Você está na página 1de 11

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTC

CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBIES

IURE GOMES DA ENCARNAÇÃO


MAIANE SANTOS BANDEIRA
MILENA DE SOUSA DOS SANTOS

TRIBUTAÇÃO EM TRANSPORTE DE CARGAS - ICMS e ISS

SALVADOR
2022.2
IURE GOMES DA ENCARNAÇÃO
MAIANE SANTOS BANDEIRA
MILENA DE SOUSA DOS SANTOS

TRIBUTAÇÃO EM TRANSPORTE DE CARGAS - ICMS e ISS

Trabalho da disciplina Estágio II – Práticas Contábeis,


apresentado à professora Mestre Silvana Bacelar
como um dos requisitos para aprovação.

SALVADOR
2022.2
1. INTRODUÇÃO

Já é de ciência de todos a grande quantidade de impostos federais, estaduais


e municipais que são cobrados de todas as pessoas, sejam físicas ou jurídicas, em
nosso país. O Brasil está entre os países com maior taxa tributária do mundo, sendo
que 38% (trinta e oito por cento) da economia nacional está destinada ao pagamento
de impostos. Trazendo cerca de 28% da arrecadação, os impostos estaduais só
perdem em percentagem de arrecadação para os impostos federais. Os impostos
estaduais são: ICMS (Impostos sobre circulação de mercadorias e serviços), IPVA
(Imposto sobre a propriedade de motores automotores), ITCMD (Imposto de
transmissão causa mortis e doação).

Os impostos estaduais são recolhidos no Brasil pelo governo e têm incidência


pelo fator gerador de cada um. Por exemplo, o fator gerador do II (Imposto sobre
Importação) acontece quando o produto em questão dá entrada na alfândega. Em
geral a verba dos impostos deve ser destinada ao bem público financiando a
Previdência Social, programas de seguridade social, programas públicos de saúde,
manutenção da infraestrutura física do país e da infraestrutura administrativa.
Atualmente no Brasil existem três tipos de regime de tributação que dizem como os
impostos devem ser pagos, que são: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples
Nacional.

O Lucro Real: É utilizado geralmente por grandes empresas e multinacionais,


os impostos são calculados pelo lucro líquido da empresa. Para isso é necessário que
a empresa saiba exatamente qual foi o seu lucro com base no cálculo do IRPJ; Lucro
Presumido: dotado por pessoas jurídicas que não tenham obrigação da apuração do
lucro real, este regime utiliza o cálculo do IRPJ e do CLSS como base de cálculo; já o
Simples Nacional: Este é o regime com as alíquotas de tributação mais baixas, pois
cada uma é diferenciada pelo seu faturamento. É o preferido das pequenas e médias
empresas que faturam até 4,8 milhões anuais.

Segundo o Conselho Nacional do Transporte, no Brasil, cerca de 65% da


movimentação de cargas ocorre pelas rodovias, caracterizando este o principal meio
de escoamento de produtos em nosso país, desde as safras até uma simples entrega
de produto por encomenda. O setor é responsável pela ligação entre o que é
produzido e o consumidor.
Quando as operações do transporte rodoviário forem dentro do município,
haverá a incidência de ISS, com alíquotas que variam entre 2% e 5%, com base na
legislação municipal. Porém, em casos intermunicipais ou interestaduais, será
cobrado também ICMS, com alíquotas de 12% a 18%.

2. OBJETIVO GERAL

Diante disto, o propósito deste trabalho é abordar a melhor forma de analisar o


impacto decorrente desses impostos nos transportes de cargas, de acordo com as
alíquotas de cada local e seus regulamentos vigentes (em cada estado). Para isto,
será necessário conhecer as alíquotas interestaduais, as alíquotas internas (dentro do
Estado) e suas exceções, de acordo com o Regulamento do ICMS de cada Estado,
que envolva determinados produtos e, também, saber aplicar o cálculo correto de tal
tributo.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Considera-se como objetivos específicos do presente estudo:

1) Pesquisar e descrever os conceitos de Tributação.


2) Evidenciar e diferenciar os aspectos legais e gerais dos regimes de tributação
Simples Nacional e Lucro Presumido.
3) Procurar identificar qual a tributação que melhor se enquadra para as empresas de
transporte de carga.
4) Analisar e comparar as tributações: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro
Arbitrado, Lucro Real, ISS e ICMS.

4. PROBLEMA DA PESQUISA

Qual a melhor forma de analisar o impacto decorrente desses impostos nos


transportes de cargas, de acordo com as alíquotas de cada local e seus regulamentos
vigentes (em cada estado).
5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Planejamento tributário


O planejamento tributário é definido através de estudos, onde pesquisa-se
quais serão os efeitos jurídicos e econômicos deste estudo, o principal objetivo deste
estudo é encontrar alternativas menos onerosas para as entidades, estes estudos
ocorrem antes dos fatos administrativos, ou seja, antes de quaisquer alterações do
patrimônio das instituições. (FABRETTI, 2017).

Vale ressaltar a importância de quem está realizando o planejamento tributário


avaliar o tamanho da empresa, pois existem alternativas válidas para empresas de
grande porte, no entanto estas mesmas alternativas podem não ser viáveis para
empresas de médio e pequeno porte. O planejamento tributário busca apenas
alternativas afim de melhorar a saúde financeiro, além de ser alimentado pelas
lacunas que existem na legislação. (FABRETTI, 2017).

Podemos destacar o planejamento tributário realizado antes da ocorrência do


fato gerador como elisão fiscal, ou seja, método que está em conformidade com a lei,
estas características estão presentes em muitos trabalhos de profissionais, dentre
eles, contador, advogado, economista, entre outros. (OLIVEIRA, 2013). De acordo
com o mesmo autor, nos dias atuais, grandes empresas possuem profissionais ou um
Comitê de Planejamento Tributário, afim de aprimorar os estudos, e qualificar ainda
mais o projeto em relação ao planejamento tributário, projeto este que busca
resultados econômicos e redução no ônus tributário.

De acordo com Oliveira (2013), para que o planejamento tributário seja eficaz,
é essencial considerar todos os tributos que incidirão na operação, assim analisando
cada tributo pode-se confrontar e redução do ônus de forma individual com os reflexos
nos demais tributos.

5.2 Tributos

Tributos são todas as prestações pecuniárias e compulsórias que o Estado através de


seu poder exige o pagamento por parte dos contribuintes. (SANTOS, 2015). Sabe-se
que o tributo é uma prestação pecuniária o que significa que a forma de pagamento é
em moeda corrente, vale ressaltar que o tributo independente da vontade do
contribuinte ele se torna uma obrigação. A obrigação do pagamento só pode ser válida
se existir uma norma jurídica juntamente a lei onde possa estabelecer essa obrigação,
e é essa lei que irá estabelecer todos os passos que devem ser seguidos. (PAGNO,
2017).

Os tributos possuem alguns elementos como característica dentre ele estão,


Base de cálculo, Contribuinte ou responsável e o fato gerador, onde a base de cálculo
está prevista em lei de acordo com cada tributo, o contribuinte é quem é responsável
pela compensação do tributo, já o fato gerador é quem gera a obrigação tributária.
(PAGNO, 2017).

Como citado acima, o tributo ocorre através do fato gerador, ou seja, quando
ocorre a venda de algum produto ou mercadoria, ou também a prestação de algum
serviço, quando ocorrem estas operações há a incidência do tributo. O pagamento
deste tributo é caracterizado pela obrigação principal, já a obrigação acessória é
conhecida pela emissão de guias, notas, e a escrituração nos livros fiscais. (PAGNO,
2017).

5.3 Regimes De Tributação Aplicáveis Ao Setor De Transporte No Brasil


Nesta parte do trabalho, encontra-se os três tipos de regimes de tributação, que
são mais utilizados pelas empresas no Brasil, onde cada um tem suas
particularidades, e se baseiam em suas atividades internas como referência de
enquadramento, são estes: Simples nacional, Lucro real e Lucro presumido.
A cada inicio de ano, é feito um planejamento, onde a empresa utiliza dados das
demonstrações financeiras do ano anterior, buscado fazer uma projeção dos
resultados, e dessa forma podendo ter uma noção dos resultados ao longo do ano
para escolha desta tributação.
5.4 Lucro Real
O lucro real nada mais é que o lucro a ser tributado. Para fins de cálculo do
lucro real a apuração acontece depois de ser feitas todas as adições e exclusões
determinadas pela legislação. De acordo com o art. 193 do RIR/99:

Lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões ou compensações


prescritas ou autorizado pela legislação tributária. A determinação do lucro real
será precedida da apuração do lucro líquido de cada período na escrituração
mercantil, com observância das leis comerciais, inclusive no que se refere à
constituição da provisão para o Imposto de Renda.

A apuração do lucro real só será efetivada a partir do resultado contábil do


período base, portanto é necessário que a empresa possua uma escrituração contábil
regular e mensal. Logo que é apurado o lucro líquido contábil, será transportado para
o livro de apuração do lucro real, onde acontece o ajuste das adições e exclusões
conforme determina a lei (FABRETTI, 2005).

A Receita Federal define Lucro Real da seguinte forma:

É a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros


contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais
e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do livro de apuração do
Lucro Real, mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de
apuração (trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais
autorizadas pela legislação do imposto de renda, de acordo com as
determinações contidas na instrução Normativa SRF nº. 28, de 1978, e demais
atos legais e infla legais posteriores.

Lembrado, que o lucro real também conhecido como lucro fiscal, tem incidência nos
impostos federais que são: PIS, COFINS, IRPJ e CSL, onde os dois primeiros são
apurados mensalmente sobre o faturamento, e os últimos anualmente ou
trimestralmente, que consequentemente tem de base o lucro líquido contábil, ajustado
conforme as adições e exclusões.

5.5 Lucro Presumido


O Lucro Presumido atua como uma maneira de tributação simplificada, afim de
definir a base de cálculo do imposto de renda (IRPJ), e também o da contribuição
social (CSLL). Esta forma de tributação acontece para empresas jurídicas que não
estejam a apuração no Lucro Real, conforme o ano calendário. (RODRIGUES, 2007).
Ainda sobre o conceito de Lucro Presumido Young (2008, p.36), cita que o “Lucro
presumido é o lucro que se presume obtido pela empresa sem escrituração contábil,
para efeito do pagamento do imposto de renda, calculado por um coeficiente aplicado
sobre a receita bruta”.
Para uma empresa ser caracteriza no Lucro Presumido, a mesma deve seguir
algumas condições, estas condições estão descritas no art. 13º da Lei nº 9.718/98:
Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha
sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a
R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número
de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze)
meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. §
1° A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em
relação a todo o ano-calendário. § 2° Relativamente aos limites estabelecidos
neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo
o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa
jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro
presumido. (BRASIL, 1998).

Sabe-se que o Lucro Presumido é uma forma de tributação voltada a presunção


do lucro, ou seja, presume-se o lucro que determinada empresa obterá. Desta
maneira, o Lucro Presumido aplica uma alíquota de 15% sobre a base de cálculo
presumida, onde os percentuais de presunção variam entre 1,6% e 32% sobre a
receita bruta do trimestre. Para totalizar o valor total a ser pago da obrigação tributária,
possui o adicional de imposto de renda, que será devido através da aplicação de 10%
sobre a parcela do lucro presumido quando ultrapassar R$ 60.000,00 em cada
trimestre, ou R$ 20.000,00 mensal. (PORTAL TRIBUTÁRIO. BRASIL, 1998).

5.6 Simples Nacional


Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES NACIOANL), foi
estabelecido pela Lei complementar nº 126 de 14 de dezembro de 2006. E passou a
ter validação a partir do dia 01 de julho de 2007. Esta Lei buscou estabelecer o
tratamento diferenciado a o favorecimento as Micro e Pequenas Empresas, no âmbito
da União, Estados Distrito Federal e Municipal. (BRASIL, 2006).

Dentro dos favorecimentos que o Simples Nacional possui, pose-se através da


Lei nº 126/2006 deparar-se com as seguintes informações.
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de
arrecadação, inclusive obrigações acessórias;
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive
obrigações acessórias;
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao
associativismo e às regras de inclusão.
IV - ao cadastro nacional único de contribuintes a que se refere o inciso IV do
parágrafo único do art. 146;

Vale ressaltar que o Simples Nacional não é um novo tributo, pois o mesmo
não gerou nenhuma obrigação tributária nova além das que já existem, a única
diferença em relação aos impostos, é o fato de no Simples Nacional, o mesmo é
arrecadado em uma só guia conhecida como DAS (Documento de Arrecadação do
Simples Nacional). (NAYLOR, 2009).
A principal finalidade do Simples Nacional, é tornar eficaz todas as tratativas e
princípios constitucionais que são aplicadas as empresas microempresas e empresas
de pequeno porte, conduzindo o Simples Nacional como um subsistema tributário
especial, onde o mesmo assume uma condição parcialmente substitutiva do regime
geral. (NAYLOR, 2009).

6. METODOLOGIA

O foco desse artigo é abordar a melhor forma de analisar o impacto decorrente


dos impostos nos transportes de cargas, de acordo com as alíquotas de cada local,
portanto, como metodologia, temos o uso de pesquisas aprofundadas, com base em
livros e outros artigos, para fomentar os dados a serem utilizados nesse artigo. Se
preciso, iremos realizar pesquisas in loco em empresas de contabilidade, voltadas
para este nicho.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TORRES, Vitor Quais são os impostos federais, estaduais e municipais?


Disponível em: https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/impostos-
federais-estaduais-e-municipais/
YOUNG, Lúcia Helena Briski. Lucro presumido. 8. ed., rev. atual. Curitiba, PR: Juruá,
2008.

SANTOS, Paulo Lenir. Lucro real, presumido e simples, melhor opção: Uma
análise prática e técnica de cálculos tributários.

RECEITA FEDERAL DO BRASIL. DIPJ 2016. Perguntas e respostas. Disponível


em:>http://www.receita.fazenda.gov.br>. Acesso em: 12 de novembro de 2022.
RODRIGUES, Aldenir Ortz et al. IRPJ/ CSLL 2007: Manual do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: ano-calendário
2007: lucro real, lucro presumido, lucro a. São Paulo: IOB Thomson, 2007.

PORTAL TRIBUTÁRIO, Formas de Tributação das Pessoas Jurídicas, Lucro


Presumido. Portal Tributário [s.d], Disponível em:<
http://www.portaltributario.com.br/guia/lucro_presumido.html>. Acesso em: 25 de
setembro de 2022.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Planejamento tributário: teoria e prática. 2. ed. São


Paulo: Saraiva, 2017.

FABRETI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2005.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 16 ed. São Paulo.


Atlas,2017.

NAYLOR, Carlos Mauro. Fundamentos constitucionais do Simples Nacional, Jus


Navigandi, ano 13, n 1848, 23 jul. 2008. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/11529/fundamentos-constitucionais-do-simples-nacional>.
Acesso em 27 de outubro de 2022.

BRASIL. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9718.htm>. Acesso em: 01 de novembro de
2022.

BRASIL, Lei Complementar 123 de dezembro de 2006. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em: 01 de
novembro de 2022.
BRASIL, Casa Civil. Lei complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em 01 de
novembro de 2022.

Você também pode gostar