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CONTABILIZAÇÃO DE ACORDO COM O

CPC 06 (R2)
ARRENDATÁRIO – RECONHECIMENTO INICIAL

O ativo de direito de uso deve ser mensurado inicialmente a custo, o que


compreende:

ARRENDATÁRIO – DEPRECIAÇÃO DO ATIVO


Como no registro inicial do arrendamento mercantil financeiro o bem foi
lançado no ativo, se ele for passível de depreciação/amortização, deve-se
proceder ao seu cálculo e contabilização.

De acordo com o item 27 do CPC 06 (R1):

“A política de depreciação para os ativos arrendados depreciáveis deve ser


consistente com a dos demais ativos depreciáveis e a depreciação reconhecida
deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados”.

A depreciação desse item será feita, tendo como base dois caminhos:

1. O primeiro, leva em consideração que o ativo subjacente será adquirido no


final do contrato, sendo assim a depreciação deve ocorrer de acordo com
a vida útil do ativo em questão.

2. Caso a empresa não opte por comprar o ativo, esta deverá depreciá-lo de
acordo com o tempo de contrato ou a vida útil do ativo subjacente, dos
dois o menor.

Ainda, o ativo arrendado deve passar por teste de impairment, para


verificar se existe necessidade de ajuste por recuperabilidade, de
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao
Valor Recuperável de Ativos.

Um ponto importante que cabe ressaltar: caso a empresa tenha intenção de


comprar o referido ativo ao final do contrato, e esta tenha que, para isso, pagar
um “valor adicional” para aquisição do bem (em geral existe previsão de
pagamento de valor residual, juntamente com a última parcela do
arrendamento, para posse definitiva bem), esse valor passará a integrar o valor
do contrato, no reconhecimento inicial do ativo.

PASSIVO – VALOR PRESENTE


Quanto aos passivos, estes devem ser segregados em corrente e não corrente,
dependendo do prazo de pagamento das parcelas.

Deve-se, ainda, separar no seu registro o valor dos juros a transcorrer como
conta redutora da dívida. O encargo financeiro deve ser reconhecido a cada
período, de acordo com o regime de competência, durante o prazo do
arrendamento como despesa financeira, de forma a produzir uma taxa de juros
periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo.

Com isso, a mensuração do encargo financeiro deve corresponder ao cálculo


exponencial e pro rata, ou seja, utilizando-se de juros compostos e
determinados, em função da decorrência do tempo.

No caso de haver pagamentos contingentes, esses devem ser lançados como


despesa nos períodos em que são incorridos, não alterando o valor do registro
inicial do ativo e do passivo.

ARRENDATÁRIO – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS


As Leis no 1.638/07 e no 11.941/09 exigiram o reconhecimento no imobilizado
dos bens adquiridos via arrendamento mercantil financeiro, pelo seu valor
presente, com a correspondente dívida sendo reconhecida no passivo, em
financiamentos a pagar.

Com isso, teremos uma substituição da despesa de arrendamento por duas


despesas: (i) despesa de depreciação e (ii) despesa financeira.

Contudo, para fins tributários, o Fisco continuará permitindo a dedução da


despesa de arrendamento, não aceitando a dedutibilidade da depreciação de
bens adquiridos via arrendamento.

Nesse sentido, a Lei 12.973/14 incluiu o inciso VIII no art. 13 da Lei 9.249/95,
proibindo a dedução da despesa de depreciação e amortização de bem objeto
de arrendamento mercantil, mantendo o tratamento tributário existente para as
operações de arrendamento mercantil.
Permanece, portanto, nesse caso, a possibilidade de reconhecimento como
despesa do pagamento do arrendamento mercantil.

ARRENDATÁRIO – EXCLUSÕES NO LALUR


Na apuração do Lucro Real, a arrendatária poderá excluir no LALUR:

1. As contraprestações pagas ou creditadas por força do contrato que não


tenham sido reconhecidas como despesa;

2. Os custos diretos iniciais incorridos que façam parte do custo do ativo de


direito de uso; e

3. Os custos incorridos de desmontagem e remoção do ativo que façam


parte do custo do ativo de direito de uso.

ARRENDATÁRIO – ADIÇÕES NO LALUR


Na apuração do Lucro Real, a arrendatária deverá adicionar no LALUR:

1. A despesa com depreciação dos bens objeto de arrendamento mercantil;

2. As perdas por redução de valor recuperável (impairment);

3. Outras realizações do ativo, tais como alienação ou baixa, mesmo após


eventual reclassificação contábil;

4. Perdas na avaliação com base no valor justo;

5. As despesas financeiras reconhecidas.

Podemos dizer ainda que a depreciação é uma adição temporária, pois será
realizada com a contraprestação do bem. Nesse caso, sugerimos que seja
constituído o ativo fiscal diferido.

ARRENDATÁRIO – APURAÇÃO DO PIS E DA


COFINS NO REGIME NÃO CUMULATIVO
Com relação às contribuições para PIS e COFINS, a arrendatária poderá
descontar créditos sobre os valores das contraprestações de operações de
arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto quando for adquirida de
optante do Simples Nacional.

Não é permitido o crédito sobre a depreciação, mesmo após a reclassificação


contábil.

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