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RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS E

REDUÇÃO DE CUSTOS TRIBUTÁRIOS

Para:
Empresas Prestadoras de Serviços

INDICE:

PIS e COFINS
- Exclusão do PIS/COFINS de sua própria Base de Cálculo;
- Exclusão do PIS/COFINS da Base de Cálculo do INSS;
- Exclusão do PIS/COFINS Base de Cálculo do ICMS;

Folha de Pagamento
(Despesas com pessoal) - Exclusão/Recuperação INSS (Cont. Seguridade Social)
Empregador Verbas Indenizatórias (Terço Constitucional
de férias; Aviso prévio indenizado; Auxílio doença 15 dias;
Salário maternidade; Adicional de horas extras; Auxílio
Alimentação; Décimo Terceiro Salário; Férias; Férias
indenizadas; Vale transporte; adicional noturno; adicional
de periculosidade; Descanso semanal remunerado).

- Exclusão/Recuperação Multa FGTS (Contribuição 10%)


na Rescisão sem Justa Causa;

Prazo limite de recuperação:


A recuperação dos tributos retroage aos últimos cinco anos em todas as teses
apresentas abaixo.

PIS/COFINS:

O PIS e a Cofins são tributos calculados hoje sobre a Receita Bruta e o


percentual é muito significativo (9,25% no sistema não cumulativo e 3,65%
no sistema cumulativo).
O STF no RE nº 574.706/PR (tema 69), em 15/03/2017, fixou a tese, para
fins de repercussão geral de que:

“O ICMS não compõe a base de cálculo para a


incidência do PIS e da COFINS”. (Ministra Cármem
Lúcia)

O entendimento adotado pela STF se deveu ao entendimento de que o


conceito de “receitas” está em contraposição ao conceito de “ingressos”, de
forma que o ingresso de valores destinados aos tributos não se refere a receita
das empresas, mas receitas de terceiros, qual seja, dos Estados, dos
Municípios e da própria União Federal.

Considerando, como exemplo, uma empresa com faturamento de R$


1.000.000,00(um milhão) e o ICMS de 18%, excluindo o ICMS da base de
cálculo do PIS/COFINS, teremos uma redução nominal da carga tributária
de R$ 16.500,00, equivalentes a 18% e a possibilidade da recuperação de R$
999.000,00 (valor este a ser acrescido de juros e correção monetária pela
Taxa Selic), conforme abaixo demonstrado:

Após o transito em julgado, deve ser levado uma certidão de inteiro teor para
Receita Federal para homologação da sentença e a partir da homologação o
próprio contador faz as compensações via PER/DCOMP, não havendo
necessidade de precatórios.

EXCLUSÃO DO ISS da base de Cálculo PIS/COFINS:


A decisão do STF, em razão de sua fundamentação, permitiu seu
entendimento para outros tributos, pois, uma vez que o ICMS é receita do
Estado e não do contribuinte, o ISSQN é receita do município e não do
contribuinte.

DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. INCLUSÃO NA BASE DE


CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO AO PIS E DA COFINS.
CONCEITO DE FATURAMENTO. EXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL.
(STJ - RE 592616 RG / RS. Relator Min. MENEZES
DIREITO).

TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – CUMULAÇÃO –


IMPROPRIEDADE. Não bastasse a ordem natural das
coisas, o arcabouço jurídico constitucional inviabiliza a
tomada de valor alusivo a certo tributo como base de
incidência de outro. COFINS – BASE DE INCIDÊNCIA –
FATURAMENTO – ICMS. O que relativo a título de
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de
Serviços não compõe a base de incidência da Cofins, porque
estranho ao conceito de faturamento.
(STF RE 240785 / MG. Relator Min. MARCO AURÉLIO).

A tese de repercussão geral fixada foi a de que "O ICMS não


compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da
COFINS". Feitas estas digressões, igual lógica há de ser
aplicada à sobreposição do ISSQN na base de cálculo do
PIS e da COFINS.
(TRF-2. 0006919-49.2017.4.02.5001. Relator Desemb. Fed.
LUIZ ANTONIO SOARES)

Considerando, como exemplo, uma empresa com faturamento de R$


1.000.000,00(um milhão) e o ISSQN de 5%, excluindo o ISSQN da base de
cálculo do PIS/COFINS, teremos uma redução nominal da carga tributária
de R$ 4.625,00, equivalentes a 5% e a possibilidade da recuperação de R$
277.500,00 (valor este a ser acrescido de juros e correção monetária pela
Taxa Selic), conforme abaixo demonstrado:
EXCLUSÃO DO PIS/COFINS da base de Cálculo PIS/COFINS:

A decisão do STF, em razão de sua fundamentação, permitiu ampliar seu


entendimento para exclusão, também do PIS/COFINS de sua própria base
de cálculos, pois, uma vez que o ICMS é receita do Estado, o ISSQN é receita
do município, o PIS/COFINS é receita da União e não do contribuinte.

Portanto, com razão a impetrante — porque alinhada ao


entendimento firmado em sede de repercussão geral pelo
Supremo Tribunal Federal — ao pretender pagar
contribuição ao PIS e COFINS sobre base de cálculo que não
inclua a cifra que despende a título dos mesmos tributos (PIS
e COFINS), já que o raciocínio é o mesmo, ou seja, constitui
ônus fiscal e não faturamento do contribuinte.

Aplicam-se ao caso as regras de hermenêutica jurídica


segundo as quais: ubi eadem ratio ibi idem jus (onde houver
o mesmo fundamento haverá o mesmo direito) e ubi eadem
legis ratio ibi eadem dispositio (onde há a mesma razão de
ser, deve prevalecer a mesma razão de decidir) (STF - AI
835442, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em
09/04/2013, publicado em DJe-069 DIVULG 15/04/2013
PUBLIC 16/04/2013). (Justiça Federal - processo nº.
5002578-08.2018.4.03.6107)

Excluindo o PIS/COFINS de sua própria base de cálculo, teremos uma


redução nominal da carga tributária de R$ 8.556,25, equivalentes a 9,25% e
a possibilidade da recuperação de R$ 513.375,00 (valor este a ser acrescido
de juros e correção monetária pela Taxa Selic), conforme abaixo
demonstrado:

Folha de Pagamento
(Despesa com Pessoal)

Recuperação/Exclusão INSS (Contribuição à Seguridade Social)


Empregador – Verbas Indenizatórias

As empresas, na qualidade de empregadoras, estão sujeitas ao recolhimento


da contribuição previdenciária patronal incidente sobre as remunerações
pagas aos seus segurados empregados, tal como previsto no art. 195 da
Constituição Federal e legislação em vigor.

Em suma, a empresa paga 20% sobre a remuneração do empregado.

Tradicionalmente o INSS vem exigindo esse recolhimento sobre todas as


verbas pagas aos funcionários, mesmo em se tratando de benefícios e verbas
de caráter indenizatório. Contudo, a lei (art. 23, inciso I da Lei 8212/91)
estabelece que a base de cálculo dessa contribuição (20%) deve ser apenas
dos valores destinados ao trabalho, devendo ser excluído, portanto, desse
pagamento, as verbas pagas aos empregados que não destinadas a
remuneração pelo trabalho, ou seja, as verbas indenizatórias. Como exemplo,
temos reiterados julgados do STJ e STF, no sentido da não incidência do
INSS sobre as seguintes verbas:

 Terço Constitucional de férias (STJ – RR julgado e STF RE 593068 )


 Aviso prévio indenizado (STJ – RR julgado)
 Auxílio doença 15 dias (STJ – RR julgado)
 Salário maternidade (STF – RG reconhecida)
 Adicional de horas extras (STF – RG reconhecida - RE 593068)
 Auxílio Alimentação (STF – RG reconhecida)
 Adicional noturno (STF RE 593068);
 Adicional de periculosidade (STF RE 593068);

Outras verbas seguem o mesmo raciocínio e já vem sendo ajuizadas há algum


tempo ações para não incidência do INSS patronal para, também, o seguinte:

 Férias;
 Diárias de viagem;
 Férias indenizadas;
 Vale transporte;
 Descanso semanal remunerado.

Portanto, tudo que a empresa pagou (os 20%) sobre todas essas parcelas dos
empregados, ela tem direito a ser restituída, além de ver declarada a
desobrigação sobre esse recolhimento futuro, tratando-se de grande
oportunidade para desoneração da folha de pagamento - em torno de 15% da
folha de pagamento - e restituição de valores pagos indevidamente.

RECUPERAÇÃO 10% “MULTA FGTS” (CONTRIBUIÇÃO)

A demissão de um empregado, sem justa causa, acarreta ao empregador


multa rescisória incidente sobre o valor do FGTS depositado na conta do
trabalhador, sendo de 40% destinada ao empregado e 10% destinado ao
Governo.

Dessa forma, os empregadores são obrigados a pagar o valor equivalente a


50% sobre todos os depósitos efetivados durante o contrato de trabalho da
conta do FGTS.

O entendimento é de ser indevido os 10% destinados ao Governo.


Esses 10% destinados ao Governo não é uma multa, mas uma contribuição
social (espécie de tributo) e, portanto, foi instituído para recomposição do
rombo causado pelos expurgos inflacionários dos planos econômicos
chamados “Verão” (janeiro de 1989) e “Collor I” (abril de 1990). De acordo
com o Ofício nº. 038/2012 da Caixa Econômica Federal, após dez anos de
cobrança do tributo, o saldo negativo das contas do FGTS já foi equilibrado
(destinação da arrecadação com os 10% da contribuição social), e, portanto,
já tendo sido recomposto o déficit para o qual foi criado, a finalidade da
contribuição foi alcançada, sendo indevida sua cobrança após o
encerramento de sua finalidade. Logo, a multa dos 10% tornou-se indevida
a partir do mês de agosto de 2012, mas continua sendo recolhida pelas
empresas

Dos Precedentes

STF - repercussão geral da matéria, afetando-a através do TEMA 846:

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – ARTIGO 1º DA LEI


COMPLEMENTAR Nº 110/2001 – FINALIDADE
EXAURIDA – ARTIGOS 149 E 154, INCISO I, DA
CARTA DE 1988 – ARGUIÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE –
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a
controvérsia relativa a saber se, constatado o
exaurimento do objetivo – custeio dos expurgos
inflacionários das contas vinculadas do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço – em razão do qual foi
instituída a contribuição social versada no artigo 1º da Lei
Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001, deve ser
assentada a extinção do tributo ou admitida a
perpetuação da cobrança ainda que o produto da
arrecadação seja destinado a fim diverso do original.
(STF – RE 878313 RG/SC. PLENARIO. RELATOR
MIN. MARCO AURÉLIO. Data: 03/09/2015).

PRONUNCIAMENTO CONTRIBUIÇÃO SOCIAL –


ARTIGO 1º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 110/2001 –
FINALIDADE EXAURIDA – ARTIGOS 149 E 154,
INCISO I, DA CARTA DE 1988 – ARGUIÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE –
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO
GERAL CONFIGURADA.

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