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1. Introdução
Considerando o poder Estatal e o seu direito em exigir o pagamento dos
tributos, as empresas são chamadas a repensarem a atual gestão, para que essa
reorganização lhes permita alcançar benefícios na redução dos custos, com
destaque aos fiscais, oferecendo assim maior competividade e lucratividade.
Com relação à carga tributária, observa-se, no Brasil, uma variação
constante da porcentagem dela. Segundo uma pesquisa realizada pela Receita
Federal em 2017, entre 2003 e o ano da pesquisa houve um aumento de
arrecadação de tributos de 1,04% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo em 2003 a
porcentagem de 31,39% e em 2017 a margem de 32,43%.
Além disso, dentro da América Latina, o Brasil é o segundo país com maior
carga tributária, representado por 32,3% do PIB em 2016 e ficando atrás somente de
Cuba com 41,7% do PIB no mesmo período (RECEITA FEDERAL, 2018).
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Para as empresas que atuam dentro de um cenário com cargas tributárias
tão altas e oscilantes é necessário que elas se organizem a curto, médio e longo
prazo, pois cerca de 6% das empresas no Brasil enfrentam dificuldades no primeiro
ano em relação aos tributos e 16% descrevem os tributos elevados como a principal
causa de sua insatisfação com o seu negócio (SEBRAE, 2014).
Diante do exposto, torna-se necessário que, para sua sobrevivência e maior
lucro líquido, as empresas planejem e analisem os impostos incidentes sobre seu
negócio. Para auxiliar na administração dessas obrigações, o Planejamento
Tributário é utilizado para assessorar na gestão e na tomada de decisão pela
organização, ajudando a reduzir custos e evitar prejuízos financeiros (SIQUEIRA,
2019).
Para VELLO e MARTINEZ (2014), o Planejamento Tributário consiste em
um conjunto de ações que auxiliam a empresa a reduzir a carga tributária a ser paga
e, consequentemente, a não gerar custo operacional desnecessários,
proporcionando, assim, mais eficiência e competitividade.
Através de uma pesquisa qualitativa, este trabalho aborda os conceitos
básicos do Sistema Tributário Nacional, os princípios constitucionais que regem a
tributação no país, bem como os possíveis regimes tributários e, concomitantemente
à apresentação de estudos comparativos exemplificativos de enquadramento fiscal,
destaca a importância do Planejamento Tributário como uma ferramenta estratégica
de gestão empresarial, especialmente a serviços das empresas na busca da
redução da carga tributária.
2. Objetivo
Apresentar e destacar a importância do Planejamento Tributário enquanto
instrumento para redução, de maneira legal, da carga tributária paga pelas
empresas brasileiras, a partir da correta escolha do enquadramento fiscal.
3. Metodologia
Este trabalho é estruturado no formato de artigo cientifico com abordagem
de pesquisa qualitativa, através de um levantamento de dados, mediante uma
pesquisa bibliográfica e da legislação tributária aplicável e exemplificado com base
em estudos comparativos.
4. Desenvolvimento
Antes de tratar do Planejamento Tributário em si, e a fim de melhor subsidiar
a compreensão teórica e prática desse instituto enquanto instrumento a serviço dos
interesses das empresas, é necessário conhecer, brevemente, alguns elementos do
Sistema Tributário Nacional constante do arcabouço legislativo e doutrinário
brasileiro, desde os tipos tributários e seus componentes, a competência dos entes
federativos, os princípios constitucionais aplicáveis, bem como os regimes
tributários.
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que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada”.
Portanto, fica definido como obrigatório o pagamento em dinheiro desta
prestação, não abrindo margem para algo voluntário, mesmo que contrarie o
interesse do sujeito pagante (CARVALHO, 2002).
Ainda, segundo o artigo 145 da Constituição Federal do Brasil de 1988, cabe
a União, aos Estados, os Distritos Federais e aos Municípios instituírem tributos,
sendo eles: impostos, taxas e contribuições de melhorias. Entretanto, alguns autores
incluem mais dois tipos de tributos, sendo eles a contribuição especial e o
empréstimo compulsório.
Nas disposições gerais do CTN, art. 16, é descrito os impostos como sendo
o “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
Portanto, para CARVALHO (2002), o imposto é um “tributo que tem por
hipótese de incidência um fato alheio a qualquer atuação do Poder Público” (p. 36),
isso pode ser desde o ganho líquido do sujeito passivo até a prestação de serviços.
Além disso, o imposto pode ser definido em direto e indireto. Para SABBAG
(2016), imposto direto é definido como sendo aquele que é arcado pelo contribuinte,
ou seja, quem realizou a ação tributável, enquanto que o imposto indireto é aquele
que se tornou incumbência de uma terceira pessoa, não sendo quem realizou o fato
gerador. Ou seja, o imposto direto é suportado pelo sujeito que realizou a ação
tributável, bem como o indireto é transferido para o próximo consumidor do produto
ou serviço da cadeia ou é recolhido por um terceiro da relação jurídico tributária.
Nas palavras de CARVALHO (2002, p. 39), o tributo, em forma de taxa, é
conceituado como “amostras de ações do governo orientada diretamente ao
contribuinte, assim, diferenciando-se dos impostos, podendo elas serem cobradas
pela prestação de serviços públicos ou do poder de polícia”.
O CTN, no artigo 77, informa que as taxas têm como “fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”.
Acrescenta, no parágrafo único, que “a taxa não pode ter base de cálculo ou fato
gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do
capital das empresas”.
Ainda, CARVALHO (2002) relata que além dos impostos e das taxas que os
municípios, os estados e a União podem arrecadar compulsoriamente dos
contribuintes há, ainda, a contribuição de melhoria que é arcada por todos os donos
de imóveis que prosperam ou/e se privilegiam financeiramente com alguma
atividade estatal, como obras do governo.
O CTN, em seu artigo 81, define que a contribuição de melhoria como:
“é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado”.
Já o empréstimo compulsório, conforme o art. 15 do CTN, é um tributo que
somente o Estado pode cobrar nas seguintes situações: “I - guerra externa, ou sua
iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender
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com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção
temporária de poder aquisitivo”, ou seja, empréstimo compulsório é utilizado
somente para despesas extraordinárias de decorrência de calamidade públicas ou
situações que, assim entendidas pelo governo, necessite (CARVALHO, 2002).
CARVALHO (2002) cita que o fato gerador é uma ação previamente descrita
em lei. Por sua vez, TRISTÃO (1998) complementa, que “denomina-se fato gerador
a situação que faz nascer a obrigação de pagar a importância pecuniária
correspondente”, e ainda descreve o fato gerador do imposto (sendo uma ação do
Estado não necessariamente voltada ao contribuinte), da taxa (tendo como
contrapeso uma atividade do Estado para o sujeito passivo) e contribuição de
melhoria (tendo como fato gerador uma atuação do Estado que valorize seu imóvel).
Já o contribuinte, segundo lei aplicável e diversos tributaristas, é definido
como sujeito passivo. O art. 121 do CTN define que o “sujeito passivo da obrigação
principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”.
Acrescenta, informando e que “o sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa
obrigada às prestações que constituam o seu objeto”.
Não obstante, o sujeito ativo é o credor que executa a retirada compulsória
de patrimônio do colaborador e esse sujeito se divide em sujeito ativo direto (União,
Estados-Membros, Distrito Federal, Municípios) e indireto (“os parafiscais”),
enquanto que o sujeito passivo é quem tem retirado de seu patrimônio, contribuindo
compulsoriamente (SABBAG, 2016).
Além disso, faz-se necessário a diferenciação de contribuinte e responsável.
O responsável encaixa-se também no sujeito passivo, tendo ele uma obrigação
indireta instituída em lei de responder pelo tributo, como exemplo o “empregador em
relação ao imposto de renda retido devido pelos seus empregados”, enquanto que o
contribuinte é o sujeito passivo que tem relação direta com o fato gerador (PNEF,
2005, p. 53).
Enquanto que a base de cálculo, segundo a PNEF (2005), é um montante,
devidamente regulamentado por lei e geralmente de cunho pecuniário, que serve
para calcular o valor devido pelo contribuinte ou responsável. JUNQUEIRA e
CASTRO (2016) afirmam que a base de cálculo é a importância na qual se aplica a
alíquota para saber o total de tributo a ser recolhido.
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4.2 A competência Tributária
AMARO (2006) explica que a competência tributária é o ato de alguma
esfera da Federação (União, E-M, DF e Municípios), dentro de suas respectivas
limitações constitucionais, instituir um tributo. O autor (p. 95) divide essa proficiência
em 3 (três) modalidades, sendo elas privativa (“competência para criar impostos
atribuída com exclusividade a este ou àquele ente político”), residual (“atribuída a
União atinente aos outros impostos que podem ser instituídos sobre situações não
previstas”) e comum (que são referentes às taxas e contribuições de melhoria,
atribuída a todos os órgãos).
Um dos entes competentes dessa atividade está descrito no art. 153 da
Constituição Federal de 1988, onde destaca os impostos que podem ser cobrados
apenas pela União, sendo eles:
I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de
produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer
natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e
seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários: VI - propriedade
territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos
não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua
criação.
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entes da federação só poderão instituir novos tributos ou alterar os já existentes com
base e respaldo em lei.
Outro princípio descrito no art. 150 da CF, item III e alíneas b e c, é o da
anterioridade, onde veda a União, os Estados Membros, o Distrito Federal e os
Municípios, de cobrarem tributos dos contribuintes “no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”, a cobrança só será
permitida após decorridos noventa dias de sua publicação ou no ano seguinte.
Ainda, conforme descrito do artigo 150 da Constituição Federal de 1988,
item a, há o princípio da irretroatividade tributária, sendo ele uma das limitações de
cobrança de tributos que os entes federativos possuem “em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado”, ou seja, é vedado aos órgãos competentes arrecadar os tributos recém
instituídos daqueles que realizaram a incidência tributária antes de sua publicação.
Não obstante, na Constituição Federal Brasileira vigente, no art. 150, é
descrito que é vedado às unidades federadas “utilizar tributo com efeito de confisco”,
ou seja, é constitucionalmente vedado a esses órgãos competentes pela tributação
que retenham de maneira exacerbada o patrimônio do contribuinte, de modo a fazê-
lo sentir que está sofrendo algum tipo de sanção do Estado, o que seria
inconstitucional.
Além destes, a Carta Magna do Brasil no art. 145 ainda traz o princípio da
capacidade contributiva, definindo-o como:
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
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4.4.2 Lucro real
CREPALDI (2012) descreve que o regime tributário de Lucro Real é um
enquadramento tributário calculado com base no lucro contábil ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação
fiscal. Isto é, a partir do lucro líquido contábil auferido pela empresa em consonância
com a legislação contábil e a partir da equação básica: receitas deduzidas dos
gastos incorridos no período, é feito ajustes de acordo com a legislação tributária,
resultando em um lucro real, o qual será a base de cálculo para definir o montante
dos tributos (IRPJ1 e CSLL2) a serem pagos.
Neste regime tributário, para fins de sua apuração é obrigatória à empresa
utilizar o regime de competência, sendo consideradas receitas e despesas aquelas
determinadas quando da ocorrência do fato, sem necessariamente ter havido
recebimento ou pagamento, conforme Lei Nº 12.814/2013. Ainda, conforme disposto
na Lei Nº 12.814/2013, a apuração do Lucro Real é obrigatória para as empresas
que auferirem em seu ano-calendário uma receita bruta superior a R$
78.000.000,00, bem como as empresas:
II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de
previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos
de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação
tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do
imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado
pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n°
9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou
de prestação de serviços (factoring). VII - que explorem as atividades de
securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.
1IRPJ corresponde ao imposto de renda para pessoas jurídicas, específico para empresas com
cadastros jurídicos.
2A CSLL é a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, tributo federal que incide sobre todas as
Pessoas Jurídicas domiciliadas no Brasil, objetivando apoiar financeiramente a Seguridade Social.
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de acordo com o faturamento e possuindo recolhimento trimestral (CREPALDI,
2012).
Não obstante, BARBOZA (2017, p. 17) relata que o “Regime do LUCRO
PRESUMIDO estabelece uma parte do faturamento das empresas como base de
cálculo dos tributos IRPJ e a CSLL”. Vale ressaltar que, segundo a Lei nº 9.430 de
1996, as empresas optantes do lucro presumido que excederem o valor de R$
20.000,00 após o cálculo do montante do imposto de renda a ser pago, deverá
sujeitar-se a um adicional deste tributo de 10%.
SABBAG (2016, n.p.) comenta que este estilo de tributação geralmente,
após um Planejamento Tributário, costuma ser a opção que mais atende as
“necessidades para as pequenas e médias empresas que sejam prestadoras de
serviço, porquanto os principais custos estão na folha de pagamento”.
Adicionalmente, é possível afirmar que, em regra, quando os gastos totais
incorridos forem superiores a determinado percentual do faturamento – estipulado
por lei – o regime do lucro presumido será benéfico para a empresa.
Além disso, SABBAG (2016) relata que pelo lucro arbitrado a autoridade
tributária tem o poder de desconsiderar os valores tributários lançados pelo sujeito
passivo em razão da inidoneidade (sendo a apresentação de documentos que não
condizem com a realidade) ou a omissão de documentos, diante disto o Fisco fica
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autorizado a encontrar uma base de cálculo para aquela obrigação tributária
compatível com o mercado.
Em suma, o lucro arbitrado é um meio de calcular o tributo devido por
iniciativa do contribuinte, quando este não consegue apurar o montante do tributo
devido pelo lucro presumido ou real, ou geralmente do pela iniciativa do Fisco,
quando a documentação contábil da pessoa jurídica esta desqualificada. Ainda, este
cálculo ocorre trimestralmente sobre a receita bruta (SABBAG, 2016)
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terceiro ele menciona o uso excessivo dos mecanismos legais (que o fisco pode
entender como abuso do Planejamento Tributário).
Mais adiante, SIQUEIRA (2019) menciona também a falta de controle e
acompanhamento do que foi planejado e em quinto, mas não menos importante,
realizar um Planejamento Tributário fragmentado.
Além disso, CHAVES (2010, p. 14) descreve o “Planejamento Tributário
Elementar, que consiste em anualmente a empresa fazer uma avaliação de qual a
melhor forma de tributar o seu resultado”, onde a empresa deve escolher uma das
formas de enquadramentos tributários em vigor para auferir o Imposto de Renda e a
Contribuição Social, evitando assim o primeiro erro fatal.
Ainda, faz-se necessário o entendimento de elisão e evasão fiscal. BORGES
(2015) conceitua a elisão fiscal como as atividades técnicas organizacionais,
legalmente válidas, que visam por meio de seus processos anular, reduzir ou adiar o
pagamento de tributos.
Este autor ainda acrescenta mais um tipo de Planejamento Tributário
denominado Elusão Fiscal, que busca livrar-se do ônus fiscal utilizando-se “do abuso
de direito e do abuso de formas jurídicas”.
CREPALDI (2012) descreve a evasão fiscal como uma forma que o
contribuinte adere para mascarar seu comportamento fiscal de modo fraudulento, ou
seja, são os atos que o contribuinte executa que vão em desencontro com as leis e
regulamentos fiscais.
Para tanto, a evasão fiscal é a busca ilegal, geralmente após a ocorrência do
fato gerador de alguma obrigação tributária, da redução de pagamento de tributos.
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Observa-se, no gráfico a seguir, a diferença entre as apurações:
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A empresa Açai+Sabor encontrava-se enquadrada no Simples Nacional até
o momento desse estudo de caso. Após análise e comparação dos enquadramentos
tributários, conclui-se que a organização já se encontrava no melhor regime
tributário de “custo/benefício, contribuindo para seu crescimento e desenvolvimento
financeiro” (CAIRES; GAVIOLA, 2016).
De acordo com o gráfico apresentado, constata-se que o melhor regime
tributário para a empresa em questão é o Simples Nacional, uma vez que
comparado aos outros enquadramentos fiscais ele mostra-se quase R$ 20.000,00
menos custoso que o Lucro Presumido e Real.
Ademais, JUNQUEIRA e CASTRO (2016) demonstram a importância do
Planejamento Tributário ao comparar o regime tributário do Lucro Presumido e
Simples Nacional para uma empresa prestadora de serviços de passageiros
localizada no Rio de Janeiro. Para este estudo, os autores utilizaram o DRE
referente ao ano-calendário de 2014 da empresa.
O resultado total da apuração de cada regime é visto no gráfico a seguir:
R$500.000,00
R$400.000,00
R$300.000,00
R$200.000,00
R$100.000,00
R$-
2015 2016
Simples nacional R$139.781,57 R$162.391,72
Lucro presumido R$408.190,64 R$488.116,73
5. Considerações finais
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Tributário para as empresas, máxime enquanto instrumento que permite a redução
da carga tributária, a partir da correta escolha do regime fiscal.
Vale destacar que as concepções, em matéria tributária, apresentadas por
diversos autores, se complementam, quase não havendo divergências de ideias, o
que possibilita o encontro de um vasto acervo de material bibliográfico de fácil
entendimento.
Sendo assim, a temática do Planejamento Tributário, pela visão dos autores,
é reconhecida como de extrema importância para os profissionais atuantes da área
com o objetivo de auxiliar a empresa na redução, adiamento ou anulação de seu
ônus tributário, a fim de aumentar sua margem de lucro.
Face à conjuntura tributária brasileira provocar imensa complexidade no
momento da apuração do montante dos tributos a serem pagos pelas empresas,
com isso o Planejamento Tributário é reconhecidamente considerado indispensável
à boa administração empresarial, uma vez que é necessário para a sobrevivência e
competitividade.
Ainda, mostra-se de extrema relevância o empresário conhecer as
possibilidades do Planejamento Tributário, amparado em lei, para evitar as práticas
de crimes tributários como sonegação fiscal e outros.
Pode-se dizer, também, que esta ferramenta de análise tributária é realizada
de acordo com tipo empresarial da organização, bem como leva em consideração a
área de atuação da empresa e todos os seus processos internos a fim de localizar,
em lei, todos os incentivos fiscais e formas de redução de custos tributários
disponíveis a ela.
Por ocasião da apresentação e apreciação dos resultados dos casos
exemplificativos, fica elucidado ser o Planejamento Tributário uma poderosa
ferramenta auxiliadora para a gestão organizacional na tomada de decisão e busca
de redução de custos.
Desta forma, as empresas, ao utilizarem essa ferramenta de planejamento
fiscal, reduzem as despesas, aumentando assim as margens de lucro. Isto se
sobressai com a apresentação dos estudos de casos comparativos que demonstram
a vantagem financeira que uma empresa pode obter ao utilizar esse instrumento,
chegando ao alcance de até R$ 300.000,00 economizados ao escolher o regime
tributário mais vantajoso e admitido por lei.
Constata-se, portanto, que diante dos exemplos de comparativos dos
enquadramentos fiscais possíveis apresentados, o Planejamento Tributário constitui-
se em técnica, no caso elisão fiscal, e ao mesmo tempo ferramenta que permite as
empresas reduzirem os custos com os encargos fiscais e concomitantemente
aumentarem a margem de lucro sem cometer ilicitudes.
Ainda fica demonstrado que o Planejamento Tributário, ao reduzir os custos
da empresa, fornece a ela a oportunidade de tornar-se mais eficiente e competitiva
no mercado, uma vez que a economia desse encargo fiscal poderá ser utilizada em
investimentos na empresa ou até mesmo na redução do preço do produto ou serviço
oferecido pela organização.
Entre outro benefício, a realização de um Planejamento Tributário bem
estruturado é a possibilidade de os gestores enxergarem as melhores oportunidades
de negócio, uma vez que para a execução desta ferramenta é necessário o
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conhecimento de todas as atividades da empresa, fazendo com que o profissional
encontre as oportunidades no mercado mais especificas e aplicáveis à organização.
Porém, ainda que seja um direito do empresário na condição de sujeito
passivo em buscar reduzir o ônus fiscal a partir do Planejamento Tributário, o Estado
tem encontrado formas de limitar essa faculdade impondo condicionantes, a
exemplo da lei complementar Nº 104/2001, que alterou e adicionou itens ao Código
Tributário Nacional a fim de limitar a elisão fiscal.
6. Referências
CARVALHO, Paulo Barros. Curso de Direito tributário – 14. ed. ver. e atual. – São
Paulo: Saraiva, 2002.
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CODIGO TRIBUTARIO NACIONAL. LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em:
04, jun. de 2019.
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário – 8ª. ed. – São Paulo: Saraiva,
2016. 1. Direito tributário 2. Direito tributário –Brasil I. Título 15-08251 CDU–
34:336.2 (81).
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distribuição de alimentos na cidade de Barreiras – BA. Revista Cientifica ISSN
2236-6717, 2017.
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