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O trânsito caótico das grandes cidades é um problema que cresce a cada ano. Ele é
apenas um dos reflexos dos desafios da mobilidade urbana no Brasil, a qual tem
sido amplamente discutida nos últimos anos não apenas pela população como
também pelos setores públicos e privados.
Cidades superpopulosas
De acordo com estimativas do IBGE, a população brasileira já passa dos 200
milhões de habitantes, e muitas cidades menores tiveram um aumento muito acima
da média na última década. Isso evidencia que capitais e regiões metropolitanas já
estão cheias demais, e as pessoas buscam novas alternativas de moradia.
Infraestrutura despreparada
Enquanto a população cresce, a infraestrutura segue estagnada no tempo. Boa
parte das cidades mais populosas do País surgiram na época em que não havia
carros nas ruas e as necessidades de mobilidade eram outras.
Diante disso, é bastante comum encontrar vias muito estreitas, com passeios
inadequados e falta de espaço para incluir uma ciclovia ou uma passagem para
pedestres. Em alguns casos, adotar a mão única já não é mais suficiente para
suportar o volume do tráfego.
É preciso que cada uma das grandes capitais e das cidades médias mudem de
mentalidade e passem a considerar o carro como um modal de transporte
secundário para que esforços como esse realmente tenham o impacto necessário.
Falta de investimento
Se, por um lado, algumas vias são mais complicadas, outras poderiam ser
adaptadas de forma mais fácil. O problema é que obras dessa natureza demandam
altos investimentos, principalmente do setor público. Logo, além de ser um processo
demorado, outras questões acabam ganhando prioridade — e a mobilidade urbana
fica em segundo plano.
Parcerias público-privadas e iniciativas oriundas de empresas privadas, como
aquelas que atuam em logística e transporte de pessoas, são uma maneira de
contornar esse problema. Com a tecnologia, cada vez mais terceirizamos tarefas de
entrega para profissionais independentes, como os da Loggi ou do iFood. No futuro,
a tendência é que cada vez mais empresas atuem de alguma forma em mobilidade.
Seu negócio já tem alguma iniciativa nesse sentido? É hora de começar a pensar
em como ele poderá ajudar a resolver problemas de mobilidade urbana sem perder
o foco. Coloque essa ideia na mente dos seus colaboradores para fomentar a
inovação no negócio.
Por outro lado, as empresas de ônibus nem sempre prezam pela qualidade dos
serviços prestados ou dos veículos utilizados. Assim, o carro acaba sendo a
alternativa mais confortável e segura, mesmo que mais cara.
Trazer as pessoas para perto de onde elas estudam e trabalham seria a solução
ideal. Mas, como isso nem sempre é viável, é o investimento em transporte público
rápido, eficiente e de alta qualidade a solução mais próxima para que consigamos
superar esse desafio nos próximos anos.
O fluxo de veículos que trafega nas ruas diminui em resposta à pandemia, mas
ainda assim a imprudência dos condutores tomou muitas vidas ao longo do ano.
Esforços para educar motoristas e pedestres são a melhor aposta quando falamos
da diminuição desses índices.
Ambos os meios de transporte são altamente poluentes e, por isso, devemos buscar
soluções para substituí-los. Entretanto, o alto preço de veículos híbridos no País é
um desafio nesse sentido. A melhor utilização dos modais — como os sistemas de
carona e a troca do carro por bicicletas e patinetes elétricos — é uma alternativa
que pode ajudar.
A falta de ciclovias, por exemplo, é uma dificuldade que mencionamos aqui e que
precisa ser superada para que o modal possa ser adotado com proeminência em
todo o País.
Mas nem tudo são más notícias. Afinal, além das bicicletas, hoje também é possível
utilizar os patinetes elétricos, que funcionam no mesmo esquema de locação,
apenas são um pouco mais caros. Ainda assim, para deslocamentos curtos, o valor
fica abaixo de uma passagem de ônibus ou metrô.
O problema da subutilização não para no fato de que assim os carros geram mais
poluentes por ocupante. Levar apenas o motorista também fica mais caro no bolso
do usuário, já que ele é o único pagando a gasolina ou álcool utilizado para
locomoção e também o único contribuindo com a manutenção do veículo,
pagamento de taxas entre outros.
Dessa forma, algumas ações como a jornada flexível e alguns dias de home office
ajudam a diminuir o volume de pessoas se deslocando ao mesmo tempo pelas vias.
São menos carros, mais agilidade e menos estresse sofrido pelos colaboradores.
Com a pandemia do coronavírus, a adaptação da jornada de trabalho se tornou uma
realidade na maioria das empresas, ainda que forçada pelas circunstâncias.
Muitos negócios notaram que o home office funciona tão bem quanto a participação
presencial dos colaboradores na empresa e pretendem manter a estrutura para que
eles permaneçam trabalhando remotamente, ainda que apenas alguns dias por
semana.
Esse tipo de adaptação na jornada de trabalho tem tudo para se tornar rotineiro
mesmo após o fim da pandemia.
Ferramentas como o ABSMob ajudam sua empresa com uma das tarefas mais
difíceis quando o assunto é mobilidade: entregar alto valor agregado nos benefícios
que oferece, sejam eles vale-transporte ou vale-combustível.
Embora, no papel, ela funcione muito bem, na prática não vemos essa legislação
ser implementada pelos municípios. O principal motivo é a falta de recursos
disponíveis para lidar com mobilidade urbana.
O decreto, que definia a data final de abril de 2017 como prazo para a
implementação de novos esforços em relação à mobilidade urbana, define que
todos os municípios tenham um plano para lidar com esse problema. Segundo a Lei,
aqueles que não o fizerem até abril de 2019 ficarão impedidos de receber recursos
federais destinados à mobilidade até que atendam aos termos da Lei. Todavia, com
os problemas que já mencionamos aqui, o Governo foi forçado a mudar a data limite
para 21 de abril de 2021.
O ponto mais importante da legislação é que todo município deve ter um plano de
mobilidade urbana, uma colaboração entre a sociedade civil e os governantes para
definir as políticas de mobilidade de uma região.
Como você pôde ver, os desafios da mobilidade urbana no Brasil são muitos e não
são fáceis de serem resolvidos, o que não quer dizer que não há o que fazer para
mudar essa realidade.
Pelo contrário, o início dessa mudança depende também de cada um de nós adotar
novos hábitos e incluir novas formas de transporte e de trabalho em nossa rotina.