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CESP - ENSINO MÉDIO - MOBILIDADE URBANA

Conheça os principais desafios da Mobilidade Urbana no Brasil:

O trânsito caótico das grandes cidades é um problema que cresce a cada ano. Ele é
apenas um dos reflexos dos desafios da mobilidade urbana no Brasil, a qual tem
sido amplamente discutida nos últimos anos não apenas pela população como
também pelos setores públicos e privados.

O direito de ir e vir esbarra em dificuldades de compartilhamento das vias entre


pessoas, carros, motos, bicicletas, caminhões e ônibus. Por outro lado, trens e
metrôs já não suportam a quantidade de usuários nos horários de pico e estão
sempre com lotação máxima, causando grande desconforto aos usuários.

A necessidade de melhorias na mobilidade urbana no Brasil nunca foi tão urgente,


mas, para propor soluções, é preciso conhecer melhor as dificuldades enfrentadas.
Por isso, neste artigo, listamos aquelas que são mais relevantes, além de algumas
sugestões de alternativas que podem ser adotadas no curto prazo. Confira!

Desafios da mobilidade urbana no Brasil


A mobilidade urbana no Brasil enfrenta diversos tipos de desafios. Contudo, alguns
deles se destacam por seu impacto e tendência de agravamento. Vamos entender
cada um deles mais a fundo a seguir.

Cidades superpopulosas
De acordo com estimativas do IBGE, a população brasileira já passa dos 200
milhões de habitantes, e muitas cidades menores tiveram um aumento muito acima
da média na última década. Isso evidencia que capitais e regiões metropolitanas já
estão cheias demais, e as pessoas buscam novas alternativas de moradia.

Todo esse volume de habitantes gera um fluxo maior de deslocamento durante o


dia, principalmente nos horários de pico, quando as pessoas estão indo ou voltando
do trabalho. Sem investimentos em renovação na malha viária ou na implementação
de meios de transporte de baixo impacto, como os metrôs, esse desafio terá que ser
vencido por empresas.

A penetração de serviços como Uber e 99 tem ajudado com parte da demanda. Da


mesma maneira, a entrada de empresas que oferecem meios alternativos de
transporte, como bicicletas e patinetes elétricos para alugar, é outra tentativa de
lidar com a situação.
Todavia, a superpopulação nas cidades continua causando impacto na maneira
como as pessoas trafegam por elas. A distribuição da população com a mudança de
pessoas para cidades de pequeno e médio porte é a única solução a longo prazo
capaz de dar conta desse problema.

Com a pandemia de coronavírus e a popularização do trabalho remoto, essa


possibilidade tornou-se mais clara para muitos cidadãos, mas ainda há muito que se
fazer se quisermos resolver de uma vez por todas esse problema. Como nem todos
podem trabalhar de casa, com ou sem pandemia, o inchaço nas cidades não é algo
que se resolverá como um passe de mágica.

Em organizações menores, que não atuam no ramo de transporte, soluções como


as caronas solidárias e o pagamento do vale-transporte com vouchers para uso de
modais de transporte alternativo têm feito a diferença.

Infraestrutura despreparada
Enquanto a população cresce, a infraestrutura segue estagnada no tempo. Boa
parte das cidades mais populosas do País surgiram na época em que não havia
carros nas ruas e as necessidades de mobilidade eram outras.

Diante disso, é bastante comum encontrar vias muito estreitas, com passeios
inadequados e falta de espaço para incluir uma ciclovia ou uma passagem para
pedestres. Em alguns casos, adotar a mão única já não é mais suficiente para
suportar o volume do tráfego.

Em algumas cidades, já há tentativa de lidar com isso. Programas como o Sexta


Sem Carros visam implementar um dia da semana em que o trânsito em
determinadas áreas não é permitido.

Algumas cidades desenvolvem programas similares aos de cidades europeias, nas


quais o Centro Histórico, por exemplo, não pode ser visitado de carro. Todavia,
iniciativas isoladas não são o suficiente para lidar com o caos urbano.

É preciso que cada uma das grandes capitais e das cidades médias mudem de
mentalidade e passem a considerar o carro como um modal de transporte
secundário para que esforços como esse realmente tenham o impacto necessário.

Falta de investimento
Se, por um lado, algumas vias são mais complicadas, outras poderiam ser
adaptadas de forma mais fácil. O problema é que obras dessa natureza demandam
altos investimentos, principalmente do setor público. Logo, além de ser um processo
demorado, outras questões acabam ganhando prioridade — e a mobilidade urbana
fica em segundo plano.
Parcerias público-privadas e iniciativas oriundas de empresas privadas, como
aquelas que atuam em logística e transporte de pessoas, são uma maneira de
contornar esse problema. Com a tecnologia, cada vez mais terceirizamos tarefas de
entrega para profissionais independentes, como os da Loggi ou do iFood. No futuro,
a tendência é que cada vez mais empresas atuem de alguma forma em mobilidade.

Seu negócio já tem alguma iniciativa nesse sentido? É hora de começar a pensar
em como ele poderá ajudar a resolver problemas de mobilidade urbana sem perder
o foco. Coloque essa ideia na mente dos seus colaboradores para fomentar a
inovação no negócio.

Muitos veículos nas ruas


A quantidade de veículos circulando todos os dias pelas ruas e avenidas das
cidades brasileiras é maior que o necessário. Mesmo com uma população tão
grande, não é difícil encontrar carros que comportam cinco ou, até mesmo, sete
pessoas levando apenas o motorista.

É uma questão cíclica, na qual o transporte público é ineficiente e desconfortável, o


que faz com que as pessoas prefiram o carro, aumentando a quantidade de veículos
nas vias e tornando o trânsito ainda mais caótico.

Nesse sentido, programas de carona solidária implementados nas empresas são


uma ótima alternativa para ajudar a amenizar o problema. Além de deixar um
grande volume de carros na garagem, funcionários têm a oportunidade de interagir
fora do ambiente de trabalho e construir um relacionamento melhor ao longo do
processo.

A adoção de um rodízio interno também é uma opção para reduzir o volume de


carros na garagem da empresa. De acordo com o departamento, a placa ou o uso, é
possível incentivar as caronas com um rodízio e reduzir o fluxo de pessoas na
região em que o escritório fica instalado.

Poucas alternativas de transporte público


As grandes capitais contam com modais mais variados de transporte público, mas
essa não é uma realidade tão frequente nas cidades médias. Nem todas elas
contam com linhas de trens e metrôs, que são mais ágeis e têm maior capacidade.

Por outro lado, as empresas de ônibus nem sempre prezam pela qualidade dos
serviços prestados ou dos veículos utilizados. Assim, o carro acaba sendo a
alternativa mais confortável e segura, mesmo que mais cara.

Mais investimentos no setor são necessários. Um grande plano de mobilidade


nacional, que leve em consideração a demanda de pequenas, médias e grandes
cidades e direcione investimentos para o setor, por exemplo, é algo que poderia
fazer grande diferença na qualidade da mobilidade urbana.
Descentralização urbana
Outro desafio bastante comum em cidades mais populosas é a necessidade de
deslocamento dos moradores para resolver assuntos do dia a dia. Nem todo mundo
consegue trabalhar ou estudar perto de casa, sem falar em questões de lazer, entre
outras mais esporádicas. Sendo assim, as pessoas se deslocam porque elas
realmente precisam e não porque elas querem.

Trazer as pessoas para perto de onde elas estudam e trabalham seria a solução
ideal. Mas, como isso nem sempre é viável, é o investimento em transporte público
rápido, eficiente e de alta qualidade a solução mais próxima para que consigamos
superar esse desafio nos próximos anos.

Aumento de acidentes no trânsito


Outro grande desafio que enfrentamos no Brasil é o alto número de acidentes de
trânsito. Trafegar no País é tão perigoso quanto ser pedestre e, segundo estatísticas
de 2020, cidades como Porto Alegre viram o aumento nos acidentes de trânsito ao
longo do ano.

O fluxo de veículos que trafega nas ruas diminui em resposta à pandemia, mas
ainda assim a imprudência dos condutores tomou muitas vidas ao longo do ano.
Esforços para educar motoristas e pedestres são a melhor aposta quando falamos
da diminuição desses índices.

Modais de transporte sustentáveis


Há ainda um grande problema que nos resta quando falamos em mobilidade urbana
no Brasil: os modais pouco eficientes que utilizamos por aqui raramente são amigos
do meio ambiente. Pense, por exemplo, nos carros e motocicletas, os grandes
favoritos do brasileiro quando o assunto é locomoção.

Ambos os meios de transporte são altamente poluentes e, por isso, devemos buscar
soluções para substituí-los. Entretanto, o alto preço de veículos híbridos no País é
um desafio nesse sentido. A melhor utilização dos modais — como os sistemas de
carona e a troca do carro por bicicletas e patinetes elétricos — é uma alternativa
que pode ajudar.

Alternativas para superar esses desafios


Todos esses desafios da mobilidade urbana no Brasil são complicados de serem
resolvidos. Uns envolvem grandes investimentos; outros, questões estruturais das
cidades. Contudo, existem mudanças culturais que podem amenizar o problema no
curto prazo. Vamos a elas!

Adoção de outros meios de transporte


Usar a bicicleta como meio de transporte é uma das alternativas mais fáceis de
serem implementadas.
Hoje em dia, nem é preciso ter uma bicicleta. As empresas de compartilhamento já
estão presentes em diversas cidades brasileiras, e você paga um aluguel pelo
tempo de uso. Entretanto, ainda falta uma mudança cultural que incentive o uso
desses modais em detrimento do carro, o que torna um desafio implementá-los
como solução permanente.

A falta de ciclovias, por exemplo, é uma dificuldade que mencionamos aqui e que
precisa ser superada para que o modal possa ser adotado com proeminência em
todo o País.

Mas nem tudo são más notícias. Afinal, além das bicicletas, hoje também é possível
utilizar os patinetes elétricos, que funcionam no mesmo esquema de locação,
apenas são um pouco mais caros. Ainda assim, para deslocamentos curtos, o valor
fica abaixo de uma passagem de ônibus ou metrô.

Incentivo ao uso de carros e caronas compartilhadas


Outra forma de melhorar a mobilidade urbana é reduzir a quantidade de carros nas
ruas. Como mencionamos, muitas pessoas acabam subutilizando seus carros, que
poderiam levar mais passageiros.

O problema da subutilização não para no fato de que assim os carros geram mais
poluentes por ocupante. Levar apenas o motorista também fica mais caro no bolso
do usuário, já que ele é o único pagando a gasolina ou álcool utilizado para
locomoção e também o único contribuindo com a manutenção do veículo,
pagamento de taxas entre outros.

Essas e outras alternativas, como a carona compartilhada, surgem para melhorar a


utilização dos veículos automotores. Com ela, é possível experimentar uma série de
benefícios para todos os ocupantes do veículo:

● o motorista, que divide os custos com os quais arcaria sozinho;

● os caroneiros, que podem se deslocar de forma mais confortável;


● o trânsito, que fica mais vazio e mais fluido.

Adaptação da jornada de trabalho


As empresas também podem fazer a sua parte. Os problemas mais graves estão
nos horários de pico, causados justamente pelas jornadas de trabalho, que são
similares em grande parte das organizações.

Dessa forma, algumas ações como a jornada flexível e alguns dias de home office
ajudam a diminuir o volume de pessoas se deslocando ao mesmo tempo pelas vias.
São menos carros, mais agilidade e menos estresse sofrido pelos colaboradores.
Com a pandemia do coronavírus, a adaptação da jornada de trabalho se tornou uma
realidade na maioria das empresas, ainda que forçada pelas circunstâncias.

Muitos negócios notaram que o home office funciona tão bem quanto a participação
presencial dos colaboradores na empresa e pretendem manter a estrutura para que
eles permaneçam trabalhando remotamente, ainda que apenas alguns dias por
semana.

Esse tipo de adaptação na jornada de trabalho tem tudo para se tornar rotineiro
mesmo após o fim da pandemia.

Razões para atuar em relação à mobilidade urbana


Se quiser ver os problemas de mobilidade urbana mencionados aqui serem
solucionados, sua empresa terá, o quanto antes, que passar a fazer parte da
solução. Procure implementar as estratégias que citamos para reduzir o impacto dos
desafios da mobilidade urbana no dia a dia e busque tecnologia para ajudá-lo a lidar
com a gestão de benefícios: o vale-transporte, por exemplo.

Ferramentas como o ABSMob ajudam sua empresa com uma das tarefas mais
difíceis quando o assunto é mobilidade: entregar alto valor agregado nos benefícios
que oferece, sejam eles vale-transporte ou vale-combustível.

Com o aplicativo, você distribui esse benefício de maneira automatizada e ainda


oferece estímulos para que seu colaborador repense a própria mobilidade. Integrar
modais alternativos de transporte na rotina ficará mais fácil com o ABSMob, e todo o
dinheiro economizado pelos colaboradores pode ser revertido em cashback.

O sistema utiliza gamificação para garantir que seus colaboradores se sentirão


inclinados a adotar o app e pode ser customizado para atender às necessidades da
sua organização.

Lei de mobilidade urbana


Por último, não podemos deixar de mencionar a Lei 12.587/12, também conhecida
como Lei de Mobilidade Urbana. A política, aprovada ainda no governo de Dilma
Rousseff, determina a obrigação dos municípios com mais de 30 mil habitantes a
implantarem planos de mobilidade urbana mais eficientes em suas premissas.

Embora, no papel, ela funcione muito bem, na prática não vemos essa legislação
ser implementada pelos municípios. O principal motivo é a falta de recursos
disponíveis para lidar com mobilidade urbana.

O decreto, que definia a data final de abril de 2017 como prazo para a
implementação de novos esforços em relação à mobilidade urbana, define que
todos os municípios tenham um plano para lidar com esse problema. Segundo a Lei,
aqueles que não o fizerem até abril de 2019 ficarão impedidos de receber recursos
federais destinados à mobilidade até que atendam aos termos da Lei. Todavia, com
os problemas que já mencionamos aqui, o Governo foi forçado a mudar a data limite
para 21 de abril de 2021.

O ponto mais importante da legislação é que todo município deve ter um plano de
mobilidade urbana, uma colaboração entre a sociedade civil e os governantes para
definir as políticas de mobilidade de uma região.

O Governo Federal determina que não avaliará a competência de cada plano,


ficando a cargo dos cidadãos a fiscalização. Você já se perguntou sobre o plano de
mobilidade urbana da sua cidade? Se não, é hora de começar a se preocupar com o
assunto.

Apenas 311 municípios no País têm um plano de mobilidade urbana. Pesquise e


identifique se este é o caso do seu e, se não for, cobre dos seus governantes.
Afinal, sem um plano, não haverá liberação de recursos para as muitas melhorias
que podem ser implementadas e que mencionamos aqui.

Como você pôde ver, os desafios da mobilidade urbana no Brasil são muitos e não
são fáceis de serem resolvidos, o que não quer dizer que não há o que fazer para
mudar essa realidade.

Pelo contrário, o início dessa mudança depende também de cada um de nós adotar
novos hábitos e incluir novas formas de transporte e de trabalho em nossa rotina.

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