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TEMAS DE ATUALIDADES

2022

Professor Otoniel Linhares


MOBILIDADE URBANA
• Estima-se que apenas os
congestionamentos de
São Paulo e do Rio
custem R$ 98 bilhões por
ano, tanto pela perda de
produção não
concretizada, quanto
pelos gastos adicionais
com combustível.
• Além dos impactos econômicos
causados pelo desperdício de tempo,
existe também uma faceta mais
perversa do trânsito: a violência.
• Os números de mortos e feridos em
decorrência de acidentes de trânsito no
Brasil se equiparam a alguns dos piores
conflitos da atualidade.
• Os dados demonstram que morrem
anualmente no trânsito brasileiro cerca
de 40 mil pessoas.
• Toda essa carnificina, evidentemente, possui um
custo enorme para o nosso já defasado Sistema
Único de Saúde (SUS): são cerca de R$ 200 milhões
gastos apenas nas internações de feridos em
acidentes. O custo total dos acidentes de trânsito
está estimado em cerca de R$ 40 bilhões anuais.

• As maiores vítimas são as partes mais vulneráveis:


pedestres, ciclistas e motociclistas. As causas para
tantos acidentes? Excesso de velocidade,
embriaguez ao volante, cansaço e outros hábitos
imprudentes dos motoristas explicam 90% das
fatalidades.
Transporte coletivo precário
• Para convencer as pessoas a deixar o carro
em casa, é preciso demonstrar as
vantagens das alternativas.
• O transporte coletivo das cidades
brasileiras, entretanto, ainda oferece poucas
vantagens em relação ao automóvel. É uma
opção de deslocamento mais barata, de
uma forma geral.
• Muita gente também não gosta de dirigir
um carro, porque envolve muita atenção e
gera stress. Mas também se perde mais
tempo dentro de um ônibus, além de que ele
oferece muito menos conforto que um
carro.
• Vias precárias
• Como se não bastassem a imprudência de motoristas (e
também de outros envolvidos no trânsito, como pedestres e
ciclistas), ainda temos que lidar com a precariedade de
grande parte das vias públicas urbanas.
• Não raro as calçadas não garantem acessibilidade, são muito
estreitas, e muitas vez sequer existem.
• As ruas são esburacadas e mal sinalizadas. Esses são
apenas alguns dos problemas mais comuns encontrados em
qualquer grande cidade brasileira.
Transporte de massa
• A maioria das nossas cidades possui um
sistema de transporte coletivo baseado
em ônibus, que são invariavelmente mais
lentos e desconfortáveis que os carros –
além de estarem sujeitos aos mesmos
congestionamentos dos automóveis.
• Em um mundo ideal, teríamos mais ônibus à
disposição, mais horários e veículos menos
lotados, o que aumentaria a adesão ao
transporte coletivo.
• É o básico do que se espera de um bom
sistema de transporte coletivo.
• Para além do transporte coletivo rodoviário, ainda há outras opções
que são pouco ou mal exploradas no nosso país: o
modal ferroviário, por exemplo, é muito utilizado em grandes
centros de países desenvolvidos.
• O metrô, apesar de ser uma solução cara, é capaz de movimentar
grandes volumes de pessoas e oferecer rapidez e relativa
comodidade.
• As malhas metroviárias de grandes cidades brasileiras têm se
mostrado insuficientes para a demanda existente. Além dos metrôs
subterrâneos, existem os chamados metrôs de superfície, mais
baratos.
• Mesmo tomando espaço da estrutura viária, ainda são mais
eficientes que carros ou mesmo ônibus. Essa opção é praticamente
inexplorada no Brasil.
Bicicleta
• É cada vez mais comum ver pessoas se
deslocando de bicicleta nas grandes cidades.
Infelizmente, esse é um meio de locomoção
ainda pouco priorizado no trânsito brasileiro:
a extensão de ciclofaixas e ciclovias nos
grandes centros ainda é muito menor que a
extensão de vias dedicadas para veículos
motorizados (para cada 100 km de vias para
carros, existe apenas 1 km para bicicletas).
• Isso obriga muitos ciclistas a fazerem
percursos por vias compartilhadas com
carros, causando frequentes conflitos,
quando não acidentes e mortes.
• A eficiência do uso das bicicletas como meio de superar
o problema da mobilidade no Brasil ainda é questionada
por muitos.
• Muitos não se convencem com exemplos de países
desenvolvidos como Holanda e Dinamarca, já que estes
seriam países em outro patamar de desenvolvimento e
educação.
• Amsterdam, referência no uso de bicicleta, é uma cidade
muito menor e mais plana do que São Paulo, por
exemplo.
Deslocamentos a pé
• Boa parte dos deslocamentos no Brasil são
feitos dessa forma. Ainda assim, não é nada
agradável ser um pedestre em uma grande
cidade brasileira: faltam calçadas adequadas
(com largura suficiente e sem obstruções) e
também respeito por grande parte dos
motoristas, muitos dos quais não param na
faixa de pedestres e não demonstram se
preocupar com a segurança deles.
• O resultado é que os pedestres são
geralmente as maiores vítimas do trânsito.
• Aumentar o tráfego de pedestres também tem relação
com uma forma desejável de organização das cidades,
em que grande parte das pessoas moraria perto de seu
local de trabalho, diminuindo assim a necessidade do uso
do automóvel no dia a dia.
• Quanto mais pedestres na rua, menos carros e mais
segurança para os próprios pedestres. E de quebra, é
sempre bom lembrar, caminhar faz muito bem à saúde.
• O responsável primário pelo transporte público
urbano é o poder público municipal. É isso que
prevê o inciso V do artigo 30 da Constituição
Federal:
– “[Cabe ao município] organizar e prestar,
diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial”.
• Entretanto, como você pode observar, esse
dispositivo da Constituição dá liberdade aos
municípios quanto a como ofertar esse serviço.
Primeiro, o município pode escolher cuidar do
transporte coletivo por conta própria. A
prefeitura se responsabiliza diretamente pela
gestão do sistema e desembolsa 100% dos
recursos para mantê-lo.
A CONCESSÃO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE À EMPRESAS
• A saída mais comum é contratar empresas para desempenhar
essa função. Para fazer isso, é preciso realizar uma licitação,
procedimento padrão para que uma empresa desempenhe um
serviço público.
• As empresas vencedoras da licitação atuam sob regime de
concessão ou permissão.
• A diferença entre os dois é sutil e pouco relevante; o que
importa saber é que a empresa firma um contrato com a
prefeitura por certo período de tempo, para administrar a maior
parte do sistema de transporte coletivo municipal.
E QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DAS EMPRESAS?
• As empresas são responsáveis pela administração geral do
sistema. Portanto, cuida de questões como a conservação das
frotas, a contratação e capacitação de motoristas e
cobradores, o respeito às leis de segurança e a observância
das ordens vindas da prefeitura.
• As empresas precisam arcar com custos diversos, como a
remuneração dos trabalhadores do transporte público, a
compra e manutenção de veículos, combustíveis, despesas
administrativas, entre outros.
COMO O SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO É FINANCIADO?
• Para que o sistema se financie e continue funcionando, são
cobradas tarifas dos passageiros, que incluem os custos e
também o lucro das empresas. São essas tarifas que cobrem
praticamente toda a necessidade de financiamento do sistema.
Por isso, são poucos os municípios que concedem subsídios
para o transporte público (São Paulo é uma das principais
exceções). Brasília tem subsídios.
POR QUE AS TARIFAS ATUAIS SÃO TÃO CARAS?
• É reclamação recorrente dos usuários que as tarifas do transporte coletivo
urbano são altas. De fato, elas podem pesar bastante no bolso dos
usuários, especialmente se considerarmos que a maior parte deles é de
baixa renda.
• Apontam-se como fatores para os altos valores das tarifas: o aumento dos
preços dos combustíveis; e as gratuidades concedidas a uma parcela
significativa dos usuários, como policiais militares, carteiros, estudantes e
idosos. O custo dessas gratuidades precisa ser compensado pelos outros
usuários, aumentando o valor final da tarifa.
• O barateamento das tarifas passa por conseguir outras receitas. Os
subsídios, por exemplo, são prática adotada por muitos países
desenvolvidos e com sistemas de transporte de alta qualidade. que pode
ser mais explorada. Esses recursos podem vir de fontes como a taxação da
gasolina, pedágio urbano, entre outros.
Links de Apoio
1. https://diariodotransporte.com.br/2022/07/20/santo-andre-convoca-
audiencia-publica-para-plano-de-mobilidade-urbana/
2. https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/geral/noticia/2022/07/prefeitur
a-assina-ordem-de-inicio-para-plano-de-mobilidade-urbana-de-caxias-
cl5snoh55007s016v7iay9gay.html
3. https://www.jornaldocomercio.com/jornal-cidades/2022/07/856071-
caxias-do-sul-tera-um-plano-voltado-a-mobilidade-urbana.html
4. https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/inscricao-no-premio-
de-mobilidade-urbana-vai-ate-8-de-agosto
5. https://cbncuritiba.com.br/materias/sustentabilidade-mobilidade-
urbana/
SUSTENTABILIDADE
• Diante de fatores como
desigualdade social, poluição,
esgotamento de recursos naturais e
aquecimento global, o mundo se
encontra em um momento de
desafios para a preservação da
natureza.
• Ouvimos constantemente que estes
problemas podem ser solucionados
com desenvolvimento sustentável
O que é desenvolvimento sustentável?
• Entende-se por desenvolvimento sustentável “a capacidade de
utilizar os recursos e os bens da natureza sem comprometer a
disponibilidade desses elementos para as gerações futuras”.
• Para isso ser possível, padrões de consumo e de
aproveitamento de matérias-primas extraídas da natureza
devem ser estabelecidos para que não haja uma extinção delas
no futuro.
• Isto não significa que o desenvolvimento econômico deva ser
freado, mas que precisa aliar-se à responsabilidade ambiental.
• Conhecemos a importância dos recursos naturais para a
nossa sobrevivência.
• Infelizmente, alguns se utilizam destes recursos naturais
como se eles fossem ilimitados, o que não é verdade.
Muitos desses recursos, como o petróleo e os minérios,
são recursos não renováveis, ou seja, podem esgotar e
extinguir-se da natureza, já que o homem não é capaz de
repô-los. Com exceção dos ventos e da luz solar, todos
os outros recursos naturais são esgotáveis.
Histórico do Desenvolvimento Sustentável no Brasil e no
mundo
• O conceito de desenvolvimento sustentável foi oficialmente
declarado em 1972 na chamada Conferência de Estocolmo, a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano. Nessa época, o mundo ainda não enxergava a
importância do desenvolvimento sustentável como hoje,
além de não acreditar muito nessa possibilidade.
• A elaboração de um conceito teve o intuito de unir as noções
de crescimento econômico com a preservação da natureza.
• Posteriormente, o Relatório “Nosso Futuro Comum” –
também conhecido como Relatório Brundtland –
elaborado em 1987, formalizou o termo desenvolvimento
sustentável e tornou-o de conhecimento mundial. Alguns
anos depois, em 1992, na conferência mundial ECO-92, o
conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se o
assunto central e países de todo mundo concentraram
seus esforços para atender essa premissa.
• Consequentemente, foi elaborada a Agenda 21 com a
finalidade de diminuir os impactos gerados pelo aumento
de consumo e do crescimento da economia pelo mundo.
• O Brasil desempenha um papel importante no tema de
desenvolvimento sustentável. Afinal, o Brasil já sediou as duas
conferências internacionais sobre sustentabilidade mais notáveis
da história: a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio 92) e a Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
• A Rio 92 consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável
como a promoção simultânea e equilibrada da proteção ambiental, da
inclusão social e do crescimento econômico. Nessa conferência, o
Brasil desempenhou papel fundamental, aprovando documentos
cruciais como a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre Ambiente e
Desenvolvimento, a Declaração de Princípios sobre Florestas e as
Convenções sobre Biodiversidade, sobre Mudança Climática e sobre
Desertificação.
• Na conferência Rio+20, o objetivo foi o da renovação do
compromisso político com o desenvolvimento
sustentável por meio da avaliação do progresso e do
tratamento de temas novos e emergentes.
• Essa conferência também consolidou, de forma
integrada, as três dimensões do desenvolvimento
sustentável:
– econômica,
– social
– e ambiental.
ODS e Agenda 2030
• Como já mencionado, os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) foram criados na Cúpula das Nações Unidas
sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015, apesar do
processo da sua criação ter sido iniciado em 2013, seguido da
Conferência Rio+20.
• Os ODS foram criados para orientar as políticas nacionais e as
atividades de cooperação internacional nos 15 anos seguintes
com a Agenda 2030.
• A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas,
para o planeta e para a prosperidade dos seres humanos
pelo período de 15 anos, e que vem sendo adotado desde
o ano de 2015. A nova Agenda é guiada pelos propósitos
e princípios da Carta das Nações Unidas, incluindo o
pleno respeito pelo direito internacional
REFERÊNCIAS
• https://www.pactoglobal.org.br/ods
• Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); Ministério das Relações
Exteriores, Itamaraty.
• Rodolfo F. Alves Pena: Desenvolvimento sustentável; Brasil Escola
• O Brasil e o desenvolvimento sustentável;Ministério das Relações
Exteriores
• Nações Unidas: Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável”.
• Nações Unidas: Brasil avança no cumprimento das metas de
desenvolvimento da ONU
• Lu Sudré: Brasil se afasta das metas de desenvolvimento da ONU
• ClimaInfo: Bolsonaro diz não à Agenda 2030”
• Rodrigo Gomes: Após dois anos, Brasil nada fez por objetivos tratados na
ONU

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