de ● prolongamento da marca rodo-
condições de refúgio e proceder-se viária;
● ser regular; em conformidade.
● não haver mudança de direção
● assegurar o bom contraste das O refúgio para peões deve ser ao longo do atravessamento;
marcas rodoviárias. sempre assegurado se no atraves-
samento da via se verificar pelo ● se existir semáforo, cálculo do
● Garantir boa aderência; menos uma das seguintes situações: tempo de verde para o peão com
base na extensão total da passa-
A largura da passadeira de peões, ● travessia de quatro ou mais vias gem de peões;
assinalada pela marca rodoviária, é de trânsito, se a via tiver um sentido;
medida na perpendicular ao eixo da ● piso idêntico ao da passagem
passagem deve: ● travessia de três ou mais vias de de peões e à mesma cota;
trânsito, se a via tiver dois sentidos;
● de uma forma geral, ter a ● não haver nenhum tipo de obstá-
dimensão recomendada de 4,00m, ● mudança de direção entre pas- culo no interior do atravessamento.
podendo ser inferior a esse valor sadeiras de peões consecutivas na
em casos particulares (reduzido interseção do atravessamento com No interior do refúgio para peões,
fluxo pedonal ou restrições físicas um separador ou ilha. o percurso que liga as passadeiras
decorrentes da forma urbana exis- de peões deve cumprir todos os
tente), até um minimo de 3,00m. O refúgio para peões pode ser seguintes requisitos:
aplicado em faixas de rodagem com
● pode ser superior a 4,00m, se menor número de vias de trânsito, ● estar à mesma cota que a faixa
no local existir elevado volume de como medida de acalmia de tráfego. de rodagem, livre de ressaltos e
tráfego pedonal ou maior conveni- rebaixamentos, se a distância entre
ência para a segurança rodoviária. O refúgio para peões pode provocar, passadeiras for inferior a 5,00m.
de forma pontual, o estreitamento
Em arruamentos muito largos, da faixa de rodagem na zona de ● no enfiamento de cada uma
nomeadamente quando apresen- atravessamento ou o desvio do eixo das passadeiras, ter uma largura
tem três ou mais vias de trânsi- das vias de trânsito. livre igual ou superior à da marca
to, deverão ser salvaguardados rodoviária;
espaços de refúgio que possibilitem A profundidade do refúgio para
ao peão realizar de forma faseada peões, medida na direção de cada ● se houver mudança de direção
o atravessamento da via, percorrer passadeira de peões e em toda a entre passagens, ter uma largura
em cada fase uma distância mais respetiva largura, deve ser igual ou livre igual ou superior a 1,50m na
reduzida, gerir em cada fase o superior a: parte que não se localiza sobre
conflito com apenas um sentido de nenhum dos enfiamentos de cada
trânsito, e encontrar refúgio seguro ● 1,50m, de uma forma geral; uma das passadeiras;
entre fases consecutivas.
● 2,10m, se no percurso de ligação ● ser delimitado por guarda-cor-
Deve evitar-se que o peão seja entre as passagens houver mudan- pos nos pontos em que houver uma
induzido em erro por um espaço ças de direção abruptas; mudança abrupta de direção, de
que não proporciona as condições forma a evitar a entrada involuntá-
de segurança necessárias para ● 2,20m, se o refúgio também ria do peão na faixa de rodagem.
aguardar pela fase seguinte de servir uma ciclovia, ou se o tráfego
atravessamento ou para circular en- pedonal for especialmente intenso.

29
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

De forma a tornar o percurso mais


legível e funcional para todos os
peões, os limites laterais podem ser
marcados por lancis sobrelevados
relativamente ao percurso, com
espelho igual ou superior a 10cm
e traçado recto ou com um núme-
ro mínimo de ângulos - os quais
devem ser sempre côncavos rela-
tivamente ao percurso -, devendo
salvaguardar-se uma sobrelargura
de 0,60m num lado em que seja
instalado semáforo.

Se houver um desfasamento entre


as passagens de peões para forçar
a interrupção do atravessamento,
o percurso de ligação no interior
do refúgio deve, para além dos
requisitos anteriormente definidos,
cumprir também os seguintes:

● canalizar o fluxo pedonal


mediante a instalação de guarda
corpos;

● se existir semáforo com dis-


positivo de accionamento manual,
ter esse dispositivo conjugado
com a barreira lateral, para que o
peão com deficiência visual possa
encontrá-lo com mais facilidade.

refúgio Para Peões – iLha CoM LargUra inferior a 1.50M

30
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

A localização das zonas de atraves- ou entroncamento, a lateral da


samento pedonal deve respeitar o passadeira diste 1,00m a 3,00m da
percurso natural do peão, entendi- via principal. Entende-se que esta
do como o percurso mais directo, opção salvaguarda os seguintes
curto e lógico para o atravessa- aspectos:
mento (linha de desejo), em vias
distribuidoras locais, de acesso ● garante espaço para sobrelevar
local, e principalmente em todos a passagem para peões, em par-
os percursos onde se verifique um ticular em cruzamentos e entron-
elevado volume de tráfego pedonal. camentos com ângulo de inserção
aberto e/ou raio de curvatura
Na maioria dos casos em que as elevado;
passadeiras são localizadas de
forma a ficarem desviadas desta ● possibilita a paragem de um
linha de desejo’, verifica-se que o veículo ligeiro para dar passagem
peão procede ao atravessamento ao peão sem que este veículo fique
da faixa de rodagem fora da zona em espera em cima da passadeira
de atravessamento formal, o que anterior;
pode contribuir para o aumento da
sinistralidade rodoviária. ● Melhora as condições de visibi-
lidade peão / condutor e condutor
Nesse sentido, recomenda-se que / peão, uma vez que a passadeira
nas passagens para peões nas vias fica mais próxima da via que ante-
secundárias de um cruzamento cede a viragem;

PassageM Para Peões


PerCUrso naTUraL do Peão

31
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

aos passeios (independentemente


● Funciona como medida de acal- da sua disposição), o alinhamento
mia, dado promover a redução da
do corredor pedonal fica localizado
velocidade na viragem, em parti-
para lá do limite do estacionamen-
cular em cruzamentos com raios
to, justificando também o intervalo
de curvatura mais reduzidos (ver
apresentado.
ponto 1.3 - espaços de circulação
rodoviária). Uma passagem para peões deve
ser preferencialmente desenhada
Apesar de alguns dos aspectos
de forma a ficar perpendicular ao
referidos poderem temporária-
lancil para:
mente condicionar a circulação
rodoviária nas vias de origem,
● pemitir que a trajectória do
promovendo acalmia no tráfego peão, em particular de um peão in-
rodoviário, esta solução permite visual, fique sempre dentro da zona
estabelecer um compromisso entre marcada para o atravessamento;
o ideal de atravessamento e circu-
lação de peões e automobilistas. ● garantir melhor visibilidade
Considerando que na maioria dos entre peão / condutor e condutor /
arruamentos da cidade de Lisboa peão (campos de visão periférica e
existe estacionamento contíguo primária);

PassageM Para Peões PassageM Para Peões PassageM Para Peões


Linha de desejo desvio da Linha de desejo Linha de desejo CriTério de LoCaLização

32
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

No entanto, se considerarmos que directriz da passadeira seja inferior


o campo de visão periférica (ân- a 120º (ângulo coincidente ao do
gulo que possibilita a detecção de campo de visão primário que per-
movimentos inesperados embora mite maior percepção, em particu-
não permita distinção de detalhes) lar de objectos desvanecidos e em
de um peão é de aproximadamen- movimento e distinção de objectos
te 190º e de um automobilista é facilmente reconheciveis). Nestes
não superior a 100º (velocidade de casos, e sempre que tecnicamente
circulação de 40 m/h) , entende-se viável, recomenda-se que seja con-
que, em casos particulares, a pas- siderada a introdução de medidas
sagem pedonal poderá desenvol- de acalmia de tráfego, especial-
ver-se de forma oblíqua em relação mente em interseções com raios
ao eixo da faixa de rodagem desde de curvatura elevados, de modo a
que o ângulo resultante da inter- reduzir a velocidade de circulação
seção entre a directriz da via e a na transição entre arruamentos.

PassageM Para Peões


Linha de desejo
reLação CoM o ÂngULo aberTo e raio de
CUrvaTUra eLevado

33
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

Deve igualmente promover-se a Se no curto prazo for tecnicamen-


redução da distância a percorrer te ou financeiramente difícil ou
pelo peão no processo de atraves- impossível realizar a ampliação do
samento da faixa de rodagem, se passeio na direção do atravessa-
necessário através das seguintes mento, a mesma pode ser concreti-
medidas: zada através da sua pintura na via
como marca rodoviária.
● Redução da largura das vias de
trânsito para os valores minimos
regulamentares sem que tal com-
prometa a circulação rodoviária;

● Estreitamento pontual das


vias de trânsito, nomeadamente
junto às passagens de peões, seja
através da ampliação dos passeios
na direcção do atravessamento ou
através da introdução de refúgios
para peões na faixa de rodagem;

● Redução dos raios de curvatura


em cruzamentos e entroncamentos.

A implantação da passagem de pe-


ões e da zona de estacionamento
marginal à via deve ser conjugada
de forma a ficarem salvaguardas
as devidas condições de visibili-
dade, evitando-se nomeadamente
que as viaturas estacionadas pos-
sam dificultar o avistamento, pelo
condutor, dos peões em aproxima-
ção à passagem, especialmente os
peões de baixa estatura.

Entre o final da zona de estaciona-


mento e o início da marca rodoviá-
ria de passagem para peões deve
respeitar-se uma distância mínima
de 7,50m, medida no sentido de
aproximação dos veículos.

Se os lugares de estacionamento
não estiverem delimitados em re-
corte no passeio, o passeio deve ser
ampliado na direção do atravessa-
mento e numa largura que abranja
a marca rodoviária de passagem
para peões e todo o intervalo entre
o limite lateral desta marca e o
topo da zona de estacionamento.

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo
da Travessia de Peões eM área
de esTaCionaMenTo TransversaL

34
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo da Travessia de Peões eM área de esTaCionaMenTo LongiTUdinaL CoM avanço do Passeio

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo da Travessia de Peões eM área de esTaCionaMenTo LongiTUdinaL seM avanço do Passeio

35
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo da Travessia
eM CrUzaMenTos – CoM avanço do Passeio

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo da Travessia
eM CrUzaMenTos – seM avanço do Passeio

PassageM Para Peões


ProTeção e enqUadraMenTo da Travessia
eM CrUzaMenTos – ConvergenTe

36
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

fórmula que estabelece a relação Se vencerem desníveis maiores que


escadarias entre espelho e cobertor: 0,40m, as escadarias devem:

É recomendável as escadarias 2E C 0,60m - 0,65m ● ter corrimãos de ambos os la-


sejam constituídas por lanços com dos ou um duplo corrimão central,
um número de degraus seguidos E espelho do degrau e C cobertor quando a sua largura seja superior
não superior a 10 degraus. do degrau. a 3,00m;

As escadarias devem ser constituí- As escadarias na via pública devem ● ter corrimãos de ambos os
das por degraus que cumpram uma possuir patamares superior e infe- lados e um duplo corrimão central,
das seguintes relações dimensio- rior com uma faixa de aproximação no caso de a sua largura ser supe-
nais: constituída por um material de rior a 6,00m.
revestimento de textura diferente
altura comprimento e cor contrastante com o restante Em casos particulares, dever-se-á
espelho cobertor piso. considerar a instalação de corrimãos
0,10m 0,40m a 0,45m em desníveis inferiores a 0,40m,
0,125m 0,35m a 0,40m É recomendável que a faixa de ainda que apenas de um dos lados.
0,15m 0,30m a 0,35m
aproximação, a colocar em ambos
os sentidos da escadaria, tenha Sempre que justificável, as escada-
Caso não seja possível garantir a uma largura, na direção do per- rias deverão contemplar a insta-
aplicação das relações dimensio- curso, não inferior a 0,80m, e que lação de uma calha auxiliar para
nais acima referidas, deverá ser fique afastada 0,50m do primeiro bicicletas, implantada em linha com
tida em consideração a seguinte degrau. o corrimão, de forma a não consti-
tuir obstáculo à circulação pedonal.

Lisboa – Chiado

37
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

esCadas

esCadas – CorriMãos

38
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

É recomendável que a faixa de


escadarias em rampa aproximação, a colocar em ambos
os sentidos da escadaria em ram-
As escadarias em rampa devem pa, tenha uma largura, na direção
ser constituídas por degraus que do percurso, não inferior a 0,80m,
cumpram a seguinte relação di- e que fique afastada 0,50m do
mensional: primeiro degrau.

altura comprimento Se vencerem desníveis maiores que


espelho cobertor 0,40m, as escadarias em rampa
0,125m a 0,15m 0,75m devem:

As escadarias em rampa na via ● ter corrimãos de ambos os la-


pública devem ter uma inclinação dos ou um duplo corrimão central,
nominal não superior a 6 e um no caso de a sua largura ser supe-
desenvolvimento, medido entre rior a 3,00m;
o focinho de um degrau e a base
do degrau seguinte, não inferior a ● ter corrimãos de ambos os
0,75m ou múltiplos inteiros deste lados e um duplo corrimão central,
valor. no caso de a sua largura ser supe-
rior a 6,00m.
A projecção horizontal dos troços
em rampa entre patins, troços Em casos particulares, dever-se-á
de nível ou patamares, com uma considerar a instalação de corri-
profundidade não inferior a 1,50m, mãos em desníveis inferiores a
não deve ser superior a 20,00m. 0,40m, ainda que apenas de um
dos lados.
As escadarias em rampa devem
possuir patamares superior e infe- Sempre que justificável, as escada-
rior com uma faixa de aproximação rias em rampa deverão contemplar
constituída por um material de a instalação de uma calha auxiliar
revestimento de textura diferente para bicicletas, implantada em
e cor contrastante com o restante linha com o corrimão, de forma a
piso. não constituir obstáculo à circula-
ção pedonal.

esCadarias eM raMPa

39
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

Em casos devidamente fundamen- Se existirem rampas em curva, o


rampas tados e justificados por limitações raio de curvatura não deve ser infe-
do espaço existente, as rampas rior a 3,00m, medido no perímetro
As rampas devem ter a menor in- podem ter inclinações superiores interno da rampa, e a inclinação
clinação possível e satisfazer uma se satisfizerem uma das seguintes não deve ser superior a 8%.
das seguintes situações ou valores situações ou valores interpolados
interpolados dos indicados: dos indicados: As rampas devem possuir uma
largura livre não inferior a 1,20m,
● ter uma inclinação não superior ● ter uma inclinação não superior correspondente à largura mínima
a 6 , vencer um desnível não su- a 10%, vencer um desnível não su- do percurso acessível, recomendan-
perior a 0,60m e ter uma projecção perior a 0,20m e ter uma projecção do-se no entanto que sempre que
horizontal não superior a 10,00m; horizontal não superior a 2,00m; possível essa largura seja não infe-
rior a 1,80m. Em face das caracte-
● ter uma inclinação não superior ● ter uma inclinação não superior rísticas morfológicas da Cidade de
a 8%, vencer um desnível não su- a 12 , vencer um desnível não su- Lisboa, poderá aceitar-se, a título
perior a 0,40m e ter uma projecção perior a 0,10m e ter uma projecção excepcional e desde que devida-
horizontal não superior a 5,00m. horizontal não superior a 0,83m. mente justificado e fundamentado

raMPas

40
GEOMETRIA 1.1 esPaços de CirCULação PedonaL

inclinação projecção horizontal máxima desnível máximo


6 10,00m 0,60m
8% 5,00m 0,40m
10% 2,00m 0,20m
12 0,83m 0,10m

por limitações do espaço existente,


que a largura livre mínima das ● se vencerem um desnível não
superior a 0,20m podem não ter
rampas seja reduzida, em situações
corrimão;
pontuais, para 0,90m.

As rampas devem possuir plata- ● se vencerem um desnível com-


preendido entre 0,20m e 0,40m
formas horizontais de descanso
e não tiverem uma inclinação
– na base e no topo de cada lanço
superior a 6 podem ter apenas
– quando tiverem uma projecção
corrimão de um dos lados.
horizontal total superior ao es-
pecificado para cada inclinação e
As rampas e as plataformas hori-
também nos pontos em que exista
zontais de descanso com desníveis
uma mudança de direção, com um
relativamente aos pisos adjacentes
ângulo igual ou inferior a 90º. As
superiores a 0,10m e que vençam
plataformas horizontais de descan-
desníveis superiores as 0,30m
so devem ter uma largura não infe-
devem ser ladeadas, em toda a sua
rior à da rampa e um comprimento
extensão, com pelo menos um dos
não inferior a 1,50m.
seguintes elementos de protecção:
As rampas devem possuir, no seu
● rebordos laterais com uma altu-
início e fim, faixas com um ma-
ra não inferior a 0,05m;
terial de revestimento de textura
diferente e cor contrastante com
● paredes ou muretes sem inter-
o restante piso, e uma largura reco- rupções com extensão superior a
mendada, na direção do percurso, 0,30m;
não inferior a 0,80m.
● extensão lateral do pavimento
Se vencerem desníveis maiores da rampa com uma dimensão não
que 0,40m, as rampas devem ter inferior a 0,30m do lado exterior ao
corrimãos de ambos os lados ou plano do corrimão;
um duplo corrimão central – deven-
do garantir-se o percurso acessível ● ou outras barreiras com uma
de ambos os lados do corrimão -, distância entre o pavimento e o seu
contudo: limite mais baixo não superior a
0,05m.

Lisboa - oLaias

41
1.1 esPaços de CirCULação PedonaL GEOMETRIA

considerados para o traçado de


outros espaços passeios, seja ao nível do seu dese- ● garantir a existência de zonas
de estacionamento na envolvente
de circulação e nho, materiais a utilizar, dimensio-
imediata;
permanência de pe es namento, mobiliário e equipamen-
tos a empregar, devendo ser dada
● garantir, sempre que possível,
Este ponto considera uma gene- especial atenção, em particular
pendentes longitudinais e transver-
ralidade de espaços de circulação nos espaços com área superior a
sais suaves;
e permanência de peões na via 100,00 m2, às seguintes condições:
pública, que não se enquadram em ● assegurar a adequada drena-
nenhuma das tipologias apresen- ● garantir a sua visibilidade e gem das águas pluviais;
tadas anteriormente, sendo mui- facilidade de acesso a todos os
tos deles regulados por normas e utentes do espaço público;
● dispor de materiais construtivos
legislação própria. adequados à função, utilização e
● garantir a sua ligação à rede imagem urbana envolvente;
Praças, largos, jardins, parques ur- de circulação pedonal da respetiva
banos, e parques infantis são, entre área de influência;
● dispor de iluminação pública
outros, espaços onde em resultado durável, devidamente adequada à
da sua heterogeneidade funcional ● garantir a mobilidade e acessi- função e utilização;
e maior disponibilidade de área, se bilidade universal;
procura privilegiar outros fatores ● oferecer proteção contra o sol,
que não somente a circulação, ● estar preferencialmente afasta- chuva e vento;
dos do trânsito ciclável;
como a agradabilidade, comodi-
dade, atratividade, interatividade ● dispor de arborização e outro
● estar preferencialmente isola- tipo de vegetação;
entre utilizadores, bem como a sua
dos do trânsito rodoviário;
segurança pessoal.
● dispor de mobiliário e equi-
● estar preferencialmente pró- pamento durável, devidamente
Assim, os critérios a considerar na
ximos de transportes públicos
construção destes espaços serão localizado e adequado à função e
urbanos;
necessariamente diferentes dos utilização;

Lisboa – ribeira das naUs

42
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Visando a promoção do uso da


bicicleta em meio urbano, como ● a segurança e o conforto dos
utilizadores, nomeadamente no
modo de transporte não poluente,
que respeita ao perfil longitudinal,
1.2 silencioso, económico e acessível a
todos, em alternativa ao transporte
à abordagem aos cruzamentos,
à adequação da pavimentação, à
Espaços motorizado individual, e seguindo
as orientações que advêm dos
correta iluminação, à ausência de
obstáculos à fluidez de circulação
de circulação documentos estratégicos de mobili-
dade, nacionais e da Comissão Eu-
e à utilização de vegetação para
criação de ensombramento.
ciclável ropeia, os projetos de intervenção
no espaço público devem adotar
O utilizador de bicicleta é, junta-
soluções que proporcionem a cir-
mente com o peão, um dos atores
culação quotidiana de bicicleta em
vulneráveis do espaço viário. Para a
segurança e conforto, em compati-
sua circulação em conforto e segu-
bilidade com a circulação rodoviária
rança, ele necessita de uma largura
e com o tráfego pedonal.
dinâmica superior à estática, com
um mínimo de 1,00m de largura
A rede viária deve ser tendencial-
mas idealmente com 1,50m.
mente preparada para o uso gene-
ralizado da bicicleta. Na ausência
Em meio urbano devem ser privile-
de qualquer outra regulamentação
giadas soluções em que a circula-
específica para a área abrangida,
ção em bicicleta seja feita ao nível
deve privilegiar-se sempre a circu-
da faixa de rodagem , sendo para
lação da bicicleta em espaço ro-
tal necessário garantir condições
doviário, em sistema partilhado ou
de segurança, recorrendo à criação
segregado, desde que este garanta
de zonas segregadas de circulação
volumes e velocidades de tráfego
(pistas e faixas cicláveis) e também
reduzidos, devendo privilegiar-se
de zonas partilhadas (vias partilha-
os espaços fisicamente segregados
das e zonas de coexistência) desde
sempre que o volume e velocidades
que sejam salvaguardadas as
do fluxo automóvel o justifique,
necessárias condições de seguran-
devendo o espaço físico para a sua
ça, nomeadamente a redução da
implementação ser ‘conquistado’
velocidade do tráfego motorizado.
ao espaço rodoviário. Deve evitar-
Em muitas situações é possível e
-se a coexistência com peões,
preferível optar-se por soluções de
exceto nas zonas de moderação da
acalmia de tráfego que promovam
circulação automóvel definidas no
a redução dos volumes e velocida-
PDM. Os percursos cicláveis devem
des de circulação.
respeitar os seguintes critérios:
A velocidade de circulação dos
● a salvaguarda da continuidade, veículos motorizados e o volume
de modo a possibilitar, sem inter-
de tráfego existente na via são os
rupção, a deslocação de bicicleta
principais critérios de escolha da
entre os locais servidos, sendo par-
tipologia do percurso ciclável.
ticularmente importante a ligação
à rede de transportes públicos, às Outros critérios incluem:
zonas residenciais, à rede escolar e
à rede de emprego; ● as características do tráfego
- na presença de autocarros ou
● a funcionalidade dos percursos, veículos pesados, a necessidade de
devendo os percursos ser directos e introduzir uma separação (visual ou
os declives ser inferiores a 3% ou, física) aumenta;
no limite, atingir os 5%, sendo acei-
tes declives até 8% em espaços ci- ● orografia/ relevo - para desní-
cláveis de ligação e em distâncias, veis superiores a 3% é desejável
preferencialmente, até 125,00m; prever uma separação na subida,

43
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

uma vez que a velocidade do utili-


zador de bicicleta diminui e o risco ● frequência de interseções - o
excesso de interseções, ou de en-
de oscilação é maior;
tradas e saídas, pode por em causa
as soluções segregadas.
● estacionamento - na envolvente
de estacionamento automóvel sur-
A criação de espaço para a imple-
gem vários problemas (manobras
mentação de percursos cicláveis
frequentes, estacionamento em
deve ser sempre garantida com
segunda fila, abertura das portas ),
recurso a espaços mortos ou rodovi-
podendo ser necessário implemen-
ários, não devendo ser feita à custa
tar percurso ciclável segregado;
de espaço pedonal. Permitem-se
excepções quando justificadas e
● dimensão do arruamento - se o
espaço rodoviário é reduzido, não apenas quando a largura do perfil
permite criar uma separação visual garante qualidade de circulação aos
ou física, sendo necessário encon- peões ( 2,50m livres de obstáculos).
trar uma solução de partilha;

Primeira solução
a considerar
Redução de volumes de tráfego motorizado
Redução da velocidade de circulação motorizada
Tratamento das interseções e gestão de tráfego
Redistribuição do espaço afeto à circulação motorizada
Implementação de pistas cicláveis
Conversão dos passeios em espaços partilhados entre peões e ciclistas
Última solução
a considerar

hIERARqUIA DA tOmADA DE DECISÃO nA ImPLEmEntAÇÃO DE PERCURSOS CICLÁVEIS


C CLe infrasTrUCTUre design, deParTMenT for TransPorT, 2008 [iMTT]

Lisboa - ParqUe das nações

44
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

confiantes, com grande habilidade em percursos segregados (pistas


e flexibilidade, não desenvolveram cicláveis) ou em faixas cicláveis
tráfego ciclável totalmente as suas capacidades generosas. Este tipo de utilizadores
cognitivas e não detêm as condi- sente-se mais confiante em parti-
ções e experiência de um adulto lhar a estrada com veículos moto-
para compreender e lidar com os rizados apenas em vias de caráter
A compreensão das características diferentes desafios existentes no local, onde a velocidade de circula-
e capacidades do ser humano são espaço público, em particular o co- ção seja reduzida (não superior a
fatores importantes no desenho do nhecimento e respeito pelas regras 30 m/h), a via esteja devidamente
espaço público em particular dos de circulação e a capacidade de sinalizada, e o espaço de circulação
espaços reservados à circulação interação com os restantes utiliza- permita que a interação com o au-
e estadia de pessoas mas tam- dores, em particular os automobi- tomóvel seja feita de forma segura
bém no que se refere aos espaços listas. Assim, no desenvolvimento e confortável.
reservados à circulação de bicicle- de percursos cicláveis devem ser
tas. O conhecimento da dimensão, tidas em consideração as seguintes As crianças e adolescentes são uti-
da sua velocidade de circulação, classes de utilizadores: lizadores destemidos e confiantes,
e visibilidade são importantes na devendo por isso ser alvo de espe-
construção de soluções mais orien- ● Experientes; cial atenção. A aprendizagem de
tadas para o utilizador, em parti- utilização da bicicleta é um marco
cular na determinação da largura ● Utilitários; importante na vida desta classe de
útil necessária à sua circulação; da utilizadores sendo representativo
extensão dos percursos a criar e da ● Principiantes; da sua evolução física e cognitiva.
localização e dimensionamento das
passagens e outros espaços ciclá- ● Crianças e Adolescentes; Consciente desse processo evo-
veis. Outros fatores a ter em consi- lutivo, a legislação portuguesa
deração referem-se à idade, género ● Atípicos. possibilita que crianças até aos
e condição física dos utilizadores, 10 anos circulem de bicicleta nos
com influencia direta na velocidade Os utilizadores experientes utilizam passeios, desde que não pertur-
de circulação, visibilidade e exten- a bicicleta como se de um veículo bem ou ponham em perigo os
são da deslocação. motorizado se tratasse, sentindo-se peões, condicionando no entanto
por isso naturalmente confortáveis a circulação de utilizadores ‘mais
em partilhar a estrada com o trá- velhos’, obrigando-os a operar
tipo de Utilizadores fego motorizado, necessitando de num sistema desenhado exclusiva-
espaço de manobra suficiente que mente para veículos motorizados,
Os utilizadores de bicicleta são, lhes permita negociar mudanças comprometendo assim a utilização
juntamente com os peões, os de direção com esses utilizadores. da bicicleta nas suas deslocações
utilizadores mais vulneráveis do Privilegiam percursos diretos que diárias, mesmo se acompanhados
espaço público, e embora as suas os transportem rapidamente da pelos pais.
dimensões físicas não apresentem origem ao seu destino.
grandes variações, a sua habili- Os utilizadores atípicos correspon-
dade, confiança e preferência de Os utilizadores utilitários, apesar de dem a utilizadores que circulam
utilização variam substancialmente. se sentirem habituados a estrada em velocípedes não convencionais
com o tráfego motorizado, quando como bicicletas com atrelado, bici-
Apesar de alguns utilizadores confrontados com vias com eleva- cletas de carga, bicicletas operadas
adultos se sentirem confortá- dos volumes de tráfego e/ou inter- por manivela (para pessoas com
veis e confiantes em circular no seções de difícil gestão, procuram mobilidade reduzida), entre outros,
espaço de circulação rodoviário, circular por percursos separados de e que privilegiam percursos livres
independentemente da velocidade modo a se sentirem mais protegi- de curvas acentuadas e pontos de
regulamentar aplicável, a maioria, dos e confiantes. conflito que possam força-los a
em particular as mulheres, prefere desmontar, comprometendo assim
usar percursos cicláveis separados Os utilizadores principiantes
a circulação.
do tráfego rodoviário e, sempre sentem-se menos confiantes em
que possível, do tráfego pedonal, partilhar a estrada com veículos A criação de percursos que con-
dada a imprevisibilidade de com- motorizados, nomeadamente em tribuam para uma redução na
portamento por parte dos peões. ruas com maior volume de tráfego exposição ao tráfego rodoviário
As crianças e adolescentes, ape- e velocidade de circulação, pre- para estas classes de utilizado-
sarem de serem utilizadores mais ferindo, nestas situações, circular res, criando trajetos seguros entre

45
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

origem e destino, é um fator de- As bicicletas são veículos que


terminante para o crescimento da transmitem alguma instabilidade,
taxa de utilização, dado aumentar em particular junto de utilizadores
a sua confiança, em particular dos menos experientes, sendo a sua
pais que procurem deixar as suas circulação igualmente sensível a
crianças circular de bicicleta em ventos cruzados, turbulência provo-
meio urbano. cada pelo rasto de veículos motori-
zados que circulem em velocidades
Associado a cada uma destas elevadas, e ao mau estado de
classes deverá ser tida em atenção conservação dos pavimentos. BICICLEtA COnVEnCIOnAL
a idade e género dos utilizadores,
dado serem critérios importantes a Quando a circulação se faz a ve-
ter em consideração na escolha e locidades inferiores a 12 m/h, os
desenho dos percursos cicláveis. utilizadores necessitam de espaço
adicional para manter o equilíbrio
pois a bicicleta começa a oscilar,
Espaço Vital aumentando assim a sua instabi-
lidade, devendo ser considerado
No desenho de percursos cicláveis, uma largura adicional de até 0,60m
em particular no seu dimensiona- para possíveis desvios na circula-
mento, deve ser tido em conside- ção. Quando a circulação se faz a BICICLEtA COm AtRELADO
ração quer o espaço ocupado pela velocidades superiores a capacida-
bicicleta e pelo seu passageiro, quer de de equilíbrio melhora, podendo
o espaço necessário à sua circula- essa largura adicional ser reduzida
ção e manobrabilidade, bem como para 0,20m.
a destreza e os limites dos utiliza-
dores. Para além da velocidade, a oscila-
ção depende igualmente da idade,
Para velocípedes convencionais, experiência, capacidade física e
a dimensão mais usual é de 1,80 condições de circulação (inclinação,
m de comprimento por 0,65 m de condições climatéricas, estado do
largura, sendo necessário prever pavimento ). Para contrariar este BICICLEtA DE CARgA
um raio de curvatura interior não efeito de oscilação, denominado por
inferior a 0,90 m e não inferior a ‘ziguezaguear’, e manter o equilíbrio
1,70 m para raios de curvatura em circulação, os passageiros usual-
exteriores (inversão a 180 ). mente movem-se de lado para lado.

No entanto, estes valores mínimos Quando da circulação, deve igual-


devem ser ajustados de forma a mente ser tida em consideração
possibilitar que a circulação de to- quer a relação com outros velo-
dos os utilizadores de bicicleta seja cípedes, quer com a envolvente
feita de forma segura e confortá- imediata. Nos casos em que seja
vel, independentemente de estes necessário garantir condições de
BICICLEtA tAnDEm
circularem em velocípedes conven- ultrapassagem entre utilizadores
cionais e/ou não convencionais. de bicicleta que circulem na mesma diMensões de veLoCíPedes

Raios de curvatura
Dimensões (c x l) Interior Exterior
Bicicleta convencional 1,80 m x 0,65 m 0,90 m 1,70 m
Bicicleta com atrelado 2,20–2,75 m x 0,85 m 1,50 m 2,70 m
Bicicleta de carga 2,00–2,30 m x 0,90 m 1,50 m 2,50 m
Bicicleta tandem 2,10–2,50 m x 0,75 m 2,25 m 3,20 m

diMensões de veLoCíPedes e resPeCTivos raios de CUrvaTUra

46
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

direção, a uma velocidade superior à


velocidade média, deve ser consi-
derada uma largura adicional de
0,50 m de forma a salvaguardar o
ímpeto e dinâmica entre ambos. Nos
casos em que circulem em sentido
contrário, dever-se-á, quando possí-
vel, considerar o aumento dessa lar-
gura adicional (ver espaços cicláveis
– percursos – dimensionamento).
Deve ainda ser salvaguardada uma
distância de segurança a ‘obstá-
culos’ existentes nomeadamente,
lancis, muros e vedações, mobiliário
urbano, entre outros (ver espaços ci-
cláveis – percursos – componentes).

Assim, considerando estes critérios,


é possível determinar os seguintes
espaços necessários para que a
circulação em bicicleta se processe
de forma segura e confortável:

● Área de ocupação: espaço - me-


dido em planta - com uma área de
aproximadamente 1,10 m2 (elip-
se de 0,75 m x 1,80 m), ocupado
pela bicicleta e pelo seu utilizador
parados;

● Área operacional: espaço - me-


dido em planta - com uma área de
aproximadamente 1,60 m2 (elipse
de 1,00 m x 2,00 m), que inclui a
zona de ocupação, e é considerado
como o adequado para manter o
equilíbrio em circulação. No caso
de veículos não convencionais esta
área operacional deve ser ajustada,
devendo as dimensões da elipse
deter uma largura não inferior a
1,30 m e um comprimento igual ao
do velocípede acrescido de 0,20 m;

● Área de conforto: espaço - me-


dido em planta - com uma área de
aproximadamente 2,40 m2 (elipse
de 1,50 m x 2,00 m), que inclui a
zona operacional, e que permite a
ultrapassagem por parte de outros
utilizadores e/ou a circulação lado-
-a-lado.

Deverá ainda ser sempre conside-


rada uma altura de 2,40m, livre de
obstáculos, nos percursos cicláveis.
esPaços MíniMos de Manobra dos CiCLisTas
Em casos particulares, nomea-

47
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

damente quando estes percursos


passem por baixo de viadutos
e passagens superiores, ou por
passagens inferiores, deverão ser
respeitados os valores identificados
no ponto referente a passagens
cicláveis desniveladas.

Velocidade
de Circulação
A velocidade de circulação ciclável
varia em função de diversos fato-
res, nomeadamente:

● Fatores físicos (idade, género,


robustez física);

● Clima (vento, chuva, calor ex-


cessivo);

DESVIOS nA CIRCULAÇÃO
● motivo da deslocação (trabalho,
recreio e lazer, compras);

● topografia (varia com a inclina-


ção e sentido de circulação – as-
cendente / descendente);

● usos e atividades existentes na


zona de circulação (zonas comer-
ciais, proximidade de escolas e
interfaces de transportes públicos
);

● características da infraestrutura
(tipo de percurso, transições, passa-
gens, condições do pavimento).

Um utilizador de bicicleta que se


desloque livremente circula a uma
velocidade que pode variar entre
os 12,0 m/h (3,30 m/s) e os 30,0
m/h (8,30 m/s), em função dos
fatores acima referidos (ainda que
muitos utilizadores, em condições
favoráveis, consigam circular a ve-
locidades ligeiramente superiores).
No entanto, na ausência de infor-
mação mais concreta e fidedigna,
poder-se-á tomar como valor de
ESPAÇO OCUPADO POR DOIS UtILIzADORES DE BICICLEtAS
referência para a velocidade média
de circulação ciclável, os 22,0 m/h
(6,10 m/s). Para a aceleração, par-
tindo de um estado de inércia, deve
ser considerada uma velocidade de
0,80 m/s a 1,0 m/s.

48
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Para a desaceleração, apesar de A relação entre a variação do A altura de referência para a visão
esta depender de um conjunto campo de visão periférica com do ciclista é de 1,40 m / 1,50 m,
diverso de fatores (tempo de rea- a velocidade (Ferrari e Giannini, estando o objeto sobre o qual o seu
ção do utilizador – 2,5 segundos; 1997), determina que à medida olhar se fixa à cota de pavimento.
estado de conservação da bicicleta; que a velocidade de circulação
estado de conservação do pavi- aumenta o campo de visão pe-
mento; declive e sentido de circula- riférico restringe-se, ou seja, um motivo e Extensão das
ção – ascendente ou descendente, utilizador de bicicleta que circule Deslocações
entre outros), deve ser considerada a 22,0 m/h apresenta um campo
uma distância de travagem de 1,5 de visão periférico com um ângulo O motivo e extensão das deslo-
m/s a 2,6 m/s, caso se trate, respe- de aproximadamente 120 , menos cações são aspetos igualmente
tivamente, de uma travagem suave 70 que o campo de visão de um importantes a ter em consideração
e controlada ou de emergência. observador fixo. no desenho e dimensionamento de
percursos cicláveis.
Em casos particulares, como Por outro lado, a distância de aco-
determinação do tempo de atra- modamento, espaço entre o obser- Entre os principais motivos para a
vessamento e limpeza das passa- vador e o ponto sobre o qual o seu utilização da bicicleta verifica-se a
gens cicláveis semaforizadas não olhar normalmente se fixa, aumen- deslocação para o trabalho, para
associadas a passagens pedonais, ta à medida que a velocidade de compras e serviços (realização de
este valor deverá ser ajustado. circulação sobe. Esta distância de tarefas simples; reuniões de tra-
acomodamento é correspondente à balho / negócios ), atividades de
A velocidade de circulação ciclável distância de visibilidade de para- recreio e lazer (visitas sociais; passe-
depende ainda das condições de gem e é determinada com base na ar; pratica de desporto; motivos de
circulação, ou seja, se esta é livre relação entre a velocidade de circu- saúde ) e deslocações para a es-
(espaços cicláveis amplos, segre- lação, a inclinação do terreno (posi- cola (estudantes e também pais que
gados ou partilhados, com reduzido tiva se ascendente e/ou negativa se ocasionalmente os acompanham).
volume de tráfego), condicionada descendente) o tempo de reação, e
(desvios obrigatórios resultantes o coeficiente de atrito do pavimen- uanto à extensão das desloca-
de obras; circulação em zonas de to. No caso de percursos cicláveis ções, é importante ter sempre em
circulação e/ou estadia de peões; bidirecionais o cálculo da distância consideração que a bicicleta é
presença de outros utilizadores de visibilidade de paragem a uma sobretudo procurada para desloca-
nos percursos cicláveis – pessoas a zona de passagem pedonal, deve ções de curta distância - viagens
caminhar, pessoas em patins, tro- ser determinado tendo por base não superiores a 5 km, sendo
tinetas ou s ate) ou congestionada uma inclinação de terreno descen- especialmente usada para deslo-
(percursos com elevado volume de dente (gravidade negativa). cações até 2,5 km -, o que traduz
tráfego e largura reduzida face à
utilização).

Visibilidade
120
Conforme já referido no ponto 1.1
Espaços de Circulação Pedonal,
a visão é um dos sentidos mais 90
Campo de visão periférico (graus)

importantes dado ser a principal


fonte de informação para a grande
maioria dos utilizadores do espaço 60
público, onde se incluem os utiliza-
dores de bicicleta.
30
Quando em movimento, a veloci-
dade de deslocação do observador
reduz o seu campo visual o que
leva a que a perspetiva do espaço 0 30 60 90 120
envolvente seja notoriamente di- elocidade ( m/h)

ferente da que tem um observador


VARIAÇÃO DO CAmPO DE VISÃO PERIféRICA COm A VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO
fixo.

49
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

a sua ‘vocação’ para utilização e, quando necessário, que outros


como modo de transporte, livre ou ● 5 a 6 : extensão de desloca- utilizadores possam desmontar e
ção até 250 metros;
combinado com outros transportes caminhar com a bicicleta ao lado
públicos, em meio urbano. sem comprometer a circulação dos
● 6 a 7 : extensão de desloca-
restantes utilizadores;
ção até 150 metros;
Um fator a ter em consideração na
localização e extensão das deslo- ● aumentar a largura da faixa de
● 7 a 8 : extensão de desloca-
cações é a inclinação do terreno. proteção ao tráfego rodoviário;
ção até 120 metros;
Sempre que tecnicamente possível,
as pendentes longitudinais dos per- ● aumentar a distância de visibili-
● 8 a 9 : extensão de desloca-
cursos cicláveis deverão ter decli- dade de paragem às passadeiras e
ção até 60 metros;
ves não superiores a 5%, uma vez cruzamentos;
que acima deste valor o movimento ● 9 a 10 : extensão de deslo-
ascendente torna-se mais difícil de cação até 30 metros; ● prever medidas que alertem e
vencer para alguns utilizadores, e o promovam a redução de velocidade
movimento descendente promove em movimento descendente, nome-
● 10 : extensão de deslocação
a circulação a maiores velocidades, até 15 metros. adamente bandas cromáticas.
o que pode comprometer a segu-
rança, em particular de utilizadores Em casos particulares, quando os uer a taxa, quer a razão e ex-
menos experientes. percursos apresentem inclinações tensão de utilização da bicicleta
mais acentuadas e extensões variam também de acordo com
No entanto, face às característi- maiores que as apresentadas, fatores físicos, como idade e géne-
cas morfológicas e topológicas deverão ser consideradas medidas ro, mas principalmente, ainda que
da Cidade de Lisboa, nem sempre que ajudem a mitigar e informar nuns motivos mais que em outros,
será possível garantir a inclinação os utilizadores dessa realidade, pela existência / inexistência de
recomendada, sendo sugeridas as nomeadamente: percursos cicláveis, bem desenha-
seguintes relações entre inclinação dos e dimensionados, que sejam
e extensão de deslocação a aplicar ● aumentar a largura dos per- diretos, contínuos, seguros, confor-
aos percursos cicláveis, designada- cursos de forma a possibilitar um táveis e agradáveis de circular.
mente: maior movimento de oscilação

Lisboa - MarqU s de PoMbaL - bandas CroMáTiCas dUPLas bandas CroMáTiCas siMPLes M20

50
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

nível de Serviço
O nível de serviço é um critério de
projeto que procura relacionar a
qualidade da experiência de cir-
culação por parte dos utilizadores
com as características físicas, a
natureza do percurso, a velocidade
praticada e o volume de tráfego
ciclável verificado/previsto num de-
terminado percurso e num determi-
nado momento, devendo ser dada
particular atenção aos seguintes
fatores:

● volume de tráfego existente /


considerado;

● largura / número de vias de um


percurso ciclável;

● presença de entraves e impedi-


mentos à circulação;

● tempo de espera em cruzamen-


tos e interseções;

● estado de conservação do pavi-


mento dos percursos.

O número de utilizadores a circular


num determinado percurso, durante
um determinado período de tempo,
é um fator importante a ter em
consideração, uma vez que contri-
bui quer para a escolha da tipologia
ciclável mais adequada, quer para
o adequado dimensionamento do
percurso. Na inexistência de dados
mais concretos e fidedignos prove-
nientes de medições / projeções de
Lisboa - MaU esTado de Conservação do PaviMenTo
tráfego ciclável, podem ser consi-
derados os seguintes valores de
referência alusivos a circulação em
hora de ponta:

Volumes de tráfego ciclável (velocípedes / hora)


nível de Serviço Percursos unidirecionais Percursos bidirecionais
A – Muito Reduzido < 100 < 100
B – Reduzido 100 – 200 100 – 300
C – Médio 200 – 800 300 – 1000
D – Elevado 800 – 1200 1000 – 1500
E – Muito Elevado > 1200 > 1500

níveis de serviço eM fUnção do voLUMe de Tráfego.

51
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Volume de tráfego
Percurso partilhado Percurso segregado
nível de Serviço Pedonal (peões / hora) Ciclável (velocípedes / hora) Ciclável (velocípedes / hora)
A – Muito Reduzido < 150 < 70 >100
B – Reduzido 150 – 250 70 – 150 100 – 300
C – Médio 250 – 500 150 – 300 300 – 1000
D – Elevado 500 – 1000 300 – 500 1000 – 1500
E – Muito Elevado > 1000 > 500 > 1500

níveis de serviço eM fUnção do voLUMe de Tráfego e TiPoLogia de PerCUrso

A largura dos percursos cicláveis me de tráfego tem de ser devida-


tem um forte impacto na qualidade mente ajustado face à proximidade
do serviço, em particular em per- de circulação de peões, sendo o
cursos segregados com dois sen- nível de serviço E (muito elevado)
tidos de circulação. Nestes casos, equiparado a um nível de serviço
a circulação em sentido contrário, C (médio) de um percurso ciclável
associada à presença de ‘obstácu- unidirecional mas separado do trá-
los’ como circulação lado-a-lado fego pedonal (ver espaços cicláveis
e necessidade de ultrapassagem, – percursos - tipologias).
tem maior impacto no conforto
e conveniência da circulação em A gestão do tempo de espera em
percursos bidirecionais do que em cruzamentos, sinalizados ou não, e/
percursos unidirecionais. erifica- ou em zonas de conflito’ com ou-
-se que, para percursos bidirecio- tros utilizadores do espaço público,
nais, a existência de mais vias de particularmente peões (zonas de
circulação, ainda que com menor atravessamento ou passagem), é
largura (não inferior a 1,00 m / via), especialmente importante para os
pode aumentar o nível de serviço utilizadores de bicicleta uma vez
uma vez que melhora as condições que tempos de espera excessivos
de manobra, sem comprometer a podem motivar o desrespeito pelo
circulação, e possibilita a circulação sistema de controlo de tráfego ou
de velocípedes não convencionais, mesmo encorajar estes utilizadores
ou seja, velocípedes que precisam a procurarem percursos ou pontos
de mais ‘espaço vital’ (ver espaços de passagem alternativos, que não
cicláveis – percursos - dimensiona- foram desenhados e dimensiona-
mento). dos a pensar na sua circulação (ver
espaços cicláveis – interseções –
Outros entraves ou constrangimen- princípios gerais).
tos à circulação, nomeadamente
a presença de peões e outros O estado de conservação do pavi-
utilizadores do espaço público nos mento dos percursos cicláveis tem
percursos cicláveis (utilizadores igualmente impacto na qualidade
de s ate, trotinetes, seg a s ), do serviço. Um pavimento em mau
devem também ser acautelados estado de conservação contribui
uma vez que contribuem de forma para uma redução assinalável da
significativa para a redução do nível velocidade de circulação e para um
de serviço dos percursos cicláveis. possível aumento da sinistralidade,
comprometendo assim o nível de
Conforme se pode verificar, em serviço do percurso (ver Cap.02 -
percursos cicláveis partilhados com Materiais).
o peão ou localizados ao mesmo
nível do espaço pedonal, ainda que
devidamente identificados, o volu-

52
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Percursos
cicláveis
Os percursos cicláveis, juntamen-
te com passagens, intersecções
e outros espaços cicláveis, são
componentes dos espaços de
circulação ciclável que asseguram
as ligações origem / destino para
cada viagem, podendo ao longo do
trajeto assumir diferentes tipolo-
gias e dimensões, em função quer
da hierarquia da rede, do volume
de tráfego existente / previsto, do
espaço físico disponível para a sua
implementação e dos custos asso-
ciados à sua implementação, entre
outros fatores.

Neste tema, para além das ca- Principal, Existente

racterísticas fundamentais a Principal, Proposto


Complementar, Existente
considerar serão apresentados os Complementar, Proposto
diferentes tipos de percursos ciclá- Local, Existente
Local, Proposto
veis, suas componentes, critérios
de dimensionamento, regulação e REDE CICLÁVEL DE LISBOA
desenho (princípios de intervenção),
bem como os fatores a considerar
quando da seleção do tipo de per- vizinhos (Amadora, Odivelas, Oei-
curso a executar. ras, Loures e Almada) sejam feitas função e utilização
de forma rápida, eficiente e eficaz.
A principal função dos percursos
Características A rede complementar, de conceito cicláveis é garantir a segurança,
fundamentais semelhante à anterior, visa asse- conforto e fluidez de circulação dos
gurar a ligação da rede principal velocípedes, devendo o seu dese-
com a rede local, garantindo ainda nho ser funcional e legível para
Rede ciclável a ligação com equipamentos de todos os utilizadores do espaço
referência (interfaces de transpor- público, de forma a minimizar o
A rede ciclável de Lisboa caracteri- tes públicos, polos universitários e número de conflitos.
za-se pela sua hierarquização, es- equipamentos culturais, entre ou-
tando esta estruturada da seguinte tros) bem como com grandes áreas O desenho de percursos cicláveis
forma: sociais, comerciais e de prestação começa necessariamente pela aná-
de serviços. lise e compreensão da rede viária,
● Rede Principal; dado que a criação de espaço para
A rede local procura assegurar a a implementação de percursos
● Rede Complementar; ligação porta a porta no trajeto cicláveis deve ser preferencialmen-
casa-trabalho, possibilitando ainda te garantida com recurso a espaços
● Rede Local. acesso facilitado ao comércio e a rodoviários. Em meio urbano devem
serviços de apoio local. ser privilegiadas soluções em que
A rede principal, pretende-se que se a circulação em bicicleta seja feita
constitua como uma infraestrutura A hierarquização da rede ciclável ao nível da faixa de rodagem,
segura, abrangente e funcional que tem um papel determinante dado sendo para tal necessário garantir
possibilite que as deslocações pen- contribuir para a criação de rotas condições de segurança, recorrendo
dulares diárias entre os diferentes seguras, rápidas e confortáveis, de à criação de zonas segregadas de
“centros” da cidade e os Municípios porta a porta, por toda a cidade. circulação (pistas e faixas cicláveis)

53
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

e também de zonas partilhadas gem vários problemas (manobras garantir a segurança e conforto dos
(vias partilhadas e zonas de coexis- frequentes, estacionamento em utilizadores de bicicleta quando em
tência) desde que sejam salvaguar- segunda fila, abertura das portas ), circulação. Quando tal não aconte-
dadas as necessárias condições podendo ser necessário implemen- ça, de forma a restaurar esse equi-
de segurança, nomeadamente a tar um percurso ciclável segregado; líbrio poderá ser necessário ajustar
redução da velocidade do tráfego os requisitos funcionais da solução,
motorizado. Em muitas situações ● dimensão do arruamento - se o rever o desenho, e/ou orientar o
é possível e preferível optar-se por espaço rodoviário é reduzido, não comportamento dos utilizadores.
soluções de acalmia de tráfego que permite criar uma separação visual
promovam a redução do volume e ou física, sendo necessário encon-
velocidade de circulação dos veí- trar uma solução de partilha; Tipo de con itos
culos motorizados. A probabilidade
de ocorrência de acidentes com ● frequência de intersecções - o A maioria dos conflitos que en-
ferimentos graves ou fatais para excesso de intersecções, ou de volvem velocípedes, resultam de
utentes mais vulneráveis como os entradas e saídas, pode por em colisões com veículos motorizados
utilizadores de bicicleta é propor- causa as soluções segregadas (ver ainda que se verifiquem outros
cional ao aumento da velocidade intersecções – tipologia de inter- tipos de acidentes, resultantes de
de circulação dos veículos motori- secções). embate com peões ou decorrentes
zados, em particular a partir dos 30 de soluções de desenho menos
m/h. Outro fator crítico a ter ainda em adequadas. uanto aos conflitos
atenção, é o das mudanças de via, com veículos motorizados, desta-
Para além do volume e velocidade relacionado com a capacidade de cam-se os seguintes:
de circulação do tráfego moto- perceção, leitura e antecipação de
rizado existem outros aspetos a possíveis conflitos. Nestes casos, ● Na transição pontual de faixa
considerar, nomeadamente: as soluções de desenho devem ou pista ciclável para a faixa de
evitar a troca de lado por parte rodagem. Situação decorrente da
● as características do tráfego - dos velocípedes, em particular em presença de obstáculos à circula-
presença de autocarros ou veículos percursos partilhados com veículos ção, como carros indevidamente
pesados, a necessidade de introdu- motorizados, uma vez que estas parados ou estacionados, que obri-
zir uma separação (visual ou física) podem originar colisões que, apesar gam o utilizador a entrar na faixa
aumenta; de a baixa velocidade, terão maio- de rodagem para poder continuar
res repercussões nos utilizadores o seu percurso. Outra situação
● orografia/ relevo - para desní- de bicicleta que nos automobilistas. prende-se com a insuficiente largu-
veis superiores a 3% é desejável Quando tal não for possível, essa ra dos percursos que pode motivar
prever uma separação na subida, troca deve ser sinalizada de forma alguns utilizadores a entrar na
uma vez que a velocidade do utili- legível, ficando clara para ambos os faixa de rodagem para ultrapassar
zador de bicicleta diminui e o risco utilizadores. velocípedes que circulem a veloci-
de oscilação é maior; dade inferior;
A relação entre função, utilização e
● estacionamento - na envolvente desenho dos percursos deve estar ● Na transição de percursos
de estacionamento automóvel sur- em perfeito equilíbrio de forma a cicláveis para a faixa de rodagem.
100
Situação associada ao final de um
determinado tipo de percurso que
Risco de morte de utilizadores vulneráveis

80 orienta o utilizador de bicicleta para


a faixa de rodagem. Nestes casos
60 deve ser dada especial atenção à
velocidade de circulação automóvel
40 e à sinalização de modo a informar,
quer o automobilista, quer o utiliza-
20 dor de bicicleta, da transição;

0 ● Na circulação em via partilhada,


0 10 20 30 40 50 60 70
quando esta é feita lado-a-lado
Velocidade de impacto
com veículos motorizados. Este tipo
REDUÇÃO DA SEgURAnÇA DOS UtILIzADORES VULnERÁVEIS Em fUnÇÃO DA VELOCIDADE DE ImPACtO
de situação pode provocar aciden-
DO tRÁfEgO mOtORIzADO
tes resultantes da deficiente visibi-

54
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

lidade por parte do automobilista


(ângulo morto) ou de insuficiente
largura da via que possibilite a
circulação garantindo a necessária
distância de segurança;

● Na entrada e saída do estacio-


namento ou zonas de paragem de
veículos motorizados, em particular
nas vias partilhadas (com ou sem
contra fluxo) ou em faixas cicláveis
que estejam localizadas entre a
via de trânsito e estas as zonas de
estacionamento e paragem;

● Na abertura de portas de veícu-


los parados ou estacionados longi-
tudinalmente em zonas contíguas a
PROBLEmAS RESULtAntES DE InEfICIEntE DREnAgEm PLUVIAL
percursos cicláveis.

Para além destes verificam-se ain-


da outros conflitos que devem ser
acautelados, nomeadamente:

● A tipologia e localização de
elementos urbanos (balizadores,
árvores, papeleiras ) que possam
comprometer a circulação e/ou
provocar estrangulamentos desne-
cessários;

● A utilização de pavimentos e
materiais (pinturas em termoplás-
tico, tampas metálicas, sumidouros
) que não garantam boa aderên-
cia, contribuindo assim para quedas tAmPA mEtÁLICA DE SUmIDOURO DESADEqUADA PARA PERCURSOS CICLÁVEIS
em particular com condições
climáticas adversas e quando em
curva em zonas de velocidade de
circulação ciclável elevada;

● A presença de buracos, fissuras


ou deformações no pavimento dos
percursos;

● A presença de peões nos per-


cursos cicláveis, em particular em
zonas em que estes estão locali-
zados ao mesmo nível, que muitas
vezes originam transições rápidas
por parte dos peões dos seus es-
paços para os percursos cicláveis,
obrigando os utilizadores de bici-
cleta a manobras perigosas para
fISSURAÇÃO E DEfORmAÇÃO DE PERCURSO CICLÁVEL
evitarem o conflito ou a travagens
de emergência.

55
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

seviLha - zona de esTaCionaMenTo ConTígUa a PerCUrso CiCLáveL


SEm fAIxA DE PROtEÇÃO

CoPenhaga - zona de esTaCionaMenTo ConTígUa a PerCUrso


CICLÁVEL SEm fAIxA DE PROtEÇÃO

neWhaM - zona de esTaCionaMenTo ConTígUa a PerCUrso CiCLáveL Londres - CaMden - deLiMiTação de PerCUrso CiCLáveL CoM reCUrso
SEm fAIxA DE PROtEÇÃO A ELEmEntOS URBAnOS

56
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

tipologia de percursos
Os tipos de percursos cicláveis são
definidos de acordo com o grau
de separação dos outros tipos de
tráfego, em particular do tráfego
rodoviário, sendo este um assunto
capital a ter em consideração no
desenho de percursos cicláveis,
contíguos e ao nível da faixa de
rodagem.

A separação destes modos tem


um impacto direto na segurança e
conforto de circulação, bem como
na determinação da adequabilidade
dos percursos em relação à hierar-
quia da rede ciclável.

Assim, são considerados os seguin-


tes tipos de percursos:

● ia banalizada / partilhada;

● Faixa ciclável;
Londres - Transição de PerCUrsos CiCLáveis
● Pista ciclável.

Via Banalizada / Partilhada

Os percursos cicláveis em via bana-


lizada, ou partilhada, são percursos
onde a circulação de bicicletas
ocorre em convivência com o tráfe-
go rodoviário (transporte individual
ou transporte público), coincidindo
o espaço ciclável com a largura da
via, devendo ser dada prioridade à
circulação de bicicletas. Podemos
identificar os seguintes tipos de via
partilhada com o tráfego rodoviário:

● Transporte individual (30 Bici);

● Transporte público (Bus Bici);

● ona de coexistência.

Londres - PerCUrso CiCLáveL ConTígUo a zona de enTrada e saída de viaTUras

57
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

VIAS PARtILhADAS COm substancialmente a probabilidade A 30 km/h – 1 em 10 morrerá


tRAnSPORtE InDIVIDUAL de danos graves;
MoTorizado 30 biCi
Devem ser implementadas em vias ● Sinalização: esta medida tem
de reduzido tráfego motorizado e como principal objetivo anunciar
de reduzida velocidade, nomeada- que a via onde se circula é partilha-
mente no interior da malha urbana, da com bicicletas e que a circula- A 50 km/h – 5 em 10 morrerá
nos bairros e áreas centrais (redes ção de veículos motorizados deve
de proximidade e de acesso local). ser feita a velocidade reduzida e
com maior atenção, devendo ser
Devem ser obrigatoriamente anun- dada prioridade à circulação de
ciadas com sinalização vertical e/ bicicletas;
ou horizontal, sendo normalmente A 60 km/h – 9 em 10 morrerá
unidirecionais e seguindo o sentido ● Direito de passagem: A solu-
do tráfego. Podem ser considera- ção de desenho deve, sempre que
das situações bidirecionais em que possível, garantir que o direito de
a bicicleta pode circular também passagem e a prioridade de circu-
ImPACtO DA VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO
no sentido contrário ao do tráfe- lação nas interseções é dada aos aUToMóveL no ConfLiTo CoM UTiLizadores
go automóvel, desde que sejam utilizadores de bicicletas e não aos VULnERÁVEIS
garantidas condições de segurança automobilistas.
e de sinalização adequadas (contra
fluxo em faixa própria –ver faixas
cicláveis).

Nestas vias, de forma a desencora-


jar a circulação de veículos moto-
rizados, criando assim percursos
mais seguros e confortáveis para a
circulação de velocípedes, deve-se
recorrer a medidas especificas de
gestão e acalmia de tráfego, nome-
adamente:

● Gestão de tráfego: esta me-


dida visa dissuadir a circulação
de veículos motorizados nas vias
partilhadas, contribuindo desta
forma para a redução do volu-
me de tráfego rodoviário. As vias
partilhadas devem ser desenhadas
tendo como referência um fluxo de
tráfego reduzido, de 1.500 a 3.000
veículos/dia.

● Gestão de velocidade: esta


medida tem como objetivo reduzir
a velocidade praticada por auto-
mobilistas e motociclistas nas vias
partilhadas (velocidade de circula-
ção limitada a 30 m/h), aproximan-
do-a da velocidade média praticada
pelos velocípedes. Desta forma é
possível melhorar a capacidade de
observação e reação de parte a
parte, prevenindo potenciais confli-
tos, ou em caso de acidente, reduzir Lisboa - av. Praia da viTória

58
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Quanto ao seu dimensionamento, Largura da via


conforme referido, o espaço de Recomendada mínima
circulação ciclável coincide com a
1 sentido circulação para veículos e velocípedes 3,80 m / 4,50 m 3,50 m
largura da via, devendo sempre que
1 sentido circulação para veículos e 2 sentidos 3,80 m +1,50 m 3,50 m + 1,20 m
possível ser consideradas as dimen- para velocípedes (contra fluxo)
sões presentes na tabela em cima. Em ruas com moda da cércea inferior a 5 pisos / Em ruas com moda da cércea não inferior a 5 pisos.

Em casos particulares poderão ser via ParTiLhada 30 biCi - LargUra reCoMendada Para vias de CirCULação
considerados valores ligeiramente
diferentes, desde que devidamente
justificados.

VIAS PARtILhADAS
COm tRAnSPORtE PúBLICO
bUs biCi
São casos particulares em que a
circulação de bicicletas se faz nas
vias ‘bus’, juntamente com auto-
carros, táxis, e ocasionalmente com
motociclos.

É uma solução com maior nível de


perigosidade para os utilizadores
de bicicleta em resultado da ele-
vada velocidade de circulação dos
transportes públicos, em particular
dos táxis, da imponente’ dimensão
dos autocarros, e da reduzida capa-

brighTon - via ParTiLhada CoM TransPorTe


PúBLICO

esToCoLMo - via ParTiLhada CoM


tRAnSPORtE PúBLICO VIA BAnALIzADA

59
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

cidade de manobra dos velocípedes


na interacção com este tipo de
veículos.

Para além da segurança e conforto


de circulação para os velocípedes,
outro aspeto a ter em consideração
prende-se com a provável redução
da velocidade comercial dos trans-
portes públicos, o que pode originar
atrasos e tornar a sua utilização
menos apelativa.

Assim, trata-se de uma solução de


compromisso que deve ser consi-
derada apenas quando nenhuma
das outras possa ser aplicada, com
o objectivo de garantir a coesão e
direccionalidade da rede ciclável,
devendo no entanto ser salvaguar-
dados os seguintes aspectos:

● Gestão de velocidade: A velocida-


de de circulação na faixa bus’ deve
estar preferencialmente limitada a
30 m/h. uando a velocidade de
circulação dos transportes públicos
for superior, a circulação de velo-
cípedes deve ser assegurada por
faixas ou pistas cicláveis ainda que
contíguas à via ‘bus’, preferencial-
mente localizadas entre esta via e
o passeio, funcionando a faixa bus
como faixa de protecção entre o
tráfego ciclável e o tráfego rodo-
viário de transporte individual. Em
alternativa pode-se assegurar que a
circulação seja feita em troços redu-
zidos, não superiores a 300 m, apro-
veitando a distância entre pontos de
paragem de forma a que a diferença
entre a velocidade de circulação dos
autocarros e dos velocípedes não
seja superior, em média, a 20 m/h;

via banaLizada CoM ConTra-senTido

60
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

● Sinalização: esta medida tem


como principal objetivo anunciar a
todos os utilizadores, através de
sinalização vertical e/ou marcas ro-
doviárias, que a via onde se circula
é partilhada com bicicletas e que a
circulação dos transportes públicos
deve ser feita a velocidade reduzi-
da e com maior atenção;

● Formação: Deve ser propor-


cionada formação aos motoristas
de transportes públicos de forma
a alertá-los para a partilha, ainda
que pontual, da via ‘bus’ com o
tráfego ciclável, esclarecendo-os
quanto aos tipos de comportamen-
to que os utilizadores de bicicletas
poderão ter, e implementar um
código de conduta que lhes permita
gerir ou reagir em situações espe-
cíficas de conflito. Igual procedi-
mento deve ser seguido em relação
aos utilizadores de bicicletas, em
particular aos principiantes, crian-
ças e adolescentes, quanto à forma
de circular nestes percursos e
quanto ao tipo de comportamento
a esperar por parte dos restantes
utilizadores.

via banaLizada CoM ConTra-senTido

61
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

zonas de CoexisT nCia


São espaços partilhados entre
todos os utilizadores do espaço
público sendo que os utentes mais
vulneráveis (peões e ciclistas) têm
prioridade de movimento sobre os
veículos motorizados. Nestas zonas
podem ser identificados espaços
de utilização exclusiva dos peões,
que correspondem usualmente à
envolvente dos edifícios (zona de
proteção à fachada).

Assim, e apesar de deter liberdade


de movimento, a circulação ciclável
deve ocorrer preferencialmente fora
destes espaços reservados ao peão,
seguindo o sentido de circulação
dos veículos motorizados. Estas so-
luções devem ser desenvolvidas de
acordo com o estipulado no ponto
1.3 Espaços de circulação rodoviá-
ria – Acalmia de tráfego – Zonas de
moderação de circulação automóvel.

Quanto ao seu dimensionamento,


devem ser consideradas as dimen-
sões da tabela abaixo.

Em casos particulares poderão ser


utilizados valores ligeiramente dife-
rentes, desde que devidamente jus-

zona de CoexisT nCia eM ingLaTerra

via banaLizada bUs biCi

Largura da via
Recomendada mínima
Velocidade de circulação não superior a 30 3,20 m 0,40 m 3,25 m **
m/h
elocidade de circulação superior a 30 m/h 3,25 m +1,50 m 3,25 m + 1,00 m
largura da faixa bus com sobrelargura / largura da faixa bus sem sobrelargura.

via ParTiLhada bUs biCi - LargUra reCoMendada Para vias de CirCULação zona de CoexisT nCia na aLeManha

62
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

tificados. No entanto, atenta-se que


nos casos em que a velocidade de
circulação é não superior a 30 m/h
a largura recomendada de 3,60 m
deve ser respeitada uma vez que
com larguras ligeiramente superio-
res, ambos os utilizadores podem
entender que a ultrapassagem em
segurança é viável, o que na maioria
das situações não se verifica (ao
ultrapassarem, os utilizadores são
obrigados a ocupar parcialmente
a via contígua de forma a garantir
uma distância de segurança). Para
que tal aconteça seria recomendá-
vel garantir uma largura de pelo
menos 4,25 m, sendo que nos casos
em que tal fosse possível, entende-
-se preferível a implementação de
uma faixa bus com 3,25 m e uma
faixa ciclável de 1,00 m, localizada
entre a faixa bus e o passeio.

Nesta tipologia de percursos, con-


sidera-se ainda que a circulação de
velocípedes pode também ser parti-
lhada com o tráfego pedonal, ainda
que em casos muito particulares.

Conforme referido no ponto 1.1


Espaços de circulação pedonal, os
peões são utilizadores imprevisí-
veis que em qualquer momento, e
de forma súbita, podem parar ou
mudar de direcção.

Por esse motivo, entre outros, os


percursos partilhados entre peões e
velocípedes, usualmente resultam
em soluções com reduzido nível
de serviço para ambos os modos,
comprometendo assim a seguran-
ça e conforto de circulação, em
particular de peões com mobilidade
reduzida, não devendo por isso ser
considerados como primeira opção.

No entanto, face às característi-


cas morfológicas e topológicas
da Cidade de Lisboa, associadas
à hierarquia da rede ciclável e às
necessidades dos utilizadores, nem
sempre será possível assegurar a

zOnAS DE PRIORIDADE AO PEÃO

63
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

criação de percursos totalmente implementar, e apenas em arrua- usualmente, perante uma maior
separados do tráfego pedonal. mentos em que os passeios sejam concentração de peões os utiliza-
largos e se verifique pouco volume dores de bicicletas alteram o seu
Assim, entende-se necessário es- de tráfego pedonal. comportamento, reduzindo a ve-
tabelecer alguns critérios a consi- locidade de circulação e chegando
derar na implementação deste tipo No caso de ruas pedonais, espaços mesmo a desmontar e circular com
de percursos cicláveis, tendo sido onde a circulação de veículos mo- a bicicleta ao seu lado, o que pode
identificadas as seguintes situações torizados não é autorizada (salvo comprometer o conforto e tempo
onde tal partilha pode ocorrer: curtos períodos do dia e apenas de deslocação.
para apoio ao comércio local e/ou
● Passeios e ruas pedonais; a residentes - cargas e descargas), ● Com separação: Nestes casos,
deve ser dada especial atenção a ainda que estando localizados à
● Outros espaços pedonais. esta relação entre espaço disponí- mesma cota, o canal reservado à
vel e volume de tráfego pedonal, circulação de peões é parcialmente
Independentemente da sua de- dado serem espaços com elevada separado do canal reservado à cir-
finição, modo de implementação concentração de pessoas, ainda culação de velocípedes tratando-se
e critérios de dimensionamento, que variável em função do dia, da de uma separação visual, recorren-
deverão ser salvaguardados os hora e de eventuais actividades do para tal a diferentes materiais
seguintes princípios: que aí se realizem. e pintura de pavimento. Quando
justificável, poder-se-á recorrer a
● A prioridade de circulação deve Assim, são apresentados dois tipos elementos fixos para assegurar a
ser dada ao utilizador mais vulne- de separação entre tráfego pedonal referida separação (canteiros, flo-
rável, neste caso o peão; e ciclável a utilizar: reiras, guardas ). Deve ser devida-
mente sinalizado através de sinal de
● Quando necessário, prever ● Sem separação: Caso particu- obrigação D7f. Uma das vantagens
medidas de acalmia de velocidade lar, em que peões e velocípedes associadas a este tipo de separa-
para velocípedes; partilham um percurso que lhes é ção é que comunica melhor qual o
especialmente destinado. Este per- espaço a ocupar por cada um dos
● Os espaços reservados para curso deve ser limitado a uma área utilizadores, minimizando assim a
ambos os utilizadores devem estar restrita e com reduzida extensão. ocorrência de conflitos e facilitando
devidamente sinalizados. Visa sobretudo facilitar o acesso a circulação para ambos os modos.
a escolas e equipamentos locais,
PASSEIOS E RUAS PEDOnAIS
assegurar pequenas transições OUtROS ESPAÇOS PEDOnAIS
A partilha de espaços reservados
entre percursos cicláveis e garantir Considera uma generalidade de es-
ao peão com velocípedes é, das
a conectividade da rede ciclável, paços de circulação e permanência
situações identificadas, aquela que
quando tal não seja possível atra- de peões na via pública, que não se
apresenta maior nível perigosidade
vés de outro tipo de percursos. enquadram em nenhuma das tipo-
e que deve, sempre que possível,
logias apresentadas anteriormente,
ser evitada. Deve ser devidamente sinaliza- como parques, jardins, praças,
do através de sinal de obrigação largos e frentes ribeirinhas.
No entanto, em circunstâncias
D7e. Uma vantagem associada a
particulares, este tipo de solução
esta solução é o facto de permitir A determinação e adequabilidade
poderá ser considerado, nomea-
maior liberdade de movimentos a do tipo de partilha entre circula-
damente quando nenhuma das
ambos os utilizadores, sendo que, ção ciclável e pedonal, depende de
restantes soluções for possível de

Londres - regenT’s Park Lisboa - avenida dUqUe d’áviLa


CIRCULAÇÃO SEm SEPARAÇÃO CIRCULAÇÃO COm SEPARAÇÃO

64
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

factores específicos como a largura diferentes, decorrentes quer da


dos percursos, volumes de tráfego, limitação de espaço (largura) quer
solução de desenho, visibilidade, do volume de tráfego pedonal, em
iluminação, tipo de pavimento e particular ao fim de semana e dias
estado de conservação, e condições de sol, entende-se que a partilha
da envolvente imediata (presen- com recurso a separação é a opção
ça de mobiliário urbano, declives, mais adequada, tendo no entanto
arborização ). Estes factores de ser analisado cada caso em
têm impacto direto na seguran- particular.
ça, conforto e aprazibilidade dos
percursos. Deve ser dada particular atenção à
relação entre a largura disponibi-
Nos parques a solução mais flexível lizada para os percursos pedonais Londres - sT. jaMes Park

de considerar, no que diz respeito e cicláveis, devendo a mesma ser


à circulação ciclável, é usualmente ajustada em função do volume de
a de partilha sem recurso a sepa- tráfego pedonal identificado nos
ração, podendo, quando justifica- dias mais movimentados.
do, serem aplicadas medidas de
acalmia à velocidade de circulação Nas praças e largos, os padrões de
ciclável, de forma a acautelar comportamento são igualmente
pontos frequentes de intersecção distintos das zonas acima identifi-
com peões, como zonas de cafés e cadas. À semelhança do que é pro-
esplanadas, bem como o contacto posto para os jardins, não deve ser
com vida animal local (aves, cães possível o atravessamento destes
). espaços por percursos cicláveis in-
tegrados na rede ciclável, devendo
No entanto, considera-se que estes contornar as zonas de praça hOUtEn
quando existam condições para tal, e de largo, sem no entanto com-
poder-se-á recorrer a soluções de prometer em demasia a direccio-
partilha com separação, criando nalidade, segurança e conforto de
percursos fisicamente separa- circulação ciclável.
dos para os dois tipos de tráfego.
Independentemente da solução, Poderá ser ponderada a circulação
nestes espaços deve ser prevista de bicicleta numa solução de par-
sinalização, nomeadamente o sinal tilha sem separação, devendo ser
de obrigação D7e. consideradas medidas que comuni-
quem claramente que a prioridade
Nos jardins, dada a particularidade é do peão e não do velocípede.
e procura destes espaços por parte
dos peões, considera-se que a ser Em casos particulares, nomeada-
possível a circulação de bicicleta, a mente pontos notáveis com eleva- berLin - TiergarTen
mesma deverá acontecer também da presença de peões, poder-se-á
sem recurso a separação, deven- mesmo inviabilizar a circulação de
do ser consideradas medidas que velocípedes, recorrendo para tal ao
comuniquem claramente que a sinal de proibição C3g, sendo assim
prioridade de circulação é do peão os utilizadores convidados a des-
e não do velocípede. montar e circular com a bicicleta ao
seu lado.
uando justificado poder-se-á
mesmo inviabilizar a circulação de Independentemente das soluções
velocípedes, recorrendo para tal ao a adotar, deve ser tida em conside-
sinal de proibição C3g. ração a informação da tabela em
cima.
Junto a zonas ribeirinhas, consi-
derando que os padrões de com- Para além dos valores referentes
esToCoLMo - hUvUdsTa
portamento são necessariamente à solução com separação, sempre

65
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Lisboa - jardiM do CaMPo grande

barCeLona - Passeio MariTiMo Lisboa - ParqUe das nações

Lisboa - frenTe ribeirinha

66
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

que possível e quando aplicável, sença pontual poderá ser aceite No entanto, considerando que o de-
devem ser salvaguardadas as uma distância de segurança à via senho e implementação de cada per-
seguintes distâncias de segurança ciclável, com apenas 0,30 m. curso constituirá um caso particular,
a eventuais elementos urbanos os valores apresentados servem so-
contíguos a percursos cicláveis. Quando contíguas a margens de bretudo para orientação, no sentido
rios, ribeiras, lagos ou linhas de de contribuir para que os percursos
No caso de postes de sinaliza- água deverá ser salvaguardada cicláveis a criar sejam ajustados à
ção luminosa, sinalização vertical uma faixa de protecção com uma sua função e garantam a circulação
e iluminação pública, apesar de largura recomendada de 0,80 m, de velocípedes convencionais e não
terem alturas superiores a 0,90 m, podendo quando justificável ser convencionais, sem comprometer o
entende-se que dada a sua pre- não inferior a 0,50 m. nível de serviço da rede.

Volume tráfego pedonal tipo de separação


Sem separação Com separação Ciclável Pedonal
Ciclável Ciclável
unidirecional bidirecional
A – Muito Reduzido < 150 2,70 m 1,20 m + 1,50 m 2,20 m + 1,50 m
B – Reduzido 150 – 250 3,00 m 1,50 m + 2,20 m 2,40 m 2,40 m
PASSEIOS, RUAS E OUtROS ESPAÇOS PEDOnAIS:
C – Médio 250 – 500 Não aplicável 1,80 m + 2,50 m 2,60 m + 2,60 m
ADEqUAÇÃO DO tIPO E LARgURA
D – Elevado 500 – 1.000 Não aplicável Não aplicável Não aplicável DOS PERCURSOS CICLÁVEIS E PEDOnAIS Em
E – Muito Elevado > 1.000 Não aplicável Não aplicável Não aplicável fUnÇÃO DO VOLUmE DE tRÁfEgO PEDOnAL

Elementos Urbanos Dimensão


Elementos com altura não superior a 0,15 m, como lancis e canais de 0,20 m
drenagem.
Elementos com altura não inferior a 0,15 m e não superior a 0,90 m, 0,30 m
como bancos, papeleiras, pilaretes, guarda-corpos, bicicletários, hidran-
tes, armários técnicos, vegetação de pequeno porte, muretes.
Elementos com altura superior a 0,90 m, como sinalização vertical e 0,30 m – 0,60 m
luminosa e iluminação pública.
Elementos com altura superior a 0,90 m, como parquímetros, abrigos, 0,60 m
quiosques, sanitários públicos, mupi’s, árvores.
Elementos construídos (muros e fachadas, sem e com porta de acesso). 0,90 m - 1,20 m

PASSEIOS, RUAS E OUtROS ESPAÇOS PEDOnAIS:


DIStânCIAS
DE SEgURAnÇA A ELEmEntOS URBAnOS E
ConsTrUídos.

67
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

da às pistas cicláveis desde que de fácil e rápida implementação,


faixa Ciclável sejam garantidas as necessárias especialmente em áreas urbanas
condições de segurança, sendo a consolidadas, que necessita de
uma parte da faixa de roda- sua implementação recomendada menos espaço físico para a sua
gem reservada exclusivamente à nos seguintes casos: implementação e, usualmente, tem
circulação de velocípedes, onde é um reduzido custo construtivo. Para
proibida a circulação, paragem ou ● Em vias integradas na rede além destas podem ainda ser iden-
estacionamento de outros veículos, local (níveis 4 e 5) onde não seja tificadas as seguintes vantagens:
sendo a separação, apenas visual, possível prever percursos em que a
assegurada por marcas rodoviá- circulação de bicicletas ocorra em ● separa o tráfego ciclável do
rias e sinalização vertical, quando convivência com o tráfego rodoviá- tráfego rodoviário;
justificável. rio (via partilhada);
● aumenta o conforto, a seguran-
Podemos identificar os seguintes ● Em vias integradas na rede ça e, consequentemente, a confian-
tipos de faixas cicláveis: local (níveis 4 e 5) com volume de ça dos ciclistas;
tráfego rodoviário reduzido a inter-
● Convencionais; médio (1.500 a 8.000 veículos/dia), ● contribui para comunicar ade-
volume de tráfego ciclável reduzido quadamente a todos os utilizadores
● Contra Fluxo; (1.000 a 3.000 velocípedes/dia) e do espaço público que se trata de
velocidade de circulação limitada a um espaço reservado à circulação
● Elevadas. 30 m/h; de velocípedes;

As faixas cicláveis convencionais ● Em vias integradas na rede ● orienta os fluxos de tráfego,


são usualmente unidirecionais com local (níveis 4 e 5), com perfil ciclável e rodoviário, minimizando
sentido da corrente de tráfego e estreito, com volume de tráfego possíveis conflitos;
localizam-se habitualmente no lado rodoviário intermédio (3.000 a
direito da via rodoviária, encostadas 8.000 veículos/dia), volume de trá- ● encoraja a circulação ciclável,
ao lancil ou entre o espaço de esta- fego ciclável muito reduzido (não independentemente da experiência
cionamento e a faixa de rodagem. superior a 1.000 velocípedes/dia) e e/ou idade dos ciclistas.
velocidade de circulação limitada a
Na inexistência de espaço sufi- 50 m/h; No entanto, as vantagens acima
ciente, este tipo de percurso pode identificadas podem levar a que o
constituir uma alternativa adequa- Trata-se de uma solução flexível, recurso a este tipo de percurso seja

Londres - faixa CiCLáveL UnidireCionaL

68
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

intenso, em particular em situações a 6% é recomendável uma largu- facilitar e melhorar a organização e


em que outras tipologias se pode- ra superior (1,80 m), devido a se fluxo do tráfego rodoviário, condi-
riam revelar mais adequadas. Para verificar um maior esforço e maior ciona e reduz a direccionalidade
além desta preocupação, devem oscilação por parte dos utilizadores e conforto de circulação ciclável,
ser também salvaguardados os de bicicleta quando em subida, e forçando a efetuar desvios que
seguintes aspetos: necessidade de maior espaço de obrigam a maior desgaste físico, a
manobra quando em descida; aumentar a extensão dos percur-
● O tráfego ciclável não está sos e, eventualmente, a aumentar
fisicamente separado do tráfego ● Os valores referidos incluem a o nível de perigosidade forçando
rodoviário o que pode aumentar o pintura de marcas rodoviárias, no- os velocípedes a utilizar vias com
nível de perigosidade; meadamente linha branca traceja- maior volume de tráfego rodoviário.
da (LBT 0,50x0,50) ou linha branca
● Pode dar aos utilizadores menos contínua, ambas com 0,10 m de Assim, de modo a minimizar tais
experientes uma falsa’ sensação espessura; efeitos menos desejáveis, a utiliza-
de segurança levando a que estes ção de faixas cicláveis em contra
prestem menos atenção ao tráfego ● As faixas devem ser pintadas fluxo, percursos que permitem aos
rodoviário; em toda a sua extensão na cor ver- utilizadores circular no sentido
de (RAL 6029), com pictogramas de contrário ao do tráfego rodoviário,
● A existência de demarcação, bicicleta com sentido de circulação é uma solução bastante interessan-
pode incentivar os automobilistas na cor branca (RAL 9016), aplica- te que ‘cria atalhos’ em ruas com
quer a aumentar a velocidade de dos antes e depois das interseções menor volume de tráfego rodoviário.
circulação, quer a prestar menos e repetidos em intervalos regula- A sua utilização é particularmente
atenção ao comportamento dos res (ver Cap. 5 – Sinalização). Nas segura em vias de nível local com
velocípedes; interseções e passagens devem sentido único e reduzida velocidade
também ser utilizados tratamentos de circulação rodoviária, apresen-
● O dimensionamento desadequa- de superfície mais resistentes e tando ainda as seguintes vantagens:
do pode revelar-se perigoso pois duráveis (t regrip ou semelhante);
aproxima em demasia o tráfego ro- ● Os utilizadores de veículos
doviário do tráfego ciclável, poden- ● Nas faixas cicláveis localizadas motorizados e velocípedes detêm
do obrigar os velocípedes a circular em vias com velocidade de circula- boa visibilidade um sobre o outro,
muito próximo do passeio ou de ção rodoviária superior a 30 m/h melhorando assim a capacidade de
veículos estacionados, aumentan- deve ser considerada uma faixa compreensão e interação, permi-
do o risco de acidente e reduzindo de proteção com largura recomen- tindo-lhes melhor adaptar o seu
assim a capacidade de manobra. dada de 0,70 m, podendo quando comportamento;
justificável ser essa largura não
Assim, de forma a reduzir o nível de inferior a 0,50 m, incluindo marcas ● Melhoria da segurança, confor-
perigosidade e a evitar ou minimi- rodoviárias; to e aprazibilidade, uma vez que
zar a possibilidade de incidentes, possibilita a circulação através de
devem ser respeitados os seguinte ● uando as faixas cicláveis fo- percursos mais diretos com menor
critérios: rem contíguas a zonas de estacio- volume de tráfego rodoviário.
namento, deve igualmente ser sal-
● As faixas cicláveis devem ser vaguardada uma faixa de proteção No entanto, quando em interseções,
sempre unidirecionais, com o senti- com largura recomendada de 0,70 o nível de perigosidade associado
do da corrente de tráfego rodoviário; m, podendo quando justificável ser a este tipo de percurso aumenta
essa largura não inferior a 0,50 m; e a negociação da circulação com
● A largura recomendada é de os restantes utilizadores torna-se
1,50 m, sendo admissível uma ● Deve ser garantida quer a boa mais difícil (ver interseções – ca-
largura não inferior a 1,20 m em pavimentação dos percursos, quer racterísticas fundamentais – tipo
arruamentos com reduzido perfil, o seu bom estado de conservação e de conflitos). Com o aumento do
onde não seja possível partilhar a de manutenção. volume de tráfego ciclável e/ou
circulação de velocípedes com o rodoviário o número de conflitos
tráfego rodoviário. Nestes casos a Em vias locais de zonas consolida- pode aumentar o que pode origi-
velocidade de circulação rodoviária das e com reduzido espaço canal, é nar reações mais intempestivas e
deve ser limitada a 30 m/h; usual considerar vias com sentido imprevisíveis por parte de ambos
único de circulação para o tráfego os utilizadores.
● Em ruas com inclinação superior rodoviário. Esta solução, apesar de

69
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

fAIxA CICLÁVEL UnIDIRECIOnAL

70
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Assim, de forma a evitar ou mini-


mizar a possibilidade de incidentes,
devem ser respeitados os seguintes
critérios:

● Nas ruas onde exista estaciona-


mento do lado da faixa ciclável em
contra fluxo este deve ser relocali-
zado de modo a ficar contíguo à via
de circulação automóvel, afastan-
do a faixa do tráfego rodoviário,
melhorando assim a segurança
e conforto de circulação. Nestes
casos deve ser assegurada a exis-
tência de uma faixa de proteção,
localizada entre a faixa em contra
fluxo e a zona de estacionamento,
com largura recomendada de 0,70
m, podendo quando justificável ser
não inferior a 0,50 m, incluindo
marcas rodoviárias;

● Quando a solução acima referi-


da não for exequível, recomenda-se
a supressão do estacionamento do
lado da faixa em contra fluxo de
modo a evitar ou minimizar possí-
veis acidentes, nomeadamente re-
sultantes da abertura de portas de
veículos motorizados estacionados,
nomeadamente do lado do passa-
geiro (apesar da boa visibilidade os
passageiros antes de abrirem as
portas dos veículos concentram-se
sobretudo em observar o tráfego
rodoviário, esquecendo-se de veri-
ficar o tráfego ciclável que vem de
uma direção inesperada’);

● Em termos de dimensionamento
e sinalização, devem ser assegura-
dos os critérios apresentados para
as faixas cicláveis convencionais,
recomendando-se no entanto o via banaLizada CoM ConTra-senTido
reforço da sinalização através da
utilização de sinalização vertical
Lisboa - faixa CiCLáveL eM ConTra senTido
(ver Cap. 5 Sinalização).

As faixas elevadas correspondem


a percursos cicláveis separados
verticalmente dos espaços de cir-
culação contíguos, rodoviários e/ou
pedonais, com o intuito de propor-
cionar maior segurança e conforto
que uma faixa ciclável convencio-
nal, podendo ser identificados dois
tipos:

71
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

● Meia altura; ● Quando devidamente dimen-


sionados, estes percursos podem
● Altura do passeio. ser mais atrativos para os utiliza-
dores, independentemente da sua
As faixas elevadas a meia altura experiência ou idade, do que outro
são uma solução particular que tipo de percursos mais expostos
pode ajudar na perceção e legibi- ao tráfego rodoviário;
lidade dos percursos, identificando
claramente o espaço reservado ● Apresenta menor necessidade
aos utilizadores através da sua se- de manutenção uma vez que o
paração vertical, quer da faixa de percurso não é atravessado por
rodagem, quer do passeio, ajudan- veículos motorizados. CoPenhaga - faixa CiCLáveL a Meia aLTUra
do a dissuadir os outros utentes
do espaço público (automobilistas No entanto, quando não devida-
e peões) de aí circular. A sua im- mente dimensionados e ajustados
plementação é recomendada nos ao volume de tráfego ciclável
seguintes casos: existente e/ou previsto, podem in-
centivar utilizadores que queiram
● Em vias distribuidoras, com circular mais rápido a usar a via
velocidade de circulação limitada de trânsito ou mesmo o passeio
a 50 m/h e reduzido número de para ultrapassagens. Em passeios
interseções, com volume de tráfe- muito estreitos com acentuado
go rodoviário intermédio a elevado volume de tráfego pedonal, esta
(3.000 a 10.000 veículos/dia) e solução pode gerar maiores confli-
volume de tráfego ciclável reduzi- tos uma vez que os peões pode-
do (1.000 a 3.000 velocípedes/dia). rão procurar estes espaços para UTreChT - faixa CiCLáveL a Meia aLTUra
Nestes casos não é recomendada circular.
a existência de qualquer tipo de
estacionamento, nem a existência Assim, de forma a evitar ou mi- geiros dos transportes públicos.
de faixas bus com elevada fre- nimizar este tipo de incidentes, Se necessário devem ser imple-
quência de passagem de transpor- devem ser respeitados os seguinte mentadas medidas de acalmia que
tes públicos, adjacentes a estas critérios: ajudem a reduzir a velocidade de
faixas; circulação ciclável (ver ponto 1.4
● Em vias distribuidoras, a lar- Transportes públicos);
● Em vias locais, com velocidade gura recomendada é de 1,80 m.
de circulação limitada a 50 m/h, Quando não for possível assegu- ● Em vias locais, com reduzi-
com volume de tráfego rodoviário rar este valor, não se recomenda do volume de tráfego rodoviário
reduzido a intermédio (1.500 a a implementação deste tipo de (1.500 a 3.000 veículos/dia), é ad-
8.000 veículos/dia) e volume de solução; missível uma largura não inferior a
tráfego ciclável intermédio (3.000 1,20 m, devendo ser considerada
a 10.000 velocípedes/dia). ● Em vias distribuidoras, junto a utilização de lancis rampea-
à faixa ciclável deve ser pintada dos na separação com a faixa de
Este tipo de solução evita que os marca rodoviária a inviabilizar a rodagem de modo a permitir que
veículos motorizados ‘invadam’ os paragem e/ou estacionamento de utilizadores mais experientes e
percursos cicláveis e ajuda a dis- veículos; velozes possam, fácil e confor-
suadir os velocípedes de circular tavelmente, ultrapassar e voltar
nos passeios. Para além destas, ● Em vias distribuidoras, a largu- a entrar na faixa ciclável. Estes
podem ainda ser identificadas as ra recomendada é de 2,00 m sem- lancis devem ser rampeados numa
seguintes vantagens: pre que a faixa ciclável elevada a proporção de 4:1, não estando a
meia altura seja contígua a uma sua largura incluída na largura de
● Retira espaço da faixa de via bus. As zonas de embarque 1,20 m acima referida. Esta opção
rodagem, reservando-o para os e desembarque devem ser devi- revela-se também particularmen-
velocípedes, ajudando assim a damente identificadas de forma te interessante na resolução de
melhorar a segurança e conforto a que a prioridade de circulação interseções com pontos de acesso
de circulação; quando da tomada e largada de de veículos motorizados a edifícios
passageiros seja dada aos passa- (entradas especiais);

72
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Lisboa - faixas CiCLáveis a Meia aLTUra

73
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

5 – Sinalização). Nas interseções


● Em vias locais, quando contí- e passagens devem também ser
gua a zonas de estacionamento
utilizados tratamentos de super-
para veículos ligeiros, deve ser
fície mais resistentes e duráveis
assegurada uma faixa de proteção
(t regrip ou semelhante);
com largura recomendada de 0,80
m, podendo quando justificável ser
● Deve ser garantida quer a boa
não inferior a 0,50 m; pavimentação dos percursos, quer
o seu bom estado de conservação
● Na interseção com outras vias, e manutenção.
a cota das faixas deve ser ajusta-
da de forma a ficar nivelada com a Quanto às faixas cicláveis ele-
Lisboa - faixa CiCLáveL aLTUra do Passeio faixa de rodagem; vadas à altura do passeio, as
mesmas devem respeitar as
● Na interseção com zonas de recomendações e critérios apre-
embarque e desembarque de
sentados nas vias banalizadas/
transportes públicos, a cota das
partilhadas com tráfego pedonal.
faixas deve ser ajustada de forma
De salientar que ao contrário dos
a ficar nivelada com o passeio;
restantes tipos de faixas cicláveis
apresentados, neste caso, quando
● As faixas devem ser pintadas
justificado, poderá ser aceitável a
em toda a sua extensão na cor
utilização de faixas bidirecionais.
verde (RAL 6029), com pictogra-
mas de bicicleta com sentido de
circulação na cor branca (RAL
9016), aplicados antes e depois
das interseções e repetidos em
barCeLona - faixa CiCLáveL aLTUra do
PASSEIO
intervalos regulares (ver Cap.

Lisboa - faixa CiCLáveL bidireCionaL aLTUra de Passeio

74
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Pista Ciclável

Percurso em canal próprio, se-


parado fisicamente do tráfego
rodoviário e pedonal, através de
lancil (preferencialmente lancil de
transição ou meio lancil), zonas de
refúgio (ilhas), zonas de estaciona-
mento e paragem, marcas rodoviá-
rias com balizas cilíndricas flexíveis,
canteiros ou floreiras, entre outras.

Pode ser implantado paralelamente


à rua (acompanhando o espaço pe-
donal), com um ou dois sentidos de
circulação, ou ter um traçado inde-
pendente em relação à rede viária. Londres - PisTa CiCLáveL UnidireCionaL
Independentemente da solução,
deve ser salvaguardada a criação
de diferentes pontos de entrada e
saída (largura não inferior a 2,00
m), facilitando assim a circulação
de velocípedes, bem como a drena-
gem pluvial e o acesso de veículos
para efeitos de manutenção.

A sua utilização é recomendada


nos seguintes casos:

● Em vias estruturantes, com ve-


locidade de circulação não inferior
a 50 m/h e com volume de tráfego
rodoviário muito elevado (superior
a 10.000 veículos/dia);

● Em vias distribuidoras exten- barCeLona - PisTa CiCLáveL bidireCionaL


sas, com velocidade de circulação
limitada a 50 m/h, com reduzido
número de interseções e com volu-
me de tráfego rodoviário elevado a
muito elevado (não inferior a 8.000
veículos/dia);

● Em vias de proximidade, com


velocidade de circulação limitada
a 50 m/h, com volume de tráfego
rodoviário intermédio ou superior
(3.000 a 8.000 veículos/dia) e vo-
lume de tráfego ciclável intermédio
(3.000 a 10.000 velocípedes/dia).

De um modo geral, as pistas ciclá-


veis garantem um maior nível de
segurança aos seus utilizadores,
dado serem fisicamente separadas
barCeLona - PisTa CiCLáveL bidireCionaL ProTegida’ Por viaTUras esTaCionadas
do tráfego rodoviário e pedonal,

75
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

reduzindo assim a probabilidade de assim reduzir a direccionalidade e


conflito entre os diferentes modos, aumentar o tempo de deslocação.
podendo, em alguns casos, minimi-
zar também a exposição dos uti- Ainda que apresentando um maior
lizadores de bicicletas a emissões nível de risco, em particular junto
poluentes provenientes dos auto- de interseções, as pistas cicláveis
móveis, contribuindo assim para bidirecionais podem, em casos
o encorajar da circulação ciclável, particulares, ser soluções ajustadas
independentemente da experiência e justificadas, que necessitam de
ou idade dos utilizadores. menos espaço físico para a sua im-
plementação e são de construção
No entanto, este tipo de solução mais simples e menos dispendiosa.
apresenta maior risco de conflito A sua utilização é recomendada
em vias com várias interseções. Ao nos seguintes casos:
longo do percurso os automobilis-
tas e velocípedes não precisam de ● Em arruamentos onde os princi-
se preocupar um com o outro, mas pais edifícios, unidades comerciais
ao chegarem a interseções, am- e serviços estejam concentrados do
bos os utilizadores, de forma algo mesmo lado (frentes ribeirinhas);
súbita, têm de prestar atenção ao
tráfego que os rodeia e negociar ● Em arruamentos que devido
eventuais conflitos. Outro aspeto ao seu muito elevado volume de
a considerar é que este tipo de tráfego rodoviário e sobrelargura
Londres - exeMPLos de MUdanças separação apesar de melhorar a do espaço canal, seja difícil ga-
DE DIREÇÃO nA CIRCULAÇÃO segurança dos utilizadores de bi- rantir o atravessamento. Nestes
cicleta pode promover a prática de casos particulares recomenda-se
velocidades de circulação rodoviá- mesmo a implementação de pistas
ria mais elevadas, razão pela qual bidirecionais de ambos os lados do
a sua utilização deve ser criteriosa, arruamento;
ajustada a casos particulares.
● Em arruamentos com faixas de
Conforme abordado, as pistas rodagem com duas ou mais vias de
cicláveis podem ser separadas nas trânsito por sentido de circulação,
seguintes tipologias: com menor número de interseções
de um dos lados e reduzido número
● Unidirecionais; de pontos de passagem que facili-
tem mudanças de direção. Nestes
● Bidirecionais; casos o recurso a pistas bidirecio-
nais garante maior direccionalidade
nova iorqUe - PisTa CiCLáveL bidireCionaL ● Independentes. e conforto ao minimizar a necessi-
CEntRAL dade de desvios;
Quando implantadas paralelamente
à rua, as pistas cicláveis devem ser ● Quando as ligações com a res-
preferencialmente unidirecionais, tante rede ciclável estão, sobretu-
seguindo no sentido da corrente do, concentradas de um dos lados
de tráfego rodoviário, e localizadas do arruamento.
de ambos os lados do arruamento.
Esta é uma solução de mais fácil No entanto, conforme referido,
compreensão e negociação quan- trata-se de uma solução com maior
do nas interseções, mas que pode nível de risco nas interseções uma
obrigar a um maior número de vez que existem velocípedes pro-
manobras quando os velocípedes venientes de uma ‘direção inespe-
pretendem mudar de direção, em rada’, e muitos automobilistas se
particular em faixas de rodagem concentram apenas em observar o
seviLha - PisTa bidireCionaL
com duas ou mais vias de trânsito tráfego proveniente da esquerda e
por sentido de circulação, podendo não da direita, antes de negociarem

76
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

a entrada na via. As zonas de tran- quia da rede ciclável, e ao volume


sição de e para outras tipologias de tráfego ciclável verificado / pre-
de percursos geram, usualmente, visto (ver tabela com largura reco-
soluções de desenho complexas, de mendada para as pistas em função
difícil gestão e regulação, obrigan- do volume de tráfego ciclável);
do mesmo a recorrer a soluções de
sinalização mais dispendiosas para ● A separação física entre pistas
assegurar a segurança e conforto cicláveis e quaisquer obstáculos
de circulação dos utilizadores. físicos e/ou bolsas de estaciona-
mento, deve ter uma largura de
As pistas cicláveis ‘independentes’, 0,70 m, podendo quando justificá-
são percursos em que o seu dese- vel ser não inferior a 0,50 m. Os MinneaPoLis - PisTa CiCLáveL jUnTo a Linha
nho é independente do desenho da valores referidos incluem a pintura fERROVIÁRIA
rede viária, encontrando-se prefe- de marcas rodoviárias, nomeada-
rencialmente afastados desta, tor- mente linha branca contínua, com
nando este tipo de percursos muito 0,10 m de espessura. No entanto,
seguros para utilizadores menos a largura das faixas de protecção
experientes, crianças e adolescen- pode variar, ao nível do desenho e
tes, e particularmente interessantes dimensionamento, em função do
para circulação de recreio e lazer. espaço disponível e do tipo de se-
Devem, preferencialmente, assegu- paração desejável (ver tabela com
rar que a circulação seja feita em larguras recomendadas para faixas
dois sentidos. de proteção);

Este tipo de percursos, apesar de ● Em ruas com inclinação superior


menos diretos, apresentam usual- a 6% é recomendável uma largura
mente declives mais confortáveis superior (1,80 m para pistas uni- MinneaPoLis - PisTa CiCLáveL sobre via
e atravessam parques e jardins, o direccionais e 3,00 m para bidi- RODOVIÁRIA
que contribui para aumentar o seu recionais), justificável pelo maior
nível de aprazibilidade. esforço e maior oscilação por parte
dos utilizadores de bicicleta quando
São usualmente partilhados (com em subida, e necessidade de maior
ou sem separação) com o tráfe- espaço de manobra quando em
go pedonal (ver via banalizada/ descida;
partilhada – com tráfego pedonal),
estando igualmente associados a ● As pistas devem ser implemen-
percursos contíguos a vias estrutu- tadas preferencialmente à cota da
rantes e/ou linhas ferroviárias. faixa de rodagem. uando tal não
seja possível estas poderão ser
Independentemente do tipo de construídas a um nível intermé-
pista ciclável a utilizar, estas devem dio entre a faixa de rodagem e o
estar fisicamente separadas do passeio. No caso das pistas inde- LUnd - PisTa CiCLáveL sob via rodoviária
tráfego rodoviário e considerar os pendentes considera-se ajustada a
seguintes critérios: sua construção à cota de circulação
pedonal;
● No caso de pistas unidireccio-
nais ter uma largura de 1,50 m, ● Na interseção com outras vias,
sendo admissível uma largura não a cota das pistas deve ser ajustada
inferior a 1,20 m em casos par- de forma a ficar nivelada com a
ticulares. As pistas bidireccionais faixa de rodagem;
devem ter uma largura de 2,60
m, sendo em casos particulares ● Na interseção com zonas de
admissível uma largura não inferior embarque e desembarque de
a 2,40 m. No entanto, a largura transportes públicos, a cota das CoPenhaga - PisTa eM área feChada ao
destes percursos deve ser ajustada pistas deve ser ajustada de forma tRÁfEgO RODOVIÁRIO
à sua função, em relação à hierar- a ficar nivelada com o passeio;

77
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Volume tráfego ciclável Pista ciclável


(Velocípedes/hora) unidirecional bidirecional Independente
A – Muito Reduzido < 100 1,50 m (min. 1,20 m) 2,60 m (min. 2,40 m) 2,60 m (min. 2,40 m)
B – Reduzido 100 – 300 1,50 m (min. 1,20 m) 2,60 m (min. 2,40 m) 2,60 m (min. 2,40 m)
C – Médio 300 – 1000 1,80 m (min. 1,50 m) 3,00 m (min. 2,60 m) 3,00 m (min. 2,60 m)
D – Elevado 1000 – 1500 2,00 m (min. 1,80 m) 3,50 m (min. 3,00 m) 3,50 m (min. 3,00 m)
E – Muito Elevado > 1500 (min. 2,00 m) (min. 3,50 m) (min. 3,50 m)

LARgURA RECOmEnDADA PARA PIStAS Em fUnÇÃO DO VOLUmE DE tRÁfEgO CICLÁVEL.

Dimensão
recomendada mínima
faixa de rodagem – vias com velocidade superior a 50 m/h. 2,50 m 2,00 m
faixa de rodagem – vias com velocidade não superior a 50 m/h. 0,70 m 0,50 m
Ao estacionamento (longitudinal / oblíquo / transversal). 0,70 m 0,50 m
A margens de rios, ribeiras, lagos ou linhas de água. 0,70 m 0,50 m

LARgURA RECOmEnDADA DA fAIxA DE PROtEÇÃO.

● As pistas devem ser pintadas


em toda a sua extensão na cor ver-
de (RAL 6029), com pictogramas de
bicicleta com sentido de circulação
na cor branca (RAL 9016), aplica-
dos antes e depois das interseções
e repetidos em intervalos regulares
(ver Cap. 5 – Sinalização);

● Nas pistas bidireccionais deve


ser pintada linha branca tracejada
(LBT 2,70x0,30) com 0,10 m de
espessura a delimitar os sentidos
de circulação;

● Para além das marcas rodoviá-


rias referidas, deve ser considerada
sinalização vertical a informar do
inicio e fim das pistas cicláveis
(sinais de obrigação D7a e D13a,
respectivamente);

Dimensão
Elementos com altura não superior a 0,15 m, como lancis e canais de drenagem. 0,20 m
Elementos com altura não inferior a 0,15 m e não superior a 0,90 m, como bancos, papeleiras, pilaretes, guarda- 0,30 m
-corpos, bicicletários, hidrantes, armários técnicos, vegetação de pequeno porte.
Elementos com altura superior a 0,90 m, como sinalização vertical e luminosa automática de trânsito e iluminação 0,30 m – 0,60 m
pública.
Elementos com altura superior a 0,90 m, como parquímetros, abrigos, quiosques, sanitários públicos, mupi’s, e árvores 0,60 m
(pequeno, médio e grande porte).
Elementos construídos (muros e fachadas, sem e com porta de acesso). 0,90 m - 1,20 m

DIStânCIAS DE SEgURAnÇA A ELEmEntOS URBAnOS E A COnStRUÇÃO.

78
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

PIStA CICLÁVEL BIDIRECCIOnAL PIStA CICLÁVEL UnIDIRECCIOnAL

Outro aspeto a ter em considera- uma distância de segurança à via


● Nas interseções e passagens ção é o afastamento das pistas a ciclável, com apenas 0,30 m.
devem ser utilizados tratamentos objectos que lhes sejam contíguos.
de superfície mais resistentes e Assim, sempre que aplicável, devem No entanto, e conforme já referido,
duráveis (t regrip ou semelhante). ser salvaguardadas as seguintes considerando que o desenho e im-
distâncias de segurança a eventuais plementação de cada percurso cons-
● Deve ser garantida quer a boa elementos urbanos implantados tituirá um caso particular, os valores
pavimentação dos percursos, quer
junto a percursos cicláveis: apresentados servem sobretudo
o seu bom estado de conservação e
para orientação, tendo por objetivo
de manutenção. No caso de postes de sinaliza- contribuir para que os percursos
ção luminosa, sinalização vertical cicláveis a criar sejam ajustados à
● Sempre que técnica e fisica- e iluminação pública, apesar de sua função e garantam a circulação
mente possível, recomenda-se a
terem alturas superiores a 0,90 m, de velocípedes convencionais e não
implementação de pistas bidirecio-
entende-se que dada a sua pre- convencionais, sem comprometer o
nais de ambos os lados das ruas.
sença pontual poderá ser aceite nível de serviço da rede.

79
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Princípios de ● garantir o conforto da circu-


lação, ou seja, garantir que os
intervenção percursos são suaves, legíveis,
intuitivos e relaxantes, bem dimen-
sionados, com pavimentos em boas
Conceção condições, minimizando assim a
necessidade de concentração e de
Pensar e desenhar percursos
esforço físico durante a circulação;
cicláveis obriga, inevitavelmente,
ao desenvolvimento de soluções
● garantir a flexibilidade do espa-
que sejam exclusivas aos locais a ço público, de forma a salvaguardar
intervencionar. No entanto, exis- que, em caso de necessidade, seja
tem alguns princípios que pela sua possível repensar e redesenhar
natureza e relevância devem ser alguns desses espaços, de forma
transversais a todas as interven- rápida e com reduzido investimen-
ções, nomeadamente: to, permitindo a circulação segura e
confortável de velocípedes, mesmo
● garantir a segurança dos utiliza- velocípedes não convencionais.
dores de bicicleta, seja através da
redução do volume e velocidade de Estes princípios, têm como objetivo
circulação rodoviária para valores garantir que as necessidades dos
não superiores a 30 m/h, ou crian- utilizadores mais vulneráveis sejam
do percursos cicláveis separados do consideradas, em particular os
tráfego rodoviário e pedonal; utilizadores de bicicleta, o que não
significa necessariamente dar-lhes
● garantir a linearidade e direccio- prioridade em todas as circunstân-
nalidade dos percursos, de forma a
cias.
permitir que as deslocações sejam
feitas de forma mais direta e céle- No entanto, a prática revela-nos
re, devendo-se sempre que possível que pensar os percursos cicláveis
evitar desvios nos percursos, redu- de forma a garantirem em simultâ-
zir a necessidade de paragem em neo todos os critérios identificados
cruzamentos, e desenhar percursos nem sempre poderá ser consegui-
com inclinações suaves; do, sendo no entanto recomen-
dável que o critério segurança
● garantir a coerência e coesão seja sempre assegurado, devendo
dos percursos, de forma a aumen-
os restantes critérios ser geridos
tar a sua acessibilidade e conectivi-
em consideração da hierarquia e
dade, a uma escala municipal e/ou
função do percurso, ou seja, se
supramunicipal, ligando os princi-
o mesmo está integrado na rede
pais centros urbanos, melhorando
principal, complementar ou local,
assim a confiança dos utilizadores
e se é um percurso utilitário ou
de que se poderão deslocar de
exclusivamente destinado a recreio
forma segura e confortável, inde-
e lazer dos seus utilizadores.
pendentemente da sua origem e do
seu destino; Para além destes princípios existem
medidas importantes a conside-
● garantir a aprazibilidade dos rar, nomeadamente medidas que
percursos, ou seja, garantir que es-
procuram promover a utilização da
tes são agradáveis e interessantes,
bicicleta como meio de transporte
bem iluminados e com pavimentos
urbano e, em simultâneo quando
em boas condições. Estes são fa-
possível, dissuadir a utilização do
tores importantes para utilizadores
automóvel na cidade (medidas
iniciados, turistas e utentes que
push pull). Estas, invariavelmen-
circulam em tráfego de lazer;
te, introduzem melhorias ao nível
da segurança, aprazibilidade e con-

80
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

forto da circulação nos percursos


cicláveis, independentemente da ● Por sinalização vertical; Desenho
sua simultaneidade, podendo ser
● Por marcas rodoviárias; Independentemente do tipo de
hierarquizadas, como se pode ver
na tabela abaixo. percurso a considerar, um aspeto
● Por sinalização informativa.
importante a considerar ao nível
Esta hierarquização não deve ser No entanto, tal regulação ocor- do seu desenho prende-se com as
interpretada nem aplicada de rerá invariavelmente em pontos curvas de transição horizontais. A
forma rígida, uma vez que nem de conflito, nomeadamente em dimensão dos raios de curvatura a
sempre será possível implementar cruzamentos e entroncamento, com utilizar deve ter em consideração
soluções que considerem todos os outros modos de circulação e/ou quer a hierarquia da rede quer a
critérios, em particular os iniciais, com velocípedes, e em pontos de velocidade de circulação média pre-
não querendo isto dizer que os atravessamento. Assim, optou-se tendida para determinado percurso.
mesmos devam de imediato ser por descrever esta informação, de
descartados. Nesse sentido devem ser consi-
forma detalhada, nos temas se-
derados os valores enunciados na
guintes referentes a intersecções e
A aplicação destas medidas não tabela em cima.
passagens cicláveis, bem como no
tem também de seguir forçosa-
capítulo 5, referente a sinalização.
mente a estrutura apresentada, Em percursos com declive mais
havendo lugar a combinações. A acentuado, em que alguns utiliza-
redução da velocidade de circula- dores podem atingir velocidades
ção pode ser aplicada pontualmen- de 40 m/h, quando a circulação
te, permitindo assim que a solução se faça em sentido descendente,
de desenho seja ajustada de forma e a mudança de direcção tenha
a proporcionar atravessamentos um ângulo superior a 15º, deve
mais curtos e diretos. Igualmente, ser considerada uma sobrelargura
a medida redução do volume de de pelo menos 0,50 m a adicionar
tráfego aplicada a um determinado à largura do percurso ciclável na
arruamento, ou parte dele, pode curva de transição.
permitir ‘libertar’ o espaço neces-
sário à implantação de percursos Nas intersecções entre percur-
cicláveis. LOnDRES: mARCAS RODOVIÁRIAS sos cicláveis com uma ângulo de
aproximadamente 90º, poder-se-á
considerar um raio de curvatura
Regulação de 2,50 m de forma a promover
a acalmia e gestão da circulação
Independentemente da tipologia ciclável nesses pontos, sendo tam-
e dimensionamento do percurso bém salvaguardada a transição de
ciclável a considerar, estes devem velocípedes não convencionais (ver
ser regulados da seguinte forma: Tráfego ciclável – Espaço vital).

● Por sinalização luminosa auto- Independentemente das soluções


mática de trânsito; a desenhar e implementar, devem
LOnDRES: mARCAS RODOVIÁRIAS estar presentes os seguintes prin-
cípios:

Percursos Percursos critérios iniciais Redução do volume de tráfego rodoviário.


utilitários de lazer
Redução da velocidade de circulação de veículos motorizados.
Segurança Segurança Melhorar a gestão do tráfego rodoviário.
Direccionalidade Aprazibilidade ‘Conquistar’ área aos espaços rodoviários para criar novos espaços cicláveis.
Coerência Coerência Reavaliar e redesenhar interseções e outros pontos de conflito.
Conforto Conforto Separar os percursos cicláveis dos espaços rodoviários.
Aprazibilidade Direccionalidade critérios finais Converter espaços pedonais em espaços partilhados entre peões e velocípedes.

hierarqUização dos PrinCíPios de inTer-


VEnÇÃO Em fUnÇÃO DO PERCURSO. hIERARqUIzAÇÃO DAS mEDIDAS DE PROmOÇÃO DA UtILIzAÇÃO DA BICICLEtA.

81
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

40
Assim, podemos identificar os
seguintes factores que influenciam
a escolha do tipo de percursos
30
estabilidade cicláveis a implementar, nomeada-
moderada boa
Raio de curvatura
mente:
elocidade ( m/h)

20
● Espaço disponível;

● Velocidade de circulação;
10

● Volume de tráfego;

● Custo de implementação.
0 5 10 15 20 25
Raio (m)
O espaço disponível para a imple-
DESEnhO DE RAIOS DE CURVAtURA Em fUnÇÃO DA VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO
mentação de percursos cicláveis é
um fator chave em todo o proces-
so, que pode condicionar quer o
tipo de percurso a utilizar, quer o
seu adequado dimensionamento.
dar quer a direccionalidade quer a Assim, poder-se-á revelar necessá-
● Separar, sempre que possível e legibilidade.
justificado, o tráfego ciclável dos rio proceder à redução do número
restantes modos, aumentando a de vias de trânsito, supressão de
Embora exista um conjunto de lugares de estacionamento, redu-
segurança e conforto de utilização princípios de projeto e de regras
de todos os modos, em particular ção da velocidade de circulação
genéricas que são aplicáveis às so- e, em casos muito particulares e
do ciclável; luções a implementar, deve-se ter desde que devidamente justifica-
em consideração que a sua lógica dos, reduzir o espaço reservado à
● Garantir que o espaço disponibi- de aplicação integrada poderá ser
lizado para o percurso é adequado, circulação pedonal ou mesmo parti-
diferente, dependendo da hierar- lhá-lo com velocípedes recorrendo
considerando quer a sua função,
quia da rede, ciclável e rodoviária, e para tal à necessária sinalização.
quer o volume de tráfego existente
da intensidade de tráfego existente Alerta-se que no desenho e imple-
/ previsto;
e/ou prevista. mentação de percursos cicláveis
● Possibilitar, sempre que possível, o espaço disponibilizado para os
ultrapassagens e circulação lado-a- mesmos não deve simplesmente
-lado, tornando a deslocação mais Escolha de Percursos corresponder ao espaço sobrante
agradável e apelativa, mas também Cicláveis depois de satisfeitas as necessi-
mais segura, em virtude de se dispo- dades dos restantes utilizadores
nibilizar maior largura de percurso; O desenho de vias e percursos (rodoviário e pedonal). Este espaço
cicláveis deve procurar garantir que deve ser pensado e concretiza-
● Garantir a direccionalidade dos os utilizadores do espaço público do juntamente com os restantes
percursos de forma a reduzir a sejam alertados para potenciais modos, de forma evitar soluções
distância e tempo de viagem; conflitos entre eles, devendo ser desadequadas de circulação que
tida em consideração a seguinte possam comprometer a segurança,
● Minimizar a necessidade de regra: Os percursos cicláveis devem o conforto e a direccionalidade de
transições entre diferentes tipos de ser partilhados sempre que possível circulação, não apenas dos utiliza-
percursos de modo a salvaguar- e separados quando necessário. dores de bicicletas mas também

hierarquia da Rede Velocidade de circulação Dimensão do raio de curvatura


prevista recomendada mínima
Rede local 12 m/h 5m 3m
Rede complementar 22 m/h 10 m 8m
Rede principal 30 m/h 20 m 15 m

DESEnhO DE RAIOS DE CURVAtURA Em fUnÇÃO DA VELOCIDADE DE CIRCULAÇÃO E DA hIERARqUIA DA REDE.

82
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

dos restantes utilizadores do es- Outro fator a considerar refere-se O custo associado à implemen-
paço público. Nos casos em que o ao volume de tráfego existente e/ tação é outro fator importante a
espaço disponível seja insuficiente ou previsto, em particular rodo- ter em consideração, independen-
para de forma adequada assegurar viário e ciclável. Em arruamentos temente de se tratar de um novo
a circulação ciclável, considera- com reduzido volume de tráfego, percurso ou da requalificação de
-se preferível não prever qualquer nomeadamente em vias de pro- um caminho já existente, devendo-
percurso e, eventualmente, ajustar ximidade e vias locais, a solução -se privilegiar soluções flexíveis, de
o desenho da rede de forma a que mais adequada é a de partilhar a fácil e rápida implementação e com
o mesmo se possa materializar em circulação ciclável com a circulação reduzido custo construtivo. Inva-
outro arruamento. rodoviária (vias banalizadas/par- riavelmente, as soluções técnicas
tilhadas) ou de separar, ainda que mais adequadas revelam-se tam-
A velocidade de circulação rodoviá- apenas visualmente, através da bém as soluções mais económicas.
ria é também um fator importante implementação de faixas cicláveis. Independentemente das soluções
a considerar na escolha do tipo de Com volumes de tráfego rodoviário apresentadas, cada caso deve ser
percurso ciclável a implementar. elevados a muito elevados devem- analisado de forma singular, tendo
Em arruamentos com velocidade de -se privilegiar soluções que asse- em consideração as diferentes
circulação automóvel não superior gurem a separação entre estes dois particularidade que o definem bem
a 30 m/h, em que a diferença de modos de circulação. como o seu papel e importância na
velocidade entre os dois modos rede ciclável (mas também rodovi-
é bastante reduzida, a circulação Nos casos em que os espaços ária e pedonal), de forma a poder
ciclável é possível e desejável em cicláveis sejam partilhados com determinar a solução que melhor
partilha com o tráfego rodoviá- espaços pedonais, ainda que con- se adequa a esse caso em particu-
rio. No entanto, à medida que a forme já referido estes sejam casos lar.
velocidade de circulação rodoviária particulares que não devem ser pri-
aumenta, ampliando assim o dife- meira opção, deve ser considerado
rencial entre os dois modos, devem o local de implantação do percurso,
ser consideradas soluções que pri- relacionando-o com os volumes de
vilegiem a sua separação, seja esta tráfego pedonal e ciclável existen-
simplesmente visual (faixa ciclável) tes / previstos, de forma a determi-
ou física (pista ciclável). O mesmo nar qual a solução de partilha mais
principio deve ser considerado quer adequada, sem ou com separação
para transporte individual, quer (ver Tipologia de percursos – via
para transporte público (ver Tipo- banalizada / partilhada – com trá-
logia de percursos – via banaliza- fego pedonal).
da / partilhada – com transporte
público).

hierarquia Viária Local .t.r. 1.500 (veíc./dia) 30 m/h Partilhada (30 Bici) (Coexistência)
1.500 .t.r. 3.000 (veíc./dia) 30 m/h Faixa Ciclável (Contra Fluxo)
Partilhada (30 Bici) (Coexistência)
Faixa Ciclável (Contra Fluxo)
3.000 .t.r. 8.000 (veíc./dia) 50 m/h Faixa Ciclável (Convencional)
Pista Ciclável ( .t.r. 5.000) (unidireccio-
nal) (bidirecional)
Distribuidora 3.000 .t.r. 8.000 (veíc./dia) 50 m/h Faixa Ciclável (Elevada)
8.000 .t.r. 10.000 (veíc./dia) 50 m/h Faixa Ciclável (Elevada a meia altura)
.t.r. 10.000 (veíc./dia) 50 m/h Pista Ciclável (unidireccional)
(bidirecional)
Estruturante .t.r. 10.000 (veíc./dia) 50 m/h Pista Ciclável (unidireccional)
(bidirecional)

DEtERmInAÇÃO DO tIPO DE PERCURSO CICLÁVEL Em fUnÇÃO DO VOLUmE DE tRÁfEgO RODOVIÁRIO E DA hIERARqUIA VIÁRIA.

83
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

var no desenho de interseções de de e volume de tráfego dos dife-


percursos cicláveis com pontos de rentes utentes (rodoviário, ciclável
Interseções entrada e saída de veículos de edi- e pedonal).
fícios, lotes e/ou parcelas (entradas
especiais). Alguns fatores críticos a ter ainda
em atenção estão relacionados
As intersecções são pontos críticos Tendo em atenção que cada caso é com a capacidade de perceção,
nos percursos cicláveis. A maioria um caso, deve ser salvaguardado leitura e antecipação de possíveis
dos acidentes graves envolvendo que a solução de desenho a adotar conflitos, nomeadamente:
velocípedes acontecem nos cruza- respeite a hierarquia e tipologia do
mentos, em resultado do embate percurso, a intensidade e volume ● Visibilidade - Para além garantir
com veículos motorizados quan- de tráfego (ciclável, rodoviário e a visibilidade entre utilizadores, as
do estes estão em processo de pedonal) existente / previsto, bem zonas de atravessamento nos cru-
viragem. Para além deste aspeto como a velocidade de circulação. zamentos devem ser localizadas de
relacionado com a segurança dos modo a que seja possível manter o
utilizadores, as intersecções são contacto visual entre utilizadores,
também relevantes na direccionali- permitindo-lhes assim interagir e
Características
dade, velocidade média, e conforto “comunicar” as suas intenções, em
de circulação ciclável, promovendo
fundamentais
particular em cruzamentos não
ou comprometendo a sua taxa de semaforizados. Deve ser dada par-
utilização. ticular atenção às intersecções em
função e utilização
que a linha de visão dos utilizado-
Por estes motivos, no desenho e res possa ficar obstruída, ainda que
construção de intersecções, de for- A principal função dos cruzamentos
é de garantir a fluidez de circulação provisoriamente (atravessamento
ma a minimizar conflitos durante o de faixas de rodagem com mais de
atravessamento e salvaguardar as e permitir as necessárias mudan-
ças direção de forma a garantir uma via por sentido de trânsito);
viragens dos velocípedes ao longo
do percurso, deve ser dada especial o adequado funcionamento da(s)
rede(s) de circulação. O seu dese- ● Transições - A implementação
atenção à segurança, direccionali- de zonas de transição junto a inter-
dade e conforto dos utilizadores. nho deverá ser funcional, de forma
secções aumenta a complexidade
a minimizar o número de conflitos,
de circulação nos cruzamentos,
Este tema, destaca os desafios com e perfeitamente legível para todos
o que pode conduzir à ocorrência
que quer projetistas, quer outros os utilizadores do espaço público,
de mais acidentes. Nesse sentido
atores com intervenção direta e in- esclarecendo-os quanto ao seu
estas zonas devem ser evitadas
direta no espaço público da cidade, papel e vulnerabilidade bem como
nestes espaços, devendo ser loca-
se deparam, apresentando alguns quanto ao local e momento ade-
lizadas e dimensionadas de acordo
critérios a ter em consideração que quado de circulação e/ou atraves-
com os critérios apresentados no
visam possibilitar a construção de samento.
tema “outros espaços cicláveis -
soluções mais orientadas para os zonas de transição”.
utentes vulneráveis, em particular Um dos aspetos mais importan-
os utilizadores de bicicletas. tes a ter em consideração é o da
velocidade de circulação por parte
dos utentes do espaço público, Tipo de con itos
Assim, para além de se descrever
as funções e utilização, identificam- em particular dos automobilistas.
A probabilidade de ocorrência de Sempre que, pelo menos, duas vias
-se os tipos de conflito a ultra- se intersectam são criadas situa-
passar nos diferentes tipos de acidentes com ferimentos gra-
ves ou fatais para utentes mais ções particulares de funcionamento
interseção, identificados com base que justificam diferentes tipos de
na hierarquia viária existente. Com vulneráveis como os utilizadores de
bicicleta é proporcional ao aumento manobras, dependendo o núme-
base nessa análise, apresentam- ro e tipo de pontos de conflito de
-se os princípios de intervenção, da velocidade de circulação dos
veículos motorizados, em particular múltiplos fatores, nomeadamente
nomeadamente ao nível da conce- do tipo e intensidade de tráfego
ção, regulação e do desenho, bem a partir dos 30 m/h.
existente. O número de pontos de
como a sua aplicabilidade. Ainda conflito numa interseção é propor-
que tratando-se de um aspeto mais Para além da velocidade de cir-
culação, existem outros aspetos cional não só ao número de ramos
particular da circulação ciclável, existentes, ao seu número de vias
apresentam-se também alguns a considerar, nomeadamente a
direção de circulação e a intensida- e sentidos de trânsito mas também
dos princípios e critérios a obser-

84
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Lisboa - aTravessaMenTo CiCLáveL seMaforizado barCeLona - aTravessaMenTo CiCLáveL não seMaforizado

ao tipo de tráfego, ou seja, para separação de uma corrente de velocípedes de modo garantir que
além dos conflitos com o tráfego tráfego em duas ou mais correntes a inserção é feita de forma segu-
rodoviário, é necessário ter atenção (viragens à esquerda ou direita). Os ra. Os acidentes mais comuns são
aos movimentos dos peões quer no acidentes mais comuns associados quer o embate da frente do veículo
atravessamento de vias de trânsito, a este tipo de manobra resultam de motorizado na lateral do velocí-
quer de percursos cicláveis. mudanças de direcção feitas pelos pede, quer o embate da frente
automobilistas, embatendo nos da bicicleta na lateral de veículos
Assim, cruzamentos com quatro velocípedes que pretendem seguir motorizados, dependendo a peri-
ramos terão um maior numero em frente, independentemente de gosidade do embate do ângulo de
de conflitos do que um entronca- estes circularem em faixa ou pista convergência e da velocidade de
mento com apenas três ramos. ciclável e em via partilhada (“ângu- circulação de ambos os utilizado-
Nas interseções, em particular em lo morto”). Outro tipo de acidente res. Este tipo de ocorrências pode
interseções não semaforizadas possível, resulta do embate do acontecer em vias partilhadas,
(prioritárias), identificam-se con- automóvel na traseira do velocí- faixas ou pistas cicláveis. Deve ser
flitos resultantes de manobras de pede no momento de mudança de dada especial atenção aos casos
divergência, convergência, entrecru- direcção por parte deste último. em que as pistas cicláveis são
zamento e atravessamento, entre bidireccionais (ver princípios de
veículos motorizados e/ou velocí- As manobras de convergência intervenção – regulação).
pedes, para os quais deve ser tida são também manobras simples
em consideração a natureza e tipo, mas com um nível de perigosida- As manobras de entrecruzamen-
quer da faixa de rodagem, quer do de superior ao das manobras de to correspondem a movimentos
percurso ciclável. divergência. Nestes casos, todos os de transição horizontal e que são
condutores que pretendam entrar usualmente associados à desloca-
As manobras de divergência são numa via prioritária devem avaliar ção de velocípedes de uma faixa ou
manobras simples, de pequena os intervalos de tempo disponibili- pista ciclável para a via, (partilhada
perigosidade, caracterizadas pela zados entre veículos motorizados e ou não) e vice-versa, ao entrecru-

85
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

zamento com veículos motorizados o atravessamento conflitua com triz de nós a adotar na intersecção
quando o velocípede se procura várias correntes de tráfego, em que dos diferentes arruamentos que a
posicionar no cruzamento para o embate mais comum é do tipo integram, sendo identificados os
viragem à esquerda, e ao entrecru- frente automóvel com a lateral do seguintes tipos de intersecções:
zamento com automobilistas que velocípede, independentemente de
querem virar à direita (ver zonas este circular em via partilhada, faixa ● vias residenciais – vias residen-
de viragem – faixas de viragem). ou pista ciclável. O nível de perigosi- ciais (níveis 4 / 5 – níveis 4 / 5);
Neste tipo de manobras o tipo de dade aumenta consoante o número,
acidentes mais comum resulta do sentidos de circulação e largura de ● vias distribuidoras – vias resi-
embate lateral ou de frente do percursos cicláveis a atravessar. denciais (níveis 2 / 3 – níveis 4 / 5);
automóvel na lateral do velocípede.
O seu nível de perigosidade aumen- ● vias distribuidoras – vias distri-
buidoras (níveis 2 / 3 – níveis 2 / 3);
ta de acordo com a visibilidade e tipologia de interseções
velocidade de circulação.
Explica-se a sua função, tipo de
Considerando a relação próxima
As manobras de atravessamento regulação a considerar, o tipo de
que existe entre os espaços de
correspondem ao movimento de percurso, passagem ciclável e
circulação ciclável e os espaços de
“ida em frente” num cruzamento, espaços de manobra mais ajusta-
circulação rodoviária, a tipologia de
em particular em cruzamentos dos, bem como medidas adicionais
intersecções a apresentar tem por
em “X”. Estas são o tipo de mano- a considerar (acalmia de tráfego e
base a hierarquia da rede rodoviá-
bras mais perigosas, uma vez que apoio à circulação de bicicletas).
ria da cidade, em particular a ma-

diverg nCia Converg nCia

EntRECRUzAmEntO EntRECRUzAmEntO AtRAVESSAmEntO

TiPo de ConfLiTos – diverg nCia, Converg nCia, enTreCrUzaMenTo e aTravessaMenTo

86
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Distribuidoras Residencial
Estruturante Principal Secundária Proximidade Local
(nível 1) (nível 2) (nível 3) (nível 4) (nível 5)
Estruturante Regulação (RT - Hierarquia da via)
(nível 1) Passagens Desniveladas (superiores ou inferiores)
Distribuidoras Principal Regulação Regulação Regulação
(nível 2) (SLAT, Rotundas) (SLAT, Rotundas) (SLAT, SV, MR, RT
Passagens nive- Passagens nive- / sem viragens à
ladas ladas esquerda)
(isoladas ou confi- (isoladas ou confi- Passagens nive-
nantes) nantes) ladas
Passagens Desni- (isoladas ou confi-
veladas nantes)
(superiores ou
inferiores)
Secundária Regulação Regulação Regulação
(nível 3) (SLAT, Rotundas) (SLAT, SV, MR, (SLAT, SV, MR, RT
Passagens nive- Rotundas) / sem viragens à
ladas Passagens nive- esquerda)
(isoladas ou confi- ladas Passagens nive-
nantes) (isoladas ou confi- ladas
nantes) (isoladas ou confi-
nantes)
Residenciais Proximidade Regulação Regulação
(nível 4) (SLAT, SV, MR, RT, (S , MR, RT)
Rotundas) Passagens nive-
Passagens nive- ladas
ladas (isoladas ou confi-
(isoladas ou confi- nantes)
nantes)
Local
(nível 5)

MaTriz de nós eM fUnção da hierarqUia viária da Cidade de Lisboa.

barCeLona - inTerseção de vias de hierarqUia PrinCiPaL

87
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

As intersecções referentes à rede inferior nas vias de nível 5 (30 m/h). decorre, para além da natureza da
estruturante (1º nível) não foram A solução de desenho urbano deve própria interseção e dos volumes
explicadas dado serem casos par- procurar dissuadir a circulação a de tráfego considerados como refe-
ticulares, em que invariavelmente velocidades superiores às indica- rência, das tipologias de percursos
o atravessamento ciclável é, ou das, recorrendo para tal, e quando cicláveis existentes. Nos casos em
deve ser, resolvido com recurso a justificado, à aplicação pontual de que a circulação de bicicletas ocor-
passagens desniveladas, superiores medidas de acalmia, seja através da ra em convivência com o tráfego
ou inferiores. alteração dos alinhamentos verti- rodoviário (vias partilhadas / bana-
cais ou horizontais, ou de medidas lizadas), não se justifica a aplicação
São também tratados os princípios combinadas, e, quando possível, de de qualquer tipo de passagem que
e critérios de desenho a ter em medidas de apoio à circulação de facilite o atravessamento de velo-
consideração no desenho de per- bicicletas (redução da largura das cípedes nas interseções uma vez
cursos cicláveis “intersetados” por vias, redução dos raios de curvatura que estes partilham dos mesmos
vias para acesso de veículos moto- em cruzamentos ) e/ou da imple- direitos e responsabilidades dos
rizados a edifícios, lotes e parcelas, mentação de zonas 30 ou de coexis- automobilistas.
públicas ou privadas. tência (ver 1.3 espaços de circulação
rodoviária – acalmia de tráfego). No entanto, quando se verifique
a existência de faixas ou pistas
Vias residenciais – Vias residen- Por norma, o tráfego que circula cicláveis, associadas em particular
ciais (níveis 4 / 5 – níveis 4 / 5) nas vias de distribuição local (nível a vias distribuidoras locais, o atra-
4) detém prioridade de passagem vessamento nos cruzamentos deve
Interseção entre vias com muito sobre o tráfego existente nas vias ser resolvido recorrendo preferen-
reduzido e reduzido volume de trá- de acesso local. A regulação deve cialmente a passagens cicláveis
fego rodoviário ( t 300 v/h) e ci- ser feita de forma a assegurar este niveladas, isoladas ou confinantes,
clável ( t 300 v/h), que procuram principio, recorrendo para tal a de forma a dar direito de passagem
garantir quer o escoamento, quer sinalização vertical, marcas rodo- aos velocípedes (ver passagens
o acesso rodoviário ao edificado e viárias e/ou aplicação da regra de cicláveis e interseções – critérios e
comércio local, e reunir condições “prioridade à direita”, sempre que soluções tipo).
que favoreçam a circulação dos justificável. Em casos particulares
utilizadores mais vulneráveis. poderá ser considerado o recurso a
mini rotundas. Vias distribuidoras – Vias
A velocidade de circulação está residenciais (níveis 2 / 3 – níveis
limitada a 50 m/h nas distribui- O tipo de passagem a considerar 4 / 5)
doras locais (nível 4), devendo ser para a interseção entre estas vias,
Interseção entre vias que assegu-
ram o encaminhamento do trá-
fego para vias de nível superior e
garantem a distribuição do tráfego
rodoviário aos percursos intermé-
dios e de proximidade, e vias que
procuram garantir quer o escoa-
mento, quer o acesso rodoviário ao
edificado e comércio local, favore-
cendo a circulação dos utilizadores
vulneráveis.

O tráfego que circula nas vias


distribuidoras detém prioridade de
passagem sobre o tráfego existente
nas vias residenciais, devendo a
regulação deve ser feita de forma a
assegurar este principio, recorrendo
para tal a sinalização luminosa,
sinalização vertical e marcas rodo-
viárias, e rotundas.
barCeLona - inTerseção de vias disTribUidoras

88
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Na interseção de vias de nível 3


com nível 5 deve ser inviabilizada a Vias distribuidoras – Vias
possibilidade de viragem à esquer- distribuidoras (níveis 2 / 3 –
da, exceto quando exista uma faixa níveis 2 / 3)
própria para tal movimento e esta
seja, preferencialmente, regulada Interseção entre vias que assegu-
por sinalização luminosa. ram o encaminhamento do tráfego
para vias de nível superior e ga-
Os volumes de tráfego nestas rantem a distribuição dos maiores
interseções são diversificados, mais volumes de tráfego rodoviário a ExEmPLO DE mÁ SOLUÇÃO DE tRAnSIÇÃO
intensos nas vias distribuidoras, percursos intermédios e de proxi- VERtICAL

podendo estas apresentar níveis midade. A prioridade de passagem


intermédios a muito elevados de deve respeitar a hierarquia viá-
tráfego rodoviário (300 v/h t ria, devendo a regulação recorrer
1.000 v/h). Nas vias residenciais o preferencialmente a sinalização
volume de tráfego é usualmente luminosa, mas também a sinali-
mais reduzido (150 v/h t 300 zação vertical, marcas rodoviárias,
v/h). uanto ao tráfego ciclável os e rotundas. Em casos particulares
percursos e interseções devem ser poderá ser considerada a constru-
desenhados de forma a garantir ção de nós desnivelados.
um nível de serviço intermédio a
elevado (300 v/h t 1.500 v/h). Os volumes de tráfego nestas in-
ExEmPLO DE BOA SOLUÇÃO DE tRAnSIÇÃO
terseções são usualmente intensos, VERtICAL
A velocidade de circulação está podendo verificar-se níveis elevados
limitada a 50 m/h nas distribuidoras, (800 v/h t 1.000 v/h) a muito
sendo, preferencialmente, inferior nas elevados de tráfego rodoviário (Vt faixas ou, preferencialmente, pistas
vias residenciais. A solução de dese- 1.000 v/h). uanto ao tráfego cicláveis é elevada.
nho urbano deve procurar dissuadir a ciclável os percursos e interseções
circulação a velocidades superiores à devem ser desenhados de forma a Assim, o atravessamento de velo-
indicada, recorrendo para tal, e quan- garantir um nível de serviço elevado cípedes nestes tipos de interseção,
do justificado, à aplicação pontual de (1.000 v/h t 1.500 v/h) a muito deve ser resolvido recorrendo a pas-
medidas de acalmia, seja através da elevado ( t 1.500 v/h). sagens cicláveis niveladas, isoladas
alteração dos alinhamentos verti- ou confinantes, reguladas por sina-
cais ou horizontais, ou de medidas A solução de desenho urbano deve lização luminosa, procurando assim
combinadas, e, quando possível, de procurar dissuadir a circulação a ve- dar direito de passagem aos velocí-
medidas de apoio à circulação de bi- locidades superiores à regulamen- pedes dando-lhes vantagem compe-
cicletas (redução da largura das vias, tar (50 m/h), recorrendo quando titiva sobre o tráfego rodoviário (ver
redução dos raios de curvatura em justificado à aplicação pontual de passagens cicláveis e interseções –
cruzamentos ) e/ou da implementa- medidas de acalmia, devidamente critérios e soluções tipo). O atra-
ção de zonas 30 ou de coexistência, ajustadas à hierarquia da via (nível vessamento de velocípedes poderá
apenas nas vias residenciais (ver 1.3 2 ou 3), seja através da alteração também ser resolvido recorrendo a
espaços de circulação rodoviária – de alinhamentos verticais ou hori- passagens desniveladas, superiores
acalmia de tráfego). zontais, ou de medidas combinadas, (preferencialmente rebaixando a fai-
e, onde possível, de medidas de xa de rodagem e mantendo de nível
Considerando os volumes de trá- apoio à circulação de bicicletas (re- a circulação ciclável) ou inferiores
fego rodoviário referidos a proba- dução da largura das vias, redução (preferencialmente através da cons-
bilidade de existência de faixas ou de raios de curvatura). trução de uma passagem inferior).
pistas cicláveis é elevada. Assim,
o atravessamento de velocípedes Conforme referido, o tipo de passa-
nestes tipos de interseção, deve gem a considerar para a interseção Acesso a edifícios
ser resolvido recorrendo, preferen- entre estas vias, decorre, para além
cialmente, a passagens cicláveis da natureza da própria interseção Neste tema são tratados os
niveladas, isoladas ou confinantes, e das intensidades de tráfego, das princípios e critérios de desenho a
procurando assim dar direito de tipologias de percursos cicláveis ter em consideração no desenho
passagem aos velocípedes (ver existentes. Considerando os volu- de percursos cicláveis que sejam
passagens cicláveis e interseções – mes de tráfego rodoviário referidos, intersetados por vias para acesso
critérios e soluções tipo). a probabilidade de existência de de veículos motorizados a edifícios,

89
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

lotes e parcelas, públicas ou priva- feita recorrendo a rampa ou lancil


das. Neste tipo de interseções, as rampeado com uma inclinação não Princípios de
soluções de desenho deverão dar superior a 10% de forma a não intervenção
prioridade de passagem ao velocí- comprometer o seu acesso;
pede e promover a acalmia de ve-
locidade, quer na entrada, quer na ● em situações particulares, como Conceção
saída dos edifícios, de forma a que no acesso a estações de servi-
estas transições sejam feitas de ço, poder-se-á considerar que o A identificação e análise de inter-
forma segura, não comprometendo percurso ciclável fique ligeiramen- secções entre percursos cicláveis
assim a segurança dos utentes, te elevado em relação à faixa de e espaços de circulação rodoviária
em particular dos utilizadores de rodagem (2 a 3 cm), de forma a e pedonal é fundamental para a
bicicleta. Assim, devem ser conside- promover a acalmia de velocidade construção de soluções seguras
rados os seguintes critérios: na entrada e saída de veículos mo- que, através da sua legibilidade e
torizados sem recurso a rampas ou funcionalidade, contribuam para
● evitar transições verticais ao lancis rampeados, devendo estes alertar todos os utentes sobre
longo do percurso ciclável, exceto pontos ser sinalizados com sinal ou estes pontos sensíveis, contribuindo
quando se verifiquem poucas “entra- marca rodoviária de lomba (A2a - desta forma para uma gestão ade-
das especiais” contíguas ao percurso ver ponto 5 Sinalização); quada de riscos e conflitos, atuais
(distância de 100,0 m a 150,0 m e/ou antecipados.
entre zonas de entrada). Nestes ca- ● estas interseções devem ser devi-
sos poder-se-á considerar a sobre- damente sinalizadas através de pin- Assim, os seguintes conceitos de-
levação do percurso nesses pontos tura integral, em material adequado vem ser considerados no desenho
desde que as transições tenham (t regrip ou semelhante) e na cor de intersecções de forma a torna-
uma inclinação não superior a 5% verde - RAL 6029, incluindo, quando -las mais adequadas à circulação
para os velocípedes, e não superior a necessário, as adequadas marcas de bicicletas:
10% para veículos motorizados; rodoviárias (ver ponto 5.2. Marcas
Rodoviárias – Marcas Transversais); ● segurança
● nos casos em que existam
várias interseções, os percursos ● a solução de desenho urbano Conforme referido, as colisões nos
cicláveis poderão ficar a meia deve salvaguardar a necessária lar- cruzamentos, em particular colisões
altura (5cm a 6cm), entre a faixa gura de acesso e de inscrição dos laterais, são das principais causas
de rodagem e o passeio, de forma veículos, devendo a entrada ser, de acidentes, graves e/ou fatais,
a privilegiar a circulação ciclável. preferencialmente, perpendicular entre tráfego ciclável e rodoviário.
A transição vertical para acesso aos edifícios, e, sempre que possí- Assim, devem ser desenhadas solu-
de veículos motorizados, deve ser vel, possibilitar o acesso a mais do ções que procurem:
que um edifício ou lote.

PeríMeTro de visibiLidade.

90
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

minimizar ou anular este tipo ponto 1.3 Espaços de circulação viagens de bicicleta. Assim, no
de conflitos, recorrendo, quando rodoviária – acalmia de tráfego); desenho de cruzamentos e inter-
possível, a soluções de desenho seções que integrem percursos
mais simples, com menor núme- evitar ou minimizar a implan- cicláveis, deve-se procurar:
ro interseções, ou a soluções de tação de elementos urbanos que
atravessamento desniveladas não sejam necessários à regu- dar prioridade de passagem
(ver espaços cicláveis – passa- lação e gestão do tráfego nas aos velocípedes, sempre que
gens - desniveladas); zonas de cruzamento, nomeada- possível e justificável (ver me-
mente bancas, quiosques, pai- didas de apoio à circulação de
garantir boa visibilidade entre néis publicitários, árvores, entre bicicletas);
utilizadores, ao nível quer da outros, de modo a não compro-
visibilidade de circulação, quer meter a visibilidade e obrigar os quando tal não for possível ou
da visibilidade de atravessamen- utilizadores a desviar a atenção justificável, minimizar o tempo
to (ver caracterização do tráfego do tráfego rodoviário. Caso não de paragem dos utilizadores de
ciclável - visibilidade); seja possível evitar a instalação bicicleta através da implantação
destes elementos, os mesmos de zonas de refúgio (ver espa-
ajustar a localização dos atra- devem ficar a uma distância não ços cicláveis - outros espaços
vessamentos cicláveis de forma inferior a 12,50 m da interseção. cicláveis);
a salvaguardar a distância de
segurança ao tráfego rodoviário ● coerência minimizar a necessidade de
de viragem, sem comprometer paragem, em particular em cru-
a direccionalidade e conforto de De forma a garantir a coerência dos zamentos de vias distribuidoras,
circulação ciclável (ver Espaços percursos e interseções, garantin- recorrendo sempre que possível,
cicláveis – Passagens cicláveis - do a sua continuidade e adequada a passagens desniveladas (ver
Niveladas), nem obrigar o peão legibilidade por parte dos restantes espaços cicláveis - passagens);
desviar-se do seu percurso na- utilizadores, deve-se procurar:
tural para proceder ao atraves- garantir o alinhamento dos
samento (ver ponto 1.1 Espaços recorrer a soluções tipo, ainda percursos na zona de atravessa-
de circulação pedonal – Espaços que em número reduzido, aplicá- mento;
pedonais – Passagens para pe- veis de acordo com a hierarquia
ões - Niveladas); rodoviária e ciclável, dando assim promover a não redução da
aos utilizadores uma melhor velocidade média de circulação
prever, sempre que possível noção do tipo de cruzamento que ciclável através do adequado
e justificável, zonas de mano- vão encontrar e do comporta- dimensionamento dos percursos
bra e “espaços de evasão” para mento que cada um deve adotar; (raios de curvatura, larguras de
velocípedes; percurso e passagens - ver espa-
recorrer igualmente a soluções ços cicláveis - percursos).
evitar a existência de “pontos tipo ao nível da identificação, sina-
cegos”, através da criação de lização e aplicação de regras, que ● conforto
zonas avançadas para bicicletas, sejam homogéneas e possibilitem
antecipando o ciclo de verde assim uma fácil identificação do Garantir o conforto de circulação é
para utilizadores de bicicletas, tipo e natureza da interseção; outro aspeto a ter em consideração
e, sempre que possível, invia- uma vez que o mesmo contribui
bilizando viragens à direita do sempre que possível, recorrer igualmente para a melhoria da
tráfego rodoviário, em particular a soluções semelhantes para circulação em particular no que
para veículos pesados (ver es- situações semelhantes, devendo se refere à sua agradabilidade e
paços cicláveis - outros espaços ser salvaguardado que cada caso confiança. Assim, no que a este
cicláveis e medidas de apoio à é uma caso e como tal deve ser conceito diz respeito, o desenho
circulação de bicicletas); devidamente analisado e avaliado de cruzamentos e interseções que
antes de se chegar a uma solução. integrem percursos cicláveis, deve-
reduzir a velocidade de circu- -se procurar:
lação do tráfego rodoviário nos ● direccionalidade
pontos de conflito para valores garantir a homogeneidade,
não superiores a 30 m/h, recor- A direccionalidade dos percur- uniformidade e conservação dos
rendo para tal, quando necessá- sos contribui para a melhoria da pavimentos nos pontos de inter-
rio, a medidas de acalmia (ver circulação e tem uma influencia seção, nomeadamente entre vias
direta na duração e distância das distribuidoras e vias locais;

91
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

inviabilizar a presença de tando a obstrução da circulação desenho de interseções que incluam


obstáculos e entraves ao atra- ciclável resultante de veículos pa- diferentes modos de circulação, sendo
vessamento, garantindo assim rados na zona de atravessamen- para tal relevante perceber o tipo e as
a sua boa visibilidade, de forma to, e a exposição dos utilizadores necessidades, preferências e expec-
a facilitar, sempre que possível, de bicicleta ao ruído e emissões tativas dos utilizadores, em particular
o atravessamento sem que seja poluentes provocadas pelo trá- dos utilizadores de bicicletas.
necessário ao condutor parar a fego rodoviário, salvaguardando
bicicleta; que as zonas de acumulação e As soluções a implementar devem
pontos de atravessamento do considerar todo o tipo de utilizado-
desenhar soluções que faci- tráfego ciclável ficam localizados res, em particular utilizadores prin-
litem a circulação ciclável, no- à frente do tráfego rodoviário. cipiantes e crianças e adolescentes,
meadamente raios de curvatura procurando garantir a segurança e
amplos e, se necessário, com conforto de circulação independen-
sobrelargura nas zonas de tran- Regulação temente da sua experiência, idade,
sição e/ou mudança de direção; género e condição física. O impac-
Para além dos conceitos identifica- to que o desenho das interseções
minimizar / inviabilizar incó- dos, é importante ter igualmente detêm no tempo de deslocação é
modos provocados pelo tráfego em consideração alguns critérios no outro aspeto a observar, uma vez
rodoviário, nomeadamente evi- que qualquer acréscimo de tempo
de deslocação pode funcionar como
fator de dissuasão à circulação
ciclável. A perda de dinâmica e esta-
bilidade nos velocípedes, decorrente
da aproximação a cruzamentos e
entroncamentos, são aspetos impor-
tantes da circulação e que devem
ser acautelados. Usualmente, os
utilizadores procuram não perder a
dinâmica de circulação de modo a
não aumentar o esforço de circula-
ção, no entanto tal invariavelmente
acontece nos pontos de interseção
resultante da redução na velocidade
média de circulação, ou mesmo de
paragem e arranque, o que contribui
para uma maior oscilação e perda
de equilíbrio dos utilizadores.

Assim, considerando os aspetos


acima referidos é necessário dar
particular atenção aos critérios
referentes à aproximação, capaci-
dade e regulação das interseções.

Na determinação da ‘capacidade’ dos


cruzamentos e entroncamentos, deve
ser tida em consideração uma nova
abordagem que dê prioridade de
circulação aos utilizadores mais vul-
neráveis e não ao tráfego rodoviário
como tem sido a prática corrente. Es-
tes devem ser desenhados tendo em
consideração o volume de tráfego ro-
doviário e pedonal, mas sobretudo o
volume de tráfego ciclável existente
PASSAgEm CICLÁVEL COm RECURSO A SInALIzAÇÃO LUmInOSA e/ou previsto de modo a salvaguar-

92
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

dar a direccionalidade, mudanças de A regulação de interseções entre ser considerada preferencialmente


direção, manobrabilidade e veloci- percursos cicláveis e espaços de para cruzamentos e entroncamentos
dade de circulação média, evitando circulação rodoviária tem como localizados em zonas residenciais e
assim atrasos nas deslocações. Em objetivo gerir o tráfego ciclável e zonas mistas, de média densidade,
algumas interseções, nomeadamente rodoviário de forma a garantir a com reduzido a intermédio volume
aquelas que se encontrem no limite segurança dos utilizadores sem de tráfego (300 v/h t 800 v/h),
de saturação, dever-se-á mesmo comprometer a fluidez de circu- onde a velocidade de circulação é
considerar a possibilidade de redire- lação de ambos os modos. Esta não superior a 50 m/h, sendo pre-
cionar o tráfego rodoviário de forma regulação pode ser conseguida das ferencialmente inferior (30 m/h).
a reduzir a intensidade e volume seguintes formas:
naquele ponto, de forma a assegurar Deve ainda ser dada especial aten-
a circulação segura e confortável do ● sem sinalização luminosa (prio- ção à segurança dos utilizadores
tráfego ciclável. ritária); onde a circulação se faça em pistas
cicláveis bidirecionais, uma vez que
Na aproximação aos cruzamentos, ● com sinalização luminosa; nestas interseções existem velocí-
deve-se procurar que o desenho ur- pedes provenientes de uma “dire-
bano garanta os seguintes critérios: ● com rotunda. ção inesperada” e que muitos au-
tomobilistas se concentram apenas
● garantir a legibilidade e previsi- A regulação prioritária compreende em observar o tráfego proveniente
bilidade de circulação entre utiliza- dois tipos de solução. A aplicação da esquerda e não da direita, antes
dores através de pintura integral da regra de “prioridade de passa- de negociarem a entrada na via.
da zona de atravessamento na cor gem” e/ou o recurso a sinalização
verde - RAL 6029 - e das apropria- não luminosa. Assim, devem ser consideradas
das marcas rodoviárias; medidas de apoio à circulação que
No primeiro caso, a prioridade de aumentem a segurança de atraves-
● garantir o alinhamento dos passagem é dada aos utilizadores samento dos velocípedes, nomea-
percursos cicláveis de modo a in- que circulam pela direita. Este deve damente através da melhoria das
viabilizar mudanças de direção nos ser considerado apenas em interse- condições de visibilidade, identifi-
pontos de interseção; ções existentes em zonas dominan- cação e sinalização do atravessa-
temente residenciais, de baixa ou mento (sinalização vertical e marcas
● prever, quando possível e justi- média densidade, com muito redu- rodoviárias), informando quanto ao(s)
ficável, um afastamento de segu- zido a reduzido volume de tráfego sentido(s) de circulação, sobrelevação
rança às vias principais de forma a ( t 300 v/h), onde a velocidade do atravessamento ou da interseção,
minimizar conflitos entre veículos de circulação viária é não superior de modo a reduzir a velocidade de
motorizados e velocípedes (interse- a 20 m/h e as vias são partilhadas circulação automóvel, introdução de
ção de vias distribuidoras com vias entre utilizadores. Nestes espaços, zonas de refúgio, e, quando adequa-
locais), sem comprometer a direc- a sinalização, a existir, deve servir do, criação de um espaço de entrada
cionalidade e velocidade de circula- preferencialmente para informar os que permita ao automobilista atra-
ção dos utilizadores de bicicleta; utilizadores de bicicleta do trajeto vessar primeiro a passagem ciclável
mais direto e confortável. e só depois se preocupar em negociar
● garantir, sempre que possível a entrada na via de trânsito.
e justificável, uma maior largura Na segunda solução, a prioridade de
dos percursos cicláveis nos últimos passagem é dada aos utilizadores Sobre este tema, deve também ser
20 a 30 metros antes das inter- que circulam nas vias de nível supe- tida em consideração a redação do
seções de forma a garantir mais rior, nomeadamente vias distribui- código da estrada (Lei n.º 72/2013).
espaço para oscilação, acumulação doras, sendo a circulação regulada Esta refere que nos cruzamentos e
e manobrabilidade dos velocípe- por sinalização vertical e/ou marcas entroncamentos, onde, entenda-se,
des em resultado da redução de rodoviárias, em particular linhas de não exista sinalização a informar
velocidade usualmente verificada paragem e cedências de passagem, do contrário, os condutores devem
nestes pontos e para a preparação entre outras (ver pontos 5.1. Sinais ceder passagem aos veículos que
do atravessamento ( 0,50m); verticais e 5.2 Marcas rodoviárias), se lhes apresentem pela direita, in-
devendo, sempre que justificável cluindo-se nesta categoria, entenda-
● evitar a localização de elemen- ser dada prioridade de circulação e -se, os velocípedes. É ainda referido
tos urbanos que possam dificultar passagem aos utilizadores mais vul- que os condutores devem ceder
ou comprometer a visibilidade de neráveis (espaços cicláveis – outros passagem aos velocípedes que atra-
circulação ciclável nas interseções. espaços cicláveis). Esta solução deve vessem as faixas de rodagem nas

93
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

passagens assinaladas, não poden- aplicada em interseções localizadas cruzamentos e entroncamentos em


do estes proceder ao atravessamen- em zonas de usos mistos, de media vias de intermédio volume de trá-
to sem se certificarem que o podem ou elevada densidade, com volume fego rodoviário (300 v/h t 800
fazer sem perigo de acidente, e, de tráfego médio a elevado ( t 800 v/h), com velocidades de circulação
depreenda-se, desde que não exista v/h), e velocidade de circulação au- automóvel não superiores a 50
sinalização a informar do contrário. tomóvel não superior a 50 m/h (ver m/h, recorrendo em particular a so-
ponto 5.3. Sinais luminosos – Circula- luções de desenho com apenas uma
A regulação com recurso a sinaliza- ção ciclável). via de circulação ou de circulação
ção luminosa é uma das soluções de partilhada (mini rotundas). uando
passagem mais seguras a implemen- A regulação feita com recurso à o volume de tráfego for superior (Vt
tar, contribuindo igualmente para construção de rotundas permite 800 v/h), deverá ser considerado
uma melhoria na direccionalidade e promover a redução da velocidade outro tipo de solução que privilegie
conforto da circulação ciclável, facili- de circulação automóvel e garantir a separação do tráfego rodoviário
tando a manobrabilidade, reduzindo a fluidez da circulação, sem compro- do tráfego ciclável.
tempo de circulação e melhorando meter a segurança dos utilizadores
a visibilidade entre utilizadores. Esta de bicicleta que nela circulam. Este Para além destas, uma outra solu-
solução deve ser preferencialmente tipo de nó é adequado para resolver ção poderá ainda ser considerada,
nomeadamente o recurso a atraves-
samentos desnivelados. Estas são as
soluções mais seguras uma vez que
suprimem por completo os conflitos
existentes entre o tráfego ciclável
e rodoviário. No entanto, conforme
anteriormente referido (ver espa-
ços cicláveis – passagens cicláveis
– escolha de passagens cicláveis),
considera-se que estas soluções são
mais ajustadas a vias integradas na
rede estruturante, com elevado volu-
me de tráfego ( t 1.000 v/h), e/ou
no atravessamento de linhas férreas.

Na escolha das soluções a imple-


mentar deverão ser tidos em consi-
deração os seguintes aspetos:

● segurança de todos os utiliza-


dores;

● volumes de tráfego existentes /


previstos (rodoviário e ciclável);

● nível e função das vias e percur-


sos (rodoviária e ciclável);

● tipo e dimensão dos veículos


em circulação (autocarros, ambu-
lâncias, bombeiros );

● espaço disponível para a sua


implementação;

● adequabilidade do atravessa-
mento à envolvente urbana;

zona de enTrada e saída Para viaTUras jUnTo a aTravessaMenTos CiCLáveis ● custo da solução a implementar
(construção, gestão e manutenção).

94
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

para que os utilizadores não ado- automobilistas e ciclistas quanto às


tem comportamentos de risco; áreas de possível conflito;
Passagens
cicláveis ● a sinalização deve ilustrar de
forma inequívoca o regime de
● orientar os ciclistas nos cruza-
mentos;
prioridade;
● reforçar que nos cruzamentos
Dado ser um dos locais onde se ● As passagens para os utiliza- seja dada prioridade aos utilizado-
verifica maior probabilidade de dores de bicicleta devem também res mais vulneráveis, neste caso
conflito, as zonas de passagem contribuir para articular de forma particular os ciclistas (exceto nos
são pontos críticos no desenho dos coerente os diferentes níveis hierár- casos em que exista sinalização a
percursos cicláveis. Com o objetivo quicos da rede ciclável e permitir a informar o contrário);
de minimizar o risco de acidentes transição entre diferentes tipolo-
devem ser previstas soluções que gias de percursos. ● tornar os movimentos dos ciclis-
diminuam a exposição dos utiliza- tas mais previsíveis, contribuindo
dores de bicicleta ao tráfego rodo- O tempo de passagem correspon- desta forma para mitigar eventuais
viário e minimizem conflitos com de à relação entre a extensão do conflitos;
o peão, contribuindo desta forma atravessamento e a velocidade de
para aumentar a segurança, rapi- circulação do velocípede, devendo ● reduzir o conflito entre ciclistas
ser salvaguardado o tempo neces- e automobilistas;
dez e conforto do atravessamento.
Assim, no desenho de passagens sário de aceleração caso este esteja
parado e o tempo de limpeza no ● aumentar a segurança e o con-
para utilizadores de bicicleta de-
caso de passagens reguladas por forto sensorial dos ciclistas;
vem ser considerados os seguintes
aspetos: sinalização luminosa (ver caracte-
rização do tráfego ciclável – veloci- ● proporcionar um espaço prote-
dade de circulação). gido para utilizadores de bicicleta
● A localização das zonas de atra- enquanto aguardam por uma opor-
vessamento deve procurar reduzir
Este tema aborda os critérios a tunidade de passagem;
o número de pontos de conflito,
respeitar a direção e dimensão do considerar na localização, desenho
e escolha das travessias cicláveis, ● permitir aos utilizadores ter
percurso ciclável e ser devidamente vantagem nas entradas em mão no
identificada (marca rodoviária M10 considerando também a sua segre-
gação espacial, ou seja, se estas sentido de circulação, em particu-
/ M10a); lar em vias com dois sentidos de
passagens são feitas ao nível da
faixa de rodagem e/ou do passeio, circulação.
● O local de passagem deve ser
bem iluminado de forma que os ou desniveladas em relação a
utilizadores de bicicleta consigam estes.
Localização
observar facilmente o movimento
dos outros utilizadores do espaço A localização das passadeiras para
público e ser igualmente observa- niveladas velocípedes deve, sempre que
dos por eles; possível e justificável, respeitar a
As passagens cicláveis niveladas
são espaços sobretudo implanta- direção, sentido de circulação e lar-
● Os percursos cicláveis, em
dos à cota de faixa de rodagem, gura do percurso ciclável, entendido
particular as faixas e pistas devem
desenhados de forma a facilitar como o percurso mais direto, curto
ser desenhadas contíguas ao eixo
e garantir que o atravessamento e lógico, especialmente em percur-
rodoviário numa extensão não infe-
de velocípedes seja feito de forma sos onde se verifique / preveja um
rior a 15,00m e até 30,00m antes
segura e confortável, garantindo elevado volume de tráfego ciclável.
da intersecção ou atravessamento;
a direccionalidade e velocidade de Estes critérios de localização, con-
circulação dos percursos. tribuem igualmente para:
● A passagem deve ser continua,
livre de obstruções, preferencial-
mente com um número limitado de Estas passagens visam igualmente ● A dissuasão do atravessamen-
facilitar manobras de mudança de to da faixa de rodagem fora da
vias de trafego para atravessar de
direção, sendo também de destacar zona de atravessamento formal,
uma só vez;
as seguintes vantagens: reduzindo assim a possibilidade de
acidentes;
● O tempo de espera para o atra-
vessamento não deve ser excessivo ● aumentar a consciência de
● Melhorar as condições de

95
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

visibilidade velocípede / condutor e através das seguintes medidas:


condutor / velocípede, uma vez que Componentes
a passadeira fica mais próxima da ● Redução da largura das vias de
via que antecede a viragem; trânsito para os valores mínimos À semelhança do que acontece com
regulamentares sem que tal com- as passagens pedonais, as pas-
● Promover a redução da veloci- prometa a circulação rodoviária; sagens para velocípedes também
dade de circulação automóvel na incluem componentes, nomeada-
viragem, em particular em cruza- ● Estreitamento pontual das vias mente:
mentos com raios de curvatura de trânsito, nomeadamente junto
mais reduzidos (ver ponto 1.3 - às passagens cicláveis, seja através ● Área de proteção;
espaços de circulação rodoviária). da ampliação dos passeios na dire-
ção do atravessamento ou através ● Ressalto zero;
Apesar de alguns dos aspetos refe- da introdução de refúgios na faixa
ridos poderem condicionar a circu- de rodagem; ● Área de atravessamento.
lação rodoviária nas vias de origem,
promovendo acalmia no tráfego ● Redução dos raios de curvatura A área de proteção, representa
rodoviário, esta solução permi- em cruzamentos e entroncamentos. uma superfície de proteção, livre de
te estabelecer um compromisso obstáculos que possam prejudicar
entre o ideal de atravessamento A implantação da passagem e da o avistamento do velocípede pelos
e a circulação de velocípedes e zona de estacionamento marginal condutores ou com outros elemen-
automobilistas. Em alguns arrua- à via deve ser conjugada de forma tos com os quais os utilizadores
mentos onde o volume de tráfego a ficarem salvaguardas as devidas de bicicleta possam colidir nos
rodoviário e o volume de tráfego condições de visibilidade, evitando- movimentos de entrada e saída da
ciclável sejam muito elevados -se que viaturas estacionadas passagem. Esta área é composta
(respetivamente t 1.000 v/h e t possam dificultar o avistamento, por:
1.500 v/h), poder-se-á ajustar a pelo condutor, dos velocípedes em
localização da passagem de forma aproximação à passagem (períme- ● Enfiamento: Corresponde a
a salvaguardar uma maior distân- tro de visibilidade). Se os lugares uma faixa com a mesma largura e
cia de segurança às vias confinan- de estacionamento não estiverem direção do atravessamento, que se
tes (viragens) e garantir uma maior delimitados em recorte no passeio, prolonga desde a faixa de rodagem
zona de acumulação para atra- o passeio pode ser ampliado na até ao limite do percurso pedonal,
vessamento de velocípedes, sem direção do atravessamento através não devendo ser implantado ne-
comprometer a direccionalidade e da sua pintura na via como marca nhum elemento urbano que consti-
conforto de circulação (ver espaços rodoviária e com uma largura que tua um obstáculo à circulação;
cicláveis - passagens - niveladas). abranja a marca rodoviária de pas-
Estas passagens devem ser sempre sagem para utilizadores de bicicle- ● Lateral do enfiamento: Corres-
ta (M10/ M10a) e todo o intervalo ponde a uma faixa que é lateral e
que possível, desenhadas perpen-
entre o limite lateral desta marca e adjacente ao enfiamento da passa-
dicularmente à diretriz das vias de
o topo da zona de estacionamento. gem ciclável e que se prolonga com
trânsito. Quando tal não aconteça
a mesma direção e extensão, com
(interseções com ângulo de vira-
Este espaço é igualmente impor- uma largura de 2,00 m. Quando
gem superior a 90°), e sempre que
tante como área de proteção, livre a passagem ciclável é paralela e
tecnicamente viável, recomenda-se
de obstáculos que possam compro- contígua à passagem pedonal, esta
que seja considerada a regulação
meter a visibilidade, assegurando a largura pode ser menor ou, em ca-
do atravessamento por sinalização
adequada transição entre o percur- sos particulares, inexistente. Nesta
luminosa e/ou através da introdu-
so e o ponto de atravessamento faixa apenas podem ser localizados
ção de medidas de acalmia de trá-
ciclável de forma a minimizar o elementos que sejam indispensá-
fego, especialmente em interseções
conflito com os restantes utilizado- veis à regulação e gestão do tráfe-
com raios de curvatura elevados,
res do espaço público. go, que não provoquem um estrei-
de modo a reduzir a velocidade de
tamento do percurso ciclável e não
circulação rodoviária na transição
sejam um obstáculo à circulação;
entre arruamentos. Deve igualmen-
te promover-se a redução da dis-
● Perímetro de visibilidade: Cor-
tância a percorrer pelos utilizadores
responde a um espaço retangular
de bicicletas no processo de atra-
demarcado em planta, em que os
vessamento da faixa de rodagem,
seus lados de maior dimensão são

96
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

definidos pelo limite do percurso estes espaços (ver ponto 1.5 -


ciclável com a faixa de rodagem e Espaços de Estacionamento), dado
com o passeio, e em que os seus não comprometerem a visibilidade
lados de menor dimensão são de atravessamento. Este espaço
definidos pela lateral da marca poderá ainda ser utilizado para
rodoviária de passagem ciclável promover alterações ao desenvol-
e pelo limite de estacionamento vimento longitudinal do percurso,
automóvel, quando este exista. Este sendo nestes casos recomendável
espaço retangular deverá ter um que os lados de maior dimensão do
comprimento não inferior a 7,50 retângulo não sejam inferiores a
m e uma largura correspondente à 12,5 m.
largura do percurso ciclável, incluin-
do a sua faixa de proteção. Neste O ressalto zero, corresponde à
espaço, só devem ser localizados transição entre o percurso ciclável
elementos que sejam indispensá- e a rodovia e deve ser assegurado
veis para a regulação do tráfego, ao longo de todo o atravessamen-
(sinalização luminosa e vertical) e to, incluindo ambos os extremos
que reforcem a proteção e segu- da passagem ciclável, e, quando
rança dos utilizadores (balizadores existam, as zonas de refúgio. Em
flexíveis). Os estacionamentos casos particulares, o ressalto zero
para bicicletas e motociclos podem pode ser conseguido através da
igualmente ocupar parcialmente sobrelevação da passagem ciclável

AtRAVESSAmEntO UnIDIRECCIOnAL

97
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

(quando contígua a uma passagem


pedonal e desde que a largura de
ambas as passagens seja não infe-
rior a 6,0 m) ou através do rebaixo
parcial ou total do passeio (quando
o percurso ciclável intersete outros
percursos, localizados ao nível do
passeio). Independentemente da
opção, deverão ser respeitados os
critérios de desenho apresentados
no ponto 1.1 – espaços de circula-
ção pedonal – espaços pedonais –
passagens para peões – niveladas,
e a sinalização indicada no ponto
5.2 – Marcas rodoviárias – Marcas
transversais.

A área de atravessamento, corres-


ponde a uma área sobre o espa-
ço de circulação rodoviário, que
determina o prolongamento do
espaço de circulação ciclável e que
é utilizado pelos velocípedes para
atravessarem a faixa de rodagem
de forma segura e confortável,
devendo ser tidos em consideração
os seguintes aspetos:

● O pavimento da faixa de roda-


gem na zona de atravessamento
deve ser regular e adequado à
função de modo a permitir um
atravessamento célere e com um
risco de queda tão reduzido quanto
possível;

● Deve ser devidamente sinaliza-


da através de pintura integral na
cor verde - RAL 6029 - e apropria-
das marcas rodoviárias, mesmo
nas situações em os percursos ci-
cláveis não se encontrem pintados
em toda a sua extensão (ver ponto
5.2. Marcas Rodoviárias – Marcas
Transversais);

● A sua largura deve ser ajusta-


da quer ao sentido de circulação,
quer ao volume de tráfego ciclável
existente / previsto.

Considera-se que para passagens


bidirecionais a largura adequada
é de 2,60m, podendo em casos
particulares ser menor (não infe-
ÁREA DE PROtECÇÃO AO PASSEIO
rior a 2,20 m). Em locais onde se

98
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

verifique um elevado volume de


tráfego ciclável e/ou seja neces-
sário melhorar a segurança de
atravessamento a largura deve ser
superior a 2,60 m. Para passagens
unidirecionais a largura recomen-
dada é de 1,50 m, podendo em
casos particulares ser menor (não
inferior a 1,20 m). Em locais onde
se verifique um elevado volume de
tráfego ciclável a largura recomen-
dada não deve ser inferior a 1,80 m
(corresponde ao dobro da largura
da área operacional).

tipologia

No que se refere à sua tipologia,


as passagens cicláveis niveladas
podem ser classificadas da seguin-
te forma:

● Isoladas;

● Confinantes;

● Partilhadas.

As passagens isoladas comuni-


cam de forma clara aos restantes
utilizadores do espaço público, em
particular aos automobilistas, as
zonas de atravessamento ciclável.
Preferencialmente, devem estar
bem identificadas, deter boa visi-
bilidade sobre a faixa de rodagem,
e estar afastadas de percursos e
passagens pedonais de modo a
minimizar qualquer tipo de conflito
com os peões.

Entre as principais vantagens da


sua aplicação, destacam-se:

● Aumenta a visibilidade dos utili-


zadores de bicicleta;

● Reduz o conflito entre velocípe-


des e veículos motorizados;

● Aumenta a previsibilidade de
movimento dos utilizadores de
bicicleta;

● Reforça que deverá ser dada


prioridade de movimento a velocí- VISIBILIDADE AO PASSEIO

99
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

pedes, exceto quando exista sinali-


zação a informar o contrário.

Recomenda-se que, quando re-


guladas por sinalização luminosa,
estas passagens tenham uma
extensão máxima de 20,00 m de
forma a que, mesmo circulando a
uma velocidade reduzida (12 m/h),
o atravessamento seja possível
de fazer num único movimento,
aproveitando a fase de verde para
o atravessamento ciclável (não
incluindo tempo de limpeza). uan-
do não regulada por sinalização
luminosa, a extensão do atraves-
samento deve ser o mais reduzida
possível.

As passagens confinantes são


zonas de atravessamento ciclável
paralelas às passagens pedonais, e
que podem ou não estar afastadas
destas. Sempre que tecnicamente
possível, deve ser salvaguardado
um afastamento entre ambas de
forma a minimizar possíveis con-
flitos entre peões e utilizadores de
bicicleta quando do atravessamen-
to da faixa de rodagem. O afas-
tamento recomendado é de 2,00
m, sendo no entanto admissíveis
valores menores (não inferiores a
0,70 m) e superiores (não supe-
riores a 3,00 m). No entanto, em
casos particulares quando o espaço
disponível para atravessamento
não possibilite esta separação
entre passagens, admite-se que as
mesmas sejam confinantes desde
que a passagem pedonal tenha
uma largura não inferior a 2,50 m
e a passagem ciclável tenha uma
largura não inferior a 1,20, m se o
atravessamento for unidirecional, e
não inferior a 2,40 m se for bidire-
cional.

As passagens partilhadas cor-


respondem a zonas de atraves-
samento, sinalizadas pela marca
rodoviária de passagem de peões
(M11 / M11a), partilhadas entre
utilizadores de bicicleta e peões,
barCeLona - exeMPLo de PassageM CiCLáveL
detendo estes a prioridade de
atravessamento, salvaguardando-

100
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

PASSAgEnS CICLÁVEIS ISOLADAS

-se os casos em que o utilizador de Em arruamentos muito largos e de estas recorrerem ou não a zonas
bicicleta desmonte e caminhe com com elevado fluxo de tráfego rodo- de refúgio, estes atravessamentos
a bicicleta ao seu lado. Trata-se de viário, podem ser salvaguardados podem ser regulados da seguinte
uma solução que pode reduzir a espaços de refúgio que possibilitem forma:
segurança e conforto de atraves- aos utilizadores bicicleta realizar de
samento de ambos os utilizadores, forma faseada o atravessamento ● Por sinalização luminosa auto-
devendo por isso ser utilizada da faixa de rodagem (ver Outros mática de trânsito;
apenas em situações muito par- Espaços Cicláveis – onas Refúgio).
ticulares, nomeadamente quando ● Por marcas rodoviárias e/ou
o volume de tráfego pedonal e sinalização vertical.
ciclável seja muito reduzido, mas Regulação
sobretudo quando se verifique não A regulação feita com recurso a si-
ser possível aplicar nenhuma das Independentemente da tipologia de nalização luminosa é uma solução
tipologias acima apresentadas. passagem ciclável a considerar e mais facilitadora do tráfego ciclável

101
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

PASSAgEnS CICLÁVEIS COnfInAntES

102
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

uma vez que de forma ‘ativa’ per- oportunidade de passagem, estan- ainda ser respeitada uma distância
mite a estes utilizadores “parar” o do em muitos casos dependentes de 1m até à faixa de alerta (míni-
tráfego rodoviário, seja por ativa- da boa vontade dos automobilistas mo de 0,50m).
ção automática – sincronizada ou para esse efeito, independentemen-
não - ou por pedido, dando-lhes te de estes, por lei, deverem reduzir Em casos particulares, quando
assim uma vantagem competiti- a sua velocidade e, se necessário, o volume de tráfego pedonal for
va sobre os automóveis, quer ao parar para deixar passar os velo- muito elevado e/ou se pretenda dar
nível da direccionalidade, quer do cípedes que já tenham iniciado o prioridade à circulação pedonal, o
tempo de deslocação. Trata-se de atravessamento. Por esse motivo, é percurso ciclável ao intersectar a
uma solução que deve ser utilizada uma solução que deve ser conside- lateral do enfiamento do percurso
sobretudo em vias distribuidoras rada sobretudo em vias de redu- pedonal pode ser interrompido,
ou onde se verifique um elevado zido volume de tráfego rodoviário sendo identificado recorrendo a
volume de tráfego rodoviário e/ou e ciclável, particularmente vias de discos metálicos de pavimento para
ciclável (ver ponto 5.3. Sinais lumi- proximidade e locais. sinalização de atravessamento ci-
nosos – Circulação ciclável). Nestes clável, numa extensão não superior
casos, o automobilista, mesmo que Nos casos em que se verifique o a 10,0 m (ver ponto 5.2. Marcas ro-
a sinalização lhe permita avançar, cruzamento de percursos cicláveis doviárias – Marcas diversas e guias.
deve deixar passar os velocípedes com percursos pedonais, as passa-
que já tenham iniciado a travessia. deiras de peões devem atravessar Independentemente da solução a
a faixa ou a pista, sobrepondo-se considerar, o cruzamento entre pe-
A regulação feita com recurso a com pintura à mesma (ver ponto ões e velocípedes deve ser resolvi-
marcas rodoviárias e/ou sinalização 5.2. Marcas rodoviárias – Marcas do de forma a minimizar possíveis
vertical é uma solução que procura transversais). uando o percurso conflitos, salvaguardando assim a
reduzir a velocidade de circulação ciclável esteja implantado à cota segurança dos utilizadores durante
do tráfego rodoviário, alertando os do passeio, ainda que esta não seja o atravessamento.
automobilistas para a existência de uma solução adequada, deve ser
uma zona de atravessamento ciclá- salvaguardada a aplicação de piso
vel, sensibilizando-os a abrandar ou tátil na zona de atravessamento
parar para dar passagem aos ve- do percurso ciclável de forma a
locípedes. Trata-se de uma solução permitir o atravessamento seguro
“passiva” pois os utilizadores de dos peões, em particular dos que
bicicleta têm de aguardar por uma apresentam deficiência visual. Deve

barCeLona - PassageM CiCLáveL ConfinanTe CoM PassageM PedonaL

103
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

tes opções para passagens ciclá- Quanto à sua aplicabilidade em


Desniveladas veis desniveladas: meio urbano, estas opções devem
ser, sobretudo, consideradas nos
Do ponto de vista teórico, as solu- ● Superiores – solução em que o seguintes casos:
ções de atravessamento desnivela- atravessamento se faz a um nível
das são as mais seguras uma vez superior ao da faixa de rodagem ● Atravessamento de linhas de
que suprimem os conflitos entre e que pode ser conseguido quer caminho de ferro (rede ferroviária
tráfego ciclável e rodoviário melho- através da construção de uma pesada);
rando assim a segurança e a direc- passagem superior para o atra-
cionalidade do percurso ciclável. vessamento de velocípedes ou ● Atravessamento de vias inte-
rebaixando a faixa de rodagem gradas na rede estruturante (nível
No entanto, são soluções bastante e mantendo de nível a circulação 1 da hierarquia viária);
dispendiosas, quer em termos de ciclável;
construção quer de manutenção, ● Atravessamento de cruzamen-
que obrigam os utilizadores a ● Inferiores – solução em que a tos de elevado grau de complexida-
circular em percursos com incli- travessia é feita a uma cota inferior de em resultado do intenso volume
nação algo acentuada, de forma à da faixa de rodagem. Pode igual- de tráfego existente (rodoviário,
a poderem vencer o desnível de mente ser conseguido através quer ciclável e pedonal).
atravessamento. da construção de uma passagem
inferior para o atravessamento de
À semelhança do referido no ponto velocípedes, quer através da sobre- Passagens superiores
1.1 espaços de circulação pedonal, levação da faixa de rodagem.
podem ser consideradas as seguin- As passagens superiores devem

AtRAVESSAmEntO PEDOnAL DE PERCURSO


AtRAVESSAmEntO UnIDIRECCIOnAL CiCLáveL ao MesMo níveL

104
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

vencer um desnível não superior Nos casos em que a circulação No segundo caso, recomenda-se
a 6,00 m no atravessamento de rodoviária é rebaixada, permitindo que a largura não seja inferior a
faixas de rodagem, e não superior que a passagem ciclável seja feita 4,50 m, quando a circulação for
a 8,00 m no atravessamento de à cota de arruamento, devem ser partilhada, e não inferior a 6,60 m
linhas integradas na rede ferroviá- respeitadas as recomendações quando separada (0,90 m 2,40 m
ria pesada. referentes ao dimensionamento e 2,40 m 0,90 m).
tipologia de percursos cicláveis.
Nos casos em que uma passagem Em ambas, as larguras devem
é desenhada exclusivamente para Deve ainda ser dada especial também ser ajustadas em função
circulação de velocípedes, deve ter atenção à altura do parapeito das do volume de tráfego pedonal e
uma largura ajustada aos sentidos passagens superiores, devendo ciclável existente / previsto, e tendo
de circulação e ao volume de tráfe- ser considerada uma altura não em atenção a existência de mudan-
go existente / previsto, não deven- inferior a 1,50 m, sendo no entanto ças de direção e/ou necessidade de
do no entanto ser considerada uma recomendável que se proceda a criação de zonas para manobras de
largura inferior a 3,50 m. uma avaliação de risco de modo a bicicleta.
determinar a altura mais ajustada.
Quando uma passagem superior é Nos casos em que a circulação
desenhada de modo a permitir a rodoviária é sobrelevada, permi-
circulação de velocípedes e peões, Passagens inferiores tindo que a passagem ciclável seja
recomenda-se que a sua largura feita à cota de arruamento, devem
seja não inferior a 4,00 m, quando Estas passagens devem ter uma ser respeitadas as recomendações
a circulação for partilhada, e não altura livre não inferior a 3,00 m. referentes aos percursos cicláveis,
inferior a 5,80 m quando separada À semelhança da solução anterior, nomeadamente quanto às suas
(0,50 m 2,40 m 2,40 m 0,50 estas passagens podem ser dese- componentes, critérios de dimen-
m). nhadas a pensar exclusivamente sionamento e tipologia do percurso.
na circulação de velocípedes ou de
Em ambas as soluções estas largu- modo a permitir também a circula-
ras devem ser ajustadas em função ção de peões. Acessibilidade
do volume de tráfego pedonal e
ciclável existente / previsto, e tendo No primeiro caso, deve ter uma Independentemente do tipo de tra-
em atenção a existência de mudan- largura ajustada aos sentidos de vessia desnivelada a utilizar, deve
ças de direção e/ou necessidade de circulação e ao volume de tráfego ainda ser dada particular atenção à
criação de zonas para manobras de existente / previsto, não devendo forma de vencer os desníveis iden-
bicicleta. no entanto ser considerada uma tificados, nomeadamente através
largura inferior a 3,50 m. de:

esToCoLMo - zona hisTóriCa -idenTifiCação de PerCUrso seviLha - rUa PedonaL -idenTifiCação de PerCUrso Ci-
CICLÁVEL COm RECURSO A DISCOS mEtÁLICOS DE PAVImEntO. CLÁVEL COm RECURSO A DISCOS mEtÁLICOS DE PAVImEntO.

105
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

CoPenhagen - PassageM sUPerior CiCLáveL Londres - PassageM inferior PedonaL


E PEDOnAL E CICLÁVEL

utilizadores quer uma dimensão de uma largura útil não inferior a 1,00
● Rampas; patamar que possibilite, se neces- m (medida entre a face da folha da
sário, a realização de manobras por porta quando aberta e o batente ou
● Ascensores;
parte dos velocípedes. guarnição do lado oposto).
● Escadas com calha para bicicle-
Caso se considere preferível vencer Nos casos em que os desníveis das
tas.
os desníveis recorrendo a ascenso- passagens superiores e inferiores
Nas situações em que o desní- res, deverão ser tidos em conside- tenham de ser vencidos recorrendo
vel seja “vencido” com recurso a ração os seguintes aspetos: a escadas, deverão ser tidos em
rampas dever-se-á ter em conside- consideração os seguintes aspetos:
ração se esta passagem, inferior ou ● Os patamares diante das portas
dos ascensores devem ter dimen- ● A dimensão e disposição dos
superior, será desenhada exclu-
sões que permitam inscrever zonas degraus deve respeitar as reco-
sivamente para atravessamento
de manobra para uma bicicleta, mendações consideradas no ponto
de velocípedes ou se considera
com uma rotação de pelo menos 1.1 Espaços de Circulação Pedonal
também o atravessamento de
180 (1,65 m), possuir uma inclina- – Espaços pedonais – desníveis nos
peões (independentemente de este
ção não superior a 2% em qual- espaços pedonais – escadas;
ser separado ou partilhado). No pri-
quer direção e estar desobstruídos
meiro caso dever-se-á, sempre que
de degraus ou outros obstáculos ● Deve ser sempre considerada a
possível, garantir que a inclinação
que possam impedir ou dificultar instalação de um ascensor, pre-
das rampas não seja superior a 5%.
a manobra de entrada e saída de ferencialmente, dimensionado de
No entanto, quando tal não seja
velocípedes; modo a permitir o transporte de
possível, poder-se-á prever rampas
bicicletas, de forma a garantir a
com uma inclinação não superior a
● Possuir cabinas com dimensões mobilidade e acessibilidade univer-
10%, com patamares a cada 20,00
interiores, medidas entre os painéis sal;
m, devendo estes ser dimensiona-
da estrutura da cabina, não infe-
dos de modo a permitir viragens
riores a 1,2 m de largura por 2,3 ● Contemplar a instalação de
de 90° ou 180°, a velocípedes de calhas para bicicletas, instaladas
m de profundidade, podendo esta
diferentes usos e com diferentes de forma a que não constituam um
dimensão ser ajustada em função
dimensões (ver tema referente ao obstáculo à circulação pedonal.
do número de utilizadores existente
espaço vital). No segundo caso,
/ previsto;
quando a passagem seja construí- Estas calhas, em metal ou betão,
da a pensar na circulação partilha- devem ter superfícies abrasivas,
● Assegurar uma precisão de
da de velocípedes e peões, deverão paragem relativamente ao nível do uma largura não inferior a 0,10 m
ser respeitadas as recomendações piso dos patamares não superior / 0,12 m e altura de 0,05 m e estar
constantes no ponto 1.1 Espaços de a ±0,02 m, e ter um espaço entre localizadas a pelo menos 0,20 m
Circulação Pedonal – Espaços pedo- os patamares e o piso das cabinas de um dos limites da escada (pare-
nais – desníveis nos espaços pedo- não superior a 0,035 m; de, muro, corrimão).
nais – rampas, devendo ser salva-
guardada quer uma largura mais ● Garantir que as suas portas De forma a que os peões com
ajustada à circulação de ambos os sejam automatizadas e tenham mobilidade reduzida não tenham a

106
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

sua circulação comprometida pela


instalação destas calhas, nomea- Escolha de Passagens ● Serem ou não reguladas por
sinalização luminosa;
damente pela dificuldade de acesso Cicláveis
aos corrimãos, dever-se-á contem-
● Integrarem ou não espaços de
plar as seguintes soluções: São vários os critérios a ter em
refúgio.
consideração na escolha das
● Prever escadas com corrimãos tipologias de passagem a utilizar Um dos indicadores a considerar
de ambos os lados e um duplo em meio urbano, nomeadamente na escolha da solução de travessia
corrimão central, permitindo assim a sua necessidade (proximidade ciclável a aplicar, relaciona o modo
que ainda que de um dos lados a escolas, hospitais, interfaces de de transporte (rodoviário e ferroviá-
o corrimão seja “inutilizado” pela transportes públicos e outros polos rio) e a hierarquia viária com a ver-
instalação da calha, os outros três geradores de tráfego ciclável; exis- ticalidade’ da passagem a imple-
lados garantam a segurança e con- tência de conflitos com os restantes mentar e com o tipo de regulação.
forto de circulação dos peões; utilizadores do espaço público - au-
tomobilistas e peões, entre outros), Da análise à tabela podemos
● Nos casos em que tal não seja contribuição para a redução da verificar que quanto aos modos
exequível, as calhas para bicicletas sinistralidade rodoviária, benefí- considerados estes incluem a rede
poderão ser instaladas por baixo cios em termos de comodidade e rodoviária, que considera a hierar-
dos corrimãos, a uma distância eficiência, os custos de construção quia viária da cidade, bem como a
de 0,05 m do limite das escadas, e manutenção, entre outros. rede ferroviária pesada (comboios
dispostas de forma oblíqua em
de passageiros e carga) e ligeira
relação aos degraus (15 a 20 ), Conforme verificado são vários os (elétricos e metro de superfície).
evitando que a bicicleta bata no critérios associados às passagens
corrimão e tornando assim possí- cicláveis, nomeadamente: Outro aspeto a considerar na de-
vel o acesso a este por parte dos terminação da melhor solução de
utentes, em particular pessoas com ● Estarem niveladas ou desnivela- passagem ciclável é o volume de
mobilidade reduzida. das em relação à faixa de roda- tráfego rodoviário existente / pre-
gem; visto ( t), podendo, na ausência de

Lisboa - CaLha Para biCiCLeTas

107
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

APLICAÇÃO DE CALhAS PARA BICICLEtAS.

108
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

informação mais concreta, serem deter um impacto negativo na velo- semaforizadas ou não;
considerados os seguintes valores cidade média de circulação ciclável
para arruamentos com uma ou (tempo de espera associado ao ● em faixas de rodagem que in-
duas vias por sentido de circulação: atravessamento), podendo assim cluam percursos cicláveis, nomea-
promover a passagem fora da zona damente faixas e pistas cicláveis;
● t 800 (veículos / hora) – A formalizada para esse efeito.
implantação de passagens nivela- ● zonas de entrada e saída de
das é adequada; Quanto às passagens niveladas não veículos motorizados.
reguladas por sinalização luminosa,
● 800 t 1.600 (veículos / entende-se que a sua aplicação Quando o volume de tráfego for
hora) – A implantação de passa- deve ser prevista apenas em vias reduzido ou intermédio entende-
gens niveladas é adequada se feita de acesso local e em vias distribui- -se que a utilização de passagens
a dois momentos (introdução de doras locais desde que o volume de cicláveis confinantes às passagens
zonas de refúgio); tráfego rodoviário seja não superior pedonais é adequada, devendo ser
a 9.000 veículos dia nos dois senti- privilegiada a solução que salva-
● 1.600 t 2.000 (veículos dos de circulação (aproximadamen- guarda a separação entre ambas
/ hora) – A implantação de pas- te 900 veículos / hora de ponta). as passagens de forma a minimizar
sagens niveladas é moderada a possíveis conflitos entre peões e
desadequada; Em relação à rede ferroviária utilizadores de bicicleta durante o
ligeira, apesar de ser uma solução atravessamento.
● t 2.000 (veículos / hora) – A aplicável, entende-se que a mesma
implantação de passagens nivela- não é recomendável dado compro- Em casos particulares, nomeada-
das é desadequada. meter a segurança dos utilizadores mente em zonas e vias em que o
de bicicleta. espaço físico é diminuto, o volume
Em relação às passagens nivela- de tráfego é muito reduzido, e
das, verifica-se que estas podem Relativamente à tipologia das pas- quando não seja possível aplicar
ou não ser reguladas por sinaliza- sagens cicláveis de nível a consi- nenhuma das outras tipologias,
ção luminosa, sendo recomendada derar, esta deve ser determinada, poder-se-á considerar a utilização
a sua utilização quando se trate do preferencialmente, em função do de um atravessamento partilhado.
atravessamento de vias integradas tipo e volume de tráfego existente /
nas redes distribuidoras, quando previsto para os diferentes modos. Quanto às passagens desniveladas,
justificado em vias de proximidade, superiores ou inferiores, considera-
e nos percursos ferroviários ligeiros. Entende-se que a utilização de pas- -se que estas devem ser considera-
sagens cicláveis isoladas deve ser das sempre que se queira garantir o
Quanto à rede ferroviária pesada, privilegiada sempre que se verifi- atravessamento de vias estruturan-
apesar de ser possível que o seu quem volumes de tráfego elevados tes e de caminhos de ferro integra-
atravessamento seja feito de nível e muito elevados, em particular dos na rede ferroviária pesada.
ainda que regulado por sinaliza- para os modos ciclável e pedonal.
ção luminosa, como acontece em Esta solução é usualmente aplicada Considera-se ainda aplicável prever
alguns pontos da cidade, não se re- em: passagens cicláveis desnivela-
comenda tal solução em virtude de das em vias distribuidoras gerais,
esta oferecer alguma insegurança e ● cruzamentos ou interseções privilegiando-se soluções em que

Passagem nivelada Desnivelada


modo / hierarquia s/ sinalização luminosa c/ sinalização luminosa
Rede Rodoviária Estruturante Aplicável
Distribuidora Principal Aplicável Aplicável
Distribuidora Local Aplicável Aplicável
Proximidade Aplicável Aplicável
Acesso Local Aplicável
Rede Ferroviária Pesada Não recomendável Aplicável
Rede Ferroviária Ligeira Não recomendável Aplicável

PASSAgEm CICLÁVEL A COnSIDERAR Em fUnÇÃO DA hIERARqUIA E REgULAÇÃO DO AtRAVESSAmEntO.

109
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

são os veículos a vencer o desnível nados com a segurança pessoal


(rebaixo da faixa de rodagem), ape- dos utilizadores estas devem ser
sar de, sistematicamente, serem as espaços bem iluminados e perma-
mais onerosas, de execução técnica nentemente vigiados).
mais complexa e com maior custo
de manutenção. Nesse sentido, nas passagens
inferiores dever-se-ão usar trajetos
A opção de atravessamento a um abertos e amplos, bem ventilados e
nível superior ao da faixa de roda- iluminados, com pontos de acesso
gem, em resultado do forte des- bem visíveis e sinalização de orien-
nível a vencer, é uma solução que tação durante o percurso.
tem um forte impacto no desenho
do espaço público e na imagem O recurso a arte urbana, nome-
urbana local e compromete a sua adamente a azulejaria, poderá
utilização, uma vez que quer os igualmente contribuir para uma
utilizadores de bicicleta, quer os maior utilização aumentando assim
peões apenas utilizarão este tipo a sensação de segurança e contri-
de travessia, de forma voluntária, buindo para uma melhor integra-
se a mesma for cómoda, lógica e ção no espaço público da cidade.
o seu tempo de atravessamento Deve também ser dada especial
não for muito superior ao de um atenção ao desenho e materiais
atravessamento de nível regulado construtivos destas passagens, de
por sinalização luminosa. forma a minimizar o impacto que
estas soluções usualmente detêm
O recurso a passagens inferiores, na imagem urbana e qualidade do
apesar de permitir vencer um des- espaço público.
nível mais reduzido entre os dois
planos de passagem, providenciar Independentemente dos fatores e
abrigo de condições climatéricas critérios que conduzam à sua im-
adversas, e beneficiar do efeito plementação e tipologia, é impor-
psicológico de começar o percurso tante que as passagens cicláveis
a descer e não a subir, apresenta fiquem localizadas onde seja fácil a
outro tipo de desafios que poderão sua identificação e acesso, possibi-
comprometer a sua aplicação e litando que o atravessamento seja
utilização, nomeadamente: feito de forma direta, segura e rá-
pida, devendo sempre que possível
● menor segurança pessoal para ser ajustadas à topografia existen-
a circulação, em particular à noite; te, procurando assim criar soluções
mais integradas na paisagem
● dificuldades ao nível da drena- urbana, que beneficiem e valorizem
gem pluvial; o espaço público da cidade.

● construção mais dispendiosa (


para reduzir os problemas relacio-

tipo de tráfego tipos de passagem ciclável (de nível)


Isoladas Confinantes Partilhadas
Rodoviário (veículos / hora) t 800 150 t 300 Vt < 150*
Ciclável (velocípedes / hora) t 1.000 100 t 1000 Vt < 100
Pedonal (peões / hora) t 500 150 t 500 Vt < 150
vias de acesso local com velocidade de circulação não superior a 30 m/h.

TiPo de PassageM de níveL a Considerar Tendo Por base o TiPo e voLUMe de Tráfego.

110
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

Outros espaços
cicláveis
Assim, estas transições, devem ser
zonas de transição pensadas e desenhadas de for-
ma a garantir a continuidade dos
Este subcapítulo integra espaços de Ao longo da circulação, os utiliza- percursos, bem como a segurança
circulação e manobra para velocí- dores de bicicletas serão invariavel- e conforto dos utilizadores, evi-
pedes, que não se enquadram em mente forçados a fazer diferentes tando transições desconfortáveis
nenhuma das tipologias apresenta- tipos de transições, seja entre a que possam originar conflitos e/ou
das anteriormente e que procuram faixa de rodagem e percursos ci- perda de dinâmica e velocidade de
dar resposta a problemas concretos cláveis, seja entre diferentes níveis, circulação. Destacam-se os seguin-
relacionados sobretudo com a se- nomeadamente da cota de faixa de tes tipos:
gurança e conforto dos utilizadores rodagem para percursos cicláveis
de bicicleta. localizados a cotas intermédias ● verticais;
ou à cota do passeio. Este tipo de
Zonas avançadas e zonas de
transições verificar-se-ão sobretu- ● horizontais;
viragem para bicicletas são, entre
do nas seguintes situações:
outros, espaços onde se procura ● combinadas.
privilegiar outros fatores que não
● entre diferentes tipologias de
somente a circulação, mas sobretu- percursos cicláveis
do a manobrabilidade, capacidade
de “negociação” de circulação com ● em zonas de viragem;
o tráfego rodoviário e, sempre que
possível, o priorizar ou dar vantagem ● em paragens de transportes
de passagem aos velocípedes em coletivos;
interseções, semaforizadas ou não.
● na ligação entre percursos im-
Assim, os critérios a considerar na plantados a diferentes níveis;
construção destes espaços serão
necessariamente diferentes dos con- ● em vias, cruzamento ou passa-
siderados para o traçado dos per- deiras sobrelevadas;
cursos cicláveis independentemente
da sua tipologia, seja ao nível do ● no acesso a edifícios, zonas
seu desenho e materiais a utilizar, comerciais, de serviços e a equipa-
devendo ser dada especial atenção mentos coletivos.
às situações em que os utilizadores
estejam mais expostos e vulnerá-
veis aos diferentes tipos de tráfego,
inclusivamente pedonal e ciclável.

exeMPLos de Más soLUções de zonas de


PASSAgEm InfERIOR. PASSAgEm SUPERIOR RAmPEADA tRAnSIÇÃO

111
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

damente lancis com arestas vivas,


transições verticais localização de mobiliário urbano ou
sinalização (luminosa e vertical).
As transições verticais referem-se
a mudanças de nível, em particular As curvas verticais de transição
entre a cota de faixa de rodagem e devem ser desenhadas de forma a
a cota de passeio, devendo ser de- ajustar a velocidade de circulação à
senhadas e construídas de modo a “nova” tipologia de percurso, nome-
garantir a continuidade e direccio- adamente quando o utilizador de
nalidade dos percursos, bem como bicicleta transita para um espaço
ALtERAÇÃO DE PAVImEntO partilhado com o peão. Este aspec-
a segurança e conforto de circu-
– haCkne , Londres, reino Unido
lação, devendo ser dada especial to é particularmente importante
atenção aos seguintes aspetos: nas situações em que o percurso
ciclável apresenta uma pendente
● Largura dos percursos cicláveis; longitudinal acentuada e o utiliza-
dor circula em sentido descendente.
● Inclinação das rampas;
Estas zonas devem ser devidamente
● Inexistência de obstáculos à sinalizadas, em particular quando o
circulação; utilizador de bicicleta transita para
um espaço partilhado com o peão,
● Desenho das curvas verticais de recorrendo preferencialmente a
concordância (concavas e conve- marcas rodoviárias como bandas
LOmBAS REDUtORAS DE VELOCIDADE
– UTreChT, hoLanda
xas); cromáticas (circulação em senti-
do descendente), sinalização de
● Sinalização; sobrelevação (dentes-de-tubarão),
cedência de passagem, passagem e
● Estado de conservação dos travessia de peões, entre outros (ver
pavimentos;
ponto 5.2 – Marcas Rodoviárias).
Desta forma é possível garantir que
● Drenagem pluvial.
os utentes que partilham este espa-
Nas zonas de transição deve ser ço estejam informados e prevenidos
considerado, sempre que tecnica- para esta transição e “coexistência”.
mente possível, aumentar a largura
ALtERAÇÃO tExtURA DE PAVImEntO Nestas zonas de transição, os pavi-
– esToCoLMo, sUéCia
dos percursos de forma a permitir,
mentos devem apresentar um bom
caso necessário, um maior movi-
ou razoável estado de conservação
mento de oscilação e um maior
de forma a minimizar a proba-
afastamento de segurança, em
bilidade de acidentes e manter
particular às vias de trânsito.
o conforto de circulação para os
A inclinação das rampas deve, utentes destes percursos. Este es-
preferencialmente, ser inferior a pecto é particularmente importante
6%, sendo que acima desse valor nas situações em que o percurso
estas deverão respeitar as reco- ciclável apresenta uma pendente
mendações referentes a desníveis longitudinal acentuada e o utiliza-
rampeados em espaços pedonais dor circula em sentido descendente,
(ver ponto 1.1 – Espaços de circu- à semelhança do que acontece com
lação pedonal – espaços pedonais as curvas de concordância.
– desníveis nos espaços pedonais
Ao nível da drenagem pluvial, de-
– rampas).
vem ser salvaguardadas as neces-
As zonas de transição devem ser sárias pendentes, longitudinais e
desenhadas de forma a não per- transversais, de modo a não criar
mitir a existência ou localização de zonas de acumulação de água nos
elementos que possam constituir pontos de cota mais baixa. Caso
perigo para os utilizadores, nomea- tal situação se verifique apesar do

112
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

adequado desenho das pendentes


de drenagem, deverá ser conside-
rada a instalação de sumidouros ou
canaletes adicionais, respeitando
as recomendações apresentadas no
ponto 1.6 Pendentes e Drenagem
Pluvial – Drenagem Pluvial.

transições horizontais

As transições horizontais referem-


-se a manobras de viragem, acesso
a zonas de paragem de transportes
coletivos, acesso a zonas de estacio-
namento para bicicletas e a transi-
ções entre percursos cicláveis, ainda
que localizados a níveis diferentes.

Ao reentrar nos percursos cicláveis,


partilhados ou separados, locali-
zados à cota de faixa de rodagem,
as transições devem ser feitas de
forma a que os utilizadores não
sejam obrigados a dar prioridade
de passagem ao tráfego rodovi-
ário nem forçados a controlar o
tráfego rodoviário que circula nas
suas costas de modo a transitar
de forma segura e célere para o
percurso, comprometendo quer
a segurança quer a dinâmica de
circulação ciclável. Um percurso
bem desenhado deve permitir uma
integração / reintegração suave na
faixa de rodagem, devendo pre-
ferencialmente salvaguardar que
essa transição é feita através de
um percurso devidamente separado
do tráfego rodoviário.
AtRAVESSAmEntO PEDOnAL E CICLÁVEL
Quando a transição acontece da
cota da faixa de rodagem para a
cota de passeio, esta deve estar
devidamente sinalizada e, quando
necessário, integrar medidas de
acalmia à circulação ciclável, de
forma a garantir que a mesma
não comprometa a segurança quer
de peões, quer de utilizadores de
bicicleta, nomeadamente:

● Técnicas de reforço visual:

pintura do pavimento com cor


diferente;

113
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

utilização de materiais dife- alteração na textura do pavi- redução de raios de curvatura


rentes; mento; e largura dos percursos.

minimizar a utilização de mar- aplicação de bandas cromáti-


cas rodoviárias ou sinalização cas de alta fricção. transições combinadas
vertical ‘ciclável’.
● Alteração de alinhamentos Transições combinadas, como o
● Alteração de alinhamentos horizontais: nome sugere, trata de situações
verticais: onde os dois tipos de transições
estrangulamento do percurso; acima descritos coincidem, como
aplicação de lombas redutoras acontece por exemplo, em paragens
sinusoidais (tipo 3M); aplicação de gincanas; de autocarros com ilha. Neste caso
o objetivo é garantir o mínimo des-
vio vertical e horizontal no acesso
aos percursos, tendo por base as re-
comendações acima apresentadas.

Independentemente do tipo de
soluções verificado ou a aplicar,
de forma a garantir que estas são
desenhadas e construídas de forma
adequada, as transições devem
considerar os seguintes critérios:

● garantir a mudança seja feita


de forma suave e progressiva,
permitindo a sua antecipação e
perceção por parte de todos os
utilizadores do espaço público;

● garantir a segurança e conforto


dos utilizadores, em particular quan-
do a mudança se faz de percursos
cicláveis segregados para percursos
partilhados ou para a via de trânsito;

● facilitar o ajustar da velocidade


de circulação ciclável em função do
tipo de espaço para o qual se está
a passar;

● sinalizadas de modo a que


sejam compreensíveis por parte
quer dos utilizadores de bicicleta,
quer dos restantes utilizadores do
espaço público;

● garantir que as curvas de


transição possibilitem ao utilizador
manter o ímpeto e o equilíbrio.

Para além dos critérios acima refe-


ridos, deverão ser tidos em conside-
ração critérios de dimensionamento
referentes a raios de curvatura e cur-
vas de transição e que são apresen-
AtRAVESSAmEntO UnIDIRECCIOnAL
tados no tema percursos cicláveis.

114
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

AtRAVESSAmEntO UnIDIRECCIOnAL

115
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Quando aplicável a vias banali-


zonas Avançadas ● melhoria da segurança do ciclis- zadas do tipo “30 + Bici” deve ser
ta no momento de arranque, face
considerada uma “faixa de aproxi-
As “Zonas Avançadas para Bicicle- aos veículos motorizados;
mação” à zona avançada, com uma
tas” ( .A.B.) são zonas de segurança largura de 1,20 m (mínimo de 1,00
para os ciclistas que têm como ● melhoria da visibilidade dos
m) e uma extensão não inferior a
ciclistas em relação ao automóvel e
principal objetivo dar prioridade de 10,00 m, devendo este valor ser
vice-versa;
passagem às bicicletas. Trata-se de ajustado em função da extensão da
uma solução que deve ser aplicada, fila resultante da acumulação de
● facilitar o posicionamento para
sobretudo, em vias de proximidade veículos motorizados verificada em
viragens e/ou inversão do sentido
e/ou de acesso local, com reduzido hora de ponta.
de circulação;
volume de tráfego rodoviário, onde
a velocidade de circulação entre Esta faixa de aproximação deve-
● dar prioridade aos ciclistas em
automóveis e velocípedes é inferior vias banalizadas com sinalização rá ser pensada e desenhada de
a 30 m/h, e apenas junto a inter- luminosa; forma a não promover a circulação
seções reguladas por sinalização de velocípedes pela direita sem
luminosa. ● possibilitar através do agru- que seja possível salvaguardar
pamento de ciclistas, um rápido uma distância lateral de seguran-
Esta medida visa aumentar a alivio de cruzamentos por parte do ça aos veículos motorizados, e de
segurança e visibilidade perante os tráfego ciclável, minimizando assim modo a salvaguardar o acesso a
automobilistas, dando aos utili- conflitos com veículos motorizados; velocípedes não convencionais.
zadores de bicicleta a vantagem Para tal, poder-se-á recorrer à
de arrancarem primeiro com a ● prevenir conflitos na viragem à supressão de lugares de estacio-
mudança de sinal nos semáforos, direita entre velocípedes e veículos namento numa extensão corres-
facilitando assim a sua circulação, motorizados; pondente à dimensão da faixa de
em particular as mudanças de aproximação, de forma a imple-
direção. Quando a fase de verde ● facilitar a transição de faixas mentar esta solução.
para os velocípedes antecede, a cicláveis localizadas à direita para
fase de verde dos automobilistas, faixas cicláveis localizadas à es- No caso de faixas de rodagem com
esta vantagem posicional melho- querda do arruamento. mais de uma via por sentido de
ra consideravelmente. Na fase trânsito, em que a zona avançada
de vermelho os ciclistas devem No entanto, estas vantagens nem inclua ambas as vias, esta “faixa de
parar dentro da caixa demarcada sempre se verificam, nomeadamen- aproximação” pode corresponder a
na faixa de rodagem, devendo os te quando os utilizadores de bicicle- uma via banalizada do tipo “Bus +
restantes veículos parar na pri- ta se aproximam da zona avançada Bici”, desde que seja possível sal
meira linha de stop, uma vez que com o ciclo a mudar da fase de vaguardar uma distância lateral de
a sua paragem dentro da zona de vermelho para verde ou quando o segurança entre os veículos.
segurança para bicicletas, não é ciclo esteja já na sua fase de verde.
permitida. uando a introdução de faixas de
Quanto à sua aplicabilidade, esta aproximação não seja possível,
Entre as principais vantagens da é extensível sobretudo a percur- recomenda-se que não seja im-
aplicação desta medida facilitadora sos cicláveis “integrados” na faixa plantada uma zona avançada pois
de circulação ciclável, destacam-se: de rodagem, em particular faixas tal poderá encorajar os utilizadores
cicláveis e vias banalizadas. de bicicleta a circular ao lado dos

Londres - zonas avançadas Para biCiCLeTas

116
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

zonas avançadas Para biCiCLeTas - diMensões e iMPLanTação

carros, sem que esteja salvaguar- considerados valores ligeiramen- zona avançada. No caso de faixas
dada a necessária distância de te superiores. A sua largura deve de rodagem com mais de uma via
segurança, ou mesmo pelo passeio, ser ajustada à largura da(s) via(s) por sentido de trânsito, em que a
de forma a se aproximarem da de trânsito. As zonas avançadas zona avançada inclua ambas as
zona avançada. devem ficar recuadas em relação vias, este pictograma poderá ser
à passagem pedonal em 1,00 m, replicado. As faixas de aproximação
Em arruamentos com faixas de ro- valor correspondente à lateral do devem igualmente ser sinalizadas
dagem com duas ou mais vias por enfiamento da área de proteção à através de pintura integral na cor
sentido de circulação, estas zonas passadeira. Este recuo, para além verde (RAL 6029) e corresponden-
avançadas para bicicletas poderão de salvaguardar o adequado afas- tes marcas rodoviárias (ver ponto
ser aplicadas apenas na via mais tamento entre peões e velocípedes 5.2 Marcas rodoviárias).
à direita, independentemente do e possibilitar que o utilizador de bi-
tipo de percurso ciclável em que se cicleta tenha boa visibilidade sobre
encontram integradas. o semáforo, garante a adequada zonas de Viragem
fluidez do tráfego rodoviário.
Quanto ao seu dimensionamento, A viragem a um ou dois momentos,
as zonas avançadas apresentam Quanto à sua marcação, estas zo- é uma prática comum em ambien-
uma extensão que é variável em nas devem ser sinalizadas através te urbano, correntemente feita de
função do volume de tráfego ciclá- de pintura integral na cor verde modo informal, em que o processo
vel existente / previsto, entenden- (RAL 6029) e aplicação de picto- de atravessamento está dependen-
do-se que um intervalo de 3,50 m grama de cor branca (RAL 9016), te da boa vontade dos automobi-
a 5,00 m de extensão é apropriado, com 1,60 m de largura por 2,50 m listas e da destreza e perceção dos
podendo, em casos particulares, ser de comprimento, centrado com a

117
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

e a passagem pedonal da trans-


versal, de forma a ficar virado na
direção que pretende seguir. No
segundo momento, com o inicio da
fase de verde, o utilizador dá inicio
ao seu percurso em conjunto com
o restante tráfego que se encontra
localizado nas suas costas.

Entre as principais vantagens desta


medida facilitadora de circulação
ciclável destacam-se:

● Melhoria da habilidade e con-


fiança dos ciclistas de “negociarem”
viragens ou inversões de sentido de
circulação de forma mais segura e
confortável;

● proporciona um espaço segu-


ro de paragem que lhes permite
avaliar o melhor momento para
retomar a circulação;

● reduz os conflitos entre ciclistas


e automobilistas nas viragens à
esquerda;

● reduz conflitos entre os ciclistas


que querem virar ou inverter o sen-
tido de circulação, e os que querem
zonas avançadas Para biCiCLeTas - diMensões e iMPLanTação
seguir em frente.

No entanto, apesar das vanta-


gens identificadas, esta medida
utilizadores de bicicleta, compro- é inferior a 20 m/h, e preferencial- pode promover algum atraso na
metendo assim a segurança na mente em interseções reguladas circulação em virtude de, no pior
circulação. por sinalização luminosa. Podemos cenário, os utilizadores terem de
identificar dois tipos de “zonas de aguardar por duas fases de verde
Com a criação de “zonas de vira- viragem”: antes de retomarem a marcha.
gem para bicicletas” pretende-se
No entanto em interseções com
“formalizar” este tipo de manobra, ● caixas de viragem; elevado volume de tráfego, rodovi-
garantindo a segurança e conforto
ário ou ciclável, onde uma viragem
dos utilizadores. Estas zonas têm ● faixas de viragem.
à esquerda “a um momento” está
como principal objetivo facilitar a
muito dependente da boa vontade
circulação de velocípedes em in-
e civismo dos automobilistas, bem
terseções, dando-lhes tempo para, Caixas de viragem
como da destreza e perceção dos
de forma segura, prepararem a
As caixas de viragem possibilitam utilizadores de bicicleta, entende-se
mudança no sentido de circulação.
que a mudança de direção seja que a diferença de tempo entre os
feita a dois momentos. No primeiro dois tipos de manobra é marginal,
Tratam-se de soluções que devem
momento, com a abertura da fase para além de a viragem a dois mo-
ser aplicadas, sobretudo, em vias
de verde, o utilizador de bicicleta mentos garantir maior segurança
de caráter local, com intermédio a
avança e desloca-se ligeiramente na circulação.
muito reduzido volume de tráfego
rodoviário ( t 800 v/h), onde a para a sua direita, posicionando-se
Quanto à sua aplicabilidade, esta
diferença da velocidade de circula- numa zona de espera, localizada
é extensível sobretudo a percur-
ção entre automóveis e velocípedes entre o limite da faixa de rodagem

118
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

sos cicláveis “integrados” na faixa adicional que alerte os velocípedes


de rodagem, em particular faixas para a abertura da fase de verde
cicláveis e vias banalizadas. No no segundo momento de viragem,
entanto as caixas de viragem permitindo-lhes assim proceder à
apresentam-se também como uma manobra de forma confiante e se-
solução adequada para mudanças gura. Quando possível, e de forma
de direção em pistas cicláveis e a garantir maior vantagem posicio-
para transição entre percursos de nal e de circulação aos utilizadores
tipologia diferente, associados a de bicicleta, no segundo momento
mudanças de direção. de viragem a fase de verde para o
velocípede deve anteceder a fase
Quanto ao seu dimensionamento, de verde para os automobilistas. CoPenhaga – MUdança de direção
as caixas de viragem devem ter Em CRUzAmEntO
uma extensão ajustada à largura
da(s) via(s) de trânsito, poden- faixas de viragem
do o seu perfil transversal variar
entre 1,20 m e 2,00m, de acordo Podemos identificar três soluções
com o volume de tráfego ciclável de manobra com recurso a faixas
existente / previsto. As caixas de de viragem.
viragem devem ficar afastadas
da passagem pedonal em 1,00 m, Na primeira solução, os utilizadores
valor correspondente à lateral do são “forçados” a se mover entre o
enfiamento da área de proteção à tráfego automóvel para se posi-
passadeira. cionarem numa faixa de viragem,
central à faixa de rodagem, de
Quanto à sua marcação, estas forma a conseguirem efetuar ma-
caixas devem ser sinalizadas nobras de viragem à esquerda nas berLin – Caixa de virageM
através de pintura integral na cor interseções.
verde (RAL 6029) e aplicação de
pictograma com bicicleta, na cor Assim, uma vez que a prioridade de
branca (RAL 9016), com 1,00 m de passagem é dos automobilistas, os
largura por 1,60 m de comprimen- utilizadores de bicicleta serão obri-
to, e marca rodoviária de viragem gados a negociar a sua transição
(M15a), na cor branca (RAL 9016), com estes através de uma combi-
com 0,40 m de largura por 1,80 m nação de ações (sinalizar a viragem
de comprimento. com a mão esquerda, olhar por
cima do ombro para identificar a
Quando paralelas a zonas de refú- proximidade dos veículos motoriza-
gio, as caixas de viragem devem ter dos e avaliar a sua velocidade de
uma extensão ajustada à largura circulação e perceber qual a rece-
do separador central, não inferior tividade destes permitirem a sua
esToCoLMo – Caixa de virageM
a 2,20 m, podendo a sua largura passagem) que podem afetar a sua
variar entre 2,20 m e 3,00m, de velocidade de circulação e conse-
acordo com o volume de tráfego quentemente o seu equilíbrio.
ciclável existente / previsto. Devem
ficar afastadas 0,20 m do lancil De modo a que o utilizador de bici-
que delimita o separador central cleta tenha mais oportunidades de
de modo a permitir que este sirva negociar a sua transição para a fai-
de apoio ao utilizador enquanto xa de viragem, esta faixa deve ter
este aguarda pela segunda fase da uma extensão ampla, não inferior a
viragem. 15,0m e não superior a 20,0m.

Um fator importante a ter em A largura da faixa deve ser ajustada


consideração em ambos os ca- à manobra, não devendo ser consi-
sos prende-se com a necessária derada uma largura inferior a 2,00
instalação de sinalização luminosa m (permitir acumulação lado-a-lado MUniqUe – Caixa de virageM

119
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

Caixa de virageM Para biCiCLeTas – diMensões e iMPLanTação

120
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

em percursos com intermédio a ta, mas que não deve ser inferior a
muito elevado volume de tráfego 10,0 m.
ciclável), à qual acresce a largura da
faixa de proteção (0,70 m). A largura das faixas deve ser igual
à largura do percurso ciclável exis-
Na segunda solução, é dada a tente a montante devendo, quando
oportunidade ao velocípede de se possível e justificável, ser aumenta-
posicionar adequadamente no cru- da de forma a melhorar a capaci-
zamento de modo a seguir em fren- dade de acumulação e manobra
te, sendo o automobilista “forçado” junto da interseção ( 0,50 m).
a cruzar a faixa ciclável de modo a
ganhar posição para virar à direita. A solução de desenho deverá con- berLin – faixa de virageM
siderar a mudança de direção para
Esta transição deve ser possível ajustar essa nova largura.
apenas numa extensão reduzida
(10,0m a 15,0m) de modo a que o Este será ainda obrigado a negociar
automobilista reduza a sua veloci- a viragem com o velocípede caso
dade de circulação quando da tran- o sinal luminoso abra em simultâ-
sição, à qual acresce uma zona de neo para ambos, sendo no entanto
espera, ajustada à acumulação de recomendável que nestes casos, a
veículos motorizados verificada para fase para o utilizador de bicicleta
a interseção em hora de ponta, mas seja antecipada em relação à fase
que não deve ser inferior a 10,0 m. para o automobilista e forma a que
o velocípede ganhe vantagem com-
A largura da faixa deve ser igual à petitiva quando da circulação.
largura do percurso ciclável exis-
tente a montante. Independentemente de seguirem WashingTon – faixa de virageM
em frente ou virarem à direita na
A prioridade de passagem deve interseção, a prioridade de pas-
ser dada ao velocípede uma vez sagem deve ser dada aos velo-
que este se apresenta pela direita, cípedes, uma vez que estes se
salvo exista sinalização a informar apresentam sempre pela direita
o contrário. (salvo exista sinalização a informar
o contrário).
A terceira solução, corresponde à
implementação de uma dupla faixa De forma a garantir a adequada
de viragem, localizada entre as vias visibilidade dos percursos e de pos-
de trânsito para veículos motoriza- síveis pontos de conflito, as faixas
dos, em que é dada a oportunidade de viragem devem ser identificadas
ao velocípede de se posicionar mais através de pintura integral na cor
próximo da interseção de forma a verde (RAL 6029), aplicação de pic-
seguir em frente ou virar à direita. tograma de bicicleta com sentido CaMbridge – faixa de virageM

de circulação na cor branca (RAL


À semelhança do caso anterior, é 9016), marcas rodoviárias longitu-
o automobilista que é “forçado” a dinais e transversais na cor branca,
cruzar a faixa ciclável de modo a RAL 9016, bem como outras que
ganhar posição para virar à direita, sejam necessárias à regulação e
devendo esta transição ser feita orientação do tráfego (ver ponto
apenas numa extensão reduzida 5.3 Marcas rodoviárias).
(10,0m a 15,0m) de modo a que
o veículo motorizado reduza a sua As faixas de viragem apresentam
velocidade de circulação quando da as seguintes vantagens:
transição, à qual acresce uma zona
de espera, ajustada à acumulação ● minimiza o conflito entre velo-
de veículos motorizados verificada cípedes e veículos motorizados nas
para a interseção em hora de pon- interseções;
nova iorqUe – faixa de virageM

121
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

● aumenta a previsibilidade de ● deve ser assegurada a boa


movimento dos utilizadores; iluminação de forma a garantir a
boa visibilidade dos utilizadores de
● melhora a comunicação e infor- bicicleta a qualquer momento do
mação entre os utilizadores; dia e em condições climatéricas
adversas;
● fornece melhor orientação aos
utilizadores; ● deve ser assegurada a ade-
quada sinalização e regulação do
● permite transições mais rápidas tráfego nas interseções (conforme
do que as caixas de viragem. referido anteriormente estas solu-
ções devem ser preferencialmente
No entanto, deve ser dada especial consideradas para interseções re-
atenção aos seguintes aspetos: guladas por sinalização luminosa).

● são soluções que podem gerar Independentemente do tipo de


insegurança (especialmente nas zona de viragem a considerar, um
viragens à esquerda), em particular aspeto importante a ter em consi-
junto de utilizadores menos expe- deração é a necessária tomada de
rientes (principiantes e crianças e consciência por parte de todos os
adolescentes); utilizadores do espaço público, em
particular dos automobilistas, para
● deve ser salvaguardado o bom estas soluções de viragem, deven-
estado de conservação dos pavi- do as mesmas ser devidamente
mentos nestas faixas e interseções, comunicadas e publicitadas.
de modo a que o utilizador vulnerá-
vel se possa focar exclusivamente
no tráfego rodoviário;

ingLaTerra - exPeriMenTação do sisTeMa


DE CAIxA DE VIRAgEm

122
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

ou superior a 2,60 m, podendo em


zonas de Refúgio casos particulares ser não inferior a ● Inexistência de obstáculos no
seu interior;
2,40 m. Em vias integradas na rede
Em arruamentos muito largos e viária de distribuição principal onde
com elevado volume de tráfego ● Estar ao mesmo nível da faixa
se verifique um volume de tráfe-
de rodagem;
rodoviário ( 800 veículos / hora), go ciclável considerável (maior ou
podem ser salvaguardados espaços igual a um nível C - médio), reco-
● Respeitar as recomendações
de refúgio que possibilitem aos menda-se que a profundidade do referentes à área de proteção das
utilizadores de bicicleta realizar de refúgio seja não inferior a 3,50m, e passagens cicláveis;
forma faseada o atravessamento a largura do percurso neste ponto
da faixa de rodagem, possibilitando seja também aumentada de forma Estes refúgios podem também ser
assim que, em cada fase, o conflito a permitir uma maior acumulação aplicados em arruamentos mais es-
seja gerido com apenas um sentido de velocípedes. treitos, provocando o estreitamento
de trânsito, e se encontre refúgio da faixa de rodagem nos pontos de
seguro entre fases consecutivas. Quando o espaço resultante da atravessamento, ou mesmo o des-
São ainda de destacar as seguintes intersecção do atravessamen- vio da diretriz das vias, funcionan-
vantagens na sua utilização: to com o separador ou ilha não do assim como medida de acalmia
tenha profundidade suficiente para de tráfego.
● reduz a extensão do atravessa- instalar um refúgio para peões,
mento e a exposição do ciclista ao deve assegurar-se a continuida- De forma a tornar o percurso
tráfego rodoviário; de da passagem nesse espaço, mais legível e funcional os limites
salvaguardando-se as seguintes laterais podem ser marcados por
● reduz o tempo de espera dos condições: lancis sobrelevados relativamente
ciclistas ao atravessarem a faixa
ao percurso, com espelho igual ou
de rodagem; ● Prolongamento da marca rodo- superior a 0,12 m e traçado reto
viária; ou com um número mínimo de ân-
● facilita a mudança de sentido
gulos - os quais devem ser sempre
de circulação aos utilizadores de ● Inexistência de mudança de côncavos relativamente ao percur-
bicicleta. direção;
so -, devendo salvaguardar-se uma
A profundidade do refúgio, medi- sobrelargura de 0,60m no lado
● Pavimento igual ao da faixa de
da na direção da travessia e em em que seja instalada sinalização
rodagem;
toda a sua largura, deve ser igual luminosa.

AtRAVESSAmEntO PEDOnAL E CICLÁVEL COm zOnA DE REfúgIO

123
1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL GEOMETRIA

tação dos sentidos de circulação, permitir o atravessamento por


alteração de materiais de pavimen- pedido, nomeadamente em vias
medidas de apoio to, entre outros); onde se verifique menor volume
à circulação de tráfego ciclável;
● Condicionar ou encerrar ruas ao
tráfego rodoviário, privilegiando a permitir o atravessamento de
circulação ciclável e pedonal, dando velocípedes em entroncamentos
À semelhança do que acontece assim a estes modos uma vanta- e pontos de passagem de peões
com os espaços de circulação gem competitiva sobre os automó- com pouco volume de tráfe-
pedonal, existem também diferen- veis ao nível da direccionalidade e go regulados por sinalização
tes medidas, complementares às do tempo de deslocação (controlo luminosa (sinal de passagem
apresentadas nos temas anteriores, de acessos com recurso a pilaretes intermitente), independentemen-
que contribuem para aumentar a rebatíveis ou amovíveis, e ruas de te de o sinal estar vermelho para
segurança e melhorar a experiência acesso exclusivo para velocípedes); o tráfego rodoviário, devendo
de circulação ciclável, em particular estes negociar a sua entrada,
nos percursos que são partilhados ● Condicionar ou inviabilizar dando prioridade aos peões e/ou
com o tráfego rodoviário. viragens, à esquerda e/ou direita, ao tráfego que entra na via;
do tráfego rodoviário em percursos
Destas são de destacar medi- cicláveis com elevado volume e permitir viragens à direita para
das que promovem a acalmia da intensidade de circulação (sempre ciclistas, em cruzamentos regu-
velocidade de circulação rodoviá- que justificável); lados por sinalização luminosa
ria (medidas indiretas) e que são independentemente do sinal
exploradas de forma detalhada no ● Dar prioridade de passagem estar vermelho, devendo estes
ponto 1.3 Espaços de circulação aos utilizadores de bicicleta nos negociar a sua entrada, dando
rodoviária - Medidas de acalmia. cruzamentos e interseções através prioridade aos peões e/ou ao
das seguintes medidas: tráfego que circula na via a que
São ainda de destacar medidas, estão a aceder (no caso de vias
que contribuem de forma direta sincronizar a sinalização partilhadas).
para que a circulação ciclável se luminosa automática de trânsito
faça com maior segurança, maior (ajustada a uma velocidade de ● Instalar sinalização informativa
conforto e de forma mais célere, circulação ciclável de 15 m/h - que permita comunicar aos utili-
nomeadamente: 18 m/h) de forma a dar priori- zadores, em particular utilizadores
dade de passagem ao tráfego não frequentes como turistas,
● Alteração da geometria da rua ciclável; a sua localização bem como os
de modo a promover a redução de destinos de interesse existentes na
velocidade de circulação (redução antecipar o ciclo de verde envolvente e a distância a percor-
da largura das vias, redução dos para utilizadores de bicicletas rer até aos mesmos (em tempo ou
raios de curvatura, sobrelevação de de forma a dar-lhes vantagem m).
passagens e cruzamentos, supres- posicional e competitiva sobre os
são da marca rodoviária de delimi- veículos motorizados;

Londres – redUção PonTUaL da LargUra da via. Londres – zona exCLUsiva de CirCULação PedonaL e CiCLáveL

124
GEOMETRIA 1.2 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO CICLÁVEL

barCeLona – Passeio MaríTiMo

Lisboa – ParqUe das nações

125
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

sidade de introdução de medidas serviços de emergência, entre


de acalmia de tráfego, implicam outros), o espaço vital e critérios
diferentes tipos de abordagem de- de manobrabilidade que lhes são
1.3. Espaços correntes dos objetivos funcionais
fixados para cada um dos níveis.
associados. Os temas intermédios
referem-se à natureza da rede viá-
de Circulação Estas diferentes abordagens
ria da cidade de Lisboa, em particu-
lar a sua hierarquia viária, os seus
Rodoviária traduzem-se na maior importância
a conferir às exigências do tráfe-
níveis de serviço e os critérios de
dimensionamento que deverão ser
go rodoviário nos primeiros níveis considerados no seu desenho. São
da rede viária e, por oposição, à ainda identificadas quer a natureza
O conceito, o traçado e carac- introdução de soluções de dese- quer e as características funda-
terísticas da rede viária devem nho mais flexíveis que reflitam, mentais das interseções da rede
responder aos seguintes objetivos substantivamente, a maior impor- viária, em particular a tipologia de
urbanísticos: tância dada aos utilizadores mais cruzamentos existentes, os conflitos
vulneráveis (peões e utilizadores que dai podem resultar, os critérios
● assegurar uma correta articu- de bicicleta) nos níveis posteriores, de visibilidade necessários para
lação e uma clara hierarquização
em particular, ao nível das redes de que a circulação se faça de forma
e continuidade entre as diversas
proximidade e acesso local. segura e confortável, em particular
tipologias de vias;
na determinação das sua distâncias
Assim, apresentam-se diferentes de travagem e paragem, bem como
● garantir a segurança e funcio- temas que incluem recomenda-
nalidade da circulação de peões, os critérios e regras de conceção
ções e critérios de intervenção, geométrica a ter em consideração
bicicletas e veículos motorizados,
que procuram orientar quer equi- na selecção e desenho de intersec-
incluindo transportes públicos,
pas de projeto, quer outros atores ções viárias. O último tema refere-
considerando o efeito do desenho
que colaborem, de forma direta e/ -se à acalmia de tráfego onde se
e dimensionamento das vias na
ou indireta, na requalificação do descrevem soluções de zonas de
fluidez do tráfego;
espaço público da cidade de Lisboa, moderação de circulação automó-
na ‘construção’ de soluções viárias, vel, medidas de acalmia por altera-
● gerar fluxos de tráfego rodo-
viário que minimizem a poluição funcionais, seguras e sustentáveis. ção de alinhamentos horizontais e/
atmosférica e o ruído, em níveis ou verticais, sendo ainda identifica-
Assim, neste subcapítulo, o tema dos os efeitos e aplicabilidade que
adequados aos usos e dentro dos
inicial refere-se ao tipo de tráfe- tais medidas detém na redução das
valores legais estabelecidos.
go rodoviário existente / previsto, velocidades, nos volumes de tráfe-
As exigências particulares de cada identificando-se a natureza dos uti- go, nos conflitos com os restantes
nível da rede viária, no que se refe- lizadores, a tipologia mais comum utilizadores do espaço público e no
re à necessidade de separação ou de veículos em circulação (ligeiros, tempo de resposta dos serviços de
protecção da envolvente e à neces- pesados, transportes públicos, emergência.

Lisboa - enTreCaMPos

126
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

dependente da capacidade que os


Tipo de utilizadores utilizadores têm de receber e usar
Tráfego rodoviário a informação de forma adequada.
A tarefa de circulação desenvolve- Esta informação é usualmente re-
O movimento de pessoas e merca- -se obedecendo a três níveis que colhida e processada numa fracção
dorias é reflexo das diferentes acti- afectam de forma directa a perfor- de segundos levando os condutores
vidades existentes numa sociedade, mance de um condutor, nomeada- a tomar decisões, por vezes de for-
sendo um factor importante a con- mente: ma instintiva e quase automática,
siderar tendo em vista a melhoria das acções a tomar. Estes factores,
da qualidade de vida da população, ● Controlo; que captam a atenção do condutor,
possibilitando que estas viagens podem ser divididos nos seguintes
sejam feitas de forma segura, ● Pilotagem; grupos:
célere e cómoda. Assim, podem-
-se identificar duas componentes ● Navegação. ● Natureza e volume do tráfego
que detêm um papel determinante rodoviário;
neste processo: O primeiro nível corresponde à
capacidade que um condutor tem ● Desenho, dimensionamento e
● Tipo de utilizadores (condutores); de realizar manobras diversas sinalização da rede viária;
quando em circulação como manter
● Classes de veículos em circulação. ou ajustar a trajectória e a veloci- ● Factores externos ao ambien-
dade. O segundo nível corresponde te rodoviário (envolvente urbana,
O comportamento humano contri- ao conjunto de tarefas neces- em particular o tipo e volume de
bui de forma determinante para sárias na interacção quer com a tráfego dos utilizadores mais vul-
a circulação de veículos em meio infraestrutura viária, quer com os neráveis).
urbano, sendo que as característi- restantes utentes que nela circu-
cas, função e performance destes lam (manobras de ultrapassagem, A capacidade que um condutor tem
veículos detém igualmente um estacionamento e passagem em de receber e processar a informa-
papel importante nas condições e interseções). Por último, a navega- ção está também dependente de
fluidez do tráfego. A conjugação ção corresponde ao planeamento e factores mais ‘humanos’, nomea-
destes aspectos não só influen- execução do trajeto. damente:
cia de forma direta o desenho do
espaço público da cidade devendo Para além dos processos acima ● Formação e experiência;
a referida conjugação ser também identificados, quando em circu-
influenciada quer pela envolvente lação, um condutor tem ainda ● Estado emocional;
construída quer pelo tipo de utiliza- de desempenhar uma série de
dores que nela circulam. procedimentos que lhe permitam ● Idade;
interagir com o ambiente que os
Este ponto irá abordar concreta- rodeia, estando esta tarefa muito ● Velocidade.
mente a tarefa da condução, ou
seja, o homem enquanto condutor,
bem como o tipo de veículos que
maior representação detêm no
parque automóvel nacional, identifi-
cando características chave como
a dimensão, a performance e o
espaço operacional necessário para
que os diferentes segmentos de
veículos possam circular de forma
segura e confortável.

Londres - ParLiaMenT sqUare

127
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

120
Estes são alguns dos factores que
influenciam o tempo de percepção e
reacção dos condutores, ou seja, o
90
Campo de visão periférico (graus)

intervalo de tempo que decorre des-


de o momento em que um condutor
perante uma determinada situação
60
se apercebe que tem de realizar
uma determinada acção (percepção)
e o momento em que essa acção é
30
concretizada (reacção).

A deterioração da visão, da audição


e da rapidez de processamento
0 30 60 90 120
Velocidade (km/h)
de informação são algumas das
deficiências operacionais que
surgem com o avançar idade e que
comprometem a capacidade de
condução.

Também a velocidade de circulação


é associada à redução do tempo de
percepção e reacção, uma vez que
quanto mais elevada mais restringe
o campo visual do condutor, condi-
cionando a sua capacidade de recep-
ção e processamento de informação.

O campo de visão periférico sofre


uma redução de aproximadamente
110º a 30 km/h para um angulo
inferior a 90º a uma velocidade de
50 m/h, ou seja, deixamos de ser
capazes de usar os três campos vi-
CaMPo de visão PerifériCo eM fUnção da veLoCidade de CirCULação suais (periférico, primário e central)
cingindo-nos a apenas dois (primá-
rio e central).

Estes são alguns dos ‘factores


humanos’ que devem ser tidos
em consideração no desenho e
dimensionamento dos espaços de
circulação rodoviária, de modo a
possibilitar a construção de solu-
ções integradas que garantam a
segurança, comodidade e fluidez da
circulação de condutores e demais
utilizadores do espaço público.

CaMPo de visão PerifériCo de UM aUToMobiLisTa

128
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Classificação ● Pesados - Veículos com peso


bruto superior a 3.500 kg ou com
dos veículos lotação superior a nove lugares
incluindo o condutor;
A classificação dos veículos va-
ria em função da sua categoria,
Em Portugal encontram-se identifi-
nomeadamente o seu peso bruto
cadas no código da estrada, nome-
e lotação, que inclui o condutor,
adamente no anexo I do decreto-lei
nomeadamente:
133/2014, as dimensões máximas
que os veículos em circulação de-
● Ligeiros – Veículos com peso
vem apresentar, sendo de destacar
bruto não superior a 3.500 kg e
as seguintes:
lotação não superior a nove lugares
incluindo o condutor;

Comprimento Largura altura


12,00 m 2,55 m 4,00 m
Veículos a motor de dois Qualquer veículo Veículos a motor
ou mais eixos excepto e seus reboques.
pesados de passageiros.

13,50 m 2,60 m 4,15 m


Automóveis pesados de Transporte condicionado. Automóveis pesados de
passageiros com dois eixos. passageiros da Classe I.

15,00 m 3,00 m 4,50 m


Automóveis pesados Máquinas com motor Máquinas com motor
de passageiros com três ou rebocáveis. ou rebocáveis.
ou mais eixos.

18,75 m – –
Automóveis pesados de
passageiros articulados.

diMensões MáxiMas qUe os veíCULos a CirCULar eM PorTUgaL deveM aPresenTar dL 133/2014

Dentro de cada categoria as dimen- anos recentes no sector automóvel,


sões variam em função do constru- é possível verificar que a categoria
tor e do parque automóvel do país, o ligeiros de passageiros continua a
que torna a identificação de um ve- ser a dominante, sendo neste grupo
ículo tipo’ dentro de cada categoria de destacar as seguintes classes:
particularmente difícil. No entanto,
é apropriado estabelecer grupos de ● Classe B (inferior);
classes e seleccionar veículos com
tamanhos representativos para cada ● Classe C (médio inferior);
grupo. Assim, foram estabelecidos
os seguintes grupos de veículos: ● Classes G + H (SUV + Monovo-
lumes).
● Ligeiros de passageiros e mer-
cadorias; Os critérios de dimensionamento
a apresentar nesta categoria irão
● Autocarros; incidir em particular sobre estes
segmentos, sendo ainda apresenta-
● Veículos de socorro. dos critérios para veículos ligeiros
de mercadorias, em especial para
Em Portugal, considerando comu- veículos standard, usualmente
nicados de imprensa apresentados usados também como veículo de
pela ACAP referentes ao balanço de socorro (ambulância).

129
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Quanto ao grupo ‘autocarros’, os cri- As normas de dimensionamento


térios de dimensionamento irão inci- que se apresentam incidem sobre
dir nos seguintes tipos de veículos: os seguinte atributos:

● Mini – Autocarros; ● Dimensão (C x L x A);

● Autocarros; ● Manobrabilidade (raios de


curvatura interiores, exteriores e
● Autocarros de Turismo; superfícies de varrimento).

● Autocarros Articulados. Para efeitos de desenho, as dimen-


sões e raios de curvatura dos veí-
Quanto ao grupo ‘veículos de culos apresentados detêm valores
socorro’, considerando o seu papel mínimos ligeiramente superiores
e importância no dia-a-dia das aos da maioria dos veículos das
cidades, os critérios de dimensio- suas classes. Algumas classes não
namento irão incidir nos seguintes foram consideradas dada a sua
tipos de veículos: reduzida representatividade no
parque automóvel nacional, devendo
● Veículo ligeiro de combate a as normas de dimensionamento que
incêndios ( LCI); lhes são aplicáveis ser determina-
das com recurso às normas das
● Veículo urbano de combate a classes imediatamente acima (as
incêndios ( UCI); normas de dimensionamento para
os veículos da Classe B contêm’ os
● Veículo escada (VE); da Classe A e as das classes G / H
veíCULos Ligeiros – fUrgão sTandard contêm’ os da classe D).
● Veículo especial de combate a
– aMbULÂnCia
incêndios ( ECI).

130
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

de estacionamento) e os espaços
Critérios de pedonais e cicláveis.
dimensionamento.
Assim, conforme atrás referido,
O conhecimento do espaço neces- os critérios de dimensionamento
sário para os veículos efectuarem apresentados incidem sobre as
as manobras a uma velocidade dimensões dos veículos ligeiros
segura e de forma a não compro- (passageiros e mercadorias) deten-
meterem a circulação dos res- tores de maior representatividade
tantes utilizadores é de extrema no parque automóvel local, e dos
importância no desenho de um diferentes autocarros, quer de
espaço público que se pretende transporte público quer de turismo
cada vez mais seguro equilibrado que circulam na cidade de Lisboa
na sua relação entre espaço rodo- (veículos pesados).
viário (onde se incluem as zonas
UTiLiTário
CLasse b
faMiLiar CoMPaCTo
CLasse C

oCUPação de veíCULos eM fUnção do seU raio inTerior.


sUv / MonovoLUMe
- CLasses g / h
Ligeiro de MerCadorias
- fUrgão sTandard

veíCULos Ligeiros - diMensões aProxiMadas. TrajeTória de veíCULos rígidos eM CUrva.

131
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Na classe de veículos ligeiros, A tabela e figuras seguintes carac-


inclui-se ainda um veículo ligeiro de terizam as diferentes dimensões
mercadorias, tipo furgão de dimen- bem como as superfícies de varri-
são standard, também usualmente mento de veículos em movimento,
utilizado como veículo de emergên- nas quais o ângulo de viragem
cia médica (ambulância). inicial e final é nulo. Estas análises
de varrimento são construídas con-
Para além destas categorias e siderando velocidades de circulação
suas diferentes classes apre- inferiores a 15 km/h, sendo os raios
sentam-se ainda as normas de de viragem exteriores apresentados
dimensionamento referentes a referentes à saliência dianteira da
veículos de socorro, em particular carroçaria e não à roda dianteira
veículos de combate a incêndio exterior.
que integram o parque automóvel
do Regimento de Sapadores Bom-
beiros de Lisboa.
Mini aUToCarro
aUToCarro
aUToCarro
TUrisMo
arTiCULado
aUToCarro

veíCULos Pesados - diMensões aProxiMadas.

132
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Independentemente das normas


● Velocidade de circulação regula-
de dimensionamento apresenta-
da / desejável;
das, deve ser tido em considera-
ção que cada rua é, invariavel-
● Circulação de transportes públi-
mente, um caso particular que cos (existente ou prevista);
deve obedecer a uma análise
cuidada que possibilite determinar, ● Acesso a veículos de socorro
ou mesmo restringir, o tipo de veí- (em função do ‘nível’ dos veículos e
culos a que deverá ser assegurado da legislação aplicável);
acesso tendo por base os seguin-
tes aspectos: ● Acesso a veículos de recolha de
resíduos urbanos (em função da
● Hierarquia da rede viária em dimensão dos veículos);
que a rua se integra;
● Usos e funções existentes (resi-
● Número, largura e sentidos das dencial, comercial, turística, equipa-
vias de trânsito; mentos de saúde, ensino, …).

● Intensidade do tráfego rodoviá-


rio, ciclável e pedonal;
CoMbaTe a inC ndios
veíCULo Ligeiro de

vLCi - níveL 1
CoMbaTe a inC ndios
veíCULo Urbano de

vUCi - níveL 2
veíCULo esCada
ve - níveL 3
CoMbaTe a inC ndios
veíCULo esPeCiaL de

veCi - níveL 3

veíCULos soCorro - diMensões aProxiMadas.

133
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Manobra de viragem de 90º Manobra de viragem de 180º inversão de marcha

anáLise de varriMenTo - veíCULos Ligeiros - faMiLiares CoMPaCTos CLasse C

anáLise de varriMenTo - veíCULos Ligeiros - MerCadoria fUrgão sTandard

anáLise de varriMenTo - veíCULos Pesados - Mini-aUToCarro

134
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Manobra de viragem de 90º Manobra de viragem de 180º inversão de marcha

anáLise de varriMenTo - veíCULos Pesados - aUToCarro

anáLise de varriMenTo - veíCULos Pesados - aUToCarro arTiCULado

Cenários urbanos construídos com vias de tr nsito com 3,25 m de largura, interseç es desenhadas
com curvas de raio simples de 6,00 m e separador central com 7,00 m de largura

135
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Classes veículos dimens es raio de curvatura


comprimento largura largura altura interior exterior
(retrovisores (carroçaria)
recolhidos)

Ligeiros Utilitário (Classe B) 4,00 m 2,00 m 1,80 m 1,45 m – 5,20 m

Familiar compacto (Classe C) 4,60 m 2,05 m 1,85 m 1,55 m – 5,60 m

SUV / Monovolume
4,70 m 2,10 m 1,90 m 1,65 m – 5,35 m
(Classes G / H)

Ligeiro de mercadorias
6,00 m 2,40 m 2,00 m 2,80 m – 6,70 m
(Furgão - standard)

Pesados Mini Autocarro 8,70 m 2,15 m – 2,90 m 4,75 m 8,65 m

Autocarro 11,95 m 2,55 m – 3,40 m 7,20 m 12,50 m

Autocarro Turismo 14,90 m 2,55 m – 3,35 m 7,95 m 11,75 m

Autocarro Articulado 17,95 m 2,55 m – 3,40 m 6,20 m 11,45 m

socorro Veículo ligeiro de combate


6.95 m 2,30 m – 3,40 m 6,00 m 13,20 m
a incêndios ( LCI - nível 1)

Veículo urbano de combate


7,10 m 2,50 m – 3,75 m 6,20 m 13,60 m
a incêndios ( UCI - nível 2)

Veículo escada
9,75 m 2,50 m – 3,85 m 10,30 m 15,50 m
(VE - nível 3)

Veículo especial de combate


9,80 m 2,50 m – 3,80 m 14,30 m 19,50 m
a incêndios ( ECI - nível 3)

CriTérios de diMensionaMenTo Para veíCULos MoTorizados.

(As dimensões apresentadas correspondem a valores aproximados, uma vez que detêm valores mínimos ligeiramente superiores aos da maioria dos veículos das suas classes).

veíCULos Pesados – aUToCarro

136
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

veíCULos soCorro – veíCULo Urbano de CoMbaTe a inC ndios níveL 2

veíCULos soCorro – veíCULo esCada níveL 3

137
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

o nível de serviço oferecido varia lizadores de bicicleta, bem como as


consoante a fluidez, rapidez e con- restantes funções sociais e económi-
rede viária dições de segurança da deslocação, cas de vivência urbana. Para que tais
providenciadas por eixos viários funções se realizem, é necessário
Os arruamentos rodoviários dão com capacidade adequada à função garantir de um “ambiente” seguro,
resposta a um conjunto variado de que representam na rede viária. funcional e agradável, invariavel-
funções urbanas, nomeadamente: mente determinado em função do
A outra função rodoviária refere-se volume e velocidade de circulação
● Mobilidade rodoviária motori- ao “acesso” por parte de veículos do tráfego motorizado. O desenho
zada; motorizados aos diferentes espaços eficiente de qualquer rede rodoviária
urbanos contíguos, nomeadamente passa por uma estruturação baseada
● Mobilidade rodoviária não mo- zonas de estacionamento, na via, numa especialização funcional da
torizada (pedonal e ciclável, entre em edifícios ou em subsolo, que in- rede viária, contribuindo assim para
outras); variavelmente ocorre no inicio e fim uma melhoria das condições de mo-
de cada deslocação. Nestes casos, bilidade urbana e consequentemente
● Acessibilidade aos diferentes a qualidade de serviço é verificada para a construção de ambientes
lugares;
através quer das condições ofere- urbanos de maior qualidade.
cidas para uma circulação segura
● Suporte de funções sociais e
em marcha reduzida, quer atra- Assim, este ponto irá abordar
económicas próprias da vivência
vés da facilidade de execução de concretamente a hierarquia da
urbana.
manobras de acesso aos espaços rede viária da cidade de Lisboa,
Uma das funções rodoviárias mais urbanos contíguos às vias. reflectindo os seus níveis de serviço
importantes corresponde à “circula- e adequado dimensionamento
As restantes funções a ter em rodoviário (perfis transversais tipo)
ção”, que corresponde ao intervalo
consideração predem-se sobretudo de forma a garantir que as funções
de tempo das viagens motorizadas
com mobilidade e acessibilidade dos acima identificadas são devida-
que decorre desde o ponto de parti-
utilizadores vulneráveis, peões e uti- mente asseguradas.
da até ao ponto de chegada e onde

Londres – oxford CirCUs

138
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Considerando que esta rede viária


hierarquia integra na sua grande maioria vias
já existentes, deverão ser conside-
Considerando o princípio da espe- rados alguns níveis de flexibilidade
cialização funcional das vias, em que possibilitem ajustes neces-
que partindo das suas funções sários, ainda que pontuais, ainda
básicas e condições de serviço que na generalidade dos casos se
desejáveis para cada tipologia de verifique que as condicionantes
via, torna-se possível definir uma existentes se poderão revelar inul-
matriz de referência relativamen- trapassáveis.
te às características constituintes
e funcionais básicas a atribuir às Assim, a rede rodoviária da cidade
diferentes tipologias de vias que de Lisboa encontra-se ordenada
integram a rede viária da cidade de e hierarquizada de acordo com as
Lisboa. funções e características das vias
que a compõem, conforme defini-
do no Plano Director Municipal da
Cidade de Lisboa, compreendendo
os seguintes níveis:

139
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

rede estruturante
1º nível

Visa assegurar as ligações inter-


concelhias e de atravessamento do
concelho bem como as deslocações
de maior extensão dentro da cidade
de Lisboa, servindo assim de supor-
te aos percursos de longa distância. CoexisT nCia CoM TransPorTes
PúbLiCos
CaraCTerísTiCas físiCas
● corredor TCSP permitido
● 1 sentido de circulação, 2 ou
mais vias de trânsito ● corredor BUS permitido

● 2 sentidos de circulação, 3 ou ● paragem proibida


mais vias de trânsito por sentido
CoexisT nCia CoM biCiCLeTas
● separação física dos sentidos de
circulação obrigatória ● proibida

● largura da via entre 3,25m (mi- CoexisT nCia CoM Peões


nimo) e 3,50m (faixas BUS).
● proibida
● largura minima das bermas
deve ser de 0,50 m no lado es- esTaCionaMenTo e ParageM
querdo e 2,50 m do lado direito do
sentidos de circulação. ● proibido

exig nCias ParTiCULares


● Os acessos devem ser feitos
através de intersecções desniveladas
que possibilitem ligações com vias ● separação completa da envol-
vente
do mesmo nível ou adjacentes. Estes
acessos poderão ser de nível quando
Lisboa – 2.ª CirCULar
se trate de entradas e saídas de mão.

140
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

rede distribuição Principal


2º nível

Assegura a distribuição dos maio-


res fluxos de tráfego internos ao
concelho, inter e intra sectores,
bem como os percursos médios e o
acesso à rede estruturante;
CoexisT nCia CoM TransPorTes
CaraCTerísTiCas físiCas PúbLiCos esTaCionaMenTo e ParageM

● 1 sentido de circulação, 2 ou ● corredor TCSP permitido ● permitido, sujeito às restrições


mais vias de trânsito operacionais da via
● corredor BUS permitido
● 2 sentidos de circulação, 2 ou ● Proibida a paragem para cargas
mais vias de trânsito por sentido ● paragem permitida em sítio e descargas.
próprio
● separação física dos sentidos de exig nCias ParTiCULares
circulação desejável CoexisT nCia CoM biCiCLeTas
● proteção da envolvente
● largura da via 3,00m (minimo); ● permitida, segregada
entre 3,25m e 3,50m para faixa BUS. ● passeio mínimo 1,50m em vias
CoexisT nCia CoM Peões existentes e 3,00m em vias novas
● Os acessos devem ser feitos
através de intersecções desniveladas ● permitida, segregada
que possibilitem ligações com vias
do mesmo nível ou adjacentes. Estes
acessos poderão ser de nível com
regulação semafórica ou ordenada.

Lisboa – avenida da rePúbLiCa

141
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

rede distribuição secundária


3º nível

É composta por vias internas e as-


segura a distribuição de proximida-
de, bem como o encaminhamento
dos fluxos de tráfego para as vias
de nível superior;
CoexisT nCia CoM TransPorTes
CaraCTerísTiCas físiCas PúbLiCos esTaCionaMenTo e ParageM

● 1 sentido de circulação, 2 vias ● corredor TCSP permitido ● permitido, sujeito às restrições


de trânsito operacionais da via
● corredor BUS permitido
● 2 sentidos de circulação, 2 ou exig nCias ParTiCULares
mais vias de trânsito por sentido ● paragem permitida desejavel-
mente em sítio próprio ● passeio mínimo 1,50m em vias
● separação física dos sentidos de existentes e 3,00m em vias novas
circulação facultativa CoexisT nCia CoM biCiCLeTas

● largura da via 3,00m; 3,25m ● permitida, segregada ou livre


para faixas Bus
CoexisT nCia CoM Peões
● Os acessos devem ser feitos
através de intersecções de nível ● permitida, segregada
com regulação semafórica ou
ordenada.

Lisboa – avenida aLMiranTe reis

142
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

rede de Proximidade
4º nível

É composta pelas vias estruturantes


ao nível do bairro, com alguma ca-
pacidade de escoamento, mas onde
o peão tem maior importância;

CaraCTerísTiCas físiCas CoexisT nCia CoM biCiCLeTas

● 1 sentido de circulação, 1 via de ● recomendável, segregada


trânsito (quando em ruas com mais de uma
via por sentido de trânsito) ou livre
● 2 sentidos de circulação, 1 ou 2
vias de trânsito por sentido CoexisT nCia CoM Peões

● separação física dos sentidos de ● permitida, segregada ou livre


circulação a evitar
esTaCionaMenTo e ParageM
● largura da via 3,00m; largura de
via entre 3.50m (minimo) e 4,50m ● permitido , sujeito a regulamen-
(em zonas residenciais ou mistas tação própria.
com uma moda da cércea superior
a 5 pisos), no caso de vias com exig nCias ParTiCULares
apenas um sentido de trânsito.
● introdução de medidas de acal-
CoexisT nCia CoM TransPorTes mia de tráfego e zonas de modera-
PúbLiCos ção da circulação automóvel.

● corredor TCSP não desejável ● passeio mínimo 1,20m em vias


existentes e 3,00m em vias novas
● corredor BUS não desejável

● paragem permitida na via

Lisboa – avenida Praia da viTória

143
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

rede de acesso Local


5º nível

Garante o acesso rodoviário ao edifi-


cado, devendo reunir condições privi-
legiadas para a protecção e incentivo
à circulação pedonal e ciclável.
CoexisT nCia CoM TransPorTes
CaraCTerísTiCas físiCas PúbLiCos esTaCionaMenTo e ParageM

● 1 sentido de circulação, 1 via de ● corredor TCSP proibido ● permitido , sujeito a regulamen-


trânsito tação própria
● corredor BUS proibido
● 2 sentidos de circulação, 1 via ● o acesso a cargas e descargas
de trânsito por sentido ● paragem proibida, excepto ser- deve ser feito a título excecional.
viços especiais de Bairro
● separação física dos sentidos de exig nCias ParTiCULares
circulação proibida CoexisT nCia CoM biCiCLeTas
● introdução de medidas de acal-
● largura da via 3,00m; largura de ● recomendável, segregada ou mia de tráfego e zonas de modera-
via entre 3.50m (minimo) e 4,50m livre. ção da circulação automóvel.
(em zonas residenciais ou mistas
com uma moda da cércea superior CoexisT nCia CoM Peões ● passeio mínimo 1,20m em vias
a 5 pisos), no caso de vias com existentes e 3,00m em vias novas
apenas um sentido de trânsito. ● recomendável, segregada ou
livre.
Nos casos em que exista mais de
uma via com o mesmo sentido de
circulação, poder-se-á, se devi-
damente justificado, aceitar uma
largura mínima de 2,75m.

Lisboa – rUa do MiranTe

144
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Às vias e nós que integram na rede rede rodoviária da cidade que se


rodoviária de 1º nível da cidade e encontram definidas no Plano Dire-
que pertencem à Rede Rodoviária tor Municipal, se tal for necessário
Nacional aplicam-se as disposições para assegurar uma adequada
legais em vigor, nomeadamente as gestão do sistema de circulação da
que sujeitam qualquer intervenção cidade, se da sua aplicação decor-
direta ou indireta nestas vias a rerem conflitos com vias pedonais
parecer e aprovação das entidades de hierarquia superior ou for posta
competentes. em causa a preservação de valores
patrimoniais e ambientais, desde
Admite-se que as vias de âmbito que se continuem a assegurar as
municipal não observem as carac- funções que devem desempenhar
terísticas físicas e operacionais da de acordo com a sua hierarquia.

nível 1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível


designação Rede Rede de Rede de Rede de Rede de Acesso
estruturante Distribuição Distribuição Proximidade Local
Principal Secundária
objectivos Suporte a Distribuição Distribuição de Distribuição Proteção e
percursos de inter e intra proximidade no bairro incentivo do
longa distância setores modo pedonal e
ciclável
funç es Ligação à Rede Nacional

fundamental
Ligações inter-concelhias

e de atravessamento
Ligação à Rede Estruturante ●
Coleta e distribuição do tráfego
● ●
dos sectores urbanos
Coleta e distribuição do tráfego
de bairro; ●
Acesso local
Acesso local ● ●
Características Número de sentidos 2 2 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2
físicas Número mínimo de vias
2 2 2 1 1
com 1 sentido de circulação
Número mínimo de vias
3+3 2+2 1+1 1+1 1+1
com 2 sentidos de circulação
Separação física dos sentidos
Obrigatória Desejável Facultativa A evitar Proibida
de circulação
Largura mínima das vias (m) 3,25 3,00 3,00 3,00 3,00
Largura mínima das bermas 2,50
- - - -
lado direito (m) (em vias novas)
Largura mínima das bermas
0,50 - - - -
lado esquerdo (m)
Largura mínima dos passeios
- 1,50 1,50 1,20 1,20
em arruamentos existentes (m)
Largura mínima dos passeios
- 3,00 3,00 3,00 3,00
em novos arruamentos (m)
Acesso desnivelado que permita
ligações a vias do mesmo nível ● ●
ou adjacente
Acesso de nível com regulação
● ● ●
semafórica ou ordenada
Acesso livre ● ●

145
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Lisboa – rUa da ConCeição

nível 1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível


estacionamento Estacionamento permitido, sujeito a
permitido, sujeito a
e Paragem Interdito regulamentação própria e a
regulamentação própria
restrições operacionais da via
Cargas e descargas
Interditas Interditas Reguladas Reguladas Excecional
(mercadoria e passageiros)
Transportes Corredor Transporte Colectivo
Permitido Permitido Permitido Não desejável Interdito
Públicos em Sítio Próprio (TCSP)
Intersecção com TCSP Desnivelado Reguladas com Reguladas com Não desejável -
ou de nível prioridade ao prioridade ao
quando se trate Transporte Transporte
de entradas e Público Público
saídas em mão
Corredores BUS Permitido Permitido Permitido Não desejável -
Paragens Proibido Sitio Próprio Desejavelmente Sitio Próprio ou Interdito,
em sítio próprio Banal exceto serviços
especiais de
Bairros
Coexistência Peões Proibido Segregada Segregada Segregada Segregada
ou livre ou livre
Utilizadores de bicicletas Segregada Segregada Segregada Segregada Segregada
ou livre ou livre ou livre
exigências Separação Proteção da Introdução de Introdução Introdução
particulares completa da envolvente medidas de de medidas de medidas
envolvente acalmia de de acalmia de acalmia
tráfego de tráfego e/ de tráfego e/
ou de zonas ou de zonas
de moderação de moderação
de circulação de circulação
automóvel automóvel

hierarqUia e CaraCTerísTiCas da rede viária de Lisboa

146
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

vias em que a acessibilidade é a


níveis de serviço ● Velocidade / tempo do percurso principal função.

O conceito de nível de serviço ● Demoras e paragens (entradas Assim, os parâmetros identificados


saídas estacionamento, paragens
procura avaliar a adequabilidade para a definição dos níveis de ser-
em 2 fila, )
que uma via proporciona aos seus viço das vias terão de ter em conta
utilizadores, verificada através do as expectativas dos condutores,
● Restrições à liberdade de ma-
seu volume de serviço, ou seja, o sendo necessariamente diferentes
nobra
número máximo de veículos que, consoante o tipo de infraestrutura
por unidade de tempo, circulam em análise, podendo agrupar-se
● Comodidade
em ambos os sentidos da infraes- em três grupos específicos:
trutura rodoviária de forma fluida, ● Segurança
segura e cómoda. ● Hierarquia viária;
● Custo da deslocação
Para além da sua função na rede ● Características Físicas;
viária, o dimensionamento das Esta avaliação depende em par-
infraestruturas rodoviárias deve ser te das expectativas criadas pelos ● Atributos Operacionais.
feito tendo em consideração o de- mesmos, sendo expectável que os
sempenho que se prevê / pretende O grupo hierarquia viária’ reflecte
condutores sejam mais exigentes
que essa infra-estrutura possa ter os objectivos e funções da rede
se circularem em vias estruturan-
de forma a garantir adequadas con- viária, sendo as vias estruturantes
tes, vias em que as velocidades
dições de escoamento e não apenas e a maioria das vias distribuido-
praticadas são superiores uma vez
de modo a satisfazer a sua procura. ras principais / secundárias detêm
que a mobilidade é a principal fun-
Para tal, os utilizadores recorrem como principal função assegurar
ção, do que em vias de acesso local
de forma intuitiva a um conjunto de a ligação à rede nacional funda-
onde a fluidez do tráfego assume
indicadores, nomeadamente: mental bem como a mobilidade
maior preocupação dado serem
inter-concelhia e entre sectores

Lisboa – avenida da Liberdade

147
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

urbanos, enquanto que as vias O grupo ‘características físicas’ obtido através da razão entre o
de proximidade e de acesso local determina o número de sentidos e comprimento do troço de estrada
visam sobretudo garantir a acessi- tipo de separação física existente/ e o valor médio do tempo gasto a
bilidade à escala do bairro. As con- necessária bem como o número e percorrer esse troço por todos os
dições de escoamento de tráfego largura das vias essencial tendo em veículos que circulam em ambos os
em vias integradas nos primeiros vista a circulação viária. sentidos.
três níveis da rede viária da cidade
variam desde condições muito O grupo ‘atributos operacionais’ Em casos particulares, poderá ser
semelhantes às das vias rápidas determina a velocidade regulamen- necessário dimensionar as infraes-
urbanas, ou seja escoamento sem tada e volume de tráfego ajustado truturas rodoviárias considerando
interrupções, até condições de es- em função dos grupos anteriores. características físicas e atributos
coamento próximas das vias locais, Independentemente da velocida- operacionais diferentes dos expos-
resultante de interrupções provoca- de regulamentada, é a velocidade tos, desde que devidamente funda-
das pela existência de intersecções média do percurso que reflecte mentado e validado pelos serviços
reguladas por sinais luminosos. a mobilidade da infraestrutura técnicos da Câmara.
rodoviária, sendo este parâmetro

nível 1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível


designação Rede de Rede de
Rede Rede de Rede de Acesso
Distribuição Distribuição
estruturante Proximidade Local
Principal Secundária
objectivos Proteção e
Suporte a Distribuição
Distribuição de Distribuição no incentivo do
percursos de inter e intra
proximidade bairro modo pedonal e
longa distância setores
ciclável
funç es Ligação à Rede Nacional

fundamental
Ligações inter-concelhias

e de atravessamento
Ligação à Rede Estruturante ●
Coleta e distribuição do tráfego
● ●
dos sectores urbanos
Coleta e distribuição do tráfego
● 1 ou 2
de bairro; Acesso local
Acesso local ● ●
Características Número de sentidos 2 2 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2
físicas Número mínimo de vias
- - 2 1 1
com 1 sentido de circulação
Número mínimo de vias
3+3 2+2 1+1 1+1 1+1
com 2 sentidos de circulação
Separação física dos sentidos
Obrigatória Desejável Facultativa A evitar Proibida
de circulação
Largura mínima das vias (m) 3,25 3,00 3,00 3,00 3,00
Largura mínima das bermas 2,50
- - - -
lado direito (m) (em vias novas)
Largura mínima das bermas
0,50 - - - -
lado esquerdo (m)
Largura mínima dos passeios
- 1,50 1,50 1,20 1,20
em arruamentos existentes (m)
Largura mínima dos passeios
- 3,00 3,00 3,00 3,00
em novos arruamentos (m)
atributos Velocidade regulamentada (km/h) 80 - 120 50 - 80 30 - 50 20 - 50 20 - 50
operacionais 2.400 – 6.000 1.300 – 2.000 750 – 1.500
Volume de tráfego (veic./h) - -
veic/h veic/h veic/h

hierarqUia, CaraCTerísTiCas físiCas e aTribUTos oPeraCionais da rede viária de Lisboa.

148
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

A selecção do perfil transversal


Perfis Tipo ● Segurança, fluidez e rapidez da tipo deverá ainda ser baseada na
circulação rodoviária;
avaliação coordenada das con-
A selecção do perfil transversal tipo dicionantes, naturais e humanas,
a adotar deve envolver a ponde- ● Criação de zonas de estaciona-
existentes na área a intervencionar,
mento;
ração de um conjunto abrangente nomeadamente:
de objectivos relacionados com as
● Segurança, fluidez e conforto da
funções que a via detêm na respec-
mobilidade pedonal e ciclável;
tiva rede viária. Assim, na pers-
pectiva do tráfego automóvel, as
● Integração da solução na ima-
preocupações prendem-se sobretu- gem e identidade urbana existente.
do com os seguintes aspectos:

PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo


CoM 1 senTido de CirCULação e 1 via de
TrÂnsiTo

149
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

● Identificação das funções ● Caracterização dos atributos ● Caracterização do espaço urba-


a servir (circulação automóvel; operacionais (velocidade regula- no (espaço canal disponível; usos
estacionamento; cargas e descar- mentada e velocidade praticada; e tipologia do edificado existente;
gas; circulação pedonal ou ciclável, nível de procura do tráfego rodovi- necessidades de estacionamento,
circulação de transportes públicos, ário, pedonal e ciclável; composição imagem e carácter urbano local,
circulação de veículos de socorro); do tráfego motorizado; nível de características sociais e económi-
procura de estacionamento; entre cas locais).
outros);

PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo


CoM 1 senTido de CirCULação e 2 vias de
TrÂnsiTo

150
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

A determinação do número de vias classes de veículos em circulação prometer o adequado desempenho


por sentido de circulação deve ser (autocarros, pesados de merca- da infraestrutura viária. No pri-
estabelecida sobretudo em função dorias, eléctricos) e da velocidade meiro caso a ‘liberdade’ dada aos
dos fluxos de tráfego verificados pretendida para o arruamento. condutores é por estes mal apro-
/ desejáveis em hora de ponta da veitada levando-os invariavelmente
manhã ou tarde, enquanto que a Este último factor assume par- a exceder a velocidade regulamen-
determinação da largura das vias, ticular importância uma vez que tada ou a aproveitar para paragens
bem como a decisão relativa à tanto a existência de espaço a mais e/ou estacionamento em segunda
existência ou não de um separador como a menos, relativamente ao fila. No segundo caso o subdimen-
central, dependerá sobretudo das estritamente necessário, pode com- sionamento da infraestrutura viária

PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo


CoM 1 senTido de CirCULação e 2 vias de
TrÂnsiTo Corredor bUs

151
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

provoca um deficit de desempe- Director Municipal, determinaram-


nho, comprometendo a adequada -se os seguintes perfis de referên- ● Arruamentos com 1 sentido de
circulação
circulação dos utilizadores, em cia, dimensionados e agrupados em
particular de transportes públicos e função dos sentidos de circulação e
1 via de trânsito;
veículos de socorro. do número de vias existente / pre-
tendido, aplicáveis tanto na requa- 2 vias de trânsito;
Assim, considerando a hierarquia lificação de arruamentos existentes
viária da cidade, bem como as como na construção de arruamen- 2 vias de trânsito + corredor
características físicas e atributos tos novos, independentemente do BUS.
operacionais decorrentes do Plano nível que estes integrem na rede
viária de Lisboa:

PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo


CoM 2 senTidos de CirCULação e 2 vias de
TrÂnsiTo.

152
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Para além das características


● Arruamentos com 2 sentidos de físicas e dos atributos operacionais ● Em ruas com sentido único de
circulação circulação, uma via de trânsito,
já referidos, no dimensionamento
estacionamento de ambos os lados,
destes perfis tipo foram ainda tidas
1 + 1 via de trânsito; e altura do edificio não superior a 9
em consideração as condições ne-
metros, a largura mínima a consi-
1 + 2 vias de trânsito; cessárias para garantir a adequada
derar deve ser de 3,50 m ou 7,00
circulação de veículos de transpor-
m se a via terminar em impasse e
2 + 2 vias de trânsito; tes públicos e acesso de veículos
quando não seja possível aos veícu-
de socorro, em particular veículos
los de socorro percorrerem menos
2 + 2 vias de trânsito + corre- de combate a incêndios. Assim,
de 30,00 m em marcha-atrás para
dor BUS de ambos os lados. devem ser tidos em consideração
inverter o sentido de marcha;
os seguintes aspectos:

PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo


CoM 2 senTidos de CirCULação e 3 vias de
TrÂnsiTo

153
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

● Em ruas com sentido único de ● Deve ser salvaguardada uma


circulação, uma via de trânsito, faixa de operação junto às facha-
estacionamento de ambos os lados, das de modo que a distância entre
e altura do edificio superior a 9 me- o ponto mais saliente da fachada
tros, a largura mínima a considerar e o bordo da referida faixa esteja
deve ser de 4,50 m ou 9,00 m se a compreendida entre os 3,00 m e os
via terminar em impasse e quan- 10,00 m, devendo esta estar livre
do não seja possível aos veículos de obstáculos (árvores, iluminação
de socorro percorrerem menos de pública, mobiliário urbano, …);
20,00 m em marcha-atrás para
PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo
CoM 2 senTidos de CirCULação e 4 vias de inverter o sentido de marcha;
TrÂnsiTo

154
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

● Sempre que tecnicamente ● Na impossibilidade de asse-


possível, de modo a melhorar a gurar a referida sobrelargura, e
operacionalidade da faixa de roda- salvo casos particulares, a largura
gem, deverá ser considerada uma recomendada das vias de trânsito
sobrelargura de 0,40 m + 0,40 m contíguas ao espaço de circulação
onde deverá ser construída uma pedonal, onde se incluem as vias
contraguia, ajudando assim à regu- BUS, deverá ser de 3,25 m.
lação e acalmia do tráfego rodovi-
ário, contribuindo também para a
melhoria da imagem urbana local;
PerfiL TransversaL TiPo - arrUaMenTo
CoM 2 senTidos de CirCULação e 4 vias
de TrÂnsiTo Corredor bUs de aMbos os
Lados

155
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

De salientar que em ruas com de tráfego muito reduzidos (volu-


apenas um sentido de circulação me não superior a 300 veículos/
em que se pretenda assegurar a hora de ponta) e onde não circulem
circulação partilhada com o modo autocarros, uma largura de 2,75
ciclável, os valores apresentados m por via de trânsito poderá ser
deverão ser ajustados (ver 1.2 – considerada ajustada sendo no en-
Espaços de Circulação Ciclável). tanto necessário garantir a mano-
brabilidade no acesso aos lugares
Em ruas com dois sentidos de de estacionamento e no acesso a
circulação, para assegurar de for- veículos especiais (recolha de lixo e
ma segura e cómoda a circulação
de socorro, entre outros).
rodoviária em espaços com níveis

faixa de oPeração Para


CoMbaTe a inC ndios

156
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

-se os tipos de conflito a ultra-


passar nos diferentes tipos de ● Velocidade de circulação autori-
intersecç es interseção identificados, com base
zada / desejável;
na hierarquia viária existente, e
As intersecções são um dos pontos ● Circulação de transportes públi-
sua aplicabilidade. Apresentam-se
críticos dos espaços de circula- cos (existente ou prevista);
ainda os princípios de intervenção,
ção rodoviária, em particular em nomeadamente ao nível da conce-
meio urbano, onde se verifica um ● Acesso a veículos de socorro
ção, regulação e do desenho. (em função do “nível” dos veículos e
elevado numero de conflitos entre
veículos e em especial com utili- da legislação aplicável);
As normas apresentadas referentes
zadores mais vulneráveis (peões e à conceção geométrica de interse-
utilizadores de bicicleta). ● Acesso a veículos de recolha de
ções integram soluções referentes resíduos urbanos (em função da
aos critérios de visibilidade em dimensão dos veículos);
Assim, torna-se necessário con- cruzamentos, distâncias de tra-
dicionar o comportamento dos vagem e paragem, bem como de
condutores e minimizar as áreas ● Usos e funções existentes (resi-
implantação e desenho de raios de dencial, comercial, turística, equipa-
de conflito no interior das inter- concordância e separadores cen- mentos de saúde, ensino, ).
seções de modo a facilitar o seu trais, entre outros.
entendimento e orientando-os de
forma clara e quase intuitiva sobre O conhecimento destas regras de
o espaço a ocupar, posições de apoio à conceção geométrica e
paragem e trajetórias a adotar em de dimensionamento possibilita a
função quer do seu destino, quer do construção de soluções que procu-
meio urbano em que circulam e dos ram assegurar maiores e melhores
utilizadores com os quais partilham níveis de desempenho.
o espaço público.
Tendo em atenção que cada caso
Este tema, destaca os desafios com é um caso, deve ser salvaguarda-
que quer projetistas, quer outros do que as soluções de desenho a
atores com intervenção direta e in- adotar tenham em consideração os
direta no espaço público da cidade seguintes aspectos:
se deparam, apresentando alguns
critérios a ter em consideração que ● Hierarquia da rede viária em
visam possibilitar a construção de que a rua se integra;
soluções orientadas para condu-
tores, sem esquecer os restantes ● Número, largura e sentidos das
utilizadores do espaço público. vias de trânsito;

Assim, para além de se descrever ● Intensidade do tráfego rodoviá-


as funções e utilização, identificam- rio, ciclável e pedonal;

Londres – oxford CirCUs

157
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Para além da velocidade de cir-


Características culação, existem outros aspetos a Tipo de con itos
fundamentais considerar, nomeadamente a dire-
ção de circulação e a intensidade e Sempre que, pelo menos, duas vias
volume de tráfego dos diferentes se intersectam são criadas situa-
função e utilização utilizadores (rodoviário, ciclável e ções particulares de funcionamento
pedonal). que justificam diferentes tipos de
A principal função dos cruzamentos manobras, dependendo o núme-
é garantir a fluidez de circulação e Alguns fatores críticos a ter em ro e tipo de pontos de conflito de
permitir as necessárias mudanças atenção estão relacionados com a múltiplos fatores, nomeadamente
de direção de forma a garantir o capacidade de perceção, leitura e do tipo e intensidade de tráfego
adequado funcionamento da(s) antecipação de possíveis conflitos, existente.
rede(s) de circulação. nomeadamente
O número de pontos de conflito
O seu desenho deverá ser fun- ● Visibilidade - Para além garantir numa interseção é proporcional não
cional, de forma a minimizar o a visibilidade entre utilizadores, as só ao número de ramos existentes,
número de conflitos, e perfeitamen- zonas de atravessamento nas in- ao seu número de vias e sentidos
te legível para todos os utilizadores terseções devem ser localizadas de de trânsito mas também ao tipo de
do espaço público, esclarecendo-os modo a que seja possível manter o tráfego e de veículos em circulação.
quanto ao seu papel e vulnerabili- contacto visual entre utilizadores,
dade bem como quanto ao local e permitindo-lhes assim interagir e Interseções com quatro ramos
momento adequado de circulação “comunicar” as suas intenções, em terão um maior numero de confli-
e/ou atravessamento. particular em cruzamentos não tos do que um entroncamento com
semaforizados; apenas três ramos.
Um dos aspetos mais importantes
a ter em consideração é o da velo- ● Transições - A implementação Nas interseções, em particular
cidade de circulação por parte dos de zonas de transição junto a inter- não semaforizadas (prioritárias),
automobilistas. secções aumenta a complexidade identificam-se conflitos resultantes
de circulação nos cruzamentos, o de manobras de divergência, con-
A probabilidade de ocorrência de que pode conduzir à ocorrência de vergência, entrecruzamento e atra-
acidentes com ferimentos graves mais acidentes, devendo por isso vessamento, para os quais deve ser
ou fatais para utentes mais vulne- merecer atenção especial ao nível tida em consideração a natureza e
ráveis é proporcional ao aumento do desenho e da regulação. tipo da faixa de rodagem e tipo de
da velocidade de circulação dos veículos.
veículos motorizados.

barCeLona – avenida de riUs i TaULeT

158
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

As manobras de entrecruzamen-
to correspondem a movimentos
de transição horizontal e que são
usualmente associados à mudança
de vias de trânsito, sendo também
típica em nós de ligação de vias de
hierarquia superior.

Neste tipo de manobras o tipo de


acidentes mais comum resulta do
embate lateral - lateral dependen-
do a sua perigosidade das velo-
cidades de circulação de ambas
as correntes de tráfego, detendo
diverg nCia Converg nCia
os níveis de visibilidade um papel
determinante nestes casos.

As manobras de atravessamento
correspondem ao movimento de
‘ida em frente’ numa interseção.
Estes são o tipo de manobras mais
perigosas, uma vez que o atra-
vessamento conflitua com várias
correntes de tráfego, em que o em-
bate mais comum é do tipo frente
– lateral usualmente com ângulos
próximos dos 90 .

O seu nível de perigosidade aumen-


ta consoante o volume de tráfego,
velocidade e sentidos de circulação
enTreCrUzaMenTo aTravessaMenTo
e largura da faixa de rodagem a
TiPo de ConfLiTos – diverg nCia, Converg nCia, enTreCrUzaMenTo e aTravessaMenTo atravessar.

No atravessamento o condutor
deve avaliar os intervalos de tempo
As manobras de divergência são Nestes casos, todos os condutores disponibilizados pelas correntes
manobras simples, de pequena que pretendam entrar numa via principais e avançar quando con-
perigosidade, caracterizadas pela prioritária devem avaliar os inter- siderar que tal pode ser feito em
separação de uma corrente de valos de tempo disponibilizados segurança.
tráfego em duas ou mais correntes de modo garantir que a inserção é
(viragens à esquerda ou direita). feita de forma segura. Facilitar a manobra de atraves-
samento passa sobretudo pela
Os acidentes mais comuns associa- Os acidentes mais comuns são criação de separadores centrais
dos a este tipo de manobra resul- quer o embate da frente do veículo nas vias prioritárias, com dimen-
tam de mudanças de direção abrup- motorizado na lateral de outro sões adequadas, que permitam aos
tas feitas pelos automobilistas, que veículo, quer o embate da frente veículos não prioritários efetuar o
podem resultar no embate de um de um veículo na lateral de outros atravessamento de forma faseada.
automóvel na traseira do de outro veículos motorizados.
veículo no momento de mudança de uando o fluxo de atravessamento
direção por parte deste último. O nível de perigosidade do embate for significativo, bem como o núme-
depende do ângulo de convergência ro de vias a atravessar, as demoras
As manobras de convergência são e da velocidade de circulação de podem tornar-se longas, devendo
também manobras simples mas ambos os utilizadores. nestes casos, por razões de segu-
com um nível de perigosidade supe- rança e capacidade, ponderar-se a
rior ao das manobras de divergência. adoção de outras soluções.

159
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Tipologia de interseç es
Considerando a natureza das vias
existentes na cidade de Lisboa, po-
demos identificar os seguintes tipos
de interseções

● Interseções de 4 ramos ou em ‘X’;

● Interseções de 3 ramos ou em ‘T’;

● Interseções desalinhadas.

As interseções em ‘X’ resultam do


cruzamento de nível entre dois
ramos que formam entre si um
determinado ângulo. De forma a
assegurar bons níveis de visibili- inTerseção de 4 raMos
dade e a simplicidade geométrica
da intersecção, deve procurar-se
garantir a intersecção das vias se-
gundo um ângulo próximo dos 90º.

Por razões de fluidez e segurança,


este tipo de interseção é mais ade-
quado a intersecções com baixos
fluxos de procura de tráfego mais
associados a redes locais.

As interseções em ‘T’ resultam da


interseção de três ramos afluen-
tes, sendo o seu funcionamento
melhor sempre que o ramo sem
continuidade, possa ser considera-
do secundário em relação ao ramo
que é interrompido.
inTerseção de 3 raMos
Tal com no anterior, neste tipo de
interseção interessa garantir que as
diretrizes das estradas se intersec-
tem sob ângulos próximos dos 90º,
assegurando-se as indispensáveis
condições de visibilidade e conse-
quentemente melhores níveis de
segurança.

As interseções desalinhadas consis-


tem na conjugação de duas inter-
seções em ‘T’ que estão localizadas
em sentidos opostos e separados
entre si por um curto troço de via.

Resultam frequentemente da inter-


seção entre dois ramos com alinha-
mentos sensivelmente paralelos, ou
quando a ocupação marginal das inTerseção desaLinhada

160
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

por parte dos utilizadores, em parti-


cular condutores não habituais.

A sua legibilidade depende in-


contestavelmente da adoção de
sinalização vertical e direcional
específica, bem como de marcas
rodoviárias de orientação.

A sua conceção deve centrar-se na


simplificação geométrica atra-
vés do realinhamento dos ramos
afluentes, para que tanto quanto
possível e, em função da importân-
cia relativa das vias intersectadas,
se obtenham geometrias simples.

Considerando as condições urba-


Lisboa – avenida da rePúbLiCa nas locais, poder-se-á recorrer a
soluções alternativas como rotun-
das, que permitam acomodar os
diferentes movimentos direcionais,
sem acréscimo de complexidade
nem alterações ao modo de funcio-
namento e fluidez do tráfego.

Considerando esta informação, a


tipologia de intersecções a apre-
sentar tem por base a hierarquia
da rede rodoviária da cidade, em
particular a matriz de nós a adotar
na intersecção dos diferentes
arruamentos que a integram, sendo
identificados os seguintes tipos de
intersecções:

● vias residenciais – vias residen-


ciais (níveis 4 / 5 – níveis 4 / 5);

● vias distribuidoras – vias resi-


denciais (níveis 2 / 3 – níveis 4 / 5);

● vias distribuidoras – vias dis-


tribuidoras (níveis 2 / 3 – níveis 2
/ 3);

● vias estruturantes – vias distri-


barCeLona – avenida de riUs i TaULeT – inTerseção eM T’
buidoras (nível 1 – níveis 2 / 3).

vias não permite a criação de um De registar ainda outras soluções Explica-se a sua função, tipo de
interseção em ‘X’. menos comuns, nomeadamente regulação a considerar, o tipo de
intersecções com mais de 4 ramos. percurso e espaços de manobra
Este tipo de interseção é vantajoso Estas, pela sua complexidade ge- mais ajustados, bem como me-
do ponto de vista da segurança na ométrica resultam habitualmente didas adicionais a considerar no
medida em que permite diminuir e em soluções de pouca legibilidade, apoio à circulação de utilizadores
distribuir os pontos de conflito. o que dificulta o seu entendimento mais vulneráveis.

161
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Perante a presença e necessida- A velocidade de circulação está


vias residenciais vias de de circulação de utilizadores limitada a 50 km/h nas distribui-
residenciais níveis 4 / 5 vulneráveis (peões e utilizadores de doras, sendo, preferencialmente,
níveis 4 / 5 bicicletas) o atravessamento nos inferior nas vias residenciais.
cruzamentos deve ser resolvido
Interseção entre vias com muito recorrendo preferencialmente a A solução de desenho urbano deve
reduzido e reduzido volume de passagens niveladas, devidamente procurar dissuadir a circulação a
tráfego rodoviário (Vt < 300 v/h), identificadas. velocidades superiores às indica-
que procuram garantir quer o das, recorrendo para tal, e quando
escoamento, quer o acesso rodovi- justificado, à aplicação pontual de
ário ao edificado e comércio local, vias distribuidoras vias medidas de acalmia, seja através
e reunir condições que favoreçam residenciais níveis 2 / 3 da alteração dos alinhamentos ver-
a circulação de utilizadores mais níveis 4 / 5 ticais ou horizontais, ou de medidas
vulneráveis. adicionais e/ou da implementação
Interseção entre vias que assegu- de zonas de moderação de circula-
A velocidade de circulação está ram o encaminhamento do tráfego ção automóvel.
limitada a 50 km/h nas distribuido- para vias de nível superior e garan-
ras locais (nível 4), devendo ser in- tem a distribuição do tráfego rodovi- O tipo de passagem a considerar
ferior nas vias de nível 5 (30km/h). ário aos percursos intermédios e de para a interseção entre estas vias,
proximidade, e vias que procuram decorre, para além da natureza da
A solução de desenho urbano deve garantir quer o escoamento quer própria interseção e dos volumes
procurar dissuadir a circulação a o acesso rodoviário ao edificado e de tráfego considerados como re-
velocidades superiores às indica- comércio local, favorecendo a circu- ferência, das tipologias de veículos
das, recorrendo para tal, e quando lação de utilizadores vulneráveis. que aí circulam (veículos pesados
justificado, à aplicação pontual de de passageiros e/ou veículos de
medidas de acalmia, seja através O tráfego que circula nas vias socorro).
da alteração dos alinhamentos ver- distribuidoras detém prioridade de
ticais ou horizontais, ou de medidas passagem sobre o tráfego existente Perante a presença e necessida-
adicionais e/ou da implementação nas vias residenciais, devendo a de de circulação de utilizadores
de zonas de moderação de circula- regulação deve ser feita de forma a vulneráveis (peões e utilizadores de
ção automóvel. assegurar este principio. bicicletas) o atravessamento nos
cruzamentos deve ser resolvido
Por norma, o tráfego que circula Para tal pode-se recorrer a sinali- recorrendo preferencialmente a
nas vias de distribuição local (nível zação luminosa, sinalização vertical passagens niveladas, devidamente
4) detém prioridade de passagem e marcas rodoviárias, e rotundas identificadas.
sobre o tráfego existente nas vias compactas e/ou semi-galgáveis.
de acesso local.
Na interseção de vias de nível 3 vias distribuidoras vias
A regulação deve ser feita de forma com nível 5 deve ser inviabilizada a distribuidoras níveis 2 / 3
a assegurar este principio, recorren- possibilidade de viragem à esquer- níveis 2 / 3
do para tal a sinalização vertical, da, exceto quando exista uma faixa
marcas rodoviárias e/ou aplicação própria para tal movimento e esta Interseção entre vias que assegu-
da regra de “prioridade à direita”, seja, preferencialmente, regulada ram o encaminhamento do tráfego
sempre que justificável. Em casos por sinalização luminosa. para vias de nível superior e ga-
particulares poderá ser considerado rantem a distribuição dos maiores
o recurso a mini rotundas. Os volumes de tráfego nestas volumes de tráfego rodoviário a
interseções são diversificados, mais percursos intermédios e de proxi-
O tipo de passagem a considerar intensos nas vias distribuidoras, midade.
para a interseção entre estas vias, podendo estas apresentar níveis
decorre, para além da natureza da intermédios a muito elevados de A prioridade de passagem deve
própria interseção e dos volumes tráfego rodoviário (300 v/h t respeitar a hierarquia viária, deven-
de tráfego considerados como re- 1.000 v/h). do a regulação recorrer preferen-
ferência, das tipologias de veículos cialmente a sinalização luminosa,
que aí circulam (veículos pesados Nas vias residenciais o volume de mas também a sinalização verti-
de passageiros e/ou veículos de tráfego é usualmente mais reduzi- cal, marcas rodoviárias, e quando
socorro). do (150 v/h t 300 v/h). justificado a rotundas compactas.

162
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Em casos particulares poderá ser


justificada a construção de nós
desnivelados.

Os volumes de tráfego nestas in-


terseções são usualmente intensos,
podendo verificar-se níveis eleva-
dos (800 v/h t 1.000 v/h) a
muito elevados de tráfego rodoviá-
rio ( t 1.000 v/h).

A solução de desenho urbano deve


procurar dissuadir a circulação a
velocidades superiores à regula-
mentar (50km/h), recorrendo quan-
do justificado à aplicação pontual
de medidas de acalmia, devida-
mente ajustadas à hierarquia da Lisboa – inTerseção da avenida MagaLhães LiMa e rUa baCeLar e siLva
via (nível 2 ou 3).

O tipo de passagem a considerar


para a interseção entre estas vias,
decorre, para além da natureza da
própria interseção e dos volumes
de tráfego considerados como
referência, das tipologias veículos
que a circular (veículos pesados
de mercadorias, passageiros e/ou
veículos de socorro).

Perante a presença e necessida-


de de circulação de utilizadores
vulneráveis (peões e utilizadores de
bicicletas) o atravessamento nos
cruzamentos deve ser resolvido
recorrendo preferencialmente a
passagens niveladas, devidamente Lisboa – inTerseção da avenida 5 de oUTUbro e avenida barbosa do boCage
identificadas, podendo em casos
justificados considerar-se a cons-
trução de passagens desniveladas,
superiores (preferencialmente
rebaixando a faixa de rodagem
e mantendo de nível a circulação
pedonal e ciclável) ou inferiores.

vias estruturantes vias


distribuidoras nível 1 níveis
2/3

Interseção entre vias que assegu-


ram as ligações inter concelhias
e de atravessamento do concelho
bem como as deslocações de maior
extensão dentro da cidade de
Lisboa e garantem a distribuição Lisboa – inTerseção da avenida da rePúbLiCa e avenida de berna

163
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

dos maiores volumes de tráfego Os volumes de tráfego nestas O tipo de passagem a considerar
rodoviário a percursos intermédios interseções são usualmente muito para a interseção entre estas vias,
e de proximidade. intensos ( t 1.000 v/h), podendo decorre, para além da natureza da
verificar-se também níveis eleva- própria interseção e dos volumes
A prioridade de passagem deve res- dos (800 v/h t 1.000 v/h). de tráfego considerados como
peitar a hierarquia viária, devendo a referência, das tipologias veículos
regulação recorrer preferencialmen- A solução de desenho urbano deve que a circular (veículos pesados
te à construção de interseções des- procurar dissuadir a circulação a de mercadorias, passageiros e/ou
niveladas (superiores ou inferiores), velocidades superiores às regu- veículos de socorro).
que possibilitem ligações com vias lamentares (80 a 120 km/h nas
do mesmo nível adjacentes. vias de nível 1 e 50 a 80 km/h Perante a presença e necessida-
nas de nível 2), recorrendo quando de de circulação de utilizadores
Nos casos em que as ligações entre justificado à aplicação pontual de vulneráveis a passagem neste tipo
vias deste níveis sejam “de mão” medidas de acalmia, devidamente de vias deve ser resolvido recor-
poder-se-á recorrer a interseções ajustadas à hierarquia das vias rendo à construção de passagens
niveladas desde que devidamente (nível 1 ou 2/3), seja através da desniveladas, superiores (prefe-
reguladas (sinalização luminosa, alteração de alinhamentos verticais rencialmente rebaixando a faixa
sinalização vertical e marcas rodo- (bandas cromáticas) ou horizontais de rodagem e mantendo de nível
viárias). (redução de raios de curvatura ), a circulação pedonal e ciclável) ou
ou de medidas adicionais (sistemas inferiores.
de controlo de velocidade …).

distribuidoras residencial
estruturante Principal secundária Proximidade Local
nível 1 nível 2 nível 3 nível 4 nível 5
estruturante Passagens Desniveladas (superiores ou inferiores)
nível 1 Passagens niveladas (entradas e saídas de mão)
distribuidoras Principal Regulação Regulação Regulação
nível 2 (SLAT, Rotundas) (SLAT, Rotundas) (SLAT, SV, MR, RT
Passagens nive- / sem viragens à
ladas esquerda)
(entradas e saídas
de mão)
Passagens Desni-
veladas
(superiores ou
inferiores)
secundária Regulação Regulação Regulação
nível 3 (SLAT, Rotundas) (SLAT, SV, MR, (SLAT, SV, MR, RT
Rotundas) / sem viragens à
esquerda)
residenciais Proximidade Regulação Regulação
nível 4 (SLAT, SV, MR, RT, (SV, MR, RT,
Rotundas) Mini-rotundas)
Local
nível 5

atributos velocidade 80 120 50 80 30 50 20 50 20 50


operacionais regulamentada
m/h
volume de 2.400 – 6.000 1.300 – 2.000 750 – 1.500 veic/h – –
tráfego veic./h veic/h veic/h

SLAT - Sinalização luminosa automática de trânsito; SV - Sinalização vertical; MR - Marcas Rodoviárias; RT - Regras de trânsito

MaTriz de inTerseções de aCordo CoM a hierarqUia viária da Cidade de Lisboa

164
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

é uma caso e como tal deve ser


Princípios de ● sempre que possível e desejá- devidamente analisado e avaliado
vel, reduzir a velocidade de circu-
intervenção lação do tráfego rodoviário nos
antes de se chegar a uma solução.
pontos de conflito para valores não direCCionaLidade
superiores a 30 km/h, recorrendo A direccionalidade dos percursos
Conceção para tal, quando necessário, a me- contribui para a melhoria da circu-
didas de acalmia; lação e tem uma influencia direta
A identificação e análise de inter-
secções nos espaços de circulação na duração e distância das viagens.
● evitar ou minimizar a implan- Assim, no desenho de interseções
rodoviária é fundamental para a tação de elementos urbanos que
construção de soluções seguras deve-se procurar:
não sejam necessários à regulação
que, através da sua legibilidade e e gestão do tráfego nas zonas de
funcionalidade, contribuam para ● ajustar o tempo de paragem
cruzamento, nomeadamente pila- dos utilizadores em função da hie-
alertar todos os utentes do espaço retes, bancas, quiosques, painéis
público sobre estes pontos sensí- rarquia da via, volume de tráfego
publicitários, árvores, entre outros, rodoviário, pedonal e ciclável;
veis, contribuindo desta forma para de modo a não comprometer a
uma gestão adequada dos riscos e visibilidade. Caso não seja possível
conflitos, atuais e/ou antecipados. ● minimizar a necessidade de
evitar a instalação destes elemen- paragem, em particular em cru-
tos, os mesmos devem ficar a uma zamentos de vias de hierarquia
Assim, os seguintes conceitos de-
distância não inferior a 12,50 m da superior (níveis 1 e 2), recorrendo
vem ser considerados no desenho
interseção. sempre que possível, a passagens
de intersecções de forma a torna-
-las mais adequadas à circulação: desniveladas, preferencialmente
Coer nCia inferiores;
De forma a garantir a coerên-
segUrança
cia dos percursos e interseções, ● garantir o alinhamento dos
Conforme referido, as intersecções
garantindo a sua continuidade e percursos de modo a garantir uma
são um dos pontos críticos dos es-
adequada legibilidade por parte velocidade comercial ajustada ao
paços de circulação rodoviária, em
dos restantes utilizadores, deve-se nível da via e volume de tráfego
particular em meio urbano. Assim,
procurar: existente tendo em consideração a
devem ser desenhadas soluções
que procurem: velocidade regulamentada.
● recorrer a soluções tipo, ainda
que em número reduzido, aplicáveis ConforTo
● minimizar ou anular conflitos, de acordo com a hierarquia rodo-
recorrendo, quando possível, a Garantir o conforto de circulação é
viária, dando assim aos utilizado- outro aspeto a ter em consideração
soluções de desenho mais simples,
res uma melhor noção do tipo de uma vez que o mesmo contribui
com menor número interseções
cruzamento que vão encontrar e do igualmente para a melhoria da
(privilegiar interseções em ‘T’ em
comportamento que cada um deve circulação em particular no que
detrimento de interseções em ‘X’);
adotar; se refere à sua agradabilidade e
● garantir boa visibilidade en- confiança. Assim, no que a este
● desenhar soluções mais flexí- conceito diz respeito, no desenho
tre utilizadores, quer ao nível da
veis, readaptando-se com inter- interseções, deve-se procurar:
visibilidade de circulação, quer da
venções pouco profundas a novas
visibilidade de atravessamento;
condições locais ou a variações da ● garantir a homogeneidade,
procura; uniformidade e conservação dos
● ajustar a localização das pas-
sagens (pedonais e cicláveis) de pavimentos nos pontos de inter-
● recorrer igualmente a soluções seção, nomeadamente entre vias
forma a salvaguardar uma dis-
tipo ao nível da identificação, sina- distribuidoras e vias locais;
tância de segurança sem com isso
lização e aplicação de regras, que
comprometer a direccionalidade e
sejam homogéneas e possibilitem ● garantir o espaço necessário
conforto de circulação dos utiliza-
assim uma fácil identificação do para a operacionalidade dos veí-
dores vulneráveis;
tipo e natureza da interseção; culos pesados, sempre que a sua
● minimizar os conflitos entre presença seja significativa, ainda
● sempre que possível, recor- que promovendo a redução da ve-
automobilistas e restantes utiliza-
rer a soluções semelhantes para locidade de circulação, de modo a
dores, decorrentes de viragens à
situações semelhantes, devendo não comprometer a segurança dos
direita;
ser salvaguardado que cada caso utilizadores vulneráveis;

165
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

minimizar / inviabilizar incómodos Esta regulação pode ser conseguida muito reduzido a reduzido volume
resultantes de veículos estacio- das seguintes formas: de tráfego (Vt < 300 v/h), onde a
nados ou parados em locais não velocidade de circulação viária é
apropriados para o efeito (paragens ● sem sinalização luminosa (prio- não superior a 30 km/h e as vias,
em 2 fila). ritária); quando possível, devem ser parti-
lhadas entre utilizadores.
● com sinalização luminosa;
regulação Deve ser tida em consideração a
● com rotundas ou mini-rotundas. redação do código da estrada (Lei
É importante ter igualmente em n.º 72/2013), que refere que nos
consideração alguns critérios no A regulação prioritária, ou sem cruzamentos e entroncamentos,
desenho de interseções que inclu- sinalização luminosa, compreende onde, entenda-se, não exista sina-
am diferentes modos de circulação, dois tipos de solução: lização a informar do contrário, os
sendo para tal relevante perceber o condutores devem ceder passagem
tipo e as necessidades, preferências ● ‘prioridade de passagem’; aos veículos que se lhes apresen-
e expectativas dos automobilistas. tem pela direita.
● sinalização não luminosa.
O impacto que o desenho das inter- Na segunda solução, sinalização
No primeiro caso, a prioridade de
seções detêm no tempo de deslo- não luminosa, a prioridade de pas-
passagem é dada aos utilizado-
cação é um aspeto a observar, uma sagem é dada aos utilizadores que
res que circulam pela direita. Este
vez que qualquer acréscimo ao circulam nas vias de nível superior,
deve ser considerado apenas em
tempo de deslocação pode compro- nomeadamente vias distribuidoras,
interseções existentes em zonas
meter a fluidez do tráfego originan- sendo a circulação regulada por
dominantemente residenciais, de
do engarrafamentos. É portanto sinalização vertical e/ou marcas
baixa ou média densidade, com
necessário dar particular atenção
aos critérios referentes à capacida-
de e regulação das interseções.

Na determinação da ‘capacidade’
dos cruzamentos e entroncamen-
tos deve, sempre que possível e
desejável, ser dada prioridade de
circulação aos utilizadores mais
vulneráveis e não ao tráfego rodo-
viário. Assim, as interseções devem
ser desenhadas tendo em conside-
ração os diferentes volumes de trá-
fego (rodoviário, ciclável e pedonal),
de modo a garantir a segurança e
fluidez de circulação de todos os
utilizadores.

Em interseções que se encontrem


no limite de saturação, poder-se-á
mesmo considerar a possibilidade
de redirecionar o tráfego rodoviário
de forma a reduzir a intensidade e
volume naquele ponto.

A regulação de interseções tem


como objetivo gerir o tráfego exis-
tente de forma a garantir a segu-
rança dos utilizadores do espaço
público sem comprometer a sua
fluidez de circulação.
Lisboa – rUa do arCo do Cego – regULação Por sinaLização não LUMinosa

166
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

rodoviárias, em particular linhas de identificação e sinalização de A regulação feita com recurso à


paragem e cedências de passagem, atravessamentos, sobrelevação do construção de rotundas e mini-
entre outras, devendo, sempre que atravessamento ou da intersecção -rotundas permite promover a re-
justificável, ser dada prioridade de e introdução de zonas de refúgio, dução da velocidade de circulação
circulação e passagem aos utiliza- entre outras. automóvel e garantir a fluidez da
dores mais vulneráveis. circulação, sem comprometer a se-
A regulação com recurso a sinaliza- gurança dos restantes utilizadores.
Esta solução deve ser considerada ção luminosa é uma das soluções
preferencialmente para cruzamen- de passagem mais seguras a im- Este tipo de nó é adequado para re-
tos e entroncamentos localizados plementar, contribuindo igualmente solver cruzamentos e entroncamen-
em zonas residenciais e zonas para uma melhoria na direcciona- tos em vias de reduzido e intermé-
mistas, de média densidade, com lidade e conforto da circulação de dio volume de tráfego rodoviário (Vt
reduzido a intermédio volume de todos os utilizadores do espaço 300 v/h e 300 v/h t 800 v/h)
tráfego (300 v/h t 800 v/h), público. e velocidades de circulação automó-
onde a velocidade de circulação é vel não superiores a 50 km/h.
não superior a 50 km/h, sendo pre- Esta solução deve ser preferencial-
ferencialmente inferior (30 km/h). mente aplicada em interseções lo- Uma outra solução poderá ainda
calizadas em zonas de usos mistos, ser considerada, nomeadamente o
Em ambos os casos, e sempre que de média ou elevada densidade, recurso a interseções desniveladas.
possível, devem ser consideradas com volume de tráfego médio a Estas são soluções seguras uma
medidas de acalmia e de apoio à elevado ( t 800 v/h), e veloci- vez que suprimem por completo os
circulação de utilizadores vulne- dade de circulação automóvel não conflitos existentes entre o tráfego
ráveis, nomeadamente melhoria superior a 50 km/h. rodoviário e utilizadores vulneráveis.
das condições de visibilidade,
Considera-se que estas soluções
são mais ajustadas a vias inte-
gradas na rede estruturante, com
elevado volume de tráfego ( t
1.000 v/h), e/ou no atravessamento
de linhas férreas.

Na escolha das soluções de regula-


ção de interseções a implementar
deverão ser tidos em consideração
os seguintes aspetos:

● segurança de todos os utiliza-


dores;

● volumes de tráfego existentes /


previstos;

● nível e função das vias e per-


cursos;

● tipo e dimensão dos veículos


em circulação (autocarros, ambu-
lâncias, bombeiros );

● espaço disponível para imple-


mentação;

● adequabilidade do atravessa-
mento à envolvente urbana;

● custo da solução a implementar


barCeLona – regULação Por sinaLização LUMinosa aUToMáTiCa de TrÂnsiTo (construção, gestão e manutenção).

167
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Lisboa – roTUnda no MarqU s de PoMbaL

Lisboa – oLaias – inTerseção desniveLada.

168
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

desenho

Independentemente da solução de
desenho considerada, é importante
adotar soluções adaptadas às con-
dições locais e às características
da procura de tráfego, sem criar
soluções invulgares e de difícil le-
gibilidade e compreensão por parte
dos utilizadores.

Embora exista um conjunto variado


de tipologias, existe um núcleo de
princípios e regras de desenho que
são transversais a todas elas, ha-
vendo apenas que ter em conside-
ração os seus diferentes objetivos e
lógica de aplicação.
vias de aCeLeração e desaCeLeração ParaLeLas via de CirCULação.

Assim, identificam-se algumas


soluções de desenho a ter em con-
sideração na conceção geométrica
de interseções, em conformidade
com as tipologias já identificadas,
nomeadamente:

vias aceleração / desaceleração

desCrição
Vias que permitem aos veículos
que se pretendem inserir ou aban-
donar uma determinada corrente
prioritária, acelerar ou abrandar
nessas vias de forma a evitar gerar
perturbações significativas na cor-
rente principal, sendo a sua utiliza- Lisboa – avenida Cidade de Praga – via de desaCeLeração
ção tanto mais importante quanto
maior for a velocidade de base e
os volumes de tráfego na estrada
principal.

objeTivos
Minimizar as perturbações origina-
das numa via por movimentos de
entrada e saída de veículos prove-
nientes de outras vias.

LoCaLização
Esta medida deve ser preferencial-
mente implantada em vias de 1.ºe
2. º nível da hierarquia viária da
cidade, podendo em casos particu-
lares ser justificada a sua aplicação
em vias de nível 3. Lisboa – avenida Cidade de Praga – via de aCeLeração

169
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

As vias de aceleração surgem infraesTrUTUras das nos subcapítulos 1.1 – Espaços


usualmente associadas a faixas A introdução desta solução de de circulação pedonal e 1.2 – Espa-
de rodagem com 4 vias de trânsito desenho não deve comprometer o ços de circulação ciclável.
(2+2). sistema de drenagem existente na
via, devendo ser previstas as devi- Preferencialmente, os separadores
ConfigUração das adaptações das infraestruturas centrais, independentemente de
Em termos geométricos estas vias existentes sempre que necessário. serem construídos ou simplesmen-
podem ser do tipo direto, também te marcados no pavimento, devem
designadas de diagonais, ou do tipo ser desenhados de forma simétrica
paralelo. separadores centrais em relação ao eixo da via.

Designam-se diretas quando se desCrição A extensão da transição, ou seja, o


desenvolvem em forma de bisel Solução de desenho que recorren- comprimento necessário para que
alongado, apresentando larguras do a obra física (preferencial) ou se efetue o alargamento preten-
de via variáveis. As vias do tipo simplesmente a marcas rodoviárias dido deve apresentar um rácio de
“paralelo” caracterizam-se por ter possibilita a criação de corredores 1,00 m de largura para 10,00 m
um troço de largura constante de de viragem à esquerda enquanto de comprimento (1:10) quando a
traçado paralelo ao da via principal. aumenta a segurança e facilita o velocidade de circulação seja não
processo de atravessamento pedo- inferior a 50 km/h (vias de nível 1
Em ambos os casos a extensão nal e/ou ciclável. e 2).
varia em função da hierarquia da
via, do volume de tráfego existente objeTivos Em vias de nível inferior (veloci-
/ desejado e da velocidade de circu- Viabilizar viragens à esquerda ou dades não superiores a 50 km/h)
lação regulamentada. atravessamentos em duas fases; considera-se ajustada uma propor-
ção de 1:5 (1,00 m de largura para
Em meio urbano, a largura destas Proteger eventuais travessias pe- 5,00 m de comprimento).
vias deve ser de 3,00 m, indepen- donais e/ou cicláveis;
dentemente de serem de acele- As curvas de concordância devem
ração ou de desaceleração (para Minimizar zonas de conflito; ser desenhadas recorrendo a um
viragem à esquerda ou à direita). raio não inferior a 20,00 m.
Promover redução da velocidade de
Em casos particulares, em que não circulação rodoviária. Nos casos em que o separador
se verifique uma presença frequen- seja construído, os seus extremos
te de veículos pesados poderá ser LoCaLização devem apresentar a forma de uma
considerada uma largura inferior Esta medida deve ser preferencial- semicircunferência, com raio não
desde que devidamente funda- mente implantada em vias de 2.ºe inferior a 1,00 m no seu inicio e
mentada e validada pelos serviços 3.º nível da hierarquia viária da diâmetro igual ao da largura do
técnicos da câmara. cidade, podendo em casos particu- separador no fim.
lares ser justificada a sua aplicação
PaviMenTos em vias de nível 4 (vias distribuido- PaviMenTos
O revestimento destas zonas deve ras locais). O seu revestimento deve ser
ser adequado ao tipo de tráfego e adequado ao tipo de utilização, em
cargas a que irá estar sujeita. ConfigUração particular quando estes ilhéus inte-
Em meio urbano a largura mínima grem atravessamentos pedonais e
sinaLização de um separador central que pos- cicláveis.
Deve-se prever sinalização vertical sibilite a viragem à esquerda é de
e marcas rodoviárias que comuni- 3,00 m para a via e de 0,60 m para Recomenda-se que em função da
quem atempadamente aos condu- instalação / proteção de sinaliza- sua dimensão, sempre que possível
tores da existência e aproximação ção, luminosa e/ou vertical (deven- estes separadores sejam dotados
a vias de entrada ou saída e da do esta ficar elevada em relação à de vegetação desde que a mesma
velocidade de circulação recomen- cota de faixa de rodagem). não prejudique as condições de
dada. visibilidade da circulação viária e
Nos casos em que se pretenda pos- de atravessamento pedonal e/ou
uando justificável, deve ser tam- sibilitar o atravessamento pedonal ciclável.
bém considerada a implantação de e/ou ciclável, para além da largura
sinalização direcional para informa- de via já referida, devem ser consi- Quando tal não seja possível,
ção aos condutores. deradas as dimensões apresenta- dever-se-á recorrer a um acaba-

170
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

seParador CenTraL CoM virageM


esqUerda e PassageM PedonaL.

Lisboa – avenida Cidade de Praga –


seParador CenTraL CoM Corredor
de virageM esqUerda

171
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

mento superficial diferente em cor LoCaLização PaviMenTos


e textura do da faixa de rodagem Esta medida deve ser preferencial- O seu revestimento deve ser
de modo a aumentar o contraste mente implantada em vias de 2.ºe adequado ao tipo de utilização, em
visual. 3.º nível da hierarquia viária da particular quando estes ilhéus inte-
cidade, podendo em casos particu- grem atravessamentos pedonais e
sinaLização lares ser justificada a sua aplicação cicláveis.
Deve-se prever sinalização vertical em vias de nível 4 (vias distribuido-
e marcas rodoviárias que comuni- ras locais). Recomenda-se que em função da
quem atempadamente aos condu- sua dimensão, sempre que pos-
tores a existência do separador de ConfigUração sível estes ilhéus sejam dotados
forma a evitar acidentes e ajustar Nos ilhéus separadores, o ângulo de vegetação desde que a mesma
a velocidade de circulação em con- entre as diretrizes das vias deve não prejudique as condições de
formidade. estar compreendido entre os 75 visibilidade da circulação viária e
graus e os 105 graus. de atravessamento pedonal e/ou
infraesTrUTUras ciclável.
O recurso a esta solução de de- A sua largura mínima deve ser de
senho não deve comprometer o 1,50 m de modo servir de refúgio Quando tal não seja possível,
sistema de drenagem existente na de peões. dever-se-á recorrer a um acaba-
via, devendo ser previstas as devi- mento superficial diferente em cor
das adaptações às infraestruturas Um dos extremos do ilhéu deve e textura do da faixa de rodagem
existentes quando necessário. ficar afastado do limite da faixa de de modo a aumentar o contraste
rodagem da via principal no mínimo visual.
1,00 m e no máximo 3,00 m, de
ilhéus separadores e modo a não condicionar as linhas Em casos particulares poder-se-
direcionais de desejo de atravessamento pedo- -á considerar que a delimitação
nal e ciclável. destes ilhéus seja feita com lancil
desCrição galgável de modo a viabilizar a
Os ilhéus direcionais são uma so- O outro extremo deve ter uma circulação de veículos de maiores
lução de desenho que, recorrendo, largura mínima de 1,50 m, devendo dimensões.
preferencialmente, a obra física, a canalização do tráfego rodoviá-
permitem separar as correntes de rio ser feita com recurso a marca sinaLização
tráfego e canalizar os seus mo- rodoviária M17 com uma extensão Deve-se prever sinalização vertical
vimentos. Os ilhéus direcionais, mínima de 8,00 m. e marcas rodoviárias que comuni-
asseguram que as correntes de trá- quem atempadamente aos con-
fego do mesmo sentido convirjam Nos ilhéus direcionais, a geome- dutores a existência dos ilhéus de
segundo um ângulo pequeno, e que tria resulta da concordância entre forma a evitar acidentes.
os movimentos de cruzamento se as vias de circulação que definem o
efetuem segundo ângulos rectos. cruzamento ou entroncamento. infraesTrUTUras
O recurso a esta solução de de-
objeTivos As suas faces devem ficar afas- senho não deve comprometer o
Separar as correntes de tráfego; tadas 0,50 m do alinhamento das sistema de drenagem existente na
vias, exceto no lado paralelo à via via, devendo ser previstas as devi-
Canalizar movimentos; principal que deve ficar afastado no das adaptações às infraestruturas
mínimo 1,00 m e no máximo 3,00 existentes quando necessário.
Condicionar o comportamento dos m e o seu lado menor não deve ser
automobilistas; inferior a 2,50 m.

Alertar para a presença de uma Os seus extremos devem ser rema-


interseção; tados por arcos com raio mínimo
de 0,30 m e máximo de 0,5 m.
Promover redução de velocidade;
Preferencialmente, os ilhéus
Minimizar zonas de conflito; direcionais devem ter uma área
mínima de 5,00 m2, sendo o valor
Proteger eventuais travessias pe- recomendado de 8,00 m2 de modo
donais e/ou cicláveis. a que se tornem visualmente no-
tórios.

172
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

inTerseção CoM iLhéU seParador e iLhéUs


direCionais.

Lisboa – avenida fonTes Pereira de MeLo


– iLhéU direCionaL CoM aTravessaMenTo
PedonaL

Lisboa – avenida Cidade de Praga – iLhéU


direCionaL CoM aTravessaMenTo PedonaL e
CiCLáveL

173
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

raios de concord ncia

desCrição
Solução que adequa o desenho de
interseções em função do volu-
me de tráfego e da tipologia de
veículos em circulação, facilitando
a fluidez do tráfego rodoviário,
sem comprometer a segurança
dos restantes utilizadores (peões e
utilizadores de bicicletas).

As curvas de concordância devem


ter dimensões consistentes com as
restantes características da inter-
seção e ser desenhadas em função
do volume de tráfego verificado e
do tipo e expressão dos veículos
inTerseção desenhada CoM CUrvas de raios siMPLes.
em circulação.

É necessário recorrer a soluções que


facilitem a circulação de veículos
longos, permitindo colmatar as suas
necessidades de manobrabilidade e
viabilizar a sua inserção na via, nas
viragens à direita, sem que, sempre
que possível ou justificável, haja
invasão da via de sentido contrário.

É no entanto necessário ter em


consideração que a adoção de raios
muito elevados pode conduzir a
percursos pedonais e cicláveis mui-
to extensos, aumentando a exposi-
ção destes utilizadores do espaço
público ao risco de acidentes.
Lisboa – rUa do arCo do Cego – inTerseção desenhada CoM CUrvas de raios siMPLes
Podem-se considerar três tipos de
curvas de concordância: curvas de
raio simples, curvas de raio com-
posto e curvas com alargamento
da entrada (leque de inserção).

objeTivos
Garantir a fluidez e facilitar a circu-
lação rodoviária, em particular de
veículos de socorro;

Orientar movimentos;

Promover redução de velocidade;

Condicionar o comportamento dos


automobilistas;

Minimizar zonas de conflito; Lisboa – rUa do arCo do Cego – inTerseção desenhada CoM LeqUe de inserção

174
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Em casos particulares, nomeada-


mente em interseções com viragem
à direita para ruas com via de trân-
sito de largura não inferior a 4,50
m ou para ruas com mais de uma
via por sentido de circulação, ainda
que seja necessário garantir a ma-
nobrabilidade de veículos pesados,
poder-se-á avaliar a possibilidade
de o raio de curvatura ser inferior a
12,00 m.

Em zonas de moderação de ve-


locidade, em particular zonas de
coexistência, poder-se-á considerar
a utilização de curvas de raio sim-
ples inferiores a 6,00 m de modo a
promover a redução de velocidade
inTerseção desenhada CoM CUrvas de raios CoMPosTos.
de circulação, devendo no entanto
se salvaguardada a acessibilidade
e mobilidade de veículos de socor-
ro, em particular de emergência
médica e de combate a incêndios.

As curvas de raio composto são


curvas desenhadas com três raios,
com uma relação de R1:R2:R3 =
3:1:3 (Exp: R 27: R 9: R 27; R 18:
R=6: R=18 …), e com ângulos ao
centro de 18. .

Este tipo de solução ajusta-se me-


lhor à maioria das zonas urbanas
onde as vias intersetadas são do
mesmo tipo ou similares.

As curvas com alargamento da


entrada são executadas prevendo
o alargamento de inserção na via
ou recorrendo a simples leques
inTerseção desenhada CoM LeqUe de inserção’.
de inserção (equiparados a vias
de aceleração do tipo direto, de
pequena extensão).
Facilitar as travessias pedonais e/ ConfigUração
ou cicláveis. No desenho de curvas de raio Recomenda-se a utilização de
simples em que a circulação de ve- alargamentos com um rácio de
LoCaLização ículos pesados é pouco significativa 1:10 (1,00 m de largura para 10,00
As soluções apresentadas de dese- pode-se considerar como valor de m de comprimento) numa extensão
nho de raios de concordância são referência para viragens à direita não inferior a 10,00 m e não supe-
aplicáveis a todas as vias, indepen- um raio mínimo de 6,00 m. rior a 20,00 m, e raio de viragem
dentemente do nível que ocupem não inferior a 6,00 m.
na rede viária da cidade, devendo a Sempre que seja necessário garan-
sua tipologia e dimensão ser deter- tir a manobrabilidade de veículos As restantes curvas de concordân-
minadas em função dessa mesma pesados, o valor de referência para cia devem desenhadas recorrendo
hierarquia e da tipologia de interse- o raio de curvatura nas viragens a um raio não inferior a 10,00 m.
ções daí decorrente. à direita deve ser não inferior a
12,00 m.

175
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

entre velocidade de circulação, ade-


rência e inclinação longitudinal da
estrada (gravidade).

Quanto à distância de paragem,


esta corresponde à soma de duas
distâncias, ou seja, a que é percor-
rida durante o tempo de perceção/
reação do condutor, que equivale
à distância percorrida desde que o
obstáculo se torna visível até que
o condutor trava, e a distância de
travagem.

Neste processo, o condutor usual-


mente não se apercebe instanta-
neamente que tem de travar, pelo
que durante o tempo total para
perceção / reação até ao início da
inTerseção desenhada CoM CUrvas de raios siMPLes - inserção de veíCULo Pesado eM rUa
CoM dUas vias e UM senTido de CirCULação.
travagem, o veículo continua em
marcha, sendo considerados valo-
res entre um e dois segundos para
tempo de reação.
Independentemente do tipo de raios de concordância seja feita
curva a utilizar, o seu desenho deve com lancil galgável de modo a Esta distância de travagem / pa-
ser dimensionado considerado uma viabilizar a circulação de veículos ragem pode ser determinada pela
velocidade máxima de circulação de maiores dimensões. seguinte fórmula:
rodoviária de 15 km/h.
infraesTrUTUras 0,278 vt v2 / 254fi
Dever-se-á ter sempre presente O recurso a esta solução de de-
o tipo de veículos em circulação, senho não deve comprometer o Nesta ‘v’ corresponde à velocida-
tendo como referência os critérios sistema de drenagem existente na de de circulação, ‘t’ ao tempo de
de dimensionamento apresenta- via, devendo ser previstas as devi- reação acima identificado, ‘f’ ao co-
dos na seção referente ao tráfego das adaptações às infraestruturas eficiente de atrito (0,50 para tempo
rodoviário (classificação de veículos existentes quando necessário. seco e 0,25 para tempo húmido /
e critérios de dimensionamento). chuvoso) e ‘i’ à inclinação longitu-
Para além destas soluções, são dinal da via (valor positivo quando
No desenho de interseções, sempre também identificadas condições de em subida, negativo quando em
que as curvas de concordância te- visibilidade e distâncias de trava- descida e zero quando em terreno
nham raios elevados (não inferiores gem e paragem a considerar no plano, ou seja quando 0%< i 2 ).
a 8,00 m), deve ser considerada desenho de cruzamentos e entron-
a implementação de medidas de camentos. As condições de visibilidade de uma
acalmia, antes da entrada ou na intersecção determinam as condi-
saída da interseção, de modo a as- ções de convergência e atravessa-
segurar uma redução da velocidade dist ncias de travagem e mento, influenciando diretamente
de circulação, em particular de veí- condiç es de visibilidade os níveis de segurança rodoviária.
culos ligeiros (ver seção referente a
medidas de acalmia). A distância de travagem correspon- Assim, no desenho de interseções
de à distância percorrida por um deve ser assegurado que os veículos
PaviMenTos veículo desde que o condutor inicia não prioritários sejam capazes de
A sua delimitação e revestimento a travagem até ao instante em visualizar a via para ambos os la-
devem ser adequados ao tipo de que o veículo fica imobilizado. Para dos, numa distância mínima igual à
tráfego e cargas a que irá estar além das características físicas (di- da distância de paragem necessária
sujeito. mensão / peso) e técnicas de cada em função da velocidade de circu-
veículo (sistemas de travagem, lação autorizada, de forma a poder
Em casos particulares poder-se-á condições dos pneus), esta distân- reduzir em segurança a velocidade
considerar que a delimitação dos cia depende sobretudo da relação de circulação e se necessário parar.

176
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

CriTério de visibiLidade eM inTerseções.CoM dUas vias e UM senTido de CirCULação.

No caso dos veículos prioritários,


nomeadamente os que assinalam
marcha de urgência, essa a dis-
tância de visualização da interse-
ção deve ser igual ou superior a
distância de travagem de modo a
assegurar a desobstrução visual
dentro do perímetro de visibilidade
de interseções, em particular nos
separadores centrais, de forma a
garantir o controle atempado de
possíveis movimentos de conver-
gência.

Estas desobstruções devem no


entanto ser devidamente dimensio-
nadas de forma a evitar gerar ex-
cessivas distâncias de visibilidade e
assim contribuir para um aumento reLação enTre CaMPo de visão de UM aUToMobiLisTa e disTÂnCia de TravageM
da velocidade de circulação.
Lisboa – avenida dUqUe d’áviLa – MeLhoria das Condições de visibiLidade de aTravessa-
De igual forma, todos os conduto- MenTo aTravés de reCUo da boLsa de esTaCionaMenTo
res provenientes das vias secundá-
rias, posicionados a uma distância
de 3,00 a 5,00 metros da linha de
cedência de prioridade (ou barra
de paragem), devem ser capazes
de visualizar a via principal para
ambos os lados da interseção
numa distância que corresponde à
diagonal da distância de paragem
calculada em função da velocidade
regulamentada.

177
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

As medidas a adotar deverão


ser devidamente adequadas às
acalmia de características dos locais e a sua
Tráfego escolha e implantação deve ter em
conta a hierarquia da rede viária,
As medidas de acalmia de tráfe- as ligações de acesso a hospitais,
go visam minimizar os impactes os itinerários dos autocarros, as
negativos do tráfego motorizado condições de iluminação pública,
através da moderação da velocida- a inclinação da via e o sistema de
de praticada e procurando desenco- drenagem existente.
rajar o uso recorrente do transporte
individual motorizado, contribuindo A escolha dos materiais a utilizar
assim para uma mudança para- deve garantir a qualidade dos aca-
digmática de atitude na forma bamentos e salvaguardar a segu-
de encarar o sistema viário das rança física de todos os utilizadores
cidades, particularmente em meios da via.
urbanos mais sensíveis como zonas
residenciais em centros históricos, Possivelmente nem todas as técni-
envolvente a escolas e ruas com cas a apresentar permitem atingir
elevado tráfego pedonal. a totalidade dos objectivos acima a 30 m/h 1 em 10 morrerá
identificados, pelo que é importan-
A sua aplicação, quando realiza- te adoptar soluções integradas,
da de forma correcta, promove a onde várias medidas são aplicadas
redução da velocidade dos veículos, conjuntamente, de forma a que o
a redução do impacto de veículos impacto global das mesmas possa
produzir os resultados desejados. a 50 m/h 5 em 10 morrerá
motorizados nas vias locais, a re-
dução do número e gravidade dos
acidentes, a diminuição do ruído e É ainda de salientar que o Plano
da poluição atmosférica, a redução Diretor Municipal de Lisboa de-
do tráfego de atravessamento e termina a introdução de medidas
um maior controlo dos volumes de acalmia de tráfego nas vias de
proximidade e acesso local - onde a 60 m/h 9 em 10 morrerá
de tráfego motorizado em zonas e
pontos críticos. ocorrem mais de metade dos atro-
pelamentos -, deixando em aberto
De forma a concretizar estes objec- a possibilidade da sua introdução
tivos gerais e específicos, dever- nas vias de 3.º nível - que atraves- iMPaCTo da veLoCidade de CirCULação
sam algumas zonas residenciais e aUToMóveL no ConfLiTo CoM UTiLizadores
-se-ão considerar as seguintes vULneráveis
soluções: registam 1/3 dos atropelamentos.

● Zonas de moderação de circula-


ção automóvel (zonas 30, zonas de
coexistência e zonas silenciosas); 100
Risco de morte de utilizadores vulneráveis

● Medidas de acalmia (alteração 80


de alinhamentos horizontais e ver-
ticais e medidas adicionais). 60

Estas contribuem de forma ativa 40


para a criação de um ambiente
mais agradável para os todos os 20
utilizadores do espaço público, em
particular peões e ciclistas, e con- 0
0 10 20 30 40 50 60 70
sequentemente para uma melhoria
Velocidade de impacto
da qualidade de vida das popula-
redUção da segUrança dos UTiLizadores vULneráveis eM fUnção da veLoCidade de iMPaCTo
ções e para a qualificação urbana
do Tráfego MoTorizado
das áreas intervencionadas.

178
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

zonas de Moderação de
Circulação autom vel
As zonas de moderação de circula-
ção automóvel resultam da com-
patibilização dos comportamentos
dos diferentes modos de transpor-
te, motorizados e não-motorizados,
de forma a garantir a partilha
segura e confortável do espaço
público.

Para que tal seja possível, as velo-


cidades de circulação dos veículos
motorizados terão de se aproximar
das dos utilizadores vulneráveis,
em particular dos utilizadores
de bicicletas uma vez que estes
também podem circular na faixa de
rodagem.

Estas zonas apresentam também


como objectivo a reafectação do
tráfego na rede contribuindo assim
para uma redução dos níveis de
tráfego motorizado na zona que se
pretende proteger.

Assim, são consideradas para a ci-


dade de Lisboa as seguintes zonas
de moderação:

barCeLona - zonas de Moderação


da CirCULação aUToMóveL

179
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

A limitação da velocidades a 30km/h


zonas 30 visa promover uma mudança de
comportamento dos condutores
Conceito implementado na Euro- promovendo uma circulação mais
pa à vários anos e que tem como segura, menos ruidosa e com menos
objetivo principal devolver o espaço poluição, proporcionando assim uma
público à população (residente e utilização mais equitativa do espaço
visitante) através da implementação público. Para tal são introduzidas
de medidas de acalmia de tráfego. medidas de acalmia de tráfego que
promovam os seguintes objetivos:
Países como França, Alemanha,
Suíça, Reino Unido e Bélgica, onde ● Reduzir a velocidade de circulação;
todo o centro da cidade é uma zona
de 30, adotaram este conceito no ● Reduzir a ocorrência e a gravida-
desenho e requalificação das suas de de acidentes;
cidades. A implementação destas
zonas é inclusivamente aconselhada ● Diminuir o tráfego de atravessa-
quer pela Comissão Europeia quer mento indesejado;
pela Organização Mundial de Saúde.
● Reduzir a poluição sonora e
As Zonas 30 devem ser implemen- ambiental;
tadas preferencialmente em zonas
residenciais, em áreas com elevada ● Garantir a segurança rodoviária.
atividade comercial, na proximidade
de equipamentos, nomeadamente Uma vez alcançados estes objeti-
equipamentos escolares e de saúde vos consegue-se uma substancial
(lares e hospitais, entre outros), e na redução na ocorrência e gravidade
proximidade de itinerários cicláveis. dos atropelamentos, estimando-se

Lisboa – avenida da Liberdade

180
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

que em caso de atropelamento num


embate a 30 m/h a taxa de sobre- ● Diminuição dos raios de curvatura;
vivência seja de 90 , valor muito
● Descontinuidade no alinhamento
superior à de um embate a 45-50
do eixo rodoviário;
km/h que é apenas de 60%.
● Disposição alternada dos lugares
Igual redução acontece ao nível
de estacionamento;
da poluição atmosférica e sonora,
estimando-se uma redução do ruído
● Sobrelevação da via e conse-
em aproximadamente 2,5 dB(A) em quente nivelamento dos atravessa-
relação a ruas em que se praticam mentos pedonais;
velocidades de cruzeiro até 50 km/h.
● Partilha dos espaços de circulação.
Numa Zona 30 a sinalização vertical
deve ser reduzida ao mínimo, de- Regra geral existe separação do es-
vendo a acalmia de tráfego ser ga- paço destinado aos peões do espaço
rantida através de alterações físicas reservado para os restantes modos.
no espaço urbano, que conduzam à
sua requalificação, tais como: Para a criação de uma Zona 30 é
conveniente a definição de uma área
● Redução da largura da via e urbana homogénea, sendo necessário
aumento do espaço pedonal; assinalar as “entradas” e “saídas”,
quer através da construção de medi-
● Introdução de elementos que das que obriguem ao abrandamento,
transmitam a perceção de redução como as acima identificadas, quer
da largura da via aos automobilistas através de sinalização horizontal e
(arbustos/árvores, mobiliário urbano, vertical adequada.
entre outros);

Lisboa – bairro do CharqUinho

181
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

como objetivos dissuadir o tráfego


zonas de coexistência de atravessamento e estimular a
convivência social. Nelas devem
As zonas de coexistência são vigorar regras particulares de
áreas de acalmia de tráfego que, à trânsito, necessitando portanto de
semelhança das zonas 30, procu- ser sinalizadas/identificadas em
ram promover uma mudança de conformidade.
comportamento dos condutores
promovendo uma circulação mais Nestas áreas, dada a sua particu-
segura, menos ruidosa e com laridade, devem ser observadas as
menos poluição, proporcionando seguintes normas:
assim uma utilização mais justa do
espaço público. ● Os utilizadores vulneráveis
podem utilizar toda a largura da via
Estas zonas são especialmente pública;
concebidas para utilização parti-
lhada por peões e veículos (moto- ● É permitida a realização de
aLMada – zona de Prioridade ao Peão
rizados e não motorizados), tendo jogos na via pública;

182
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Devem ser utilizados pavimentos


● Os condutores não devem ● O condutor que saia de uma regulares, que assegurem o confor-
comprometer a segurança ou a zona de coexistência deve ceder
to de peões e ciclistas, e reforcem o
comodidade dos demais utentes passagem aos restantes veículos.
caráter pedonal destas zonas, onde
da via pública, devendo parar se
a circulação pedonal e ciclável é
necessário; Nas zonas de coexistência é dada
prioritária.
total prioridade aos modos não
● Os utilizadores vulneráveis de- motorizados, tendo por base os
Independentemente da sua dimen-
vem abster-se de atos que impe- princípios do desenho inclusivo,
são, preferencialmente não devem
çam ou embaracem desnecessaria- com possibilidade de definição de
ser utilizadas guias ou marcações
mente o trânsito de veículos; uma plataforma única, onde não
no pavimento para estabelecer
existam separações físicas de nível
a delimitação entre os espaços
● É proibido o estacionamento e entre os espaços destinados aos
de circulação (pedonal, ciclável e
paragem, salvo nos locais onde tal diferentes modos de deslocação
rodoviária) e estacionamento. No
for autorizado por sinalização; e onde a velocidade máxima de
entanto, o recurso a mobiliário
circulação autorizada deverá ser de
urbano e arborização e vegetação
20km/h.

zona de CoexisT nCia – esPaço CanaL não inferior a 10,00 M esPaço CanaL não inferior a 5,50 M e não sUPerior a 10,00 M

183
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

de pequeno porte pode ajudar a Em zonas comerciais, deverão ser


delinear, ainda que de forma subtil, devidamente identificadas através
os espaços partilhados dos espaços de sinalização vertical e/ou hori-
exclusivos do peão. zontal, os espaços reservados para
cargas e descargas de mercadorias.
Em ruas estreitas, que detenham
apenas um sentido de circulação Devem ser implementadas prefe-
para tráfego rodoviário, deverá ser rencialmente em zonas residenciais
permitida a circulação bidirecional e comerciais, e também na proximi-
de bicicletas. Em ruas mais largas, dade de equipamentos, nomeada-
que possibilitem a circulação bidi- mente equipamentos escolares e de
recional de veículos motorizados, é saúde. A implementação de zonas
recomendada a criação de medidas de coexistência no interior de zonas
de acalmia como “chicanes”, recor- 30 tem tido enorme popularidade
rendo a mobiliário urbano, vegeta- nos últimos anos na Europa, e já se
ção e bolsas de estacionamento e encontra prevista na recente revisão
paragem. do código de estrada português.

Londres – rUa de Prioridade ao Peão esPaço CanaL não sUPerior a 5,50 M

184
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

cies arbóreas de médio a grande


ruas silenciosas porte de forma a contribuir para a
redução da propagação do ruído
São zonas com velocidade limite resultante do tráfego, devendo
entre 30 km/h e 40 km/h, a aplicar também ser considerada a (re)
em particular na rede de proximi- pavimentação da faixa de rodagem
dade (vias distribuidoras locais) e com misturas betuminosas que
algumas vias distribuidoras princi- contribuam para a redução do ruído
pais que atravessem zonas predo- de circulação automóvel.
minantemente residenciais.
Sempre que possível, a sua im-
Nestas zonas passa a haver uma plementação deverá respeitar os
maior igualdade entre os diversos seguintes atributos operacionais:
modos de transporte, o que signifi-
ca que os peões passam a efectuar ● volumes de tráfego na hora
os atravessamentos em locais mais de ponta (manhã e/ou tarde) não
específicos, locais esses que devem superiores a 200 veíc./h na rua a
ser protegidos com o recurso a me- intervencionar (aproximadamente
didas de acalmia de tráfego, como 2.000 veículos por dia);
estreitamento de intersecções e/
ou da faixa de rodagem, redução ● volumes de tráfego na hora de
de raios de curvatura e sobreleva- ponta (manhã e/ou tarde) não su-
ções pontuais (via, passadeira ou periores a 400 veíc./h na envolven-
mesmo cruzamento). te imediata à rua a intervencionar
(aproximadamente 4.000 veículos
Sempre que possível deverá ser por dia).
considerada a plantação de espé-

barCeLona - bairro góTiCo

185
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Medidas de acalmia ● alteração dos alinhamentos


horizontais (gincanas, estrangula-
As soluções de acalmia de tráfego mentos …);
apresentadas impõem obstáculos
físicos à circulação dos veículos de ● alteração dos alinhamentos
verticais (sobrelevações, lombas
modo a induzir no condutor a ne-
redutoras de velocidade …);
cessidade de circular a velocidades
mais baixas.
● Medidas adicionais (controlo
de velocidade por semaforização,
Tal alteração de comportamento
elementos urbanos …).
pode ser conseguida através de
restrições físicas com recurso, em
Em casos particulares poder-se-
paralelo, a medidas que actuem a
-á justificar a aplicação conjunta
nível psicológico.
destas medidas, como seja um
estrangulamento de via associado
Os principais tipos de técnicas de
a uma sobrelevação de passadeira,
acalmia de tráfego caracterizam-se
recorrendo a pavimento texturado e
por alterações físicas da geometria
de cor diferente.
convencional das vias de modo a
provocar a diminuição da velocida-
de dos veículos automóveis e estru-
turam-se nos seguintes grupos:

Lisboa - rUa do arCo do Cego - Passadeira


sobreLevada

186
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

No seu desenho dever-se-ão ter


alteração de em conta as dimensões adequadas
alinhamentos para acomodar as necessidades de
horizontais operacionalidade de cada tipo de
veículo relevante, em particular as
As alterações nos alinhamentos suas dimensões básicas, raios de
horizontais incluem dois tipos de viragem e sobrelarguras.
medidas.
A redução da velocidade parece
O primeiro tipo engloba todas as depender sobretudo do aspecto
medidas que obriguem os conduto- geral da via, a qual exerce pressão
res a se desviar da sua trajectória, psicológica sobre os condutores,
recorrendo-se para tal à colocação levando-os (por vezes inconscien-
de elementos/obstáculos na faixa temente) a reduzir a velocidade.
de rodagem promovendo assim Saliente-se a importância dos
uma redução de velocidade para elementos complementares de
que os possa contornar em segu- mobiliário urbano e de vegetação
rança. no reforço dos efeitos pretendidos
com estas medidas.
O segundo tipo de medidas abran-
ge todas aquelas que diminuem a Terá também que se ter em conta o
largura efectiva e/ou o número de ângulo de desvio a impor à trajec-
vias de modo a que os condutores tória, o qual deverá ser estabele-
sintam a necessidade de reduzir a cido de acordo com a velocidade
velocidade para manterem o mes- pretendida. No caso de vias distri-
mo nível de conforto e segurança buidoras de locais é aconselhável
na circulação. um desvio na trajectória com uma
proporção de 1,00 m por 8,00 m
São medidas indicadas sobretu- (1:8) de modo a que as medidas
do para implementar em vias de tenham o efeito pretendido, poden-
carácter local, podendo ser aplicá- do em casos particulares ser essa
veis em vias distribuidoras mas não proporção mais reduzida (1:5).
estruturantes.
As medidas mais importantes deste
grupo são as seguintes:

MiLTon ke nes - ginCana

187
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

partilham o espaço rodoviário com


gincana os veículos motorizados).

desCrição ● Desencorajar o tráfego de atra-


Medida que promove a deflexão ho- vessamento.
rizontal da via, ou seja, a alteração
do alinhamento horizontal do eixo LoCaLização
do espaço de circulação rodoviário, Esta medida não deve ser implan-
com o intuito de forçar os veículos tada:
que nela circulam a pontualmente
alterar a sua trajetória, contribuin- ● em vias de 1.º e 2.º nível;
do assim para a redução da sua
velocidade de circulação. ● em locais onde a inclinação lon-
gitudinal da via é igual ou superior
objeTivos a 6%;

● Tornar o espaço de circulação ● em locais sem iluminação


mais sinuoso. pública;

● Reduzir as velocidades de ● em locais com pouca visibilida-


circulação, ajustando-as ao espaço de, por exemplo em curvas.
em que os veículos se encontram a
circular. Em vias de 3.º nível a implantação
desta medida deve ter em conta os
● Facilitar a circulação ciclável, volumes de tráfego rodoviário, as
nomeadamente manobras de velocidades de circulação, os fluxos
viragem, em particular em vias pedonais e o registo de atropela-
partilhadas (vias onde as bicicletas mentos.

aLMada
avenida doM nUno áLvares Pereira

188
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

O espaçamento entre as deflexões


depende da velocidade que se pre-
tende induzir; isto é, quanto menor
for a distância entre as deflexões
horizontais menor será a velocida-
de de circulação.

ConfigUração
No caso de vias distribuidoras de
locais é aconselhável um desvio na
trajectória com uma proporção de
1,00 m por 8,00 m (1:8) de modo
a que as medidas tenham o efeito
pretendido.

Em vias de acesso local essa


proporção pode ser mais reduzida
(1:5).

Em vias distribuidoras de nível 3, é


aconselhável um desvio na trajec-
tória com uma proporção de 1,00
m por 10,00 m (1:10) de modo a
que seja assegurada a redução na
velocidade de circulação automó-
vel, sem comprometer a sua fluídez.

A alteração do alinhamento hori-


zontal das vias pode ser consegui-
do recorrendo também a mobiliário
urbano (pilaretes e floreiras, entre
outros), implantação de bolsas de
estacionamento (veículos motoriza-
dos e não motorizados), vegetação
(canteiros e arborização) e pintura
de pavimento.

aCaLMia de Tráfego – ginCana – soLUção


reCoMendada Para vias de níveL 4

189
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

PaviMenTos
O revestimento deve ser adequado
ao tipo de tráfego e cargas a que
irá estar sujeita. Para aumentar
a visibilidade desta medida de
acalmia e contribuir para a mudan-
ça de comportamento dos condu-
tores, nas zonas de deflexão pode
utilizar-se um revestimento de cor
ou textura diferente do existente na
faixa de rodagem.

sinaLização
É recomendável o recurso a sina-
lização horizontal e vertical com
o intuito de alertar os condutores
da inflexão existente no espaço de
circulação rodoviário.

infraesTrUTUras
A introdução desta medida de acal-
mia não pode piorar o sistema de
drenagem existente na via e deve
adequar-se o mesmo caso seja
necessário.

aCaLMia de Tráfego – ginCana – soLUção


reCoMendada Para vias de níveL 5

190
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

estrangulamento da via

desCrição
Redução da largura das vias de
circulação através do alargamento
dos passeios, da construção de
bolsas para estacionamento ou
canteiros para vegetação, e da
construção de separadores no cen-
tro da faixa de rodagem.

objeCTivos

● Reduzir a velocidade de circula-


ção rodoviária;

● Desencorajar o tráfego de atra-


vessamento;

● Melhorar a circulação pedonal,


aumentando a largura dos pas-
seios;

● Proteger o peão durante o atra-


vessamento da faixa de rodagem
(separadores centrais);

● Reduzir a extensão do percurso


de atravessamento pedonal.

LoCaLização
Esta medida não deve ser implan-
tada em vias de 1.º, 2.ºe 3.º nível
da hierarquia viária da cidade devi-
do à provável redução na fluidez e
volumes de tráfego rodoviário.

Em vias de 4.º e 5.º nível a im-


plantação desta medida deve ter
em conta os volumes de tráfego
rodoviário (preferencialmente bai-
xos), as velocidades de circulação,
os fluxos pedonais e o registo de
atropelamentos.

Em arruamentos com duas vias,


quando se deseje uma maior redu-
ção de velocidade e desencorajar o
tráfego de atravessamento existen-
te, poder-se-á reduzir o equivalente
à largura de uma das vias de trân-
sito, com as seguintes vantagens:

aCaLMia de Tráfego – esTrangULaMenTo de


via CoM reCUrso a seParador CenTraL

191
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

● Em ruas com um sentido de cir-


culação e duas vias, os condutores
serão obrigados a abrandar para
negociar a passagem no estrangu-
lamento;

● Em ruas com dois sentidos de


circulação, os condutores serão
obrigados a parar para ceder pas-
sagem ao condutor que circula em
sentido contrário, devendo haver
nestes casos um cuidado especial
com a sinalização.

Esta medida é particularmente


eficaz quando aplicada junto de
passagens pedonais uma vez que
para além de promoverem a redu-
ção na velocidade de circulação,
reduzem a extensão do percurso de
atravessamento pedonal.

ConfigUração
Os pontos de estrangulamento
devem ser desenhados de forma a
garantir que:

● a sua largura seja não inferior


a 3,00 m, em ruas com duas vias e
um sentido de circulação;

● a sua largura seja não inferior a


5,50 m (2,75 m + 2,75 m), em ruas
com duas vias e dois sentidos de
circulação.

Relativamente ao ultimo ponto, a


largura poderá ser reduzida para
um valor não inferior a 3,00 m,
quando se pretenda que o ponto
de estrangulamento corresponda,
aproximadamente, à largura de
uma das vias de circulação.

Esta medida quando aplicada junto


a zonas de passadeira deverá sal-
vaguardar as distâncias de visibili-
dade à passadeira recomendadas,
de modo a garantir a segurança
de atravessamento pedonal (ver
subcapítulo 1.1 – Espaços de circu-
lação pedonal).

aCaLMia de Tráfego – esTrangULaMenTo de


via CoM reCUrso a sUPressão de UMa via
de TrÂnsiTo

192
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Serão admitidas outras soluções um revestimento de cor ou textura Deve ser colocada sinalização ver-
cuja eficácia e adequabilidade ao diferente do existente na faixa de tical com indicação de passagem
fim em vista estejam devidamente rodagem, desde que seja respeita- estreita (A4).
fundamentadas quer por ensaios, da a adequada sinalização.
quer por estudos ou por situações Quando o estrangulamento tenha
reais. Se no curto prazo for tecnicamen- uma largura não inferior a 3,00 m
te ou financeiramente difícil ou e seja implantado em ruas com
Deve ser salvaguardada a acessibi- impossível realizar o estrangula- duas vias e dois sentidos de circu-
lidade e mobilidade de veículos de mento com recurso a ‘obra física’, a lação, deverá ser colocada sina-
emergência, em particular veículos mesma pode ser concretizada atra- lização vertical com indicação de
de emergência médica e de comba- vés de pintura na via como marca passagem estreita (A4) e indicação
te a incêndios. rodoviária e implantação de balizas de que condutor tem prioridade de
flexíveis retroreflectoras. passagem nos estreitamentos (B6).
Deve igualmente ser salvaguarda-
da a circulação de velocípedes em Quando aplicadas em zonas de infraesTrUTUras
particular em ruas onde existam passadeira deverão ser respeitadas A introdução desta medida de
faixas em contrafluxo. as recomendações apresentadas no acalmia não deve comprometer
subcapítulo 1.1 – Espaços de circu- o sistema de drenagem existente
PaviMenTos lação pedonal, na secção referente na via, devendo ser previstas as
O revestimento das zonas de es- a passadeiras de peões. devidas adaptações das infraes-
trangulamento deve ser adequado truturas existentes sempre que
ao tipo de tráfego e cargas a que sinaLização necessário.
irá estar sujeita. Deve proibir-se a ultrapassagem no
mínimo 15,00m antes, depois e du- Em casos particulares poderá pre-
Para aumentar a visibilidade desta rante a zona de estrangulamento, ver-se a instalação de sumidouros
medida de acalmia e contribuir recorrendo à marca rodoviária M1 ou canaletes de drenagem de modo
para a mudança de comportamen- com largura de 20cm, na separa- a evitar a acumulação de água em
to dos condutores, pode utilizar-se ção das vias de trânsito. recantos’ e pontos baixos.

MiLTon ke nes – esTrangULaMenTo de via

193
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

rodoviárias, não devendo ser


estreitamento de interseç es implantada em vias do 1.º nível da
prolongamento do passeio hierarquia viária da cidade.

desCrição Nas vias integradas nos restantes


O estreitamento das entradas de níveis a implantação desta medida
interseções corresponde a ex- deve ter em conta os volumes de
tensões dos passeios que visam tráfego rodoviário, as velocidades
melhorar a visibilidade dos peões, de circulação, os fluxos pedonais
reduzir as distâncias de atraves- e cicláveis, bem como o registo de
samento e promover uma redução atropelamentos.
nas velocidades de circulação,
melhorando assim a segurança Á semelhança dos estrangula-
de atravessamento. São também mentos de vias, esta medida é
vulgarmente denominados por particularmente eficaz quando
‘encabeços’ de cruzamentos. associada a passagens pedo-
nais uma vez que para além de
objeCTivos promover a redução na veloci-
dade de circulação diminuem a
extensão da passagem pedonal,
● Reduzir a extensão do percurso aumentando a segurança de atra-
de atravessamento pedonal; vessamento.

● Melhorar a circulação pedonal, ConfigUração


aumentando a largura dos pas- No desenho de estreitamento das
seios; entradas das intersecções, deve ser
dado especial cuidado à geometria
● Reduzir / Minimizar conflitos en- e dimensionamento dos raios de
tre utilizadores do espaço público. curvatura, decorrente da relação
entre as necessidades de operacio-
● Promover a redução da veloci- nalidade de veículos longos e veícu-
dade de circulação automóvel. los ligeiros, de forma a garantir a
segurança de circulação e atra-
LoCaLização
vessamento dos utilizadores mais
Esta medida é usualmente asso- vulneráveis.
ciada ao desenho de intersecções

Lisboa - avenida rePúbLiCa - esTreiTaMenTo


de inTerseções CoM reCUrso a obra físiCa.

194
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Assim, a solução de geometria a recurso a ‘obra física’, a mesma


implementar deve respeitar as re- pode ser concretizada através de
comendações apresentadas na sec- pintura na via como marca rodo-
ção anterior referentes às regras de viária (ver Cap. 5 – Sinalização) e
conceção geométrica de intersec- implantação de balizas flexíveis
ções (raios de concordância). retro-reflectoras.

Serão admitidas outras soluções Quando aplicadas em zonas de


cuja eficácia e adequabilidade ao passadeira deverão ser respeitadas
fim em vista esteja devidamente as recomendações apresentadas no
fundamentada quer por ensaios, subcapítulo 1.1 – Espaços de circu-
quer por estudos ou por situações lação pedonal, na secção referente
reais. a passadeiras de peões.

Deve ser salvaguardada a acessibi- sinaLização


lidade e mobilidade de veículos de Deve proibir-se a ultrapassagem
emergência, em particular veículos no mínimo 15,00m antes da zona
de emergência médica e de comba- de estreitamento, recorrendo a
te a incêndios. marca rodoviária M1 com largura
de 20cm.
Deve igualmente ser salvaguarda-
da a adequada circulação de velo- infraesTrUTUras
cípedes nas intersecções onde seja A introdução desta medida de
implementado este tipo de medida acalmia não deve comprometer
de acalmia de forma a garantir a o sistema de drenagem existente
adequada visibilidade com os res- na via, devendo ser previstas as
tantes utilizadores. devidas adaptações das infraes-
truturas existentes sempre que
PaviMenTos necessário.
O revestimento deve ser adequado
ao tipo de tráfego e cargas a que Em casos particulares poderá pre-
irá estar sujeito. ver-se a instalação de sumidouros
ou canaletes de drenagem de modo
Se no curto prazo for tecnicamente a evitar a acumulação de água em
ou financeiramente difícil ou impos- recantos’ e pontos baixos.
sível realizar o estreitamento com

Lisboa - bairro do arCo do Cego - esTrei-


TaMenTo de inTerseções CoM reCUrso a
PinTUra na via.

195
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Nas vias integradas aos restantes Assim, a solução de geometria a


redução de raios de curvatura níveis a implantação desta medida implementar deve respeitar as re-
deve ter em conta os volumes de comendações apresentadas na sec-
desCrição tráfego rodoviário, as velocidades ção anterior referentes às regras de
A redução dos raios de curvatura de circulação, os fluxos pedonais conceção geométrica de intersec-
nas intersecções contribui para a e cicláveis e o tipo de veículos a ções (raios de concordância).
redução da velocidade de viragem circular.
de veículos motorizados, ligeiros Serão admitidas outras soluções
e pesados, melhorando assim a A adequação dos diferentes tipos cuja eficácia e adequabilidade ao fim
visibilidade e segurança entre utili- de arruamentos integrados nestes em vista esteja devidamente funda-
zadores, em particular dos utiliza- níveis, dependem da alteração a mentada quer por ensaios, quer por
dores mais vulneráveis, durante o introduzir à geometria do cruza- estudos ou por situações reais.
atravessamento das vias. mento, em particular dos seus raios
de curvatura. PaviMenTos
objeCTivos O revestimento deve ser adequado
ConfigUração ao tipo de tráfego e cargas a que
Deve ser dado especial cuidado irá estar sujeito.
● Reduzir a velocidade de circula- à geometria e dimensionamento
ção automóvel durante a viragem; dos raios de curvatura, decorrente Se no curto prazo for tecnicamen-
da relação entre as necessidades te ou financeiramente impossível
● Melhorar a segurança dos de operacionalidade de veículos redesenhar os raios de curvatura
utilizadores mais vulneráveis nas longos e veículos ligeiros, de forma com recurso a ‘obra física’, tal pode
passagens; a garantir a segurança e conforto ser concretizado através de pintura
de circulação, sem comprometer na via como marca rodoviária (ver
● Reduzir / Minimizar conflitos en- a circulação dos utilizadores mais Cap. 5 – Sinalização) e implantação
tre utilizadores do espaço público. vulneráveis. de balizas flexíveis retro-reflectoras.

LoCaLização Deve ser salvaguardada a adequa- infraesTrUTUras


Esta medida, à semelhança da an- da viragem de veículos em circula- O sistema de drenagem existente
terior, é usualmente associada ao ção de emergência, em particular não pode ser comprometido, de-
desenho de intersecções rodoviá- veículos de emergência médica e vendo ser previstas as necessárias
rias, não sendo recomendada a sua de combate a incêndios. adaptações sempre que tecnica-
implantação em vias do 1.º nível da mente necessário.
rede viária.

Lisboa - bairro do arCo do Cego Lisboa - rUa do arCo do Cego

196
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Tratam-se de medidas sobretudo


alteração de orientadas para implementação
alinhamentos verticais nas redes locais, podendo nas vias
das redes de maior nível (estrutu-
As alterações nos alinhamentos rante e distribuidora principal), ser
verticais abrangem todas as me- considerada a aplicação de medi-
didas que impliquem a criação de das de pré-aviso como as bandas
alterações nas cotas de pavimento. cromáticas.

Estas medidas têm como objectivo De uma forma global, as velocida-


compelir os condutores a reduzir des desejadas para a área a inter-
a velocidade pois caso contrário vencionar determinam as possibili-
poderão sentir um nível elevado de dades geométricas das alterações
desconforto, por acção da variação aos alinhamentos verticais, sendo
brusca da aceleração vertical do aceitável uma inclinação em rampa
movimento, podendo inclusive dani- entre os 8% e os 10%. As medidas
ficar os seus veículos. mais importantes deste grupo são
as seguintes:

aLMada – Cova da Piedade

197
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

sobrelevação da via

desCrição
Elevação do pavimento da faixa de
rodagem até à altura do passeio,
de modo a forçar o condutor a
reduzir a velocidade de circulação
para subir a rampa e passar pela
plataforma sobrelevada.

objeTivos

● Reduzir as velocidades de circu-


lação.

● Desencorajar o tráfego de atra-


vessamento.

LoCaLização
Esta medida não deve ser implan-
tada:

● em vias de 1.º e 2.º nível;

● em vias de 4.º e 5.º nível que


façam a ligação entre as entradas
dos Hospitais e as vias de nível
superior;

● em locais onde a inclinação lon-


gitudinal da via é igual ou superior
a 6%;

● em locais sem iluminação


pública;

● em locais com pouca visibilida-


de, por exemplo em curvas;

● em vias onde circulem veícu-


los integrados na rede ferroviária
ligeira.

aCaLMia de Tráfego – sobreLevação da via

198
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Em vias de 3.º nível a implantação


desta medida deve ter em conta os
volumes de tráfego rodoviário, as
velocidades de circulação, os fluxos
pedonais e o registo de atropela-
mentos.

Caso sejam introduzidas sobreleva-


ções sucessivas, estas não devem
distar entre si menos de 30,00m,
perdendo-se o efeito de conjunto se
distarem mais de 150,00m.

O espaçamento entre as sobreleva-


ções depende da velocidade que se
pretende induzir; isto é, quanto me-
nor for a distância entre as sobrele-
vações menor será a velocidade de
circulação.

ConfigUração
A sobrelevação da via deve ser
constituída por:

● plataforma sobrelevada;

● rampas.

A sobrelevação da via deve ocupar


toda a largura da faixa de roda-
gem, exceto nas seguintes situa-
ções, só admissíveis para sobre-
levações da via que não estejam
associadas a passadeiras de peões:

● se existir uma faixa ciclável;

● se existir um canalete de dre-


nagem.

aCaLMia de Tráfego – sobreLevação da via


– defLexão qUadriLáTera aPLiCáveL faixa
de rodageM

199
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

A plataforma sobrelevada deve


reunir as seguintes características:

● comprimento, medido na dire-


ção do eixo da via, deve ser entre
4,00m a 8,00m;

● caso a via seja utilizada com


regularidade por autocarros, o com-
primento, medido na direção do eixo
da via, deve ser superior a 6,00m;

● altura, medida relativamente ao


plano da faixa de rodagem, entre
5cm a 12cm.

As rampas devem ser perpendi-


culares ao eixo da via onde estão
contidas e reunir as seguintes
características:

● comprimento, medido na dire-


ção do eixo da via, igual ou superior
a 50cm;

● uma inclinação entre 3% a


12%. A inclinação das rampas é o
principal indicador de desconforto,
quanto maior for a inclinação me-
nor será a velocidade.

sobreLevação da via – defLexão qUadriLá-


Tera aPLiCáveL via de TrÂnsiTo

200
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

PaviMenTos infraesTrUTUras
O revestimento da plataforma Drenagem:
sobrelevada e das rampas deve
ser adequado ao tipo de tráfego e ● a introdução desta medida de
cargas a que irá estar sujeita. acalmia não pode piorar o sistema
de drenagem existente na via e
Para aumentar a visibilidade desta deve adequar-se o mesmo caso
medida de acalmia e contribuir seja necessário;
para a mudança de comportamen-
to dos condutores, pode utilizar-se ● deve evitar-se acumulação de
um revestimento de cor ou textura água nos pontos baixos, através
diferente do existente na faixa de da introdução de sumidouros ou
rodagem. canalete de drenagem;

sinaLização ● os sumidouros devem ser colo-


As rampas devem ser sinalizadas cados junto aos lancis, de ambos
com marcas transversais idênticas, os lados da faixa de rodagem,
constituída cada uma delas por fi- a montante da sobrelevação no
las de quadrados de 50cm de lado, sentido do escoamento superficial
alternando a cor branca com a do da via;
pavimento, de forma a produzir um
efeito xadrez: ● o canalete de drenagem inter-
rompe a plataforma sobrelevada,
● deve proibir-se a ultrapassagem de ambos os lados da faixa de
no mínimo 10,00m antes, depois rodagem, numa faixa de normal-
e durante a sobrelevação da via, mente 20cm;
através da marca rodoviária M1;
● caso seja necessário devem ser
● a marca rodoviária M1 separa previstas as devidas adaptações
os sentidos de trânsito e deve ser das infraestruturas existentes - al-
constituída por linha contínua, com teamento de tampas e/ ou altera-
largura de 20cm. ção do revestimento das tampas de
acordo com o material utilizado.

rede viária 3.º nível 4.º nível 5.º nível


velocidade máxima
50km/h 30km/h 30km/h
desejada no arruamento
inclinação 6% 8% 10%
comprimento 1,00m 2,00m 0,75m 1,5m 0,60m 1,20m
altura 6cm 12cm 6cm 12cm 6cm 12cm

adeqUação da inCLinação das raMPas veLoCidade desejada

201
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

sobrelevação de passadeira

desCrição
Elevação do pavimento da faixa de
rodagem até à altura do passeio,
conjugada com uma passagem de
peões.

Esta medida força o condutor a


reduzir a velocidade de circulação
para subir a rampa e passar pela
plataforma sobrelevada e o peão
percorre a passagem de peões
sempre ao mesmo nível.

objeTivos

● Reduzir as velocidades de circu-


lação.

● Desencorajar o tráfego de atra-


vessamento.

LoCaLização
Esta medida não deve ser implan-
tada:

● em vias de 1.º e 2.º nível;

● em vias de 4.º e 5.º nível que


façam a ligação entre as entradas
dos Hospitais e as vias de nível
superior;

● em locais onde a inclinação lon-


gitudinal da via é igual ou superior
a 8%;

● em locais sem iluminação


pública;

● em locais com pouca visibilida-


de, por exemplo em curvas;

● em vias onde circulem veícu-


los integrados na rede ferroviária
ligeira;

aCaLMia de Tráfego
sobreLevação de Passadeira

202
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Em vias de 3.º nível a implantação


desta medida deve ter em conta os
volumes de tráfego rodoviário, as
velocidades de circulação, os fluxos
pedonais e o registo de atropela-
mentos.

Deve procurar-se manter o alinha-


mento do canal pedonal existente.

Caso sejam introduzidas sobreleva-


ções sucessivas, estas não devem
distar entre si menos de 30,00m,
perdendo-se o efeito de conjunto se
distarem mais de 150,00m.

O espaçamento entre as sobreleva-


ções depende da velocidade que se
pretende induzir; isto é, quanto me-
nor for a distância entre as sobrele-
vações menor será a velocidade de
circulação.

ConfigUração
A sobrelevação da via com passa-
gem de peões é constituída por:

● plataforma sobrelevada;

● rampas.

A sobrelevação da via com passa-


gem de peões deve ocupar toda a
largura da faixa de rodagem.

A plataforma sobrelevada deve


reunir as seguintes características:

● comprimento, medido na dire-


ção do eixo da via, deve ser entre
4,00m a 8,00m;

● caso a via seja utilizada com


regularidade por autocarros, o
comprimento, medido na direção
do eixo da via, deve ser superior a
6,00m;

● altura, medida relativamente ao


plano da faixa de rodagem, entre
5cm a 10cm.

aCaLMia de Tráfego
sobreLevação de Passadeira

203
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

As rampas devem ser perpendi- ou textura bem diferenciada, que As rampas devem ser sinalizadas
culares ao eixo da via onde estão permita ao peão detetar a exis- com marcas transversais idênticas,
contidas e reunir as seguintes tência da passagem de peões, a constituída cada uma delas por fi-
características: sua largura e a direção de atra- las de quadrados de 50cm de lado,
vessamento. alternando a cor branca com a do
● comprimento, medido na dire- pavimento, de forma a produzir um
ção do eixo da via, igual ou superior O piso tátil deve conjugar a faixa efeito xadrez.
a 50cm; de alerta, a guia de encaminha-
mento e a moldura de contraste. infraesTrUTUras
● uma inclinação entre 6% a Drenagem:
12%. A inclinação das rampas é o sinaLização
principal indicador de desconforto, A plataforma sobrelevada deve ● a introdução desta medida de
quanto maior for a inclinação me- conter a passagem de peões defi- acalmia não pode piorar o sistema
nor será a velocidade. nida através das seguintes marcas de drenagem existente na via e
rodoviárias: deve adequar-se o mesmo caso
Deve igualmente existir uma área seja necessário;
de protecção, livre de obstáculos ● marca rodoviária M11;
que possam prejudicar o avista- ● deve evitar-se acumulação de
mento do peão pelos condutores. ● a marca rodoviária M11 deve água nos pontos baixos, através da
ser constituída por barras longitu- introdução de sumidouros;
PaviMenTos dinais paralelas ao eixo da via, com
O revestimento da plataforma largura de 50cm, alternadas por ● os sumidouros devem ser colo-
sobrelevada e das rampas deve ser intervalos regulares com a mesma cados junto aos lancis, de ambos
adequado ao tráfego automóvel e medida; os lados da faixa de rodagem,
seguro e confortável para o peão. a montante da sobrelevação no
O início das rampas deve distar sentido do escoamento superficial
Para aumentar a visibilidade desta 50cm do fim da marca rodoviária da via;
medida de acalmia e contribuir M11.
para a mudança de comportamen- ● caso seja necessário devem ser
to dos condutores, pode utilizar-se Deve introduzir-se uma linha de previstas as devidas adaptações
um revestimento de cor ou textura paragem com as seguintes carac- das infraestruturas existentes –
diferente do existente na faixa de terísticas: nomeadamente, alteamento de
rodagem. tampas e/ ou alteração do revesti-
● marca rodoviária M8, constituí- mento das tampas de acordo com
Na zona do passeio adjacente à da por barra transversal ao eixo da o material utilizado.
passagem de peões deve existir faixa de rodagem, com largura de
um tipo de revestimento espe- 50cm;
cífico e inconfundível, designado
piso tátil, com cor contrastante e/ ● a marca rodoviária M8 deve
distar 50 cm do final das rampas.

rede viária 3.º nível 4.º nível 5.º nível


velocidade máxima
50km/h 30km/h 30km/h
desejada no arruamento
inclinação 6% 8% 10%
comprimento 1,00m 2,00m 0,75m 1,5m 0,60m 1,20m
altura 6cm 12cm 6cm 12cm 6cm 12cm

adeqUação da inCLinação das raMPas veLoCidade desejada

204
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

ConfigUração
sobrelevação de cruzamento ● em locais onde a inclinação lon- A sobrelevação da via deve ser
gitudinal da via é igual ou superior constituída por:
desCrição
a 8%;
Elevação do pavimento do cruza- ● plataforma sobrelevada;
mento ou entroncamento até à ● em locais sem iluminação públi-
ca; ● rampas.
altura do passeio, de modo a forçar
o condutor a reduzir a velocidade
● em locais com pouca visibilidade, A sobrelevação das vias deve ocu-
de circulação para subir a rampa e
por exemplo em curvas; par todo o cruzamento ou entron-
passar pela plataforma sobrelevada.
camento, em particular se existirem
● em vias onde circulem veículos percursos cicláveis;
objeTivos
integrados na rede ferroviária ligeira.
● Reduzir as velocidades de circu- A plataforma sobrelevada deve
Em vias de 3.º nível a implantação reunir as seguintes características:
lação.
desta medida deve ter em conta os
volumes de tráfego rodoviário, as ● comprimento, medido na dire-
● Facilitar a circulação ciclável,
velocidades de circulação, os fluxos ção do eixo da via, deve ser entre
nomeadamente manobras de
pedonais e o registo de atropela- 4,00m a 8,00m;
viragem, em particular em vias
mentos.
partilhadas (vias onde as bicicletas
partilham o espaço rodoviário com ● caso a via seja utilizada com
Caso sejam introduzidas sobreleva- regularidade por autocarros, o
os veículos motorizados).
ções sucessivas, estas não devem comprimento, medido na direção
distar entre si menos de 30,00m, do eixo da via, deve ser superior a
● Desencorajar o tráfego de atra-
perdendo-se o efeito de conjunto se 6,00m;
vessamento.
distarem mais de 150,00m.
LoCaLização ● altura, medida relativamente ao
O espaçamento entre as sobreleva- plano da faixa de rodagem, entre
Esta medida não deve ser implan-
ções depende da velocidade que se 5cm a 12cm.
tada:
pretende induzir; isto é, quanto me-
nor for a distância entre as sobrele- As rampas devem ser perpendi-
● em vias de 1.º e 2.º nível;
vações menor será a velocidade de culares ao eixo da via onde estão
● em vias de 4.º e 5.º nível que circulação. contidas e reunir as seguintes
façam a ligação entre as entradas características:
dos Hospitais e as vias de nível
superior;

MiLTon ke nes -
sobreLevação de CrUzaMenTo

205
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

aCaLMia de Tráfego – sobreLevação de CrUzaMenTo

206
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

constituída por linha contínua, com


● comprimento, medido na dire- largura de 20cm.
ção do eixo da via, igual ou superior
a 50cm; infraesTrUTUras
Drenagem:
● uma inclinação entre 3% a
12%. A inclinação das rampas é o
● a introdução desta medida de
principal indicador de desconforto, acalmia não pode piorar o sistema
quanto maior for a inclinação me- de drenagem existente na via e
nor será a velocidade. deve adequar-se o mesmo caso
seja necessário;
PaviMenTos
O revestimento da plataforma
● deve evitar-se acumulação de
sobrelevada e das rampas deve água nos pontos baixos, através
ser adequado ao tipo de tráfego e da introdução de sumidouros ou
cargas a que irá estar sujeita. canalete de drenagem;
Para aumentar a visibilidade desta
● os sumidouros devem ser colo-
medida de acalmia e contribuir cados junto aos lancis, de ambos
para a mudança de comportamen- os lados da faixa de rodagem,
to dos condutores, pode utilizar-se a montante da sobrelevação no
um revestimento de cor ou textura sentido do escoamento superficial
diferente do existente nas faixas de da via;
rodagem.
● o canalete de drenagem inter-
sinaLização
rompe a plataforma sobrelevada,
As rampas devem ser sinalizadas de ambos os lados da faixa de
com marcas transversais idênticas, rodagem, numa faixa de normal-
constituída cada uma delas por fi- mente 20cm;
las de quadrados de 50cm de lado,
alternando a cor branca com a do ● caso seja necessário devem ser
pavimento, de forma a produzir um previstas as devidas adaptações
efeito xadrez: das infraestruturas existentes - al-
teamento de tampas e/ ou altera-
● deve proibir-se a ultrapassagem ção do revestimento das tampas de
no mínimo 10,00m antes e depois, acordo com o material utilizado.
através da marca rodoviária M1;

● a marca rodoviária M1 separa


os sentidos de trânsito e deve ser

rede viária 3.º nível 4.º nível 5.º nível


velocidade máxima
50km/h 30km/h 30km/h
desejada no arruamento
inclinação 6% 8% 10%
comprimento 1,00m 2,00m 0,75m 1,5m 0,60m 1,20m
altura 6cm 12cm 6cm 12cm 6cm 12cm

adeqUação da inCLinação das raMPas veLoCidade desejada

207
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Passeio contínuo

desCrição
A continuidade do passeio consiste
na interrupção da faixa de rodagem
pelo passeio, e implica a circulação
dos veículos por travessia pontual
do espaço do peão.

Esta medida força o condutor a


reduzir a velocidade de circulação
para passar pelo passeio, dando
prioridade ao peão que o percorre
sempre ao mesmo nível.

A continuidade do passeio só pode


ser adoptada se for assegurada
a sua compatibilidade com as se-
guintes características da via:

● classificação e respetiva função


na rede viária;

● volume de tráfego, que pode


ser alterado através da redução do
tráfego de atravessamento;

● velocidade limite, que pode ser


alterada através da introdução
de medidas físicas de acalmia de
tráfego.

A adopção da continuidade do
passeio implica, em coerência, o
seguinte:

● homogeneidade visual do
espaço do peão, não se materiali-
zando no passeio nenhuma marca
rodoviária;

● adequação do pavimento aos


esforços provocados pela travessia
de veículos;

● revestimento do passeio ade-


quado ao conforto e à segurança
do peão.

aCaLMia de Tráfego – Passeio ConTínUo

208
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

objeTivos

● Reduzir as velocidades de circu-


lação;

● Desencorajar o tráfego de atra-


vessamento;

● Evitar interrupções no percurso


do peão.

Tem as vantagens de permitir ao


peão andar sempre ao mesmo
nível, de criar uma continuidade
visual do espaço do peão e de
dispensar a sinalização vertical, a
sinalização horizontal e o piso tátil.

LoCaLização
Esta medida não deve ser implan-
tada:

● em vias de 1.º, 2.º e 3.º nível;

● em vias de 4.º e 5.º nível que


façam a ligação entre as entradas
dos Hospitais e as vias de nível
superior;

● em locais onde a inclinação lon-


gitudinal da via é igual ou superior
a 8%;

● em locais sem iluminação


pública;

● em locais com pouca visibilida-


de, por exemplo em curvas.

Deve procurar-se manter o alinha-


mento do canal pedonal existente.

ConfigUração
O passeio contínuo é constituída
por:

● plataforma continua;

● rampas, que podem ser substi-


tuídas por lancil boleado ou ram-
peado.

O passeio contínuo deve ocupar


toda a largura da faixa de roda-
barCeLona - Passeio ConTínUo
gem.

209
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

A plataforma sobrelevada deve PaviMenTos


reunir as seguintes características: O revestimento da plataforma
sobrelevada e das rampas deve ser
● comprimento, medido na dire- adequado ao tráfego automóvel e
ção do eixo da via, deve ser entre seguro e confortável para o peão.
4,00m a 8,00m;
É recomendável a utilização de pa-
● caso a via seja utilizada com vimento com material e cor idêntica
regularidade por autocarros, o à dos passeios adjacentes, para
comprimento, medido na direção assegurar a pretendida continuida-
do eixo da via, deve ser superior a de do espaço do peão, comunicando
6,00m; desta forma ao condutor que está a
atravessar uma zona pedonal.
● altura, medida relativamente ao
plano da faixa de rodagem, igual infraesTrUTUras
à do passeio adjacente - ressalto Drenagem:
zero -, sendo recomendável que
não exceda os 10cm; se altura for ● a introdução desta medida de
superior a 10cm, deve adequar-se acalmia não pode piorar o sistema
o comprimento das rampas/lancis de drenagem existente na via e
rampeados. deve adequar-se o mesmo caso
seja necessário;
As rampas, em particular os lancis
rampeados, devem ser perpendi- ● deve evitar-se acumulação de
culares ao eixo da via onde estão água nos pontos baixos, através da
contidas e reunir as seguintes introdução de sumidouros;
características:
● os sumidouros devem ser colo-
cados junto aos lancis, de ambos os
lados da faixa de rodagem, a mon-
● comprimento, medido na dire- tante da sobrelevação no sentido
ção do eixo da via, igual ou superior do escoamento superficial da via;
a 50cm;
● caso seja necessário devem ser
● em vias de sentido único, quan- previstas as devidas adaptações
do do atravessamento do passeio das infraestruturas existentes –
contínuo por veículos motorizados nomeadamente, alteamento de
poder-se-á considerar recorrer a tampas e/ ou alteração do revesti-
um lancil rampeado de 30cm quan- mento das tampas de acordo com
do da entrada, com o intuito de o material utilizado.
acalmar a velocidade, e de 50cm
de comprimento na saída do pas-
seio de forma a facilitar a referida
saída desta zona de acalmia.

rede viária 4.º nível 5.º nível


velocidade máxima desejada no arruamento 30km/h 30km/h
velocidade máxima desejada
10km/h 10km/h
na aproximação medida
inclinação 16% 20%
comprimento 0,50m 0,75m 0,30m 0,60m
altura 8cm 12cm 6cm 12cm

adeqUação da inCLinação das raMPas veLoCidade desejada

210
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Lombas redutoras de
velocidade Lrv’s

desCrição
Seção elevada do pavimento da
faixa de rodagem e construída em
quase toda a largura, com carácter
preferencialmente não temporário,
dimensionada em função da veloci-
dade pretendida, de modo a causar
desconforto crescente nos ocupan-
tes do veículos com o aumento da
velocidade.

objeCTivos

● Reduzir as velocidades de circu-


lação;

● Desencorajar o tráfego de atra-


vessamento.

LoCaLização
Esta medida não deve ser implan-
tada:

● em vias de 1.º e 2.º nível;

● em vias de 3º, 4.º e 5.º nível que


façam a ligação entre as entradas
dos Hospitais e as vias de nível
superior e/ou sejam consideradas
estratégicas pelo regimento sapa-
dores bombeiros e protecção civil;

● A uma distância inferior a 30 m


ou superior a 150m de uma pas-
sagem de peões não regulada por
sinalização luminosa automática de
trânsito;

● em locais onde a inclinação lon-


gitudinal da via é igual ou superior
a 6%;

● em locais sem iluminação


pública;

● em locais com pouca visibilida-


de, por exemplo em curvas.

aCaLMia de Tráfego – LoMbas redUToras


de veLoCidade – iMPLanTação de LoMbas
CUrTas

211
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Em vias de 3.º nível a implantação contidas e reunir as seguintes


desta medida deve ter em conta os ● Perfil sinusoidal; características:
volumes de tráfego rodoviário, as
● Perfil trapezoidal;
velocidades de circulação, os fluxos ● comprimento, medido na direc-
pedonais e o registo de atropela- ção do eixo da via, igual ou superior
● Perfil circular.
mentos. a 50cm;
A sobrelevação da via deve ocupar
Quando se recorra a lombas de toda a largura da faixa de roda- ● uma inclinação entre 3% e 10%;
maior comprimento (tipo sinusoidal gem, exceto nas seguintes situa-
e trapezoidal com comprimento ● para lombas do tipo sinusoidal
ções só admissíveis para sobre-
não inferior a 4,00 m), estas não recomenda-se que o seu compri-
levações da via que não estejam
devem distar entre si menos de mento esteja compreendido entre
associadas a passadeiras de peões:
40,00m e mais de 150,00m. os 4 e os 5 metros com uma altura
de 8 cm;
● se existir uma faixa ciclável;
Quando sejam introduzidas lombas
sucessivas de menor comprimento ● para lombas do tipo trapezoidal
● se existir um canalete de dre-
(não superior a 2,50 m), o espa- recomenda-se uma altura de 8cm
nagem.
çamento entre estas depende da com uma inclinação de rampas de
velocidade que se pretende induzir; A plataforma sobrelevada deve 8%. O troço plano da lomba não
isto é, quanto menor for a distân- reunir as seguintes características: deve ser inferior a 6 metros, caso
cia entre as lombas menor será a a via seja utilizada por veículos
velocidade de circulação. ● comprimento, medido na direc- pesados de transporte colectivo de
ção do eixo da via, deve ser entre passageiros;
No entanto, recomenda-se que 4,00m a 8,00m;
estas não distem nunca menos de ● para lombas do tipo circular,
10,00 m entre si e seja assegurada ● caso a via seja utilizada com deve ser considerada uma altura
uma distância não inferior a 15,00 regularidade por autocarros, o de 8cm com um comprimento de
m a passagens de peões. comprimento, medido na direção 4 metros e raio de curvatura de 17
do eixo da via, deve ser superior a metros.
ConfigUração 6,00m;
Deverá ser utilizado um perfil de Em passagens de peões apenas
LR cuja eficácia e adequabilidade ● altura, medida relativamente ao podem ser instaladas lombas de
ao fim em vista esteja devidamente plano da faixa de rodagem, entre perfil trapezoidal, ficando a marca
fundamentada por ensaios e/ou 2,5cm a 10cm, sendo recomendá- M11 de passagem para peões
estudos de situações reais, poden- vel uma altura de 8 cm. inteiramente contida na zona plana,
do ser considerados os seguintes devendo os eixos transversais
perfis: As rampas devem ser perpendi- daquela marca e da lomba ser
culares ao eixo da via onde estão coincidentes.

Lisboa - avenida áLvares CabraL – LoMba CUrTa seqUenCiaL desenhada Para LiMiTação de veLoCidade a 30 kM/h

212
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Lomba curta
desenhada para limitação de velocidade a 30 km/h

Lomba curta
desenhada para limitação de velocidade a 20 km/h

Lomba alongada
(curva circular)

Lomba alongada
(curva parabólica)

aCaLMia de Tráfego – LoMbas redUToras de veLoCidade – Perfis TiPo

213
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Lomba alongada curva sinusoidal


desenhada para limitação de velocidade a 30 km/h

Lomba alongada curva sinusoidal


desenhada para limitação de velocidade a 20 km/h

Lomba curta
perfil transversal

Lomba alongada
perfil transversal

aCaLMia de Tráfego – LoMbas redUToras de veLoCidade – Perfis TiPo

214
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

No entanto, e conforme referido, sinaLização tensão de via compreendida en-


serão admitidas outras soluções As rampas devem ser sinalizadas tre a primeira e a última lomba.
cuja eficácia e adequabilidade ao com marcas transversais idênticas,
fim em vista esteja devidamente constituída cada uma delas por fi- Em qualquer caso, e no mesmo
fundamentada quer por ensaios, las de quadrados de 50cm de lado, suporte que o sinal de lomba,
quer por estudos ou por situações alternando a cor branca com a do deve ainda ser colocado um sinal
reais. pavimento, de forma a produzir um indicando a velocidade máxima a
efeito xadrez: que o condutor é aconselhado a
PaviMenTos transitar (H6).
O revestimento da plataforma ● deve proibir-se a ultrapassagem
sobrelevada e das rampas deve no mínimo 15,00m antes, depois infraesTrUTUras
ser adequado ao tipo de tráfego e e durante a sobrelevação da via, A introdução desta medida de
cargas a que irá estar sujeita. através da marca rodoviária M1; acalmia não pode comprometer o
sistema de drenagem existente na
Usualmente são feitas em betão ● a marca rodoviária M1 separa via e deve adequar-se o mesmo
asfáltico, podendo também ser os sentidos de trânsito e deve ser caso seja necessário considerando
feitos em betão (pré-moldado). constituída por linha contínua, com as seguintes medidas:
largura de 20cm.
Os modelos em plástico / borracha ● salvaguardar-se a existência de
detêm um carácter mais tempo- Caso o comprimento da lom- um canalete de drenagem que in-
rário apresentando como incon- ba não permita a colocação da terrompa a plataforma sobrelevada
veniente adicional o facto de se marca acima identificada, deverá junto ao lancil, de ambos os lados
deteriorarem com maior rapidez e ser utilizada apenas uma fila de da faixa de rodagem, com uma
serem removidos facilmente. quadrados em cada marca. largura mínima de 20cm;

Para aumentar a visibilidade desta Deve também ser colocada a ● em casos particulares poderá
medida de acalmia e contribuir sinalização vertical de sinal de prever-se a instalação de sumi-
para a mudança de comportamen- lomba (A2a) com painel adicional douros ou canaletes de drenagem
to dos condutores, pode utilizar-se modelo 1 indicando a distância de modo a evitar a acumulação
um revestimento de cor ou textura a que se encontra a primeira de água nos pontos baixos. Estes
diferente do existente na faixa de lomba. devem ser colocados junto aos
rodagem, desde que seja garantida lancis, de ambos os lados da faixa
a necessária sinalização. No caso de uma sucessão de de rodagem, a montante da sobre-
lombas, deve ser adicionado o levação no sentido do escoamento
painel modelo 2, indicador da ex- superficial da via.

Lisboa - avenida eng. dUarTe PaCheCo – LoMba CUrTa seqUenCiaL desenhada Para LiMiTação de veLoCidade a 20 kM/h

215
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

CoLorado - LoMbas CUrTas rasgadas Para PassageM de veíCULos de soCorro

Lisboa - av. dUarTe PaCheCo - LoMbas CUrTas rasgadas Para PassageM de TransPorTes PúbLiCos

216
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

A distância mínima entre a barra Em ambos os casos deve ser asse-


bandas cromáticas de paragem e o primeiro conjunto gurada uma altura não superior a 6
de bandas é de 30 metros, inde- milimetros.
desCrição pendentemente de serem bandas
Marcas rodoviárias de cor branca cromáticas simples ou duplas. O Em ambas as soluções, devem
que alertam o condutor para a seu espaçamento deve ser ajus- distar 20 cm das guias ou lancis
necessidade de praticar velocida- tado em função da velocidade de contíguos que delimitam a via de
des mais reduzidas em determina- circulação pretendida (ver Cap. 5 – circulação.
dos locais, através de efeito visual Sinalização).
complementado com efeito sonoro O seu espaçamento deve ser ajus-
e vibração provocado pela cadência ConfigUração tado de acordo com as recomen-
de impactos nos pneus nas referi- Sequência de linhas transversais dações apresentadas no capítulo 5
das bandas. de cor branca, colocadas na via no – Sinalização, deste manual.
sentido do trânsito a que respei-
objeCTivos tam. Podem ser considerados os No entanto, e conforme referido,
seguintes tipos de bandas cromá- serão admitidas outras soluções
ticas: cuja eficácia e adequabilidade ao
● Promover a redução da veloci- fim em vista esteja devidamente
dade de circulação; ● Simples; fundamentada quer por ensaios,
quer por estudos ou por situações
● Localização ● Duplas. reais.

Esta medida pode ser implemen- Estas linhas são executadas em PaviMenTos
tada em todos os níveis da rede conjuntos de uma unidade, no mo- Pintura a tinta termoplástica
viária da cidade, não sendo usual delo simples, ou de duas unidades, antiderrapante na cor branca, RAL
a sua aplicação em vias de nível no modelo duplo, com uma largura 9016 com altura não superior a 6
5 uma vez que existem medidas de 50 cm. Quando duplas estas milímetros, aplicada, usualmente,
de acalmia mais eficazes a aplicar linhas de 50 cm devem ser parale- sobre tapete betuminoso.
neste nível viário. las, afastadas 30 cm uma da outra.
Para aumentar a visibilidade desta
medida de acalmia e contribuir
para a mudança de comportamento

Lisboa - rUa d. joão v

217
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

dos condutores, em particular em sinaLização


período nocturno ou em condições Deve proibir-se a ultrapassagem
de visibilidade reduzida, podem em toda a extensão das bandas
utilizar-se dispositivos retro-reflec- cromáticas, recorrendo a mar-
tores aplicados sobre o pavimento ca rodoviária M1 com largura de
(marcadores). 20cm, na separação dos sentidos
de trânsito.
Estes marcadores não devem ter
uma altura superior a 2,5 cm acima Deve ser colocada sinalização ver-
da cota de faixa de rodagem, de- tical com limitação de velocidade
vendo a sua utilização corresponder pretendida no inicio das bandas.
às necessidades de segurança da
circulação. infraesTrUTUras
A introdução desta medida de
Em casos particulares poder-se-á acalmia não pode comprometer o
considerar a utilização de outros sistema de drenagem existente na
materiais como lancis ou fiadas de via e devendo ser previstas as devi-
calçada, com altura não superior das adaptações das infraestruturas
a 6 milímetros, devendo a solução existentes, quando necessário.
ser validada pelos serviços técnicos
da câmara.

aLMada – bandas CroMáTiCas

218
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Medidas adicionais
As medidas adicionais de acalmia
de tráfego correspondem a medi-
das que pelas suas características
técnicas ainda que não introduzam
alterações na geometria da rua po-
dem ser utilizadas, quer de forma
isolada quer combinada com as
medidas acima referidas, uma vez
que apresentam resultados promis-
sores na redução da velocidade de
circulação. Destacam-se as seguin-
tes medidas:

● mini rotundas e rotundas;

● sistemas semaforizados de
controlo de velocidade;

● utilização integrada de elemen-


tos urbanos (mobiliário, iluminação,
arborização …);

● soluções especiais ao nível


das cores, desenho e textura dos
pavimentos;

● utilização de elementos espe-


ciais galgáveis;

● fecho parcial ou total de uma


rua ao trânsito automóvel;

● condicionamento da entrada
numa rua ou zona.

As mini rotundas são constituídas


por ilhas usualmente circulares ou
em forma de cápsula, de diâmetro
reduzido, localizadas no centro de
intersecções forçando o tráfego aLMada – Mini roTUndas gaLgáveis

rodoviário a contorná-las promo-


vendo assim a redução de veloci-
dade de circulação e contribuindo Usualmente este tipo de solução, tundas e detêm o mesmo tipo de
para uma mitigação da ocorrência devido à sua reduzida geometria, objectivos, sendo as dimensões da
de conflitos entre os diferentes recorre a uma zona intermédia ilha central, geometria dos ramos
utilizadores do espaço público. entre a ilha central e a faixa de de entrada e diâmetro exterior
rodagem, revestida de um mate- maiores. Esta solução pode ser
A implementação de mini-rotundas rial diferenciador que garanta a aplicada em intersecções de vias
deve ser considerada preferen- transposição, segura e não dema- de níveis superiores (2º e 3º nível).
cialmente em intersecções entre siado desconfortável, de veículos
vias de nível 4 e 5 com reduzido pesados. A utilização de sistemas sema
a moderado volume de tráfego f ricos de controlo de velocidade
rodoviário. As rotundas funcionam de forma é normalmente associado às redes
em tudo semelhante às mini-ro- de distribuição principal e secun-

219
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

dária, particularmente em grandes A utilização de soluç es espe


eixos de atravessamento urbano. ciais ao nível das cores, desenho
Esta solução não é recomendável e textura dos pavimentos permite
para vias de hierarquia inferior uma acentuar a noção de que se trata
vez que existem soluções mais de um espaço em que a priorida-
adequadas, como a sobrelevação de deve ser dada aos utilizadores
de passadeiras, que permitem mais vulneráveis actuando de
manter a segurança de circulação uma forma cooperante no que diz
de utilizadores vulneráveis sem respeito à correcta sinalização dos
comprometer os níveis de fluidez obstáculos.
do tráfego rodoviário.
É de destacar em particular o
A utilização integrada de elemen recurso a contra-guias, medida que
tos urbanos como mobiliário, é aplicada ao nível da faixa de ro-
iluminação e arborização entre dagem. Esta solução apesar de não
outros, ajuda a complementar e promover nenhum tipo de restrição
completar as soluções de acalmia física actua a nível psicológico
de tráfego, contribuindo de forma transmitindo a sensação de redu-
muito positiva para a criação de ção da largura da faixa de rodagem
ambientes urbanos mais serenos, o que contribui para promover a
alertando os condutores para a ne- redução na velocidade de circula-
cessidade de moderar a velocidade ção rodoviária.
de circulação.

Lisboa – av. Praia da viTória – redUção da


LargUra da via de TrÂnsiTo CoM reCUrso a
ConTra-gUia

220
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

Também as necessidades especiais No que respeita a medidas com-


de mobilidade dos veículos longos plementares de gestão de tráfego,
devem ser tidas em conta, pelo que o fecho parcial ou total de uma
o recurso a elementos especiais rua ao trânsito automóvel ou o
galgáveis, passíveis de ser aplica- condicionar o acesso a veícu
dos em mini-rotundas, conforme já los relevantes (residentes, cargas
referido, mas também em lom- e descargas, ou de emergência) a
bas, gincanas, estrangulamentos uma dada rua ou zona, permitirá
e intersecções, pode revelar-se desviar o tráfego de zonas urbanas
justificado. mais sensíveis desencorajando o
condutor de aceder a zonas onde
Este tipo de medida caracteriza-se se pretende privilegiar a circulação
pela criação de uma zona intermé- dos utilizadores mais vulneráveis.
dia entre a faixa de rodagem e as
zonas envolventes, revestida de um
material diferenciador e claramen-
te dissuasor para veículos ligei-
ros, podendo deter cota elevada
relativamente à faixa de rodagem,
e passível de transposição, segura
e não demasiado desconfortável,
pelos rodados dos pesados.

MiLTon ke nes – eLeMenTos esPeCiais gaLgáveis jUnTo a CrUzaMenTo

221
1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária GEOMETRIA

Por isso considera-se necessário


efeitos e aplicabilidade perceber o efeito que as medidas
de acalmia apresentadas detêm na
As medidas de acalmia de tráfego redução da velocidade, do volu-
apresentadas não produzem todas me de tráfego, da ocorrência de
os mesmos efeitos devendo por conflitos, e no tempo de circulação /
isso ser seleccionadas de acordo resposta quer de veículos de trans-
com as características específicas porte público quer de serviços de
do local a intervencionar e dos socorro, podendo esse impacto ser
objectivos de projecto. considerado reduzido, moderado ou
significativo.
A possibilidade de implementação
numa determinada via de medidas A escolha e adequabilidade das
mais restritivas será tanto mais vi- medidas de acalmia variam em
ável quanto menor for a importân- função da hierarquia da rede viária,
cia que a rua assume na fluidez do das características físicas e dos
tráfego rodoviário, ou seja, quanto atributos operacionais das vias pelo
menor for o nível da via na hierar- que será fundamental conhecer e
quia viária e o volume de tráfego compreender as suas característi-
existente / desejável. cas.

redução da redução do redução de Tempo circulação Tempo de


velocidade de volume de tráfego con itos Transporte Público circulação
circulação veículos socorro

alteração gincana M M R M M
alinhamentos
horizontais estrangulamento via M M M M M

estreitamento
M R M M M
interseç es

redução raios
M R M M M
curvatura

alteração sobrelevação via E M E E E


alinhamentos
verticais sobrelevação
E M E E E
passadeira

sobrelevação
E M E E E
cruzamento

Passeio contínuo E M E E E

Lombas redutoras E M M E E

bandas cromáticas M R R R R

Medidas adicionais rotundas /


M M E M S
mini rotundas

sLaT controlo de
M M M E R
veloc.

elementos urbanos R R R R R

Cores e textura
R R M R R
pavimento

elementos galgáveis. M R M R R

fecho de rua E E E E E

Condicionamento de
E E E E R
acesso

efeiTo das Medidas de aCaLMia de Tráfego r reduzido M Moderado e elevado

222
GEOMETRIA 1.3. Espaços dE CirCulação rodoviária

nível 1º nível 2º nível 3º nível 4º nível 5º nível

designação rede rede de rede de rede de rede de acesso


estruturante distribuição distribuição Proximidade Local
Principal secundária

Características Número de sentidos 2 2 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2


físicas
Número mínimo de vias com 1
- - 2 1 1
sentido de circulação

Número mínimo de vias com 2


3+3 2+2 1+1 1+1 1+1
sentidos de circulação

Largura mínima das vias (m) 3,25 3,00 3,00 3,00 3,00

atributos Velocidade regulamentada (km/h) 80 - 120 50 - 80 30 - 50 20 - 50 20 - 50


operacionais
Volume de tráfego (veic./h) 2.400 – 6.000 1.300 – 2.000 750 – 1.500
- -
veic/h veic/h veic/h

alteração Gincana - - ● ● ●
alinhamentos
horizontais Estrangulamento via - - ● ● ●

Estreitamento interseções - ● ● ● ●

Redução raios curvatura - ● ● ● ●

alteração Sobrelevação via - - ● ● ●


alinhamentos
verticais Sobrelevação passadeira - - ● ● ●

Sobrelevação cruzamento - - ● ● ●

Passeio contínuo - - - ●

Lombas redutoras - - ● ● ●

Bandas cromáticas ● ● ● ●

Medidas adicionais Rotundas / mini-rotundas - ● ● ● ●

SLAT - controlo de veloc. ● ● ● - -

Elementos urbanos ● ● ● ● ●

Cores e textura pavimento ● ● ● ● ●

Elementos galgáveis. - - ● ● ●

Fecho de rua - - - - ●

Condicionamento de acesso - - - - ●

aPLiCabiLidade das Medidas de aCaLMia de Tráfego eM fUnção da rede viária.

223
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Os veículos motorizados passam população residente e visitante.


mais tempo imobilizados, do que
em movimento, sendo por isso No estacionamento na via pública
1.4 necessário dispor de locais pró-
prios para o seu estacionamento,
da cidade é tida em consideração
a hierarquia da rede viária, pelo
Espaços de seja ocupando o espaço público
ou, preferencialmente, espaços
que nas vias onde a mobilidade é
privilegiada não é previsto esta-
estacionamento privados. Com o decorrer dos anos,
esta exigência de espaço tem-se
cionamento, sendo criada oferta
nas vias locais (distribuidoras e de
acesso), tendo sempre em conside-
e paragem tornado cada vez mais difícil de
acomodar por parte da maioria das ração a necessidade de reservar o
cidades mundiais tornando-o cada espaço adequado/ necessário para
vez mais escasso e dispendioso, outras funções e atividades (cargas
tornando-se essencial garantir uma e descargas, tomada e largada de
gestão mais eficiente e eficaz da passageiros …).
oferta existente.
No entanto, a existência de níveis
Nos últimos anos, na cidade de deficitários de oferta de estacio-
Lisboa, começou a assistir-se à namento, em particular nas zonas
implementação de políticas de históricas e centrais, tem origi-
estacionamento onde os níveis e nado dificuldades ao escoamento
tipologias de oferta passaram a do tráfego, seja pela redução da
ser definidos tendo em especial capacidade causada pelo estacio-
atenção os níveis de acessibilidade namento ilegal, seja pelo aumento
oferecidos pelo transporte público, dos volumes de tráfego que resulta
ao mesmo tempo que começaram da procura ativa de lugar para
a ser definidos níveis de acessibi- estacionar, em particular nas horas
lidade automóvel desejáveis para de ponta da manhã e da tarde,
os diferentes espaços urbanos, em situação que urge resolver, sendo
função das opções ambientais e da este manual de boas práticas mais
qualidade de vida desejável para a uma medida nesse sentido.

Lisboa – baixa

224
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

relacionam a duração média de


estacionamento em função do ● Nível de estacionamento ilegal,
Caracterização da motivo da viagem, demonstram
incluindo paragem em 2 fila;

Procura que o estacionamento de curta e


● Duração média do estaciona-
média duração está associado a
mento;
atividades como compras, negó-
cios, vendas e serviços, enquanto o
● Taxa de rotatividade dos lugares
Na cidade de Lisboa, entende- estacionamento de longa duração de estacionamento;
-se que uma zona tem um défice surge associado a deslocações para
potencial de estacionamento se a o trabalho. Uma particularidade ● Procura de estacionamentos por
soma de lugares para residentes interessante na caracterização da residentes;
for inferior a 0,8 lugar por 100m2 procura é o facto de a satisfação
de área de construção ou, se nas dos utentes estar intimamente ● Cargas de estacionamento exis-
zonas da cidade que estão na área ligada à localização geográfica de tentes e previstas em cada zona;
de influência direta de estações de estacionamento, relativamente ao
metro ou interfaces de transporte seu destino final. Para cada tipo de ● Nível de procura para cargas e
público, a oferta de estacionamen- deslocação existe uma distância descargas e tomada e largada de
to for inferior a 0,6 lugar por cada máxima que, em média, os condu- passageiros.
100m2 de área de construção, uma tores e passageiros estão dispostos
vez contabilizada a oferta pública e a percorrer a pé até ao seu local de Nas zonas consolidadas, em parti-
privada de lugares, designadamen- destino. cular nas áreas centrais e históricas
te os existentes nos edifícios de da cidade, onde a oferta de esta-
habitação, acrescidos daqueles que, Estudos efetuados em cidades cionamento é deficitária em relação
situados na via pública ou em es- Americanas e Australianas com a à procura, há necessidade de
paços edificados, sejam acessíveis escala e aglomerado populacio- identificar, ordenar e hierarquizar
aos residentes em regime gratuito nal equivalentes ao da cidade de os diferentes tipos de utilizadores
ou de preços bonificados. Lisboa, demonstram que os utentes definindo níveis de prioridade em
estão dispostos a percorrer uma função dos objetivos que se preten-
A procura ativa de estacionamento distância a pé não superior a 240 dam atingir.
manifesta as suas necessidades metros desde o estacionamento
em função do uso do solo e da po- até ao seu destino final, em função Esta hierarquização assume que
litica de mobilidade assumida pelo da duração média das atividades o futuro das áreas urbanas passa
Município para a área urbana em (240m corresponde a uma ativida- pela inversão das tendências ‘pró
que intervimos. Para tal é neces- de de trabalho durante um período automóvel’ verificadas nas últimas
sário conhecer e compreender as de 7 a 8 horas). Estes são valores décadas, assumindo um compro-
necessidades dos utentes, nomea- conservadores, dado tratarem-se misso mais sustentável, tendo em
damente o nível de oferta e o tipo de países nos quais à data do estu- vista uma escala mais humana,
de estacionamento pretendido, em do (1973) não existia uma cultura no sentido de revitalizar social e
função do motivo da sua viagem. de deslocação a pé, ao contrário economicamente os seus centros
Apenas através do conhecimento das cidades europeias, pelo que é históricos, atraindo residentes para
destes fatores é possível definir de recomendável que no âmbito da as zonas mais centrais e antigas,
forma credível a necessidade e lo- requalificação de um arruamento bem como clientes para as suas
calização adequada para o estacio- ou zona da cidade de Lisboa se zonas de comércio e de serviços.
namento, bem como as suas regras determine a procura de estaciona-
de utilização. mento recorrendo a métodos de
recolha de informação, seja através
Considera-se que o estacionamento de entrevista ou simplesmente por
é de curta duração se inferior a 1h, observação direta, que permitam
de média duração quando entre 1h determinar a seguinte informação:
e 4h e de longa duração quando
superior a 4h. ● Pico(s) de procura verificados;

Estudos efetuados em cidades ● Procura ao longo do dia e even-


americanas com a escala e aglo- tuais períodos de saturação;
merado populacional equivalen-
tes ao da cidade de Lisboa e que ● onas mais saturadas;

225
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Nos parques e zonas de estaciona-


mento podem, mediante sinaliza-
Critérios de ção própria, ser reservados lugares
Dimensionamento ao estacionamento de veículos
afetos ao serviço de determinadas
entidades ou utilizados no trans-
porte de pessoas com deficiência.
O estacionamento na via pública
– bicicletas, motociclos e veículos Os espaços de estacionamento de
ligeiros – é autorizado em todos os veículos ligeiros, motociclos e bici-
níveis da rede viária, com exceção cletas são assinalados através de
da Rede Estruturante - 1.º Nível, e sinalização horizontal, podendo, se
deverá considerar a largura e as necessário, ser complementada por
restrições operacionais de cada via. sinalização vertical, localizando-se:

Os parques, as zonas e os luga- ● em faixa contígua à via, assi-


res de estacionamento podem ser nalada exclusivamente através de
afetos a veículos de certas catego- pintura e/ ou mudança de pavimen-
rias, podendo a sua utilização ser to;
limitada no tempo ou sujeita ao pa-
gamento de uma taxa, nos termos ● em recorte específico do espaço
fixados em regulamento municipal. de circulação pedonal.

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – esTaCionaMenTo obLíqUo

226
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

Os espaços para estacionamento No caso dos espaços de estacio-


de bicicletas são assinalados atra- namento para bicicletas admite-se
Estacionamento vés de sinalização horizontal na cor que a sua localização possa tam-
de bicicletas RAL 6028, podendo, se necessário, bém ocorrer no espaço de circula-
ser complementada por sinalização ção pedonal - passeio -, desde que
vertical, localizando-se: tal se justifique pela proximidade
à entrada dos principais equipa-
● em faixa contígua à via, assina- mentos públicos – escolas, biblio-
lada através de pintura ou mudan- tecas, hospitais, polidesportivos,
ça de pavimento e pintura; interfaces de transportes públicos
-, e desde que tal não perturbe
● em recorte específico do espaço a fluidez da circulação pedonal,
de circulação pedonal, assinalado nomeadamente a continuidade do
através de pintura ou mudança de percurso acessível; nesta situação
pavimento e pintura. não deverá ser utilizada a sinaliza-
ção horizontal.
Os estacionamentos para bicicletas
podem ocupar os 5m anteriores às Em qualquer das situações, estará
passadeiras dado não comprome- sempre associada aos espaços de
terem significativamente a visibi- estacionamento para bicicletas a
lidade entre peão e automobilista instalação do necessário dispositivo
quando do atravessamento. de suporte para bicicletas.

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas LongiTUdinaL – no Passeio

227
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – no Passeio

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – eM boLsa de esTaCionaMenTo CoTa de via

228
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – no Passeio

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – eM boLsa de esTaCionaMenTo CoTa de via

229
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Os espaços para estacionamento Os lugares para estacionamento


de motociclos são assinalados de motociclos pode ser individua-
Estacionamento através de sinalização horizon- lizados, no caso do seu posiciona-
de motociclos tal na cor RAL 1034, podendo, se mento longitudinal relativamente à
necessário, ser complementada por via, ou agrupados num só espaço
sinalização vertical, localizando-se: de estacionamento, no caso do seu
posicionamento transversal relati-
● em faixa contígua à via, assina- vamente à via.
lada através de pintura ou mudan-
ça de pavimento e pintura;
Longitudinal
● em recorte específico do espaço
de circulação pedonal, assinalado diMensões do LUgar
através de pintura ou mudança de 1,00m de largura x 1,80m a 2,50m
pavimento e pintura. de comprimento

Os estacionamentos para moto-


ciclos podem ocupar os 5m an- Transversal
teriores às passadeiras dado não
comprometerem significativamente DIMENSõES DE REfERêNCIA DO
a visibilidade entre peão e automo- esPaço
bilista quando do atravessamento. 2,00m de largura x 5,00m de com-
primento

ESTACIONAMENTO DE MOTOCICLOS

230
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – esTaCionaMenTo de MoToCiCLos

Lisboa – avenida Praia da viTória – esTaCionaMenTo de MoToCiCLos

231
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Os espaços para estacionamento


de veículos ligeiros são assinalados ● em recorte específico do espaço
Estacionamento através de sinalização horizontal,
de circulação pedonal, assinalado
através de pintura e/ ou mudança
de automóveis podendo, se necessário, ser com-
de pavimento e pintura.
plementada por sinalização vertical,
ligeiros localizando-se:
Os lugares para estacionamento de
veículos ligeiros devem ser individu-
● em faixa contígua à via, assi-
alizados e ter posicionamento lon-
nalada através de pintura e/ ou
gitudinal, oblíquo | 45º, oblíquo | 60º
mudança de pavimento;
ou transversal relativamente à via.

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – esTaCionaMenTo de aUToMóveis Ligeiros

232
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

O primeiro e o último lugar de cada sentidos de trânsito e entre 3.50m


Longitudinal faixa de estacionamento devem (minimo) e 4,50m (em zonas resi-
ter um comprimento de 5,50m. No denciais ou mistas com uma moda
diMensões do LUgar caso de lugares isolados o compri- da cércea superior a 5 pisos), no
2.00m a 2.25m de largura x 5,00m mento deve aumentar para 6,00m caso de vias com apenas um senti-
de comprimento. Em zonas his- de forma a facilitar a manobra. do de trânsito.
tóricas da cidade e em ruas de
perfil muito reduzido, poder-se-á LargUra da via de aCesso
considerar uma largura de 1.80 m entre 3,00m [mínimo] e 3,25m
para estacionamento longitudinal. [recomendado] em vias com dois

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros


LongiTUdinaL

233
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros LongiTUdinaL

234
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

Oblíquo | 45º

diMensões do LUgar
2,30m a 2.50m de largura
sem barreira física que
impeça o avanço dos veículos
sobre os passeios, faixa de
estacionamento com 4,20m
de profundidade
com barreira física que
impeça o avanço dos veículos
sobre os passeios, faixa de
estacionamento com 4,50m
de profundidade

LargUra da via de aCesso


entre 3,00m [mínimo] e
3,25m [recomendado] em
vias com dois sentidos de
trânsito. Nas vias que inte-
gram a rede de acesso Local
[5.º Nível], poder-se-á, se de-
vidamente justificado, aceitar
uma largura de via mínima de
2,75m.
e entre 3,70m [mínimo] e
4,20m [recomendado], no
caso de vias de apenas um
sentido de trânsito.

Casos ParTiCULares
Quando contíguos a percursos
cicláveis (faixa ciclável ou via
partilhada) recomenda-se que
esta tipologia de parqueamen-
to seja redesenhada de modo
a assegurar que o acesso ao
estacionamento seja feito em
marcha atrás e não de frente
(estacionamento oblíquo inver-
tido).

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros 45º - via CoM 2 senTidos de CirCULação

235
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros 45º - via senTido úniCo

236
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

esTaCionaMenTo inverTido de veíCULos Ligeiros 45º - via senTido úniCo

237
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Oblíquo | 60º

diMensões do LUgar
2,30m a 2.50m de largura
sem barreira física que
impeça o avanço dos veículos
sobre os passeios, faixa de
estacionamento com 4,20m
de profundidade
com barreira física que
impeça o avanço dos veículos
sobre os passeios, faixa de
estacionamento com 4,50m
de profundidade

LargUra da via de aCesso


entre 3,00m [mínimo] e
3,25m [recomendado] em vias
com dois sentidos de trânsito.
Nas vias que integram a rede
de acesso Local [5.º Nível]
e que tenham mais de uma
via com o mesmo sentido de
circulação, poder-se-á, se de-
vidamente justificado, aceitar
uma largura de via mínima de
2,75m.
entre 4,20m [mínimo] e
4,50m [recomendado], no
caso de vias de apenas um
sentido de trânsito.

Casos ParTiCULares
Quando contíguos a percursos
cicláveis (faixa ciclável ou via
partilhada) recomenda-se que
esta tipologia de parqueamento
seja redesenhada de modo a as-
segurar que o acesso ao estacio-
namento seja feito em marcha
atrás e não de frente (estaciona-
mento oblíquo invertido).

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros 60º - via CoM 2 senTidos de CirCULação

238
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros 60º - via senTido úniCo

239
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

esTaCionaMenTo inverTido de veíCULos Ligeiros 60º - via senTido úniCo

240
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

Transversal | 90º

diMensões do LUgar
2,30m a 2.50m de largura
sem barreira física que impeça
o avanço dos veículos sobre os
passeios, faixa de estacionamen-
to com 4,50m de profundidade
com barreira física que impeça
o avanço dos veículos sobre os
passeios, faixa de estacionamen-
to com 5,00m de profundidade

LargUra da via de aCesso


Esta solução de estacionamento,
apesar de garantir uma maior
oferta de estacionamento apre-
senta alguns condicionamentos ao
nível da entrada, mas sobretudo na
saída do parqueamento. Nesse sen-
tido, e com o intuito de minimizar
possíveis conflitos com os restantes
veículos que circulam na faixa de
rodagem, esta solução de estacio-
namento deverá ser preferencial-
mente utilizada apenas em vias
de sentido único e com uma única
faixa de rodagem. Deverá ser igual-
mente considerada a sua utilização
em parques de estacionamento.
A via de acesso deverá ter uma lar-
gura de 4,50m [mínimo] ou 5,00m
[recomendado].

Casos ParTiCULares
Quando contíguos a percursos
cicláveis (faixa ciclável ou via parti-
lhada) recomenda-se que o acesso
ao estacionamento seja feito em
marcha atrás e não de frente (esta-
cionamento transversal invertido).

esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros – 90º via de senTido úniCo

241
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

Mobilidade Condicionada

Os lugares de estacionamento
reservados ao estacionamento de
veículos ligeiros em que um dos
ocupantes seja uma pessoa com
mobilidade condicionada, devem
ser preferencialmente oblíquos
ou transversais e apresentar as
seguintes características;

● ter uma largura útil não inferior


a 2,50m;

● possuir uma faixa de acesso


lateral com uma largura útil não
inferior a 1,00m e ligada à rede de
percursos acessíveis, devendo, em
caso de diferença de cotas, apre-
sentar soluções que a vençam;

● ter um comprimento útil não


inferior a 5,00m;

● estar localizados ao longo do


percurso acessível mais curto até
à entrada/ saída do espaço de es-
tacionamento ou do equipamento
que servem;

● se existir mais de um local


de entrada/ saída no espaço de
estacionamento, estarem dispersos
e localizados perto dos referidos
locais;

● ter os seus limites demarcados


por linhas pintadas no piso em cor
contrastante com a da restante
superfície;

● ser reservados por um sinal


horizontal com o símbolo interna-
cional de acessibilidade, pintado
no piso em cor contrastante com a
da restante superfície e com uma
dimensão não inferior a 1,00m de
lado, e por um sinal vertical com o
símbolo de acessibilidade, visível
mesmo quando o veículo se encon-
tra estacionado.

esTaCionaMenTo Para Pessoas CoM Mob. CondiCionada - LongiTUdinaL

242
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

A faixa de acesso lateral pode ser


partilhada por dois lugares desde
que sejam contíguos.

Apesar de menos usual poder-se-á


considerar a criação de parquea-
mentos de mobilidade condicionada
dispostos longitudinalmente em
relação à via de acesso se forem
asseguradas as características
acima identificadas.

Em casos particulares, como zonas


urbanas consolidadas, onde seja
impraticável incluir a faixa de
acesso lateral, deverão os lugares
ser dimensionados de forma a que
o seu comprimento apresente uma
dimensão não inferior a 5,50m
de forma a facilitar a manobra de
entrada e a circulação do condutor
em torno da viatura.

esTaCionaMenTo Para Pessoas CoM Mob. CondiCionada - LongiTUdinaL

243
1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM GEOMETRIA

esTaCionaMenTo de MobiLidade CondiCionada – obLíqUo

esTaCionaMenTo de MobiLidade CondiCionada – obLíqUo

244
GEOMETRIA 1.4 ESPAÇOS DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM

esTaCionaMenTo de MobiLidade CondiCionada – PerPendiCULar

esTaCionaMenTo de MobiLidade CondiCionada – PerPendiCULar

245
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

São conhecidas as vantagens do por carril e sistemas ferroviários,


transporte público relativamente ligeiros e pesados.
ao transporte individual, particular-
1.5 mente no que se refere a eficiên-
cia da ocupação do solo, onde se
As paragens constituem um ele-
mento fundamental deste modo
Transportes consegue transportar mais pessoas
usando menos espaço, e, portanto,
de transporte pois e a partir delas
que os passageiros tem acesso
Públicos reduzindo os congestionamentos,
mas também na área energética e
ao sistema, não devendo por isso
ser ignorada e/ou negligenciada a
ambiental. relação com o espaço público. Na
sua localização e concepção estão
A utilização intensiva do transporte Considerando que a garantia da em jogo factores tão diversos como
individual tem causas e consequên- acessibilidade deve constituir o a tipologia de paragens, as suas
cias bem conhecidas em particular objectivo geral da(s) politica(s) de componentes fundamentais, a sua
no que diz respeito ao aumento do transportes, sendo o transporte não relação com os espaços de circula-
congestionamento, da sinistralida- um fim mas um meio para se al- ção pedonal, ciclável e rodoviária e
de rodoviária, da poluição atmosfé- cançar os objectivos considerados, espaços de estacionamento, sendo
rica e do consumo de combustível, e que como tal detém um papel estes alguns dos temas abordados
reflectindo-se na diminuição da determinante na mobilidade das ci- neste subcapítulo.
qualidade de vida das pessoas, dades, este tema apenas trata dos
nomeadamente na possibilidade transportes rodoviários de passa-
de estas terem acesso aos bens e geiros, nomeadamente autocarros,
serviços que necessitam. excluindo-se os autocarros guiados

Londres - WesTMinsTer

246
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

O tipo de paragem deve ser com- sibilidade pedonal. A paragem em


Tipologias de Paragem patível com o nível da via, de acor- via própria implica ainda manobras
do as recomendações apresentadas mais difíceis para os motoristas,
A densidade das paragens deve no documento (ver rede viária) e de dificulta a acostagem, consome
corresponder a um valor aproxima- acordo com a hierarquia da rede espaço pedonal, dificulta a instala-
do de 2 a 3 paragens por quilo- viária definida pelo Plano Director ção de abrigos (por falta de espaço
metro, sendo que a sua área de Municipal. no passeio) e torna a mudança de
influencia corresponde usualmente paragens mais onerosa e difícil.
a uma irradiação de 300 a 400 O recurso a paragem em recorte Estas desvantagens prejudicam a
metros (5 minutos a pé). ou em via própria deve ser limitado segurança rodoviária, a velocidade
aos locais onde se conjuguem as comercial dos autocarros e a aces-
A configuração da paragem, do seguintes três condições: sibilidade pedonal.

lado da faixa de rodagem, deve: ● Volume de tráfego elevado; A paragem em plena via pode ser
obtida mediante preenchimento de
● Facilitar a acostagem do auto- ● Frequência de autocarros ele- recorte ou via própria pré-existentes.
carro nas portas de entrada e saída vada;
(i.e., integral); O recorte ou a via própria não de-
● Paragem servida por mais de vem prejudicar o percurso pedonal
● Minimizar o intervalo horizontal duas carreiras. no passeio, o qual deve possuir a
entre os pisos do autocarro e da seguinte largura livre:
paragem; A experiência demonstra que a
paragem em recorte fomenta a ● Em novos arruamentos, 1,50m
● Facilitar a reinserção do auto- prática de velocidades elevadas, ou superior;
carro na corrente de tráfego; dificulta a reinserção do autocarro
na corrente de tráfego, dificulta ● Em passeios adjacentes a vias
● Desencorajar o estacionamento a acostagem, fomenta o estacio- já existentes, de 2.º ou 3.º nível,
abusivo na faixa de acostagem. namento ilegal, tornando a acos- 1,50m ou superior;
tagem mais difícil ou impossível,
A paragem deve seguir um dos consome espaço pedonal, dificulta ● Em passeios adjacentes a vias
seguintes tipos: a instalação de abrigos (por falta já existentes, de 4.º nível, 1,20m ou
de espaço no passeio) e torna a superior;
● Paragem em plena via mudança de paragens mais onero-
sa e difícil. ● Nas restantes situações, 1,50m
● Paragem em recorte ou superior.
Estas desvantagens prejudicam a
● Paragem em via própria segurança rodoviária, a velocidade Nota: aplica-se a hierarquia viária
comercial dos autocarros e a aces- definida pelo PDM.

Lisboa – areeiro – ParageM eM reCorTe

247
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

ParageM eM PLena via


A paragem em plena via deve per-
mitir ao autocarro:

● Realizar a acostagem integral


com uma mudança de direção
mínima;

● Efectuar os embarques e
desembarques com o autocarro
imobilizado na via de trânsito,
mesmo que isso implique (caso da
via única) interrupção do restante
tráfego rodoviário.

Se existir estacionamento margi-


nal à via, no lado da paragem, a
paragem em plena via deve possuir
um avanço saliente. Na tomada
desta decisão deve considerar-se
da mesma forma a existência de
estacionamento demarcado ou não
demarcado, e legal ou ilegal.

Quando exista, o avanço saliente


deve ter as seguintes dimensões:

● Largura igual ou superior à


largura da zona de estacionamento
adjacente;

● Se a paragem servir autocarros


articulados, comprimento de 18
metros;

● Nos restantes casos, compri-


mento de 12 metros;

● Se houver condicionantes de
grande escala (por ex., árvores ou
candeeiros de iluminação pública),
o comprimento referido no ponto
anterior pode ser reduzido para 10
metros.

ParageM de aUToCarro eM PLena via ParageM de aUToCarro eM PLena via


CoM avanço do Passeio. CoM sUPressão de esTaCionaMenTo.

248
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

ParageM eM reCorTe
A paragem em recorte deve permi-
tir ao autocarro:

● Sair completamente da faixa de


rodagem;

● Realizar a acostagem integral


com uma manobra única (i.e., sem
marcha-atrás);

● Efectuar os embarques e
desembarques com o autocarro
parado no recorte.

A posição do ponto de paragem no


recorte deve ser a mais favorável à
manobra de acostagem.

O ângulo de saída do recorte deve


facilitar a reinserção na corrente de
tráfego. Os ângulos de entrada e
saída no recorte podem ser assimé-
tricos, sendo o ângulo de saída do
recorte formado pelo lado de saída
do recorte e o eixo da via. Quanto
menor, melhor será a visibilidade
para o motorista do autocarro, e
mais fácil a reinserção na corrente
de tráfego.

ParageM eM reCorTe ParageM eM reCorTe CoM enTrada direTa

249
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

ParageM eM via PróPria


A paragem em via própria deve
permitir ao autocarro:

● Sair completamente da faixa de


rodagem;

● Manobrar dentro do espaço


delimitado pelo passeio e pelo
separador;

● Realizar a acostagem integral;

● Efectuar os embarques e
desembarques com o autocarro
parado na via própria;

● Estar parado por períodos de


tempo mais longos (por ex., em
estação terminal).

A paragem em via própria deve


estar separada fisicamente da faixa
de rodagem por meio de uma ilha.

A posição do ponto de paragem na


via própria deve ser a mais favorá-
vel à manobra de acostagem.

O ângulo de saída do recorte deve


facilitar a reinserção na corrente de
tráfego. Os ângulos de entrada e
saída no recorte podem ser assimé-
tricos, sendo o ângulo de saída do
recorte formado pelo lado de saída
do recorte e o eixo da via. Quanto
menor, melhor será a visibilidade
para o motorista do autocarro, e
mais fácil a reinserção na corrente
de tráfego.

ParageM eM reCorTe CoM saída direTa ParageM de aUToCarro eM via PróPria

250
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

Implantação Relação com


a geometria da via
A implantação da paragem deve
otimizar, pela seguinte ordem de A paragem de autocarro é compa-
prioridades: tível com medidas de acalmia de
tráfego, devendo:
● A segurança rodoviária, nomea-
damente dos peões; ● Nos estreitamentos, salvaguar-
dar-se uma largura livre igual ou
● A facilidade de transbordo para superior a 2,75m;
outras carreiras de autocarro;
● Nas mudanças de direção (por
● A facilidade de transferência de ex., mini rotundas), salvaguardar-se
e para outras interfaces de trans- o espaço necessário à manobra do
porte público; autocarro;

● A proximidade aos principais Deve evitar-se a implantação de


polos geradores de viagens (por ex., paragens em curva.
escolas);
Devem assegurar-se as seguintes
● O conforto e perceção de segu- distâncias mínimas à interseção:
rança dos passageiros em espera;
● Antes da entrada, 15m;
● A minimização do impacto na
fluidez do tráfego pedonal; ● Depois da saída, 10m a 50m.

● A minimização do Impacto na
fluidez do tráfego rodoviário. Relação com o Estacionamento

Deve evitar-se a implantação de Junto à paragem de autocarro deve


paragem em vias com uma in- haver proibição de paragem e esta-
clinação longitudinal superior a cionamento, da seguinte forma:
5%. Deve igualmente evitar-se a
implantação de paragens junto a ● Sinalização vertical com painel
obstáculos de grande porte que C16;
impeçam ou prejudiquem a visi-
bilidade dos passageiros para o ● Inicio da proibição 15 metros
autocarro em aproximação, ou do (minimo) antes do ponto de para-
motorista do autocarro para os gem e final de proibição 8 metros
passageiros em espera. (minimo) depois da paragem de au-
tocarro quando esta for feita na via
O pavimento das faixas de roda- com supressão de estacionamento;
gem junto às paragens de autocar-
ro deverá ser reforçado, devendo, ● Inicio da proibição 2 metros (mi-
para tal, ser adotado um pavimento nimo) antes do ponto de paragem
capaz responder às situações par- e final de proibição 1 metro depois
ticularmente exigentes do ponto de do ponto de paragem(minimo)
vista da capacidade de resistência quando esta for feita na via com
à ação dos autocarros. avanço do passeio;

iMPLanTação
disTÂnCia MíniMa enTre Paragens

251
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

A paragem e suas zonas adjacentes


devem ser configuradas de forma a ● Possibilitar um atravessamento ● A distância do ponto de para-
simples e seguro no transbordo gem à passadeira deve ser maior
impedir a paragem ou estacionamen-
entre paragens que servem carrei- ou igual a 10 metros em vias com
to sobre a faixa de acostagem, no-
ras distintas. um sentido de trânsito desde que
meadamente através da eliminação
a referida passagem seja regulada
de espaço livre fora da via de trânsi-
De uma forma geral, as paragens por sinalização luminosa automáti-
to. A medida referida pressupõe que,
de autocarro devem localizar- ca de trânsito.
para estacionar ou parar, o condutor
-se preferencialmente depois das
em transgressão tenha de o fazer
passagens de peões. No entanto Se os passeios ligados pela pas-
sobre a via de trânsito, com imediato
em casos particulares as paragens sagem de peões tiverem paragens
transtorno para o tráfego automóvel
de autocarro poderão ficar localiza- de autocarro a servir carreiras
e consequente pressão social dos
das antes das passagens de peões diferentes, a passagem de peões
seus pares (buzinadelas, etc.).
devendo ser salvaguardados os deve localizar-se preferencialmente
seguintes critérios: entre as paragens.
Relação com Passagens ● A distância do ponto de para- Como boa práctica, antes das pas-
de Peões gem à passadeira deve ser maior sagens de peões deve interditar-se
ou igual a 15 metros em vias com a ultrapassagem nas vias de trânsi-
A implantação da paragem de dois sentidos de trânsito; to mais próximas do lancil onde se
autocarro e da passagem de peões localiza a paragem de autocarro,
deve ser conjugada de forma a: ● A distância do ponto de para- por meio de sinalização rodoviá-
gem à passadeira deve ser maior ria. A interdição de ultrapassagem
● Salvaguardar as devidas con- ou igual a 20 metros em vias com deve abranger, pelo menos, toda
dições de visibilidade, evitando-se dois sentidos de trânsito desde que a extensão compreendida entre a
nomeadamente que a imobilização a referida passagem seja regulada paragem de autocarro e a passa-
do autocarro na paragem possa por sinalização luminosa automáti- gem de peões.
dificultar o avistamento, pelo con- ca de trânsito;
dutor, dos peões em aproximação à
passagem de peões;

reLação CoM o esTaCionaMenTo reLação CoM PassageM de Peões

252
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

reLação CoM PassageM de Peões

253
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

reLação CoM PassageM de Peões

254
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

A distância entre a paragem de


autocarro e a passagem de peões
deve ser:

● Medida entre o ponto de pa-


ragem e o limite mais próximo da
passagem de peões;

● Igual ou superior a 10m;

● Ser definida da forma mais


adequada a casa caso, conside-
rando a linha de desejo do peão
(nomeadamente o movimento de
transbordo, quando exista), a visi-
bilidade da passagem e a seguran-
ça do conjunto.

reLação CoM PassageM de Peões

Lisboa – avenida da rePúbLiCa

255
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

de passageiros (por ex., horas de


Relação com o Passeio ● Nos passeios adjacentes a vias ponta, greves, atrasos, grupos es-
já existentes de 2.º ou 3.º nível,
colares, etc.).
Deve evitar-se que a implantação 1,50m ou superior;
da paragem de autocarro no pas- Nas paragens localizadas junto a in-
seio prejudique o percurso pedonal ● Nos passeios adjacentes a vias terfaces de grande escala (estações
já existentes de 4.º ou 5.º nível,
ou a melhoria futura das suas de Metro, comboio e fluviais e cen-
1,20m ou superior;
condições de acessibilidade. trais de camionagem) recomenda-se
a realização de melhorias específicas
O ponto de paragem deve respeitar ● Nas restantes situações, 1,50m
nos percursos pedonais que fazem a
ou superior.
uma distância igual ou superior a ligação mais direta entre a paragem
3,00m de: e as entradas/ saídas das interfaces.
Nas paragens servidas por mais
de uma carreira, recomenda-se a
● Entradas de edifícios;
criação ou salvaguarda, na área
envolvente, de área de acolhimento Relação com a Rede Ciclável
● Montras de comércio local;
eventual para volumes elevados de
passageiros em espera, nomeada- Os percursos cicláveis, quando
● Esplanadas. existam, devem:
mente:
A implantação da paragem deve ● Interromper-se ao longo da fai-
considerar a área disponível para a ● Salvaguarda de espaço livre;
xa de acostagem, se a intersetar;
estadia de passageiros em espera
(por ex., formação da fila) e preve- ● Criação de superfícies usáveis
como assento temporário; ● Interromper-se ao longo da
nir o constrangimento da circulação Zona de Embarque e Desembarque,
pedonal no passeio pela acumula- se a intersetar;
ção de passageiros em espera. ● Salvaguarda de linha de visão
desimpedida para a faixa de acos-
tagem. ● Evitar o encaminhamento de
A implantação de abrigo no passeio velocípedes para dentro do recorte
deve salvaguardar uma largura ou via própria;
A área de acolhimento eventual
livre para o percurso pedonal de:
permite acolher em segurança
(por ex., sem ocupação da faixa ● Evitar o encaminhamento de
● Em novos arruamentos, 2,50m velocípedes para a Zona de Embar-
ou superior; de rodagem ou corte do percurso
pedonal) valores muito elevados que e Desembarque.

Lisboa - av. aLexandre herCULano - reLação CoM o Passeio

256
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

Lisboa - MarqU s PoMbaL - reLação CoM


a rede CiCLáveL

Lisboa - MarqU s PoMbaL -


bandas CroMáTiCas

barCeLona - Passeio MariTíMo - aProxi-


Mação de PerCUrso CiCLáveL a zona de
ToMada e Largada de Passageiros

257
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

reLação da rede CiCLáveL CoM ParageM de TP eM via ParTiLhada reLação da rede CiCLáveL CoM ParageM de TP eM faixa CiCLáveL

258
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

reLação da rede CiCLáveL CoM ParageM de TP eM faixa CiCLáveL reLação da rede CiCLáveL CoM ParageM de TP eM PisTa CiCLáveL

259
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

reLação da rede CiCLáveL CoM ParageM de TP eM iLha

260
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

Componentes funcionais

A paragem de autocarros deve


conjugar as seguintes componentes
funcionais:

● Ponto de paragem;

● Faixa de acostagem;

● Lancil;

● Faixa de Proteção do Autocarro;

● Zona de Embarque e Desembar-


que (ZED);

● Abrigo;

● Informação ao passageiro

A conjugação das componentes


funcionais referidas em 5.1.1 deve
garantir e otimizar as condições ne-
cessárias para a realização funcio-
nal e segura das seguintes ações:

● Realização de acostagem inte-


gral;

● Operação da rampa de acesso


do autocarro (manual ou mecâni-
ca);

● Deteção da paragem pelo pas-


sageiro;

● Estadia de passageiros em es-


pera (indivíduos ou grupos);

● Avistamento atempado do auto-


carro em aproximação à paragem;

● Entrada e saída do autocarro.

Os materiais e os processos cons-


trutivos aplicados na paragem de
autocarro devem garantir acessi-
bilidade, segurança e conforto a
todos os seus utilizadores.

faixa de aCosTageM

261
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

medido do lancil para dentro da


Ponto de Paragem faixa de rodagem; ● Boleamento das arestas supe-
rior e inferior;
Dever ser assinalado como ponto ● Na paragem em recorte, ocupar
de paragem o ponto exacto em todo o recorte; ● Regular;
que o autocarro se deve imobilizar
● Juntas com abertura igual ou
e com o qual o motorista deve ali- ● Na paragem em via própria,
inferior a 2mm.
nhar a parte frontal do veículo. ocupar toda a via própria.
No troço adjacente à Zona de
O ponto de paragem deve ser to- As referências “para trás” e “para
Embarque e Desembarque (ZED), o
mado como referência para: a frente consideram o sentido de
lancil deve garantir um desnível de
circulação.
15cm (dimensionamento adequado
● Fixação da bandeira com
A estrutura construtiva da faixa a autocarros de piso rebaixado )
indicação da carreira que serve a
de acostagem deve assegurar, de entre a ZED e a faixa de acosta-
paragem;
forma durável: gem, admitindo-se uma tolerância
de aproximadamente 2cm.
● A implantação da paragem por
relação com os restantes elemen- ● Capacidade de carga face às
tos da via; solicitações horizontais e verticais
dos autocarros, independentemen- faixa de Proteção do autocarro
● O posicionamento e o dimen- te da frequência de passagem
sionamento das componentes da prevista; A faixa de proteção do autocar-
paragem; ro deve assegurar as condições
● Indeformabilidade face a der- necessárias:
● A previsão da paragem em ins- rame continuado de derivados de
trumentos de planeamento; petróleo; ● Ao varrimento da parte frontal
da ZED e passeio adjacente, pelo
● A georreferenciação da paragem. ● Manutenção do desnível do lancil; autocarro (parte frontal e espelho
retrovisor) durante a acostagem;
O ponto de paragem deve ser im- ● Inexistência de desníveis entre
plantado: a faixa de acostagem e a restante ● Ao lançamento da rampa de
faixa de rodagem. acesso ao veículo.
● Junto ao lancil, do lado do
passeio; Em toda a extensão da faixa de
Lancil acostagem, a faixa de proteção do
● A uma distância igual ou supe- autocarro deve possuir as seguin-
rior a 90cm do rebordo exterior do A configuração e instalação do lan- tes características:
lancil. cil da paragem deve assegurar:
● Largura livre de 50cm, medida
● A proteção dos pneus do do bordo do lancil para o interior do
faixa de acostagem autocarro durante a operação de passeio;
acostagem integral;
A zona da faixa de rodagem adja- ● Altura livre de 2,50m, medida
cente à paragem de autocarro deve ● A existência e manutenção do do bordo do lancil para cima;
integrar uma faixa de acostagem. desnível do lancil.
● Na paragem em via própria,
A faixa de acostagem deve possuir Em toda a extensão da faixa de ocupar dimensões idênticas no
a seguinte configuração: acostagem, o lancil deve possuir as separador.
seguintes características:
● Comprimento de 18,00m, do Deve evitar-se a ocupação total ou
ponto de paragem para trás; ● Largura mínima de 20cm; parcial da faixa de proteção do au-
tocarro por obstáculos físicos fixos,
● Comprimento de 4,00m, do pon- ● Contraste claro/ escuro com o nomeadamente:
to de paragem para a frente; piso da faixa de acostagem;
● Postelete;
● Na paragem em plena via, ● Antiderrapante, mesmo quando
largura igual ou superior a 2,50m, molhado; ● Abrigo;

262
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

1,80m, medida perpendicu- Na implantação da ZED sobre o


● Equipamento do Sistema de larmente ao lancil no ponto passeio, ou junto ao passeio, deve:
Ajuda à Exploração e Informação
de paragem, em arruamentos
aos Passageiros (SAEIP);
existentes (a este valor acresce ● Alargar-se o revestimento da
a largura do abrigo); ZED a toda a secção do passeio,
● Pilaretes; se essa secção tiver largura bruta
● Em geral, comprimento total de igual ou inferior a 4,00m;
● Papeleira ou vidrão;
15,00m, medido na direção do eixo
da via, sendo 1,00m para a frente ● Entre a ZED e o percurso pedo-
● Poste de iluminação pública;
do ponto de paragem e o restante nal, assegurar o ressalto zero;
● Sinalização vertical; para trás desse ponto;
● Entre a ZED e a restante área
● Se a paragem servir autocarros de passeio adjacente, assegurar o
● Árvores e respetivas ramagens.
articulados, comprimento total de ressalto zero ou a existência de con-
21,00m, medido na direção do eixo traste claro/ escuro nos ressaltos.
zona de embarque e da via, sendo 1,00m para a frente
do ponto de paragem e o restante Podem ser implantados sobre a
desembarque zed
para trás desse ponto. ZED os seguintes elementos:
A ZED deve assegurar as condições
necessárias: A inclinação do piso da ZED deve ● Postelete;
ser:
● Abrigo;
● À entrada e saída de passagei-
ros na paragem; ● Na direção do lancil, igual ou
inferior a 5%; ● Equipamento do Sistema de
Ajuda à Exploração e Informação
● À estadia de passageiros em
● Na direção perpendicular ao aos Passageiros (SAEIP);
espera;
lancil, igual ou inferior a 2%.
● Assento
● Ao embarque e desembarque
no autocarro, nas duas portas mais A ZED deve possuir uma superfície
plana, devendo evitar-se, nomea- ● Papeleira ou vidrão.
à frente;
damente, irregularidades superiores
a 5mm quando verificadas com A implantação na ZED dos elemen-
● Ao lançamento e apoio da ram- tos acima referidos deve salva-
pa de acesso ao veículo, em todas régua de 50cm de extensão.
guardar a zona de projeção da
as portas. rampa de acesso ao veículo. Esta
O revestimento da ZED deve pos-
suir as seguintes características: deve:
Relativamente ao uso das portas é
de notar que a definição das portas
● Regularidade, recomendando-se ● Ter um dos lados adjacente ao
para entrada e saída no autocarro lancil;
e para instalação da rampa são piso contínuo;
decisões do operador, cabendo à pa- ● Localizar-se junto a pontos
ragem manter as opções em aberto. ● Antiderrapante, mesmo quando
molhado; onde se prevê abertura de portas
de entrada e saída;
A ZED deve possuir a seguinte geo-
metria (em planta): ● Juntas com abertura inferior a
2mm; ● Possuir uma largura de 1,50m,
medida na direção do lancil;
● Ter um lado adjacente ao lancil;
● Facilidade na limpeza (nomea-
damente baixa absorção de líquidos ● Possuir uma profundidade de
● Ter os dois topos perpendicula- 2,50m, medida na perpendicular ao
res ao lancil; e gorduras);
lancil, a partir do seu bordo (para
● Possibilidade de limpeza mecâ- dentro do lado do passeio).
● Largura igual ou superior a:
nica (nomeadamente com varre-
3,10m, medida perpendicu- douras mecânicas ou lavagem com
larmente ao lancil no ponto de jacto de água a alta pressão);
paragem, em arruamentos novos
(a este valor acresce a largura ● Estar livre de ressaltos com
do abrigo); altura superior a 5mm.

263
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

zona de eMbarqUe e deseMbarqUe zed

264
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

Devem ser entendidos como fac- O lado do abrigo mais próximo da


abrigo tores determinantes para a correta porta de entrada do autocarro deve
implantação do abrigo: coincidir com o ponto de paragem.
O abrigo deve conjugar as seguin- A chapa identificadora das carrei-
tes componentes funcionais: ● Salvaguardar circulação pedo- ras deverá ser fixada no mesmo
nal; lado do abrigo. O topo do abrigo
● Área coberta; deve estar virado para o extremo
● salvaguardar entradas e saídas de entrada da faixa de acostagem
● Entrada e saída do abrigo; edifícios; de forma a manter desimpedida a
linha de visão para o autocarro em
● Zona de rotação no abrigo; ● prevenir possibilidade de esca- aproximação. Este lado é usual-
lamento e invasão de propriedade mente designado por “bandeira de
● Zona de permanência no abrigo; privada; entrada do autocarro”.
● Assento; ● prevenir abalroamento da es-
trutura por veículos a entrar ou sair
● Papeleira. de garagens.
O abrigo deve ser assegurado por
uma estrutura fixa, resistente e du-
rável, podendo ser constituído por:

● Estrutura autónoma;

● Elemento fixo a uma outra


estrutura (por ex., pala fixa a muro
ou fachada);

● Parte de edificação que propor-


cione as condições adequadas.

Se o abrigo for constituído por


estrutura autónoma, recomenda-se
que o sistema construtivo seja mo-
dular e permita futuros acréscimos
(ampliações) a custo reduzido.

Se o abrigo for constituído por


estrutura autónoma, deve assegu-
rar-se um afastamento igual ou
superior a 2,50m em arruamentos
novos entre o abrigo (laterais e
cobertura) e:

● Fachadas e respetivos elemen-


tos salientes (por ex., varandas);

● Entradas de lotes ou edifícios


(incluindo entradas de garagem);

● Montras e janelas.

Em arruamentos existentes deve


assegurar-se um afastamento
igual ou superior a 1,20m.

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – abrigo

265
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

área Coberta Espaço Livre para o Passageiro ● Pela frente do abrigo, se hou-
ver largura livre entre o abrigo e o
O abrigo deve proporcionar uma A implantação do abrigo sobre a lancil;
área coberta, para movimentação ZED deve salvaguardar, dentro da
e estadia de passageiros, igual área coberta, todos os seguintes ● Nos restantes casos, pela lateral
do abrigo.
ou superior a 12,00m2, devendo espaços livres para manobra e
tomar-se por referência a área livre estadia do passageiro:
Deve existir pelo menos uma zona
(i.e., sem obstáculos, com excepção
de rotação dentro da área coberta,
do assento) localizada dentro dos ● Entrada e saída do abrigo;
com a seguinte geometria:
limites laterais do abrigo.
● Zona de rotação no abrigo;
● Diâmetro livre de 1,50m;
A área coberta do abrigo deve pro-
longar-se o suficiente para abran- ● Zona de permanência no abrigo.
● Altura livre de 2,40m.
ger os movimentos de entrada e
saída das duas primeiras portas do A entrada e saída do abrigo devem
A zona de rotação pode sobrepor-se
autocarro., sem prejuízo da faixa de ser constituídas pelas ligações mais
à faixa de protecção do autocarro.
proteção do autocarro. directas entre o percurso pedonal
no passeio e os pontos em que está
Deve existir pelo menos uma zona
Em toda a área coberta destinada prevista a abertura das portas de
de permanência dentro da área
ao movimento ou estadia de pas- entrada e de saída do autocarro,
coberta, com a seguinte geometria:
sageiros, deve assegurar-se uma considerando dois movimentos:
altura livre de 2,40m. ● Comprimento livre de 1,30m;
● Para a entrada, o movimento
Os lados com plano transparen- passeio – abrigo – autocarro;
● Largura livre de 0,80m;
te (por ex., envidraçado) devem
possuir duas marcas de segurança ● Para a saída, o movimento au- ● Visível pelo motorista do auto-
que as tornem bem visíveis, com as tocarro – abrigo – passeio. carro na aproximação à paragem;
seguintes características:
Em toda a extensão das ligações
● Posicionada de forma a não se
● Opacas (i.e., sem transparência); de entrada e saída deve assegurar- sobrepor à entrada e saída do abrigo.
-se:
● Cor clara (recomenda-se ama- O espaço livre da zona de perma-
relo ou laranja vivo); ● Largura livre igual ou superior a nência pode não estar demarcado.
90cm;
● Posição horizontal;
● Zona de rotação onde o mo- Mobiliário e informação ao
● Percorrer toda a largura do vimento implique mudança de
passageiro
plano transparente; direção.
O abrigo deve estar equipado, pelo
● Traço de espessura igual ou As zonas de entrada e saída podem
menos, com o seguinte mobiliário:
superior a 30mm; sobrepor-se à faixa de protecção
do autocarro.
● Assento;
● A uma altura do piso de 30cm
(marca inferior) e 1,20m (marca Deve prever-se a entrada no abrigo
● Papeleira;
superior). por uma das seguintes formas:
● Pilaretes;
Deve estar assegurada a ilumi- ● Pela frente do abrigo, se houver
nação de toda a área coberta no largura livre entre o abrigo e o ● Chapa identificadora.
período noturno, com um nível de lancil;
iluminância igual ou superior a 140 O assento deve possuir as seguin-
lux, medido a 1,00m de altura do ● Nos restantes casos, pela lateral tes características:
piso. ou pela parte posterior do abrigo.
● Plano de nível (inclinação 0%);
Deve prever-se a saída do abrigo
por uma das seguintes formas: ● Altura ao piso compreendida
entre 30cm e 40cm;

266
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

Se os pilaretes estiverem ligados


● Profundidade igual ou superior entre si, os elementos de ligação ● Código de identificação da
a 30cm, medida a partir do bordo paragem;
devem:
frontal;
● Identificação do operador que
● Ser rígidos (por ex., evitar cor-
● Revestimento em material rentes ou cabos);
serve a paragem;
lavável.
● Código das carreiras que ser-
● Ser detetáveis por toque de
Se o abrigo for constituído por ele- vem a paragem.
bengala aos 30cm de altura;
mento fixo a outra estrutura ou por
parte de edificação (cf. 6.1.3), pode, Esta chapa identificadora pode ser
● Possuir rebordo superior a altu-
em alternativa ao assento, ser fixa ao abrigo, em suporte próprio
ra igual ou superior a 90cm.
servido por superfície usável como (postelete) ou a um suporte vertical
assento, se esta superfície possuir Na paragem deve estar disposta, localizado no ponto de paragem
as características já referidas ante- em local bem visível, uma chapa (por ex., candeeiro de iluminação
riormente. identificadora com as seguintes pública).
indicações:
A papeleira deve possuir as seguin-
tes características:

● Depósito coberto com tampa


fixa (ou trancada);

● Bordo inferior da abertura a


uma altura do piso compreendida
entre 90cm e 1,40m;

● Capacidade de 50 litros.

A papeleira deve localizar-se da


seguinte forma:

● Distância ao assento e à zona


de permanência igual ou superior a
1,50m;

● Distância de 50cm à entrada e


saída do abrigo.

Os pilaretes, preferencialmente,
não devem ser localizados sobre a
ZED. Os pilaretes implantados no
troço de passeio adjacente à faixa
de acostagem (com excepção da
ZED) devem possuir as seguintes
características:

● Altura igual ou superior a


90cm,

● Sem arestas vivas;

● Contraste claro/ escuro com


o piso adjacente (este contraste
pode ser assegurado por marcas
horizontais de cor viva, junto ao
topo e junto à base do pilarete).
Lisboa – avenida da rePúbLiCa – sisTeMa de inforMação ao Passageiro

267
1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS GEOMETRIA

CoMPonenTes fUnCionais – esqUeMa


sínTese PLanTa

268
GEOMETRIA 1.5 TRANSPORTES PÚBLICOS

CoMPonenTes fUnCionais – esqUeMa sínTese PerfiL

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – CoMPonenTes fUnCionais de ParageM de aUToCarros

269
1.6 PENDENTES E DRENAGEM GEOMETRIA

Os passeios e faixas de rodagem O sistema de drenagem das águas


deverão sempre assegurar a ade- pluviais deve prevenir a acumula-
quada drenagem das águas plu- ção e o escoamento superficial de
1.6 viais, adotando para isso nos seus
perfis transversais pendentes com
águas sobre a passadeira de peões
e respetiva área de protecção no
Pendentes uma inclinação não superior a 2 . passeio, em conformidade com o
disposto na regulamentação nacio-
e drenagem Nos casos em que haja necessida-
de de compatibilizar cotas de solei-
nal e municipal relativa a sistemas
de águas residuais pluviais.
ra, desníveis entre passeios opostos
ou salvaguardar elementos físicos A localização do sumidouro, deve,
pré-existentes, poderão admitir-se, relativamente à passadeira de
pontualmente, inclinações superio- peões, cumprir os seguintes requisi-
res a 2 (ver ponto 1.1 espaços de tos:
circulação pedonal - acesso a edi-
fícios). A inclinação dos pisos e dos ● a montante da passadeira, con-
seus revestimentos deve ser não siderando o sentido de drenagem
superior a 2 na direção transver- superficial;
sal ao percurso.
● fora da largura da passadeira,
Deve ser dada especial atenção à com um afastamento aos limites
drenagem junto aos abrigos e para- laterais da marca rodoviária que
gens BUS e passadeiras de peões. seja igual ou superior a 1,00m.

PENDENTES TRANSVERSAIS E DRENAGEM PLUVIAL

270
GEOMETRIA 1.6 PENDENTES E DRENAGEM

Se a passagem de peões for im-


plantada sobre uma lomba redu- ● capacidade para suportar as ● o sistema de travagem e di-
cargas a que são sujeitos, desig- mensão e tipo de pneus de uma bi-
tora de velocidade, ou se o passeio
nadamente de veículos pesados, cicleta não tem um comportamento
for ampliado na direção do atra-
quando localizados na rodovia ou tão eficaz e fiável com chuva au-
vessamento, devem tomar-se as
espaços onde se exija a sua circula- mentando o risco de derrapagem;
precauções necessárias para salva-
ção para manutenção de infraes-
guardar a drenagem superficial
truturas; quando sujeitos a carga ● uma drenagem desadequa-
de veículos pesados, ainda que da aumenta a probabilidade de
A drenagem dos espaços públi-
pontual, os modelos de sumidou- existência de água acumulada o
cos deve ser garantida através de
ros ou caleiras contínuas deverão que leva à sua dispersão quando
sumidouros e, nas áreas consoli-
obedecer à norma DIN 400; da passagem dos utilizadores de
dadas onde ainda não tenham sido
bicicletas, molhando estes utiliza-
substituídas, através de sarjetas, as
quais se devem localizar preferen- ● tampas basculantes e dispositi- dores e os peões que circulem na
vos antirroubo. envolvente imediata;
cialmente nos espaços de circula-
ção automóvel e, obrigatoriamente,
● uma largura que impossibilite ● A existência de zonas de
junto aos pontos acima indicados,
a passagem de uma esfera rígida acumulação de água nas faixas e
admitindo-se em espaços de
com diâmetro superior a 0,02m. pistas cicláveis pode levar a que os
especial relevância patrimonial ou
utilizadores de bicicletas procurem
quando as condições topográficas o Nos espaços de circulação ciclável, outras alternativas de circulação,
justifiquem, a utilização de caleiras o adequado desenho e dimensiona- nomeadamente nas faixas de roda-
contínuas. mento da escorrência e drenagem gem ou nos passeios.
superficial tem um impacto impor-
Nos espaços de circulação pedonal,
tante no conforto e segurança da
quando integradas em calçadas ou
circulação devido a:
lajeados, a orientação dos sumi-
douros ou caleiras contínuas - isto
é, o seu lado mais comprido - deve
ser feita no sentido do principal
sentido de circulação dos peões ou
no sentido da disposição das lajes
ou lajetas, sendo de evitar orien-
tação perpendicular aos edifícios,
lancis e guias. A localização dos
sumidouros ou caleiras contínuas
deve, na sua geometria, integrar-se
na composição das ruas, praças ou
largos, e contribuir para a valoriza-
ção do seu desenho de pavimento,
se existir.

uando integradas em calçadas, os


sumidouros ou caleiras contínuas
devem ser contornados por uma
fiada de cubos em pedra, disposta
de forma paralela ou perpendicular,
que assegure a sua estabilidade e
evite o destaque ou desgaste das
peças - resultante da diferença
entre as fundações do pavimento e
dos sumidouros ou caleiras contí-
nuas.

Os sumidouros e as caleiras contí-


nuas devem dispor de grelhas com:
SUMIDoURo EM ESPAçoS DE cALçADA

271
1.6 PENDENTES E DRENAGEM GEOMETRIA

SUMIDoURoS, SARjETAS E cALEIRAS EM ESPAçoS PúbLIco

272
GEOMETRIA 1.6 PENDENTES E DRENAGEM

Nesse sentido, de forma a ga- maior aderência têm menor coefi- elementos devem ser localizados
rantir a adequada drenagem dos ciente de escorrência superficial e de forma a não prejudicar ou con-
percursos cicláveis, deve ser dada aumentam a pulverização de água dicionar manobras frequentes dos
particular importância aos seguin- (ver cap.2 - Materiais); ciclistas. Os sumidouros, apesar
tes aspectos: de dispostos longitudinalmente
● Sinalização - A espessura de ao sentido da via, devem ter as
● Pendentes - As pendentes algumas marcas rodoviárias pode suas grelhas dispostas de modo a
transversias nos percursos cicláveis comprometer a adequada es- ficarem perpendiculares ao sentido
devem ter uma inclinação de 2,5 corrência superficial, provocando da via. As grelhas dos sumidou-
(minimo de 1,25 ) podendo drenar acumulação de água no percurso. ros devem ter uma largura que
para um ou ambos os lados de Nesse sentido deve ser assegurado impossibilite a passagem de uma
acordo com a tipologia do percur- que após a sua conclusão a superfi- esfera rígida com diâmetro superior
so. Em curva a drenagem deve ser cie do percurso ciclável, incluindo a 0,02m e devem estar nivelados
feita preferencialmente para o lado as necessárias marcas rodoviária, com o pavimento ( /- 5mm), evi-
com raio mais curto, ou seja, uma fique nivelado ( /- 2mm). tando assim que nos casos em que
curva à direita deve drenar para estejam dispostas no sentido de
a direita e uma curva à esquerda ● Tampas e Sumidouros - Pre- circulação, não seja possivel uma
deve drenar para a esquerda; ferencialmente, as tampas das bicicleta ficar com a roda dianteira
infraestruturas de subsolo e de presa, causando perda de controlo
● Pavimento - devem ser utili- esgoto, bem como os sumidouros da direção.
zados materiais mais suaves de devem ficar localizados fora dos
forma a garantir uma melhor es- percursos cicláveis, dado serem
corrência superficial sem compro- feitas com materiais que garantem
meter a segurança. materias mais pouco atrito. uando integrados
rugosos apesar de proporcionarem nestes espaços cicláveis, estes

SUMIDoURo EM ESPAçoS DE cIRcULAção cIcLáVEL

273
1.6 PENDENTES E DRENAGEM GEOMETRIA

Onde não existam razões contrá- edifícios de habitação e estabele-


rias, a modelação longitudinal dos cimentos de comércio e serviços
arruamentos deve sempre procurar pertencentes a privados. Nos casos
assegurar a maior constância das em que tal não seja possível, as
pendentes entre arruamentos. mudanças de nível devem ter um
tratamento adequado à sua altura,
A concordância entre as cotas de nomeadamente:
soleira dos edifícios, entradas de
serviço ou de garagens e o per- ● Com uma altura não superior a
fil dos arruamentos não poderá 0,005m, podem ser verticais e sem
comprometer a regularidade da tratamento do bordo;
pendente longitudinal dos mesmos,
devendo esta concordância, sempre ● com uma altura não superior a
que tal se revelar necessário, ser 0,02m, podem ser verticais com o
assegurada no interior da parcela bordo boleado ou sotado (inclina-
ou do lote. ção não superior a 50 );

Da mesma forma, o acesso pe- ● com uma altura superior a


donal aos edifícios públicos ou de 0,02m, devem ser vencidas por
utilização pública de pessoas com rampa ou dispositivo mecânico de
necessidades especiais, através elevação.
dos dispositivos previstos no
Decreto-Lei nº163/2006, designa- As rampas deverão corresponder
damente de rampas, deverá ser a elementos ligeiros e removíveis
sempre assegurado no interior fora do horário de funcionamento
da parcela ou lote, considerando- dos serviços a que se pretende criar
-se que sempre que possível igual acesso.
medida deve ser extendida aos

raMPeado de aCesso a edifíCio eM esPaço PúbLiCo

274
GEOMETRIA 1.6 PENDENTES E DRENAGEM

A sua colocação não deverá com- No acesso de veículos aos edificios tar e condicionar a velocidade de
prometer a continuidade do percur- e lotes (entradas especiais), de na- circulação dos veículos (espaço
so acessível, circunscrevendo-se, tureza pública ou privada, as mu- canal estreito, lancis rampeados e
sempre que possível ao canal de danças de nível devem ser sempre pendentes mais acentuadas, zona
infraestruturas, devendo a entrada asseguradas no interior do lote. de transição no interior dos lotes/
ser, preferencialmente, perpendicu- edificios...);
lar aos edifícios. Em casos particulares em que tal
não seja possível, poderá ser utili- ● utilização de materiais de pa-
uando não seja possível asse- zado o canal de infraestruturas em vimento diferentes dos utilizados
gurar a entrada nos edifícios da toda a sua extensão para resolver na faixa de rodagem, recomen-
forma prevista no ponto anterior e o desnível existente, recomendan- dando-se que seja privilegiada a
não seja possível realizar as obras do-se que a sua inclinação não utilização/manutenção do mesmo
de adaptação necessárias no inte- exceda os 33 . Acima desse valor material existente em toda a exten-
rior dos lotes ou parcelas, o nivela- deverão ser preferencialmente são do passeio que serve a entrada
mento do passeio deverá realizar- utilizados elementos ligeiros e especial, devendo a sua solução
-se a toda a largura do percurso amovíveis. construtiva ser ajustada a esta
acessível, e a concordância com o função.
ponto mais baixo deverá realizar-se Nos casos em que os veículos
na maior extensão possível para motorizados para acederem /saírem
suavização da pendente final. dos edifícios têm que atravessar
espaços de circulação pedonal, onde
A inclinação dos pisos e dos seus a prioridade de circulação é exclusi-
revestimentos deve ser inferior a vamente do peão, devem ser salva-
5 na direção do percurso, com guardados os seguintes aspectos:
exceção das rampas (ver ponto
1.1 espaços de circulação pedonal ● as entradas especiais devem
- rampas). ser desenhadas de forma a orien-

Lisboa – avenida da rePúbLiCa – enTrada esPeCiaL

275
2
Materiais
Princípios base de intervenção

2.1 Pavimentos
2.2 Remates de pavimentos
2.3 Reabilitação e conservação de pavimentos
Materiais

Os materiais a utilizar nos pavi- Por outro lado, o “saber” da execu-


mentos dos arruamentos – pas- ção da calçada foi-se perdendo e
seios e faixas de rodagem – são a dureza da atividade de calceteiro
um elemento marcante da paisa- torna a profissão muito pouco atra-

2
gem urbana. tiva para as novas gerações, pelo
que é atualmente difícil mobilizar
Em Lisboa, as calçadas de calcário os meios necessários para, siste-
branco e de basalto são utilizadas maticamente, reparar os passeios
há séculos em passeios e faixas da Cidade de Lisboa.
de rodagem. E, no caso particular
das calçadas de calcário branco, a Hoje, grande parte das calçadas
introdução de desenhos decorativos da Cidade estão danificadas e são
– a calçada artística – tornou-se perigosas para populações mais
uma marca identitária de Lisboa, envelhecidas e com maior dificul-
reproduzida noutros locais do mun- dade em se locomover.
do onde os portugueses estiveram
Materiais presentes. Encontrar novos materiais e novas
soluções construtivas, que conci-
Porém, ao longo do último meio sé- liem a segurança e o conforto dos
culo, com o aumento da circulação peões com a identidade da paisa-
automóvel, a calçada de basalto gem lisboeta, é um desafio para
começou a ser revestida por tapete a reabilitação das ruas nas zonas
betuminoso (para a tornar mais antigas da cidade e para a constru-
regular) e os passeios em calcário ção de novos arruamentos.
degradaram-se.
Os materiais dos pavimentos
O peso dos rodados dos automó- devem ser escolhidos em função
veis mal estacionados em cima dos de objetivos de uso, acessibilidade,
passeios, o desgaste superficial, e, durabilidade e manutenção, e ter
em muitos casos, o desenvolvimen- presente as características físicas
to das raízes das árvores deforma- e patrimoniais da área de interven-
ram-nos, tornando-os acidentados ção e da sua envolvente.
e escorregadios.
Todos os materiais a utilizar devem
ser conformes às exigências de
qualidade previstas na legislação
portuguesa e europeia, no que se
refere à sua certificação e homolo-
gação, e adequados às exigências
beTUMinoso sobre CUbo de basaLTo de segurança, ruído e conforto para
bairro dos atores todos os seus utilizadores – peões
ou condutores.

CaLçada arTísTiCa – MiradoUro de são Pedro de aLCÂnTara novos MaTeriais de PaviMenTos – Largo do inTendenTe

1
Materiais materiais

Lisboa é uma cidade secular em Em casos muito particulares


que um elevado número de ar- (i>12%) e quando tecnicamente
Princípios gerais ruamentos necessitam de ser justificado, poder-se-á considerar
reabilitados ou reconstruídos em outra estereotomia nunca devendo
consequência da utilização intensi- a mesma exceder a proporção de 1
va pelos automóveis e necessidade pedra de calcário para 1 pedra de
de substituir ou construir novas granito (50%).
infraestruturas do subsolo.
● nas restantes calçadas, a uma
Com a experiência acumulada em distância correspondente a 1 passo
décadas da manutenção dos arru- (0,60m), deverão ser intercaladas,
amentos e com a necessidade de no sentido da largura do passeio,
responder às exigências de mobili- travessas em pedra natural ou
dade das pessoas com maior difi- artificial, de cor clara, antiderrapan-
culdade de locomoção, que exigem te, para travar as pedras e reduzir o
pavimentos seguros e confortáveis, risco de escorregamento;
foram estabelecidos os seguintes
princípios gerais para a escolha de ● em situações de menos inclina-
materiais de pavimento: ção e, consequentemente, menor
risco de escorregamento, poderá
● a calçada artística, elemento da ser utilizado um tratamento por
identidade de Lisboa, deverá ser, jato de areia, para aumentar a
em regra, conservada e restaurada; rugosidade da pedra.

● nas freguesias identificadas Nas restantes freguesias da cidade


como Centro Histórico - Santa deverá adaptar-se o princípio de
Maria Maior, São Vicente, Santo instalar sempre uma faixa de pavi-
António, Misericórdia e Estrela - o mento confortável, contínuo e anti-
princípio geral é o da manutenção derrapante, formando um percurso
ou reconstrução da calçada de pedonal acessível, de largura adap-
vidraço branco. tável à largura efetiva do passeio
(devendo, sempre que possível, ser
Porém, para tornar o pavimento assegurada uma largura superior a
mais seguro e confortável, deve- 1.20m).
rá haver cuidados particulares na
escolha da pedra, na execução e na Na parte sobrante do passeio
certificação dos calceteiros execu- (canal de infraestruturas e canal de
tantes. Em situações particulares, equipamento), poder-se-ão utilizar
outros materiais ou soluções cons- outros materiais incluídos neste
trutivas, com recurso a pavimentos capítulo, desde que respeitem e
contínuos, poderão ser adotadas. dignifiquem a imagem e identidade
urbana local.
Nas áreas de maior declive e em
todas em que seja maior o risco de Nas faixas de rodagem em cubo
escorregamento, deverão ser adap- de granito ou basalto que, por se
tadas medidas especificas como: encontrarem deformadas necessi-
tem de ser intervencionadas, como
● nas ruas com inclinação igual regra geral, a calçada deverá ser
ou superior a 5%, dever-se-á substituída por betuminoso. Sempre
utilizar pedra de calcário e granito que tal não seja possível, dever-se-
claro assente aleatoriamente e na -á recorrer a sistemas construtivos
seguinte proporção: que inviabilizem a deformação dos
cubos (base em betão devidamente
5% a 8% - 3 pedras de calcário ajustada ao tipo e intensidade de
para 1 de granito (25%); tráfego existente/previsto).
>8% - 2 pedras de calcário para 1
de granito (33%).

2
Materiais Materiais

CaLçada MisTa – 25

CaLçada MisTa – 33

CaLçada MisTa – 50

3
2.1 PaViMeNtos materiais

A Cidade de Lisboa é, à escala Em termos técnicos, os revestimen-


mundial, uma das metrópoles cuja tos de piso devem estar integrados
imagem urbana está fortemente numa estrutura coerente, devendo
2.1 Pavimentos associada aos materiais que reco-
brem o seu pavimento, em particu-
ser conjugados com as camadas
subjacentes mais adequadas às
lar a pedra de vidraço, de lioz e de solicitações expectáveis.
basalto.
O revestimento e as camadas
São vários os tipos de pavimento subjacentes devem ser definidos e
utilizados que recorrem a estes construídos de forma a prolongar a
materiais, sendo de destacar as vida do revestimento, a prevenir ro-
calçadas. turas ou assentamentos, a reduzir a
deterioração funcional e estrutural.
Em termos funcionais, os pavi-
mentos descritos, admitidos na A decisão quanto ao tipo e exten-
reconstrução ou construção de são do pavimento a utilizar deve-
ruas, devem assegurar, de acordo rá ainda ter em consideração as
com a natureza da sua utilização características geológicas, de forma
– espaços de circulação pedonal, a tirar partido dos estratos mais
ciclável ou rodoviária, de paragem permeáveis com o objectivo de me-
ou estacionamento - as adequadas lhorar as características drenantes
condições de segurança e conforto; de alguns dos pavimentos a aplicar.
para isso devem ter uma superfície:
Se existirem grelhas, buracos ou
● estável – que não se desloca frestas no piso – aberturas para
quando sujeita às acções mecâni- escoamento de águas pluviais ou
cas decorrentes do uso normal; ventilação –, os espaços vazios
não devem permitir a passagem de
● durável – que não se desgasta uma esfera rígida com um diâ-
pela ação da utilização corrente e metro superior a 0,02m; se esses
dos agentes naturais; espaços vazios tiverem uma forma
alongada, devem estar dispostos
● firme – que não se deforma de modo que a sua dimensão mais
quando sujeita às acções mecâni- longa seja perpendicular à direção
cas decorrentes do uso normal; dominante da circulação.

● contínua – que não possui Mudanças abruptas de nível devem


juntas não preenchidas com uma ser evitadas – ressaltos de solei-
profundidade superior a 0,005m; ra, desníveis de piso, alteração do
material de revestimento, degraus,
● aderente/ antiderrapante – tampas de caixas de inspeção e vi-
que garanta boa aderência, durante sita –; se tiverem mesmo de existir,
toda a sua vida útil e na presença as mudanças de nível devem ter um
de humidade ou água; tratamento adequado à sua altura.

● drenante – que tenha boas Para seleção do material de re-


qualidades de drenagem superficial vestimento devem aplicar-se, na
e de secagem, possuindo, para isso, avaliação e comparação de opções,
uma inclinação compreendida entre os seguintes critérios objetivos:
1,0% e 2,0%, no sentido do escoa-
mento das águas pluviais; ● resistência inicial ao escorrega-
mento;
● com refletâncias corresponden-
tes a cores nem demasiado claras ● resistência ao polimento;
nem demasiado escuras e com
acabamento não polido. ● regularidade;

4
Materiais 2.1 PaViMeNtos

Granulometria Extensa tratado com


● reflectância; ● espaços de estacionamento. cimento ou betão pobre ou mesmo
betão, cujas características técnicas
● irradiação de calor; As sub-bases, bases e argamassas
e dimensionamento devem ser ob-
a utilizar devem ser definidas e
jeto de estudo estrutural específico.
● facilidade de construção; dimensionadas salvaguardando a
necessária compatibilidade com a
● adequação a superfícies empe- ● Além da utilização de agregado
utilização prevista. Todas as pedras
nadas; natural britado de granulometria
e agregados (pó de pedra/areão
extensa, admite-se a utilização de
calcário, areias lavadas e agre-
● facilidade em remates, recortes agregado reciclado de granulome-
gados de granulometria extensa)
e reparações; tria extensa dos tipos AGER2, B ou C.
deverão ser fornecidos isentos de
terras e acondicionados em obra de
● facilidade de limpeza ● As argamassas das calçadas
modo a não serem contaminados devem permitir presa ajustada às
de forma a não inviabilizar a sua exigências, não sendo permitido tra-
● dependência do fabricante ou ligação com o ligante.
fornecedor. ço de cimento/ areia inferior a 1/ 3.
Nas intervenções em pavimentos Sempre que as condições do terre-
Às questões relativas ao tipo de
nos tecidos urbanos consolidados no ou dos pavimentos existentes,
revestimento/camada de desgaste,
e nos novos espaços públicos, as nos casos em que haja substituição
o qual deve obedecer sobretudo às
áreas de intervenção dos projetos parcial dos extratos, apresentem
exigências funcionais e de conforto
deverão ser objeto de estudos es- significativo grau de incerteza
associadas ao tipo de utilização
pecíficos, os quais deverão carateri- quanto às suas propriedades mecâ-
prevista, acrescem as questões
zar, de um ponto de vista técnico, o nicas perante as exigências pro-
relativas às bases e sub-bases de
estado geral das bases, sub-bases gramadas, deverão ser realizados
assentamento, as quais devem dar
e terreno de fundação, e dimensio- ensaios que permitam aferir estas
resposta às exigências de resistên-
nar e definir os diferentes extratos características.
cia necessárias ao seu bom funcio-
das bases e sub-bases dos pavi-
namento.
mentos a executar de acordo com Para definição das camadas
as solicitações do uso previsto. subjacentes devem aplicar-se, na
Nas bases de pavimentos devem
ser adotadas soluções construtivas avaliação e comparação de opções,
A adoção de pavimentos rígidos os seguintes critérios objetivos:
diferenciadas consoante as seguin-
deverá ser circunscrita aos espa-
tes situações:
ços onde se prevejam situações ● resistência estrutural;
particularmente exigentes do ponto
● espaços de circulação pedonal,
de vista da capacidade resistente à ● possibilidade de limpeza mecâ-
exclusiva;
ação de veículos pesados, designa- nica;
damente:
● espaços de circulação pedonal,
sujeitos a tráfego de veículos – ● dificuldade de abertura de valas;
acesso de veículos a zonas de esta- ● áreas de paragem de transporte
público (sempre); ● possibilidade de reutilização do
cionamento (entradas especiais);
revestimento.
● faixas de rodagem em terminais
● espaços de circulação ciclável -
de transporte público rodoviário; As camadas de suporte do pavi-
faixas cicláveis;
mento deverão ser devidamente
● áreas em espaços de circulação compactadas de modo a evitar
● espaços de circulação ciclável -
pedonal, onde seja necessário salva- a ocorrência de abatimentos, em
pistas cicláveis;
guardar o acesso, ainda que pontu- particular resultantes da existência
al, a veículos pesados para efeitos de vazios.
● espaços de circulação rodoviária;
de manutenção de infraestruturas
● espaços de circulação rodoviária ou outros fins que assim o exijam. A reposição ou reconstrução da
– zonas de coexistência; estrutura do pavimento é execu-
Nestas áreas: tada atendendo à sua utilização,
● espaços de circulação rodoviária especificidade do local e posição
- paragens de autocarros, que são ● As sub-bases e bases dos pavi- da via na hierarquia da rede viária
sujeitos a esforços mais elevados e mentos dos exemplos apresentados da CML conforme definido nas
frequentes; deverão ser substituídos por extra- especificações que em seguida se
tos em ABGE – Agregado Britado de apresentam.

5
2.1 PaViMeNtos materiais

designadamente rebaixamentos ou tons diferentes;


Calçadas para travessias de peões, ajusta-
mentos a soleiras e entradas de ● a reparação e reposição de áre-
As calçadas em pedra – correspon- garagem; as mais circunscritas, minimizando
dem a pavimentos cuja superfície as necessidades de intervenção;
resulta da justaposição de peças ● quando sujeitas a levantamento
de pedra natural de pequena di- para manutenção de infraestrutu- ● dispor de menores meios técni-
mensão, cujo corte em bloco pode ras, as quais se localizam na sua cos, já que o seu assentamento é,
resultar de processo manual ou maioria sob os passeios, o reapro- sobretudo, manual.
mecânico, gerando superfícies de veitamento das peças;
textura irregular. Esta tipologia de Esta tipologia de pavimentos, pela
pavimento é efetivamente a forma ● uma maior indiferenciação das importância que detém na pre-
mais usual de pavimentação dos zonas recentemente intervencio- servação do carácter e identidade
espaços de circulação pedonal da nadas relativamente ao existente urbana da cidade de Lisboa deverá,
cidade já que permitem: circundante e uma maior indife- sempre que possível, ser preserva-
renciação dos remates nos limites da e cuidada.
● uma maior plasticidade e, pela do pavimento, especialmente se as
menor dimensão dos seus elemen- peças forem de pequena dimensão,
tos, adaptar com grande versatilida- se as juntas não forem retas e se
de os passeios a diversas situações, existir mistura de peças de cores

CaLçada arTísTiCa

6
Materiais 2.1 PaViMeNtos

os lajedos ou calçadas em pedra,


Lajeados tendo como principais vantagens: ● Maior facilidade de execução de
padrões e/ ou motivos;
Os lajeados correspondem a pavi- ● Maior controlo das propriedades
mentos cuja superfície resulta da físicas e de resistência do betão; ● Maior facilidade de cortes e
remates.
justaposição de peças de maior
dimensão, geralmente de pedra na- ● O processo de produção das
Entende-se que uma peça é iden-
tural ou artificial, cujo corte resulta lajetas, o qual sendo mecanizado
tificada como lajeta quando a sua
de processo mecânico, gerando permite um controlo mais rigoroso
dimensão em altura (h) seja menor
superfícies regulares, lisas ou ru- das suas propriedades geométricas;
que um quarto do seu comprimento
gosas dependendo do acabamento.
(c), ou seja, h<c/4.
Os materiais mais usados na sua ● As possibilidades inerentes à
fabricação são o calcário (lioz), o coloração das lajetas em fábrica;
granito e o betão.
● Menor custo e menores exigên-
Atualmente, os pavimentos em cias técnicas no assentamento;
lajetas de betão pré-fabricadas,
constituem uma solução mais ● Maior variedade de cores e
versátil, de menor custo e de mais acabamentos;
fácil manutenção e reparação que

Lajeado de Lioz

7
2.1 PaViMeNtos materiais

doviária -, de menor custo e de fácil Entende-se que uma peça é reco-


blocos manutenção e reparação. nhecida como bloco quando a sua
altura (h) for maior ou igual que um
Correspondem a pavimentos cuja Estes pavimentos constituem uma quarto do seu comprimento (c), ou
superfície resulta da justaposição alternativa à utilização da pedra seja, h>c/4.
de peças de pequena ou média em espaço público, tendo como
dimensão, cuja moldagem resulta vantagens principais:
de processo mecânico, gerando
superfícies de textura regular. ● Maior controlo das propriedades
físicas e de resistência do betão;
Os pavimentos em blocos pré-fa-
bricados, são hoje a solução mais ● O processo de produção dos
versátil - formas, estereotomia, co- blocos, o qual sendo mecanizado
res, variedade de materiais e aca- permite um controlo mais rigoroso
bamentos, facilidade de execução das suas propriedades geométricas;
de padrões e/ ou motivos, mistura
de elementos de formas e cores ● As possibilidades inerentes à
diferentes, facilidade de cortes em coloração dos blocos em fábrica;
remates e aplicabilidade a qualquer
utilização: pedonal, ciclável ou ro- ● Menor custo e menores exigên-
cias técnicas no assentamento.

bLoCos Pré-fabriCados de beTão

8
Materiais 2.1 PaViMeNtos

tenção das infraestruturas exis-


“In Situ” tentes no subsolo. Também deve ● a utilização prevista, designa-
damente se se trata de um espaço
ter-se presente que a reposição dos
Correspondem a pavimentos de circulação pedonal, ciclável ou
pavimentos contínuos deixa marcas
resultantes de diversos materiais, rodoviária, paragem ou estaciona-
de “remendos” relativamente ao
gerando superfícies contínuas, lisas mento;
existente e poderá, por isso, obrigar
ou de textura regular. a maiores áreas de intervenção
● as necessidades de manutenção
para minimizar o seu impacto. Por
Os pavimentos contínuos podem das infraestruturas alojadas no
estas razões, deverá sempre ser
ser individualmente desenvolvidos subsolo;
ponderada a sua aplicação e o
(cor, textura, acabamento, en- desenho deverá sempre antecipar
tre outros) para cada projeto. Os ● a disponibilidade local de recur-
estas situações. sos materiais e de mão-de-obra
pavimentos contínuos destinam-
qualificada para garantir a sua boa
-se à pavimentação de áreas de A opção por cada um dos tipos de
execução e a sua manutenção;
tráfego intenso, onde o conforto, a pavimento apresentados deverá
segurança e a durabilidade estejam ter em consideração os seguintes
● os custos de execução e de
associados à estética e à harmonia aspetos: manutenção.
com o ambiente envolvente.
● a história do lugar e sua ade-
Na utilização de pavimentos quação ao valor patrimonial do
contínuos deve ter-se em conta as espaço de intervenção;
exigências funcionais e de manu-

PaviMenTo ConforTáveL beTonado in siTU

9
2.1 PaViMeNtos materiais

esPaços de CirCULação PedonaL

escadas em outros
Passeios Passadeiras escadas rampas
rampa espaços

descontínuos Calçadas Vidraço ● ● ● ●

Granito ● ● ● ● ● ●

Mista ● ● ● ● ●

Portuguesa ● ●

Lajeados Lioz ● ●

Vidraço ● ●

Granito ● ● ● ● ●

Grés ● ● ● ● ●

Betão ● ● ● ● ● ●

blocos Granito ● ● ● ● ●

Betão ● ● ● ● ●

Contínuos “in situ” Betão ● ● ●

Betuminoso (Quente) ●

Betuminoso (Frio) ● ● ● ●

Resinas ● ● ● ●

esPaços de CirCULação CiCLáveL

via faixa Pista


banalizada ciclável ciclável

descontínuos Calçadas Vidraço

Granito

Mista

Portuguesa

Lajeados Lioz ● ●

Vidraço ● ●

Granito ● ●

Grés ● ●

Betão ● ●

blocos Granito ● ● ●

Betão ● ● ●

Contínuos “in situ” Betão ● ●

Betuminoso (Quente) ● ●

Betuminoso (Frio) ● ●

Resinas ● ●

10
Materiais 2.1 PaViMeNtos

esPaços de CirCULação rodoviária

rede zonas de acalmia de


estruturante Coexistência Tráfego

descontínuos Calçadas Granito ● ●

Mista ● ●

Lajeados Lioz

Vidraço

Granito ● ●

Grés

Betão

blocos Granito ● ●

Betão ● ●

Contínuos “in situ” Betão ● ●

Betuminoso (Quente) ●

Betuminoso (Frio)

Resinas ●

esPaços de ParageM e esTaCionaMenTo

veículos veículos Motociclos bicicletas


Ligeiros Pesados

descontínuos Calçadas Vidraço ● ● ●


Granito ● ● ● ●
Mista ● ●

Lajeados Calcário ● ● ●
Granito ● ● ●
Grés ● ● ●
Betão ● ● ●

blocos Granito ● ● ● ●
Betão ● ● ● ●

Contínuos “in situ” Betão ● ● ● ●


Betuminoso (Quente) ● ● ● ●
Betuminoso (Frio) ● ●
Resinas ● ● ●

11
2.1 PaViMeNtos materiais

reLação de PaviMenTos PendenTes

i 5 5 i 8 i 8

Pedonal

Ciclável

Rodoviária

Estacionamento

Pedonal

Ciclável

Rodoviária

Estacionamento

Pedonal

Ciclável

Rodoviária

Estacionamento
descontínuos Calçadas Vidraço ● ● ●
Granito ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Mista ● ● ● ● ● ●
Portuguesa ●
Lajeados Vidraço ● ●
Lioz ●
Granito ● ● ● ● ● ●
Grés ● ● ● ● ● ●
Betão ● ● ● ● ● ●
blocos Granito ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Betão ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●
Contínuos “in situ” Betão ● ● ● ● ● ● ●
Betuminoso ● ● ● ● ● ● ● ● ●
(Quente)
Betuminoso ● ● ● ● ● ●
(Frio)
Resinas ● ● ● ● ● ●

12
Materiais 2.1 PaViMeNtos

varia consoante o tipo de calçada a


descrição aplicar, nomeadamente:
Calçada
de vidraço Entre os diversos tipos de calçadas,
a calçada de vidraço constitui na
CaLçada MiUdinha
Pavimento composto por cubos
Cidade de Lisboa a solução domi- com uma dimensão de 4 a 5 cm.
nante adoptada desde o século XIX,
para a pavimentação dos passeios. CaLçada Miúda
Pavimento composto por pedras
A calçada de vidraço é um pavi- com uma dimensão de 5 a 7 cm.
mento cuja superfície resulta da
justaposição de peças de pedra CaLçada a Meia Pedra
natural de pequena dimensão, Pavimento composto por cubos
cujo corte em bloco pode resultar com uma dimensão de 9 a 11 cm.
de processo manual ou mecânico,
gerando superfícies de textura ir- CaLçada grossa
regular ou regular consoante o seu Pavimento composto por cubos
acabamento. com uma dimensão de 12 a 13 cm.

Este pavimento é composto por É igualmente utilizada como sinali-


cubos em boas condições, novos zação horizontal, designadamente
ou reutilizados, preferencialmen- passadeiras, através da combi-
te aparelhados, compactos e de nação com pedras de coloração
dureza média. A sua dimensão contrastante.

Lisboa – CaMPo PeqUeno

13
2.1 PaViMeNtos materiais

Nas zonas pedonais sujeitas pontu- Em ruas de reduzida inclinação,


execução almente ao tráfego de veículos (en- com pendentes inferiores a 5%,
tradas especiais), deverá ser previs- onde o risco de deslizamento é
Na execução das calçadas, por ta uma camada de assentamento menor, deverão ser considerados
regra considera-se uma caixa com em mistura de cimento e areia do acabamentos que aumentem a
uma profundidade aproximada de rio, lavada ao traço 1:3 (volume) rugosidade da pedra minimizando
0,24m para zonas de utilização com espessura de 0,04 m. Deverão o risco de escorregamento, nomea-
exclusivamente pedonal; e para as ainda ser consideradas uma cama- damente:
zonas de circulação automóvel, a da base em betão uma espessura
profundidade da caixa aumenta mínima de 0,15 m, armada infe- serrado
para os 0,34m. riormente com rede eletro soldada Acabamento em que a chapa é
em malha quadrada e uma camada unicamente cortada com as dimen-
As juntas entre as pedras não de sub-base em agregado britado, sões pretendidas e é lavada com
poderão, depois de executado o natural ou reciclado de granulome- máquina de pressão para retirar o
assentamento, ter uma profundida- tria extensa com espessura mínima pó e vestígios abrasivos durante a
de superior entre 0,003m e 0,005m de 0,15 m. operação. Este acabamento apre-
em relação à face superior dos senta uma superfície ligeiramente
blocos e deverão ter uma abertura De salientar que as peças devem rugosa.
máxima entre 0,003m e os 0,005m apresentar dimensões semelhantes
preenchidas com pó de pedra de forma a assegurar um bom en- areado oU jaCTeado
calcária. caixe e uma resistência final ajus- Acabamento que confere mais
tada ao tipo de utilização prevista. rugosidade que o serrado. Essa
Em alternativa, poder-se-á con- rugosidade é-lhe conferida através
siderar uma abertura máxima de Todos os materiais utilizados serão de um jato de areia a alta pressão
0,008m preenchida com mistura de aplicados limpos, isentos de terras direcionado para a face da pedra
cimento e areia fina do rio, lavada, e detritos. até a mesma ficar com a superfície
ao traço 1:4. mais irregular.

A camada de assentamento deverá acabamento bUjardado


ser em pó de pedra calcária ou em É o mais rugoso dos acabamentos
mistura de cimento e areia do rio, Os tratamentos superficiais não industriais sendo por isso o que
lavada, ao traço 1:4. aumentam a capacidade estrutu- permite a superfície mais agressiva
ral do pavimento, tendo apenas de todas. A chapa entra num tapete
A camada de base deverá ser como objetivo fornecer-lhe uma para a máquina e uma série de bu-
em agregado britado, natural ou maior qualidade nas características jardas vão picando o material. Pode
reciclado, de granulometria extensa superficiais como textura e imper- aplicar-se a todo o tipo de pedras
com espessura mínima de 0,20m meabilização. sendo necessário regular a inten-
nos espaços de circulação pedonal sidade dos movimentos e a espes-
e de 0,30m nos espaços de circula- Nesse sentido, as calçadas em sura tem obrigatoriamente que ser
ção rodoviária e estacionamentos pedra de vidraço deverão ter um igual ou superior a 2,0cm.
(aplicada em 2 subcamadas devi- acabamento adequado à função
damente compactadas). que desempenham nunca devendo
apresentar superfícies polidas.

14
Materiais 2.1 PaViMeNtos

sentamentos em junta travada ou


descrição em espinha;
Calçada
de granito A calçada em pedra de granito é, à
semelhança da calçada de vidraço,
● Por uma maior aderência, já que
a textura e a maior resistência ao
um pavimento cuja superfície resul- desgaste do granito evita durante
ta da justaposição de peças de pe- mais tempo o escorregamento;
dra natural de pequena dimensão,
cujo corte em bloco pode resultar ● Pela possibilidade de se obte-
de processo manual ou mecânico, rem peças de corte industrial, numa
gerando superfícies de textura ir- ou mais faces, e, consequentemen-
regular ou regular consoante o seu te, pisos mais lisos.
acabamento.
Estes pavimentos devem ser com-
Os pavimentos de granito consti- postos por cubos de granito em
tuem uma alternativa muito viável boas condições, novos ou reutiliza-
ao pavimento em cubos de calcário dos, usualmente nas cores cinza,
em virtude das seguintes caracte- azul e preto (este último detém um
rísticas físicas e funcionais, nome- custo mais elevado por a sua extra-
adamente: ção ser mais parca). Outras cores
mais claras, como o amarelo, não
● Pela possibilidade de uma maior devem ser consideradas pois por
dimensão dos cubos; serem granitos mais arenosos que
se desagregam mais facilmente.
● Pela maior resistência conse-
guida no assentamento dos blocos A sua dimensão varia consoante o
já que estes, apresentando sempre tipo de calçada a aplicar, nomeada-
arestas paralelas, possibilitam as- mente:

PorTo – rUa de são joão

15
2.1 PaViMeNtos materiais

CaLçada Miúda tradas especiais), deverá ser previs-


Pavimento composto por cubos ta uma camada de assentamento acabamento
com uma dimensão de 5 a 7 cm. em mistura de cimento e areia do
rio, lavada ao traço 1:3 (volume) Os tratamentos superficiais não
CaLçada a Meia Pedra com espessura de 0,04 m. Deverão aumentam a capacidade estrutu-
Pavimento composto por cubos ainda ser consideradas uma cama- ral do pavimento, tendo apenas
com uma dimensão de 9 a 11 cm. da base em betão uma espessura como objetivo fornecer-lhe uma
mínima de 0,15 m, armada infe- maior qualidade nas características
CaLçada grossa riormente com rede eletro soldada superficiais como textura e imper-
Pavimento composto por cubos em malha quadrada e uma camada meabilização.
com uma dimensão de 12 a 13 cm. de sub-base em agregado britado,
natural ou reciclado de granulome- Nesse sentido, as calçadas em
tria extensa com espessura mínima pedra de granito deverão ter um
execução de 0,15 m. acabamento adequado à função
que desempenham nunca devendo
Na execução das calçadas, por Nas bolsas ou faixas de rodagem apresentar superfícies polidas.
regra considera-se uma caixa com contíguas a zonas de paragem de
uma profundidade aproximada de autocarro, o pavimento deverá Em ruas de reduzida inclinação,
0,24m para zonas de utilização ser reforçado de forma a respon- com pendentes inferiores a 5%,
exclusivamente pedonal; e para as der às situações particularmente onde o risco de deslizamento é
zonas de circulação automóvel, a exigentes do ponto de vista da menor, deverão no entanto ser
profundidade da caixa aumenta capacidade de resistência à ação considerados acabamentos que
para os 0,34m. dos autocarros. Para tal devem aumentem a rugosidade da pedra
ser salvaguardadas as seguintes minimizando o risco de escorrega-
As juntas entre as pedras não características: mento, nomeadamente:
poderão, depois de executado o
assentamento, ter uma profundida- ● A pedra de calçada nas faixas serrado
de superior entre 0,003m e 0,005m de rodagem deve ser de 1.ª quali- Acabamento em que a chapa é uni-
em relação à face superior dos dade, em granito, com dimensão de camente cortada com as dimensões
blocos e deverão ter uma abertura 11cm de aresta; pretendidas e é lavada com máquina
máxima entre 0,003m e os 0,005m de pressão para retirar o pó e vestí-
preenchidas com pó de pedra ● Deve ser aplicada uma funda- gios abrasivos durante a operação.
calcária. ção de areão com uma espessura Este acabamento apresenta uma
de 0,10m após recalque; superfície ligeiramente rugosa.
Em alternativa, poder-se-á con-
siderar uma abertura máxima de ● A fundação da calçada deve ser areado oU jaCTeado
0,008m preenchida com mistura de convenientemente compactada; Acabamento que confere mais
cimento e areia fina do rio, lavada, rugosidade que o serrado. Essa
ao traço 1:4. ● Deve ser aplicado sobre a calça- rugosidade é-lhe conferida através
da um traço de cimento e areia na de um jato de areia a alta pressão
A camada de assentamento deverá proporção de 1:6; direcionado para a face da pedra
ser em pó de pedra calcária ou em até a mesma ficar com a superfície
mistura de cimento e areia do rio, ● As juntas entre as pedras mais irregular.
lavada, ao traço 1:4. devem ser uniformes e não podem
exceder 8mm de afastamento. bUjardado
A camada de base deverá ser É o mais rugoso dos acabamentos
em agregado britado, natural ou Todos os materiais utilizados serão industriais sendo por isso o que
reciclado, de granulometria extensa aplicados limpos, isentos de terras permite a superfície mais agressiva
com espessura mínima de 0,20m e detritos. de todas. A chapa entra num tapete
nos espaços de circulação pedonal para a máquina e uma série de bu-
e de 0,30m nos espaços de circula- De salientar que as peças devem jardas vão picando o material. Pode
ção rodoviária e estacionamentos apresentar dimensões semelhantes aplicar-se a todo o tipo de pedras
(aplicada em 2 subcamadas devi- de forma a assegurar um bom en- sendo necessário regular a inten-
damente compactadas). caixe e uma resistência final ajus- sidade dos movimentos e a espes-
tada ao tipo de utilização prevista. sura tem obrigatoriamente que ser
Nas zonas pedonais sujeitas pontu- igual ou superior a 2,0cm.
almente ao tráfego de veículos (en-

16
Materiais 2.1 PaViMeNtos

Relativamente a estas calçadas, é


descrição ainda de salientar que nas ruas de
Calçada mista maior declive e em todas em que
Pavimento composto por cubos de seja maior o risco de escorrega-
calcário de vidraço e por cubos de mento superficial, e onde não seja
granito que em virtude de propor- possível a implantação de uma fai-
cionar maior aderência é usado em xa de pavimento confortável e anti-
zonas com inclinações superiores a derrapante, para além da utilização
5%. A proporção das pedras é esti- de pedra granítica com a pedra
pulada de acordo com a pendente de vidraço, poderão ser adaptadas
do terreno, conforme referido no medidas especificas para assegurar
inicio do capítulo (Princípios Gerais). a segurança e conforto dos peões,
nomeadamente:
A sua dimensão varia também con-
soante o tipo de calçada a aplicar, Utilização de tratamento superficial
nomeadamente: que aumente a rugosidade da pe-
dra de calcário, minimizando o risco
CaLçada Miúda de escorregamento.
Pavimento composto por cubos
com uma dimensão de 5 a 7 cm. Utilização de travessas em pedra
natural ou artificial, de cor clara, e
CaLçada a Meia Pedra características antiderrapantes, in-
Pavimento composto por cubos tercaladas no sentido da largura do
com uma dimensão de 9 a 11 cm. passeio com uma distância corres-
pondente a 0,60m, com o objetivo
CaLçada grossa de suster a calçada e reduzir o
Pavimento composto por cubos risco de escorregamento.
com uma dimensão de 12 a 13 cm.

Lisboa - CaLçada do MiranTe

17
2.1 PaViMeNtos materiais

com espessura de 0,04 m. Deverão


execução ainda ser consideradas uma cama-
da base em betão uma espessura
Na execução das calçadas, por mínima de 0,15 m, armada infe-
regra considera-se uma caixa com riormente com rede eletro soldada
uma profundidade aproximada de em malha quadrada e uma camada
0,24m para zonas de utilização de sub-base em agregado britado,
exclusivamente pedonal; e para as natural ou reciclado de granulome-
zonas de circulação automóvel, a tria extensa com espessura mínima
profundidade da caixa aumenta de 0,15 m.
para os 0,34m.
Todos os materiais utilizados serão
As juntas entre as pedras não aplicados limpos, isentos de terras
poderão, depois de executado o e detritos.
assentamento, ter uma profundida-
de superior entre 0,003m e 0,005m De salientar que as peças devem
em relação à face superior dos apresentar dimensões semelhantes
blocos e deverão ter uma abertura de forma a assegurar um bom en-
máxima entre 0,003m e os 0,005 caixe e uma resistência final ajus-
m preenchidas com pó de pedra tada ao tipo de utilização prevista.
calcária.

Em alternativa, poder-se-á conside- acabamento


rar uma abertura máxima de 0,008
m preenchida com mistura de Os tratamentos superficiais não
cimento e areia fina do rio, lavada, aumentam a capacidade estrutu-
ao traço 1:4. ral do pavimento, tendo apenas
como objetivo fornecer-lhe uma
A camada de assentamento deverá maior qualidade nas características
ser em pó de pedra calcária ou em superficiais como textura e imper-
mistura de cimento e areia do rio, meabilização.
lavada, ao traço 1:4.
Nesse sentido, as calçadas em
A camada de base deverá ser pedra de granito e vidraço deverão
em agregado britado, natural ou ter um acabamento adequado à
reciclado, de granulometria extensa função que desempenham nunca
com espessura mínima de 0,20m devendo apresentar superfícies
nos espaços de circulação pedonal polidas.
e de 0,30m nos espaços de circula-
ção rodoviária e estacionamentos Em ruas de reduzida inclinação,
(aplicada em 2 subcamadas devi- com pendentes inferiores a 5%,
damente compactadas). onde o risco de deslizamento é
menor, deverão no entanto ser
Nas zonas pedonais sujeitas pontu- considerados acabamentos que
almente ao tráfego de veículos (en- aumentem a rugosidade da pedra
tradas especiais), deverá ser previs- de vidraço, minimizando o risco de
ta uma camada de assentamento escorregamento (preferencialmente
em mistura de cimento e areia do o acabamento bujardado).
rio, lavada ao traço 1:3 (volume)

18
Materiais 2.1 PaViMeNtos

descrição execução
Calçada
portuguesa / A calçada portuguesa mais típica
resulta do calcetamento com pe-
Á semelhança do que aconte-
ce com a calçada de vidraço, na
artística dras de formato geralmente irregu- execução da calçada artística, por
lar de calcário branco e negro. regra considera-se uma caixa com
uma profundidade aproximada de
As cores mais tradicionais são 0,24m para zonas de utilização
o preto e o branco, embora se- exclusivamente pedonal.
jam também utilizados o bege-
-acastanhado e o rosa-alaranjado As juntas entre as pedras não
ou avermelhado. O contraste de poderão, depois de executado o
tonalidades destas pedras permite assentamento, ter uma profundida-
formar os padrões decorativos que de superior entre 0,003m e 0,005m
deram origem à designação de em relação à face superior dos
Calçada Artística. blocos e deverão ter uma abertura
máxima entre 0,003m e os 0,005
A sua dimensão apresenta os se- m preenchidas com pó de pedra
guinte valores: calcária.

CaLçada MiUdinha A camada de assentamento deverá


Pavimento composto por cubos ser em pó de pedra calcária ou em
com uma dimensão de 4 a 5 cm. mistura de cimento e areia do rio,
lavada, ao traço 1:4.
CaLçada Miúda
Pavimento composto por cubos A camada de base deverá ser
com uma dimensão de 5 a 7 cm. em agregado britado, natural ou

Lisboa - avenida da Liberdade

19
2.1 PaViMeNtos materiais

reciclado, de granulometria extensa


com espessura mínima de 0,20m acabamento
(aplicada em 2 subcamadas devi-
damente compactadas). Os tratamentos superficiais não
aumentam a capacidade estrutu-
Nas zonas pontualmente sujeitas ral do pavimento, tendo apenas
ao tráfego de veículos (entradas como objetivo fornecer-lhe uma
especiais), deverá ser prevista maior qualidade nas características
uma camada de assentamento em superficiais como textura e imper-
mistura de cimento e areia do rio, meabilização.
lavada ao traço 1:3 (volume) com
espessura de 0,04 m. Mesmo em ruas de reduzida incli-
nação (com pendentes inferiores a
Deverão ainda ser consideradas 5%), onde o risco de deslizamento
uma camada base em betão uma é menor, deverão ser considerados
espessura mínima de 0,15 m, acabamentos que aumentem a
armada inferiormente com rede rugosidade da pedra minimizando
eletro soldada em malha quadra- o risco de escorregamento, nomea-
da e uma camada de sub-base damente:
em agregado britado, natural ou
reciclado de granulometria extensa serrado
com espessura mínima de 0,15 m. Acabamento em que a chapa é
unicamente cortada com as dimen-
Todos os materiais utilizados serão sões pretendidas e é lavada com
aplicados limpos, isentos de terras máquina de pressão para retirar o
e detritos. pó e vestígios abrasivos durante a
operação. Este acabamento apre-
No caso de calçadas com motivos senta uma superfície ligeiramente
decorativos devem ser salvaguar- rugosa.
dados os seguintes aspetos:
areado oU jaCTeado
Após a colocação do molde - ma- Acabamento que confere mais
deira, pvc ou metal -, o assen- rugosidade que o serrado. Essa
tamento das pedras deverá ser rugosidade é-lhe conferida através
iniciado pelo espaço exterior ao de um jato de areia a alta pressão
motivo - a cada área de uma cor direcionado para a face da pedra
deverá corresponder um molde; até a mesma ficar com a superfície
mais irregular.
Só após o assentamento da área
exterior se deverá retirar o molde e bUjardado
preencher o espaço em negativo. É o mais rugoso dos acabamentos
industriais sendo por isso o que
permite a superfície mais agressiva
de todas. A chapa entra num tapete
para a máquina e uma série de bu-
jardas vão picando o material. Pode
aplicar-se a todo o tipo de pedras
sendo necessário regular a inten-
sidade dos movimentos e a espes-
sura tem obrigatoriamente que ser
igual ou superior a 2,0cm.

Nunca, em qualquer caso deverá a


calçada artística apresentar super-
fícies polidas.

20
Materiais 2.1 PaViMeNtos

A sua rigidez também varia, sendo


descrição o lioz branco mais rijo dado ser
Lajeado extraído a maior profundidade.
de calcário O Lioz é uma pedra calcária fre-
quentemente utilizada no espaço Um pavimento composto por peças
público, particularmente em lajea- de lioz deverá ser dimensionado,
dos, sendo frequentemente encon- considerando o seu uso e função. A
trada em zonas mais nobres da sua espessura deverá ser determi-
cidade como largos, praças e áreas nada de acordo com a resistência
envolventes a edifícios emblemá- mecânica pretendida. No entanto,
ticos. considera-se que uma lajeta nunca
deverá ter uma espessura inferior
Apesar da sua resistência e dureza, a 4cm.
é um material poroso com desgas-
te algo acentuado, que necessita de De fato, estes pavimentos devem
alguns cuidados especiais ao nível ser resistentes à ação do tráfego
da sua transformação e acabamen- pedonal intenso, à ação do acesso
to e na sua manutenção e limpeza. ocasional de veículos motorizados
e à exposição aos elementos natu-
Os lajeados de Lioz, correspon- rais, devendo para tal ser acautela-
dem a pavimentos cuja superfície das as seguintes ocorrências:
resulta da justaposição de peças
de maior dimensão, e cujo corte ● Desgaste acelerado da superfície,
resulta de processo mecânico, com redução acentuada dos relevos;
gerando superfícies regulares, lisas
ou rugosas dependendo do seu ● Fissuração ou quebra do pavi-
acabamento. mento por deficiente resistência
mecânica;

Lisboa - aLvaLade

21
2.1 PaViMeNtos materiais

Deverão ainda ser consideradas serrado


● Alteração da cor por via da uma camada base em betão com Acabamento em que a chapa é
exposição aos raios solares e às unicamente cortada com as dimen-
uma espessura mínima de 0,15 m,
intempéries; sões pretendidas e é lavada com
armada inferiormente com rede
eletro soldada em malha quadra- máquina de pressão para retirar o
● Escorregamento na presença de pó e vestígios abrasivos durante a
da, e uma camada de sub-base
água;
em agregado britado, natural ou operação. Este acabamento apre-
reciclado de granulometria extensa senta uma superfície ligeiramente
● Dificuldade de manutenção.
com espessura mínima de 0,15 m. rugosa.
Para os devidos efeitos, uma peça
é identificada como lajeta quando Para este caso em particular, as areado oU jaCTeado
peças deverão ter uma altura que Acabamento que confere mais
a sua dimensão em altura (h) for
possibilite a passagem de veículos, rugosidade que o serrado. Essa
menor que um quarto do seu com-
ligeiros e/ou pesados, sem que as rugosidade é-lhe conferida através
primento (c), ou seja, h<c/4.
mesmas se partam. de um jato de areia a alta pressão
direcionado para a face da pedra
De salientar que as peças devem até a mesma ficar com a superfície
execução apresentar um corte que assegure mais irregular.
um bom encaixe e uma resistência
Na execução dos lajeados, por
final ajustada ao tipo de utilização bUjardado
regra considera-se uma caixa com É o mais rugoso dos acabamentos
prevista.
uma profundidade aproximada de industriais sendo por isso o que
0,23m para zonas de utilização Todos os materiais utilizados serão permite a superfície mais agressiva
exclusivamente pedonal. aplicados limpos, isentos de terras de todas. A chapa entra num tapete
e detritos. para a máquina e uma série de bu-
As juntas entre as pedras não
jardas vão picando o material. Pode
poderão, depois de executado o
aplicar-se a todo o tipo de pedras
assentamento, ter uma profundida-
de superior a 0,003m em rela- acabamento sendo necessário regular a inten-
sidade dos movimentos e a espes-
ção à face superior dos blocos e
Os tratamentos superficiais não sura tem obrigatoriamente que ser
deverão ter uma abertura máxima
aumentam a capacidade estrutu- igual ou superior a 2,0cm.
de 0,003m preenchida com pó de
ral do pavimento, tendo apenas
pedra calcária ou areia fina. Deverá ser prevista a aplicação de
como objetivo fornecer-lhe uma
maior qualidade nas características um hidrófugo com propriedades
A camada de assentamento, com
superficiais como textura e imper- “anti-grafitti”.
uma espessura de 0.03m, deve-
rá ser em mistura de areia do rio meabilização.
lavada ou em mistura de cimento e
Nesse sentido, os lajeados em
areia do rio, lavada, ao traço 1:4.
pedra de lioz deverão ter um
A camada de base deverá ser acabamento adequado à função
em agregado britado, natural ou que desempenham nunca devendo
reciclado, de granulometria extensa apresentar superfícies polidas.
com espessura mínima de 0,20m
Mesmo em ruas de reduzida incli-
(aplicada em 2 subcamadas devi-
nação, com pendentes inferiores a
damente compactadas).
5%, onde o risco de deslizamento
Nas zonas pedonais sujeitas pon- é menor, deverão ser considerados
tualmente ao tráfego de veículos acabamentos que aumentem a
(entradas especiais), deverá ser rugosidade da pedra minimizando
prevista uma camada de assen- o risco de escorregamento, nomea-
tamento em mistura de cimento damente:
e areia do rio, lavada ao traço 1:3
(volume) com espessura de 0,03 m.

22
Materiais 2.1 PaViMeNtos

Pela possibilidade de se obterem


descrição peças de corte industrial, numa ou
Lajeado de granito mais faces, e, consequentemente,
Os lajeados em pedra de granito pisos mais lisos e confortáveis com
são, à semelhança dos lajeados em características antiderrapantes.
lioz, um pavimento cuja superfície
resulta da justaposição de peças de Um pavimento composto por peças
pedra natural de média ou grande de granito deverá ser dimensio-
dimensão, cujo corte pode resultar nado, considerando o seu uso e
de processo manual ou mecânico, função. A sua espessura deverá
gerando superfícies de textura ir- ser determinada de acordo com a
regular ou regular consoante o seu resistência mecânica pretendida.
acabamento. No entanto, considera-se que uma
lajeta nunca deverá ter uma espes-
O granito é uma rocha cristalina sura inferior a 4cm.
de elevada dureza e resistência ao
desgaste, sendo muito utilizada De fato, estes pavimentos devem
em espaço público devido às suas ser resistentes à ação do tráfego
características físicas e funcionais, pedonal intenso, à ação do acesso
nomeadamente: ocasional de veículos motorizados
e à exposição aos elementos natu-
Pela possibilidade de uma maior rais, devendo para tal ser acautela-
dimensão das peças; das as seguintes ocorrências:

Por uma maior aderência, já que ● Desgaste acelerado da super-


a textura e a maior resistência ao fície, com redução acentuada dos
desgaste do granito evita durante relevos;
mais tempo o escorregamento;

Lisboa - areeiro

23
2.1 PaViMeNtos materiais

Nas zonas pedonais sujeitas pon- Mesmo tratando-se de uma pedra


● Fissuração ou quebra do pavi- tualmente ao tráfego de veículos rugosa, deverão ser considerados
mento por deficiente resistência
(entradas especiais), deverá ser acabamentos que aumentem a
mecânica;
prevista uma camada de assen- rugosidade da pedra minimizando
tamento em mistura de cimento o risco de escorregamento, nomea-
● Alteração da cor por via da
e areia do rio lavada, ao traço 1:3 damente:
exposição aos raios solares e às
(volume) com espessura de 0,03 m.
intempéries;
serrado
Deverão ainda ser consideradas Acabamento em que a chapa é
● Escorregamento na presença de
uma camada base em betão com unicamente cortada com as dimen-
água;
uma espessura mínima de 0,15 m, sões pretendidas e é lavada com
armada inferiormente com rede máquina de pressão para retirar o
● Dificuldade de manutenção.
eletro soldada em malha quadra- pó e vestígios abrasivos durante a
Para os devidos efeitos, uma peça da, e uma camada de sub-base operação. Este acabamento apre-
é identificada como lajeta quando em agregado britado, natural ou senta uma superfície ligeiramente
a sua dimensão em altura (h) for reciclado de granulometria extensa rugosa.
menor que um quarto do seu com- com espessura mínima de 0,15 m.
primento (c), ou seja, h<c/4. areado oU jaCTeado
Para este caso em particular, as Acabamento que confere mais
peças deverão ter uma altura que rugosidade que o serrado. Essa
possibilite a passagem de veículos, rugosidade é-lhe conferida através
execução ligeiros e/ou pesados, sem que as de um jato de areia a alta pressão
mesmas se partam. direcionado para a face da pedra
Na execução dos lajeados, por
até a mesma ficar com a superfície
regra considera-se uma caixa com
De salientar que as peças devem mais irregular.
uma profundidade aproximada de
apresentar um corte que assegure
0,23m para zonas de utilização
um bom encaixe e uma resistência bUjardado
exclusivamente pedonal.
final ajustada ao tipo de utilização É o mais rugoso dos acabamentos
pretendido. industriais sendo por isso o que
As juntas entre as pedras não
permite a superfície mais agressiva
poderão, depois de executado o
Todos os materiais utilizados serão de todas. A chapa entra num tapete
assentamento, ter uma profundida-
aplicados limpos, isentos de terras para a máquina e uma série de bu-
de superior a 0,003m em rela-
e detritos. jardas vão picando o material. Pode
ção à face superior dos blocos e
aplicar-se a todo o tipo de pedras
deverão ter uma abertura máxima
sendo necessário regular a inten-
de 0,003m preenchida com pó de
pedra calcária ou areia fina. acabamento sidade dos movimentos e a espes-
sura tem obrigatoriamente que ser
A camada de assentamento, com Os tratamentos superficiais não igual ou superior a 2,0cm.
uma espessura de 0.03m, deve- aumentam a capacidade estrutu-
ral do pavimento, tendo apenas Deverá ainda ser prevista a aplica-
rá ser em mistura de areia do rio
como objetivo fornecer-lhe uma ção de um hidrófugo com proprie-
lavada ou em mistura de cimento e
maior qualidade nas características dades “anti-grafitti”.
areia do rio, lavada, ao traço 1:4.
superficiais como textura e imper-
A camada de base deverá ser meabilização.
em agregado britado, natural ou
reciclado, de granulometria extensa Nesse sentido, os lajeados em gra-
com espessura mínima de 0,20m nito deverão ter um acabamento
(aplicada em 2 subcamadas devi- adequado à função que desempe-
damente compactadas). nham nunca devendo apresentar
superfícies polidas.

24
Materiais 2.1 PaViMeNtos

descrição ● Maior controlo das propriedades


Lajeado de betão físicas e de resistência do betão;
Os lajeados em betão são, à
semelhança dos anteriores, um ● O processo de produção das
peças, o qual sendo mecanizado
pavimento cuja superfície resulta
permite um controlo mais rigoroso
da justaposição de peças de betão
das suas propriedades geométricas;
produzidas por vibro compactação,
de média ou grande dimensão, cujo
● As possibilidades inerentes à
corte resulta de processo mecâni-
coloração dos blocos em fábrica;
co, gerando superfícies de textura
irregular ou regular consoante o
● Menor custo e menores exigên-
seu acabamento. cias técnicas no assentamento;
Para os devidos efeitos, uma peça
● Maior variedade de cores e
é identificada como lajeta quando acabamentos;
a sua dimensão em altura (h) for
menor que um quarto do seu com- ● Maior facilidade de execução de
primento (c), ou seja, h<c/4. padrões e/ ou motivos;
Os pavimentos em lajetas de betão ● Maior facilidade de cortes e
pré-fabricadas, constituem uma remates.
solução mais versátil, de menor
custo e de mais fácil manutenção e Os lajeados em betão devem ser
reparação que os lajedos em pedra, resistentes à ação do tráfego pedo-
tendo como vantagens principais: nal intenso, à ação do acesso oca-
sional de veículos motorizados e à

Lisboa - CaLçada da ajUda

25
2.1 PaViMeNtos materiais

exposição aos elementos naturais. O betão desativado é um betão


● Escorregamento na presença de especial fabricado em central em
Para esse efeito, recorrer-se-á a água;
que a desativação da camada
materiais e processos construtivos superficial confere ao pavimento
que, no seu conjunto, acautelem as ● Dificuldade de manutenção.
um aspeto ornamental de agre-
seguintes ocorrências: gado à vista, o que possibilita a
Neste universo de lajeado, desta-
cam-se as lajetas em betão colo- personalização de espaços, graças
● Desgaste acelerado da super- às múltiplas soluções possíveis de
rido e em betão desativado, bem
fície, com redução acentuada dos textura.
como as lajetas com características
relevos;
superficiais (pitonado e estriado),
As suas principais vantagens são
utilizadas como faixas de alerta e
● Fissuração ou quebra do pavi- ter um aspeto natural e rústico;
mento por deficiente resistência guias de encaminhamento.
a existência de variados tipos de
mecânica; agregado à escolha e a possibilida-
O betão colorido resulta da incor-
poração de pigmentos especiais ao de de adicionar cor.
● Alteração da cor por via da
exposição aos raios solares e às betão corrente, os quais conferem
As lajetas com características
intempéries; ao betão cores de diferentes tona-
superficiais, produzidas por vibro-
lidades.
-compactação do betão, possibi-

LajeTa PiTonada

LajeTa esTriada

26
Materiais 2.1 PaViMeNtos

litam a identificação de zonas de com espessura mínima de 0,20m No fabrico das lajetas de betão
passagem de peões, mudanças de nos espaços de circulação pedonal colorido pode ser utilizado cimento
nível no pavimentos e limites de e de 0,30m nos espaços de circula- cinzento, indicado para cores mais
plataforma, entre outras. Apesar da ção rodoviária e estacionamentos escuras, sendo que para cores mais
possibilidade de adicionar cor à la- (aplicada em 2 subcamadas devi- claras se recomenda a utilização de
jeta, a cor preferencial de utilização damente compactadas). cimento branco.
é o cinza escuro, caso a moldura de
contraste seja feita com materiais Nas zonas pedonais sujeitas pontu- Nas peças de betão desativado,
de tonalidade clara, ou na cor bran- almente ao tráfego de veículos (en- deverá ser prevista a aplicação de
ca, caso a moldura de contraste tradas especiais), deverá ser previs- um desativante de superfície bem
seja feita com materiais de tonali- ta uma camada de assentamento como um hidrófugo com proprieda-
dade escura. em mistura de cimento e areia do des “anti-grafitti”.
rio, lavada ao traço 1:3 (volume)
Estes pavimentos deverão ser com espessura de 0,03 m. Deverão
dimensionados, considerando o ainda ser consideradas uma cama-
seu uso e função. A sua espessura da base em betão uma espessura
deverá ser determinada de acordo mínima de 0,15 m, armada infe-
com a resistência mecânica preten- riormente com rede eletro soldada
dida, no entanto, considera-se que em malha quadrada e uma camada
uma lajeta em betão nunca deverá de sub-base em agregado britado,
ter uma espessura inferior a 6cm natural ou reciclado de granulome-
para uma utilização exclusivamen- tria extensa com espessura mínima
te pedonal e inferior a 10cm para de 0,15 m.
uma utilização rodoviária.
As camadas de suporte do pavi-
mento deverão ser devidamente
execução compactadas de modo a evitar
a ocorrência de abatimentos, em
Na execução destes pavimentos, particular resultantes da existência
por regra considera-se uma caixa de vazios.
com uma profundidade aproximada
de 0,24m para zonas de utilização De salientar que as peças devem
exclusivamente pedonal; e para as apresentar dimensões semelhantes
zonas de circulação automóvel, a de forma a assegurar um bom en-
profundidade da caixa aumenta caixe e uma resistência final ajus-
para os 0,34m. tada ao tipo de utilização prevista.

As juntas entre as lajetas não Todos os materiais utilizados serão


poderão, depois de executado o aplicados limpos, isentos de terras
assentamento, ter uma profundida- e detritos.
de superior a 0,003m em relação à
face superior dos blocos e deve-
rão ter uma abertura máxima de acabamento
0,003m preenchidas com areia fina.
Os tratamentos superficiais não
A camada de assentamento deverá aumentam a capacidade estrutu-
ser em areia do rio, fina, lavada, ral do pavimento, tendo apenas
com espessura de 0.03m. como objetivo fornecer-lhe uma
maior qualidade nas características
A camada de base deverá ser superficiais como textura e imper-
em agregado britado, natural ou meabilização.
reciclado, de granulometria extensa

27
2.1 PaViMeNtos materiais

descrição ● Pela possibilidade de uma maior


blocos de granito dimensão dos cubos;
A calçada em blocos de granito é, à
semelhança da calçada de granito, ● Pela maior resistência conse-
guida no assentamento dos blocos
um pavimento cuja superfície resul-
já que estes, apresentando sempre
ta da justaposição de peças de pe-
arestas paralelas, possibilitam as-
dra natural de pequena dimensão,
sentamentos em junta travada ou
cujo corte em bloco pode resultar
em espinha;
de processo manual ou mecânico,
gerando superfícies de textura ir-
● Por uma maior aderência, já que
regular ou regular consoante o seu
a textura e a maior resistência ao
acabamento.
desgaste do granito evita durante
mais tempo o escorregamento;
Para os devidos efeitos, uma peça
é identificada como bloco quando
● Pela possibilidade de se obte-
a sua dimensão em altura (h) for
rem peças de corte industrial, numa
maior que um quarto do seu com-
ou mais faces, e, consequentemen-
primento (c), ou seja, h>c/4.
te, pisos mais lisos.
Os pavimentos de granito consti-
Estes pavimentos devem ser resis-
tuem uma alternativa muito viável
tentes à ação do tráfego pedonal
ao pavimento em cubos de calcário
intenso, à ação do acesso ocasio-
em virtude das seguintes caracte-
nal de veículos motorizados e à
rísticas físicas e funcionais, nome-
exposição aos elementos naturais,
adamente:
devendo para tal ser acauteladas
as seguintes ocorrências:

PorTo - são niCoLaU

28
Materiais 2.1 PaViMeNtos

cimento e areia fina do rio, lavada, Nesse sentido, os pavimentos em


● Desgaste acelerado da super- ao traço 1:4. blocos de granito deverão ter um
fície, com redução acentuada dos
acabamento adequado à função
relevos; A camada de assentamento deverá que desempenham nunca devendo
ser em pó de pedra calcária ou em apresentar superfícies polidas e/
● Fissuração ou quebra do pavi- mistura de cimento e areia do rio, ou escassilhadas em virtude de no
mento por deficiente resistência
lavada, ao traço 1:4. primeiro caso reduzir-se substan-
mecânica;
cialmente a rugosidade natural da
A camada de base deverá ser pedra, enquanto que no segundo
● Alteração da cor por via da em agregado britado, natural ou
exposição aos raios solares e às caso a irregularidade do pavimento
reciclado, de granulometria extensa torna-o desconfortável para circu-
intempéries;
com espessura mínima de 0,20m lação pedonal e também rodoviária
nos espaços de circulação pedonal dado aumentar o ruído provocado
● Escorregamento na presença de
e de 0,30m nos espaços de circula- pelos veículos quando em circula-
água;
ção rodoviária e estacionamentos ção.
(aplicada em 2 subcamadas devi-
● Dificuldade de manutenção.
damente compactadas). Mesmo tratando-se de um material
Estes pavimentos devem ser com- rugoso deverão ser considerados
postos por paralelos de granito em Nas zonas pedonais sujeitas pontu- acabamentos que aumentem a
boas condições, novos ou reuti- almente ao tráfego de veículos (en- rugosidade da pedra minimizando
lizados, usualmente na cor cinza tradas especiais), deverá ser previs- o risco de escorregamento, nomea-
claro e/ou escuro. A sua dimensão ta uma camada de assentamento damente:
pode variar ligeiramente consoan- em mistura de cimento e areia do
te o tipo uso e função, mas tendo rio, lavada ao traço 1:3 (volume) serrado
como dimensão usual os 20cm de com espessura de 0,04 m. Deverão Acabamento em que a chapa é
comprimento por 10 a 12 cm de ainda ser consideradas uma cama- unicamente cortada com as dimen-
largura e 6, 8 ou 10cm de altura da base em betão uma espessura sões pretendidas e é lavada com
(consoante a resistência mecânica mínima de 0,15 m, armada infe- máquina de pressão para retirar o
pretendida). riormente com rede eletro soldada pó e vestígios abrasivos durante a
em malha quadrada e uma camada operação. Este acabamento apre-
de sub-base em agregado britado, senta uma superfície ligeiramente
natural ou reciclado de granulome- rugosa.
execução tria extensa com espessura mínima
de 0,15 m. areado oU jaCTeado
Na execução das calçadas em blo-
Acabamento que confere mais
cos de granito, por regra considera-
Todos os materiais utilizados serão rugosidade que o serrado. Essa
-se uma caixa com uma profundi-
aplicados limpos, isentos de terras rugosidade é-lhe conferida através
dade aproximada de 0,24m para
e detritos. de um jato de areia a alta pressão
zonas de utilização exclusivamente
direcionado para a face da pedra
pedonal; e para as zonas de circu- De salientar que as peças devem até a mesma ficar com a superfície
lação automóvel, a profundidade apresentar dimensões semelhantes mais irregular.
da caixa aumenta para os 0,34m. de forma a assegurar um bom en-
caixe e uma resistência final ajus- bUjardado
As juntas entre as pedras não
tada ao tipo de utilização prevista. É o mais rugoso dos acabamentos
poderão, depois de executado o
industriais sendo por isso o que
assentamento, ter uma profundida-
permite a superfície mais agressiva
de com valor superior a 0,003m ou
0,005m em relação à face supe- acabamento de todas. A chapa entra num tapete
para a máquina e uma série de bu-
rior dos blocos e deverão ter uma
Os tratamentos superficiais não jardas vão picando o material. Pode
abertura máxima entre os 0,003m
aumentam a capacidade estrutu- aplicar-se a todo o tipo de pedras
e os 0,005m preenchidas com pó
ral do pavimento, tendo apenas sendo necessário regular a inten-
de pedra calcária.
como objetivo fornecer-lhe uma sidade dos movimentos e a espes-
Em alternativa, poder-se-á con- maior qualidade nas características sura tem obrigatoriamente que ser
siderar uma abertura máxima de superficiais como textura e imper- igual ou superior a 2,0cm.
0,008m preenchida com mistura de meabilização.

29
2.1 PaViMeNtos materiais

descrição ● O processo de produção das


blocos de betão peças, o qual sendo mecanizado
permite um controlo mais rigoroso
Correspondem a pavimentos cuja
superfície resulta da justaposição das suas propriedades geométricas;
de peças de pequena ou média
dimensão, cuja moldagem resulta ● As possibilidades inerentes à
coloração dos blocos em fábrica;
de processo mecânico, gerando
superfícies de textura regular.
● Menor custo e menores exigên-
cias técnicas no assentamento;
Para os devidos efeitos, uma peça
é identificada como bloco quando
● Maior variedade de cores e
a sua dimensão em altura (h) for
acabamentos;
maior que um quarto do seu com-
primento (c), ou seja, h>c/4.
● Maior facilidade de execução de
padrões e/ ou motivos;
Os pavimentos em blocos pré-fa-
bricados de betão vibro-prensado,
● Maior facilidade de cortes e
são actualmente a solução mais remates.
versátil de construção de pavimen-
tos em espaço público, em virtude Os blocos em betão devem ser re-
das suas características físicas e sistentes à ação do tráfego pedonal
funcionais e por apresentarem as intenso, à ação do acesso ocasional
seguintes vantagens: de veículos motorizados e à exposi-
ção aos elementos naturais.
● Maior controlo das propriedades
físicas e de resistência do betão; Para esse efeito, recorrer-se-á a

Lisboa - MonsanTo

30
Materiais 2.1 PaViMeNtos

materiais e processos construtivos As camadas de suporte do pavi-


que, no seu conjunto, acautelem as execução mento deverão ser devidamente
seguintes ocorrências: compactadas de modo a evitar
Na execução destes pavimentos, a ocorrência de abatimentos, em
● Desgaste acelerado da super- por regra considera-se uma caixa particular resultantes da existência
fície, com redução acentuada dos com uma profundidade aproximada de vazios.
relevos; de 0,24m para zonas de utilização
exclusivamente pedonal; e para as De salientar que as peças devem
● Fissuração ou quebra do pavi- zonas de circulação automóvel, a apresentar dimensões semelhantes
mento por deficiente resistência profundidade da caixa aumenta de forma a assegurar um bom en-
mecânica; para os 0,34m. caixe e uma resistência final ajus-
tada ao tipo de utilização prevista.
● Alteração da cor por via da As juntas entre os blocos não pode-
exposição aos raios solares e às rão, depois de executado o assen-
intempéries; tamento, ter uma profundidade su- acabamento
perior a 0,003m em relação à face
● Escorregamento na presença de superior dos blocos e deverão ter Os tratamentos superficiais não
água; uma abertura máxima de 0,003m aumentam a capacidade estrutu-
preenchidas com areia fina. ral do pavimento, tendo apenas
● Dificuldade de manutenção. como objetivo fornecer-lhe uma
A camada de assentamento deverá maior qualidade nas características
As suas formas, estereotomia, co- ser em areia do rio, fina, lavada, superficiais como textura e imper-
res, variedade de materiais e aca- com espessura de 0.03m. meabilização.
bamentos, facilidade de execução
de padrões e/ou motivos, mistura A camada de base deverá ser No fabrico das lajetas de betão
de elementos de formas e cores em agregado britado, natural ou colorido pode ser utilizado cimento
diferentes, facilidade de cortes em reciclado, de granulometria extensa cinzento, indicado para cores mais
remates e aplicabilidade a qualquer com espessura mínima de 0,20m escuras, sendo que para cores mais
utilização, seja ela pedonal, ciclá- nos espaços de circulação pedonal claras se recomenda a utilização de
vel ou rodoviária contribuem para e de 0,30m nos espaços de circula- cimento branco.
a sua versatilidade e utilização, ção rodoviária e estacionamentos
constituindo assim uma alternativa (aplicada em 2 subcamadas devi- As arestas da face à superfície do
muito credível à utilização da pedra damente compactadas). pavimento deverão ser chanfradas
em espaço público. e apresentar uma altura máxima
Nas zonas pedonais sujeitas pontu- do chanfre de 0,005m.
Neste universo destacam-se os almente ao tráfego de veículos (en-
blocos em betão colorido, que re- tradas especiais), deverá ser previs-
sultam da incorporação de pigmen- ta uma camada de assentamento
tos especiais ao betão corrente, os em mistura de cimento e areia do
quais conferem ao betão cores de rio, lavada ao traço 1:3 (volume)
diferentes tonalidades. com espessura de 0,03 m. Deverão
ainda ser consideradas uma cama-
Estes pavimentos deverão ser da base em betão uma espessura
dimensionados, considerando o seu mínima de 0,15 m, armada infe-
uso e função, bem como a inten- riormente com rede eletro soldada
sidade de tráfego prevista. Nesse em malha quadrada e uma camada
sentido, a sua espessura deverá de sub-base em agregado britado,
ser determinada de acordo com a natural ou reciclado de granulome-
resistência mecânica pretendida, tria extensa com espessura mínima
considerando-se no entanto que de 0,15 m.
um bloco em betão nunca deverá
deter uma espessura inferior a Todos os materiais utilizados serão
6cm. aplicados limpos, isentos de terras
e detritos.

31
2.1 PaViMeNtos materiais

descrição ● Alteração da cor por via da


betão in situ exposição aos raios solares e às
intempéries;
O betão é um material formado
pela mistura de cimento, agregados
grossos e finos e de água, que, para ● Escorregamento na presença de
água;
além destes componentes básicos,
pode também conter adjuvantes e
● Dificuldade de manutenção.
adições (ex. cinzas volantes).
A sua utilização em espaço público
Os pavimentos contínuos em betão
tem vindo a ser intensificada em
devem ser resistentes à ação do
virtude das suas características
tráfego pedonal intenso, à ação do
físicas, nomeadamente a sua du-
acesso ocasional de veículos moto-
rabilidade, facilidade de limpeza e
rizados e à exposição aos elemen-
reduzida manutenção, dos quais se
tos naturais.
destacam o betão poroso, o betão
colorido e o betão desativado.
Para esse efeito, recorrer-se-á a
materiais e processos construtivos
O betão poroso é um betão dre-
que, no seu conjunto, acautelem as
nante e antiderrapante. Trata-se de
seguintes ocorrências:
uma mistura de base cimentícia,
composto por um ligante hidráuli-
● Desgaste acelerado da super-
co, agregados grossos, agregados
fície, com redução acentuada dos
finos, adjuvantes e água. A grande
relevos;
quantidade de vazios resulta num
produto permeável e de baixa
● Fissuração ou quebra do pavi-
mento por deficiente resistência densidade.
mecânica;

Lisboa - CaMPo de oUriqUe

32
Materiais 2.1 PaViMeNtos

O betão colorido resulta da incor- como o processo a utilizar - como


poração de pigmentos especiais ao referência, devem existir sempre
betão corrente, os quais conferem juntas de retração distanciadas de
ao betão cores de diferentes tona- aproximadamente vinte vezes a
lidades. espessura da laje.

O betão desativado é um betão A sua aplicação dever estar sempre


especial fabricado em central em sujeita à verificação das condições
que a desativação da camada su- climatéricas, nomeadamente tem-
perficial confere ao pavimento um peratura e pluviosidade.
aspeto ornamental de agregado à
vista, o que possibilita a personali-
zação de espaços, graças às múlti- acabamento
plas soluções possíveis de textura.
As suas principais vantagens são Os tratamentos superficiais não
ter um aspeto natural e rústico; aumentam a capacidade estrutu-
a existência de variados tipos de ral do pavimento, tendo apenas
agregado à escolha e a possibilida- como objetivo fornecer-lhe uma
de de adicionar cor. maior qualidade nas características
superficiais como textura e imper-
meabilização.
execução
No fabrico do betão colorido pode
A execução de pavimentos de base ser utilizado cimento cinzento,
cimentícia betonados “in situ”, indicado para cores mais escuras,
deverá ser executada e dimensio- sendo que para cores mais cla-
nada de forma a assegurar uma ras se recomenda a utilização de
resposta capaz considerando a cimento branco.
sua função. Para tal deverá ser
preparada um base em ABGE, sob Nas peças de betão desativado,
betão de limpeza, sobre o qual será deverá ser prevista a aplicação de
aplicado o betão. Este revestimento um desativante de superfície bem
superficial deverá ter uma espes- como um hidrófugo com proprieda-
sura de 6cm a 8cm para tráfego des “anti-grafitti”.
pedonal e 10cm a 12cm para trá-
fego rodoviário pontual (entradas Para além destes, as superfícies
especiais), não se recomendando a em betão podem ter como acaba-
sua aplicação em espaços de circu- mento de superfície os seguintes
lação rodoviária. materiais:

Nos espaços de circulação pedonal ● Argamassas sintéticas, como as


e ciclável o betão deverá ser ar- argamassas acrílicas (slurry’s) e os
mado com rede eletro soldada tipo betumes sintéticos resinosos com
“malhasol AR30” ou equivalente. agregados finos.

A estereotomia de juntas deve ser ● Tintas termoplásticas, utilizadas


definida em projeto, com um afas- sobretudo em sinalização horizon-
tamento máximo de 3,00m, bem tal.

33
2.1 PaViMeNtos materiais

acordo com o tipo de aglomerado


descrição britado utilizado (basalto, granito
Mistura ou calcário). Estas misturas betu-
betuminosa As misturas betuminosas são utili-
zadas na execução de pavimentos
minosas a quente podem ainda
ter outras cores, nomeadamente
a quente flexíveis, sendo a utilização mais através de misturas onde o betume
comum a da construção de estra- convencional é substituído por um
das destinadas a fluxos de tráfego ligante sintético pigmentável com
rodoviário (ligeiros e pesados) performances comprovadas.
relativamente elevados.
Conforme acima referido, a sua
Resultam de uma mistura de um utilização mais comum em espaço
ligante hidrocarbonado, agrega- público está associada a espaços
dos, fíler e aditivos, fabricada de de circulação rodoviários em virtu-
modo a que todas as partículas de das suas características físicas,
de agregado sejam cobertas com nomeadamente a sua durabilidade,
uma película ligante. Neste caso resistência, facilidade de limpeza e
em particular, estas misturas são reduzida manutenção. Das misturas
preparadas e aplicadas a quente, existentes presentes na Cidade de
processo nas quais o seu fabrico Lisboa, destacam-se:
implica o aquecimento do ligante
e dos agregados. A sua aplicação
em obra é igualmente realizada a Micro betão betuminoso rugoso
temperaturas significativamente mbbr
superiores à temperatura ambiente.
Esta mistura betuminosa proporcio-
Apresenta uma tonalidade cinzen- na camadas de desgaste com uma
to-escuro, podendo esta variar de excelente macro textura, melhoran-

Lisboa - aMoreiras

34
Materiais 2.1 PaViMeNtos

do a segurança da circulação com tável com performances compro- A dimensão destas camadas pode-
chuva e com pavimento molhado, vadas. A sua aplicação é em tudo rá variar, consoante a sua hierar-
reduzindo também o ruído de igual à de qualquer mistura betu- quia na rede rodoviária municipal.
circulação. Este tipo de misturas é minosa a quente sendo os cuidados
geralmente aplicado em estradas e a ter na sua aplicação ligeiramente A execução do tapete betuminoso
auto-estradas destinadas a tráfe- superiores aos das misturas con- deverá, sempre que tal se justi-
gos relativamente elevados. vencionais (equipamento e ferra- ficar, prever a junção de aditivos
mentas devem estar devidamente que permitam a realização de um
Em Portugal, o Micro-Betão Betu- limpos). pavimento com capacidade de
minoso Rugoso é aplicado em es- diminuição do ruído provocado pela
pessuras de 2,5 a 3,5 cm e o Betão Como principais propriedades des- passagem dos veículos.
Betuminoso Rugoso em espessuras taca-se a sua elevada resistência
um pouco superiores. ao calor e aos raios ultra violetas,
os seus elevados valores de resis- acabamento
tência mecânica, vasta gama de
betão betuminoso com alto cores possíveis e a diversidade de Os tratamentos superficiais não
conteúdo de agregado grosso acabamentos mediante a granulo- aumentam a capacidade estrutu-
britado sMa stone Mastic metria dos agregados utilizados. ral do pavimento, tendo apenas
asphalt como objetivo fornecer-lhe uma
maior qualidade nas características
Esta mistura betuminosa apresenta execução superficiais como textura e imper-
uma elevada resistência à defor- meabilização.
mação permanente em rodovias de Nos pavimentos resultantes de
pesado tráfego que resulta de uma misturas betuminosas a quente As misturas betuminosas a quente
alta taxa de agregados graúdos. devem ser consideradas as seguin- podem ter como acabamento de
Não existem limites para o uso do tes camadas: superfície os seguintes materiais:
SMA. Este tipo de revestimento é
resistente às condições adversas ● Camada de desgaste em betão ● Argamassas sintéticas, como as
de clima, desde o mais quente e betuminoso de tipologia análo- argamassas acrílicas (slurry’s) e os
húmido até as mais baixas tempe- ga à existente e com espessura betumes sintéticos resinosos com
raturas. Como principais vantagens de 0,04/0,05 m. Não se admite a agregados finos.
podemos identificar a sua alta utilização de inertes de natureza
resistência à deformação perma- calcária à exceção do fíler e do ● Tintas termoplásticas, utilizadas
nente; elevada resistência à fadiga; agregado fino; sobretudo em sinalização horizon-
maior vida útil; elevada resistência tal.
a derrapagens; redução de ruído; e ● Rega de colagem com emulsão
aplicação em camadas delgadas. betuminosa; Para além destes, em casos parti-
culares, poder-se-á ainda conside-
● Camada de ligação/ base em rar acabamentos por ranhuragem;
betão betuminoso Colorido mistura betuminosa a quente do por escovagem; por denudagem
tipo AC20 base ligante (MB) (Ma- química; ou por incrustação de
No espaço público, a sua utilização cadame Betuminoso Fuso A com gravilhas.
tem sido sobretudo associada à betume 35/50) com espessura de
segurança rodoviária, sendo estas 0,16 m (aplicada em 2 subcama-
misturas sobretudo aplicadas em das e com rega de colagem).
cruzamentos, corredores de bus,
passagens de peões, entre outras; ● Rega de colagem com emulsão
e à valorização da imagem urbana, betuminosa;
sendo verificadas aplicações em
espaços de circulação pedonal e ● Camada de sub-base em
ciclável. agregado britado de granulometria
extensa (ABGE) tratado com 3%
As misturas betuminosas a quen- de cimento / m3 de mistura com
te coloridas, são misturas onde o espessura mínima de 0,30 m (apli-
betume convencional é substituído cada em 2 subcamadas).
por um ligante sintético pigmen-

35
2.1 PaViMeNtos materiais

pigmento colorante com emulsão


descrição betuminosa (preta ou descolorada).
Mistura
betuminosa Neste caso, as misturas betumino-
sas, são fabricadas em central, a
a frio execução
frio, sem aquecimento do agrega-
do e resultam da combinação de Camadas de desgaste (betuminoso
um agregado com uma emulsão colorido); de ligação (rega de cola-
betuminosa, permitindo que o gem); e camada de base composta
seu manuseamento, aplicação e por aglomerado britado de granulo-
respetiva compactação seja feito à metria extensa (ABGE).
temperatura ambiente.
Deve proceder-se à compacta-
Este é um material de fácil aplica- ção da base, seguida da rega de
ção, quer em pequenas e grandes colagem, espalhamento da massa
extensões, recorrendo-se aos meios betuminosa e compactação da
tradicionais de aplicação de betu- camada de revestimento.
minoso.
A cura parcial do betuminoso após
Pavimentos em misturas betumino- aplicação leva cerca de 15 dias,
sas a frio apresentam uma espes- pelo que devera ser feita uma rega
sura variável mas nunca inferior a diária (em períodos de elevado
2cm de espessura. calor 2 regas/dia) com água para
impedir que o pó e outros micro-
A sua utilização permite ainda -detritos contaminem a cor do
a criação de pavimentos colori- pavimento.
dos, através da aplicação de um

Lisboa - CaMPo grande

36
Materiais 2.1 PaViMeNtos

acabamento
Os tratamentos superficiais não
aumentam a capacidade estrutu-
ral do pavimento, tendo apenas
como objetivo fornecer-lhe uma
maior qualidade nas características
superficiais como textura e imper-
meabilização.

As misturas betuminosas a frio


podem ter como acabamento de
superfície os seguintes materiais:

● Argamassas sintéticas, como as


argamassas acrílicas (slurry’s) e os
betumes sintéticos resinosos com
agregados finos.

● Tintas termoplásticas, utilizadas


sobretudo em sinalização horizon-
tal.

Para além destes, em casos parti-


culares, poder-se-á ainda conside-
rar acabamentos por ranhuragem;
por escovagem; por denudagem
química; ou por incrustação de
gravilhas.

37
2.1 PaViMeNtos materiais

rodoviários) em suportes tão dis-


descrição tintos como o betão betuminoso, o
resina sintética betão ou o metal, e também como
Estes pavimentos resultam de uma camada de revestimento, quando
mistura de argamassas sintéticas aplicados sobre uma base em tout-
de aplicação a frio, com inertes de -venant (15cm a 20cm espessura
diferente natureza e cor, britados consoante o uso) ou em brita (uso
ou rolados e que podem deter dife- estritamente pedonal, com 25cm
rentes granulometrias. espessura). A base deve apresen-
tar-se devidamente seca, coesa,
A nível estético, estes pavimen- regular e limpa de pó, gordura e
tos oferecem um aspeto natural, detritos.
realçando a beleza dos agregados,
e dado tratar-se de uma pavimento
drenante, permite o escoamento de acabamento
águas superficiais.
Os tratamentos superficiais não
São caracterizados por uma ex- aumentam a capacidade estrutu-
celente resistência química, ade- ral do pavimento, tendo apenas
quadas propriedades mecânicas como objetivo fornecer-lhe uma
e grande longevidade, sendo por maior qualidade nas características
isso utilizados preferencialmente superficiais como textura e imper-
em espaços de circulação pedonal meabilização.
como praças, jardins e passeios,
entre outros. O pavimento é acabado com
recurso a agregados de granulo-
metria diversa como seixo rolado,
execução calcário (rosa e amarelo), granito e
basalto entre outros. Estes inertes
Podem ser aplicados como aca- são ligados com betume sintético
bamento de superfície (2.5cm de sendo ainda aplicado endurecedor
espessura em espaços pedonais e de superfície.
3.5cm de espessura em espaços

Lisboa - jardiM boTTo MaChado

38
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Na transição entre diferentes tipos Devem assegurar a estabilidade


de pavimentos e entre os espaços dos materiais utilizados nas cama-
de circulação pedonal e ciclável das superficiais dos pavimentos em
2.2 com os espaços de circulação viária
e os espaços de estacionamento,
espaço público, garantindo assim
a sua qualidade construtiva. Estes
Remates devem ser adoptados elementos
construtivos que garantam a esta-
elementos construtivos devem
apresentar grande resistência
de Pavimento bilidade das camadas de revesti-
mento dos pavimentos e, quando
mecânica dado serem usualmen-
te sujeitos a grandes pressões e
necessário, anunciem a transição cargas.
entre espaços funcionalmente
distintos. O material e a dimensão dos lancis
deverá ser estabelecido em confor-
Para além de sinalizar a transição midade com o material e dimen-
entre as diferentes funções e usos sões de lancis existentes no espa-
existentes no espaço público, os ços públicos envolvente, devendo:
remates de pavimento detêm ainda
os seguintes objetivos: ● a sua largura ser igual ou su-
perior a 0,13m, quando se trate de
● Regrar e orientar a circulação remate de passeios;
em espaço público;
● a sua largura ser igual ou su-
● Conter materiais de diferente perior a 0,20m, quando se trate de
natureza; separadores ou ilhas.

● Garantir a estabilidade e quali- ● a sua largura ser igual ou su-


dade construtiva dos pavimentos; perior a 0,30m, quando se trate de
lancis rampeados.
● Minimizar o risco da água das
chuvas atingirem as soleiras dos A altura dos lancis deve ser ade-
edifícios. quada à sua utilização, sendo
definida de acordo com as neces-
Num nível mais particular, alguns sidades de segregação do trânsi-
dos modelos de remate de pa- to pedonal, ciclável e rodoviário,
vimentos usualmente utilizados devendo ser adotadas:
detêm ainda outras utilidades
como facilitar a drenagem super- ● Na transição entre o espaço
ficial e promover a dissuasão de rodoviário, espaços de estaciona-
velocidade do tráfego rodoviário, mento e os passeios, deverá ser
dado a sua aplicação provocar a considerada uma altura para o
sensação de estreitamento da faixa lancil entre os 0,08m e os 0,15m;
de rodagem.
● Na transição entre o espaços
Nas ruas de Lisboa, podem ser cicláveis e os passeios, deverá
identificadas as seguintes tipolo- ser igualmente considerada uma
gias de remate de pavimentos: altura de lancil entre os 0,08m e os
0,15m;

Lancis ● Nas zonas de prioridade ao


peão (coexistência), o lancil não
Os lancis são peças delgadas e deverá apresentar uma altura su-
longas, em pedra ou betão, utiliza- perior a 0,02m;
das normalmente para remate de
passeios e transição entre outros ● Nas paragens de transportes
usos do espaço público. coletivos, recomenda-se uma altura

39
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

de 0,15m, nivelada com a altura de As contra-guias visam ainda asse-


entrada nos autocarros e eléctricos; ● A sua largura ser de 0,10m nos gurar a estabilidade dos materiais
casos em que a guia é composta
utilizados nas camadas superficiais
Nas passadeiras dever-se-á asse- por cubos de pedra;
dos pavimentos em espaço público,
gurar o ressalto zero, ou seja, os garantindo assim a sua qualidade
lancis deverão ser alinhados pela ● A sua largura ser de 0,13m,
construtiva.
0,20m ou 0,25m nos casos em que
altura do pavimento da faixa de
a guia é composta por lancil ou
circulação rodoviária. Os elementos construtivos utili-
blocos de pedra ou betão;
zados na contra-guia devem ter
● Em situações particulares, os grande resistência mecânica dado
lancis podem/devem ser duplos, no- ● A sua largura ser maior ou igual
serem usualmente sujeitos a gran-
a 0,40m nos casos em que a guia
meadamente para limitar o galgar des pressões e cargas.
é composta por lajetas de pedra,
dos passeios e/ou separadores por
blocos de betão ou betão moldado
parte dos veículos, evitando assim O seu material e dimensão deverá
“in situ”;
a necessidade de colocação de ser estabelecido em conformidade
pilaretes. com os materiais e dimensões de
● A sua largura ser menor ou
outras contra-guias já existentes no
igual que 0,01m nos casos em
espaço público envolvente, devendo
que a guia é composta por perfis
guias metálicos.
a sua largura ser maior ou igual a
0,40m, sendo composta por lajetas
Elementos contínuos ou por ele- A altura deve ser definida de acor- de pedra, blocos de betão ou betão
mentos, em pedra ou betão, que do com as necessidades de segre- moldado “in situ”.
são construídos ao longo da faixa gação do trânsito pedonal, ciclável
de rodagem, preferencialmente im- Em termos funcionais, os remates
e rodoviário, nunca devendo exce-
plantados de nível com a camada descritos, admitidos na reconstru-
der uma altura superior a 0,02m.
de revestimento do pavimento. ção ou construção de ruas, devem
assegurar, de acordo com a natu-
São preferencialmente utilizados reza da sua utilização – espaços
nos espaços de circulação pedonal,
Contra guias de circulação pedonal, ciclável ou
também na transição entre pas- rodoviária, de paragem ou estacio-
Elemento contíguo e paralelo ao
seios e faixas de rodagem e esta- namento - as adequadas condições
lancil ou guia, implantado de nível
cionamento em zonas de prioridade de segurança e conforto; para isso
com a camada de revestimento do
ao peão. devem ser salvaguardados os se-
pavimento existente nas faixas de
guintes aspetos:
rodagem.
Devem assegurar a estabilidade
dos materiais utilizados nas cama- ● Nas vias com segregação de
São preferencialmente utilizadas
das superficiais dos pavimentos em usos em que o passeio e a faixa de
na transição entre as faixas de
espaço público, garantindo assim a rodagem estejam ao mesmo nível,
rodagem, zonas de estacionamento
sua qualidade construtiva. Os ele- o remate deve possuir contraste
e passeios.
mentos construtivos utilizados nas de textura suficientemente acentu-
guias devem ter resistência mecâ- ado para possibilitar a deteção do
Esta tipologia de remate promove
nica ajustada ao uso para o qual piso táctil em pelo menos um dos
ainda a dissuasão de velocidade do
estão a ser fixados, podendo ser revestimentos adjacentes;
tráfego rodoviário (a sua aplicação
pontualmente sujeitos a grandes provoca a sensação de estreita-
pressões e cargas. ● Os remates devem possuir con-
mento da faixa de rodagem), e
traste claro/escuro em pelo menos
facilita a drenagem superficial de
O material e a dimensão das guias um dos revestimentos adjacentes,
águas pluviais e de limpeza dada
deverá ser estabelecida em confor- nas seguintes situações:
ser um espaço adequado para a
midade com os materiais e dimen-
instalação de sumidouros.
sões de outras guias já existentes ● Entre o passeio e a faixa de
no espaço público envolvente, rodagem;
podendo:
● Entre o passeio e zonas ajardi-
nadas (por ex., canteiro);

40
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Lancil de vidraço ou lioz, de


● No passeio, onde existam de- seção retangular, sotado ou ● Seção mínima resistente (a
graus ou ressaltos com altura igual qual é definida, quando o lancil ou
boleado. Usado para delimitar
ou superior a 2cm. guia sejam de pedra, através das
a pista a implantar na faixa de
fórmulas constantes do Anexo B da
rodagem;
● Os remates do revestimento Norma Portuguesa EN1343);
Lancil de betão branco, de
com elementos de confinamento e
seção retangular, sotado ou
fixações no pavimento devem ser Os materiais mais utilizados na
boleado. Usado preferencialmen-
executados de forma a assegurar produção destes elementos são
te na delimitação de percursos
a durabilidade do revestimento e a a pedra natural, nomeadamente
cicláveis a implantar nas faixas
compatibilidade com o comporta- o vidraço, o lioz e o granito, e o
de rodagem;
mento expectável dos elementos betão pré-fabricado. Nestes casos,
Perfil metálico, devidamen-
fixos; as arestas devem ser boleadas ou
te tratado e acabado. Usado
sotadas (dimensão mínima igual a
Relativamente aos pavimentos que preferencialmente para delimitar
0.005m).
lhe são adjacentes, o elemento de percursos cicláveis a implantar
confinamento deve estar à face nos passeios. Os remates de pavimento podem
com: igualmente ser feitos nos mesmos
uanto às especificações técnicas
materiais que o revestimento do
relativas a remates de pavimento,
● Ambos os revestimentos, se não pavimento ou noutro material,
existir desnível entre os revesti- estas devem definir:
dependendo sempre da solução
mentos; de projeto e da sua adequação ao
O revestimento mais eleva- ● Material, cor e acabamento das
local.
peças;
do, se existir desnível entre os
revestimentos. Em espaços de circulação pedonal
● Classe referente à carga de
Em todo o perímetro do pas- são igualmente utilizados perfis
rotura mínima à flexão definida a
seio deve existir um elemento em aço corten e em aço inox, em
partir da utilização prevista, desig-
de confinamento, que assegure particular na execução de remates
nadamente:
o travamento do revestimento, em pavimentos contínuos.
• Classe 1 - Uso exclusivo de
podendo os muros e muretes,
peões;
bem como os planos de fachada A utilização de perfis metálicos tem
• Classe 2 - Uso pedonal e vindo a ser intensificada em virtude
ser considerados elementos de
ciclável;
confinamento; das suas características físicas,
• Classe 3 - Acesso ocasional nomeadamente a sua durabilidade,
de veículos ligeiros e motociclos,
● Dentro do passeio, deve intro- resistência e reduzida manutenção.
designadamente entradas de
duzir-se um elemento confinante
garagens; Deve evitar-se a aplicação de peças
sempre que possa ocorrer mudan-
ças respeitantes ao: • Classe 4 - Áreas com cir- que estejam partidas ou fissuradas;
culação ocasional de veículos recortadas com o comprimento su-
Nível do piso;
de emergência e transporte e perior ao dobro da largura; recorta-
Material de revestimento;
veículos ligeiros, designada- das com estreitamentos; e recorta-
Tipo de cargas (por ex., acesso
mente áreas de utilização mista das para uma dimensão inferior a
a garagem);
(arruamentos pedonais); ¼ da sua seção.
Tipo de uso;
Dimensionamento de peças. • Classe 5 - Áreas com cir-
culação frequente de veículos Os lancis e suas fundações são re-
pesados, designadamente faixas postos ou reconstruidos de acordo
● Na delimitação das pistas ciclá-
veis recomenda-se a utilização dos bus e terminais de transporte com o definido nas especificações
seguintes remates: publico; indicadas nas fichas de materiais
• Classe 6 - Estradas e arrua- que em seguida se apresentam.
mentos.

41
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Lisboa - av. Praia da viTória

Lancis guias Contra guias

Pedra natural Lancil em Vidraço ● ●

Lajetas em Vidraço ●

Cubos em Vidraço ●

Lancil em Lioz ●

Lajetas em Lioz ● ●

Lancil em Granito ● ●

Cubos de Granito ● ●

Blocos de Granito ● ●

Lajetas em Granito ● ●

betão Lancil ● ●

Lajetas ●

Blocos ●

“in situ” ●

Metal Aço corten ● ●

Aço inox ● ●

42
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Lancis guias Contra guias


remate Boleado / Rampeado Transição Meio Lancil Duplo Lancil
Salteado

secção Tipo /
Largura
13cm 30cm 13cm 13cm 13cm 8cm 40cm

20cm 50cm 20cm 13cm

25cm 25cm 20cm

25cm

40cm

altura 6cm <12cm 12cm 12cm 12cm 0cm 0cm


8cm 12cm 15cm 15cm 15cm 2cm
10cm
12cm
15cm

Material Calcário Calcário Calcário Calcário Calcário Calcário Calcário


Lioz Lioz Lioz Lioz Lioz Lioz Granito
Granito Granito Granito Granito Granito Granito Betão
Betão Betão Betão Betão Betão Betão

aplicabili Separação Transição entre Separação Facilitar a Inviabilizar Remate de Dissuasão de


dade entre espaços espaços com entre espaço aproximação o galgar de materiais; velocidade;
com diferen- diferentes circulação de autocarros passeios ou Transição de Drenagem
tes cotas e cotas; pedonal e às zonas de canteiros pavimentos; pluvial (lo-
funções; Acesso de circulação embarque e por parte de calização de
Drenagem
Separação viaturas a ciclável (maxi- desembarque veículos; sumidouros);
pluvial (lo-
entre espaço parques de mizar a largura (ZED); Melhorar a calização de Sobrelargura
circulação estacionamen- do percurso Facilitar a direccionali- sumidouros); de vias de
pedonal e to (entradas ciclável); aproximação dade em vias
Rebaixo de trânsito (casos
circulação ci- especiais). Facilitar o gal- de veículos pe- de alto débito particulares
passagens
clável (a=6cm gar do passeio sados em zo- e velocidade e de acordo
pedonais.
– faixa ciclável por parte de nas de cargas (km/h). fluxo e tipo de
unidirecional a veículos de e descargas; tráfego).
meia altura); emergência; Facilitar
Separação Facilitar o gal- aproximação
entre espaço gar do passeio ao passeio du-
estacionamen- por parte de rante manobra
to e espaço veículos pesa- de estacio-
circulação dos em zonas namento em
pedonal de cargas e parqueamento
(a=10cm/ descargas (zo- longitudinal.
12cm). nas históricas);
Facilitar o
galgar do pas-
seio por parte
de veículos
em zonas de
tomada e lar-
gada de passa-
geiros (zonas
históricas).

43
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Estes remates em vidraço devem


descrição ser resistentes à acção do tráfego
Lajetas de vidraço rodoviário intenso, e à exposição
O Vidraço é uma pedra calcária fre- aos elementos naturais, devendo
quentemente utilizada no espaço para tal ser acauteladas as seguin-
público, particularmente em guias e tes ocorrências:
contra-guias, mas também em la-
jeados, na transição entre as faixas ● Desgaste da superfície, com
de rodagem, zonas de estaciona- redução dos relevos;
mento e passeios.
● Fissuração ou quebra do pavi-
Na utilização de lajetas em vidraço mento por deficiente resistência
como remate, a espessura deverá mecânica; Alteração da cor por via
ser determinada de acordo com a da exposição aos raios solares e às
resistência mecânica pretendida, intempéries; Escorregamento na
considerando-se no entanto que presença de água;
cada peça nunca deverá apresentar
uma espessura inferior a 10cm. ● Dificuldade de manutenção.
A aresta da face que fica exposta
deve ser boleada ou sotada (di-
mensão mínima de 0.01m). execução
Apesar da sua resistência e dureza, As lajetas em vidraço, reutilizadas
é um material, que necessita de al- ou novas, em material, seção e
guns cuidados especiais ao nível da acabamento análogos aos exis-
sua transformação e acabamento e tentes, devem apresentar juntas
na sua manutenção e limpeza. de abertura máxima de 0,005 m
preenchidas com argamassa fluída

Lisboa - av. Praia da viTória

44
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

de cimento e areia fina, de esboço, aMaCiado


lavada ao traço 1:2. O assentamen- acabamento Uma superfície suave, totalmente
to deverá ser feito com argamassa lisa e plana, que mostra a verda-
hidráulica de cimento e areia de rio Os tratamentos superficiais não deira coloração dos materiais sem
lavada ao traço 1:3 (volume). aumentam a capacidade estrutu- o brilho e a pormenorização do
ral do pavimento, tendo apenas acabamento polido.
A fundação deve ter uma dimensão como objectivo fornecer-lhe uma
adequada à largura da peça, de- maior qualidade nas características Deverá ser prevista a aplicação de
vendo exceder a largura da lajeta superficiais como textura e imper- um hidrófugo com propriedades
no mínimo em 0,10 m para cada meabilização. “anti-grafitti”.
lado da peça, e ser feita em betão
C16/20 (cimento: areia: brita ao Nesse sentido, as lajetas em vi-
traço 1:2:4). draço deverão ter um acabamento
adequado à função que desempe-
Os troços retos e curvos de lancil nham nunca devendo apresentar
de raio superior a 12 m serão exe- superfícies polidas.
cutados com elementos de lancil
retos. Já os troços curvos de lancil Em ruas de reduzida inclinação,
de raio até 12 m serão executados com pendentes inferiores a 5%,
com elementos de lancil curvos onde o risco de deslizamento é
com o raio maior mais próximo de menor, deverão no entanto ser
0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 / 4,00 / considerados acabamentos que
5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 / 12,00 aumentem a rugosidade da pedra
m. Raios menores que 0,50 m minimizando o risco de escorrega-
serão analisados caso a caso, mas mento, nomeadamente:
executados sempre com elementos
curvos;
esCoVado
Os elementos de lancil terão um O acabamento rústico não sendo
comprimento 1,00 m/1.20m. Nos liso ao toque é porém totalmen-
troços curvos e ligações ao exis- te adequado para pavimentação
tente admite-se a utilização de plana. De superfície semi-rugosa e
elementos de comprimento mínimo comparativamente mais suave do
0,50 m. que o acabamento a jacto de areia.
Este acabamento de superfície
Os novos elementos de lancil de deixa transparecer mais a colora-
pedra natural serão fornecidos ção original do material ao mesmo
com secção e resistência à flexão tempo que o torna antiderrapante.
declarada para as quais a carga
de rotura será adequada para as bUjardado
diferentes classes de utilização É o mais rugoso dos acabamentos
conforme a norma NP EN 1343. industriais sendo por isso o que
permite a superfície mais agressiva
Em obra, deverá ainda ser sempre de todas. A chapa entra num tapete
garantida a compatibilidade das para a máquina e uma série de bu-
exigências definidas em projeto, jardas vão picando o material. Pode
com a etiqueta de marcação CE, aplicar-se a todo o tipo de pedras
exigível em todo o material forne- sendo necessário regular a inten-
cido. Todos os materiais utilizados sidade dos movimentos e a espes-
serão aplicados limpos, isentos de sura tem obrigatoriamente que ser
terras e detritos. igual ou superior a 2,0cm.

45
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Para além da função, a dimensão


descrição dos lancis deverá igualmente ser
Lancil em vidraço estabelecida em conformidade com
Os lancis em vidraço são compos- os lancis já existentes nos espaços
tos por peças em boas condições públicos contíguos.
cuja dimensão pode variar conso-
ante a transição entre diferentes
funções e usos que se pretende execução
sinalizar, devendo para tal ser con-
sideradas as seguintes dimensões: Os lancis em vidraço, reutilizados
ou novos, em material, seção e
● uma largura igual ou superior a acabamento análogos aos exis-
0,13m, quando se trate de tran- tentes, devem apresentar juntas
sições entre passeios e espaços de abertura máxima de 0,005 m
cicláveis, rodoviários e de estacio- preenchidas com argamassa fluída
namento; de cimento e areia fina, de esboço,
lavada ao traço 1:2. O assentamen-
● uma largura igual ou superior a to deverá ser feito com argamassa
0,20m, quando se trate de separa- hidráulica de cimento e areia de rio
dores ou ilhas. lavada ao traço 1:3 (volume).
● uma largura igual ou superior A fundação de lancil, de largura
a 0,30m, quando se trate de lancis não inferior a 0,30 m, excedendo
rampeados, (acessos especiais e a largura do lancil e a espessura
passadeiras em continuidade de do pavimento, no mínimo 0,10 m e
passeio). 0,20 m, em betão C16/20 (cimento:
areia: brita ao traço 1:2:4.

Lisboa - CaLçada do MiranTe

46
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Os troços retos e curvos de lan- maior qualidade nas características


cil de raio superior a 12m serão superficiais como textura e imper-
executados com elementos de meabilização.
lancil retos. Já os troços curvos
de lancil de raio até 12m serão Nesse sentido, os lancis em vidraço
executados com elementos de deverão ter um acabamento ade-
lancil curvos com o raio maior mais quado à função que desempenham
próximo de 0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 nunca devendo apresentar super-
/ 4,00 / 5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 / fícies polidas. Nos lancis os acaba-
12,00m. Raios menores que 0,50m mento superficiais mais utilizados
serão analisados caso a caso, mas são:
executados sempre com elementos
curvos; esCoVado
O acabamento rústico não sendo
Os elementos de lancil terão com- liso ao toque é porém totalmen-
primento 1,00m. Nos troços curvos te adequado para pavimentação
e ligações ao existente admite-se a plana. De superfície semi-rugosa e
utilização de elementos de compri- comparativamente mais suave do
mento mínimo 0,50m. que o acabamento a jato de areia.
Este acabamento de superfície
Os novos elementos de lancil de deixa transparecer mais a colora-
pedra natural serão fornecidos ção original do material ao mesmo
com seção e resistência à flexão tempo que o torna antiderrapante
declarada para as quais a carga
de rotura será adequada para as bUjardado
diferentes classes de utilização É o mais rugoso dos acabamentos
conforme a norma NP EN 1343. industriais sendo por isso o que
permite a superfície mais agressiva
Em obra, deverá ainda ser sempre de todas. A chapa entra num tapete
garantida a compatibilidade das para a máquina e uma série de bu-
exigências definidas em projeto, jardas vão picando o material. Pode
com a etiqueta de marcação CE, aplicar-se a todo o tipo de pedras
exigível em todo o material forne- sendo necessário regular a inten-
cido. sidade dos movimentos e a espes-
sura tem obrigatoriamente que ser
igual ou superior a 2,0cm.
acabamento
aMaCiado
Os tratamentos superficiais não Uma superfície suave, totalmente
aumentam a capacidade estrutu- lisa e plana, que mostra a verda-
ral do pavimento, tendo apenas deira coloração dos materiais sem
como objetivo fornecer-lhe uma o brilho e a pormenorização do
acabamento polido.

47
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição execução
Cubos em vidraço
Os lancis em cubo são compostos As guias em cubos de vidraço, de-
por peças em boas condições, no- vem apresentar juntas de abertura
vas ou reutilizadas, cuja dimensão máxima de 0,005m preenchidas
pode variar consoante a transição com argamassa fluída de cimento
entre as diferentes funções e usos e areia fina, de esboço, lavada ao
que se pretendem sinalizar, sendo traço 1:2. O assentamento deverá
no entanto usualmente utilizados ser feito com argamassa hidráulica
para o efeito cubos de 5 a 7 cm de cimento e areia de rio lavada ao
nos espaços pedonais e de 11 a traço 1:3 (volume).
13 cm na transição de espaços de
estacionamento e espaços de circu- A fundação deve ter uma de largu-
lação rodoviária. ra não inferior a 0,30 m, excedendo
a largura das pedras e a espessura
Poderão eventualmente ser consi- do pavimento, em no mínimo 0,10
deradas e aceites outras peças de m e 0,20 m, em betão C16/20 (ci-
maior dimensão, desde que apre- mento: areia: brita ao traço 1:2:4.
sentem um acabamento superficial
que atribua ao material caracterís- De salientar que as peças devem
ticas antiderrapantes. apresentar dimensões semelhantes
de forma a assegurar um bom en-
caixe e uma resistência final ajus-
tada ao tipo de utilização prevista.

Todos os materiais utilizados serão


aplicados limpos, isentos de terras
e detritos.

Lisboa - CaMPo PeqUeno

48
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

máquina de pressão para retirar o


acabamento pó e vestígios abrasivos durante a
operação. Este acabamento apre-
Os tratamentos superficiais não senta uma superfície ligeiramente
aumentam a capacidade estrutu- rugosa.
ral do pavimento, tendo apenas
como objetivo fornecer-lhe uma areado oU jaCTeado
maior qualidade nas características Acabamento que confere mais
superficiais como textura e imper- rugosidade que o serrado. Essa
meabilização. rugosidade é-lhe conferida através
de um jato de areia a alta pressão
Nesse sentido, os cubos em vidraço direcionado para a face da pedra
deverão ter um acabamento ade- até a mesma ficar com a superfície
quado à função que desempenham mais irregular.
nunca devendo apresentar superfí-
cies polidas. bUjardado
É o mais rugoso dos acabamentos
Á semelhança do que acontece com industriais sendo por isso o que
a calçada de vidraço, quando se permite a superfície mais agressiva
pretende utilizar o cubo de vidraço de todas. A chapa entra num tapete
como lancil, os acabamentos super- para a máquina e uma série de bu-
ficiais preferencialmente utilizados jardas vão picando o material. Pode
são: aplicar-se a todo o tipo de pedras
sendo necessário regular a inten-
serrado sidade dos movimentos e a espes-
Acabamento em que a chapa é sura tem obrigatoriamente que ser
unicamente cortada com as dimen- igual ou superior a 2,0cm.
sões pretendidas e é lavada com

49
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Para além da função, a dimensão


descrição dos lancis deverá igualmente ser
Lancil em lioz estabelecida em conformidade com
Os lancis em lioz são compostos os lancis já existentes nos espaços
por peças em boas condições cuja públicos contíguos.
dimensão pode variar consoante
a separação entre funções e usos Os lancis em lioz são frequente-
que se pretende sinalizar, deven- mente encontrados em espaços
do para tal ser consideradas as mais nobres da cidade como largos,
seguintes dimensões: praças e áreas envolventes a edifí-
cios emblemáticos.
● uma largura igual ou superior a
0,13m, quando se trate de tran- Apesar da sua resistência e dureza,
sições entre passeios e espaços é um material poroso com desgas-
cicláveis, rodoviários e de estacio- te algo acentuado, que necessita de
namento; alguns cuidados especiais ao nível
da sua transformação, acabamen-
● uma largura igual ou superior a to, bem como na sua manutenção
0,20m, quando se trate de separa- e limpeza.
dores ou ilhas.

● uma largura igual ou superior


a 0,30m, quando se trate de lancis
rampeados, (acessos especiais e
passadeiras em continuidade de
passeio).

Lisboa - rossio

50
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Em obra, deverá ainda ser sempre


execução garantida a compatibilidade das
exigências definidas em projeto,
Os lancis, reutilizados ou novos, com a etiqueta de marcação CE,
em material, seção e acabamento exigível em todo o material forne-
análogos aos existentes, devem cido.
apresentar juntas de abertura
máxima de 0,005m preenchidas
com argamassa fluída de cimento acabamento
e areia fina, de esboço, lavada ao
traço 1:2. O assentamento deverá Os tratamentos superficiais não
ser feito com argamassa hidráulica aumentam a capacidade estrutu-
de cimento e areia de rio lavada ao ral do pavimento, tendo apenas
traço 1:3 (volume). como objetivo fornecer-lhe uma
maior qualidade nas características
A fundação de lancil, de largura superficiais como textura e imper-
não inferior a 0,30 m, excedendo meabilização.
a largura do lancil e a espessura
do pavimento, no mínimo 0,10 m e Nesse sentido, os lancis deverão ter
0,20 m, em betão C16/20 (cimento: um acabamento adequado à fun-
areia: brita ao traço 1:2:4. ção que desempenham, sem nunca
apresentarem superfícies polidas.
Os troços retos e curvos de lan- Os acabamento superficiais mais
cil de raio superior a 12m serão utilizados são:
executados com elementos de
lancil retos. Já os troços curvos esCoVado
de lancil de raio até 12m serão O acabamento rústico não sendo
executados com elementos de liso ao toque é porém totalmen-
lancil curvos com o raio maior mais te adequado para pavimentação
próximo de 0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 plana. De superfície semi-rugosa e
/ 4,00 / 5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 / comparativamente mais suave do
12,00m. Raios menores que 0,50m que o acabamento a jato de areia.
serão analisados caso a caso, mas Este acabamento de superfície
executados sempre com elementos deixa transparecer mais a colora-
curvos; ção original do material ao mesmo
tempo que o torna antiderrapante
Os elementos de lancil terão com-
primento 1,00m. Nos troços curvos bUjardado
e ligações ao existente admite-se a É o mais rugoso dos acabamentos
utilização de elementos de compri- industriais sendo por isso o que
mento mínimo 0,50m. permite a superfície mais agressiva
de todas. A chapa entra num tapete
Os novos elementos de lancil de para a máquina e uma série de bu-
pedra natural serão fornecidos jardas vão picando o material. Pode
com seção e resistência à flexão aplicar-se a todo o tipo de pedras
declarada para as quais a carga sendo necessário regular a inten-
de rotura será adequada para as sidade dos movimentos e a espes-
diferentes classes de utilização sura tem obrigatoriamente que ser
conforme a norma NP EN 1343. igual ou superior a 2,0cm.

51
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Os remates em lioz devem ser re-


descrição sistentes à ação do tráfego pedonal
Lajetas em lioz intenso, à ação do acesso ocasio-
O Lioz é uma pedra calcária fre- nal de veículos motorizados e à
quentemente utilizada no espaço exposição aos elementos naturais,
público, particularmente em lajea- devendo para tal ser acauteladas
dos, mas também pontualmente no as seguintes ocorrências:
remate de lajeados de lioz.
● Desgaste acelerado da super-
Na utilização de lajetas de lioz fície, com redução acentuada dos
como remate, a espessura deverá relevos;
ser determinada de acordo com a
resistência mecânica pretendida, ● Fissuração ou quebra do pavi-
considerando-se no entanto que mento por deficiente resistência
cada peça nunca deverá apresentar mecânica;
uma espessura inferior a 10cm.
A aresta da face que fica exposta ● Alteração da cor por via da
deve ser boleada ou sotada (di- exposição aos raios solares e às
mensão mínima de 0.01m). intempéries;

Apesar da sua resistência e dureza, ● Escorregamento na presença de


é um material poroso com desgas- água;
te algo acentuado, que necessita de
alguns cuidados especiais ao nível ● Dificuldade de manutenção.
da sua transformação e acabamen-
to e na sua manutenção e limpeza.

Lisboa - Praça do CoMérCio

52
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

utilização de elementos de compri- menor, deverão no entanto ser


execução mento mínimo 0,50m. considerados acabamentos que
aumentem a rugosidade da pedra
Os remates em lajetas de lioz, Os novos elementos serão for- minimizando o risco de escorrega-
reutilizados ou novos, em mate- necidos com seção e resistência mento, nomeadamente:
rial, seção e acabamento análogos à flexão declarada para as quais
aos existentes, devem apresentar a carga de rotura será adequa- serrado
juntas de abertura máxima de da para as diferentes classes de Acabamento em que a chapa é
0,005m preenchidas com arga- utilização conforme a norma NP EN unicamente cortada com as dimen-
massa fluída de cimento e areia 1343. sões pretendidas e é lavada com
fina, de esboço, lavada ao traço máquina de pressão para retirar o
1:2. O assentamento deverá ser Em obra, deverá ainda ser sempre pó e vestígios abrasivos durante a
feito com argamassa hidráulica de garantida a compatibilidade das operação. Este acabamento apre-
cimento e areia de rio lavada ao exigências definidas em projeto, senta uma superfície ligeiramente
traço 1:3 (volume). com a etiqueta de marcação CE, rugosa.
exigível em todo o material forne-
A fundação deve ter uma dimen- cido. Todos os materiais utilizados areado oU jaTeado
são adequada à largura da peça, serão aplicados limpos, isentos de Acabamento que confere mais
devendo exceder a largura da terras e detritos. rugosidade que o serrado. Essa
lajeta no mínimo em 0,10m para rugosidade é-lhe conferida através
cada lado da peça, e ser feita em de um jato de areia a alta pressão
betão C16/20 (cimento: areia: brita acabamento direcionado para a face da pedra
ao traço 1:2:4. até a mesma ficar com a superfície
Os tratamentos superficiais não mais irregular.
Os troços retos e curvos de lancil aumentam a capacidade estrutu-
de raio superior a 12m serão exe- ral do pavimento, tendo apenas bUjardado
cutados com elementos de lancil como objetivo fornecer-lhe uma É o mais rugoso dos acabamentos
retos. Já os troços curvos de lancil maior qualidade nas características industriais sendo por isso o que
de raio até 12m serão executados superficiais como textura e imper- permite a superfície mais agressiva
com elementos de lancil curvos meabilização. de todas. A chapa entra num tapete
com o raio maior mais próxi- para a máquina e uma série de bu-
mo de 0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 / Nesse sentido, as lajetas em pedra jardas vão picando o material. Pode
4,00 / 5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 / de lioz deverão ter um acabamento aplicar-se a todo o tipo de pedras
12,00m. Raios menores que 0,50m adequado à função que desempe- sendo necessário regular a inten-
serão analisados caso a caso, mas nham nunca devendo apresentar sidade dos movimentos e a espes-
executados sempre com elementos superfícies polidas. sura tem obrigatoriamente que ser
curvos. igual ou superior a 2,0cm.
Em ruas de reduzida inclinação,
Os elementos terão comprimento com pendentes inferiores a 5%, Deverá ser prevista a aplicação de
1,00m. Nos troços curvos e liga- onde o risco de deslizamento é um hidrófugo com propriedades
ções ao existente admite-se a “anti-grafitti”.

53
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Para além da função, a dimensão


descrição dos lancis deverá igualmente ser
Lancil em granito estabelecida em conformidade com
Os lancis em granito são compos- os lancis já existentes nos espaços
tos por peças em boas condições públicos contíguos.
cuja dimensão pode variar conso-
ante as diferentes funções e usos
que se pretendem sinalizar. Para tal execução
devem ser consideradas as seguin-
tes dimensões: Os lancis graniticos, reutilizados ou
novos, em material, seção e acaba-
● uma largura igual ou superior a mento análogos aos existentes, de-
0,13m, quando se trate de tran- vem apresentar juntas de abertura
sições entre passeios e espaços máxima de 0,005m preenchidas
cicláveis, rodoviários e de estacio- com argamassa fluída de cimento
namento; e areia fina, de esboço, lavada ao
traço 1:2. O assentamento deverá
● uma largura igual ou superior a ser feito com argamassa hidráulica
0,20m, quando se trate de separa- de cimento e areia de rio lavada ao
dores ou ilhas. traço 1:3 (volume).
● uma largura igual ou superior A fundação de lancil, de largura
a 0,30m, quando se trate de lancis não inferior a 0,30m, excedendo
rampeados, (acessos especiais e a largura do lancil e a espessura
passadeiras em continuidade de do pavimento, no mínimo 0,10m e
passeio). 0,20m, em betão C16/20 (cimento:
areia: brita ao traço 1:2:4.

PorTo – rUa 31 de janeiro

54
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Os troços retos e curvos de lancil


de raio superior a 12m serão exe- acabamento
cutados com elementos de lancil
retos. Já os troços curvos de lancil Os tratamentos superficiais não
de raio até 12m serão executados aumentam a capacidade estrutu-
com elementos de lancil curvos ral do pavimento, tendo apenas
com o raio maior mais próximo de como objetivo fornecer-lhe uma
0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 / 4,00 / maior qualidade nas características
5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 / 12,00 superficiais como textura e imper-
m. Raios menores que 0,50m meabilização.
serão analisados caso a caso, mas
executados sempre com elementos Nesse sentido, os lancis deverão
curvos; ter um acabamento adequado à
função que desempenham nunca
Os elementos de lancil terão com- devendo apresentar superfícies
primento 1,00m. Nos troços curvos polidas. Nos lancis em granito os
e ligações ao existente admite-se a acabamento superficiais mais utili-
utilização de elementos de compri- zados são:
mento mínimo 0,50m.
esCoVado
Os novos elementos de lancil de O acabamento rústico não sendo
pedra natural serão fornecidos liso ao toque é porém totalmen-
com seção e resistência à flexão te adequado para pavimentação
declarada para as quais a carga plana. De superfície semi-rugosa e
de rotura será adequada para as comparativamente mais suave do
diferentes classes de utilização que o acabamento a jato de areia.
conforme a norma NP EN 1343. Este acabamento de superfície
deixa transparecer mais a colora-
Em obra, deverá ainda ser sempre ção original do material ao mesmo
garantida a compatibilidade das tempo que o torna antiderrapante
exigências definidas em projeto,
com a etiqueta de marcação CE, bUjardado
exigível em todo o material forne- É o mais rugoso dos acabamentos
cido. industriais sendo por isso o que
permite a superfície mais agressiva
de todas. A chapa entra num tapete
para a máquina e uma série de bu-
jardas vão picando o material. Pode
aplicar-se a todo o tipo de pedras
sendo necessário regular a inten-
sidade dos movimentos e a espes-
sura tem obrigatoriamente que ser
igual ou superior a 2,0cm.

55
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

com argamassa fluída de cimento


descrição e areia fina, de esboço, lavada ao
Cubos de granito traço 1:2. O assentamento deverá
Os lancis em cubo são compostos ser feito com argamassa hidráulica
por peças em boas condições, no- de cimento e areia de rio lavada ao
vas ou reutilizadas, cuja dimensão traço 1:3 (volume).
pode variar consoante a transição
entre as diferentes funções e usos A fundação de lancil, de largura
que se pretendem sinalizar, sendo não inferior a 0,30m, excedendo a
no entanto usualmente utilizados largura do lancil e a espessura do
para o efeito cubos de granito com pavimento, em no mínimo 0,10m e
12 a 13cm. 0,20m, em betão C16/20 (cimento:
areia: brita ao traço 1:2:4.
Poderão eventualmente ser consi-
deradas e aceites outras peças de De salientar que as peças devem
maior dimensão, desde que apre- apresentar dimensões semelhantes
sentem um acabamento superficial de forma a assegurar um bom en-
que atribua ao material caracterís- caixe e uma resistência final ajus-
ticas antiderrapantes. tada ao tipo de utilização prevista.

Todos os materiais utilizados serão


execução aplicados limpos, isentos de terras
e detritos.
Os lancis em cubos de granito, de-
vem apresentar juntas de abertura
máxima de 0,005m preenchidas

aLMada - PragaL

56
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

areado oU jaCTeado
acabamento Acabamento que confere mais
rugosidade que o serrado. Essa
Os tratamentos superficiais não rugosidade é-lhe conferida através
aumentam a capacidade estrutu- de um jato de areia a alta pressão
ral do pavimento, tendo apenas direcionado para a face da pedra
como objetivo fornecer-lhe uma até a mesma ficar com a superfície
maior qualidade nas características mais irregular.
superficiais como textura e imper-
meabilização. bUjardado
É o mais rugoso dos acabamentos
Nesse sentido, os cubos em vidraço industriais sendo por isso o que
deverão ter um acabamento ade- permite a superfície mais agressiva
quado à função que desempenham de todas. A chapa entra num tapete
nunca devendo apresentar superfí- para a máquina e uma série de bu-
cies polidas. jardas vão picando o material. Pode
aplicar-se a todo o tipo de pedras
Á semelhança do que acontece com sendo necessário regular a inten-
a calçada de granito, quando se sidade dos movimentos e a espes-
pretende utilizar o cubo de granito sura tem obrigatoriamente que ser
como lancil, os acabamentos super- igual ou superior a 2,0cm.
ficiais preferencialmente utilizados
são:

serrado
Acabamento em que a chapa é
unicamente cortada com as dimen-
sões pretendidas e é lavada com
máquina de pressão para retirar o
pó e vestígios abrasivos durante a
operação. Este acabamento apre-
senta uma superfície ligeiramente
rugosa.

57
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição acabamento
blocos de granito
Os lancis em blocos de granito Os tratamentos superficiais não
são compostos por peças em boas aumentam a capacidade estrutu-
condições, novas ou reutilizadas, ral do pavimento, tendo apenas
cuja dimensão pode variar conso- como objetivo fornecer-lhe uma
ante a transição entre as diferentes maior qualidade nas características
funções e usos que se pretendem superficiais como textura e imper-
sinalizar, em particular em guias e meabilização.
contra-guias.
Nesse sentido, os cubos em vidraço
São usualmente utilizados blocos deverão ter um acabamento ade-
de granito com uma dimensão de quado à função que desempenham
20cm de comprimento por 10 a nunca devendo apresentar superfí-
12cm de largura e 10 a 12cm de cies polidas.
altura. Poderão eventualmente
ser consideradas e aceites outras Á semelhança do que acontece com
peças de maior dimensão, desde a calçada de granito, quando se
que apresentem um acabamento pretende utilizar blocos de granito
superficial que atribua ao material como lancil, os acabamento super-
características antiderrapantes ficiais preferencialmente utilizados
e garanta uma espessura que são:
garanta a resistência das peças à
ação do tráfego pedonal ou viário serrado
intenso. Acabamento em que a chapa é
unicamente cortada com as dimen-
sões pretendidas e é lavada com
execução máquina de pressão para retirar o
pó e vestígios abrasivos durante a
Os lancis em blocos de granito, de- operação. Este acabamento apre-
vem apresentar juntas de abertura senta uma superfície ligeiramente
máxima de 0,005m preenchidas rugosa.
com argamassa fluída de cimento
e areia fina, de esboço, lavada ao areado oU jaCTeado
traço 1:2. O assentamento deverá Acabamento que confere mais
ser feito com argamassa hidráulica rugosidade que o serrado. Essa
de cimento e areia de rio lavada ao rugosidade é-lhe conferida através
traço 1:3 (volume). de um jato de areia a alta pressão
direcionado para a face da pedra
A fundação de lancil, de largura até a mesma ficar com a superfície
não inferior a 0,30m, excedendo a mais irregular.
largura do lancil e a espessura do
pavimento, em no mínimo 0,10m e bUjardado
0,20m, em betão C16/20 (cimento: É o mais rugoso dos acabamentos
areia: brita ao traço 1:2:4. industriais sendo por isso o que
permite a superfície mais agressiva
De salientar que as peças devem de todas. A chapa entra num tapete
apresentar dimensões semelhantes para a máquina e uma série de bu-
de forma a assegurar um bom en- jardas vão picando o material. Pode
caixe e uma resistência final ajus- aplicar-se a todo o tipo de pedras
tada ao tipo de utilização prevista. sendo necessário regular a inten-
sidade dos movimentos e a espes-
Todos os materiais utilizados serão sura tem obrigatoriamente que ser
aplicados limpos, isentos de terras igual ou superior a 2,0cm.
e detritos.

58
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Lisboa - CaMPo PeqUeno

PorTo – rUa de são joão

59
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Na utilização de lajetas de granito


descrição como remate de pavimentos, a
Lajetas espessura deverá ser determinada
em granito O granito é uma rocha cristalina
de elevada dureza e resistência ao
de acordo com a resistência mecâ-
nica pretendida, considerando-se
desgaste, sendo muito utilizada em no entanto que cada peça nunca
espaço público, particularmente em deverá apresentar uma espessura
guias e contra-guias, mas também inferior a 10cm. A aresta da face
em lajeados, e no remate desses que fica exposta devem ser bolea-
lajeados (lancil), devido às suas da ou sotada (dimensão mínima de
características físicas e funcionais, 0.01m).
nomeadamente:
De fato, estes pavimentos devem
● Pela possibilidade de uma maior ser resistentes à ação do tráfego
dimensão das peças; pedonal intenso, à ação do acesso
ocasional de veículos motorizados
● Por uma maior aderência, já que e à exposição aos elementos natu-
a textura e a maior resistência ao rais, devendo para tal ser acautela-
desgaste do granito evita durante das as seguintes ocorrências:
mais tempo o escorregamento;
● Desgaste acelerado da super-
● Pela possibilidade de se obte- fície, com redução acentuada dos
rem peças de corte industrial, numa relevos;
ou mais faces, e, consequentemen-
te, pisos mais lisos e confortáveis ● Fissuração ou quebra do pavi-
com características antiderrapan- mento por deficiente resistência
tes. mecânica;

PorTo - Praça da ribeira

60
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Os elementos terão comprimento rugosidade da pedra minimizando


● Alteração da cor por via da 1,00m. Nos troços curvos e liga- o risco de escorregamento, nomea-
exposição aos raios solares e às
ções ao existente admite-se a damente:
intempéries;
utilização de elementos de compri-
mento mínimo 0,50m. serrado
● Escorregamento na presença de Acabamento em que a chapa é
água;
Os novos elementos serão for- unicamente cortada com as dimen-
necidos com seção e resistência sões pretendidas e é lavada com
● Dificuldade de manutenção.
à flexão declarada para as quais máquina de pressão para retirar o
a carga de rotura será adequa- pó e vestígios abrasivos durante a
da para as diferentes classes de operação. Este acabamento apre-
execução utilização conforme a norma NP EN senta uma superfície ligeiramente
1343. rugosa.
Os remates em lajetas de granito,
reutilizados ou novos, em material, Em obra, deverá ainda ser sempre areado oU jaTeado
seção e acabamento análogos aos garantida a compatibilidade das Acabamento que confere mais
existentes, devem apresentar jun- exigências definidas em projeto, rugosidade que o serrado. Essa
tas de abertura máxima de 0,005m com a etiqueta de marcação CE, rugosidade é-lhe conferida através
preenchidas com argamassa fluída exigível em todo o material forne- de um jato de areia a alta pressão
de cimento e areia fina, de esboço, cido. Todos os materiais utilizados direcionado para a face da pedra
lavada ao traço 1:2. O assentamen- serão aplicados limpos, isentos de até a mesma ficar com a superfície
to deverá ser feito com argamassa terras e detritos. mais irregular.
hidráulica de cimento e areia de rio
lavada ao traço 1:3 (volume). bUjardado
acabamento É o mais rugoso dos acabamentos
A fundação deve ter uma dimensão industriais sendo por isso o que
adequada à largura da peça, de- permite a superfície mais agressiva
Os tratamentos superficiais não
vendo exceder a largura da lajeta de todas. A chapa entra num tapete
aumentam a capacidade estrutu-
no mínimo em 0,10m para cada para a máquina e uma série de bu-
ral do pavimento, tendo apenas
lado da peça, e ser feita em betão jardas vão picando o material. Pode
como objetivo fornecer-lhe uma
C16/20 (cimento: areia: brita ao aplicar-se a todo o tipo de pedras
maior qualidade nas características
traço 1:2:4. sendo necessário regular a inten-
superficiais como textura e imper-
meabilização. sidade dos movimentos e a espes-
Os troços retos e curvos de lan-
sura tem obrigatoriamente que ser
cil de raio superior a 12m serão
Nesse sentido, os lajeados em gra- igual ou superior a 2,0cm.
executados com elementos de
nito deverão ter um acabamento
lancil retos. Já os troços curvos Deverá ainda ser prevista a aplica-
adequado à função que desempe-
de lancil de raio até 12m serão ção de um hidrófugo com proprie-
nham nunca devendo apresentar
executados com elementos de dades “anti-grafitti”.
superfícies polidas.
lancil curvos com o raio maior mais
próximo de 0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00
Apesar de ser uma pedra rugosa,
/ 4,00 / 5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 /
em ruas de reduzida inclinação,
12,00m. Raios menores que 0,50m
com pendentes inferiores a 5%,
serão analisados caso a caso, mas
onde o risco de deslizamento é
executados sempre com elementos
menor, deverão ser considerados
curvos.
acabamentos que aumentem a

61
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Para além da função, a dimensão


descrição dos lancis deverá igualmente ser
Lancil em betão estabelecida em conformidade com
Os lancis em betão produzidos os lancis já existentes nos espaços
por vibro compactação, devem ser públicos contíguos.
compostos por peças em boas con-
dições cuja dimensão pode variar
consoante as diferentes funções e execução
usos que se pretendem sinalizar,
devendo para tal ser consideradas Os lancis, reutilizados ou novos, em
as seguintes dimensões: material, seção e acabamento aná-
logos aos existentes, devem apre-
● uma largura igual ou superior a sentar juntas de abertura máxima de
0,13m, quando se trate de tran- 0,005m cheias com calda de cimento
sições entre passeios e espaços pigmentada da cor da peça. O assen-
cicláveis, rodoviários e de estacio- tamento deverá ser feito com arga-
namento; massa hidráulica de cimento e areia
de rio lavada ao traço 1:3 (volume).
● uma largura igual ou superior a
0,20m, quando se trate de separa- A fundação de lancil, de largura
dores ou ilhas. não inferior a 0,30m, excedendo
a largura do lancil e a espessura
● uma largura igual ou superior do pavimento, no mínimo 0,10m e
a 0,30m, quando se trate de lancis 0,20m, em betão C16/20 (cimento:
rampeados, (acessos especiais e areia: brita ao traço 1:2:4.
passadeiras em continuidade de
passeio). Os troços retos e curvos de lan-
cil de raio superior a 12m serão

Lisboa - aMoreiras

62
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

executados com elementos de Em obra, deverá ainda ser sempre


lancil retos. Já os troços curvos garantida a compatibilidade das
de lancil de raio até 12m serão exigências definidas em projeto,
executados com elementos de com a etiqueta de marcação CE,
lancil curvos com o raio maior mais exigível em todo o material forne-
próximo de 0,50 / 1,00 / 2,00 / 3,00 cido.
/ 4,00 / 5,00 / 6,00 / 8,00 / 10,00 /
12,00m. Raios menores que 0,50m
serão analisados caso a caso, mas acabamento
executados sempre com elementos
curvos; Os tratamentos superficiais não
aumentam a capacidade estrutu-
Os elementos de lancil terão com- ral do pavimento, tendo apenas
primento 1,00m. Nos troços curvos como objetivo fornecer-lhe uma
e ligações ao existente admite-se a maior qualidade nas características
utilização de elementos de compri- superficiais como textura e imper-
mento mínimo 0,50m. meabilização.

Os novos elementos de lancil de be- No fabrico dos lancis de betão, de-


tão pré-fabricados serão fornecidos verá ser utilizado cimento cinzento,
com Resistência à Flexão = 5,0 MPa evendo as peças apresentar um
(mín.) (Classe 2, Marcação T) e Ab- acabamento liso, com as arestas
sorção de Água = 6% (Máx.) (Classe da face boleadas ou sotadas, com
2, Marcação B) declaradas confor- uma altura máxima do chanfre de
me a norma NP EN 1340 e com, 0,005m.
no mínimo, 21 dias de idade sendo
acompanhados de documento com
identificação do lote e sua data de
fabrico, além da marcação CE.

63
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição ● Desgaste acelerado da super-


Lajetas em betão fície, com redução acentuada dos
relevos;
As lajetas em betão devem ser
utilizadas como guias de pavimen-
to. Definem uma superfície que ● Fissuração ou quebra do pavi-
mento por deficiente resistência
resulta da justaposição de peças
mecânica;
produzidas por vibro compactação,
de média ou grande dimensão, cujo
● Alteração da cor por via da
corte resulta de processo mecâni-
exposição aos raios solares e às
co, gerando superfícies de textura
intempéries;
irregular ou regular consoante o
seu acabamento.
● Escorregamento na presença de
água;
Os pavimentos em lajetas de betão
pré-fabricadas, constituem uma
● Dificuldade de manutenção.
solução mais versátil, de menor
custo e de mais fácil manutenção e Neste universo de lajeado, desta-
reparação que os lajedos em pedra, cam-se as lajetas em betão colori-
tendo como vantagens principais: do e em betão desativado.

● Maior controlo das propriedades O betão colorido resulta da incor-


físicas e de resistência do betão; poração de pigmentos especiais ao
betão corrente, os quais conferem
● O processo de produção das ao betão cores de diferentes tona-
peças, o qual sendo mecanizado lidades.
permite um controlo mais rigoroso
das suas propriedades geométricas; O betão desativado é um betão
especial fabricado em central em
● As possibilidades inerentes à que a desativação da camada
coloração dos blocos em fábrica; superficial confere ao pavimento
um aspeto ornamental de agre-
● Menor custo e menores exigên- gado à vista, o que possibilita a
cias técnicas no assentamento;
personalização de espaços, graças
às múltiplas soluções possíveis de
● Maior variedade de cores e
textura.
acabamentos;
As suas principais vantagens são
● Maior facilidade de execução de
ter um aspeto natural e rústico;
padrões e/ ou motivos;
a existência de variados tipos de
agregado à escolha e a possibilida-
● Maior facilidade de cortes e
remates. de de adicionar cor.

Os lajeados em betão devem ser Estes pavimentos deverão ser


resistentes à ação do tráfego pedo- dimensionados, considerando o
nal intenso, à ação do acesso oca- seu uso e função. A sua espessura
sional de veículos motorizados e à deverá ser determinada de acordo
exposição aos elementos naturais. com a resistência mecânica preten-
dida, no entanto, considera-se que
Para esse efeito, recorrer-se-á a uma lajeta em betão nunca deverá
materiais e processos construtivos ter uma espessura inferior a 6cm
que, no seu conjunto, acautelem as para uma utilização exclusivamen-
seguintes ocorrências: te pedonal e inferior a 10cm para
uma utilização rodoviária.

64
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

da base em betão uma espessura


execução mínima de 0,15 m, armada infe-
riormente com rede eletro soldada
Na execução das guias em lajetas em malha quadrada e uma camada
de betão, por regra considera-se de sub-base em agregado britado,
uma caixa com uma profundidade natural ou reciclado de granulome-
aproximada de 0,24m para zonas tria extensa com espessura mínima
de utilização exclusivamente pedo- de 0,15 m.
nal; e para as zonas de circulação
automóvel, a profundidade da caixa De salientar que as peças devem
aumenta para os 0,34m. apresentar dimensões semelhantes
de forma a assegurar um bom en-
As juntas entre as pedras não caixe e uma resistência final ajus-
poderão, depois de executado o tada ao tipo de utilização prevista.
assentamento, ter uma profundida-
de superior a 0,003m em relação à Todos os materiais utilizados serão
face superior dos blocos e deve- aplicados limpos, isentos de terras
rão ter uma abertura máxima de e detritos.
0,003m preenchidas com areia fina.

A camada de assentamento deverá acabamento


ser em areia do rio, fina, lavada,
com espessura de 0.03m. Os tratamentos superficiais não
aumentam a capacidade estrutu-
A camada de base deverá ser ral do pavimento, tendo apenas
em agregado britado, natural ou como objetivo fornecer-lhe uma
reciclado, de granulometria extensa maior qualidade nas características
com espessura mínima de 0,20m superficiais como textura e imper-
nos espaços de circulação pedonal meabilização.
e de 0,30m nos espaços de circula-
ção rodoviária e estacionamentos No fabrico das lajetas de betão co-
(aplicada em 2 subcamadas devi- lorido pode ser utilizado o cimento
damente compactadas). cinzento, indicado para cores mais
escuras, sendo que para cores mais
Nas zonas pedonais sujeitas pontu- claras se recomenda a utilização de
almente ao tráfego de veículos (en- cimento branco.
tradas especiais), deverá ser previs-
ta uma camada de assentamento Nas peças de betão desativado,
em mistura de cimento e areia do deverá ser prevista a aplicação de
rio, lavada ao traço 1:3 (volume) um desativante de superfície bem
com espessura de 0,03 m. Deverão como um hidrófugo com proprieda-
ainda ser consideradas uma cama- des “anti-grafitti”.

65
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

Os blocos em betão devem ser re-


descrição sistentes à ação do tráfego pedonal
blocos em betão intenso, à ação do acesso ocasional
Os blocos de betão, devem ser uti- de veículos motorizados e à exposi-
lizados como guias ou contra-guias. ção aos elementos naturais.
Apresentam uma superfície que
resulta da justaposição de peças Para esse efeito, recorrer-se-á a
de pequena ou média dimensão, materiais e processos construtivos
cuja moldagem resulta de processo que, no seu conjunto, acautelem as
mecânico, gerando superfícies de seguintes ocorrências:
textura regular.
● Desgaste acelerado da super-
Os pavimentos em blocos pré-fa- fície, com redução acentuada dos
bricados de betão vibro-prensado, relevos;
são actualmente a solução mais
versátil de construção de pavimen- ● Fissuração ou quebra do pavi-
tos em espaço público, em virtude mento por deficiente resistência
das suas características físicas e mecânica;
funcionais e por apresentarem as
seguintes vantagens: ● Alteração da cor por via da
exposição aos raios solares e às
● Maior controlo das propriedades intempéries;
físicas e de resistência do betão;
● Escorregamento na presença de
● O processo de produção das água;
peças, o qual sendo mecanizado
permite um controlo mais rigoroso ● Dificuldade de manutenção.
das suas propriedades geométricas;
As suas formas, estereotomia, co-
● As possibilidades inerentes à res, variedade de materiais e aca-
coloração dos blocos em fábrica; bamentos, facilidade de execução
de padrões e/ ou motivos, mistura
● Menor custo e menores exigên- de elementos de formas e cores
cias técnicas no assentamento; diferentes, facilidade de cortes em
remates e aplicabilidade a qualquer
● Maior variedade de cores e utilização, seja ela pedonal, ciclá-
acabamentos; vel ou rodoviária contribuem para
a sua versatilidade e utilização,
● Maior facilidade de execução de constituindo assim uma alternativa
padrões e/ ou motivos; muito credível à utilização da pedra
em espaço público.
● Maior facilidade de cortes e
remates.

66
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Neste universo destacam-se os Nas zonas pedonais sujeitas pon-


blocos em betão colorido, que re- tualmente ao tráfego de veículos
sultam da incorporação de pigmen- (entradas especiais), deverá ser
tos especiais ao betão corrente, os prevista uma camada de assen-
quais conferem ao betão cores de tamento em mistura de cimento
diferentes tonalidades. e areia do rio, lavada ao traço 1:3
(volume) com espessura de 0,03m.
Estes pavimentos deverão ser Deverão ainda ser consideradas
dimensionados, considerando o seu uma camada base em betão uma
uso e função, bem como a inten- espessura mínima de 0,15m, arma-
sidade de tráfego prevista. Nesse da inferiormente com rede eletro
sentido, a sua espessura deverá soldada em malha quadrada e uma
ser determinada de acordo com a camada de sub-base em agregado
resistência mecânica pretendida, britado, natural ou reciclado de
considerando-se no entanto que granulometria extensa com espes-
um bloco em betão nunca deverá sura mínima de 0,15m.
deter uma espessura inferior a
6cm. Todos os materiais utilizados serão
aplicados limpos, isentos de terras
e detritos.
execução
De salientar que as peças devem
Na execução de guias ou contra- apresentar dimensões semelhantes
-guias em blocos de betão, por de forma a assegurar um bom en-
regra considera-se uma caixa com caixe e uma resistência final ajus-
uma profundidade aproximada de tada ao tipo de utilização prevista.
0,24m para zonas de utilização
exclusivamente pedonal; e para as
zonas de circulação automóvel, a acabamento
profundidade da caixa aumenta
para os 0,34m. Os tratamentos superficiais não
aumentam a capacidade estrutu-
As juntas entre as pedras não ral do pavimento, tendo apenas
poderão, depois de executado o como objetivo fornecer-lhe uma
assentamento, ter uma profundida- maior qualidade nas características
de superior a 0,003m em relação à superficiais como textura e imper-
face superior dos blocos e deve- meabilização.
rão ter uma abertura máxima de
0,003m preenchidas com areia fina. No fabrico das lajetas de betão co-
lorido pode ser utilizado o cimento
A camada de assentamento deverá cinzento, indicado para cores mais
ser em areia do rio, fina, lavada, escuras, sendo que para cores mais
com espessura de 0.03m. claras se recomenda a utilização de
cimento branco.
A camada de base deverá ser
em agregado britado, natural ou As arestas da face à superfície do
reciclado, de granulometria extensa pavimento deverão ser chanfradas
com espessura mínima de 0,20m e apresentar uma altura máxima
nos espaços de circulação pedonal do chanfre de 0,005m.
e de 0,30m nos espaços de circula-
ção rodoviária e estacionamentos
(aplicada em 2 subcamadas devi-
damente compactadas).

67
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição ● Fissuração ou quebra do pavi-


betão moldado mento por deficiente resistência
mecânica;
“in situ” O betão é um material formado
pela mistura de cimento, agregados
grossos e finos e de água, que, para ● Alteração da cor por via da
exposição aos raios solares e às
além destes componentes básicos,
intempéries;
pode também conter adjuvantes e
adições (ex. cinzas volantes).
● Escorregamento na presença de
água;
As guias e contra-guias em betão
contínuo devem ser resistentes à
● Dificuldade de manutenção.
ação do tráfego pedonal intenso, à
ação do acesso ocasional de veícu- A sua utilização em espaço público
los motorizados e à exposição aos tem vindo a ser intensificada em
elementos naturais. virtude das suas características
físicas, nomeadamente a sua du-
Para esse efeito, recorrer-se-á a
rabilidade, facilidade de limpeza e
materiais e processos construtivos
reduzida manutenção, dos quais se
que, no seu conjunto, acautelem as
destacam o betão poroso, o betão
seguintes ocorrências:
colorido e o betão desativado.
● Desgaste acelerado da super- O betão poroso é um betão dre-
fície, com redução acentuada dos
nante e antiderrapante. Trata-se de
relevos;
uma mistura de base comentícia,
composto por um ligante hidráuli-

Lisboa - CaLçada do MiranTe

68
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

co, agregados grossos, agregados A estereotomia de juntas deve ser


finos, adjuvantes e água. A grande definida em projeto, com um afas-
quantidade de vazios resulta num tamento máximo de 3,00m, bem
produto permeável e de baixa como o processo a utilizar - como
densidade. referência, devem existir sempre
juntas de retração distanciadas de
O betão colorido resulta da incor- aproximadamente vinte vezes a
poração de pigmentos especiais ao espessura da laje.
betão corrente, os quais conferem
ao betão cores de diferentes tona- A sua aplicação dever estar sempre
lidades. sujeita à verificação das condições
climatéricas, nomeadamente tem-
O betão desativado é um betão peratura e pluviosidade.
especial fabricado em central em
que a desativação da camada su-
perficial confere ao pavimento um acabamento
aspeto ornamental de agregado à
vista, o que possibilita a personali- Os tratamentos superficiais não
zação de espaços, graças às múlti- aumentam a capacidade estrutu-
plas soluções possíveis de textura. ral do pavimento, tendo apenas
As suas principais vantagens são como objetivo fornecer-lhe uma
ter um aspeto natural e rústico; maior qualidade nas características
a existência de variados tipos de superficiais como textura e imper-
agregado à escolha e a possibilida- meabilização.
de de adicionar cor.
No fabrico do betão colorido pode
ser utilizado o cimento cinzento,
execução indicado para cores mais escuras,
sendo que para cores mais cla-
A execução de pavimentos de base ras se recomenda a utilização de
cimentícia betonados “in situ”, cimento branco.
deverá ser executada e dimensio-
nada de forma a assegurar uma Nas peças de betão desativado,
resposta capaz considerando a sua deverá ser prevista a aplicação de
função. Para tal deverá ser prepa- um desativante de superfície bem
rada um base em tout-venant, sob como um hidrófugo com proprieda-
betão de limpeza, sobre o qual será des “anti-grafitti”.
aplicado o betão. Este revestimento
superficial deverá ter uma espes- Para além destes, as superfícies
sura de 6cm a 8cm para tráfego em betão podem ter como acaba-
pedonal e não menos que 10cm mento de superfície os seguintes
a 12cm para tráfego rodoviário materiais:
ligeiro, não se recomendando a sua
aplicação em espaços de circula- Argamassas sintéticas, como as
ção de veículos pesados. Em casos argamassas acrílicas (slurry’s) e os
particulares a espessura destes betumes sintéticos resinosos com
elementos poderá ser de 0,20m. agregados finos.
O betão deverá ser armado com
rede eletro soldada tipo “malhasol Tintas termoplásticas, utilizadas so-
CQ30” ou equivalente. bretudo em sinalização horizontal.

69
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição execução
Perfil
em aço corten Os perfis em aço corten (aço
patinável), deverão ser compostos
Os lancis em chapa corten deverão
ser fixos em fundação corrida de
por peças em boas condições cuja betão C16/20 (cimento: areia: brita
dimensão pode variar consoante as ao traço 1:2:4), de largura não infe-
diferentes funções e usos que se rior a 0,15 m, excedendo a largura
pretendem sinalizar. do perfil e a espessura do pavimen-
to em pelo menos 0,10 m.
São utilizados como lancis mas
sobretudo como guias no remate e
transição de pavimentos. acabamento
Uma de suas principais caracterís- Nestes perfis, e conforme referi-
ticas do aço patinável, é que sob do anteriormente, o acabamento
certas condições ambientais de preferencial será o acabamento
exposição aos agentes corrosivos, próprio do material, nomeadamen-
este tipo de aço pode desenvol- te uma película de óxido de cor
ver uma película de óxido de cor avermelhada que atua reduzindo a
avermelhada aderente e proteto- velocidade do ataque dos agentes
ra, chamada de pátina, que atua corrosivos presentes no meio am-
reduzindo a velocidade do ataque biente. Neste caso, os elementos de
dos agentes corrosivos presentes ligação (chapas, parafusos, soldas,
no meio ambiente. …) deverão possuir composição quí-
mica semelhante à do aço corten.
Na aplicação deste material são
utilizadas chapas de aço, de altura Em atmosferas muito agressivas,
variável, ajustada à função do per- poder-se-á recorrer a pintura, sen-
fil, sendo invariavelmente disposta do aconselhável a preparação da
a cutelo, com uma espessura que superfície a pintar. Neste caso, os
varia entre os 5 e 10mm. O compri- elementos de ligação (chapas, pa-
mento das peças é também variá- rafusos, soldas, …) deverão possuir
vel, não devendo a sua dimensão igual acabamento.
ser inferior a 1,00m.
Sempre que possível as peças
A dimensão dos perfis metálicos numa direcção única serão consti-
poderá ser estabelecida em con- tuídas por uma única chapa. Quan-
formidade com os lancis do mes- do tal não for possível deverão ser
mo tipo já existentes nos espaços feitas junções em remate perfeito,
públicos contíguos. em termos de alinhamento plani-
métrico e cotas de coroamento.

70
Materiais 2.2 reMates de PaViMeNto

Lisboa - ribeira das naUs

Lisboa - ribeira das naUs

71
2.2 reMates de PaViMeNto materiais

descrição execução
Perfil em chapa
metálica Os perfis em chapa metalizada a
frio, deverão ser compostos por
Os lancis em chapa metálica deve-
rão ser fixos em fundação corrida
peças em boas condições cuja de betão C16/20 (cimento: areia:
dimensão pode variar consoante as brita ao traço 1:2:4), de largura
diferentes funções e usos que se não inferior a 0,15 m, excedendo a
pretendem sinalizar. largura do perfil e a espessura do
pavimento em pelo menos 0,10 m.
Estes perfis devem ser utilizados
exclusivamente como guias no
remate de pavimentos, devendo acabamento
o seu topo ficar nivelado com o
pavimento. Para este tipo de perfil metálico, e
conforme referido anteriormente,
Na utilização deste material são o acabamento preferencial será
utilizadas chapas de altura variável, a metalização a frio, conseguida
ajustada à função do perfil, sendo através da aplicação de um forte
invariavelmente disposta a cutelo, jato de ar que faz pulverizar o me-
com uma espessura que varia entre tal fundido e este, ao bater contra
os 5 e 10mm. O comprimento das a superfície, é esfriado de tal forma
peças é também variável, não de- que o revestimento não aquece em
vendo a sua dimensão ser inferior demasia a peça, evitando altera-
a 1,00m. ções morfológicas de sua estrutura.
Os elementos de ligação (chapas,
A dimensão dos lancis metálicos parafusos, soldas, …) deverão ser
poderá ser estabelecida em con- alvo de igual acabamento.
formidade com os lancis do mes-
mo tipo já existentes nos espaços Sempre que possível as peças
públicos contíguos. numa direcção única serão consti-
tuídas por uma única chapa. Quan-
do tal não for possível deverão ser
feitas junções em remate perfeito,
em termos de alinhamento plani-
métrico e cotas de coroamento.

Lisboa – CaMPo de oUriqUe

72
Materiais 2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos

Ao longo da sua vida útil os pavi- É por isso frequente que necessi-
mentos em espaço público estão tem de intervenções de conserva-
sujeitos à ação do intenso tráfego, ção ou reabilitação, mesmo antes
2.3 seja de natureza pedonal, ciclá-
vel ou rodoviário, e das condições
de atingirem o período de vida para
o qual foram projetados e constru-
Reabilitação climáticas. ídos.

e Conservação Para além destas acções, a má


apropriação dos espaços públicos,
As acções de substituição, recons-
trução e proteção dos pavimentos
em particular por parte do carro são imprescindíveis tendo em vista
de Pavimentos que frequentemente se apropria a preservação de um património
dos passeios provocando o acelerar tão valioso como os pavimentos,
do seu desgaste superficial e em independentemente da sua função
subsolo. e quer pelas suas características
técnicas e funcionais ou simples-
O desenvolvimento das raízes das mente artísticas e identitárias.
árvores é outro dos problemas
identificados, conduzindo à defor- Nesse sentido e considerando a
mação dos pavimentos, tornando- rede de pavimentos em espaço
-os acidentados e dificultando a público existente na cidade de
circulação de pessoas e veículos. Lisboa, identificam-se as seguintes
acções prioritárias no processo de
conservação deste extenso bem
patrimonial:

reUTiLização de CUbos eM Pedra

73
2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos materiais

A calçada portuguesa - distinta da As obras de reconstrução ou con-


calçada de vidraço ou lioz por via servação de calçada artística de re-
Proteção da utilização simultânea de calcá- conhecido valor patrimonial devem
rios com colorações distintas com procurar reconstituir a qualidade
fins decorativos e pela utilização de artística e construtiva pré-existente,
pedras de dimensões mais irregu- devendo, para esse efeito:
lares, com faces em bico - detém
um papel de especial importância ● Recorrer a materiais do mesmo
histórica e artística marcando tipo, qualidade e formato;
de forma singular a própria ima-
gem de algumas das zonas mais ● Aplicar as mesmas técnicas
interessantes de Lisboa, pelo que construtivas, com o mesmo rigor na
a sua manutenção – quando de execução dos trabalhos manuais;
reconhecido valor artístico – deve
ser assegurada. ● Se recriarem ou completarem
desenhos pré-existentes, recorrer a
No entanto, a preservação de áreas moldes exatos.
de calçada artística de reconhecido
valor patrimonial não deve implicar A CML possui moldes que podem
a preservação de áreas adjacentes ser disponibilizados ou replicados
sem qualidade construtiva. Nestes no sentido de assegurar que o
casos em particular, a preservação processo de reconstrução mantém
de apontamentos como os “comer- as características estéticas pré-
ciais” não deverá implicar necessa- -existentes.
riamente a preservação nas condi-
ções atuais da área envolvente. A intervenção em calçada artística
de reconhecido valor patrimonial
Para proteção da calçada artísti- deve seguir uma metodologia pró-
ca devem evitar-se as seguintes pria, pré-definida, disposta, nomea-
acções: damente, sobre:

● Arranque, incluindo o arranque ● As medidas de proteção a


pontual para fixação de obstáculos; implementar no decurso da inter-
venção;
● Reposição com menor qualidade
(por ex., juntas mais abertas); ● A qualificação dos calceteiros;

● Reposição sem coerência com o ● A supervisão dos trabalhos;


desenho original;
● O registo fotográfico, antes,
● Introdução de materiais incom- durante e após a intervenção.
patíveis com o sistema construtivo;
A criação no passeio de novas
● Ocupação com usos prejudiciais áreas de calçada artística deve
à sua preservação (por ex., que assegurar:
impliquem cargas excessivas ou
provável derramamento de gordu- ● A preservação da arte, por re-
ras). curso a calceteiros qualificados;

Se for inevitável o arranque de cal- ● A qualidade construtiva;


çada artística de reconhecido valor
patrimonial, a área afetada deve ● O cumprimento dos requisitos
aplicáveis ao percurso pedonal.
ser reduzida ao mínimo indispen-
sável.

74
Materiais 2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos

Uma das estratégias para garantir com mais de uma faixa por sentido
um desenvolvimento sustentável é nas quais as degradações mais
reutilização a reciclagem que reutiliza os ma- evidentes são na faixa onde circula
teriais existentes em alternativa ao mais tráfego pesado;
uso constante de novos materiais e
ainda à consequente colocação em ● Colocação de uma camada de
depósito dos materiais não reutili- reforço sobre um pavimento não
záveis. deteriorado com vista a um au-
mento do período da sua vida útil;
A reciclagem assume particular
destaque para a manutenção e ● Diminuição dos problemas
reabilitação das estruturas viárias causados à normal circulação do
ao diminuir os custos, minimizar os tráfego por não se tornar neces-
tempos de intervenção e optimizar sário fechar a estrada à circulação
características físicas e funcionais nas faixas adjacentes durante as
dos pavimentos a reabilitar. operações construtivas;

Para além disso, reduz fortemente ● Rapidez de execução associada


os impactos negativos no meio am- aos novos equipamentos de reci-
biente possibilitando a redução da clagem, espalhamento e pavimen-
extração de materiais granulares tação.
em pedreiras ou seixeiras, evitando
a colocação dos materiais degra- A reciclagem possibilita ainda o
dados em depósitos e reduzindo aumento da capacidade estrutural
também o consumo de energia. e da homogeneidade do pavimento
com recurso a uma utilização míni-
De fato, os materiais granulares ma de agregados.
já são escassos em várias zonas
do país, o que traz a necessidade Apesar de ser utilizada sobretu-
de usar materiais provenientes de do na reabilitação de pavimentos
pedreiras mais distantes tornando- flexíveis, em estado de degradação
-os mais caros. com bases granulares e pavimen-
tos betuminosos num estado limite
Se as vantagens da reciclagem do de conservação, igual procedimento
ponto de vista energético, económi- deverá ser sempre que possível
co e ambiental são incontestáveis, considerado para outros pavimen-
existem também muitas outras tos, contínuos ou por elementos,
vantagens técnicas, nomeadamen- nomeadamente as calçadas, lajea-
te: dos e blocos em pedra e em betão.

● Aproveitamento dos materiais Os pavimentos em resinas sintéti-


envelhecidos, contaminados ou de cas e em betão, betonados “in situ”
características inadequadas, do deverão igualmente ser alvo de
pavimento existente; igual procedimento.

● Possibilidade de reabilitação
estrutural de uma só via da estrada
que se torna importante em vias

75
2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos materiais

As obras que incidam sobre ou afe- A reconstrução na sequência de


tem os passeios devem contribuir obras nas redes de subsolo ou
reconstrução para a melhoria do percurso pedo- retirada de estaleiro deve abran-
nal, dentro da sua área de interven- ger toda a área afetada pela obra,
ção, nomeadamente quando ocorra incluindo, nomeadamente:
reconstrução do pavimento.
● Áreas abertas por valas;
A reconstrução de pavimentos deve
ser feita de forma a cumprir os re- ● Em todo o perímetro das áreas
quisitos definidos no presente Mo- referidas no ponto anterior, deve
delo, podendo recorrer-se à recons- ser salvaguardada uma margem
trução com soluções de pavimentos com largura igual ou superior a
e estereotomias iguais ou distintos 50cm;
dos pré-existentes, tendo em vista
o cumprimento das obrigações le- ● Áreas sujeitadas a cargas de
gais e regulamentares vigentes em andaimes;
matéria de acessibilidade.
● Áreas ocupadas com depósitos
No âmbito da reconstrução, devem de materiais ou equipamentos;
ser especificamente consideradas
como oportunidades para altera- ● Áreas de passagem ou esta-
ção do revestimento as seguintes cionamento de viaturas de apoio à
situações: obra;

● Obras de manutenção em pas- ● Outras áreas incluídas na área


seios promovidas pelas Juntas de vedada, quando existam.
Freguesia, nomeadamente em face
da degradação do revestimento ou Na reconstrução já referida an-
camadas subjacentes; teriormente, deve proceder-se à
substituição de todos os pavimen-
● Obras de reconstrução após in- tos, nomeadamente a sua camada
tervenção em redes de subsolo (por de revestimento e respetivas ca-
ex., aquando do fecho de valas); madas de assentamento. A recons-
trução do passeio deve ser feita em
● Obras de reconstrução após toda a sua secção.
ocupação do passeio com estalei-
ros de obra.

76
Materiais 2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos

Sem prejuízo de outros fins re- As intervenções nos pavimentos


levantes para a prossecução do existentes, para efeitos de repa-
substituição interesse público, a substituição ração ou manutenção das infra-
progressiva do revestimento dos estruturas alojadas no subsolo
passeios deve ter como fim fun- devem, excepto quando exista
damental promover a criação de indicação em contrário, assegurar a
percursos pedonais e a garantir sua correta reposição, sempre que
a acessibilidade e segurança dos possível, designadamente quando
passeios. se trate da reposição de calçadas,
reutilizando os mesmos materiais.
A substituição progressiva deve ser
assegurada pela Câmara Municipal Os cubos das calçadas de calcário
de Lisboa nas seguintes situações: que sejam repostos deverão ser
obrigatoriamente rodados, poden-
● Obras de requalificação de es- do existir a necessidade de serem
paços públicos; aparelhados, pois devem apresen-
tar a face superior completamente
● Obras de adaptação de equi- polida.
pamentos municipais (na área
adjacente à entrada principal e Na remoção dos pavimentos
ligações à passadeira, paragem de existentes e a sua substituição por
autocarro e estacionamento); pavimentos com novos materiais é
de adoptar nas seguintes situações:
● Obras de reconstrução após
intervenções de subsolo nas condi- ● Em espaços públicos conso-
ções definidas acima. lidados, quando as intervenções
incidam sobre áreas de significativa
A substituição progressiva pode ser dimensão;
operada pelas Juntas de Freguesia,
com devido enquadramento da ● Em novos espaços públicos;
CML e de forma compatível com o
presente modelo. ● Quando resultem benefícios
objetivos da não reprodução das
A substituição progressiva pode soluções adotadas nas áreas con-
ser operada de forma pró-ativa por tíguas;
entidades particulares, nas seguin-
tes situações: ● Quando as intervenções te-
nham como objetivo o ajustamento
● Eliminação de barreiras no das situações existentes a novas
acesso a edifícios; exigências funcionais ou a corre-
ção de situações manifestamente
● Melhoria da imagem urbana desadequadas ou contrárias à
junto ao edifício; melhor utilização do espaço público
existente.
● Adequação do passeio fronteiro
aos usos a realizar no âmbito de No caso da calçada de calcário, é de
ocupação de via pública (por ex., promover a sua progressiva substi-
instalação de esplanada, floreiras, tuição nas seguintes situações:
etc.).
● Quando a inclinação for superior
Para contribuir para a substituição a 6%, situação em que se deve
progressiva o particular deve sub- adoptar calçadas mistas de calcário
meter proposta à CML, cumprir o e granito;
presente modelo, assumir os custos
e as responsabilidades compatí- ● Em arruamentos de reduzida
veis, e doar o resultado ao domínio largura (inferior a 9 metros) e em
público. áreas de circulação partilhada;

77
2.3 reabiLiTação e Conservação de PaviMenTos materiais

● Para introdução de faixas ● Terão grau de dureza não infe-


confortáveis em lajedos de pedra rior a F-G na escala EPC, ou seja,
natural ou artificial; são riscadas por lâmina de aço
mas lâmina de bronze de alumínio
● Para introdução de sinalização deixa traço sem riscar;
táctil para invisuais;
● Serão acompanhadas de decla-
● Áreas de utilização pedonal ração de conformidade CE segun-
muito intensa, com exigências de do a NP EN 1342 explicitando as
circulação específicas, designa- seguintes características:
damente interfaces de transporte Resistência característica à
público e áreas envolventes (com compressão = 100 MPa (mín.);
exceção, devidamente justificada, Resistência ao escorregamento
das interfaces localizadas nos tra- (dos peões) = 45 USRV (mín.);
çados urbanos do tipo A e B). Resistência ao deslizamento/
derrapagem (dos veículos) = 50
Na reposição da calçada de calcário USRV (mín.);
existente, deve ser assegurado que Resistência à abrasão/ desgas-
as pedras: te = 21,5 mm (máx.);
Absorção de água = 3% (máx.).
● Terão cor análoga às existentes,
serão duras, de grão homogéneo, Na reposição da calçada de granito
inatacáveis pelo ar ou pela água, existente, deve ser assegurado que
não geladiças, isentas de cavida- as pedras:
des, lesins ou outros defeitos ou
matérias estranhas; ● Terão cor análoga às existentes,
serão duras, de grão homogéneo
● Terão arestas vivas e faces e textura compacta, sonoras à
de fratura recente apresentando pancada do martelo, inatacáveis
forma sensivelmente cúbica, não pelo ar ou pela água, não geladiças,
se admitindo pedras talhadas em isentas de cavidades, lesins ou ou-
cunha nem com faces polidas e tros defeitos ou matérias estranhas
não se dispensando os trabalhos e não apresentarão grandes cristais
manuais necessários à sua correta de feldspatos;
instalação e articulação com as
restantes peças; ● Terão arestas vivas e faces
de fractura recente apresentando
forma cúbica, não se admitindo pe-
dras talhadas em cunha nem com
faces polidas.

78
3
Infraestruturas
no subsolo
3.1 Implantação de infraestruturas no subsolo
3.2 Infraestruturas aptas ao alojamento de redes
de comunicações eletrónicas
infraestruturas no subsolo

Este subsolo urbano apresenta


igualmente vários desafios, na me-
dida em que as suas características
Introdução topográficas e geológicas determi-

3
nam, por vezes, a sua apropriação,
condicionando a sua futura função
O espaço público pode ser en- e utilização.
tendido como o espaço coletivo
A constituição deste “sistema de
que estrutura uma infinidade de
raízes” urbano é bastante mais
unidades autónomas existentes na
complexa do que aparenta, não
cidade – as parcelas. Esse espaço
sendo a sua dimensão, complexi-
colectivo, elemento de ligação do
dade e eficiência percetíveis nem
tecido urbano, tem como uma das
entendíveis pelos cidadãos que dela
suas principais componentes a rede
usufruem.
de infraestruturas em subsolo.

Infraestruturas Sujeitos a inúmeras exigências e


O presente subcapítulo irá precisa-
mente abordar as condições técni-
solicitações servem de suporte
no subsolo aos fluxos diários existentes nas
cas mais adequadas à implantação
de infraestruturas em subsolo, o
cidades, assegurando o correto
papel que as entidades responsá-
funcionamento do modo de vida da
veis detêm nessa implantação, e de
população, residente ou visitante.
que forma deve ser salvaguardada
a sua futura ocupação e utilização.

Lisboa – rossio

1
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

A instalação de novas infraestru- A CML, em parceria com as entida-


turas no subsolo, nomeadamente des utilizadoras do subsolo, disponi-
redes de abastecimento de água, biliza uma base de dados informá-
3.1 de gás, de drenagem de águas
residuais domésticas e pluviais, de
tica do cadastro das infraestruturas
de subsolo de Lisboa - LX Subsolo -,
Implantação de energia elétrica, telecomunicações,
de combustíveis e de sinalização
a qual visa assegurar a programa-
ção, coordenação e calendarização
infraestruturas luminosa e outras, deve garantir a
minimização da abertura de novas
das intervenções na via pública de
uma forma uniforme, expedita e
no subsolo valas e criação de novas condutas,
coletores e ramais, procurando a
transparente.

rentabilização e aproveitamento de Na instrução do pedido de informa-


valas e tubagens já existentes. ção prévia, da comunicação prévia
e do licenciamento de obras no
A rede de infraestruturas do subsolo subsolo, as operadoras/ concessio-
deve promover a partilha de espaços nárias das redes de abastecimento
que evite a disseminação de infra- de água, energia elétrica, telecomu-
estruturas, assegurando a instalação nicações e de combustíveis, devem
de valas ou galerias técnicas que ser consultadas sobre a existência
garantam o adequado tratamento e ou planeamento das respetivas
disponibilidade de acessos de super- infraestruturas nos locais a inter-
fície e que permitam, sem constran- vencionar. Neste caso, as operado-
gimentos ou interferências, a reali- ras/ concessionárias, a pedido dos
zação das operações de manutenção interessados, facultam a informação
de cada infraestrutura, assim como cadastral relevante.
a preservação das faixas de terreno
natural afetas ao enraizamento de A ocupação da via pública, incluindo
espécies arbóreas ou arbustivas por motivo de contenção de fachada
existentes ou a plantar. ou instalação de esplanadas com
estrado, não pode comprometer
Os equipamentos das infraestrutu- ou danificar as infraestruturas no
ras no subsolo que, pela sua nature- subsolo preexistentes no local, nem
za, se destinem a montagem acima impedir o acesso à infraestrutura
do solo, devem ser implantados fora para operações de manutenção ou
dos espaços de circulação existentes reparação.
ou previstos em projeto, devendo
ainda ser objeto de tratamento A implantação das diferentes infra-
equiparável ao de mobiliário urbano estruturas no subsolo em espaço
e equipamento. público municipal sujeita-se às
regras e normas em vigor:

● do Regulamento Municipal de
Infraestruturas em Espaço Público;

● das diferentes entidades opera-


doras, gestoras ou concessionárias
dos vários sectores, nomeadamente
do sector elétrico, do sector das
telecomunicações/ comunicações
eletrónicas, do sector do gás natural
e do sector das águas.

As tampas de acesso às diferentes


infraestruturas alojadas no subsolo,
Lisboa – baixa PoMbaLina
designadamente de abastecimento
de água, drenagem de águas plu-

2
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

viais, elétricas, de telecomunicações


e de gás, devem estar niveladas Obrigações das ● garantir um correto acondicio-
namento dos resíduos produzidos;
com o passeio contíguo e, nas áre- entidades públicas ou
as pedonais, ser revestidas com o privadas que realizem ● assegurar a localização, inte-
mesmo tipo de pavimento. obras ou trabalhos no gridade e proteção da estatuária
espaço público bem como garantir o restauro de
eventuais danos consequentes da
Todas as entidades que realizem execução das obras ou trabalhos.
obras ou trabalhos de implanta-
ção de infraestruturas no subsolo O restauro de eventuais danos
devem, no decurso dos mesmos, resultantes da execução das obras
observar, para além das normas ou trabalhos causados em obras
legais e regulamentares aplicáveis, de arte e peças únicas, deve ser
as seguintes regras: efetuado de acordo com as orien-
tações técnicas fornecidas pelos
Lisboa – rossio ● executar e conservar em boas serviços municipais competentes
condições os desvios provisórios para o efeito.
de trânsito automóvel e pedonal,
As dimensões e características das
incluindo a garantia de circulação
tampas de acesso às infraestrutu-
segura dos utilizadores com mobili- Estrutura verde:
ras são definidas por cada operado-
dade condicionada; espaços verdes e
ra/ concessionária, devendo estas
ser sempre ajustadas às cargas e
● instalar e conservar, em boas
estrutura arbórea
utilizações previstas nos diferentes condições de visibilidade, toda a
tipos de pavimento. Se os trabalhos afetarem zonas
sinalização diurna e noturna e/ ou
verdes, a reposição ou a recons-
outros equipamentos de segurança,
Na colocação das caixas, deverá ser trução ou a substituição das áreas
adequados à garantia de segurança
conferida, após abertura da vala, ou espécies afetadas pelas obras
do trânsito de peões e veículos, na
especial atenção à compactação da ou trabalhos deve ser efetuada de
zona afetada pelos trabalhos, de
zona envolvente de forma a evitar acordo com as condições técnicas
acordo com o previsto na lei e nos
assentamentos - problema comum, fornecidas pelos serviços munici-
regulamentos aplicáveis;
sobretudo em calçadas - pela dife- pais ou pela Junta de Freguesia,
rença entre a respetiva estrutura, consoante aquela que tenha com-
● garantir a limpeza de todos os
rígida, e as camadas compactadas petência para o efeito.
espaços da obra ou dos trabalhos e
envolventes, flexíveis. das zonas limítrofes afetadas pela
As medidas cautelares para pro-
obra ou pelos trabalhos;
teção de árvores e sua reposição
após a obra ou trabalhos devem
● assegurar a limpeza dos siste-
estar de acordo com as seguintes
mas de drenagem de águas residu-
condições:
ais existentes na zona da obra ou
dos trabalhos e nas zonas limítro-
LiMiTes de inTervenção
fes afetadas pela obra ou pelos
trabalhos, até a sua conclusão;
● A zona de segurança da árvore
– espaço interior da caldeira e a
● reparar ou substituir todos os zona que compreende o volume de
elementos de mobiliário urbano e
subsolo da projeção vertical dos
equipamento, arborização, ilumina-
limites da caldeira – não deve ser
ção pública, pavimentos, lancis ou
ocupada por qualquer infraestrutu-
quaisquer outros eventualmente
ra ou sujeita a intervenção de qual-
afetados pela execução dos traba-
quer natureza a menos de 1,20m
lhos;
de profundidade – considera-se
como profundidade, a distância
● assegurar a integridade das
entre a cota do aterro sobre as in-
espécies arbóreas existentes;
Lisboa – CaMPo de oUriqUe
fraestruturas e a cota de superfície.

3
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

dos sistemas, infraestruturas ou A frente de escavação da vala não


● no interior da caldeira não redes que se pretendem implantar, deve ir avançada em relação ao
podem ser depositados quaisquer
deverão ser previstas medidas de assentamento dos tubos/ condutas/
tipos de materiais resultantes da
proteção a estes sistemas, infra- cabos, com uma duração superior a
obra ou trabalhos.
estruturas ou redes e de proteção um dia de trabalho, salvo situações
ou encaminhamento de raízes do técnicas especiais justificadas a
aberTUra de vaLas eM áreas
arvoredo, nomeadamente através analisar pelos serviços municipais
oU zonas de ProTeção
da criação de galerias, cortinas, competentes.
radiCULar
mantas ou outras consoante o porte
e o tipo de arvoredo, tendo sempre Os cortes em pavimentos com
● entende-se como zona de pro-
como princípio a sustentabilidade e revestimento/ camada de desgas-
teção radicular uma circunferência
a preservação do arvoredo, deven- te do tipo contínuo – betuminoso,
com um raio mínimo de 2,50m,
do estas medidas ser previamente betão, betonilha – para abertura de
medido desde o extremo do colo da
submetidas à aprovação do serviço valas, devem ser executados com
árvore; ou, no caso de árvores com
municipal competente. recurso a equipamento mecânico
copa maior, a área circunscrita no
de corte que garanta a qualidade
solo pela projecção vertical da copa,
O recobrimento da vala sobre o dos acertos na reposição.
uma vez que existe uma correlação
aterro da infraestrutura, dentro das
directa entre ambas as estruturas.
áreas ou zonas de proteção radicu-
lar, é feito com terra de plantação
● as valas abertas dentro da zona
de proteção radicular são obriga- com textura franca.
toriamente executadas manual-
O tempo limite para o tapamento
mente; antes da abertura de vala
da vala é de três dias.
na zona de protecção radicular e
nas suas imediações deve, no dia
que antecede o início dos trabalhos
de abertura de vala, fazer-se uma Abertura de valas
rega abundante para que o solo
se mantenha aderente às raízes, A abertura de valas ou trinchei-
condição que deve ser acautelada, ras para a realização de obras ou
no decorrer dos trabalhos de esca- trabalhos é realizada por troços de
vação manual; aquando da escava- uma extensão compatível com o
ção, à medida que o conjunto raíz/ ritmo de concretização dos tra-
solo (torrão) vai sendo exposto, balhos e execução do pavimento,
deve ser envolvido com manta sendo a extensão máxima de Lisboa – ribeira das naUs
geotêxtil de forma a manter-se a abertura de vala de 100,00m para
terra aderente. cada frente de trabalho. A extensão
máxima pode ser reduzida para a Nas travessias, a escavação para
extensão de quarteirão ou inferior, abertura de valas é realizada em
● todas as raízes com diâmetro
atendendo à localização da obra ou metade da faixa de rodagem, por
superior a 2cm são obrigatoria-
dos trabalhos e às condicionantes forma a permitir a circulação alter-
mente preservadas.
de circulação de peões e veículos. nada de veículos e peões através da
outra metade da faixa. Apenas após
● durante a obra e enquanto a vala
se mantiver aberta com as raízes reposta a circulação na primeira
expostas, estas são envolvidas em metade da faixa de rodagem - com
manta geotêxtil humedecida em per- reposição do pavimento ou man-
manência; rega ao balde, de prefe- tendo a vala aberta mas entivada
rência no início e/ ou no final do dia. para as ações do tráfego de veículos
pesados e com cobertura provisória
Nas situações em que as dimen- de chapas de aço não passíveis de
sões do passeio ou do arruamento, deslocação devido à passagem dos
onde haja já arvoredo, não permi- veículos - se poderá abrir vala na se-
tem assegurar a zona de proteção gunda metade da faixa de rodagem.
radicular ou a zona de segurança da
árvore, bem como o afastamento Caso o troço da vala coberto provi-
mínimo que garanta a não afetação Lisboa – baixa PoMbaLina soriamente com chapas de aço se

4
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

localize em zona de circulação de Vala Tipo deste regulamento - dos


peões insuscetível de ser desviada, tubos/condutas/cabos, bem como reposição
devem ser colocados os materiais a montagem dos vários equipa- e reconstrução
e os equipamentos necessários à mentos, deve seguir as técnicas de pavimentos
sua segurança, nomeadamente definidas no projeto apresentado em valas e lancis
guarda corpos e rodapés, tendo em à CML, tendo em conta as técnicas
especial atenção as necessidades recomendadas pelos fabricantes e/ A CML pode solicitar ao requerente
específicas dos utilizadores com ou fornecedores e operadores. da licença de ocupação e utilização
mobilidade condicionada. do domínio público que proceda
Atendendo à ocorrência ao longo do à reposição e à reconstrução dos
A abertura de valas ou trincheiras tempo de intervenções no subsolo pavimentos com soluções de pavi-
junto a fundações de elementos de num mesmo local, com abertura mentos e estereotomias distintos
mobiliário e equipamento urbano, de valas muito próximas por várias dos existentes, tendo em vista, no-
árvores, sinalização ou ilumina- entidades, e a possibilidade de meadamente, o cumprimento das
ção pública, deve ser antecedida percolação com arrastamento de obrigações legais e regulamentares
da avaliação da possibilidade das materiais finos, a camada de aterro vigentes em matéria de acessibi-
escavações afetarem a sua esta- principal não deve ser efetuada lidade, devendo indicar, para esse
bilidade, devendo ser adotadas as com material granular fino sem efeito, orientações e especificações
medidas necessárias à sua segu- coesão – areia. técnicas compatíveis com essas
rança, designadamente a entivação obrigações, atendendo, nomeada-
específica da vala para o efeito e/ Caso o projeto das entidades
mente, ao disposto na Deliberação
ou o escoramento ou recalçamento/ promotoras das obras ou trabalhos
n.º 41 /AML/2014, que aprovou o
reforço da fundação dos equipa- não estabeleça condições espe-
Plano de Acessibilidade Pedonal de
mentos referidos. cíficas mais exigentes, o aterro e
Lisboa.
compactação de valas é executado
A zona da obra ou dos trabalhos de acordo com o definido no esque- Salvo indicação em contrário
deve estar completamente isolada ma próprio. estipulada na licença, a reposição
e protegida com barreiras rígidas ou a reconstrução de pavimentos e
que possuam as seguintes caracte- Dependendo do tipo de obra ou tra-
lancis deve ser efetuada de acordo
rísticas: balhos e da zona intervencionada,
com a seguinte metodologia:
a CML pode exigir como condição
● rígidas; de emissão da licença, a realização
● regra geral, os pavimentos
e apresentação dos resultados dos arrancados são reconstruídos com
● contínuas; ensaios de compactação labora- revestimento compatível com as
toriais e de verificação do grau de normas técnicas de acessibilidade e
● com altura mínima igual ou compactação em obra. estrutura com capacidade resis-
superior a 0,90m;
tente não inferior à pre-existente
Sempre que a CML o solicite, são
e à estrutura tipo mínima definida
● com volume detetável por executados ensaios para avaliar a
bengala a uma altura máxima de nos esquemas constantes neste
qualidade da execução dos traba-
0,30m; Manual;
lhos, nomeadamente ensaios de
compactação de solos e de quali-
● de cor contrastante - claro/ ● os pavimentos a repor ou a
dade das misturas betuminosas, reconstruir devem ter a sua ligação
escuro - com o fundo contra o qual os quais são efetuados e custea-
serão avistadas. perfeita com o pavimento limítrofe,
dos pelo requerente da licença de de modo a que entre ambos não
ocupação e utilização do domínio se verifiquem irregularidades ou
público. fendas, nem ressaltos ou assenta-
Aterro e compactação mentos diferenciais;
de valas As situações de recobrimento
atípico - pequenos recobrimentos
A execução das várias partes da inferiores aos indicados nos Perfis
vala, em particular as camadas Tipo de Implantação de Infraestru-
de leito de assentamento, assen- turas – serão definidas caso a caso
tamento, aterro lateral e aterro pela entidade a quem pertence a
inicial – designação conforme NP rede de subsolo, com o acordo dos
EN 1610 indicada no esquema de serviços competentes da CML.

5
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

inclinadas, em zonas de carris, podem ficar tapadas e devem estar


● nos pavimentos em calçada e sempre que tal se justifique e niveladas com o pavimento contí-
artística, de reconhecido valor
conforme condições a definir na guo e, nas áreas exclusivamente
patrimonial, onde o levantamento
licença; pedonais, ser rebaixadas e revesti-
ou perfuração sejam inevitáveis, o
das com o mesmo tipo de revesti-
pavimento é reposto em condições
● quando haja reconstrução de mento do pavimento;
tão idênticas quanto possível às revestimento em calçada, não obs-
pre-existentes, do ponto de vista da tante o seu estado anterior e a sua ● antes da abertura da área de
sua qualidade artística e constru- qualidade artística pre-existente, a intervenção à utilização normal,
tiva, nomeadamente em termos mesma é obrigatoriamente reali- a sinalização horizontal e vertical
de materiais, desenho, processos e zada com materiais de qualidade, e equipamentos de segurança e
técnicas de execução, tipo de corte, preferencialmente novos e sempre todos os demais equipamentos e
dimensões de juntas e regularidade que necessário substituindo os mobiliário urbano são repostos de
da superfície resultante, nos termos materiais degradados por novos, acordo com o existente antes da
das medidas de salvaguarda que a com técnicas de execução próprias intervenção, salvo indicação ex-
CML vier a definir; deste tipo de pavimentos e quali- pressa em contrário da CML e nas
dade construtiva compatível com situações em que a conformidade
● nas passagens especiais – as boas práticas; com as normas técnicas de acessi-
nomeadamente nas entradas de
bilidade obrigue ao seu reposicio-
garagens que atravessem passeios
● quando haja lugar à recons- namento; caso não se execute a si-
– a reposição dos pavimentos, trução de calçada artística de nalização horizontal definitiva logo
respetivas bases e altimetrias deve reconhecido valor patrimonial, ou à após a pavimentação, é realizada
garantir a necessária adequação construção de novos revestimentos de imediato a sua pré-marcação; a
ao tipo de circulação previsto, em calçada artística com a devi- sinalização horizontal definitiva é
nomeadamente pedonal, podendo a da qualidade e rigor construtivos, executada no mais breve espaço de
estrutura, revestimento e a respeti- a CML disponibilizará os moldes tempo aconselhado tecnicamente;
va estereotomia ser de igual modo necessários, sempre que existam,
indicados pela CML em substituição devendo a entidade, em caso con-
dos existentes; quando as obras na trário, assumir a expensas próprias
via incidirem em locais ocupados Pavimentos provisórios
a sua realização, a sua sujeição
por passagens para peões ou em a aprovação prévia pelos servi- Nas intervenções que interce-
áreas de passeio adjacentes às ços competentes da CML, e a sua tem áreas da faixa de rodagem é
mesmas, devem ser realizadas as entrega à CML, após final da obra, colocado um pavimento provisório
obras necessárias à eliminação das acompanhados de identificação do logo após o aterro e compactação
desconformidades com as normas local da sua utilização, passando da vala, de forma a ser possível
técnicas de acessibilidade, nomea- a ser propriedade da CML a partir manter as condições de circulação
damente em termos de eliminação dessa data; em segurança de peões e veícu-
do ressalto entre passeio e faixa de
los até à colocação do pavimento
rodagem, ajustamento da locali- ● os lancis existentes coincidentes definitivo, devendo atender-se, em
zação de sumidouros, inserção de com limites da zona de intervenção particular, às necessidades especí-
piso tátil e desvio ou eliminação de e que estejam partidos e identifi- ficas dos utentes com mobilidade
obstáculos localizados no enfia- cados em vistoria prévia ao início condicionada, designadamente no
mento da passagem de peões, da obra são substituídos por novos que se refere à necessidade de
devendo a CML indicar, para esse ou reutilizados, desde que em bom assegurar a ausência de ressaltos.
efeito, as orientações e especifica- estado;
ções técnicas compatíveis; a CML
A estrutura do pavimento provi-
pode, ainda, exigir que a reposição ● as tampas de acesso às dife- sório é a do pavimento definitivo,
e reconstrução dos pavimentos e rentes infraestruturas alojadas no exceto nas vias onde a camada de
lancis se faça de forma diferente subsolo, designadamente de redes desgaste existente seja em mistura
da existente e dos tipos definidos de transporte e/ ou distribuição de betuminosa. Nessas situações, a
em regulamento, nomeadamente energia elétrica e de iluminação camada de desgaste provisória é
em zonas da cidade cuja fundação pública, redes de comunicações preferencialmente executada em
esteja sujeita a efeito de maré, eletrónicas, redes de abastecimen- macadame betuminoso e é aplica-
em zonas de passagens de peões to de água, redes de abastecimento da apenas na largura da secção da
a adaptar, em zonas de paragem de gás, sistemas de drenagem e vala. Outras soluções para a cama-
de transportes públicos, em zonas tratamento de águas residuais, não da de desgaste provisória, obrigato-

6
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

riamente com baixa permeabilidade


e deformabilidade adequada e com ● Não comprometer a integridade ● Coletores com problemas estru-
estrutural dos sistemas de drena- turais e/ou hidráulicos identificados.
ligante, terão de ser previamente
gem;
acordadas com os serviços da CML
As operadoras de RCE devem as-
em função do local.
● Não constituir constrição ao segurar o cumprimento das regras
escoamento, ou comprometer o de segurança aplicáveis a trabalhos
funcionamento hidráulico dos siste- em espaços confinados, ficando
Interferência com mas de drenagem; obrigadas a proceder, por sua
as infraestruturas conta, à remoção e reposição das
existentes ● Não comprometer a estanqui- infraestruturas instaladas sempre
dade dos sistemas de drenagem; que a CML tenha necessidade de
Se, no decurso de obra de instala- realizar intervenções de reparação,
ção ou remodelação de infraestru- ● Não constituir impedimentos renovação, substituição ou outras
turas no domínio municipal, ocorre- aos métodos utilizados na deso- que tenham interferência nas RCE.
rem danos nas redes de drenagem bstrução, limpeza e inspeção dos
de águas residuais o dono de obra sistemas de drenagem. Os sistemas de drenagem de águas
fica obrigado à sua reparação, nos residuais são construídos para
seguintes termos: As empresas detentoras de RCE que seja assegurado o seu bom
procedem à reparação de anoma- funcionamento, preservando-se a
● ramais de ligação e coletores - lias ou de danos resultantes da ins- segurança, a saúde pública e o con-
substituição integral dos elementos talação / alojamento, e/ou deficiente forto dos utentes. A colocação ou
de tubo ou manilha que tenham manutenção da sua infraestrutura, instalação / alojamento de cabos
sido afetados; sob pena de ser acionado o respeti- de comunicações eletrónicas nos
vo seguro de responsabilidade civil. coletores não pode comprometer os
● sarjetas, sumidouros, câmaras princípios estabelecidos em legis-
de visita ou outros órgãos - con- A CML não se responsabiliza por lação aplicável (Regulamento Geral
forme a gravidade dos danos, quaisquer danos ou quebras de dos Sistemas Públicos e Prediais de
avaliada pelos serviços competen- serviço nas redes de comunicações Distribuição de Água e de Drena-
tes da CML, a entidade responsável eletrónicas resultantes de even- gem de Águas Residuais).
procederá apenas à reparação da tuais colapsos dos sistemas de
sua área afetada, substituirá o drenagem ou de outras anomalias, A atribuição de direitos de passa-
elemento afetado desse equipa- de intervenções de manutenção e gem e de acesso nos sistemas de
mento ou substituirá integralmente conservação, bem como as resul- drenagem de águas residuais para
o equipamento; tantes da intervenção de terceiros. as RCE estão sujeitas às condi-
ções de aprovação constantes do
● em nenhum caso a reparação Não se consideram aptas para Regulamento de Infraestruturas
diminuirá a seção interna e a capa- instalação / alojamento de redes em Espaço Público da Câmara de
cidade de escoamento originalmen- de comunicações eletrónicas as Lisboa.
te existentes. seguintes infraestruturas:

● Ramais de ligação domésticos e


unitários;
Limpeza da zona dos
Direitos de trabalhos
passagem e acesso
● Coletores domésticos;
a infraestruturas Todos os produtos não reutilizá-
municipais aptas ao ● Coletores unitários e pluviais veis na obra – sobrantes - serão
alojamento de redes com secção equivalente ou inferior removidos dos locais dos trabalhos
de comunicações ao diâmetro de 500 mm; no máximo até ao final de cada dia
de trabalho. No que se refere aos
eletrónicas produtos provenientes da abertura
● Coletores com secção retangu-
A atribuição de direitos de passa- lar em alvenaria (vulgo cascões); de valas, consideram-se sobrantes,
gem e de acesso nos sistemas de todos os que não estiverem de
drenagem de águas residuais para ● Coletores com influência de acordo com as condições explicita-
as redes de comunicações eletró- maré; das no esquema da vala tipo.
nicas (RCE) obedece aos seguintes
princípios gerais:

7
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

Admite-se a deposição temporária A manufatura de argamassas, de


de produtos a utilizar na obra e no qualquer tipo, é feita com recur-
local dos trabalhos desde que: so à utilização de um estrado de
madeira ou de chapa de aço como
● devidamente separados e acon- amassadouro devendo ser de ime-
dicionados, incluindo quando neces- diato lavado o pavimento inadverti-
sário a sua cobertura, de modo damente sujo por forma a evitar-se
a não serem contaminados nem a sedimentação dos materiais, no
arrastados pelo vento ou chuva; pavimento e na rede de coletores
de drenagem de águas residuais
● fique garantida a segurança de existente.
circulação dos peões, atendendo
em particular à necessidades espe- Concluídos os trabalhos, todos os
cíficas dos utentes com mobilidade materiais que ainda subsistam
condicionada, e veículos. devem ser retirados do local, bem
como vedações, máquinas, ferra-
Caso contrário, a armazenagem mentas e outros utensílios, deixan-
desses produtos será efetuada na do em perfeito estado de utilização
zona do estaleiro da obra sendo as áreas de intervenção, do esta-
descarregados no local dos traba- leiro da obra ou dos trabalhos, e a
lhos à medida da sua utilização envolvente da obra se afetada, e de
imediata. acordo com as condições previstas
na licença. Incluem-se aqui even-
A execução dos trabalhos deve tuais resíduos que ainda se encon-
incluir a limpeza da área onde os trem no local e que deverão ser
mesmos decorrem, tendo parti- devidamente encaminhados para o
cularmente em vista garantir a operador autorizado.
segurança, minimizar os incómodos
e reduzir o impacto visual negativo.

Implantação das
infraestruturas de
subsolo nos passeios

Em passeios de largura inferior


ou igual a 2,00m

Nas situações em que a largura


do passeio seja inferior a 2,00m
aplicam-se, proporcionalmente, as
medidas referidas à largura do pas-
seio igual a 2,00m, salvaguardando
necessariamente a minimização
dos impactes de manutenção das
diferentes redes e a sua compati-
bilidade com o funcionamento do
arruamento.

8
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

Em passeios de largura
superior a 2,00m

passeios largura dos passeios (m)


2,00 2,10 2,20 2,30 >2,40
distâncias A 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
B 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90
C 1,30 1,30 1,40 1,40 1,40
D 1,60 1,60 1,80 1,80 1,80
profundidades Baixa Tensão (BT) 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80
Média Tensão (MT) 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20
Água (A) 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90
Gás (G) 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60
Comunicações 0,80 0,80 0,80 0,80 0,80
Eletrónicas (CE)

9
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

Nas travessias de entradas de


áreas de intervenção garagem, a instalação das infraes-
nos pavimentos truturas de subsolo será efetuada
existentes de modo que a sua reparação ou
substituição se possa efetuar sem
necessidade de abertura de vala, a
zonas de circulação pedonal menos que a entidade responsável
Todas as áreas intervencionadas pela infraestrutura em questão
terão lados de extensão mínima submeta, à consideração da CML
2,00m ou a largura total do passeio e previamente ao início da inter-
quando esta for inferior a 2,00m. venção, justificação técnica em
Todas as áreas intervencionadas contrário.
terão a largura mínima de 0,50m
para cada lado da vala. Nas travessias de entradas de
garagem, a base a executar, em
As áreas dos passeios e refú- betão, terá largura no mínimo de
gios, em ilhas ou separadores, 0,30m para cada lado da vala.
das passagens para peões serão
adaptadas em conformidade com o
disposto no Plano de Acessibilidade
Pedonal da CML.

áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – zonas Pedonais

10
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

A distância mínima de 10,00m As juntas longitudinais na camada


zonas de circulação de veículos aplica-se à abertura de duas valas de desgaste não ocorrerão sob as
Pavimentos em betuminoso numa mesma intervenção, sendo marcas rodoviárias.
a distância medida entre juntas de
Todas as áreas intervencionadas pavimentação. Além do cumprimento das dimen-
terão, em face dos trabalhos a sões mínimas esquematizadas,
realizar, como largura mínima a As juntas transversais da camada a área total mínima intervencio-
largura de uma via/ fila de trânsito de desgaste ficarão com viés, rela- nada será dada pela utilização
ou os respetivos múltiplos. tivamente à secção transversal da de 1,2ton de mistura betuminosa
faixa de rodagem, dado por 0,30m quente (1 amassadura).
por cada via/ fila de trânsito.
Em qualquer intervenção com
abertura de vala em zona de
passagem para peões, indepen-
dentemente da extensão da vala,
os limites/ juntas de reconstrução
da camada de desgaste serão ex-
teriores e paralelos, a toda a área
da marca rodoviária de acordo
com o indicado. Se o revestimento
pre-existente da passagem de
peões for constituído por calçada
de pedra, deve a obra reconstruí-
-lo com mistura betuminosa.

Em zona de estacionamento lon-


gitudinal à faixa de rodagem a re-
construção da camada de desgas-
te atingirá toda a largura desse
estacionamento e, no mínimo, o
comprimento de um lugar.

Em arruamento com camada de


desgaste aplicada há menos de 5
anos a reconstrução da camada
de desgaste ocorrerá em toda
a largura da faixa de rodagem
e num comprimento mínimo de
10,00m.

Nas travessias das faixas de


rodagem e das áreas de estacio-
namento de veículos, a instalação
das infraestruturas de subsolo
será efetuada de modo que a sua
reparação ou substituição se pos-
sa efetuar sem necessidade de
abertura de vala, a menos que a
entidade responsável pela infra-
estrutura em questão submeta,
à consideração da CML e previa-
mente ao início da intervenção,
áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
zonas de CirCULação de veíCULos – beTUMinosos
justificação técnica em contrário.

11
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

PaviMenTos eM CaLçada para peões, independentemente da efetuada de modo que a sua repa-
Todas as áreas intervencionadas extensão da vala, os limites/ juntas ração ou substituição se possa efe-
terão uma extensão mínima de de reconstrução do revestimento tuar sem necessidade de abertura
2,00m. serão exteriores e paralelos, a toda de vala, a menos que a entidade
a área da marca rodoviária de responsável pela infraestrutura em
Todas as áreas intervencionadas acordo com o indicado. questão submeta, à consideração
terão a largura mínima de 0,50m da CML e previamente ao início da
para cada lado da vala. Nas travessias das faixas de intervenção, justificação técnica em
rodagem e das áreas de estacio- contrário.
Em qualquer intervenção com aber- namento de veículos, a instalação
tura de vala em zona de passagem das infraestruturas de subsolo será

áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes


zonas de CirCULação de veíCULos – CaLçadas

12
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

Pavimentos tipo em
valas
Os pavimentos tipo seguintes são
apenas para aplicação em valas.

Pressupõem a existência de fun-


dação de elevadas características
mecânicas dadas pela aplicação de
agregado britado de granulometria
extensa, simples ou com cimento,
na camada de aterro principal, em
conformidade com a vala tipo.

Lisboa – ribeira das naUs

13
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

zonas de estacionamento
de veículos Ligeiros

PaviMenTos eM CUbos de Pedra naTUraL

1
Cubos de pedra natural, reutilizados da obra ou
novos, idênticos aos existentes, limpos, isentos
de terras e não polidos, com aresta mínima de 0,10m
e estereotomia análoga à existente, salvo se forem
dadas outras indicações pela CML nas condições de
licença. Estereotomia análoga à existente, caso não
seja estabelecida outra pela CML nas condições de
licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,005m preenchi-
das com pó de pedra.

3
Camada de assentamento em mistura de pó de
pedra com 3% de cimento/m3 mistura – traço
1:30 (volume) com espessura de 0,04m.

4
Camada de base em agregado britado, natural
ou reciclado de granulometria extensa com es- áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
pessura mínima de 0,30m (aplicada em subcamadas) zonas de esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros – CUbos de Pedra
naTUraL
ou igual à existente se esta for superior.

PaviMenTos eM bLoCos de beTão

1
Blocos de betão, reutilizados da obra ou no-
vos, limpos e isentos de terras, com camada
de revestimento/ acabamento superior, geometria
em planta e estereotomia análogos aos existen-
tes e de espessura não inferior a 0,08m, salvo se
forem dadas outras indicações pela CML nas con-
dições de licença. Os novos blocos de betão, além
das características definidas na parte escrita deste
regulamento, terão Carga de Rotura = 450 N/mm
(mín.) declarada.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m pre-
enchidas com areia de esboço, lavada.

3
Camada de assentamento em mistura de
areia grossa, do rio, lavada, com 3% de
cimento/m3 de mistura – traço 1:30 (volume) com
espessura de 0,03m.

4
Camada de base em agregado britado,
natural ou reciclado de granulometria ex-
tensa com espessura mínima de 0,30m (aplicada
em subcamadas) ou igual à existente se esta for
superior. áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
zonas de esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros – CUbos de Pedra
naTUraL

14
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

PaviMenTos eM beTUMinoso

1
Betão betuminoso com espessura de 0,05m.

2
Rega de colagem em emulsão betuminosa catió-
nica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1-
-mod) com taxa de aplicação de 0,8 Kg/m2.

3
Camada de base em agregado britado, natural ou
reciclado de granulometria extensa com espes-
sura mínima de 0,30m (aplicada em subcamadas) ou
igual à existente se superior.

Abertura à utilização no mínimo 2 horas após a conclu-


são do pavimento.

áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes


zonas de esTaCionaMenTo de veíCULos Ligeiros – beTUMinoso

4
Camada de base em agregado britado, natural ou
zonas exclusivamente pedonais reciclado de granulometria extensa com espessura
mínima de 0,20m (aplicada em subcamadas) ou igual à
PaviMenTos eM Pedra naTUraL de aresTa aTé 7CM existente se superior.
1
Pedras, reutilizadas da obra ou novas, idênticas às
existentes, limpas, isentas de terras, não polidas
e estereotomia análoga à existente, salvo se forem
dadas outras indicações pela CML nas condições de
licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m preen-
chidas com pó de pedra calcária limpo, isento de
terras, em geral. Em faixa de 1,00m na vertical de bei-
rais ou quando a calçada existente circundante à área
de intervenção tiver as juntas com mistura de cimento,
com juntas de abertura máxima de 0,005m e preenchi-
das com mistura de cimento e areia fina do rio lavada
ao traço 1:2 (volume).

3
Camada de assentamento em mistura de pó de
pedra com 3% de cimento/m3 de mistura – tra-
ço 1:30 (volume) com espessura de 0,04m, em geral.
Em faixa de 1,00m na vertical de beirais ou quando a
calçada existente circundante à área de intervenção
tiver as juntas com cimento, camada de assentamento áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
em mistura de cimento e areia grossa do rio lavada ao zonas exCLisivaMenTe Pedonais – CUbos de Pedra naTUraL de ares-
Ta aTé 7CM
traço 1:3 (volume) com espessura de 0,04m.

15
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

PaviMenTos eM bLoCos de beTão

1
Blocos de betão, reutilizados da obra ou
novos, limpos, isentos de terras com camada
de revestimento/ acabamento superior, geometria
em planta e estereotomia análogos aos existen-
tes, de espessura não inferior a 0,06m, salvo se
forem dadas outras indicações pela CML nas con-
dições de licença. Os novos blocos de betão, além
das características definidas na parte escrita
deste regulamento, terão Carga de Rotura = 390
N/mm (mín.) declarada.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m pre-
enchidas com areia fina, de esboço, lavada.

3
Camada de assentamento em mistura de
areia grossa, do rio, lavada, com 3% de
cimento/m3 de mistura – traço 1:30 (volume) com
espessura de 0,03m.

4
Camada de base em agregado britado,
natural ou reciclado de granulometria
extensa com espessura mínima de 0,20m
(aplicada em subcamadas) ou igual à existente áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
zonas exCLisivaMenTe Pedonais – bLoCos de beTão
se superior.

5
Camada de sub-base em agregado britado, na-
zonas pedonais sujeitas a tráfego de veículos tural ou reciclado, de granulometria extensa com
[entradas de garagem] espessura mínima de 0,15m ou igual à existente se
superior.
PaviMenTos eM CUbos de Pedra naTUraL de aresTa
10/10CM oU 9/11CM Abertura ao trânsito, no mínimo, 3 dias após a conclu-
1
Cubos de pedra natural, reutilizados da obra ou são do pavimento.
novos, idênticos aos existentes limpos, isentos
de terras e não polidos, com aresta mínima de 0,10m
e estereotomia análoga à existente, salvo se forem
dadas outras indicações pela CML nas condições de
licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,008m preenchi-
das com mistura de cimento e areia, do rio, lavada
ao traço 1:2 (volume).

3
Camada de assentamento em mistura de cimento
e areia grossa do rio lavada ao traço 1:3 (volume)
com espessura de 0,04m.

4
Camada de base em betão pobre cilindrado com
espessura mínima de 0,15m, armada inferiormente
com 6 rede eletrossoldada em malha quadrada com áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – zonas Pedonais
arames de aço A500 de diâmetro 3,8mm e 0,15m de sUjeiTas a Tráfego de veíCULos enTradas de garageM – CUbos de
Pedra naTUraL
afastamento.

16
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

PaviMenTos eM Pedra naTUraL de aresTa aTé 7CM Abertura ao trânsito, no mínimo, 3 dias após a conclu-
1
Pedras, reutilizadas da obra ou novas, idênticas às são do pavimento.
existentes, limpas, isentas de terras e não polidas e
estereotomia análoga à existente, salvo se forem dadas
outras indicações pela CML nas condições de licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m (pedra de
aresta 3/5 cm) ou 0,005m (pedra de aresta 5/7
cm) preenchidas com mistura de cimento e areia, do
rio, lavada ao traço 1:2 (volume).

3
Camada de assentamento em mistura de cimento
e areia grossa, do rio, lavada ao traço 1:3 (volu-
me) com espessura de 0,04m.

4
Camada de base em betão pobre cilindrado com
espessura mínima de 0,15m, armada inferior-
mente com 6 rede eletrossoldada em malha quadrada
com arames de aço A500 de diâmetro 3,8mm e 0,15m
de afastamento.

5
Camada de sub-base em agregado britado, na- áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – zonas Pedonais
tural ou reciclado de granulometria extensa com eM áreas hisTóriCas sUjeiTas a Tráfego de veíCULos Ligeiros en-
espessura mínima de 0,15m ou igual à existente se Tradas de garageM – CUbos de Pedra naTUraL de aresTa aTé 7CM
superior. eM CaLçada CoM MoTivos

PaviMenTos eM bLoCos de beTão espessura mínima de 0,15m ou igual à existente se


1
Blocos de betão, reutilizados da obra ou novos, superior.
limpos e isentos de terras, com camada de reves-
timento/ acabamento superior, geometria em planta Abertura ao trânsito, no mínimo, 3 dias após a conclu-
e estereotomia análogas à existente em planta, de são do pavimento.
espessura não inferior a 0,08m, salvo se forem dadas
outras indicações pela CML nas condições de licença.
Os novos blocos de betão terão Carga de Rotura = 450
N/mm (mín.) declarada.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m preen-
chidas com mistura de cimento e areia fina, de
esboço, lavada, ao traço 1:2 (volume).

3
Camada de assentamento em mistura de cimento
e areia grossa, do rio, lavada, ao traço 1:3 (volu-
me) com espessura de 0,03m.

4
Camada de base em betão pobre cilindrado com
espessura mínima de 0,15m, armada inferior-
mente com 6 rede eletrossoldada em malha quadrada
com arames de aço A500 de diâmetro 3,8mm e 0,15m
de afastamento.
áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – zonas Pe-

5
Camada de sub-base em agregado britado, na- donais sUjeiTas a Tráfego de veíCULos enTradas de garageM –
bLoCos de beTão
tural ou reciclado, de granulometria extensa com

17
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

to/m3 de mistura (60Kg/m3 de mistura) com espessura


vias/ filas da rede rodoviária de 2.º nível | rede mínima de 0,30m (aplicada em subcamadas) ou igual à
de Distribuição Principal existente se superior.

PaviMenTos eM beTUMinoso Abertura ao trânsito, no mínimo, 2 horas após a conclu-


1
Camada de desgaste em betão betuminoso de são do pavimento.
tipologia análoga à existente e com espessura de
0,04m/ 0,05m, salvo se forem dadas outras indicações
pela CML nas condições de licença.

2
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,6Kg/m2.

3
Camada de ligação/ base em mistura betuminosa
a quente do tipo AC20 base ligante (MB) (Maca-
dame Betuminoso Fuso A) com espessura de 0,17m/
0,16m (aplicada em 2 subcamadas).

4
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,8Kg/m2.
áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – vias/fiLas da

5
Camada de sub-base em agregado britado de rede rodoviária de 2.º níveL rede de disTribUição PrinCiPaL –
beTUMinosos
granulometria extensa tratado com 3% de cimen-

pessura mínima de 0,30m (aplicada em subcamadas)


vias/ filas da rede rodoviária de 3.º e 4.º nível ou igual à existente se superior.
| rede de distribuição secundária e rede de
Proximidade Abertura ao trânsito, no mínimo, 2 horas após a conclu-
são do pavimento.
PaviMenTos eM beTUMinoso

1
Camada de desgaste em betão betuminoso de
tipologia análoga à existente e com espessura de
0,04m/ 0,05m, salvo se forem dadas outras indicações
pela CML nas condições de licença.

2
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,6Kg/m2.

3
Camada de ligação/ base em mistura betuminosa
a quente do tipo AC20 base ligante (MB) (Maca-
dame Betuminoso Fuso A) com espessura de 0,12m/
0,13m (aplicada em 2 subcamadas).

4
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,8Kg/m2.
áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
5
Camada de sub-base em agregado britado de vias/fiLas da rede rodoviária de 3.º e 4.º níveL rede de disTribUi-
granulometria extensa tratado com 3% de ção seCUndária
cimento/m3 de mistura (60 Kg/m3 de mistura) com es- e de disTribUição LoCaL/rede de ProxiMidade – beTUMinosos

18
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

4
Camada de sub-base em agregado britado de
vias/ filas da rede rodoviária de 4.º nível | rede granulometria extensa com espessura mínima de
de Proximidade 0,30m (aplicada em subcamadas) ou igual à existente
se superior.
PaviMenTos eM CUbos de Pedra naTUraL de aresTa
10CM, 11/12CM oU 12/13CM

1
Cubos de pedra natural, reutilizados da obra ou
novos, idênticos aos existentes, limpos, isentos
de terras e não polidos, com aresta mínima de 0,10m
limpos e estereotomia análoga à existente, salvo se
forem dadas outras indicações pela CML nas condições
de licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,005m preenchi-
das com pó de pedra. Quando a calçada existente
circundante à área de intervenção tiver as juntas pre-
enchidas com mistura de cimento serão executadas de
modo análogo às existentes.

3
Camada de assentamento em mistura de pó de
pedra com 3% de cimento/m3 de mistura – traço
1:30 (volume) com espessura de 0,04m. Quando a cal-
çada existente circundante à área de intervenção tiver áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
a camada de assentamento executada com mistura de vias/fiLas da rede rodoviária de 4.º níveL rede de disTribUição
LoCaL/rede de ProxiMidade – CUbos de Pedra naTUraL
cimento será executada de modo análogo à existente.

Abertura ao trânsito, no mínimo, 2 horas após a conclu-


vias/ filas da rede rodoviária de 5.º nível | rede são do pavimento.
de Acesso Local

PaviMenTos eM beTUMinoso

1
Camada de desgaste em betão betuminoso de
tipologia análoga à existente e com espessura de
0,04m /0,05m, salvo se forem dadas outras indicações
pela CML nas condições de licença.

2
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,6Kg/m2.

3
Camada de ligação/ base em mistura betuminosa
a quente do tipo AC20 base ligante (MB) (Maca-
dame Betuminoso Fuso A) com espessura de 0,07m/
0,06m.

4
Rega de colagem com emulsão betuminosa cati-
ónica rápida modificada do tipo C 60 BP 4 (ECR1–
mod) com taxa de aplicação de 0,8Kg/m2.

5
Camada de sub-base em agregado britado de
granulometria extensa tratado com 3% de cimen- áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes
to/m3 de mistura (60 Kg/m3 de mistura) com espessu- vias/fiLas da rede rodoviária de 5.º níveL rede de aCesso LoCaL –
ra mínima de 0,20m ou igual à existente se superior. beTUMinosos

19
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

PaviMenTos eM CUbos de Pedra naTUraL de aresTa


10CM, 9/11CM oU 12/13CM esq.18

1
Cubos de pedra natural, reutilizados da obra ou
novos, idênticos aos existentes, limpos, isentos
de terras e não polidos, com aresta mínima de 0,10m
limpos e estereotomia análoga à existente, salvo se
forem dadas outras indicações pela CML nas condições
de licença.

2
Juntas de abertura máxima de 0,005m preenchi-
das com pó de pedra.

3
Camada de assentamento em mistura de pó de
pedra com 3% de cimento/m3 de mistura – traço
1:30 (volume) com espessura de 0,04m.

4
Camada de sub-base em agregado britado de
granulometria extensa com espessura mínima de
0,20m ou igual à existente se superior.

áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes


vias/fiLas da rede rodoviária de 5.º níveL rede de aCesso LoCaL –
CUbos de Pedra naTUraL

PaviMenTos eM bLoCos de beTão

1
Blocos de betão, reutilizados da obra ou novos,
limpos e isentos de terras, com camada de reves-
timento/ acabamento superior, geometria em planta e
estereotomia análogos aos existentes, de espessura
não inferior a 0,08m, salvo se forem dadas outras
indicações pela CML nas condições de licença. Os novos
blocos de betão terão Carga de Rotura = 450 N/mm
(mín.) declarada.

2
Juntas de abertura máxima de 0,003m preenchi-
das com areia fina, de esboço, lavada.

3
Camada de assentamento em mistura de areia
grossa, do rio, lavada, com 3% de cimento/m3
de mistura – traço 1:30 (volume) com espessura de
0,03m.

4
Camada de sub-base em agregado britado de
granulometria extensa com espessura mínima de
0,20m ou igual à existente se superior.

áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes


vias/fiLas da rede rodoviária de 5.º níveL rede de aCesso LoCaL –
bLoCos de beTão

20
infraestruturas no subsolo 3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo

vala tipo
As manchas de maus solos serão
substituídas até ao fundo da vala;
na faixa de rodagem ou estaciona-
mento no mínimo até à profundida-
de mínima de 1,20m mesmo que a
cota do fundo da vala seja superior.

Materiais a aplicar sob o


pavimento:

CaMada de aTerro PrinCiPaL


Não deve ser efetuada com ma-
terial granular fino sem coesão –
areia.

Caso o projeto não estabeleça


condições específicas mais exigen-
tes, é obrigatório, quando as valas
ocorram em zonas de circulação
de veículos, de estacionamento ou
de circulação pedonal, cumprir as
seguintes condições:

● em toda sua espessura ou até


à profundidade de 1,20m, confor-
me o que ocorrer primeiro - agre-
gado britado de granulometria
extensa com características de sub-
-base, ou agregado de granulome-
tria extensa tratado com cimento
(AGEC); a aplicação de um ou outro áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – vaLa TiPo
material será acordada previamen-
te como a CML.

● para profundidade superior a densificação, é efetuada no interior 1


Camada de desgaste ou
1,20m, produtos da escavação da vala apenas se esta tiver declive revestimento e camada de
da própria vala isentos de detri- que permita o escoamento das assentamento
tos orgânicos, argilas, pedras ou águas sobrante, caso contrário, o
torrões de dimensões superiores material é humidificado no exterior 2
Camada de ligação/ base
a 3cm, caso estejam em condi- da vala;
ções de humidade que garantam a
compactação requerida; saibros de ● compactação: por processo me- 3
Camada de sub-base [se
boa qualidade; agregado britado de cânico com equipamento compa- existente]
granulometria extensa. tível com as dimensões da esca-
vação e com as caraterísticas do
oUTras CaMadas material de enchimento e do tubo/
Conforme condições específicas do conduta instalado – a maço, placa
projeto. vibratória, cilindro vibratório; 0 grau
de compactação mínimo será 98
ProCessos ConsTrUTivos da baridade máxima obtida no
● espalhamento: a humidificação ensaio Proctor Normal.
dos materiais não ligados, para

21
3.1 iMPLanTação de infraesTrUTUras no sUbsoLo infraestruturas no subsolo

Lancil tipo
Os novos elementos de lancil de
pedra natural serão fornecidos
com secção e resistência à flexão
declarada para as quais a carga de
rotura será adequada para as dife-
rentes classes de utilização confor-
me a norma NP EN 1343. Em alter-
nativa, serão fornecidos com carga
de rotura declarada adequada para
as diferentes classes de utilização
conforme a mesma norma.

Os novos elementos de lancil de be-


tão pré-fabricados serão fornecidos
com Resistência à Flexão = 5,0 MPa
(mín.) (Classe 2, Marcação T) e Ab-
sorção de Água 6 (Máx.) (Classe
2, Marcação B) declaradas confor- áreas de inTervenção nos PaviMenTos exisTenTes – LanCiL TiPo
me a norma NP EN 1340 e com,
no mínimo, 21 dias de idade sendo
acompanhados de documento com
identificação do lote e sua data de
fabrico, além da marcação CE; Lancil, reutilizado da obra ou
1
novo, em material, seção e
Os troços retos e curvos de lancil acabamento análogos aos existen-
de raio superior a 12 m serão exe- tes, salvo se forem dadas outras
cutados com elementos de lancil indicações pela CML nas condições
retos; de licença, com juntas de abertura
máxima de 0,005 m preenchidas
Os troços curvos de lancil de raio
com argamassa fluída de cimento
até 12 m serão executados com
e areia fina, de esboço, lavada ao
elementos de lancil curvos com o
traço 1:2 (volume).
raio maior mais próximo de 0,50
/ 1,00 / 2,00 / 3,00 / 4,00 / 5,00 / Argamassa hidráulica de
6,00 / 8,00 / 10,00 / 12,00 m. Raios 2
cimento e areia de rio lavada
menores que 0,50 m serão analisa- ao traço 1:3 (volume).
dos caso a caso, mas executados,
sempre, com elementos curvos; Fundação de lancil, de largura
3
não inferior a 0,30 m, exce-
Os elementos de lancil terão com- dendo a largurado lancil e a espes-
primento 1,00 m. Nos troços curvos sura do pavimento, no mínimo 0,10
e ligações ao existente, admite-se m e 0,20 m conforme esquemati-
a utilização de elementos de com- zado, em betão C16/20 (cimento:
primento mínimo 0,50 m. areia: brita ao traço 1:2:4 (volume)).

22
infraestruturas no subsolo 3.2. infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de redes de CoMUniCações eLeCTróniCas

A crescente evolução verificada nas


tecnologias de informação e comu- Ocupação e utilização
nicação tem contribuído de forma do espaço público com
3.2. significativa e positiva para uma
alteração do nosso modo de vida,
redes de comunicações
electrónicas
Infraestruturas em virtude de facilitar o acesso
imediato à informação, no espaço A ocupação e utilização do espaço
aptas ao público bem como nos nossos lares. público com redes de comunica-
ções eletrónicas está sujeita ao
Infelizmente, tal processo evolutivo
alojamento acarreta custos. Nas ultimas déca-
cumprimento das normas regula-
mentares concretas, constantes do
das, na cidade de Lisboa, tem-se
de redes de assistido a um crescendo na insta-
Regulamento de Infraestruturas em
Espaço Publico (RIEP) da Câmara
lação de cablagem de telecomuni-
comunicações cações nas fachadas dos edifícios,
Municipal de Lisboa.
públicos e privados, contribuindo A ocupação e utilização do espa-
electrónicas desta forma para a descaracteri- ço público, por qualquer entidade
zação do edificado e consequente- pública ou privada, com infraestru-
mente para um reforço significativo turas aptas ao alojamento de redes
da “poluição visual” existente no de comunicações eletrónicas só são
espaço público da cidade. permitidas caso se situem no solo
ou subsolo, sendo expressamente
É no sentido de suprimir ou mitigar interdita a sua utilização no espaço
o impacto que estas redes atual- aéreo.
mente detêm na imagem urbana
de Lisboa, que a Câmara Municipal A ocupação e utilização do espa-
instituiu e regulamentou normas e ço público inerente à construção,
boas práticas de intervenção, tendo ampliação e remodelação ou re-
em vista a correcta implementação paração das infraestruturas acima
e utilização destas infraestruturas referida está ainda sujeita aos
na cidade. seguintes condicionamentos:

Lisboa – bairro do arCo do Cego

23
3.2. infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de redes de CoMUniCações eLeCTróniCas infraestruturas no subsolo

Quando sejam detetadas infra-


● deve observar as normas legais estruturas sem utilização, nome- Prazo para remoção de
e regulamentares em vigor, no-
meadamente o regime de acessi-
adamente cablagens instaladas cabos e equipamentos
em fachadas, com prejuízo para o
bilidade constante do Decreto-Lei
interesse público, nomeadamente Todas as redes aéreas ou as
n.º 163/2006, de 8 de agosto, o
para o arranjo estético do edifício instaladas à vista em fachadas de
previsto no Plano Diretor Municipal
ou para a qualidade da paisagem edifícios, pelos operadores de co-
e em planos municipais em vigor
urbana, a Câmara Municipal, comu- municações eletrónicas, de energia
para o local, o Regulamento Munici-
nica a situação ao ICP-ANACOM e elétrica ou outros, terão que ser
pal de Urbanização e Edificação de
pode intimar à realização de obras removidas pelas concessionárias,
Lisboa (RMUEL);
de conservação, com remoção das passando-as para as redes subter-
cablagens, de acordo com legisla- râneas através da opção entre as
● não pode prejudicar a utilização
ção em vigor (artigo 89.º do RJUE). seguintes soluções:
ou as condições de acesso a infra-
estruturas existentes ou a instalar
A Câmara Municipal de Lisboa noti- ● ITUR, caleiras / galerias técnicas
no local.
fica o proprietário do edifício ou, no ou multitubos municipais;
caso de não se tratar de infraestru-
turas que pertençam ao proprietá- ● Nova infraestrutura de comu-
remoção de cabos, rio do edifício ou ao condomínio, a nicações eletrónicas a executar
equipamentos entidade titular ou gestora da rede pelo(s) operador(es) nos passeios
ou quaisquer de comunicações eletrónicas, para ou vias, consoante a zona da cida-
elementos das redes proceder aos trabalhos de remo- de;
de comunicações ção das cablagens necessários à
electrónicas conservação e arranjo estético do ● Sistemas de drenagem de
edifício. águas residuais municipais com
Os cabos, equipamentos ou quais- 500 mm;
quer elementos das redes de Os trabalhos de remoção referidos
comunicações eletrónicas que não no número anterior, por qualquer ● Acesso a infraestruturas de co-
entidade pública ou privada, estão municações eletrónicas já existen-
estejam a ser efetivamente utili-
sujeitos ao disposto em legislação tes do(s) operador(es).
zados e cuja utilização não esteja
prevista no período de 1 ano se- aplicável, nomeadamente o RIEP.
guinte, independentemente, da sua
localização ou alojamento devem
ser removidos.

Lisboa – bairro dos aTores

24
infraestruturas no subsolo 3.2. infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de redes de CoMUniCações eLeCTróniCas

Independentemente da sua locali-


zação ou alojamento, as entidades
titulares ou gestoras de redes ou
infraestruturas estão obrigadas à
remoção de cabos, equipamentos
ou quaisquer elementos das suas
redes que não estejam a ser efeti-
vamente utilizados.

No caso de as entidades titulares


ou gestoras de redes ou infraestru-
turas não realizarem as obras ou
trabalhos necessários, a CML pode
executá-los coercivamente.

1
Multitubo de PEAD de diâme-
tro nominal 40 mm.

Número de tubos meramente


indicativo. O lancil e respectiva
fundação a executar deverão estar insTaLação TiPo de redes de TeLeCoMUniCações eM fUndação de LanCiL
em conformidade com o definido
no esquema com lancil tipo.

Obras em fachadas de
edifícios
As obras de conservação, alteração,
ampliação ou reabilitação de edi-
fícios que incidam sobre as facha-
das incluem, obrigatoriamente, a
remoção de cabos, equipamentos
ou quaisquer elementos das redes
de comunicações eletrónicas que
Lisboa – areeiro
estejam apostas sobre as mesmas
e à vista, caso existam, por forma a
dar cumprimento ao Manual de In-
fraestruturas de Telecomunicações
em Edifícios (ITED) e ao RMUEL.

Acesso a
infraestruturas
aptas ao alojamento
de comunicações
eletrónicas propriedade
do Município de Lisboa
A reserva de espaço em condutas
e outras infraestruturas existen-
tes no espaço público é efetuada
em função do respetivo limite de
capacidade.

25
3.2. infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de redes de CoMUniCações eLeCTróniCas infraestruturas no subsolo

insTaLação TiPo de redes de TeLeCoMUniCações eM aTravessaMenTo viário sob a Passadeira

26
infraestruturas no subsolo 3.2. infraesTrUTUras aPTas ao aLojaMenTo de redes de CoMUniCações eLeCTróniCas

As ligações para uso exclusivo do 21 de Maio, na redação que lhe foi


Município, no âmbito dos sistemas dada pela Lei n.º 47/2013, de 10
nacional, regional ou municipal de de Julho.
proteção civil ou equiparado, preva-
lecem sobre as demais. A atribuição de direito de passa-
gem em bens de domínio público
A atribuição de direito de acesso a municipal, às empresas de comu-
infraestruturas aptas ao alojamen- nicações eletrónicas, é realizada
to de comunicações eletrónicas que através de licença de ocupação e
sejam propriedade do Município utilização do domínio público, sen-
de Lisboa, depende de aprovação do a sua autorização decorrente de
do Presidente da Câmara Munici- autorização municipal, de acordo
pal de Lisboa e, além do presente com o estipulado nos art.º 30º e
regulamento, observa o disposto 31º do RIEP.
no Decreto-Lei n.º 123/2009, de

Lisboa – bairro do arCo do Cego

Lisboa – bairro dos aTores

27
4
Iluminação
Pública
4.1 Princípios gerais
4.2 Recomendações para a elaboração do projecto
4.3 Recomendações para a execução da obra
iluminação pública 4

Esta questão é hoje tão importante


para a vida urbana que algumas ci-
dades europeias dispõem já de pla-
Introdução nos de iluminação, sendo de des-

4
tacar o “Plan Lumière” da cidade
francesa de Lyon que é atualmente
A iluminação pública constitui um uma referência mundial em termos
importante elemento de valoriza- de paisagem urbana noturna.
ção do espaço urbano nas suas
Entende-se como iluminação públi-
múltiplas vertentes, entre elas
ca todo o tipo de iluminação que se
a perceção e o uso da cidade; é
destina a satisfazer as necessida-
graças à iluminação pública que o
des de funcionamento e utilização
tempo da vida da cidade pode ser
do espaço público ou dos espaços
fluido e contínuo, tendo deixado de
privados com uso público de acesso
ser condicionado pelas horas de sol
livre. A iluminação pública é, na Ci-
e passou a depender daquilo que
Iluminação todos nós queiramos nela fazer.
dade de Lisboa, da responsabilida-
de do Município, estando a gestão
Pública A iluminação pública é por isso um da rede de abastecimento atribuída
à respetiva concessionária.
bem essencial à qualidade de vida
e à fruição do espaço público em
Tratando-se de um serviço público
condições de segurança – pedonal
que encerra em si uma reserva
e viária –, constituindo ainda um
significativa de eficiência, cabe ao
factor de valorização estética de
Município ter um papel interventivo,
edifícios, monumentos e bairros,
quer em termos da qualidade da
influenciando significativamente a
iluminação quer ao nível energéti-
leitura da cidade.

Lisboa – Praça de Londres

1
inTrodUção iluminação pública

co-ambiental, mediante a definição Os projetos de iluminação pública


das tecnologias a instalar, de modo deverão ser devidamente integra-
a contribuir para a redução da fatu- dos no projeto de espaço público e
ra energética. tirar partido de recursos partilha-
dos decorrentes dessa integração,
O sistema de iluminação pública nomeadamente no que concerne
é composto por equipamentos de ao índice de reflexão dos materiais
iluminação pública alimentados a aplicados e aos contributos lumino-
partir da rede pública de energia sos e reflexivos de outros compo-
elétrica, constituídos, regra geral, nentes do projecto e da envolvente
por luminária, apoio, maciço de construída, bem como à localização
fundação, acessórios e respetiva ou utilização de elementos obs-
instalação elétrica. trutivos do fluxo luminoso, relati-
vamente ao que se relaciona com
Contudo, conforme a especificidade a implantação da arborização e
da situação em presença, nomea- escolha da sua espécie.
damente a largura do arruamento
em causa, devem ser adotados os Nas zonas históricas e no caso da
equipamentos de iluminação pú- realização de obras de recupera-
blica mais adequados – em coluna ção/ beneficiação do edificado ou
com ou sem braço, fixos nas facha- da rede de distribuição e ilumi-
das, suspensos por cabos, encastra- nação públicas, deve procurar-se
dos nas fachadas ou encastrados embutir as eventuais caixas e
no pavimento -, de forma a ajudar à tubagens que se encontrem nas
concretização do percurso pedonal fachadas. Este trabalho deve ser
acessível e a possibilitar a diminui- apoiado e acompanhado pelos ser-
ção do número de obstáculos no viços municipais competentes.
espaço de circulação pedonal.

Lisboa – Largo do inTendenTe

2
iluminação pública 4.1 PrinCíPios gerais

Utilizar equipamentos dotados de


sistemas reguladores de fluxo lumi-
Segurança noso, remoto e/ ou local, integrados
4.1 Princípios Garantir a circulação segura aos
num sistema global de telegestão
que permita a sua redução para
diversos utentes, com especial
gerais incidência nas zonas de conflito, as
os níveis mínimos admissíveis, não
podendo, em nenhuma circunstân-
quais devem ser destacadas, por cia, colocar em causa os requisitos
variação da intensidade luminosa. mínimos inerentes.
A iluminação pública, enquanto
componente do projeto de espaço Garantir a inexistência de zonas Considerar a contribuição de outras
público ou alvo de projeto indepen- não iluminadas, potenciadoras de fontes de luz, existentes ou a im-
dente, deverá sempre responder a vandalismo e/ ou criminalidade na plantar.
quatro objetivos principais. área de influência da iluminação
pública. Restringir a utilização de técnicas e/
ou tecnologias de baixa eficiência
Garantir a inexistência de situações lumínica, nomeadamente ilumina-
de encandeamento dos utentes dos ção indirecta.
espaços de circulação pedonal e
dos espaços de circulação viária.

Considerar e propor a utilização de


pontos e/ ou superfícies retrorrefle- valorização
toras - “olhos de gato”, balizadores, e fruição do
mosaicos -, colocados estrategi-
camente no espaço público, em
espaço público
complemento à luz resultante do Assegurar uma adequada ilumina-
projeto de iluminação pública. ção dos espaços de uso pedonal,
atendendo às exigências específicas
da sua natureza, permitindo a sua
fruição em adequadas condições
eficiência de segurança e conforto visual.
energética Destacar, por aumento ou redução
Utilizar tecnologia com uma boa re- da intensidade luminosa, consoante
lação qualidade/ custo no trinómio o uso previsível e sem prejuízo des-
eficiência energética, durabilidade e te, o mobiliário urbano de recreio e
segurança. lazer, os locais de estacionamento
e os espaços de apoio aos utentes.

Lisboa – bairro da biCa

3
4.1 PrinCíPios gerais iluminação pública

Apontar, de forma integrada e não mente integrado, deverá considerar incluindo todos os seus componen-
intrusiva, os principais percursos e a implantação dos equipamentos tes, sejam de reconhecida qualidade,
destinos. de iluminação pública de forma devidamente testado e certificado,
articulada e compatibilizada com o de forma a assegurar uma maior
Possibilitar o destaque de pontos e arvoredo, sinalética, ventilações, ar- longevidade, uma melhor resposta
elementos de interesse, sem pre- mários, caixas e quadros técnicos de às solicitações a que estão sujeitos e
juízo da sua envolvente, garantido infraestruturas - à superfície ou no uma optimização funcional, garan-
uma melhor legibilidade e expres- subsolo-, e restantes peças de mobi- tindo uma fácil e pouco onerosa
são no tecido urbano, valorizando a liário urbano. Com o mesmo objetivo, manutenção.
sua leitura sem esbater ou defor- admite-se a utilização de iluminação
mar a sua volumetria. pública através de braços de suporte Garantir a uniformidade de equi-
fixos nas fachadas dos edifícios pamentos de iluminação pública a
Garantir que a iluminação pública confinantes com o espaço público ou aplicar, e dos seus diversos compo-
tenha a intensidade adequada e através de luminárias suspensas por nentes, com vista a uma eficiente
que não seja intrusiva para o espa- cabos sobre a via pública, de modo manutenção.
ço privado. a garantir a existência e continuida-
de do percurso acessível liberto de Utilizar equipamentos de iluminação
quaisquer obstáculos. pública equivalentes aos já utilizados
na cidade de Lisboa e que, compro-
integração e Garantir que os equipamentos vadamente, sejam adequados ao
de iluminação pública a instalar uso previsto e às intenções de pro-
manutenção dos constituem um elemento neutro jeto, por forma a facilitar a logística
equipamentos ou dissimulado, podendo servir de inerente às operações de manuten-
suporte ou integrar-se com outro ção e substituição.
Garantir que a implantação dos equipamento ou mobiliário urbano
equipamentos de iluminação pública presente, sempre que tal seja possí- Sempre que as intervenções incidam
não constitui obstáculo ao uso do vel ou justificável, contribuindo para sobre áreas onde existe equipamento
espaço público, nem à sua versa- a diminuição da ocupação do espaço de iluminação pública que se revista
tilidade. Para isso e estando a sua público por equipamento disperso. de interesse histórico ou referencial a
implantação condicionada ao res- opção de projeto deverá ser condu-
petivo traçado da rede, bem como Utilizar equipamentos de iluminação cente à sua conservação e adaptação
à área a iluminar e correspondentes pública coerentes com a envolvente, técnica, recorrendo à instalação de
efeitos luminotécnicos pretendidos quer em relação ao equipamento já componentes com melhor eficiência
e exigíveis, a mesma deverá cons- existente quer em relação ao edifica- energética e, se necessário, à sua
tituir um regulador ou condutor da do e mobiliário urbano em presença. eventual redistribuição espacial, em
implantação dos outros equipamen- consonância com os objetivos do
tos, pelo que o projeto, preferencial- Garantir que os equipamentos de ilu- projeto e com as regras e critérios
minação pública previstos no projeto, conceptuais presentes neste Manual.

Lisboa – Largo dona esTefÂnia

Lisboa – Praça d. Pedro iv rossio ,


TeaTro d. Maria ii

4
iluminação pública 4.1 PrinCíPios gerais

iLUMinação PúbLiCa – iMPLanTação


eM arrUaMenTos

5
4.1 PrinCíPios gerais iluminação pública

iLUMinação PúbLiCa – iMPLanTação eM arrUaMenTos

6
iluminação pública 4.2 reCoMendações Para a eLaboração do ProjeTo

recolha prévia Par metros


4.2 de dados técnicos
Recomendações Numa fase preliminar da elabo-
ração do projeto de iluminação
Na elaboração do projeto devem
ser considerados os parâmetros
para a pública deve ser adotada a base de
dados LX Subsolo como ferramen-
técnicos e os respetivos valores de
referência indicados no “Documen-
elaboração ta para obtenção de informação
relativamente a cadastros de redes
to de Referência para a Eficiência
Energética na Iluminação Pública”,
do projeto e demais condicionantes e, comple-
mentarmente, devem ser estabele-
de modo a se obter uma maior
eficiência energética na ilumina-
cidos os necessários contactos com ção pública da Cidade de Lisboa.
os vários agentes que, de um modo Deverá igualmente ser observada
direto ou indireto, venham a ter a “Norma Europeia de Iluminação
influência nas opções a tomar, com Pública EN 13201”, bem como os
vista a atingir o melhor resultado Regulamentos (CE) n.ºs 245/2009,
final. 347/2010 e 1194/2012.

Para o efeito, e sem prejuízo de Relativamente à temperatura de


outros, deverá ser obtida toda a in- cor, ao índice de proteção, à classe
formação necessária junto dos ser- de isolamento e ao índice de re-
viços municipais responsáveis pela sistência aos impactos, devem ser
iluminação pública bem como junto considerados os seguintes valores:
das várias concessionárias, nome-
adamente junto da concessionária TeMPeraTUra de Cor k
da rede de iluminação pública. ● 4000º K ± 300.º K

Durante o trabalho de levantamen- índiCe de reProdUção de Cor irC


to de campo, deverão ser regis- ● IRC 70
tadas todas as situações físicas
passíveis de interferir com a ilumi- índiCe de ProTeção iP
nação do local e que deverão ser ● Luminárias de encastrar – IP
consideradas no desenvolvimento 67;
do projeto. ● Luminárias em espaços de cir-
culação viária – IP 66;
Sempre que esteja em causa a re- ● Luminárias em espaços de cir-
moção de equipamentos de ilumi- culação pedonal– IP 65.
nação pública existentes na área de
intervenção deverá essa situação CLasse de isoLaMenTo
ser considerada no projeto. ● Luminárias de encastrar – Clas-
se II;
● Luminárias nos restantes casos
– Classe I ou II.

resisT nCia aos iMPaCTos ik


● Luminárias em zonas poten-
cialmente sujeitas a vandalismo
– IK10++;
● Luminárias nos restantes casos
–I 08.

7
4.2 reCoMendações Para a eLaboração do ProjeTo iluminação pública

boa PráTiCa – iLUMinação PúbLiCa aLinhada CoM resTanTes eLeMenTos Urbanos.

8
iluminação pública 4.2 reCoMendações Para a eLaboração do ProjeTo

que, em caso algum, os pernes de


● A pintura das luminárias deve fixação possam ressaltar da cota
requisitos ter em consideração as caracterís-
ticas da área de intervenção e dos
do pavimento. Igual cuidado deve
ser garantido aquando da realiza-
equipamentos já existentes na sua
equipamento ção de obras de reperfilamento alti-
envolvente, devendo utilizar-se a
métrico do pavimento já existente,
cor RAL 6009 – verde, nas Fregue-
Além dos parâmetros técnicos através da realização da necessária
sias de Estrela, Misericórdia, Santa
anteriormente referidos, e salvo as correcção altimétrica dos candeei-
Maria Maior, Santo António e São
situações especiais e devidamente ros
Vicente, e a cor RAL 7024 – cinzen-
justificadas, devem, na generali- to grafite, em todas as restantes
dade, ser observados os seguintes ● A fixação de consolas deve ser
Freguesias. Exceptuam-se as cha- executada com bucha química, de
requisitos: madas “lanternas pombalinas” que forma a garantir a impermeabiliza-
deverão manter a cor RAL 9011 - ção/ estanquicidade dos pontos de
negro mate. fixação.
Luminárias

● Corpo e capô das luminárias em ● O equipamento deve ser dotado


apoios de chapa numérica - numeração a
liga de alumínio (injetado/ fundido).
entregar pelos serviços municipais
● Alturas padronizadas de 4,00m, responsáveis pela iluminação públi-
● Acoplamento das luminárias 6,00m, 8,00m, 10,00m e 12,00m.
compatível com o remate do apoio ca durante a realização da obra.
- tubo circular com diâmetro de ● Os braços das colunas devem
60mm -, permitindo instalação no ● As colunas metálicas devem ser
ser rectos, ter uma inclinação de fabricadas em chapa de aço S235,
topo do apoio ou em braço ou em 5º, um comprimento de 0,50m ou
consola. com espessura mínima de 3mm,
1,20m e possuírem acabamento galvanizado por imersão a quente
idêntico ao das colunas. e a pintura ter uma espessura mé-
● Equipadas com tecnologia led
adequada para iluminação pública dia de filme seco de 170microns,
● O remate final cilíndrico deverá devendo obedecer à norma ISO
ou outra com melhor desempenho ser constituído por um encavadouro
energético. 12944-6, para a classe de corro-
de diâmetro de 60mm, para fixação sividade até à C5-I e durabilidade
de uma luminária ou de um braço. elevada (H)
● Equipadas com Driver regulável,
com sistema 1-10 V e sistema tipo ● A fixação deverá ser através de
“Dali”, e com sistema de comunica- ● A pintura dos apoios deve ter
falange, com distâncias entre per- em consideração as característi-
ção para telegestão bidirecional em nes de 0,20m (para colunas com
plataforma aberta. cas da área de intervenção e dos
altura inferior ou igual a 4,00m) e equipamentos já existentes na sua
de 0,30m (para colunas com altura envolvente, devendo utilizar-se a
● Corrente de alimentação não superior a 4,00m e inferior ou igual
superior a 700mA. cor RAL 6009 – verde, nas Fregue-
a 12,00m). sias de Estrela, Misericórdia, Santa
● Garantia de que às 50.000 Maria Maior, Santo António e São
● Os maciços devem respeitar as
horas o fluxo luminoso não seja Vicente, e a cor RAL 7024 – cinzen-
dimensões e as distância reco-
inferior a 70%, a uma temperatura to grafite, em todas as restantes
mendadas pelos representantes do
média ambiente de 25ºC (L70 a Freguesias.
equipamento de iluminação pública,
Ta=25º).
em função da altura das colunas, e
● Em áreas ajardinadas deve-
dispor de pernes de fixação em aço rá privilegiar-se a utilização de
● Proteção contra sobretensões,
galvanizado. colunas de poliéster. Exceptuam-se
externas ao Driver, de 10 que
cumpra as normas EN 60598-1 e as chamadas “lanternas pombali-
● A pormenorização construtiva
EN 60598-2-3.Rácio BUG mínimo nas” que deverão manter a cor RAL
deve prever uma solução de projeto
B1 U0 G1 (B – Bac light / U-Uplight 9011 - negro mate.
que nivele o sistema de fixação
/ G-Glare), segundo IES TM 15-11.
com o pavimento e não permita

9
4.2 reCoMendações Para a eLaboração do ProjeTo iluminação pública

forma a evitar a ascensão de humi-


instalação elétrica dades ou outros elementos causa-
dores de deterioração do apoio e
● A eletrificação das colunas deve respetiva instalação elétrica.
ser feita com cabo flexível H05 -
-F3G2.5mm2, protegido mecanica-
mente por tubo tipo Rinoflex. Parecer Prévio
● As caixas de portinhola ou cai- Concluído o estudo prévio, ou seja,
xas de interface EDP/ CML, a colo- definidos os tipos de equipamen-
car no interior das colunas, deverão tos, sua localização e os estudos
ser equipadas com seccionadores luminotécnicos, deverá o mesmo
porta-fusível, com corte neutro ser submetido a comunicação/
equipado com fusível cilíndrico tipo consulta prévia dos serviços muni-
gG (um por luminária) e interruptor cipais responsáveis pela iluminação Má PráTiCa – a eviTar.
diferencial rearmável. pública, para efeitos de articulação o MaCiço e os Pernes de fixação não
deveM ressaLTar da CoTa do PaviMenTo
e compatibilização com a envolven-
● As consolas e luminárias de te, tendo em vista à elaboração da
fixação à fachada/ muro deverão versão final do projeto a submeter
ser alimentadas por cabo A05VV- a aprovação.
-U3G2,5mm2, protegido por tubo
VD16mm.

● A canalização elétrica e a caixa


documentação
de ramal, para a alimentação das do projeto
consolas e luminárias de fixação à
fachada/ muro, devem ser embu- O projeto de iluminação pública
tidas. deverá ser instruído de acordo com
o estipulado no Decreto-Lei n.º
● As luminárias de fixação a 517/80, de 31 de outubro, e conter:
fachada/ muro ou de encastrar são
obrigatoriamente alimentadas por ● suporte digital do estudo lu-
caixa(s) de alimentação ou caixa(s) minotécnico em formato editável
de interface EDP/ CM, com as (Dialux); boa PráTiCa
a adoPTar eM CaLçadas
mesmas proteções das caixas de
portinhola das colunas. ● certificados e testes relativos ao
cumprimento de todas as normas
nacionais e europeias aplicáveis;
● As luminárias de encastrar no
pavimento deverão ser alimentadas
com cabo flexível de silicone-borra- ● certificado ENEC, para as lumi-
nárias;
cha resistente a altas temperaturas
(tipo H07RN-F), protegido em tubo
● certificado de acabamento
corrogado (vermelho).
geral, com testes segundo a norma
ISO 12944-6, para a classe de cor-
● Em cada coluna ou caixa de
rosividade até (C5-I) e durabilidade
alimentação deve ser colocado um
elevada (H);
sistema de terra de proteção, com
um valor máximo de 20 .
● relatório fotométrico de labora-
tório independente, segundo a LM-
● O interior da base da coluna
79-08, para todas as fotometrias boa PráTiCa
deverá ser protegida com uma ca-
utilizadas. a adoPTar eM PaviMenTos ConTínUos
mada de isolamento adequado, de

10
iluminação pública 4.3 reCoMendações Para a exeCUção da obra

Ligação dos
requisitos equipamentos
4.3 rede de alimentação
realização da obra
Recomendações No final da obra a empresa instala-
dora deverá providenciar todos os
Os serviços municipais responsá-
para a veis pela Iluminação Pública e a
concessionária deverão ser infor-
meios técnicos e humanos para a
realização da vistoria final da obra,
execução mados antes do início da obra para
o devido acompanhamento;
com a presença de um técnico dos
serviços municipais responsáveis
da obra O equipamento e a marcação da
pela iluminação pública, tendo em
conta a necessidade de efetuar os
sua localização no terreno têm ensaios, medições e verificações.
obrigatoriamente de ser validados
pelos serviços municipais responsá- No final da obra, para efeitos
veis pela iluminação pública, antes de ligação dos equipamentos à
da sua instalação; rede de alimentação e receção
das infraestruturas, deverão ser
Em caso de intervenções que impli- apresentados e entregues todos os
quem retirada de equipamento de elementos previstos no Regulamen-
iluminação pública existente, o ma- to de Infraestruturas em Espaço
terial retirado deverá ser entregue Público, nomeadamente as telas
em depósito municipal ou em outro finais e as plantas de cadastro em
local a indicar pelos serviços muni- suporte digital, utilizando para o
cipais responsáveis pela iluminação efeito a plataforma electrónica
pública; destinada ao registo e coordenação
das intervenções no espaço público
A realização de qualquer obra de - LX Subsolo -, e ainda os seguintes
construção, ampliação, remode- documentos:
lação ou reparação da rede de
iluminação pública deverá cumprir ● registo das medições de terra,
todas as disposições regulamen- autenticado pelo técnico responsá-
tares aplicáveis constantes do vel pela execução da instalação;
Regulamento de Infraestruturas em
Espaço Público. ● auto de entrega do equipamen-
to de iluminação pública;

● termo de responsabilidade pela


execução da instalação.

11
5
Sinalização
5.1 Sinais verticais
5.2 Marcas rodoviárias
5.3 Sinais luminosos
5.4 Sinalização temporária de obra
5.5 Sinalização informativa direcional
sinalização

Nos locais da via pública que pos- A sinalização informativa tem por
sam oferecer perigo para o trânsito objectivo orientar quem se desloca
ou em que este esteja sujeito a e pretende atingir um local ou des-
precauções ou restrições especiais tino, orientando a circulação para

5
e sempre que se mostre aconselhá- determinados percursos na comple-
vel ou necessário dar aos utentes xa rede de caminhos alternativos.
quaisquer indicações úteis, devem
ser utilizados os respetivos sinais Sem sinalética seria mais difícil e
de trânsito. perigoso deslocarmo-nos na cidade.
Porém, o excesso de sinais e de
A sinalização do trânsito compre- informação torna a mensagem
ende os sinais verticais, as marcas confusa e o excesso de suportes
rodoviárias, os sinais luminosos – verticais provoca o congestionamen-
Sinalização Luminosa Automática to dos passeios, com obstáculos que
de Trânsito (SLAT) –, a sinalização dificultam a circulação dos peões.
temporária, os sinais dos agentes
Sinalização reguladores do trânsito e os sinais
dos condutores.
Num cuidado desenho de rua,
deve-se:

Este Manual apresenta um conjun- ● privilegiar, sempre que possí-


to de recomendações e orienta- vel, a sinalização e a informação
ções para a sinalização do trânsito horizontais;
realizada através de sinais ver-
ticais, marcas rodoviárias, sinais ● evitar a redundância dos sinais
luminosos (SLAT), e também para a verticais com repetições inúteis;
sinalização informativa direcional.
● utilizar, sempre que possível,
A sinalização rodoviária, na qual o mesmo suporte para fixar mais
se inclui a sinalização luminosa, do que um sinal vertical, utilizar
destina-se a regular a circulação, os postes de iluminação pública
fluxos, velocidades, interdições e a ou de semáforos como suporte da
compatibilizar os vários modos de sinalização vertical, ou concentrar
transporte. diferente informação num mesmo
suporte.

Lisboa – avenida aLMiranTe reis

1
sinaLização sinalização

Os sinais de trânsito não podem ser


acompanhados de motivos deco- ● perturbar a atenção do condu-
tor, prejudicando a segurança da
rativos ou de qualquer espécie de
condução;
publicidade comercial.

Nas vias públicas, sobre os sinais ● dificultar, restringir ou compro-


meter a comodidade e segurança
de trânsito ou na sua proximidade,
da circulação de peões nos pas-
não podem ser colocados quadros,
seios.
painéis, cartazes, focos luminosos,
inscrições, outros objetos ou meios
Os sinais de trânsito são fixados
de publicidade que possam:
no Regulamento de Sinalização do
Trânsito, no qual, de harmonia com
● confundir-se com os sinais de
as convenções internacionais em
trânsito ou prejudicar a sua visibili-
vigor, se especificam as formas, as
dade ou reconhecimento;
cores, as inscrições, os símbolos e
as dimensões, bem como os respe-
● prejudicar a visibilidade nas
curvas, cruzamentos ou entronca- tivos significados e os sistemas de
mentos; colocação.

As inscrições constantes nos sinais


são escritas em português, salvo o
que resulte das convenções inter-
nacionais.

Lisboa – arroios Lisboa – baixa

2
sinalização 5.1 sinais verTiCais

A utilização de sinais verticais em aumentar até um valor máximo


meio urbano deve, sempre que pos- de 60 cm em casos particulares,
sível do ponto de vista funcional e nomeadamente:
5.1 regulamentar, constituir um recurso
complementar à interpretação ● Em espaços de circulação pedo-
Sinais verticais das regras impostas pelas marcas
rodoviárias.
nal com largura maior ou igual a 3
metros;

Neste sentido, a colocação de si- ● Em espaços de circulação pedo-


nais verticais deve sempre limitar- nal contíguos à faixa de rodagem
-se às estritas necessidades de em vias de nível 2 e nível 3;
regulação do trânsito e informação
dos condutores, devendo evitar-se ● Em espaços de circulação pedo-
quaisquer redundâncias ou excesso nal contíguos a vias BUS;
de informação.
● Em cruzamentos cuja geometria
Os sinais devem ser colocados de possa comprometer ou dificultar a
forma a garantir boas condições de circulação de veículos pesados de
legibilidade das mensagens neles transporte de pessoas ou carga.
contidas e a acautelar a normal cir-
culação e segurança dos utentes do Caso se verifique necessário que
espaço público – peões e veículos. na mesma rua os suportes tenham
de ter afastamentos distintos,
Os sinais verticais são colocados do dever-se-à aproveitar alterações
lado direito ou por cima da via, no de geometria para promover tal
sentido do trânsito a que respei- mudança, conforme indicado no
tam, e orientados pela forma mais esquema apresentado.
conveniente ao seu pronto reconhe-
cimento pelos utentes. De referir ainda que na implanta-
ção de suportes de sinais verticais
Sempre que exista mais do que em espaços de circulação pedonal
uma via de trânsito no mesmo contíguos a bolsas de estaciona-
sentido e quando as condições de mento, a faixas ou pistas cicláveis
circulação da via o justifiquem, os e a faixas de rodagem de vias de
sinais de perigo e de regulamenta- carácter local (níveis 4 e 5), po-
ção poderão ser repetidos do lado derá ser igualmente considerado
esquerdo. um afastamento de 30 cm inde-
pendentemente da utilização de
Os suportes dos sinais verticais suportes em bandeira.
deverão sempre que possível ficar
afastados 30 cm da vertical do
limite da faixa de rodagem (medi-
dos a eixo). Esta solução permite
garantir uma maior largura de pas-
seio e possibilitar o seu alinhamen-
to pelos demais elementos exis-
tentes - pilaretes, guarda-corpos,
iluminação pública, entre outros.

Para tal, considera-se que uma boa


solução passa pela utilização de
suportes em bandeira, conforme
indicado nos esquemas apresenta-
dos. Caso esta solução não possa
ser considerada, o afastamento dos
suportes dos sinais verticais poderá

3
5.1 sinais verTiCais sinalização

sinais verTiCais – iMPLanTação

4
sinalização 5.1 sinais verTiCais

CriTérios de iMPLanTação Para sinaLização


LUMinosa e verTiCaL

5
5.1 sinais verTiCais sinalização

Má PráTiCa – a eviTar
sinaL CoM CaraCTerísTiCas, diMensões e CoLoCação, inadeqUadas a siTUações de ÂMbiTo Urbano

boa PráTiCa – a adoTar boa PráTiCa – a adoTar


CoLoCação aLinhada CoM os PiLareTes UTiLização do eqUiPaMenTo de iLUMinação PúbLiCa

Em alternativa, e igualmente com restantes elementos e, se necessá- A altura dos sinais acima do solo
o objectivo de libertar espaço no rio, convenientemente protegidos, conta-se entre o bordo inferior do
passeio quando o mesmo é estreito por forma a garantir a segurança sinal e o ponto mais alto do pavi-
ou inexistente, deverá ser equacio- dos utentes. mento, devendo, salvo casos excep-
nada, caso a caso, a possibilidade cionais de absoluta impossibilidade,
e/ ou a vantagem de utilizar postes Sempre que possível deverá manter-se uma altura uniforme dos
colocados junto às fachadas dos procurar-se, dentro dos limites sinais que, em caso algum, poderá
edifícios – suporte em bandeira – estabelecidos no Regulamento de ser inferior a 2,40m.
ou a fixação do sinal diretamente à Sinalização do Trânsito, proceder à
fachada. concentração de vários sinais num Sempre que possível, deverá
único poste ou à utilização de um privilegiar-se a utilização de sinais
Quando se trate de sinais coloca- outro poste já existente – equipa- verticais com características – for-
dos sobre a via, devem os mon- mento de iluminação pública ou ma, dimensão e conteúdo – mais
tantes ou pilares ser implantados sinal luminoso – para colocação do adequadas ao meio urbano.
devidamente alinhados com os sinal ou sinais.

6
sinalização 5.1 sinais verTiCais

● Zona de prioridade ao Peão -


Caraterísticas Indicação de entrada numa zona de
coexistência (art.º 78.º-A do Código
dos sinais de Estrada - CE).
Os sinais verticais constantes nos ● Fim de zona de prioridade ao
quadros XXII a XXXVI do Regula- Peão - Indicação de que terminou
mento de Sinalização do Trânsito a zona de coexistência (art.º 78.º-A via ParTiLhada fiM de via
(RST), devem observar as dimen- do Código de Estrada - CE). ParTiLhada
sões e características definidas nos
quadros I a XVIII do referido regu- ● Zona de estacionamento inver-
lamento (Decreto Regulamentar n.º tido - Indicação de entrada numa
22-A/98, de 1 de outubro, alterado zona em que o estacionamento
pelo decreto regulamentar n.º 41- é autorizado apenas em marcha-
2002, de 20 de Agosto). -atrás.

As cores e símbolos devem igual- ● Fim de zona de estacionamen-


mente estar de acordo com o to invertido - Indicação de que
estipulado nos quadros XIX a XXI terminou a zona em que o estacio-
do Regulamento de Sinalização de namento é autorizado apenas em zona de Prioridade fiM de zona de
Trânsito (Decreto Regulamentar n.º marcha-atrás. ao Peão Prioridade ao Peão

22-A/98, de 1 de outubro, alterado


pelo decreto regulamentar n.º 41- ● Trânsito de sentido único com
2002, de 20 de Agosto) contrafluxo - Indicação de entrada
numa via em que o trânsito se faz
Atenta às indicações legais e regu- apenas num único sentido, podendo
lamentares aplicáveis à sinalização ocorrer em convivência com tráfego
vertical, mas também consciente ciclável, sendo a circulação em sen-
de algumas limitações na mesma, tido contrário autorizada apenas a
o Municipio de Lisboa com o objec- velocípedes.
tivo de melhorar a comunicação e
facilitar o entendimento aos dife- ● Painél adicional indicador de zona de zona de
rentes utentes do espaço público esTaCionaMenTo esTaCionaMenTo
aplicação (modelo n.º10a) - Quan-
inverTido inverTido
quanto à natureza e condiciona- do associado ao sinal vertical C1
mentos dos espaços onde circulam, ou C2, destina-se a informar que a
prevê a implantação da seguinte prescrição não se aplica a velocí-
sinalização, de carácter exclusiva- pedes.
mente informativo, nomeadamente:

● Via partilhada (banalizada) - In-


dicação de entrada numa via onde
a circulação de bicicletas ocorre em
convivência com o tráfego rodoviá- TrÂnsiTo de
rio, seguindo o sentido da corrente senTido úniCo
de tráfego (unidirecional). CoM ConTrafLUxo

● Fim de Via partilhada (banaliza-


da) - Indicação de fim de percurso
onde a circulação de bicicletas
ocorre em convivência com o tráfe-
go rodoviário.

TrÂnsiTo de
senTido úniCo
CoM ConTrafLUxo

7
5.1 sinais verTiCais sinalização

Todos os sinais, paneis e sinalética Os postes devem ser pintados com


devem ter inscrito na sua face pos- uma demão de subcapa e duas
terior a indicação “CML”, a identifi- Caraterísticas demãos de tinta de esmalte para
cação da série e o numero de série; dos postes acabamento, na cor RAL 6009 –
esta inscrição deverá ser realizada verde, nas Freguesias de Estrela,
com o material e pelo método mais Os postes para fixação dos sinais Misericórdia, Santa Maria Maior,
adequado de modo a que a sua verticais devem ser em tubo de Santo António e São icente, e na
leitura seja possível durante todo o ferro galvanizado de 1½”, com cor RAL 7024 – cinzento, em todas
período de garantia da sinalização pequenos espigões soldados numa as restantes Freguesias.
respectiva. das extremidades.
Uma das extremidades do poste,
Os sinais são em chapa de alumí- Os eventuais acrescentos devem que corresponderá à sua base,
nio de liga AlMg com, pelo menos, ser constituídos por um tubo de fer- devera estar munida de abas, de
2,0mm de espessura. ro galvanizado de 1½” de diâmetro forma a prevenir, uma vez insta-
e 60cm de comprimento e por um lado, a rotação do poste sobre si
Os bordos dos sinais devem estar tubo de 1” de diâmetro de 30cm de mesmo.
eficientemente protegidos através comprimento, o qual deverá estar
de moldura e aba com, pelo menos, soldado ao primeiro por forma a
1,0cm de largura. ficarem 15cm por dentro deste e
15cm por fora.
A face principal é refletora atra-
vés da aplicação integral de telas Os acrescentos em bandeira para
retrorrefletorizadas de H.I. (High poste deverão ser igualmente em
Intensity – nível 2). ferro galvanizado e possuir uma
forma e estrutura tal que permitam
A face posterior dos sinais deve ser a fixação, nas devidas condições
na cor cinzento, RAL 7047. de segurança, de um sinal (de
60cm de diâmetro) e um adicional,
devendo o tubo onde será fixada a
sinalização distar 35cm do poste
ao qual o acrescento será aplicado.

Estes acrescentos deverão permitir


a sua aplicação em combinação
para os casos em que seja neces-
sário colocar mais que um sinal em
bandeira.

Os tubos devem ser direitos, sem


emendas nem soldaduras de topo
ou orifícios, podendo estas existir
apenas junto aos espigões e nos
acrescentos.

A pintura deve ser anticorrosiva,


executada por imersão no interior e
exterior dos tubos de 1 ” e no de
reforço.

8
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

As marcas rodoviárias destinam-se lancis, fiadas de calçada, elementos


a regular a circulação e a advertir e metálicos ou de outros materiais
orientar os utentes das vias públi- fixados no pavimento.
5.2. cas, podendo ser complementadas
com outros meios de sinalização. De acordo com o Regulamento de
Marcas As marcas rodoviárias têm sem-
Sinalização do Trânsito (RST), as
marcas rodoviárias compreendem
rodoviárias pre cor branca, com as exceções
constantes do Regulamento de
marcas longitudinais, marcas trans-
versais, marcas reguladoras de
Sinalização Rodoviária e que se estacionamento e paragem, marcas
aplicam às marcas reguladoras de orientadoras de sentidos de trânsi-
estacionamento e paragem, marcas to, e marcas diversas e guias.
de segurança, algumas marcas
diversas e à sinalização temporária, Considerando o âmbito e aplicabi-
que deverão ser na cor amarela. lidade do documento, entendeu-se
que nem todas as marcas acima
As marcas rodoviárias devem ser identificadas e integradas no RST,
realizadas em materiais antiderra- deveriam figurar neste Manual, ten-
pantes, não devendo ter uma altura do-se igualmente introduzido novas
superior a 6mm em relação ao marcas de carácter informativo, a
nível do pavimento. Estas podem aplicar exclusivamente no espaço
ser materializadas por pinturas, público da Cidade de Lisboa.
PorTo – rUa d. ManUeL ii

9
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

As marcas rodoviárias longitudinais As marcas longitudinais são as


distinguem-se de acordo com os seguintes:
Marcas seguintes tipos:
longitudinais ● M1 linha contínua: signifi-
● MR - marcas reguladoras ou ca para o condutor proibição de
As marcas longitudinais são linhas prescritivas; a pisar ou transpor e, bem assim,
apostas na faixa de rodagem, o dever de transitar à sua direita,
separando sentidos ou vias de trân- ● MA - marcas de advertência ou quando aquela fizer a separação de
sito, e delimitando corredores de de aviso; sentidos de trânsito;
circulação.
● MO - marcas de orientação ou ● M2 — linha descontínua: signi-
De acordo com as orientações guiamento. fica para o condutor o dever de se
do Instituto da Mobilidade e dos manter na via de trânsito que ela
A necessidade ou a obrigação de delimita, só podendo ser pisada ou
Transportes as marcas rodoviárias
utilização de uma determinada transposta para efectuar manobras;
longitudinais servem:
marca rodoviária longitudinal deve
ser estabelecida de acordo com a ● M3 — linha mista, constituída
● para clarificar o traçado de uma
via e a largura da sua faixa de seguinte hierarquia: por uma linha contínua adjacente a
rodagem; outra descontínua: tem para o con-
● MR – utilização necessária, dutor o significado referido em M1
com exceções ao nível da rede de ou M2, consoante a linha que lhe
● para realçar as dimensões do
perfil transversal de uma via; acesso local; estiver mais próxima for contínua
ou descontínua;
● para indicar a função das dife- ● MA – utilização desejável, de-
rentes zonas da faixa de rodagem pendendo das situações; ● M4 — linha descontínua de
– vias de trânsito, zonas de esta- aviso: é constituída por traços de
cionamento, vias de aceleração e ● MO – utilização desejável mas largura normal com intervalos
não estritamente necessária. curtos, com o mesmo significado
de abrandamento, vias de viragem,
etc.; que a marca M2, e indica a aproxi-
Em determinadas situações a mação de uma linha contínua ou de
ausência de uma determinada passagem estreita;
● para acentuar descontinuidades;
marca rodoviária longitudinal pode
mostrar-se, em termos de segu- ● M5 — linhas de sentido re-
● para melhorar a identificação de
pontos de tomada de decisão; rança rodoviária, mais eficaz do versível: são linhas delimitadoras
que a sua presença, pelo que a sua de vias de trânsito com sentido
● para indicar possíveis opções; efetiva pertinência e necessidade reversível, constituídas por duas
deverá ser sempre ponderada caso linhas descontínuas adjacentes, e
● para alertar os condutores para a caso. destinam-se a delimitar, de ambos
as zonas em que podem circular, os lados, as vias de trânsito nas
em que podem parar ou estacionar, Uma linha axial, por exemplo, quais o sentido de trânsito pode ser
em que a circulação dos diferentes apesar de definir claramente o alterado através de outros meios
tipos de veículos é segregada e traçado de uma via pode ter, de sinalização;
ainda para as regras de cedência simultaneamente, o efeito secun-
de passagem e para os limites de dário de aumentar as velocidades ● M6 e M6a — linha descontínua
velocidade a respeitar; praticadas para além do desejável, de abrandamento ou de aceleração:
nomeadamente nas vias da rede de é constituída por traços largos, com
● como ajuda para determinar acesso local. o mesmo significado que a marca
a posição relativa em relação a M2, e delimita uma via de trânsito
outros utentes da via; em que se pratica uma velocidade
diferente;
● como ajuda para determinar a
posição de obstáculos na faixa de
rodagem ou fora dela.

10
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

● M7 e M7a linhas contínua


e descontínua delimitadoras de
corredores de circulação: são cons-
tituídas por linhas largas, contínuas
ou descontínuas, delimitando uma
via de trânsito e com o mesmo
significado que as marcas M1 e
M2, respectivamente; estas marcas
destinam-se a identificar aquela
via de trânsito como corredor de
circulação para veículos de trans-
porte público, devendo ser comple-
tadas pela inscrição «BUS», aposta
no início do corredor e repetida logo
após os cruzamentos ou entronca-
mentos. M1 M2 M3

Na proximidade de locais que ofe-


reçam particular perigo para a cir-
culação, designadamente lombas,
cruzamentos, entroncamentos e lo-
cais de visibilidade reduzida, podem
ser utilizadas, excepcionalmente,
duas linhas contínuas adjacentes,
que têm o mesmo significado que a
marca M1.

MarCas rodoviárias LongiTUdinais

M4 M5 M6 M6a
M1 – Linha branCa ConTínUa LbC
– eixo de faixa de rodageM L 20CM
M1 – Linha branCa ConTínUa LbC
– seParação vias de TrÂnsiTo L 12CM
M2 – Linha branCa TraCejada LbT
– seParação vias de TrÂnsiTo
M3 – Linha branCa MisTa LbM
M4 – Linha branCa TraCejada de aviso LbTa
M5 – Linha branCa dUPLa TraCejada LbTd
– senTido reversíveL
M6 – Linha branCa TraCejada
de abrandaMenTo LbTg
M6a – Linha branCa TraCejada
de aCeLeração LbTg
M7 – Linha branCa ConTínUa LbC – deLiMi-
Tadora de Corredores de CirCULação
M7a – Linha branCa TraCejada LbT – deLi-
MiTadora de Corredores de CirCULação

LargUra das MarCas LongiTUdinais

0,15M na rede viária de 1º e 2º níveL


0,10M na rede viária de 3º, 4º e 5º níveL
e arrUaMenTos LoCais M7 M7a

11
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

Marcas
transversais
As marcas rodoviárias transversais,
apostas no sentido da largura das
faixas de rodagem e que podem
ser complementadas por símbolos
ou outras inscrições, são as seguin-
tes:

● M8 e M8a — linha de paragem


e linha de paragem com símbo-
lo «STOP»: consiste numa linha
transversal contínua e indica o local
M8 M8a
de paragem obrigatória imposta
por outro meio de sinalização; esta
linha pode, em entroncamentos e
cruzamentos localizados na rede
viária de 1.º, 2.º e 3.º Níveis, ser
reforçada pela inscrição «STOP» no
pavimento quando a paragem for
imposta por sinalização vertical

Esta marca, com uma espessura de


50cm, deve localizar-se a 2,00m
da passagem de peões (medida
entre os limites laterais de ambas
as marcas, i.e., “de fora a fora”).
Esta distância pode ser superior a
2,00m, quando tal for necessário
para compatibilidade com ma-
nobras e gestão de tráfego nas
intersecções, e/ou para melhorar as
condições de visibilidade do peão. M8a M9

Associado à marca M8/M8a, deve


ser prevista sinalização horizontal
(Marca M1) que proiba a ultrapas-
sagem nas zonas de aproximação à
passadeira de peões. A sua exten-
são (>= 5,00m) deve ser ajustada
ao tipo e intensidade de tráfego
existente e compatível com o pe-
rímetro de visibilidade no passeio
(ver 1.1 Espaços de circulação
pedonal).

● M9 e M9a — linha de cedência


de passagem e linha de cedência
de passagem com símbolo triangu-
lar: consiste numa linha transversal
descontínua e indica o local da
eventual paragem para cedência
de passagem, quando a sinalização M9a M9a

12
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

vertical imponha ao condutor a paralelas ao eixo da via, alternadas


cedência de passagem; esta linha por intervalos regulares igualmen-
pode, em entroncamentos ou cru- te com 50cm, ou por duas linhas
zamentos localizados na rede viária transversais contínuas (espessura
de 1.º, 2.º e 3.º Níveis, ser reforçada de 30cm), e indica o local por onde
pela marca no pavimento do sím- os peões devem efectuar o atra-
bolo constituído por um triângulo vessamento da faixa de rodagem;
com a base paralela à mesma; deve ser usada preferencialmente
a marca M11, podendo, eventual-
● M10 e M10a — passagem para mente, ser utilizada a marca M11a
ciclistas: indica o local por onde quando a passagem esteja regula-
os ciclistas devem fazer o atra- da por sinalização luminosa.
vessamento da faixa de rodagem.
Esta marca, deve ser identificada Pretende-se que para a cidade de
através de duas linhas descontí- Lisboa a largura minima considera-
nuas, constituidas por quadrados da seja de 3.00m e não de 2.50m
ou paralelogramos (0.40m-0.60m conforme recomendação do INIR. M10

x 0.40m-0.60m) que distam entre Independentemente de a largu-


si 0.50m a 0.60m. Em atravessa- ra ‘standart’ ser de 4.00m, esta
mentos bidireccionais, deverá ser deverá ser aumentada sempre que
considerada uma largura de 2.40m, se verifique, ou se pretenda imple-
podendo em casos particulares ser mentar, um elevado fluxo pedonal
considerada uma largura inferior num determinado arruamento.
(minimo de 2.20m). Em atravessa-
mentos unidireccionais, deverá ser Tendo em vista a sua futura uni-
considerada uma largura de 1.80m, formização na Cidade de Lisboa,
podendo em casos particulares ser entende-se que independente-
considerada uma largura inferior mente da passagem pedonal ser
(minimo de 1.20m). Tendo em vista regulada por sinalização vertical
a sua uniformização para a Cida- ou luminosa, deverá ser utilizada a
de de Lisboa, entende-se que no marca rodoviária M11 dado ser a
desenho desta marca transversal, que garante melhor visibilidade e
deve ser considerada a utilização consequentemente melhor comu-
de quadrados de 0.50m x 0.50m nicação entre todos os utilizadores
com um espaçamento entre eles de do espaço público.
0.50m. M10
Quando as passagens de pe-
Quando associadas a passagens de ões atravessem faixas ou pistas
peões, deverá sempre que técnica cicláveis a pintura das linhas de
e físicamente possível ser conside- paragem, sinal de cedência de
rado um afastamento de 2.00m, passagem e barras longitudinais
podendo esse valor ser reduzido (M8, B1 e M11) deve sobrepor-se
em casos particulares (1.00m). Por à pintura dos referidos percursos.
questões de segurança e de forma Nestes casos, considera-se que a
a garantir a elevada visibilidade largura standart das marcas M8 e
destas passagens, deverão ser M11 marcas (0.50m) poderá ser
sempre pintadas na cor verde - RAL reduzida para 0.30m. No caso do
6029. Mesmo nas situações em sinal B1, pintado no pavimento, a
que a faixa ou pista ciclável não se sua dimensão poderá igualmente
encontre pintada ao longo do seu ser inferior (1.00m x 1.80m).
percurso, nos cruzamentos e en-
troncamentos deverá sempre sê-lo. Caso a passagem para peões es-
teja sobrelevada, a sua geometria
● M11 e M11a — passagem para deve respeitar os critérios determi-
peões: é constituída por barras nados no ponto 1.1 - Espaços de
longitudinais com largura de 50cm, Circulação Pedonal, e as rampas M10a

13
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

M11 M11

M11 M11

laterais das lombas devem ser


sinalizadas com marcas transver-
sais idênticas, constituídas cada
uma delas por duas ou três filas
de quadrados de 0,50m de lado,
alternando a cor branca com a do
pavimento, de forma a produzir um
efeito de xadrez.

As passadeiras de peões devem


sempre atravessar a faixa ou a pis-
ta ciclável, devendo a pintura das
barras longitudinais e das linhas de
paragem – marcas M8, M8a e M11
– sobrepor-se à pintura da faixa ou
da pista ciclável.
M11a

14
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

● M14b – paragem e estaciona- ● M14h – linha contínua de cor


Marcas mento para cargas e descargas:
linha contínua de cor amarela,
azul, em forma de guia, com a
inscrição do respectivo símbolo a
reguladoras de em formato de guia, com «cargas cor branca: significa a permissão de
estacionamento e descargas a azul; significa a estacionar na área por ela abrangi-
proibição de paragem e estaciona- da, para motociclos e ciclomotores;
e paragem mento em toda a extensão dessa
linha, excepto para efectuar cargas ● M14i – linha contínua de cor
Para regular o estacionamento e a azul, em forma de guia, com a
e descargas.
paragem devem ser utilizadas as inscrição do respectivo símbolo a
seguintes marcas rodoviárias, de
● M14c – paragem e estaciona- cor branca: significa a permissão de
cor amarela: mento para tomada e largada de estacionar na área por ela abrangi-
passageiros: área constituída e da, para motociclos e ciclomotores
● M12 – linha contínua, de cor delimitada por linhas contínuas de eléctricos em carga;
amarela, na faixa de rodagem:
cor amarela e uma linha contínua
indica que é proibido parar ou es-
de cor amarela, em forma de guia, ● M14j – linha contínua de cor
tacionar em toda a extensão dessa azul, em forma de guia, com a
com a inscrição «tomada e largada
linha; inscrição do respectivo símbolo a
de passageiros a azul; significa a
proibição de paragem e estaciona- cor branca: significa a permissão de
● M12a – linha contínua, de cor estacionar na área por ela abrangi-
amarela, sobre o bordo do passeio: mento na área demarcada, excepto
para efectuar tomada e largada de da, para velocípedes;
indica que é proibido parar ou es-
tacionar em toda a extensão dessa passageiros;
● M14l – linha contínua de cor
linha; azul, em forma de guia, com a ins-
● M14d – linha contínua de cor
azul, em forma de guia: significa a crição do respectivo símbolo a cor
● M13 – linha descontínua, de branca: significa a permissão de es-
cor amarela, na faixa de rodagem: permissão de estacionar na área
por ela abrangida. tacionar na área por ela abrangida,
indica que é proibido estacionar em
para veículos ligeiros de transporte
toda a extensão dessa linha;
● M14e – linha contínua de cor público de passageiros;
azul, em forma de guia, com a
● M13a – linha descontínua, de
inscrição do respectivo símbolo a ● M14m – linha contínua de cor
cor amarela, sobre o bordo do
cor branca: significa a permissão de azul, em forma de guia, com a
passeio: indica que é proibido es-
estacionar na área por ela abrangi- inscrição do respectivo símbolo a
tacionar em toda a extensão dessa
da, mediante o pagamento de uma cor branca: significa a permissão de
linha;
taxa; estacionar na área por ela abran-
gida, para veículos portadores de
● M14 – linha em ziguezague, de
cor amarela: significa a proibição ● M14f – linha contínua de cor dístico de deficiente;
de estacionar do lado da faixa de azul, em forma de guia, com a ins-
crição do respectivo símbolo a cor ● M14n – linha contínua de cor
rodagem em que se situa esta linha
branca: significa a permissão de es- azul, em forma de guia, com a
e em toda a extensão da mesma;
tacionar na área por ela abrangida, inscrição do respectivo símbolo a
por residentes com dístico válido da cor branca: significa a permissão de
● M14a – paragem e estaciona-
mento para cargas e descargas: respectiva zona. estacionar na área por ela abrangi-
área constituída e delimitada por da, para veículos afectos ao serviço
linhas contínuas de cor amarela; ● M14g – linha contínua de cor de determinadas entidades;
significa a proibição de paragem e azul, em forma de guia, com a
estacionamento na área demarca- inscrição do respectivo símbolo a
da, excepto para efectuar cargas e cor branca: significa a permissão de
descargas; estacionar na área por ela abran-
gida, para automóveis eléctricos
ligeiros e mistos em carga;

15
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

MarCas regULadoras de esTaCionaMenTo


e ParageM

M12 – Linha aMareLa ConTínUa jUnTo ao


LiMiTe da faixa de rodageM
M12a – Linha aMareLa ConTínUa sobre
bordo do Passeio
M13 – Linha aMareLa TraCejada jUnTo ao
LiMiTe da faixa de rodageM
M13a – Linha aMareLa TraCejada sobre
bordo do Passeio
M14 – Linha eM zigUezagUe
M14a – ParageM e esTaCionaMenTo Para
Cargas e desCargas
M14b – ParageM e esTaCionaMenTo Para
Cargas e desCargas
M14C – ParageM e esTaCionaMenTo Para
ToMada e Largada de Passageiros
M14d – esTaCionaMenTo aUTorizado
M14e – esTaCionaMenTo aUTorizado
M12 M12a M13 M13a
MedianTe PagaMenTo
M14f – esTaCionaMenTo aUTorizado
a residenTes
M14g – esTaCionaMenTo aUTorizado
a aUToMóveis eLéTriCos, Ligeiros e MisTos,
eM Carga
M14h – esTaCionaMenTo aUTorizado Para
MoToCiCLos e CiCLoMoTores
M14i – esTaCionaMenTo aUTorizado Para
MoToCiCLos e CiCLoMoTores eLéTriCos
eM Carga
M14j – esTaCionaMenTo aUTorizado Para
veLoCíPedes
M14L – esTaCionaMenTo aUTorizado Para
veíCULos Ligeiros de TransPorTe PúbLiCo
de Passageiros
M14M – esTaCionaMenTo aUTorizado
Para veíCULos PorTadores de dísTiCo
de defiCienTe
M14n – esTaCionaMenTo aUTorizado
Para veíCULos afeCTos ao serviço de
deTerMinada s enTidade s

M14 M14a M14b M14C


LargUra das MarCas

0,15M na rede viária de 1º e 2º níveL


0,10M na rede viária de 3º, 4º e 5º níveL e
arrUaMenTos LoCais

M14d M14e M14f M14g

16
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

A proibição imposta pelas marcas


M12, M12a, M13, M13a, M14,
M14a,M14b e M14c pode também
limitar-se no tempo, a determinada
espécie ou categoria de veículos, de
acordo com as indicações cons-
tantes, inscritas a cor azul sobre a
linha contínua ou em sinalização
vertical.

A permissão ordenada pelas mar-


cas rodoviárias M14d a M14n pode
também limitar-se no tempo, a de-
terminada espécie ou categoria de
veículos, de acordo com as indica-
ções constantes, a cor branca sobre
M14h M14i M14j a linha contínua ou em sinalização
vertical.

A introdução destas novas marcas


reguladoras contríbui para uma
melhor percepção dos espaços
reservados para estacionamento
e paragem bem como para uma
redução da continuada proliferação
de sinalização vertical na Cidade de
Lisboa.

Para delimitar os lugares destina-


dos ao estacionamento de veículos
podem ser utilizadas linhas contí-
nuas ou descontínuas de cor bran-
ca, paralelas, perpendiculares ou
oblíquas ao eixo da via e definindo
espaços com forma de rectângulo
ou de paralelogramo [1.4. Espaços
M14L M14L M14M
de estacionamento].

Em arruamentos cujo pavimen-


to seja em calçadas, lajeados ou
blocos em pedra, recomenda-se a
utilização de placas de betão de
1.20m x 1.20m x 0.1m para pintura
dos pictogramas alusivos a cada
uma das marcas acima identifica-
das.

M14n M14n M14n

17
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

● Setas de desvio — M16, M16a


Marcas e M16b: são de orientação oblíqua
ao eixo da via e repetidas, indican-
orientadoras do a conveniência de passar para a
de sentidos de via de trânsito que elas apontam,
ou mesmo a obrigatoriedade de o
tr nsito fazer em consequência de outra
sinalização. A marca M16b deve
As marcas rodoviárias orientado-
ser utilizada conjuntamente com a
ras de sentidos de trânsito são as
marca M4.
seguintes: M15 M15a

As setas de desvio são colocadas


● Setas de selecção — M15,
M15a, M15b, M15c e M15d: em grupos de 3 setas, sendo que
utilizam-se para orientar os senti- o afastamento entre elas varia
dos de trânsito na proximidade de consoante o comprimento da linha
cruzamentos ou entroncamentos de aviso (marca M4)
e significam, quando apostas em Estas setas devem ser localizadas
vias de trânsito delimitadas por ao eixo da via a eliminar de modo
linhas contínuas, obrigatoriedade a garantir que o afastamento das
de seguir no sentido ou num dos setas às linhas delimitadoras seja
sentidos por elas apontados; estas idêntico. A colocação da primeira
setas podem ser antecedidas de seta deve ser feita imediatamen-
outras com igual configuração e te antes do ponto onde se inicia
com função de pré-aviso, as quais o bisel de eliminação da via de M15b M15C

podem conter a indicação de via trânsito.


sem saída;
Em vias de sentido único podem
ser utilizadas setas de configuração
Estas setas de selecção devem ser
igual às de seleção, com a fina-
localizadas ao centro das vias de
lidade de confirmar o sentido de
trânsito, devendo considerar-se a
circulação.
utilização de grupos de 3 setas,
com um espaçamento de 14m
entre elas, sendo a primeira seta
posicionada entre 5m e 10m da
linha de paragem ou de cedência
de passagem. Esta primeira seta de
selecção deve ficar afastada pelo M15d M16
menos 2m da inscrição “STOP” ou
do símbolo triangular (sinal B1).

Comprimento da número de traços de 5,0 m entre setas tipo 2


linhas de aviso
L m entre a 1.ª e a 2.ª entre a 2.ª e a 3.ª depois da 3.ª

84 3 5 0

126 5 7 2

168 7 9 4
M16a M16b
210 9 11 6

252 11 13 8
MarCas orienTadoras – seTas ModeLo Para
esPaçaMenTo das seTas de desvio PinTUra no PaviMenTo

18
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

ção automática autorize a avançar,


se for previsível que a intensidade
Marcas diversas do trânsito obrigue à imobilização
e guias do veículo dentro daquela área;

Para fornecer determinadas indica- ● M19 — guias: utilizam-se para


ções específicas podem ser utiliza- delimitar mais visivelmente a faixa
das as marcas seguintes: de rodagem, podendo ser utilizadas
junto dos bordos da mesma, e são
● M17 e M17a raias oblíquas constituídas por linhas que não são
delimitadas por uma linha contínua: consideradas marcas longitudinais;
significam proibição de entrar na
área por elas abrangida. ● M20 — bandas cromáticas:
alertam para a necessidade de
Com respeito à marca M17a, as so- praticar velocidades mais reduzidas
luções apresentadas são ajustadas em determinados locais, consis-
ao sentido de circulação. tindo numa sequência de pares de
linhas transversais contínuas com
No entanto, introduz-se uma espaçamentos degressivos.
variante a estas marcas, em que o
interior é pintado de forma integral
na cor bege - RAL 9001, sendo
proposta a sua utilização em todas
as vias urbanas excepto as de nível
1. Entende-se que esta variante
se apresenta como a opção mais
adequada a implementar pois para M17 M17a
além de garantir boa visibilidade e
comunicar adequadamente a sua
função, contribui para a criação de
uma imagem mais urbana e menos
rodoviária do espaço público da
Cidade de Lisboa.

O dimensionamento ilustrado nos


esquemas foi ajustado para uma
velocidade de circulação menor ou
igual a 50km/h.

As raias oblíquas podem ser deli-


mitadas por uma linha descontínua:
nesse caso significam proibição de
estacionar e de entrar na área por
elas abrangida, a não ser para a re-
alização de manobras que manifes-
tamente não apresentem perigo; MarCas diversas e gUias

● M17b cruzamento ou entron- M17 – raias obLíqUas deLiMiTadas Por


camento facilmente congestioná- Linhas ConTínUas 2 senTidos de TrÂnsiTo
vel: área constituída e delimitada M17 – raias obLíqUas deLiMiTadas Por
Linhas ConTínUas – varianTe 2 senTidos de
por linhas contínuas de cor amare- TrÂnsiTo
la, definindo a intersecção das vias M17a – raias obLíqUas deLiMiTadas Por
nos cruzamentos e entroncamen- Linhas ConTínUas 1 senTido de TrÂnsiTo
tos: significa proibição de entrar M17b – CrUzaMenTo oU enTronCaMenTo
faCiLMenTe CongesTionáveL
na área demarcada, mesmo que o M19 – gUias
direito de prioridade ou a sinaliza- M20 – bandas CroMáTiCas M17a M17 varianTe

19
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

M17b M17b

M19 M20 M20

20
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

Atentas às indicações e limitações da proibição de circular a velocidade


legais e regulamentares aplicáveis, superior à indicada no sinal;
podem utilizar-se inscrições no pa-
vimento para transmitir aos utentes ● Sinalização de via banalizada
indicações e informações úteis; os (30+bici) - percurso partilhado entre
caracteres e símbolos utilizados tráfego rodoviário e ciclável com
nestas inscrições devem ser alonga- proibição de exceder a velocidade
dos, por forma a serem facilmente máxima de 30 m/h;
legíveis pelos condutores a que se A2A A14
destinam, como por exemplo: ● Sinalização de via banalizada
(BUS+bici) - percurso partilhado entre
● Marca Rodoviária alusiva a sinal transporte público e tráfego ciclável;
A2a - lomba: indicação de um troço
de via ou ponte com deformação ● Sinalização de faixa ciclável -
convexa no pavimento; com e sem estacionamento contíguo;

● Marca Rodoviária alusiva a sinal ● Sinalização de pista ciclável -


A14 - crianças: indicação de um lugar com pintura integral ou parcial;
frequentado por crianças, como esco-
la, parque de jogos ou outro similar; ● Sinalização de zona avançada
A16A A16B
para bicicletas (ZAB);
● Marca Rodoviária alusiva a
sinal A16a - passagem de peões: ● Sinalização de zona de viragem
indicação da aproximação de uma para bicicletas (ZVB);
passagem de peões;
● Sinalização de circuito de
● Marca Rodoviária alusiva a sinal emergência de acesso a veículos de
A16b - travessia de peões: indicação combate a incêndios - inclui sinaléti-
de que podem ser encontrados peões ca referente ao nível do veículo que
a atravessar a faixa de rodagem; pode circular na via.

● Marca Rodoviária alusiva a sinal Nível 3 – veículo escada (VE) - A17 A29
A17 - saída de ciclistas: indicação da c 9.75m x l 2.50m x a 3.85m;
proximidade de um local frequen-
temente utilizado por ciclistas que Nível 2 – veículo urbano de
pretendem entrar na via pública ou combate a incêndios (VUCI) –
atravessá-la; c 6.90m x l 2.43m x a 3.30m;

● Marca Rodoviária alusiva a sinal Nível 1 – Veículo ligeiro de


A29 - outros perigos: indicação de combate a incêndios (VLCI)–
um perigo diferente de qualquer dos c 6.20m x l 2.00m x a 1.85m;
indicados nos sinais anteriores;
Em arruamentos cujo pavimento seja
● Marca Rodoviária alusiva a sinal em calçadas, lajeados ou blocos em
B1 - cedência de passagem: indica- pedra, recomenda-se a utilização de
ção de que o condutor deve ceder placas de betão de 1.50m x 1.20m x B1 B1
passagem a todos os veículos que 0.1m para pintura dos pictogramas
transitem na via de que se aproxima; referentes à sinalização de circuito
de emergência de acesso a veículos
● Marca Rodoviária alusiva a sinal de combate a incêndios. Relativa-
C13 - proibição de exceder a veloci- mente aos percursos cicláveis, em
dade máxima de 20 m/h: indicação casos muito particulares, poder-se-
da proibição de circular a velocidade
-á recorrer à aplicação de discos de
superior à indicada no sinal;
pavimento, em chapa inox ou em be-
tão, para identificação de percursos
● Marca Rodoviária alusiva a sinal
utilizados por velocípedes (ver ponto
C13 - proibição de exceder a veloci-
dade máxima de 30 m/h: indicação 1.2 - espaços circulação ciclável). C13 C13

21
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

faixa CoM LiMiTe de veLoCidade de 30kM/h e veLoCíPedes

faixa bUs e veLoCíPedes

faixa CiCLáveL UnidireCCionaL C/ esTaCionaMenTo

faixa CiCLáveL UnidireCCionaL s/ esTaCionaMenTo

PisTa CiCLáveL UnidireCCionaL PinTUra inTegraL

PisTa CiCLáveL UnidireCCionaL PinTUra ParCiaL

22
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

CirCUiTo de eMerg nCia de aCesso a veíCULos de CoMbaTe a inC ndios

CirCUiTo de eMerg nCia de aCesso a veíCULos de CoMbaTe a inC ndios,


assoCiada a MarCa rodoviária M12 PiCTograMa veíCULo rsb

sUéCia – esToCoLMo aLeManha – MUniqUe esPanha – seviLha

hoLanda – aMsTerdão sUéCia – esToCoLMo sUéCia – MaLMo

23
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

PLaCa de beTão PLaCa de beTão


PLaCa de beTão CoM PiCTograMa de CoM PiCTograMa de PLaCa de beTão PLaCa de beTão
PLaCa de beTão CoM PiCTograMa MoToCiCLos eLéC- veíCULos eLéCTri- CoM PiCTograMa CoM PiCTograMa de
CoM PiCTograMa de de MoToCiCLos. a TriCos eM Carga. Cos eM Carga. a de Praça de Táxis. MobiLidade redU-
biCiCLeTa. a aPLiCar aPLiCar eM esTa- a aPLiCar eM esTa- aPLiCar eM esTa- a aPLiCar eM esTa- zida. a aPLiCar eM
eM esTaCionaMen- CionaMenTos CoM CionaMenTos CoM CionaMenTos CoM CionaMenTos CoM esTaCionaMenTos
Tos CoM PaviMenTo PaviMenTo eM CUbo PaviMenTo eM CUbo PaviMenTo eM CUbo PaviMenTo eM CUbo CoM PaviMenTo eM
eM CUbo 600 x 600 1200 x 1200 x 80 1200 x 1200 x 80 1200 x 1200 x 80 1200 x 1200 x 80 CUbo 1200 x 1200
x 60 MM raL 9016. MM raL 9016. MM raL 9016. MM raL 9016. MM raL 9016. x 80 MM raL 9016.

PLaCa de beTão
PLaCa de beTão CoM PiCTograMa de PLaCa de beTão PLaCa de beTão PLaCa de beTão
CoM PiCTograMa de esTaCionaMenTo CoM PiCTograMa de CoM PiCTograMa de CoM PiCTograMa de
esTaCionaMenTo Para residenTes. veíCULo rsb níveL veíCULo rsb níveL veíCULo rsb níveL
Pago. a aPLiCar eM a aPLiCar eM esTa- 1 . a aPLiCar eM 2 . a aPLiCar eM 3 . a aPLiCar eM
esTaCionaMenTos CionaMenTos CoM esTaCionaMenTos esTaCionaMenTos esTaCionaMenTos
CoM PaviMenTo eM PaviMenTo eM CUbo CoM PaviMenTo eM CoM PaviMenTo eM CoM PaviMenTo eM
CUbo 1200 x 1200 1200 x 1200 x 80 CUbo 1200 x 1200 CUbo 1200 x 1200 CUbo 1200 x 1200
x 80 MM raL 9016. MM raL 9016. x 80 MM raL 9016. x 80 MM raL 9016. x 80 MM raL 9016.

disCos eM Pedra oU Pré MoLdado de beTão- disCos eM Pedra oU Pré MoLdado de beTão-
disCos eM ChaPa inox CoM PiCTograMa CoM PiCTograMa de biCiCLeTa. a aPLiCar eM CoM PiCTograMa de biCiCLeTa. a aPLiCar eM
de biCiCLeTa. a aPLiCar eM PaviMenTos eM PaviMenTos eM CUbo Ø 400 x 80 MM esP. . PaviMenTos eM CUbo Ø 400 x 400 x 80 MM
CaLçada Ø 200 MM . Cor naTUraL Cor naTUraL esP. . Cor naTUraL

24
sinalização 5.2. MarCas rodoviárias

Lisboa – bairro do arCo do Cego


PiCTograMa veíCULo rsb.

Lisboa – bairro do arCo do Cego


CirCUiTo de eMerg nCia de aCesso a veíCULos de CoMbaTe a inC ndios, assoCiada a MarCa rodoviária M12

25
5.2. MarCas rodoviárias sinalização

● termoplástico, aplicado por ● apresentar, depois de aplicado,


Caraterísticas extrusão em passagens para peões,
barras de STOP, símbolos, inscri-
contornos nítidos e regulares;

dos materiais ções, lugares de estacionamento, ● secagem quase instantânea, de


raias, bandas cromáticas/ ópticas, modo a não interromper o tráfego
Para realização das marcas rodovi- setas de selecção, ello boxes, aquando da sua aplicação;
árias na cor branca podem ser uti- linhas em ziguezague (marcações
lizados cubos em pedra de vidraço, M14), marcações de traços contí- ● espessura de aplicação do
na dimensão 10cm x 10cm x 10cm, nuos e descontínuos junto ao lancil termoplástico de 3,0mm, com a
ou podem ser utilizadas pinturas. e faixas e pistas cicláveis (pintura excepção das bandas cromáticas/
integral ou parcial). ópticas que deverão ter uma espes-
Para realização da marca M11 – sura de 6,0mm;
passagem para peões, constituída O spray plástico e o termoplástico
por barras longitudinais paralelas a aplicar devem possuir as seguin- ● espessura de aplicação do spray
ao eixo da via, alternadas por tes características: plástico de 1,5mm;
intervalos regulares – devem, pre-
ferencialmente, ser utilizados cubos ● ser de cor nitidamente definida; ● incorporação de microsferas de
em pedra de vidraço bujardado, na vidro, devidamente calibradas e
dimensão 10cm x 10cm x 10cm, ● ter boa e contínua aderência, seleccionadas;
alternados com cubos em pedra qualquer que seja a natureza e
de granito, também na dimensão estado da superfície onde vai ser ● o termoplástico deverá apresen-
10cm x 10cm x 10cm. aplicado; tar boas características de visibili-
dade diurna e nocturna, com coe-
No caso da utilização de pinturas, o ● modificar o menos possível ficiente de luminância retroflectida
material e método de aplicação da as características superficiais do de classe elevada entre 159MCD e
sinalização horizontal estão esta- pavimento; 300MCD;
belecidos de acordo com a nature-
za do trabalho a realizar: ● possuir elasticidade que permita ● o termoplástico deverá apresen-
suportar a dilatação térmica e a so- tar uma boa resistência ao desliza-
● spray plástico, aplicado por as- licitação tangencial de tráfego sem mento, com uma classe de STR que
persão a quente, em eixos de divi- fissuração; esteja, pelo menos, compreendida
são das filas de trânsito, restantes entre STR 55 e STR 65.
marcações longitudinais, símbolos ● não estar sujeito a envelheci-
e inscrições no pavimento; mento rápido – manter inalteráveis
as características ópticas e mecâni-
cas durante o tempo de vida útil;

Passadeira [MarCa M11] – CUbos eM Pedra Passadeira [MarCa M11] – PinTUra

26
sinalização 5.3. sinais LUMinosos

Os Sistemas Luminosos Automá- quada em algumas situações mas


ticos de Trânsito (SLAT) corres- sempre uma opção que deverá ser
pondem a um tipo específico de devidamente ponderada.
5.3. sinalização vertical que se integra
num sistema de controle integrado O recurso a semáforos implica um
Sinais de tráfego – no caso da cidade de
Lisboa é, desde 1985, o GERTRUDE
importante investimento público na
instalação, manutenção e gestão
luminosos (Gestion Electronique de Régulation
du Trafic Routier Urbain Défiant les
da respetiva infraestrutura. En-
quanto opção que é, esse investi-
Embouteillages). mento só se justifica se contribuir,
de facto, para a prossecução do
Este sistema de controle automati- interesse público. Para compreen-
zado de tráfego integra essencial- der corretamente esse interesse
mente, ao nível do espaço público, público, importa considerar três
dois tipos de dispositivos: objetivos fundamentais a que um
sistema de semáforos deve respon-
● semáforos, os quais corres- der e com base nos quais se deve
pondem à sinalização vertical do avaliar o investimento público.
trânsito;
segUrança
● órgãos complementares, neces- O investimento público em semáfo-
sários ao seu funcionamento, os ros é justificado pelo seu potencial
quais incluem as redes e as caixas de benefício ao nível da seguran-
de acesso, assim como outros ça. Os semáforos podem ajudar a
dispositivos de monitorização do prevenir atropelamentos e colisões
tráfego. entre veículos. Podem também
apoiar o controlo de velocidade, o
A principal função de um semáfo- que, tendo em vista o cumprimento
ro é gerir os conflitos de tráfego, dos limites estabelecidos para cada
nomeadamente os conflitos entre via, é, comprovadamente, uma
peões e veículos e entre veículos e forma de reduzir a sinistralidade
veículos. Existe mais de uma forma rodoviária, nomeadamente o núme-
de gerir estes conflitos, a sema- ro de atropelamentos e respetiva
forização é uma dessas formas gravidade.
mas não é a única. Nessa medida,
é uma opção: talvez a mais ade-

Lisboa – avenida da Liberdade

Lisboa – Cidade UniversiTária

27
5.3. sinais LUMinosos sinalização

efiCi nCia vulneráveis. ção pedonal contíguos a bolsas de


Pela sua automatização e, nas estacionamento, a faixas ou pistas
últimas décadas, pela sua ligação No caso específico da semafo- cicláveis e a faixas de rodagem de
em rede os semáforos permitem rização, a sua implantação e a vias de carácter local (níveis 3, 4
hoje gerir com maior eficiência a escolha dos modelos de semáforo e 5). Esta solução permite garantir
rede viária. Essa eficiência pode a adoptar – simples ou com braço uma maior largura de passeio e
comportar uma dupla vantagem, – deverá sempre atender à salva- possibilitar o seu alinhamento pelos
ao reduzir o consumo – de tempo guarda da sua boa visibilidade, pelo demais elementos existentes - pi-
despendido, de tempo de resposta que não são admitidos quaisquer laretes, guarda-corpos, iluminação
e de recursos humanos – e permitir obstáculos visuais entre aquele e o pública, entre outros.
assim uma maior rentabilização da condutor do veículo, numa distância
rede viária. de 28,00m. Quando necessário instalar sina-
lização luminosa num separador
eqUidade Deverá igualmente ser salvaguar- central não integrado num percurso
Usados como forma de gerir o con- dado que a implantação dos postes de atravessamento (situações de
flito entre os diferentes utilizadores do sistema de semaforização não viragem à esquerda), a largura
da via, os semáforos justificam-se interfiram com a normal circulação recomendada para o referido se-
na medida em que contribuem para e segurança dos utentes do espaço parador é de 1.20m, sendo admis-
a equidade no usufruto da rede público – peões e veículos. sível, em casos particulares, uma
viária e para o reconhecimento e largura maior ou igual a 60 cm e
salvaguarda dos direitos de cada Para tal, e à semelhança do que uma altura de lancil igual a 12cm /
um – peões e condutores. É impor- acontece com os suportes dos 15 cm. Quando o separador central
tante assegurar um equilíbrio entre sinais verticais, a sinalização lumi- estiver integrado num percurso de
as necessidades dos diferentes uti- nosa deverá sempre que possível atravessamento a sua largura deve
lizadores mas, para haver equida- ficar afastada 30 cm da vertical do respeitar as recomendações apre-
de, esse equilíbrio tem de atender limite da faixa de rodagem (medi- sentadas no ponto 1.1 - Espaços de
às diferentes características desses dos a eixo), em particular quando Circulação Pedonal.
utilizadores e proteger os mais implantada em espaços de circula-

boa PráTiCa – a adoTar boa PráTiCa – a adoTar

28
sinalização 5.3. sinais LUMinosos

sinaLização LUMinosa aUToMáTiCa de TrÂnsiTo – iMPLanTação

29
5.3. sinais LUMinosos sinalização

sinaLização LUMinosa aUToMáTiCa de TrÂnsiTo – iMPLanTação

30
sinalização 5.3. sinais LUMinosos

aLeManha – MUniqUe

hoLanda – aMsTerdão

sinaLização LUMinosa aUToMáTiCa de TrÂnsiTo – iMPLanTação aLeManha – berLiM

31
5.3. sinais LUMinosos sinalização

Nos restantes casos, nomeadamente: toda a largura da via ou até ao se-


Passadeiras de pe es parador central, quando ele exista;
● Em espaços de circulação pedo-
nal com largura maior ou igual a 3 As passadeiras de peões reguladas ● os semáforos que sinalizam a
metros; por semáforo devem proporcionar a travessia de peões instalados em
todos os peões condições adequadas vias com grande volume de tráfe-
● Em espaços de circulação pedo- para um atravessamento seguro go de veículos ou intensidade de
nal contíguos à faixa de rodagem nos momentos definidos para esse uso por pessoas com deficiência
em vias de nível 2 e nas vias de efeito. Essa função é prejudicada visual devem ser equipados com
nível 3 em que a largura do útil quando o sinal não é percetível para mecanismos complementares que
do passeio seja maior ou igual a os peões com deficiência visual – que emitam um sinal sonoro quando o
1.50m; precisam de indicação complemen- sinal estiver verde para os peões.
tar – ou quando o tempo de verde é
● Em espaços de circulação pedo- insuficiente – para a velocidade que
nal contíguos a vias BUS; o peão médio consegue praticar. Circulação ciclável

● Em cruzamentos cuja geometria Caso as passadeiras de peões Poderá existir sinalização luminosa
possa comprometer ou dificultar a estejam dotadas de dispositivos específica para ciclistas em parti-
circulação de veículos pesados de semafóricos de controlo da circula- cular nos cruzamentos com pistas
transporte de pessoas ou carga. ção, devem satisfazer as seguintes cicláveis.
condições:
O afastamento das colunas da Em algumas situações, a sinali-
sinalização luminosa deverá ser de ● nos semáforos que sinalizam a zação luminosa específica para
60 cm medidos da vertical do limite travessia de peões de acionamento ciclistas poderá ter funcionamentos
da faixa de rodagem ao eixo da manual, o dispositivo de aciona- e/ ou temporizações distintos da
referida coluna. mento deve estar localizado a uma sinalização luminosa para o tráfego
altura do piso compreendida entre automóvel – por exemplo: abertura
Caso se verifique necessário que na 0,80m e 1,20m; mais cedo, à semelhança do que
mesma rua as colunas de SLAT e sucede com alguns semáforos BUS,
os suportes de sinalização vertical ● o sinal verde de travessia de intermitência em semáforos apenas
tenham de ter afastamentos dis- peões deve estar aberto o tempo com travessia de peões, intermitên-
tintos, dever-se-à aproveitar altera- suficiente para permitir a travessia, cia nas viragens à direita.
ções de geometria para promover a uma velocidade de 0,8m/s, de
tal mudança, conforme indicado no
esquema apresentado no ponto 5.1.

As caixas devem ser agrupadas


com outros armários técnicos, se
existentes, e implantadas embu-
tidas nas fachadas ou muros. Se
tal não for possível, deverão ficar
adossadas à fachada dos edifícios
que se localizem na proximidade,
mesmo que tal implique um maior san LUis obisPo – CaLifornia Madison – WisConsin
custo de instalação. Em alternativa,
poderão ser implantadas segundo o
alinhamento dos demais elementos
existentes no espaço público.

Os postes e as caixas do sistema


de sinalização devem ser pinta-
dos na cor RAL 6009 – verde, nas
Freguesias de Estrela, Misericórdia,
Santa Maria Maior, Santo António
e São icente, e na cor RAL 7024
– cinzento, em todas as restantes
neW ork CiT – neW ork PorTLand – oregon
Freguesias.

32
sinalização 5.4. sinaLização TeMPorária de obra

A realização de obras nas vias Pode ser efectuada com recurso a


públicas e a sua utilização para a sinais verticais e luminosos, bem
realização de atividades de caráter como a marcas rodoviárias e a
5.4. desportivo, festivo ou outras que
possam afetar o trânsito normal ou
dispositivos complementares.

Sinalização colocar restrições ao trânsito dos


peões nos passeios, só é permi-
Os sinais e marcas utilizados em si-
nalização temporária têm o mesmo
temporária tida desde que autorizada pelas
entidades competentes e com a
significado e valor que os sinais e
marcas correspondentes em sinali-
zação permanente, ainda que apre-
de obra correspondente aplicação local de
sinalização temporária e identifica- sentem cor ou dimensões diferentes.
ção de eventuais obstáculos.

Nesse troço de via pública passam domínio de aplicação


a vigorar as regras especiais de
circulação impostas por sinalização As obras e obstáculos ocasionais
temporária, compreendidas entre na via pública devem ser conve-
o primeiro sinal da sinalização de nientemente sinalizados, tendo
aproximação e o último sinal da em vista prevenir os utentes das
sinalização final. condições especiais de circulação
impostas na zona regulada pela
A suspensão ou condicionamento sinalização temporária.
do trânsito só podem ser ordena-
dos por motivos de segurança, de A sinalização temporária deve ser
emergência grave ou de obras ou retirada imediatamente após a
com o fim de prover à conservação conclusão da obra ou a remoção
dos pavimentos, instalações e obras do obstáculo ocasional, restituindo-
de arte e podem respeitar apenas a -se a via às normais condições de
parte da via ou a veículos de certa circulação.
espécie, peso ou dimensões. Podem,
ainda, ser ordenados sempre que
exista motivo justificado e desde dispositivos complementares
que fiquem devidamente assegu-
radas as comunicações entre os A sinalização temporária pode
diversos locais servidos pela via. ser completada com raquetas de
sinalização, baias direcionais, baia
A suspensão e o condicionamento de posição, baliza de alinhamento,
são sempre divulgados através da balizas de posição, cones, pórticos
afixação de painéis de informação que indiquem a altura livre limita-
que explicitem de forma adequada da, conjuntos de lanternas sequen-
as alternativas à circulação pedonal ciais, perfil móvel de plástico ou de
e rodoviária. betão, robot, atrelado de baliza-
mento e seta luminosa.

Princípios gerais
Circulação de pe es
A sinalização temporária destina-se
a prevenir os utentes da existência Sempre que exista um obstáculo
de obras ou obstáculos ocasionais ocasional ou uma zona de obras
na via pública e a transmitir as que pela sua natureza possa con-
obrigações, restrições ou proibições dicionar o trânsito de peões deve
especiais que temporariamente existir e ser devidamente sinaliza-
lhes são impostas. Esta sinalização da, através do sinal D7b, uma pista
não pode constituir, ela própria, um obrigatória para peões, cuja largura
obstáculo à circulação, nomeada- mínima deve corresponder a 0,65m
mente pedonal, na via pública. para cada 30 peões por minuto.

33
5.5. sinaLização inforMaTiva direCionaL sinalização

A sinalização informativa direcional No caso das rotundas e de outras


destina-se a ser assimilada pelos situações pontuais sem indicação
utentes das rodovias e nunca deve de destinos sobre o itinerário, têm
5.5. ser vista de modo isolado mas sim
de maneira integrada e coerente,
critério de colocação idêntico aos
das setas de direcção.
Sinalização em grupos de várias setas informa-
tivas e painéis distribuídos por cada Devem ser adotadas e cumpridas
informativa zona. regras para seleção da informação
que passam pelo estabelecimen-
São consideradas ilegais todas as to de uma hierarquia, segundo o
direcional informações rodoviárias que não seu grau de importância, que vai
cumpram com as regras técnicas desde auto-estradas e itinerários
estipuladas na legislação em vigor principais, passando pelas zonas
– normas sobre dimensões, cores, da cidade e bairros, até informa-
tamanho de letra e inscrições con- ções de interesse do utente da
forme o Regulamento do Código da via e informações locais de índole
Estrada, Decreto Regulamentar n.º rodoviária.
22-A/98, alterado pelo Decreto Re-
gulamentar n.º 41/2002 –, devendo Deverão ser verificadas e salva-
ter em conta que a sinalização guardadas as condições de com-
informativa direcional se destina patibilidade com outra sinalização
ao encaminhamento de veículos – verificação da não existência de
motorizados, não podendo por isso conflito com outra sinalização -,
possuir informação destinada ao de compatibilidade com o meio -
encaminhamento de peões, nem verificação da não existência de
deter informação de cariz publici- conflito com a largura dos passeios
tário. e corpos balançados de edifícios
-, e de contenção e integração da
A instalação de sinais direcionais informação - integração em grupos
organizados em grupos de infor- com outras indicações
mação (denominada originalmente
sinalização unitária), com cores e Em alternativa à solução aqui
ícones simbólicos, veio revolucionar descrita com detalhe, poderão ser
o tema das instalações de sinali- utilizados sinais e postes, com
zação informativa ao normalizar e iluminação interior, desde que os
reforçar o papel de orientação do mesmos cumpram com os princí-
tráfego rodoviário. pios de localização já referidos, e
de implantação, bem como com as
Os sinais de indicação de âmbito regras de comunicação da informa-
urbano, por terem uma valência ção estabelecidas na legislação em
adicional que é a indicação dos vigor.
destinos sobre o itinerário, são
colocados, no caso geral, nas vias Relativamente aos critérios de
afluentes das intersecções imedia- implantação, deverão ser conside-
tamente antes da intersecção. radas as orientações constantes no
ponto 5.1 Sinais Verticais.

34
sinalização 5.5. sinaLização inforMaTiva direCionaL

sinaLização inforMaTiva e direCCionaL – iMPLanTação

35
5.5. sinaLização inforMaTiva direCionaL sinalização

boa PráTiCa – a adoTar Má PráTiCa – a eviTar


CoLoCação aLinhada CoM os resTanTes eLeMenTos CoLoCação aLeaTória no esPaço PúbLiCo

36
sinalização 5.5. sinaLização inforMaTiva direCionaL

Estes acrescentos deverão permitir


a sua aplicação em combinação
Caraterísticas Caraterísticas para os casos em que seja neces-
dos sinais dos postes sário colocar mais que um sinal em
bandeira.
Os sinais de direção devem obser- Os postes para fixação dos sinais
var as dimensões e as caraterísti- verticais devem ser em tubo de Os tubos devem ser direitos, sem
cas definidas nos quadros e I ferro galvanizado de 1½”, com emendas nem soldaduras de topo
do Regulamento de Sinalização do pequenos espigões soldados numa ou orifícios, podendo estas existir
Transito (Decreto Regulamentar n.º das extremidades. apenas junto aos espigões e nos
22-A/98, de 1 de outubro, alterado acrescentos.
pelo decreto regulamentar n.º 41- Os eventuais acrescentos devem
2002, de 20 de Agosto). ser constituídos por um tubo de fer- A pintura deve ser anticorrosiva,
ro galvanizado de 1½” de diâmetro executada por imersão no interior e
Os símbolos e cores das setas de- e 60cm de comprimento e por um exterior dos tubos de 1 ” e no de
vem estar de acordo com o estipu- tubo de 1” de diâmetro de 30cm de reforço. (fig.16)
lado no quadro XX do Regulamento comprimento, o qual deverá estar
de Sinalização de Trânsito (Decreto soldado ao primeiro por forma a Os postes devem ser pintados com
Regulamentar n.º 22-A/98, de 1 ficarem 15cm por dentro deste e uma demão de subcapa e duas
de outubro, alterado pelo decreto 15cm por fora. demãos de tinta de esmalte para
regulamentar n.º 41-2002, de 20 acabamento, na cor RAL 6009 –
de Agosto). Os acrescentos em bandeira para verde, nas Freguesias de Estrela,
poste deverão ser igualmente em Misericórdia, Santa Maria Maior,
Os sinais são em chapa de alumí- ferro galvanizado e possuir uma Santo António e São icente, e na
nio de liga AlMg com, pelo menos, forma e estrutura tal que permitam cor RAL 7024 – cinzento, em todas
2,0mm de espessura. a fixação, nas devidas condições as restantes Freguesias.
de segurança, de um sinal (de
Os bordos dos sinais devem estar 60cm de diâmetro) e um adicional, Uma das extremidades do poste,
eficientemente protegidos através devendo o tubo onde será fixada a que corresponderá à sua base,
de moldura e aba com, pelo menos, sinalização distar 35cm do poste deverá estar munida de abas, de
1,0cm de largura. ao qual o acrescento será aplicado. forma a prevenir, uma vez insta-
lado, a rotação do poste sobre si
A face principal é refletora atra- mesmo.
vés da aplicação integral de telas
retrorrefletorizadas de H.I. (High
Intensity – nível 2).

A face posterior dos sinais deve ser


na cor cinzento, RAL 7047.

37
6
Arborização
6.1 Objetivos
6.2 Princípios
6.3 Espécies arbóreas e as condições da Cidade de Lisboa
6.4 Espécies arbóreas e espaço público
6.5 Espécies arbóreas e dimensões dos arruamentos
6.6 Características físicas das árvores a utilizar
6.7 Transplante e abate de árvores
6.8 Caldeiras
6.9 Floreiras
6.10 Coberturas ajardinadas
arborização

Na tradição das cidades mediter- a recuperação dos traçados regula-


râneas, na Lisboa pré-pombalina dores, a árvore surge, de novo, como
– nas colinas do Castelo, do Carmo um elemento essencial na desmine-
e na Madragoa – a presença da ralização da paisagem urbana.

6
árvore nos arruamentos não é fre-
quente, com a excepção de alguns A presença das árvores no interior
largos e praças. Aí a árvore surge das nossas cidades é uma antiga
sempre como um elemento singu- tradição que não só tem vindo a
lar, identificador do lugar e refe- ser respeitada como tem vindo a
rência no espaço urbano e, quando ser desenvolvida enquanto ele-
a dimensão o permite, a natureza mento indispensável da paisagem
está presente no interior dos quar- urbana.
teirões, quase sempre através de
pequenas hortas e árvores de fruto. A vegetação é um dos elementos
que mais contribui para a caracteri-
A tradição das árvores de alinha- zação da paisagem urbana, desem-
Arborização mento desponta em Lisboa, com
os traçados iluministas de Ressa-
penhando um importante papel no
espaço público devido à sua capaci-
no Garcia, em espaços singulares dade de configurar o espaço.
como a Avenida da Liberdade,
o Aterro da Boavista e o Campo A presença de elementos e de es-
Santana, na Lisboa romântica do truturas naturais contribuem para
século XIX, de facto, a tradição das o carácter do espaço público e da
árvores de alinhamento foi iniciada paisagem urbana. A presença das
nas alamedas dos jardins que aos árvores tráz consigo uma variedade
poucos foram sendo transpostas inumerável de volumes, formas,
para o desenho urbano. cores, texturas e cheiros que se
insinuam nos elementos urbanos,
Na cidade moderna, primeiro com transformando-os e complemen-
o edifício isolado e mais tarde com tando-os. No entanto, o papel da

Lisboa – avenida dUqUe d’áviLa

1
ARBORIZAÇÃO arborização

árvore na cidade transcende, larga- considerar, aquando da sua elabo- cultural –, permanência – continui-
mente, o impacto visual e decorati- ração, o quadro e as necessidades dade ao longo do ano –, duração,
vo que lhe é intrínseco. climatéricas do lugar, nomeada- dinâmica da paisagem, economia,
mente a temperatura, a humidade, pedagogia, pesquisa e inovação.
Salvaguardadas eventuais situa- a radiação, a sombra, o vento e a
ções negativas, associadas a algu- poluição atmosférica. A responsabilidade nos proces-
mas espécies arbóreas, a arboriza- sos de planeamento e gestão da
ção em meio urbano tem reflexos A configuração, o porte e a den- arborização deve ser assumida, de
positivos em questões relacionadas sidade das plantações originam forma partilhada, pelo Município e
com a saúde pública, drenagem diferentes níveis de permeabilidade, pelas Juntas de Freguesia.
pluvial e alterações climáticas. física e visual, no espaço público,
pelo que as opções de escolha de- Mais inforMações
A utilização de arborização nas verão sempre considerar o resulta-
ruas da cidade potencia a redução do final do ponto de vista estético, ● Plano Regional de Ordenamento
da radiação solar direta sobre as de conforto e de segurança. Florestal da Área Metropolitana de
fachadas dos edifícios e demais Lisboa (PROF-AML), 2006
superfícies, a redução da reflexão, A arborização das ruas com árvores
o aumento da humidade relativa, o de alinhamento permite a existên- ● Plano Diretor Municipal de
efeito guarda-vento e uma me- cia de uma estrutura verde contí- Lisboa
lhor regulação térmica do espaço nua que se articula com as restan-
urbano. tes estruturas verdes existentes na ● Regulamento Municipal de
cidade, criando corredores verdes Proteção de Espécimens Arbóreos e
A árvore é um ser vivo complexo, estruturantes fundamentais para Arbustivos
composto por um sistema aé- a climatização e harmonização da
reo, tronco, ramos e folhas e um ecologia do meio urbano, sendo ● Projeto de Regulamento Munici-
sistema subterrâneo igualmente um dos principais componentes na pal do Arvoredo de Lisboa
hierarquizado de raízes e radículas. melhoria da qualidade do ambiente
O sistema radicular tende a ocupar urbano – ar, climatização, ruído, va- ● Projeto de Plano do Arvoredo de
uma área semelhante ou superior Lisboa
lorização patrimonial, identificação
à projeção da copa, interagindo no social – mas também um elemento
espaço urbano com as bases dos ● Projeto Biodiversidade Lisboa
cultural essencial.
2010-2020
pavimentos contíguos. As raízes
necessitam tanto de aceder à hu- Uma estratégia de arborização
midade como as folhas ao carbono, para a cidade de Lisboa abordará
sem os quais as árvores não conse- necessariamente conceitos como
guem sobreviver. Neste sentido, a diversidade – estética, ecológica,
implantação das árvores no espaço
público pavimentado deve ter em
igual conta o desenvolvimento
aéreo e o desenvolvimento subter-
râneo, explorando novas formas de
materialização dos pavimentos e
das suas bases.

O projeto de espaço público deve


procurar soluções que fomentem o
equilíbrio entre o ambiente urbano
construído e os sistemas naturais
pré-existentes. Para isso deverá

Lisboa – avenida da Liberdade

2
arborização 6.1 objeTivos

Os eixos arborizados asseguram a


continuidade da estrutura ecológica, ● nos Regulamentos Municipais
aplicáveis, designadamente no
contribuindo para a qualificação do
Regulamento Municipal de Proteção
6.1 espaço público e para a melhoria da
qualidade ambiental. Para além des-
de Espécimes Arbóreos e Arbusti-
vos;
Objetivos sas funções, a continuidade arbórea
assegura a continuidade natural/
● no Projeto de Regulamento Mu-
biológica no interior do espaço urba-
nicipal do Arvoredo de Lisboa;
no mais mineralizado, funcionando
como um corredor de apoio a todas
● no Projeto de Plano do Arvoredo
as formas de vida, incluindo a nossa. de Lisboa.
A conceção e o projecto de eixos Desses documentos, decorre um
arbóreos e a introdução de vegeta- conjunto de objectivos específicos
ção no espaço público da cidade de relativos à arborização na cidade
Lisboa, designadamente no que se de Lisboa, no âmbito da requalifica-
refere à escolha das espécies ar- ção dos seus espaços públicos:
bóreas a utilizar nos arruamentos,
devem por isso ter em considera- ● fomentar a arborização dos es-
ção os critérios estabelecidos: paços públicos existentes e garantir
a presença da arborização nos no-
● no Plano Diretor Municipal, vos espaços públicos, maximizando
designadamente no que refere a assim a presença de arborização
Valores e Recursos Ambientais e na cidade de Lisboa;
a Valores Culturais (Secções I e II,
respetivamente, do Capítulo II do ● melhorar a integração das
Título III do Regulamento do PDM); espécies arbóreas nos espaços
públicos, ajustando-a às suas exi-
gências funcionais, ambientais e de
conforto urbano;

● preservar os eixos arborizados


existentes, através da manutenção
e consolidação dos alinhamen-
tos arbóreos em caldeira ou em
canteiro;

● implementar, sempre que


possível, novos eixos arborizados
nos passeios ou a eixo dos arrua-
mentos;

● minimizar os inconvenientes
causados pelas árvores no espaço
urbano;

● reduzir os custos de manuten-


ção do arvoredo, através de uma
melhor selecção das espécies arbó-
reas a utilizar e de uma adequada
inserção das mesmas no espaço
público.

Lisboa – avenida da Liberdade

3
6.2 PrinCíPios arborização

Inerente a todos os princípios a ob- com a regularização das superfí-


servar na implantação de espécies cies, e atendendo à:
arbóreas no espaço público, deverá
6.2 sempre observar-se o princípio
geral de “a árvore certa para o local
● compatibilidade com os obje-
tivos estabelecidos para as estru-
Princípios certo”. Este princípio é aplicável
quer às novas urbanizações quer às
turas ecológicas - Fundamental e
Integrada - que constituem a Estru-
áreas urbanas consolidadas onde tura Ecológica Municipal e pelos di-
preexistam, ou não, eixos arbóreos ferentes sistemas correspondentes
ou espécies isoladas. às demais componentes ambientais
urbanas, designadamente no que
Na conceção geral, projeto e execu- refere à preservação dos siste-
ção, dos projectos de espaço públi- mas de vistas e à acessibilidade e
co que envolvam a implementação valorização de outros elementos de
de eixos arbóreos o princípio geral significativo valor histórico, arqueo-
atrás referido deve ser assegurado lógico ou paisagístico;
tendo em conta o desenvolvimento
aéreo e o desenvolvimento sub- ● salvaguarda e correcta articula-
terrâneo das árvores; explorando ção da arborização com as dife-
novas formas de materialização rentes infraestruturas alojadas no
dos pavimentos e das suas bases, subsolo e elementos instalados na
no sentido de melhor acolher o sua projeção vertical, existentes e
sistema radicular e minimizar os propostos, através de uma corre-
conflitos com as infraestruturas e ta seleção das espécies arbóreas,

Lisboa – jardiM do PrínCiPe reaL

4
arborização 6.2 PrinCíPios

designadamente no que refere ao ao adequado distanciamento das


desenvolvimento, respectivamente, árvores aos edifícios, assegurando ● manutenção, sempre que possí-
vel, das pré-existências de vege-
das suas raízes e copas; o seu pleno desenvolvimento sem
tação adulta e saudável, devendo
obstáculos e/ ou interferências
ser feito um esforço de adaptação/
● minimização de possíveis de- sobre as fachadas;
formações dos pavimentos envol- sujeição das novas estruturas e
ventes, decorrentes do processo de infraestruturas a instalar no espaço
● valorização e correcta legibili-
crescimento das espécies arbóreas dade de monumentos, designada- público.
adoptadas, através de soluções mente edifícios e obras de natureza
construtivas adequadas; artística;

● correcta articulação das árvores, ● compatibilidade das espécies


isoladas ou em alinhamento, com arbóreas e arbustivas com uma
os percursos e espaços de circula- adequada utilização do mobiliário
ção pedonal, ciclável e automóvel, urbano existente ou proposto e com
salvaguardando sempre a seguran- o normal funcionamento e acesso
ça e plena compatibilidade entre as às infraestruturas instaladas no
diferentes formas de circulação; subsolo;

● compatibilidade das espé- ● optimização, nos projetos de


cies arbóreas propostas, com as rega, do consumo de água;
condições exigíveis de iluminação,
segurança e conforto dos edifícios,
designadamente no que refere

Lisboa – MiradoUro nossa senhora do MonTe

5
6.3 esPéCies arbóreas e as Condições da Cidade de Lisboa arborização

Algumas espécies de árvores são adaptações à evolução das carac-


consensuais quanto à sua adapta- terísticas do clima, aos níveis de
bilidade ao meio urbano de Lisboa, poluição, à tipologia da infraestru-
6.3 tanto do ponto de vista biofísico
como formal. São exemplo disso
tura dedicada, outras por doenças e
pragas, muitas vezes fulminantes,
Espécies o Lódão (19,2%), a Tília (9,9%), a
Olaia (2,8%), o Pinheiro Manso e
como foi o caso do Ulmeiro no
passado recente, e a ocorrência que
arbóreas exóticas do hemisfério sul como
o Jacarandá (6,3%) ou a Tipuana
hoje podemos observar nas palmei-
ras - principalmente na Palmeira
e as condições (2,4%). Esse consenso no contexto
actual está expresso na percenta-
das Canárias - e ainda por ques-
tões de moda.
gem que estas árvores ocupavam
da Cidade no elenco da cidade em 2003, a A cidade é feita de toda esta com-
soma destas seis árvores atinge plexidade e a arborização beneficia
de Lisboa quase os quarenta por cento da ar- com isso. A possibilidade de limitar
borização. Estas percentagens de- a plantação a algumas espécies
monstram que a cidade de Lisboa eleitas levará, a prazo, a problemas
soube evoluir na direcção certa na fitossanitários e à ausência da ex-
proporção de espécies bem adapta- perimentação que permita planear
das e com elevada percentagem de o futuro. As preocupações com a
autóctones. diversidade da arborização urbana
são idênticas às preocupações com
A proporção do elenco das espécies a biodiversidade global. A biodiver-
tem variado, com a introdução e a sidade é um bem maior que deve
supressão de algumas espécies e ser defendido por conter em si
a prevalência de outras. Parte por soluções para o futuro. O Ulmeiro

CerqUinho freixo

6
arborização 6.3 esPéCies arbóreas e as Condições da Cidade de Lisboa

terá sido uma importante árvore na


cidade; quando foi dizimada pela ● fornecer um elenco atualizado ● fazer valer a proibição, já exis-
da proporção da arborização e da tente a nível nacional, de planta-
doença Lisboa teve a sorte de já ter
sua evolução; ção de espécies invasoras como a
outras espécies experimentadas,
Acácia ou o Ailanthus.
o que fez com que a sua ausência
● editar uma lista das espécies já
não se tornasse um desastre ainda
experimentadas e que comprova-
maior.
damente se adaptaram bem aos
principais arruamentos de Lisboa,
Será por isso fundamental avaliar e
como por exemplo o Lodão;
monitorizar a proporção do elenco
desejável no contexto actual sem o
● associar estas dominâncias às
limitar a um elenco ou uma propor-
diferentes condições edafoclimáti-
ção estática, para:
cas da Cidade de Lisboa, já iden-
tificadas, em parte, pela Estrutura
● definir linhas estratégicas/ ten-
Ecológica – sistema húmido e siste-
dências da arborização atual;
ma seco;
● preservar a dominância existen-
te de autóctones; ● recusar a dominância das per-
sistentes nos passeios laterais dos
arruamentos, nomeadamente das
● promover novas/ antigas do-
minâncias de autóctones como o coníferas - as marcescentes como
Freixo, a Cerejeira, o Zambujeiro e o o Zambujeiro e o Cerquinho não
Cerquinho; fazem parte deste grupo;

OlAIA Cerejeira

7
6.4 esPéCies arbóreas e esPaço PúbLiCo arborização

Características gerais e específicas


das espécies arbóreas a utilizar na ● frutos pequenos e silvestres;
arborização do espaço público da
● deve ser evitada a utilização de
6.4 cidade de Lisboa:
espécies que comprovadamente te-
nham impacto na integridade física
Espécies ● porte adequado ao espaço
disponível;
das pessoas nomeadamente pela
presença muito marcada de espi-
arbóreas e ● porte das suas componentes -
nhos perigosos ou de elementos
raiz, tronco e copa - adequado à tóxicos com causa/ efeito evidente.
espaço público tipologia dos arruamentos e aos
Nas áreas adjacentes aos percur-
elementos construídos e naturais
sos acessíveis, não devem ser uti-
existentes na envolvente;
lizados elementos vegetais com as
seguintes características: com espi-
● copas bem formadas por podas
de formação executadas de modo a nhos ou que apresentem elementos
proporcionar à copa um desenvolvi- contundentes; produtoras de subs-
mento próximo do desenvolvimento tâncias tóxicas; que desprendam
natural da espécie; frutos ou substâncias que tornem
o piso escorregadio, ou cujas raízes
● compatibilidade com a normal possam danificar o piso.
utilização do espaço público, desig-
nadamente no que refere à produ- Os elementos da vegetação (exem-
ção de resíduos e necessidades de plos: ramos pendentes de árvores,
limpeza dos pavimentos envolven- galhos projectados de arbustos) e
tes e dos sumidouros adjacentes; suas protecções (exemplos: mure-
tes, orlas, grades) não devem inter-
● elevada resistência mecânica; ferir com os percursos acessíveis
nem com as faixas de rodagem.
● boa adaptação climática e edáfica;

zaMbUjeiro LoUreiro

8
arborização 6.5 esPéCies arbóreas e diMensões dos arrUaMenTos

Na construção e planeamento do O Plano Diretor Municipal estabele-


espaço público, tanto em zonas ce como objetivos, no âmbito da re-
consolidadas como em zonas não qualificação dos espaços públicos, a
6.5 consolidadas, dever-se-á ter sem-
pre presente que a árvore partilha
preservação dos eixos arborizados
existentes, através da manutenção
Espécies o espaço com os restantes elemen-
tos urbanos que são igualmente
e consolidação dos alinhamen-
tos arbóreos em caldeira ou em
arbóreas e importantes na cidade – candeei-
ros, mobiliário urbano, paragens de
canteiro e, sempre que possível, a
implementação de novos eixos ar-
dimensões dos autocarro, infraestruturas de sa-
neamento, água, gás, eletricidade,
borizados nos passeios ou no eixo
dos arruamentos.
telecomunicações, etc. – pelo que a
arruamentos sua implantação deverá ser sempre Sempre que possível, devem ser
compatibilizada com os elementos privilegiadas soluções de plantação
existentes à superfície, com as in- que permitam afastamentos su-
fraestruturas subterrâneas e com a periores a 6,00m às fachadas dos
largura do arruamento – distância edifícios adjacentes; se necessário,
à fachada, distância entre fachadas recorrendo à plantação de alinha-
e dimensões dos passeios. mentos ou ziguezagues ao longo
do espaço de estacionamento e/
O projeto de espaço público deve ou do separador central, quando o
contribuir para uma correta ar- mesmo exista.
ticulação de todos os elementos
urbanos, entre os quais se inclui a De forma a garantir condições mí-
estrutura arbórea; é fundamental nimas de salubridade – iluminação
que o resultado final seja o mais natural e ventilação – deve, quando
funcional e harmonioso possível, possível, optar-se pela plantação,
e que se traduza, no futuro, num junto das fachadas dos edifícios, de
menor custo de gestão e de manu- espécies arbóreas de folha caduca.
tenção.
A escolha da espécie para cada
A plantação sistemática de alinha- local terá com um dos principais
mentos de árvores nas ruas e ave- fatores base a dimensão da árvore
nidas da Cidade de Lisboa deverá no seu estado adulto. Será tido
considerar e adotar as espécies em conta a dimensão do passeio,
arbóreas mais adequadas a cada o diâmetro da copa e a altura da
situação urbanística. Esta opção árvore adulta. O compasso de plan-
permite aumentar o sucesso da tação deve ser escolhido de acordo
política de arborização da Cidade e com as características da via e da
minimizar os custos de manuten- espécie arbórea escolhida.
ção e gestão.

Lisboa – Praça dUqUe de saLdanha

9
6.5 esPéCies arbóreas e diMensões dos arrUaMenTos arborização

Para efeito de plantações novas, PerenifóLias


definem-se três grupos de espécies ● Aveleira [Coryllus colurna]
arbóreas, de acordo com o seu porte: ● Medronheiro [Arbutus unedo]
● Amieiro- negro [Frangula alnus]
● Palmeira das vassouras [Cha-
maerops humilis] ● Freixo das flores [Fraxinus ornus]
árvores de pequeno porte
● Laranja azeda [Citrus aurantium] ● Amoreira [Morus alba var. “Frui-
Espécies que no seu estado adul- tless”]
to tenham diâmetro de copa até
4,00m e altura até 6,00m, das ● Ligustro [Ligustrum japonicum]
● Amendoeira [Prunus dulcis]
quais se destacam:
● Loendro [Nerium oleander]
● Pereira de jardim [Pyrus cal-
CadUCifóLias no inverno leryana var. “Chanticleer”]
● Photinia [Photinia fraseri var.
Red Robin]
● Bauhinia [Bauhinia variegata] ● Salgueiro [Salix matsudana]

● Pilriteiro [Crataegus monogyna PerenifóLias


Jacq. subsp. brevispina (Kunze) árvores de médio porte
Franco] ● Oliveira do paraíso [Elaeagnus
Espécies que no seu estado adulto
angustifólia]
● Pilriteiro ou Espinheiro-branco tenham diâmetro de copa entre
[Crategus laevigata var. “Paul’s 4,00m e 6,00m e altura entre
● Loureiro [Laurus nobilis]
Scarlet”] 6,00m e 12,00m, das quais se
destacam: ● Oliveira [Olea europea]
● Lagestroemia [Lagestroemia
indica] CadUCifóLias no inverno
● Loureiro [Prunus laurocerasus]

● Ameixoeira bastarda [Prunus ● Vidoeiro [Betula celtibérica]


cerassifera var. pissardii]
● Olaia [Cercis siliquastrum]
● Carvalho roble ou carvalho co-
mum [Quercus robur var. fastigiata]

● Tamargueira [Tamarix africana]

● Tamargueira [Tamarix gálica]

árvores de PeqUeno PorTe árvores de Médio PorTe

10
arborização 6.5 esPéCies arbóreas e diMensões dos arrUaMenTos

árvores de grande porte ● Ulmeiro [Ulmus “Sapporo Au- ● Cipreste [Cupressus sempervi-
tumn Gold”] rens]
Espécies que no seu estado adulto
tenham diâmetro de copa supe-
PerenifóLias ● Magnólia [ a n lia randi ra]
rior a 6,00m e altura superior a
● Casuarina [Casuarina equiseti- ● Amargoseira [Melia azedarach]
12,00m, das quais se destacam:
folia]
● Metrosídero ou árvore de fogo
CadUCifóLias no inverno
● Cedro [Cedrus atlântica] [Metrosideros excelsa]
● Bordo [Acer pseudoplatanus]
● Cipreste português [Cupressus ● Pinheiro das canárias [Pinus
lusitânica] canariensis]
● Acéroubordocomum[Acernegund]
● Alfarrobeira [Ceratonia síliqua] ● Pinheiro manso [Pinus pinea]
● Castanheiro-da-índia [Aesculus
hippocastanum]

● Castanheiro vermelho da índia


[Aesculus X carnea]

● Castanheiro vermelho da índia


[Aesculus Xcarnea “Briotii”]

● Lodão [Celtis australis]

● Lodão americano [Celtis occi-


dentalis]

● Freixo [Fraxinus sp.]

● Jacarandá [Jacaranda mimosi-


folia]

● Tipuana [Tipuana tipu]

● Coelreutéria [Koelreuteria pani-


culata]

● Coelreutéria [Koelreuteria pani-


culata Fastigiata]

● Liquidambar [Liquidambar
ra i ua]

● Plátano [Platanus hybrida]

● Carvalho americano [Quercus


rubra]

● Carvalho dos pântanos [Quercus


palustris]

● Salgueiro [Salix babylonica]

● Acácia [Styphnolobium japonicum]

● Tília [Tilia cordata]


árvores de grande PorTe
● Tília argentea [Tilia argentea]

11
6.5 esPéCies arbóreas e diMensões dos arrUaMenTos arborização

Para efeito de conjugação entre


o porte das árvores e as dimen-
sões dos espaços de implantação,
agrupam-se os perfis das ruas
em três situações relativamente à
dimensão do passeio e à distância
possível das árvores às fachadas
de edifícios:

ruas de largura pequena

Ruas onde os passeios têm uma


largura inferior a 3,50m; nestas
ruas a plantação admitida é de
espécies de pequeno porte e o
compasso de plantação admitido
deverá estar entre os 6,00m e os
7,00m. Lisboa – avenida da Liberdade

ruas de largura média

Ruas onde os passeios têm uma


largura entre 3,50m e 6,00m;
nestas ruas a plantação admitida
é de espécies de porte médio e o
compasso de plantação admitido
deverá estar entre os 8,00m e os
9,00m.

rUas de LargUra PeqUena rUas de LargUra Média

12
arborização 6.5 esPéCies arbóreas e diMensões dos arrUaMenTos

Em todas as tipologias a distância


ruas de largura grande mínima a semáforos, sinalização
vertical e candeeiros deverá ser de
Ruas onde os passeios tenham 3,00m, podendo a mesma aumen-
uma largura superior a 6,00m; tar até 7,50m em função necessi-
nestas ruas a plantação admitida dade de garantir a funcionalidade
é de árvores de grande porte e o dos elementos de sinalização e a
compasso de plantação admitido adequada iluminação pública.
deverá estar entre os 12,00m e os
13,00m.

rUas de LargUra grande

13
6.6 CaraCTerísTiCas físiCas das árvores a UTiLizar arborização

Todos os exemplares deverão ter


Material vegetal uma fita com a cor correspondente
à medida do perímetro ou altura,
6.6 As árvores são fornecidas pelo ad-
judicante e terão de ser levantadas
identificando a dimensão de cada
exemplar.
Características diariamente nos viveiros munici-
pais, de acordo com o planeamento
físicas das dos trabalhos a efetuar e de acordo
com as indicações da fiscaliza-
Par metros de
qualidade
ção. A dimensão dos exemplares
árvores a é variável, podendo haver árvores As árvores deverão apresentar-se
com raiz nua, em torrão ou en-
utilizar vasadas. O perímetro à altura do
equilibradas e bem formadas, de
acordo com as características da
peito (PAP) pode ir até 20/ 25cm. espécie, quer quanto à estrutura
As características fitossanitárias principal e secundária, quer na
deverão assegurar o fornecimento forma geral da copa.
de exemplares isentos de sintomas
de pragas e/ ou doenças.
Parte aérea
Tutoragem
folhosas com fuste elevado
A tutoragem far-se-á com varas de
pinho em tripé. A altura das varas CaraCTerísTiCas MorfoLógiCas
deverá ser de 2,50m e diâmetro exTernas
de 6 a 8 cm. Os tutores devem ter A estrutura principal da copa deve
uma superfície regular e de diâme- apresentar-se equilibrada quanto
tro uniforme, devem igualmente ter ao número de pernadas e à sua
tratamento antifúngico. disposição à volta do eixo, apre-
sentando os ângulos de inserção
As varas devem ser enterradas correspondentes às características
1,00m no solo ficando 1,50m de cada espécie.
desde o colo da árvore ao ponto de
amarração; as varas são ligadas As árvores de dominância apical
entre si com traves de 40 a 60 cm forte devem manter o eixo e a
de comprimento. flecha intacta.
A amarração da árvore ao tripé As árvores de dominância apical
far-se-á em três pontos (um para média e fraca devem manter a fle-
cada vara) com cinta elástica de 8 cha até 3,00m/ 3,50m, sem ramos
a 10 cm de largura. As cintas são ou pernadas codominantes.
presas com agrafos.
A altura do fuste deverá ser igual
ou inferior a 40% da altura total da
dimens es árvore.

As árvores deverão apresentar as Os gomos devem apresentar-se


seguintes dimensões: intactos e vigorosos.

● folhosas e coníferas com fuste vigor


elevado - perímetros em cm, me- A relação entre o DAP (diâmetro
didos a 1,00m de altura medido a medido a um metro do colo) e a
partir do colo; altura total deverá ser igual ou
inferior a 1/100 (a 1cm do DAP
● coníferas revestidas da base – deverá corresponder a uma altura
altura da parte aérea em metros. igual ou inferior a 1,00m).

14
arborização 6.6 CaraCTerísTiCas físiCas das árvores a UTiLizar

enxerTia
As árvores enxertadas devem apre- Coníferas revestidas da base Contentor
sentar o enxerto na base do fuste
com a ligação da porta enxerto No caso das árvores revestidas da Volume mínimo de 50litros.
acima do colo da raiz. base devem apresentar a flecha
intacta. As ramificações laterais O envasamento deve ter ocorrido
devem apresentar-se com vigor num período superior a um ano e
folhosas revestidas da base proporcional entre si. As restantes inferior a dois. Não deve ter raízes
características exigidas anterior- espiraladas.
No caso das árvores revestidas da mente deverão ser consideradas.
base devem apresentar a flecha Deve ser suficientemente rígido
intacta. As ramificações laterais para manter a forma do torrão.
devem apresentar-se com vigor Parte subterr nea
proporcional entre si. As restantes A planta deverá estar no centro do
características exigidas anterior- contentor.
mente deverão ser consideradas. folhosas
Não deve ter raízes à saída do
dreno.
O diâmetro do torrão deve ser
Coníferas com fuste elevado igual ou superior a 3x o perímetro
do fuste medido a 1,00m do colo,
CaraCTerísTiCas MorfoLógiCas e a altura é igual ou superior ao
exTernas diâmetro x0,7.
A estrutura principal da copa deve
apresentar-se equilibrada quanto Os torrões devem estar acondicio-
ao número de pernadas e à sua nados com serapilheira envolvida
disposição à volta do eixo, apre- por malha de arame degradável.
sentando os ângulos de inserção
correspondentes às características A terra que forma o torrão deve ter
de cada espécie. estrutura franca argilosa.

Devem manter o eixo e a flecha


intacta. Coníferas

A altura do fuste deverá ser igual O diâmetro do torrão, com malha


ou inferior a 40% da altura total da envolvida em gesso, deve ser igual
árvore. ou superior a 0,2x a altura da parte
aérea;
Os gomos devem apresentar-se
intactos e vigorosos. A altura do torrão deve ser a medi-
da do diâmetro x1,2.
A cor das folhas deve corresponder
às características da espécie e ser Os torrões devem estar acondicio-
homogénea em toda a copa. nados por malha de arame degra-
dável envolvido em gesso.
vigor
A relação entre o DAP (diâmetro O torrão não deve apresentar
medido a um metro do colo) e a gretas.
altura total deverá ser igual ou
inferior a 1/100 (a 1cm do DAP
deverá corresponder a uma altura
igual ou inferior a 1,00m).

15
6.7 TransPLanTe e abaTe de árvores arborização

As pessoas desenvolvem relações Toda a informação deve igual-


de afeto com as árvores, sendo mente constar de microsite a criar
particularmente sensível a gestão especificamente para o efeito, com
6.7 da sua remoção. Por outro lado,
a remoção de qualquer árvore
um endereço de domínio alusivo
ao assunto, e que deve estar em
Transplante provoca uma alteração do ambien-
te urbano que só a prazo é mino-
destaque na página de entrada no
site oficial da CML.
e abate de rada, atento o tempo necessário
ao normal desenvolvimento dos Os serviços municipais publicitam
também a intenção mediante afi-
árvores espécimes.
xação de placa junto à arvore com
O abate de árvores na Cidade os dizeres: «Árvore para abate» ou
de Lisboa só pode acontecer e «Árvore a transplantar», seguido
justificar-se por as árvores estarem de «Consulte toda a informação
decrépitas, apresentarem proble- em destaque no portal da Câmara
mas fitossanitários ou poderem Municipal de Lisboa» seguido do
representar um risco grave para a endereço do site.
segurança de peões e/ ou veículos
por falta de resistência mecânica, Será ainda distribuído nas caixas
determinadas por técnico com- de correio da vizinhança folheto
petente, ou, excecionalmente, por informativo sobre a ação prevista,
necessidade imperiosa decorrente seu fundamento e demais informa-
da realização de obra de interesse ções úteis, designadamente locais
público e seja tecnicamente inviá- onde é possível obter informação
vel o seu transplante; complementar e meios graciosos
ao dispor dos munícipes para se
Assim, as árvores só poderão ser opor, querendo.
removidas – transplantadas ou
abatidas - quando tal seja abso- Estas comunicações e ações de
lutamente indispensável e após têm lugar com, pelo menos, 15
ampla e transparente informação dias de antecedência relativamente
dos interessados, que devem ser à data prevista para a remoção,
devida e previamente informados e salvo em situações de comprovada
esclarecidos dos motivos determi- urgência em que esteja em causa
nantes de tal remoção, e o que está perigo para a segurança de pesso-
previsto quanto à sua substituição. as e bens.

A intenção e data prevista para o O abate de árvores deverá ser feito


abate ou remoção de árvores deve com desenraizamento obrigatório,
ser comunicada previamente à de forma a evitar futuros assenta-
Junta de Freguesia do local, acom- mentos dos pavimentos devidos ao
panhada de toda a documentação posterior apodrecimento das raízes.
técnica relevante, e solicitando
que a disponibilize para consulta a
qualquer interessado.

16
arborização 6.8 CaLdeiras

Características implantação

6.8 As caldeiras deverão ter uma


dimensão suficiente que permita a
Quando localizadas em espaços
de circulação pedonal as caldeiras
Caldeiras plantação de árvores sem o risco
de danificar os pavimentos adja-
deverão ser localizadas de acordo
com os seguintes critérios:
centes e deverão ter uma secção
suficiente para o porte futuro da ● junto ao lancil ou guia de tran-
árvore existente ou prevista, asse- sição com a rodovia, assegurando
gurando, em qualquer caso, uma uma distância mínima do eixo da
profundidade mínima de terra com caldeira à rodovia de 0,80m;
1,00m.
● noutros pontos, conquanto
As caldeiras deverão dispor de seja garantida a continuidade do
grelhas ou de outra solução que percurso acessível, salvaguardando
impeçam a sua invasão ou pisoteio uma distância mínima de 1,50m
por veículos, pessoas ou animais, entre o contorno da copa da árvore
e permitam que a caldeira não a plantar (no seu estado adulto) e o
constitua um obstáculo ao percurso perímetro exterior de implantação
acessível. A caldeira da árvore deve dos edifícios.
ser dotada de um dispositivo de
contenção de raízes e, nos pas-
seios, recomenda-se o recurso a
espécies arbóreas com raízes não
superficiais.

boas PráTiCas – a adoTar

17
6.8 CaLdeiras arborização

Quando localizadas em espaços de As caldeiras devem ter dimensões


circulação rodoviária as caldeiras compatíveis com o saudável e ple- ● os seus limites exteriores de-
vem estar sobrelevados em relação
deverão ser localizadas de acordo no crescimento das espécies arbó-
aos pavimentos contíguos, numa
com os seguintes critérios: reas ali plantadas, sendo recomen-
altura nunca inferior a 0,30m;
dável que o espaço disponível para
● a eixo dos separadores, quando o efeito, isto é, a área permeável:
os mesmos disponham de uma ● quando não exista ressalto da
caldeira com o pavimento envol-
largura livre mínima entre lancis ou ● não tenha uma largura inferior
vente, a área permeável deve ser
guias igual ou superior a 1,20m; a 1,20 m, no caso de adoptar um
coberta por grade, grelha ou outro
formato quadrado ou rectangular;
elemento, preferencialmente metá-
● nos limites das vias, designa-
damente ao longo das faixas de lico, que garanta a penetração da
● não tenha um raio inferior a
estacionamento, assegurando uma 0,50m, no caso de adoptar um for- água no solo e ofereça condições
distância mínima do eixo ao limite mato circular ou não rectangular. de segurança e estabilidade, de-
da via de 1,00m; vendo ainda dispor de sistema anti-
No sentido de garantir a sua cor- -roubo, ficando o topo da caldeira
● não é permitida a instalação de reta perceção enquanto obstáculo, da árvore à face com o revestimen-
caldeiras em pontos que possam designadamente por invisuais, as to do passeio; admitindo-se, em
pôr em causa a continuidade e caldeiras devem obedecer ainda alternativa, a utilização de agrega-
segurança das faixas ou pistas aos seguintes parâmetros, quando dos permeáveis.
cicláveis. localizadas em espaços de utiliza-
ção pedonal:

CaLdeiras

18
arborização 6.9 fLoreiras

A localização de floreiras ou vasos Não devem ser colocadas floreiras


para plantação de arbustos ou a montante de passagens para
árvores de pequeno porte deve ser peões para não causar a perda de
6.9 sempre realizada numa das seguin-
tes situações:
visibilidade.

Floreiras ● sobre o passeio, na faixa con- Características


tígua ao lancil ou guia, preferen-
cialmente junto a estes, com uma fLoreiras jUnTo a faChadas
distância de 0,30m em relação ao Condições de instalação e manu-
desnível; tenção de uma floreira adossada
ao edifício:
● sobre o passeio, na faixa con-
tígua aos edifícios, quando a sua ● a floreira deve ser instalada jun-
largura não seja superior a 0,40m; to à fachada do edifício e ter uma
largura máxima de 0,40m;
● nos arruamentos, onde podem
ser utilizadas em substituição de ● as plantas utilizadas nas flo-
pilaretes ou outros dispositivos de reiras não podem ter espinhos ou
segregação dos diferentes tipos bagas venenosas;
de circulação, desde que a largura
livre de qualquer tipo de obstáculos ● o proprietário da floreira deve
cumpra com as dimensões mínimas proceder à sua limpeza, rega e
para a circulação pedonal, ciclável substituição das plantas, sempre
ou rodoviária. que necessário.

fLoreira aLTa – gUiMarães

fLoreira baixa – são PaULo

19
6.9 fLoreiras arborização

fLoreiras afasTadas
das faChadas
O comprimento mínimo admiti-
do para as floreiras a utilizar no
espaço público é de 1,00m (prefe-
rencialmente 1,20m) e a largura
mínima de 0,40m.

Quando de forma circular os vasos


deverão ter um diâmetro mínimo
de 1,50m e, no caso de se destina-
rem à implantação de árvores, uma
altura não inferior a 1,20m.

fLoreiras afasTadas dos


PerCUrsos CiCLáveis
Sempre que possível as floreiras
deverão ficar localizadas de forma
a garantir um afastamento de
0,50m do limite exterior dos per-
cursos cicláveis.

implantação

A implantação de floreiras no es-


paço público deve sempre fazer-se
segundo um alinhamento formal
e visual e não deve constituir um
obstáculo à livre circulação pedo-
nal, particularmente dos utentes fLoreiras eM esPaços de CirCULação ParTiLhada
com mobilidade condicionada,
nem devem impedir ou dificultar o
acesso e a circulação de veículos
de emergência.

Mais informaç es

● Regulamento Geral de Mobi-


liário Urbano e Ocupação da Via
Pública (Edital n.º 101/91)

● Proposta de Plano Estratégico


para o Espaço Público de Lisboa
– Matriz Geral (CML/DMAU/DEP,
Agosto de 2007)

● Projecto de Regulamento de
Ocupação do Espaço Público com
Mobiliário Urbano (Dezembro de
2006)
fLoreiras

20
arborização 6.10 CoberTUras ajardinadas e Paredes verdes

Na construção de parques de
estacionamento subterrâneos ou ● redução do volume das águas
pluviais a escoar – capacidade de
de túneis rodoviários, cuja cober-
armazenamento de água no solo,
6.10 tura se integre no domínio público
municipal ou constitua um espaço
posteriormente utilizada pelas
plantas;
Coberturas do domínio privado de uso público
de acesso livre, deve, na área do
● melhoria da qualidade do ar –
ajardinadas e parque ou do túnel não seja cons-
truída sob a faixa de rodagem, ser
captura de poeiras e aumento da
humidade atmosférica através da
paredes verdes tomada a opção pela utilização de
uma cobertura ajardinada, uma vez
evapotranspiração;
que a mesma apresenta vantagens
● biorremediação – participação,
do ponto de vista urbano e am- ainda que limitada, na despoluição
biental quando comparada com a dos solos por metais;
utilização de uma cobertura inerte:
● captação de CO2.
● redução da temperatura – efeito
bolha de calor – e da amplitude A utilização de paredes verdes
térmica; apresenta igualmente vantagens
do ponto de vista ambiental, no-
● mitigação dos picos de cheias –, meadamente no que se refere à
capacidade de retenção de água no melhoria das condições térmicas do
solo, retardando a sua entrada na edifício, melhoria da qualidade do
rede pluvial ; ar e à redução do efeito bolha de
calor.

Lisboa – LaPa

21
6.10 CoberTUras ajardinadas e Paredes verdes arborização

a utilização de árvores espessura do composto


de médio/grande vegetal
porte em coberturas
plantadas
30cm 100cm
O desenvolvimento das árvores é
directamente proporcional ao de- vanTagens vanTagens
senvolvimento radicular, o cresci-
mento das árvores e consequentes ● poupança de recursos utilizados; ● maior capacidade de retenção e
necessidades hídricas e edáficas estruturas mais ligeiras, menores depuração da água;
é exponencial até ao seu declínio. quantidades de composto vegetal.
Uma árvore folhosa em contexto ● menor gasto de água por
favorável ocupa 5,00m3 de solo desvanTagens evaporação devido à maior degra-
nos primeiros três anos. Mesmo dação da temperatura no composto
pensando em taxas de renovação – ● menor capacidade de retenção vegetal;
e depuração da água;
replantação – de 10 anos, são ne-
cessários volumes mínimos iniciais ● permite a plantação de vege-
● maior gasto de água por eva- tação de maior porte: arbustos de
de 15,00m3/ árvore.
poração devido à menor degrada- grande porte e árvores de pequeno
ção da temperatura no composto porte.
Apesar de grande parte do sis-
vegetal;
tema radicular depender, na sua
desvanTagens
dimensão fisiológica, apenas das
● permite apenas a plantação de
camadas superficiais do solo até
vegetação de pequeno porte. ● maior gasto de recursos utili-
1,00m de profundidade, as árvores
zados; estruturas mais pesadas,
de médio e grande porte poderão
maiores quantidades de composto
necessitar de maiores profundida-
vegetal.
des para garantir, por si só, a sua
estabilidade e não caírem; por essa
razão, as boas práticas não reco-
mendam a utilização de profundi-
dades menores do que 1,50m de
solo para a sua plantação.

Assim, a utilização de uma profun-


didade de 1,00m para plantação de
árvores de médio ou grande porte
implicará sempre uma adequada
ponderação dessa opção e a ado-
ção de soluções técnicas e cons-
trutivas para amarração das suas
raízes.

Lisboa - aLCÂnTara

22
7 Mobiliário e
Equipamento Urbano
Princípios gerais de implantação do mobiliário urbano

7.1 Abrigos e paragens de transportes públicos


7.2 Estacionamento de bicicletas
7.3 Parquímetros
7.4 Pilaretes e guarda-corpos
7.5 Bancos, cadeiras e mesas
7.6 Parklets
7.7 Esplanadas
7.8 Toldos, alpendres, palas e sanefas
7.9 Exposições no espaço público
7.10 Bancas
7.11 Quiosques
7.12 Sanitários
7.13 Sinalização informativa pedonal e ciclável
7.14 MUPIs / Mobiliário Urbano para Informação
7.15 Painéis publicitários
7.16 Contentores RSU / Resíduos Sólidos Urbanos
7.17 Ecopontos
7.18 Vidrões
7.19 Papeleiras
7.20 Hidrantes
7.21 Acessos
7.22 Armários, caixas e quadros técnicos
de infraestruturas
7.23 Wi-Fi na rua
mobiliário urbano

Para que a rua se torne no espaço várias ações que nele se desenvol-
de encontro e socialização há que vem e deverão estar perfeitamen-
torná-la atrativa, acolhedora, segu- te integrados no espaço público,
ra e confortável, mobilá-la. proporcionando conforto, utilidade,

7
informação, segurança, proteção e
Foi no Séc. XIX, em França, quando apoio às diversas necessidades dos
se desenharam os grandes “bou- seus utilizadores.
levard” como espaços de ar livre
onde as pessoas se encontravam,
eram vistas e se davam a ver, que Princípios gerais
a rua começou a ser concebida de implantação
como o “salão”, em que todos se
encontram e convivem. É então que
do mobiliário urbano
surge o tema do “embelezamen- A instalação de mobiliário urbano
to” das ruas, praças e jardins da e equipamento deve pautar-se
cidade. por exigências de salvaguarda dos
Mobiliário Iluminações públicas, arvoredo,
equilíbrios ambiental e estético, da
segurança e fluidez do trânsito de
Urbano jogos de água, bancos e mesas,
obras de arte e quiosques, ga-
viaturas e peões, e dos legítimos
interesses de terceiros.
nharam então protagonismo e
passaram a ser peças essenciais A implantação de elementos de
no desenho do espaço público da mobiliário urbano e equipamento
cidade. deve ser efetuada em locais que
não impeçam, nem dificultem a
O mobiliário urbano e os equi-
visibilidade de sinais de trânsito ou
pamentos existentes no espaço
o correto uso de outros elementos
público servem de suporte às
já existentes.

Lisboa – Largo da rosa

1
mobiliário urbano

A implantação de mobiliário urbano A instalação de mobiliário e equi-


deverá obedecer, em todos os pamento urbano no espaço público
projetos de espaço público, a prin- deve garantir a não existência de
cípios de racionalidade os quais se infraestruturas de eletricidade, água
consubstanciam: ou gás sobre a sua base. As infra-
estruturas de comunicações eletró-
● na ocupação mais racional do nicas, como estão instaladas em
espaço disponível, procurando o condutas, podem coincidir com a ins-
alinhamento dos diversos elemen- talação do mobiliário ou equipamen-
tos por forma a permitir uma maior to, desde que a profundidade dos
largura disponível para a circulação maciços de suporte não interfiram
dos peões; com as infraestruturas. A localiza-
ção do mobiliário e do equipamento
● na localização criteriosa dos urbano não pode impedir o acesso a
diversos elementos, por forma a válvulas, armários ou caixas de pavi-
maximizar a sua utilização; mento, nem afetar as instalações de
subsolo ou a acessibilidade aos seus
● na utilização diversificada de órgãos de manobra.
um mesmo elemento para diversos
fins, designadamente ao nível da A decisão da sua localização carece
instalação de papeleiras as quais obrigatoriamente da verificação
deverão ser associadas, sempre da existência de infraestruturas no
que possível, a postes existentes subsolo, por consulta do cadastro
quer de iluminação quer de sinali- – L Subsolo – e por verificação
zação vertical. prévia no local, através da execu-
ção de sondagem até 1,50m de
profundidade.

Má PráTiCa Má PráTiCa
iMPLanTação desregrada de objeTos iMPLanTação CoM redUção signifiCaTiva da zona Livre de CirCULação

2
mobiliário urbano

chumbados ao pavimento ou, no históricos, sociais e afetivos do lo-


Parâmetros para caso de aparafusamento, garan- cal, bem como estar em articulação
análise e escolha tir mecanismos anti-roubo. Não com o espaço público da envolven-
é aconselhável a utilização de te em que se inserem. Os objetos
Todos os modelos de mobiliário objetos dotados de mecanismos, devem ser sempre um fator de
urbano e equipamento devem ser por os mesmos estarem sujeitos a valorização do meio urbano.
conformes às exigências de quali- uma maior facilidade de degrada-
dade previstas na legislação portu- ção. Os objetos com peças metá- Coer nCia forMaL
guesa e europeia, no que refere à licas devem ser sempre sujeitos a Os objetos não devem ser disso-
sua certificação e homologação. tratamento de metalização. nantes quanto à sua composição; a
sua forma, os seus materiais e as
Os parâmetros para análise e fUnCionaLidade suas cores devem ser equilibrados
escolha do mobiliário urbano e dos Os objetos devem sempre assegu- e formar um conjunto coerente em
equipamentos a utilizar no espaço rar o cumprimento do fim a que se si e entre si.
público devem incidir sobre três destinam, possibilitando a todos
aspetos gerais fundamentais – o os utilizadores o desempenho das aCessibiLidade
desenho do objeto e adequação à suas atividades sem qualquer Os objetos devem permitir a sua
função, o seu enquadramento ur- esforço. Poderão contemplar tam- utilização por “todos”, respeitando
bano e arquitetónico, e o seu custo. bém alguma polivalência de uso, os princípios do Design Universal e,
deixando lugar à livre apropriação mais especificamente, a legislação
Estes parâmetros de análise e por parte dos utilizadores. portuguesa aplicável.
escolha do mobiliário urbano e dos
equipamentos a utilizar devem ser ConforTo | ergonoMia
considerados por todas as enti- Os objetos devem ser confortáveis Custo
dades, públicas ou privadas, com no uso e na relação que esta-
intervenção no espaço público da belecem com o corpo, devendo CUsTo iniCiaL
cidade de Lisboa. responder de forma positiva às Devem sempre ser tidos em con-
características ergonómicas e às sideração os custos iniciais dos
Este Manual não pretende limitar necessidades de conforto dos seus objetos em face do orçamento
a escolha dos objetos mas sim utilizadores. As funções básicas disponível, da sua função e da sua
garantir padrões mínimos de quali- de uso, como agarrar ou sentar, posição no espaço público, e da
dade do mobiliário e equipamento deverão ser cumpridas sem qual- oferta existente no mercado.
urbano, e a sua adequada implan- quer dificuldade e deve sempre ser
tação no espaço público. considerada e ponderada a inércia CUsTo de ManUTenção
térmica dos materiais face às con- Devem sempre ser tidos em consi-
dições climatéricas. deração os custos de manutenção
Objeto e adequação à função associados aos objetos, uma vez
segUrança que um acréscimo no seu custo
LegibiLidade Os objetos devem sempre transmi- inicial poderá ser compensado com
Os objetos devem ser facilmente tir e oferecer segurança aos seus um decréscimo nos seus custos de
identificáveis e reconhecíveis, não utilizadores, tanto no que se refere manutenção ou vice-versa.
possibilitando qualquer confusão à sua utilização como no que se
quanto à sua função nem contri- refere à sua forma de colocação/
buindo para proporcionar acidentes fixação no espaço público. Cor
decorrentes de um uso inadequado.
No sentido de conferir uma ima-
resisT nCia | dUrabiLidade dos enquadramento urbano e gem e identidade à cidade de Lis-
MaTeriais arquitetónico boa, bem como numa tentativa de
Devem ser utilizados objetos otimizar recursos e reduzir custos
compostos por materiais dura- idenTidade de manutenção, concluiu-se que
douros e de construção sólida e Os objetos devem contribuir para deverão ser adotados na cidade
robusta, como forma de resistência criar uma identidade do local e da duas cores distintas para o mobiliá-
ao clima, ao uso prolongado e ao cidade, devendo para isso estar rio e equipamento urbano.
vandalismo. Os objetos devem ser associados aos fatores culturais,

3
mobiliário urbano

Lisboa - idenTifiCação de Cores Por fregUesia

Tendo-se verificado a existência Areeiro, Arroios, Avenidas Novas,


de vários tons de cinzento e vários Beato, Belém, Benfica, Campo
tons de verde como cores predomi- de Ourique, Campolide, Carnide,
nantes, sendo a maior predominân- Lumiar, Marvila, Olivais, Parque das
cia de verde nas zonas históricas, Nações e Penha de França.
definiu-se um tom de cinza e um
tom de verde a utilizar.
Mais informações
Assim, nos materiais passíveis de
serem pintados, deverá ser uti- ● Decreto-Lei n.º 163/2006, de 8
lizado a cor RAL 6009 – verde, de agosto.
se localizados nas Freguesias de
Estrela, Misericórdia, Santa Maria ● Define as condições de acessi-
Maior, Santo António e São Vicente, bilidade a satisfazer na construção
e na cor RAL 7024 – cinzento, se de espaços públicos, equipamen-
localizados nas restantes Fregue- tos coletivos e edifícios públicos e
sias da Ajuda, Alcântara, Alvalade, habitacionais

4
mobiliário urbano 7.1 abrigos e Paragens de TransPorTes PúbLiCos

descrição Implantação

7.1 Na cidade de Lisboa são atualmen-


te utilizados alguns modelos de
● Sempre que se verifique a
necessidade, por razões funcionais
Abrigos abrigos de transportes públicos em
resultado dos contratos de conces-
e para melhoria das condições de
circulação pedonal, é admitida a
e paragens são anteriormente estabelecidos;
contudo, em espaços públicos de
utilização de abrigos de transportes
públicos com projeto e dimensiona-
relevante valor patrimonial ou por mento adaptado.
de transportes motivos devidamente fundamen-
tados poderão vir a ser utilizados ● Nos passeios de largura reduzi-
públicos outros modelos. da deverão ser adotados modelos
de abrigo de transportes públicos
Os abrigos devem ser pintados na com cobertura mais reduzida e sem
cor RAL 6009 – verde, se localiza- painéis laterais.
dos nas Freguesias de Estrela, Mi-
sericórdia, Santa Maria Maior, Santo ● Quando não for possível asse-
António e São Vicente, e na cor RAL gurar uma largura livre de obstá-
7024 – cinzento, se localizados nas culos de pelo menos 1,20m entre
restantes Freguesias. a fachada do edifício e o painel de
sustentação da cobertura do abrigo
A sinalização das paragens de de transportes públicos e, simul-
autocarro, designadamente no que taneamente uma largura livre de
refere ao poste ou postalete com obstáculos de pelo menos 1,00m
indicação dos autocarros e elétri- entre o limite do lancil e o mes-
cos com paragem, é sempre feita mo painel deverá a paragem ser
através de sinalética específica, assinalada somente por postalete,
conforme os modelos adotados sendo interdita a implantação de
pela Carris, devendo ser sempre abrigo.
salvaguardada a sua implantação
de acordo com as regras relativas à
sinalização rodoviária vertical.

Má PráTiCa – a eviTar boa PráTiCa – a adoTar eM Passeios esTreiTos

5
7.1 abrigos e Paragens de TransPorTes PúbLiCos mobiliário urbano

7.1
Abrigos
e paragens
de transportes
públicos

iMPLanTação de abrigo CoM CoberTUra sTandarT iMPLanTação de abrigo CoM CoberTUra redUzida

iMPLanTação de abrigo inverTido CoM iMPLanTação de abrigo CoM CoberTUra


ParageM CoM PosTaLeTe CoberTUra redUzida redUzida.

6
mobiliário urbano 7.2 sUPorTes Para esTaCionaMenTo de biCiCLeTas

Para que a utilização da bicicleta


no dia-a-dia se possa afirmar como descrição
vantajosa relativamente ao auto-
7.2 móvel é crucial a existência de uma
boa oferta de pontos para estacio-
Os suportes a utilizar nos estacio-
namentos de bicicletas deverão
Suportes para namento de bicicletas, os quais de-
verão ser localizados, preferencial-
obedecer às seguintes caracterís-
ticas:
estacionamento mente, na rodovia, em linha com
o estacionamento automóvel, em ● permitir que tanto o quadro
como ambas as rodas da bicicleta
de bicicletas local bem visível - para minimizar
os riscos de furto - e devidamente sejam fixas ao suporte;
sinalizado.
● permitir que a fixação do quadro
Em situações devidamente justi- e de ambas as rodas da bicicleta
ficadas a sua localização pode tam- possa ser feita com cadeados do
bém ocorrer no espaço de circula- tipo “U” ou “D”;
ção pedonal - passeio -, desde que
tal se justifique, nomeadamente ● permitir o apoio do quadro
junto às entradas dos equipamen- no suporte em pelo menos dois
tos de utilização coletiva - públicos pontos;
ou privados - e dos interfaces de
transporte público, e desde que tal ● garantir que se evitem situ-
não perturbe a fluidez da circulação ações de fixação em que a roda
pedonal, nomeadamente a conti- dianteira possa rodar sobre si
nuidade do percurso acessível. própria;

Em qualquer das situações, estará ● dispor de barra de segurança/


sempre associada aos espaços de deteção para invisuais, quando os
estacionamento para bicicletas a suportes forem colocados no pas-
instalação do necessário dispositivo seio, sendo obrigatório apenas para
de suporte para bicicletas. os que se situarem nas extremida-
des do sistema/ conjunto;

Lisboa - av. Praia da viTória

7
7.2 sUPorTes Para esTaCionaMenTo de biCiCLeTas mobiliário urbano

● ser fabricados em material


resistente ao corte;

● ser fixos ao pavimento de forma


a que seja impossível de removê-
-los do local.

Os modelos de suporte a adotar


para o estacionamento de bicicle-
tas no espaço público são do tipo
“She eld”. Planta

Os suportes devem ser pintados na


cor RAL 6009 – verde, se localiza-
dos nas Freguesias de Estrela, Mi-
sericórdia, Santa Maria Maior, Santo
António e São Vicente, e na cor RAL
7024 – cinzento, se localizados nas Corte AA
restantes Freguesias.

Implantação
A implantação dos suportes a
utilizar nos estacionamentos de
bicicletas deve obedecer às seguin- Corte BB

tes regras: esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – ModeLo sheffieLd’

● quando os suportes sejam loca-


lizados em via ou estacionamento
suprimido, deve ser garantido um
espaço dedicado, devidamente
assinalado e com uma largura
mínima de 1,80m.

● quando os suportes sejam


colocados nos passeios e dispostos
paralelos aos lancis, deve ser asse-
gurada uma distância de 0,30m ao
limite da rodovia, devendo sempre Planta
ser, após a consideração de uma
faixa lateral destinada à bicicle-
ta com 0,60m, salvaguardada a
continuidade do percurso acessível
referido no Decreto-Lei nº46/2006
(ver Cap. 1 - Geometria, Sub-Cap
1.4 - Espaços de Estacionamento). Corte AA

No que refere à sua implantação


em passeios inclinados, os suportes
deverão ser colocados perpendicu-
larmente ao plano inclinado, para
evitar que as bicicletas deslizem.
Corte BB

esTaCionaMenTo de biCiCLeTas – ModeLo Lisboa’

8
mobiliário urbano 7.3 ParqUíMeTros

descrição Implantação

7.3 Os parquímetros correspondem a


dispositivos automáticos destina-
A localização de parquímetros deve
garantir que a maior distância real
Parquímetros dos ao controle do estacionamento
em vias públicas, designadamente
entre os lugares de estacionamento
e o parquímetro não é superior a
nas zonas de estacionamento de 100,00m.
duração limitada, com o fim de
garantir, designadamente através A implantação de parquímetros
da diferenciação de tarifas, a sua sujeita-se às seguintes regras:
rotatividade.
● nos passeios, na área destinada
Na cidade de Lisboa, estes equi- à implantação das infraestruturas,
pamentos são geridos pela EMEL devendo ficar localizados preferen-
– Empresa Municipal de Mobilidade cialmente na junta de delimitação
e Estacionamento de Lisboa, E.M. entre edifícios; neste caso particu-
S.A, a qual opera de acordo com lar, deverá ainda ser salvaguardado
o sistema global de mobilidade e um afastamento minimo de 1.5
acessibilidades definido pela Câma- metros entre o parquímetro e jane-
ra Municipal de Lisboa. las contíguas;

● na faixa destinada a estacio-


namento, em espaço próprio com
uma largura mínima de 1,20m,
assinalado através de pavimento
ou pintura específica, numa distân-
cia não inferior ao limite da via de
0,50m, e orientado no sentido do
passeio.

Lisboa – avenida da Liberdade

9
7.3 ParqUíMeTros mobiliário urbano

iMPLanTação eM CanaL de eqUiPaMenTos iMPLanTação jUnTo faChada

iMPLanTação eM zona de esTaCionaMenTo

10
mobiliário urbano 7.4 PiLareTes e gUarda CorPos

Se existir elemento de ligação entre


Pilaretes pilaretes, esse elemento deve ser
rígido e o conjunto deve cumprir
7.4 descrição
todos os requisitos aplicáveis aos
guarda-corpos.
Pilaretes e Os pilaretes correspondem a ele- Com exceção da envolvente de
guarda-corpos mentos cuja função é a de asse-
gurar:
equipamentos públicos ou de
utilização coletiva, em particular
estabelecimentos de ensino e de
● a proteção e salvaguarda dos saúde, a instalação de pilaretes
espaços de circulação pedonal e nos diferentes tipos de espaço
dos peões relativamente ao esta- público deve corresponder a uma
cionamento abusivo; medida excecional, devidamente
fundamentada. Neste âmbito, a sua
● em conjunto com a sinaliza- utilização deve circunscrever-se às
ção horizontal a delimitação dos seguintes situações:
espaços-canal.
● áreas sujeitas a forte pressão
Na cidade de Lisboa, o modelo de de estacionamento abusivo;
pilarete a adotar deverá correspon-
der às seguintes características: ● zonas mistas.

● garantir a resistência a eventu- Os pilaretes devem ser pintados na


ais impactos resultantes da circula- cor RAL 6009 – verde, se localiza-
ção e estacionamento automóvel; dos nas Freguesias de Estrela, Mi-
sericórdia, Santa Maria Maior, Santo
● possuir uma altura do rebordo António e São Vicente, e na cor RAL
superior ao piso de 0,90m; 7024 – cinzento, se localizados nas
restantes Freguesias.
● » secção constante, tubular, em
metal, com diâmetro não inferior a ● Nos espaços de circulação parti-
0,075m; lhada e em zonas de especial valor
patrimonial podem ser admitidos
● não possuir arestas vivas. outros modelos, designadamente
em pedra, desde que assegurem as
seguintes condições:

Lisboa – ParqUe das nações

11
7.4 PiLareTes e gUarda CorPos mobiliário urbano

● preservem a resistência a even- ● a sua implantação nunca deve ● se forem colocados pilare-
tuais impactos; colocar em causa a existência do tes sobre a faixa de alerta, estes
percurso acessível com uma dimen- devem ser implantados de forma
● tenham uma altura mínima são mínima de 1,20m. simétrica relativamente ao eixo
relativamente ao pavimento en- da passadeira de peões, com um
volvente de 0,30m e um volume Nos espaços de circulação parti- afastamento de 0,80m para cada
detetável por bengala. lhada: lado desse eixo, e a partir daí para
fora a intervalos regulares, com
A utilização de pilaretes retráteis só ● os pilaretes devem ser dispos- um afastamento igual ou menor a
é permitida nas seguintes situa- tos ao longo dos percursos pedo- 1,60m;
ções: nais, salvaguardando sempre uma
distância superior a 0,30m à faixa ● se for necessário colocar mais
● nas zonas de acesso automóvel dedicada aos percursos acessíveis; de um pilarete, o conjunto deve ser
condicionado - definidas no Regula- alinhado com a mesma direção do
mento Geral de Estacionamento e ● a distância entre pilaretes não lancil.
Paragem na Via Pública; deverá ser superior a 1,60m nem
inferior a 1,20m;
● para acesso a equipamentos Implantação em faixa de
públicos ou de utilização coletiva ● a sua implantação nunca deve proteção de pista ciclável
ou espaços verdes públicos. colocar em causa a existência do
percurso acessível com uma dimen- A colocação de pilaretes junto a
são mínima de 1,20m. percursos cicláveis deve ser efetua-
Implantação da da seguinte forma:

Nos arruamentos onde haja delimi- Implantação em área de ● o pilarete deve ficar a uma dis-
tação da faixa de rodagem: proteção de passadeira tância igual ou superior a 0,60m da
do limite exterior da pista ciclável;
● os pilaretes devem ser dispos- A colocação de pilaretes na área de
tos ao longo das vias, no espaço de proteção de uma passadeira de pe- ● se for necessário colocar mais
circulação pedonal, a uma distância ões deve ser efetuada da seguinte de um pilarete, o conjunto deve ser
da faixa de rodagem que varia forma: alinhado com a mesma direção da
entre os 0,30m e os 0,60m; pista ciclável.
● o pilarete deve ficar a uma
● a distância entre pilaretes distância da faixa de rodagem que
deverá ser de 1,20m a 1,60m. Nas varia entre os 0,30m e os 0,60m;
passadeiras a distância deve ser
sempre de 1,60m;

TiPoLogia de PiLareTes

12
mobiliário urbano 7.4 PiLareTes e gUarda CorPos

iMPLanTação nos arrUaMenTos

iMPLanTação na área de ProTeCção das Passadeiras

13
7.4 PiLareTes e gUarda CorPos mobiliário urbano

CriTérios de iMPLanTação Para PiLareTes


e gUarda-CorPos.

14
mobiliário urbano 7.4 PiLareTes e gUarda CorPos

guarda corpos ● ser vazado, de forma a não Implantação


diminuir a visibilidade;
Nos arruamentos onde haja delimi-
● se for dotado de uma ou mais tação da faixa de rodagem:
descrição travessas, fixação da travessa aos
montantes por encaixe que não
Os guarda-corpos correspondem ● os guarda-corpos devem ser
permita a rotação. dispostos ao longo das vias, no es-
a elementos cuja função é a de
assegurar a intransponibilidade paço de circulação pedonal, a uma
Com exceção da envolvente de
dos diferentes tipos de espaço, distância da faixa de rodagem que
equipamentos públicos ou de
impedindo o atravessamento das varia entre os 0,30m e os 0,60m;
utilização coletiva, em particular
vias de circulação automóvel ou a estabelecimentos de ensino e de
invasão dos espaços de circulação ● a sua implantação nunca deve
saúde, a instalação de guarda-cor- colocar em causa a existência do
pedonal por veículos de menor pos nos diferentes tipos de espaço
dimensão, incluindo motociclos e percurso acessível com uma dimen-
público deve corresponder a uma são mínima de 1,20m.
bicicletas. medida excecional, devidamente
fundamentada. Neste âmbito, a sua Implantação em área de proteção
Na cidade de Lisboa, o modelo de
utilização deve circunscrever-se às de passadeira
guarda-corpos a adotar deverá
seguintes situações:
corresponder às seguintes caracte-
rísticas: A colocação de guarda-corpos na
● áreas sujeitas a tráfego intenso; área de proteção de uma passadei-
● garantir a resistência a eventu- ra de peões deve ser efetuada da
● áreas sujeitas a forte pressão seguinte forma:
ais impactos resultantes da circula- de estacionamento abusivo de
ção e estacionamento automóvel; motociclos e bicicletas; ● o guarda-corpos deve ficar a
● possuir uma altura do rebordo uma distância da faixa de roda-
● zonas mistas. gem que varia entre os 0,30m e os
superior ao piso de 0,90m;
0,60m;
Os guarda-corpos devem ser
● possuir em toda a sua extensão, pintados na cor RAL 6009 – verde,
um volume detetável por bengala ● se forem colocados guarda-
se localizados nas Freguesias de -corpos na direção do lancil, estes
a uma altura do piso mínima de Estrela, Misericórdia, Santa Maria
0,30m; devem ser implantados com um
Maior, Santo António e São Vicente, afastamento aos limites laterais da
e na cor RAL 7024 – cinzento, se marca rodoviária M11 (passadeira)
● não possuir arestas vivas;
localizados nas restantes Fregue- igual ou superior a 0,50m.
sias.

Implantação em faixa de
proteção de pista ciclável

A colocação de guarda-corpos junto


a percursos cicláveis deve ser efe-
tuada da seguinte forma:

● o guarda-corpos deve ficar a


uma distância igual ou superior a
0,60m da do limite exterior da pista
ciclável.

Lisboa – sanTo anTónio

15
7.4 PiLareTes e gUarda CorPos mobiliário urbano

iMPLanTação nos arrUaMenTos

iMPLanTação na área de ProTeCção das Passadeiras

16
mobiliário urbano 7.5 banCos, Cadeiras e Mesas

descrição ● Quando os elementos sejam


pintados, deverão sê-lo na cor RAL
6009 – verde, se localizados nas
7.5 Preferencialmente, devem ser
adotados assentos com encosto, Freguesias de Estrela, Misericórdia,
Santa Maria Maior, Santo António
Bancos, procurando-se dar resposta a uma
forma de estar mais confortável, e São Vicente, e na cor RAL 7024 –
cinzento, se localizados nas restan-
cadeiras principalmente em zonas onde se
prevê maior uso por parte de popu- tes Freguesias.
lação idosa (nestes casos a exis-
e mesas tência de braços em complemento
é de maior pertinência), zonas de Implantação
espera, como interfaces de trans-
porte público, ou zonas onde o ca- A localização de bancos e cadeiras
ráter do espaço induza ao descanso deverá obedecer aos seguintes
ou a um tempo de permanência critérios de localização:
prolongado.
● interfaces de transporte público
Admite-se que os assentos não (para além dos assentos incluídos
tenham costas quando: nos abrigos de transportes públi-
cos), preferencialmente associados
● nas situações em que o objetivo a elementos que assegurem um
da sua colocação não seja o estar correcto abrigo do sol e da chuva;
mas apenas o descanso pontual;
● praças, largos e jardins públicos
● quando da articulação intrínseca com funções de recreio e lazer, pre-
entre os objetos e o espaço em que ferencialmente associados a zonas
se insere, podendo ser importante de ensombramento por árvore;
minimizar a presença visual destes
objetos no espaço ou relacioná-los ● espaços públicos cuja dimen-
diretamente com a envolvente e são, configuração ou interesse
arquitetura; histórico permita cumprir funções
de descanso pontual do peão e/ ou
● em situações que induzam contemplação de edifícios, circui-
à apropriação livre, como zonas tos pedonais ou da paisagem;» em
informais de convívio, ou quando o arruamentos, preferencialmente
objeto possa estar a dar resposta a associados a zonas de ensombra-
várias funções; mento por árvore.

Lisboa – ParqUe das nações

17
7.5 banCos, Cadeiras e Mesas mobiliário urbano

banCos – ergonoMia

iMPLanTação nos arrUaMenTos

iMPLanTação nos arrUaMenTos

18
mobiliário urbano 7.5 banCos, Cadeiras e Mesas

Lisboa – CaMPo grande

Lisboa – avenida da rePúbLiCa

19
7.6 ParkLeTs mobiliário urbano

Estrela, Misericórdia, Santa Maria


descrição Maior, Santo António e São Vicente,
e na cor RAL 7024 – cinzento, se
7.6 Os parklets correspondem a estru-
turas ligeiras que possibilitam a
localizados nas restantes Fregue-
sias.
Parklets ampliação pontual da área pedonal,
sobre os espaços de estacionamen- Os parklets têm como objetivos:
to que lhes são contíguos.
● ampliar a área de espaço públi-
O parklet é uma extensão tempo- co de uso pedonal
rária do passeio. Trata-se de uma A cidade de Lisboa apresenta em
ampliação do passeio público, alguns bairros uma carência de es-
realizada por meio da implantação paços públicos que possam ser uti-
de um estrado ou de plataforma lizados como espaços de recreio e
sobre a área antes ocupada pelo lazer pela população. Disponibilizar
espaço de estacionamento na via áreas nalguns dos bairros centrais
pública, que pode ser equipada com da cidade é muitas vezes inviável;
bancos, floreiras, mesas e cadeiras, a facilidade de implantação e o seu
guarda-sóis, aparelhos de exercí- baixo custo são vantagens que via-
cios físicos ou outros elementos bilizam a adoção de parklets - de-
de mobiliário, dependendo da sua vido ao seu tamanho relativamente
função de estadia, recreio ou lazer. pequeno, baixo custo de instalação
e manutenção, natureza temporária
Quando os elementos constituintes da intervenção e pelas parcerias
dos parklets sejam pintados, deve- que se podem estabelecer com
rão sê-lo na cor RAL 6009 – verde, instituições e empresas.
se localizados nas Freguesias de

san franCisCo – CaLifornia san franCisCo – CaLifornia

20
mobiliário urbano 7.6 ParkLeTs

altura do parklet deve, para isso,


● promover espaços de encontro e ● a facilidade da sua instalação e ser igual à altura do lancil;
convívio na rua remoção (intervenção reversível);
A oferta de espaços públicos que
● as necessárias condições de
proporcionem o encontro e convívio ● a facilidade do seu transporte e conforto e segurança dos seus
da população, induz a uma maior armazenamento;
utilizadores, através da adoção de
interação social, capaz de estabele- modelos com características de
cer laços, relações de vizinhança e ● o seu baixo custo de fabrico e
resistência mecânica adequadas
consequentemente, aumenta a se- de instalação.
aos usos previstos;
gurança, funciona como motor para
o comércio local e contribui para A instalação de parklets pode ser
colocada por empresas e institui- ● salvaguardar o acesso a todas
desenvolver o sentido de bairro. as caixas de visita das infraestrutu-
ções ou autarquias, sendo a sua
ras no subsolo;
Em face da uniformidade das autorização da responsabilidade
dimensões dos lugares de esta- do Município, em articulação com
● a melhor preservação e manu-
cionamento, os parklets podem, e as Juntas de Freguesia, e sujeita
tenção dos pavimentos existentes,
devem, corresponder a unidades ao pagamento de taxa a fixar em
sem prejuízo da sua melhor fixação
com as mesmas dimensões e que regulamento municipal.
a estes quando se justifique.
em face da disponibilidade de es-
paço ou da pressão da procura, vão Os modelos e características dos
● Estes espaços devem ser pro-
ocupando de forma gradual alguns parklets a adotar no espaço público
tegidos em relação às vias de cir-
dos lugares de estacionamento. da cidade de Lisboa, são os defini-
culação automóvel e de estaciona-
dos pelos serviços municipais.
mento, sendo o seu acesso apenas
As vantagens do parklet prendem- possível a partir do passeio;
-se essencialmente com:
Implantação ● Devem ser devidamente preser-
● a possibilidade de reversão vadas as condições de drenagem
pontual da utilização dos espaços Na instalação dos parklets deve ser de águas pluviais ou de lavagem.
destinados a estacionamento ou, assegurado:
de alguns dos espaços de circula-
ção rodoviária; ● o nivelamento do piso do park-
let com o passeio envolvente – a

iMPLanTação eM arrUaMenTos anTes iMPLanTação eM arrUaMenTos dePois

21
7.7 esPLanadas mobiliário urbano

sias de Estrela, Misericórdia, Santa


descrição Maria Maior, Santo António e São
Vicente, e na cor RAL 7024 – cin-
7.7 Entende-se por esplanada a ins-
talação na via pública de mesas
zento, se localizados nas restantes
Freguesias.
Esplanadas e cadeiras destinadas a apoiar
exclusivamente estabelecimentos
de hotelaria ou similares. Implantação
Todo o mobiliário – mesas e ca- A instalação de esplanadas só é
deiras – que constitua a esplanada autorizada em frente dos respeti-
deve ficar circunscrito à sua área vos estabelecimentos.
de implantação.
Em situações especiais, devida-
Podem ainda integrar a área da mente fundamentadas, pode ser
esplanada outros elementos de autorizada a instalação de espla-
mobiliário urbano, como por exem- nadas afastadas das fachadas dos
plo, carrinhos de apoio ao serviço, respetivos estabelecimentos desde
expositores de ementas, aquecedo- que fiquem assegurados corredo-
res verticais, floreiras, contentores res para a circulação de peões de
para resíduos, guarda-ventos ou largura não inferior a 2,00m.
guarda-sóis.
Pode ser autorizada a instalação
Em substituição das cadeiras, de esplanadas independentes
podem opcionalmente ser conside- de qualquer estabelecimento e
rados para as esplanadas, bancos, situadas em praças, largos, ruas ou
pufes e/ ou outros modelos de alamedas. Em casos em que seja
assentos. necessário o atravessamento de
via com fluxo rodoviário relevan-
Quando os elementos sejam pinta- te será necessário obter parecer
dos, deverão sê-lo na cor RAL 6009 favorável dos serviços responsáveis
– verde, se localizados nas Fregue- pelo tráfego.

iMPLanTação eM arrUaMenTos iMPLanTação eM arrUaMenTos

22
mobiliário urbano 7.7 esPLanadas

PLanos de esPLanada paço não inferior a 0,80m. Quando


exisTenTes e a Considerar a fachada do estabelecimento for
esplanadas comum a outros estabelecimentos
● Avenida Conde de albom abertas é indispensável a autorização de
todos.
● Avenida Duque D’Ávila
descrição Excecionalmente poderão ser
● Avenida Guerra Junqueiro excedidos estes limites quando tal
Esplanada sem qualquer tipo de não prejudique o acesso a esta-
● Bairro Alto proteção frontal. belecimentos e/ ou prédios contí-
guos sempre que o requerimento
● Baixa Pombalina seja acompanhado da necessária
Implantação autorização do proprietário ou pro-
● Calçada do Duque
prietários em causa. Quando pelas
A ocupação não pode prejudicar
dimensões da rua resultar eventual
● Largo do Carmo a circulação de peões reservan-
conflito de interesses entre comer-
do sempre para tal corredores de
● Parque das Nações ciantes de estabelecimentos fron-
circulação, de largura não inferior a
teiros, deverá aquele ser dirimido
2,00m contado:
● Portas de Santo Antão segundo as normas de equidade.
● a partir do rebordo exterior do Nos passeios com paragens de
● Praça de São Paulo lancil do passeio, em passeio sem
veículos de transportes coletivos de
caldeiras;
● Rua Nova do Carvalho [troço 1] passageiros não é permitida a ins-
talação de esplanada aberta numa
● a partir do limite interior ou ba-
zona de 5,00m para cada lado da
lanço do respetivo elemento mais
Mais informações paragem.
próximo da fachada do estabeleci-
mento, em passeios com caldeiras
Câmara Municipal de Lisboa, Edital
ou outros elementos ou tipos de
nº101/91; Regulamento Geral de Mais informações
equipamento urbano.
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigos 47.º e 48.º Câmara Municipal de Lisboa, Edital
As instalações não podem exce-
nº101/91; Regulamento Geral de
der a fachada do estabelecimento
Mobiliário Urbano e Ocupação da
respetivo, nem dificultar o acesso
Via Pública – Artigos 49.º e 51.º
livre e direto ao mesmo em toda a
largura do vão da porta, num es-

Lisboa – Largo do CaMões

23
7.7 esPLanadas mobiliário urbano

mais de metade da largura do


Implantação passeio, com o limite máximo de
esplanadas 3,50m.
fechadas A instalação de esplanadas fecha-
das deve deixar livre para a circula- No fecho de esplanadas não é
ção de peões um espaço de passeio autorizada a utilização de alumínio
descrição nunca inferior a 2,00m, medido: anodizado, o pavimento deverá
obrigatoriamente manter o empe-
Esplanada efetuada em espaço ● a partir do rebordo exterior do drado de vidraço, se não for utili-
totalmente protegido, ainda que lancil do passeio, em passeio sem zado estrado, e os vidros a utilizar
qualquer dos elementos da estrutu- caldeiras; deverão ser obrigatoriamente lisos
ra sejam retráteis ou móveis. e transparentes.
● a partir do limite interior ou ba-
Trata-se de uma solução que deve- lanço do respetivo elemento mais
rá ser evitada por sistema, pelo que próximo da fachada do estabeleci- Mais informações
carece sempre de uma apreciação mento, em passeios com caldeiras
cuidada por parte da entidade ou outros elementos ou tipos de Câmara Municipal de Lisboa, Edital
licenciadora. equipamento urbano. nº101/91; Regulamento Geral de
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Nos bairros históricos é interdita a Em caso algum será autorizada Via Pública – Artigos 54.º a 58.º
instalação de esplanadas fechadas. uma esplanada fechada que ocupe

Lisboa – sanTo anTónio

24
mobiliário urbano 7.7 esPLanadas

Nos bairros históricos é interdita a


instalação de guarda-ventos.
estrados guarda ventos
descrição descrição Implantação

A utilização de estrados só poderá O guarda-vento é um dispositivo A instalação de guarda-ventos só


ser autorizada se aqueles forem amovível, rígido e transparente, pode ocorrer junto de esplanadas e
construídos em madeira e por que funciona como proteção lateral durante a época do seu funciona-
módulos com a área máxima de contra agentes climatéricos, de mento.
3,00m2. apoio a esplanadas abertas.
O guarda-vento deve ser amovível
Os estrados devem ser amovíveis Quando o guarda-vento possua e ser retirado quando o estabeleci-
de modo a serem assegurados uma parte opaca, esta não pode mento se encontra encerrado.
os acessos às infraestruturas de ultrapassar a altura de 0,60m,
subsolo e permitir a lavagem/ ma- contada a partir do solo. Os guarda-ventos devem ser colo-
nutenção do pavimento, de modo a cados perpendicularmente ao plano
evitar a insalubridade. Os vidros a utilizar deverão ser in- marginal da fachada, sem ocultar
quebráveis e não poderão exceder referências de interesse público e
Os estrados devem garantir a aces- as seguintes dimensões: sem prejudicar a segurança, salu-
sibilidade de pessoas com mobili- bridade e boa visibilidade do local
dade reduzida. ● altura máxima de 1,35m; ou as árvores porventura existentes
na envolvente.
● largura máxima de 1,00m.
Implantação A distância do seu plano inferior
As partes metálicas pintadas dos ao pavimento deve ser no mínimo
A altura máxima dos estrados será guarda-ventos devem ser pintadas de 0,05m, não podendo a altura
definida pela cota máxima da solei- na cor RAL 6009 – verde, se loca- total dos mesmos exceder 2,00m,
ra da porta de entrada. lizados nas Freguesias de Estrela, contados a partir do solo.
Misericórdia, Santa Maria Maior,
Os estrados só poderão ser utiliza- Santo António e São Vicente, e na Os guarda-ventos não podem ter
dos quando o desnível do pavimen- cor RAL 7024 – cinzento, se locali- um avanço superior ao da esplana-
to for superior a 5,0%. zados nas restantes Freguesias. da nem, em qualquer caso, superior

Mais informações

Câmara Municipal de Lisboa, Edital


nº101/91; Regulamento Geral de
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigo 52.º

lIsbOa Lisboa – arroios

25
7.7 esPLanadas mobiliário urbano

a 3,00m. Entre o guarda-vento e


qualquer outro obstáculo, elemen- Implantação
to de mobiliário ou equipamento Contentor de
urbano deve obrigatoriamente resíduos O contentor para resíduos deve
ser instalado contiguamente ao
existir uma distância nunca inferior
a 2,00m. respetivo estabelecimento, servindo
descrição exclusivamente para seu apoio.
A colocação de guarda-ventos na
proximidade de outros estabeleci- O contentor para resíduos deve A instalação de um contentor para
mentos só pode fazer-se desde que estar sempre em bom estado de resíduos no espaço público não
entre eles e as montras ou acessos conservação, nomeadamente no pode causar qualquer perigo para a
daqueles fique salvaguardada uma que respeita a pintura, higiene e higiene e limpeza do espaço.
distância não inferior a 0,80m. limpeza.

O contentor de resíduos deve ser Mais informações


pintado na cor RAL 6009 – verde,
Mais informações
se localizado nas Freguesias de Câmara Municipal de Lisboa, Edital
Câmara Municipal de Lisboa, Edital Estrela, Misericórdia, Santa Maria nº101/91; Regulamento Geral de
nº101/91; Regulamento Geral de Maior, Santo António e São Vicente, Mobiliário Urbano e Ocupação da
Mobiliário Urbano e Ocupação da e na cor RAL 7024 – cinzento, se Via Pública – Artigo 53.º
Via Pública – Artigo 53.º localizado em qualquer uma das
restantes Freguesias.

gUarda venTo – iMPLanTação eM arrUaMenTos Lisboa – rossio

26
mobiliário urbano 7.8 ToLdos, aLPendres e PaLas

descrição
Toldos
7.8 Elementos de proteção contra
proibido afixar ou pendurar quais-
quer objetos nos toldos, alpendres,
agentes climatéricos feitos de lona
Toldos, ou material idêntico, rebatíveis,
palas e sanefas.

aplicáveis a vãos de portas, janelas Exceptua-se a afixação de men-


alpendres e montras de estabelecimentos sagens publicitárias licenciadas
comerciais, nos quais pode estar in- pela Câmara Municipal de Lisboa
e palas serida uma mensagem publicitária. nos termos do Regulamento sobre
Publicidade.

Só poderão ser autorizadas sanefas


alpendres ou após o licenciamento do respetivo
toldo, alpendre ou pala.
palas
Elementos rígidos, com predomínio
da dimensão horizontal, fixos aos
paramentos das fachadas, com
função decorativa e de proteção
contra agentes climatéricos.

Lisboa – rossio

27
7.8 ToLdos, aLPendres e PaLas mobiliário urbano

adequadas à tonalidade do toldo,


Implantação ● os toldos têm que ser rebatíveis; com qualidade própria e o mínimo
de dizeres, devendo restringir-se à
Na instalação de toldos, alpendres ● só serão permitidas superfícies
aba do mesmo;
curvas nos casos em que o vão
ou palas, e respetivas sanefas, ob-
seja em arco;
servar-se-ão os seguintes limites: ● só poderão ser autorizadas sa-
nefas em arcadas ou vãos vazados;
● as estruturas de suporte não
● os toldos amovíveis em mate-
poderão sobrepor cunhais, emol-
riais não rígidos podem projetar–se ● é interdita a instalação de tol-
duramentos de vãos, gradeamen-
fora do plano de fachada até um dos acima do nível do piso térreo;
tos, bases de varandas, cornijas e
máximo de 3,00m, não podendo
outros elementos com interesse
ultrapassar a superfície vertical pa- ● é interdita a instalação de al-
arquitetónico e decorativo; pendres e palas nos bairros histó-
ralela ao bordo do passeio, distan-
do dele 0,80m; ricos.
● a cor do toldo deve conjugar-se
com as características do ambiente
● a instalação deve fazer-se a
urbano local;
uma distância do solo igual ou Mais informações
superior a 2,40m e nunca acima do
● o limite interior das abas deverá Câmara Municipal de Lisboa, Edital
nível do tecto do estabelecimento a
ficar a uma distância ao solo de
que pertençam. nº101/91; Regulamento Geral de
2,40m ou igual à altura da parte
Mobiliário Urbano e Ocupação da
inferior da verga dos vãos do esta-
Na instalação de toldos em bairros Via Pública – Artigos 70.º a 75.º
belecimento;
históricos devem ser observadas as
seguintes regras: Câmara Municipal de Lisboa, Edital
● a inscrição de publicidade só nº35/92; Regulamento de Publici-
poderá ser autorizada se tiver cores
dade.

iMPLanTação eM arrUaMenTos Lisboa – baixa

28
mobiliário urbano 7.9 exPosições no esPaço PúbLiCo

expositores grandes
7.9 de apoio a exposições
Exposições no estabelecimentos As ocupações da via pública ou em
áreas expectantes com estruturas
Expositores são estruturas próprias
espaço público para apresentação de produtos
de exposição destinadas à pro-
moção de marcas, campanhas de
comercializados no interior dos es-
sensibilização ou qualquer outros
tabelecimentos comerciais, instala-
eventos, podem ser autorizadas
das no espaço público.
desde que obedeçam às condições
As ocupações com estruturas de seguintes:
exposição, quando destinadas a
apoio de estabelecimentos, po- ● as estruturas de apoio ou quais-
quer dos elementos expostos não
derão ser autorizadas desde que
podem exceder a altura de 5,00m;
respeitem as condições seguintes:
● toda a zona marginal da via
● a ocupação não pode prejudi-
pública deverá ser protegida em
car o trânsito de peões, deixando
relação à área de exposição sem-
sempre livre, para esse efeito, um
pre que as estruturas ou o equipa-
corredor de largura não inferior a
mento exposto possam, pelas suas
2,00m, definido entre o lancil e a
características, afectar direta ou
zona ocupada;
indiretamente a envolvente am-
biental.
● a ocupação não pode exceder
0,60m ou 0,80m a partir do plano
As autorizações referidas no nú-
marginal da edificação conforme a
mero anterior não deverão exceder
largura do passeio for até 5,00m
o prazo de 60 dias, acrescido do
ou superior, respetivamente;
período necessário à montagem e
desmontagem que será fixado caso
● a distância do plano inferior dos
expositores ao pavimento será, no a caso.
mínimo de 0,40m sempre que se
trate de produtos alimentares, não
podendo, em nenhum caso, a altura Mais informações
das instalações exceder 1,50m a
partir do solo; Câmara Municipal de Lisboa, Edital
nº101/91; Regulamento Geral de
● a colocação dos expositores não Mobiliário Urbano e Ocupação da
pode, em qualquer caso, dificultar Via Pública – Artigos 76.º a 78.º
o acesso livre e direto ao próprio
estabelecimento em toda a largura
do vão da entrada, nem prejudi-
car o acesso ao prédio em que o
estabelecimento se integre ou os
prédios adjacentes.

No caso de inexistência de pas-


seios, ou quando a largura destes
seja inferior a 2,00m, a ocupação
pode, ainda assim, ser autorizada,
desde que fundamentada e avalia-
da em função das características
específicas de cada caso.

29
7.10 banCas mobiliário urbano

descrição
bancas de venda
7.10 Entende-se por banca de venda
toda a estrutura amovível, fixa ao
de jornais e
Bancas solo que não possa ser engloba- revistas
da na noção de quiosque, a partir
da qual é prestado um serviço ou Implantação
são expostos artigos para comér-
cio, manufaturados ou não pelo A instalação de bancas de venda de
vendedor. jornais e revistas só é autorizada
nas seguintes condições:
Nestas estruturas poderão ser
exercidos os seguintes ramos de ● a ocupação deve garantir um
comércio ou serviço: corredor livre para o trânsito de
peões de largura não inferior a
● venda de jornais, revistas e 2,00m;
lotaria;
● a ocupação deve fazer-se a par-
● artesanato; tir do plano marginal das edifica-
ções próximas, não sendo autori-
● engraxadores; zada a meio dos passeios, devendo
ser posicionada a uma distância
● todos os ramos autorizados no minima de 30 cm ao rebordo do
âmbito da regulamentação da ven- lancil;
da ambulante, desde que integrada
em aglomerados de venda ambu- ● a ocupação não pode dificultar o
lante ou mercados de levante. acesso a estabelecimentos ou edifí-
cios em geral, nem pode ter lugar a
uma distância inferior a 1,50m das
Mais informações respetivas entradas;

Câmara Municipal de Lisboa, Edital ● a ocupação não pode verificar-


nº101/91; Regulamento Geral de -se a uma distância inferior a
Mobiliário Urbano e Ocupação da 1,50m de esplanadas, vitrinas de
Via Pública – Artigo 63.º estabelecimentos ou, de um modo
geral, de outras ocupações ou obs-
táculos existentes na via pública.

Mais informações

Câmara Municipal de Lisboa, Edital


nº101/91; Regulamento Geral de
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigo 64.º

Lisboa – rossio

30
mobiliário urbano 7.10 banCas

bancas de venda bancas de bancas de apoio à


de artesanato engraxadores venda ambulante
Implantação Implantação
ou a mercados de
levante
A instalação de bancas de venda de A ocupação de passeios e pla-
artesanato só poderá ser autoriza- cas da via pública para exercício Implantação
da quando se destinarem a zonas da atividade de engraxador só é
objeto de projeto específico, previa- autorizada nos locais previamente A ocupação de locais na via pública
mente elaborado pelos serviços. estabelecidos. com bancas de apoio à venda
ambulante só poderá ser autoriza-
da em locais previamente estabe-
Mais informações Mais informações lecidos, em resultado de projeto
de ordenamento do espaço e do
Câmara Municipal de Lisboa, Edital Câmara Municipal de Lisboa, Edital mobiliário e equipamento urbano
nº101/91; Regulamento Geral de nº101/91; Regulamento Geral de correspondente.
Mobiliário Urbano e Ocupação da Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigo 65.º Via Pública – Artigo 66.º
Mais informações

Câmara Municipal de Lisboa, Edital


nº101/91; Regulamento Geral de
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigo 67.º

Lisboa – sanTo anTónio

31
7.10 banCas mobiliário urbano

Máquinas/ arcas brinquedos


de gelados mecânicos
A ocupação do espaço público A instalação de um brinquedo
com máquinas ou arcas de gela- mecânico ou de um equipamento
dos, quando destinadas a apoio similar deve respeitar as seguintes
de estabelecimentos, poderão ser condições:
autorizadas desde que respeitem
as condições seguintes: ● por cada estabelecimento ape-
nas é permitida a instalação de um
● a ocupação não pode prejudi- brinquedo mecânico ou equipamen-
car o trânsito de peões, deixando to similar, servindo exclusivamente
sempre livre, para esse efeito, um como apoio ao estabelecimento;
corredor de largura não inferior a
2,00m, definido entre o lancil e a ● ser contígua à fachada do
zona ocupada; estabelecimento, preferencialmente
junto à entrada;
● a ocupação não pode exceder
0,75m ou 1,00m, a partir do plano ● não exceder 1,00m de avanço
marginal da edificação conforme a contado a partir do plano da facha-
largura do passeio for até 5,00m da do edifício;
ou superior, respetivamente.
● deixar livre um corredor no pas-
seio com uma largura não inferior
a 2,00m.

MáqUinas/arCas de geLados brinqUedos MeCÂniCos

32
mobiliário urbano 7.11 qUiosqUes

Os quiosques, pequenos espaços diano dos lisboetas é uma reali-


comerciais destinados à venda de dade. Existem atualmente mais de
tabaco, revistas, jornais, lotarias, quarenta quiosques em funciona-
7.11 refrescos e petiscos, surgem em
Lisboa nos finais do século I , nas
mento, em várias zonas da cidade.

Quiosques principais praças e largos, Avenida


da Liberdade e Zona Ribeirinha.
Nalguns quiosques os tradicionais
refrescos de limonada chic, orchata,
Nalguns casos, como por exemplo groselha, chá gelado, leite perfu-
o quiosque “Rei dos Torresmos” no mado, mazagrã e capilé podem ser
Cais do Sodré, também vendiam novamente saboreados.
peixe frito, azeitonas, torresmos e
filetes de bacalhau. Muitos dos novos quiosques apre-
sentam também uma programação
Funcionavam como um ponto de regular de animação cultural.
encontro obrigatório, no início de
um dia de trabalho para o chamado
mata bicho - gíria para a primeira descrição
refeição do dia -, ou ao fim do dia e
pela noite dentro para conviver. Nos quiosques poderá ser autoriza-
do o exercício de todos os ramos de
Nos anos 80 do século XX, a tra- comércio que não sejam vedados,
dição dos quiosques foi retomada por regulamentação própria, aos
pela Câmara Municipal de Lisboa, vendedores ambulantes.
recuperando os antigos espaços,
ainda em funcionamento, e criando O comércio em quiosques é exten-
novos, com espaço de esplanada. sível ao ramo alimentar desde que
Desde o início do século XXI que o cumpridos os requisitos exigidos
regresso dos quiosques ao quoti- ao nível da segurança e higiene
alimentar.

Cor

Os quiosques a implantar na cidade


de Lisboa devem, tendencialmente,
ser pintados numa das duas cores
estabelecidas neste Manual para
o mobiliário urbano a instalar nas
diferentes Freguesias da cidade.

Contudo, em face de eventuais


características próprias de alguns
dos quiosques a instalar, admite-
-se que, decorrente da expressão,
dimensão e/ ou significado do
quiosque, a sua cor possa variar
de forma preservar a sua memória
histórica ou a dar resposta a requi-
sitos específicos de representação
ou identidade.

Lisboa – raTo

33
7.11 qUiosqUes mobiliário urbano

Implantação

A instalação de quiosques deve


respeitar uma distância não inferior
a 0,80m ao lancil do passeio respe-
tivo ou do plano marginal das edi-
ficações, devendo em qualquer dos
casos ficar assegurado um corredor
desimpedido de largura não inferior
a 2,00m. Os toldos ou palas dos
quiosques não podem projetar-se
para lá do bordo do passeio.

Quando da instalação dos quios-


ques, a sapata de fundação deverá
ficar nivelada com o pavimento.

Mais informações

Câmara Municipal de Lisboa, Edital


nº101/91; Regulamento Geral de
Mobiliário Urbano e Ocupação da
Via Pública – Artigo 59.º a 62.º

Lisboa – avenida da Liberdade

iMPLanTação eM arrUaMenTos

34
mobiliário urbano 7.12 saniTários

Implantação ● a sua implantação deverá ser


feita no sentido em que resultar
menor obstrução da secção de
7.12 A instalação de blocos sanitários só
é permitida quando a largura dos passeio disponível;

Sanitários passeios seja superior a 5,00m e


salvaguardando a continuidade do ● a instalação do bloco sanitário
só é permitida na faixa destinada à
percurso acessível.
implantação do mobiliário urba-
A localização dos blocos sanitários no, entre o percurso acessível e o
sujeita-se, cumulativamente, às lancil;
seguintes regras:
● deverá ser assegurada uma dis-
tância mínima ao rebordo do lancil
● a sua implantação deverá ser
feita de forma paralela ao sentido de 0,30m;
do lancil;
● a entrada deverá estar orienta-
da para o percurso acessível.

Os sanitários devem ser pinta-


dos na cor RAL 6009 – verde, se
localizados nas Freguesias de
Estrela, Misericórdia, Santa Maria
Maior, Santo António e São Vicente,
e na cor RAL 7024 – cinzento, se
localizados em qualquer uma das
restantes Freguesias.

Lisboa – CaMPo grande

35
7.13 sinaLização inforMaTiva PedonaL e CiCLáveL mobiliário urbano

A sinalização informativa pedonal é A sinalização informativa pedonal e


essencial para a compreensão do, ciclável deve contribuir para a ima-
cada vez mais complexo, sistema gem da cidade e deverá ser facil-
7.13 urbano. A sinalização informati-
va pedonal tem como prioridade
mente reconhecida e identificável.

Sinalização passar para os peões – residentes


ou turistas –, de uma forma clara,
Os suportes para a sinalização
informativa pedonal e ciclável de-
informativa eficaz e articulada com o contexto
urbano em que se insere, as indica-
vem ser pintados na cor RAL 6009
– verde, se localizados nas Fregue-
sias de Estrela, Misericórdia, Santa
pedonal e ções necessárias para que todos se
orientem na cidade. Maria Maior, Santo António e São
Vicente, e na cor RAL 7024 – cin-
ciclável A sinalização informativa ciclável zento, se localizados em qualquer
que esteja associada às pista ciclá- uma das restantes Freguesias.
veis deverá apresentar um conjunto
de informações sobre o seu percur-
so e a sua utilização. Implantação

A sinalização informativa pedonal


Caraterísticas deve ser implantada no espaço
público em alinhamento com os
A sinalização informativa – tipogra- demais equipamentos e de forma
fia, pictogramas, mapas e outros a ser facilmente legível e percetí-
elementos – deve ser desenhada e vel para os peões, não devendo a
construída para ser legível e compre- mesma constituir um obstáculo à
ensível por todos, inclusive por pes- circulação. . A sinalização informati-
soas com visão reduzida - no caso va ciclável, à semelhança da pedo-
da sinalização informativa pedonal. nal deve ser implantada de forma a
ser facilmente legível e perceptível
Não devem ser utilizadas palavras devendo ser análoga à sinalização
desnecessárias ou desconhecidas, informativa rodoviária, indicando
nem abreviaturas ou quaisquer locais importantes mais próximos
outros elementos de difícil leitura e tempo estimado de chegada aos
e/ ou compreensão. mesmos.

sidne sidne – h de Park

36
mobiliário urbano 7.14 MUPis | MobiLiário Urbano Para inforMação

descrição Implantação

7.14 Normalmente, os modelos de MUPI


a adotar são os que resultam do
A instalação dos MUPIs só é permi-
tida na faixa destinada à instalação
MUPIs | acordado entre o Município e as
entidades concessionárias.
do mobiliário urbano ou quando
a mesma não ponha em causa a
Mobiliário Podem admitir-se a adoção de
plena continuidade ou a largura do
percurso acessível e não prejudique
outros modelos, sujeitos a prévia a visibilidade das pessoas e veícu-
Urbano Para aprovação pelo Município, quando los nas passadeiras de peões.
o MUPI se destinar a publicidade
Informação institucional ou a informação de A sua implantação nos passeios
caráter público. deverá fazer-se sempre na proxi-
midade do lancil e a sua orientação
Os MUPIs devem ser pintados na deverá ser perpendicular a este,
cor RAL 6009 – verde, se locali- salvo casos excecionais em que
zados nas Freguesias de Estrela, a sua implantação segundo outra
Misericórdia, Santa Maria Maior, direção possa ser vantajosa.
Santo António e São Vicente, e
na cor RAL 7024 – cinzento, se A instalação de um MUPI deve
localizados em qualquer uma das salvaguardar sempre a manuten-
restantes Freguesias. ção de um passeio com a largura
mínima de 0,90m e a sua implan-
tação deverá ser alinhada com os
restantes elementos de mobiliário e
equipamento urbano.

Lisboa – resTaUradores

37
7.14 MUPis | MobiLiário Urbano Para inforMação mobiliário urbano

iMPLanTação eM arrUaMenTos

Má PráTiCa – a eviTar boa PráTiCa – a adoTar

38
mobiliário urbano 7.15 Painéis PUbLiCiTários

Características Implantação

7.15 Na colocação de painéis publicitá-


rios e informativos, deve evitar-se
As estruturas de suporte dos
anúncios publicitários não podem
Painéis a obstrução visual e a poluição do
ambiente com informação imper-
constituir perigo ou obstáculo para
a circulação pedonal, ciclável ou
publicitários tinente ou com intensidade exces-
siva.
rodoviária, nem ocultar ou prejudi-
car a leitura da sinalização rodoviá-
ria, devendo ser mantidos em bom
A instalação de qualquer tipo de estado de conservação.
suporte para publicidade no espaço
público deverá garantir de forma Os suportes de anúncios publicitá-
rigorosa a salvaguarda dos valores rios em edifícios não podem cobrir
arquitetónicos e urbanísticos do nenhum dos vãos de habitação da
local, preservando a visibilidade de edificação, prejudicar o nível de
fachadas, bem como a funcionali- serviço das vias onde se inserem,
dade dos espaços afetados, assim restringir, ou dificultar a mobilidade
como a sua adequada integração pedonal e a acessibilidade, bem
urbanística e arquitetónica. como a intervenção dos serviços de
emergência.
As estruturas dos painéis publicitá-
rios devem ser pintados na cor RAL Os suportes de anúncios publicitá-
6009 – verde, se localizados nas rios em edifícios devem respeitar
Freguesias de Estrela, Misericórdia, os aspetos característicos da zona
Santa Maria Maior, Santo António da cidade onde se inserem, nomea-
e São Vicente, e na cor RAL 7024 – damente a sua identidade histórica
cinzento, se localizados em qual- sociocultural e arquitetónica.
quer uma das restantes Freguesias.
Nos paramentos das empenas
laterais não colmatáveis por encos-
tos de construções, existentes ou
futuras, é admitida a afixação de
publicidade, nos termos definidos
em regulamento municipal.

Lisboa – ParqUe das nações

39
7.16 ConTenTores rU | resídUos Urbanos mobiliário urbano

Características Implantação

7.16 Os modelos de contentores de mé-


dia capacidade são utilizados em
Com a aposta na recolha seletiva
porta-a-porta de uma forma gene-
Contentores áreas com sistema de recolha cole-
tiva através de ecoilhas - baterias
ralizada e na instalação de ecoilhas
nalgumas áreas da cidade, os eco-
RU | Resíduos de contentores para a deposição
indiferenciada e seletiva de papel,
pontos têm vindo a ser retirados da
via pública, mantendo-se apenas os
embalagens e vidro. vidrões.
Urbanos
Atualmente existem contentores de O ano 2001 marcou o início de
carga traseira, de quatro rodas, de uma nova estratégia ao nível do
1.000 e 1.100 litros de capacidade sistema de remoção de resíduos ur-
nas ecoilhas. Prevê-se no futuro banos, de reformulação do sistema.
continuar a adotar este modelo e Definiu-se então que se deveria
capacidades. Também são utiliza- avançar no sentido de uniformizar
dos contentores de 660 litros para o tipo de recolha para resíduos
a recolha de orgânicos. indiferenciados e recicláveis:

Os modelos de contentores de ● nas áreas em que a recolha


pequena capacidade são utilizados indiferenciada é porta-a-porta, tem
em áreas e entidades com sistema vindo a ser implementada a recolha
de recolha porta-a-porta de resíduos seletiva também porta-a-porta - de
indiferenciados e seletivos de papel, papel e embalagens;
embalagens, vidro e orgânicos.
● nas áreas em que existe recolha
Atualmente existem contentores de indiferenciada coletiva, através
carga traseira, de duas rodas, de da deposição em contentores de
90, 140 e 240 litros de capacidade 1.000/ 1.100 litros de capacidade,
para recolha porta-a-porta, preven- passou a existir o mesmo tipo de
do -se no futuro continuar a adotar equipamento para a deposição
este modelo e capacidades. seletiva, lado a lado, designando-
-se estas “baterias” de contentores
Todos os contentores devem res- por “ecoilhas”, prevendo-se ainda
peitar a Norma EN 840. alguma expansão deste sistema.

Lisboa – avenida da Liberdade Lisboa – aLCÂnTara

40
mobiliário urbano 7.17 eCoPonTos

A Entidade Reguladora de Serviços


de Águas e Resíduos define um raio Implantação
de influência máximo de 200 me-
7.17 tros por equipamento de deposição
coletiva para materiais recicláveis.
As grandes condicionantes à im-
plantação dos ecopontos na cidade
Ecopontos de Lisboa, enquanto mobiliário
urbano, são, essencialmente, os
de superfície seguintes:

● o espaço público disponível


Características para a instalação do ecoponto com
cantos e sinalética, cuja área total
Os modelos de ecopontos de su- mínima de implantação é de 1,16m
perfície utilizados em Lisboa desde x 4,80m;
1997 são o modelo tipo C CLEA de
2,5 m3 de capacidade - para os mó- ● a morfologia do terreno que
dulos de papel, embalagens e vidro. condiciona a acessibilidade das via-
turas de remoção e dos munícipes;
O modelo tipo utilizado para a
deposição de pilhas acopladas à ● o seu enquadramento paisagís-
sinalética é o “Capitole” de 50 litros tico na cidade, devido às dimensões
de capacidade. do equipamento de deposição
(1,85m x 1,06m x 1,3m) e remoção
Estes modelos foram adquiridos e (viaturas de 10/ 11m3 e viaturas
instalados em 1997 e 1999, tendo- ampliroll equipadas com caixas de
-se mantido até hoje. No entanto, 18m3);
não se prevê a expansão deste
modelo de ecopontos em Lisboa, ● acessibilidade e operacionalida-
uma vez que, com a aposta na de das viaturas de remoção;
recolha seletiva porta-a-porta e a
instalação crescente de ecoilhas na ● declive de alguns arruamentos.
cidade, os ecopontos têm vindo a
ser retirados da via pública, man-
tendo-se apenas os vidrões.

Má PráTiCa boa PráTiCa


nUMa esqUina, CoM a boCa virada Para o esPaço de CirCULação jUnTo a UMa Passadeira, CoM iLUMinação
rodoviária e no enfiaMenTo de UMa gaLeria de UM edifíCio e área de CirCULação PedonaL

41
7.17 eCoPonTos mobiliário urbano

de estacionamento, desde que


Critérios técnicos utilizados na não tenham restrições - cargas e subterrâneos
definição das localizaç es dos descargas, lugares para deficientes,
ecopontos multimateriais de praças de táxis, embaixadas, etc.; A instalação de ecopontos subter-
superfície: râneos servirá:
● os ecopontos não devem tirar
● preferência por locais próximos a visibilidade aos automobilistas à ● Como complemento à rede de
de entidades produtoras de mate- saída das garagens, nem à saída recolha selectiva porta-a-porta,
riais recicláveis, tais como: edifícios dos lugares de estacionamento, dando apoio a situações de maior
com elevada densidade popula- tendo em consideração o sentido produção de resíduos;
cional, serviços de restauração e/ do trânsito, devendo ficar localiza-
ou outras atividades económicas, do no sentido oposto aquele para o ● Para colmatar a falta de espaço
universidades, escolas primárias e qual se tem de olhar; em edifícios e estabelecimentos co-
secundárias, etc; merciais para acondicionamento de
● os ecopontos não devem tirar a todos os contentores necessários;
● verificar a ausência de linhas visibilidade aos peões na altura do
aéreas, copas de árvores e/ ou atravessamento das passadeiras, ● Para fazer face à produção
candeeiros; devendo ficar localizado no pri- de resíduos por parte de turistas,
meiro lugar de estacionamento do transeuntes e população flutuante
● instalar os ecopontos, sempre sentido oposto aquele para o qual (população residente e pendular:
que possível, paralelamente ao se tem de olhar ao atravessar; 925.959 indivíduos);
lancil e ao eixo de via;
● garantir a acessibilidade das ● Para aumentar a capacidade
● instalar os ecopontos, sempre que viaturas de remoção, tendo em instalada de deposição de resíduos
possível, no primeiro lugar de esta- consideração as dimensões das recicláveis; e,
cionamento a seguir à passadeira; viaturas de remoção utilizadas;
● Para garantir resposta a situ-
● quando o ecoponto for instalado ● os ecopontos não podem obs- ações de greve e dias especiais
sobre o passeio, deverá ficar ins- truir sarjetas nem sumidouros; onde há alteração de frequência de
talado paralelamente ao lancil, no recolha (Natal, passagem de ano,
alinhamento do restante mobiliário ● a boca de receção de resíduos feriados, eventos nacionais e inter-
urbano e salvaguardando o corre- deve ser acessível a partir da zona nacionais (Santos Populares, Rock
dor pedonal; de circulação pedonal. in Rio, entre outros), maratonas,
feiras temporárias, etc.
● os ecopontos não devem ficar De acordo com os critérios defini-
localizados no raio de influência dos pelo Departamento de Con-
de edifícios classificados, igrejas e trolo e Planeamento Ambiental da Características
embaixadas; Direção Municipal de Ambiente e
Espaços Verdes, em 1997, deve Os ecopontos subterrâneos utili-
● os ecopontos não devem dificul- ainda ser evitada a instalação de zados em Lisboa são do modelo
tar o acesso a bocas de incêndio, ecopontos em: SUBTAINER de 3,0 m3 de capa-
armários técnicos, entradas de cidade, com sistema de remoção
edifícios, etc.; ● praças, largos e alamedas; “KINSHOFER” - para os módulos de
papel, embalagens e vidro.
● os ecopontos não devem tirar a ● placas e separadores centrais;
visibilidade às montras dos estabe- Este modelo foi adquirido e instala-
lecimentos comerciais; ● arruamentos fundamentais e do em 1999, tendo-se mantido até
principais; hoje. No entanto, não se prevê a
● os ecopontos não devem ficar expansão deste modelo de ecopon-
instalados junto de janelas de R/C ● arruamentos estruturantes do tos em Lisboa, mas sim a aquisição
baixas; tecido urbano - com maior seção de novos contentores subterrâneos
que qualquer transversal; e a substituição dos marcos exis-
● os ecopontos não devem tirar a tentes, uniformizando este tipo de
visibilidade aos semáforos nem aos ● campos visuais de monumentos equipamento.
sinais de trânsito; e edifícios classificados;

● devem-se instalar os ecopon- ● corredores pedonais.


tos preferencialmente em lugares

42
mobiliário urbano 7.17 eCoPonTos

MaPa CoM os LoCais ProPosTos Para a insTaLação de ConTenTores sUbTerrÂneos no MUniCíPio de Lisboa

instalação dos contentores subter- rança, 1 tampa da cuba e 1 marco


Critérios utilizados na seleção râneos (ex: armários técnicos, bo- de deposição de resíduos;
de locais para instalar cas de incêndio, bancos de jardim,
contentores subterrâneos etc.) e isentas de obstáculos às ● Os contentores subterrâneos
subterrâneos na via pública: operações de remoção (ex: linhas deverão obedecer às Diretivas e
de elétrico, copas de árvores, etc.). Normas em vigor na U.E. e res-
● Praças que irão ser alvo de peitar as normas EN 13071-
remodelação; ● É ainda necessário realizar 1/2008 AC2010 e EN13071-
sondagens ao subsolo em cada um -2/2008 AC2010;
● Arruamentos que irão ser alvo dos locais previamente seleciona-
de repavimentação; dos para garantir a inexistência de
infraestruturas no subsolo. especificaç es técnicas
● Locais de elevada densidade de
atividades económicas e/ou eleva- CUbas
da densidade populacional; descrição dos equipamentos
● As cubas devem ser indepen-
● Locais de fácil acessibilidade ● Cada contentor subterrâneo dentes e garantir a estanquicidade
para as viaturas de remoção, isen- para resíduos urbanos é constituído e a resistência do fosso;
tas de obstáculos à superfície em por: 1 cuba independente de betão,
toda a área superficial necessária à 1 contentor, 1 plataforma de segu- ● As cubas deverão estar dotadas

43
7.17 eCoPonTos mobiliário urbano

de capacidade para a retenção e aberta, deverá ter uma abertura


posterior sucção dos lixiviados e superior ou igual a 90º; ● O sistema de elevação será por
dupla argola, no caso dos conten-
das águas residuais resultantes
tores de papel/cartão, embalagens,
dos resíduos e das lavagens dos ● O sistema de fecho da tampa
da cuba deverá ser hidráulico; vidro, e por argola simples, no caso
contentores, devendo ser conside-
dos contentores para resíduos indi-
rada uma capacidade mínima de
● A tampa da cuba deve con- ferenciados;
100 litros;
templar um sistema alternativo de
abertura, caso o sistema hidráulico ● Os contentores deverão ser
● A plataforma da cuba tem que
falhe. No caso do sistema alter- instalados no interior das cubas de
ficar à cota do pavimento com um
nativo ser através de fechadura, betão;
“acabamento ajustado” ao existen-
te no local a instalar;; esta deve ser universal para todos
os contentores que integram este ● Os contentores de selectivas
(papel/embalagens/vidro) deve-
● Deve ser assegurado um correto procedimento.
rão ter um sistema de elevação e
método de escoamento das águas
despejo por dupla argola e uma
pluviais para impedir as infiltrações ConTenTores
abertura inferior. Os contentores
na cuba e no contentor.
deverão ter um depósito para
● Os contentores terão a capaci-
TaMPas das CUbas dade unitária de 3 m3 para os re- retenção de líquidos, nunca inferior
síduos urbanos indiferenciados, de a 90 litros.
● As tampas das cubas serão vidro, embalagens e papel/cartão;
independentes, uma por cuba; ● Os contentores para resíduos
indiferenciados deverão ser total-
● Os contentores terão a capa-
cidade unitária de 5 m3 para os mente estanques, sem aberturas
● As tampas possuirão um reves-
timento superior idêntico ao exis- resíduos urbanos de papel/cartão e no fundo;
tente no pavimento em redor do embalagens;
equipamento; O revestimento fará ● O sistema de despejo dos
resíduos indiferenciados será por
parte integrante do equipamento, ● Os contentores deverão ser em
PEAD, com a espessura adequada sistema universal de volteio.
devendo ser aplicado na mesma
durante o processo de produção; para resistir aos esforços provo-
PLaTaforMa de segUrança
cados pelo seu manuseamento,
● O sistema de abertura da tam- devendo ser completamente estan-
pa das cubas poderá ser através de ques, e não necessitar de quais- ● A plataforma de segurança será
um dispositivo construído em aço
um sistema hidráulico; quer tipo de sacos descartáveis ou
que ocupará a totalidade da boca
outros consumíveis;
da cuba de modo a evitar a queda
● Dever-se-á contemplar o for-
acidental no momento da recolha;
necimento e montagem de 8 “kits ● Os componentes metálicos de-
viatura”; vem ser galvanizados e montados
pelo exterior do contentor; ● A plataforma de segurança pos-
suirá um sistema de trinco por for-
● A tampa da cuba, quando

eCoPonTos sUbTerrÂneos – MarCos de dePosição aTUais eCoPonTos sUbTerrÂneos


– ModeLo sUbTainer – Possíveis MarCos de dePosição fUTUros

44
mobiliário urbano 7.17 eCoPonTos

ma a manter o dispositivo seguro e


estável, sem quaisquer oscilações; ● a boca do marco de vidro deve- ● os marcos serão identificados
rá ter um diâmetro aproximado de com o tipo de resíduo a que se
300 mm e um sistema de depo- destinam. A sinalética deverá ter a
● A plataforma de segurança
permitirá o acesso livre ao interior sição por queda livre. Este marco cor associada ao tipo de resíduo e
da cuba de betão, sem necessidade poderá ter uma tampa; ser aplicada nas bocas de deposi-
de desmontar o dispositivo, para ção, de fácil leitura e resistente à
efeitos de limpezas e/ou manuten- ● o sistema de deposição dos utilização e intempéries;
marcos de embalagens e papel/
ções;
cartão deverá ser através de queda ● os marcos deverão contemplar
livre. sinalética em braile;
● A plataforma deverá resistir
a 150 kg de acordo com a Nor-
ma EN 13071-1/2008 AC2010 e ● o sistema de deposição poderá ● Dever-se-á contemplar uma
ser através de bocas de deposição aplicação gráfica da sinalética a
EN13071-2/2008 AC2010.
(com uma área mínima de 400 mm aplicar, que deverá fazer referência
MarCos
de largura por 300 mm de altura) ao município de Lisboa;
ou através de tambor (com uma
Dever-se-á apresentar um modelo capacidade mínima de 80 litros); ● a tampa e/ou tambor dos
marcos deverá ser de fácil abertu-
de marco para a cidade de Lisboa,
com design atrativo e que se en- ● o sistema de deposição dos ra e ter fecho por gravidade, com
marcos de resíduos indiferenciados sistema anti-entalamento;
quadre na paisagem urbanística da
deverá ser através de tambor com
cidade de Lisboa,
uma capacidade mínima de deposi- ● os marcos deverão contemplar
ção de 80 litros; um sistema de leitura de cartões
Os marcos deverão obedecer às
RFID para controlo de acesso da
seguintes características:
● todos os marcos deverão ter porta comercial;
porta comercial. A porta comer-
● o corpo deverá ser em aço
inoxidável AISl 304 ou superior, cial deverá ter como referência de sisTeMa de LeiTUra CoM

podendo ter acabamento liso ou capacidade mínima, um saco de CarTões Para CoMerCianTes

escovado; 100 litros;

● a porta comercial deverá ter um ● Dever-se-á fornecer 25 (vinte


● ter uma altura máxima de
sistema de fecho automático; cinco) cartões de leitura por cada
1100 mm;
marco com este sistema;
● a boca de deposição não poderá ● os marcos devem permitir a
ter uma altura mínima inferior a deposição dos resíduos no seu ● Cada cartão deverá poder abrir
interior sem que exista possibilida- os marcos para os diferentes tipos
800 mm;
de de quebra de segurança para os de resíduos (indiferenciados, emba-
transeuntes (nomeadamente por lagens, papel/cartão e vidro);
exposição do fosso);
● Os cartões de leitura deverão
ser numerados de acordo com in-
dicação a fornecer pelo Contraente
Público, posteriormente;

● Os marcos deverão contemplar


um sistema de registo e armazena-
mento da informação dos cartões,
através de comunicação de dados
via GSM ou similar.

ModeLo sUbTainer de 3,0 M3 de CaPaCidade, CoM sisTeMa de reMoção kinshofer


- Para os MódULos de PaPeL, eMbaLagens e vidro

45
7.18 vidrões mobiliário urbano

O formato do vidrão é circular, com


enquadramento um diâmetro de base de 1,36 me-
tros e com uma altura de 1,38 m,
7.18 Em 1987 começaram a ser insta-
lados vidrões na via pública para a
acrescida de 0,15 m de argola.

Vidrões deposição coletiva de vidro. O material dos vidrões é em fibra


de vidro e resina de poliéster.
A partir do ano 2003, com a aposta
na implementação do sistema de A cor do vidrão é verde (RAL 6024).
recolha seletiva porta-a-porta de
papel e embalagens, os ecopontos O sistema de abertura para descar-
têm vindo progressivamente a ser ga e remoção é de argola dupla, com
retirados, mantendo-se apenas os abertura de fundo de peça única.
vidrões na via pública.
Têm três bocas de deposição de vi-
dro circulares, equidistantes entre si.
Características Os pilhões a acoplar aos vidrões
O modelo de vidrão isolado utiliza- são de 26 litros de capacidade e de
do em Lisboa encontra-se unifor- cor vermelha (RAL 3000). O mate-
mizado, sendo o modelo IGLOO rial é em fibra de vidro e resina de
de 1,50m3 de capacidade, de cor poliéster. As dimensões são: 0,38 m
verde, com ou sem pilhão acoplado. de comprimento, 0,18 de profundi-
dade e 0,58 m de altura. O formato
Na área do Parque das Nações exis- aproxima-se de um paralelepípedo
tem vidrões do mesmo modelo e ca- retangular.
pacidade na via pública para a depo-
sição de vidro, valorizados com arte
urbana sob o tema dos “Oceanos”, Implantação
com vista ao seu enquadramento na
arquitetura urbana daquela área. As condicionantes e os critérios
técnicos associados à instalação de
Também noutras áreas da cidade vidrões na via pública na cidade de
têm vindo a ser utilizados vidrões Lisboa, enquanto mobiliário urbano,
deste modelo valorizados com arte são os mesmos dos ecopontos de su-
urbana sob diversas temáticas perfície, à exceção das dimensões do
como medida dissuasora de com- equipamento e da área necessária que
portamentos indevidos. no caso dos vidrões são inferiores.

Lisboa – vidrão isoLado CoM PiLhão Lisboa – vidrão isoLado PinTado


aCoPLado na gaLeria de arTe Urbana

46
mobiliário urbano 7.19 PaPeLeiras

Características ● estrutura de fixação indepen-


dente e robusta, que permita uma
instalação simples em qualquer
7.19 ● facilidade e segurança no pro-
cesso de limpeza - formas suaves, suporte, dotada com sistema de
fecho e chapa apaga-cigarros;
Papeleiras ausência de arestas vivas;

● estrutura lisa que reduza a su- ● acabamento com garantia de


jidade e facilite a limpeza, e forma resistência à corrosão, ao vandalis-
ondulada que dificulte a colagem mo, e aos detergentes de lavagem;
de publicidade;
● durabilidade ajustada a uma
utilização e manutenção intensivas
● estabilidade e resistência, mes-
mo quando indevidamente cheias; (vida útil);

● área de enchimento acessível ● material de fabrico do conten-


e coberta por tampa integrada no tor: PEAD (Polietileno de Alta Den-
suporte de fixação; sidade), garantindo resistência a
temperaturas elevadas, a esforços
● passíveis de instalação direta de tensão, compressão e tração,
em qualquer poste; bem como a impermeabilidade do
contentor.

Lisboa – avenida da Liberdade

47
7.19 PaPeLeiras mobiliário urbano

Os modelos de papeleiras usados


de forma corrente em Lisboa, são
para 50L o modelo tipo PRIMA
LINEA e o modelo tipo ITÁLICA, am-
bos na cor cinza. Em novas urbani-
zações está a ser utilizado somente
o modelo tipo PRIMA LINEA.

Para papeleiras de 120L, é usado o


modelo DIANA de metal e o modelo
MINERVA de polietileno.

Implantação

Essencialmente vocacionadas para


os espaços de circulação pedonal,
PaPeLeira diana 120L a sua implantação deve ser asso-
ciada a elementos verticais pré-
-existentes ou na ausência destes
recorrendo a troço próprio, cons-
truído em material não corrosivo e
de fácil instalação, obedecendo a
determinados critérios:

● na proximidade de abrigos, pa-


ragens e terminais de transportes
públicos;

● próximo de grandes áreas


comerciais, de áreas turísticas e de
lazer;

● nas passadeiras, de um lado ou


de ambos os lados, atendendo ao
fluxo de circulação de peões;
PaPeLeira PriMa Línea 50L
● garantindo a sua adequação
à produção de resíduos em cada
local;

● a boca das papeleiras deverá


permitir o melhor acesso por parte
dos peões e a sua implantação
deve respeitar o regulamento sobre
mobilidade.

PaPeLeira iTáLiCa 50L

48
mobiliário urbano 7.20 hidranTes

Nos projetos de espaço público em


Caraterísticas tecidos urbanos consolidados deve
ser preservada a localização dos hi-
7.20 Os hidrantes, ou bocas de incêndio,
correspondem a equipamentos
drantes já existentes, salvo quando
dela decorra prejuízo manifesto
Hidrantes fixos de tomada de água cuja pre-
sença no espaço público tem como
para uma adequada utilização dos
espaços de circulação pedonal ou
objetivos principais assegurar: seja incompatível com as regras
em vigor.
● as necessárias condições de
combate a incêndios; Nos restantes casos, sempre que
houver lugar à implantação de
● a limpeza e manutenção dos novos hidrantes esta deve ser feita,
espaços públicos; sem prejuízo da normativa aplicá-
vel e da melhor compatibilidade
● o acesso pontual e excepcional com as infraestruturas instaladas
para efeitos de rega e abasteci- no subsolo:
mento de água.
● junto ao limite exterior dos
passeios, em posição paralela aos
Implantação lancis, a uma distância de 0,30m
a 0,60m do seu limite com a via
A localização, a instalação e os ou alinhado com outros elemen-
modelos de hidrantes a adotar tos, designadamente pilaretes e
deve ser ponderada em função do guarda-corpos, com a sua boca de
melhor e mais ágil acesso em caso serviço orientada no sentido da via;
de incêndio e deve salvaguardar
a inexistência de quaisquer obs- ● junto às fachadas dos edifícios
táculos físicos que prejudiquem e com a boca orientada no sentido
ou comprometam a sua mais fácil oposto, não podendo ultrapassar
operação, devendo, se necessário, a faixa que lhes é contígua com a
ser adoptadas as medidas que se largura de 0,50m.
justificarem para o garantir, desig-
nadamente a eventual interdição A localização e a instalação de
de estacionamento na área envol- hidrantes carece de parecer da Au-
vente. toridade Nacional de Proteção Civil.

hidranTe jUnTo ao LiMiTe exTerior do Passeio hidranTe jUnTo faChada do edifíCio

49
7.20 hidranTes mobiliário urbano

iMPLanTação eM arrUaMenTos

50
mobiliário urbano 7.21 aCessos

ascensores Implantação

7.21 descrição
O espaço livre diante das portas
dos ascensores deve:
Acessos Os ascensores devem: ● ter dimensões que permitam
inscrever zonas de manobra para
● ter uma precisão de paragem rotação de 360°, com um mínimo
relativamente ao nível do piso da de 1,50m;
rua não superior a ±0,02m;
● possuir uma inclinação não su-
● ter um espaço entre o piso da perior a 2,0% em qualquer direção;
rua e o piso da cabina não superior
a 0,035m. ● estar desobstruídos de degraus
ou outros obstáculos que possam
Os dispositivos de comando dos impedir ou dificultar a manobra de
ascensores devem ser instalados a uma pessoa em cadeira de rodas.
uma altura, medida entre o pavi-
mento e o eixo do botão, compre-
endida entre 0,90m e 1,20m.

Lisboa – esTação Cabo rUivo

51
7.21 aCessos mobiliário urbano

Caso as plataformas elevatórias


Plataformas sejam instaladas sobre escadas, Mais informações
elevatórias devem ser rebatíveis de modo a
permitir o uso de toda a largura da Decreto_lei n.º 163/2006, de 8 de
escada quando a plataforma não agosto
Caraterísticas está em uso.
Define as condições de acessibi-
As plataformas elevatórias devem O controlo do movimento da plata- lidade a satisfazer na construção
possuir dimensões que permitam forma elevatória deve estar colo- de espaços públicos, equipamen-
a sua utilização por um indivíduo cado de modo a ser visível e poder tos coletivos e edifícios públicos e
adulto em cadeira de rodas e nunca ser utilizado por um utente sentado habitacionais
serem inferiores a 0,75mx1,00m. na plataforma e sem a assistência
de terceiros.
Se o desnível entre a plataforma
elevatória e o piso for superior a
0,75m, devem existir portas ou Implantação
barras de proteção no acesso à
plataforma, as portas ou barras de A precisão de paragem das plata-
proteção devem poder ser aciona- formas elevatórias relativamente
das manualmente pelo utente. ao nível do pavimento não deve ser
superior a ±0,02m.
Todos os lados da plataforma
elevatória, com exceção dos que Devem existir zonas livres para
permitem o acesso, devem possuir entrada/ saída das plataformas
anteparos com uma altura não elevatórias com uma profundidade
inferior a 0,10m. mínima de 1,20m, desejável de
1,50m, e uma largura não inferior à
da plataforma.

Lisboa – Praça da figUeira

52
mobiliário urbano 7.22 arMários, Caixas e qUadros TéCniCos de infraesTrUTUras

Caso tal não seja possível, deverão


ficar localizados nos passeios, pre-
superfície ferencialmente agrupados no canal
7.22 Os armários, caixas e quadros
de infraestruturas (faixa contígua
às fachadas dos edifícios), ou em
técnicos de infraestruturas (ex-
Armários, ceto SLAT – Sistemas Luminosos
alternativa, agrupados na área des-
tinada à implantação de mobiliário
Automáticos de Trânsito) necessá-
caixas e rios devem, sempre que possível,
urbano, numa distância de 0,30m a
0,60m do lancil, ou com o mesmo
localizar-se no interior dos edifí-
quadros cios, em salas técnicas ou nichos
alinhamento dos restantes equipa-
mentos;
técnicos, acessíveis pelo exterior,
técnicos de que permitam a fácil instalação Os armários, caixas e quadros téc-
e manutenção dos equipamentos nicos de infraestruturas devem ser
infraestruturas técnicos de distribuição. pintados na cor RAL 6009 – verde,
se localizados nas Freguesias de
Em casos excecionais, quando seja Estrela, Misericórdia, Santa Maria
necessária a localização de armá- Maior, Santo António e São Vicente,
rios ou quadros técnicos na via pú- e na cor RAL 7024 – cinzento, se
blica, estes devem cumprir a legis- localizados em qualquer uma das
lação aplicável sobre mobilidade e, restantes Freguesias.
sempre que possível, ser embutidos
nos muros ou paredes adjacentes,
com um adequado enquadramento
construtivo com o edificado e um
adequado enquadramento estético
e paisagístico com a envolvente.

Lisboa – rossio

53
7.22 arMários, Caixas e qUadros TéCniCos de infraesTrUTUras mobiliário urbano

Má PráTiCa – CoLoCação disPersa

Má PráTiCa – arMário disPerso no Passeio boa PráTiCa – aLinhado CoM deMais eLeMenTos Urbanos

boa PráTiCa – diferenTes arMários agrUPados e iMPLanTados


no LiMiTe do PerCUrso aCessíveL

boa PráTiCa – arMário adossado ao edifíCio boa PráTiCa – arMários agrUPados e aLinhados CoM a arborização

54
mobiliário urbano 7.22 arMários, Caixas e qUadros TéCniCos de infraesTrUTUras

iMPLanTação eM arrUaMenTos

55
7.22 arMários, Caixas e qUadros TéCniCos de infraesTrUTUras mobiliário urbano

No subsolo
Caraterísticas

Os armários, caixas e quadros téc-


nicos de infraestruturas instalados
no subsolo devem ser instalados
de tal modo que não hajam ressal-
tos no pavimento, ou seja, as tam-
pas destas infraestruturas deverão
estar de nível com o pavimento e
não constituir um obstáculo à circu-
lação pedonal.

Estas tampas devem reproduzir o


pavimento envolvente de modo a
diluírem a sua presença no meio
urbano.

Má PráTiCa – a eviTar boa PráTiCa – a adoTar

boa PráTiCa – a adoTar boa PráTiCa – a adoTar

56
mobiliário urbano 7.23 Wi fi na rUa

No âmbito do acesso de todos os A implementação do acesso à rede


cidadãos às tecnologias de infor- Wi-Fi deverá ser gradual e deverá
mação e comunicação, do combate começar pelos lugares abrangidos
7.23 à infoexclusão e da valorização do
espaço público, será disponibiliza-
pelo Programa “Uma Praça em
cada Bairro”, contribuindo assim
Wi-Fi na Rua do o acesso a uma rede Wireless,
também conhecida como Wi-Fi, em
para conferir ao espaço público
um caráter de contemporaneida-
Banda Larga, através de uma tec- de, conceito que, quando aplicado
nologia sem fios de curto alcance aos tecidos urbanos consolidados,
via rádio, nas principais ruas, pra- contribui para a implementação
ças, avenidas ou largos da cidade e concretização de um processo
de Lisboa, de modo a proporcionar integrado e global de regeneração
aos seus utilizadores acesso à in- urbana.
ternet de forma livre e gratuita.

O objetivo de garantir cobertura de


rede Wi-Fi no espaço público pro-
cura contribuir para a atratividade
dos lugares e fomentar o usufruto
e permanência nos espaços públi-
cos de estadia, oferecendo condi-
ções para a realização de ativida-
des de estudo, trabalho e lazer.

Lisboa – Wi-fi no esPaço PúbLiCo PonTo Wi-fi inTegrado eM PosTe de iLUMinação PúbLiCa

57
8
Arte Pública
8.1 Conceito e estratégia
8.2 Objetivos
8.3 Funções
8.4 Arte em espaço público
8.5 Galeria de Arte Urbana
“Reciclar o Olhar”
“Segue a arte e logo verás o rio”
arte pública 8.1 Conceito e estratégia

● exposições, performances e
instalações;

8.1

8
● colaborações entre urbanistas,
arquitetos, artistas, sociólogos e
Conceito antropólogos na criação de am-
bientes construídos únicos que inte-
e estratégia grem a arte na malha urbana da
cidade, com a possibilidade de um
maior ou menor envolvimento da
A definição do conceito de arte pú- comunidade no seu desenvolvimen-
blica não é simples nem consensual to e concretização.
mas poderá ser entendido, no seu
sentido mais lato, como as obras A arte pública pode abranger
artísticas localizadas e/ou criadas esculturas, murais, arte decorativa,
no espaço público e, por isso, uni- objetos comemorativos, fotografia,
Arte Pública versalmente acessíveis. desenho de pavimentos, dese-
nho de jogos de água, luz e som,
Um espaço urbano de qualidade trabalhos efémeros, performances,
permite o desenvolvimento e su- gra ti e toda a restante street art.
porte do turismo, torna as cidades
atrativas ao investimento e, acima O facto de a arte pública poder
de tudo, contribui para um melhor estar presente em qualquer lugar e
lugar para trabalhar, estudar, viver. ter tantas e tão diferentes formas
Neste contexto, a arte pública tem de expressão, implica que ela não
um papel fundamental, acessível se esgota nas intervenções físicas
a todos, devendo ser pensada, sobre a paisagem urbana mas
programada e debatida urbanística que acrescenta igualmente uma
e culturalmente. dimensão psicológica e cultural
ao território onde se insere. A arte
Localizada em espaços urbanos pública pode, ao mesmo tempo,
acessíveis e visíveis por todos, a seduzir o público e embelezar a
arte pública encontra-se sempre cidade mas também atrair investi-
aberta à apreciação de todos, entre mento e constituir forma de revelar
residentes e visitantes. Dos monu- e transmitir opiniões e valores.
mentos e estátuas representativas
da história da cidade até às mais A ambição da arte pública pode ser
recentes peças integradas em mais lúdico-social – a criação e o
novos espaços urbanos ou requali- uso de um ambiente urbano que
ficados, a arte pública deve sempre enriqueça e aumente a satisfação
contribuir para uma identidade, social; mais económico-institucional
diversidade e qualidade da envol- – a promoção da cidade; mais edu-
vente, celebrando o passado e o cativo-cultural – o desenvolvimento
presente da cidade, distinguindo-a da literacia dos seus habitantes e
das outras, através da criação de utilizadores; mais cívico – o expres-
referências espaciais e geográficas, sar de valores políticos ou morais,
aproximando-a de quem a usufrui. questionando ou não convicções;
ou mais ambiental – transformar
A arte pública inclui elementos de uma paisagem e intensificar a sua
natureza permanente ou temporá- urbanidade.
ria, localizados no espaço público:

● obras de arte criadas para lo-


TiM eTCheLLs – arTisTa na Cidade 2014
cais específicos – site specific;

1
8.2 objeTivos arte pública

● Democratizar o acesso à arte ● Potenciar a arte em espaço


e à cultura, aproximar as pessoas público enquanto expressão da
das artes, aproximar as artes das diversidade cultural e da identidade
8.2 pessoas. local.

Objetivos ● Preservar e promover a criação ● Proporcionar aos cidadãos uma


artística contemporânea nas suas cidade culturalmente ativa e parti-
diferentes expressões. cipada.

● alorizar e preservar a memória ● Preservar e proteger as obras


coletiva. de arte em espaço público para as
futuras gerações.
● Promover a requalificação do
espaço urbano. ● Promover a imagem da cidade.

● Promover o reconhecimento da
cidade em relação à universalidade
da obra de arte, do artista ou do
retratado.

hUgo LUCas – reCiCLar o oLhar

2
arte pública 8.3 fUnções

De uma forma geral, a arte pública


tem, de acordo com o livro O chão ● tornar os locais mais interes-
santes e apelativos, estimulando as
da cidade – Guia de avaliação do
expetativas relativas à qualidade
8.3 design de espaço público, as se-
guintes funções:
de vida;

Funções ● acrescentar novos significados


● criar oportunidades para uma
aproximação do público em geral
sociais, culturais e/ou políticos aos
à arte;
espaços públicos, e/ou abordar
novos temas e valores públicos,
● ajudar a regeneração cultural
facilitando a sua apropriação;
e artística da cidade e dos seus
habitantes;
● unificar e reforçar a identidade
dos edifícios e do espaço público;
● potenciar o aumento dos inves-
timentos públicos e corporativos na
arte;

● acrescentar vitalidade económi-


ca aos locais através do enriqueci-
mento da atmosfera visual na re-
qualificação dos espaços públicos;

● potenciar o aumento das opor-


tunidades dos artistas, dos produ-
tores e dos promotores para uma
intervenção construtiva e enrique-
cedora da cidade;

● reforçar os elos de ligação entre


os artistas, os urbanistas, os arqui-
tetos, os engenheiros, os designers,
os antropólogos, os sociólogos e os
outros profissionais que intervêm
na cidade.
rUi Chafes – horas de ChUMbo – ParqUe da nações

josé Pedro CrofT – seM TíTULo – ParqUe da nações

3
8.4 arTe eM esPaço PúbLiCo arte pública

A arte pública implica uma visão


plural do espaço, diferentes enten-
descrição dimentos e abordagens sobre a
8.4 A arte pública engloba todas as
natureza da obra ou projeto artísti-
co, pelo que se torna necessário ter
intervenções artísticas de natureza
Arte em permanente ou efémera que têm
consciência dos impactes, não só
de caráter artístico e cultural, mas
lugar no espaço público e que, por
espaço público essa razão, são de livre acesso e
também de caráter social e político,
que as intervenções, por serem de
usufruto. livre acesso, podem provocar.
Tradicionalmente associada à Os projetos de intervenção artísti-
estatuária e a monumentos de ca em espaço público podem ser
caráter comemorativo ou evocativo, de iniciativa pública – da Câmara
localizados em espaços simbóli- Municipal de Lisboa ou de entida-
cos da cidade, a arte pública tem des do universo municipal, outras
vindo a alargar-se a outros géne- entidades públicas nacionais ou es-
ros artísticos e a outras formas de trangeiras – ou privada – projetos
expressão, incluindo tanto obras de apresentados por agentes culturais,
cariz erudito como obras de cariz nacionais ou estrangeiros, grupos
mais popular e/ou massificado, de cidadãos, entidades coletivas,
bem como obras de materialização decorrentes ou não de parcerias
diversificada. com a Câmara Municipal de Lisboa.

A gestão da arte pública requer


profissionalismo e subtileza na
jorge vieira – hoMeM soL – ParqUe das nações coordenação entre a criatividade
artística e os objetivos e interesses
que se manifestam no domínio
público.

A pluralidade artística e cultural


das propostas em causa e a neces-
sidade de garantir bons níveis de
adequação e de qualidade artística
e técnica das intervenções a reali-
zar exige que as propostas sejam
sempre analisadas e avaliadas
por um conjunto de elementos e/
ou entidades com conhecimentos e
competências específicas.

aka CorLeone – i’M froM Lisbon

4
arte pública 8.4 arTe eMesPaço PúbLiCo

espaços consolidados, deverá ser cadas ou retiradas do local para o


sempre redefinido o seu desenho qual foram concebidas, excepto em
instalação em função dos novos elemen- circunstâncias especiais devida-
tos a instalar, no sentido da sua mente justificadas e que impliquem
A arte pública pressupõe uma integração/identidade no local. As a impossibilidade da sua perma-
responsabilidade política, moral e referidas peças deverão sempre nência no local.
estética por parte de quem a pro- considerar na sua conceção, nome-
move, gere e cria. A implementação adamente na sua forma, dimensão, Poderão existir programas de in-
da arte no domínio público deve cores, localização, as características centivos a patrocinadores privados,
promover e encorajar o envolvi- da envolvente. no sentido de uma maior contri-
mento dos artistas em projetos que buição para a concepção e insta-
reforcem o ambiente e fortaleçam A arte pública pode ser diferente lação de novas peças na cidade ou
o caráter e a identidade dos locais. na sua forma ou função, abrangen- manutenção das existentes, sempre
do também elementos integrados integradas num programa de valo-
A instalação de peças de arte em edifícios, pavimentos, muros, rização do espaço público.
pública deve, sempre que possí- mobiliário urbano, sinalética ou
vel, ser considerada desde o início iluminação. Poderão ser obras A escolha dos elementos de arte
do processo, em projeto de novos permanentes, efémeras ou eventos pública deve ser precedida da
espaços urbanos ou na sua requa- ocasionais. elaboração de programas ou de
lificação, num processo conjunto referências de objetivos, com even-
envolvendo todos os intervenientes, Todas as peças a colocar na cidade tual participação de um comissá-
das diversas áreas profissionais e deverão ser originais, concebidas rio, curador ou crítico, que poderá
serviços. para o local ou acontecimento, e ajudar a identificar e indicar as
não deverão ser reproduzidas de preferências programáticas a trans-
Na colocação de obras comemo- forma indiscriminada. As obras mitir aos artistas.
rativas ou representativas em existentes não poderão ser deslo-

vihLs – PixeL PanCho – ProjeCTo Underdogs 2013

5
8.4 arTe eMesPaço PúbLiCo arte pública

● promover esteticamente o espa-


Caraterísticas ço público em que se inserem;

As peças de arte pública a instalar ● ser adequadas na sua forma


devem: e na sua função ao local onde se
localizam;
● ser especificamente desenhadas
para o local onde vão ser implan- ● ser de fácil visibilidade e acessi-
tadas; bilidade para a população;

● reforçar e promover a identida- ● ser resistentes às intempéries e


de local; ao vandalismo;

● contribuir para a consciência ● ser de fácil manutenção e con-


cívica da população; servação.

● envolver a comunidade da sua


promoção e/ ou no seu usufruto;

josé CUTiLeiro – Lago das Tágides


ParqUe das nações

niCoLae negUra
MosTra de arTe Urbana 2012

6
arte pública 8.4 arTe eMesPaço PúbLiCo

de obstruções com uma largura


não inferior a 1,20m, medida ao
implantação nível do pavimento.

A distribuição e implantação das A altura livre de obstruções em


obras de arte pública no espaço toda a largura do percurso pedonal
público deve ocorrer em todas as não deve ser inferior a 2,40m.
zonas da cidade e contribuir para
reforçar a identidade e o significado Se existirem peças de arte públi-
dos sítios. Deve igualmente ocor- ca adossada a paredes não pode
rer em locais adequados ao seu possuir elementos que se projetem
simbolismo e que não interfiram mais do que 0,10m, se o seu limite
com atividades urbanas ou com ou inferior estiver a uma altura do
sistema de vistas e eixos visuais. piso compreendida entre 0,70m
e 2,00m; podem projetar-se a
A implantação da arte pública não qualquer dimensão se estiverem
deve por em causa o percurso pe- colocados a uma altura do piso não
donal, o qual deve manter em todo superior a 0,7m.
o seu desenvolvimento um canal de
circulação contínuo e desimpedido

fernanda fragaTeiro – esPeLhos | jardins de ágUa – ParqUe das nações

7
8.4 arTe eMesPaço PúbLiCo arte pública

Se existirem peças de arte públi-


ca soltas no espaço público, ou
assentes em pilares ou colunas,
não podem possuir elementos que
se projetem mais de 0,30m da sua
base ou suporte, se o seu limite
inferior estiver a uma altura do
piso compreendida entre 0,70m
e 2,00m; podem projectar-se a
qualquer dimensão se estiverem
colocados a uma altura do piso não
superior a 0,70m.

Os objetos salientes que se proje-


tem mais de 0,10m ou estiverem a
uma altura do piso inferior a 0,7m
devem ser considerados ao deter-
minar a largura livre do percurso
pedonal acessível ou dos espaços
de manobra.

MarCeLo danTas – MosTra de arTe Urbana 2012

fernando CondUTo – Mar Largo – ParqUe das nações

8
arte pública 8.5. gaLeria de arTe Urbana

A Galeria de Arte Urbana da Câma- ao longo do ano nos painéis da


ra Municipal de Lisboa integra-se Galeria, localizados na Calçada da
no objetivo de sensibilizar todos Glória e no Largo da Oliveirinha,
8.5. para a riqueza e diversidade do
património artístico e cultural da
local de partida desta aventura
artística.
Galeria de Arte Cidade de Lisboa e para a premên-
cia da sua salvaguarda enquan- A Galeria de Arte Urbana cumpre
Urbana to herança a legar às gerações
vindouras.
assim a sua prioridade de dar uma
oportunidade à comunidade do
gra ti e do street art de desenvol-
Com essa finalidade, a Galeria ver as suas expressões, técnicas
de Arte Urbana tem apostado no e registos, numa Lisboa que se
reforço da divulgação do gra ti e pretende livre, contemporânea e
da street art, nomeadamente com criativa.
a realização de duas exposições

odeiTh – rosTos do MUro azUL

odeiTh – boogie doWn Lisbon

9
8.5. gaLeria de arTe Urbana arte pública

reciclar o olhar
A iniciativa “Reciclar o Olhar”,
promovida pela Galeria de Arte
Urbana, e que, em face da popula-
ridade entretanto alcançada, teve
já várias fases, tem como objetivo
dinamizar intervenções artísticas
em vidrões espalhados por toda a
cidade de Lisboa.

As proveniências das propostas


e a diversidade de discursos são
assinaláveis – desde um conjunto
de crianças de um infantário a um
grupo de escuteiros, entre outros
riCardo xavier anTUnes
iniciados e recorrentes, as sucessi-
vas edições reafirmam a “Reciclar
o Olhar” como um exercício de
cidadania artística.

aheneah gaLego aLexandra bodianU

josé CarvaLho

10
arte pública 8.5. gaLeria de arTe Urbana

A intervenção artística foi realizada


pelo coletivo UAT – União Artística
“Segue a arte e do Trancão e baseou-se na diver-
logo verás o rio sidade de culturas que convivem
nesta área da cidade, evocada
Com o objetivo de explorar a por um conjunto de máscaras de
diversificação dos suportes para o inspiração étnica. “Segue a arte
gra ti, a Galeria de Arte Urbana e logo verás o rio” traçou assim,
promoveu, com o apoio da EDP, entre vielas e becos, o fio de um
uma intervenção de arte urbana percurso feito de pequenos grandes
num conjunto de armários técnicos apontamentos artísticos que nos
existentes ao longo do eixo deline- conduzem ao Tejo, lugar de partida
ado pela Rua de São Bento / Rua para o mundo.
do Poço dos Negros / Largo Conde
Barão / Rua D. Luís I / Av. 24 de
Julho. Mais informaç es
WWW.gaLeriaUrbana.CoM.PT

UaT UaT

draWing jesUs

11
referências bibliográficas
Créditos fotográficos
RefeRências e cRéditos

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1
RefeRências e cRéditos

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da e i ilidade e da e i ria al ia de
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Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Infrastructure Fact Sheets - C cle Trac s.
do Norte, Ministério do Ambiente e do Ordenamento do
Território (Dezembro, 2008). Manual de Planeamento European Union’s Intelligent Energ – Executive Agenc
da e i ilidade e da e i ria inali a for Competitiveness and Innovation (2010). Presto
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da e i ilidade e da e i ria ran r e
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European Union’s Intelligent Energ – Executive Agenc
Construção e reabilitação de pavimentos – Ligan- for Competitiveness and Innovation (2010). Presto
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2015 do site do INIR, http:// .inir.pt/portal/ uem-
Somos/Divulga C3 A7 C3 A3oT C3 A9cnica/ European Union’s Intelligent Energ – Executive Agenc
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2
RefeRências e cRéditos

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NUAL PAR LET SP.pdf language/pt-PT/Default.aspx

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critérios de utilização e colocação. Retirado a 12 de Ou- nico de acessibilidades e mobilidade para todos.
tubro de 2015 do site do INIR, http:// .inir.pt/portal/
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Ma or of London, Transport for London. (2009). Stre- uidan e
e a e uidan e uide e er nd n
ree

3
RefeRências e cRéditos

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ISBN: 978-1-56051-508-1

Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). n er-


na i nal C lin nfra ru ure e ra i e ud

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tipo da ex- JAE a estradas municipais de baixa veloci-
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uidan e and a le r e ra afe
through Urban and Street Design (1 edição).
ISBN 978-1-56973-866-5

4
RefeRências e cRéditos

Lisboa – Avenida Duque d’Ávila


Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Créditos fotográficos Lisboa – 2. Circular
Introdução Fonte: Imagem cedida por asco Costa Martins
Lisboa – Avenida da República
Lisboa – Avenida da Liberdade
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Avenida Almirante Reis
Lisboa – Praça D. Pedro I [Rossio]
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: Arquivo fotográfico da CML
Lisboa – Avenida Praia da itória
arl Jilg – gver et Trafi ver et
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Swedish Transport Administration
Fonte: https://urbanful.org/ Lisboa – Rua do Mirante
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Bicicleta
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Holanda – Rijs ij
Fonte: IMTT. (2011). Acalmia de Tráfego – onas 30 e
Lisboa – Transportes Públicos
zonas residenciais ou de coexistência.
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Holanda – Del
Lisboa – Avenida Duque d’Ávila
Fonte: IMTT. (2011). Acalmia de Tráfego – onas 30 e
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
zonas residenciais ou de coexistência.
Lisboa – largo de camões
Suíça – Bienne
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: IMTT. (2011). Acalmia de Tráfego – onas 30 e
Lisboa – Bica zonas residenciais ou de coexistência.
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Holanda – Ooster olde
Lisboa – Bica Fonte: IMTT. (2011). Acalmia de Tráfego – onas 30 e
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito zonas residenciais ou de coexistência.
Lisboa – Baixa Lisboa – Praça do Município
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Mouraria Lisboa – Rossio
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Baixa Lisboa – Praça do Comércio
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por Larus Design
Lisboa – Parque das Nações Lisboa – Alfama
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Largo do Intendente Capítulo 1
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Marquês de Pombal
Lisboa – Elevador da Glória Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Santa Mónica – Califórnia
Lisboa – Ribeira das Naus Fonte: http://nacto.org/
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
San Francisco – Califórnia
Lisboa – Largo do Intendente Fonte: http://nacto.org/
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Baixa
Lisboa – Avenida da Liberdade Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Londres - hitechapel
Lisboa – Praça do Comércio Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Londres - Oxford Street
Lisboa – Ribeira das Naus Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito

5
RefeRências e cRéditos

Barcelona - Ramblas - Nível de serviço de peões muito Ne ham - zona de estacionamento contígua a percurso
elevado ciclável sem faixa de proteção
Fonte: imagem cedida por João Marrana Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
(2014). International C cling Infrastructure Best
Lisboa – Avenida Infante Dom Henrique
Practice Stud .
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Londres - Camden - delimitação de percurso ciclável
Lisboa - Campo Grande - Piso tátil
com recurso a elementos urbanos
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Pormenor – Faixa de alerta Design Standarts.
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Londres - Transição de percursos cicláveis
Pormenor – Guia de encaminhamento Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Londres - Percurso ciclável contíguo a zona de entrada
Pormenor - Moldura de Contraste e saída de viaturas
Fonte: imagem cedida por João Marrana Fonte: imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Praça do Comércio Lisboa - Av. Praia da itória
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Chiado Brighton - ia partilhada com transporte público
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
Lisboa – Olaias (2014). International C cling Infrastructure Best
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Practice Stud .

Lisboa – Ribeira das Naus Estocolmo - ia partilhada com transporte público


Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
(2014). International C cling Infrastructure Best
Lisboa - Parque das Nações Practice Stud .
Fonte: imagem cedida por João Marrana
ona de coexistência em Inglaterra
Lisboa - Marquês de Pombal - Bandas cromáticas Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
duplas (2014). International C cling Infrastructure Best
Fonte: imagem cedida por João Marrana Practice Stud .
Lisboa - Mau estado de conservação do pavimento ona de coexistência na Alemanha
Fonte: imagem cedida por João Marrana Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
Problemas resultantes de ineficiente drenagem pluvial (2014). International C cling Infrastructure Best
Fonte:Transport for London (2014). London C cling Practice Stud .
Design Standarts. Londres - Regent’s Par - Circulação sem separação
Tampa metálica de sumidouro desadequada para Fonte: Transport for London (2014). London C cling
percursos cicláveis Design Standarts.
Fonte: Transport for London (2014). London C cling Lisboa - Avenida Duque D’ávila - Circulação com
Design Standarts. separação
Fissuração e deformação de percurso ciclável Fonte: imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: imagem cedida por João Marrana Londres - St. James Par
Sevilha - ona de estacionamento contígua a percurso Fonte: imagem cedida por João Marrana
ciclável sem faixa de proteção Houten
Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
(2014). International C cling Infrastructure Best (2014). International C cling Infrastructure Best
Practice Stud . Practice Stud .
Copenhaga - ona de estacionamento contígua a Berlim - Ti ergarten
percurso ciclável sem faixa de proteção Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). International C cling Infrastructure Best
(2014). International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Practice Stud .

6
RefeRências e cRéditos

Estocolmo - Huvudsta Sevilha - Pista Bidirecional


Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
(2014). International C cling Infrastructure Best International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Practice Stud .
Minneapolis - Pista ciclável junto a linha ferroviária
Lisboa - Jardim do Campo Grande Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Fonte: imagem cedida por João Marrana International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Barcelona - Passeio Marítimo Minneapolis - Pista ciclável sobre via rodoviária
Fonte: imagem cedida por João Marrana Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Lisboa - Parque das Nações
Fonte: imagem cedida por Pedro Serranito Lund - Pista ciclável sob via rodoviária
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Lisboa - Frente Ribeirinha
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Fonte: imagem cedida por Pedro Serranito
Copenhaga - Pista em área fechada ao tráfego
Londres - Faixa ciclável unidirecional
rodoviário
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Design Standarts.
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Lisboa - Faixa ciclável em contra sentido
Londres: Marcas Rodoviárias
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Copenhaga - Faixa ciclável a meia altura International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
Londres: Marcas Rodoviárias
(2014).
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Utrecht - Faixa ciclável a meia altura
Lisboa - Atravessamento ciclável semaforizados
Fonte: Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates
Fonte: imagem cedida por João Marrana
(2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Barcelona - Atravessamento ciclável não semaforizado
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Faixas cicláveis a meia altura
Fonte: imagem cedida por João Marrana Barcelona - interseção de vias de hierarquia principal
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Faixa ciclável à altura do passeio
Fonte: imagem cedida por João Marrana Barcelona - interseção de vias distribuidoras
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Barcelona - Faixa ciclável à altura do passeio
Fonte: imagem cedida por João Marrana Exemplo de má solução de transição vertical
Fonte: Ireland National Transport Authorit (2011).
Lisboa - Faixa ciclável bidirecional à altura de passeio
National C cle Manual.
Fonte: imagem cedida por Pedro Serranito
Exemplo de boa solução de transição vertical
Londres - Pista ciclável unidirecional
Fonte: Ireland National Transport Authorit (2011).
Fonte: imagem cedida por João Marrana
National C cle Manual.
Barcelona - Pista ciclável bidirecional
Passagem ciclável com recurso a sinalização luminosa
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Barcelona - Pista ciclável bidirecional protegida’ por
Barcelona - Exemplo de passagem ciclável
viaturas estacionadas
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Barcelona - Passagem ciclável confinante com
Londres - Exemplos de mudanças de direção na
passagem pedonal
circulação
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Design Standarts. Estocolmo - ona histórica -identificação de percurso
ciclável com recurso a discos metálicos de pavimento.
Nova Iorque - Pista ciclável bidirecional central
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .

7
RefeRências e cRéditos

Sevilha - Rua pedonal -identificação de percurso ashington – Faixa de viragem


ciclável com recurso a discos metálicos de pavimento. Fonte: http://nacto.org/
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Cambridge – Faixa de viragem
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Copenhagen - Passagem superior ciclável e pedonal
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Nova Iorque – Faixa de viragem
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Fonte: http://nacto.org/
Londres - Passagem inferior pedonal e ciclável Inglaterra - Experimentação do sistema de caixa de
Fonte: imagem cedida por João Marrana viragem
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Lisboa - Calha para bicicletas
Design Standarts.
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Londres – Redução pontual da largura da via
Passagem inferior.
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Design Standarts.
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Londres – ona exclusiva de circulação pedonal e
Passagem superior rampeada
ciclável
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Design Standarts.
Exemplos de más soluções de zonas de transição
Barcelona – Avenida Diagonal
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Fonte: imagem cedida por João Marrana
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Lisboa – Parque das Nações
Alteração de pavimento – Hac ne , Londres, Reino
Fonte: imagem cedida por João Marrana
Unido
Fonte: Transport for London (2014). London C cling Londres - Parliament Square
Design Standarts. Fonte: imagem cedida por João Marrana
Lombas redutoras de velocidade – Utrecht, holanda Lisboa - Entrecampos
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Fonte: Imagem cedida por João Marrana
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
eículos Ligeiros – Furgão Standard - Ambulância
Alteração textura de pavimento – Estocolmo, Suécia Fonte: http:// .inem.pt/
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
eículos Pesados – Autocarro
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Londres - onas Avançadas para Bicicletas
eículos Socorro – eículo Urbano de Combate a
Fonte: Transport for London (2014). London C cling
Incêndios (Nível 2)
Design Standarts.
Fonte: Imagem cedida por Fernando Gonçalves
Copenhaga – mudança de direção em cruzamento
eículos Socorro – eículo Escada (Nível 3)
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Fonte: Imagem cedida por Fernando Gonçalves
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Londres – Oxford Circus
Berlim – Caixa de viragem
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Lisboa – 2. Circular
Fonte: Imagem cedida por asco Costa Martins
Estocolmo – Caixa de viragem
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Lisboa – Avenida da Liberdade
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Munique – Caixa de viragem Lisboa – Avenida Almirante Reis
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Lisboa – Avenida Praia da itória
Berlim – Faixa de viragem Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Lisboa – Rua do Mirante
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Fonte: Imagem cedida por João Marrana

8
RefeRências e cRéditos

Lisboa – Rua da Conceição Lisboa – Rua do Arco do Cego – Ilhéu separador de


Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito correntes de tráfego
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da Liberdade
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Lisboa – Rua do Arco do Cego – Interseção desenhada
com curvas de raios simples
Londres – Oxford Circus
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Rua do Arco do Cego – Interseção desenhada
Barcelona – Avenida de Rius i Taulet
com leque de inserção’
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da República
Barcelona - onas de moderação da circulação
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
automóvel
Barcelona – Avenida de Rius i Taulet – Interseção em T’ Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da Liberdade
Lisboa – Interseção da Avenida Magalhães Lima e Rua Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Bacelar e Silva
Lisboa – Bairro do Charquinho
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Jordão
Lisboa – Interseção da Avenida 5 de Outubro e Avenida
Almada – ona de prioridade ao peão
Barbosa do Bocage
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Londres – Rua de prioridade ao peão
Lisboa – Interseção da Avenida da República e Avenida
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
de Berna
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Barcelona - Bairro Gótico
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Rua do arco do Cego – Regulação por
sinalização não luminosa Lisboa - Rua do Arco do Cego - Passadeira sobrelevada
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Barcelona – Regulação por sinalização luminosa Milton e nes – Gincana
automática de trânsito Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Almada - Avenida Dom Nuno Álvares Pereira
Lisboa – Rotunda no Marquês de Pombal Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Milton e nes – Estrangulamento de via
Legenda: Lisboa – Olaias – interseção desnivelada Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Avenida da República - Estreitamento de
Lisboa – Avenida Cidade de Praga – ia de interseções com recurso a obra física
desaceleração
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Bairro do Arco do Cego - Estreitamento de
Lisboa – Avenida Cidade de Praga – ia de aceleração
interseções com recurso a pintura na via
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida Cdade de Praga – Separador central
Lisboa - Rua do Arco do Cego
com corredor de viragem à esquerda
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Bairro do Arco do Cego
Lisboa – Avenida Fontes Pereira de Melo – Ilhéu
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
direcional com atravessamento pedonal
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Almada – Cova da Piedade
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida Cidade de Praga – Ilhéu direcional
com atravessamento pedonal e ciclável Milton e nes - Sobrelevação de cruzamento
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Barcelona - Passeio contínuo
Fonte: Imagem cedida por João Marrana

9
RefeRências e cRéditos

Lisboa - Avenida Álvares Cabral – lomba curta Lisboa - Av. Alexandre Herculano - Relação com o
sequencial desenhada para limitação de velocidade a passeio
30 m/h Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Marquês Pombal - Relação com a Rede
Lisboa - Avenida Eng. Duarte Pacheco – lomba curta Ciclável
sequencial desenhada para limitação de velocidade a Fonte: Imagem cedida por João Marrana
20 m/h
Lisboa - Marquês Pombal - Bandas Cromáticas
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Colorado - Lombas curtas rasgadas para passagem de
Barcelona - Passeio Maritímo – aproximação de
veículos de socorro
percurso ciclável a zona de tomada e largada de
Fonte: http://nacto.org/
passageiros
Lisboa - Av. Duarte Pacheco - Lombas curtas rasgadas Fonte: Imagem cedida por João Marrana
para passagem de transportes públicos
Lisboa – Avenida da República – abrigo
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Rua D. João
Lisboa – Avenida da República – Sistema de
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
informação ao passageiro
Almada – Bandas cromáticas Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da República – Componentes
Almada – Mini rotundas galgáveis funcionais de paragem de autocarros
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Av. Praia da itória – redução da largura da Sumidouros, sarjetas e caleiras em espaço público
via de trânsito com recurso a contra-guia Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Sumidouro em espaços de circulação ciclável
Milton e nes – Elementos especiais galgáveis junto a Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
cruzamento International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da República – Entrada especial
Lisboa – Baixa Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Capítulo 2
Lisboa – Avenida da República – Estacionamento
oblíquo Betuminoso sobre cubo de basalto - Bairro dos Atores
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana

Lisboa – Avenida da República – estacionamento de Calçada artística – miradouro de São Pedro de


motociclos Alcântara
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito

Lisboa – Avenida Praia da itória – estacionamento de Novos materiais de pavimentos – Largo do Intendente
motociclos Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Calçada artística
Lisboa – Avenida da República – estacionamento de Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
automóveis ligeiros Lajeado de Lioz
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Londres – estminster Blocos Pré-Fabricados de betão
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Areeiro – Paragem em recorte Pavimento Confortável betonado in situ’
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Avenida da República Lisboa – Campo Pequeno
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagens cedidas por João Marrana
Porto – Rua de São João
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana

10
RefeRências e cRéditos

Lisboa - Calçada do Mirante Porto - Rua de São João


Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Avenida da Liberdade Porto – Praça da Ribeira
Fonte: Imagens cedidas por Pedro Serranito João Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Marrana
Lisboa – Amoreiras
Lisboa – Alvalade Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana
Lisboa - Calçada do Mirante
Lisboa – Areeiro Fonte: Imagens cedidas por João Marrana
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana
Lisboa - Ribeira das Naus
Lisboa - Calçada da Ajuda Fonte: Imagens cedidas por António Pinheiro
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Campo de Ourique
Lajeta pitonada Fonte: Imagens cedidas por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Capítulo 3
Lajeta estriada
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Reutilização de cubos em pedra
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Porto – São Nicolau
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Lisboa – Rossio
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Monsanto
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana Lisboa – Baixa pombalina
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa - Campo de Ourique
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana Lisboa – Rossio
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Amoreiras
Fonte: Imagens cedidas por João Marrana Lisboa – Campo de ourique
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa - Campo Grande
Fonte: Imagens cedidas por Pedro Serranito João Lisboa – Baixa pombalina
Marrana Fonte: Imagem cedida por António Pinheiro

Lisboa - Jardim Botto Machado Lisboa – Ribeira das Naus


Fonte: http:// .neoasfalto.com/ Fonte: Imagem cedida por António Pinheiro

Lisboa - Av. Praia da itória Lisboa – Ribeira das Naus


Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por António Pinheiro

Lisboa - Av. Praia da itória Lisboa – Bairro do Arco do Cego


Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana

Lisboa -Calçada do Mirante Lisboa – Bairro dos Atores


Fonte: Imagens cedidas por João Marrana Fonte: Imagens cedidas por João Marrana

Lisboa - Campo Pequeno Lisboa – Bairro dos Atores


Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana

Lisboa - Rossio Lisboa – Bairro do Arco do Cego


Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Imagem cedida por João Marrana

Lisboa - Praça do Comércio Lisboa – Bairro dos Atores


Fonte: Imagem cedida por João Marrana Fonte: Imagem cedida por João Marrana

Porto – Rua 31 de Janeiro Capítulo 4


Fonte: Imagens cedidas por João Marrana Lisboa – Praça de Londres
Almada – Pragal Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Lisboa – Largo do Intendente
Lisboa - Campo Pequeno Fonte: Imagem cedida pelo Departamento de Marca e
Fonte: Imagem cedida por João Marrana Comunicação da CML

11
RefeRências e cRéditos

Lisboa – Bairro da Bica Espanha - Sevilha


Fonte: Imagens cedidas por Fernando Guerra Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Lisboa – Largo dona Estefânia
Fonte: Imagem cedida pelo Departamento de Marca e Holanda - Amsterdão
Comunicação da CML Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Lisboa – Praça D. Pedro I (Rossio), Teatro D. Maria II
Fonte: Imagem cedida pelo Departamento de Marca e Suécia - Estocolmo
Comunicação da CML Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Boa prática – Iluminação pública alinhada com
restantes elementos urbanos Suécia - Malmo
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito e João Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Marrana International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Má prática – a evitar Lisboa - Bairro do Arco do Cego - Pictograma veículo
O maciço e os pernes de fixação não devem ressaltar RSB
da cota do pavimento Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa - Bairro do Arco do Cego - Circuito de
Boa prática emergência de acesso a veículos de combate a
A adotar em Calçadas incêndios, associada a marca rodoviária M12
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Boa prática Passadeira (Marca M11) – Cubos em pedra
A adotar em pavimentos contínuos Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Passadeira (Marca M11) – Pintura
Capítulo 5 Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito

Lisboa – Avenida AlMirante Reis Lisboa – Avenida da Liberdade


Fonte: Imagens cedidas pelo Arquivo Fotográfico da Fonte: Imagens cedidas pelo Arquivo Fotográfico da
CML CML

Lisboa – Arroios Lisboa – Cidade Universitária


Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito

Lisboa – Baixa Boa prática – a adotar


Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito

Má prática – a evitar Boa prática – a adotar


sinal com características, dimensões e colocação, Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
inadequadas a situações de âmbito urbano Alemanha - Munique
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Boa prática – a adotar International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
colocação alinhada com os pilaretes Holanda - Amsterdão
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Boa prática – a adotar International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
utilização do equipamento de iluminação pública Alemanha - Berlin
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014).
Porto – Rua D. Manuel II International C cling Infrastructure Best Practice Stud .
Fonte: Imagem cedida por João Marrana San Luis Obispo – California
Suécia - Estocolmo Fonte: http://nacto.org/
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Ne or Cit – Ne or
International C cling Infrastructure Best Practice Stud . Fonte: http://nacto.org/
Alemanha - Munique Madison – isconsin
Fonte: Urban Movement, Phil Jones Associates (2014). Fonte: http://nacto.org/
International C cling Infrastructure Best Practice Stud .

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RefeRências e cRéditos

Portland – Oregon Floreira Baixa – São Paulo


Fonte: http://nacto.org/ Fonte: Imagem cedida por Manuel Salgado
Boa prática – a adotar Lisboa – Lapa
Colocação alinhada com os restantes elementos Fonte: http:// .archdail .com.br/br
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito
Lisboa – Alcântara
Má prática – a evitar Fonte: Imagem cedida por Fernando Guerra
Colocação aleatória no espaço público
Capítulo 7
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito
Capítulo 6 Lisboa – Largo da Rosa
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Avenida Duque d’Ávila
Má prática
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML
implantação desregrada de objetos
Lisboa – Avenida da Liberdade Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML
Má prática
Lisboa – Avenida da Liberdade implantação com redução significativa da zona livre de
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML circulação
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Jardim do Príncipe Real
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML Má prática – a evitar
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Miradouro Nossa Senhora do Monte
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML Boa prática – a adotar em passeios estreitos
Fonte: Imagem cedida por Manuel Salgado
Cerquinho
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/ Lisboa - Av. Praia da itória
index0arborium.htm Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Freixo Lisboa – Avenida da Liberdade
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/ Fonte: Imagem cedida por João Marrana
index0arborium.htm
Lisboa – Parque das Nações
Olaia Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/
Lisboa – Santo António
index0arborium.htm
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Cerejeira
Lisboa – Parque das Nações
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
index0arborium.htm
Lisboa - Campo Grande
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
ambujeiro
Lisboa - Avenida da República
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
index0arborium.htm
San Francisco – Califórnia
Loureiro
Fonte: San Francisco Par let Manual
Fonte: http://arvoresdeportugal.free.fr/IndexArborium/
index0arborium.htm San Francisco – Califórnia
Fonte: San Francisco Par let Manual
Lisboa – Praça Duque de Saldanha
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML Lisboa – Largo do Camões
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Lisboa – Avenida da Liberdade
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito Lisboa – Santo António
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Boas práticas – a adotar
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito Manuel Lisboa
Salgado Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Floreira alta – Guimarães Lisboa – Arroios
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Imagem cedida por Luís Cabaça

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RefeRências e cRéditos

Lisboa – Rossio Modelo SUBTAINER de 3,0 m3 de capacidade, com


Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito sistema de remoção “ INSHOFER ” - para os módulos
de papel, embalagens e vidro
Lisboa – Rossio
Fonte: Imagem cedidas pela DLU
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – idrão isolado com pilhão acoplado
Lisboa – Baixa
Fonte: Imagem cedidas pela DLU
Fonte: Imagens cedidas por Jorge Bonito
Lisboa – idrão isolado pintado na Galeria de Arte
Lisboa – Rossio
Urbana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedidas pela DLU
Lisboa – Santo António
Lisboa – Avenida da Liberdade
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Rato
Papeleira Diana 120l
Fonte: Imagem cedida pelo Arquivo Fotográfico da CML
Fonte: http:// .contenur.com/
Lisboa – Avenida da Liberdade
Papeleira Prima Línea 50l
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Campo Grande
Papeleira Itálica 50l
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: http:// .contenur.com/
Sidney
Hidrante junto ao limite exterior do passeio
Fonte: Imagem cedida por Manuel Salgado
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Sidne – H de Par
Hidrante junto à fachada do edifício
Fonte: Imagem cedida por Manuel Salgado
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Restauradores
Lisboa – Estação Cabo Ruivo
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Má prática – a evitar
Lisboa – Praça da Figueira
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Boa prática – a adotar
Lisboa – Rossio
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Lisboa – Parque das Nações
Má prática – armário disperso no passeio
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Avenida da Liberdade
Boa prática – armário adossado ao edifício
Fonte: Imagem cedida por João Marrana
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Lisboa – Alcântara
Má prática – colocação dispersa
Fonte: Imagem cedida pela DLU
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Má prática
Boa prática – alinhado com demais elementos urbanos
numa esquina, com a boca virada para o espaço de
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
circulação rodoviária e no enfiamento de uma galeria
de um edifício Boa prática – diferentes armários agrupados e
Fonte: Imagem cedida pela DLU implantados no limite do percurso acessível
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Boa prática
junto a uma passadeira, com iluminação e área de Boa prática – armários agrupados e alinhados com a
circulação pedonal arborização
Fonte: Imagem cedida pela DLU Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Ecopontos subterrâneos – marcos de deposição atuais Má prática – a evitar
- modelo subtainer Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Fonte: Imagens cedidas pela DLU
Boa prática – a adotar
Ecopontos subterrâneos – possíveis marcos de Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
deposição futuros
Boa prática – a adotar
Fonte: Imagem cedidas pela DLU
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito

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RefeRências e cRéditos

Boa prática – a adotar Uat – Segue a arte e logo verás o rio


Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Imagem cedida por José icente
Lisboa – i-Fi no espaço público Dra ing jesus – Festival TODOS 2014
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito Fonte: Imagem cedida por José icente
Ponto i-Fi integrado em poste de iluminação pública
Fonte: Imagem cedida por Jorge Bonito
Capítulo 8

Tim Etchells – artista na cidade 2014


Fonte: Imagem cedida por José icente
Hugo Lucas – Reciclar o Olhar
Fonte: Imagem cedida por José icente
Rui chafes – Horas de Chumbo – Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
José Pedro Cro – sem título – Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Jorge ieira – Homem Sol – Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
a a Corleone – I’m from Lisbon
Fonte: Imagem cedida por José icente
ihls – Pixel Pancho – Projecto Underdogs 2013
Fonte: Imagem cedida por José icente
José Cutileiro – Lago das Tágides - Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Nicolae Negura - Mostra de Arte Urbana 2012
Fonte: Imagem cedida por José icente
Fernanda Fragateiro – Espelhos Jardins de Água –
Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Marcelo Dantas – Mostra de Arte Urbana 2012
Fonte: Imagem cedida por José icente
Fernando Conduto – Mar Largo – Parque das Nações
Fonte: Imagem cedida por Pedro Serranito
Odeith – Rostos do Muro Azul
Fonte: Imagem cedida por José icente
Odeith – Boogie Do n Lisbon
Fonte: Imagem cedida por José icente
Aheneah Galego – Reciclar o Olhar
Fonte: Imagem cedida por José icente
José Carvalho – Reciclar o Olhar
Fonte: Imagem cedida por José icente
Ricardo avier Antunes – Reciclar o Olhar
Fonte: Imagem cedida por José icente
Alexandra Bodianu – Reciclar o Olhar
Fonte: Imagem cedida por José icente
Uat – Segue a arte e logo verás o rio
Fonte: Imagem cedida por José icente

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