Você está na página 1de 9

Avaliação Patrimonial: saiba o que é,

como fazer e como emitir laudo


 1 de setembro de 2022 | Tags:Avaliação Patrimonial

A avaliação patrimonial é o serviço realizado com objetivo de determinar os


valores reais e atuais de todos os bens da empresa.

Seu objetivo é estabelecer o valor total do patrimônio da organização.

Essa atividade é uma das etapas para realização do controle patrimonial. A


finalidade da avaliação patrimonial é mensurar o valor de bens móveis,
imóveis e intangíveis, para adequação às exigências fiscais e contábeis.

Além disso, pode ser usada para fins gerenciais e de organização da


empresa, dentre outras finalidades como seguros, permutas, dação em
pagamentos e garantias.

Quer entender mais sobre avaliação patrimonial? Continue a leitura!

O que é avaliação patrimonial?


A avaliação patrimonial de empresas consiste em um levantamento de
todos os registros econômicos e financeiros de uma instituição.

Nesse sentido, o profissional responsável irá analisar os valores reais do


negócio, tanto no que diz respeito às finanças, economia e contabilidade da
empresa.

É importante esclarecer que a avaliação de um patrimônio empresarial está


diretamente relacionada aos bens tangíveis da empresa, que são
representados por:

 estoques;

 veículos;

 máquinas; etc.
A avaliação patrimonial empresarial também pode trazer alguns bens
intangíveis, comumente representados por:

 patentes;

 direitos autorais;

  
A avaliação patrimonial permite, portanto, mensurar quais são os valores
de bens intangíveis, imóveis e móveis de uma instituição.

Com essas informações em mãos, é possível alinhar as obrigatoriedades


fiscais da empresa, realizando o pagamento adequado dos impostos e
tributos contábeis.

Quem faz a avaliação patrimonial?


De acordo com a norma NBR 14.653 da ABNT, a avaliação patrimonial
consiste em uma avaliação técnica e, por isso, deve ser realizada por um
engenheiro ou profissional habilitado para tal, regularmente inscrito no
conselho de classe: CREA ou CAU.

A Lei 5.194 de 24/12/1966 define que apenas engenheiros e arquitetos são


capazes de realizar a avaliação patrimonial e gerar o laudo desse exercício
com as habilidades técnicas necessárias para tal.

É importante que a avaliação seja feita pelo profissional adequado porque é


necessário ter experiência e métodos para identificar as informações
adequadas de:
 valor do bem;

 custos do bem;

 os frutos gerados;

 os direitos;

 a viabilidade econômica;

 sua finalidade;

 demais informações necessárias em uma avaliação patrimonial.

Como decidir os critérios de mensuração?


Uma das coisas que podem ser consideradas na mensuração é o uso do
valor justo. Nesse sentido, o profissional e a empresa precisam considerar
que toda mensuração trabalha com um valor mais subjetivo, mas
aproximado da realidade.

Dessa forma, o valor apresentado precisará ser confiável, e por isso a


empresa deve decidir se o ideal seria utilizar o valor justo ou trabalhar em
cima do custo histórico da instituição, uma vez que essa segunda opção é
mais verificável.

A Lei 11.638/07 também traz o conceito de relevância, explicando que cabe


à instituição identificar a relevância da aplicação desse conceito nos ativos
imobilizados.

Caso a empresa julgue que não é necessário determinar os ativos


considerando o valor justo, ela precisará disponibilizar para os demais
todas as informações necessárias para justificar a não aplicação desse
conceito.

Como é realizada a avaliação patrimonial?


Para realizar a avaliação dos bens que compõem o ativo imobilizado, é
necessário seguir um procedimento técnico de mensuração, estabelecido
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, e pela NBR 14.653.

Assim, os resultados da avaliação são divulgados por meio de laudos de


avaliação patrimonial.

Vale ressaltar a importância de que esses laudos sejam documentos


escritos e fundamentados por especialistas (engenheiros de avaliações).
São responsáveis por relatar as estimativas de valores e preços dos bens
que estão sendo avaliados.

Além disso, são essenciais para suportar operações contábeis e financeiras


como seguros, cisões, fusões e aquisições, lançamento de ações, aporte de
capital, garantias hipotecárias, financiamentos, Teste do Impairment, entre
outros.

Por ser um trabalho que exige um corpo técnico especializado, acaba por
demandar tempo e cuidado. Sem mencionar que, ao ser realizado por
pessoas ligadas ao bem, pode ocorrer uma maior tendência de
manipulação dos resultados.

Por isso, é muito comum que as empresas terceirizem esse trabalho,


buscando auxílio com consultorias especializadas.

O que é ajuste de avaliação patrimonial?


De acordo com a Lei 11.638, que atualizou alguns pontos levantados
pela Lei 6.404/76, o ajuste de avaliação patrimonial deve ser feito no
modelo de correção do valor dos elementos do ativo e do passivo da
instituição.

Esse ajuste deve levar em consideração o valor de reposição ou o valor


justo, a depender da situação e do contexto em que a empresa está
inserida.

Esse pronunciamento é responsável por estabelecer quais são os requisitos


básicos que precisam ser observados quando for feita a apuração do ajuste
a valor presente tanto do elemento ativo quanto do elemento passivo de
uma empresa.

O pronunciamento também é relevante na elaboração das demonstrações


contábeis da empresa, e permitirá que questões controversas sejam
reduzidas.

Dentre as possíveis questões controversas nessa atividade, temos:

 identificar se o ajuste a valor presente é aplicável ao fluxo de caixa


contratado ou se também poderá ser aplicado aos fluxos de caixa
estimados ou esperados da instituição;

 identificar em quais situações a adoção do ajuste a valor presente de


ativos e passivos é necessária: se apenas no registro inicial dos ativos
e passivos, se durante a mudança da base de avaliação dos mesmos
ou em ambos os cenários;

 identificar se o ajuste a valor presente deverá ser efetivado líquido


dos efeitos fiscais;

 identificar qual é o método mais interessante e recomendado para a


alocação de juros (descontos);

 identificar qual é a taxa de desconto mais adequada para um ativo


ou para um passivo, bem como os cuidados necessários para que
distorções de cômputo e viés não ocorram;

 identificar se os passivos não contratuais são alcançados pelo ajuste


a valor presente. Lembrando que são considerados passivos não
contratuais aqueles decorrentes de obrigações que não são
formalizadas ou legais.

O que deve ser contabilizado como ajustes de


avaliação patrimonial?
O AAP – Ajuste de Avaliação Patrimonial, consiste em uma correção do valor
apresentado no balanço patrimonial da instituição, seja por um passivo ou
por um ativo, considerando o seu valor justo.

Ao realizar esse ajuste na avaliação patrimonial, a empresa busca


apresentar a composição real do patrimônio líquido da instituição,
alterando o saldo da conta para credor (quando positivo) ou devedor
(quando negativo).

De acordo com a Lei n. 11.638/2007, o patrimônio líquido também pode


incluir a conta de ajuste de avaliação patrimonial.

De acordo com a lei, “serão classificadas como ajustes de avaliação


patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou
diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a valor justo.”

Ajuste de avaliação patrimonial: é ativo ou passivo?


Como dito anteriormente, o ajuste de avaliação patrimonial é considerado
um subgrupo do patrimônio líquido da empresa.
Dessa forma, é preciso constar tanto as atualizações dos valores de
passivos quanto as atualizações de valores de ativos da empresa, em
relação a avaliação do valor de mercado.

Nesse sentido, é preciso registrar as contrapartidas das diminuições ou dos


aumentos de uma empresa, sempre em relação ao valor de mercado da
instituição.

Essa diferença dos valores que são avaliados, comparados aos valores
durante a aquisição dos bens, devem ser registrados nas contas de ativo e
passivo da empresa.

A contrapartida entre a relação dos ativos e passivos deverá ser registrada


na conta dos ajustes de avaliação patrimonial do patrimônio líquido da
empresa.

Etapas da Avaliação Patrimonial


Para realizar a avaliação patrimonial é necessário realizar 3 etapas de
identificação. Elas podem ser definidas como identificação do custo de
reposição, do valor justo e do valor residual.

Identificação do custo de reposição ou reprodução


De acordo com o CPC 46, página 21, Apêndice A, o custo de reposição,
também conhecido como custo de substituição ou de reprodução, é o valor
que seria necessário para substituir a capacidade de serviço de ativo
atualmente.

A Norma NBR 14.653, que rege as avaliações, define custo de reprodução


como sendo o “gasto necessário para reproduzir um bem sem considerar
eventual depreciação.”

Esse custo é importante no planejamento financeiro da empresa.

Afinal, se um ativo estiver com sua vida útil no final, o custo de reposição
será um parâmetro para os gestores construírem o fluxo de caixa da
empresa, provisionando esse futuro desembolso.

Identificação do valor justo


Valor justo é o valor que seria recebido na venda de um ativo ou na
liquidação de um passivo entre dois participantes independentes e
dispostos do mercado.
Esta etapa da avaliação patrimonial está relacionada à mensuração do valor
dos bens de acordo com o mercado, a partir de critérios definidos pelo CPC
46.

Para mensurar o valor justo de um ativo é necessário avaliar os bens


separadamente e de forma particular. Dessa maneira garante-se que o
processo levará em consideração características específicas do ativo ou do
passivo, assim como do mercado no qual o ativo está inserido.

Os três métodos para definir o valor justo são: Abordagem de Mercado,


Abordagem de Receita e Abordagem de Custo.

Nesta etapa da Avaliação Patrimonial o valor residual deve ser identificado.

O valor residual está relacionado com a estimativa de um valor que a


empresa espera receber ao final da vida útil econômica do ativo.

Este valor pode e deve variar de acordo com o bem patrimonial. Em alguns
casos, pode até ser considerado nulo.

O cálculo deste valor é feito a partir do valor justo, e, por meio destes dois,
a empresa poderá calcular as taxas de depreciação.

De acordo com os CPCs 27, 37 e 43, o valor residual do imobilizado deve ser


revisado, pelo menos, a cada exercício.

Onde a avaliação de patrimônio é aplicada?


A avaliação de patrimônio resulta em um laudo técnico, utilizado nos
seguintes cenários:

 em incorporações, fusões ou cisões de empresas: essas atividades


exigem o valor real dos ativos de uma instituição antes de serem
efetivadas, uma vez que o valor contábil, na maior parte das vezes,
não traz o valor real do bem ativo de uma companhia;

 em operações de seguro, quando uma empresa deve oferecer o


valor real da instituição para conseguir identificar e contratar a opção
de seguro mais adequada para a sua realidade;

 para ser usado como garantia em financiamentos, onde a avaliação


patrimonial é, de fato, o maior suporte para esse tipo de operação. É
através dela que a empresa conseguirá comprovar para a instituição
financeira os valores reais dos bens oferecidos como garantia;
 em demonstrações contábeis da empresa, oferecendo a partir do
laudo um suporte maior aos pronunciamentos técnicos e à
legislação, determinando com mais precisão qual é a vida útil do
bem, bem como seu valor residual;

 em operações de compra, locação ou venda de um imóvel, onde é


necessário trazer a avaliação dos imóveis, máquinas, equipamentos e
todos os bens ativos que serão envolvidos em uma transação
comercial;

 durante uma avaliação econômica ou na realização do valuation da


empresa, para identificar e avaliar o valor real de uma empresa: seu
valor comercial considerando tanto os bens tangíveis quanto os bens
intangíveis.
Para adequar corretamente as normas contábeis nacionais às normas
contábeis internacionais, a lei exige que uma empresa brasileira tenha a
sua avaliação patrimonial dentro do esperado e pré-estabelecido.

Isso acontece porque é imprescindível que a documentação siga os novos


formatos, seja para operações financeiras ou para licitações, por exemplo.

Além de ser utilizado em todos esses cenários que pontuamos


anteriormente, o laudo da avaliação patrimonial também poderá ser
necessário para a avaliação de ativos biológicos, para aquelas instituições
que querem contratos de concessão ou atuarem no agronegócio.

Quando um empresário observa a necessidade de realizar uma avaliação


patrimonial para dar suporte em qualquer tipo de atividade, é fundamental
entrar em contato com um profissional ou empresa especializada para
realização do laudo.

Esse é um detalhe importantíssimo: como reforçado anteriormente, apenas


profissionais que possuem CREA ou CAU poderão realizar a avaliação
patrimonial, uma vez que consiste em uma avaliação de caráter técnico.

Qual a vantagem em realizar avaliação


patrimonial?
A principal finalidade da avaliação patrimonial é reconhecer os reais valores
dos bens da empresa.

Consequentemente, a avaliação irá demonstrar a sua atual situação


patrimonial. Isso pode ser visto como um benefício para a empresa.
A avaliação patrimonial gera conhecimento sobre o quanto seus bens
realmente valem no mercado, além de ser uma valiosa informação na hora
da tomada de decisões gerenciais e estratégicas.

Podemos pontuar então outra finalidade da avaliação


patrimonial relacionada à operações estratégicas.

Estas, como exemplo, podem ser venda, compra, locação, fusão, cisão,


incorporação, financiamentos, seguros e finalidades legais (partilha de
bens, indenizações, desapropriações, servidões, venda de ações, tributos
federais, estaduais e municipais, entre outros).

Itens que participam da avaliação patrimonial


A avaliação patrimonial destina-se majoritariamente a avaliar os ativos
imobilizados da empresa, a valor justo, de acordo com as exigências
contábeis estabelecidas pelo CPC 46.

Assim, devem ser avaliados todos os anos.

A Investor realiza a avaliação patrimonial para a sua empresa.

São exemplos de ativos que devem ser avaliados anualmente:

 Imóveis;

 Marcas e patentes;

 Móveis e utensílios;

 Máquinas e equipamentos;

 Software;

 Frota da empresa;

 Propriedades rurais;

 Valores de reposição;

 Empresas, aluguéis e arrendamentos.


Ficou interessado? Fale conosco para maiores informações. Contate-nos
sem compromisso: www.controle-rs.com.br/orcamento ou ligue (54) 3066-
4808 ou (54) 9.9974-4858

Você também pode gostar