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EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS

Em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no RE 574706, que julgou inconstitucional a inclusão
do ICMS na base de cálculo das contribuições sociais PIS – Programa de Integração Social, instituído pela Lei
Complementar n. 07/1970 e a COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, instituída pela Lei
Complementar n. 70/1991, diversos contribuintes têm obtido êxito no ajuizamento de ação judicial para a declaração da
exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, independente da modulação dos efeitos que ainda será julgada
pelo STF.

O fundamento adotado pelos Ministros da Corte Suprema é plenamente aplicável para excluir o ICMS da
apuração das contribuições. A questão jurídica é que o conceito de receita/faturamento não compreende os
encargos tributários.

Os valores arrecadados a título de ICMS não se agregam ao patrimônio do contribuinte. Ou seja,


representam apenas ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser repassado para o fisco estadual, sem qualquer
possibilidade de enquadramento no conceito de receita/faturamento.

O argumento para afastar o ICMS da base de cálculo das referidas contribuições sociais gira em torno do
alcance do termo “faturamento”. Ou seja, requer-se o reconhecimento de que o tributo incidente sobre a circulação
de mercadoria, apesar de passar pela contabilidade do contribuinte, corresponde a um ingresso de caixa que não
lhe pertence, visto que será destinado aos cofres públicos e, portanto, absolutamente inconstitucional sua inclusão
na base de cálculo do PIS/Cofins, conforme jurisprudência abaixo:

“TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – CUMULAÇÃO – IMPROPRIEDADE. Não bastasse a


ordem natural das coisas, o arcabouço jurídico constitucional inviabiliza a tomada de valor
alusivo a certo tributo como base de incidência de outro.
COFINS – BASE DE INCIDÊNCIA – FATURAMENTO – ICMS. O que relativo a título de
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços não compõe a base
de incidência da COFINS, porque estranho ao conceito de faturamento.” (RE 240785,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 08/10/2014, publicado em DJe-200 DIVULG
13/10/2014; PUBLIC 14/10/2014)

EXCLUSÃO DO ISS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS

Com base nos mesmos fundamentos jurídicos atinentes à exclusão do ICMS, diversos contribuintes do ISS
(prestadores de serviço) têm obtido êxito, também, no ajuizamento de ação judicial para a declaração da exclusão do
ISS na base de cálculo do PIS/COFINS.

Av. Gov. Agamenon Magalhães, 4775, Empresarial Thomas Edison, sala 301, Recife, Pernambuco, CEP.: 50.070-425, tel – 55 81 2125.7418
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O fundamento adotado pelos Ministros da Corte Suprema é plenamente aplicável para excluir também o
ISS da apuração das contribuições. A questão jurídica é a mesma: o conceito de receita/faturamento não
compreende os encargos tributários.

Os valores arrecadados a título de ISS não se agregam ao patrimônio do contribuinte. Ou seja,


representam apenas ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser repassado para o fisco municipal, sem qualquer
possibilidade de enquadramento no conceito de receita/faturamento.

A matéria vem sendo discutida no STF através do RE 592616. O relator do processo é o ministro Celso de
Mello, o qual, diga-se de passagem, posicionou-se em sentido favorável aos contribuintes no RE 574706 (ICMS
exclusão da base de cálculo do PIS/COFINS matéria semelhante).

Para corroborar e ilustrar o entendimento, segue relevante precedente jurisprudencial:

“PROCESSUAL. TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. LC 118/2005. PIS - COFINS. BASE DE


CÁLCULO. INCLUSÃO DO ISS. COMPENSAÇÃO. HONORÁRIOS.
O raciocínio adotado para a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS
também é cabível para excluir o ISSQN.
A inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS viola o art. 195, I, b, da Constituição (RE
240785/MG, DJe de 16/12/2014). A fundamentação utilizada para a não inclusão do ICMS na
base da COFINS autoriza, também, sua exclusão da base de cálculo do PIS.
Apelação das autoras a que se dá parcial provimento. Apelação da Fazenda Nacional a que
se nega provimento.” (AC 00138461620144013400, DESEMBARGADORA FEDERAL
MARIA DO CARMO CARDOSO, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1 DATA:17/04/2015
PAGINA:840.)

Dessa forma, os contribuintes devem se apressar para requerer o seu direito de não incluir o ICMS e/ou
o ISS na base de cálculo do PIS e da COFINS para reaver os valores indevidamente recolhidos nos últimos cinco
anos, em especial diante da possibilidade de o julgamento a ser proferido sobre a matéria pelo Supremo Tribunal
Federal vir a limitar a restituição/compensação apenas aos contribuintes com ações ajuizadas, a chamada
modulação de efeitos.

Estamos à disposição para maiores esclarecimentos sobre o assunto.

WAGNER AUGUSTO DE GODOY MACIEL


OAB/PE 24.175

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