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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de educação e comunicação

Discente: Felisberto Elidio Rodrigues

Docente: Lucas Sitoe

Em sentido corrente, é classificado como financeiro o investimento resultante da colocação de


capitais em empresas, empréstimos, compra de acções e obrigações, títulos de crédito, etc., com
o objectivo de obter um retorno futuro superior ao aplicado, em geral a longo prazo. Este
presente trabalho tem como objectivo, os investimentos financeiros.

Investimentos financeiros

Os investimentos ocorrem ao longo do tempo: firmas e indivíduos incorrem em custos hoje na


esperança de obter ganhos no futuro”. De uma forma geral, investimento pode ser entendido
como uma aplicação no presente, ou seja, uma saída de dinheiro com o objetivo de este dinheiro
retornar em algum tempo acrescido de juros e correção monetária. Para o investimento ser
viável, o retorno deverá ser maior que o capital aplicado. (Sulivân e Sheffrin,2000, p.150).

Passivos e capital

O emitente de um instrumento financeiro deve classificar o instrumento, ou as partes que o


compõem, no momento do reconhecimento inicial como um passivo financeiro, um activo
financeiro ou um instrumento de capital próprio de acordo com a substância do acordo contratual
e as definições de passivo financeiro, activo financeiro ou instrumento de capital próprio.
Um instrumento financeiro é classificado como instrumento de capital, em detrimento de passivo
financeiro, quando cumprir com as duas condições seguintes:
Activo um conceito contabilístico que representa o conjunto de todos os bens e direitos, tangíveis
ou intangíveis, detidos por um determinado indivíduo ou organização, e ao qual pode ser
atribuído um valor monetário. Este presente tema tem como objectivo os activos fixos tangíveis e
intangíveis, sobretudo dos excedentes de revalorização. O trabalho esta estruturado da seguinte
forma; introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

Activos Fixos Tangíveis

Carvalheiro (2010) indica que, “activos fixos tangíveis são itens que sejam detidos, para uso na
produção ou fornecimento de bens ou serviços, para arrendamento a outros, ou para fins
administrativos, e se espera que sejam usados durante mais do que um período”.

Reconhecimento
O Decreto Lei nº36̸2006 de 25 de Junho atribui:
Custo de um bem tangível deve ser reconhecido como activo quando, e apenas quando:
i) E provável que benefícios económicos futuros associados ao bem fluirão para a entidade.
ii) O custo do bem pode ser mensurado com fiabilidade.

Custos iniciais
O Decreto Lei nº36̸2006 de 25 de Junho atribui:
Os bens do activo tangível podem ser adquiridos por razões de segurança ou razões ambientais. A
aquisição de tais bens, embora não aumentando directamente os benefícios económicos futuros de
qualquer activo tangível específico, pode ser necessária para que a entidade obtenha os benefícios
económicos futuros de outros activos.

Custos Subsequentes
Uma entidade, não reconhece na quantia registada de um bem do activo tangível os custos da
assistência diária a esse bem. Estes custos são reconhecidos nos resultados quando são
suportados e correspondem geralmente a dispêndios com reparações e manutenção de um bem
do activo tangível (O Decreto Lei nº36̸2006 de 25 de Junho).

Revalorização ou reavaliação
A terminologia relativamente a esta matéria adoptada pelo SNC é a de revalorização, o que
significa voltar a valorizar algo. As revalorizações devem ser efectuadas numa base regular para
assegurar que a quantia escriturada não difira materialmente daquela que seria determinada pelo
uso do justo valor à data do balanço. O justo valor dos terrenos e edifícios deverá ser
determinado a partir de provas com base no mercado por avaliação que deverá ser realizada por
avaliadores profissionais, enquanto o justo valor de instalações e equipamentos é geralmente o
seu valor de mercado determinado por avaliação.

O excedente de revalorização de um bem do activo tangível incluído no capital próprio pode


ser transferido directamente para resultados transitados quando o activo deixar de estar
reconhecido, situação que ocorre quando o activo é abatido ou alienado. Contudo, uma parte do
excedente pode ser transferida quando o activo está a ser utilizado por uma entidade. Neste caso,
a quantia do excedente transferida será a diferença entre a amortização baseada na quantia
registada revalorizada do activo e a amortização baseada no seu custo original. As transferências
dos excedentes de revalorização para resultados transitados não devem ser feitas por via de
resultados do período Carvalheiro (2010).

Activo Intangível
Castro (2015) indica que:
Um activo intangível é um activo não monetário identificável e sem substância física” (§ 8 da
NCRF 6). Importa também referir que, ainda de acordo com as normas IASB-UE6 e as normas
do SNC, um activo é um recurso que obedece às seguintes condições: (1) controlado por uma
entidade como resultado de acontecimentos passados, e (2) do qual se espera que fluam
benefícios económicos futuros para a entidade (§ 49 (a) da EC e § 8 da NCRF 6).

Segundo Silva (2014, cit. em Bandeira, 2010):


Os recursos intangíveis não são menos activos que os recursos tangíveis. É através da associação
de activos que uns e outros ganham utilidade. Os activos intangíveis têm, pois, vindo a revelar-se
cruciais para a manutenção da vantagem competitiva da empresa e a serem o factor crítico de
sucesso.
Activos intangíveis são activos não físicos por natureza, bens incorpóreos, ou seja, não podem
ser tocados e são representados por bens e direitos em uma organização.

Exemplos de Activos Intangíveis incluem:

 Capital intelectual;
 Desenvolvimento de tecnologia;
 Direitos autorais;
 Direitos de propriedade industrial e de serviços;
 Franquias;
 Fundo de comércio adquirido;
 Know-how;
 Licenças;
 Marcas;
 Modelos, projectos e protótipos;
 Patentes;
 Receitas;
 Softwares;
 Entre outro

Reconhecimento e Mensuração
Um activo intangível deve ser reconhecido quando, e apenas quando:
(a) é provável que os benefícios económicos futuros esperados que são atribuíveis ao activo
fluam para a entidade; e
(b) o custo do activo pode ser mensurado com fiabilidade.
Um activo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.

Modelo de custo
O Decreto Lei nº36̸2006 de 25 de Junho “Após o reconhecimento no momento inicial, um activo
intangível deve ser registado pelo seu custo menos qualquer amortização acumulada e quaisquer
perdas por imparidade acumuladas”.

Modelo de revalorização
Após o reconhecimento no momento inicial, um activo intangível deve ser registado por uma
quantia revalorizada, que é o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer amortização
acumulada subsequente e quaisquer perdas por imparidade acumuladas subsequentes. Para
efeitos de revalorizações segundo a presente Norma, o justo valor deve ser determinado com
referência a um mercado activo. As revalorizações devem ser feitas com uma regularidade tal
que, na data do balanço, a quantia registada do activo não difira materialmente do seu justo
valor.

O Decreto Lei nº36̸2006 de 25 de Junho:


O modelo de revalorização não permite:
a) A revalorização de activos intangíveis que não tenham sido previamente reconhecidos
como activos; ou
b) O reconhecimento no momento inicial de activos intangíveis por quantias que não sejam
o seu custo.

O modelo de revalorização é aplicado depois de um activo ter sido inicialmente reconhecido pelo
seu custo.

Se um activo intangível é revalorizado, qualquer amortização acumulada à data da revalorização


é tratada de uma das seguintes formas:
a) Recalculada na proporção da alteração na quantia registada bruta do activo a fim de que a
quantia registada do activo após a revalorização seja igual à quantia revalorizada; ou
b) Eliminada contra a quantia registada bruta do activo, sendo a quantia líquida expressa para a
quantia revalorizada do activo
Se a quantia registada de um activo intangível é reduzida em resultado de uma revalorização, a
redução deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a redução deve ser reconhecida
directamente no capital próprio como excedente de revalorização até ao limite de qualquer saldo
credor existente no excedente de revalorização com respeito a esse activo.

O excedente de revalorização acumulado no capital próprio pode ser transferido directamente


para resultados transitados quando o excedente for realizado. A totalidade do excedente pode ser
realizada pelo abate ou pela alienação do activo. Porém, uma parte do excedente pode ser
realizada quando o activo está a ser utilizado por uma entidade e, nesse caso, a quantia do
excedente realizado é a diferença entre a amortização baseada na quantia registada valorizada do
activo e a amortização que teria sido reconhecida baseada no seu custo histórico. As
transferências dos excedentes de revalorização para resultados transitados não devem ser feitas
por via de resultados do período.

Exemplos práticos
Pedido 1. Revalorização
Assim a reavaliação consiste em actualizar os valores constantes das contas onde esta registado o
valor bruto dos bens do activo fixo tangível e das contas de depreciações acumuladas, por um
determinado montante determinado por avaliadores especializados. A contrapartida das variações
destas contas e registada numa rubrica do capital próprio denominado “56- Excedentes de
Revalorização.

Valores de Aquisição Valores reavaliados Reavaliação


Valor de aquisição A.A Valor de aquisição A.A Valor de aquisição A.A
Imobilizado Ano
Terrenos 199 200.000,00 0 1,45 290.000,00 0 90.000,00 0
Edifícios… 8 430.000,00 387.000,00 1,5 645.000,00 580.500 215.000,00 193.500
Eq. Básico 199 60.000,00 36.000,00 1,04 62.400,00 37.440,00 2.400,00 1.440
Eq. Transporte 7 100.000,00 25.000,00 1 100.000,00 25.000,00
0 0
Eq. Admin… 200 40.000,00 25.000,00 1,15 46.000,00 28.750,00
6.000,00 3.750
3
200
5
200
1

E.R
90.000,00
21.500,00
960
0
2.250

Na sequência destes cálculos, seria necessário proceder as seguintes lançamentos:


431- Terrenos………………………………………90.000,00
432- Edifícios e outras construções………………..215.000,00
433- Equipamento Básico………………………… 2.400,00
5611- Excedentes de reavaliação DL antes de impostos 313.400, e para a reavaliação das
depreciações acumuladas:
5611- Excedentes de revalorização DL antes de impostos…… 198.690,00
4382- D.A- Edifícios e outras construções……………………. 193.500,00
4383- D.A- Equipamento Básico……………………………… 1.440,00
A 4384- D,A Equipamento administrativo……………………. 3.750,00

Impostos diferidos
De acordo com a NCRF nº 28 – impostos sobre rendimento, após o registo na conta “Excedentes
de Revalorização”, aquela conta será debitada por contrapartida da conta 2742 – passivos por
impostos diferidos pelo montante do imposto correspondente a fracção do excedente de
revalorização não relevante para a tributação. Para o efeito, a conta relativa a cada excedente de
revalorização será desdobrada em duas subcontas: uma, denominada 5611 – Excedente de
revalorização antes de impostos que terá saldo credor, e outra, designada por 5612 – impostos
diferidos cujo saldo e devedor.

Assim, para o apuramento dos resultados diferidos no caso dos terrenos aplicar-se-á a óptica de
alienação: E relevante para efeitos de impostos diferidos, a diferença entre o valor de aquisição
reavaliado e o custo de aquisição multiplicado por um coeficiente de desvalorização da moeda,
utilizado para o apuramento das mais-valias fiscais.

Imposto diferido= 25% ×(290.000−200.000 × 1,35)=5.000

Nos restantes casos, aplicar-se-á a óptica do uso, através da amortização: E relevante para efeitos
de impostos diferidos, o valor liquido do activo reavaliado cuja amortização não e considerada
para efeitos fiscais (no caso das reavaliações legais, 40% da reavaliação):

Valor Percentagem Valor não Taxa de Imposto


AFT líquido da não aceite aceite imposto diferido
Ano reavaliação fiscalmente
Edifícios 1997 21.500 8.600 2.150
Eq. Básico 2003 960 40% 384 25% 96
Eq. Admin 2001 2.250 900 225

Na sequência destes cálculos, seria necessário proceder aos seguintes lançamento


5612- Impostos diferidos relativos a reavaliação
A 2742- Passivos por impostos diferidos

De acordo com a NCRF 7, o excedente obtido do processo de reavaliação só se considera


realizado, pelo uso ou alienação dos bens a que respeita. Deste modo, a realização de reserva
consiste nas operações ou fenómenos que determinam resultados do exercício- mais-valias ou
menos-valias apuradas na alienação dos bens ou em outras operações de saída dos bens e quotas
de amortização dos bens. O valor da realização da reserva de reavaliação e a diferença entre o
resultado que se obtém com base no valor reavaliado e o resultado que seria obtido se não tivesse
sido efectuado a reavaliação.

Assim, no nosso temos três situações a considerar:


a) No caso do terreno, visto ser um bem não amortizável, a realização da reserva de
reavaliação só poderá ocorrer até o final do ano, a reserva de reavaliação não será, nem
totalmente nem parcialmente, realizada.
b) No caso do equipamento básico alienado, considera-se totalmente realizada a reavaliação
efectuada no final de 2005- 960.
c) No caso de restante imobilizado será necessário apurar a diferença entre as quotas de
amortização se não tivesse sido efectuada a reavaliação.
No caso do restante imobilizado será necessário calcular as amortizações que irão ocorrer
no final do ano com aqueles que ocorreriam se os bens não tivessem sido reavaliados no
final de 2005.
AFT Ano Taxa de Valor de Valor de Diferença da
amortização aquisição aquisição quota de
não reavaliado amortização
reavaliado
Edifícios 1997 10% 430.000 645.000 21.500
Eq. 2005 25% 100.000 100.000 0
Transporte 2001 12,5% 40.000 46.000 750
Eq. admin

Este valor e obtido da divisão da percentagem do bem já amortizado no final de 2005, pelo
número de anos já decorridos desde a sua aquisição.
Resumindo, espera-se que o final de 2006, esteja realizado 20.889 do Excedente de revalorização
efectuada no final de 2005.
Excedente a realizar Passivo por ID Excedente realizado
21500 2150 19350
960 96 864
750 75 675

Contudo, podemos entender que activos tangíveis todos os bens materiais que podem ser
tocados, portanto, os bens concretos, tais como: dinheiro, máquinas, imóveis, produtos, etc. Já os
activos intangíveis se tratam dos bens que, embora existam e também sejam de grande valor, são
imateriais, ou seja, não se podem ver nem tocar. Exemplo desses bens são as marcas, as
estratégias de mercado, os princípios, a integridade, a tecnologia, os recursos humanos e também
o conhecimento gerado pelo aprendizado organizacional, dentre outros. E as revalorizações
dependem das alterações nos justos valores dos activos fixos que estão a ser revalorizados.
Quando o justo valor de um activo revalorizado diferir materialmente da sua quantia escriturada,
é exigida uma nova revalorização.

Referencias Bibliográficas

Decreto (2009). Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique.

Carvalheiro, A. R. S. (2010). Activos Fixos Tangíveis NCRF 7. Tese de doutoramento. Faculdade


de economia, Universidade de Coimbra. Recuperado em https://azslide.com/activos-fixos-
tangiveis-ncrf-7_59f1aabb1723dd2fae312d4c.html

Castro, J. M. O. (2015). O tratamento contabilístico-fiscal dos activos intangíveis. Tese de


doutoramento. Universidade Católica Porto. Recuperado em
https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/18650/1/O%20tratamento%20contabil
%C3%ADstico-fiscal%20dos%20ativos%20intang%C3%ADveis.pdf

Silva, S. E. (2014). Activos Intangíveis Abordagem contabilística, fiscal e auditoria. Recuperado


emhttps://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/18650/1/O%20tratamento%20contabil
%C3%ADstico-fiscal%20dos%20ativos%20intang%C3%ADveis.pdf

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