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Índice
Declaração.............................................................................................................................. vi
Dedicatória ............................................................................................................................vii
Agradecimentos ...................................................................................................................viii
Resumo .................................................................................................................................. xi
Abstract .................................................................................................................................xii
Tabela no 4 – Relação dos funcionários entrevistados por tempo de serviço na AMME. .... 24
5.2. Sugestões........................................................................................................................ 38
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Referências Bibliográficas .................................................................................................... 39
Apêndice ............................................................................................................................... 41
Anexos .................................................................................................................................. 46
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Declaração
Declaro que esta Monografia Científica é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
_____________________________
(Maria Bernardete Sunde Miguel)
Supervisor
_____________________________
(MBA Pompílio Soares)
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Dedicatória
O presente trabalho dedico aos meus pais, Bernardo Aviso Miguel e Calácia Sunde Sunde,
pelo carinho e força que sempre proporcionaram-me estímulos para terminar o meu curso.
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Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço Deus, pelo dom da vida, por permitir que tal sonho esteja preste a
concretizar-se. Aos meus pais, Bernardo Aviso Miguel e Calácia Sunde Sunde, pelo apoio
incondicional que estes propuseram-me, no decurso dos meus estudos.
Aos meus irmãos, Inocêncio Sunde Miguel, Inácio Sunde Miguel, Maria do Céu Sunde
Miguel, Bernardino Hélder Sunde Miguel, Octávio Sunde Miguel, Miguel Bernardo Aviso
Miguel, Delfina Bernardo Aviso Miguel e Geraldo Bernardo, pelo carinho, dedicação e
atenção.
Aos meus tios, tias, primos, primas, sobrinhos, sobrinhas e aos de mais familiares.
Aos docentes do meu curso, em especial ao meu supervisor MBA Pompílio Soares, que
acompanhou carinhosamente a produção do trabalho.
Por fim, agradeço todos os meus amigos, colegas do trabalho e do curso, em especial ao meu
colega Barie Andrade, pela atenção e paciência em explicar-me alguns conteúdos temáticos.
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Lista de Abreviaturas
FAWEMO - Forum for african women educationalists (em portugues: Fórum para educadores
de mulheres africanas
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Lista de Tabelas
Tabela 8) Razões que levam as empresas a não canalizarem os valores ao INSS. .................. 27
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Resumo
Esta pesquisa tem como tema, A Contribuição da AMME no Pagamento de Segurança Social
– INSS. Caso da Associação Moçambicana Mulher e Educação, Cidade de Quelimane (2015-
2017). O objectivo principal é de compreender a importância da contribuição feita pela
Associação Moçambicana Mulher e Educação no pagamento de segurança social, no INSS.
Para alcançamos tal objectivo servimo-nos da seguinte pergunta de partida, Qual é a
importância da contribuição feita pela AMME no pagamento de segurança social – INSS na
cidade de Quelimane? Partimos de pressuposto de que a contribuição ou canalização dos
valores descontados nos salários dos funcionários feita pelas empresas ao Instituto Nacional
de Segurança Social é algo de extrema importância na medida em que forma uma reserva e
garantia financeira para os funcionários lidarem com situações futuras, como a chegada da
aposentadoria ou a realização de um projecto de vida. Por esta razão, a previdência social é
aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela funciona como um
seguro controlado pelo governo, garantindo que o trabalhador continue a receber uma renda
quando se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de gravidez, acidente
ou doença. Em termos metodológicos, trata-se de uma abordagem qualitativa, porque
procuramos fornecer maior compreensão do problema levantado. No que tange aos objectivos
da pesquisa, trata-se de um estudo exploratório, dado que as informações numa primeira fase,
exploramos nas referências bibliográficas e posteriormente no estudo de caso. Quanto aos
procedimentos trata-se de uma pesquisa bibliográfica e estudo de acaso. A população que
participou no estudo, são os funcionários da Associação da Moçambicana Mulher e Educação
na cidade de Quelimane, em um número de 20 funcionários. Com este estudo concluiu-se que
a AMME já fez a inscrição de todos seus trabalhadores no INSS. E constatamos que o que
leva as empresas a não canalizarem ao INSS os valores descontados nos salários dos
funcionários tem sido a falência das mesmas e a falta de honestidade, a má fé e mau
funcionamento administrativo. Assim, como consequências da não canalização dos valores
das empresas ao INSS, os funcionários participante no estudo, apontaram que as
consequências são dentre outras: prejuízo por parte dos funcionários e seus agregados
familiares. Apontam ainda a multa que a empresa pode sofrer. O trabalho termina sugerindo
que a AMME passe cada vez mais a contribuir ao INSS no seu devido tempo, pois é o meio
seguro para as famílias usufruírem os seus valores após a reforma ou morte e que o INSS crie
medidas que impulsione as empresas a canalizarem os valores que descontam nos salários dos
seus trabalhadores.
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Abstract
This monograph has as its theme, The Contribution of Associations to the Payment of Social
Security - INSS. Case of the AMME – Mozambican Women and Education Association, City
of Quelimane (2015-2017). The main objective is to understand the importance of the
contribution made by the Mozambican Women and Education Association in the payment of
social security, in the INSS. In order to achieve this objective, we ask ourselves the following
question: What is the importance of the contribution made by the Mozambican Women and
Education Association in the payment of social security - INSS in the city of Quelimane? We
start from the assumption that the contribution or channeling of the discounted amounts in the
salaries of the employees made by the companies to the National Institute of Social Security
is of extreme importance insofar as it forms a reserve and financial guarantee for the
employees to deal with future situations, such as the arrival of retirement or the realization of
a life project. For this reason, the social security is that referring to the benefit paid by the
INSS to the workers. It works as a government-controlled insurance, ensuring that the worker
continues to receive income when he retires, but also does not remain helpless in case of
pregnancy, accident or illness. In methodological terms, this is a qualitative approach, because
we try to provide a better understanding of the problem raised. Regarding the objectives of the
research, it is an exploratory study, since the information in a first phase, we explore in the
bibliographical references and later in the case study. As for the procedures, this is a
bibliographical research and a study of chance. The population that participated in the study,
are the employees of the Association of Mozambican Women and Education in the city of
Quelimane, in a number of 20 employees. With this study it was concluded that the AMME
has already registered all its workers in the INSS. And we find that what leads companies to
not channel to the INSS the values discounted in the salaries of employees has been their
bankruptcy and lack of honesty, bad faith and administrative malfunction. Thus, as a
consequence of the non-channeling of corporate values to the INSS, the employees
participating in the study, pointed out that the consequences are, among others: loss by
employees and their households. They also point out the fine that the company may suffer.
The work ends up suggesting that the AMME increasingly contribute to the INSS in due
course, since it is the safe way for families to enjoy their values after retirement or death and
that INSS creates measures that encourage companies to channel the values that deduct the
wages of their workers.
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
A contribuição do sistema de segurança social é uma taxa existente em vários países, em que
cada pessoa ou empresa é obrigada a deduzir uma certa percentagem de sua renda média para
o governo. Esta percentagem pode variar de acordo com a renda média anual, ou pode ser fixa
em uma dada percentagem.
É sobre esses argumentos que a presente monografia aborda o seguinte tema: A Contribuição
da AMME no Pagamento de Segurança Social – INSS, na Cidade de Quelimane (2015-
2017). O objectivo principal é de compreender as razões que contribuem para a não
contribuição das empresas privadas no pagamento de segurança social.
Podemos dizer que um trabalhador que é descontado certa cota do seu vencimento mensal,
pode ser concebido como uma pessoa previdente. Na linguagem popular, uma pessoa
previdente é aquela que se prepara com antecedência. No mundo financeiro, vale o mesmo: ao
investir na previdência, a pessoa contribui com uma quantia mensal por um determinado
período e, ao término desse período, ela contará com um montante para usufruir da forma que
desejar.
Entretanto, a ideia é formar uma reserva financeira para lidar com situações futuras, como a
chegada da aposentadoria ou a realização de um projecto de vida. Por esta razão, a
previdência social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela
funciona como um seguro controlado pelo governo, garantindo que o trabalhador continue a
receber uma renda quando se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de
gravidez, acidente ou doença.
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Todavia, é pertinente frisar que o Instituto Nacional de Segurança Social garante tais
benefícios quando as empresas fazem a canalização dos descontos dos seus funcionários,
honrando desta feita, o vinculo estabelecido com a INSS.
Quanto à estrutura, esta monografia é composta por cinco (5) capítulos distintos, sendo que o
primeiro trata sobre a contextualização, onde expomos os seguintes elementos: introdução,
problematização, objectivos, justificava, perguntas de pesquisa e delimitação de estudo.
O segundo capítulo versa sobre a fundamentação teórica, onde reunimos os conteúdos sobre o
assunto tratado sob ponto de vista de vários autores. Importa aludir que deixamos sempre que
possível as nossas constatações como pesquisadores.
O quarto capítulo trata sobre a apresentação, análise e discussão dos resultados, fase em que
expomos as informações fornecidas pelos entrevistados, neste caso, pelos funcionários da
Associação Moçambicana Mulher e Educação. Como forma de dar mais sustento as essas
informações buscando em algumas vezes as ideias de alguns autores que tratam sobre o
assunto, sem deixar de lado, as nossas constatações.
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1.2. Problematização
Quando a AMME não contribuem no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) com os
descontos feitos nos seus trabalhadores, colocam em risco de não reembolso dos valores dos
mesmos trabalhadores. Por isso, é imperioso que as empresas reflectem e honrem com os seus
compromissos, contribuindo deste modo com os valores no INSS a tempo acordado.
A AMME devem sempre levar em conta essa reflexão, para que não “denigram” a sua
imagem. Assim, se o não pagamento da empresa estiver aliado ao desconhecimento dos
procedimentos legais por partes dos funcionários afectos no Departamento de Administração
e Finanças (DAF), pode-se destituir esses por outros competentes. Em outros moldes,
podemos dizer que deve se reflectir sobre o porquê da não contribuição, como forma de sanar
essa problemática nas empresas privadas do nosso país.
Para o efeito não serão abordados nesta pesquisa, aspectos relacionados as actividades
realizadas na Associação Moçambicana Mulher e Educação, somente nos restringiremos na
contribuição que esta instituição exerce sobre o Instituto Nacional de Segurança Social
(INSS). Assim, urge a necessidade de colocar a seguinte questão de partida:
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1.3. Objectivos
1.5. Justificativa
Ao nível académico, abordamos esta temática com intuito de despertar atenção aos demais
pesquisadores sobre a pertinência do tema, no que concerne a contribuição das empresas na
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segurança social ao Instituto Nacional de Segurança Social. Pois, fica mais evidente que
quando as empresas pautam na não contribuição dos valores descontados nos salários,
prejudicam consequentemente os seus funcionários e seus dependentes, uma vez que eles não
terão acesso ao reembolso dos valores por parte da INSS.
De igual modo, apelamos a sociedade em geral, com mais incidência nos trabalhadores a
pautar pela criação do vínculo com o Instituto Nacional de Segurança Social, contribuindo
com uma taxa mensal, de modo a garantir sua sustentabilidade no futuro.
Esta pesquisa delimita-se em três vertentes: tempo, temática e espaço. No que diz respeito ao
tempo esta pesquisa abarca o intervalo de 2015 a 2017. Acreditamos que através desta
delimitação teremos dados ou informações mais recentes e convenientes a presente
abordagem.
1.7. Limitações
Em qualquer trabalho de pesquisa sempre nos deparamos com algumas limitações, este não
seria diferente. Deparamo-nos com falta de alguns livros, limitações por parte de alguns
funcionários da AMME. Assim, o respeito pelas pessoas garante que elas sejam tratadas com
respeito e dignidade de modo a não ferir sua sensibilidade.
Nesta pesquisa não foram apresentadas as Demostrações Financeiras da mesma, dado que não
fazem parte integrante desta pesquisa. Os funcionários participantes no estudo,
antecipadamente informados sobre a entrevista e no momento do fornecimento de
infirmações, tivemos em conta o elemento “sigilo”, com intuito de não expor os entrevistados.
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Introdução
Como forma de expor melhor os conteúdos, apresentamos em duas fases, sendo que a
primeira fase intitulamos de quadro conceptual, onde definimos os conceitos chaves da
presente abordagem. E a segunda fase, de quadro teórico, constando os conteúdos mais
complexos.
Segundo Ibrahim, (2010), "quando os constituintes tratam da seguridade social dentro das
disposições da ordem social, visavam a ampliação e democratização do acesso da população à
saúde, à previdência social e à assistência social" ( p.5).
Torna-se imperioso compreender que nesse tripé, cuja implementação deveria envolver
iniciativas dos poderes públicos e da sociedade, os constituintes depositaram suas esperanças
de maior justiça social, bem-estar e melhoria da qualidade de vida. O postulado fundamental
da solidariedade social transparece como baliza para o sistema de seguridade social,
rompendo definitivamente com a lógica económica do seguro privado, ou seja, a rígida
correlação entre prémio e benefício.
Nesta definição de Martins (2003), podemos aludir que todo sistema de segurança social não
tem outra finalidade, a não ser, proteger todos os integrados, ou seja, todos que possuem
vínculos com mesmo sistema. De modo geral, os sistemas de segurança social olham mais na
posição futura do integrante, de modo a garantir-lhe uma vida condigna.
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2.1.1.2. Segurados
De acordo com Sagaz (2006), “segurados são as pessoas físicas que contribuem para a
previdência social, através de remuneração percebida em empresa ou recolhimento por mio da
guia própria da previdência social, vinculando-se assim ao Regime Geral” (p.28).
Conforme Castro & Lazzari (2010), segurados obrigatórios são aquelas pessoas que
contribuem compulsoriamente para a seguridade social, com direito aos benefícios
pecuniários previstos para a sua categoria (aposentadorias, pensões, auxílios, salário-família e
salário-maternidade) e aos serviços (reabilitação profissional e serviço social) a encargo da
previdência social.
Já os facultativos são aqueles que, não possuindo regime próprio de previdência, nem se
enquadrando na condição de segurados obrigatórios do regime geral, resolvem contribuir
facultativamente para fazer jus a benefícios e serviços.
Embora seja uma espécie de seguridade social, a previdência é mais complexa, pois é
contribuitiva e somente com a contribuição resultará em benefícios para o cidadão. Castro &
Lazzari (2010) ensinam que é medida de prudência evitar que infortúnios da vida possam
interromper ou reduzir seus meios de subsistência e de sua família. Para tanto, deve (o
trabalhador), de alguma forma ter garantido no futuro um rendimento mínimo para suas
necessidades básicas.
Podemos apontar que o termo previdência significa precaução, prevenção. Quem se previne,
antecipa-se às contingências futuras, acautelando-se quanto aos danos possivelmente
decorrentes dela. Aquele que age de forma previdente antecipa-se às contingências futuras e
acautela-se quanto aos danos que possam ser gerados por elas.
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A previdência social é conquista consagrada com o advento das constituições sociais e
consolidada a partir da implantação do Estado social. Manifesta-se como um direito
fundamental social que assegura aos seus beneficiários, mediante pagamento de
determinada contribuição, os meios indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos
familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente, através
de certos benefícios como, por exemplo, as aposentadorias, os auxílios doença ou
acidente ou reclusão, os salários maternidade ou família e a pensão por morte (p.96).
Entretanto, dizer que a previdência social é contributiva significa dizer que só recebe os
benefícios prestados pela previdência social, quem com ela contribuir, na forma da lei e
qualquer mudança também só poderá ocorrer mediante a lei.
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E, por fim, a entidade empregadora deve mencionar na folha de remunerações e em todos os
documentos relacionados com a segurança social obrigatória o seu número de contribuinte.
O boletim deve ser preenchido pelo trabalhador, competindo à entidade empregadora o seu
envio ao INSS, devidamente preenchido, no prazo não superior a 30 dias a contar da data da
vinculação contratual. E, sem prejuízo do disposto no número anterior, poderá o boletim de
identificação ser entregue directamente no INSS pelo próprio trabalhador.
Consta ainda que o INSS pode proceder à inscrição oficiosa dos trabalhadores, desde que
disponha dos elementos indispensáveis, sem prejuízo das penalidades aplicáveis. Assim, o
INSS atribui um número de beneficiário no prazo não superior a 30 dias contados a partir da
data de inscrição no sistema. E, finalmente, a inscrição do trabalhador reporta-se ao início do
mês a que se refere a primeira contribuição devida em seu nome.
Nada angustia mais o trabalhador do que a incerteza sobre o amanhã. O cidadão quer saber se
terá emprego para sustentar a si a sua família e se terá protecção contra acidentes ou doenças
que possam comprometer a sua capacidade de trabalho. Sonha também que depois, de uma
longa vida de trabalho, possa desfrutar de uma condição financeira que lhe possibilite uma
vida digna e tranquilidade até o final de seus dias.
A criação de uma rede de protecção ao trabalhador tem sido, ao longo do tempo, uma das
preocupações essenciais do Estado. O sistema previdenciário é um dos principais elementos
dessa rede de protecção, responsável, em grande medida, pela estabilidade social.
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Autores como Azevedo (2001) sustentam que “o sistema previdenciário procura proteger o
trabalhador contra os riscos inerentes à actividade produtiva” (p.34). Quando um acidente ou
doença impede o trabalhador, mesmo que temporariamente, de exercer sua actividade, é
preciso que existam mecanismos que assegurem a sua sobrevivência e a de seus dependentes.
Se esse infortúnio o incapacita permanentemente de trabalhar, o cidadão precisa ter a certeza
de que disporá de uma renda que lhe permita sobreviver. Necessita também ter a garantia da
sociedade de que, no caso de sua morte, os seus dependentes ficarão amparados. Para essas
hipóteses, inclusive de trabalho, de invalidez e de pensão por morte. O sistema prevê também
a aposentadoria, que o trabalhador terá direito ao final de sua vida de trabalho.
D acordo com Araújo (2015), o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) compreende as
seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente de
trabalho, expressas em benefícios e serviços:
a) Quanto ao segurado:
• Aposentadoria por invalidez – uma vez cumprida a carência exigida, quando for o
caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de
actividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa
condição.
De outra forma, podemos dizer que a aposentadoria por invalidez consiste em um benefício
de natureza previdenciária devido ao segurado que for considerado totalmente incapaz e
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insusceptível de recuperação para o exercício de actividades laborais que lhe garanta a sua
subsistência.
Assim, este conceito na presente pesquisa sustenta a grande importância advinda dos sistemas
de segurança social. Pois, todos aqueles que têm vínculo com o Instituto Nacional de
Segurança Social esperam futuramente usufruir dos valores que passaram apagar durante o
tempo em que se encontravam em capacidades de actividades laborais.
• Aposentadoria por idade – a aposentadoria por idade dos trabalhadores urbanos será
devida aos 65anos de idade, se homem, e aos 60 anos de idade, se mulher, com
exigência de 15 anos de contribuição (Araújo, 2015).
Este tipo de prestação social pode ser confundido com a aposentadoria por invalidez, por em
alguns casos coincidir a factor ‘idade’. Todavia, existe traço bastante característico entre os
mesmos, pois na aposentadoria por invalidez a pessoa se encontra impossibilitada, já na
aposentadoria por idade, a pessoa pode não se encontrar impossibilitada, mas a sua idade é
factor condicional.
O autor salienta ainda que em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante atestado
médico, pessoa que se encontra nessa condição, que é a segurada terá direito ao salário-
maternidade correspondente a duas semanas. Todavia, existe outra concepção segundo a qual
a segurada que possui vínculo empregatício recebe o salário maternidade por meio da
empresa. Em caso de adopção, o benefício é pago pelo INSS. Para as demais seguradas, o
benefício sempre será pago pelo INSS.
b) Quanto ao dependente:
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A pensão por morte trata-se de uma protecção previdenciária fundamental, que, ao contrário
do seguro de vida vendido pelos bancos e seguradoras, que paga uma prestação maior, mas
única, significa um pagamento mensal e continuado que garante a tranquilidade da família do
falecido.
• Auxílio reclusão – auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por
morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração
da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de
permanência em serviço, desde que o seu salário-de-contribuição o enquadre como
baixa renda.
Sustentando esse tipo de protecção social, Araújo (2015) assevera que é devido auxílio-
reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do
seu efectivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado.
Esse tipo de providência visa a beneficiar tanto ao segundo, quanto a família do segurado.
Assim, a habilitação e a reabilitação profissional serão prestadas directamente pela
previdência social ou através de convénios com entidades públicas ou privadas.
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2.3. Estudo Empírico
Para que o indivíduo faça jus à prestação previdenciária, Castro & Lazarri (2010), diz que é
necessário:
Em consonância, ao que afirmamos acima, Balera (2008) sustenta que uma vez existente o
vínculo jurídico que enquadra o indivíduo como uma das três categorias de segurados
mencionadas, fará jus a ser considerado beneficiário do Regime Geral de Previdência Social -
RGPS, sem prejuízo da cobrança das contribuições de quem inadimpliu, ou seja, o tomador de
serviços.
Por outro lado, é importante compreender que, se o beneficiário atende aos requisitos, embora
não postule a prestação, diz-se que mesmo possui direito adquirido a prestação previdenciária.
Uma vez adquirido este direito, este se torna intangível por norma posterior, devendo ser
concedido o benefício ou prestado o serviço nos termos do regramento existente à época da
aquisição do direito, independente de quando for requerido.
Em relação a este ponto Castro & Lazarri (2010) salientam que “na legislação de seguro
social, há certas situações que autorizam o INSS a deixar de pagar o benefício, suspendendo a
prestação devida” (p.510). Não se deve confundir, contudo, tal situação com a de
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cancelamento do benefício: na suspensão, o benefício teve apenas seu pagamento sustado; no
cancelamento, dá-se a extinção da obrigação de pagamento pelo INSS ao beneficiário.
Para Castro & Lazarri (2010) são casos de cancelamento de benefício previdenciário:
Para o INSS cancelar um benefício previdenciário deve, necessariamente, fazê-lo com base
em um processo administrativo que apurou alguma irregularidade na concessão do mesmo. O
poder-dever da Administração de desconstituir seus próprios actos por vícios de nulidade
condiciona-se à comprovação das referidas ilegalidades em processo administrativo próprio,
com oportunização, ao administrado, das garantias constitucionais da ampla defesa e do
contraditório (Castro & Lazarri, 2010).
Para além dos autores mencionados acima, recorremos à Alvarenga (2009), que entende que a
aposentadoria por invalidez será cancelada nas seguintes situações: pelo retorno voluntário do
aposentado por invalidez à actividade; quando o INSS constata, por meio de perícia médica,
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que a incapacidade total para o labor está desaparecendo (hipótese em que o segurado
retornará à antiga actividade ou a um trabalho diverso, sendo o benefício gradualmente
reduzido durante o período de retorno à função); e quando alcançado o requisito etário para a
concessão da aposentadoria por idade ou reunidas as condições para tal intento, convertendo-
se a aposentadoria por invalidez em aposentadoria por idade.
Importante mencionar que nos casos em que o INSS não comprova que o cancelamento foi,
em face de alguma irregularidade, apurado em processo administrativo, o benefício deve ser
restabelecido. Para tanto, o beneficiário poderá obter a sua pretensão em juízo, por meio de
mandado de segurança, quando não demandar de instrução probatória, ou pela via ordinária,
com a possibilidade da antecipação de tutela, quando demonstrar o preenchimento dos
requisitos exigidos para a concessão da medida.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
3.1.Introdução
Quanto a abordagem esta pesquisa é qualitativa, porque procura fornecer maior compreensão
do problema levantado.
De acordo com Malhotra (2001), “a pesquisa qualitativa proporciona uma melhor visão e
compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar
os dados e aplica alguma forma da análise estatística” (p.155). A pesquisa qualitativa pode ser
usada, também, para explicar os resultados obtidos pela pesquisa quantitativa.
No que tange aos objectivos da pesquisa, trata-se de um estudo exploratório, dado que as
informações numa primeira fase, exploramos nas referências bibliográficas e posteriormente
no campo de estudo. Enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios “todos aqueles que
buscam descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o
fenómeno pesquisado” (Selltiz, Wrigthsman & Cook, 1965, p.43).
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pesquisas mais estruturadas. Nesta situação, o planeamento da pesquisa necessita ser flexível
o bastante para permitir a análise dos vários aspectos relacionados com o fenómeno.
Outro autor que procura conceber a pesquisa exploratória é Gil (2007) que entende a pesquisa
exploratória como a que tem como objectivo principal desenvolver, esclarecer e modificar
conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores.
De acordo com Fonseca (2002), qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.
Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
“procurando referências teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta” (p.32).
Como referimos atrás, primeiro nos baseamos nos conteúdos avançados pelos autores e só
depois, com base na entrevista basear-nos-emos no estudo de acaso, momento em que
estaremos em contacto directo com o nosso alvo (funcionários da AMME). Segundo Gil
(2007), o estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que
procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma
perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto
quanto possível completa e coerente, do objecto de estudo do ponto de vista do investigador.
Segundo Marconi & Lakatos (2002) o “universo populacional é o conjunto de seres animados
ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum” (p.108).
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3.3. Amostra
Na visão de Fortin (2006, cit. em Dias et al. 2010), a amostra é entendida como “a fracção da
população total sobre a qual se faz a pesquisa, ou ainda um sub-conjunto dos elementos ou
sujeitos tirados da população que são convidados a participar num dado estudo” (p.122).
Neste estudo a amostra foi constituída por 20 funcionários. Que serão escolhidos como
dissemos de forma intencional, onde alguns os funcionários da AMME terão a chance
diferente de outros para fazer parte no presente estudo.
Para a composição do trabalho até a fase final contamos com duas técnicas ou instrumentos
de recolha dos dados, que são: a pesquisa bibliográfica, a análise documental, a observação
directa e entrevista.
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Finalmente, faremos o uso da entrevista para o estudo de caso. Trata-se da entrevista com os
funcionários da Associação Moçambicana Mulher e Educação na cidade de Quelimane. Na
visão de Cervo (2007) a entrevista representa uma técnica em que o investigador se apresenta
frente ao investigado e lhe formula perguntas, com objectivos de obtenção de dados que
interessam a investigação.
Entendemos que a entrevista constitui uma das estratégias escolhidas na recolha dos dados
sustentáveis da nossa pesquisa em que conversaremos com alguns funcionários da AMME
com intuito de recolher as informações necessárias para o trabalho.
A entrevista a ser usada nesta pesquisa foi a semi-estruturada ou aberta, para facilitar uma
conversação mais aberta possível, o que não acontece na entrevistada estruturada, devido ao
seu carácter bastante rigoroso no cumprimento do guião de entrevista. Acreditamos que com a
entrevista aberta apuraremos melhor as informações, na medida em que haverá abertura da
entrevistadora para com o entrevistado. Essa abertura possibilitará a formulação e/ou
esclarecimento de algumas questões.
As técnicas para uma boa análise das informações colectadas no campo de estudo, significa
uma metodologia de interpretação coerente das mesmas informações. Assim sendo, possui
procedimentos peculiares, envolvendo a preparação dos dados para a análise, uma vez que
esse processo consiste em extrair sentido das informações.
De acordo com a ideia acima exposta, temos a dizer que para a análise dos dados, recorremos
ao uso de tabelas como técnica conveniente ao estudo. Nestas tabelas foram ilustradas as
respostas dos funcionários entrevistados e depois a devido discussão dos dados.
Portanto, guiando-nos por esse espírito de veracidade, estaremos até certo momento não
somente respeitando a instituição em que se fará o estudo (AMME), mas preservando a nossa
singularidade como pesquisador.
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CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1.Introdução
A AMME surgiu para despertar a mulher docente e elevar o seu estatuto na sociedade
Moçambicana. Actualmente, a sua sede é baseada em Quelimane. A organização tem relações
de parceria com redes de organizações nacionais, nomeadamente a NAFEZA, a LDC, a
MEPT e a FAWEMO. Tendo como grupo alvo as mulheres docentes e raparigas,
estrategicamente trabalha-se com rapazes e homens docentes. O campo de actuação desta
organização é a educação, procurando desenvolver, no âmbito escolar e extra curricular, um
conjunto de actividades, que visam divulgar e promover uma maior igualdade de género.
Questão 1) Género
Como primeira questão do nosso guião de entrevista procurávamos saber o género dos nossos
entrevistados, e o resultado pode-se observar na tabela abaixo.
Género Número de
Funcionários
Homens 11
Mulheres 9
Total-------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
Através da tabela acima, podemos dizer que no presente estudo participaram 20 funcionários,
dos quais 11 são do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Desta maneira, podemos veemente
dizer que dos funcionários participantes, maior número foi de homens e menor número de
mulheres.
22
Questão 2) Idade
Faixas etárias (Idade) 20-25 26-30 31-35 36-40 41-45 46-50 51-55 56-60 Total
No de func. 2 4 4 6 1 1 1 1 20
Fonte: Autor (2018).
Quanto à idade, podemos dizer que dos 20 funcionários da AMME submetidos a entrevista,
maior numero (6) se encontram na faixa etária de 36-40.
Na questão 3 o objectivo principal foi de saber o nível académico que os nossos entrevistados
possuem.
23
Na tabela 3, constata-se que dos 20 funcionários entrevistados, 1 possui nível secundário, 6
nível médio, 8 nível técnico profissional, 2 bacharéis e 3 com nível de licenciatura. Desta
descrição verificamos que maior parte dos funcionários da AMME submetidos a entrevista,
possui o nível técnico profissional.
Evidencia-se facilmente que maior número (12 funcionários) possui tempo inferior de
trabalho naquela instituição.
24
Respostas Número de
Funcionários
Pagamento de segurança social é a contribuição que um indivíduo
ou uma sociedade faz ao INSS provenientes dos descontos
incorridos nos salários dos trabalhadores para garantir a 15
sustentabilidade após período de reforma e/ou beneficie os
dependentes após a morte do contribuinte.
Pagamento de segurança social é um direito garantido a todos
cidadãos moçambicanos no artigo 95 da Constituição da 1
República.
Pagamento de segurança social é um imposto. 1
Abstenção 3
Total ---------------------------------------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
Tal como ilustra a tabela 5, dos 20 funcionários entrevistados, 3 deles pautarem pela
abstenção a primeira pergunta, mostrando que não tem conhecimento sobre a pergunta por
nós colocada.
Respostas Número de
Funcionários
Sim 20
Não 0
Total----------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
26
Nisto compreendemos que a Associação Moçambicana Mulher e Educação procura proteger
os seus trabalhadores, quando se preocupa com a inscrição dos mesmos no sistema de
segurança social. E essa preocupação para com os seus trabalhadores é mais enfatizada pela
próxima questão.
Questão 3) Esta instituição tem canalizado ao INSS os valores descontados nos salários dos
funcionários, todos os meses e no período acordado?
Mais uma vez, nos deparamos com resposta unânime no seio dos funcionários da AMME
entrevistados. Pois, quando questionados se a Associação Moçambicana Mulher e Educação
tem canalizados todos os meses ao INSS os valores descontados nos salários dos funcionários,
todos eles respondem de forma positiva, alegando que sim, a instituição tem canalizado os
valores.
Questões 4) Na sua opinião, o que leva as empresas a não canalizarem ao INSS os valores
descontados nos salários dos funcionários?
27
Respostas Número de
Funcionários
Em alguns casos, as empresas tem entrado em falência e
por motivo de desleixo. E noutros casos, as empresas não 7
tem recebido fundos dos seus doadores por motivos
particulares.
O que leva as empresas a não canalização ao INSS é a
sua não regularização. 4
O que leva a empresa a não canalizar os valores ao INSS
é a falta de honestidade, má fé, mau funcionamento do
sistema administrativo. Por vezes, tem sido a falta de 6
desembolso dos doadores.
É devido a falta de percepção da importância da
canalização ao INSS e o roubo dos valores dos 3
funcionários.
Total ------------------------------------------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
Na tabela expomos as diversas razões que levam as empresas a não canalizarem ao INSS os
valores descontados nos salários dos funcionários. Como se pode observar várias são as
respostas fornecidas pelos entrevistados, onde podemos constatar que as respostas de vários
funcionários entrevistados tendiam para o mesmo sentido.
Maior parte (7) dos funcionários aponta que em alguns casos, as empresas têm entrado em
falência e por motivo de desleixo. E noutros casos, as empresas não tem recebido fundos dos
seus doadores por motivos particulares. Portanto, na mesma resposta notamos que um
elemento crucial para a não canalização é a falência, que não se tem percebido em muitos
casos, quando as empresas descontam os seus funcionários. Pois, embora se verifique a
falência as empresas deveriam honrar com os seus compromissos.
Outros 6 funcionários alegam que a não canalização deve-se ao facto de falta de honestidade,
a má fé e mau funcionamento administrativo. Esta é uma questão com a qual nos deparamos
actualmente, onde muitas empresas sobretudo, as não estatais não pagam ou canalizam os
valores ao INSS. E em casos de canalizarem o fazem fora do prazo acordado.
28
Há ainda outra posição dos entrevistados (4 funcionários), sobre a não canalização que paira
sobre a não regularização das empresas, facto que preocupa-nos como pesquisadores, os
trabalhadores sofrem descontos enquanto a empresa não está devidamente legalizada. Esses
casos na maioria das vezes são relatados por trabalhadores que se sentem “ameaçados”
quando as suas futuras pensões. São empresas que correm para estar no mundo de negócio
sem antes garantir sua legalização.
Os outros três funcionários apontam que a não canalização dos valores ao INSS é devido a
falta de percepção da importância da canalização ao INSS e o roubo dos valores dos
funcionários. Esse segundo aspecto chama-nos bastante atenção, quando os funcionários
falam de roubo dos valores dos funcionários praticado pela empresa. Portanto, algumas
empresas não levando a sério a contribuição apoderam-se dos valores descontados nos
salários de seus trabalhadores.
Questão 5) Quais são as consequências da não canalização dos valores ao INSS, depois das
instituições descontarem os seus funcionários?
Respostas Número de
Funcionários
As consequências da não canalização dos valores ao INSS são:
prejuízo por parte dos funcionários que sofrem descontos e seus
beneficiários. E multa a empresa por parte do INSS que variam 17
de 1 a 3 salários mínimos.
Os beneficiários não usufruem dos seus valores; o Estado perde
valor; o país fica cada vez mais pobre, porque lesa as pessoas 2
reformadas sem terem onde recorrerem para a sua sobrevivência.
Mau desempenho dos funcionários 1
Total--------------------------------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
29
No que concerne as consequências da não canalização dos valores das empresas ao INSS, 17
dos 20 funcionários participante no estudo, apontaram que as consequências são dentre
outras: prejuízo por parte dos funcionários e seus agregados familiares. Apontam ainda a
multa que a empresa pode sofrer.
Desta maneira, fica evidenciado que as consequências recaem tanto para os empregadores,
como para os empregados. Todavia, é importante mensurar a dimensão da consequência em
ambas partes. É claro que a empresa entra em prejuízo devido a multa que lhe possa ser
aplicada, mas o prejuízo maior pode verificar-se nos trabalhadores, uma vez que, ficaram a
sua “sorte”, sem o devido reembolso, a perigando assim o seu bem-estar.
Outros 2 funcionários recaem parcialmente na resposta avançados acima, quando dizem que
as consequências da não canalização dos valores é de os beneficiários não usufruem dos seus
valores. Porém, estes vão mais além, quando apontam que o Estado perde valores; o país fica
cada vez mais pobre, porque lesa as pessoas reformadas sem terem onde recorrerem para a
sua sobrevivência.
Portanto, há nesta resposta outros elementos, sobretudo, quando se aponta o Estado como um
dos que mais sofre. A perda de valores segundo os nossos entrevistados cria uma instabilidade
para assegurar as pessoas reformadas.
Questão 6) A instituição em que trabalhas tem sido transparente aos seus funcionários na
confirmação da canalização dos valores ao INSS?
30
Fonte: Autora (2018).
Como forma de reforçar a posição dos entrevistados frente a questão acima colocada, a
questão era acompanhada de uma outra que dizia: Se SIM, quais são os meios que tem usado
para o efeito?
31
Tabela no 11 – Importância da contribuição da AMME ao INSS.
Respostas Número de
Funcionários
A importância é de garantir uma boa pensão aos trabalhadores e
seus dependentes os valores após a reforma ou incapacidade 16
física, mental ou outra.
A importância da contribuição feita pela AMME ao INSS é de
garantir a aposentadoria no futuro; o pagamento confere os
benefícios nos casos de cobertura dos eventos de doenças, 4
invalidez, acidente no trabalho, idade avançada, morte; protecção
a maternidade especialmente as gestantes, devido a licença de
parto.
Total--------------------------------------------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
Outros 4 funcionários vão mais além quando respondem que a importância da contribuição
feita pela AMME ao INSS é de garantir a aposentadoria no futuro; o pagamento confere os
benefícios nos casos de cobertura dos eventos de doenças, invalidez, idade avançada, morte;
protecção a maternidade especialmente as gestantes, devido a licença de parto.
Quem corrobora com estas respostas é Ferreira (2007), quando diz que a seguridade social
visa proteger os indivíduos contra os infortúnios da vida e do trabalho. Ou seja, a contribuição
ao sistema de segurança social é um ordenamento que busca preservar as pessoas, membros
da sociedade organizada, de determinados eventos que afectam directa ou indirectamente as
suas rendas, garantindo uma vida digna a elas, enquanto durarem essas causas danosas.
Ademais, é umas das parcelas das exigências do bem-estar das pessoas, garantindo a
preservação da dignidade humana.
32
Questão 8) O que sugeres para minimizar a problemática de não contribuição ao INSS por
partes das empresas.
Respostas Número de
Funcionários
Para minimizar a problemática é necessário que as empresas
devem ser serias, transparentes, e quando não tiverem fundos 5
devem fazer arranjo para pagar.
Que as empresas apresentem todos os meses as justificativas
do depósito ao INSS aos seus funcionários. 7
O Estado deve ser rígido no controlo da contribuição feita por
parte das empresas; deve existir um sistema claro e de fácil 4
acesso por parte de qualquer trabalhador de qualquer entidade.
Que haja cobrança coerciva por parte do INSS 2
Os funcionários após o pagamento do primeiro salário devem 2
se aproximar ao recursos humanos para se inteirar da situação
da sua contribuição e logo depois pode aproximar o INSS para
melhor saber o seu caso e pedir o seu cartão de contribuinte.
Total--------------------------------------------------------------------------------------20
Fonte: Autora (2018).
Concordamos com essa resposta, dado que o não pagamento ou contribuição que se verificam
em muitas empresas acontecem pelo facto de não existir seriedade, que consequentemente
contribuir para a não transparência.
Os 7 funcionários conforme a tabela acima ilustrada como sugestão dizem que as empresas
apresentem todos os meses as justificativas do depósito ao INSS aos seus funcionários. Não
33
ficamos satisfeitos com esta resposta porque não responde a questão colocada. Pois, os
funcionários entendem que a situação de contribuição das empresas ao INSS pode melhorar
se os empregadores apresentarem aos seus funcionários a justificativa. Era para os
funcionários dizerem o que sugeriam para que as todas empresas contribuíssem ao INSS.
Finalmente, 2 funcionários sugerem que haja cobrança coerciva por parte do Instituto
Nacional de Segurança Social. Portanto, essa situação tem ocorrido, pese embora sem muitos
resultados satisfatórios. O que deve acontecer é uma tomada de consciência por parte das
instituições pregadoras, particularmente, as instituições privadas sobre a pertinência da
contribuição a devido tempo.
Nesta parte do trabalho dedicamos a exposição das informações extraídas em algumas fontes
documentais, que retratam sobre o assunto discutido.
Segundo Quive (2010), em seu texto intitulado, Sistemas formais e informais de protecção
social desenvolvimento em Moçambique, “o INSS surgiu da necessidade que o Governo
moçambicano teve de estender a protecção social para trabalhadores dos sectores público -
privado e misto, saídos das empresas estatais, devido à implementação dos Programas de
Reajustamento Estrutural (PRE)” (p.20).
Diga-se que estes trabalhadores até então encontravam-se cobertos pelo sistema de
previdência social para funcionários do Estado, embora disso não tenham sido alguma vez
informados. O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) foi criado através do decreto
N.º 17/88, de 27 de Dezembro. Como gestora do regime de segurança social, entanto que tal,
só veio a ser criado pela lei da segurança social 5/89 de 18 de Setembro.
34
O INSS é doptado de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e
patrimonial, sob tutela de Ministério do Trabalho e com sede na cidade de Maputo.
Esta instituição é gestora da segurança social dos trabalhadores assalariados das
empresas públicas, privadas e mistas, tem uma cobertura nacional, exercendo as suas
actividades em todas as províncias do país, através de delegações, provinciais e
distritais. Neste momento o INSS tem delegações provinciais em todas as capitais
provinciais, bem como 16 direcções distritais, além de 27 representações distritais
(p.21).
A este instituto cabe a responsabilidade de gerir e administrar o seguro social obrigatório para
o grupo de trabalhadores acima mencionados. Mas os beneficiários que, por alguma razão,
perdem o poder de contribuir através das empresas, têm, de acordo com a lei 5/89 de 18 de
Setembro, a possibilidade de inscrever-se no INSS de forma voluntária.
Desde o inicio que a administração do INSS tem um carácter tripartido e dela fazem parte:
Representantes do Estado; Representantes dos empregadores e Representantes dos
trabalhadores.
Para além das contribuições dos trabalhadores e das entidades empregadoras, este regime de
segurança social poderá ser financiado pelas contribuições do Estado, doações, bem como
35
através dos resultados dos seus investimentos. Deste modo, os juros e as reservas do INSS
desempenham um papel importante no co-financiamento do sistema.
É certo que, até ao momento, o INSS não recebe um financiamento directo do Estado. Mas
como os seus funcionários são funcionários do Estado, uma parte dos salários são pagos
através do Orçamento Geral do Estado. Assim, pode-se falar de uma contribuição indirecta do
Estado no sistema de segurança social, além de que, os referidos funcionários em caso de
reforma ou outros benefícios sociais no âmbito da previdência social, são pagos pelo Estado.
Durante a entrevista constatamos que 109.257,35mt não foi canalizado no decurso dos anos,
em referencia, mas sim foi canalizado no ano de 2018 acrescido a multas e juros de mora, esta
situação deve-se ao desembolso tardio por parte dos seus Doadores de financeamento. Ao
passo que 16.293,90mt do ano de 2017 não foi canalizado por negiligencia por parte do
pessoal afecto no DAF da AMME, que não efectuou o devido processaram.
36
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
No que concerne a canalização dos valores ao Instituto Nacional de Segurança Social pela
AMME, todos os funcionários participante no estudo responderam que AMME, honra com o
seu compromisso todos os meses. E maior parte desses funcionários acrescem ainda que após
a canalização dos valores a instituição informa os seus funcionários sobre o efeito, como
forma de garantir a transparência.
Frente a essa resposta de canalização dos valores ao INSS feita pela AMME, procuramos
sabermos no seio dos funcionários as possíveis razões que contribuem para as empresas não
canalizarem os valores ao INSS. Eis que as respostas foram diversificadas, apontando-se que
a não canalização por vezes deve-se ao facto de fundos, falta de honestidade, a má fé e mau
funcionamento administrativo da AMME.
Portanto, torna-se imperioso perceber que seja qual for o motivo, AMME não devem
prejudicar os seus colaboradores. É necessário que sempre se procure alternativas para a
canalização. Ressalta-se que a segurança social visa auxiliar o indivíduo em momentos em
que sua capacidade laborativa torna-se limitada ou impossível, assim cabe a reflexão que a
canalização limita o gozo do direito humano.
37
5.2. Sugestões
Como se observou durante a interpretação dos resultados, existem muitos motivos que levam
algumas empresas a não canalizarem os valores descontados nos salários dos seus
funcionários ao INSS. E em algumas vezes notamos nas respostas de alguns entrevistados que
a AMME não tem sido transparente no que tange a canalização dos fundos ao Instituto
Nacional de Segurança Social. Desta feita, deixamos ficar as seguintes sugestões:
À AMME:
• Que AMME passe cada vez mais a contribuir ao INSS no seu devido tempo, pois é o
meio seguro para as famílias usufruírem os seus valores após a reforma ou morte;
• Visto que quando estes não canalizam os valores descontados a tempo e hora, as
empresas sofrem sanções, tais como multas, juros de mora, razão pela qual quando
não são canalizados os trabalhadores não terão direito a seus beneficios sociais, tais
como, subsidio de saude, de morte e outros.
• Que haja maior transparência das instituições para com os seus colaboradores,
confirmando a regularização da sua situação.
Ao INSS:
38
Referências Bibliográficas
Araújo, J. P. (2015). Manual dos direitos dos segurados do INSS. São Paulo, MG.
Castro, C. A. & Lazzari, J. B. (2010). Manual de direito previdenciário (4ª. ed.). São Paulo:
LTr.
Cervo, A. (2007). Metodologia Cientifica (6ª. ed.). São Paulo, Pearson Prentice Hall.
Chizzotti, A. (2006). Pesquisa em ciências humanas e sociais (8ª. ed.). São Paulo: Cortez.
Dias, H. N. et al. (2010). Manual de Práticas e Estágio Pedagógico (2ª ed.). Maputo, Editora.
Ferreira, L. C. M. (2007). Seguridade Social e Direitos Humanos. São Paulo: Ed. LTr.
Gil, A. (2009). Metodologia e técnicas de pesquisa social (5ª. ed.). São Paulo, Atlas Editora.
Gil, A. C. (2007). Como elaborar projectos de pesquisa (4ª. ed.). São Paulo: Atlas.
Marconi, M. de A. & Lakatos, E. M. (2002). Técnicas de pesquisa (5ª ed). São Paulo: Atlas.
Martins, S. P. (2003). Direito da Seguridade Social (19ª ed.). São Paulo: Atlas.
39
Sagaz, S. (2006). Da aposentadoria por tempo de contribuição. Itajaí: CEJURPS.
Selltiz, C.; Wrightsman, L. S.; Cook, S. W. (1965). Métodos de pesquisa das relações sociais.
São Paulo: Herder.
Documentos:
40
Apêndice
41
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE – QUELIMANE
Secção I: Caracterização
2. Idade:
3. Nível de escolarização
• Primário ( )
• Secundário ( )
• Nível Médio ( )
• Técnico profissional ( )
• Licenciatura ( )
• Outros ( ) Qual? _______________________
42
Secção II: Conhecimentos sobre pagamento de segurança social
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
a) Sim ( )
b) Não ( )
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3. Esta instituição tem canalizado ao INSS os valores descontados nos salários dos
funcionários, todos os meses e no período acordado?
a) Sim ( )
b) Não ( )
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
43
4. Na sua opinião, o que leva as empresas a não canalizarem ao INSS os valores descontados
nos salários dos funcionários?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5. Quais são as consequências da não canalização dos valores ao INSS, depois das instituições
descontarem os seus funcionários?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6. A instituição em que trabalhas tem sido transparente aos seus funcionários na confirmação
da canalização dos valores ao INSS?
a) Sim ( )
b) Não ( )
6.1. Se SIM, quais são os meios que tem usado para o efeito?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
44
8. O que sugeres para minimizar a problemática de não contribuição ao INSS por partes das
empresas.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
45
Anexos
46