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(ISGECOF)
Tema:
1
INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS
Tema
A Candidata: O Supervisor:
____________________________ _____________________________
Cláudia Sumbane Joaquim Chavane Mestre Ana Ângelo Chemane
Eu, Cláudia Sumbane Joaquim Chavane, declaro por minha honra que esta Monografia Científica foi
elaborada para obtenção do grau académico de Licenciatura em Administração Pública, Comércio e
Finanças, resulta da minha investigação pessoal, sob a orientação da minha Supervisora. Declaro
ainda que o trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição ou faculdade para obtenção
de qualquer grau académico.
_______________________________________
1
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha mãe Fátima Jaime Dima Chavane e ao meu Pai Joaquim Nengane
Chavane, por serem meus pilares e força de inspiração a cada dia e porque sempre acreditaram em
mim.
Amo-vos muito.
ÍNDIC
ii
E
1. Introdução.......................................................................................................................................1
1.2. Contextualização.....................................................................................................................2
1.3. Problematização.......................................................................................................................4
1.4. Objectivos................................................................................................................................5
1.4.1. Objectivos gerais..............................................................................................................5
1.4.2. Objectivo específicos.......................................................................................................5
1.5. Hipótese...................................................................................................................................5
1.6. Justificativa..............................................................................................................................5
1.7. Delimitação do tema................................................................................................................6
1.7.1. Delimitação espacial........................................................................................................6
1.7.2. Delimitação temporal.......................................................................................................7
1.8. Metodologia de trabalho..........................................................................................................7
CAPÍTULO I: ANALÍSE CONCEPTUAL E TEÓRICO...................................................................12
1.1. Educação................................................................................................................................12
1.1.2. Sistema Nacional de Educação em Moçambique..............................................................12
1.1.3. Estrutura do Sistema Nacional de Educação.....................................................................13
1.2. Corrupção..............................................................................................................................13
1.2.1. Tipos de corrupção.............................................................................................................16
1.2.1.1. A captura do estado....................................................................................................16
1.2.1.2. A patronagem e nepotismo.........................................................................................17
1.2.1.3. A corrupção burocrática ou administrativa (pequena corrupção)..............................18
1.3.1. Causas e manifestações da Corrupção no Sector da Educação.............................................24
1.3.2. Impacto da Corrupção no Sector da Educação em Moçambique..........................................26
1.4. Estruturas de oportunidades para ocorrência de casos de corrupção........................................28
1.4.1. Áreas de risco de práticas de Corrupção no Sector da Educação..........................................29
1.4.1.1. Área pedagógica.............................................................................................................29
1.4.1.2. Área Administrativa.......................................................................................................30
1.4.1.2.2. Recursos Financeiros......................................................................................................30
1.4.1.2.3. Recursos patrimoniais....................................................................................................31
1.5. A Dimensão Ética da Corrupção na Sociedade.........................................................................31
1.6. Factores de Oportunidade para práticas de Corrupção no Sector da Educação no Distrito
KaMaxakeni.........................................................................................................................................37
CAPÍTULO II – APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS........................................38
iii
2.1. Os actores envolvidos em práticas de Corrupção no Sector da Educação no Distrito
KaMaxakeni.........................................................................................................................................40
2.2. Questionário Aplicado a 15 Professores e 22 estudantes do Distrito KaMaxakeni..................41
2.3. Resultados das questões dirigidas a 2 Directores sendo 1 de uma Escola Primária e outro de
uma Escola Secundária no Distrito Municipal KaMaxakeni...............................................................50
2.4. Resultados das questões da inspeção e fiscalização no Sector da Educação do Distrito
KaMaxakeni.........................................................................................................................................52
CAPÍTULO III.....................................................................................................................................54
4. Conclusão......................................................................................................................................55
5. Recomendações.............................................................................................................................56
6. Referências Bibliográficas............................................................................................................58
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
v
Índice de gráfico
Figuras
Tabelas
vi
RESUMO
Com a presente monografia pretende-se fazer uma reflexão sobre a Problemática da Corrupção no
Sector da Educaçãoː O caso das Escolas do Distrito Kamaxakeni nos períodos 2015/2019. Com a
introdução da Estratégia Anti-Corrupção (2006-2010), o Governo de Moçambique definiu o combate
à corrupção na função pública no geral e no sector da educação em particular. De acordo com a
CIRESP ‘’A corrupção, no sector público, pode ser entendida como o uso da função pública para
proveito próprio, ou para o benefício de um grupo com quem um determinado indivíduo está
associado. É um comportamento que se desvia dos deveres formais de um cargo público e é
prejudicial ao interesse público’’(2006:2). A corrupção produz altos custos sociais, políticos,
económicos e humanos. Ela reduz drasticamente a capacidade de investimento público e privado,
afecta negativamente as finanças públicas e os planos de desenvolvimento quer nacionais ou
regionais. Contribui para a má governação por retirar, legitimidade e estabilidade da liderança
política e desacredita nas instituições políticas. Os serviços sociais vêem enfraquecida a sua
cobertura, grande falta de oportunidades de desenvolvimento humano, aprofundando e expandindo a
pobreza. Com base na análise dos dados apresentados, verificou-se que o não domínio da informação
sobre os mecanismos de combate à corrupção contribui para o cometimento dos actos de corrupção
ao nível das escolas do Distrito KaMaxakeni. Usando como técnica de recolha de dados o inquérito,
pode-se observar que uma parte significativa dos estudantes e professores não tem conhecimento de
onde podem efectuar as denuncias de casos decorrentes da corrupção. Assim, com o presente
trabalho pretendemos que este mal vivido na sociedade seja combatido para a melhoria dos serviços
prestados no Sector da Educação, por conseguinte em todo o Sector Público Moçambicano,
apresentando os mecanismos de como a sociedade, deve denunciar os actos de corrupção e contribuir
para a sua não ocorrência, visto que este mal tem dois lados, o sujeito passivo e o sujeito activo da
corrupção do Sector da Educação. Sendo este um mal para a sociedade que se vive nos dias de hoje é
de esperar que este sector fosse exemplo.
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ABSTRACT
This monograph intends to reflect on the Problem of Corruption in the Education Sectorː The case of
the Kamaxakeni District Schools in the 2015/2019 periods. With the introduction of the Anti-
Corruption Strategy (2006-2010), the Government of Mozambique defined the fight against
corruption in the civil service in general and in the education sector in particular. According to
CIRESP ‘’Corruption, in the public sector, can be understood as the use of public service for one's
own benefit, or for the benefit of a group with whom a particular individual is associated. It is
behavior that deviates from the formal duties of public office and is detrimental to the public
interest’’ (2006, p.2). Corruption produces high social, political, economic and human costs. It
drastically reduces the capacity for public and private investment, negatively affects public finances
and national or regional development plans. It contributes to bad governance by removing legitimacy
and stability from political leadership and discrediting political institutions. Social services see their
coverage weakened, a great lack of opportunities for human development, deepening and expanding
poverty. Based on the analysis of the data presented, it was found that the lack of information on the
mechanisms to combat corruption contributes to the commission of acts of corruption at the level of
schools in the Kamaxakeni District. Using the survey as a data collection technique, it can be
observed that a significant part of the students and teachers are not aware of where they can report
cases arising from corruption. Thus, with the present work we intend that this evil lived in society is
fought for the improvement of services provided in the Education Sector, therefore throughout the
Mozambican Public Sector, presenting the mechanisms of how society should denounce acts of
corruption and contribute to its non-occurrence, since this evil has two sides, the passive subject and
the active subject of corruption in the Education Sector. Since this is an evil for the society we live in
today, it is to be expected that this sector would be an example.
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1. Introdução
No Sector da Educação a corrupção é notória desde a venda de vagas, notas, até mesmo a
trocas de favores sexuais entre os professores e alunas que não queiram se ver reprovadas por
falta de nota. Este facto tem implicações sérias em termos de qualidade de ensino e
aspirações de desenvolvimento do país.
Ainda segundo o autor, com as novas mudanças foram introduzidas reformas económicas e
políticas, bem como a redefinição do papel do estado na gestão da coisa pública,
consequentemente os sectores da função pública começaram a revelar fraca capacidade
institucional por forma a responder as novas exigências advindas do processo de transição, e
esta lacuna tornava se mas expressiva devido a conjuntura política social, económica mas
também pelo elevado grau de dependência da ajuda externa ao país e deste modo foram
surgindo espaços para a ocorrência de práticas corruptas, (Cortez 2005:8).
1
Sendo a corrupção um mal cujas consequências danificam toda à máquina administrativa, e
tendo em conta que o seu combate depende da mobilização de todos, seja Estado,
Instituições, Organizações Não Governamentais (ONG’s) ou cidadão, através de pesquisas,
denúncias entre outras formas. Com este estudo pretendemos contribuir para o combate a
corrupção através do aprofundamento da matéria sobre a corrupção na prestação dos serviços
públicos, visando garantir a confiança entre as instituições do governo e o cidadão.
1.2. Contextualização
Estudos feitos pela Ética Moçambique apontaram o sector da saúde como um daqueles que
apresenta maior índice de ocorrência de práticas corruptas, seguido pelo sector da Educação e
da Polícia, (2001:23).
Tendo antes, em 2004 o governo adaptado uma lei Anti-corrupção (lei n 6/2004, de 17 de
Junho), que tem por objecto o esforço do quadro legal vigente para combate aos crimes de
corrupção e participação económica ilícita. A lei introduz os mecanismos complementares de
combate a corrupção. E com base na lei, criou o Gabinete Central de Combate à Corrupção
(GCCC).
2
(2006-2010); a Lei n°.14/2007 de 27 de Junho, que cria o Gabinete de Informação Financeira
de Moçambique (GIFIM); e criou uma Agência Nacional Anti-Corrupção tal como o Fórum
Nacional Anti-Corrupção (FNAC). Segundo o Centro de Integridade Publica (CIP), a
pequena corrupção ocorre ao nível da implementação de políticas onde os funcionários
públicos se encontram directamente com o público” (2009:55).
Segundo Mosse e Cortez “Há quem possa considerar que a corrupção no sector público em
geral tem as mesmas características e manifestações, dado que ela acontece na relação
procura/oferta de serviços públicos por parte dos cidadãos, numa interacção onde os
funcionários públicos encarregados oferecem serviços e exigem subornos e cobram rendas.
Contudo, à medida que vamos desenvolvendo estes estudos sectoriais, as pistas apontam para
que as formas de corrupção podem não ser idênticas em todos sectores. Se a cobrança de
subornos e o peculato podem ser transversais a todos os sectores, a extorsão, que é muito
frequente no âmbito da administração da justiça, já não se verifica no sector da Saúde” (2006:
5).
3
Comités comunitários e outras formas de organização comunitárias), através do método de
consulta comunitária.
1.3. Problematização
Segundo Cervo e Bervian “o problema de pesquisa é uma pergunta que deve ser redigida de
forma clara, precisa e objetiva, cuja solução seja viável pela pesquisa. Geralmente, a
elaboração clara do problema é fruto da revisão de literatura e da reflexão pessoal” (2002).
Até que ponto a corrupção nas escolas do Distrito KaMaxakeni pode afectar o bom
desempenho e a qualidade do ensino e aprendizagem no país?
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1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivos gerais
1.5. Hipótese
H2: A qualidade de ensino nas escolas do Distrito Municipal KaMaxakeni está relacionado
com o ambiente do trabalho e os salários que auferem os profissionais de ensino.
1.6. Justificativa
Para Markoni e Lakatos (2003) a justificativa é de suma importância, pois é o único item que
expõe as respostas para o porquê de se realizar a pesquisa. Aqui, devem-se apresentar de
forma sucinta, mas completa, as razões de ordem teórica e os motivos de ordem prática, que
tornam importante a realização do trabalho.
5
O desenvolvimento do país depende duma parte do Sector da Educação, o país depende de
alguma forma da soberania da qualidade dos seus recursos humanos muitas vezes derivados
da formação. Trata-se de um assunto de extremo interesse social, porém pouco debatido no
seio dos órgãos de comunicação, Por ser corrupção um fenómeno complexo.
Centro de Integridade Pública (CIP) considerou fundamental levar a cabo o estudo sobre a
corrupção no sector da Educação, um dos sectores sociais fundamentais para o
desenvolvimento do país. Outro resultado visível deste tipo de estudos é que eles permitem-
nos captar não apenas a configuração das práticas de corrupção, mas também o vázio
institucional e ético que cada um dos sectores apresenta.
No que tange a escolha das escolas do distrito KaMaxakeni como campo de pesquisa, deveu-
se a proximidade geográfica das escolas do mesmo distrito de onde a autora reside, aliada a
limitação dos recursos financeiros para as deslocações, todavia os recursos exigem condições
favoráveis para a recolha de dados.
6
espaço territorial da Secretaria de Estado da Cidade de Maputo (Antigo Governo da Cidade
de Maputo).
O presente estudo tem como período de análise temporal, os anos 2015-2019 porque o ano
2015, foi o 2° ano do mandato do Conselho Municipal (2013-2018) período suficiente para o
executivo planificar acções com o conhecimento e dominío da realidade do Município no
geral e do pelouro da Educação em particular. Outrossim, o ano de 2019, igualmente por ser
também o segundo ano do outro mandato (2018-2023).
Com esta delimitação temporal, pretende-se avaliar o grau de cumprimento dos objectivos
definidos, bem como a avaliação que o proprio pelouro de Educação fez no final do mandato,
no que concerne ao problema de pesquisa A corrupção envolvendo o Sector da Educação.
Para Fortin a metodologia “consiste em precisar como o fenómeno em estudo será integrado
num plano de trabalho que ditará as actividades conducentes à realização da investigação”
(2003:131).
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1.8.1.2. Quanto ao método dos procendimentos técnicos, tendo em conta que o
objectivo pretendido é analisar o impacto da corrupção envolvendo o Sector da
Educação nas escolas do Distrito KaMaxakeni, realizou-se uma análise documental,
consulta bibliográfica e um estudo de caso para melhor compreender este fenómeno.
As informações complementares do trabalho foram obtidas através da técnica do
questionário e entrevista.
O estudo de caso segundo Yin, “é uma investigação empírica que investiga um fenómeno
contemporâneo dentro de um contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o
fenómeno e o contexto não estão claramente definidos” (2010).
1.9.1. Questionário
1.9.2. Entrevista
Segundo Fortin (2000), a entrevista constitui um processo de interacção social entre duas
pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objectivo a obtenção de informações por
parte do outro, o entrevistado. Trata-se de um diálogo orientado que busca, através do
interrogatório, informações e dados para a pesquisa.
Neste sentido, para a recolha de informação foram usadas inquéritos na base de questionário
com perguntas abertas que incindiu sobre os alunos, professores e os gestores (Directores das
escolas) do Distrito Kamaxakeni e para o Serviço de inspeção foi dirigida uma entrevista
previamente planeada e com perguntas abertas, a fim de testar as experiências vividas por
ambas as partes.
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1.9.3. População de Estudo
1.9.3.1. População
Segundo Alemeida e Freire, população "é o conjunto de individuos, casos, observações onde
se quer estudar o fenômeno´´ (2007;113).
1.9.3.2. Amostra
Dado que o trabalho deparou-se com limitações no âmbito de recolha de dados, tornou-se
impossível trabalhar com todos os segmentos do grupo-alvo, fazendo com que a autora
optasse pela amostragem aleatória simples (AAS). Em que segundo Lakatos & Marconi,
“amostragem aleatória simples, baseia se na escolha aleatória dos pesquisados e permite a
utilização e tratamento estatístico que possibilita compreender erros amostrais, e outros
aspectos relevantes para a representatividade e relevância da amostra” (2001:108).
Para este trabalho a amostra foi na base do interesse dos estudantes e profissionais da
Educação do Distrito KaMaxakeni e os alunos com base no uso da plataforma GoogleForm,
na qual foi disponibilizado um link explicando o objectivo e a finalidade e para o envio das
respostas relacionados ao tema em estudo.
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E para a nossa amostra foram escolhidos 22 alunos, 15 professores, 2 Directores (um da
Escola Primária Matchik Tchik e outro da Escola Secundária Noroeste 1) e 1 Inspectora do
Gabinete Anti-Corrupção do Distrito KaMaxakeni que por razões confidenciais não
registamos o nome com vista a garantir a fiabilidade dos dados os quais constituem a base da
nossa amostra.
As limitações podem ser os entraves encontrados para a consecução da pesquisa e podem ser
consideradas dificuldades encontradas que podem inviabilizar a resolução do problema.
Refira-se que o estudo teve muitas limitações devido ao facto do nosso tema envolver muito
o secretismo, o que causou enormes dificuldades na realização das entrevistas mesmo
apresentando documentos legais que justificam a nossa presença no campo de estudo. Houve
muita limitação no que concerne a número de amostras que foi reduzido, causada pelas
dificuldades em fazer as entrevistas, pois pela situação vivida no mundo e em particular no
nosso país da pandemia da Covid-19 existem muitas restrições para o contacto com os
cidadãos. Alguns alunos desconheciam o estudo sobre corrupção no Sector da Educação,
sendo um pouco impossível prosseguir com as entrevistas verbais e optando por uma
entrevista mais selectiva usando plataformas online GoogleForms, em algumas escolas por
motivos de agenda não puderam ceder as entrevistas, outros preferiram não se pronunciar
sobre o assunto por ser bastante polémico, os que cederam em particular os professores
apresentaram alguma reserva nas suas respostas devido à natureza do tema.
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Finalmente, o trabalho apresenta a seguinte estrutura: Introdução que comporta os seguintes
elementos, contextualização do tema, a problematização, os objectivos do trabalho, as
hipóteses, a justificativa, a delimitação do tema no tempo e espaço e a metodologia usada
para a elaboração do trabalho e a respectiva estrutura; O capítulo 1, que apresenta o Analíse
conceptual e teórico, onde se analísa as principais opções teóricas que conduziram o
trabalho.
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CAPÍTULO I: ANALÍSE CONCEPTUAL E TEÓRICO
1.1. Educação
É vasto o processo para a aquisição da educação. A maioria das pessoas acredita que a
educação de forma concreta, pode apenas ser adquirida nas escolas ou outras instituições de
ensino, porém Brandão acredita que a educação pode ser adquirida em qualquer lugar, ele
afirma que ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um
modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender e ensinar.
“Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a
educação” (2007:7).
12
De acordo com dados oficiais, em 1990 mais de 50% da rede escolar primária encontrava-se
totalmente destruída, agravando cada vez mais a situação na rede urbana.
Subsistema de Adultos;
1.2. Corrupção
A corrupção é tida por Ferreira “como uma expressão que se origina do latim corruptione,
que dá a ideia de corromper, que por sua vez significa decomposição, putrefacção,
depravação, desmoralização, devassidão ou suborno, chegando-se até a afirmar que suas
raízes se insinuam no cerne da alma humana, eis que os actos que a caracterizam se
encontram ligados a uma fraqueza moral. Assim, em resumo, a corrupção tanto pode indicar
a ideia de destruição como a de degradação” (2004:18).
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Para este autor a prática da corrupção tem efeitos devastadores, ela atinge aspectos morais.
Considera a existência de valores e normas que tenham uma dimensão moral, tudo aquilo que
viola os princípios éticos, morais e legais de uma sociedade, comunidade ou instituições.
Klitgaard conceptualiza a “corrupção como o comportamento que se desvia dos deveres
formais de uma função pública devido a interesses privados (pessoais, familiares, de grupo
fechado) de natureza pecuniária ou para melhorar o status, ou que viola regras contra o
exercício de certos tipos de comportamento ligados a interesses privados” (1994:40).
Por sua vez Nye olha a “corrupção como um comportamento desviante dos deveres formais
de um papel público (eleito ou nomeado) motivado por ganhos privados (pessoais, familiares,
etc.) de riqueza ou status” (1967:416). Este autor associa a corrupção a um comportamento
desviante de um funcionário na medida em que o mesmo faz o uso do poder público que lhe
foi conferido para benefícios próprios.
As três orientações acima tem um ponto de encontro, pois, comungam a ideia de que
corrupção é abuso da função pública para ganho privado (individuais familiares ou de grupo).
Fica também nelas a evidência de que a prática da corrupção viola regras, no qual o
funcionário faz o uso do poder público que foi conferido, pondo assim em causa a
subsistência do bem público.
Muitos autores que se dedicaram ao seu estudo divergiram sobre o que era realmente uma
acção corrupta. Brei defende que a "corrupção inclui uma enorme diversidade de actos
como, por exemplo, trapaça, velhacaria, logro, ganho ilícito, desfalque, concussão,
falsificação, espólio, fraude suborno, peculato, extorsão, nepotismo, o que de facto cria uma
razoável dificuldade para se chegar a uma definição consensual do que seja corrupção.
No entanto ainda que hajam todos esses entraves no que seja consensualmente um acto
corrupto é possível trazer aqui alguns conceitos vindos de alguns autores que dão algumas
pistas sobre o que realmente possa ser considerado de acto corrupto.
Gefray olha a corrupção em duas perspectivas: “a corrupção é como abuso de poder, isto é, o
mau uso de cargo público para benefícios privados ou para fins não oficiais e corrupção como
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a neutralização do Estado, o que pressupõe que criminosos (funcionários) neutralizem o
poder do estado usando este poder para fins pessoais o que contradiz o fim ideal do Estado
que é o de servir” (2002). Para Pasquino (2000, citado por Sacramento 2010:62) corrupção é
fenómeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo discordante dos padrões
normativos do sistema, beneficiando interesses particulares em troca de recompensa. A
corrupção é, portanto, para este autor, o comportamento ilegal de quem desempenha um
papel na estrutura do Estado.
Bobbio designa por corrupção, “o fenómeno pelo qual um funcionário público é levado a
agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses particulares
em troca de recompensa” (1998:301).
Por sua vez, Huntington define como sendo um “comportamento de autoridades públicas que
se desviam das normas socialmente aceites a fim de servir interesses individuais. Na sua
definição podemos encontrar dois critérios através dos quais o autor faz análise da corrupção,
as normas legais e o interesse público” (1975:74).
Por sua vez, Mosse faz menção à duas tipologias de corrupção, onde podemos destacar a
“corrupção política (grande corrupção) e a corrupção burocrática (pequena corrupção)”
(2004:6).
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Muitos autores que se dedicaram ao seu estudo divergiram sobre o que era realmente uma
acção corrupta. Brei “defende que a corrupção inclui uma enorme diversidade de actos como,
por exemplo, trapaça, velhacaria, logro, ganho ilícito, desfalque, concussão, falsificação,
espólio, fraude suborno, peculato, extorsão, nepotismo, o que de facto cria uma razoável
dificuldade para se chegar a uma definição consensual do que seja corrupção” (1996).
No entanto ainda que hajam todos esses entraves no que seja consensualmente um acto
corrupto é possível trazer aqui alguns conceitos vindos de alguns autores que dão algumas
pistas sobre o que realmente possa ser considerado de acto corrupto.
Gefray olha a corrupção em duas perspectivas: “a corrupção como abuso de poder, isto é, o
mau uso de cargo público para benefícios privados ou para fins não oficiais e corrupção como
a neutralização do Estado, o que pressupõe que criminosos (funcionários) neutralizem o
poder do estado usando este poder para fins pessoais o que contradiz o fim ideal do Estado
que é o de servi Por outro lado” (2002), encontramos também a definição clássica de
corrupção de Nye que define a corrupção como um “comportamento desviante dos deveres
formais de um papel público (eleito ou nomeado) motivado por ganhos privados (pessoais
familiares, etc) de riqueza ou status” (1967:416).
Deste modo, para este trabalho concebemos como corrupção o conceito de corrupção no
Sector da Educação, isto é:
“O uso sistemático do papel público para benefício privado cujo impacto tem implicações
em termos de acesso, da qualidade ou igualdade em educação UNDP (2011: 18)”.
A escolha deste conceito deve-se a duas razões. Primeiro, pelo facto de estar centrado na
função pública que é onde a pequena corrupção ocorre. Segundo, pelo facto de direccionar-se
exclusivamente para o sector da educação, o que é de facto importante para o presente estudo.
Em geral a corrupção pode ser categorizada em três (3) tipos nomeadamente: a captura do
estado, a patronagem e o nepotismo e a corrupção administrativa.
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1.2.1.1. A captura do estado
Para Doig & Theobald a captura do estado “é muitas vezes igualada a corrupção política ou
grande corrupção, acontece quando os políticos e os decisores (chefes de Estado, Ministros e
oficiais de topo), investidos da capacidade de formular, estabelecer e implementar leis em
nome do povo, tornam-se, eles próprios, corruptos” (2000). Na vertente destes autores a
grande corrupção lida com indivíduos situados em altas esferas do poder, os quais exploram
as suas posições para extraírem subornos das corporações nacionais e internacionais,
apropriando-se dos pay-offs de contractos, desviando largos montantes do dinheiro público
para contas bancárias localizadas geralmente no exterior.
Para Carmen Lúcia, ``Nepotismo é a conduta havida na Administração Pública, pela qual
agentes públicos, valendo-se dos cargos por eles ocupados, concedem favores e benefícios
pessoais a seus parentes e amigos´´(1994;213).
Ao se aproveitar da sua posição, o agente público, tem a pretensão ou de garantir que pessoas
próximas a si, adquiram uma posição que proporcione estabilidade de vida, ou garantir que a
sua a posição de chefia que ocupa não seja ameaçada porque a seu redor só estarão pessoas
que tenham prometido lealdade e que o respeitem por ser parente. Nem sempre essas pessoas
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serão qualificadas para os cargos que ocuparão o que fará com que os serviços públicos não
sejam devidamente executados ou fornecidos.
Silva, define patronagem ``como mecanismo que os governos partidários têm para, através da
nomeação para cargos de administração pública, resolver um conjunto de potenciais
problemas Governativos´´ (2013).
Andving no que diz respeito a este tipo de corrupção diz que “ocorre na administração
pública, aquando da implementação das políticas. É chamada de corrupção de nível baixo,
rotineira ou de rua pelo facto dos cidadãos se depararem diariamente com a mesma na
administração pública, nos hospitais, escolas, locais de licenciamento de actividades
comerciais, polícia, alfândegas, autoridades fiscais” (2000:18/19).
Segundo (Luís Felipe Vellozo de Sá, citado no Guião do Professor 2020:73), a Corrupção
Pública é a prática do uso do poder ou cargo público para a obtenção de benefícios privado
e/ou pecuniário (propina), à margem da lei e regulamento em vigor.
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E dentro dela encontramos dois tipos de corrupção:
A corrupção pode ser vista como utilização do poder de decisão ou autoridade para obter
vantagem. Segundo Kligaard (1998, opcit Mosse 2006:8), corrupção é o mau uso do cargo
público para benefícios privados ou fins não oficiais. Kligaard acrescenta que
“independentemente de ser uma actividade pública ou privada, e independentemente do local
onde esta decorre, denomina-se corrupção quando uma organização ou pessoa tem o
monopólio de poder sobre um bem ou determinados serviços e a discricionariedade de decidir
quem vai recebê-los, mas não pesa sobre ela nenhuma regra ou prática de accountability”
(1998:9).
Assim, num contexto desses, há espaço para a ocorrência de práticas de corrupção, que só
podem ser controladas caso o monopólio seja reduzido, a discricionariedade clarificada e a
transparência aumentada, a par de um aumento dos desincentivos formais ou legais.
A visão de Kligaard (1998), também é sustentada por Rose-Ackerman (1997) opcit Coelho
(2006), que afirma que “…Sempre que uma autoridade pública possui poder discricionário
sobre a distribuição de um benefício ou de um custo para o sector privado, criam-se
incentivos para que haja suborno”.
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funcionários usam o seu cargo ou poder discricionário para ganhar renda,ou obter benefício a
seu favor, seja ele monetário ou não”(2014:154). Os autores, acrescentam que “a
desonestidade funcional dos homens públicos é uma das piores facetas da má gestão pública”,
estando conectada à degradação moral de agentes do Estado”, Ibid ( p.94).
Coelho convida-nos a fazer uma apreciação especial dos mecanismos que gerem o
comportamento económico transportado ao homem público, que são amplamente explorados
pela ciência da Acção Humana - Praxeologia, e que preconizam que os homens geram suas
acções para sair de uma situação menos satisfatória para uma situação mais satisfatória, ou de
uma situação de maior desconforto para uma de menor desconforto (2006). Assim, em termos
práticos, a compra de um bem segue uma determinada lógica: “…a aquisição de tal bem é,
para o consumidor, mais satisfatória que a posse do dinheiro despendido para tal compra,
assim como, para o vendedor, é mais importante o dinheiro recebido que o bem em si…”. Em
suma, Coelho “aponta que uma estratégia realista para o entendimento do comportamento
corrupto deve começar com o reconhecimento de que há aqueles que demandam actos
corruptos para a concessão de um benefício ou redução de um custo e aqueles que, por um
preço, promovem tais actos. Contudo, importa realçar que o que determina o custo de
oportunidade é a probabilidade de ser descoberto e as sanções que poderão incorrer em
virtude disso, em comparação com as recompensas que se poderá obter depois de praticado o
acto corrupto” (2006).
Neste sub-capítulo para esta pesquisa elaboramos o conceito de corrupção, esta que assume
várias formas. No entanto, para que ela tenha lugar implica que ocorra um certo
comportamento de facto ou sua simples promessa, ou ainda omissão cuja especificidade
constitui crime a luz da legislação. Para que a corrupção ocorra, e necessário que uma das
20
partes envolvidas seja funcionário ou agente público e que a sua forma de actuação se
consubstancie em receber benefícios (por si ou por interposta pessoa), com o seu
consentimento, para praticar um acto que cabe dentro de suas funções.
Svenson vê a corrupção como “um resultado, isto é, a corrupção neste caso seria uma
resposta a quaisquer regras benéficas, prejudiciais ou então quando o monitoramento das
regras é incompleto” (2005). Por seu turno, Klitgaard (1997, citado por Marcelo Mosse em
Centro de Integridade Pública 2006:9) “olha para a corrupção como um sistema tendo, com
isso, desenvolvido uma fórmula para o seu melhor entendimento: C=M+D-A. Onde: C =
Corrupção; M =Monopólio; D =Discricionariedade; A = Accountability. Na explicação de
KLITGAARD, podem-se encontrar práticas de corrupção quando uma organização ou uma
pessoa tem o monopólio de poder sobre um bem ou determinados serviços, tem igualmente a
discricionariedade de decidir sobre eles, mas não pesa sobre ela nenhuma regra ou prática de
accountability, ou seja, não tem a obrigação de prestar contas. Esta situação abre espaço para
a ocorrência de práticas de corrupção, facto que poderia ser reduzido caso houvesse um
controlo do monopólio, da discricionariedade e aumento da transparência ou prestação de
contas”.
Alguns autores são da opinião que as actividades governamentais podem criar um campo
fértil para a corrupção. É nesta perspectiva que Rose-Ackerman refere que a “corrupção é
sintoma de que alguma coisa está errada na administração do Estado, isto é, as instituições
desenhadas para governar as relações entre os cidadãos e o Estado estariam sendo utilizadas
para buscar o enriquecimento pessoal por meio dos benefícios do suborno” (1999) . Na
mesma linha de pensamento Filgueiras enfatiza que “a corrupção é um problema da
configuração institucional que vai favorecer a constituição de esquemas destinados a pilhar os
recursos públicos a favor de interesses privados” (2006:6).
North “define as instituições como regras, formais ou informais, idealizadas pelos homens
para criar ordem ou reduzir a incerteza das trocas. Nesse sentido, as instituições e
21
organizações afectam o desempenho da economia na medida em que, ao dar forma e
estruturar as interacções humanas, reduzem as incertezas e induzem a cooperação,
diminuindo os custos das transacções” (1990). Porém, para este autor, nos países
desenvolvidos a corrupção decorre de falhas nos sistemas democráticos, enquanto nos países
em desenvolvimento a corrupção surge em decorrência das debilidades das instituições.
Para Klitgaard “A corrupção é um crime de cálculo, pois, mesmo que hajam funcionários
públicos honestos e que possam resistir a mesma, mas se estes acharem que podem aceitar
subornos ou então cobrar ilicitamente porque a oportunidade de ser pego e punido é nula ou
inexistente, muitos deles não resistirão” (1997).
Um estudo realizado pelo Centro de Estudos Estratégicos CEE “afirmou que os sinais da
existência de corrupção no sector público são claros e os factores que concorrem para a sua
prática assentam numa infinidade de aspectos, sendo a destacar o nível baixo salarial de
funcionários e agentes do Estado, ausência de um sistema eficaz de denúncia de práticas de
corrupção, falta de mecanismos eficazes de incentivos para funcionários, falta de
transparência e por fim a falta de prestação de contas no processo político” (2011:13).
22
Gráfico 1: Índice de corrupção nos Sectores de Educação, Saúde e da Policia.
27%
Segundo Mosse&Cortez numa das pesquisas realizadas pela Ética Moçambique, constata-se
que “as demandas de actos de corrupção mais comuns são de funcionários da Saúde (30%),
da Educação (27%) e da Polícia (21%),conforme ilustrado no gráfico 1. Para o sector da
Educação, 45% dos 1200 inquiridos informaram terem sido vítimas de corrupção dos quais,
31% pagaram para obterem serviços públicos, menos que 6 USD, 45% pagaram entre 6 e 60
USD e 22% pagaram entre 60 a 600 USD” (2006:7).
Segundo a Ética Moçambique “a limitação das vagas para matrícula nas escolas em cada ano
lectivo faz com que as pessoas usem o Suborno às entidades encarregues de levarem a cabo o
processo de matrículas, a comercializarem as vagas. Uma vez conseguida a vaga, a segunda
fase segue-se com a troca de favores, que se caracteriza por negociação de notas” (2001:14).
23
Assim, de uma forma ou de outra, a corrupção exercida tanto por parte da comunidade ou
pelos funcionários, pode até certo ponto manifestar-se desde a fase de inscrição até a fase dos
exames finais.
Mesmo reconhecendo a pertinência dos estudos acima, surge este estudo com a
particularidade de pretender compreender o nível de prevalência de Corrupção na Educação,
mas especificamente no Distrito Municipal KaMaxakeni.
É difícil falar das causas da Corrupção no Sector da Educação, pois existem várias que não
podemos as considerar únicas. Para o caso de Moçambique esse dilema tem levantado várias
análises principalmente no Sector em estudo, onde são apontados os magros salários, custos
de vida e a pobreza que os cerca como principais motivos das práticas corruptas.
A crise económica que se verificou depois de duas décadas que depois seguira a
independência dos países africanos nos anos 1960 e os programas de ajustamento
introduzidos como sua resposta são apontados como uma das causas da corrupção em
Moçambique. A crise no Sector da Educação que resulta da crise económica que o país
enfrentou nos anos 1980, a fraca produção da riqueza e a fragilização do tecido social e dos
valores morais e éticos são apontados como também causas da corrupção em Moçambique.
Para a resolução desse mal não só se terá a solução a partir do aumento salarial dos
funcionários da Educação, mas sim, precisa-se resgatar os princípios éticos, responsabilidade
no desempenho das suas funções e o combate a ganância.
Macuaneet apontam que “as causas comuns que facilitam a corrupção são a falta de aplicação
das leis e regulamentos, lacunas nos sistemas de gestão, a falta de prestação de contas às
instituições, a fraqueza dos mecanismos de controlo e supervisão, a fraqueza do cometimento
dos gestores da administração pública no combate à corrupção, a prática de nepotismo,
favoritismo e clientelismo, a degradação dos valores morais e éticos, a fraqueza da
participação da sociedade civil no combate à corrupção e a falta de uma forte comunicação
social independente” (2009).
24
Mosse e Cortez referem que “como a grande maioria dos funcionários do sector público, os
funcionários da educação em causa os professores dos mais variados níveis técnicos
pedagógico apresentam o argumento de que se envolvem facilmente na corrupção porque
recebem salários baixos e não tem quaisquer incentivos, por isso não se sentem motivados”
(2006:19).
Para Waldo “mesmo sem a pretensão de retratar todos possíveis males que a corrupção
produz, não custa lembrar que se constitui um sério obstáculo ao desenvolvimento nacional,
acarreta o desperdício de preciosos recursos públicos, impõe custos elevadíssimos ao país e,
reflexa a mente aos cidadãos, provoca crédito internacional, subverte o sistema público,
assola as instituições públicas, coloca em cheque os órgãos e entidades públicas, afecta a
credibilidade do Estado, encoraja esbanjamento de recursos colectivos, estimula a evasão de
tributos e implementa acentuados riscos à governabilidade” (2002:11).
A corrupção no sector da Educação em Moçambique é marcada por várias formas dentre elas
o Suborno/cobranças ilícitas e a extorsão sexual. O suborno foi à forma mais apresentada nas
entrevistas concedidas, onde os alunos/ encarregados se veem a pagar em troca de um
benefício seja para compra de vagas no início do ano lectivo devido à escassez de vagas que
se tem verificado nas escolas num contexto em que a demanda às escolas públicas tende a
elevar-se de alguns anos para cá, para passagem de classe e mesmo para admitir ao exame e
na extorsão sexual é evidente o abuso sexual onde os intervenientes fazem a extracção de
dinheiro ou bens via o uso de coerção, da via de violência, ameaças com uso da força. No
caso da Educação os funcionários pedem agrados sexuais em troca de passagens de classe ou
mesmo para as alunas mais pobres sem meios de pagamento se vêem sem saída e acabam
concedendo favores sexuais aos professores. Se a aluna recusa acaba reprovando a classe e
optando por mudar de escola.
Há professores que se defendem que acabam por se envolverem com as alunas sexualmente
por conta dos trajes escandalosos que elas usam nas escolas.
25
Vânia, aluna da Escola Secundaria Noroeste 1, afirmou que:
Por outro lado, uma Professora da Escola Primaria Matchik-Tchik disse que;
Diante as declarações acima, percebemos que em alguns casos são promotores da corrupção
os encarregados e os alunos pois eles também tomam iniciativa dessas práticas na esperança
de receber boas notas para passagem de ano ou mesmo para obter vagas de estudo. Portanto
muitos justificam o suborno como forma de obter seus problemas resolvidos rapidamente.
Segundo Mosse, “Naquele regime a corrupção não era tolerada e a liderança política era
vigorosa na punição dos que abusavam do bem público, possibilitando também altos níveis
morais de condenação, mesmo apesar dos fracos salários na função pública e uma carência
generalizada de bens de consumo de primeira necessidade” (2004). Este autor acrescenta
ainda por dizer que nos últimos anos, com a viragem para a democracia, Moçambique tem
aumentado a sua reputação por causa da corrupção que percorre todos os sectores. Na sua
26
visão, a democratização e a liberalização não foram acompanhadas de um redesenho
institucional efectivo de modo a se acautelar o desenvolvimento da corrupção.
Combater a corrupção implica conhecer e compreender como é que ela ocorre, quais as
estruturas de oportunidade existentes, quais as fragilidades institucionais que mais brechas
abre para as que transacções corruptas ocorram; ninguém fala fragilidades institucionais, do
nepotismo e do clientelismo que continuam a marcar a esfera pública em Moçambique, da
falta de independência política dos funcionários públicos; todos falam da pequena corrupção,
mas ninguém ataca as reformas sectoriais e a independência do judiciário; e todos fazem vista
grossa à responsabilização, reduzindo a vontade política a uma expressão sem conteúdo;
ninguém aborda as instituições de accountability nem as regras de conflito de interesse;
ninguém refere os sistemas de integridade e a grande corrupção parece que não existe.
Mesmo com os trabalhos desenvolvidos pela CIP, não se teve o impacto na melhoria do
combate a corrupção no sector da Educação. A corrupção cria mau entendimento no seio dos
Pais, Encarregados de Educação e alunos principalmente quando se trata de familias que são
pobres e muitas vezes sem condições de fazer face a constantes taxas de suborno.
Os pontos acima tem um impacto negativo no que diz respeito à qualidade do ensino, o que
acabam lesando o sector em estudo. Existem alunos que todo ensino médio recorreram a
pagamento de subornos para passagem de ano e chegado ao ensino superior apresentam uma
serie de dificuldades que persistem até o fim do curso, ainda que sejam formados não tem um
potencial para profissionais de qualidade o que apresenta um impacto negativo em termos de
desempenho e qualidade de mão de obra para a contribuição no sector que estiver em
exercicio.
27
A corrupção no SE reduz a confiança na instituição e dos seus representantes, defendem que
a corrupção degrada a imagem da instituição e diminui o prestígio de seus funcionários e dos
professores diante do público. Diminuí também tal credibilidade não só na pessoa do
professor, como também no reflexo negativo que isso irá implicar para a instituição a que ele
representa.
As Direcções Distritais de Educação (DDE) são dirigidas por Director Distrital nomeado
pelo Governador provincial sob proposta do Director Provincial da Educação.
28
Para além do Director Distrital, a estrutura da Direcção Distrital da Educação inclui uma
secção constituída por técnicos das áreas pedagógicas e administrativas, nomeadamente, a
Supervisão, apoio pedagógico e inspecção; a administração financeira e de recursos humanos
e a planificação.
Por conseguinte, a prevenção e combate a corrupção constitui uma agenda nacional de capital
importância do estado moçambicano, pois prossegue princípios e objectivos tendentes ao
reforço de boa governação, transparência, equidade e justiça nacional.
Foram destacadas duas áreas de risco no sector: Área Pedagógica e Administrativa (Recursos
Humanos, Financeiros e Patrimoniais).
29
Fraudes académicas, suborno, extorsão monetária, assédio sexual e cobranças ilícitas;
Emissão de certificados com notas falsas ou falsificação de certificados de
habilitações literárias;
Inclusão de nomes de cidadãos nas pautas publicadas como tendo transitada/aprovada
sem que tenha frequentado a respectiva classe ou nível de ensino;
Desvio e comercialização de enunciados e guião de correção de teste e/ou exames;
Desvio e comercialização de livros de venda proibida.
30
Indicação de estabelecimentos comerciais para a compra de artigos e produtos no
âmbito da ADE;
Desvio de aplicação dos fundos do estado e outras contribuições da comunidade.
De acordo com Mosse e Cortez aferiram que “quase todos oa actores que interagem
directamente no Sector da Educação tem, de qualquer forma, um pé na corrupção deste,
professores, estudantes, encarregados de educação, funcionários administrativos, directores
de escola, dirigentes superiores, têm uma ligação com as práticas de suborno e extorsão
sexual, com a manipulação das regras de procurement e a distribuição de bolsas de estudo a
familiares” (2006:12).
A falta de ética e profissionalismo é apontada também por Wajsman (2012) como sendo um
dos elementos que facilitam a corrupção. Este autor, parafraseando Motta defende que “a
corrupção envolve questão de ética nas relacções sociais, sendo ética, um conjunto de valores
que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em
que vive, garantindo, o bem-estar social” (1984:69). Ela investiga e explica as normas
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas
principalmente por convicção e inteligência. Por outro lado, quando se fala em possibilidade
de escolhas do indivíduo, envolvem-se questões de ética e moral. Assim, Wajsman (2012),
afirma que a corrupção sem dúvida é uma questão de escolha. O cidadão precisa ter
convicção das consequências da corrupção para o colectivo e compreender a importância do
colectivo frente às vantagens individuais.
31
Para Huntington “a corrupção é um produto directo da ascensão de novos grupos, com novos
recursos e dos esforços desses grupos para se tornarem uma presença efectiva na esfera
política. A corrupção pode ser o meio de assimilar novos grupos no sistema político, usando-
se meios irregulares porque o sistema foi incapaz de adaptar-se suficientemente depressa para
proporcionar meios legítimos e aceitáveis” (1975:74).
32
redes de interesses, gira as rodas da excessiva engrenagem. A palavra Ética vem do
grego ethos e possui dois significados: éthos- que significa costumes, maneira
habitual de agir, índole e êthos que significa carácter. Sentido semelhante é atribuído
à expressão latina mos, moris, da qual deriva a palavra moral.
Para Arruda, “Embora com certa frequência se atribua à palavra moral uma dimensão
religiosa, quando se fala, por exemplo, de filosofia moral, ciência moral, etc., se prefere tratar
ética e moral com o mesmo sentido, substancialmente idêntico, como ciência prática que
tende a procurar pura e simplesmente o bem do homem” (2009:29).
As ciências humanas estudam, sob diferentes ângulos, o homem e suas acções. A psicologia,
por exemplo, analisa a natureza do entendimento e do conhecimento e a da vontade ou
apetência humana; a natureza da alma, seu modo de ser e de agir. A sociologia ocupa-se do
colectivo, como um aspecto da vida individual; a acção humana inter-individual, realizada
por um eu em relação com os outros indivíduos, de acordo ou não com os padrões e normas
sociais. A lógica estuda os princípios da razão humana, ordenado a vontade e corrigindo a
forma dos actos cognoscitivos.
Assim, segundo Arruda (2009:30) a ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade dos
actos humanos, enquanto livres e ordenados a seu fim último. De modo natural, a inteligência
adverte a bondade ou malícia dos actos livres, haja vista o remorso ou satisfação que se
experimenta por acções livremente realizadas.
No entanto, cabe sempre a dúvida sobre o que é o bem e o mal, ou por que tal acção é boa ou
má. A resposta a tais questões conduz a um estudo científico dos actos humanos enquanto
bons ou maus. Por isso, “ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade do agir humano;
quer dizer, considera os actos humanos enquanto são bons ou maus” (Luno apud Arruda
2009:30).
33
O debate acerca do aumento de casos de práticas de corrupção no sector público
moçambicano, foi evidenciado pelo estudo realizado pela Ética Moçambique 2001, a partir de
então começa às interrogações a nível da sociedade sobre as razões para a difusão destes
casos no sector público.
34
burocratas, de que o Estado pode se tornar uma fonte de renda proveniente da venda de
serviços públicos (1978:22/58).
Na visão desta autora, o fato de uma prestação de serviço público ser realizada por um sector
cria poderes de monopólio para o burocrata responsável pela alocação dos recursos. A
existência de uma estrutura pública monopolista atrai os burocratas para a disputa da renda do
monopólio. Tem-se assim, como principal resultado, que países com excessiva
regulamentação do governo na actividade económica geram estímulos à prática da actividade
corrupta por parte dos burocratas.
Decorrente destas premissas torna-se relevante registar, que para o presente estudo, toma-se
especial atenção a perspectiva institucional. De acordo com os apologistas desta perspectiva,
a corrupção um é um fenómeno nocivo ao desenvolvimento político e económico, tendo em
conta que as instituições jogam um papel decisivo na dinâmica e no desenvolvimento de
sistemas políticos, económicos e sociais.
35
A criação de parcerias entre o Governo e as organizações da sociedade civil;
Reformas administrativas que tenham em conta a regulação de conflito de interesses
no Serviço público;
Mecanismos que possibilitem aos oficiais públicos reportarem casos de corrupção;
Mecanismo de procurement abertos e transparentes” (2006:24).
“Ética é um princípio que deve nortear a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para o
garante da socialização amena nas relações inter e intra-pessoais” (2014:154). Por isso,
actualmente, no mundo profissional, a ética se associa à Deontologia que é a base
fundamental da execução e prática profissional de um profissional, uma vez que ele
(profissional) deve ser dentro do seu sector.
Mazula afirma que não é possível esgotar a reflexão sobre a ética e nunca se esgotará, pois o
percurso histórico mostra que a ética foi e é uma preocupação da humanidade de todos os
tempos. A Ética, numa perspectiva filosófica, “é concebida como parte da Filosofia que se
ocupa de costumes, da moral, dos deveres do Homem; ciência que trata da ambivalência entre
o bem e o mal e estabelece o código moral de conduta” (2005:36).
Posto isto, Olivares considera “Ética como uma ciência que estuda os valores e virtudes do
homem estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a serem observadas
para que o convívio em sociedade possa se dar de forma ordenada e justa” (2009). Por isso,
vários estudiosos na matéria afirmam que a Ética não é uma opção, mas uma necessidade,
visto que ninguém pode viver sem uma normativa ética.
Como se observou acima, viver e conviver com ética não é exclusivo de um determinado
grupo de profissionais, logo o professor no exercício da sua profissão deve pautar pelos
princípios éticos. Contudo, tendo em conta a etimologia da palavra ética, ethos que significa
carácter, modo de ser que uma pessoa vai adquirindo por seu modo de agir; esse modo
habitual de agir se sedimenta em hábitos bons e maus que, por sua vez, inclinam, predispõem
e facilitam continuar agindo no mesmo sentido.
36
A ética se ocupa de dizer que os profissionais devem ser competentes e responsáveis no
exercício da sua profissão. Neste contexto, constata-se que o professor para desempenhar
com abnegação a sua actividade deve pautar pelos princípios éticos. Todavia, durante vários
anos, a questão da ética foi “marginalizada” nos curricula de formação de professores,
entretanto, actualmente, de forma tímida a ética associada à deontologia tem sido muito
discutida como tema transversal nas instituições de formação de professores.
Portanto, no sentido mais amplo e generalista, o termo "ética" implicaria um exame dos
hábitos da espécie humana e do seu carácter em geral, e envolveria até mesmo uma descrição
ou história dos hábitos humanos em sociedades específicas e em diferentes épocas. Enfim, a
ética, independente da dimensão em que se apresenta, tem como objectivo servir à vida, sua
razão é o ser humano, seu bem-estar, de forma que provenha a felicidade, neste caso, a
felicidade profissional.
Existem vários factor que evidenciam a práticas de corrupção no sector da educação, o limite
reduzido para a ocupação de vagas tem gerado para o nosso país um número elevado de
crianças sem oportunidades de vagas para o ensino. Assim para que alguns educandos não
percam o direito a Educação, alguns encarregados recorrem à compra de vagas aliciando os
professores, funcionários da secretaria, até mesmo os directores das escolas.
Em alguns casos é apontado como factor de oportunidade dessas práticas a questão dos
baixos salários auferidos no Sector da Educação e consequentemente o suborno e a
insegurança para efectuar denúncias em casos decorrentes de corrupção.
De acordo com Mosse e Cortez, “como a grande maioria dos funcionários do sector público,
os funcionários do sector da educação, neste caso os professores dos variados níveis
apresentam como argumento de que se envolvem facilmente na corrupção porque recebem
37
salários baixos e não tem quaisquer incentivos, por isso não se sentem motivados (…) E os
professores de carreira alegam que o sistema de carreiras profissionais beneficia os seus
colegas contratados” (2006:19).
Os professores tem a ideia de que uma boa remuneração salárial será um bom passo para um
serviço público honesto. Por isso considera-se que o baixo salário no sector da Educação
pode ser um incentivo para as práticas de corrupção, os funcionários mal pagos tornam-se
menos resistentes a ofertas de suborno que aqueles que recebem melhor.
O Distrito Municipal KaMaxakeni está localizado numa zona de confluência de três distritos.
A norte faz fronteira com o Distrito Municipal KaMavota, através das avenidas da FPLM. Á
Sul é limitado pelo Distrito Municipal KaMpfumo, na Av. Marien Nguambi e Joaquim
Chissano. A Oeste faz fronteira com o Distrito Municipal Nlhamanculo, na Av. de Angola e a
Este pelo Distrito Municipal KaMpfumo, através da Av. Marginal.
De acordo com o IV° censo populacional de 2017, o Distrito Municipal KaMaxakeni tem 430
quarteirões e está dividido em 8 bairros nomeadamente: Mafalala com 54 quarteirões,
Urbanização com 27, Polana Caniço “A” com 77, Polana Caniço”B” com 55, Maxaquene
“A” com 60, Maxaquene “B” com 75, Maxaquene “C” com 42 e Maxaquene “D” com 37
quarteirões, e ocupa uma área de 19,9 km². O universo populacional está estimado em cerca
de 222.756 habitantes por Km² nos quais neste universo podemos encontrar 109.528 homens
e 113.228 mulheres e em termos de agregado familiar temos um universo total de 84380.
38
lucrativos por distritos municipais, segundo níveis de ensino, registadas pelo menos duas do
EP1- Ensino Primário de 1º Grau e uma escola do EP1/2 simultaneamente.
Quanto à rede escolar do ensino privado existe uma escola do EP1 - Ensino Primário de 1º
Grau uma escola simultaneamente do EP1/2, uma escola do ESG 1º Ciclo - Ensino
Secundário Geral 1º Ciclo e duas simultaneamente do EP1/2/ESG1 e uma escola
simultaneamente do EP2/ESG1/ESG2 e por último uma do EP1/2/ESG1 simultaneamente.
39
Neste capítulo apresenta-se a análise e interpretação de dados recolhidos a partir dos
questionários efectuados a 15 professores, 2 Directores sendo 1 da Escola Primária Completa
Matchik-Tchik e 1 da Escola Secundária Noroeste 1, 1 inspectora do Gabinete Anti-
Corrupção do Distrito Municipal KaMaxekeni e 22 alunos da Escola Secundária Noroeste 1
cito no Distrito Municipal KaMaxakeni, de um total de 46 alunos, tendo sido validadas todas
as respostas dos intervenientes.
Os actores da Corrupção estão do lado da procura e da oferta, pois a situação vária de acordo
com a aflição de cada interveniente deste mal, nomeadamente tendo em conta a época do ano
em que se encontra.
Com isso um actor activo pode se tornar um actor passivo num dado momento, ou seja, o
estudante que paga um professor no início do ano em troca do acesso a uma vaga na escola
usando meios corruptos, poderá ser um meio passivo no fim do ano lectivo dado momento
que terá que extrair um bem seja ele monetário para a passagem de classe ou mesmo para
transitar no exame.
Através dos resultados das entrevistas constatou-se que todos intervenientes são promotores
da corrupção no Sector da Educação, concretamente os pais, encarregados de educação,
professores, funcionários da Secretaria, directores e alunos, duma forma directa interagem
neste processo no que diz respeito ao suborno, favoritismo aos familiares e próximos.
Por parte dos alunos e Encarregados é visto logo no principio do ano quando começa a
correria para garantir uma vaga de estudo, na época das matriculas. Quando os encarregados
vêem seus filhos sem uma vaga para frequentar as aulas recorrem ao suborno as pessoas que
estão em frente ao processo das matriculas. O mesmo acontece no final do ano lectivo quando
o aluno tem insuficiência de notas vai atras do professor para garantir a sua passagem de
classe e o mesmo procedimento por vezes é feito pelos encarregados dos mesmos alunos
desencadeiam valores monetários em troca de passagem de classe até mesmo para garantir
um lugar para fazer exames.
40
Aí se vê a pouca dignidade do professor, pois ele cede com facilidade o desejo dos seus
alunos ou mesmo dos encarregados para adquirirem o que eles desejam que são as notas para
transitarem.
‘Já pude presenciar vários casos de corrupção ate mesmo envolvendo minhas colegas, uma
vez o nosso professor de física chamou a nossa colega para falar a sós porque tinha uma
média baixa, daí disse a ela que devia organizar um valor de 1000,00mts para lhe levar para
o exame.’’
E por outro lado um professor A que concedeu a entrevista em anonimato, afirmou que:
‘’Não só pode se apontar o dedo ao professor, pois existem alunos e encarregados que vem
para aliciar o professor com elevadas somas de dinheiro e pela ganância de alguns
professores acabam caindo nessas práticas’’
41
Tabela 1: Resultados das entrevistas aos professores
Orde
m Questões Respostas %
1 Sabe o que é corrupção? Sim 100%
Já presenciou algum caso de
corrupção na escola em que
2 trabalha? Sim (3) 20%
Não (12) 80%
Alguns estudos realizados pela CIP
3 demonstram grande Concorda (11) 73,3%
envolvimento dos professores nas
praticas corruptas. Concorda? Não concorda (2) 13,3%
Ainda não teve acesso
ao
Estudo (1) 6,7%
Não concorda e nem
Desacorda (1) 6,7%
87,5%
Baixos salários (13)
Em que fase do ano tem-se
5 verificado a oportunidade No fim do ano (6) 40%
corrupção? No inicio e no fim (5) 33%
Durante todo ano
lectivo (4) 27%
6 Quais são os meios de troca de Dinheiro;
favores usados no sector educação Favores sexuais;
42
do Distrito KaMaxakeni? (15)
100%
Os professores têm incentivo para
7 que esses actos Sim (5) 33%
não se verifiquem? Não (10) 67%
Com base nos resultados recolhidos aquando das entrevistas, a pesquisa apurou o seguinte:
A autora diante os resultados obtidos na questão acima (vide a tabela), compreende que a
corrupcção realmente existe na educação e os intervenientes directos são os maiores
promotores desse mal que tem afectado duma forma directa a Administração Pública
moçambicana, visto que a demanda de empregos depende exclusivamente da formação obtida
no Sector da Educação.
Na questão 4, 12,5 % dos professores afirmam que os professores se deixam levar pela
ambição de querer uma vida fácil, ganância pelo dinheiro e pelos bens materiais, e muitos
deles afirmam ainda que há falta de ética profissional na vida profissional de alguns
professores e 87,5% dos professores afirmam que o que os move a praticar a corrupção são
os salários baixos auferidos na função publica.
Por conseguinte para a autora do trabalho, os professores a partir do momento que entram na
formação dos professores são elucidados sobre os salários que vão auferir no decorrer do seu
43
trabalho, logo alegar que o baixo salário motiva-os a práticas corrutas estaríamos diante de
uma justificação banal. Em todos sectores da função publica mesmo com bons salários tem-se
verificado esses actos de corrupção, portanto não se pode justificar a corrupção por conta dos
salários auferidos e por outra os profissionais antes de mais são chamados a consciência para
que pautem pela ética e deontologia profissional, sejam o exemplo para os futuros
profissionais pois são eles o reflexo dos alunos que num dado momento estão a procura de
adquirir um certo conhecimento.
Tem se verificado que muitos professores com base nos resultados das entrevistas procuram
ter uma vida boa, tirando proveito dos encarregados de educação e dos alunos em troca de
favores diversos o que é antiético. Por outro lado as condições de trabalho, a demora na
tramitação dos processos para mudança de carreira e o atraso no processo de pagamento de
horas extras acaba envolvendo os professores em actos ilícitos pelo custo de vida.
Em relação a questão 5, 40 % dos professores afirmam que tem havido maior incidência de
casos de corrupção no fim do ano lectivo, 33% dos professores afirmam que tem havido
muitos casos no fim e no inicio e por fim 27% afirma que durante todo ano lectivo.
Diante destes resultados obtidos em relação com a questão acima citada a autora indo mais a
fundo apurou que o inicio do ano lectivo e o fim do ano lectivo tem havido maior incidência
para que casos de corrupção se verifiquem, pois no inicio todos intervenientes deste sector
tem se metidos em actos ilegais a partir de venda de vagas para os alunos que demoram fazer
matricula e tem mais incidência para os iniciantes nesse caso a primeira classe, oitava classe e
decima primeira classe onde os pais se veem encurralados e acabam sendo aliciados a
comprar vagas para não verem seus filhos afastados das escolas e temos o caso do
favoritismo onde se verifica a distribuição de vagas para um certo grupo de professores,
directores e funcionários da secretaria na qual ira favorecer seus familiares, amigos,
conhecidos e ate mesmo para o comercio das vagas, visto que por lei é proibida a venda de
vagas.
No fim do ano lectivo tem também se verificado por parte dos estudantes e professores a
maior preocupação para a compra de notas para passagem de classe e ate mesmo para a
admissão para o exame, alguns professores e alunos não se esforçam durante o ano na
expectativa de aliciarem uns aos outros.
44
Nota-se que existem professores que não se dedicam em dar aulas, pois o final do ano é a
época em que há mais aflição (bolsos cheios), com mais incidência para o ensino secundário
pode se notar que no termino do ciclo secundário os estudantes tem dificuldades para
concorrer nas vagas para o ensino superior nas instituições publicas pelo não domínio da
matéria dada durante o seu percurso de escolaridade no ensino secundário e muitos deles
acabam entrando em escolas em que não é imperiosa passar por um exame de admissão. De
referir que também esses casos de compra de notas em alguns casos são recorrentes e
decorrem a todo o momento para que os alunos a fim de todos semestres se vejam a pagar
pelas notas.
Relativamente à questão 6, 100% dos professores foram unanimes em afirmar que os meios
de troca nos actos de corrupção são o dinheiro e favores sexuais.
A partir dos dados obtidos pela autora verifica que os professores trocam notas pelo dinheiro
e em alguns casos assedio sexual onde os professores usam o sexo para atribuir notas e esse
sistema é virada para as meninas. Os professores intimidam e ameaçam suas alunas para fazer
com que lhes prestem favores sexuais em troca de passagem de ano e em determinados casos
acontece quando a aluna se mostra sem dinheiro para dar o seu professor e se ela recusa
acaba mesmo por chumbar de classe e algumas optam por mudar de escola.
Tem casos de alunas que aceitam abertamente e elas é que sugerem aos professores as
modalidades de pagamento e a intenção é mesmo a melhoria nas suas notas e alguns
professores alegam que as alunas se vestem mal o que leva eles a terem desejos por elas.
Na questão 7, 67% dos professores afirmaram que não há incentivo para a não prática de
corrupção e 33% afirmaram que há incentivos.
Para a autora do trabalho das respostas obtidas fica claro que não existe incentivo para que os
actos de corrupcção não se verifiquem neste sector, existem professores que trabalham
24h/dia e não são remunerados pelas horas extras. O próprio governo reconhece que os
profissionais da educação fazem parte de um dos sectores mal pagos, os profissionais
procuram se meter em actos ilícitos em troca de uma vida favorável de mínimas condições e
por vezes há demora para o processamento de salários o que faz com que alguns procurem
trabalhos para as horas extras. E indo mais adiante chegou à conclusão de que o aumento dos
salários não ira diminuir os casos de corrupção, pois já constitui vício para alguns deles.
45
Para a autora deste trabalho, consolidando as respostas trázidas pelos professores percebe-se
que a corrupção tem trazido males para a sociedade e acima de tudo para a Administração
Pública Moçambicana, pois, ela trás implicações na qualidade do ensino e aspirações de
desenvolvimento do país, com isso, cria barreiras para que as crianças, raparigas, jovens e os
pobres não tenham habilidades e conhecimentos suficientes que os permita contribuir
significativamente para economia país.
Quando se condiciona a aprovação do estudante como forma de coagi-lo a dar algum valor ou
bens ate mesmo favores para o seu êxito, fica claro, dizer que a função do professor não é de
ensinar, mas sim, escandalizar as avaliações.
Os valores éticos, a solidariedade foram esquecidos. O elevado custo de vida faz com que
cada um procure maneiras adicionais das capacidades do salário e assim cada um abusa do
seu poder na função e tráfico de influências acompanham as práticas não eticas dos
funcionários no sector da educação em Moçambique.
Segundo se apurou, parte dos professores fazem avaliações um autêntico terror como forma
de conseguir um fraco aproveitamento dos alunos e pressionam a procura-los. É nesse âmbito
que os professores induzem os alunos a corrupção sexual, cobranças de dinheiro e outros
favores em troca de notas positivas.
‘’Há professores aqui, que fazem coisas particulares com os alunos em troca de dinheiro
quando tiramos negativas eles dizem que nos as meninas devemos lhes procurar para falar a
sós’’.
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‘’Nos os finalistas somos os mais cobrados e os valores variam de 500 mts à 1500 mts
dependendo da situação que cada um leva…’’.
Percebe-se que os professores já têm os valores fixados para que cada aluno mediante a sua
situação possa fazer o devido pagamento e pelas respostas concedidas, percebe-se que a
corrupção esta virada para as raparigas visto que são as mais destacadas ao longo da presente
pesquisa.
Os rapazes não tem se envolvido muito nos actos de corrupção e as professoras tem se
mantido distantes para qualquer tipo de amizades para com seus alunos.
Diante a este comentário fica claro que alguns professores criam barreiras para comprometer
a passagem de classe dos seus alunos e esse dilema é vivido no ensino secundário e mais
adiante.
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Baixo salário (3) 14%
Com base nos resultados recolhidos aquando das entrevistas, a pesquisa apurou-se o seguinte:
Com base nas respostas a autora confirma que existe Corrupção na Educação.
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Relativamente a questão 3, onde a autora procurou saber dos estudantes quais são os factores
que levam a essas práticas de corrupção 86% deles apontaram vários factores dentre eles
Ambição, injustiça e ganância dos professores, falta de ética e moral, escassez de vagas, falta
de desempenho dos alunos fraco sistema de educação, abuso do poder, faltas constantes que
originam em ppf, entre outros e 14% apontam para baixos salários dos professores.
A autora diante dos resultados obtidos a partir dos professores e alunos fica claro que os
factores são demasiados extensivos, existem alunos que não se esforçam na expectativa de
pagar algum dinheiro ou mesmo por saber que se envolvem com professores, sendo assim
tem uma garantia de passagem de classe e em alguns casos os professores aquando do fraco
aproveitamento escolar dos seus alunos tiram algum proveito neles de modo a tirar alguma
vantagem pessoal usando como solução desse problema o “dinheiro”.
Os baixos salários tem deixado esse sector insatisfeito em relação aos salários auferidos no
sistema público e principalmente neste sector, as condições de trabalho (turmas numerosas) o
que torna muito difícil o bom aproveitamento de alguns alunos em especial os do ensino
primário onde o professor não consegue dar conta de todos os alunos em uma única aula por
ser muitos.
Relativamente à questão 4, 59% afirma que os casos de corrupção tem mais incidência no fim
do ano, 18% afirmou que durante todo ano há casos, 18% afirmam que no inicio e no fim do
ano há mais casos e 5% afirmaram que só no inicio do ano.
De acordo com a autora, chega a conclusão que o fim do ano lectivo tem mas incidência para
corrupção segundo dados apurados das respostas dos professores e alunos. Os alunos bem
como os encarregados que pretendem o melhor para seus filhos, vêem as suas ambições
frustradas. Os pais fazem de tudo para pagar a passagem de classe de modo a seu filho não
perder uma vaga no ano seguinte.
Relativamente à questão 5, 100% dos alunos foram unanimes em afirmar que os meios de
troca são o dinheiro e assédio sexual.
Para a autora do trabalho, percebe que o pagamento por via sexual é muito preocupante do
ponto de vista ético, pois perverte a relação professor-aluno confiado a seus cuidados.
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Por outro lado temos alunos que preferem mesmo pagar pela passagem de classe até mesmo
sem conhecimento dos seus pais, os mesmos submetem-se a corrupção duma forma fácil
achando que pagar é à saída dos seus problemas deste modo alinham na corrupção.
Relativamente à questão 6, 55% dos alunos não conhecem o orgão para efetuar denúncias
para casos de corrupção e 45% dos alunos conhece.
Com base nas respostas a autora apurou que precisa se fazer cada vez mais a divulgação de
plataformas que possa abranger todas as idades para efectuar denúncias desses casos ilícitos,
deve haver campanhas de sensibilização para toda sociedade no geral de modo a se combater
a corrupção pela raiz. A corrupção trás consequências desastrosas quando interfere no
desenvolvimento de atitudes e valores relacionados com a justiça e cidadania.
2.3. Resultados das questões dirigidas a 2 Directores sendo 1 de uma Escola Primária
e outro de uma Escola Secundária no Distrito Municipal KaMaxakeni
O director de uma escola tem como função zelar pelo funcionamento da sua escola, sendo sua
área de actuação tanto administrativa quanto pedagógica. Assim ele é o responsável por fazer
o planeamento estratégico da instituição, delegar, fiscalizar as acções para que tudo saia
conforme dita o plano.
‘’sim, existe corrupção na educação, mas na instituição em que trabalho desde a minha
entrada nunca tivemos denúncias de casos relacionados com corrupção.’’
Por outro lado o director da Escola Secundária foi menos claro ao afirmar que:
‘’Existe corrupção na educação e tem muitos casos, na escola em que trabalho é possível
que haja, mas as pessoas não denúnciam.”
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Com as respostas obtidas através dos directores podemos afirmar que a corrupção existe nas
escolas, mas em algum momento as pessoas tem medo de efectuar denúncias e ao mesmo
tempo alimentam a corrupção razão estas são raros casos em que as pessoas denúnciam.
Aquando das respostas também à autora pode confirmar que existem directores envolvidos
em esquemas de corrupção, visto que até fornecem vagas para seus próximos devidos as suas
facilidades, os desvios de fundos das escolas que por vezes são arrecadados para construição
e melhoramento dos edifícios, a venda de livros de atribuição gratuíta, entre outros.
Perguntado sobre o que tem levado as pessoas a praticarem os actos de corrupção o director
da Escola Primária firmou que:
“pelas informações que tem se tem visto nas Mídias são mais notórios os casos em escolas
que lecionam o ensino secundário e ensino técnico/superior, na qual os estudantes menos
aplicados procuram os professores para corrompê-los para ter boas notas em troca de
dinheiro, bens e assédio sexual.”
“Muitos professores não levam consigo a atitude ética no seu local de trabalho, a emoção
tem tomado dianteira no seu percurso, não tem amor pelo trabalho, apenas procuram
satisfazer as suas necessidades e caprichos.”
A autora do trabalho apurou junto das respostas dos alunos, professores e dos directores que a
moral e a ética é uma obra indispensável para a sociedade no geral, pois a corrupção não só
vive nos professores mas também na sociedade. É importante que essa causa seja também
abraçada por toda sociedade civil.
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instauração de processos disciplinares e acautelam os professores para não praticarem esses
actos, pois além de denigrir a imagem dos professores também denigri a imagem da escola e
de todo sector da educação e as escolas criaram núcleos de combate à corrupção nas escolas
devido aos casos recorrentes nos anos anteriores.
A autora do trabalho nas investigações no campo de estudo notou que nem todas as escolas
do Distrito Municipal KaMaxakeni tem um núcleo de combate a corrupção o que tem
dificultado as denúncias e tem casos de pessoas que querem efectuar denúncias em
anonimato mas não tem uma linha telefónica disponibilizada para o efeito.
Em entrevistas feitas pela autora para Inspectora do Gabinete Anti-corrupção pode se apurar
que, a corrupção no Sector em estudo tem vários focos dentre eles:
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Para acabar com este mal que afecta a Administração Pública Moçambicana o MINEDH
(Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano) assinou um memorando de
entendimento com a PGR (Procuradoria Geral da República) em 2014, cujo o objecto é
estabelecer formas de colaboração e coordenação inter-instituicional, com vista a implantar
nas instituições de ensino público, núcleos anti- corrupção que previnam e combatam a
corrupção.
Os núcleos criados tem o dever de canalizar todos actos de corrupção ao Ministério público,
ele que é responsável pela criação de cartazes para sensibilização da não pratica de actos de
corrupção, ministram palestras e redações e convidam aos intervenientes directos da
educação a optarem pela denúncia de casos a partir da linha telefónica disponibilizada.
O serviço da inspeção e fiscalização não é responsável pela punição dos infratores e nem de
sancionar os mesmos.
53
CAPÍTULO III
Da análise de dados fica claro que a corrupção é uma realidade no Sector da Educação e que
deve ser combatida. O governo de Moçambique com vista a desencorajar a prática de
corrupcao tem estado a produzir vários intrumentos persuasivos com vista a prevenir e
combater a corrupção no sector público, no geral e na educação em particular.
Em 2004 o governo adaptou a lei Anti-corrupção (lei n 6/2004, de 17 de Junho), que tem por
objecto combater aos crimes de corrupção e participação económica ilícita. A lei introduz os
mecanismos complementares de combate a corrupção. E com base na lei, criou o Gabinete
Central de Combate a Corrupção (GCCC).
Outrosim, o governo adoptou outras medidas de combate a corrupção, tais como a Estratégia
Anti-corrupção (2006-2010); a LEI n°.14/2007 que cria o Gabinete de Informação
Financeira de Moçambique (GIFIM); e criou uma Agencia Nacional Anti-Corrupção tal
como o Fórum Nacional Anti-Corrupção (FNAC). Segundo o Centro de Integridade Publica
(CIP), a pequena corrupção ocorre ao nível da implementação de políticas onde os
funcionários públicos se encontram directamente com o público. (CIP, 2009: pag12).
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CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
4. Conclusão
Como jeito de conclusão, importa referir que embora o Distrito Municipal KaMaxakeni tenha
conhecimento dos mecanismos de combate as práticas de corrupção, ainda existem
funcionários que não mostram desejo de abandonar este mal.
Com base nas entrevistas cedidas percebe-se que o que leva a práticas de corrupção é a falta
de incentivo por parte dos trabalhadores, os magros salários da função pública, o fraco
desempenho dos estudantes para com as matérias e ainda o oportunismo por parte dos
funcionários e professores e aderência a práticas de corrupção por parte dos encarregados de
educação.
Na perspectiva dos incentivos percebe-se que o Ministério da Educação ainda não oferece
melhores salários de modo a desencorajar a corrupção neste sector, não existem condições
feitas para que os professores não se envolvam facilmente nos subornos oferecidos pelos
terceiros.
E ainda mais o serviço de inspeção deve ser extensiva, verificou-se nas escolas falta de
departamentos para efectuar denúncias, o que dificulta os alunos a procederem e porque em
alguns casos elas não surtem nenhum efeito perante o infractor.
A falta da ética e da moral também acaba sendo um dos motivos para que os actos
relacionados à corrupção fluam num sentido negativo, pois um professor não orientado por
uma boa conduta não tem sentimento acima do mal que tem causado para os seus alunos e
para a sociedade no geral. Eles somente estão à procura da sua satisfação e também por outro
lado os alunos perante a uma nota na qual não se esforçou para ter, fica satisfeito o que faz
com que este sector acabe mergulhado inteiramente na corrupção.
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Com o que foi exposto acima fica aprovada a primeira hipótese que foi levantada que nos
apresenta que:
H2: A qualidade de ensino nas escolas do Distrito Municipal KaMaxakeni esta relacionado
com o ambiente do trabalho e os salários que auferem os profissionais da educação.
5. Recomendações
A luz dos resultados e conclusões retiradas do estudo, este trabalho pode ser considerado
como uma análise preliminar, diante da relevância do tema para os debates académicos, visto
que ainda precisa de uma análise profunda no que diz respeito à corrupção no sector da
Educação.
Aos Directores:
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Aos Alunos:
A Inspencção:
Aos Professores:
De um modo geral, sugere-se que se implemente no Secror da Educação, leis efectivas para a
transparência e responsabilização dos infractores ao nível do Sector da Educação do Distrito
KaMaxakeni e o melhoramento do salario do professor.
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6. Referências Bibliográficas
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Documentos oficiais
Mecanismo de Revisão de pares 2009/2010 Relatório de Revisão do País, Capitulo Três,
Relatório nº 11.
República de Moçambique. Plano de Acção Para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA
II), (2006-2009). Moçambique, Maputo.
Proposta Da Estratégia Anti-corrupção. (2006-2010). Moçambique. Maputo.
Guião do professor 2020.
Legislação consultada
60
Apêndice
61
Apêndice 1
Guião de perguntas
Professores
62
Apêndice 2
Guião de perguntas
Estudantes
63
Apêndice 3
Guião de perguntas
64
Apêndice 4
Guião de perguntas
Gabinete Anti-Corrupção
65