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21MEV06 – Mobilidade urbana

Mosaico 2021 – propostas de redação


21MEV06A - dissertação vestibulares - Escreva um texto dissertativo sobre como a pandemia
impactou a mobilidade urbana e sobre como é necessário pensar uma melhoria nesse serviço não
apenas para atender às demandas relativas ao momento atual, já que a precariedade do trânsito e
do transporte urbano no Brasil é notória e histórica.
21MEV06B - dissertação Enem - “Desafios da mobilidade urbana no Brasil hoje.”
21MEV06C - outros gêneros textuais - Redija um texto de interesse publicitário que será
afixado em todos os ônibus da frota de transporte coletivo de uma cidade de cerca de 250 mil
habitantes com informações sobre como toda a sociedade pode contribuir para a melhoria da
qualidade e da eficiência da mobilidade urbana.
21MEV06 - Mobilidade urbana
Mosaico 2021 – problematizações ou contextualizações
Breve história da cidade e da mobilidade urbana como uma história da civilização humana.
Transporte coletivo, público e sustentável – um direito constitucional, uma condição da
urbanidade, uma necessidade urgente versus a cultura automobilística das elites (carro).
Principais problemas da mobilidade urbana no Brasil – falta de planejamento estratégico,
prioridades invertidas (quantidade de carros), falta de sistemas multimodais, dependência das
tarifas para custeio (altos preços), número inadequado de faixas exclusivas para transporte
coletivo, circulação mal planejada, bairros exclusivamente residenciais, sustentabilidade, etc.
21MEV06 - Mobilidade urbana
Mosaico 2021 – problematizações ou contextualizações
As múltiplas dimensões do esporte na vida individual e social – cultural, sanitária, política,
social, midiática e econômica. Esporte como ferramenta de acesso à cidadania e à inclusão social.
Elitização, democratização e segmentação do acesso a esportes. Esportes populares,
elitizados, marginalizados. Paralimpíadas e preconceito (Capacitismo). Questões religiosas
(vestuário, calendário, etc.). Questões de gênero (vestuário, esportes de meninas, etc.).
21MEV06 - Mobilidade urbana – para ver e ouvir
21MEV06 - Mobilidade urbana – para ver e ouvir
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Criação e aprimoramento de políticas de longo prazo e realistas de gestão do
trânsito e do transporte coletivo nas cidades brasileiras. Especialmente nas médias
para que não passem no futuro pelos problemas das grandes. Câmara Federal como
legisladora e Municípios como executores.
Diversificação dos modais de transporte utilizados nas cidades a fim de possibilitar
ao cidadão múltiplas combinações de modais para completar um trajeto. Sistemas
multimodais. Criar estações que integrem variados modais de transporte urbano e
coletivo para facilitar o uso de diferentes tipos de transporte para completar um
percurso. Intermobilidade. Ministério do Desenvolvimento Regional em colaboração
com os municípios.
Criar, aprimorar ou respeitar rigorosamente planos diretores municipais e os
planos de mobilidade urbana para que construções, bairros, vias, etc., sejam feitas em
cidades apenas depois e de acordo com estudos científicos acerca da viabilidade delas
quanto ao impacto na mobilidade urbana no bairro ou área onde será construída a obra.
Ministério do Desenvolvimento Regional.
21MEV06 - Mobilidade urbana – para ver e ouvir
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Implantação de pedágio urbano com preço que desestimule o uso contínuo de
carro para ir a áreas mais populosas e movimentadas da cidade, mas que não
inviabilize o uso do automóvel em situações esporádicas e de extrema necessidade.
Poder Municipal.
Criação de bairros autossuficientes com escolas, indústrias, centros comerciais,
etc., que tornem desnecessário sair do bairro onde se mora para levar o filho à
escola, comprar pão, etc. Diminuição dos deslocamentos. Ministério da
Infraestrutura em colaboração com os municípios.
Fazer estudos de logística e criar regras para reduzir drasticamente a
quantidade de caminhões no interior das cidades em horários com grande
movimentação de pessoas. Uma alternativa são os anéis viários, embora muitas
cidades já os tenham. Ministério da Infraestrutura em colaboração com os
municípios.
Mobilidade urbana

Conceitos
Mobilidade urbana
Conceitos
Mobilidade urbana – condição urbana que favorece o deslocamento de pessoas em
uma cidade de maneira eficiente e sustentável com o intuito de elas possam
estabelecer relações sociais, culturais, educacionais e econômicas com o outro e
com a sociedade.
Acessibilidade urbana – condição de uma cidade de oferecer meios e infraestrutura
para que todas os cidadãos, especialmente pessoas com deficiência, possam se
locomover no espaço urbano de maneira democrática e fluida. Calçadas confortáveis
e niveladas, ruas sem buracos, vias com marcações para deficientes visuais,
transporte público adaptado, etc.
Modais de transporte – meios utilizados para que produtos e pessoas sejam
transportados de um ponto a outro dentro de uma cidade ou entre centros urbanos.
Mobilidade urbana

Histórico
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a cidade
Paleolítico e nomadismo.
Revolução Neolítica, sedentarismo, as primeiras cidades e o contínuo aumento populacional da
civilização humana.
As pioneiras grandes cidades das primeiras Grandes Civilizações (Europa, Ásia, América e África).
Cidades-estados gregas. Grande avanço urbanístico. Atenas e Esparta.
Roma – potência civilizadora e urbanizadora.
A desurbanização medieval e a feudalização da sociedade.
Renascimento urbano, burguesia e Idade Moderna.
A cidade industrial do século XVIII e XIX e a precarização da vida nas cidades. Os graves
problemas das grandes metrópoles europeias nesse período. remodelamento de cidades,
reformas sanitárias e a Paris de Haussmann.
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a cidade
Cientificismo e a utopia da cidade do futuro (Júlio Verne, “Metropolis” e “Jetsons”).
Cidades para carros e a invenção do subúrbio (Le Corbusier).
Cidades planejadas. A Brasília de Lúcio Costa.
Novos e mais humanos olhares sobre a cidade (Jane Jacobs e Henri Lefebvre). Acesso
democrático à cidade e “direito à cidade”.
Cidade como razão, lugar e estopim da revolução (David Harvey).
Metrópoles globais do século XXI, ocupação desordenada do espaço urbano e gentrificação.
Cidades como espaço inviável para a maioria.
A desumanização da cidade. Arquitetura hostil; privatização dos espaços públicos; espaço
disciplinador por meio da constante vigilância dos cidadãos (Han); cidade, medo e insegurança
(Bauman).
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a cidade
“Por volta de 1800 Londres, então a maior metrópole do mundo, superava a marca de 1 milhão de
habitantes, igualando pela primeira vez a cidade mais populosa da antiguidade, Roma. Na época a
população mundial contava com 900 milhões de pessoas, e pouco mais de 10% habitava nas
cidades. Desde então o crescimento se deu continuamente em doses industriais. De 1950 até hoje
o número de habitantes das cidades em todo o mundo proliferou de 746 milhões para quase 3,5
bilhões, e em 2009, 200.000 anos após o aparecimento dos primeiros homo sapiens, a população
urbana finalmente superou a rural. Hoje, num planeta que aglomera mais de 7,25 bilhões de seres
humanos, há quase 30 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes cada. Só em Shangai,
a cidade mais populosa do planeta, vivem cerca 25 milhões de pessoas, e as projeções mostram
que em 2050 66% da população mundial será urbana, sendo que nos países desenvolvidos essa
taxa será de quase 90%.” (...)
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a cidade
“Não há duvidas de que nosso mundo está se civilizando aceleradamente, ao menos do ponto de
vista literal, dado que a raiz etimológica do termo 'civilização', assim como de 'civismo', 'cidadão',
'urbanidade', 'política', 'polidez' e outras expressões que denotam os mais altos graus de
sofisticação da vida humana, têm todas sua origem no vocábulo 'cidade'. Mas acaso esse
crescimento vertiginoso das cidades implica um crescimento equivalente da cidadania? Em nosso
tempo 1 bilhão de pessoas, quase um terço da população urbana mundial, vive em favelas e
assentamentos do gênero, e a expectativa é de que em 2030 esse número dobre para 2 bilhões. E
desde o mito da Torre de Babel até as modernas distopias futuristas, as cidades sempre foram
convincentemente retratadas como um cenário apocalíptico de criminalidade, insalubridade, stress,
individualismo, luxúria, consumismo, superficialidade e outras formas de degradação física,
psíquica e moral.” Fonte: http://oestadodaarte.com.br/a-cidade-na-era-industrial/
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a mobilidade urbana
XIX - A história da mobilidade urbana como uma questão importante do pensamento sobre a
cidade inicia-se no século XIX, quando o crescimento de cidades europeias, sobretudo, suscitava
os primeiros debates sobre dificuldades de deslocamentos nas cidades.
1863 – início da construção do primeiro sistema de metrô do mundo. Londres, Inglaterra.
XX – Bondes movidos à eletricidade eram usados em centenas de cidades pelo mundo como meio
de transporte coletivo principal. São Paulo (1926). Em 1956, São Paulo tinha uma frota de cerca
de 500 bondes que percorriam 860 quilômetros de trilhos urbanos.
1945 – cidades expandiram-se em favor do carro particular e em detrimento de soluções coletivas
de transporte urbano, sobretudo, em países pobres onde o comportamento elitista e
segregacionista das camadas mais abastadas da sociedade foram extremamente contrárias a
privilegiar o transporte coletivo em detrimento do individual motorizado.
Mobilidade urbana
Breve histórico sobre a mobilidade urbana
1950-1960 – bondes dão lugar aos ônibus movidos a motores à combustão em muitas cidades
brasileiras. Maior velocidade, incentivo à industrialização brasileira, opção pelo novo.
1970 – criação dos primeiros corredores exclusivos para ônibus (Bus Rapid Transit - BRT) em
Curitiba. Ação pioneira e amplamente reconhecida, embora não tenha sido largamente
implementada em outras cidades brasileiras até o início do século XXI.
2001 – Brasil - Estatuto das Cidades – documento que norteia a reflexão sobre a mobilidade
urbana entre outros temas importantíssimos para o desenvolvimento urbano no Brasil.
2007 – Brasil – Plano Nacional de Mobilidade Urbana – inicio de uma discussão mais técnica e
humanística sobre mobilidade urbana no Brasil em âmbito governamental com o intuito de
entender a mobilidade urbana como política pública fundamental e como direito de todos os
cidadãos.
2013 – Brasil – Movimento Passe Livre.
Mobilidade urbana

Políticas
Mobilidade urbana
Políticas
A Política Nacional de Mobilidade Urbana é uma lei de 2012 que institui diretrizes para a melhoria da
Mobilidade Urbana nas cidades brasileiras.
“Art. 1º A Política Nacional de Mobilidade Urbana é instrumento da política de desenvolvimento urbano de que
tratam o inciso XX do art. 21 e o art. 182 da Constituição Federal, objetivando a integração entre os diferentes
modos de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no território do
Município.
Parágrafo único. A Política Nacional a que se refere o caput deve atender ao previsto no inciso VII do art. 2º e
no § 2º do art. 40 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade).
Art. 2º A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso universal à cidade, o
fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes
da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema
Nacional de Mobilidade Urbana.
Art. 3º O Sistema Nacional de Mobilidade Urbana é o conjunto organizado e coordenado dos modos de
transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território do
Município.”
Mobilidade urbana
Políticas
O Estatuto da Cidade de 2001 regulamenta o capítulo sobre política urbana presente na Constituição
Brasileira, que tem como princípios básicos o planejamento participativo e a função social da
propriedade. Dentre os principais instrumentos de desenvolvimento urbano, esse documento destaca a
importância central do plano diretor, que é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes,
com áreas de interesse turístico, com áreas sob significativo impacto ambiental, etc. Racionalização e
planejamento da mobilidade urbana. Estabelece o “direito à cidade sustentável” para todos as cidadãs
e cidadãos.
Mobilidade urbana
Políticas
“...o transporte público é uma atividade essencial e é, desde 2015, um direito social previsto na
Constituição Federal, ao lado da saúde, educação e segurança. Trata-se de um tema prioritário,
com grande potencial político e social, que vinha sendo deixado de lado nas últimas décadas. Esta
é a oportunidade para rever e retomar o papel do transporte público como agente de
desenvolvimento econômico e promotor da qualidade de vida das pessoas nas cidades.” (Guia do
Transporte Público nas Eleições 2020)
A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) prevê que é uma competência da União ajudar
os municípios com apoio técnico e financeiro a fim de melhorar a qualidade do transporte público e
do trânsito nas cidades.
Mobilidade urbana
Políticas
O Ministério do Desenvolvimento Regional estipulou que os municípios com até 250 mil habitantes
tem até 12 de abril de 2023 para produzirem e entregarem seus planos de mobilidade. Para os
com mais de 250 mil, o prazo esgota-se em 12 de abril de 2022. As cidades que não cumprirem
esses prazos pararão de receber recursos da União destinados ao setor. Para tanto, tem
disponibilizados aos municípios apoios técnicos e financeiros para a elaboração do planos de
mobilidade urbana.
Mobilidade urbana
Políticas
“O que um programa de governo ou de mandato comprometido com a mobilidade sustentável deve
buscar?
Elaborar o Plano de Mobilidade Urbana seguindo os princípios de priorização dos modos
ativos e coletivos de deslocamento (Política Nacional de Mobilidade Urbana),
independentemente do tamanho do município, desencadeando um processo contínuo de
planejamento e gestão participativa da mobilidade.
Estabelecer os mecanismos para garantir a participação social na gestão da mobilidade
urbana.
Reduzir as desigualdades territoriais e sociais através de políticas para ampliar o acesso a
oportunidades (redução de tempos de deslocamentos, modicidade de tarifa etc.).
Promover a integração dos sistemas de transporte e políticas de mobilidade com o
planejamento de uso do solo, o desenvolvimento urbano e o desenho do espaço construído.
Implantar medidas físicas e de gestão para acalmar o trânsito e reduzir as mortes.
Mobilidade urbana
Políticas
“O que um programa de governo ou de mandato comprometido com a mobilidade sustentável deve
buscar?
Garantir condições de acesso universal a todas as infraestruturas e serviços de mobilidade,
que não exclua pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (idosos, crianças, gestantes,
entre outros grupos).
Promover ações para garantir infraestrutura para circulação de pedestres, com calçadas e
travessias amplas, acessíveis seguras.
Implementar infraestrutura e equipamentos para incentivar a mobilidade por bicicleta.
Melhorar o transporte público coletivo, assegurando cobertura geográfica, modicidade tarifária
e qualidade do serviço.
Desincentivar os deslocamentos por carros individuais.
Reduzir a poluição ambiental e sonora e a emissão de gases de efeito estufa.
Integrar planejamento e gestão de transporte de cargas e de passageiros.”
Fonte: https://mobilidadenaseleicoes.org.br/candidaturas/propostas/
Mobilidade urbana

Problematizações e contextualizações
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
A maioria das cidades não foi construída ou mesmo planejada para privilegiar o bem estar da
totalidade ou mesmo da maioria das pessoas que vivem nela. Urbanização elitista e voltada para
carros consolidou-se como principal diretriz e modelo de desenvolvimento urbano em praticamente
todo o mundo. Um dos principais defensores dessa ideia foi o arquiteto e urbanista Le Corbusier.
O mundo é cada vez mais urbano, o que intensifica muitos problemas já perceptíveis nas
metrópoles do século XIX e ainda intensamente presentes nas do XXI como a superpopulação, a
ocupação desordenada do espaço urbano, a poluição, a gestão não sustentável ambientalmente
de resíduos, a desigualdade social, a falta de direito pleno à cidade para todos, etc., os quais
impactam de maneira aguda a mobilidade urbana nos maiores centros urbanos do século XXI.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Cidades nucleares versus descentralizadas. Periferia e centro em constantes trocas ou disputas
quase sempre pouco amistosas ou ordenadas definem a forma como as cidades nucleares, em
que se concentram serviços e bens públicos no centro, crescem predominantemente em
detrimento dos interesses e necessidades da periferia, como é o caso da mobilidade urbana, que,
por ser precária na ampla maioria das cidades brasileiras, prejudica e inviabiliza que a maioria das
pessoas, que moram na periferia, possam usufruir da cidade de maneira democrática.
As distâncias cada vez maiores dentro de grandes centros urbanos para trabalhar, para conviver
com os amigos, etc., configuram “cidades espraiadas”, que dificultam o acesso das pessoas da
periferia a bens culturais, bibliotecas e serviços públicos, o que poderia ser evitado com uma
mobilidade urbana de melhor qualidade e mais eficaz.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Humanização das cidades como uma importante questão ambiental e ecológica, que pode
minimizar os efeitos nocivos para o meio ambiente de indivíduos acumularem-se aos milhões num
comparativamente pequeno espaço urbano. Esse conceito passa fundamentalmente pela melhoria
da qualidade e da eficácia da mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras.
O respeito à coletividade versus visões individualistas de espaços públicos como a rua é
representada pela oposição entre carros e transporte público, que é absurda, pois privilegiar o
primeiro modal é justamente o que precarizou o trânsito da maioria das grandes cidades
brasileiras. A percepção distorcida sobre o público e o privado dos brasileiros e o impacto dessa
questão no trânsito e nas relações sociais. “Patrimonialismo”, Sérgio Buarque de Holanda.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Mobilidade urbana é uma condição para que todas as pessoas possam ter “direito à cidade”.
“Direito à cidade”, 1968, Henri Lefebvre. Direito constitucional de ir e vir. Transporte público gratuito
ou subsidiado é uma forma importante de combater a desigualdade social em praticamente todas
as suas expressões. Mobilidade como direito do cidadão ou como mero produto a ser consumido?
Uma escolha que envolve direitos, economia de mercado e senso de coletividade.
Mobilidade urbana e qualidade de vida. Tempo de lazer e descanso, acesso a bens culturais, mais
oportunidades de formação e estudo são determinados pela qualidade e acessibilidade do
transporte coletivo para todas as pessoas. Inclusão social. Cidades acessíveis e amigáveis para
todas as pessoas. Pessoas com deficiência.
Planejamento urbano de longo prazo e a importância planos diretores discutidos de forma
democrática e orientados por critérios técnicos. As questões políticas e econômicas que
desvirtuam e comprometem planos diretores. Gentrificação, interesses privados e corporativos
acima dos coletivos.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Os diferentes modais de transporte como complementares e adaptáveis às condições urbanísticas,
espaciais, sociais e econômicas de cada uma das cidades é condição para que haja um trânsito e
uma mobilidade urbana racional e humanizada. Ônibus, BRT, VLT, metrô pesado, monotrilho ou
metrô leve, trem metropolitano, carro, moto, bicicleta, patinete, etc. Atentar para os custos e as
dificuldades operacionais de cada um dos modais quando for sugeri-los como solução para a
mobilidade urbana.
A necessidade de sistemas multimodais para que as pessoas possam ter mais autonomia sobre
como cumprir um determinado trajeto. A pequena diversidade de modais de transporte em grandes
cidades brasileiras é extremamente problemática, porque diminui as possibilidades por meio das
quais alguém pode percorrer um trajeto urbano, o que pode tornar esse processo mais caro,
menos confortável, mais lento e até impossível.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
A falta de políticas de longo prazo, gestão tecnicamente eficiente e combate à corrupção no setor
da mobilidade urbana são condições para a humanização e a melhoria da qualidade do trânsito e
do transporte público brasileiro.
Os preconceitos dos brasileiros em relação a locomover-se de transporte coletivo e de bicicleta. O
carro de passeio como símbolo de “status” e ascensão social. Cidades planejadas para carros, e
não para pessoas ou para opções coletivas e sustentáveis de transporte. A cultura automobilística
brasileira é muito atrelada à ideia de sucesso profissional e de prestígio social, além da
identificação do carro como símbolo de liberdade e independência.
O monopólio exercido por poucas empresas do transporte coletivo nas cidades brasileiras
associado à corrupção de parte do Poder Público impede o avanço de projetos mais avançados e
democráticos de mobilidade urbana na ampla maioria das grandes cidades brasileiras.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
A notória despreocupação da maioria dos governos municipais brasileiros com a sustentabilidade e
os impactos ecológicos dos sistemas de transporte público é um fenômeno anacrônico, pois, em
função de todas as questões ambientais associados ao aquecimento global e a outros problemas
ecológicos, essas preocupações deveriam ser condição para a viabilização de qualquer projeto de
mobilidade urbana no século XXI . Importante ressalta que a mobilidade urbana é um assunto de
competência municipal, embora possa receber investimento privado, estadual ou federal.
Os interesses econômicos ligados à opção histórica pelo carro no Brasil como modo de transporte
urbano. Atração de companhias automobilísticas norte-americanas pelo governo Juscelino
Kubitschek (1956-61). Nessa década, ocorreu no Brasilo a substituição de um modelo de
transporte essencialmente público e movido por eletricidade (bondes e trens) para um público e
privado associado a carros e ônibus movidos por combustível fóssil. O problema da falta de
revisão dessa política pelos governos posteriores.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
A precariedade das soluções de curto prazo e imediatistas para um problema urbano, que é
histórico e de ampla abrangência em grandes cidades brasileiras, é um dos principais entraves
para a melhoria da mobilidade urbana nas grandes cidades do planeta, em especial, dos países
pobres ou em desenvolvimento. Em relação a isso, há muitos contrapontos como o representado
por cidades como Londres em que as preocupações e soluções relativas à mobilidade urbana
remetem ao século XIX, como é o caso do metrô londrino (1863), o que ofereceu condições para
que houvesse um transporte urbano de alta qualidade e eficiência nessa metrópole no século XXI.
As múltiplas vantagens da melhoria da qualidade e da eficiência do transporte público e da
mobilidade urbana, a saber: menor custo operacional para empresas e de vida para cidadãos,
menor poluição ambiental, maior economia de energia, afeta positivamente o desenvolvimento
econômico e social, melhora a qualidade de vida da população, torna a cidade um espaço mais
democrático, diminui os tempos de deslocamento, etc.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
O mau planejamento e execução precária ou parcial de obras de mobilidade no Brasil foi um dos
principais “legados” da Copa do Mundo e Olimpíadas, que foram oportunidades irremediavelmente
perdidas de se melhorar substancialmente a mobilidade urbana de muitas grandes cidades
brasileiras.
O aumento da frota de carros em cidades brasileiras nas últimas década sustenta-se na baixa
qualidade do transporte público, no crescimento populacional das cidades, no planejamento
urbano precário e no aumento do poder de consumo de muitas famílias. Todavia, esse crescente
contingente de automóveis são os principais responsáveis pelos enormes engarrafamentos e pela
poluição do ar nas grandes cidades do Brasil.
Empresas como o Uber, apesar das muitas questões trabalhistas que as relações de trabalho que
elas coordenam suscitam, causou um impacto relevante na utilização de carros particulares em
muitas cidades brasileiras.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Do ponto de vista ambiental, o metrô é um dos melhores modais de transporte público pelo fato de
não usar combustíveis fósseis, adicionalmente é ainda muito elogiado pela regularidade e pela
velocidade de deslocamento.
A bicicleta é um modal de transporte que, além de auxiliar na melhora do trânsito em
deslocamentos em pequenas distâncias e diminuir a poluição atmosférica, é um aliado importante
na promoção de saúde para a população. As ciclovias são, entre as obras possíveis para melhorar
o trânsito de uma cidade, uma das mais baratas e rápidas de serem construídas.
A necessidade de estrutura (locais seguros para guardar bicicletas, banheiros para higienização,
etc.) em locais de grande atração de pessoas para que a população possa de fato começar a
desenvolver uma ampla cultura associada a bicicletas usadas como meio de transporte para o
trabalho, a escola, etc.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
A importância crucial de planos de circulação para que haja um sistema viário racional nas cidades
a fim de diminuir a chance de grandes engarrafamentos e de deixar fluir melhor o sistema de
transporte público, o que historicamente é ignorado no Brasil. Racionalizar a implantação de vias
arteriais, principais, coletoras e locais; de estacionamentos; de áreas de carga e recarga; de vagas
e acessibilidade para pessoas com deficiência; de fiscalização do respeito a faixas de pedestres;
da redução da velocidade em determinados trechos; do combate mais eficiente ao uso de álcool
por motoristas; de educação para o trânsito em escolas; de quebra-molas; de pedágios urbanos;
de zonas azuis; de calçadas; de sinalização adequada e bem cuidada; etc.
Entre os efeitos da pandemia no transporte coletivo, destacam-se: a diminuição do faturamento
das empresas do setor que dependem quase totalmente das tarifas para se custear, diminuição da
frota disponível de ônibus, aglomeração em terminais e em pontos de ônibus, superlotação do
transporte coletivo, significativa mortandade em função da covid-19 de profissionais do setor do
transporte coletivo, maior transmissão comunitária de vírus, etc.
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
“A pandemia da covid-19 mostrou a importância de um bom serviço de transporte público, que
possa garantir o direito de ir e vir com segurança, e tornou evidente as falhas e limitações dos
atuais sistemas de transportes. Além disso, os prefeitos, prefeitas e vereadores que tomarão posse
em 1º de janeiro de 2021 irão enfrentar logo no primeiro ano os enormes impactos causados pela
pandemia em quase todos os setores da sociedade, com orçamentos reduzidos, lento
reaquecimento da economia e queda da renda da população. No campo do transporte público já
se aponta no horizonte a incerteza da demanda, questões relativas à garantia jurídica dos
contratos, tarifas acima da possibilidade de pagamento pela população mais pobre e a
insustentabilidade financeira da prestação do serviço. Ao mesmo tempo, haverá exigências cada
vez maiores pela sua qualidade a custos menores, além dos novos protocolos sanitários, com
redução das taxas de ocupação dos veículos, principalmente nos horários de pico da demanda.”
(Guia do Transporte Público nas Eleições 2020)
Mobilidade urbana
Problematizações e contextualizações
Em 2013, centenas de milhares de pessoas foram as ruas incialmente para protestar contra o
preço da tarifa e a baixa qualidade do transporte público nas cidades brasileiras., contudo
praticamente nada melhorou nesse setor crucial da vida da maioria dos brasileiros.
No dia 22 de setembro, é comemorado em diversos locais do mundo o Dia Mundial Sem Carro,
que surgiu na França em 1997, com o intuito de que as pessoas usem outros meio de transporte
nesse dia.
As vítimas mais comuns do trânsito precário das grandes cidades brasileiras são o pedestre e o
motociclista. Acidentes com motos e carros respondem por 55 por cento das mortes e dos
acidentes de trânsito, os ônibus representam um por cento desse percentual.
Mobilidade urbana

Dados
Mobilidade urbana
Alguns dados
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), São Paulo é a cidade
onde as pessoas levam mais tempo para se deslocar para o trabalho. São 43
minutos em média. Apenas Xangai na China está a frente da cidade brasileira. Rio
de Janeiro é a terceira entre as analisadas.
Ainda segundo o IPEA, há um evidente impacto do nível de renda no tempo de
deslocamento de pessoas para o trabalho em Regiões Metropolitanas (RMs)
brasileiras.
Entre 2001 e 2011, enquanto a população da cidade de São Paulo cresceu 7,9 por
cento, o número de carros aumentou 68,2 por cento.
Segundo a BBC Brasil, o sistema metroviário da cidade de São Paulo, inaugurado
em 1974, tem cerca de 75 km e uma expansão média de 1,9 km por ano; o de
Londres, que opera desde 1863, tem 402 km e expande-se 2,6 km por ano.
Mobilidade urbana
Alguns dados
Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU),
automóveis ocupam cerca de 70 por cento do espaço viário em média nas grandes
cidades brasileiras, mas transportam apenas cerca de 25 por cento das pessoas,
enquanto os ônibus ocupam menos de 10 por cento, mas transportam 40 por cento
da população.
Segundo a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), apenas cerca de 5
por cento das vias brasileiras são exclusivas para ônibus apesar de eles
transportarem a maioria da população.
Em 2020, segundo dados da Pesquisa CNT de opinião, das pessoas que se
locomovem diariamente nas cidades brasileiras, 58,6 por cento das pessoas, apesar
da pandemia, continuaram a usá-lo normalmente, 31,6 por cento deixou de usar
ônibus como meio de transporte principal, 3,5 por cento deixaram de usar carro e 3,3
por cento deixaram de usar aplicativos de transporte.
Mobilidade urbana
Alguns dados
Entre um e três por cento do PIB do Brasil é gasto com pessoas acidentadas no
trânsito de maneira direta ou indireta, como são os casos de pessoas com
problemas respiratórios em função da poluição atmosférica nas cidades.
No Brasil, são mais de 50 milhões de pessoas que dependem do transporte coletivo
para seus deslocamentos diários.
Apenas 10 por cento dos mais de 2900 municípios brasileiros que têm transporte
público fizeram um plano de mobilidade urbana, logo não planejam a longo prazo
suas ações e não racionalizam a forma como conduzem esse importante aspecto da
vida urbana. Isso acontece também pela falta de uma área técnica em muitas
prefeituras que possa conceber esse tipo de política pública.
Ao longo do século XXI, houve redução de quase metade dos passageiros do
transporte público por meio de ônibus.
Mobilidade urbana

Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1813.pdf
Mobilidade urbana

Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1813.pdf
Mobilidade urbana

Fonte: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1813.pdf
Mobilidade urbana

Referências culturais
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões - obras
Referências audiovisuais - “Um dia de fúria”, “130 km – vida ao extremo”,
“Perrengue, o desafio da mobilidade em São Paulo”, “Luto em luta”, “Motoboys, vida
louca”, “Bikes vs cars”, “Crash”, “Junho, o mês que abalou o Brasil”, “Impasse”, “O
veículo fantástico”, a série de programas “Cidades e soluções”, “Urbanized”,
“Paulista aberta para as pessoas”, etc.

Referências musicais - “Rua de passagem”, Lenine; “Construção”, Chico Buarque,


“Música urbana”, Capital Inicial; “Ponto de ônibus”, Ultraje a rigor; etc.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões - obras
Referências bibliográficas - “História da Cidade”, Leonardo Benevolo; “A cidade e
as serras”, Eça de Queirós; “O cortiço”, Aluísio de Azevedo; “O Direito à Cidade”,
Henry Lefebvre; “O Médico e o Monstro”, Robert Louis Stevenson; “Morte e vida das
grandes cidades”, Jane Jacobs; “Sin city”, Frank Miller; “Confiança e medo na
cidade” e “Tempo líquidos”, Zygmunt Bauman; “Cidades rebeldes”, vários autores;
“Cidades para pessoas”, Jan Gehl; “Cidades rebeldes: do direito à cidade à
revolução urbana”, David Harvey; “A linguagem das cidades”, Deyan Sudjic; “A
imagem da cidade”, Kevin Lynch; “Paisagem Urbana”, Gordon Cullen; “Cidades
sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta
urbano”, Carlos Leite e Juliana di Cesare Marques Awad; “Construir e habitar: Ética
para uma cidade aberta”, Richard Sennett e Clóvis Marques; “Teorias da Cidade”,
Barbara Freitag; “Não verás país nenhum”, Ignácio de Loyola Brandão; “As cidades
invisíveis”, Ítalo Calvino; “Cidades rebeldes”, David Harvey; “Cidades para todos”,
Cecilia Herzog; “Cidades do amanhã”, Peter Hall, etc.
Mobilidade urbana

Intertextualidades - aforismos
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões - aforismos
“Todas prefeituras, independentemente do tamanho do município, precisam, antes de
tudo, levar em conta as boas condições de mobilidade para os pedestres.” (Joaquim
Aragão, professor da UnB e doutor em política de desenvolvimento territorial)
“Nossa experiência mostra que o transporte escolar tem papel muito importante, que
vai além de ser apenas escolar. Mas, para serem bem aproveitados, esses veículos
têm de ter garantias quanto a sua manutenção, segurança e regularidade.” (Joaquim
Aragão, professor da UnB e doutor em política de desenvolvimento territorial)
“É importante ver também outros meios de transportes que não sejam motorizados,
como as bicicletas, que têm papel muito importante hoje em dia. Outros pontos a
serem considerados são o tráfego e os estacionamentos nas áreas centrais, para
que os carros não estacionem de forma a perturbar a circulação. Tem de haver uma
boa política para que realmente haja uma boa utilização disso tudo.” (Joaquim
Aragão, professor da UnB e doutor em política de desenvolvimento territorial)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Os prefeitos precisam ficar atentos para impedir que caminhões e carretas
rodoviárias circulem livremente, atrapalhando o trânsito e danificando calçadas e
asfalto.” (Joaquim Aragão, professor da UnB e doutor em política de
desenvolvimento territorial)
“A mobilidade urbana é um conceito mais amplo, cujos pilares são contextos
urbanos, ou seja, a forma como a cidade está estruturada, desde a sua organização
(desenvolvimento urbano), trabalho, educação, cultura, saúde e lazer mais próximos
dos cidadãos, até o transporte que deveria dar suporte para as necessidades de
deslocamentos para tudo isso. A forma mais sustentável para os deslocamentos
seria utilizar menos veículos individuais motorizados e, para isso, seria necessário
um incentivo enorme para criação de novos eixos de desenvolvimento, nos quais o
indivíduo não necessite andar mais do que 20 minutos para ter acesso ao trabalho,
educação e lazer.” (Lincoln Paiva, ambientalista brasileiro)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Até do ponto de vista da democratização do espaço urbano, é justo investir no
transporte publico.” (Otávio Cunha, Associação Nacional das Empresas de
Transportes Urbanos (NTU))
“Mobilidade urbana é o sangue da cidade.” (Fayez José Risk, arquiteto e urbanista.)
“As calçadas são os elementos mais importantes de uma infraestrutura urbana.”
(Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá.)
“Hoje em dia a cidade não é mais pensadas para pessoas. Os centros urbanos são
desenhados para os veículos automotivos, para o comércio… as cidades são
pensadas muito mais numa perspectiva mercadológicas, que numa perspectiva
social. Então as pessoas que tem planejado a cidade não pensam ela mais como
um espaço para viver, para transitar, sim como um ambiente para atender demandas
do mercado, para fomentar exclusivamente o ambiente de negócio.” (Suelma Kzam,
representante da Rede Social Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e
Sustentáveis - Rede de Cidades)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Melhorar ou não o trânsito de uma cidade só depende de uma coisa: decisão
política.” (Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá.)
“Precisamos de melhores projetos de transporte, adequados para cada realidade,
porque não adianta uma cidade querer colocar BRT e não ter passageiros
suficientes pra isso.” (Nívea Maria Oppermann, arquiteta e urbanista)
“Saber que tipo de cidade queremos é uma questão que não pode ser dissociada de
saber que tipo de vínculos sociais, relacionamentos com a natureza, estilos de vida,
tecnologias e valores estéticos nós desejamos. O direito à cidade é muito mais que
a liberdade individual de ter acesso aos recursos urbanos: é um direito de mudar a
nós mesmos, mudando a cidade.” (David Harvey, geógrafo inglês.)
“Reduzir o número de carros nas cidades é fundamental, não apenas para o trânsito
mas para a saúde, já que 75% das emissões urbanas vêm do sistema de transporte
privado e público. É uma questão de sobrevivência.” (Nívea Maria Oppermann,
arquiteta e urbanista)
Mobilidade urbana
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“A princípio, se houvesse um número radicalmente menor de automóveis circulando,
os ônibus poderiam circular com a mesma frota numa velocidade maior, levando
muito mais pessoas, com mais qualidade e menos estresse. A questão é convencer
os 30% da população que hoje utiliza o automóvel particular de que é possível, é
viável outra forma de deslocamento.” (Ricardo Moretti, pesquisador da área de
planejamento urbano e ambiental, do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC.)
“A cidade é a tentativa mais bem-sucedida do homem de refazer o mundo em que
vive mais de acordo com os desejos do seu coração. Mas, se a cidade é o mundo
que o homem criou, é também o mundo onde ele está condenado a viver daqui por
diante. Assim, indiretamente, e sem ter nenhuma noção clara da natureza da sua
tarefa, ao fazer a cidade o homem refez a si mesmo.” (Robert Park, sociólogo e
urbanista.)
Mobilidade urbana
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“Regiões de baldeação de passageiros para metrôs, trens e ônibus, se conectadas a
uma infraestrutura de bicicletários permitem a intermodalidade de forma eficiente. É
necessário também uma boa iluminação na ciclovia e que a implementação dessas
ciclovias aconteça em área de circulação urbana, para que a segurança do usuário
seja favorecida.” (André Soares, União de Ciclistas do Brasil.)
“Muita gente acha que melhorar a mobilidade é só asfaltar ruas e construir viadutos.
Mas não é bem assim: construir calçadas, ciclovias e pontos de ônibus confortáveis
é bem mais importante, porque a maior parte das pessoas se desloca a pé, de
bicicleta ou de transporte público. Por isso, os prefeitos devem prezar menos obras
faraônicas e mais projetos simples e eficientes.” (Ana Carolina Nunes, Associação
pela Mobilidade à Pé (Cidadeapé))
Mobilidade urbana
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“A atitude do colonizador português tinha mais do espírito aventureiro da exploração
de riquezas em função também do fato de a coroa portuguesa ter optado pelo
sistema das capitanias e ter doado terras aos donatários, e pelo surgimento de
cidades não ter se dado por uma orientação racional. (...) Quanto à construção
propriamente dita, as cidades e vilas foram seguindo um caminho quase espontâneo
de diálogo com a geografia local, seguindo a sinuosidade existente na paisagem,
construindo uma plasticidade diferenciada para a feição urbana. A falta de normas
rígidas permitiu que o casario fosse construído em desalinho, o que em muitos
casos dificultou as reformas urbanísticas e consertos de infra-estrutura posteriores.”
(Rosana Miranda, arquiteta)
“A cidade é a professora do homem.” (Simônides)
“A maior atração de uma cidade é a qualidade de vida de seus moradores.” (Jaime
Lerner)
Mobilidade urbana
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“A chamada suburbanização dos Estados Unidos não envolveu apenas a renovação
da infraestrutura. Como na Paris do Segundo Império, acarretou uma transformação
radical no estilo de vida, trazendo novos produtos, desde casas até geladeiras e
aparelhos de ar-condicionado, assim como dois carros na garagem e um enorme
aumento no consumo de petróleo. Também alterou o panorama político, pois a casa
própria subsidiada para a classe média mudou o foco de ação da comunidade, que
passou para a defesa dos valores da propriedade e da identidade individual,
inclinando o voto dos subúrbios para o conservadorismo. Dizia-se que os donos da
casa própria, sobrecarregados de dívidas, seriam menos propensos a entrar em
greve.” (David Harvey, geógrafo inglês.)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A integração – tanto física, via terminais, como tarifária, via bilhetes únicos – cria
maior possibilidade de uso do sistema de transporte, facilitando a vida do cidadão.
Mas tem de ter especial atenção porque a baldeação tem de ser feita em melhores
condições físicas, com melhores terminais. E tem de ser pontual, para que as
pessoas não fiquem esperando muito tempo para trocar de veículo.” (Luiz Carlos
Néspoli, Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP))
“Temos de aumentar a renda da população porque, para pessoas desempregadas
ou de baixa renda, qualquer tarifa é cara.” (Joaquim Aragão, professor da UnB e
doutor em política de desenvolvimento territorial)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“...as condições de mobilidade urbana são uma catraca que restringe a efetivação
do direito à cidade em seus mais variados aspectos. Primeiro, ao restringirem a
possibilidade de circulação na cidade àqueles que têm condições de pagar por seus
deslocamentos, não permitem que as pessoas acessem livremente a cultura, a
educação e a saúde. Segundo, impedem a apropriação política da cidade, tanto
porque é mais difícil ir a qualquer atividade política quando se tem que pagar por isto
quanto pelo fato de a restrição de circulação dificultar a troca de experiências
políticas.” (Lucas Legume, “A mobilidade urbana como um problema”)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“Na minha opinião, nós precisamos fazer bairros ou centros de cidades muito
melhores, baseados na ideia de pessoas caminhando muito mais e pedalando muito
mais quando isso for possível. Muitas cidades decidiram fazer isso. Na minha
cidade, Copenhague, 45% das pessoas vão ao trabalho ou à escola de bicicleta,
mas não era assim 20 anos atrás. Quanto mais infraestrutura, mais seguro se torna
e mais pessoas pedalam, pois é bom para o clima, é bom para você, bom para a
economia, bom para a poluição, é bom para o barulho. É realmente muito bom.”
(Jan Gehl)
“Nessas grandes cidades, onde todas as paixões, todas as energias da espécie
humana são liberadas, nós estamos em posição de investigar os processos de
civilização como que por um microscópio.” (Robert Park, Escola de Chicago)
“A história da civilização pode ser escrita em termos da história das cidades.” (Louis
Wirth, Escola de Chicago)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“A pontualidade, a contabilidade, a exatidão, que coagem a complicações e extensões
da vida na cidade grande, estão não somente no nexo mais íntimo com o seu caráter
intelectualístico e econômico-monetário, mas também precisam tingir os conteúdos da
vida e facilitar a exclusão daqueles traços essenciais e impulsos irracionais, instintivos e
soberanos, que pretendem determinar a partir de si a forma da vida, em vez de recebê-
la de fora como uma forma universal, definida esquematicamente.” (George Simmel,
1858-1918, sociólogo alemão)
“Era esta uma das artérias principais da cidade e regurgitara de gente durante o dia
todo. Mas, ao aproximar-se o anoitecer, a multidão engrossou e, quando as lâmpadas
se acenderam, duas densas e contínuas ondas de passantes desfilavam [...]. Muitos
dos passantes tinham um aspecto prazerosamente comercial e pareciam pensar
apenas em abrir caminho através da turba. Traziam as sobrancelhas vincadas e seus
olhos moviam-se rapidamente; quando davam algum encontrão em outro passante, não
mostravam sinais de impaciência; recompunham-se e continuavam, apressados, seu
caminho.” (Edgar Allan Poe, 1840, descrição de metrópole/cidade do século XIX)
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – aforismos
“O acordo das montadoras no final dos anos 50 exigiu que o Brasil desativasse
todas as suas linhas ferroviárias. Somos um dos poucos países do mundo que
arrancaram trilho e cobriram trilho com asfalto. Todo o transporte de cargas, que
deveria estar no sistema ferroviário e no de cabotagem, veio para as rodovias com
um objetivo: criar mercado para a indústria automobilística de transporte de cargas e
de transporte de pessoas. Essa falta de planejamento e esses acordos são os
motivos do caos que temos hoje. Temos de refazer tudo o que deixamos de fazer
dos anos 50 para cá, com um custo altíssimo, que é a desapropriação urbana e as
suas dificuldades.” (José Pimentel, político brasileiro)
Mobilidade urbana

Interdisciplinaridades
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
A metrópole europeia típica do século XIX já revelava muitos dos problemas urbanos
que se intensificariam no Europa do futuro. Como forma de lidar com parte dessas
questões, Paris, desde o prefeito Claude-Philibert de Rambuteau, entre 1833 e
1848, passou por reformas que ambicionavam melhorar a qualidade de vida urbana,
mas sem fazer grandes intervenções na conformação urbanística da cidade, tais
como: pavimentação de ruas, conservação de prédios históricos, criação de
passeios e urbanização.
Mais tarde, sob uma abordagem mais radical, acontece a mais famosa e influente
reforma urbana da Era Vitoriana em Paris sob a responsabilidade do prefeito pelo
prefeito Georges-Eugène Haussmann que inspirará inclusive processos
semelhantes no Rio de Janeiro do século XX.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Entre os maiores objetivos da profunda reforma de Haussmann em Paris foi o de
tornar a cidade, sobretudo, o centro, mais acessível e adaptado à movimentação de
contingentes militares para manter a ordem pública e conter rebeliões, o que não foi
possível nas revoluções de 1789, 1830 e 1848, devido às ruelas sinuosas e estreitas
que facilitaram a manutenção das posições dos revoltosos. Essa reforma desalojou
dezenas de milhares de pessoas para a periferia e foi produto de um processo de
racionalização do espaço urbano, visto por muitos como desumanizador e
antidemocrático. Por outro lado, a reforma eliminou os bairros medievais que eram
muito afetados pela insalubridade, os quais foram substituídos por largas avenidas,
ruas retas e arborizadas, esgotamento sanitário e sistemas de iluminação pública.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
De acordo com os princípios dessa reforma “São abertos parques e jardins públicos:
Jardin dês Tulleries, Palais Royal, Parc Montsouris. Surge a figura do quarteirão que
é determinado pelo sistema viário – neste caso o quarteirão é residual, configurado a
partir do que ‘sobra’ depois de definido o traçado viário, tornando-se um elemento
complexo formado por lotes de formato irregular. São definidas leis de ocupação:
cada lote é perpendicular à rua e não tem a mesma medida padrão; os edifícios
passam a ter leis de padronização para as fachadas; a tipologia urbana segue um
catálogo pré-definido, passam a ter unicidade arquitetônica; as galerias e passagens
passam a ter função comercial – multifuncionalidade do quarteirão e abrigam cafés e
lojas. São definidas áreas especiais para as estações ferroviárias.” Fonte:
https://arquitetandoblog.wordpress.com/2009/04/08/haussmann-e-a-reforma-de-paris/
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Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Sérgio Buarque de Hollanda em “Raízes do Brasil” compara as diferenças entre a
ideia de urbanidade implementada na América espanhola com as aplicadas em
cidades brasileiras pelos portugueses. Nesse sentido, enquanto aqueles pensaram
de forma racional e organizada o desenho das cidades preferencialmente
construídas no interior da América espanhola como uma forma de garantir o domínio
dessa área e também de “civiliza-la”; estes preferiram construir cidades na costa
sem qualquer planejamento de longo prazo a fim de facilitar o transporte de
mercadorias para Portugal, pois o interesse era explorar as riquezas brasileiras, mas
não construir qualquer modelo de civilização. Assim, pode-se dizer que a falta de
planejamento urbano da maioria das cidades brasileiras, que tem um impacto
evidente na vida urbana atual, pode ser atribuído também a tradições coloniais.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Jane Jacobs, autora do clássico “Morte e vida das grandes cidades” de 1961, foi
uma crítica do crescimento vertical desordenado das grandes cidades, da demolição
sistêmica de prédios históricos em nome do progresso, da obsessão pelo automóvel
como bem individual e revelador de “status”, etc. Enfim, criticou veementemente o
urbanismo antidemocrático e desumanizador praticados no Pós-Guerra nos EUA.
Jacobs foi precursora da defesa dos pedestres nas cidades, do respeito às
identidades culturais dos bairros, dos espaços públicos como lugares democráticos e
constantemente conservados; etc.
A cidade conturbada, dinâmica e veloz interfere de forma evidente na produção de
poetas como Charles Baudelaire, na visão do heterônimo Álvaro de Campos do
poeta Fernando Pessoa, nas motivações e propostas do Futurismo de Marinetti, na
visão positivista e cientificista do Realismo sobre os efeitos da cidade nos indivíduos
livremente inspirada em ideias darwinistas, etc.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
No Rio, também ocorrerá reformas urbanas profundas com o intuído de embelezar e
sanear a cidade no governo do prefeito Pereira Passos. Inspirado nas reformas de
Haussmann e em propostas de reforma urbana criadas em 1875 para o Rio de
então, foi colocado em prática um processo que erradicou do centro os cortiços e as
casas de cômodo; favoreceu a especulação imobiliária nas regiões centrais;
determinou o alargamento, a arborização e a pavimentação de vias urbanas;
possibilitou o escoamento adequado de águas pluviais; construiu uma importante
estrutura de esgotamento sanitário e de abastecimento de água; favoreceu o sistema
viário em detrimento de pedestres; etc. Tal processo expulsou grande parte da
população para os subúrbios que ficavam longe dos locais de trabalho e fomentou a
favelização.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Sustentabilidade, saúde coletiva e mobilidade urbana. A qualidade do ar nas
grandes metrópoles, aumento das doenças respiratórias, etc. As doenças
associadas ao descaso em relação a esse problema tem efeitos cada vez mais
evidentes nos dados sobre as doenças que mais incidem sobre a população das
grandes metrópoles. Ônibus elétricos, que já são uma realidade em diversos países
como a China, deveriam ser incentivados de forma intensa pelas autoridades e
políticos de todos os países em que a urbanização acelerada e não planejada
produziram cidades com problemas variados comparáveis aos tamanho gigantesco
desses centros urbanos.
Liani Nunes Born, presidente do Instituto da Mobilidade Sustentável Ruaviva e
promotora da Campanha “Na cidade sem meu carro”, aponta que 19 por cento dos
deslocamentos de pessoas no Brasil são realizados por automóveis, embora eles
ocupem quase 90 por cento dos espaços de circulação. Além disso, o tráfego de
veículos no espaço urbano é responsável por 80 por cento da poluição sonora.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
A instalação da indústria automobilística no Brasil na década de 1950 (Governo JK),
as contrapartidas governamentais para isso acontecer (incentivo a alternativas
automobilísticas em detrimento da navegação de cabotagem e das ferrovias, de
custos muito mais baratos para o Brasil no longo prazo) e os problemas de
mobilidade urbana no Brasil, que incentivou e incentiva a aquisição de carros
particulares como forma “privilegiada” de locomoção urbana. Contudo, o modal de
transporte rodoviário ser predominante no Brasil deve-se a medidas governamentais
no intuito de favorecê-lo desde a década de 1920. Mais tarde, na gestão de
Juscelino Kubistchek na década de 1950, “governar é abrir estradas”, houve grande
impulso para o que se chama comumente de Modelo Rodoviarista, que consistia na
ampliação e melhoramento de rodovias, mas também na viabilização de mercado
para as indústrias automobilísticas dentro do contexto do Plano de Metas, “50 anos
em 5”.
Mobilidade urbana
Repertório cultural – sugestões – conceitos e teorias
Desigualdade social, falta de oportunidades e dificuldades para transitar na cidade. A
cidade como espaço antidemocrático e de exclusão social, e não como direito de
todos os seus cidadãos. “O Direito à Cidade”, Henry Lefebvre.
O debate geográfico sobre a ocupação desordenada e não planejada dos espaços
urbanos. Favelização. Marginalização dos mais pobres para cada vez mais longe do
centro das cidades, o que pressiona a mobilidade urbana para que seja mais
eficiente, embora aconteça normalmente o contrário.
O carro particular como símbolo de “status” social, realização pessoal, liberdade e
símbolo de prosperidade econômica: questões sociológicas ou filosóficas envolvidas
na cultura automobilística, que foi muito influenciada pela cultura norte-americana
exportada para o Brasil por meio do cinema e da música (rock).
As manifestações do movimento Passe Livre em junho de 2013. A questão do
passe livre como forma de democratizar o acesso à cidade.
Mobilidade urbana

Propostas de intervenção
Mobilidade urbana
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Criação e aprimoramento de políticas de longo prazo e realistas de gestão do
trânsito e do transporte coletivo nas cidades brasileiras. Especialmente nas
médias para que não passem no futuro pelos problemas das grandes. Câmara
Federal como legisladora e Municípios como executores.
Diversificação dos modais de transporte utilizados nas cidades a fim de possibilitar
ao cidadão múltiplas combinações de modais para completar um trajeto. Sistemas
multimodais. Criar estações que integrem variados modais de transporte urbano e
coletivo para facilitar o uso de diferentes tipos de transporte para completar um
percurso. Intermobilidade. Ministério do Desenvolvimento Regional em
colaboração com os municípios.
Criar, aprimorar ou respeitar rigorosamente planos diretores municipais e os
planos de mobilidade urbana para que construções, bairros, vias, etc., sejam feitas
em cidades apenas depois e de acordo com estudos científicos acerca da viabilidade
delas quanto ao impacto na mobilidade urbana no bairro ou área onde será construída
a obra. Ministério da Saúde. Ministério da Educação.
Mobilidade urbana
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Implantação de pedágio urbano com preço que desestimule o uso contínuo de
carro para ir a áreas mais populosas e movimentadas da cidade, mas que não
inviabilize o uso do automóvel em situações esporádicas e de extrema necessidade.
Poder Municipal.
Criação de bairros autossuficientes com escolas, indústrias, centros comerciais,
etc., que tornem desnecessário sair do bairro onde se mora para levar o filho à
escola, comprar pão, etc. Diminuição dos deslocamentos. Ministério da
Infraestrutura em colaboração com os municípios.
Fazer estudos de logística e criar regras para reduzir drasticamente a
quantidade de caminhões no interior das cidades em horários com grande
movimentação de pessoas. Uma alternativa são os anéis viários, embora muitas
cidades já os tenham. Ministério da Infraestrutura em colaboração com os
municípios.
Mobilidade urbana
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Estimular a flexibilização de horários de entrada e saída do trabalho e mesmo
das relações trabalhistas, para que as pessoas possam entrar e sair do trabalho de
forma mais diversificada ou possam trabalhar com mais frequência em casa se
possível. Tal medida também poderia ser aplicada às escolas. Ministério do
Trabalho e da Previdência.
Ampliação das ciclovias e da estrutura para recepcionar o ciclista (vestiários,
locais para guardar as bicicletas, etc.) em locais de grande aglomeração de pessoas
como indústrias, instituições educacionais, estações multimodais, etc. Campanhas
para estimular seu uso. Ministério da Infraestrutura em colaboração com os
municípios.
Desenvolver, se possível, hidrovias como meio de transporte público dentro de
cidades que tenham condições para tanto. Ministério do Desenvolvimento
Regional em colaboração com os municípios.
Mobilidade urbana
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Ampliação dos corredores exclusivos para transportes coletivos. Ministério da
Infraestrutura em colaboração com os municípios.
Fomento da pesquisa em universidades públicas sobre meios, maneiras e
alternativas para melhorar a qualidade do transporte urbano no Brasil.
Ministério da Educação.
Qualificação da infraestrutura para oferecer prioridade ao transporte público e
coletivo de passageiros nas cidades. Faixas e corredores exclusivos para ônibus
prioridade nas 111 cidades brasileiras com população cima de 250 mil pessoas.
Aumento da velocidade e da confiabilidade do serviço. Redução do uso de
transporte individual e do consumo de combustíveis fósseis. Ministério do
Desenvolvimento Regional em colaboração com os municípios.
Mobilidade urbana
Propostas de intervenção (soluções, indicações, etc.)
Diversificar as fontes de custeio das tarifas do transporte público. Novo modelo
de financiamento com, por exemplo, contribuições do donos de transportes
individuais motorizados, desonerações tributárias, etc. Ministério do
Desenvolvimento Regional em colaboração com os municípios.
Melhoria da qualidade do serviço prestado pelas empresas de transporte
coletivo. Novos padrões de qualidade do serviço prestado para as pessoas.
Ministério do Desenvolvimento Regional em colaboração com os municípios.
Criar campanhas de conscientização sobre a importância do transporte
coletivo para a melhoria da mobilidade urbana. Ministério do
Desenvolvimento Regional em colaboração com os municípios.
“Odiei cada minuto de treinamento, mas não parava de repetir a mim mesmo: ‘não
desista, sofra agora para viver o resto de sua vida como campeão.’.”
(Muhammad Ali, atleta do século e multicampeão de boxe.)

“Impossível é apenas uma palavra usada pelos fracos que acham mais fácil viver
no mundo que lhes foi determinado do que explorar o poder que possuem para
mudá-lo. O impossível não é um fato consumado. É uma opinião. Impossível não
é uma afirmação. É um desafio. O impossível é algo potencial. O impossível é
algo temporário. Nada é impossível.”
(Muhammad Ali, atleta do século e multicampeão de boxe.)

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