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Faculdade de Ciências Jurídicas e Políticas

Licenciatura em Direito
Unidade Curricular – Direito Fiscal
Ano Lectivo 2022/2023

Docente: Carla Sofia Dantas Magalhães

Endereço electrónico: carla.magalhaes@docente.ugs.ed.ao

Atendimento: Mediante marcação prévia (excepto em véspera de exame),


individualmente ou em grupo.

Material de estudo e outros recursos


 MACHADO, Jónatas E. M./COSTA, Paulo Nogueira da/MACAIA, Osvaldo, Direito
Fiscal Angolano Segundo a Reforma de 2014, Coimbra Editora, Coimbra, 2015.
 NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, 6.ª ed., Almedina, Coimbra, 2011. [Disponível
na Biblioteca da UGS].
 SANCHES, J. L. Saldanha/GAMA, João Taborda da, Manual de Direito Fiscal
Angolano, Coimbra Editora, Coimbra, 2010. [Disponível na Biblioteca da UGS].
 Alguma legislação básica:
o Código Geral Tributário (CGT) – Lei n.º 21/14, de 22 de Outubro + Lei n.º 21/20, de
9 de Julho – Lei que altera o CGT;
o Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (CIRT) – Lei n.º 18/14, de 22
de Outubro + Lei n.º 28/20, de 22 de Julho – Lei que altera o CIRT;
o Regime Jurídico de Vinculação e de Contribuição da Protecção Social Obrigatória –
Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de Setembro;
o Código do Imposto Industrial (CII) – Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro + Lei n.º
26/20, de 20 de Julho – Lei que altera o CII + Lei n.º 27/22, de 22 de Agosto – Lei
que altera o CII;
o Lei sobre o Regime Geral das Taxas (LRGT) – Lei n.º 7/11, de 16 de Fevereiro;
o Lei do Regime das Taxas das Autarquias Locais (LRTAL) – Lei n.º 12/20, de 14 de
Maio.

Objectivos
Dar a conhecer aos estudantes o Direito Fiscal ao nível geral: noção de imposto, princípios
do Direito Fiscal e relação jurídica tributária, utilizando-se o estudo do Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho (Grupo A) para concretizar as temáticas abordadas.
Possibilitar aos estudantes compreender a noção e o âmbito do Direito Fiscal; explicar os
momentos da vida do imposto, desde o momento legislativo ao momento administrativo
(lançamento, liquidação e cobrança); identificar os elementos do conceito jurídico de imposto;
distinguir o imposto de figuras afins, em particular, da taxa; analisar os princípios
constitucionais do Direito Fiscal, como o princípio da igualdade fiscal, o princípio da
capacidade contributiva e o princípio da legalidade fiscal; explicar as relações do Direito Fiscal

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com outros ramos do direito; descrever as classificações tradicionais dos impostos; compreender
a composição do sistema fiscal angolano; analisar o nascimento, o desenvolvimento e a extinção
da relação jurídica fiscal; caracterizar a relação jurídica fiscal como uma relação triangular nos
casos em que há retenção na fonte; identificar os deveres de cooperação dos sujeitos passivos
(em particular, das empresas); analisar as consequências jurídicas do não cumprimento dos
deveres de cooperação, tais como as penalidades previstas e a possibilidade de determinação da
matéria colectável por presunção na falta da entrega de declarações; contextualizar o direito dos
contribuintes de impugnar, administrativa e judicialmente; trazer uma solução jurídica
fundamentada perante um problema ou factualidade apresentada.

Descrição e natureza da disciplina


O Direito Fiscal é uma disciplina obrigatória do plano de estudos do curso de licenciatura em
Direito. As aulas são teóricas e teórico-práticas. Na colectânea de «Sumários Desenvolvidos de
Direito Fiscal e Textos de Apoio» constam as referências bibliográficas tanto para a primeira
parte do programa atinente aos aspectos gerais do imposto, como para a segunda parte sobre a
relação jurídica tributária. Integram a referida colectânea casos práticos resolvidos e a resolver
pelos estudantes, sobre os conteúdos nucleares do programa: noção e âmbito do Direito Fiscal;
conceito jurídico de imposto; distinção entre imposto e figuras próximas, com realce para a
distinção do imposto face à taxa; princípio da legalidade tributária; relação jurídica tributária
(triangular), substituição tributária/retenção na fonte concretizada em sede de Imposto sobre os
Rendimentos do Trabalho IRT (Grupo A), deveres de cooperação das empresas e
responsabilidade pelo imposto não pago.
De seguida apresentam-se os tópicos que compõem o programa da disciplina:

1. Direito Fiscal enquanto disciplina jurídica.


1.1. A actividade financeira da cobrança das receitas.
1.2. A disciplina jurídica das exacções públicas.
2. Ordenamento jurídico e ordenamento jurídico-tributário.
2.1. Os princípios constitucionais materiais e a lei fiscal.
3. Lançamento, liquidação e cobrança.
4. O imposto como instrumento de satisfação das necessidades financeiras do Estado;
prestação coactiva, unilateral e não-sancionatória. Distinção entre imposto e figuras
próximas.
5. A norma fiscal: finalidades financeiras e finalidades de intervenção económica e social. Os
benefícios fiscais.
6. O princípio da capacidade contributiva como princípio ordenador das normas fiscais: a
igualdade do sacrifício. A justa distribuição dos encargos tributários.
6.1. Na modelação da lei.
6.2. Na actividade administrativa.
7. O Direito Fiscal como ramo do Direito Administrativo.
7.1. A situação no Estado Social de Direito.
7.2. A multiplicidade das relações com o Estado.
7.3. Rendimento pessoal, encargos fiscais e prestações sociais.
8. O princípio da legalidade fiscal.
8.1. A lei fiscal como a base da decisão administrativa.
8.2. A Assembleia Nacional e criação da lei fiscal.
8.3. O papel do orçamento. As autorizações legislativas.
9. A Constituição e a estrutura do sistema fiscal.
10. A tributação do agregado familiar: a unidade fiscal. A desconsideração do agregado familiar
como uma situação de distorção que impede uma progressividade plena no IRT.
10.1. O problema do casamento e das uniões de facto.
11. Algumas classificações dos impostos. A tributação das empresas: a determinação do lucro
real.
12. Algumas classificações dos impostos. A tributação do consumo.

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13. A relação jurídica fiscal: o nascimento da obrigação tributária.
13.1. A corrente constitutivista e a corrente declarativista.
13.2. A obrigação tributária como uma obrigação ex lege.
13.3. Função e natureza do acto tributário.
13.4. Acto tributário e acto administrativo.
13.5. Acto administrativo e pontualização da possibilidade de impugnar.
14. Relação jurídica fiscal e relação obrigacional fiscal. O conceito de relação jurídica fiscal. O
objecto da relação jurídica fiscal.
14.1. Os deveres de cooperação tributária.
15. A previsão normativa dos factos tributáveis: a previsão normativa enquanto decisão política
e instrumento da segurança jurídica.
15.1. A previsibilidade da norma jurídica.
15.2. Factispécie e tipo na previsão normativa. Princípio da tipicidade fiscal.
16. Algumas classificações dos impostos. O objecto do imposto e a sua evolução.
16.1. Algumas classificações dos impostos. A tributação dos índices de riqueza.
16.2. Algumas classificações dos impostos. Os impostos indirectos.
17. Algumas classificações dos impostos. A tributação do rendimento.
17.1. Rendimento normal e rendimento real.
18. Rendimento fonte e rendimento acréscimo: a tributação das mais-valias.
19. Algumas classificações dos impostos. O sistema fiscal angolano: impostos sobre o
rendimento das pessoas, impostos sobre o rendimento das empresas e impostos sobre o
consumo.
20. Algumas classificações dos impostos. O sector pré-reforma: imposto sucessório, sisa e
imposto de selo.
21. Algumas classificações dos impostos. O imposto sobre as sucessões e doações.
22. O sistema fiscal e a redistribuição do rendimento.
23. Algumas classificações dos impostos. A tributação das pessoas singulares: rendimento
sintético e rendimentos cedulares.
24. A tributação das empresas: actividade comercial e lucro tributável.
25. A soberania fiscal: a soberania fiscal enquanto poder tributário legislativo.
26. O poder de criação de normas fiscais.
26.1. O poder administrativo.
26.2. A partilha do poder tributário no sistema constitucional angolano.
27. A soberania fiscal enquanto poder territorial.
27.1. A tributação com base mundial e a tributação com base territorial.
28. A residência fiscal.
28.1. Irrelevância no IRT e critério no Imposto Industrial.
29. Os deveres de cooperação como um sector do ordenamento juridico-tributário.
29.1. A relação jurídico-tributária.
30. Obrigações acessórias e obrigações autónomas.
30.1. Deveres de prestação pecuniária e deveres de conduta.
30.2. O destinatário da norma fiscal: a norma fiscal como norma de conduta do sujeito
passivo.
31. O dever de cooperação do sujeito passivo: IRT, Imposto Industrial.
31.1. A aplicação da boa fé nas obrigações tributárias.
32. Os mais importantes dos deveres de cooperação.
32.1. Os deveres declarativos em sentido estrito: as declarações tributárias.
33. Os comportamentos declarativos: a obrigação de ter registos contabilísticos.
34. A substituição tributária e as relações jurídicas triangulares: a retenção na fonte. Os
conceitos de sujeito passivo, contribuinte e devedor do imposto. A responsabilidade do
substituto tributário.
35. As empresas como centro de imputação dos deveres de cooperação.
35.1. Os deveres de registo das empresas.
35.2. Contabilidade e dever de retenção na fonte.
36. Os deveres específicos da empresa.

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36.1. A existência de contabilidade.
37. O balanço da empresa e o seus fins: o cômputo e a distribuição dos lucros.
38. Os princípios do balanço: sãos princípios da contabilidade e princípios contabilísticos
geralmente aceites.
38.1. A objectividade do balanço.
39. O balanço como uma factispécie tributária: determinação e indeterminação.
40. Conceito de rendimento e tributação da mais-valia.
40.1. Mais-valia e acréscimo patrimonial.
41. Definição de mais-valia: as mais-valias no caso das empresas.
42. Os tipos de mais-valias: mais-valias latentes e mais-valias realizadas.
43. As mais-valias obtidas sem esforço: os windfall gains.
44. As mais-valias resultantes do investimento especulativo.
45. Sociedades e mais-valias.
45.1. A importância das mais-valias nos mercados financeiros.
46. Os métodos indiciários como um exercício de poderes administrativos.
46.1. A tributação segundo a declaração do contribuinte.
47. A presunção de validade da declaração e a sua remoção.
47.1. Vícios do balanço e vícios da declaração.
48. Prova directa e prova indirecta: a prova indiciária.
49. Princípio da igualdade e grau de certeza na avaliação indiciária.
50. Relação jurídica fiscal e controlo judicial da actividade administrativa.
50.1. Os vários modelos de controlo judicial.
50.2. Juiz ad hoc, juiz comum.
51. Os tribunais administrativos e as suas funções.
51.1. A situação em Angola.

Avaliação de conhecimentos
A avaliação de conhecimentos encontra-se definida no Regulamento do Sistema de
Avaliação da Aprendizagem em vigor na UGS.
No regime de avaliação contínua, serão realizadas duas avaliações, correpondendo a primeira
avaliação a um trabalho e a segunda avaliação a uma prova escrita. O estudante será aprovado
na disciplina se tiver classificação igual ou superior a 12 (doze) valores na escala de números
inteiros de 0 (zero) a 20 (vinte) valores, calculada com base na média aritmética simples das
notas obtidas nas duas avaliações.
No regime de exame final, o estudante será aprovado na disciplina se tiver classificação igual
ou superior a 10 (dez) valores na escala de números inteiros de 0 (zero) a 20 (vinte) valores.
As provas escritas, quer em avaliação contínua, quer em exame final, contêm um grupo de
questões de resposta sucinta, um caso prático e poderão incluir ainda uma questão de
desenvolvimento. No dia da prova, os estudantes deverão ser portadores da legislação
necessária, a qual não deverá ter qualquer anotação, excepto remissões. Não são permitidos
empréstimos de legislação entre alunos no decurso da prova. O estudante que recorrer a cábula
ou a qualquer outro elemento de consulta não autorizado terá a prova anulada. A utilização de
práticas de cábula, cópia ou plágio em prova de avaliação constitui infracção disciplinar, nos
termos do disposto no Regulamento do Regime Académico em vigor na UGS.

Outros assuntos de interesse


Os assuntos de natureza administrativa, como matrículas, inscrição em turma ou pautas, ou
de natureza financeira devem ser resolvidos atempadamente pelo estudante junto dos serviços
administrativos ou financeiros, respectivamente, competentes.
Aconselha-se a consulta regular do site da Universidade Gregório Semedo (www.ugs.ed.ao)
para obtenção de informação actualizada e acesso aos serviços online aí disponibilizados.

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Bibliografia complementar
 CARLOS, Américo Fernando Brás, Impostos. Teoria Geral, 4.ª ed., Almedina,
Coimbra, 2014.
 GOMES, Nuno de Sá, Manual de Direito Fiscal, vol. I, 11.ª ed., Editora Rei dos Livros,
Lisboa, 2000, e vol. II, 8.ª ed., Editora Rei dos Livros, Lisboa, 1999.
 KOSI, Hermenegildo FM, A Constituição Fiscal e a Evolução do Modelo de
Contencioso Tributário Angolano, WA Editora, Luanda, 2018.
 KOSI, Hermenegildo FM, «Direito Fiscal», in Direito de Angola, 2.ª ed., Faculdade de
Direito da Universidade Agostinho Neto, Luanda, 2014.
 MARTÍNEZ, Soares, Direito Fiscal, 9.ª ed., Almedina, Coimbra, 1997.
 NABAIS, José Casalta, O Dever Fundamental de Pagar Impostos, Coimbra, Almedina,
2012.
 NUNES, Elisa Rangel, Lições de Finanças Públicas e de Direito Financeiro, 5.ª ed.,
Luanda, 2014.
 PACA, Cremildo Félix, Justiça Administrativa, Fiscal e Aduaneira, Luanda, 2017.
 ROCHA, Joaquim Freitas da, Contencioso Tributário Angolano (Apontamentos
Universitários), Escola de Direito da Universidade do Minho, Braga, 2019. [Disponível
online].
 ROCHA, Joaquim Freitas da, Lições de Procedimento e Processo Tributário, 4.ª ed.,
Coimbra Editora, Coimbra, 2011.
 ROCHA, Joaquim Freitas da/GONÇALVES, Marco Carvalho, Direito Fiscal:
Elementos de Apoio, 2ª ed., AEDUM, Braga, 2005.
 ROCHA, Joaquim Freitas da/SILVA, Hugo Flores da, Teoria Geral da Relação
Jurídica Tributária, Almedina, Coimbra, 2017.
 SANCHES, J. L. Saldanha, A quantificação da obrigação tributária: deveres de
cooperação, autoavaliação e avaliação administrativa, 2.ª ed., Lex, Lisboa, 2000.
 SANCHES, J. L. Saldanha, Manual de Direito Fiscal, 3.ª ed., Coimbra Editora,
Coimbra, 2002. [Disponível na Biblioteca da UGS].
 SILVA, Suzana Tavares da, Direito Fiscal – Teoria Geral, 2.ª ed., Imprensa da
Universidade de Coimbra, 2015. [Disponível online].
 TEIXEIRA, António Braz, Princípios de Direito Fiscal, 2.ª ed., Almedina, Coimbra,
1979.

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