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AUDITORIA CONTABILIDADE 1ª FOLHA

PROF. CLÁUDIO CÉSAR GUIMARÃES


1.1 CONCEITO E O OBJETIVO
No sentido lato, auditoria é o processo de confrontação entre uma situação encontrada e um determinado
critério, ou, em outras palavras, é a comparação entre o fato ocorrido e o que deveria ocorrer. Pode-se
afirmar também que, nessa acepção, auditoria significa um conjunto de procedimentos técnicos aplicados
de forma independente sobre uma relação que envolve a obrigação de responder por uma
responsabilidade conferida (relação de accountability – que, consoante a Fundação Canadense de
Auditoria Integrada, presume a existência de pelo menos duas partes: uma que delega a responsabilidade
e outra que a aceita, com o compromisso de prestar contas na forma de como a delegação foi ou está
sendo cumprida), objetivando emitir um informe de como essa obrigação está sendo cumprida. Ou seja,
para verificar se os relatórios e informações decorrentes dessa relação são adequados e justos.

Em um sentido estrito, a auditoria se restringe apenas ao universos contábil ou financeiro. Surge daí o
conceito de Auditoria Contábil, que objetiva, após aplicação de procedimentos específicos com base em
normas profissionais e de forma independente, a emissão de opinião sobre a adequação das
demonstrações contábeis2 ou financeiras, o que significa dizer se essas representam apropriadamente a
situação orçamentária, financeira e patrimonial, o resultado das operações, as mutações ou variações no
patrimônio e as fontes e aplicações de recursos de uma organização, em conformidade com os Princípios
Fundamentais de Contabilidade3 e legislação pertinente. Uma boa auditoria pode contribuir para
resguardar os direitos de terceiros, para reduzir a ineficiência das operações e a prática de atos abusivos e
para assegurar a adequação das demonstrações contábeis e outras informações financeiras. Seu
surgimento de forma sistemática, confunde-se com o próprio processo de acumulação de capital.
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da
Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional.
Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o
Patrimônio das Entidades.

 PRINCÍPIO DA ENTIDADE: O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da


Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos.

Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE: O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade


continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do
patrimônio levam em conta esta circunstância.

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE: O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de


mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: O Princípio do Registro pelo Valor


Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional.
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA: O Princípio da Competência determina que os efeitos das
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas.

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA: O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor


para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA

A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui


condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e despesas no período que
ocorrerem, não pode ser substituído por adoção do regime de caixa (onde as receitas e despesas são
registradas somente por ocasião de seu pagamento).

EXERCÍCIOS

1- De acordo com as situações abaixo, indique os princípios fundamentais da contabilidade.

O contador da Incebra LTDA, que acabara de ser constituída, é convocado para participar da
reunião entre os sócios da empresa. Esse encontro tem como objetivo definir as diretrizes básicas a
serem adotadas para registrar e tratar as modificações patrimoniais que irão decorrer da gestão desse
novo negócio.

Bem à vontade para fazer seus comentários, o contador sugeriu alguns procedimentos fundamentais,
de acordo com os princípios contábeis, para que a empresa tenha melhores condições de controlar e
planejar suas atividades.

As principais observações feitas pelo contador foram as seguintes:

a) “Vamos considerar a empresa como um empreendimento em andamento, isto é , não há


expectativa de funcionar por apenas um período específico de tempo, mas por prazo indefinido.
Deve-se investir como se fosse para vida toda”.

b) “Não vamos misturar as coisas: dinheiro dos sócios não pode entrar de qualquer forma na
contabilidade da empresa e, como contrapartida, os sócios não metem a mão no dinheiro da
empresa e, como contrapartida, os sócios não metem a mão no dinheiro da empresa, a não ser de
forma devidamente documentada e registrada em conta corrente”.

c) “Só vamos registrar operações que sejam passíveis de avaliações monetárias e a moeda a ser
considerada, evidentemente será o Real”.

d) “Caso tenhamos alguma dúvida sobre o real valor dos bens e direitos da empresa, vamos ficar
com o menor deles. Já no caso das obrigações ficaremos com o maior valor”.

e) “Desde que tenhamos razoável certeza das possíveis perdas decorrentes da inadimplência de
nossos clientes, devemos reconhecer tais perdas no período em for realizada as vendas, ao invés
de esperar períodos futuros”.

f) “Para verificar o desempenho econômico da empresa, deve-se analisar freqüentemente as


receitas e despesas. Porém, esta análise não pode ser feita a partir dos pagamentos recebidos”.

g) “Vamos considerar que o valor-base a ser registrado pela contabilidade é o custo de aquisição,
identificado no documento da transação, seja este uma nota fiscal, contrato devidamente assinado,
fatura, etc”.

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