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TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS

PIS/PASEP – Conceito e contextualização


O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (PASEP) são contribuições criadas em 1970 (LC nº 7 e LC nº8), com
objetivo de integrar os trabalhadores na vida e no desenvolvimento das empresas.

A partir da Constituição de 1988, o PIS/PASEP deixou de ser uma contribuição


parafiscal, cujos recursos eram aplicados nas contas individuais dos trabalhadores, para
ser uma contribuição social, com seus recursos direcionados para pagamento do seguro-
desemprego, uma remuneração provisória (em torno de seis meses) aos trabalhadores que
perdessem seus empregos.

Portanto, a partir daí as regras passaram a ser as seguintes:


TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
PIS/PASEP – Conceito e contextualização
1. Quem tinha conta individual no PIS/PASEP permaneceu com seu direito adquirido,
recebendo anualmente o equivalente aos juros sobre o saldo e podendo utilizar este saldo
por ocasião de sua aposentadoria. As contas não mais receberam depósitos a partir da
Constituição de 1988.
2. Já quem entrou no mercado de trabalho a partir daí não tem direito aos juros anuais,
pelo simples fato de a conta não receber depósitos regulares.
3. O empregado com carteira assinada e salário mensal de até dois salários-mínimos tem
direito anualmente a um abono, no valor de um salário-mínimo.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
PIS/PASEP – Conceito e contextualização
A partir de FEV/99, as contribuições ao PIS/PASEP passaram a ser cobradas sobre todas
as receitas obtidas pelas empresas. A legislação, de forma arbitrária, modificou o conceito
de faturamento, definindo-o como correspondente a Receita Bruta.

O PIS/PASEP foi cobrado então sobre todas as receitas obtidas pelas empresas, com
algumas exclusões expressamente permitidas, referentes, principalmente, a receitas que
não representam ingresso efetivo de dinheiro para a empresa.

A partir de DEZ/02, o PIS/PASEP passou a ser cobrado pelo método não cumulativo para
as empresas que utilizam o lucro real como forma de tributação. As empresas tributadas
pelo lucro presumido ou com seu lucro arbitrado permaneceram calculando PIS/PASEP
no formato anterior, pelo método cumulativo.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
COFINS – Conceito e contextualização
A Constituição Federal autorizou a criação de contribuições sociais, com o objetivo de
financiar a seguridade social (art. 195).

Os objetivos da seguridade social são os de assegurar os direitos relativos à saúde, à


previdência e à assistência social. A Constituição define ainda que a seguridade social
será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, com recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos estados (incluindo o Distrito Federal), dos
municípios e das contribuições sociais cobradas sobre:

 folha de salários e demais rendimentos do trabalho (INSS);


 lucro (Contribuição Social sobre o Lucro); e
 receita ou faturamento (COFINS)
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
COFINS – Conceito e contextualização
No final de 1991, foi criada a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(COFINS), com o objetivo de tributar o faturamento mensal das empresas através da Lei
Complementar n. 70.

A legislação tributária trata da Contribuição para o PIS, juntamente com a Contribuição


para o Pasep (PIS/Pasep).

Existem dois regimes de incidência dessas contribuições: cumulativo e não cumulativo.


TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME CUMULATIVO
Aspectos Legais:
O regime cumulativo é disciplinado por várias Leis, a começar pelas que criaram as
contribuições para o PIS, para o Pasep e para a Cofins, pela Lei n. 9.715/1998, pela Lei n.
9.718/1998 e por outros dispositivos legais posteriores que provocaram alterações nessas
Leis.
Contribuintes:
Segundo a Lei n. 9.715/1998, são contribuintes do PIS/Pasep, as pessoas jurídicas de
direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda,
inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
bem como as entidades sem fins lucrativos definidas como empregadoras pela legislação
trabalhista, as fundações e as pessoas jurídicas de direito público interno.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME CUMULATIVO
 Quando se fala em PIS e COFINS cumulativo, significa que a incidência dos dois
tributos ocorrerá sempre que houver uma venda, mesmo que o produto já tenha sido
tributado anteriormente.
• Esse conceito fica bem claro quando falamos do atacado e do varejo. Quando um
atacadista adquire seus produtos do fabricante, há incidência do PIS e COFINS.
• No momento que o atacadista repassa os produtos para seus clientes (varejistas),
haverá nova incidência de PIS e COFINS.
• Portanto, quando o produto chega até o consumidor final, este pagará o preço mais
elevado devido ao PIS e COFINS cumulativo.

Vale ressaltar que quando esses tributos são cumulativos, as alíquotas são menores.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME CUMULATIVO – Alíquotas e Base de Cálculo
No regime cumulativo, a alíquota para as contribuições para o PIS/Pasep é de 0,65% e
para a Cofins é de 3,0%.
A base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins devidas pelas pessoas
jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de
renda, pelo regime cumulativo, é o faturamento.

Faturamento, de acordo com a Lei n. 9.718/1998, é somente a receita bruta da pessoa


jurídica.

Portanto, as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, como as derivadas de


operações financeiras, de baixas de bens do Ativo Imobilizado etc., não entram na
composição da base de cálculo dessas contribuições.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME CUMULATIVO – Alíquotas e Base de Cálculo
Art. 12. A receita bruta compreende:
I – o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
II – o preço da prestação de serviços em geral;
III – o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas
nos incisos I a III.
A mencionada Lei n. 9.718/1998, no art. 3º, arrola uma série de valores que devem ser
excluídos da receita bruta para fins de determinação da base de cálculo, como por
exemplo: vendas canceladas, descontos incondicionais concedidos, IPI, ICMS (quando
cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto
tributário), entre outros.
Exemplo prático 1
Suponhamos que a empresa Comércio de Veículos Lorena Ltda. auferiu, no
mês de março de X2, receita bruta com a venda de mercadorias no valor de
R$ 700.000 e com a prestação de serviços no valor de R$ 300.000.
Considerando que essa empresa está sujeita ao regime cumulativo de
incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, pede-se:
a. Calcular em 31 de março, as contribuições para o PIS/Pasep e Cofins
(provisionamento) pelas alíquotas de 0,65% e 3,0%, respectivamente;
Exemplo explicativo 1
Solução:
Observações
Em 31/03/X2
 As contas PIS/Pasep
0,65% sobre 1.000.000 sobre Faturamento e
(1) D- Pis/Pasep sobre Cofins sobre
Faturamento ..........6.500 Faturamento são contas
redutoras da receita
C- Pis/Pasep a bruta de vendas e serão
recolher ........................6.500 transferidas para a
3% sobre 1.000.000 conta Resultado da
Conta Mercadorias, por
(2) D- Cofins sobre Faturamento ..........30.000
ocasião da apuração do
C- Cofins a recolher ........................30.000 resultado bruto.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME NÃO CUMULATIVO
Aspectos Legais:
O regime não cumulativo é disciplinado pela Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002
(PIS/Pasep), pela Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (Cofins) e por outros
dispositivos legais posteriores que provocaram alterações nessas leis.

Contribuintes:
São contribuintes das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins pelo regime não
cumulativo as mesmas pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento dessas contribuições
pelo regime cumulativo, porém, que estejam obrigadas ao recolhimento do Imposto de
Renda com base no Lucro Real.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME NÃO CUMULATIVO – Alíquotas e Base de Cálculo
No regime não cumulativo, a alíquota para as contribuições para o PIS/Pasep é de 1,65% e
para a Cofins é de 7,6%.
A base de cálculo dessas contribuições pelo regime não cumulativo é o faturamento mensal,
assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil.

O total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em
conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. (§ 1o do art.
1o das Leis n. 10.637/2002 e n. 10.833/2003).
No § 3o do artigo 1o e no artigo 2o das mencionadas Leis, constam situações que
influenciam na base de cálculo, inclusive valores que devem ser excluídos do total das
receitas para fins de determinação da base de cálculo, como por exemplo: vendas canceladas;
descontos incondicionais concedidos, entre outros.
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME NÃO CUMULATIVO – Direito de Compensação
As pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento das contribuições para o PIS/Pasep e
Cofins pelo regime não cumulativo têm direito de descontar do montante devido parcelas
da contribuição pagas a fornecedores de mercadorias e de outros bens ou serviços.
Tais créditos seguem a mesma alíquota.

Assim, a pessoa jurídica poderá descontar do montante devido créditos calculados em


relação a:
• bens adquiridos para revenda (exceto casos previstos nas mencionadas leis);
• bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e
lubrificantes (exceto casos previstos nas mencionadas Leis);
TRIBUTOS FEDERAIS – PIS e COFINS
REGIME NÃO CUMULATIVO – Direito de Compensação
• aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas
atividades da empresa;
• valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,
exceto Simples Nacional;
• máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo Imobilizado, adquiridos
ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços;
• energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos
estabelecimentos da pessoa jurídica etc
Exemplo explicativo 2

Quando no encontro entre as contas PIS/Pasep a Recuperar e PIS/Pasep a Recolher permanecer


saldo devedor na conta PIS/Pasep a Recuperar, esse saldo que representa direito da empresa
perante o governo federal, ficará na própria conta de direito (PIS/Pasep a Recuperar) para ser
compensado no mês seguinte.

Essa informação que também se aplica ao cotejo entre as contas Cofins a Recuperar e Cofins a
Recolher, aplica-se também ao cotejo entre as contas ICMS a Recuperar e ICMS a Recolher.

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