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Trataremos neste procedimento da interpretação dos atos legais relativo ao tratamento a

ser adotado na contrapartida dos créditos do PIS e da Cofins não cumulativo


aproveitado por empresas enquadradas no citado regime.

As operações que dão direito a crédito de PIS e


COFINS dos contribuintes enquadrados no sistema
não cumulativo
Antes de entrarmos diretamente no tratamento contábil a ser dado a estes créditos,
temos que recordar a forma de aproveitamento de crédito do PIS-Pasep e da Cofins
previstos nas Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003.

De acordo com os referidos diplomas legais, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime não
cumulativo podem aproveitar créditos nas aquisições de pessoa jurídica e desde que tal
aquisição não esteja sujeita ao não pagamento da contribuição na etapa anterior,
inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo
em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela
contribuição.

As aquisições que dão direto a crédito são aquelas relativas a:

a) Mercadorias para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos:


i) Sujeitos à substituição tributária;
ii) De venda de álcool para fins carburantes;
iii) Monofásicos;
b) Bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustíveis e lubrificantes;
c) Energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumida
nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
d) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica,
utilizados nas atividades da empresa;
e) Valor das contraprestações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,
exceto de optante pelo Simples;
f) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,
adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção
de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;
g) Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas
atividades da empresa;
h) Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada no regime não cumulativo; e
i) Armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda, nos casos das
letras "a" e "b", quando o ônus for suportado pelo vendedor;
j) Vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de
prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei
nº 11.898, de 2009). As demais condições de aproveitamento dos créditos devem
ser verificadas nos arts. 3º das Leis nºs. 10.637/2002 e 10.833/2003.

Como se pode verificar, a sistemática de apuração de créditos das empresas sujeitas ao


regime não cumulativo das contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins, não tem a
mesma característica dos demais impostos submetidos a esse regime, ou seja, no caso de
ICMS é claro a transferência de créditos pois a empresa vendedora lança o ICMS no
documento fiscal e a empresa compradora toma o crédito, o que não acontece com a
apuração das contribuições citadas, mesmo porque não há nenhum destaque em
qualquer documento fiscal das contribuições apuradas pelas empresas vendedoras.

Cabe destacar ainda que algumas limitações são impostas quanto à constituição dos
créditos de PIS e COFINS dentre elas a que se refere aos bens e serviços aplicados nos
serviços de assistência técnica em garantia do fabricante, vejamos a ementa da solução
de consulta nº 154 de 23 de abril de 2007, a seguir transcrita:

EMENTA: ASSISTÊNCIA TÉCNICA. INSUMO À FABRICAÇÃO. CRÉDITO.


Por não serem considerados insumos à fabricação, não podem ser descontadas
como crédito as despesas incorridas pelo fabricante com serviços de assistência
técnica em garantia, prestados por terceiros.

No caso dos serviços contratados não haverá o cálculo do crédito e no caso das peças,
mercadorias ou produtos utilizados no atendimento da garantia deverá ser providenciado
o estorno do crédito, pois a baixa de tais peças é registrada como um consumo pela
empresa (quando não cobrada do cliente por fazer parte da garantia).

Cabe destacar que há uma distinção na apuração dos créditos quanto à destinação da
mercadoria ou produto adquirido. Quando esta for para revenda a Lei excetua a
apuração dos créditos sobre mercadorias ou produtos sujeitos à subtituição tributária,
monofásicos e sobre a venda de álcool para fins carburantes. Já as aquisições de
mercadorias e produtos utilizados como insumos não sofrem esta restrição, podendo o
crédito ser calculado sobre qualquer aquisição que tenha incidência de PIS e COFINS
ainda que à alíquota zero, devendo ser observado a limitação imposta pelo inciso II do
parágrafo 2º do artigo 3º da Lei 10.833/2003. Deve ser levado em consideração ainda a
incidência do PIS e da COFINS sobre os serviços ou produtos produzidos uma vez que
estes quando não tributados pelo PIS e a COFINS não geram direito a constituição de
créditos sobre seus insumos.

[editar] O tratamento contábil dos créditos das


contribuições sobre aquisição de mercadoria para
revenda e matéria-prima
Já há algum tempo se discute a correta interpretação do § 10 do art. 3º da Lei nº
10.833/2003, que estabelece uma estranha regra relativa ao aproveitamento de créditos
de PIS-Pasep e Cofins no regime não cumulativo.

Segundo esse dispositivo, o valor dos créditos das referidas contribuições apurado não
constitui receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente para dedução do valor
devido da contribuição.

Esse dispositivo, sem dúvida nenhuma, causou razoável nível de dúvidas no meio
contábil e tributário. Muitos viram nele a possibilidade de reduzir sua carga tributária,
especificamente no que diz respeito ao Imposto de Renda e à CSLL, ou, de outro lado, a
hipótese de estarem pagando mais imposto do que o devido, por considerar valor menor
de custo de estoque, se adotado para as contribuições o mesmo critério de
contabilização tradicionalmente empregado para o ICMS.

Inicialmente, aliás, foi sustentado por algumas Superintendências Regionais da Receita


Federal, numa interpretação bastante literal, que os créditos do PIS e da Cofins não-
cumulativos apurados não constituem, mesmo, receita tributável da pessoa jurídica. Isso
levou alguns contribuintes a uma errônea interpretação de que os referidos créditos
deveriam ser contabilizados como receita e, depois, excluídos do lucro líquido da pessoa
jurídica na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL.

Como exemplo, citamos a Solução de Consulta nº 458/2005 da 7ª Região Fiscal, 09 de


novembro de 2005:

EMENTA: BASE DE CÁLCULO - CRÉDITOS DE PIS/PASEP E COFINS O


valor do crédito, calculado de acordo com a legislação própria, a ser
descontado do valor apurado das contribuições para o PIS e a Cofins com base
na sistemática não- cumulativa, não compõe a base de cálculo do IRPJ das
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação pelo lucro real.

Nessa linha de interpretação, alguns contribuintes equivocadamente passaram a tratar a


contrapartida das contribuições para o PIS e para a Cofins a recuperar como sendo uma
conta de receita. O fato de esse valor não compor a base de cálculo do IRPJ,
conseqüentemente, levaria o contribuinte a excluí-lo do lucro líquido na apuração do
lucro real.

Portanto, segundo essa tese, a contabilização de uma operação geradora de crédito de


PIS-Pasep e Cofins (compra de mercadorias para revenda, por exemplo) seria:

a) Débito de estoque e crédito de disponível ou Fornecedores (registro da


aquisição propriamente dita, pelo valor total, sem exclusão do PIS-Pasep e da
Cofins);
b) Débito de PIS-Cofins a Recuperar e crédito de Receita (reconhecimento do
direito ao crédito e da respectiva receita).

Uma análise fria dessa forma de contabilização mostra claramente que o contribuinte
passa a ter um benefício indevido, pois é fato que os tributos não cumulativos devem ser
excluídos dos estoques, como, aliás, já previa a antiga IN SRF nº 51/1978.

Essa celeuma, contudo, foi apaziguada pela própria Receita Federal que publcou várias
soluções de consulta com o mesmo teor e dentre elas de nº 18 de 11 de Janeiro de 2010,
cuja a menta contém o seguinte teor:

EMENTA: BASE DE CÁLCULO. CRÉDITOS DA COFINS E PIS/PASEP. A


legislação não autoriza excluir do lucro líquido, para fins de determinação da
base de cálculo da CSLL, o valor relativo aos créditos da contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins apuradas pela sistemática não cumulativa. O §10 do
art.3º a Lei nº 10.833, de 2003, não institui, ainda que implicitamente, nenhuma
hipótese de exclusão do lucro líquido, para fins de apuração da base tributável
da CSLL. Os créditos previstos na legislação da Contribuição Social para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o
PIS/Pasep com incidências não-cumulativas não poderão se constituir ao
mesmo tempo em direito de crédito e em custo dos insumos, mercadorias e
ativos permanentes É vedado o lançamento do direito de crédito da Cofins e da
Contribuição para o PIS/Pasep em contrapartida à conta de receita. É
facultado ao contribuinte registrar o custo do insumo, mercadoria e ativo
permanente sem excluir a parcela recuperável, desde que realize o controle
extracontábil do direito de crédito e as despesas com a Cofins e com a
Contribuição para o PIS/Pasep sejam apropriadas pelo valor líquido.

Diferentemente do que se possa pensar, a referida solução de consulta não tem caráter
"fiscalista". Ela preza, sim, pela boa técnica contábil.

Essa afirmação encontra respaldo na Interpretação Técnica Ibracon nº 1/2004, que


responde a uma série de questões sobre a contabilização das contribuições para o
Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social
(Cofins). Na resposta à questão nº 1, o Ibracon é taxativo ao afirmar que os créditos
sobre os estoques vendidos devem ser tratados como redutor do custo das vendas.
Portanto, ao registrar uma aquisição geradora de crédito, o valor dos estoques, a
exemplo do que ocorre com o ICMS, deve estar livre dos tributos não cumulativos.
Segue teor da referida questão:

Questão1:
Qual a melhor classificação desses tributos na demonstração de resultado a
partir da vigência das Leis acima referidas?
Resposta:
Considerando que:
a) as Leis prevêem que o fato gerador desses tributos é o faturamento e, ainda,
que o faturamento deve ser entendido como "o total das receitas auferidas pela
pessoa jurídica", incluindo as receitas não-operacionais, exceto as decorrentes
da venda do ativo imobilizado e permanente - a totalidade das contas deste
grupo a partir de fevereiro de 2004 - com o que as receitas de todos os grupos
de contas do resultado são tributadas;
b) a norma instituiu um sistema de dedução da base de cálculo para diversos
itens especificados,e
c) o sistema de contabilidade deve manter a consistência e uniformidade na
avaliação das operações semelhantes:
Esses tributos devem ser registrados nos diversos grupos de receitas e despesas,
a fim de que os correspondentes encargos reflitam a despesa tributária relativa
às transações que a geraram e, dessa forma, que a entidade apresente
adequadamente a margem bruta, lucro operacional, resultado financeiro e o
resultado não-operacional gerado em seu negócio. Assim, por exemplo, no caso
da receita de venda, o montante do PIS e da Cofins calculado sobre essa receita
deve ser demonstrado como dedução de vendas, os créditos sobre os estoques
vendidos como redutor do custo das vendas e os créditos sobre despesas
financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos de pessoa jurídica em
conta específica redutora dessas despesas, integrando o resultado operacional."

Há também quem entenda que a contrapartida do crédito do PIS e da Cofins não


cumulativos deveria ser tratada como subvenção do poder público para as empresas.

Na prática, esse modelo defende que a contrapartida do crédito das contribuições seria
contabilizada no Patrimônio Líquido da empresa (débito de Tributos a Recuperar - AC,
crédito de Subvenções - PL).

Essa também não é a melhor forma de registrar a contrapartida do referido crédito,


porquanto não se trata de subvenção. Se assim fosse, o crédito de ICMS, que sempre foi
excluído do custo da mercadoria, também teria a mesma característica, fato de que
nunca se cogitou. A dúvida aqui focalizada - e agora superada pela Solução de
Divergência - decorreu apenas da imprecisa redação do § 10 do art. 3º da Lei nº
10.833/2003.

Mais recentemente tivemos a edição do ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO


SRF Nº 3, DE 29 DE MARÇO DE 2007 que dispõe sobre o tratamento dos créditos da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, para fins de apuração das bases de cálculo
do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido. Vejamos:
Art. 1º O valor dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins),
apurados no regime não-cumulativo não constitui:
I - receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente para dedução do valor
devido das referidas contribuições;
II - hipótese de exclusão do lucro líquido, para fins de apuração do lucro real e
da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Parágrafo único. Os créditos de que trata o caput não poderão constituir-se
simultaneamente em direito de crédito e em custo de aquisição de insumos,
mercadorias e ativos permanentes.
Art. 2º O procedimento técnico contábil recomendável consiste no registro dos
créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins como ativo fiscal.
Parágrafo único. Na hipótese de o contribuinte adotar procedimento diverso do
previsto no caput, o resultado fiscal não poderá ser afetado, inclusive no que se
refere à postergação do recolhimento do Imposto de Renda das Pessoas
Jurídicas (IRPJ) e da CSLL.
Art. 3º É vedado o registro dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins em contrapartida à conta de receita.

Portanto, diante do exposto, não há que se falar na contabilização de tais créditos como
receita e, muito menos, na exclusão dos referidos valores do lucro líquido para fins de
apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Assim, recomendamos a adoção da
"tradicional" classificação contábil dos tributos não cumulativos demonstrada no
exemplo que se segue, em que podemos ter duas formas de contabilização.

Exemplo: Aquisição de mercadorias para revenda, no valor de R$ 100.000,00, por


empresa sujeita ao regime não cumulativo da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins.

a) Empresa que contabiliza a aquisição na conta de estoque no ativo circulante.


D – Estoque (AC) R$ 90.750,00
D – PIS a Recuperar (AC) R$ 1.650,00
D – Cofins a Recuperar (AC) R$ 7.600,00
C - Fornecedores (PC) R$ 100.000,00

b) Empresa que contabiliza a aquisição no grupo de contas do CMV ou CPV.


b.1) Pela contabilização da nota fiscal de compra
D – Compras de mercadoria com crédito de PIS e COFINS (CMV)
C - Fornecedores (PC) R$ 100.000,00
b.2) Pela contabilização do crédito de PIS
D – PIS a Recuperar (AC)
C – ( - ) Crédito de PIS sobre compras R$ 1.650,00
b.3) Pela contabilização do crédito de Cofins:
D – Cofins a Recuperar (AC)
C – ( - ) Crédito de Cofins sobre compras R$ 7.600,00
[editar] O tratamento da contrapartida dos créditos de
PIS e Cofins sobre aquisição que são contabilizadas
diretamente como despesa ou custo de produção
[editar] Elenco dos custos e despesas que dão direito a crédito de PIS e
COFINS

Como vimos a legislação possibilita aos contribuintes sujeitos ao regime não


cumulativo o aproveitamento de créditos sobre uma série de aquisições além daquelas
que normalmente passam pelo estoque (matéria-prima e mercadoria para revenda). São
elas:

a) Bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na


produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustíveis e lubrificantes;
b) Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
c) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica,
utilizados nas atividades da empresa;
d) Armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda, nos casos das
letras "a" e "b", quando o ônus for suportado pelo vendedor.
e) Valor das contraprestações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica,
exceto de optante pelo Simples;
f) Vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de
prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei
nº 11.898, de 2009)

[editar] Os lançamentos contábeis

Seguindo a mesma lógica dispensada às aquisições de matéria-prima e mercadoria para


revenda que são estocadas para posterior venda, estas aquisições devem ser debitadas às
suas respectivas contas de despesas operacionais ou custos de produção excluídas dos
créditos de contribuição para o PIS e para a Cofins recuperáveis.

Tomemos como exemplo o caso de uma empresa que adquire no mês lubrificante, no
valor total de R$ 10.000,00 que é utilizado no processo produtivo de determinado bem.
Poderíamos contabilizar esta operação de duas formas para se apropriar os créditos de
PIS e COFINS.

a) Apropriando-se os créditos no mesmo lançamento que registra a aquisição do


lubrificante:
D – Lubrificantes (Custo de produção) R$ 9.075,00
D – PIS a Recuperar (AC) R$ 165,00
D – Cofins a Recuperar (AC) R$ 760,00
C – Fornecedores (PC) R$ 10.000,00
b) Alternativamente podemos apropriar, primeiro, a despesa e, posteriormente, o
crédito de PIS e Cofins a recuperar.
b.1) Pela apropriação do custo:
D – Lubrificantes (Custo de produção)
C – Fornecedores (PC) R$ 10.000,00
b.2) Pela apropriação dos créditos
D – PIS a Recuperar (AC) R$ 165,00
D – Cofins a Recuperar (AC) R$ 760,00
C – Lubrificantes (Custo de produção) R$ 925,00

Entendemos ser esta segunda alternativa a mais adequada por nos possibilitar a
execução de um único registro contábil a crédito da conta de despesa ou custo em cada
período de apuração. Encontraremos profissionais fazendo um único registro destes
créditos em conta de receita o que está completamente errado e deve ser ponto de
relatório de auditoria.

[editar] O tratamento a ser dispensado às contas de


custos e despesas com direito a crédito de PIS e
COFINS
Outra providência importante a ser adotada pela empresa para uma perfeita apuração
destes créditos é a abertura de contas específicas de custo de produção e despesa
operacional para abrigar os débitos destes gastos que geram direito a créditos. Neste
sentido, atenção especial deve ser dispensado aos insumos, pela dificuldade que muitas
vezes encontramos em identificar quem são eles.

[editar] O que pode ser enquadrado como insumo na prestação de


serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à
venda

É fundamental que se tenha clareza de quais gastos são considerados insumos na


produção de serviços ou bens para um perfeito aproveitamento destes créditos. Para isso
buscaremos o conceito de insumo na literatura e a definição constante na legislação
federal.

No seu conceito mais amplo insumo é a combinação de fatores de produção, diretos


(matérias-primas) e indiretos (mão-de-obra, energia, tributos), que entram na elaboração
de certa quantidade de bens ou serviços.

Uma definição simplificada de insumo seria: tudo aquilo que entra no processo ('input'),
em contraposição ao produto ('output'), que é o que sai.
[editar] O enquadramento dos gastos com manutenção de máquinas e
equipamentos utilizados no processo de produção como insumos para fins
destes creditamentos

Com base em entendimento oficialmente externado pelo órgão fiscalizador, através da


solução de consulta nº. 328 de 29 de outubro de 2004, expedida pela 9ª Região Fiscal da
RFB, o contribuinte do regime não cumulativo que desenvolve a atividade industrial ou
de prestação de serviço poderá calcular créditos de PIS e COFINS sobre as aquisições
de materiais e serviços de pessoa jurídica domiciliada no Brasil, aplicados na
manutenção de máquinas e equipamentos utilizados no processo de produção de bens e
serviços destinados à venda. Vejamos:

EMENTA: As partes e peças de reposição usadas em máquinas e equipamentos


utilizados na fabricação de bens destinados à venda, quando não representarem
acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem em que forem aplicadas, e,
ainda, desde que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano, ou a perda de
propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida
sobre o produto em fabricação, são considerados insumos para os fins de
creditamento na forma do disposto no art.3º, II, da Lei nº. 10.833, de 2003,
desde que respeitados todos os demais requisitos normativos e legais atinentes à
espécie. Igualmente, também se consideram insumos, para os mesmos fins, os
serviços de manutenção em máquinas e equipamentos utilizados na fabricação
de bens destinados à venda, desde que respeitados todos os demais requisitos
normativos e legais atinentes à espécie.

Assim mais do que claro se evidencia a importância de se ter contas específicas de custo
de produção de bens e serviços onde sejam contabilizados os gastos com manutenção de
máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo adquiridos de pessoa
jurídica afim de se demonstrar claramente a origem dos créditos a serem calculados
sobre estes insumos.

[editar] O tratamento contábil a ser dispensado aos


créditos de PIS e Cofins sobre aquisições para o ativo
imobilizado
[editar] Crédito calculado tendo como base a depreciação dos bens

A legislação (Leis10.637/2002 e 10.833/2003) prevêem o aproveitamento de crédito de


PIS e Cofins sobre as aquisições para o ativo imobilizado dos itens a seguir
especificados desde que utilizados nas atividades indicadas pelas leis, ou seja:
a) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,
adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção
de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;
b) Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas
atividades da empresa.

Os créditos serão apurados e contabilizados aplicando-se as alíquotas de PIS (1,65%) e


de Cofins (7,60 %) sobre o valor da depreciação calculada e contabilizada em cada
período de apuração.

Da mesma forma que as demais despesas e custos de produção a conta de depreciação


deverá constar nos balancetes deduzida dos créditos de PIS e COFINS. Assim o registro
contábil do crédito será PIS e Cofins sobre estes créditos será:

D – PIS a Recuperar (AC)


D – Cofins a Recuperar (AC)
C – Depreciação (custo de produção ou despesa)

[editar] A opção pelo crédito sobre o valor do bem em 48 meses

O § 14 do artigo 3º da Lei 10.833/2003 autoriza o contribuinte a calcular o crédito de


PIS e COFINS e creditar-se em 48 meses opcionalmente ao crédito calculado sobre as
despesas de depreciação dos bens do ativo imobilizado que lhe dão direito ao crédito
destas contribuições. Vejamos o texto da lei.

Assim se a empresa optar pelo disposto no § 14 acima transcrito, quando da aquisição


do bem para o ativo imobilizado deverá proceder conforme demonstrado a seguir.
Tomemos para isso o exemplo onde uma empresa industrial adquire uma máquina para
utilização no seu processo de produção, em 02 de setembro de 2010, uma máquina por
um valor de R$ 10.000,00, em que na nota fiscal constam destacados o ICMS de R$
1.700,00 e IPI de R$ 1.000,00.

O primeiro passo é calcular os créditos de PIS e COFINS a que a empresa tem direito,
lembrando que o IPI deve ser excluído da base de cálculo do crédito, pois ele não
compõem a base de cálculo de quem vende a máquina.

PIS = (10.000,00 – R$ 1.000,00) x 1.65% = R$ 148,50 (48 parcelas de R$ 3,09)


Cofins = (10.000,00 – R$ 1.000,00) x 7,60% = R$ 684,00 (48 parcelas de R$
14,25)
Em seguida, processam-se os lançamentos contábeis abaixo indicados.
a) Pela contabilização da aquisição podemos adotar o mesmo lançamento acima
indicado para o crédito de ICMS ou este:
D – PIS a recuperar (ativo circulante) – 16 meses R$ 49,50
D – PIS a recuperar (ativo não circulante) – 32 meses R$ 99,00
D – COFINS a recuperar (ativo circulante) – 16 meses R$ 228,00
D – COFINS a recuperar (ativo não circulante) – 32 meses R$ 456,00
C – Máquinas e Equipamentos R$ 832,50
b) Pela contabilização dos créditos de PIS e COFINS a serem compensados no
mês, considerando que houve um total de vendas de R$ 100.000,00 e destas, R$
80.000,00 tributadas pelo regime não cumulativo e R$ 20.000,00 pelo regime
cumulativo.
 Estes créditos (comuns) devem ser apropriados na proporção das vendas
tributadas pelo regime não cumulativo.

Então os valores de crédito de Cofins e, conseqüentemente, do registro contábil


será apurado assim: 80% de R$ 14,25 = R$ 11,40. A diferença de crédito de
Cofins não aproveitado no mês (R$ 14,25 – R$ 11,40 = R$ 2,85) deverá ser
incorporada ao bem no ativo imobilizado.
D – Máquinas e equipamentos (ativo imobilizado) R$ 2,85
D – Cofins a pagar R$ 11,40
C – Cofins a recuperar (ativo circulante) R$ 14,25
Já os valores de crédito de PIS e registro contábil serão apurados e processados
assim: 80% de R$ 3,09 = R$ 2,48. A diferença de PIS não aproveitado no mês
(R$ 3,09 – R$ 2,48 = R$ 0,61) deverá ser incorporada ao bem no ativo
imobilizado.
D – Máquinas e equipamentos (ativo imobilizado) R$ 0,61
D – PIS a pagar R$ 2,48
C – PIS a recuperar (ativo circulante) R$ 3,09

Nota: Outro procedimento indispensável e que deve ser avaliado pela auditoria diz
respeito ao cadastro deste crédito não utilizado no sistema de controle patrimonial,
adicionando ao valor original do bem anteriormente lá registrado.
c) No dia 2 de janeiro de cada ano, pela transferência das parcelas PIS e de
COFINS a serem aproveitadas para abater dos valores devidos nos 12 meses do
ano.
D – PIS a recuperar (ativo circulante)
C – PIS a recuperar (ativo não circulante) R$ 37,80
D – Cofins a recuperar (ativo circulante)
C – Cofins a recuperar (ativo não circulante) R$ 171,00

[editar] A vedação do crédito de PIS e Cofins sobre encargos de exaustão


no regime não cumulativo

Reiterando as disposições constantes da Solução de Divergência Cosit nº 3/2011, o Ato


Declaratório Interpretativo RFB nº 35/2011 esclarece que, por falta de amparo legal, as
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o
PIS-Pasep e da Cofins estão impedidas de descontar créditos calculados em relação aos
encargos de exaustão suportados. Vejamos a menta da solução de divergência e o texto
do ato declaratório.

a) Solução de divergência nº 3, de 24 de Janeiro de 2011:


EMENTA: HIPÓTESES DE APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA COFINS NO
REGIME DE APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE
DESCONTO DE CRÉDITOS EM RELAÇÃO A ENCARGOS DE EXAUSTÃO. A
pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa da Cofins não
pode descontar créditos calculados em relação aos encargos de exaustão
suportados, por falta de amparo legal.

b) Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 35/2011:


Artigo único. Às pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não
cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) é vedado descontar créditos
calculados em relação aos encargos de exaustão suportados, por falta de
amparo legal.

Diante de inexistência de citação expressa nas leis que regem o regime não cumulativo
de PIS e COFINS de que os encargos de exaustão gerem direito a crédito e da
manifestação oficial da RFB vedando tal possibilidade não resta dúvidas que não há
amparo legal para o aproveitamento de crédito sobre estes encargos.

Resta ao contribuinte que possui ou adquire bens a serem incorporados ao ativo


imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços sujeitos a exautão,
como é o caso de jazidas, encaminhar consulta a RFB verificando se podem utilizar
crédito utilizando a alternativa prevista no § 14 do artigo 3º da Lei 10.833/2003, ou seja,
em 48 meses.

A outra via e talvez a mais prudente seria a pessoa jurídica interessada nos créditos ir à
justiça para garantir tal direito pois a lei é clara e permite o crédito sobre estes bens
(vide inciso IV, artigo 3º da Lei 10.833/2003 e ) e, em essência “exaustão”, depreciação
e amortização querem dizer a mesma coisa, Vejamos:

a) Depreciação: corresponde à perda do valor dos direitos que têm por objeto
bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza
ou obsolescência; essa perda é resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza
ou obsolescência normal.

Referida perda de valor dos ativos, que têm por objeto bens físicos do ativo imobilizado
das empresas, será registrada periodicamente nas contas de custo ou despesa (encargos
de depreciação do período de apuração) que terão como contrapartida contas de registro
da depreciação acumulada, classificadas como contas retificadoras do ativo permanente
(RIR/1999, art. 305).

Exemplo de bens sujeitos a depreciação:


 Tratores, Veículos automóveis para transporte de mercadoria,
motocicletas.

b) Amortização: corresponde à perda do valor do capital aplicado na aquisição


de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com
existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de
utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

Quais direitos ou bens poderão ser objeto de amortização?

Poderão ser amortizados o capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou


exercício tenha duração limitada, ou de bens, cuja utilização pelo contribuinte tenha o
prazo legal ou contratualmente limitado, tais como (RIR/1999, art. 325, inciso I):

a) patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais,


licenças, autorizações ou concessões;
b) investimento em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a
concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao fim do
prazo da concessão, sem indenização;
c) custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos e direitos de
qualquer natureza, inclusive de exploração de fundo de comércio;
d) custo das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em
bens de terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor;
e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas por prazo
determinado, na forma do art. 328 do RIR/1999.

Notas:

(1) O prazo de amortização dos valores relativos aos itens de "a" até "e" não
poderá ser inferior a 5 (cinco) anos (RIR/1999, art. 327).
(2) A partir de 1o/01/1996, somente será considerada como dedutível a
amortização de bens e direitos intrinsecamente relacionados com a produção ou
comercialização dos bens e serviços (Lei no 9.249, de 1995, art. 13, inciso III; e
RIR/1999, art. 324, § 4o).
(3) As despesas operacionais relativas aos dispêndios com pesquisa tecnológica
e desenvolvimento de inovação tecnológica de produtos podem ser deduzidas
contabilmente no período de apuração da realização dos dispêndios, isto é não
serão mais objeto de amortização, conforme exposto nesta pergunta (Decreto nº
4.928, de 2003, art. 1º)

c) Exaustão: corresponde à perda do valor, decorrente de sua exploração, de


direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados
nessa exploração.

Exaurir significa esgotar completamente. Em termos contábeis, a exaustão se relaciona


com a perda de valor dos bens ou direitos do ativo, ao longo do tempo, decorrentes de
sua exploração (extração ou aproveitamento).

No balanço, os direitos serão classificados no ativo imobilizado e deverão ser avaliados


pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de exaustão acumulada
(Lei nº 6.404/1976, art. 183, V).

A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada


periodicamente nas contas de exaustão, quando corresponder à perda do valor
decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou
florestais, ou bens aplicados nessa exploração (Lei nº 6.404/1976, art. 183, § 2º, "c").

Como vimos no fundo exaustão, amortização e depreciação querem dizer a mesma


coisa, a perda de valor do bem, direito ou do recurso natural decorrente do esgotamento
da sua capacidade de gerar receita. Por isso tal discussão deve ser levado a juízo.

[editar] Créditos de PIS e Cofins sobre a aquisição de


bens ou serviços de empresas optantes pelo Simples
Nacional
Com o objetivo de sanear a questão, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, mediante
a publicação do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 15/2007, esclarece que as
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa da Contribuição para o
PIS-Pasep e da Cofins poderão descontar créditos calculados em relação às aquisições
de bens e serviços de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional.

[editar] Créditos de PIS e Cofins sobre a aquisição de


serviços de frete
É controverso o aproveitamento de créditos de PIS e Cofins sobre os fretes que
normalmente são contratados por uma empresa sujeita ao regime não cumulativo, porém
necessitamos tomar uma posição e externar aos nossos clientes nossa opinião sobre as
possibilidades e vedações destes créditos sobre os fretes que normalmente são
contratados, que dentre elas destacamos:

a) Para transporte de matéria-prima e mercadoria adquirida para revenda;


b) Para transporte de bens adquiridos para o ativo imobilizado;
c) Para transporte de bens e serviços, utilizados como insumos na prestação de
serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda,
inclusive combustíveis e lubrificantes;
d) Relacionados à entrega de mercadorias e produtos vendidos pela empresa;
e) Transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma empresa.

[editar] O direito aos créditos de PIS e COFINS sobre o frete relativo às


aquisições de insumos, bens para estoque e para o ativo imobilizado

O creditamento de PIS e COFINS sobre o frete, na compra, baseia-se no fato de que ele
faz parte do custo de aquisição dos bens e produtos e que este crédito deverá receber o
mesmo tratamento dado ao crédito incidente sobre o bem que está sendo adquirido e
transportado, a exemplo do que acontece com o ICMS.

Sendo assim, para os fretes pagos na aquisição de produtos tributados à alíquota zero de
PIS e COFINS, entendemos não haver o direito ao crédito, porém para aqueles produtos
que foram tributados na operação anterior este frete gera direito a estes créditos.

Vimos acima que a legislação permite o cálculo de crédito de PIS e COFINS sobre os
bens e serviços utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens e produtos
destinados à venda e na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes.

Ao adquirir uma mercadoria destinada à produção de bens ou prestação de serviços, a


empresa tem como custo de aquisição as despesas incorridas com transporte, seguro e
tributos não recuperáveis sobre essa mercadoria. Assim, nada mais coerente com o
princípio da não-cumulatividade, que seja integrado à base de cálculo de crédito de PIS
e COFINS o frete sobre compras, por tratar-se de ônus da empresa adquirente, desde
que seja adquirido no mercado interno e de pessoa jurídica.

Isso se confirma através da conceituação de custo de matéria-prima (insumo)


encontrada na bibliografia pertinente, nas próprias orientações de preenchimento dadas
pela Secretaria da Receita Federal nos programas DACON (Demonstrativo de Apuração
de Contribuições Sociais), bem como na legislação do imposto de renda (RIR/99, art.
290).
A orientação de preenchimento do DACON 1.0, referente à Ficha 6A/02 (Bens
utilizados como insumos), define que integram o custo de aquisição dos insumos o
seguro e o frete pagos na aquisição, quando suportados pelo comprador.

Já na Ficha 06A/25 (Créditos Presumidos – Atividades Agroindustriais), a orientação é


que deve ser informado nesta linha o valor do crédito presumido calculado mediante a
multiplicação do custo de aquisição dos produtos agropecuários utilizados como
insumos, definindo-os conforme classificação da TIPI.

O regulamento do Imposto de Renda de 1999 trata do assunto nos artigos 289 e


parágrafos.

Custo de Aquisição
Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas
será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos
estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de
apuração (Decreto-Lei nº. 1.598, de 1977, art. 14).
§ 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá
os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos
devidos na aquisição ou importação (Decreto-Lei nº.1.598, de 1977, art. 13).
§ 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição.
§ 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na
escrita fiscal.

Vejamos abaixo dois posicionamentos da Superintendência Regional da Receita Federal


manifestados em processos de consulta em relação a estes créditos:

Processo de Consulta nº. 17/2004 – SRF/3ª Região Fiscal COFINS


EMENTA: COFINS não-cumulativa. Créditos. Base de Cálculo. Os valores
referentes ao IPI, ICMS Substituição Tributária e ICMS Atacado, incidentes na
operação de aquisição de mercadorias, não podem compor a base de cálculo
dos créditos a serem descontados da COFINS devida na modalidade de
incidência não-cumulativa, instituída pela Lei nº. 10.833, de 2003. O frete pago
pelo adquirente de mercadorias destinadas a revenda, destacado no respectivo
documento fiscal, compõe o custo de aquisição e pode compor a base de cálculo
dos créditos a serem descontados da COFINS devida na modalidade de
incidência não-cumulativa, instituída pela Lei nº. 10.833, de 2003, desde que
sujeito à incidência da referida contribuição.
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº. 275, DE 02 DE JULHO DE 2004 – SRF/7ª
Região Fiscal
EMENTA: Assunto: Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social – COFINS. COFINS NÃO-CUMULATIVA CRÉDITO. TRANSPORTE DE
INSUMOS E PRODUTOS. Os valores referentes aos fretes contratados para
transporte de insumos, aplicados na fabricação de produtos, desde que
prestados por pessoa jurídica domiciliada no país, por serem considerados
insumos nos termos do art. 66, I, “b”, da IN SRF n.º 247, de 2002, podem
compor o somatório dos créditos a serem descontados da COFINS. Os valores
referentes ao frete na operação de venda de produtos, desde que suportados
pelo vendedor, podem compor o somatório dos créditos a serem descontados da
COFINS, a partir de 01 de fevereiro de 2004. As despesas de comissões sobre
vendas, pagas a pessoa jurídica domiciliada no país não geram direito a crédito
da COFINS por falta de amparo legal. DISPOSITIVOS LEGAIS: Art. 3º da Lei
nº. 10.833, de 2003 e IN SRF nº. 358, de 2003.

Portanto está claro que não há dúvidas quanto ao direito a estes créditos, porém, por
outro lado, também está cristalino que a aquisição de frete de pessoa física, mesmo que
utilizada no processo produtivo não se constitui como objeto do cálculo do crédito das
referidas contribuições segundo o inciso I, § 2º da lei 10.833 de 2003.

[editar] O direito aos créditos de PIS e COFINS sobre o frete na operação


de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor

Desde 1º/02/2004, o valor do frete na operação de venda de mercadorias e produtos


sujeitos à incidência do PIS e da COFINS gera direito a crédito dessas contribuições
quando o ônus do frete é suportado pelo vendedor e pago (contratado) para pessoa
jurídica domiciliada no Brasil (art. 3º, inciso XI da Lei nº. 10.833/2003).

Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá


descontar créditos calculados em relação a:
IX - armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos
incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

Portanto, como o direito desta modalidade de crédito advém do texto da lei não há que
se ter dúvidas quanto a este crédito.

[editar] A vedação do crédito de PIS e COFINS do frete sobre aquisição


de bens não tributados

O crédito de PIS e COFINS sobre o frete, na compra, baseia-se no entendimento que


este faz parte do custo de aquisição dos bens e produtos, logo deverá seguir o produto
ao qual ele se agrega na formação do custo no que diz respeito ao creditamento de PIS e
COFINS.

Assim, para os fretes pagos na aquisição de produtos não tributados por serem reduzidos
à alíquota zero de PIS e COFINS, monofásico, substituição tributária ou não tributados
como os carburantes entende-se que não haverá o direito ao crédito.

[editar] A impossibilidade de constituição de créditos de PIS e COFINS


relacionados à transferência de produtos prontos ou mercadorias para
revenda entre os estabelecimentos do contribuinte

O frete pago, ainda que à pessoa jurídica, para transporte de mercadorias (produtos
acabados) de uma filial para outra ou da matriz para as filiais, não dá direito ao cálculo
de crédito de PIS e COFINS, uma vez que se trata de uma despesa de distribuição e não
um custo de produção (insumo), não se enquadrando também no previsto no inciso IX,
do art. 3º, da Lei nº 10.833/2003 (operação de venda). Não há, portanto, respaldo na
legislação vigente para o aproveitamento de créditos sobre este tipo de operação, fato
que levou tanto a RFB como a justiça através do STJ se manifestar nesse sentido.

Conforme previsto nos artigos 3º das Leis 10.833/2003 e 10.637/2002 que é permitido
descontar créditos de PIS/PASEP e COFINS calculados sobre os bens e serviços
utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens
ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes.

Ao se tentar utilizar créditos de PIS e COFINS sobre os fretes utilizados na


transferência de produtos do mesmo contribuinte, a primeira barreira que se apresenta é
que ele não se enquadra como insumo. Para isso vejamos o que prevê a IN SRF nº
404/2004, no que se refere ao conceito de insumos:

Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar
créditos,

determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores:

I - das aquisições efetuadas no mês:


a) ...;
b) de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como
insumos:
b.1) na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; ou
b.2) na prestação de serviços;
§ 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entende-se como
insumos:

I - utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda:


a) a matéria-prima, o produto intermediário, o material de embalagem e
quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a
perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente
exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no
ativo imobilizado;
b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou
consumidos na produção ou fabricação do produto;

II - utilizados na prestação de serviços:


a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não
estejam incluídos no ativo imobilizado; e
b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou
consumidos na prestação do serviço.

Logo, da leitura do texto da normativa, se depreende que como insumo não é possível
enquadrar as despesas com frete nas transferências de produtos para as filiais, uma vez
que estes produtos já estão acabados, ou seja, saíram da linha de produção.

Como segunda barreira, encontraremos o artigo 3º da Lei 10.833/2003, que traz


expressamente a previsão de crédito de PIS e COFINS sobre as despesas de frete na
venda desde que o ônus do transporte tenha sido do vendedor. É especificado no texto
legal que são despesas sobre frete nas operações de venda aquelas saídas de produtos
que são respaldadas por documento fiscal de venda e não de transferência ou qualquer
outra natureza de operação de saída distinta.

Vejamos algumas manifestações da Receita Federal do Brasil quanto ao direito do


crédito de PIS e COFINS sobre fretes pagos à pessoa jurídica:

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 64 de 21 de março de 2005


EMENTA: PIS NÃO-CUMULATIVO - CRÉDITO. FRETE. O valor do frete
contratado de pessoa jurídica domiciliada no país para a realização de
transferências de mercadorias dos estabelecimentos industriais aos
estabelecimentos distribuidores não integra a operação de venda a ser
realizada posteriormente, não podendo ser utilizado como crédito a ser
descontado do PIS/Pasep devido. Dará direito ao crédito o frete contratado
para entrega de mercadorias diretamente aos clientes. O transporte de bens
entre os estabelecimentos industriais da pessoa jurídica dará direito ao crédito
do PIS, desde que o produto ainda esteja em fase de industrialização, de forma
que o custo desse transporte seja considerado custo de produção. Caso se trate
de produto acabado, esse frete não dará direito ao crédito, por não integrar o
conceito de insumo.

SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA Nº 11 de 27 de Setembro de 2007


EMENTA: Cofins - Apuração não-cumulativa. Créditos de despesas com fretes.
Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser
considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes
contratados, ainda, que pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas
no país para realização de transferências de mercadorias (produtos acabados)
dos estabelecimentos industriais para os estabelecimentos distribuidores da
mesma pessoa jurídica, não geram direito a créditos a serem descontados da
Cofins devida. Somente os valores das despesas realizadas com fretes
contratados para a entrega de mercadorias diretamente aos clientes
adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela pessoa jurídica
vendedora, é que geram direito a créditos a serem descontados da Cofins
devida.

A solução de consulta da Receita Federal, transcrita acima, é anterior a Solução de


divergência nº 11/2007, publicada no DOU em 05/10/2007, ou seja, a vedação ao
crédito de PIS e COFINS sobre os fretes na transferência entre estabelecimentos do
mesmo contribuinte, de produtos acabados, já era entendimento do referido órgão
fiscalizador.

O STJ já manifestou seu posicionamento através do acórdão do processo Resp 1147902


– RS – 2º T, publicado no DJ de 06 de junho de 2010.

TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE.


DESPESAS DE FRETE RELACIONADAS À TRANSFERÊNCIA INTERNA DE
MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA.
CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Controverte-se sobre a possibilidade de utilização das despesas de frete,
relacionadas à transferência de mercadorias entre estabelecimentos
componentes da mesma empresa, como crédito dedutível na apuração da base
de cálculo das contribuições à Cofins e ao PIS, nos termos das Leis 10.637/2002
e 10.833/2003.
2. A legislação tributária em comento instituiu o regime da não-cumulatividade
nas aludidas contribuições da seguridade social, devidas pelas empresas
optantes pela tributação pelo lucro real, autorizando a dedução, entre outros,
dos créditos referentes a bens ou serviços utilizados como insumo na produção
ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.
3. O direito ao crédito decorre da utilização de insumo que esteja vinculado ao
desempenho da atividade empresarial. As despesas de frete somente geram
crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que
sejam suportadas pelo contribuinte vendedor.
4. Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes às
operações de transferência interna das mercadorias entre estabelecimentos de
uma única sociedade empresarial.
5. Recurso Especial não provido.

Diante do exposto não se vislumbra respaldo legal e entendimento jurisprudencial tanto


a nível administrativo como judicial para que a empresa mantenha a apuração dos
créditos de PIS e COFINS sobre as despesas de frete na transferência de mercadoria
para revenda e de produtos acabados para as filiais.

[editar] Créditos presumidos de PIS e COFINS sobre


aquisição de produtos agroindustriais
No caso das empresas do setor alimentício ou que compram insumos do setor
agropecuário inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou
vegetal relacionadas na legislação de regência, e destinadas à alimentação humana ou
animal, inclusive aquelas que produzem vinhos de uvas frescas, têm o direito a calcular
crédito presumido, mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, e
alíquota correspondente a (8ºda Lei 10.925 de 23 de julho de 2004):

I - 60% das alíquotas normais de PIS e COFINS, quais sejam, 1,65% e 7,6%, para os
produtos de origem animalclassificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a
15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos
códigos 15.17 e 15.18; II - 50% das alíquotas normais de PIS e COFINS, quais sejam,
1,65% e 7,6%,para a soja e seus derivados classificados nos Capítulos 12, 15 e 23, todos
da TIPI; III - 35% das alíquotas normais de PIS e COFINS, quais sejam, 1,65% e 7,6%,
para os demais produtos.

[editar] Os dispositivos legais que vedam restituição do excesso de crédito


presumido e a sua utilização para pagamentos de outros tributos

Na prática, se por um lado foi assegurado o direito ao crédito presumido, por outro,
disposições da Secretaria da Receita Federal do Brasil constantes no ADI nº 15/2005 e
na Instrução Normativa nº 660/2006 acabaram barrando o aproveitamento desses
créditos para compensação com outros tributos. É que, para o Fisco, esses créditos só
servem para ser deduzidos do PIS e COFINS devidos, e não sobre outros tributos
devidos pela pessoa jurídica. Vejamos os citados dispositivos legais.

Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15, de 22 de dezembro de 2005


Art. 1º O valor do crédito presumido previsto na Lei nº 10.925, de 2004, arts. 8º
e 15, somente pode ser utilizado para deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
apuradas no regime de incidência não-cumulativa.
Art. 2º O valor do crédito presumido referido no art. 1º não pode ser objeto de
compensação ou de ressarcimento, de que trata a Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º,
§ 1º, inciso II, e § 2º, a Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º,§ 1º, inciso II, e § 2º, e a
Lei nº 11.116, de 2005, art. 16.
Art. 3º O valor do crédito relativo à aquisição de embalagens, previsto na Lei nº
10.833, de 2003, art. 51, §§ 3º e 4º, não pode ser objeto de ressarcimento, de
que trata a Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º, § 2º, a Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º,
§ 2º, e a Lei nº 11.116, de 2005, art. 16.

Buscando na legislação tributária, encontra-se regra que aparentemente permite àquele


que apurar crédito, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da
Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, a compensação de débitos
próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele órgão
(Lei 9.430/96 - Art. 74). Baseado nesse e outros dispositivos legais várias empresas
ingressaram na justiça buscando o direito de utilizar estes créditos para compensar
outros tributos administrados pela RFB.

Já temos ação judicial com transito em julgado dessa questão, entendendo que a posição
da RFB está correta, vejamos a ementa do acórdão do processo 2007.71.020027617,
com trânsito em julgado pela segunda turma do STJ, em 06/10/2009.

MANDADO DE SEGURANÇA. PIS. COFINS. ART 8º DA LEI 10.925 DE2004.


DISPOSIÇÕES INFRALEGAIS. CRÉDITO PRESUMIDO. COMPENSAÇÃO
OU RESTITUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
OS DISPOSITIVOS INFRALEGAIS CONSTANTES DO ATO DECLARATÓRIO
INTERPRETATIVO Nº 15/2005 E DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF
660/2006 NÃO EXTRAPOLARAM OS DITAMES DA LEI Nº 10.925 DE 23 DE
JULHO DE 2004, INSTITUIDORA DO CRÉDITO PRESUMIDO EM
DISCUSSÃO, DIRECIONADO A SUJEITOS PASSIVOS ESPECÍFICOS, MAS
APENAS REFORÇARAM O MODO LEGALMENTE PREVISTO DE
APROVEITAMENTO DO CRÉDITO PREVISTO NO ART. 8º DA
MENCIONADA LEI, QUAL SEJA, A DEDUÇÃO/DESCONTO DO TRIBUTO A
PAGAR, VEDANDO FORMA OUTRA DE DEVOLUÇÃO DO MONTANTE
APURADO.
INEXISTE PREVISÃO LEGAL PARA COMPENSAÇÃO COM OUTROS
TRIBUTOS OU MESMO RESTITUIÇÃO EM ESPÉCIE DO CRÉDITO
PRESUMIDO DO ART. 8º DA LEI Nº 10.925/04, POIS A REFERÊNCIA ÀS
LEIS NºS 10.637/02 E 10.833/03 (ARTS. 3º, CAPUT, II), EXPRESSA AO FINAL
DO SUPRA CITADO ARTIGO 8º, TENDE, TÃO-SOMENTE, A DESCREVER
OUTROS BENS E INSUMOS CONSTANTES DO DISPOSITIVO LEGAL
CITADO ENTRE PARÊNTESES, GERADORES DO DIREITO À
DEDUÇÃO/DESCONTO, ALÉM DOS JÁ INDIVIDUALIZADOS NA LEI Nº
10.925/04, NÃO HAVENDO QUALQUER VINCULAÇÃO AOS ARTS. 6º, II E §
2º, DA LEI 10.833/03 E 5º, II, § 2º, DA LEI 10.637/02, QUE AUTORIZAM A
COMPENSAÇÃO E RESSARCIMENTO DO PIS E DA COFINS, SOB ÂNGULO
GENÉRICO. O ARTIGO 74 DA LEI 9.430/96, APLICA-SE EXPRESSAMENTE
APENAS AOS CRÉDITOS PASSÍVEIS DE RESTITUIÇÃO OU
RESSARCIMENTO.
No recurso especial, a recorrente alega o seguinte:
a) O acórdão recorrido negou vigência ao art. 74 da Lei nº 9.430/96, que
assegura a todos os contribuintes o direito de compensar com outros tributos e
contribuições qualquer crédito quer tenha sido apurado, inclusive
judicialmente, o que não exclui o crédito presumido dos valores recolhidos a
título de PIS e COFINS para que não haja repercussão nas fases posteriores;
b) A Lei nº 10.925/04 não trouxe qualquer restrição quanto à outras formas de
devolução do crédito presumido apurado pelo contribuinte, não havendo, pois,
qualquer óbice à Documento: 6261557 - RELATÓRIO E VOTO - Site
certificado Página 1 de 3 Superior Tribunal de Justiça aplicação do disposto no
art. 74 da Lei nº 9.430/96; e
c) "como o crédito presumido sob análise foi revogado e (re)instituído pela Lei
nº 10.925/04 (portanto, passou a ser regrado por esta) e a Lei nº 11.116/05 se
referiu somente às leis 10.637 e 10.833, sua compensação com outros tributos
ou restituição não ficou expressamente autorizada por esta Lei, como bem
observado no acórdão ora recorrido. Ocorre que, como é cediço, a Lei nº
9.430/96, em seu art. 74, assegura a todos os contribuintes o direito de
compensar com outros tributos e contribuições qualquer crédito que for
apurado, inclusive judicialmente, no que se incluiu, por óbvio, o crédito
presumido em questão (...)" (fl. 116).
Com contra-razões, subiram os autos.
É o relatório.

Embora poderemos ter entendimento diferente pela outra turma do STJ, a primeira, o
que levaria a questão a ser discutida e julgada pelo pleno do STJ, é remota a
possibilidade de algum contribuinte conseguir decisão favorável para utilizar estes
créditos presumidos de PIS e COFINS para compensar outros tributos ou ter ele
restituído.

Assim, a realidade, é que esses créditos só podem ser utilizados para descontar débitos
de PIS e COFINS.

[editar] Os lançamentos contábeis aplicáveis aos créditos presumidos de


PIS e COFINS utilizados para descontar os débitos das próprias
contribuições

Como os produtos que dão direito ao crédito presumido de PIS e COFINS são utilizados
como matéria-prima a serem aplicados na produção de mercadorias de origem animal
ou vegetal, os registros contábeis dos créditos pela aquisição são aqueles já
apresentados anteriormente, mas que não custa repetir. Para isso tomemos como
exemplo o caso de uma empresa que adquire, no mês, arroz em casca, no valor total de
R$ 100.000,00 que é utilizado no processo produtivo de arroz beneficiado que é
vendido dentro do próprio mês, por R$ 200.000,00, sendo que a venda foi de R$
150.000,00 para o mercado interno e R$ 50.000,00 foi exportado para outros países. A
empresa também vendeu no mês outros produtos que são tributados pelo PIS e COFINS
no regime não cumulativo de R$ 10.000,00. Resumidamente no mês teríamos gerado os
seguintes valores de PIS e COFINS.

1)Cálculo rateio dos créditos de PIS e COFINS de acordo com a tributação das
receitas sujeitas ao regime não cumulativo

imagem 1

2) Base de cálculo dos créditos presumido = (R$ 100.000,00 x 35%) = R$ 35.000,00

Crédito presumido de PIS = R$ 35.000,00 x 1,65% = R$ 577,50


Crédito presumido de COFINS = R$ 35.000,00 x 7,60% = R$ 2.660,00

imagem 2
a) Os lançamentos contábeis da compra e dos créditos presumidos

Sobre os créditos teremos os lançamentos contábeis abaixo transcritos, descontando o


crédito do custo de aquisição das matérias-primas.

i) Em empresa que contabiliza a aquisição na conta de estoque no ativo


circulante.
D – Estoque (AC) R$ 96.762,50
D – PIS a Recuperar (AC) R$ 577,50
D – Cofins a Recuperar (AC) R$ 2.660,00
C - Fornecedores (PC) R$ 100.000,00
ii) Em empresa que contabiliza a aquisição no grupo de contas do CMV ou
CPV.
(1) Pela contabilização da nota fiscal de compra
D – Compras de mercadoria com crédito de PIS e COFINS (CMV)
C - Fornecedores (PC) R$ 100.000,00
(2) Pela contabilização do crédito de PIS
D – PIS a Recuperar (AC)
C – ( - ) Crédito de PIS sobre compras R$ 577,50
(3) Pela contabilização do crédito de Cofins
D – Cofins a Recuperar (AC)
C – ( - ) Crédito de Cofins sobre compras R$ 2.660,00

2) Calculo do PIS e da COFINS sobre as vendas do mês.

Venda de arroz para o mercado interno não gera débito do PIS e COFINS pois a
sua alíquota é zero;
Venda de arroz para o mercado externo (exportação) não gera débito de PIS e
COFINS, pois tal operação é isenta de tributos;
Venda de outros produtos tributados:
PIS = R$ 10.000,00 x 1,65% = R$ 165,00
COFINS = R$ 10.000,00 x 7,60% = R$ 760,00
a) Os lançamentos contábeis dos débitos gerados pelas vendas do mês
Os débitos acima apontados geraram os lançamentos contábeis abaixo
transcritos, deduzindo o valor da receita operacional da empresa.
(1) Pela contabilização dos débitos de PIS
D – PIS sobre vendas (Resultado)
C – PIS a recolher (PC) R$ 165,00
(2) Pela contabilização do crédito de Cofins
D – Cofins sobre vendas (Resultado)
C – Cofins a recolher (PC) R$ 760,00

3) Demonstração dos créditos de PIS e COFINS descontado dos débitos gerados no


próprio mês a ser informados na DACON:

a) PIS
Crédito gerado no mês R$ 577,50
(-) Débito gerado no mês R$ 165,00
(=) Saldo credor R$ 412,50
(-) Créd.vinculado a rec.exportação R$ 137,50
(=) Parcela a ser estornada R$ 275,00
b) COFINS
Crédito gerado no mês R$ 2.660,00
(-) Débito gerado no mês R$ 760,00
(=) Saldo credor R$ 1.900,00
(-) Créd.vinculado a rec.exportação R$ 633,33
(=) Parcela a ser estornada R$ 1.266,67

[editar] Os procedimentos contábeis aplicáveis aos créditos presumidos


sem perspectivas de serem utilizados para abater de débitos das próprias
contribuições

Há muitas empresas que as suas atividades de compra geram valores de créditos de PIS
e COFINS bem superior aos débitos gerados nas vendas, como é o caso das arrozeiras.

Não havendo expectativas de que uma nova atividade geradora de débitos de PISe
COFINS seja implementada pela organização, é aconselhável que se estornem estes
créditos, pois a sua manutenção na escrita contábil, além de contrariar as normas
contábeis, as quais determinam que a sociedade exclua de seu ativo aqueles créditos não
realizáveis ou com baixíssima possibilidade de realização, esta onerando a pessoa
jurídica no que diz respeito a carga tributária de imposto de renda e de contribuição
social.

Assim a posição da PERFECTUM é para que seus auditores orientem nosso clientes
para estornar tais créditos, imediatamente, ou seja, no próprio mês em que a sobra ou
excesso de crédito for gerado através do seguinte lançamento contábil, o qual tomou
para melhor ilustrar o excesso de crédito gerado no exemplo acima.

D – Crédito de PIS não utilizável (CMV)


C – PIS a recuperar (AC) R$ R$ 275,00
H: Crédito presumido de PIS superior ao débito de PIS gerado no período,
estornado por falta de perspectiva de utilização.
D – Crédito de COFINS não utilizável (CMV)
C – COFINS a recuperar (AC) R$ R$ 1.266,67
H: Crédito presumido de COFINS superior

A execução dos registros contábeis na forma aconselhada é importante para que numa
eventual recuperação destes créditos, seja por decisão judicial ou de nova legislação que
vier a permitir o seu uso, seja atendida o que algumas delegacias da RFB exigem, ou
seja, de que o crédito seja demonstrado através de registros na escrituração contábil do
contribuinte.

[editar] Alterações na legislação tributária federal pertinente às


cerealistas

A Lei nº 12.350, publicada no Diário Oficial da União, de 21 de dezembro de 2010,


trouxe várias alterações à legislação tributária, dentre as quais destacamos aquelas
pertinentes às cerealistas.

1. Do Artigo 54
1.1. Concessão de suspensão do pagamento de PIS e de COFINS incidente sobre
a receita bruta da venda, no mercado interno, de insumos de origem vegetal
classificados nas posições 10.01 a 10.08, quais sejam trigo e mistura de trigo
com centeio, centeio, cevada, aveia, milho, arroz, sorgo de grão e trigo
mourisco, painço, alpiste, outros cereais, exceto os dos códigos 1006.20 (arroz
descascado) e 1006.30 (arroz semibranqueado ou branqueado, polido ou
brunido), quando efetuada por pessoa jurídica, inclusive cooperativa, vendidos:
Art. 54.
(...)
a) para pessoas jurídicas que produzam mercadorias classificadas nos códigos:
 02.03 (Carnes de animais da espécie suína, frescas, refrigeradas ou congeladas);

 0206.30.00 (Miudezas comestíveis de animais das espécies bovina, suína, ovina,


caprina, cavalar, asinina e muar, frescas, refrigeradas ou congeladas - Da espécie
suína, frescas ou refrigeradas);

 0206.4 (Carnes de animais da espécie suína, frescas, refrigeradas ou


congeladas);

 0206.30.00 (Miudezas comestíveis de animais das espécies bovina, suína, ovina,


caprina, cavalar, asinina e muar, frescas, refrigeradas ou congeladas - Da espécie
suína, congeladas);

 02.07 (Carnes e miudezas, comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das


aves da posição 01.05.)
 0210.1 (Carnes e miudezas, comestíveis, salgadas ou em salmoura, secas ou
defumadas; farinhas e pós, comestíveis, de carnes ou de miudezas Carnes da
espécie suína) da NCM;

b) para pessoas jurídicas que produzam preparações dos tipos utilizados na


alimentação de animais vivos classificados nas posições 01.03 (Animais vivos
da espécie suína) e 01.05 (Galos, galinhas, patos, gansos, perus, peruas e
galinhas-d'angola, das espécies domésticas, vivos), classificadas no código
2309.90 (Preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais – outras) da
NCM; e
c) para pessoas físicas.

A suspensão de que trata o artigo apontado não alcança a receita bruta auferida nas
vendas a varejo.

1.2. Concessão de suspensão do pagamento de PIS e de COFINS incidente sobre


a receita bruta da venda, no mercado interno, de preparações dos tipos utilizados
na alimentação de animais vivos classificadas nas posições 01.03 - Animais
vivos da espécie suína e 01.05 - Galos, galinhas, patos, gansos, perus, peruas e
galinhas-d'angola, das espécies domésticas, vivos, classificadas no código
23.09.90 - Preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais - Outras
da NCM;

A suspensão de que trata o artigo apontado não alcança a receita bruta auferida nas
vendas a varejo. Desta forma a empresa deverá manter o controle da destinação da
venda de quebrados de arroz com destino à alimentação animal ou para a fabricação de
preparações para animais, se estes forem para alimentação de espécies suínas e aves
(especificadas acima) esta venda será com suspensão do PIS e COFINS, não havendo a
suspensão se a venda for a varejo.

2. Do Artigo 56-A
2.1. Permissão da compensação com qualquer débito relativo a tributos
administrados pela SRFB ou o ressarcimento em dinheiro, do saldo de crédito
presumido existente na data de publicação da Lei 12.350/10 que tenha sido
apurado em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de
exportação, calculados a partir do ano-calendário de 2006 pelas pessoas
jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem vegetal
classificadas nas posições, entre outras:
 Plantas vivas e produtos de floricultura;

 Produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis;

 Frutas; cascas de cítricos e de melões;

 Café, chá, mate e especiarias;

 Cereais (arroz);

 Produtos da indústria de moagem; malte; amidos e féculas; inulina; glúten de


trigo;
 Sementes e frutos oleaginosos (soja); grãos, sementes e frutos diversos; plantas
industriais ou medicinais; palhas e forragens.

O referido crédito presumido é calculado sobre bens e serviços, utilizados como insumo
na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à
venda quando adquiridos de pessoas físicas ou recebidos de cooperado pessoa física,
bem como sobre as aquisições efetuadas de:

a) cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar,


armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados
nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30,
12.01 e 18.01, todos da NCM;
b) pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte,
resfriamento e venda a granel de leite in natura; e
c) pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção
agropecuária.

Ressaltamos que o pedido de ressarcimento ou de compensação dos créditos presumidos


de que trata o art.56-A da L.12.350/10 (vinculados à exportação), descrito acima,
somente poderá ser efetuado:

I - relativamente aos créditos apurados nos anos-calendário de 2006 a 2008, a


partir do primeiro dia do mês subsequente ao da publicação desta Lei (1º de
janeiro de 2011);
II - relativamente aos créditos apurados no ano-calendário de 2009 e no período
compreendido entre janeiro de 2010 e o mês de publicação desta Lei
(dezembro/2010), a partir de 1o de janeiro de 2012.
3. Do Artigo 56-B
3.1. Possibilidade de aproveitamento do excedente de crédito presumido de PIS
e COFINS em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita com a
venda no mercado interno ou com a de exportação de farelo de soja, classificado
na posição 23.04 da NCM, não utilizado até o final de cada trimestre-calendário,
apurado na forma do art.8°, p.3°, inciso II da Lei 10.925/04, qual seja:
II. 50% de 1,65% de PIS e 50% de 7,6% de COFINS, para a soja e seus
derivados classificados nos Capítulos 12 – Sementes e frutos oleaginosos;
grãos, sementes e frutos diversos;
plantas industriais ou medicinais;
palhas e forragens, 15 - Gorduras e óleos animais ou vegetais;
produtos da sua dissociação;
gorduras alimentares elaboradas;
ceras de origem animal ou vegetal e 23 - Resíduos e desperdícios das indústrias
alimentares;
alimentos preparados para animais, todos da NCM.

Para o aproveitamento do crédito descrito, a pessoa jurídica poderá:

I. Efetuar sua compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos,


relativo a tributos e contribuições administrados pela SRFB, observada a
legislação específica aplicável a matéria;
II. Solicitar o ressarcimento em dinheiro, observada a legislação especifica
aplicável à matéria.

Desta forma, no que se refere à autorização trazida por esta lei de compensação com
outros tributos administrados pela Receita Federal, dos créditos presumidos excedentes
é importante destacar que se refere apenas aos créditos presumidos vinculados à receita
de exportação, sendo necessário que a empresa disponha na sua apuração mensal, bem
como na sua DACON demonstrado segregadamente a parcela do crédito presumido que
se refere à receita de exportação.

[editar] Alterações na legislação tributária federal pertinente aos


frigoríficos no que se refere à tributação do PIS e da COFINS

A Lei nº 12.350, publicada no Diário Oficial da União, de 21 de dezembro de 2010,


trouxe várias alterações à legislação tributária, dentre as quais destacamos aquelas
pertinentes aos frigoríficos.

1. Do Artigo 50
1.1. Exclusão da suspensão do pagamento de PIS e de COFINS de que trata o
art.32 da Lei 12.058/09 sobre a receita bruta das vendas, no mercado interno, de
mercadorias classificadas nas seguintes posições:
 41.01.50.10 Couros e peles inteiros, de peso unitário superior a 16kg – sem
dividir;

 41.04.11.24 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos);

 41.04.41.30 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos).

1.2. Suspensão do pagamento de PIS e de COFINS de que trata o art.32 da Lei


12.058/09 sobre a receita bruta das vendas, no mercado interno, de mercadoria
classificada na seguinte posição:
 02.10.20.00 Carnes e miudezas, comestíveis, salgados ou em salmoura, secas ou
defumadas; farinhas e pós, de carnes ou de miudezas – Carnes da espécie
bovina.

1.3. Vedação do direito de crédito presumido de PIS e COFINS de que trata o


art.33 da Lei 12.058/09 sobre aquisição de mercadorias classificadas nas
seguintes posições:
 41.01.50.10 Couros e peles inteiros, de peso unitário superior a 16kg – sem
dividir;

 41.04.11.24 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos);

 41.04.41.30 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos).

A Lei 12.350 entrou em vigor na data da sua publicação, qual seja 21 de dezembro de
2010. Esta lei trouxe ainda alterações significativas nas operações com carnes de
espécie suína e aves.
[editar] Alterações na legislação tributária federal pertinente aos
supermercados referente à tributação do PIS e COFINS

A Lei nº 12.350, publicada no Diário Oficial da União, de 21 de dezembro de 2010,


trouxe várias alterações à legislação tributária, dentre as quais destacamos aquelas
pertinentes aos supermercados:

1. Do Artigo 50
1.1. Exclusão do direito ao crédito presumido de PIS e COFINS, pela pessoa
jurídica tributada com base no lucro real, na aquisição para industrialização e
revenda das mercadorias classificadas nas seguintes posições da NCM:
 41.01.50.10 Couros e peles inteiros, de peso unitário superior a 16kg – sem
dividir;

 41.04.11.24 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos);

 41.04.41.30 Outros couros e peles de bovinos (incluídos os búfalos).

1.2. Direito ao aproveitamento de crédito presumido de PIS e COFINS, pela


pessoa jurídica tributada com base no lucro real, na aquisição para
industrialização e revenda das mercadorias classificadas na seguinte posição:
 02.10.20.00 Carnes e miudezas, comestíveis, salgados ou em salmoura, secas ou
defumadas; farinhas e pós, de carnes ou de miudezas – Carnes da espécie
bovina.

O direito ao crédito presumido somente se aplica à mercadoria acima citada, adquirida


com suspensão do PIS e da COFINS, no mesmo período de apuração, de pessoa jurídica
residente ou domiciliada no País, sendo que o crédito não aproveitado em determinado
mês poderá sê-lo nos meses subsequentes.

1.3. Possibilidade do excedente de crédito presumido de PIS e COFINS apurado


na forma do art.34 da L.12.058/10 não utilizado até o final de cada trimestre-
calendário ser:
I. compensado com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativo a tributos e
contribuições administrados pela SRFB, observada a legislação específica
aplicável a matéria;
II. ressarcido em dinheiro, observada a legislação especifica aplicável à matéria.

Artigo 34 da Lei 12.058/2009 – nova redação:

Art. 34. A pessoa jurídica, tributada com base no lucro real, que adquirir para
industrialização ou revenda mercadorias com a suspensão do pagamento da
contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins prevista no inciso II do art. 32,
poderá descontar da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em
cada período de apuração, crédito presumido, determinado mediante a
aplicação, sobre o valor das aquisições, de percentual correspondente a 40%
(quarenta por cento) das alíquotas previstas no caput do art. 2o da Lei no
10.637, de 30 de dezembro de 2002, e no caput do art. 2o da Lei no 10.833, de
29 de dezembro de 2003. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010):
§ 1o É vedada a apuração do crédito de que trata o caput deste artigo nas
aquisições realizadas pelas pessoas jurídicas mencionadas no inciso II do caput
do art. 32 desta Lei.
§ 2o O direito ao crédito presumido somente se aplica às mercadorias de que
trata o caput deste artigo, adquiridas com suspensão das contribuições, no
mesmo período de apuração, de pessoa jurídica residente ou domiciliada no País,
observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de
2002, e no § 4º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
§ 3o A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre-calendário, não
conseguir utilizar o crédito previsto na forma prevista no caput deste artigo
poderá: (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010)
I – efetuar sua compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos,
relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria;
(Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010)
II – solicitar seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica
aplicável à matéria. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010)
2. Do Artigo 56
2.1. Direito ao aproveitamento de crédito presumido de PIS e COFINS, pela
pessoa jurídica tributada com base no lucro real, na aquisição para
industrialização e venda a varejo das mercadorias classificadas nas seguintes
posições: (carnes e miudezas suínas e de aves)

O crédito presumido será determinado mediante a aplicação, sobre o valor das


aquisições, de percentual correspondente a 12% das alíquotas de PIS (1,65%) e
COFINS (7,6%), ou seja, 0,198% de PIS e 0,912% de COFINS.

O direito ao crédito presumido somente se aplica às mercadorias acima citadas,


adquiridas com suspensão do PIS e da COFINS, no mesmo período de apuração, de
pessoa jurídica residente ou domiciliada no País, sendo que o crédito não aproveitado
em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes.

[editar] Créditos de PIS e COFINS calculado sobre


importações
[editar] Do direito aos créditos

Nos termos do art. 15 da Lei nº 10.865/2004 as pessoas jurídicas sujeitas à apuração da


contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, sujeitas ao regime não cumulativo
poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação
às importações sujeitas ao pagamento destas contribuições nas seguintes hipóteses:

a) Bens adquiridos para revenda;


b) Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustível e lubrificantes, alcançando os direitos autorais pagos pela indústria
fonográfica desde que esses direitos tenham se sujeitado ao pagamento das
contribuições;
c) Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
d) Aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas
e equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa;
e) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,
adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços.

O direito ao crédito de que trata este artigo e o art. 17 desta Lei aplica-se em relação às
contribuições efetivamente pagas na importação de bens e serviços a partir da produção
dos efeitos da Lei.(§ 1º)

Na hipótese do disposto na letra “e”, acima, o crédito será determinado mediante a


aplicação das alíquotas sobre o valor da depreciação ou amortização contabilizada a
cada mês. Opcionalmente, o contribuinte poderá descontar este crédito no prazo de 4
(quatro) anos, mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas referidas acima sobre o
valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito avos) do valor de aquisição do bem, de
acordo com regulamentação da Secretaria da Receita Federal. (§§ 4º e 7º).

Gera direito aos créditos de que tratam os arts. 15 e 17 a importação efetuada com
isenção, exceto na hipótese de os produtos serem revendidos ou utilizados como insumo
em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela
contribuição.(Parágrafo único, art. 16, da Lei 10.865/04).

Conforme o § 5º do art. 15 da Lei 10.865/04, para os efeitos deste artigo, aplicam-se, no


que couber, as disposições dos §§ 7o e 9o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de
dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Vejamos o que dispõe os
referidos parágrafos:

§ 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à incidência não-cumulativa


da COFINS, em relação apenas à parte de suas receitas, o crédito será
apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos
vinculados a essas receitas.
§ 8o Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita
Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas
no § 7o e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa
contribuição, o crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo
método de:
I - apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de
contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou
II - rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns a
relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não-
cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês.
§ 9o O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do crédito, na
forma do § 8o, será aplicado consistentemente por todo o ano-calendário e,
igualmente, adotado na apuração do crédito relativo à contribuição para o
PIS/PASEP não-cumulativa, observadas as normas a serem editadas pela
Secretaria da Receita Federal.

O crédito será apurado mediante a aplicação das alíquotas de 1,65% (PIS) e 7,60%
(Cofins), sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, na forma do art.
7o da Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo
de aquisição (§ 3º).

O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses subseqüentes
nos termos do § 2º da Lei nº 10.865/04 e o saldo credor acumulado ao final de cada
trimestre do ano-calendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de
dezembro de 2004, poderá ser objeto de (art. 16 da Lei 11.116/05):

a) Compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a


tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal,
observada a legislação específica aplicável à matéria; ou
b) Pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica
aplicável à matéria.

[editar] Produtos sujeitos a limitações nas operações que dão direito a


crédito e nas alíquotas em função de disposições contidas no art. 17 da
Lei 10.865/04
Deve ser observado que nos termos do artigo 17 da lei 10.865/2004, para os produtos a
seguir especificados, os créditos somente podem ser calculados para as operações
definidas nos incisos I a VI do referido artigo. Ou seja:

a) Produtos que fazem jus ao crédito somente quando destinados à revenda


aqueles a que se referem os parágrafos do artigo 8º da lei, a seguir transcritos:
i) Do § 1º - produtos farmacêuticos, classificados nas posições 30.01, 30.03,
exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens
3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e
nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00;
ii) Do § 2º - produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal,
classificados nas posições 3303.00 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90,
3401.20.10 e 96.03.21.00;
iii) Do §3o - máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00,
8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03,
87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM; (vide § 7º
da lei)
iv) Do § 5o - produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de
borracha) e 40.13 (câmaras-de-ar de borracha), da NCM;
v) Do § 6º - embalagens para refrigerante, cerveja e água;
vi) Do § 7º - água, refrigerante, cerveja e preparações compostas
vii) Do § 19 - álcool, inclusive para fins carburantes.
Nota1: também entram nesta situação aqueles a que se refere o art. 58-A da Lei no
10.833/2003, ou seja, produtos classificados nos códigos 21.06.90.10 Ex 02, 22.01,
22.02, exceto os Ex 01 e Ex 02 do código 22.02.90.00, e 22.03.
b) Produtos que fazem jus ao crédito quando destinados à revenda ainda que
ocorra fase intermediária de mistura aqueles a que se referem o § 8º do artigo 8º
da lei, a seguir transcrito:
i) § 8º - gasolinas e suas correntes, exceto de aviação e óleo diesel e suas
correntes, gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e gás natural e
querosene de aviação.
c) Produtos que fazem jus ao crédito quando destinados à revenda ou à
utilização como insumo na produção de autopeças relacionadas nos Anexos I e
II da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002; aqueles a que se referem os
parágrafos do artigo 8º da lei, a seguir transcritos:
i) Do § 9º - autopeças, relacionadas nos Anexos I e II da Lei no 10.485, de 3 de
julho de 2002;
ii) Do § 10 - papel imune a impostos de que trata o art. 150, inciso VI, alínea d,
da Constituição Federal, quando destinado à impressão de periódicos.

Quanto às alíquotas na determinação dos créditos acima devem ser observado que:

a) Estes créditos serão apurados mediante a aplicação das alíquotas de 1,65%


(PIS) e 7,60% (Cofins), sobre o valor que serviu de base de cálculo das
contribuições, na forma do art. 7o da Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à
importação, quando integrante do custo de aquisição.(§2 do art. 17 da lei
10.865/04);
b) Nos termos do § 3o do artigo 17 da lei 10.865/04, nas hipóteses dos §§ 6o e
7o do art. 8o daquela lei, ou seja, os itens V e VI, de “a” acima, os créditos serão
determinados com base nas alíquotas específicas referidas nos arts. 51 e 52 da
Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. (por unidade);
c) Na hipótese do § 8o do art. 8o da Lei (”b” acima), os créditos serão
determinados com base nas alíquotas específicas referidas no art. 23 desta Lei
(valor fixo). (§5 do art. 17 da lei 10.865/04);
d) Opcionalmente, o contribuinte poderá calcular o crédito de que trata o § 4o do
art. 15 desta Lei relativo à aquisição de vasilhames referidos no inciso IV do art.
51 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, destinados ao ativo
imobilizado, no prazo de 12 meses, à razão de 1/12 (um doze avos), ou, na
hipótese de opção pelo regime de tributação previsto no art. 52 da referida Lei,
poderá creditar-se de 1/12 (um doze avos) do valor da contribuição incidente,
mediante alíquota específica, na aquisição dos vasilhames, de acordo com
regulamentação da Secretaria da Receita Federal. (Incluído pela Lei nº 10.925,
2004) (Vigência) (Vide Lei nº 11.727, de 2008) (§5 do art. 17 da lei 10.865/04).

[editar] Desconto de créditos sobre a importação de bens de capital


destinados à produção ou à fabricação dos produtos

Conforme estabelecido na Lei nº 11.529/2007 , art. 1º , os créditos da contribuição para


o PIS-Pasep e da Cofins, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens
incorporados ao Ativo Imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou
para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços (Lei
nº 10.637/2002 , art. 3º , VI; Lei nº 10.833/2003 , art. 3º , VI e Lei nº 10.865/2004 , art.
15 , V) poderão ser descontados, em seu montante integral, a partir do mês de
importação, na hipótese de referirem-se a bens de capital destinados à produção ou à
fabricação dos produtos:

a) Classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos


Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006/2006:
i) Nos códigos 0801.3 (Castanha de Caju) - 42.02 (Peles em bruto de ovinos
(frescas, ou salgadas, secas, tratadas pela cal, "picladas" ou conservadas de outro
modo, mas não curtidas, nem apergaminhadas, nem preparadas de outro modo),
mesmo depiladas ou divididas) - 50.04 (Fios de seda (exceto fios de desperdícios
de seda) não acondicionados para venda a retalho. a 50.07 Tecidos de seda ou de
desperdícios de seda.) - 51.05 (Lã, pêlos finos ou grosseiros, cardados ou
penteados (incluída a “lã penteada a granel”)). a 51.13 (Tecidos de pêlos
grosseiros ou de crina.) - 52.03 (Algodão cardado ou penteado.) a 52.12 (Outros
tecidos de algodão.) - 53.06 (Fios de linho.) a 53.11 (Tecidos de outras fibras
têxteis vegetais; tecidos de fios de papel.);
ii) Nos Capítulos 54 (Filamentos sintéticos ou artificiais; lâminas e formas
semelhantes de matérias têxteis sintéticas ou artificiais) a 64 (Calçados, polainas
e artefatos semelhantes, e suas partes);
iii) Nos códigos 84.29, 84.32, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5 (O
Capítulo 84 trata dos Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e
instrumentos mecânicos, e suas partes) - 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e
87.06 (O Capítulo 87 trata dos veículos automóveis, tratores, ciclos e outros
veículos terrestres,suas partes e acessórios); e
iv) Nos códigos 94.01 e 94.03 ( O capítulo 94 trata dos móveis; mobiliário
médico-cirúrgico; colchões, almofadas e semelhantes; aparelhos de iluminação
não especificados nem compreendidos em outros Capítulos; anúncios, cartazes
ou tabuletas e placas indicadoras, luminosos e artigos semelhantes; construções
pré-fabricadas.
V) Relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002

ANEXO I

ANEXO II
1. Tubos de borracha vulcanizada não endurecida da posição 40.09, com
acessórios, próprias para máquinas e veículos autopropulsados das posições
84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04,
87.05 e 87.06;
2. Partes da posição 84.31, reconhecíveis como exclusiva ou principalmente
destinadas às máquinas e aparelhos das posições 84.29;
3. Motores do código 8408.90.90, próprios para máquinas dos códigos 84.29,
8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
4. Cilindros hidráulicos do código 8412.21.10, próprios para máquinas dos
códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
5. Outros motores hidráulicos de movimento retilíneo (cilindros) do código
8412.21.90, próprios para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00 e 8433.5;
6. Cilindros pneumáticos do código 8412.31.10, próprios para produtos dos
códigos 8701.20.00, 87.02 e 87.04;
7. Bombas volumétricas rotativas do código 8413.60.19, próprias para produtos
dos códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 8701.20.00, 87.02
e 87.04;
8. Compressores de ar do código 8414.80.19, próprios para produtos dos códigos
8701.20.00, 87.02 e 87.04;
9. Caixas de ventilação para veículos autopropulsados, classificadas no código
8414.90.39;
10. Partes classificadas no código 8432.90.00, de máquinas das posições
8432.40.00 e 8432.80.00;
11. Válvulas redutoras de pressão classificadas no código 8481.10.00, próprias
para máquinas e veículos autopropulsados dos códigos 84.29, 8433.20,
8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06;
12. Válvulas para transmissões óleo-hidráulicas ou pneumáticas classificadas no
código 8481.20.90, próprias para máquinas dos códigos 84.29, 8433.20,
8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
13. Válvulas solenóides classificadas no código 8481.80.92, próprias para
máquinas e veículos autopropulsados das posições 84.29, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06;
14. Embreagens de fricção do código 8483.60.1, próprias para máquinas dos
códigos 84.29, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00 e 8433.5;
15. Outros motores de corrente contínua do código 8501.10.19, próprios para
acionamento elétrico de vidros de veículos autopropulsados.

Os referidos créditos são aplicáveis às importações efetuadas a partir de 23.10.2007


(data de publicação da Lei nº 11.529/2007 ) e serão determinados mediante a aplicação
das alíquotas de 1,65%, relativamente à contribuição para o PIS-Pasep, e 7,65%,
relativamente à Cofins, sobre o valor que serviu de base de cálculo das referidas
contribuições incidentes na importação, acrescido do valor do IPI vinculado à
importação, quando integrante do custo de aquisição.

Notas:

(1) Conforme Lei nº 11.051/2004 , o contribuinte poderá optar pelo desconto, no


prazo de 2 anos, dos créditos de Cofins e PIS-Pasep sobre a importação de
máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos novos relacionado no
Decreto nº 6.006/2006 (conforme dispõe o Decreto nº 5.222/2004 ), adquiridos a
partir de 1º.10.2004 e incorporados ao Ativo Imobilizado para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.
(2) As importações efetuadas com isenção também geram direito aos créditos
tratados na Lei nº 10.865/2004 , arts. 15 e 17 , exceto na hipótese de os produtos
serem revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à
alíquota zero, isentos ou não alcançados pela contribuição ao PIS-Pasep e pela
Cofins.
(3) De acordo com a Lei nº 10.865/2004 , art. 45 , III e as alterações promovidas
na Lei nº 11.051/2004 , art. 17 , somente entram em vigor a partir de 1º.08.2004,
portanto, somente as hipóteses previstas anteriormente pela Medida Provisória
nº 164/2004 começaram a vigorar a partir de 1º.05.2004.
(4) Não poderá descontar créditos a importação efetuada por montadora de
máquinas ou veículos relacionados no art. 1º da Lei nº 10.485/2002
(5) No caso de importação por conta e ordem de terceiros, os créditos serão
aproveitados pelo encomendante.
(6) O crédito não utilizado em determinado mês poderá ser aproveitado nos
meses subseqüentes.
(7) De forma opcional a pessoa jurídica poderá calcular crédito relativo à
aquisição de embalagens de vidro retornáveis, classificados no código
7010.90.21 da Tipi, destinadas ao ativo imobilizado, nos termos a serem
regulamentado pela Receita Federal do Brasil:
(a) a razão de 1/12 avos; ou
(b) na hipótese de opção pelo regime especial previsto no art. 58-J da lei
10.833/2003 , a razão de 1/6 avos do valor da contribuição incidente, mediante
alíquota especifica, na aquisição dos vasilhames.
(8) É vedada a utilização dos créditos referidos no tópico 9 pelas empresas não
sujeitas à incidência das contribuições sob o regime não cumulativo, bem como
sobre as receitas de que trata a Lei nº 10.833/2003 , art. 1º , § 3º, incisos III e IV
e 10.
(9) A importação efetuada na forma Drawback, não dará direito a crédito

[editar] A demonstração na escrituração contábil do


histórico dos créditos de PIS e COFINS em função de
sua natureza, origem e vinculação
[editar] Os atos legais que ensejam a separação dos créditos de PIS e
COFINS em função de sua natureza, origem e vinculação

Antes de entrarmos no próximo assunto, que é a organização do plano de contas para


melhor controlar o aproveitamento dos créditos, é importante sabermos o histórico da
destinação que podemos dar aos créditos destas contribuições, uma vez que isso
depende de suas naturezas, origens e vinculações. O fisco classificou (vide ajuda
DACON) estes créditos em:

1) Crédito de Aquisição no Mercado Interno Vinculado à Receita Tributada no


Mercado Interno
2) Crédito de Aquisição no Mercado Interno Vinculado à Receita Não Tributada
no Mercado Interno
3) Crédito de Aquisição no Mercado Interno Vinculado à Receita de Exportação
4) Crédito de Aquisição no Mercado Interno – Presumido – Atividades
Agroindustriais
5) Crédito de Aquisição no Mercado Interno Vinculado a Embalagens para
Revenda
6) Crédito de Importação Vinculado à Receita Tributada no Mercado Interno
7) Crédito de Importação Vinculado à Receita Não Tributada no Mercado
Interno
8) Crédito de Importação Vinculado à Receita de Exportação

No início da vigência do regime não cumulativo, os créditos acumulados de PIS e


COFINS, vinculados à venda de produtos com suspensão, isenção, alíquota zero e não-
incidência, eram compensados somente com débitos do próprio PIS e COFINS.
Exceção era dada aos créditos vinculados às operações de exportação, os quais,
conforme art. 5º da Lei 10.637 de 2002 e art. 6º, da Lei 10.833 de 2003 poderiam ser
objeto de compensação com outros tributos ou de ressarcimento.

A partir de 2005, a Lei 11.116 autorizou a utilização do saldo credor de PIS e COFINS,
proveniente de aquisição no mercado interno e de importação vinculada à receita não
tributada no mercado interno, para compensação com débitos de outros tributos ou para
ressarcimento, conforme texto legal abaixo citado:

“Art. 16 - O saldo credor de PIS e COFINS apurado na forma do art. 3º das


Leis nº.10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de
2003, e do art. 15 da Lei nº. 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final
de cada trimestre do ano-calendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei
11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto:
I - de compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a
tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal,
observada a legislação específica aplicável à matéria; ou
II – pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica
aplicável à matéria.“

O artigo referido no texto legal acima, art.17 da Lei 11.033 de 2004 trata:

Art.17 - As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não


incidência da contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS não impedem a
manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações.

Não há previsão expressa nas leis que trata do regime não-cumulativo da possibilidade
de ressarcimento ou de compensação com outros tributos de crédito acumulado
vinculado às receitas tributadas no mercado interno e de crédito presumido acumulado.
Tendo a RFB se manifestado a esse respeito no Ato Declaratório Interpretativo SRF nº
15, de 22 de dezembro de 2005, assim como o próprio STJ já se manifestou endossando
o ato da RFB, tudo acima transcrito,.

No entanto, buscando na legislação tributária, encontra-se regra que permite àquele que
apurar crédito, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita
Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, a compensação de débitos próprios
relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele órgão (Lei
9.430/96 - Art. 74). Por isso, embora já tenhamos uma decisão da 2ª turma do STJ
dando provimento ao entendimento do fisco, entendemos que se deve aguardar por uma
decisão do pleno do STJ pra termos uma posição definitiva e derradeira.

Enquanto isso continuamos aconselhando ao contribuinte que, através de ação judicial


adequada, pleitear fazer valer essa norma, a fim de que o contribuinte possa utilizar os
créditos vinculados às receitas tributadas no mercado interno ou oriundo de créditos
presumidos calculados nos termos dos 8º, 9º e 15 da Lei 10.925 de 23 de julho de 2004
e que não foi possível descontar dos débitos do próprio PIS ou da própria Cofins do
próprio período de apuração de meses subseqüentes. Essa posição da PERFECTUM em
nada muda o que acima está escrito em termos de procedimentos técnicos contábeis.

[editar] A organização do plano de contas em função da natureza, origem


e vinculação para uma perfeita destinação dos créditos de PIS e COFINS

Em razão das diversas modalidades de créditos de PIS e COFINS que podem ser
constituídos e, também, em função de que há previsão legal de compensação ou de
ressarcimento para apenas alguns deles, de pronto notou-se que era indispensável que a
contabilidade abrisse, no ativo circulante, uma conta para cada um destes tipos de
créditos, possibilitando assim otimizar a sua utilização e uma perfeita conciliação com o
DACON.

A RFB também sentindo a necessidade de facilitar a fiscalização destes créditos, através


da IN nº 977, de 14 de dezembro de 2009, impôs aos contribuintes do regime não
cumulativo uma série de obrigações acessórias dentre elas a de se registrar estes créditos
de forma segregada. Vejamos o dispositivo legal.

"Das Obrigações Acessórias"


"Art. 9º-A Para fins de aplicação da suspensão de que tratam os arts. 2º a 4º, a
Declaração do Anexo II deve ser exigida pelas pessoas jurídicas vendedoras
relacionadas nos incisos I a III do caput do art. 3º, e fornecida pelas pessoas
jurídicas adquirentes, nos casos em que o adquirente não apura o imposto sobre
a renda com base no lucro real.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput mesmo no caso em que a pessoa
jurídica adquirente não exerça atividade agroindustrial."
"Art. 9º-B As pessoas jurídicas referidas no art. 5º deverão manter controle de
estoques diferenciados em relação às importações e às aquisições no mercado
interno, discriminando os bens que serão utilizados como insumo na
industrialização de produtos destinados à exportação ou vendidos a empresa
comercial exportadora com o fim específico de exportação, daqueles que serão
utilizados como insumos na industrialização de produtos destinados ao mercado
interno."
"Art. 9º-C As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não-
cumulativa deverão apurar e registrar, de forma segregada, os créditos de que
tratam o art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o art. 3º da Lei nº
10.833, de 29 de dezembro de 2003, e os arts. 15 e 17 da Lei nº 10.865, de 30 de
abril de 2004, bem como os créditos presumidos previstos nas disposições
legais pertinente à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, discriminando-os
em função da natureza, origem e vinculação desses créditos.
§ 1º O crédito presumido de que trata esta Instrução Normativa deve ser
apurado e registrado de forma segregada, e seu saldo deve ser controlado
durante todo o período de sua utilização.
§ 2º Aplicam-se ao caput, no que couber, as disposições previstas nos §§ 8º e 9º
do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833,
de 2003."

Assim, em atendimento a boa técnica contábil e aos dispositivos da legislação tributária


é importante que no plano de contas tenhamos dentro do ativo circulante um subgrupo
com contas próprias para os registros de créditos de PIS e COFINS em função de sua
natureza, origem e vinculação a ser informado no DACON e, com esta conciliada, a
cada final de período de apuração.

É importante que a seqüência das contas seja conforme consta no quadro a seguir que é
a mesma das fichas do DACON exposta na seqüência, para fins de racionalização dos
trabalhos de conciliação e exatidão da destinação dos créditos.

[editar] Resumo de contas e suas vinculações com a origem e destino dos


créditos
[editar] Resumo sobre o destino dos créditos da cofins
e do pis-pasep apurados no regime não cumulativo que
não puderem ser descontados das próprias
contribuições
[editar] Situações em que os créditos podem ser compensados com outros
tributos

Os créditos apurados no regime não cumulativo da Cofins e do PIS-Pasep que não


puderem ser utilizados na dedução de débitos das respectivas contribuições podem ser
utilizados na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a
tributos e contribuições administrados pela RFB, desde que decorrentes de:

a) Custos, despesas e encargos vinculados a receitas decorrentes de operações de


exportação de mercadorias para o exterior, prestação de serviços a pessoa física
ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente
ingresso de divisas, e vendas a empresa comercial exportadora, com o fim
específico de exportação;
b) Custos, despesas e encargos vinculados a vendas efetuadas com suspensão,
isenção, alíquota zero ou não-incidência, quando acumulados ao final de cada
trimestre do ano-calendário (veja Nota 2); ou
c) Aquisições de embalagens para revenda, pelas pessoas jurídicas que
comercializem os produtos classificados nas posições 22.01, 22.02 e 22.03
(cerveja de malte) e no código 2106.90.10 Ex 02 (preparações compostas, não
alcoólicas, para elaboração de bebida refrigerante), todos da TIPI, quando
acumulados ao final de cada trimestre do ano-calendário, desde que os créditos
tenham sido apurados a partir de 1º.04.2005.

A compensação será efetuada pela pessoa jurídica vendedora, observando-se as normas


mencionadas na IN RFB nº 900/2008 , com as alterações promovidas pela IN RFB nº
973/2009 e pela IN RFB nº 1.067/2010 .

Notas:
1) O disposto neste item não se aplica a custos, despesas e encargos vinculados a
receitas de exportação de produtos ou de prestação de serviços não abrangidos
pelo regime de incidência não cumulativa da Cofins e do PIS-Pasep.
2) O disposto na letra "b" aplica-se:
a) Ao saldo credor acumulado a partir de 09.08.2004 até o final do 1o trimestre
de 2005, que poderá ser utilizado para compensação a ser efetuada a partir de
19.05.2005; e
b) Aos créditos da Cofins-Importação e do PIS-Pasep-Importação apurados em
relação às seguintes hipóteses (art. 15 da Lei nº 10.865/2004 ):
i) Bens adquiridos para revenda;
ii) Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustível e lubrificantes;
iii) Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
iv) Aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas
e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade da empresa;
v) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo Imobilizado,
adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na
prestação de serviços.
3) Os créditos da Cofins e do PIS-Pasep mencionados na letra "a" remanescentes
da dedução de débitos dessas contribuições em um determinado mês, embora
não sejam passíveis de ressarcimento antes de encerrado o trimestre do ano-
calendário a que se refere o crédito, podem ser utilizados na compensação de
outros tributos administrados pela RFB.

[editar] Situações em que os créditos podem ser ressarcidos

Os créditos da Cofins e do PIS-Pasep a que se referem as letras "a" e "b" do subitem


anterior, acumulados ao final de cada trimestre do ano-calendário, podem ser objeto de
ressarcimento.

Em relação à letra "b" do citado subitem anterior, o pedido de ressarcimento referente


ao saldo credor acumulado no período de 09.08.2004 a 31.03.2005 pode ser efetuado
desde 19.05.2005.

O ressarcimento deve ser requerido à RFB, conforme o caso, mediante um dos seguintes
formulários:

a) Pedido de Ressarcimento de Crédito da Contribuição para o PIS-Pasep -


Mercado Interno ou Pedido de Ressarcimento de Crédito da Contribuição para o
PIS-Pasep - Exportação; ou
b) Pedido de Ressarcimento de Crédito da Cofins - Mercado Interno ou Pedido
de Ressarcimento de Crédito da Cofins - Exportação.

A autoridade da RFB competente para decidir sobre o pedido de ressarcimento de


créditos da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins poderá condicionar o
reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do
referido direito, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos
estabelecimentos da pessoa jurídica a fim de que seja verificada, mediante exame de sua
escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas.

Notas:
1) De acordo com a alteração promovida na Instrução Normativa RFB nº
900/2008, art. 65, pela Instrução Normativa RFB nº 981/2009, cuja vigência é a
partir de 1º.02.2010, o ressarcimento e a declaração de compensação somente
serão recepcionados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) após
prévia apresentação de arquivo digital de todos os estabelecimentos da pessoa
jurídica, com os documentos fiscais de entradas e saídas relativos ao período de
apuração do crédito, conforme previsto na Instrução Normativa SRF nº 86/
2001, e especificado nos itens "4.3 Documentos Fiscais" e "4.10 Arquivos
complementares - PIS/COFINS", do Anexo Unico do Ato Declaratório
Executivo Cofis nº 15/2001 (alterado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº
25/2010 ).
O arquivo digital deverá ser transmitido por estabelecimento, mediante o
Sistema Validador e Autenticador de Arquivos Digitais (SVA), disponível para
download no sítio da RFB na Internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br,
e com utilização de certificado digital válido.

Na apreciação de pedidos de ressarcimento e de declarações de compensação de


créditos de PIS-Pasep e da Cofins apresentados até 31.01.2010, a autoridade da RFB
poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação do arquivo
digital.

Será indeferido o pedido de ressarcimento ou não homologada a compensação,


quando o sujeito passivo não observar o disposto nesta nota.

Fica dispensado da apresentação do arquivo digital, o estabelecimento da pessoa


jurídica que, no período de apuração do crédito, esteja obrigado à Escrituração Fiscal
Digital (EFD).

2) É obrigatória a assinatura digital efetivada mediante utilização de certificado


digital válido, para a apresentação de diversas declarações, por todas as pessoas
jurídicas, exceto as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de
Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte (Simples Nacional), (Instrução Normativa RFB nº 969/2009 , alterado pela
IN RFB nº 995/2010 ). Veja mais sobre o assunto no procedimento e-CAC -
Certificado digital .
3) A Portaria MF nº 348/2010 instituiu procedimento especial de ressarcimento
de créditos da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, apurados a partir de
1º.04.2010, em decorrência da exportação de mercadorias para o exterior, da
prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas, e da venda a empresa
comercial exportadora com o fim específico de exportação. A Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB) deverá, no prazo máximo de 30 dias contados
da data do Pedido de Ressarcimento dos créditos retromencionado, efetuar o
pagamento de 50% do valor pleiteado por pessoa jurídica que atenda,
cumulativamente, às seguintes condições:
a) Cumpra os requisitos de regularidade fiscal para o fornecimento de certidão
negativa ou de certidão positiva, com efeitos de negativa, de débitos relativos
aos tributos administrados pela RFB e à Dívida Ativa da União administrada
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN);
b) Não tenha sido submetida ao regime especial de fiscalização de que trata a
Lei nº 9.430/1996, art. 33 , nos 36 meses anteriores à apresentação do pedido;
c) Esteja obrigado a manter Escrituração Fiscal Digital (EFD);
d) Tenha efetuado exportações em todos os 4 anos-calendário, anteriores ao do
pedido, observando-se que, no 2º e no 3º anos-calendário anteriores, a média das
exportações tenha representado valor igual ou superior a 30% da receita bruta
total; e
e) Nos 24 meses anteriores à apresentação do pedido objeto do procedimento
especial retromencionado, não tenha havido indeferimentos de Pedidos de
Ressarcimento ou não homologações de compensações, relativamente a créditos
da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, totalizando valor superior a 15%
do montante solicitado ou declarado.

Caso seja constatada irregularidade nos créditos solicitados no Pedido de


Ressarcimento, devem ser adotados os seguintes procedimentos:
a) Em caso de as irregularidades afetarem menos de 50% do valor do
ressarcimento solicitado, deverá ser efetuado o pagamento dos créditos
reconhecidos, deduzido o valor do pagamento já efetuado pela RFB e das
compensações efetuadas, sem prejuízo da aplicação da multa isolada de que trata
a Lei nº 9.430/1996 , art. 74 , §§ 15 a 17, calculada sobre o valor dos créditos
objeto de Pedido de Ressarcimento indeferido ou indevido, e de outras
penalidades cabíveis; ou
b) No caso de as irregularidades superarem 50% do valor do ressarcimento
solicitado, deverá ser exigido o valor indevidamente ressarcido, sem prejuízo da
aplicação da multa isolada de que trata a Lei nº 9.430/1996 , art. 74 , §§ 15 a 17,
calculada sobre o valor dos créditos objeto de Pedido de Ressarcimento
indeferido ou indevido, e de outras penalidades cabíveis.

[editar] O Demonstrativo de Apuração de


Contribuições Sociais (Dacon Mensal-Semestral)
Documento que deverá ser preenchido com números que sejam coincidentes com os
créditos, débitos e compensações registradas na escrituração contábil da pessoa jurídica.

[editar] Conceito de DACON

O Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon Mensal-Semestral),


referentes aos respectivos meses ou semestres, conforme o caso, a ser transmitida à
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) pelos contribuintes de PIS e COFINS nos
regimes de incidência cumulativo e não-cumulativo, bem como aqueles que apuram o
PIS com base na folha de salários, como cumprimento da sua obrigação acessória de
prestar informações sobre a apuração dessas contribuições deve ter os dados da fichas
14 e 24 (abaixo reproduzida) coincidentes com os registros efetuados a débitos e a
crédito das contas acima indicadas.

[editar] Modelo e ficha a ser confrontada com os registros e saldos das


contas contábeis
[editar] O que determina a legislação sobre a DACON

A Instrução Normativa SRF nº 1.015 DE 2010 traz as instruções que devem ser
observados pelos contribuintes a cerca da Dacon, cujas principais regras que interessa a
auditoria contábil são abaixo transcrita

[editar] Da periodicidade de apresentação do Dacon

As pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas e as que


apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários, deverão
apresentar o Dacon mensalmente de forma centralizada pelo estabelecimento matriz.
(Art. 2º da IN SRF n° 1.015/2010)

O disposto no caput do artigo 2º aplica-se também às pessoas jurídicas imunes e isentas


do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), cuja soma dos valores mensais
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) apuradas seja superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais),
observado o disposto no § 5º do art. 3º. (Parágrafo único)

[editar] Pessoas jurídicas dispensados de apresentação do Dacon

O artigo 3º da IN dispensa a apresentação da Dacon as seguintes pessoas jurídicas:

I. As Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas


no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional),
instituído pela Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006,
relativamente aos períodos abrangidos por esse Regime;
II. As pessoas jurídicas imunes e isentas do IRPJ, cuja soma dos valores mensais
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apuradas seja igual ou inferior a
R$ 10.000,00 (dez mil reais), observado o disposto no § 5º;
III. As pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-
calendário ou desde a data de início de atividades, relativamente aos
demonstrativos correspondentes aos meses em que se encontravam nessa
condição;
IV. Os órgãos públicos; e
V. As autarquias e as fundações públicas.

São também dispensados de apresentação do Dacon, ainda que se encontrem inscritos


no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou que tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartório ou Juntas Comerciais: (§ 1º)

I. Os condomínios de edifícios;
II. Os consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma dos arts. 265,
278 e 279 da Lei Nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
III. Os consórcios de empregadores;
IV. Os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as
normas fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Banco
Central do Brasil (Bacen);
V. Os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no
art. 2º da Lei Nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999;
VI. Os fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas do Bacen
ou da CVM;
VII. As embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-gerais,
consulados, vice-consulados, consulados honorários e as unidades específicas do
governo brasileiro no exterior;
VIII. As representações permanentes de organizações internacionais;
IX. Os serviços notariais e registrais (cartórios), de que trata a Lei Nº 6.015, de
31 de dezembro de

1973;

X. Os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de


personalidade jurídica, criados no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como dos Ministérios
Públicos e dos Tribunais de Contas;
XI. Os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos
partidos políticos, nos termos da legislação específica;
XII. as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de tributos de
que trata a Lei Nº 10.931, de 2 de agosto de 2004;
XIII. As empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse
perante órgãos públicos, localizados ou utilizados no Brasil;
XIV. As comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional
celebrado pela República Federativa do Brasil e um ou mais países, para fins
diversos; e XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei
Nº 9.958, de 12 de janeiro de 2000.

As pessoas jurídicas que passarem à condição de inativas no curso do ano-calendário, e


assim se mantiverem, somente estarão dispensadas da apresentação do Dacon a partir do
1º (primeiro) mês do ano-calendário subsequente, observado o disposto no inciso III do
caput. (§ 2º)

Considera-se que a pessoa jurídica está inativa a partir do mês em que não realizar
qualquer atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, observado o disposto no § 4º. (§ 3º)

O pagamento de tributo relativo a anos-calendário anteriores e de multa pelo


descumprimento de obrigação acessória não descaracterizam a pessoa jurídica como
inativa no ano-calendário. (§ 4º)

As pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação do


Dacon a partir do mês em que o limite fixado no inciso II do caput for ultrapassado,
permanecendo sujeitas a essa obrigação em relação ao(s) mês(es) seguinte(s) do ano-
calendário em curso. (§ 5º)

[editar] As pessoas jurídicas que não estão dispensadas da apresentação da Dacon

O art. 4º determina que nNão estão dispensadas de apresentação do Dacon as pessoas


jurídicas:

I. Excluídas do Simples Nacional, a partir do mês em que a exclusão produzir


efeitos;
II. Cuja imunidade ou isenção houver sido suspensa ou revogada, a partir,
inclusive, do mês da ocorrência do evento; ou III - de que trata o inciso III do
caput do art. 3º, a partir, inclusive, do mês em que praticarem qualquer atividade
operacional, não-operacional, financeira ou patrimonial.

No caso de exclusão do Simples Nacional, em virtude de: (§ 1º)

I. Constatação de situação excludente prevista no § 9º do art. 3º da Lei


Complementar Nº 123, de 2006, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar os
Dacon relativos aos períodos dos anos-calendário subsequentes àquele em que
foi ultrapassado o limite de receita bruta;
II. Constatação de situação excludente prevista no § 4º do art. 3º e incisos I a IV
e VI a XIV do art.

17 da Lei Complementar Nº 123, de 2006, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar o


Dacon a partir do período em que a exclusão produzir efeitos;

III. Constatação de situação excludente prevista no inciso V do caput do art. 17,


da Lei Complementar Nº 123, de 2006, a pessoa jurídica fica obrigada a
apresentar o Dacon a partir do ano-calendário subsequente ao da ciência da
comunicação da exclusão do Simples Nacional, exceto na hipótese prevista no §
2º do art. 31 da referida Lei;
IV. Constatação de situação excludente prevista nos incisos I a XII do caput do
art. 29 da Lei Complementar No- 123, de 2006, a pessoa jurídica fica obrigada a
apresentar o Dacon a partir do período em que a exclusão do Simples Nacional
produzir efeitos;
V. Ter ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, em mais de 20%
(vinte por cento), o limite de receita bruta proporcional ao número de meses de
funcionamento nesse ano-calendário, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar
o Dacon a partir do período em que iniciou suas atividades;
VI. Ter ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, em até 20%
(vinte por cento), o limite de receita bruta proporcional ao número de meses de
funcionamento nesse ano-calendário, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar
os Dacon relativos aos períodos dos anos-calendário subsequentes àquele em
que foi ultrapassado o limite de receita bruta;
VII. Constatação de situação excludente decorrente de rescisão de parcelamento
do Simples Nacional, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar o Dacon a
partir do período em que a exclusão produzir efeitos.

As pessoas jurídicas que passarem a se enquadrar no Simples Nacional devem


apresentar os Dacon referentes aos meses anteriores a sua inclusão, ainda não
apresentados. (§ 2º)

As pessoas jurídicas deverão apresentar o Dacon ainda que não tenham valores a
demonstrar, a partir do mês em que ficarem obrigadas a sua apresentação. (§ 3º)

[editar] Da forma de apresentação do Dacon

O Dacon deve ser elaborado mediante a utilização de programa gerador, disponível no


sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>. (Art. 5º)

O Dacon deve ser apresentado mediante sua transmissão pela Internet com a utilização
do programa Receitanet disponível no endereço eletrônico referido no caput. (§ 1º)

Para a apresentação do Dacon é obrigatória a assinatura digital do demonstrativo


mediante utilização de certificado digital válido. (§ 2º)

O disposto nos §§ 1º e 2º aplica-se, inclusive, aos casos de extinção, incorporação, fusão


e cisão total ou parcial. (§ 3º)

[editar] Do prazo de apresentação do Dacon

O Dacon deve ser apresentado até o 5º (quinto) dia útil do 2º (segundo) mês
subsequente ao mês de referência. (Art. 6º)

No caso de extinção, incorporação, fusão e cisão total ou parcial, o Dacon deverá ser
apresentado pela pessoa jurídica extinta, incorporada, incorporadora, fusionada ou
cindida até o 5º (quinto) dia útil do 2º (segundo) mês subsequente ao da realização do
evento. (§ 1º)

A obrigatoriedade de entrega do Dacon na forma prevista no § 1º não se aplica à


incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada,
estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do
evento. (§ 2º)

[editar] Das penalidades


A pessoa jurídica que deixar de apresentar o Dacon nos prazos estabelecidos no art. 6º,
ou que apresentá-lo com incorreções ou omissões, será intimada a apresentar no prazo
estipulado pela RFB demonstrativo original, no caso de não-apresentação, ou a prestar
esclarecimentos, nos demais casos, e ficará sujeita às seguintes multas: (Art. 7º)

I. De 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o


montante da Cofins, ou, na sua falta, da Contribuição para o PIS/Pasep,
informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega
deste demonstrativo ou de entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento)
daquele montante, observado o disposto no § 3º; e
II. De R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas
ou omitidas.

Para efeito da aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como
termo inicial o dia seguinte ao do término do prazo fixado para a entrega do Dacon e
como termo final a data da efetiva entrega ou, na hipótese de não-apresentação, a data
da lavratura do auto de infração. (§ 1º) Observado o disposto no § 3º, as multas serão
reduzidas: (§ 2º)

I. Em 50% (cinquenta por cento), quando o demonstrativo for apresentado após


o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício;
II. Em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação do demonstrativo
no prazo fixado em intimação.

A multa mínima a ser aplicada será de: (§ 3º)

I. R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de pessoa jurídica inativa, definida nos


termos do § 3º do art. 3º;
II. R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.

Nas hipóteses do § 1º do art. 4º, será devida multa por atraso na entrega do Dacon,
calculada na forma deste artigo, desde a data fixada para entrega de cada demonstrativo.
(§ 4º)

As multas de que trata o art. 7º serão exigidas mediante lançamento de ofício. (Art. 8º)

A omissão de informações ou a prestação de informações falsas no Dacon pode


configurar hipótese de crime contra a ordem tributária previsto nos arts. 1º e 2º da Lei
Nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Art.
9º)

Ocorrendo a situação descrita no caput, poderá ser aplicado o regime especial de


fiscalização previsto no art. 33 da Lei Nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Parágrafo
único.)

[editar] Da retificação do Dacon


A alteração das informações prestadas em Dacon, nas hipóteses em que admitida, será
efetuada mediante apresentação de demonstrativo retificador, elaborado com
observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. (Art. 10)

O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente


apresentado, substituindo-o integralmente, e servirá para declarar novos débitos,
aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar alteração nos
créditos e retenções na fonte informados. (§ 1º)

A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: (§ 2º)

I. Reduzir débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins:

a. cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda


Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos
em que importe alteração desses saldos;
b. Cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às
informações indevidas ou não comprovadas prestadas no demonstrativo original,
já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou
c. Que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização; e

II. Alterar débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação aos quais a
pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal.

A retificação de valores informados no Dacon que resulte em redução do montante do


débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou do débito que tenha sido objeto de
exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos
casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento
do demonstrativo. (§ 3º)

Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do


procedimento fiscal, em valor superior ao demonstrado, a pessoa jurídica poderá
apresentar demonstrativo retificador, em atendimento a intimação fiscal e nos termos
desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades previstas no Capítulo II. (§
4º)

A pessoa jurídica que entregar Dacon retificador, alterando valores que tenham sido
informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), deverá
apresentar, também, DCTF retificadora. (§ 5º)

[editar] O cálculo dos créditos de PIS e COFINS


Para facilitar o controle e eliminar eventuais equívocos, a PERFECTUM elaborou uma
planilha padrão para a apuração do PIS e da COFINS, baseada no Demonstrativo de
Apuração das Contribuições Sociais (DACON), porém mais analítica e informativa,
servindo para fins não apenas fiscais, mas também contábeis e gerenciais.

O auditor deve iniciar o preenchimento da planilha pela ficha “Dados Identificação”, na


qual, entre outros dados, deve evidenciar no campo Observações a forma de apuração
do IR e da CSL e a qualificação da pessoa jurídica– informações cruciais para a
definição do regime de apuração do PIS e da COFINS. Neste campo também deve
constar se a empresa está sujeita à alíquota diferenciada, como contribuinte ou
substituto tributário, bem como à alíquota por unidade de produto, contribuinte ou
substituto tributário, ou ainda se apura PIS e COFINS sobre a folha de salários.

Abaixo, apresentamos as fichas que devem ser utilizadas para o cálculo dos créditos dos
referidos tributos, esclarecendo sobre os objetivos e a vinculação de cada uma delas:

1) Complemento da apuração do crédito


Esta ficha deve ser integralmente preenchida pelo auditor, o qual deve identificar a linha
título (azul escuro) que denomina a operação origem do crédito e preencher as linhas
secundárias (brancas), abaixo da linha título, com o código e o nome da conta contábil
origem do crédito. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha
automaticamente abre o Ajuda, no qual há um texto explicativo sobre o crédito,
possibilidades de uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é o controle do que serviu de base para o cálculo dos créditos,
funcionando como uma memória de cálculo desses tributos.

Os valores a serem preenchidos são os valores base de cálculo para o crédito, ou seja, as
despesas e os encargos de amortização e depreciação incorridos no mês ou os valores de
aquisição dos itens, tendo em vista que as planilhas PIS Crédito e COFINS Crédito
apresentarão o cálculo do crédito propriamente.

Nesta ficha são identificados os:

a) Créditos referentes à aquisição no mercado interno (MI):


(1) Vinculados à receita tributada no MI;
(2) Vinculados à receita não tributada no MI;
(3) Vinculados à receita de exportação.
b) Créditos presumidos:
(1) Estoque de abertura
(2) Atividades agroindustriais
(3) Atividade imobiliária (custo orçado)
(4) Atividade de transporte de cargas

Em cada mês, há quatro colunas nas quais os valores base dos créditos devem ser
distribuídos conforme a receita que geraram:

 Na coluna "Créditos Vinculados à Receita Tributada no Mercado


Interno", devem ser informados os valores das aquisições, dos custos e
das despesas efetuados no mercado interno vinculados a receitas de
vendas tributadas, que dão direito a crédito da Contribuição para o
PIS/Pasep e a COFINS.

Ex.: aquisição de material de embalagem para produção de canjica – neste caso,


como o produto - canjica – é tributado pelo PIS e pela COFINS, os materiais
utilizados na sua produção, inclusive os utilizados para colocá-lo à venda,
gerarão créditos de PIS e COFINS vinculados à receita tributada no mercado
interno.
 Na coluna "Créditos Vinculados à Receita Não Tributada no Mercado
Interno devem informados os valores das aquisições, dos custos e das
despesas efetuados no mercado interno vinculados a vendas efetuadas
com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não-incidência da
Contribuição para o PIS/Pasep e COFINS, conforme disposto no art. 17
da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004. Considera-se não tributada
a receita tributada à alíquota zero, isenta, sem incidência , com suspensão
da contribuição, bem como a revenda decorrente de operações sujeitas à
substituição tributária.

Ex.: aquisição de material de embalagem para produção de arroz beneficiado –


neste caso, como o produto – arroz beneficiado – é tributado à alíquota zero pelo
PIS e pela COFINS, os materiais utilizados na sua produção, inclusive os
utilizados para colocá-lo à venda, gerarão créditos de PIS e COFINS vinculados
à receita não tributada no mercado interno.
 Na coluna "Créditos Vinculados à Receita de Exportação", devem ser
informados os valores das aquisições, dos custos e das despesas
efetuados no mercado interno vinculados a receitas de vendas ao
exterior, diretamente ou por meio de empresa comercial exportadora com
o fim específico de exportação.

 Na coluna "Despesas/ Custos Comuns", devem ser informados os valores


dos custos, despesas e encargos comuns a produção ou prestação do
serviço, ou seja, aqueles itens em que não é possível identificar a
natureza da receita gerada pelo seu consumo e/ou uso: se tributada, não
tributada ou exportação. Exemplo: energia elétrica, encargos sobre
depreciação, bens utilizados como insumos, despesa de aluguéis, entre
outros.

Sobre esses itens será aplicado um percentual resultante da relação existente entre a
receita bruta sujeita à incidência não cumulativa e a receita bruta total, auferidas no mês,
no caso de empresas sujeitas a incidência cumulativa e não – cumulativa, bem como um
percentual resultante das seguintes relações: receitas tributadas e receita bruta total,
receitas não tributadas e receita bruta total e receita de exportação e receita bruta total.
O resultado da aplicação desses percentuais sobre as bases informadas nesta planilha
serão apresentados nas planilhas PIS - Crédito e COFINS – Crédito.

Há divergências sobre o conceito de “receita bruta total”. O parágrafo 8° do art.3° da


Lei 10.833/03 define que:

§ 8º Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita

Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no § 7ºe


àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o crédito
será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de:

(...)
II - rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns

a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não- cumulativa e
a receita bruta total, auferidas em cada mês.
A própria Lei 10.833/03 dá o conceito de receita bruta a partir do disposto no parágrafo
1° do art.1°, quando define que faturamento é o total das receitas auferidas,
independentemente da denominação ou classificação contábil, sendo que o total das
receitas compreende a receita bruta da venda de bens ou serviços e todas as demais
receitas. Dessa forma, a lei permite a interpretação da receita bruta como sendo o total
da receita auferida com as atividades fins da empresa.

Foi esse o entendimento que utilizamos quando da elaboração da planilha, o qual é


aplicado para o rateio do cálculo dos créditos oriundos das atividades operacionais da
empresa.

2) Complemento apuração de créditos na importação

Esta ficha deve ser integralmente preenchida pelo auditor, o qual deve identificar a linha
título (azul escuro) que denomina a operação origem do crédito e preencher as linhas
secundárias (brancas), abaixo da linha título, com o código e o nome da conta contábil
origem do crédito. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha
automaticamente abre o Ajuda da linha, no qual há um texto explicativo sobre o crédito,
possibilidades de uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é o controle do que serviu de base para o cálculo dos créditos,
funcionando como uma memória de cálculo desses tributos.

a) Créditos referentes à aquisição no mercado interno (MI):

(1) Vinculados à receita tributada no MI;


(2) Vinculados à receita não tributada no MI;
(3) Vinculados à receita de exportação.

Nesta ficha são identificados os:


3) Apuração do crédito de PIS

Os campos desta ficha são preenchidos automaticamente, exceto as linhas 16 Créditos


calculados a alíquotas diferenciadas e 18 Créditos da atividade de transporte de cargas –
subcontratadas, nas quais é necessário completar a fórmula com a alíquota diferenciada
do respectivo produto. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha
automaticamente abre o Ajuda da linha, no qual há um texto explicativo sobre o crédito,
possibilidades de uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é demonstrar o valor dos créditos sobre cada operação,
apresentando segregadamente o somatório dos créditos “normais”, presumidos de
atividades agroindustriais e decorrentes da aquisição de embalagem.

Abaixo seguem algumas considerações sobre essa ficha:

Linha 12 Devolução de venda sujeita à alíquota de 1,65%: esta linha só conterá o valor
das devoluções de vendas cuja receita tenha integrado o faturamento do mês ou de mês
anterior e tenha sido tributada à alíquota de 1,65 %, portanto, somente deve ser
preenchida a coluna “Receita tributada no mercado interno”.

Linha 21 Outros créditos a descontar: a lei 12.058/09 autorizou as pessoas jurídicas


tributadas com base no lucro real que adquirirem para industrialização ou revenda
(supermercados) as mercadorias abaixo relacionadas, a calcularem e aproveitarem o
crédito presumido determinado mediante a aplicação, sobre o valor das aquisições, de
percentual correspondente a 40% das alíquotas do PIS e da COFINS do regime não
cumulativo.

As mercadorias são as seguintes:

a) Carnes de animais da espécie bovina, frescas ou refrigeradas (02.01);


b) Carnes de animais da espécie bovina congeladas (02.02);
c) Miudezas comestíveis de animais da espécie bovina, fresca ou refrigerada
(0206.10.00);
d) Miudezas comestíveis de animais da espécie bovina, congelada (0206.20);
e) Línguas (0206.21.00);
f) Outras (0206.29);
g) Ossos e núcleos córneos, em bruto, desengordurados ou simplesmente
preparados (mas não cortados sob forma determinada), acidulados ou
degelatinados; pós e desperdícios destas matérias. (outros) (0506.90.00);
h) Pâncreas de bovino (0510.00.10);
i) Sebo bovino (1502.00.1);
j) Couro e peles em bruto, sem dividir, de peso unitário não superior a 8kg
quando secos, a 10kg quando salgados-secos e a 16 kg quando frescos, salgados-
úmido ou conservados de outro modo(4101.20.10);
k) Couros e peles curtidos ou crust (secos) de bovinos incluídos os búfalos
(4104.11.24) e (4104.41.30) outros couros e peles de bovinos (inclusive
búfalos);

Recomendamos que os referidos créditos sejam informados nesta linha, já que até o
presente momento não houve alteração no DACON incluindo linha específica para esta
informação.

4) Apuração do crédito de COFINS


Os campos desta ficha são preenchidos automaticamente, exceto as linhas 16 Créditos
calculados a alíquotas diferenciadas e 18 Créditos da atividade de transporte de cargas -
subcontratadas, nas quais é necessário completar a fórmula com a alíquota diferenciada
do respectivo produto. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha
automaticamente abre o Ajuda da linha, no qual há um texto explicativo sobre o crédito,
possibilidades de uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é demonstrar o valor dos créditos sobre cada operação,
apresentando segregadamente o somatório dos créditos “normais”, presumidos de
atividades agroindustriais e decorrentes da aquisição de embalagem.

São válidas para esta ficha, as mesmas considerações expostas para a ficha PIS Crédito.

5) Apuração dos créditos de PIS sobre importações


Os campos desta ficha são preenchidos automaticamente, exceto as linhas 16 Créditos
calculados a alíquotas diferenciadas e 18 Créditos da atividade de transporte de cargas -
subcontratadas, nas quais é necessário completar a fórmula com a alíquota diferenciada
do respectivo produto. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha
automaticamente abre o Ajuda da linha, no qual há um texto explicativo sobre o crédito,
possibilidades de uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é demonstrar o valor dos créditos sobre cada operação.

6) Apuração de crédito de COFINS sobre importações

Os campos desta ficha são preenchidos automaticamente, exceto as linhas 16 Créditos


calculados a alíquotas diferenciadas e 18 Créditos da atividade de transporte de cargas -
subcontratadas. Observamos que ao clicar numa linha título a planilha automaticamente
abre o Ajuda da linha, no qual há um texto explicativo sobre o crédito, possibilidades de
uso e, eventualmente, soluções de consulta.

O objetivo desta ficha é demonstrar o valor dos créditos sobre cada operação.
7) PIS – Utilização dos créditos

Nesta ficha, os créditos são segregados pela origem e pelo tipo de crédito, sendo
apresentada a movimentação e destinação de cada um no período. O preenchimento
desta ficha é automático para as linhas 06 - Crédito apurado no mês e 12 (-) Crédito
descontado no mês, sendo as demais preenchidas manualmente. É fundamental o
preenchimento das linhas 01 - Saldo de Crédito de Meses Anteriores, 03 - (-) Crédito
Compensado no Mês e 04 -(-) Crédito Objeto de Pedido de Ressarcimento, conforme as
disposições do Ajuda.

O objetivo desta ficha é controlar por origem e tipo tanto os créditos que foram
apurados no mês, como os que foram descontados. Esses saldos devem coincidir com os
valores apresentados na contabilidade. Observamos que as fórmulas desta ficha visam
um aproveitamento otimizado dos créditos de PIS e COFINS, conforme as previsões
legais de utilização. Assim, os créditos são utilizados de acordo com a ordem de
liquidez dos créditos: inicialmente os passiveis somente para dedução de débitos do
próprio PIS e COFINS e, posteriormente, os passiveis de compensação com outros
tributos e/ou ressarcimento.

8) Utilização dos créditos de COFINS


Nesta ficha, os créditos são segregados pela origem e pelo tipo de crédito, sendo
apresentada a movimentação e destinação de cada um no período. O preenchimento
desta ficha é automático para as linhas 06 - Crédito apurado no mês e 12 (-) Crédito
descontado no mês, sendo as demais preenchidas manualmente. É fundamental o
preenchimento das linhas 01 - Saldo de Crédito de Meses Anteriores, 03 - (-) Crédito
Compensado no Mês e 04 -(-) Crédito Objeto de Pedido de Ressarcimento, conforme as
disposições do Ajuda.

O objetivo desta ficha é controlar por origem e tipo tanto os créditos que foram
apurados no mês, como os que foram descontados. Esses saldos devem coincidir com os
valores apresentados na contabilidade.

Observamos que as fórmulas desta ficha visam um aproveitamento otimizado dos


créditos de PIS e COFINS, conforme as previsões legais de utilização. Assim, os
créditos são utilizados de acordo com a ordem de liquidez dos créditos: inicialmente os
passiveis somente para dedução de débitos do próprio PIS e COFINS e, posteriormente,
os passiveis de compensação com outros tributos e/ou ressarcimento.

[editar] A conciliação e comprovação do saldo das


contas de PIS e COFINS a recuperar ao final de cada
período de apuração
Ao final de cada mês a soma das contas de PIS e COFINS a Recuperar sobre Aquisição
de Bens do Ativo Imobilizado dos Ativos Circulante e Não Circulante (ARLP) deverá
bater com as planilhas de controle interno preparado pelo contador da empresa e com o
Dacon.

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