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    Módulo 09:Urbanização.

1 CEESVO
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ROTEIRO

 Conceito de Urbanização;

 As metrópoles e as megalópoles;

 Problemas urbanos;

 A globalização das cidades;

 A urbanização brasileira;

 A rede urbana no Brasil.

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OBJETIVOS

 Compreender o conceito de urbanização;

 Entender por que e como se formam as metrópoles;

 Entender e analisar como as cidade se aproximam;

 Localizar as principais megalópoles do mundo;

 Identificar os grandes problemas das cidades hoje;

 Entender o processo de globalização das cidades;

 Compreender a formação da urbanização brasileira e a sua rede


urbana.

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Por que você precisa estudar Geografia?

Observando o espaço em que você vive, verá que foi produzido pelo homem,
através da modificação da natureza, plantando e colhendo, criando animais, erguendo
construções.

Dessa forma, o planeta deixou de ser apenas uma paisagem natural, para se
transformar num espaço geográfico humanizado, construído por meio do trabalho.

O espaço produzido pelo homem é bastante dinâmico pois à medida que mudam
os instrumentos de trabalho, a sociedade também vai se modificando, surgem novas
formas de pensar, morar e de se relacionar.

As sociedades desenham os espaços geográficos típicos da sua época e a cada


avanço tecnológico, novos espaços vão sendo construídos.

Por isso, ao estudar Geografia, você estará refletindo sobre o modo de vida das
sociedades que construíram o espaço em que você vive e assim poderá discutir novas
formas de organização social, que poderão ser utilizadas em momentos futuros e
conseqüentemente estará redesenhando esse espaço.
(Adaptação- Igor Moreira)

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COMO ESTUDAR GEOGRAFIA

∴ Leia os textos com atenção, observe e analise os gráficos, as tabelas e os mapas;

∴ Observe o vocabulário, pois contém informações importantes que poderão


esclarecer melhor os assuntos estudados;

∴ Consulte um dicionário quando encontrar uma palavra desconhecida;

∴ Localize os fatos estudados nos mapas ou jornais e televisão com os conteúdos


estudados;

∴ Resolva os questionamentos e as atividades em seu caderno para assimilar melhor


o assunto;

∴ Sempre que houver dúvidas, procure explicação do professor;

∴ Anote em seu caderno assuntos relevantes, para mais tarde lhes servirem de fonte
de pesquisa;

∴ Freqüente a biblioteca da escola e utilize os recursos que nela estão disponíveis.

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POR QUE OS HOMENS CONSTRÓEM CIDADES?

São duas as principais possibilidades de modo de vida para o homem: ou ele


mora no campo e se dedica ao cultivo do solo e a criação de animais; ou ele se dedica
a produção de bens de consumo e a atividade comercial.

Ruínas de uma das mais antigas cidades do mundo. A entrada é pelo teto (Turquia)

Essa atividade comercial, por sua vez, passa a exigir todo um conjunto de
providências e instalações, tais como: meios de transporte, armazéns e depósitos, lojas
especializadas em guardar bens de alto valor, como os bancos e outros.

O comércio implica, também, um gênero de conhecimento diferente da tradicional


experiência do agricultor, ou seja, o conhecimento da ciência econômica, dos aspectos
geográficos etc.. Da reunião de todas essas atividades, e praticamente dissociada da
natureza surge um novo tipo de ambiente: a cidade.

A cidade continua a depender do campo, como fonte de alimento e de matérias-


primas, portanto não pode haver entre ambos uma separação absoluta. Trata-se,
principalmente, de dois gêneros de vida bastante diversos, um voltado para a produção
de matérias-primas e o outro, para o seu consumo. As cidades oferecem ao homem
conforto, atividades educacionais e culturais de emprego, atendimento médico
hospitalar e outras tantas vantagens que faz com que cada vez mais o homem do
campo venha para a cidade, provocando aquilo que chamamos de “inchaço”.

Muitas cidades de países subdesenvolvidos apresentam-se nessa situação, ou


seja, o seu crescimento urbano desorganizado, apresenta como conseqüência
inevitável grave problemas sociais: falta de moradia, poluição, trânsito, enchentes,
desemprego, subemprego, criminalidade, prostituição, menores abandonados etc.
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O QUE É URBANIZAÇÃO?
Urbanização é o processo de crescimento da população urbana em ritmo
mais acelerado que o crescimento da população rural, ou seja, o processo de
transferência da população rural para o meio urbano.

Durante o percurso da urbanização, ocorre a desintegração da economia rural,


fechada e auto-suficiente, que se dissolve numa economia cada vez mais diversificada
e complexa, apoiada na divisão social do trabalho. A produção agrícola voltada para o
autoconsumo desaparece. Os agricultores se especializam e passam a produzir para
vender. As cidades formam mercados consumidores de gêneros agrícolas e, ao mesmo
tempo, crescem como focos da produção de mercadorias industriais que serão
consumidas por camponeses e citadinos.

O aumento do comércio entre o campo e a cidade sinaliza o aparecimento de


uma sociedade moderna, onde se desenvolvem inúmeros ramos de atividades
especializadas nos setores Primário, Secundário e Terciário.

A urbanização acelerada da população é um fenômeno recente. Em 1800, só 3%


da humanidade habitava no meio urbano. Em 1850, a própria Europa ainda era um
continente predominantemente rural.

A Revolução Industrial mudou esse quadro. Na Europa e nos Estados Unidos, a


segunda metade do século XIX foi um período de rápida urbanização. Os camponeses,
expulsos do meio rural, engrossaram fileiras do operariado urbano.

Os empregos no comércio, nos transportes e nos serviços aumentaram ainda


mais depressa. Nascia o mundo urbano.

Hoje os países desenvolvidos têm cerca de três quartos da sua população


vivendo em cidades. No campo a substituição do homem pela máquina praticamente se
completou.

Nos países subdesenvolvidos, a urbanização acelerou-se bem mais tarde.


Contudo, nas últimas décadas, esse processo generalizou-se em toda América Latina,
na Ásia e na África.

A urbanização não elimina a pobreza, mas a transforma. Nas cidades do mundo


subdesenvolvido, os pobres são assalariados do comércio e dos transportes, das
indústrias e dos serviços, são também consumidores de alimentos e roupas
industrializadas, de mercadorias eletrônicas (como rádio e televisores) e de serviços
públicos ou privados de transporte, energia, educação e saúde.

Nos países subdesenvolvidos, a população urbana ainda representa apenas um


terço da população total, porém está aumentando vertiginosamente, enquanto a

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população rural aumenta lentamente. Em poucas décadas esses países serão
predominantemente urbanos.

A América Latina é a região mais urbanizada do mundo subdesenvolvido. Desde


1970 apresenta uma taxa de urbanização superior a 50%, e abriga países que estão
entre os mais urbanizados de todo o planeta, como o Uruguai, o Chile, a Argentina e a
Venezuela.

Na maior parte dos países, a explosão ainda é recente. Ainda na época da 2ª


Guerra Mundial, o Brasil e o México, o Peru e a Colômbia apresentavam uma larga
maioria da população rural.

Hoje os países rurais constituem exceções, e a transferência de populações para


cidades continua em ritmo alucinante.

Veja alguns exemplos na tabela abaixo:

A América Latina está


realizando, em poucas décadas, um
processo que na Europa e na
América do Norte demorou perto de
um século. Essa urbanização
descontrolada tem gerado uma grave
crise urbana que se reflete no
descompasso cada vez mais
evidente entre o crescimento da
população e o dos serviços públicos
(abastecimento de água, coleta de
lixo, transporte coletivo) e infra-
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estrutura (moradias, vias de tráfego, rede de esgotos).

Exercícios: Responda em seu caderno


 Escreva o que você entendeu por urbanização.
 Qual a importância das cidades para o homem moderno?

AS INTERAÇÕES URBANAS CONTEMPORÂNEAS

Os sistemas urbanos constituem redes, formadas por um conjunto hierarquizado


de cidades com tamanhos diferentes, ou
seja, onde se observa a influência exercida
pelos centros maiores sobre os menores.

A hierarquia urbana se estabelece


a partir dos produtos e dos serviços que as
cidades têm para oferecer. Quanto mais
diversificado for a economia de uma cidade,
maior será a sua capacidade de liderar e
influenciar os outros centros urbanos com os
quais mantém relações.
New York.
Assim se cria um sistema de
relações no qual as cidades mais desenvolvidas lideram a rede urbana. As cidades
maiores influenciam as cidades médias, e
estas influenciam as cidades menores.

Nos países desenvolvidos, as redes


urbanas são mais bem estruturadas. Já nos
países e regiões menos desenvolvidas
economicamente, pode ser observado a
existência de redes urbanas incompletas e
desiguais, com a presença de uma única
cidade de grande porte ao lado de um
grande número de pequenas cidades dela
Moscou
dependentes.

Você sabe o que são metrópoles?

Metrópoles correspondem a centros urbanos Nas metrópoles predomina


de grande porte: populosos, modernos e o trabalho assalariado, que
dotados de graves problemas sociais. aliado ao tamanho da população,
contribui para a formação de um
significativo mercado consumidor. Para atender a esse mercado, os estabelecimentos
comerciais se multiplicam e as redes de prestação de serviços de toda espécie se
ampliam, o que configura um grande desenvolvimento do setor terciário da economia.

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A concentração populacional amplia a oferta de mão-de-obra e, desse modo,


atrai investimentos produtivos que contribuem para o desenvolvimento da indústria, com
expansão do setor secundário não apenas nas metrópoles, mas também nas regiões
circunvizinhas.

A metrópole lidera a rede urbana à qual está integrada e exerce uma forte
influência sobre as cidades de menor porte, podendo transformar-se num pólo regional,
nacional ou mundial.

Mesmo que as indústrias, as empresas agrícolas, os grandes bancos e empresas


comerciais estejam localizados nas regiões mais diversas, a sede sempre se instala na
metrópole. É ali que estão os melhores equipamentos urbanos e os centros de
comunicação mais modernos, que possibilitam a administração à distância e, ao mesmo
tempo, uma maior integração aos circuitos econômicos internacionais.

CONURBAÇÕES:
AS REGIÕES URBANAS SE APROXIMAM

Quando os limites físicos das cidades estão muito próximos, formam-se


conurbações. Isso ocorre principalmente nas regiões mais desenvolvidas, onde
geralmente há uma grande rodovia, um porto ou sistemas de comunicação
aperfeiçoados que expandem continuamente a área física das cidades.

Vista do alto, a conurbação tem o aspecto de uma grande mancha urbana,


ou seja, um conjunto de espaços urbanizados que engloba mais de uma cidade.

VOCÊ SABIA QUE...

Entre as cidades de Sorocaba e Votorantim existe conurbação?

As áreas urbanas dos dois municípios cresceram, se uniram e não existe zona
rural entre elas. Um exemplo é a localização da Esplanada Shopping que se situa parte
em Sorocaba, parte em Votorantim.

MEGALÓPOLES - O FUTURO
O capitalismo pode não ter inventado a cidade, mas indiscutivelmente
inventou a cidade grande. Criou particularmente, a metrópole e a Megalópole.

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Megalópole corresponde a uma conurbação de metrópoles.


É encontrada em regiões de intenso desenvolvimento urbano, e nelas as
áreas rurais estão praticamente ausentes ou se restringem a pequenos
espaços nos quais se produzem horfifrutigranjeiros, geralmente localizados
próximas aos consumidores.

As principais megalópoles contemporâneas são:

Boswash. Boswash.

Localiza-se no nordeste dos


Estados Unidos. O nome vem de
Boston e Washington, incluem
também as metrópoles de Nova
York, Filadélfia, e Baltimore.
Ocupando apenas 2% do
território nacional, abriga cerca
de 50 milhões de habitantes.

Megalópole renana.

Localizada na Europa
Ocidental, junto ao vale
do Reno, reúne cerca de
33 milhões de habitantes.
Inclui várias metrópoles,
como Amsterdã,
Düsseldorf, Colônia, Bonn
e Stuttgart.

Tokkaido. Tokkaido.

Megalópole japonesa
corresponde a uma das mais
populosas do mundo,
abrigando cerca de 45
milhões de habitantes.
Localiza-se a sudeste do
país, reúne as seguintes
metrópoles: Tóquio,
11 Kawasaki, Iocoama, Nagoya,
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Quioto, Kobe e Osaka.
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OS PRINCIPAIS PROBLEMAS URBANOS ATUAIS

O grande crescimento das cidades, especialmente das metrópoles, tem


provocado muitos problemas para as populações urbanas. Um dos mais graves é o da
habitação.

Conforme aumentam as migrações do campo para a cidade, os preços dos


imóveis de moradia se elevam, alimentando a especulação imobiliária, uma atividade
própria das grandes cidades. Os especuladores compram e vendem os imóveis, inflam
o mercado ou fazem o inverso, sempre com o objetivo de obter mais lucros e controlar
os preços.

Como os imóveis mais baratos em geral são os mais


distantes do centro da cidade, a população passa a morar cada vez
mais distante do local de trabalho. Em conseqüência, a locomoção
diária se intensifica, acarretando sérios problemas de transporte.

Nos países em que o transporte coletivo não é eficiente, os


engarrafamentos do trânsito são freqüentes, pois a população
utiliza o transporte individual.

Isso implica outros problemas: aumento do consumo de combustíveis, poluição


sonora e do ar, acidentes de trânsito. Daí a importância de se favorecer os transportes
coletivos como, com a implantação de trens metropolitanos (metrô) e sistemas de vias
expressas ligando as metrópoles às suas respectivas periferias.

Portanto, um dos grandes desafios das metrópoles é encontrar soluções


satisfatórias para os problemas de moradia e transporte.

Outro setor que merece atenção é o de abastecimento, principalmente de


produtos perecíveis. É necessário cada vez mais construir centrais de abastecimento
para facilitar a distribuição dos produtos aos pontos de venda da cidade.

Além disso, há a poluição ambiental principalmente do ar e da água, provocada


pelas indústrias e pelo elevado número de veículos em circulação. Para diminuir a
poluição é necessário disciplinar a localização industrial, fiscalizar emissão de
poluentes, diminuir a intensidade do trânsito e eliminar os engarrafamentos.

Quanto ao lixo produzido nas cidades, ele é o resultado mais imediato da


sociedade de consumo, que valoriza o supérfluo e os produtos descartáveis. A
quantidade de lixo não-degradável é cada vez maior.

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Algumas alternativas já se mostram viáveis como a construção de mais aterros
sanitários e a coleta seletiva do lixo para aproveitamento dos materiais

VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NO DESTINO DO LIXO QUE É RETIRADO


DA SUA CASA?

Um dos grandes problemas dos centros urbanos atualmente é o destino do


lixo produzido pela sociedade moderna.
São recicláveis, como por exemplo: papel, papelão, ferro, alumínio, vidro,
plástico, etc.

A reciclagem também é importante para que não se esgotem os recursos


naturais não renováveis.

Recursos naturais renováveis: são aqueles reconstituídos pela


própria natureza ou pela ação do homem. Ex.
( solo e os vegetais)
Recursos naturais não renováveis: uma vez utilizados não há
possibilidade de renovação. Ex.: (ouro, ferro, carvão, petróleo)

Para você recordar...

DEU NO JORNAL
Uma empresa de sucata na escola

Meninos e meninas de uma escola estão dirigindo uma empresa de


aproveitamento de lixo! Eles recolhem papéis, papelões, jornais, latas, garrafas,
embalagens de plástico, madeira e levam para a escola. Lá tudo é separado, ensacado
e vendido. Com o dinheiro, os alunos compram livros, bolas, tintas, cortinas,
apagadores e outras coisas de que a escola precisa e não tem.
A empresa é bem organizada e tem vários departamentos. O financeiro cuida do
dinheiro e faz as compras. O
departamento de divulgação incentiva os
colegas da escola a trazer o lixo de seus
bairros. O departamento de
conscientização ensina aos alunos dessa
e de outras escolas o que é reciclagem e
como manter a limpeza da escola, do
bairro e da cidade. Também organizam a
Semana do Meio Ambiente e convidam
pessoas para fazer palestras.

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E tem mais! Com as sobras da merenda o pessoal da empresa de sucata faz
adubo, que é misturado à terra ao redor da escola. Aí, eles plantam verduras e
legumes, que são usados para reforçar a merenda escolar.

Essa moçada já aprendeu a lição: jogar lixo é jogar dinheiro no lixo.

( RODRIGUES, Rosicler Martins – Cidades Brasileira)

Muito se discute sobre a qualidade de vida nas grandes cidades,


principalmente quanto às questões socioculturais. As relações familiares, as relações
de vizinhança, e educação, a religião e a vida social como um todo pareçe estar sempre
ameaçada pela violência, falta de segurança, individualismo, drogas. Ao lado dos
aspectos negativos, contudo, não se pode negar que é nas grandes cidades que estão
as maiores oportunidades de trabalho, o mais diversificado mercado de consumo,
os serviços sociais e de lazer, os grandes pólos tecnológicos e culturais formados pelas
escolas, universidades e centros de pesquisa, de onde partem as informações que
impulsionam o avanço técnico-científico.

Exercícios. Responda em seu caderno:

1-Relacione os problemas comuns nas grandes cidades.

2-Cite as principais megalópoles do mundo atual.

3-Na sua opinião, por que a reciclagem é importante no mundo atual?

A GLOBALIZAÇÃO DA CIDADE
A internacionalização da economia atribui à cidade novos papéis. De centro
de produção e consumo do capitalismo, passa a ser líder do processo de inovação
econômica e tecnológica.

Com a globalização,
surgem as metrópoles mundiais e os
tecnopólos, que, graças aos meios de
comunicação, divulgam seu modelo
de desenvolvimento e modernidade.
São nessas metrópoles que se
concentram grandes capitais,
profissionais e tecnologia, os
elementos básicos para a criação,
incorporação e difusão de inovações
que estimulam a economia e
modificam o comportamento social.

A existência de uma infra-


estrutura adequada e a concentração
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Nova York
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populacional permite a produção e o consumo de mercadorias em grande escala nas
metrópoles mundiais, atraindo investimentos cada vez maiores e fortalecendo o país em
que se localizam. É o caso de Frankfurt, na Alemanha, e de Nova York e Los Angeles,
nos Estados Unidos.

O papel da metrópole mundial adquiriu tamanha importância na atualidade


que passou a ser meta perseguida por muitas cidades desenvolvidas. Para entrar no
grupo, Barcelona, na Catalunha espanhola, teve de despender muitos esforços. O
governo e os empresários dessa cidade investiram maciçamente em modernização e
ampliação da capacidade tecnológica; a população desenvolveu a condição de
modernidade, apoiada no tradicional estilo modernista que caracteriza a cidade dos
tempos de Gaudí e Picasso.

Os jogos Olímpicos de 1992, realizados em Barcelona, contribuíram para a


divulgação de sua imagem como cidade moderna, de grande produção cultural. Os
altos investimentos em infra-estrutura urbana e tecnológica sofisticada surtiram efeito, e
Barcelona entrou definitivamente para o circuito das metrópoles mundiais. Não é outro
o principal motivo das disputas em torno da sede de eventos internacionais.

Os tecnopólos, por sua vez, correspondem a centros urbanos que abrigam


importantes universidades, instituições de pesquisa e os principais complexos
industriais, onde se desenvolvem tecnologias avançadas e pesquisa científica.

A localização de pequenas e médias empresas junto das empresas maiores,


e a proximidade de todo esse conjunto numa área em que haja universidades e centros
de pesquisa são imprescindíveis na era da alta tecnologia em que vivemos. Com essa
disposição espacial, as empresas maiores podem se tornar mais ágeis, mantendo uma
estrutura mais dinâmica e estoques mínimos, formando parcerias com empresas
especializadas.

Emprego de robôs nas indústrias


O Vale do Silício, na
Califórnia, Estados Unidos, e
Shophia-Antípolis, na França são
exemplos de tecnopólos de
grande destaque mundial.
O parque Tecnológico de
Stanford, denominado, Vale do
Silício (Silicon Valley) , foi criado
em 1955 e se transformou num
mito mundial devido à sua
contribuição para o
desenvolvimento tecnológicos de
empresas norte-americanas.
Reúne, nas proximdades da
Universidade de Standford,

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empresas inovadoras nos ramos da informática e da microeletrônica, cercadas por
instituições de pesquisa e uma comunidade em que há residências , bibliotecas,
livrarias, supermercados, hospitais e comércio.

A criação dos modernos semicondutores e o desenvolvimento do silício como


matéria-prima industrial contribuíram para a expansão do parque atraindo empresas
ligadas às indústrias militar e aeroespacial.

Na França, o pólo tecnológico Sophia-Antípolis, foi criado na década de 1960


como parte de uma política de produção de núcleos para desenvolver tecnologias
sofisticadas, com uma equipe de milhares de profissionais de diversas áreas:
microeletrônica, informática, telecomunicações, química fina, energia solar, ciências de
saúde, tecnologias ambientais, prospecção de petróleo, ensino superior, matemática
aplicada e novos materiais.

Você está estudando este módulo para entender o processo de urbanização, ou


seja o fenômeno caracterizado por uma concentração cada vez maior de pessoas em
cidades, relacionado ao contínuo crescimento da população urbana enquanto diminui a
população rural.
Observe, portanto, que o fenômeno da urbanização já se instalou
também no Brasil.

A expansão de novas formas capitalistas de produção atingiu tanto as áreas


urbanas como as áreas rurais, que foram se integrando gradativamente aos principais
circuitos da produção econômica.

Conforme se desenvolvia no campo uma produção comercial voltada para as


necessidades da cidade, como alimentos, matérias-primas, e excedentes exportáveis,
difundia-se também o trabalho assalariado e expandia-se o mercado consumidor.

A população rural incorporou as inovações tecnológicas produzidas na cidade,


como os avanços da biotecnologia e os telefones celulares; os trabalhadores rurais
passaram a viver em cidades, como acontece com os chamados bóia-frias; a população

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que se dedica às atividades do setor primário assimilou os padrões de consumo urbano
e também se transformou em compradora de produtos industrializados.

A própria cultura popular típica das zonas rurais converteu-se em objeto de


consumo, difundido pelos principais agentes da indústria cultural sediada na cidade. Um
exemplo é a música sertaneja pasteurizada, que se tornou campeã de venda em todo
país.

O Brasil rural está desaparecendo, e sobrevive apenas nas regiões mais pobres,
que apresentam uma economia desequilibrada em que a população não tem renda
suficiente para integrar-se às novas formas de consumo e não há capital suficiente para
impulsionar a modernização da produção.

A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

Apesar das diferentes taxas regionais de urbanização apresentadas na


tabela abaixo, podemos afirmar que o Brasil, hoje, é um país urbanizado.

Avenida Paulista –São Paulo

Com a saída de pessoas do campo em direção às cidades, os índices de


população urbana vêm aumentando sistematicamente em todo o país a ponto de a
região Norte, a menos urbanizada, apresentar índice de 59% de população urbana.

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Rio de Janeiro

Desde os primórdios do processo de povoamento, as cidades se


concentravam na faixa litorânea, mas, a partir da década de 60, passaram por um
processo de dispersão espacial, à medida que novas porções do território foram sendo
apropriadas pela atividade agropecuária.

Atualmente, em lugar da velha distinção entre população urbana e rural, usa


a noção de população urbana e agrícola. É considerável o número de pessoas que
trabalham em atividades rurais e residem nas cidades.

As greves dos trabalhadores “bóias frias” acontecem nas cidades, o lugar


onde moram. São inúmeras as cidades que nasceram e cresceram em áreas do país
que têm a agroindústria como mola propulsora das atividades secundárias e terciárias.

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Em virtude da modernização do campo, verificada em diversas regiões
agrícolas, assiste-se a uma verdadeira expulsão dos pobres, que encontram nas
grandes cidades seu único refúgio. Como as indústrias absorvem cada vez menos mão-
de-obra e o setor terciário apresenta um lado moderno, que exige qualificação
profissional, e outro marginal, que remunera mal e não garante estabilidade, a
urbanização brasileira vem caminhando lado a lado com o aumento da pobreza e da
deterioração crescentes das possibilidades de vida digna aos novos cidadãos urbanos.

Os moradores da periferia, das favelas e dos cortiços têm acesso a serviços


de infra-estrutura precários (saneamento básico, hospitais, escolas, sistema de
transportes coletivos, etc.), O espaço urbano, amplamente dominado pelos agentes
hegemônicos que impõem investimentos direcionados para seus interesses
particulares, está organizado tendo em vista o tráfego de veículos particulares, a
informação, a energia e as comunicações, relegando os investimentos sociais e,
excluindo assim os pobres da modernização.

Para você pensar... “O espaço urbano quando não oferece


oportunidades, multiplica a pobreza”.

Morro da Mangueira Rio de Janeiro

Você já notou que existe uma espécie de hierarquia entre as cidades?

Isso acontece porque com o tempo algumas cidades acabam oferecendo


mais recursos que outras, isto é, passam a desempenhar melhor um maior número de
funções.

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As cidades grandes, por exemplo, conseguem resolver determinados
problemas que as cidades pequenas não conseguem. Muitas vezes, uma cidade
pequena chega a ficar bastante dependente de outra maior.

Assim as cidades médias passam a funcionar como um pólo ou centro para


determinadas regiões, sendo por isso chamados centros regionais.

Exercícios Responda em seu caderno:

01-Que importância tem sua cidade em relação às outras da região?

02-Repare na região em que você mora. Há sempre uma cidade que se


destaca das outras. Por quê?

03-Escreva o que você entendeu da seguinte frase ”O espaço urbano


quando não oferece oportunidades, multiplica a pobreza.”

A REDE URBANA BRASILEIRA

Apenas a partir da década de 40, juntamente com a industrialização e a


instalação de rodovias, ferrovias e novos portos integrando o território e o mercado, é
que se estruturou uma rede urbana em escala nacional. Até então, o Brasil era formado
por uns “arquipélagos regionais” polarizados por suas metrópoles e capitais regionais.

As atividades econômicas, que impulsionam a urbanização, desenvolviam-se de


forma independente e esparsa pelo território.

A integração econômica entre São Paulo (região cafeeira), Zona da Mata


Nordestina (cana-de-açúcar, cacau e tabaco), Meio Norte (algodão pecuária e
extrativismo vegetal) e região Sul (pecuária e policultura) era extremamente frágil. Com
a modernização da economia, primeiro as regiões Sul e Sudeste formaram um mercado
único que, depois, incorporou o Nordeste e, mais recentemente também o Norte e o
Centro-Oeste.

Assim, até a década de 40, havia forte tendência à concentração urbana em


escala regional, que deu origem a importantes pólos. Estes concentravam os índices de
crescimento urbano e econômico e detinham o poder político em grandes frações do
território nacional.

É o caso de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio
de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, todas capitais de estados e, posteriormente,
reconhecidas como metrópoles. Essas cidades abrigavam, em 1950 aproximadamente
18% da população do país; em 1970, cerca de 25%; e em 1991 mais de 30%.
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A partir da década de 40, à medida que a infra-estrutura de transportes e


comunicações foi se expandindo pelo país, o mercado se unificou e a tendência à
concentração urbana industrial ultrapassou a escala regional, atingindo o país como um
todo.

Assim os grandes pólos industriais da região Sudeste, com destaque para São
Paulo e Rio de Janeiro, passaram a atrair um enorme contingente de mão-de-obra das
regiões que não acompanharam seu ritmo de crescimento econômico e se tornaram
metrópoles nacionais.

Essas duas cidades por não atenderem às necessidades de investimentos em


infra-estrutura urbana, tornaram-se centros caóticos.

Os migrantes que a região recebeu eram, em sua maioria, constituídos por


trabalhadores desqualificados e mal remunerados, que foram se concentrando na
periferia das grandes cidades, em locais totalmente desprovidos de infra-estrutura
urbana.

Com o
passar dos anos, a
periferia se expandiu
demais e a
precariedade do
sistema de
transportes urbanos
levou a população de
baixa renda a preferir
morar favelas e
cortiços no centro das
metrópoles.

Atualmente 65%
dos habitantes da
Grande São Paulo e
Periferia de São Paulo. Grande Rio de
Janeiro moram em
cortiços, favelas,
loteamentos clandestinos ou imóveis irregulares.

A partir de então, durante as décadas de 70 e 80, essas duas metrópoles


passaram a apresentar índices de crescimento populacional inferiores à média
brasileira. Em todas a metrópoles regionais, exceto Recife, foram verificados índices
superiores a essa mesma média.

No Centro-Sul do país, as cidades estão plenamente conectadas, o que intensifica


a troca de mercadorias, informações e ordens entre a população e os agentes
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econômicos. Já nas regiões mais atrasadas, a conexão entre as cidades é esparsa e a
relação de trocas é incipiente.

A rede urbana interfere no cotidiano dos cidadãos de forma diferente, segundo as


classes sociais.

HIERARQUIA FUNCIONAL DAS CIDADES BRASILEIRAS

VILAS

CIDADES PEQUENAS

CIDADES MÉDIAS OU CENTROS REGIONAIS

CIDADES GRANDES OU METRÓPOLES REGIONAIS

METRÓPOLES NACIONAIS

Metrópoles nacionais (São Paulo e Rio de Janeiro).

Metrópoles regionais – cidades grandes (Belém, Fortaleza, Recife,


Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte.

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Porto Alegre- RS

Cidades médias centros regionais (Campinas, Santos, Sorocaba, Vitória,


Florianópolis, Uberaba, etc.).

PARA QUEM É REAL A REDE


URBANA?

Na grande cidade, há cidadãos de diversas ordens ou classes, desde o que,


farto de recursos, pode utilizar a metrópole toda, até que, por falta de meios, somente a
utiliza parcialmente, como se fosse uma pequena cidade, uma cidade local.
A rede urbana, o sistema de cidades, também tem significados diversos
segundo a posição financeira do indivíduo. Há, num extremo, os que podem utilizar
todos os recursos aí presentes, seja porque são atingidos pelos fluxos em que, tornado,
mercadoria, o trabalho dos outros se transforma, seja porque eles próprios, tornados
fluxos, podem sair à busca daqueles bens e serviços que deseja adquirir. Na outra
extremidade, há os que nem podem levar ao mercado o que produzem, que
desconhecem o destino que vai ter o resultado do seu próprio trabalho, os que pobres
de recursos, são prisioneiros do lugar, isto é, dos preços e das carências locais.
Para este, a rede urbana é uma realidade onírica, pertencente ao domínio do
sonho insatisfeito, embora também seja uma realidade objetiva.
Para muitos, a rede urbana existente e a rede de serviços correspondente
são apenas reais para os outros. Por isso são cidadãos diminuídos incompletos.
As condições existentes nesta ou naquela região determinam no valor da
cada pessoa, tais distorções contribuindo para que o homem passe literalmente a valer
em função do lugar onde vive.
Essas distorções devem ser corrigidas em nome da cidadania.

(SANTOS, Milton. O espaço do cidadão)

23 CEESVO
    Módulo 09:Urbanização.

Exercícios. Responda em seu caderno:

01-Existe hierarquia entre as cidades? Por quê ?

02-Analise esta frase:


“A partir da década de 50, um grande número de famílias saíram
do campo e vieram para a cidade.” Explique porque isso ocorreu.

BIBLIOGRAFIA

24 CEESVO
    Módulo 09:Urbanização.
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ALMANAQUE ABRIL. CD ROM, 8ª Edição, 2000.
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Paulo. Editora Brasiliense, 1990.
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REVISTAS: Veja, Isto é, Super Interessante, Época, Globo Rural.
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VESENTINI, J. William. Sociedade e Espaço. São Paulo. Editora Ática, 1997.

EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2004

25 CEESVO
    Módulo 09:Urbanização.

Deise Quevedo Bertaco


Jaime Aparecido da Silva
Maria de Fátima Pinto

COLABORAÇÃO

Luiz Gustavo Cerqueira Ferreira


Júlia de Oliveira Rodrigues Vieira
Neiva Aparecida Ferraz Nunes

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes


Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.

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