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Contabilidade Tributária

Material Teórico
PIS e COFINS

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.a Esp. Nair Moretti Baradel

Revisão Técnica:
Prof. Me. Graziela de Faria Santos Soares
a .

Revisão Textual:
Prof.a Esp. Natalia Conti
PIS e COFINS

• Introdução
• Contribuintes
• Fato Gerador
• Competências
• Base de Cálculo e Alíquotas
• Regimes Vigentes
• Regime Cumulativo
• Regime não cumulativo
• Instituições financeiras e equiparadas - PIS e COFINS
• PIS / PASEP Sobre Folha de Pagamento
• PIS e COFINS – Monofásico
• Operações com zona franca de Manaus
• PIS e COFINS na importação

·· Conhecimento e aplicação da legislação referente ao PIS e COFINS, diferenciando


o sistema Cumulativo e Não Cumulativo e contabilização

Nesta unidade vamos estudar as contribuições do PIS - Programas de Integração Social e


de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP, de que tratam o art. 239 da
Constituição de 1988 e as Leis Complementares 7, de 07 de setembro de 1970, e 8, de 03
de dezembro de 1970 e COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social,
instituída pela Lei Complementar 70 de 30/12/1991
Apesar de serem contribuições distintas, com suas respectivas legislações, a base de cálculo
é bastante semelhante, pois leva-se em conta o faturamento.
Serão apresentados os sistemas de tributação cumulativo e não cumulativo que são
diferenciados em virtude da forma de tributação da empresa, fazendo com que sejam
aplicadas alíquotas diferentes em cada caso.
Também há tributação de ambas as contribuições nas importações, além de normas
específicas para Regimes Monofásicos, Substituição Tributária, entre outros.
A constante atualização da legislação fará de você um profissional diferenciado e capacitado
para aplicar as normas dessas contribuições.

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Unidade: PIS e COFINS

Contextualização

Provavelmente muitos de vocês devem aguardar ansiosos a data de aniversário para poderem
receber a parcela do PIS na Caixa Econômica Federal anualmente não é mesmo?
Pois bem, vocês sabem como é feita a arrecadação desta contribuição para depois ser
repassada aos trabalhadores?
O objetivo do PIS é promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento
das empresas, transferindo renda e promovendo melhor distribuição de renda nacional, bem
como financiar o seguro desemprego. Em outras palavras, as pessoas jurídicas pagam estas
contribuições e o governo distribui aos trabalhadores.
Assim, após ter o cadastro no PIS, ter trabalhado formalmente pelo menos 30 dias no ano, e ter
recebido salários iguais ou inferiores a dois salários mínimos, certamente você será beneficiado
com esta distribuição de renda correspondente a um salário mínimo.
Muito bom não é mesmo? Mas essas contribuições também impactam diretamente na
formação de preços dos produtos e serviços que consumimos.
O PIS e a COFINS são contribuições destinadas às empresas ou pessoas jurídicas, e a forma
de cálculo vai depender da finalidade, do tipo de tributação e do porte da empresa pessoa
jurídica.
É fundamental conhecer a legislação própria acessando o link abaixo onde terá na íntegra a
regulamentação do PIS e da COFINS.

Explore: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4524.htm

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Introdução

PIS - Programa de Integração Social e COFINS - Contribuição


para o Financiamento da Seguridade Social
São contribuições incidentes sobre o faturamento conforme determinado na lei 12973/2004.
O faturamento a que se refere o art. 2º compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do
Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977.

Art. 12. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art12

O PIS e a COFINS são contribuições sociais com funções fiscais. Incidem sobre o faturamento
das empresas, tendo o PIS o objetivo de financiar o pagamento do seguro desemprego e
do abono (anual do PIS) para os trabalhadores. Quando foi instituído, tinha a finalidade de
promover a integração social do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas com
intuito de melhorar a distribuição de renda.
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, é destinada às
despesas com atividades fins das áreas da saúde, previdência e assistência social.
A COFINS foi instituída pela Lei Complementar no. 70 de 30/12/1991 e o PIS tem como
base o artigo 239 da Constituição Federal e as Leis Complementares no. 7 de 07/09/1970
e 8 de 03/1/1970.

Contribuintes

Para o PIS, são as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as que lhe são equiparadas
pela legislação do Imposto de Renda, as empresas prestadoras de serviços, empresas públicas
e sociedades de economia mista e suas subsidiárias. Estão excluídas as microempresas e as
empresas de pequeno porte que são submetidas ao Simples Nacional (Lei Complementar
123/2006).
Para o COFINS, são as pessoas jurídicas de direito privado em geral, as que a elas são
equiparadas pela legislação do imposto de Renda. Exceto as empresas de pequeno porte que
são submetidas ao Simples Nacional (Lei Complementar 123/2006).

Lei Complementar 123/2006. Disponível em: www.normaslegais.com.br/legislacao/lc123_2006.htm

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Unidade: PIS e COFINS

Fato Gerador

Conforme Fabretti (2013), o fato gerador é o faturamento mensal, assim compreendendo


o total de receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou
classificação contábil. Apesar de serem bastante semelhantes, o PIS e a COFINS têm fatos
geradores diferente.

PIS
Conforme determinação legal, O PIS tem os seguintes fatos geradores:
· o auferimento de receita pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda;
· a folha de salários das entidades relacionadas no art. 13 da Medida Provisória nº
2.158–35, de 2001, e das cooperativas que excluírem da receita quaisquer dos itens
enumerados em seu artigo 15;
· as receitas correntes arrecadadas e as transferências correntes e de capital recebidas
pela pessoa jurídica de direito público interno.
A partir de 12/02/2000, as fundações públicas passaram a contribuir para o PIS/PASEP
com base na folha de salário (MP no. 2.158-35, de 2001, art. 13, VIII).

COFINS
A COFINS tem o seguinte fato gerador:
· O auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado, inclusive aquelas a ela
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda.

O arcabouço legal dessas contribuições é bastante extenso, mas é necessário ter conhecimento,
principalmente de partes específicas. Para isso, a Receita Federal disponibiliza os acessos
para que nossos conhecimentos sejam aprofundados. Inclusive uma coletânea da legislação
do PIS e da COFINS.
Vamos lá, acesse! O site é livre para aprimorarmos o conhecimento:
www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LegisAssunto/PisPasCofFin/PisPasCofFin.htm

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Competências

O PIS e a COFINS são contribuições de competência da União, e sua fundamentação legal


está na Constituição Federal de 1988, onde, em seu art. 195, estabelece que a seguridade
será financiada pela sociedade como um todo, direta ou indiretamente, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal,
dos municípios e também das contribuições sociais do empregador, da empresa e das entidades
a ela equiparada na forma de lei, sendo incidentes sobre a folha de salários e mais rendimentos
do trabalho pago ou creditado, seja a qualquer título, à pessoa física prestadora de serviços,
mesmo que sem vínculo empregatício.
Estas contribuições atendem ao princípio constitucional da não cumulatividade, conforme
previsto na Lei nº 10.637/02 para o PIS e na Lei nº 10.833/03 para a COFINS.
Assim, se uma empresa, contribuinte do PIS e da COFINS adquire mercadorias que
sofreram a incidência destes tributos, e ao serem vendidas também irão sofrer a mesma
incidência, poderá compensar os valores pagos destes tributos na operação seguinte,
através do sistema de débito e crédito.

Base de Cálculo e Alíquotas

A legislação prevê de forma básica duas modalidades para cálculo mensal do PIS e da
COFINS, incidentes sobre o faturamento:
1ª) Aplica-se sobre a receita bruta das pessoas jurídicas em geral.
2ª) Destina-se exclusivamente às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, sujeitas
à sistemática da não cumulatividade de que tratam as Leis nº 10.637/02 e 10.833/03,
com as alterações da Lei nº 10.865/04.

A base de cálculo do PIS e da COFINS se apresenta da seguinte forma:


· Faturamento/receita bruta – regime cumulativo;
· Faturamento/receita bruta – regime não cumulativo;
· Regimes especiais, compreendendo: bases de cálculo e alíquotas diferenciadas para
instituições financeiras, entidades sem fins lucrativos e pessoas jurídicas de direito
público interno; substituição tributária (cigarros, veículos);
· Alíquotas diferenciadas: alíquotas concentradas (combustíveis, querosene de avião,
biodiesel); alíquotas reduzidas (nafta petroquímica, papel imune destinado à impressão
de periódicos, produtos hortícolas e frutas).
As alíquotas para o PIS e a COFINS são bastante distintas e temos que considerar
a sua aplicação nos regimes cumulativos e não cumulativos, porém trataremos cada item
separadamente, conforme mencionado no tópico anterior.
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Unidade: PIS e COFINS

Regimes Vigentes

Atualmente o PIS e a COFINS vigoram com os regimes distintos, o CUMULATIVO regido


pela Lei 9.718/98 e o NÃO CUMULATIVO pela Lei 10.833/2003 para a COFINS; e a Lei
10637/2002 para o PIS, além de regimes especiais.
No regime cumulativo não há desconto de créditos, o valor das contribuições é calculado
diretamente sobre a base de que é a receita bruta; já no regime não cumulativo, as empresas
podem tomar crédito desses impostos quando autorizados pela legislação.
Estas duas contribuições, apesar de terem origem de diferentes legislações, são bastante
semelhantes na base de cálculo, para se obter a base de cálculo, todas as receitas auferidas
devem ser somadas, respeitando-se as exceções e exclusão previstas na legislação, que logo
adiante iremos tratar.
Além desses dois regimes, há também a tributação sobre importação, incidência fixa
sobre volumes (bebidas), regime monofásico, onde se encontram os produtos de higiene e
farmacêuticos, instituições financeiras, entidades sem fins lucrativos entre outros.

Regime Cumulativo

O regime cumulativo deve ser utilizado por empresas tributadas pelo lucro presumido ou
arbitrado, neste caso não é permitida a recuperação dos impostos.
Estão sujeitos ao regime cumulativo:
· Receitas de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem como dos recebidos
como parte do preço da venda de veículos novos ou usados, no caso de pessoas jurídicas
que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda
de veículos automotores;
· As receitas decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações;
· As receitas decorrentes de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
· As receitas das pessoas jurídicas integrantes do Mercado Atacadista de Energia Elétrica
(MAE) submetidas ao regime especial de tributação;
· As receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário,
metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;
· As receitas decorrentes de serviços prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica,
odontológica, de fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica,
citológica ou de análises clínicas; e de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia,
quimioterapia e de banco de sangue;

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· As receitas decorrentes de prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental
e médio e educação superior;
· As receitas decorrentes de vendas de mercadorias realizadas pelas lojas francas em
aeroportos e portos para venda de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de
viagens internacionais, saindo do País ou em trânsito;
· As receitas decorrentes de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros,
efetuado por empresas regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da
prestação de serviço de transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;
· As receitas auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e de
informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos
de telefonia;
· As receitas decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas
no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
· As receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing,
telecobrança e de teleatendimento em geral;
· As receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada,
de obras de construção civil (Lei nº11.434/2006, art. 7º, Lei nº 11.945/2009, art. 17
e Lei nº 12.375/2010, art. 8º; Lei nº 12.973/2014, art. 55; Lei nº13.043/2014,
art. 79); tais como:
» A construção, demolição, reforma e ampliação de edificações;
» Sondagens, fundações e escavações;
» Construção de estradas e logradouros públicos;
» Construção de pontes, viadutos e monumentos;
» Terraplenagem e pavimentação;
» Pintura, carpintaria, instalações elétricas e hidráulicas, aplicação de tacos e azulejos,
colocação de vidros e esquadrias; e
» Quaisquer outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo.
· As receitas auferidas por parques temáticos e as decorrentes de serviços de hotelaria e
de organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios
da Fazenda e do Turismo;
· As receitas decorrentes da prestação de serviços postais e telegráficos prestados pela
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Lei nº 10.925/2004, art. 5º);
· As receitas decorrentes de prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras
de rodovias (Lei nº 10.925/2004, art. 5º);
· As receitas decorrentes da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e
turismo (Lei nº 10.925/2004, art. 5º);
· As receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades
de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem
como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte

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Unidade: PIS e COFINS

técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares


as páginas eletrônicas (Lei nº 11.051/2004, art. 25);
· As receitas relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou
loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à
venda, quando decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 31.10.2003
(alteração introduzida pela Lei nº 11.196/2005, com vigência a partir de 14.10.2005);
· As receitas decorrentes de operações de comercialização de pedra britada, de areia para
construção civil e de areia de brita (incluído pela Lei nº 12.766/2012, com vigência a
partir de 1º.01.2013);

Base de cálculo
A base de cálculo é o faturamento mensal, conforme definido, porém, existem algumas
receitas que não são tributadas pela contribuição para o PIS e a COFINS, entre elas:

Não integra a base de cálculo


· vendas de mercadorias e prestação de serviços para o exterior, seja o recebimento
em moeda conversível ou não, cujo valor recebido represente entrada de divisas, bem
como vendas para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação,
tendo, esta empresa que comprovar o embarque das mercadorias para o exterior no
prazo máximo de 180 dias;
· reversões de provisões operacionais e recuperação de créditos já baixados como perda;
· resultado positivo da avaliação de investimentos em controladas e coligadas pelo
método de equivalência patrimonial obtido no país; receitas com lucros e dividendos
derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;
· receitas em venda de bens pertencentes ao ativo permanente;
· receitas com revenda de produtos com tributação monofásica, como gasolina, óleo
diesel, perfumes, cosméticos, cervejas, refrigerantes, pneus e outros;
· IPI e ICMS cobrados como substituição tributária, quando registrados em receita.
· a partir de 28 de maio de 2009, quando a empresa for tributada pelo regime cumulativo
do PIS e COFINS, esta poderá não tributar as receitas decorrentes de atividades alheias
ao objeto social da Pessoa Jurídica, tais como, receitas financeiras, receitas de aluguéis
(quando não for o objetivo da empresa), entre outras.

Deduções da base de cálculo


Serão deduzidas das receitas tributadas pelo PIS e COFINS, e assim não consideradas para
efeito de base de cálculo, as vendas canceladas; devolução de vendas; descontos incondicionais
concedidos, incluindo bonificações.

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Alíquotas regime cumulativo
PIS ..................... 0,65%
COFINS ............. 3,00%

Cálculo e contabilização de PIS e COFINS pelo regime Cumulativo


Suponhamos que a Empresa Liberasteel seja uma empresa comercial, tributada pelo lucro
presumido, e que em determinado mês apresentou os seguintes resultados:

RESULTADOS VALOR (R$)


Receita com revenda de mercadorias 800.000,00
Devolução de vendas 50.000,00
Descontos incondicionais concedidos 16.000,00
Descontos financeiros concedidos 15.000,00
Receitas financeiras 3.780,00

APURAÇÃO DA BASE VALOR (R$)


Receita venda de mercadoria 800.000,00
(-) Devolução de vendas - 50.000,00
(-) Descontos incondicionais concedidos - 16.000,00
BASE DE CÁLCULO 734.000,00

A base de cálculo apurada será R$ 734.000,00. Bem, agora vamos calcular o PIS
e a COFINS.
Pegamos o valor de R$ 734.000,00 e multiplicamos por 0,65% do PIS e 3,00% da
COFINS, pois estamos tratando do sistema cumulativo.
Então teremos:
734.000,00
PIS X 0,65%
4.771,00

734.000,00
COFINS
X 3,00%
22.020,00

Fácil, não é mesmo? Bom, agora vamos dar continuidade fazendo a contabilização da
operação, lembrando que estamos tratando aqui apenas da incidência do PIS da COFINS,
sendo que os outros impostos serão tratados nas suas respectivas unidades.

Lançamentos contábeis referentes ao débito do PIS e da COFINS:

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Unidade: PIS e COFINS

Débito PIS sobre vendas


Crédito PIS a pagar .......................................... R$ 4.771,00

Débito COFINS sobre vendas


Crédito COFINS a pagar .................................. R$ 22.020,00

Atenção
Pode-se utilizar as contas de PIS a recolher e Confins a COFINS a recolher no passivo, de acordo com
o Plano de Contas da Empresa.

Regime não cumulativo

As empresas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a utilizar o método não cumulativo,
com um cálculo bem mais complexo em relação às empresas tributadas pelo lucro presumido
ou que tenham seu lucro arbitrado.
Este regime permite que as empresas tomem crédito dos impostos de PIS e COFINS, de
aquisições de bens e serviços determinados por lei.
Ou seja, a empresa poderá se creditar dos valores do PIS e da COFINS, referentes aos
materiais adquiridos para fabricação dos seus produtos ou para revenda.

Base de cálculo
A base de cálculo é o valor do faturamento mensal conforme já definido, porém não integram
a base de cálculo os itens relacionados no § 3º., do art. 1º. da lei 10.833/04.

Não integram a base de cálculo


Conforme § 3º., do art. 1º. da lei 10.833/04, não integram a base de cálculo as receitas:
I- isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à
alíquota 0 (zero);
II - de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, decorrentes da venda de bens do ativo não circulante,
classificado como investimento, imobilizado ou intangível;1
III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em
relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição
de substituta tributária;

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IV - (Revogado pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008)
V - referentes a:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda
que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da
avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros
e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido
computados como receita;1
VI - decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS de
créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto
no inciso II do § 1º do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro
de 1996.2
VII - financeiras decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do
caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, referentes a
receitas excluídas da base de cálculo da Cofins;1
VIII - relativas aos ganhos decorrentes de avaliação do ativo e passivo com base no
valor justo;1
IX - de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução
de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de
empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público;1
X - reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível
representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de
serviços públicos;1
XI - relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções
e reduções de que tratam as alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do § 1o do art. 19 do
Decreto-Lei no1.598, de 26 de dezembro de 1977; e 1
XII - relativas ao prêmio na emissão de debêntures.1
1
(Redação dada pela Lei nº 12.973, 13 de maio de 2014)(Vide art. 119 da Lei nº
12.973/2014)
2
(Redação dada pela Lei nº 11.945, 4 de junho de 2009)

http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/leis

O Decreto nº 8.426, de 01.04.2015, estabeleceu que:


As alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre receitas
financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das
referidas contribuições serão de 0,65% para o PIS e 4% para a COFINS.
Aplica-se estas alíquotas inclusive às pessoas jurídicas que tenham apenas parte de suas receitas
submetidas ao regime de apuração não cumulativa.
O normativo define claramente que o valor recebido a título de juros sobre capital próprio
integra a base de PIS e COFINS, qualquer que seja o método adotado.

Deduções da base de cálculo


Como já dissemos, a base de cálculo é o valor do faturamento mensal, porém desse valor,
na apuração da base de cálculo, a empresa poderá deduzir as vendas canceladas; devoluções
de vendas; os descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações.
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Unidade: PIS e COFINS

No caso de valores relativos às bonificações concedidas em mercadorias, serão excluídos


da base de PIS e COFINS somente nos casos em que são caracterizados como descontos
incondicionais concedidos.
Além das deduções tradicionais, que sempre ocorrem na maioria das empresas, há também
outros itens que são excluídos, como por exemplo o IPI destacado nas Notas Fiscais de venda
(quando incluso na receita bruta) e o ICMS cobrado pelo vendedor na condição de substituto
tributário; reversões de provisões e as recuperações de créditos baixados como perda que não
representem ingresso de novas receitas; os resultados positivos de participações societárias.
Tais resultados correspondem a dividendos, lucros e registro de equivalência patrimonial
credora, recebidos em decorrência de ações, quotas ou participações que a pessoa jurídica
detiver; receita decorrente da venda de bens do ativo permanente, não será computado na
base de cálculo do PIS e COFINS.
Também podem ser excluídas as receitas de vendas com fim específico de exportação,
às empresas exportadoras, chamadas Tradings, que estejam registradas na Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Alíquotas regime não cumulativo


PIS ..................... 1,65%
COFINS ............. 7,60%

Apuração do PIS e da COFINS não Cumulativa


A base de cálculo para apuração do PIS e da COFINS pelo sistema não cumulativo, como
regra geral, será apurada através do valor do faturamento mensal menos as deduções permitidas
pela legislação.
Sobre esta base apurada são aplicadas alíquotas de 1,65% para o PIS/PASEP e de 7,6%
para a COFINS.
Porém, as empresas não precisarão pagar exatamente o valor resultante da aplicação das
alíquotas mais elevadas criadas para o método não cumulativo. A legislação define que um
conjunto de itens que estas empresas tributadas pelo Lucro Real podem utilizar como crédito
para diminuir o valor das contribuições a pagar.

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Abaixo está demonstrado a fórmula de apuração do PIS e COFINS

Faturamento
Mensal da empresa X PIS = 1,65% = Despesa PIS e
(Exceto não tributadas, COFINS = 7,6% COFINS
menos deduções permitidas)
(-) Subtrair
VALOR DOS CRÉDITOS PIS = 1,65% PIS e COFINS
X =
(permitidos em lei) COFINS = 7,6% a recuperar

(=) igual
PIS e COFINS
devidos pela
empresa

Créditos permitidos no método não cumulativo


A principal característica do método não cumulativo é a possibilidade de se creditar dos
impostos pagos na etapa anterior. No Brasil, o ICMS e o IPI têm essa característica, de que
o imposto pago na etapa anterior e destacado no documento fiscal pode ser creditado pela
empresa que compra um produto para revenda ou para transformação em outro produto que
será vendido.
Porém, o modelo utilizado para o PIS e a COFINS é algo muito diferente, pois a legislação
separou as empresas em dois tipos, o cumulativo e o não cumulativo. Com isso, a empresa que
está adquirindo o material poderá se creditar do valor correspondente ao PIS e à COFINS que,
na realidade poderá ser diferente do valor do PIS e da COFINS pago pela empresa vendedora.
Na verdade o crédito se dará aplicando a alíquota do PIS e da COFINS utilizado para o
método não cumulativo, ou seja, 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS, independente do
sistema tributário da empresa vendedora. O crédito é presumido, sendo considerado como
liberalidade concedida pelo legislador.

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Unidade: PIS e COFINS

Importante
O IPI incidente na aquisição, quando recuperável, não integra o custo dos bens adquiridos para
revenda ou utilizados como insumos.

Dão direito ao crédito do PIS e da COFINS


Na forma da Lei, as empresas tributadas pelo sistema não cumulativo poderão tomar crédito
dos seguintes itens:
· bens adquiridos para revenda, exceto aqueles em relação às mercadorias e aos produtos
submetidos ao regime de substituição tributária;
· bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes;
· energia elétrica consumida no estabelecimento da pessoa jurídica;
· aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos às pessoas jurídicas, utilizados nas
atividades da empresa;
· O valor da contraprestação de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas;
· máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos
para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;
· Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades
da empresa;
· bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do
mês ou meses anteriores;
· Encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados e dos imóveis próprios
ou de terceiros incorridos no mês;
· SIMPLES (final de 2007).

• mão de obra paga à pessoa física


Não dão direito a crédito
• despesas pagas a não residentes

Cálculo e contabilização de PIS e COFINS pelo regime


não Cumulativo
Suponhamos que a mesma Empresa Liberasteel seja uma empresa comercial e industrial,
tributada pelo lucro real, e que em determinado mês apresentou os seguintes resultados:

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RESULTADOS VALOR (R$)
Receita com revenda de mercadorias 800.000,00
Devolução de vendas 50.000,00
Descontos incondicionais concedidos 16.000,00
Descontos financeiros concedidos 15.000,00
Receitas financeiras 3.780,00

Para produção de mercadoria, a empresa comprou matéria prima no valor de R$


286.000,00, dos quais a empresa poderá se creditar do PIS e COFINS.
Para a determinação do PIS e da COFINS neste exemplo devemos primeiramente analisar
a o tipo de receita e sua alíquota aplicável, sendo:

1) Receita com revenda de mercadorias - R$ 800.000,00 alíquota - 1,65% e 7,60%


(PIS/COFINS)
2) Receitas financeiras – R$ 3.780,00- 0,65% e 4% (PIS/COFINS)

Portanto, vamos iniciar os cálculos com a apuração da base e cálculo das contribuições:

APURAÇÃO DA BASE 1 VALOR R$


Receita venda de mercadoria 800.000,00
(-) Devolução de vendas -50.000,00
(-) Descontos incondicionais concedidos -16.000,00
BASE DE CÁLCULO 1 734.000,00

APURAÇÃO DA BASE 2 VALOR R$


Receitas financeiras 3.780,00
BASE DE CÁLCULO 2 3.780,00

Bem, agora vamos calcular o PIS e a COFINS.

Pegamos o valor de R$ 734.000,00 e multiplicamos por 1,65% do PIS e 7,60% da


COFINS, pois agora estamos tratando do sistema não cumulativo.

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Unidade: PIS e COFINS

Assim teremos:
PIS
Base 1 = 734.000,00 X 1,65% = 12.111,00
Base 2 = 3.780,00 X 0,65% = 24,57
Total do PIS 12.135,57
COFINS
Base 1 = 734.000,00 X 7,60% = 55.784,00
Base 2 = 3.780,00 X 4% = 151,20
Total da COFINS 55.935,20
Fácil, não é mesmo? Bom, agora vamos dar continuidade fazendo a contabilização da
operação, lembrando que estamos tratando aqui apenas da incidência do PIS da COFINS,
sendo que os outros impostos serão tratados nas suas respectivas unidades.
Lançamentos contábeis referentes ao débito do PIS e da COFINS:

Débito PIS (conta de resultado)


Crédito PIS a pagar .......................................... R $
12.1135,00

Débito COFINS (conta de resultado)


Crédito COFINS a pagar .................................. R$ 55.935,00

Agora vamos para a segunda parte, o cálculo do crédito do PIS e da COFINS sobre a
matéria prima adquirida para fabricação.

286.000,00
PIS X 1,65%
4.419,00

286.000,00
COFINS
X 7,60%
55.784,00

Em sequência vamos contabilizar os créditos:

Débito PIS a recuperar ..................................... R$ 4.719,00


Crédito Estoque ............................................... R$ 4.719,00

Crédito COFINS a pagar .................................. R$ 21.736,00


Crédito de Estoque .......................................... R$ 21.736,00

20
O valor do estoque não será os R$ 286.000,00 e sim o valor menos os impostos incidentes.
Atenção

Agora vamos aos lançamentos de apuração no final do mês:

Débito PIS a pagar


Crédito PIS a recuperar ......................................R$ 4.719,00

Débito COFINS a pagar


Crédito COFINS a recuperar ...............................R$ 21.736,00

Apuração do imposto
PIS A RECUPERAR PIS A PAGAR
4.719,00 4.719,00 4.719,00 12.135,57
- 7.416,57

COFINS A RECUPERAR COFINS A PAGAR


21.736,00 21.736,00 21.736,00 55.935,20
- 34.199,20

Portanto o valor do PIS a pagar aos cofres públicos será de R$ 7.416,57 e o valor da
COFINS a pagar será R$ 34.199,20.

Instituições financeiras e equiparadas - PIS e COFINS

As Instituições financeiras, mesmo sendo


Thinkstock/Getty Images

obrigatoriamente tributadas pelo Lucro Real, são


excluídas do recolhimento de PIS e COFINS pela
não cumulatividade e têm alíquotas especiais, ou
seja, as alíquotas são diferenciadas e não podem
tomar crédito.

Alíquotas
As alíquotas utilizadas pelos bancos comerciais, de investimentos, desenvolvimento, caixas
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito
imobiliário, corretores, distribuidoras de títulos e valores e demais instituições financeiras e
seguradoras são:

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Unidade: PIS e COFINS

PIS ..................... 0,65%


COFINS ............. 4,00%
Base de Cálculo
A base de cálculo compreende a receita bruta, considerada nas operações realizadas em
mercados futuros; receita bruta, considerada nas operações de câmbio na diferença positiva
entre o preço de venda e o preço de compra da moeda estrangeira; as variações monetárias
ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio
ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.

Explore
A legislação tributária tem muitas leis, decretos, portaria e etc. Porém, para um bom
aprimoramento, consulte o site da Receita Federal do Brasil e escolha o tema que quer
conhecer mais profundamente.
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/RegIncidencia.htm

Obs.: Verificar na legislação todas as exclusões permitidas da base de cálculo;


É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa.

PIS / PASEP Sobre Folha de Pagamento

O PIS sobre a folha de pagamento é uma obrigação tributária devida por entidades sem fins
lucrativos, que são classificadas como Isentas, Imunes ou mesmo Dispensadas.
Estas entidades são os templos de qualquer culto, partidos políticos, instituições de educação
e assistência social imunes ao Imposto de Renda, instituições filantrópicas, recreativas, culturais,
científicas, sindicatos, federações, condomínios, fundações entre outros.

Alíquota
Estas entidades recolhem o PIS à alíquota de 1%.

Base de cálculo
A base de cálculo para apuração do PIS devido é o valor total da folha de pagamento
mensal de salários de seus empregados.
O Valor compreendido como folha de pagamento mensal inclui os rendimentos do trabalho
assalariado de qualquer natureza, tais como salários, gratificações, comissões, adicional de
função, ajuda de custo, aviso prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional

22
noturno, horas extras, 13º salário, repouso semanal remunerado e diárias superiores a
cinquenta por cento do salário.
Não irão integrar a base de cálculo os valores relativos ao salário família, benefícios de
alimentação e transporte, aviso prévio indenizado, férias e licença-prêmio indenizadas, os
incentivos pagos em virtude de adesão a Plano de Demissão Voluntária – PDV, ao FGTS
pago diretamente ao empregado decorrente de rescisão contratual e outras indenizações por
dispensa, desde que dentro dos limites legais (IN SRF nº 247, de 2002, art. 51).

PIS e COFINS – Monofásico

O regime monofásico do PIS e da COFINS é uma forma de tributação semelhante à


substituição tributária, pois atribui a um determinado contribuinte a responsabilidade pelo
tributo devido em toda cadeia.
Com a edição da Lei nº 10.147/00, o governo criou o regime monofásico, que é devido
pelas pessoas jurídicas que industrializam ou importam os produtos de higiene pessoal,
medicamentos, cosméticos, classificados nas posições 30.01; 30.03; 30.04; 33.07 com as
respectivas exceções, onde são atribuídas alíquotas específicas, tais como: 2,1% (dois inteiros
e um décimo por cento) e 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento);

Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.865.htm#art32art1i

Também transformou os importadores e industriais desses produtos, responsáveis pelo


recolhimento do PIS e da COFINS incidentes sobre a cadeia de produção e consumo mediante
a aplicação de uma alíquota global de 12,50% e reduzindo a zero a alíquota do PIS e da COFINS
para revendedores e varejistas. Assim, é na primeira operação que o imposto será recolhido,
sendo que as operações subsequentes ficarão reduzidas a zero, portanto distribuidores,
atacadistas e comerciantes varejistas que são revendedores de produtos farmacêuticos de
perfumaria, toucador e cosméticos, estão isentos do pagamento do PIS e da COFINS.

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23
Unidade: PIS e COFINS

O Art. 3º. Da Lei 10.147/00 concedeu regime especial para utilização de crédito presumido
Art. 3º Será concedido regime especial de utilização de crédito presumido da
contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins às pessoas jurídicas que procedam
à industrialização ou à importação dos produtos classificados na posição 30.03,
exceto no código 3003.90.56, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3,
3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3001.20.90,
3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99,
3005.10.10 e 3006.60.00, todos da TIPI, tributados na forma do inciso I do art.
1º, e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, da TIPI, e que, visando
assegurar a repercussão nos preços da redução da carga tributária em virtude
do disposto neste artigo: (Redação dada pela Lei nº 10.548, de 13.11.2002)

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10548.htm#art3

As farmácias e distribuidoras de remédios, quando revendem medicamentos com tributação


monofásica, não pagam PIS e COFINS. No entanto, devem recolher as duas contribuições
calculadas sobre as demais receitas não tributadas no modelo monofásico, aplicando as
alíquotas de 0,65% e 3,0% (se estiver no lucro presumido) ou 1,65% e 7,6% (se estiver no
lucro real), para o PIS e COFINS, respectivamente.
A Lei nº 10.865/04 disciplinou que, nas importações de alguns produtos farmacêuticos,
sejam aplicadas alíquotas de 2,10% para o PIS e 9,90% para a COFINS. Nas importações de
produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, as alíquotas são de 2,2% e 10,30%.
Com relação à tomada de créditos, a Instrução Normativa SRF nº 594, de 26 de dezembro
de 2005, em seu art. 26, esclarece o assunto e permite que as empresas com tributação
monofásica se creditem dos impostos nos mesmos moldes permitidos para as demais empresas
tributadas pelo lucro real e submetidas ao método não-cumulativo.

Operações com zona franca de Manaus

As receitas de vendas de mercadorias que são destinadas à Zona Franca de Manaus, são
reduzidas a 0% (zero por cento) de acordo com o art. 2º da Lei 10.996/04.
Art. 2º Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/
PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -
COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao
consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus - ZFM, por pessoa
jurídica estabelecida fora da ZFM.

Para que esta legislação seja aplicada é imprescindível que as mercadorias vendidas para
consumo na Zona Franca de Manaus – ZFM sejam utilizadas diretamente na sua produção ou
que sejam comercializadas por atacado ou varejo. Desta forma as mercadorias com destino a
consumidores finais não terão a redução da alíquota e serão tributadas conforme o regime da
empresa vendedora.

24
Também é importante destacar, que não são todas as operações que terão a isenção do PIS
e da COFINS, conforme § 4º. Do Art. 2º. Da lei 10.996/04, fica explícito que a redução a
zero das alíquotas do PIS da COFINS, somente poderão ser aplicadas, quando o adquirente
for tributado pelo sistema CUMULATIVO, não abrangendo as demais empresas conforme
estipuladas na Lei 12.350 de dezembro de 2010.
Portanto as vendas para empresas que estão no regime não cumulativo, os impostos deverão
ser computados normalmente.

PIS e COFINS na importação

As importações são tributadas conforme legislação específica, porém, tentaremos simplificar


transmitindo a regra geral, e que será mais fácil ao leitor, conhecendo as normas gerais para
procurar as exceções para cada caso particular.
A tributação na importação ocorre na entrada dos bens estrangeiros no território nacional,
ou no pagamento, crédito, entrega de valores a pessoas residentes ou domiciliadas no exterior.
A base de cálculo será o valor aduaneiro, que significa o valor da mercadoria acrescida das
despesas aduaneiras, fretes internacionais, seguro internacional, quando houver.
Na importação de bens com alíquota específica, a base de cálculo será a quantidade
importada multiplicada pela alíquota específica do produto importado.
O Art. 8º da lei 10.865/2004 determina que:
As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo
de que trata o art. 7º desta Lei, das alíquotas de:
III- 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento), para o PIS/
PASEP-Importação;
IV- 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), para a COFINS-Importação.

Portanto, com exceção das alíquotas especiais, as demais empresas que estejam no regime
cumulativo ou não cumulativo, serão tributadas com a alíquota da não cumulatividade 1,65%
para o PIS e 7,6% para a COFINS.

As regras estão na lei Nº 10.865/2004 e na IN-RFB Nº 1401 de 09 de outubro de 2013.

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Unidade: PIS e COFINS

Material Complementar

Livros:
• AVILA, H. Sistema constitucional tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
(e-book).

• BOMFIM, D. Tributação e livre concorrência. São Paulo: Saraiva, 2010.


(e-book).

• CHIMENTI, R. C.; TOLEDO, A. Teoria e prática do direito tributário. 2. ed.


São Paulo: Saraiva, 2007. (e-book).

• LUZ, E. E. Contabilidade tributária. Curitiba: IBPEX, 2010. (e-book).

• POLONIO, W. A. Terceirização: aspectos legais, trabalhistas e tributários. São


Paulo: Atlas, 2001. (e-book).

Sites:
Acesso a legislação do PIS e da COFINS no site da Receita Federal
· http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/

Incidência de impostos na importação


· http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/incidenciaexportservico.htm

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Referências

FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

OLIVEIRA, L. M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, M. B. Manual de


contabilidade tributária. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

PEGAS, P. H. Manual de contabilidade tributária. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas


Bastos, 2011.

Sites
Lei Complementar 123/2006. Disponível em:
<http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/>. Acesso em 21/10/2014.

Lei nº 10.637/02 - PIS. Disponível em:


<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leis/2002/lei10637.htm>. Acesso em
22/10/2014.

Lei nº 10.833/03 - COFINS. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.833.htm>. Acesso 20/10/2014.

Decreto nº 5.442 de 09 de maio de 2005. Disponível em:


<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/decretos/2005/dec5442.htm>. Acesso em
10/10/2014.

Lei nº 10.147/00. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10147.htm>. Acesso 13/10/2014.

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Unidade: PIS e COFINS

Anotações

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