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Rossana Ribeiro do Prado Raffaelli

Planejamento
Tributário

Adaptada/Revisada por Jânio Blera de Andrade (setembro/2012)


APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Planejamento Tributário,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apre-
sentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................5
1 TRIBUTOS......................................................................................................................................................7
1.1 Espécies Tributárias..........................................................................................................................................................7
1.2 Competência Tributária..................................................................................................................................................8
1.3 Classificação Tributária...................................................................................................................................................8
1.4 Resumo do Capítulo........................................................................................................................................................9
1.5 Atividades Propostas.......................................................................................................................................................9

2 IDENTIFICAÇÃO DO FATO GERADOR.................................................................................... 11


2.1 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo.................................................................................................................................. 11
2.2 O Fator Gerador.............................................................................................................................................................. 12
2.3 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 12
2.4 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 12

3 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS................ 15


3.1 Impostos Instituídos pelo Governo Federal........................................................................................................ 15
3.2 Impostos Instituídos pelos Governos Estaduais................................................................................................ 18
3.3 Impostos Instituídos pelos Governos Municipais.......................................................................................... 20
3.4 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 21
3.5 Atividade Proposta........................................................................................................................................................ 21

4 REGIME TRIBUTÁRIO E REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA........................................... 23


4.1 Simples Nacional ou Supersimples..................................................................................................................... 23
4.2 Lucro Presumido............................................................................................................................................................ 23
4.3 Lucro Real......................................................................................................................................................................... 24
4.4 Reorganização Societária....................................................................................................................................... 24
4.5 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 25
4.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 25

5 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – ELISÃO E EVASÃO.................................................... 27


5.1 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 28
5.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 28

6 DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCRO E O SIGILO BANCÁRIO....................... 29


6.1 Distribuição Disfarçada de Lucro............................................................................................................................. 29
6.2 Sigilo Bancário................................................................................................................................................................ 30
6.3 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 30
6.4 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 30

7 COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS, DENÚNCIA ESPONTÂNEA EM


PARCELAMENTOS FISCAIS E A CARGA TRIBUTÁRIA IDEAL...................................31
7.1 Compensação de Tributos......................................................................................................................................... 31
7.2 Denúncia Espontânea em Parcelamentos Fiscais............................................................................................. 31
7.3 Carga Tributária Ideal e sua Aplicação Prática.................................................................................................... 32
7.4 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 32
7.5 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 33

8 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS


INDUSTRIALIZADOS (IPI)................................................................................................................35
8.1 Imposto sobre Produtos Industrializados (Ipi)................................................................................................... 35
8.2 Planejamento Tributário do Ipi................................................................................................................................ 37
8.3 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................... 42
8.4 Atividade Proposta........................................................................................................................................................ 42

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 43


REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 47
INTRODUÇÃO

O planejamento tributário é uma atividade que pode ser realizada tanto por uma pessoa física
quanto por uma pessoa jurídica, na qual qualquer uma delas busca reduzir a sua carga tributária de for-
ma lícita. Mas o que é carga tributária?
A Carga tributária é a relação entre o que o governo arrecada em impostos e a quantidade de ri-
queza produzida no país. A palavra “tributária” é derivada da palavra “tributo” e tributo é uma prestação,
definida pela lei, que as pessoas físicas ou jurídicas contribuintes devem pagar ao governo para custear
as despesas públicas. Assim, podemos dizer que o tributo é a prestação que qualquer um paga para o
governo, de acordo com a riqueza que produziu no exercício; essa prestação pode ser reduzida, se for
estudada e analisada de acordo com a legislação regente de cada tributo.
Assim, esta disciplina tem como objetivo compreender o que é planejamento tributário e como
deve ser realizado pelas empresas. Para atingi-lo, é necessário que estudemos: Tributos, Fato Gerador,
Apuração dos Tributos, Regimes Tributários, Reforma Tributária, Elisão e Evasão, Distribuição Disfarçada
de Lucros, Sigilo Bancário, Compensação de Tributos e Denúncia Espontânea em Parcelamento Fiscal.
No último capítulo desta apostila, está um exemplo de planejamento tributário do imposto sobre
produtos industrializados, porém esse planejamento foi realizado somente com esse imposto para fins
didáticos, pois, em uma situação real, seria necessário analisar todos os impostos que incidem na empresa.

Os objetivos gerais desta apostila são:


ƒƒ Proporcionar que você adquira conhecimentos necessários para planejar com eficiência o
adimplemento eficaz dos encargos tributários.
ƒƒ Apresentar a legislação pertinente sobre a elaboração de um planejamento fiscal voltado à
redução do ônus tributário.
ƒƒ Apresentar a legislação em vigor e introduzir a necessidade de acompanhar as alterações pos-
teriores.
ƒƒ Expor noções fundamentais de contabilidade e de legislação tributária e a forma prática de
aplicá-las na atividade empresarial.

O objetivo específico é:
ƒƒ Capacitá-lo(a) à compreensão da legislação fiscal e tributária em nível federal, estadual e mu-
nicipal, e à aplicação dos procedimentos técnicos adequados ao cálculo e contabilização dos
impostos de acordo com a legislação em vigor.

Rossana Raffaelli

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1 TRIBUTOS

Caro(a) aluno(a),
Saiba mais

Neste capítulo, trataremos dos conceitos Prestação pecuniária compulsória é toda obrigação
de pagamento em moeda, por meio de uma deci-
dos Tributos, suas espécies, competências e clas- são ou mandado de tribunal superior para tribunal
sificações; vamos iniciar a discussão? inferior.
De acordo com art. 3º do Código Tributário
Nacional (CTN), “tributo é toda a prestação pecu- Para Amaro (2009) tributo é uma prestação
niária compulsória em moeda ou cujo valor nela que deve ser exigida nos termos previamente de-
possa exprimir que não constitua sanção de ato finidos pela lei, contribuindo, dessa forma, os in-
ilícito e instituída em lei e cobrada mediante ati- divíduos para o custeio das despesas coletivas do
vidade administrativa plenamente vinculada.” estado e das entidades de fins públicos.
(BRASIL, 1966).
Cada tributo é definido por sua espécie,
competência e classificação. A espécie é o tipo de
Dicionário tributo existente. A competência é a quem compe-
Ilícito: algo proibido por lei ou moral. te instituir e arrecadar o tributo. A classificação se
refere à maneira pela qual a carga tributária incide
no contribuinte.

1.1 Espécies Tributárias

O art. 5º do CTN diz que as espécies dos tri-


butos são: impostos, taxas e contribuições de me- Atenção
lhorias (BRASIL, 1966).
O fato gerador é a situação pela qual o governo
O Imposto, de acordo com o art. 16 do CTN pode recolher o imposto do contribuinte. Esse
(BRASIL, 1966), é o tributo cujo fato gerador pos- assunto será estudado posteriormente.
sui uma situação independente de qualquer ati-
vidade estatal específica, relativa ao contribuinte, A Taxa é uma espécie de tributo vinculada
ou seja, para exigir imposto de certo indivíduo, a uma prestação de serviço estatal. Assim, o fato
não é preciso que o Governo (Federal, Estadual gerador da taxa não é do contribuinte e sim do Es-
ou Municipal) lhe preste algo determinado. Por
tado, pois ele exerce a atividade e, por isso, cobra
exemplo: o Imposto de Renda (IR), Imposto sobre
a taxa de quem possa se beneficiar dessa ativida-
a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA),
de. O valor da taxa não poderá ser calculado em
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana (IPTU), Imposto Sobre Serviços de Qual- função do capital das empresas, pois o parágrafo
quer Natureza (ISS)... único do art. 77 do CTN declara que a taxa não

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pode ter a mesma base de cálculo ou fato gerador que viabiliza a sua cobrança, sendo necessária a
que correspondam a imposto (BRASIL, 1966). Por real valorização do imóvel em razão dela, e, para
exemplo: taxas de serviços, Taxa de Fiscalização tanto, só será possível a cobrança da contribuição
de Estabelecimentos (TFE). de melhoria após o término da obra. O contri-
A Contribuição de Melhoria foi a terceira buinte não poderá ser obrigado a pagar quantia
espécie de tributo admitida no Brasil. Seu fato ge- superior à valorização do seu imóvel ou o total
rador é uma situação que representa um benefí- arrecadado não poderá ser superior ao custo da
cio especial auferido pelo contribuinte, como, por obra. Um bom exemplo é as obras de pavimen-
exemplo, a construção civil de uma obra pública tação pública. Sob esse aspecto, o CTN prescreve
que acarrete a valorização imobiliária do patrimô- no art. 81.
nio do contribuinte. Não é qualquer obra pública

1.2 Competência Tributária

A competência tributária é a distribuição possa atender aos seus respectivos dispêndios.


das receitas tributárias entre os três níveis de Não é possível delegar a competência tribu-
Governo (Governo Federal, Governo Estadual e tária; caso uma das entidades políticas não exerça
Governo Municipal), atribuída pela Constituição a sua faculdade para instituir os tributos, nenhu-
Federal, pois há preocupação em prover recursos ma outra entidade poderá tomar o seu lugar. Con-
para esses entes políticos, a fim de que cada um clusão: a entidade tem que ser governamental.

1.3 Classificação Tributária

Um tributo pode ser classificado em: Direto, ƒƒ Real: é dado quando não se levam em
Indireto, Real, Pessoal, Proporcional, Progressivo, consideração as condições do contri-
Fixo, Fiscal, Parafiscal e Extrafiscal. buinte, incidindo igualmente a todas as
As respectivas descrições estão a seguir: pessoas. Exemplo: IPTU;
ƒƒ Pessoal: é definido quando se estabe-
ƒƒ Direto: é quando, numa só pessoa, reú- lecem diferenças tributárias em função
nem-se as condições de contribuinte. das condições próprias do contribuinte.
Exemplo: IR por declaração; Exemplo: regulamentações específicas
ƒƒ Indireto: é quando o valor do tributo e diferenciadas para os cálculos do Im-
pago pelo contribuinte é repassado e posto de Renda para as Pessoas Físicas
cobrado por outro contribuinte, através e Pessoas Jurídicas;
da sua inclusão no preço de um produ- ƒƒ Proporcional: é caracterizado quando
to ou mercadoria. Exemplos: Imposto se estabelece porcentagem única inci-
sobre Produtos Industrializados (IPI) e dente sobre o valor do produto tributá-
Imposto sobre Operações relativas à vel. Exemplo: Imposto sobre a Transmis-
Circulação de Mercadorias e sobre Pres- são de Bens Imóveis e de direitos a eles
tações de Serviços de Transporte Inte- relativos (ITBI);
restadual e Intermunicipal e de Comu- ƒƒ Progressivo: é aquele cujas alíquotas
nicação (ICMS); são fixadas em porcentagens variáveis

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e crescentes, acarretando alterações do anual do Conselho Regional de Conta-


seu valor, com base no valor do fato ge- bilidade (CRC), Conselho Regional de
rador. Exemplo: IR Pessoa Física; Engenharia, Arquitetura e Agronomia
ƒƒ Fixo: é quando o valor do imposto é de- (CREA) etc.;
terminado em garantia certa, indepen- ƒƒ Extrafiscal: se estabelece quando visa
dendo de cálculo. Exemplo: ISS; não só à arrecadação, mas também, e
ƒƒ Fiscal: foi criado para arrecadar recur- principalmente, a corrigir anomalias.
sos para a pessoa jurídica de direito Exemplo: Imposto de Exportação (IE).
público interno, de maneira que possa
cobrir seus gastos. Exemplo: IR; Os impostos podem ter mais de uma clas-
ƒƒ Parafiscal: é a contribuição cobrada sificação; por exemplo, o IR é um imposto que é
por autarquia, órgãos paraestatais, pro- classificado em indireto, pessoal, progressivo e
fissionais ou sociais, para custear seu fi- fiscal.
nanciamento autônomo. Exemplo: taxa

1.4 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, aprendemos as diferenças entre impostos, taxas e contribuições de melhoria, ou


seja, os tributos, e estudamos como são classificados e quais são as suas competências. Agora, vamos
avaliar a sua aprendizagem.

1.5 Atividades Propostas

1. Qual é a finalidade do tributo?

2. Qual é a diferença entre imposto, taxa e contribuição de melhoria?

3. Qualquer uma das classificações de um tributo pode vir a ser um fato gerador de uma nova
classificação para o mesmo tributo?

4. A competência tributária pode ser transferida para outra entidade política?

5. O IPI e o Imposto de Importação (II) se enquadram em quais itens de Classificação? Lembrando


que podem ser classificados em mais de uma classe.

6. Classifique e identifique a competência do ICMS, IPTU, IR, Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), IPVA e Programa de Integração Social (PIS).

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2 IDENTIFICAÇÃO DO FATO GERADOR

Caro(a) aluno(a), Por exemplo: suponha que um produto


industrializado por uma empresa está isento do
Neste capítulo, conceituaremos o fato gera- IPI (obrigação principal), mesmo assim o comer-
dor, obrigação acessória e principal e os sujeitos ciante é obrigado a emitir a nota fiscal (obrigação
ativos e passivos de um tributo, a fim de com- acessória).
preender melhor o que é o fato gerador do im-
Atenção
posto. Vamos começar?
O fato gerador tem como base a obrigação A Obrigação Principal, segundo o primeiro pará-
e os sujeitos, que são as pessoas, uma obrigada e grafo do art. 113 do CTN, tem por objeto o paga-
mento de tributo ou penalidade pecuniária. Já a
a outra que detém o direito de obrigar. Obrigação Acessória, definida no segundo pará-
grafo do mesmo artigo, tem por objeto as presta-
ções nela previstas, no interesse da arrecadação ou
Dicionário da fiscalização dos tributos (BRASIL, 1966).
Fato gerador: o motivo pelo qual um sujeito deve
pagar o tributo. Com base nesse exemplo, é possível notar
que, mesmo com a isenção da obrigação princi-
pal (recolher o IPI), o indivíduo não está isento de
O fato gerador tem como base a obrigação,
realizar a obrigação acessória (emitir a nota fiscal).
que pode ser classificada em Principal e Acessória,
segundo o CTN.

2.1 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo

A ação de tributar exige dois tipos de su- cumprimento da obrigação: o Governo (Federal,
jeitos, um que tem o direito de tributar, definido Estadual ou Municipal).
por lei, e o outro que tem a obrigação de pagar Já o Sujeito Passivo possui duas espécies,
o tributo. Esses sujeitos são denominados sujeito de acordo com o tipo de obrigação, se principal
ativo e sujeito passivo. ou acessória; são elas: o sujeito passivo da obri-
O Sujeito Ativo da obrigação, de acordo gação principal e o sujeito passivo da obrigação
com o art. 119 do CTN (BRASIL, 1966), é a pessoa acessória.
jurídica de direito público titular da competência O Sujeito Passivo da Obrigação Principal,
para exigir o seu cumprimento, ou seja, é a pes- de acordo com o art. 121 do CTN, é a pessoa obri-
soa que tem o direito público titular para instituir gada ao pagamento de tributo ou penalidade
e exigir do contribuinte, responsável ou terceiro o pecuniária (BRASIL, 1966). Existem dois tipos de

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Sujeito Passivo da obrigação principal, chamados


Saiba mais
sujeito passivo da obrigação principal direto e su-
jeito passivo da obrigação principal indireto. O Sujeito Passivo da Obrigação Principal Direto
é o contribuinte, quando tem relação pessoal e di-
reta com a situação que constitui o respectivo fato
gerador. Já o Sujeito Passivo da Obrigação Princi-
pal Indireto é o responsável, quando, sem revestir
a condição de contribuinte, sua obrigação decorre
de disposição expressa em lei. Entretanto, o Sujeito
Passivo da Obrigação Acessória, segundo o art.
122 do CTN, é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto (BRASIL, 1966).

2.2 O Fator Gerador

O fato gerador do tributo, segundo Amaro O Fato Gerador da Obrigação Tributária


(2009, p. 263), é “a situação material descrita pelo Acessória, de acordo com o art. 115, é a situação
legislador: adquirir renda, prestar serviços, im- que impõe a prática ou a abstenção de ato que
portar mercadorias estrangeiras, então o adqui- não configure obrigação principal (BRASIL, 1966).
rir renda é o fator gerador do imposto de renda, De acordo com Amaro (2009), o conceito
prestar serviços é o fator gerador do ISS.” do fato gerador da obrigação tributária acessória
O CNT identifica duas espécies de fato gera- é dado por exclusão; é toda situação que dê ori-
dor: fato gerador da obrigação tributária principal gem a um dever que não tenha por objetivo um
e fato gerador da obrigação tributária acessória. tributo ou penalidade. Por exemplo: escriturar o
O Fato Gerador da Obrigação Tributária livro e emitir notas fiscais.
Principal, de acordo com o art. 114, é a situação
definida por lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência (BRASIL, 1966).

2.3 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, estudamos quais são os tipos de sujeitos das obrigações tributárias e o que são as
obrigações tributárias acessórias e principais. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.

2.4 Atividades Propostas

1. Qual é a obrigação de um fato gerador? Quais são as suas espécies?

2. Defina sujeito passivo e sujeito ativo.

3. Quais são os tipos de sujeitos passivos?

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4. Defina, com suas palavras, o que é o fato gerador de um tributo.

5. Existe mais de uma espécie de fato gerador? Se sim, quais são?

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APURAÇÃO DOS TRIBUTOS
3 MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS

Caro(a) aluno(a), ƒƒ Contribuição para o Financiamento da


Seguridade Social (COFINS).
Neste capítulo, estudaremos sobre a apura-
ção dos tributos municipais, estaduais e federais; Já os impostos que podem ser instituídos
vamos lá? pelos Estados e Distrito Federal, previstos no art.
Os impostos são instituídos pelas três com- 155 da Constituição Federal, são:
petências tributárias: Federal, Estadual e Munici-
pal. Os impostos que podem ser instituídos pela ƒƒ ICMS;
União, previstos nos arts. 153 e 154 da Constitui- ƒƒ Imposto sobre Transmissão Causa Mor-
ção Federal, são: tis e Doação de Qualquer Bem ou Direi-
to (ITCMD);
ƒƒ II; ƒƒ IPVA.
ƒƒ IE;
ƒƒ IR;
Os impostos que podem ser instituídos pe-
ƒƒ IPI; los Municípios e Distrito Federal, previstos no art.
ƒƒ Imposto sobre Operações de Crédito, 156 da Constituição Federal, são:
Câmbio e Seguros (IOF);
ƒƒ Imposto sobre a Propriedade Territorial ƒƒ IPTU;
Rural (ITR); ƒƒ ISS;
ƒƒ CSLL; ƒƒ ITBI
ƒƒ PIS;

3.1 Impostos Instituídos pelo Governo Federal

Imposto de Importação (II) esse imposto não precisa obedecer ao princípio


da anterioridade.
O imposto que incide sobre a importação é
uma tarifa alfandegária brasileira, cujo fato gera- Dicionário
dor ocorre quando é dada a entrada de produtos
estrangeiros no território nacional. De qualquer Princípio da anterioridade: é o que determina que
as alterações nas alíquotas possam valer para o
maneira, contribuinte é o importador ou quem a mesmo exercício fiscal (ano) em que tenha sido pu-
ele a lei equiparar. Em alguns casos, o contribuin- blicada a lei que as aumentou. Os impostos que não
te é o arrematador. precisam seguir esse princípio são: II, IE, IOF e IPI.
A função é puramente econômica ou regu-
latória. Por essa razão, a Constituição previu que

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Imposto de Exportação (IE) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

O imposto sobre a exportação tem como É um imposto federal que incide sobre pro-
fato gerador quando se dá a saída de produtos dutos industrializados, estrangeiros e nacionais.
nacionais para o exterior. O contribuinte do im- Suas disposições estão descritas através do De-
posto é o exportador ou quem a ele a lei equipa- creto nº 4.544, de 2002 (RIPI/2002). Para os efeitos
rar. Sua função é puramente econômica; então, do IPI, de acordo com o parágrafo único do art. 51
não segue o princípio da anterioridade. do CTN, considera-se industrializado o produto
O Poder Executivo pode, nas condições e que tenha sido submetido a qualquer operação
nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquo- que lhe modifique a natureza ou finalidade ou o
tas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de aperfeiçoe para consumo (BRASIL, 1966).
ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do O fato gerador ocorre em um dos seguintes
comércio exterior. momentos:

Imposto de Renda (IR) ƒƒ Com o desembaraço aduaneiro do pro-


duto importado;

Incide sobre a renda do contribuinte. O con- ƒƒ Com a saída do produto industrializado


tribuinte deste imposto pode ser uma Pessoa Físi- do estabelecimento do importador, do
ca (PF) ou uma Pessoa Jurídica (PJ). industrial, do comerciante ou do arre-
matador;
ƒƒ Com a arrematação do produto apreen-
Atenção
dido ou abandonado, quando este é le-
O fato gerador do IR é a aquisição da disponibili- vado a leilão.
dade econômica de renda, sendo renda definida
como o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos ou de proventos de qual- Os contribuintes do imposto podem ser o
quer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais. importador, o industrial, o comerciante, o arrema-
tador ou a quem a lei os equiparar, a depender do
caso.
Cobrado pela modalidade de homologa- As alíquotas utilizadas variam conforme o
ção, o contribuinte prepara uma declaração anual produto, estando dispostas na Tabela de Incidên-
de quanto deve de imposto, sendo que esses va- cia do Imposto sobre Produtos Industrializados
lores deverão ser homologados pelas autorida- (TIPI).
des tributárias.
A base de cálculo depende da transação. No
A alíquota utilizada depende do contribuin- caso de venda em território nacional, a base de
te e do valor de sua renda. cálculo é o preço de venda. No caso de importa-
ção, a base de cálculo é o preço de venda da mer-
Saiba mais cadoria, acrescido do II e demais taxas exigidas
(frete, seguro etc.).
Caso o contribuinte seja uma PJ, a base de cálculo é
A função do IPI é fiscal, embora ele seja um
realizada de acordo com o regime tributário adotado,
que pode ser pelo Simples Nacional, Presumido ou imposto seletivo: em caso de produtos que o
Real. Caso o contribuinte seja uma PF, a base de cálculo governo queira estimular, ele pode isentá-los do
é o montante da renda ou dos proventos tributáveis. O
IPI; já em caso de produtos que o governo queira
regime tributário será abordado posteriormente.
frear o consumo (cigarro, bebidas e produtos de
luxo, por exemplo), o governo pode colocar alí-
quotas consideradas “proibitivas”.

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Planejamento Tributário

Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
e Seguros (IOF) (ITR)

Os contribuintes são as partes envolvidas Tem como fato gerador o domínio útil ou a
nas operações financeiras e o fato gerador do IOF posse do imóvel localizado fora do perímetro ur-
ocorre em um dos seguintes momentos: bano do município. Os contribuintes do imposto
podem ser o proprietário do imóvel, tanto pessoa
ƒƒ Nas operações relativas a títulos mobi- física quanto pessoa jurídica, o titular do seu do-
liários, quando da emissão, transmissão, mínio útil ou, ainda, o seu possuidor a qualquer
pagamento ou resgate desses títulos; título.
ƒƒ Nas operações de câmbio, na efetiva- A alíquota utilizada varia com a área da
ção do pagamento ou quando coloca- propriedade e seu grau de utilização. A base de
do à disposição do interessado; cálculo é o valor da terra sem qualquer tipo de
benfeitoria, inclusive plantações. A função do ITR
ƒƒ Nas operações de seguro, na efetivação é extrafiscal e funciona como instrumento auxiliar
pela emissão de apólice ou recebimen- de disciplinamento do poder público sobre a pro-
to do prêmio; priedade rural.
ƒƒ Nas operações de crédito, quando da Parte da receita vai para o município arreca-
efetivação de entrega parcial ou total dador e Estado, na proporção variável, conforme
do valor que constitui o débito ou quan- a entidade fiscalizadora atuante for mais expressi-
do colocado à disposição do interessa- va, ou seja, quem fiscaliza fica com a maior parte
do (neste item, inclui-se o IOF cobrado do Imposto.
quando do saque de recursos coloca- Diferente do IPTU, que é lançado pelas pre-
dos em aplicação financeira, quando feituras, cabe ao proprietário rural definir o valor
resgatados em menos de 30 dias). de sua propriedade, ou seja, ele paga em cima
daquilo que declara – o formulário preenchido é
semelhante ao do IR. Caberia ao Poder Executivo
As alíquotas utilizadas podem ser fixas, va- verificar se a declaração é verdadeira ou não.
riáveis, proporcionais, progressivas ou regressi-
vas.
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
A base de cálculo depende da operação: (CSLL)

ƒƒ Nas operações de crédito, é o montante


Incide sobre as pessoas jurídicas e entida-
da obrigação;
des equiparadas pela legislação do IR e se destina
ƒƒ Nas operações de seguro, é o montante ao financiamento da Seguridade Social, estando
do prêmio; disciplinada pela Lei nº 7.689/1988.
ƒƒ Nas operações de câmbio, é o montan- Sua alíquota varia entre 10 e 12% e a base
te em moeda nacional; de cálculo é o valor do resultado do exercício, an-
ƒƒ Nas operações relativas a títulos e valo- tes da provisão para o IR.
res mobiliários, é o preço ou o valor no- O pagamento da CSLL é feito todo dia 15 de
minal ou, ainda, o valor de cotação na cada mês e ela é devida pelas pessoas jurídicas da
Bolsa de Valores. seguinte forma:

A principal função do IOF é ser um instru- ƒƒ Pessoas jurídicas optantes pelo SIM-
mento de manipulação da política de crédito, PLES: pagam IRPJ, COFINS, CSLL, PIS e
câmbio, seguro e valores imobiliários. outros tributos unificados;

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ƒƒ Pessoas jurídicas optantes pelo LUCRO consiste num programa de transferência de ren-
REAL: a alíquota de 9% é aplicada so- da, possibilitando melhor distribuição da renda
bre o Lucro Antes do Imposto de Renda nacional.
(LAIR);
ƒƒ Pessoas jurídicas optantes pelo LUCRO Contribuição para o Financiamento da
PRESUMIDO: a alíquota de 9% é aplica- Seguridade Social (Cofins)
da sobre o lucro do empreendimento.
Esse lucro é obtido aplicando os per-
É uma contribuição federal, de natureza tri-
centuais de lucro presumido sobre a
butária, incidente sobre a receita bruta das em-
receita bruta:
presas em geral e destinada a financiar a seguri-
ƒƒ Lucro da atividade econômica: dade social, que abrange a PREVIDÊNCIA SOCIAL,
•• 12% para as receitas das atividades a SAÚDE e a ASSISTÊNCIA SOCIAL.
comerciais, industriais, imobiliárias São contribuintes da COFINS as pessoas ju-
e hospitalares; rídicas de direito privado em geral, inclusive as
•• 32% no caso de receitas de serviços pessoas a elas equiparadas pela legislação do IR,
em geral, exceto serviços hospitala- exceto as microempresas e as empresas de pe-
res. queno porte submetidas ao regime do Simples
Nacional (Lei Complementar nº 123/2007).
Programa de Integração Social (PIS) A alíquota é de 7,6%, para as empresas tri-
butadas pelo lucro real (sistemática da não cumu-
Também conhecido como PIS/PASEP, é uma latividade), e de 3%, para as demais.
contribuição social de natureza tributária, devida Tem por base de cálculo o faturamento
pelas pessoas jurídicas, com o objetivo de finan- mensal.
ciar o pagamento do seguro-desemprego e do A incidência da COFINS é direta e não
abono para os trabalhadores que ganham até cumulativa, com apuração mensal, com exceção
dois salários-mínimos. das empresas que optam pelo Lucro Presumido,
O PIS foi instituído com a justificativa de que, no entanto, sofrem a incidência da COFINS
promover a integração do empregado na vida e pela sistemática cumulativa.
no desenvolvimento das empresas. Na prática,

3.2 Impostos Instituídos pelos Governos Estaduais

Imposto sobre Operações relativas à “RICMS“, que é uma consolidação de toda a legis-
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações lação sobre o ICMS vigente no Estado, aprovada
de Serviços de Transporte Interestadual e por Decreto do Governador.
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) O principal fato gerador para a incidência
do ICMS é a circulação de mercadoria, mesmo
Trata-se de um imposto estadual, ou seja, que se inicie no exterior.
somente os Governos dos Estados do Brasil e do Além disso, o ICMS incide sobre serviços de
Distrito Federal têm competência para instituí-lo, telecomunicação, de transporte intermunicipal e
conforme art. 155, II, da Constituição de 1988. interestadual, importação e prestação de serviço
Cada Estado institui o tributo por lei or- com emprego de material, não sujeita à incidên-
dinária, o chamado “Regulamento do ICMS” ou cia do ISS (exceto quando a lei complementar do

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Planejamento Tributário

ISS expressamente designar a cobrança também ƒƒ Operações interestaduais relativas à


do ICMS). energia elétrica e petróleo, quando
O simples fato de a mercadoria sair do esta- destinados à industrialização ou à co-
belecimento do contribuinte já caracteriza o fato mercialização;
gerador. ƒƒ Operações com ouro, quando definido
Não importa se a venda se efetivou ou não, em lei como ativo financeiro ou instru-
mas se ocorreu a circulação da mercadoria. Trata- mento cambial;
-se de uma situação de fato e não simplesmente ƒƒ Operações relativas a mercadorias a se-
de uma situação jurídica. rem utilizadas na prestação de serviço
O imposto incide sobre: de qualquer natureza;
ƒƒ Operações de arrendamento mercan-
ƒƒ Operações relativas à circulação de til, em que não esteja compreendida a
mercadorias, tais como: o fornecimento venda;
de alimentação e bebidas em bares, res- ƒƒ Operações de qualquer natureza em
taurantes; que decorra a transferência de proprie-
ƒƒ Prestações de serviços de transporte in- dade de estabelecimento industrial, co-
terestadual e intermunicipal; mercial ou de outra espécie;
ƒƒ Prestações onerosas de serviços de co- ƒƒ Empresa comercial exportadora, inclu-
municação; sive tradings ou outro estabelecimento
ƒƒ Fornecimento de mercadorias com da mesma empresa.
prestação de serviços não compreendi-
dos na competência tributária dos Mu- O ICMS incidirá, em regra, sobre a circulação
nicípios; de bens, na qual ocorre a mudança de titularida-
ƒƒ Entrada de mercadoria ou bem impor- de entre os sujeitos da relação.
tado do exterior; É um imposto não cumulativo por excelên-
ƒƒ Serviço prestado no exterior ou cuja cia, ou seja, o contribuinte se credita do imposto
prestação se tenha iniciado no exterior; pago nas operações anteriores e recolhe o impos-
ƒƒ Entrada, no território do Governo des- to pela diferença.
tinatário, de petróleo, inclusive lubrifi-
cantes e combustíveis líquidos e gaso- Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
sos dele derivados, e de energia elétrica, Doação de Qualquer Bem ou Direito (ITCMD)
quando não destinados à comercializa-
ção ou à industrialização, decorrentes
O fato gerador ocorre quando da transmis-
de operações interestaduais, cabendo
são causa mortis ou doação a qualquer título ou
o imposto ao Governo em que estiver
pelo domínio útil de bens imóveis e de direitos a
localizado o adquirente.
ele relativos, como os bens móveis, títulos e crédi-
tos. Os contribuintes desse imposto são, em caso
O imposto não incide sobre: de herança, os herdeiros ou legatários e, no caso
de doação, pode ser tanto o doador quanto o do-
ƒƒ Operações com livros, jornais, periódi- natário.
cos e o papel destinado à sua impres- A alíquota utilizada varia de acordo com
são; uma tabela progressiva, que determina a alíquota
ƒƒ Operações e prestações que destinem de acordo com a soma do valor venal dos bens
ao exterior mercadorias; doados ou transmitidos. A base de cálculo é o

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valor venal dos bens, dos títulos ou dos créditos O fato gerador é a propriedade do veículo
transmitidos ou doados. Sua função é extrema- automotor (automóveis, motocicletas, embarca-
mente fiscal. ções, aeronaves, entre outros). Os contribuintes
são os proprietários de veículos automotores,
Imposto sobre a Propriedade de Veículos sendo que a alíquota utilizada é determinada por
Automotores (IPVA) cada governo estadual, com base em critério pró-
prio. A base de cálculo é o valor venal do veículo.

É um imposto estadual do total arrecadado


por cada veículo; 50% são destinados ao governo Atenção
estadual, enquanto os outros 50% são destinados Somente o IPVA gera arrecadação para o município
ao município em que o veículo foi emplacado. A e o estado.
função é puramente fiscal.

3.3 Impostos Instituídos pelos Governos Municipais

Imposto Sobre a Propriedade Predial e dos Municípios. Seu fato gerador é a prestação de
Territorial Urbana (IPTU) serviços por empresa ou profissional autônomo,
descritos na lista de serviços da Lei Complementar
Tem como fato gerador a propriedade, o nº 116 (de 31 de julho de 2003).
domínio útil ou a posse de propriedade imóvel Os contribuintes são as empresas ou profis-
localizada em zona urbana. Em caso de áreas ru- sionais autônomos que prestam o serviço tributá-
rais, o imposto sobre a propriedade do imóvel é o vel, mas os municípios e o Distrito Federal podem
ITR. Os contribuintes do imposto são as pessoas atribuir às empresas ou indivíduos que tomam os
físicas ou jurídicas que mantêm a posse do imó- serviços a responsabilidade pelo recolhimento do
vel, por justo título. imposto.
A função do IPTU é tipicamente fiscal, em- Já a alíquota utilizada é variável de um mu-
bora também possua função social. Sua finalida- nicípio para outro. A União, através da lei com-
de principal é a obtenção de recursos financeiros plementar citada, fixou alíquota máxima de 5% e
para os municípios. A base de cálculo é o valor ve- mínima de 2% para todos os serviços. A base de
nal do imóvel, valor que deve ser entendido como cálculo é o preço do serviço prestado. A função
seu valor de venda em dinheiro à vista e em curto do ISS é predominantemente fiscal. Mesmo não
espaço de tempo, podendo chegar a menos de tendo alíquota uniforme, não podemos afirmar
50% de seu valor de mercado sobre o qual o im- que se trata de um imposto seletivo.
posto incide. A alíquota utilizada é estabelecida
pelo legislador municipal, variando conforme o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis
município. e de Direitos a Eles Relativos (ITBI)

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza Tem como fato gerador a transmissão inter
(ISS) vivos, a qualquer título, de propriedade ou domí-
nio útil de bens imóveis, quando há a transmissão
Também é um imposto municipal, a única a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, ex-
exceção é o Distrito Federal, unidade da federa- ceto os direitos reais de garantia. O contribuinte do
ção que tem as mesmas atribuições dos Estados e imposto é qualquer uma das partes na operação.

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Planejamento Tributário

Sua alíquota é fixada em lei ordinária do mu- da operação. Sua função é predominantemente
nicípio competente. A base de cálculo é o valor fiscal e a sua finalidade é a obtenção de recursos
venal dos bens ou direitos transmitidos à época financeiros para os municípios.

3.4 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos qual é o fato gerador de cada tributo e sua competência. Agora, vamos ava-
liar a sua aprendizagem.

3.5 Atividade Proposta

1. Cite três tributos instituídos por cada competência tributária: Governo Federal Governo Esta-
dual e Governo Municipal. Descreva seu fato gerador, o contribuinte e sua função.

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REGIME TRIBUTÁRIO E
4 REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Caro(a) aluno(a), neste capítulo, verificare- exercido, nas respectivas faixas delimitadas de com-
mos quais são os possíveis regimes tributários a petência da União, Estados e Municípios.
que uma pessoa jurídica pode optar e o que sig-
nifica reorganização societária. Vamos lá? Atenção
Para Ataliba (2009), o regime tributário é um
Os três tipos de regime tributário para pessoas ju-
conjunto de princípios e regras constitucionais de rídicas são: SUPERSIMPLES ou SIMPLES NACIONAL,
proteção do contribuinte contra o “poder tributário” LUCRO PRESUMIDO e LUCRO REAL.

4.1 Simples Nacional ou Supersimples

A pessoa jurídica que se enquadra neste re- regularidade para a opção pelo Simples Nacional
gime tributário está na condição de Microempre- e, posteriormente, a relação dos contribuintes
sa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP). que tiveram a sua opção deferida.
A opção deverá ser realizada no mês de ja- Para efeito de enquadramento no Simples
neiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos Nacional, considera-se ME ou EPP aquela cuja re-
a partir do primeiro dia do ano calendário da op- ceita bruta anual do ano anterior ao da opção es-
ção. teja compreendida dentro dos limites previstos,
A Receita Federal do Brasil disponibiliza aos ou seja, R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatro-
Estados, Distrito Federal e Municípios a relação centos mil reais) ao ano.
dos contribuintes para verificação quanto à sua

4.2 Lucro Presumido

A sistemática de tributação pelo Lucro Pre- A partir de 01/01/2003, as pessoas jurídicas


sumido é regulamentada pelos arts. 516 a 528 do autorizadas a optar pelo regime de tributação
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº com base no lucro presumido são as que pos-
3.000/1999). É a forma de tributação simplificada suem receita bruta total, no ano anterior, igual ou
do IR e CSLL. Os contribuintes do Imposto são as inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito mi-
pessoas jurídicas e as empresas individuais. lhões de reais).

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4.3 Lucro Real

As empresas que possuem receita anual


Saiba mais
superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito mi-
lhões de reais) no ano anterior são obrigadas a Contudo, as empresas que não possuírem essa
optar pelo lucro real. quantia, mesmo assim poderão apurar seus resulta-
dos tributáveis com base no Lucro Real, a fim de re-
alizar uma economia fiscal, ou seja, um planejamen-
Dicionário to tributário. Exemplo: em uma empresa que esteja
com pequeno lucro ou mesmo prejuízo, é melhor
Lucro real: é o lucro líquido do período de apura- apurar pelo lucro real do que pelo lucro presumido.
ção, ajustado pelas adições, exclusões ou compen-
sações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento
(Decreto-Lei nº 1.598/1977, art. 6º).
O lucro líquido do exercício referido no con-
ceito anterior é a soma algébrica do lucro ope-
A determinação do lucro real será precedida
racional, dos resultados não operacionais e das
da apuração do lucro líquido de cada período de
participações, e deverá ser determinado com ob-
apuração, com observância das disposições das
servância dos preceitos da lei comercial.
leis comerciais (Lei nº 8.981/1995, art. 37, § 1º).

4.4 Reorganização Societária

As técnicas de reorganização societária, se- uma ou mais sociedades, constituídas para esse
gundo Teixeira e Guerreiro (1979), são a INCOR- fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia
PORAÇÃO, a FUSÃO e a CISÃO, consideradas de cindida, se houver versão de todo o seu patrimô-
um ponto de vista exclusivamente jurídico. nio, ou dividindo-se o seu capital (art. 229 da Lei
Para Gallo (2002), a cisão, fusão e incorpo- nº 6.404/1976).
ração também são compreendidas como ope- A Fusão é a operação pela qual se unem
rações de reorganização societária e, ainda se- duas ou mais sociedades para formar sociedade
gundo o autor, possuem uma característica em nova, que lhes sucederá em todos os direitos e
comum: alteram o patrimônio das sociedades, obrigações (art. 228 da Lei nº 6.404/1976). Nessa
aumentando-o ou reduzindo-o. operação, todas as sociedades fusionadas se ex-
A incorporação, fusão e cisão podem ser tinguem, para dar lugar à formação de uma nova
operadas entre sociedades de tipos iguais ou di- sociedade, com personalidade jurídica distinta
ferentes e deverão ser deliberadas na forma pre- daquelas.
vista para a alteração dos respectivos estatutos ou A Incorporação é a operação pela qual uma
contratos sociais (art. 223 da Lei nº 6.404/1976). O ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
valor do acervo a ser tomado nas operações de- lhes sucede em todos os direitos e obrigações
verá ser definido pelo valor contábil ou de merca- (art. 227 da Lei nº 6.404/1976). Na incorporação, a
do (art. 21 da Lei nº 9.249/1995). sociedade incorporada deixa de existir, mas a em-
A Cisão é a operação pela qual a compa- presa incorporadora continuará com a sua perso-
nhia transfere parcelas do seu patrimônio para nalidade jurídica.

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Planejamento Tributário

4.5 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, estudamos quais são os possíveis regimes tributário a que uma empresa pode esco-
lher, para que possamos futuramente pensar em um planejamento tributário.
Vimos que a Cisão ocorre quando uma parte do patrimônio de uma sociedade é vendida para uma
ou mais sociedades; já a Incorporação é quando uma sociedade compra uma ou mais sociedades, sendo
que as incorporadas deixam de existir, somente continuando a existir a incorporadora; e a Fusão é a união
de duas ou mais sociedades, que se transformam em uma nova sociedade. Assim, é possível realizar pla-
nejamento tributário de acordo com a reorganização societária, porém a redução da carga tributária não
pode ser o único motivo para realizar uma reorganização societária.

4.6 Atividades Propostas

1. Defina, com suas palavras, o que é regime tributário.

2. Descreva, com suas palavras, os três tipos de regime tributário para pessoa jurídica.

3. É possível realizar planejamento tributário apenas utilizando os regimes tributários?

4. Defina, com suas palavras, o que é a reorganização societária.

5. Qual é a diferença principal entre cisão, fusão e incorporação?

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO – ELISÃO
5 E EVASÃO

Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudare- encontrar lacunas dentro da legislação de cada
mos quais são as principais diferenças entre elisão tributo e considerando as escolhas de forma tri-
e evasão fiscal. Vamos lá? butária pela qual a lei concede incentivos fiscais.
Como já mencionamos anteriormente, pla- Segundo Andrade Filho (2009), a diferença
nejamento tributário é também denominado entre Elisão Fiscal e Evasão Fiscal é: Elisão Fiscal
elisão fiscal. O antônimo de planejamento tribu- é uma atividade lícita de buscar e identificar al-
tário é evasão fiscal, que, por sua vez, de acordo ternativas que reduzam a carga tributária, ou seja,
com Andrade Filho (2009), considera toda ação busca lacunas e envolve o manejo inteligente do
ou omissão dolosa tendente a encobrir, de forma direito positivo e do mundo dos negócios, para
intencional e fraudulenta, operações tributáveis, obter a redução da carga tributária de forma lícita.
ou seja, evasão é qualquer espécie de delito ou Evasão Fiscal, também denominada Sonegação
infração legal. fiscal, é punível com pena restritiva de liberdade
e multa pecuniária; é o resultado doloso tendente
Dicionário a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o co-
nhecimento por parte da autoridade fazendária
Elisão fiscal: é uma atividade realizada a fim de re- da ocorrência do fato gerador da obrigação prin-
alizar a economia tributária de forma lícita, ou seja,
cipal, sua natureza ou circunstâncias materiais e
sem infringir a lei.
das condições pessoais do contribuinte.
Todo indivíduo, desde que não viole regra
É possível visualizar o planejamento tribu- jurídica, tem a indiscutível liberdade de ordenar
tário por diversas perspectivas, de acordo com seus negócios de modo menos oneroso, inclusive
Andrade Filho (2009), entre as quais: semântica, tributariamente.
sintática e pragmática.
A perspectiva Semântica é traduzida como
Saiba mais
uma ação preventiva, que tem como base proje-
ções futuras. Para que a obrigação tributária fique suportável,
A perspectiva Sintática demonstra que o não é necessário sonegar impostos ou incorrer em
ilícito penal ou tributário. Necessário é realizar uma
planejamento tributário busca encontrar lacunas análise profunda da atividade econômica de uma
para que seja possível realizar a redução da carga empresa, para conhecer sua forma de atuação e, a
tributária. Esta perspectiva trata-se de um proble- partir daí, dar aos contribuintes meios para reduzir
ma de ordem estrutural do sistema. sua carga tributária e evitar possíveis autuações.

Já a perspectiva Pragmática visualiza a li-


berdade de ação, pois, em algumas situações, a
ordem jurídica permite escolhas com repercussão Para obrigar o contribuinte a adotar o cami-
tributária diferente; em outras situações, a lei con- nho mais oneroso, é necessário o expresso man-
cede incentivos fiscais. damento legal, visto que ninguém é obrigado a
Assim, com base nessas perspectivas, pode- fazer ou deixar de fazer nada, senão em virtude
-se dizer que o planejamento tributário é realiza- de lei.
do com base em projeções futuras, na busca por

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Rossana Ribeiro do Prado Raffaelli

As formas de Evasão Fiscal são: principal ou o crédito tributário corres-


pondente (art. 71 da Lei nº 502/1964).
ƒƒ Infração: comportamento antijurídico
por culpa (ilícito tributário);
Atenção
ƒƒ Delito: comportamento antijurídico
por dolo (fraude ou sonegação), que é Nota-se que planejamento tributário e evasão
a vontade consciente dirigida a um fim não são iguais; o planejamento tributário realiza
somente atividades lícitas, já a evasão, ilícitas.
ilegítimo;
ƒƒ Fraude: toda ação ou omissão dolosa
tendente a impedir ou retardar, total ou Assim, percebe-se que existe a Elisão Fiscal
parcialmente, a ocorrência do fato ge- ilícita quando o indivíduo viola a regra jurídica
rador da obrigação tributária principal; (tributária ou não), a fim de atingir certo resultado
ou excluir ou modificar as suas caracte- econômico sem a consequente oneração tributá-
rísticas essenciais, de modo a reduzir o ria.
montante do imposto devido ou evitar Esse ato é denominado fraude fiscal, que
ou diferir seu pagamento (art. 72 da Lei se dá pela inobservância dos efeitos jurídicos da
nº 502/1964); norma tributária (por exemplo, pagar o tributo
ƒƒ Sonegação: toda ação ou omissão do- devido).
losa tendente a impedir ou retardar, A Elisão Fiscal ou Planejamento Tributário é
total ou parcialmente, o conhecimento uma forma criativa que consiste na orientação for-
por parte da administração fazendária mal, dada pelos advogados e contadores, para en-
da ocorrência do fato gerador da obri- contrar fórmulas, dentro do sistema jurídico, para re-
gação tributária principal, sua natureza duzir a carga tributária, valendo-se dos espaços que
ou circunstâncias materiais e das con- a legislação não alcançou e pautando-se em precei-
dições pessoais do contribuinte, sus- tos e formas legais, ou seja, realizando uma econo-
cetíveis de afetar a obrigação tributária mia fiscal, a qual proporciona mais recursos para a
ampliação das atividades e geração de empregos.

5.1 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, estudamos a diferença entre o planejamento tributário e a evasão fiscal, os quais
são totalmente opostos. Com isso, podemos afirmar que o indivíduo que está realizando uma evasão não
está fazendo um planejamento tributário, pois está infringindo a lei.

5.2 Atividades Propostas

1. O que é planejamento tributário?

2. Qual é a principal diferença entre elisão fiscal e evasão fiscal?

3. Quais são as formas de evasão fiscal?

4. Existe elisão ilícita? Se sim, justifique.

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DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCRO
6 E O SIGILO BANCÁRIO

Caro(a) aluno(a), neste momento, falaremos A distribuição disfarçada de lucro é uma for-
sobre a distribuição disfarçada de lucro e o sigilo ma de evasão fiscal e a quebra do sigilo bancário
bancário, os quais abordam a situação de evasão ocorre em função da suspeita de movimentação
fiscal. Vamos iniciar? monetária ilegal do indivíduo.

6.1 Distribuição Disfarçada de Lucro

Suponha que a empresa distribua o lucro ƒƒ Paga a uma pessoa ligada aluguéis, ro-
antes de recolher o IR; o que acontece com o IR? yalties ou assistência técnica, em mon-
Caso venha a reduzir o lucro, a base de cálculo do tante que excede notoriamente o valor
IR recolherá menos do que realmente deveria re- de mercado;
colher. ƒƒ Realiza com pessoa ligada qualquer
De acordo com o art. 60 do Decreto-Lei nº outro negócio em condições de favo-
1.598, de 1977, e do art. 20, inciso II, do Decreto- recimento, assim entendidas condições
-Lei nº 2.065, de 1983, presume-se distribuição mais vantajosas para a pessoa ligada
disfarçada de lucros quando a empresa: do que as que prevaleçam no mercado
ou em que a pessoa jurídica contrataria
ƒƒ Aliena um bem do seu ativo a uma pes- com terceiros.
soa ligada, considerada pessoa jurídica:
o sócio, o administrador ou o titular da
Dicionário
pessoa jurídica, ou o cônjuge e os pa-
rentes até terceiro grau, por um valor Alienar: transferir para domínio alheio (por venda,
notoriamente inferior ao valor de mer- troca, doação etc.).
cado;
ƒƒ Adquire um bem de uma pessoa ligada, O terceiro parágrafo do art. 60, do Decreto-
por um valor notoriamente superior ao
-Lei nº 2.065, de 1983, esclarece que, caso se prove
de mercado;
que o negócio foi realizado no interesse da pes-
ƒƒ Perde, em decorrência do não exercício
soa jurídica, exclui-se a presunção de distribuição
de direito à aquisição de bem e em be-
nefício de pessoa ligada, sinal, depósito disfarçada de lucros.
em garantia ou importância paga, para Então, se uma empresa realiza distribuição
obter opção de aquisição; disfarçada de lucro, a empresa está realizando um
ƒƒ Transfere a pessoa ligada o direito de Planejamento tributário? Não, a empresa esta-
preferência à subscrição de valores mo- ria cometendo uma evasão na forma de fraude.
biliários de emissão de companhia, sem Quando realizar o planejamento tributário, é ne-
pagamento ou por valor inferior ao de cessário o máximo de cautela e de atenção para
mercado; não realizar uma evasão ao invés de uma elisão.

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6.2 Sigilo Bancário

Para compreender melhor o que é o sigilo direito a vida, a liberdade, a igualdade, a


bancário, faz-se necessário definir sigilo. Segun- segurança e a propriedade, nos termos
seguintes: [...]
do o Dicionário Babylon (2009), significa segre-
do, aquilo que não pode ser revelado, conhecido X – são invioláveis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas,
apenas de uns poucos.
assegurado o direito à indenização pelo
Existem vários tipos de sigilo: profissional, dano material ou moral, decorrente de
bancário, fiscal, da comunicação de dados, entre sua violação; [...]
outros. XII – É inviolável o sigilo da correspon-
dência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas.
Atenção
Salvo no último caso por ordem judicial
No Brasil, o Sigilo Bancário, disposto pela Lei nas hipóteses e na forma que a lei esta-
Complementar nº 105/2001, é o dever de as ins- belecer para fins de investigação criminal
tituições financeiras conservarem em segredo as ou instrução processual penal. (BRASIL,
operações financeiras de seus clientes. 1988).

O sigilo bancário é aquele que iremos abordar. Saiba mais


Os incisos X e XII do art. 5º da Constituição
A eventual quebra desse sigilo só pode ser feita
da República Federativa do Brasil abordam o sigi- através de autorização judicial, nos casos em que se
lo e a possibilidade de quebra do sigilo: suspeita de movimentação ilegal na conta do cida-
dão. O pedido pela quebra deve partir de autorida-
des competentes, como o Ministério Público, a Po-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem lícia Federal, o Conselho de Controle de Atividades
distinção de qualquer natureza, garantin- Financeiras (COAF) e as Comissões Parlamentares
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros de Inquérito (CPIs).
residentes no País a inviolabilidade do

6.3 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos o que é e quando ocorre realmente uma distribuição disfarçada de lucro e o que
é e como funciona o procedimento do sigilo bancário no Brasil. Agora, vamos analisar seu conhecimento?

6.4 Atividade Proposta

1. Conceitue a distribuição disfarçada de lucro.

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7 COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS,
DENÚNCIA ESPONTÂNEA EM
PARCELAMENTOS FISCAIS E A CARGA
TRIBUTÁRIA IDEAL

Caro(a) aluno(a), neste capítulo, estudaremos espontânea, e, em seguida, o que seria a carga tri-
o que ocorre quando alguém se esquece de pagar butária ideal. Vamos lá?
algum tributo, que seria referente à denúncia

7.1 Compensação de Tributos

De acordo com Amaro (2009), a compen- ou Pedido Eletrônico de Ressarcimento (PER/


sação de tributos é uma alternativa ao pedido de DCOMP) e deverá ser transmitida via internet. Tal
restituição. programa se encontra no site da SRF (www.recei-
A apuração de crédito relativo a tributo ou ta.fazenda.gov.br).
contribuição administrado pela Secretaria da Re- Quando a compensação declarada à SRF for
ceita Federal (SRF), passível de restituição ou de homologada, extingue-se o crédito tributário, po-
ressarcimento, poderá ser utilizada na compensa- rém, caso não seja homologada, o sujeito passivo
ção de débitos próprios, vencidos ou vincendos, será comunicado da não homologação da com-
relativos a quaisquer tributos ou contribuições pensação e intimado a efetuar o pagamento do
sob administração da SRF. débito no prazo de trinta dias, contado da ciência
A Declaração de Compensação é gerada do procedimento.
pelo programa Pedido Eletrônico de Restituição

7.2 Denúncia Espontânea em Parcelamentos Fiscais

A denúncia espontânea é entendida como De acordo com o art. 138 do CTN, a respon-
aquela que é feita antes de a autoridade adminis- sabilidade é excluída pela denúncia espontânea
trativa tomar conhecimento da infração ou antes da infração, acompanhada, se for o caso, do pa-
do início de qualquer procedimento administra- gamento do tributo devido e dos juros de mora
tivo. ou do depósito da importância arbitrada pela au-
O CTN, ao tratar da responsabilidade por toridade administrativa, quando o montante do
infrações da legislação tributária, abre exceção, tributo depende de apuração (BRASIL, 1966). Não
dispondo que a denúncia espontânea implica ex- é considerada denúncia espontânea após o início
clusão dessa responsabilidade. de qualquer procedimento administrativo ou me-
dida de fiscalização relacionada com a infração.

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Atenção

O pagamento voluntário, pelo contribuinte em atraso, do valor integral do tributo, mais juros moratórios, antes de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, configura, segundo nossa legislação tributária,
denúncia espontânea, o que o libera do pagamento da multa acompanhada. Contudo, a simples confissão de dívida,
acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea.

7.3 Carga Tributária Ideal e sua Aplicação Prática

A Tributação Ideal também é denominada De acordo com pesquisas acadêmicas, os


Tributação Ótima e seu objetivo é analisar como resultados teóricos e empíricos indicam que o
uma dada receita tributária pode ser arrecadada sistema tributário ótimo depende de três fatores
pelo governo a um mínimo custo para a socieda- básicos, a saber:
de, levando em consideração as diferenças exis-
tentes entre os indivíduos em termos de capaci- ƒƒ O conjunto de instrumentos fiscais à
dade contributiva. Assim, os indivíduos devem disposição do governo;
contribuir para a receita na proporção de suas ƒƒ A estrutura de preferências das famílias;
capacidades.
ƒƒ Os pesos sociais atribuídos ao bem-estar
dos diferentes indivíduos na sociedade.
Dicionário

Tributação ótima: é a arrecadação governamental Saiba mais


com o menor custo.
O ideal seria o tributo de valor único, de acordo
com a capacidade produtiva de cada indivíduo,
Todo tributo deve ser arrecadado de for- mas, atualmente, a tributação é realizada com base
ma que implique o menor custo possível ao con- no consumo e na renda, pois as informações sobre
as habilidades naturais do contribuinte disponíveis
tribuinte. O sistema tributário ideal tem como são insuficientes para a criação de tributo de valor
objetivo tributar, genericamente, os cidadãos e único. E como, de acordo com o aumento da capa-
empresas de forma simples e transparente, obser- cidade, o tributo aumenta, não há nenhuma vanta-
gem para o contribuinte expor sua real capacidade
vando sua capacidade contributiva, sem distorcer produtiva.
as decisões quanto à alocação de recursos produ-
tivos e ao menor custo administrativo possível.

7.4 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos o que é a denúncia espontânea e como ela ocorre e a carga tributária ideal,
a qual atualmente não é aplicada no Brasil, em função da falta de recursos e informações. Agora, vamos
analisar seu conhecimento?

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Planejamento Tributário

7.5 Atividades Propostas

1. O que é a compensação de tributos?

2. A denúncia espontânea atribui ao contribuinte alguma vantagem?

3. Qual é a principal diferença entre a denúncia espontânea e a denúncia espontânea em parce-


lamentos fiscais?

4. O que é a tributação ótima?

5. Qual é o objetivo do sistema tributário ideal?

6. É possível tributar os contribuintes de acordo com a tributação ótima? Por quê?

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8 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS
INDUSTRIALIZADOS (IPI)

Caro(a) aluno(a), neste capítulo, colocare- O IPI é definido como imposto indireto, es-
mos um pouco da teoria que vimos no decorrer tabelecido pela Constituição, e pode ser rotulado
desta apostila em prática. Assim, agora realizare- como extrafiscal, ou seja, tem função arrecadató-
mos um planejamento tributário com o IPI; entre- ria de controle da economia, pois registra a pro-
tanto, primeiramente é necessário aprofundar- dução ou a importação.
mos o nosso conhecimento nesse imposto. Algumas indústrias possuem quantias altas
Antes de definir o IPI, é necessário definir o de pagamentos desse imposto; será que é possí-
que é industrializado para o CTN. No parágrafo úni- vel reduzi-las? O objetivo deste trabalho é realizar
co do art. 51, considera-se industrializado o produ- um planejamento tributário de IPI para que uma
to que tenha sido submetido a qualquer operação empresa possa reduzir o valor do imposto de
que lhe modifique a natureza ou finalidade ou o acordo com a lei.
aperfeiçoe para consumo (BRASIL, 1966).

8.1 Imposto sobre Produtos Industrializados (Ipi)

O contribuinte do IPI é o importador, o in- estabelecimentos dos contribuintes; e a sua ar-


dustrial ou aquele que a lei equiparar e o comer- rematação, quando o produto foi apreendido ou
ciante atacadista de produtos sujeito ao impos- abandonado e levado a leilão.
to que forneça a esses contribuintes. Podem ser A competência para que a União possa ins-
considerados contribuintes os arrematadores dos tituir o IPI está prevista na Constituição Federal de
produtos apreendidos ou abandonados e leva- 1988, no art. 153, inciso IV. O terceiro parágrafo
dos a leilão. desse artigo estabelece diretrizes do IPI vincula-
Os comerciantes atacadistas de insumos das ao legislador, descritas a seguir:
(matérias-primas, produtos intermediários, mate-
rial de embalagem) são equiparados facultativa- ƒƒ Será seletivo, em função da essenciali-
mente aos industriais. Essa equiparação foi criada dade do produto;
para possibilitar o crédito do IPI pelos estabele- ƒƒ Será não cumulativo, compensando-se
cimentos industriais. Caso o atacadista não opte o que for devido em cada operação com
pela equiparação, a indústria mesmo assim pode o montante cobrado nas anteriores;
efetuar o crédito do IPI, mediante a aplicação da
ƒƒ Não incidirá sobre produtos industriali-
alíquota a que estiver sujeito o produto sobre
zados destinados ao exterior.
50% (cinquenta por cento) do valor constante da
respectiva nota fiscal (art. 165 do RIPI/2002).
O CTN estabelece que o fato gerador do No entendimento de Fabretti (2005), o prin-
IPI é o seu desembaraço aduaneiro, quando de cípio da seletividade deve diferenciar os produtos
procedência estrangeira; a saída de produtos dos de acordo com sua essencialidade, ou seja, os que

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possuem maior essencialidade detêm menor alí-


quota ou, até mesmo, isenção e os de menor es- Atenção
sencialidade detêm maior alíquota.
Essas operações estão sujeitas ao cumprimento
De acordo com Valle e Mascarenhas (2003), de obrigações e formalidades de natureza admi-
será não cumulativo, relativamente aos mesmos nistrativa e fiscal, conforme estabelecido pela SRF
produtos ou mesmas matérias-primas, produtos (art. 19, parágrafo único, da Lei nº 10.637/2002).
intermediários e materiais de embalagem em-
pregados em sua industrialização. O legislador As alíquotas do IPI estão relacionadas na
atende a essa diretriz pelo sistema de crédito do TIPI, de acordo com a classificação fiscal de cada
imposto. produto, que está ligada à característica da seleti-
O princípio da anterioridade não se aplica vidade do produto.
ao IPI, pois detém funções de controle da econo- A base de cálculo do IPI é determinada no
mia, conforme mencionado anteriormente, ou art. 47 do CTN, sendo demonstrada a seguir:
seja, pode alterar a qualquer momento as alíquo-
tas e, até mesmo, incluir produtos que se classi-
ƒƒ No caso do desembaraço aduaneiro de
ficavam como não tributáveis, se entendido pelo
produtos industrializados de procedência
governo como necessário para controle da eco-
estrangeira: o preço normal que o pro-
nomia (Constituição Federal, art. 150, III, “b”, c/c
duto ou seu similar alcançaria, ao tem-
seu §1º).
po da importação, em uma venda em
Os produtos imunes, relativamente ao IPI, condições de livre concorrência, para
são livros, jornais, periódicos e o papel destinado entrega no porto ou lugar de entrada
à sua impressão; produtos destinados ao exte- no país, acrescido do montante de im-
rior; o ouro, quando definido em lei como ativo postos sobre a importação, das taxas
financeiro ou instrumento cambial; energia elétri- exigidas para a entrada do produto no
ca, derivados de petróleo, combustíveis e mine- país e dos encargos cambiais efetiva-
rais do País. Contudo, esses produtos imunes são mente pagos pelos importadores;
obrigados a emitir nota fiscal.
ƒƒ No caso da saída dos produtos de esta-
A exportação de produto nacional, sem que belecimentos do importador, industrial,
tenha ocorrido sua saída do território brasileiro, comerciante ou arrematante: o valor da
somente será admitida, para todos os efeitos fis- operação de que decorrer a saída da
cais e cambiais, quando o pagamento for efetiva- mercadoria ou, da falta desse valor, o
do em moeda estrangeira de livre conversibilida- preço corrente da mercadoria, ou simi-
de e a venda for realizada para (art. 19 da Lei nº lar, no mercado atacadista da praça do
10.637/2002): remetente;
ƒƒ No caso de apreendido, quando apreen-
ƒƒ Empresa sediada no exterior, para ser dido ou abandonado e levado a leilão: o
utilizado exclusivamente nas atividades preço de arrecadação.
de pesquisa ou lavra de jazida de petró-
leo e de gás natural, conforme a Lei nº
Saiba mais
9.478/1997, ainda que a utilização se
faça por terceiro sediado no país;
A TIPI contém a relação dos produtos naturais e in-
ƒƒ Empresa sediada no exterior, para ser dustrializados. Os produtos podem possuir a sigla
totalmente incorporado a produto final NT (não tributado) ou podem estar com alíquota
igual ou superior a zero, sendo que os produtos
exportado para o Brasil; com a sigla NT não podem ser de forma alguma co-
ƒƒ Órgão ou entidade de governo estran- brados, independente da operação em que estejam
inseridos. Já os produtos que possuem alíquota re-
geiro ou organismo internacional de duzida a zero, são produtos incidentes de IPI.
que o Brasil seja membro, para ser en-
tregue no país à ordem do comprador.

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Planejamento Tributário

8.2 Planejamento Tributário do Ipi

Existem vários impostos que incidem sobre De acordo com o art. 14 da Lei nº
uma única empresa, porém, para fins didáticos, 9.718/1998, a partir de 1999, estão obrigadas à
neste tópico, somente será abordado o planeja- apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas cuja
mento tributário do IPI, assim, desconsiderando receita bruta total, no ano calendário anterior,
os efeitos de outros impostos. for superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito
milhões de reais) ou a R$ 4.000.000,00 (quatro
Este planejamento tributário será realizado
milhões de reais) multiplicado pelo número de
em uma indústria de impressoras, denominada
meses de atividade do ano calendário anterior,
Imprex, e será dividido em 3 partes. A primeira quando inferior a 12 (doze) meses (limite fixa-
parte demonstra todos os dados atuais da Im- do pela Lei nº 10.637/2002). Contudo, segundo
prex. As duas outras partes são referentes a duas a Lei nº 9.718/1998, existe a possibilidade de as
hipóteses distintas de planejamento tributário, pessoas jurídicas, mesmo se não obrigadas a tal,
sendo que cada hipótese sempre será compara- apurarem seus resultados tributáveis com base
da com a primeira parte, ou seja, com a situação no Lucro Real, visando à economia tributária (pla-
atual da Imprex. nejamento fiscal).
Atualmente, a Imprex produz três tipos de
Situação Atual da Imprex impressoras: sistema jato de tinta, sistema a laser
e multifuncional. A indústria somente vende suas
impressoras ao cliente final; a quantidade anual
Imagine que a Imprex é uma indústria de vendida é de 215.205 unidades. A alíquota do IPI,
impressoras, que não possui filiais e está localiza- de acordo com a TIPI 2007, para essas impressoras
da na cidade de São Paulo. É constituída por dois é de 15%. A fim de facilitar o planejamento, consi-
sócios, os quais não possuem outras empresas. A dere que todas as matérias-primas utilizadas para
apuração do lucro é realizada pelo método do lu- a fabricação das impressoras também possuem a
cro real, conforme estabelece o art. 14 da Lei nº alíquota de IPI igual a 15%, sendo que a Imprex
9.718/1998, pois sua receita é de R$ 91.133.658,15. deseja um lucro de 50%.
Veja, a seguir, os dados anuais da Imprex:

Imprex – Atualmente IPI


Matéria-prima 28.023.658,00 4.203.548,70
Departamento Mão de Obra 9.515.246,00
Industrial Despesas
7.285.647,00
Operacionais
Mão de Obra 2.253.872
Departamento
Comercial Despesas
3.642.896,00
Operacionais
Departamento Mão de Obra 2.719.234,00
Administrativo Operacional 1.827.393,00
Lucro 27.633.973,00
Faturamento Líquido 82.901.919,00 12.435.287,85

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De acordo com esses dados, quanto a Im- Com isso, poderíamos pensar em duas al-
prex terá que pagar de IPI? Como o IPI é imposto ternativas para a Imprex reduzir o valor do pa-
não cumulativo, a empresa possui um crédito de gamento de IPI. A primeira alternativa seria abrir
IPI, com base no valor de compra de suas maté- uma filial, cuja finalidade seria de comércio vare-
rias-primas. Assim, a matéria-prima gerou um cré- jista, em que o produto principal comercializado
dito de IPI de R$ 4.203.549,00. seria as impressoras produzidas pela Imprex. A
No entanto, com o valor do Faturamento segunda alternativa seria vender as impressoras
Líquido, a Imprex deveria pagar R$ 12.435.288,00 para revendedoras, assim a Imprex deixaria de
de IPI. Como há um crédito de pagamento de IPI, vender seus produtos para o cliente final.
a empresa somente deverá pagar:
Se a Imprex abrir uma filial varejista
IPI = R$ 12.435.288,85 - R$ 4.203.549,70 =
R$ 8.231.039,15 Com a criação da filial varejista, é necessário
analisar o Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro
Com o valor correto do IPI a pagar, pode- de 2002, cujo art. 136 estabelece que o valor tri-
mos descobrir o Faturamento Bruto da Imprex, butável não poderá ser inferior:
o qual é a soma do Faturamento Líquido com o
valor a pagar de IPI: I – ao preço corrente no mercado ataca-
dista da praça do remetente quando o
produto for destinado a outro estabele-
Faturamento Bruto = R$ 82.901.919,00 +
cimento do próprio remetente ou a esta-
R$ 8.231.739 = R$ 91.133.658,15 belecimento de firma com a qual mante-
nha relação de interdependência (Lei nº
4.502, de 1964, art. 15, inciso I, e Decreto-
Com base na situação atual da Imprex, nota- -Lei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 5ª);
mos que a quantia a pagar de IPI é elevado, equi-
II – a noventa por cento do preço de ven-
valente a R$ 8.231.739,15. Será que a Imprex po- da aos consumidores, não inferior ao
deria conseguir reduzir a quantia a pagar de IPI? previsto no inciso I, quando o produto
Primeiramente, é necessário conhecer os for remetido a outro estabelecimento da
mesma empresa, desde que o destinatá-
contribuintes e o fato gerador do IPI para tornar
rio opere exclusivamente na venda a va-
possível a análise do imposto. O contribuinte do rejo (Lei nº 4.502, de 1964, art. 15, inciso II,
IPI é o importador, o industrial ou aquele que a e Lei nº 9.532, de 1997, art. 37, inciso III);
lei equiparar e o comerciante de produtos sujei- III – ao custo de fabricação do produto,
to ao imposto que forneça a esses contribuintes. acrescido dos custos financeiros e dos de
Podem ser considerados contribuintes os arre- venda, administração e publicidade, bem
matadores dos produtos apreendidos ou aban- assim do seu lucro normal e das demais
parcelas que devam ser adicionadas ao
donados e levados a leilão. Já o fato gerador do
preço da operação, no caso de produtos
IPI é o seu desembaraço aduaneiro, quando de saídos do estabelecimento industrial, ou
procedência estrangeira; a saída de produtos dos equiparado a industrial, com destino a
estabelecimentos dos contribuintes; e a sua ar- comerciante autônomo, ambulante ou
rematação, quando o produto foi apreendido ou não, para venda direta a consumidor (Lei
nº 4.502, de 1964, art. 15, inciso III, e De-
abandonado e levado a leilão.
creto-Lei nº 1.593, de 1977, art. 28);
Com base nos contribuintes e no fato ge-
IV – a setenta por cento do preço da ven-
rador desse imposto, percebemos que o IPI não da a consumidor no estabelecimento
incidirá em um comerciante varejista e deve ser moageiro, nas remessas de café torrado a
cobrado no momento em que o produto sair do comerciante varejista que possua ativida-
estabelecimento. de acessória de moagem (Decreto-Lei nº
400, de 1968, art. 8º).

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§ 1º No caso do inciso II, sempre que o Antes de demonstrar os dados da Imprex e


estabelecimento varejista vender o pro- de sua filial, é necessário analisar as seguintes in-
duto por preço superior ao que haja ser-
formações:
vido à determinação do valor tributável
será este reajustado com base no preço
real de venda, o qual, acompanhado da ƒƒ Para criar a Filial, a Imprex investiu R$
respectiva demonstração, será comuni- 205.365,00, com aluguel e despesas de
cado ao remetente, até o último dia do
estruturação para a loja;
período de apuração subseqüente ao da
ocorrência do fato, para efeito de lança- ƒƒ O único valor de gasto que não foi al-
mento e recolhimento do imposto sobre terado é referente ao departamento in-
a diferença verificada. dustrial;
§ 2º No caso do inciso III, o preço de re- ƒƒ Todos os gastos com o departamento
venda do produto pelo comerciante
autônomo, ambulante ou não, indica- comercial foram transferidos para a fi-
do pelo estabelecimento industrial, ou lial, incluindo os gastos adicionais;
equiparado a industrial, não poderá ser ƒƒ Os gastos com o departamento admi-
superior ao preço de aquisição acrescido
nistrativo estão divididos entre a matriz
dos tributos incidentes por ocasião da
aquisição e da revenda do produto, e da e sua filial, pois as duas utilizam esse de-
margem de lucro normal nas operações partamento; assim, cada uma é respon-
de revenda. (BRASIL, 2002). sável por 50% dos gastos;
ƒƒ O lucro que a empresa possuía continua
Assim, para transferir os produtos da matriz com mesmo valor monetário e é obtido
para a filial, a Imprex deverá transferi-los com o pela matriz.
valor na nota fiscal de 90% do preço de venda da
filial. Como a filial é varejista, não incidirá o IPI so- O próximo passo é analisar os dados da Im-
bre seu preço de venda final, então o valor de IPI prex (matriz) e de sua filial. Primeiramente, estão
para a filial torna-se um custo. demonstrados os dados da Imprex:

Imprex Matriz IPI


Matéria-prima 28.023.658,00 4.203.548,70
Departamento Mão de Obra 9.515.246,00
Industrial Despesas
7.285.647,00
Operacionais
Departamento Mão de Obra 1.359.617,00
Administrativo Operacional 913.696,50
Lucro 27.633.973,00
Lucro adicional 245.415,58
Faturamento líquido 74.977.253,08 11.246.587,96

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Quase todos os itens desta tabela foram IPI = R$ 11.246.587,96 - R$ 4.203.549,70 =


explicados anteriormente, com exceção do lucro R$ 7.043.039,26
adicional, que será abordado junto aos dados da
filial. Nesse momento, é muito importante verifi- Ao comparar essa hipótese de abrir uma
car o valor de IPI que a Imprex deverá pagar. filial varejista com a situação atual da Imprex, é
Com a compra de matéria-prima, a Imprex nítido que houve economia de R$ 1.188.699,89,
conseguiu um crédito de R$ 4.203.549,00. Com pois o valor pago de IPI na situação atual era
valor do faturamento líquido de R$ 74.977.253,08, de R$ 8.231.739,15 e agora, com a filial, é de R$
a empresa deveria pagar R$ 11.246.587,96, po- 7.043.039,26.
rém, em função do crédito, a Imprex somente irá Então, é possível concluir que houve redu-
pagar R$ 7.043.039,26: ção na quantia paga de IPI pela Imprex ao abrir
uma Filial. A seguir, estão demonstrados os dados
da Filial:

Filial
Produtos 82.020.292,34
Mão de Obra 2.253.872,00
Despesas
Departamento Operacionais 3.642.896,00
Comercial
Estruturação 138.102,00
Aluguel 67.263,00
Mão de Obra 1.359.617,00
Departamento
Administrativo Despesas 913.696,50
Operacionais
Somatória dos Gastos 90.395.738,84
Lucro adicional 737.919,32
Faturamento 91.133.658,15

Logo na primeira linha da tabela, existe uma A somatória de todos os gastos efetuados
curiosidade: por que as impressoras estão entran- pela filial é de R$ 90.395.738,84, pois é a somatória
do com o valor de R$ 82.020.292,34? De acordo dos seguintes gastos: 50% dos gastos do depar-
com o Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de tamento administrativo, gastos do departamento
2002, art. 136, os produtos deverão ser transferi- comercial e gastos dos produtos. Como a filial irá
dos com o valor de 90% do preço de venda final. vender todos os produtos por R$ 91.133.658,15,
Para efeito de comparação com a situação atual, o ela obterá um lucro de R$ 737.919,31.
valor de faturamento não foi alterado; já que o fa- Como demonstrado anteriormente, com a
turamento bruto anterior era de R$ 91.133.658,15, existência da filial, houve uma economia no valor
o valor de entrada do produto deve ser de 90% de do IPI no valor de R$ 1.188.699,89.
R$ 91.133.658,15. Assim: Como já mencionado, para criar a Filial, a
Imprex investiu R$ 205.365,00, sendo com des-
Produtos = R$ 91.133.658,15 * 0,90 = pesas de aluguel R$ 67.263,00 e com despesas es-
R$ 82.020.292,34 truturais da loja R$ 138.102,00, e obteve um lucro

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de R$ 737.919,31. Ao somar o lucro da filial com um lucro adicional, pois havia diferença entre o
o valor investido, obtêm-se R$ 943.284,31: Faturamento Líquido mais o valor a pagar de IPI
com o valor que a matriz era obrigada a transferir
R$ 737.919,31+ R$ 205.365,00 = do seu produto para a filial.
R$ 943.284,31 Conclusão: se a Imprex tivesse a filial varejis-
ta, somente com relação ao IPI, ela teria uma eco-
Assim, pode-se dizer que esse valor está nomia nesse imposto de R$ 1.188.699,89. Con-
sendo gerado pela economia do IPI, pois não tudo, para abrir a filial, haveria um investimento
houve aumento de vendas nem de preço. Assim, de R$ 205.365,00, assim gerando um lucro de R$
ao subtrair essa soma do valor economizado pelo 943.284,31, lembrando que não houve mais ne-
IPI, obtém-se o valor do lucro adicional, que está nhuma outra alteração na estrutura da empresa.
localizado nos dados da Matriz:
Se a Imprex deixar de vender para seus clientes
Lucro adicional = R$ 1.188.699,89 – finais e passar a vender para revendedoras
R$ 943.284,31= R$ 245.415,58
Na segunda alternativa, a Imprex não po-
Nesse momento, é possível compreender derá vender suas impressoras para o cliente final,
o motivo pelo qual o valor de entrada do pro- somente venderá suas impressoras para revende-
duto na filial é de R$ 82.020.292,34, porém é ne- doras. A empresa não terá departamento comer-
cessário entender como foram compostos os R$ cial e o departamento administrativo venderá as
74.977.253,08. Quase todos os itens da demons- impressoras para as revendedoras, sem haver ne-
tração dos dados da Matriz foram explicados, nhum custo adicional por essa operação. A seguir,
com exceção do Lucro adicional. A Imprex obteve os dados da Imprex:

Imprex – Revendedora IPI


Matéria-prima 28.023.658,00 4.203.548,70
Departamento Mão de Obra 9.515.246,00
Industrial Despesas
7.285.647,00
Operacionais
Departamento Mão de Obra 2.719.234,00
Administrativo Operacional 1.827.393,00
Lucro 27.633.973,00
77.005.151,00 11.550.772,65

Assim, com a saída dos produtos da em- Concluindo: se comparar esta alternativa
presa, o valor de pagamento do IPI seria de R$ com a situação atual, haverá economia de R$
11.550.772,65, mas, como a empresa possui R$ 884.515,20 no pagamento do IPI, pois, na situa-
4.203.549,00 de crédito de IPI, somente pagará R$ ção atual, a Imprex paga R$ 8.231.739,15 de IPI e,
7.347.223,95 de IPI. se ela deixar de vender suas impressoras para os
clientes finais e passar a vender para as revende-
doras, a empresa pagará R$ 7.347.223,95 de IPI.

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Conclusão do planejamento da Imprex de vender suas impressoras para seu cliente final.
A análise realizada somente teve como base
Entre as duas alternativas de planejamento o IPI; assim, não é possível afirmar que a melhor
tributário da Imprex, em que somente foi anali- alternativa para reduzir os impostos da empresa
sada a incidência do IPI, a alternativa de abrir seria abrir a filial. Para obter a informação de qual
uma filial varejista gera uma economia de R$ seria a alternativa correta a utilizar, é necessário
1.188.699,89, porém, se a Imprex deixasse de verificar quais são os impostos que incidem sobre
vender para seu cliente final e passasse a vender cada alternativa, ou seja, é necessário analisar os
para revendedores, somente economizaria R$ impostos incidentes caso a indústria venda seu
884.515,20. produto para seu cliente final, caso a indústria
Como demonstrado anteriormente, ao abra a filial varejista para a comercialização de
abrir uma filial, é necessário realizar alguns inves- seus produtos ou caso a indústria deixe de ven-
timentos; assim, a economia real da Imprex seria der seus produtos para o seu cliente final e passe
de R$ 943.284,31, porém, mesmo com esse in- a vender para empresas revendedoras.
vestimento, é melhor abrir a filial do que deixar

8.3 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, vimos algumas formas de realizar um planejamento tributário, ao mesmo tempo,
tomando atenção para que não ocorra uma evasão, como, por exemplo, na hora de verificar qual é a alí-
quota mínima de preço de transferência entre as filiais.

8.4 Atividade Proposta

1. Apresente um conceito próprio para Planejamento Tributário.

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

CAPÍTULO 1

1. É a prestação que o contribuinte paga ao governo a fim de financiar as despesas públicas.

2. A diferença entre o imposto, a taxa e a contribuição de melhorias é a atitude do governo com


relação à prestação do tributo, pois o imposto é o tributo que não exige do governo um de-
terminado serviço pelo pagamento dessa prestação, já a taxa exige um determinado serviço e
somente há a prestação da contribuição de melhorias caso a obra pública realizada realmente
valorize o imóvel do contribuinte.

4. A competência tributária não poderá ser transferida em nenhuma hipótese.

5. IPI é um imposto classificado como indireto. II é um imposto classificado como indireto e extra-
fiscal.

6. A competência tributária correspondente: à União – IR, CSLL e PIS; ao Estadual – ICMS e IPTU; e
ao Municipal – IPVA.

CAPÍTULO 2

1. O fato gerador tem como base a obrigação, que possui duas espécies: principal e acessória.
Principal: realizar o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária; Acessória: interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

2. O Sujeito Ativo da Obrigação é o Estado, que tem o direito público titular para instituir e exigir
do contribuinte, responsável ou terceiro o cumprimento da obrigação.

3. O Sujeito Passivo da Obrigação possui duas espécies: o sujeito passivo da obrigação acessória,
que é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto; e o sujeito passivo da obri-
gação principal, que é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Existem dois tipos de sujeito passivo da obrigação principal: o direto e o indireto. O Sujeito
Passivo da Obrigação Principal Direto é o contribuinte, quando tem relação pessoal e direta
com a situação; já o Sujeito Passivo da Obrigação Principal Indireto é o responsável, que não
tem relação direta.

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4. É o fato material a que se está tributando, como, por exemplo, o fato gerador do IR é a renda
do contribuinte.

5. Sim, o fato gerador da obrigação tributária principal e o da acessória. Fato gerador da obrigação
tributária principal é a situação definida por lei como necessária e suficiente à sua ocorrência; e
Fato gerador da obrigação tributária acessória é a situação que impõe a prática ou a abstenção
de ato que não configure obrigação principal.

CAPÍTULO 3

1.
a) II – Instituído pela União:
ƒƒ Fato gerador: entrada de produtos estrangeiros no território nacional;
ƒƒ Contribuinte: o importador ou quem a ele a lei equiparar;
ƒƒ Função: puramente econômica ou regulatória;

b) IE – Instituído pela União:


ƒƒ Fato gerador: saída de produtos estrangeiros do território nacional;
ƒƒ Contribuinte: o exportador ou quem a ele a lei equiparar;
ƒƒ Função: puramente econômica.

c) ICMS – Instituído pelo Estado:


ƒƒ Fato gerador: desembaraço aduaneiro do produto importado, saída do produto industria-
lizado e arrematação do produto quando está sendo levado a leilão;
ƒƒ Contribuinte: importador, comerciante, produtor ou quem a ele a lei equiparar;
ƒƒ Função: puramente econômica.

CAPÍTULO 4

1. O regime tributário é um conjunto de princípios e normas constitucionais, a fim de proteger o


contribuinte contra o poder tributário.

2. Uma pessoa jurídica pode optar pelo Simples Nacional, que é utilizado para micro e pequenas
empresas, sendo que o limite da receita anual é de R$ 2.400.000,00; pelo lucro presumido, cujo
limite de receita está entre R$ 2.400.000,00 e R$ 48.000.000,00; ou pelo lucro real, que pode ser
optado em qualquer faixa de receita, porém a pessoa jurídica é obrigada a optar por esse regi-
me quando sua receita for superior a R$ 48.000.000,00.

3. Sim, pois, caso uma empresa opte pelo lucro presumido e sua receita esteja muito inferior à
sua base da receita tributada, normalmente é mais vantajoso a empresa optar pelo regime de
lucro real.

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Planejamento Tributário

4. A reorganização societária é a reestruturação do patrimônio da empresa, aumentando-o ou


reduzindo-o, utilizando as técnicas de fusão, cisão e incorporação.

5. A diferença principal entre cisão, fusão e incorporação é que a cisão é a compra ou a venda de
parte do patrimônio de uma sociedade a uma ou mais sociedades; a Fusão é o surgimento de
uma nova sociedade, com a união de duas ou mais sociedades; e a Incorporação é a união de
uma ou mais sociedades, sendo que somente continuará existindo a incorporadora.

CAPÍTULO 5

1. Planejamento Tributário é a atividade que um indivíduo realiza para reduzir a carga tributária
sem infringir a lei.

2. A principal diferença entre elisão e evasão é que a elisão é o planejamento tributário e busca
a redução da carga tributária de forma lícita e a evasão realiza a redução da carga tributária de
forma ilícita, infringindo a lei.

3. As formas de evasão são infração e delito, sendo que o delito está dividido em duas partes:
fraude e Sonegação.

CAPÍTULO 6

1. A distribuição disfarçada de lucro é uma forma de evasão fiscal e a quebra do sigilo bancário
ocorre em função da suspeita de movimentação monetária ilegal do indivíduo.

CAPÍTULO 7

2. Sim, se o contribuinte denunciar que não houve o pagamento do tributo antes da ocorrência
de qualquer fato administrativo ocorrer, ele estará isento de pagar a multa e juros.

3. A denúncia espontânea isenta o contribuinte de pagar juros e multa, porém a denúncia espon-
tânea em parcelamentos fiscais não isenta.

4. É a carga tributária que conseguirá suprir as necessidades do governo, com o menor custo para
a sociedade.

5. Seu objetivo é tributar os cidadãos e empresas de forma simples e transparente, observando


sua capacidade contributiva.

6. O ideal seria que o tributo fosse um valor único, de acordo com a capacidade do contribuinte,
porém, atualmente, não é possível realizar a tributação dessa maneira, pois, de acordo com o
aumento da capacidade do contribuinte, o tributo aumenta, assim não há nenhuma vantagem
para o contribuinte expor sua real capacidade produtiva.

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CAPÍTULO 8

1. Planejamento tributário deve ser considerado um conjunto de operações visando a uma carga
tributária reduzida, gerando um benefício para a empresa de resultado econômico maior. Im-
portante que as bases legais do Planejamento Tributário devem estar fixadas no conceito de
elisão fiscal.

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REFERÊNCIAS

AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

ANDRADE FILHO, E. O. Planejamento tributário. São Paulo: Saraiva, 2009.

ATALIBA, G. Hipótese de incidência tributária. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

BOLETIM Jurídico. Disponível em: <www.boletimjuridico.com.br/doutrina/>. Acesso em: dez. 2009.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1996. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 27 out. 1966.

______. Decreto nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977. Altera a legislação do imposto sobre a renda.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 1977.

______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal, 1988.

DICIONÁRIO Babylon. Disponível em: <http://dicionario.babylon.com/sigilo>. Acesso em: dez. 2009.

FISCOSOFT. Disponível em: <www.fiscosoft.com.br>. Acesso em: dez. 2009.

GALLO, M. F. Uma contribuição ao estudo do planejamento tributário nos processos de fusão cisão
e incorporação. 2002. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Fundação Escola de Comércio
Álvares Penteado, São Paulo, 2002.

LAGEMANN, E. Tributação ótima. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 25, n. 2, p. 403-426, out. 2004.

PORTAL Tributário. Disponível em: <www.portaltributario.com.br/tributos.htm>. Acesso em: dez. 2009.

RECEITA Federal. Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br/legislacao>. Acesso em: dez. 2009.

TEIXEIRA, E. L.; GUERREIRO, J. A. T. Das sociedades anônimas no direito brasileiro. São Paulo: José
Vushatsky, 1979.

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