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Unidade III

Unidade III
7 PIS E COFINS

PIS é a sigla para Programa de Integração Social. Cofins significa Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social. Ambas são contribuições sociais com funções fiscais e incidem sobre o
faturamento das empresas, tendo o PIS o objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego
e do abono (anual do PIS) para os trabalhadores. Quando foi instituído, o PIS tinha a finalidade de
promover a integração social do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas para melhorar
a distribuição de renda.

Por sua vez, a Cofins é destinada às despesas com atividades-fim das áreas da saúde, previdência e
assistência social.

7.1 Contribuintes

Os contribuintes do PIS e da Cofins são as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive aquelas a
elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, bem como as sociedades de economia mista e
suas subsidiárias.

7.2 Competência

A competência do PIS e da Cofins é da União, conforme fundamentação legal na Constituição


Federal de 1988, no seu art. 195:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta ou indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados e do Distrito Federal, e dos Municípios e
das seguintes contribuições sociais:

I – Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da


lei, incidentes sobre:

a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados,


a qualquer título, à pessoa física, que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício.

b) A receita ou o faturamento.

c) O lucro [...] (BRASIL, 1988a).


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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

7.3 PIS e Cofins sobre a receita bruta

7.3.1 Fato gerador

O PIS tem os seguintes fatos geradores:

• o auferimento de receita pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas
pela legislação do Imposto de Renda;

• a folha de salários das entidades relacionadas no art. 13 da Medida Provisória n. 2.158-35


(BRASIL, 2001b) e das cooperativas que excluírem da receita quaisquer dos itens enumerados em
seu art. 15;

• as receitas correntes arrecadadas e as transferências correntes e de capital recebidas pela pessoa


jurídica de direito público interno.

A Cofins tem o seguinte fato gerador:

• o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado, inclusive aquelas a ela equiparadas
pela legislação do Imposto de Renda.

Lembrete

PIS é a sigla para Programa de Integração Social. Cofins significa Contribuição


para o Financiamento da Seguridade Social.

7.3.2 Base de cálculo

A legislação prevê basicamente duas modalidades de cálculo mensal do PIS e da Cofins incidentes
sobre o faturamento:

• aplica-se sobre a receita bruta das pessoas jurídicas em geral;

• destina-se exclusivamente às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, sujeitas à
sistemática da não cumulatividade de que tratam as Leis n. 10.637 (BRASIL, 2002d) e 10.833
(BRASIL, 2003b), com as alterações da Lei n. 10.865 (BRASIL, 2004b).

No tocante às contribuições PIS/Cofins, a base de cálculo pode ser assim resumida:

• faturamento/receita bruta: regime cumulativo;

• faturamento/receita bruta: regime não cumulativo;

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• regimes especiais, compreendendo:

— base de cálculo e alíquotas diferenciadas para instituições financeiras, entidades sem fins
lucrativos e pessoas jurídicas de direito público interno;

— base de cálculo diferenciada;

— substituição tributária (cigarros, veículos) etc.;

— alíquotas diferenciadas:

– alíquotas concentradas (combustíveis, querosene de avião, biodiesel);

– alíquotas reduzidas (nafta petroquímica, papel imune destinado à impressão de periódicos,


produtos hortícolas e frutas).

Em 15 de março de 2017, o STF concluiu o julgamento do Recurso Especial n. 574.706, e a decisão


foi favorável aos contribuintes em relação à exclusão do ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins.

7.3.3 Alíquotas

Quanto à aplicação de alíquotas para PIS e Cofins, primeiro vamos estudar a base de cálculo.

7.3.3.1 Faturamento bruto/receita bruta – regime cumulativo

O regime cumulativo é usado nas empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado; nesse
caso, não é permitida a recuperação dos impostos.

As empresas tributadas pelo lucro presumido ou com seu lucro arbitrado devem calcular PIS e Cofins
com base nas regras cumulativas, utilizando, respectivamente, as alíquotas de 0,65% e 3% sobre o total
de receitas menos as exclusões permitidas. A base será detalhada a seguir.

Total de receitas

O cálculo de PIS e Cofins tem como base inicial a totalidade das receitas da empresa. Basta considerar
no balancete o grupo receitas e informar seu total.

Contudo, existem algumas receitas não tributadas pela contribuição para o PIS e a Cofins, conforme
exposto a seguir:

• receita com vendas de mercadorias para o exterior, seja o recebimento em moeda conversível
ou não;

• renda de prestação de serviços ao exterior cujo valor recebido represente entrada de divisas;
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• receita de vendas para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, e
essa empresa deve comprovar o embarque das mercadorias para o exterior no prazo máximo
de 180 dias;

• reversões de provisões operacionais, como as reversões de PDD (provisão de devedores duvidosos),


de provisões para perdas em processos cíveis, trabalhistas, fiscais etc.;

• recuperação de créditos já baixados como perda (registrados inicialmente em conta de receita e


lançados em despesa posteriormente, quando considerados incobráveis) até o valor desta;

• resultado positivo da avaliação de investimentos em controladas e coligadas pelo método de


equivalência patrimonial obtido no país;

• receitas com lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;

• receitas em venda de bens pertencentes ao ativo permanente;

• receitas com revenda de produtos com tributação monofásica, como gasolina, óleo diesel,
perfumes, cosméticos, cervejas, refrigerantes e pneus;

• IPI e ICMS cobrados como substituição tributária, quando registrados em receita.

Com relação à tributação de PIS e Cofins, a partir de 28 de maio de 2009, as empresas tributadas pelo
regime cumulativo poderão não tributar as receitas decorrentes de atividades alheias ao objeto social da pessoa
jurídica, tais como receitas financeiras, receitas de aluguéis (quando não for o objetivo da empresa).

Assim, o responsável pelo cálculo de PIS e Cofins deve ficar atento, pois o conjunto de receitas
não tributadas é bastante extenso. Um supermercado de médio porte, por exemplo, deve ter um bom
sistema de informações, que facilite o registro e o controle contábil, pois existem diversos produtos para
revenda com tributação monofásica e produtos tributados normalmente. Então, a revenda de suco de
frutas integrará a base das contribuições, enquanto a venda de água mineral não integrará, pois esse
produto foi objeto de tributação monofásica por parte da proprietária da fonte.

Quanto ao IPI, o entendimento é de que este não representa receita efetiva para o industrial, que
cobra o imposto do comerciante ou da pessoa física no momento da venda do produto. O mesmo se
aplica ao ICMS-ST.

Deduções da base de cálculo

Após considerar todas as receitas tributadas pelo PIS e pela Cofins, a empresa poderá deduzir
da base algumas despesas, especialmente aquelas apresentadas como deduções da receita bruta na
demonstração do resultado. São elas:

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• vendas canceladas;

• devolução de vendas;

• descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações;

• exclusão do ICMS (BRASIL, 2019, art. 27, § único, I).

Base de cálculo, alíquotas e despesas

A base de cálculo de PIS e Cofins para todas as empresas tributadas pelo lucro presumido ou com
seu lucro arbitrado é obtida por meio da seguinte fórmula:

Quadro 4 – Base de cálculo

(+) total de receitas, exceto as não tributadas


(‑) deduções permitidas em lei
(=) base de cálculo de PIS e Cofins

Após encontrar a base de cálculo, são aplicadas as alíquotas:

PIS = 0,65%
Cofins = 3%

Exemplo numérico com deduções

Suponha que a Cia. Caiçara seja uma empresa comercial tributada pelo lucro presumido e que
apresentou, em janeiro de 2018, as seguintes contas de resultado:

• receita com revenda de mercadorias: R$ 500.000

• ICMS de 18% sobre R$ 400.000

• devolução de vendas: R$ 10.000

• descontos incondicionais concedidos: R$ 25.000

• descontos financeiros concedidos: R$ 5.000

• receitas financeiras: R$ 4.000

• receita com aluguel de espaço: R$ 1.000

• ganho na venda de bens do imobilizado: R$ 6.000


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Observe que 20% das revendas são de produtos com tributação monofásica. As devoluções e os
descontos são de produtos tributados normalmente e já estão liquidados de ICMS.

Veja na tabela a seguir o cálculo de PIS e Cofins da Cia. Caiçara:

Tabela 29

Total de receitas (tributadas) R$ 400.000


Revendas 400.000 (80% da revenda de mercadorias)
(‑) ICMS (R$ 72.000)
(‑) devolução de vendas (R$ 10.000)
(‑) descontos incondicionais concedidos (R$ 25.000)
Base de cálculo de PIS e Cofins R$ 293.000
PIS – 0,65% R$ 1.904,50
Cofins – 3% R$ 8.790

Observação

Os descontos financeiros concedidos (R$ 5.000), as receitas financeiras


(R$ 4.000), a receita de aluguel (R$ 1.000) e o ganho na venda de bens do
imobilizado (R$ 6.000) não são considerados no cálculo.

7.3.3.2 Faturamento bruto/receita bruta – regime não cumulativo

O regime não cumulativo é utilizado nas empresas tributadas pelo lucro real. A empresa tributada
pelo lucro real será obrigada a usar o método não cumulativo, com um cálculo bem mais complexo em
relação às empresas tributadas pelo lucro presumido ou que tenham seu lucro arbitrado.

As empresas obrigadas ao cálculo de PIS e Cofins pelo método não cumulativo pagam as contribuições
com alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente, sobre a receita bruta da empresa e 0,65% e 4%,
respectivamente, sobre as receitas financeiras. Contudo, essas empresas podem deduzir os créditos
permitidos expressamente em lei.

O sistema de registro de créditos do PIS, inicialmente, parecia guardar similaridade com o modelo
adotado para o ICMS e IPI. Entretanto, não foi o que aconteceu na regulamentação feita por meio das
leis que instituíram o método não cumulativo para PIS e Cofins.

O legislador citou expressamente os itens que permitem crédito de PIS (e, depois, confirmou isso na
Cofins), definindo claramente, em alguns casos, os itens que não permitem crédito, como os gastos com
mão de obra.

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A seguir, serão apresentadas as regras de tributação de PIS e Cofins das empresas tributadas pelo
lucro real. Destaca-se que existem empresas que, mesmo no lucro real, devem efetuar o cálculo das
contribuições de outra forma, por exemplo:

• as empresas submetidas ao modelo de tributação monofásica, como as refinarias e as indústrias


de bebidas;

• as instituições financeiras e empresas equiparadas;

• as empresas com previsão de tributação de parte de suas receitas pelo método não cumulativo,
como o setor de telecomunicações;

• órgãos públicos, autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais e


fundações referidas no art. 61 do ADCT (“Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”) da
Constituição Federal;

• cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.

Princípios constitucionais

A não cumulatividade está prevista na Lei n. 10.637 (BRASIL, 2002d) para o PIS e na Lei n. 10.833
(BRASIL, 2003b) para a Cofins.

Portanto, se a empresa contribuinte do PIS e da Cofins adquirir mercadorias que sofreram a incidência
desses tributos e que, ao serem vendidas, também sofrerão essas incidências, poderá compensar os
valores pagos desses tributos nas operações seguintes no sistema de débito e crédito.

Deduções da base de cálculo

Após considerar todas as receitas tributadas por PIS e Cofins, a empresa poderá deduzir da
base algumas despesas, especificamente aquelas apresentadas como deduções da receita bruta na
demonstração do resultado. São elas:

• vendas canceladas;

• devolução de vendas;

• descontos incondicionais concedidos, incluindo bonificações;

• exclusão do ICMS (BRASIL, 2019, art. 27, § único, I).

As devoluções de vendas tributadas pelo método cumulativo não podem ser excluídas da base das
contribuições no método não cumulativo; elas vão gerar crédito, no caso, pelas alíquotas antigas, em
12 parcelas iguais e sucessivas (BRASIL, 2004a, art. 4º, § 6º).
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Os valores relativos às bonificações concedidas em mercadorias serão excluídos da base de PIS e


Cofins somente nos casos em que se caracterizarem como descontos incondicionais concedidos.

Além das deduções tradicionais, que ocorrem na maior parte das empresas, existem outros itens que
são excluídos das bases de PIS e Cofins, sendo que a maioria desses itens ocorre em empresas tributadas
pelo lucro real. Algumas são elencadas a seguir:

• Os recursos recebidos a título de repasse, oriundos do orçamento geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista.

• Receitas com o fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações
e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível.

• Receitas obtidas com o transporte internacional de cargas ou passageiros.

• Receitas auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,
modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro
Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei n. 9.432 (BRASIL, 1997), de 8 de janeiro de 1997.

• Receitas com frete de mercadorias transportadas entre o país e o exterior pelas embarcações
registradas no REB.

• Vendas realizadas pelo produtor/vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do


Decreto-lei n. 1.248 (BRASIL, 1972), de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde
que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior.

• A receita auferida pelas instituições privadas de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins
lucrativos, não beneficentes, que aderirem ao Prouni, decorrentes de atividades de ensino superior,
proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de formação específica.

• As receitas auferidas pela Itaipu Binacional, com a venda de energia elétrica.

• O IPI destacado nas notas fiscais de venda (quando incluso na receita bruta) e o ICMS cobrado
pelo vendedor na condição de substituto tributário.

• As reversões de provisões e as recuperações de créditos baixados como perda que não representem
ingresso de novas receitas.

• Os resultados positivos de participações societárias. Tais resultados correspondem a dividendos,


lucros e registro de equivalência patrimonial credora, recebidos em decorrência de ações, quotas
ou participações que a pessoa jurídica detiver.

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• A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. Como exemplo, a venda de um


terreno que está no imobilizado da pessoa jurídica não será computado na base de cálculo de
PIS e Cofins.

• As receitas de exportação de mercadorias para o exterior e as receitas dos serviços prestados a


pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior cujo pagamento represente
ingresso de divisas. É importante ressaltar que não basta que a receita seja auferida sobre uma
pessoa que resida no exterior (por exemplo, um estrangeiro que esteja em visita ao Brasil).
Para se considerar parcela excluível, deve haver um pagamento que represente um ingresso de
divisas no Brasil.

Observação

Nos termos da Medida Provisória n. 315 (BRASIL, 2006b, art. 10),


a não incidência do PIS e da Cofins, relativamente aos recebimentos de
exportações de serviços para o exterior, no caso de a pessoa jurídica manter
recursos em instituição financeira no exterior (observados os limites fixados
pelo Conselho Monetário Nacional), independe do efetivo ingresso de
divisas no país.

• As receitas do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em


embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado
em moeda conversível.

• As receitas de vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, a empresas


exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio.

• A parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de créditos e das
obrigações do contribuinte, em função das taxas de câmbio, submetida à tributação, segundo o
regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999, excedente
ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação correspondente já
tenha sido liquidada.

A partir de 26 de julho de 2004, excluem-se da base de cálculo de PIS e Cofins das agências de
publicidade e propaganda as importâncias pagas diretamente ou repassadas por estas a empresas de rádio,
televisão, jornais e revistas, sendo vedado o aproveitamento do crédito em relação às parcelas excluídas
(BRASIL, 2004c, art. 13).

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Lembrete

O regime não cumulativo é utilizado nas empresas tributadas pelo


lucro real.

Base de cálculo, alíquotas e despesas

A base de cálculo das empresas tributadas pelo lucro real, regra geral, será apurada por meio do
somatório das receitas menos as deduções permitidas pelo legislador. Sobre essa base, são aplicadas
alíquotas de 7,6% para a Cofins e de 1,65% para o PIS/Pasep.

Entretanto, as empresas não precisarão pagar exatamente o valor apurado pela aplicação das alíquotas
mais elevadas criadas para o método não cumulativo. O legislador define nos normativos um conjunto
de itens que essas empresas podem utilizar como crédito para diminuir o valor das contribuições a
pagar. Para fins de simplificação, veja a explicação:

Receitas totais da empresa, exceto as Cofins = 7,6%


não tributadas, menos as deduções (X) (X) = PIS e Cofins a pagar
PIS = 1,65%
permitidas

(‑) menos

Cofins = 7,6%
Créditos permitidos em lei (X) (X) = PIS e Cofins a recuperar
PIS = 1,65%

(=)igual

PIS e Cofins devidos pela


empresa

Figura 20 – Esquema de cálculo de crédito

Créditos permitidos no método não cumulativo

Os créditos representam a essência de um método não cumulativo. No Brasil, o ICMS e o IPI têm essa
característica de que o imposto pago na etapa anterior e destacado no documento fiscal é creditado
pela empresa que compra um produto para revenda ou para transformação em outro produto que
será vendido.

Contudo, o modelo utilizado para o PIS e a Cofins é algo diferente, pois a legislação separou as empresas
em dois tipos, conforme a forma de tributação. Com isso, o crédito de uma empresa compradora de um
determinado bem não representa, necessariamente, o valor pago na empresa que vendeu esse bem.

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Portanto, os créditos de PIS e Cofins serão obtidos por meio da aplicação das alíquotas de 1,65% e
7,6% sobre valores expressamente determinados em lei, sem considerar a forma de tributação da empresa
vendedora. O crédito será presumido, sendo considerado como liberalidade concedida pelo legislador.

Na forma da lei, dão direito a crédito os seguintes itens:

I – bens adquiridos para revenda, exceto aqueles em relação às mercadorias


e aos produtos submetidos ao regime de substituição tributária;

II – bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na


produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustíveis e lubrificantes;

III – energia elétrica consumida no estabelecimento da pessoa jurídica;

IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos às pessoas


jurídicas, utilizados nas atividades da empresa;

V – o valor da contraprestação de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas;

VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado


adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda ou na
prestação de serviços;

VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros utilizados


nas atividades da empresa;

VIII – bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o


faturamento do mês ou meses anteriores;

IX – encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados e dos


imóveis próprios ou de terceiros incorridos no mês;

X – Simples [final de 2007] (BRASIL, 2003b).

Não dão direito a crédito:

• mão de obra paga à pessoa física;

• despesas pagas a não residentes.

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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

7.4 PIS/Pasep – folha de pagamento

Quem contribui para o PIS/Pasep sobre a folha de pagamento são as entidades previstas no art. 13
da Medida Provisória n. 2.158‑35 (BRASIL, 2001b):

I – templos de qualquer culto;

II – partidos políticos;

III – instituições de educação e de assistência social que preencham as


condições e requisitos do art. 12 da Lei n. 9.532, de 1997;

IV – instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e


as associações que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei
n. 9.532, de 1997;

V – sindicatos, federações e confederações;

VI – serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;

VII – conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;

VIII – fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou


mantidas pelo Poder Público;

IX – condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais;

X – Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Organizações Estaduais


de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei n. 5.764, de 1971;

XI – as cooperativas que fizerem uso das exclusões previstas no art. 15 da


Medida Provisória n. 2.158‑35, de 2001.

Observação

Essas entidades são isentas da Cofins (BRASIL, 2001b, art. 14, X).

7.4.1 Alíquota

Essas entidades recolhem o PIS à alíquota de 1%.

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7.4.2 Base de cálculo

É o valor total da folha de pagamento mensal de salários de seus empregados.

A folha de pagamento mensal compreende os valores dos rendimentos do trabalho assalariado de


qualquer natureza, tais como salários, gratificações, comissões, adicional de função, ajuda de custo,
aviso prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional noturno, horas extras, 13º salário,
repouso semanal remunerado e diárias superiores a 50% do salário.

Observação
Não integram a base de cálculo os valores relativos a salário-família,
tíquete-alimentação, vale-transporte, aviso-prévio indenizado, férias e
licença-prêmio indenizadas, incentivo pago em decorrência de adesão
a Plano de Demissão Voluntária (PDV), ao FGTS pago diretamente ao
empregado decorrente de rescisão contratual e outras indenizações por
dispensa, desde que dentro dos limites legais (BRASIL, 2002b, art. 51).

7.5 PIS e Cofins – instituições financeiras e equiparadas

Instituições financeiras, apesar de serem obrigadas à tributação pelo lucro real, são excluídas do
recolhimento de PIS e Cofins pela não cumulatividade e têm alíquotas especiais.

Figura 21 – Instituições financeiras têm alíquotas especiais

Disponível em: https://bit.ly/3hAcn3E. Acesso em: 6 jul. 2021.

7.5.1 Alíquotas

PIS = 0,65%

Cofins = 4% – incidentes sobre as receitas aferidas, a partir de 1º de setembro de 2003, pelos bancos
comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de
crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados
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CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

(corretoras de seguro) e de crédito e entidades de previdência privada, abertas e fechadas, bem como
pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários ou financeiros.

7.5.2 Base de cálculo

A base de cálculo compreende:

• receita bruta, considerada como o resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês nas
operações realizadas em mercados futuros;
• receita bruta, considerada como a diferença positiva entre o preço de venda e o preço de compra
da moeda estrangeira nas operações de câmbio;
• as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função
da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.

Saiba mais
Verifique na legislação todas as exclusões permitidas da base de cálculo.
É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa.
BRASIL. Decreto n. 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a legislação
tributária federal. Brasília, 1998b. Disponível em: https://bit.ly/3qVFVLJ.
Acesso em: 5 fev. 2021.

7.6 PIS e Cofins – monofásico

7.6.1 Base de cálculo

Figura 22 – Medicamentos têm regime monofásico de PIS Cofins

Disponível em: https://bit.ly/3hIcPNc. Acesso em: 6 jul. 2021.

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O regime monofásico do PIS e da Cofins é um mecanismo semelhante à substituição tributária


porque atribui a um determinado contribuinte a responsabilidade pelo tributo devido em toda cadeia.
Portanto, com a edição da Lei n. 10.147 (BRASIL, 2000a), de 21 de dezembro de 2000, o governo federal
criou o regime monofásico para os produtos de higiene pessoal, medicamentos e cosméticos, que
também tornou os importadores e industriais desses produtos responsáveis pelo recolhimento do PIS
e da Cofins incidentes sobre a cadeia de produção e consumo mediante a aplicação de uma alíquota
global de 12,50% e reduziu a zero a alíquota do PIS e da Cofins para revendedores e varejistas. Ou seja, é
na primeira operação que o imposto será recolhido, ficando as operações subsequentes reduzidas a zero.
Portanto, distribuidores, atacadistas e comerciantes varejistas que revendem produtos farmacêuticos de
perfumaria, toucador e cosméticos estão isentos do pagamento de PIS e Cofins.

Serão aplicadas alíquotas de 2,20% para o PIS e 10,30% para a Cofins sobre as receitas com venda,
pelo industrial ou importador, de produtos classificados na Tipi (BRASIL, 2017) nas posições 33.03 a
33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 9603.21.00. São exemplos de produtos incluídos na lista:

• perfumes e águas-de-colônia;

• produtos de maquilagem para os lábios e olhos;

• cremes de beleza;

• xampus;

• cremes de barbear;

• desodorante;

• fio dental.

Na industrialização ou importação de produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01,


30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, e no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2,
3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1, 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99,
3005.10.10, 3006.60.00, as alíquotas aplicadas serão 2,10% para o PIS e 9,90% para a Cofins.

Contudo, foi concedido regime especial de utilização de crédito presumido da contribuição para
PIS e Cofins às pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos
classificados na posição 30.03, exceto no código 3003.90.56, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3,
3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90,
3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00 e na posição 30.04, exceto no código
3004.90.46, todos da Tipi (BRASIL, 2017), pelas alíquotas utilizadas no regime monofásico. Na prática,
os produtos farmacêuticos listados neste parágrafo não pagam PIS e Cofins.

As distribuidoras de remédios e as farmácias, quando revendem os medicamentos com tributação


monofásica, não pagam PIS e Cofins. No entanto, devem recolher as duas contribuições calculadas sobre as
124
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

demais receitas não tributadas no modelo monofásico, aplicando as alíquotas de 0,65% e 3% (se estiverem
no lucro presumido) ou 1,65% e 7,6% (se estiverem no lucro real), para PIS e Cofins, respectivamente.

A Lei n. 10.865 (BRASIL, 2004b) disciplinou que, nas importações de alguns produtos farmacêuticos,
sejam aplicadas alíquotas de 2,10% para o PIS e 9,90% para a Cofins. Nas importações de produtos de
perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, as alíquotas são de 2,2% e 10,30%, respectivamente.

Em relação à dedução de créditos, a Instrução Normativa SRF n. 594 (BRASIL, 2005b) esclarece
o assunto no art. 26, permitindo às empresas com tributação monofásica a dedução de créditos nos
mesmos moldes concedidos para as demais empresas tributadas pelo lucro real e submetidas ao método
não cumulativo.

7.7 Tratamento de PIS e Cofins em operações de venda para empresas da ZFM e ALC

De acordo com o art. 2º da Lei n. 10.996 (BRASIL, 2004d), as vendas destinadas à ZFM e a ALC:

Art. 2º Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas
ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus (ZFM), por
pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, entendem-se como vendas de mercadorias de


consumo na Zona Franca de Manaus (ZFM) as que tenham como destinatárias
pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização
por atacado ou a varejo.

§ 2º Aplicam‑se às operações de que trata o caput deste art. as disposições


do inciso II do § 2º do art. 3º da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do
inciso II do § 2º do art. 3º da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003.

§ 3º As disposições deste art. aplicam-se às vendas de mercadorias


destinadas ao consumo ou à industrialização nas Áreas de Livre Comércio
de que tratam as Leis n. 7.965, de 22 de dezembro de 1989, n. 8.210, de
19 de julho de 1991, e n. 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art. 11 da
Lei n. 8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei n. 8.857, de 8 de março
de 1994, por pessoa jurídica estabelecida fora dessas áreas (Redação dada
pela Lei n. 11.945, de 4 de junho de 2009).

§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo às vendas de mercadorias que


tenham como destinatárias pessoas jurídicas atacadistas e varejistas,
sujeitas ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, estabelecidas nas Áreas de Livre Comércio referidas
no § 3º (Incluído pela Lei n. 12.350, de 20 de dezembro de 2010).

125
Unidade III

§ 5º Nas notas fiscais relativas à venda de que trata o caput deste artigo,
deverá constar a expressão “Venda de mercadoria efetuada com alíquota
zero da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação
do dispositivo legal correspondente (Incluído pela Lei n. 12.350, de 20 de
dezembro de 2010).

Podemos observar que somente estão reduzidas a zero as alíquotas de PIS e Cofins quando o
adquirente for tributado pelo sistema cumulativo, não abrangendo as demais empresas, conforme
estipulado na Lei n. 12.350 (BRASIL, 2010e).

Saiba mais

Para entender melhor o conteúdo da lei, acesse:

BRASIL. Lei n. 12.350, de 20 de dezembro de 2010. Dispõe sobre medidas


tributárias referentes à realização, no Brasil, da Copa das Confederações
Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014; promove desoneração tributária
de subvenções governamentais destinadas ao fomento das atividades
de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica nas
empresas. Brasília, 2010e. Disponível em: https://bit.ly/3rYCuoZ. Acesso em:
5 fev. 2021.

7.8 Exercício prático

Questão 1 (CFC, 2016b) Em 15.8.2016, uma sociedade empresária comprou mercadorias para revenda,
no valor de R$ 156.000,00, para pagamento em 31.8.2016. No valor de R$ 156.000,00, está incluso o ICMS
calculado à alíquota de 17%.

A empresa adota o regime de incidência cumulativo de PIS e Cofins, com as alíquotas de 0,65% e
3%, respectivamente.

Considerando-se as informações apresentadas, assinale a opção que apresenta o lançamento


contábil correto dessa operação.

A) Débito: Mercadorias para revenda – estoques R$ 129.480,00


Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: Fornecedores nacionais R$ 156.000,00

126
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

B) Débito: Mercadorias para revenda – estoques R$ 150.306,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: Cofins a recuperar R$ 4.680,00
Crédito: Fornecedores nacionais R$ 156.000,00

C) Débito: Mercadorias para revenda – estoques R$ 128.466,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: Fornecedores nacionais R$ 156.000,00

D) Débito: Mercadorias para revenda – estoques R$ 129.480,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: Cofins a recuperar R$ 4.680,00
Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: Fornecedores nacionais R$ 156.000,00

Estratégias para responder à questão

Primeiro, é preciso identificar a atividade empresarial para poder classificá-la em comercial, industrial
e/ou prestação de serviços, e, assim, verificar quais os tributos poderão ser recuperados quando se tratar
de aquisições de itens por uma empresa, uma vez que nem todo item adquirido, mesmo com imposto
mencionado na nota fiscal, é passível de recuperação. Conforme estudamos, isso depende da utilização
desse mesmo material na empresa, se haverá continuidade dele (revenda e/ou utilização na produção) ou
seu consumo. Em caso de continuidade, poderá haver a recuperação; porém, em caso de consumo, não
é permitida legalmente sua recuperação.

Deve-se verificar quais tributos estão envolvidos na operação: ICMS, IPI, PIS, Cofins e ISS e, em
seguida, saber quais serão recuperáveis.

Então, é preciso observar o tipo de regime de incidência para PIS e Cofins, isto é, cumulativo e não
cumulativo, porque haverá diferença no valor da alíquota e também no valor a ser recuperado (ou não)
dos respectivos tributos, ou seja:

• cumulativo: em empresas tributadas pelo lucro presumido, não haverá recuperação de PIS e
Confis (alíquotas 0,65% e 3%, respectivamente);

• não cumulativo: em empresas tributadas pelo lucro real, haverá recuperação de PIS e Confis
(alíquotas 1,65% e 7,6%, respectivamente).

Observação

Vale informar que a tributação das empresas vinculadas ao lucro


presumido ou lucro real está relacionada com o pagamento do IRPJ e da CSLL.
127
Unidade III

Em seguida, deve-se verificar se a operação foi à vista ou prazo, isto é, se haverá saída de recursos
financeiros de imediato ou se a empresa adquirirá uma dívida. A preocupação aqui está no registro
contábil a ser efetuado.

Na questão apresentada, a empresa adquiriu mercadorias para revenda, portanto, trata-se de uma
empresa com atividade comercial. Logo, poderá recuperar o ICMS, uma vez que a mercadoria será
revendida, ou seja, circulada, portanto, não havendo consumo sobre ela na empresa adquirente.

Destaca-se que nessa questão não consta o valor do IPI, mas, se houvesse, não seria possível sua
recuperação, pois se trata de uma empresa comercial; logo, o IPI seria acrescido ao custo de aquisição.

Por se tratar do regime de incidência cumulativo de PIS e Cofins, não haverá recuperação desses
tributos; como já estão inseridos no preço das mercadorias, farão parte do custo de aquisição
das mercadorias.

Trata-se de uma operação a prazo, uma vez que a aquisição das mercadorias ocorreu em 15.8.2016
com pagamento para 31.8.2016; a empresa acaba de adquirir uma dívida com essa operação, ou seja,
uma obrigação assumida nesse momento.

A questão solicita o lançamento contábil correto dessa operação. Assim, analisaremos cada uma
das alternativas.

Análise do lançamento contábil para alternativa A

Débito: mercadorias para revenda – estoques R$ 129.480,00


Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: fornecedores nacionais R$ 156.000,00

Como a mercadoria é para revenda, a empresa compradora terá o direito de recuperar o ICMS, o que
significa dizer que terá um direito com esse imposto. Os direitos são registrados a débito e pertencem
ao ativo, um dos grupos do balanço patrimonial (o outro grupo é o passivo). A alíquota informada no
enunciado do ICMS é de 17%. Então, como base no total da operação, será apurado o valor do ICMS:

Total da operação = R$ 156.000,00 x 0,17 = R$ 26.520,00 → ICMS a recuperar

Após identificar o ICMS como imposto recuperável e calculá-lo, teremos que apurar o valor líquido
que será registrado a débito da conta de mercadorias para revenda – estoque, que, por se tratar de um
bem, também pertence ao ativo, um dos grupos do balanço patrimonial (o outro grupo é o passivo).
O valor líquido da conta de mercadorias equivale a:

Total da operação

( - ) Imposto recuperável
( = ) Mercadorias para revenda
128
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Seguem os cálculos:

Total da operação R$ 156.000,00

( - ) ICMS a recuperar (R$ 26.520,00)


(=) Mercadorias para revenda R$ 129.480,00

Considera-se que a operação foi a prazo, logo, não teremos de imediato a saída de um numerário
e, assim, uma dívida assumida, o que está totalmente contemplado ao registrar a crédito na conta de
fornecedores nacionais o valor total da operação, ou seja, valor que deverá ser pago no vencimento
acordado por ambas as partes – comprador/vendedor.

Após todas essas análises sobre a operação de compras de mercadorias para revenda, chega-se à
conclusão de que a alternativa A está correta, uma vez que contempla todos os valores apurados em
nossa análise.

Análise do lançamento contábil para alternativa B

Débito: mercadorias para revenda – estoques R$ 150.306,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: Cofins a recuperar R$ 4.680,00
Crédito: fornecedores nacionais R$ 156.000,00

Como destacado, a alternativa A está correta. Contudo, é importante entender o que está errado nas
outras alternativas para obter um aprendizado eficaz.

Na alternativa B, um dos erros é a falta do ICMS a recuperar, uma vez que, havendo circulação de
mercadorias, haverá sua recuperação. Por esse equívoco, já seria possível descartar a alternativa, mas há
mais erros em relação a PIS e Confins.

Conforme o enunciado, não há recuperação para o regime de incidência cumulativo para PIS e Cofins,
embora sejam informados corretamente os percentuais das alíquotas, 0,65% e 3%, respectivamente.
Portanto, é uma empresa tributada pelo lucro presumido.

Embora tenha ocorrido o registro contábil com o valor líquido a débito da conta de mercadorias
para revenda – estoque, que, por se tratar de um bem que também pertence ao ativo, um dos grupos
do balanço patrimonial (o outro grupo é o passivo), o que está incorreto é o valor da operação (e não
a conta contábil), uma vez que não se considerou o valor do ICMS recuperável e, sim, indevidamente,
foram considerados os tributos recuperáveis para PIS e Cofins.

Mesmo com o valor correto registrado contabilmente a crédito na conta de fornecedores nacionais,
que deverá ser pago no vencimento acordado por ambas as partes – comprador/vendedor, não teremos
de imediato a saída de um numerário e, assim, uma dívida assumida; não é possível ter parte do
lançamento contábil efetuado de forma certa para o registro de uma operação.
129
Unidade III

Análise do lançamento contábil para alternativa C

Débito: mercadorias para revenda – estoques R$ 128.466,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: fornecedores nacionais R$ 156.000,00

Na alternativa C, embora constem, e de maneira correta, tanto o registro contábil quanto o valor do
ICMS a recuperar, há também o PIS a recuperar, o que está totalmente indevido, uma vez que se trata
do regime de incidência cumulativo para PIS e Cofins. Assim, não há recuperação, mesmo que não tenha
sido apurada a Cofins no registro contábil, o que de fato não deve ser feito.

Conforme consta no enunciado, não há recuperação para o regime de incidência cumulativo


para PIS e Cofins, embora sejam informados corretamente os percentuais das alíquotas, 0,65% e 3%,
respectivamente. Portanto, é uma empresa tributada pelo lucro presumido.

Embora tenha ocorrido o registro contábil com o valor líquido a débito da conta de mercadorias
para revenda – estoque, que, por tratar-se de um bem que também pertence ao ativo, um dos grupos
do balanço patrimonial (o outro grupo é o passivo), o que está incorreto é o valor da operação (e não
a conta contábil). Mesmo considerando-se o valor do ICMS como recuperável (o que está correto),
considerou‑se indevidamente o tributo do PIS como recuperável; além disso, apurou-se de forma
indevida o valor da mercadoria para revenda.

Mesmo com o valor correto registrado contabilmente a crédito na conta de fornecedores nacionais,
que deverá ser pago no vencimento acordado por ambas as partes – comprador/vendedor, não teremos
de imediato a saída de um numerário e, assim, uma dívida assumida; não é possível ter parte do
lançamento contábil efetuado de forma certa para o registro de uma operação.

Análise do lançamento contábil para alternativa D

Débito: mercadorias para revenda – estoques R$ 123.786,00


Débito: PIS a recuperar R$ 1.014,00
Débito: Cofins a recuperar R$ 4.680,00
Débito: ICMS a recuperar R$ 26.520,00
Crédito: fornecedores nacionais R$ 156.000,00

Na alternativa D, embora constem de maneira correta tanto o registro contábil quanto o valor do
ICMS a recuperar, há também o PIS a recuperar e a Cofins a recuperar, o que está totalmente indevido,
uma vez que se trata do regime de incidência cumulativo para PIS e Cofins. Logo, não há recuperação.

Conforme consta no enunciado, não há recuperação para o regime de incidência cumulativo


para PIS e Cofins, embora sejam informados corretamente os percentuais das alíquotas, 0,65% e 3%,
respectivamente. Portanto, é uma empresa tributada pelo lucro presumido.

130
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Embora tenha ocorrido o registro contábil com o valor líquido a débito da conta de mercadorias
para revenda – estoque, que, por se tratar de um bem que também pertence ao ativo, um dos grupos
do balanço patrimonial (o outro grupo é o passivo), o que está incorreto é o valor da operação (e não
a conta contábil). Mesmo considerando-se o valor do ICMS como recuperável (o que está correto),
considerou-se indevidamente o tributo do PIS como recuperável; e, assim, além de ter apresentado
essa conta indevida, apurou-se de forma indevida o valor da mercadoria para revenda.
Mesmo com o valor correto registrado contabilmente a crédito na conta de fornecedores nacionais,
que deverá ser pago no vencimento acordado por ambas as partes – comprador/vendedor, não teremos
de imediato a saída de um numerário e, assim, uma dívida assumida; não é possível ter parte do
lançamento contábil efetuado de forma correta para o registro de uma operação.

Observação
As alternativas B, C e D mencionam a recuperação de PIS e Cofins, ou
seja, totalmente erradas, por se tratar do regime de incidência cumulativo,
isto é, sem recuperação dos respectivos tributos.
8 EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E
SERVIÇOS COM TRIBUTAÇÃO

A seguir, serão acentuados alguns exemplos de operações para que o conteúdo estudado
fique mais claro.
8.1 Compra de mercadorias com incidência de ICMS, PIS e Cofins recuperáveis

Suponhamos uma compra de mercadorias por R$ 100.000, com incidência de ICMS à alíquota de
17% e, considerando as alíquotas do PIS a 1,65% e Cofins a 7,6%, deveremos fazer a contabilização da
seguinte forma:
Tabela 30 – Nota fiscal de compra de mercadorias

Mercadorias – X unidades 100.000


Total da nota fiscal 100.000
ICMS destacado na nota fiscal (17% x 100.000) 17.000

Tabela 31 – Memória de cálculo

R$
1) Valor da compra 100.000
2) ICMS sobre a operação (17%) – incluso no preço 17.000
3) PIS sobre a operação (1,65%) – incluso no preço – base de cálculo 83.000 1.370
4) Cofins sobre a operação (7,6%) – inclusa no preço – base de cálculo 83.000 6.308
Valor líquido de mercadoria = 1 – (2 + 3 + 4) 75.322

131
Unidade III

Ao adquirir as mercadorias por R$ 100.000, R$ 17.000 se referem ao ICMS, R$ 1.370 ao PIS e


R$ 6.308 à Cofins.

Para o comprador, esses tributos, em virtude do princípio da não cumulatividade, representam um


adiantamento do que será devido quando da venda desse estoque de mercadorias.

Logo, esses valores pagos na compra de mercadorias representam um direito da empresa contra o
Estado (ICMS) e a União (PIS/Cofins), devendo ser reconhecidos na escrituração contábil por meio de
contas próprias, que podem ser chamadas de contas-correntes – C/C ICMS (ou ICMS a recuperar),
C/C PIS (ou PIS a recuperar) e C/C Cofins (ou Cofins a recuperar). Todas essas contas são contas de ativo,
pois significam direitos.

Vejamos o funcionamento dessas contas.

Quando da compra das mercadorias, são debitadas pelo valor embutido (incluído) no preço. Quando
do encerramento do período de apuração do imposto, são creditadas para a transferência de seu saldo
para as contas do passivo, ICMS a recolher, PIS a recolher e Cofins a recolher.

A operação poder ser contabilizada conforme tabelas a seguir:

Tabela 32 – Considerando compra à vista

Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 75.322,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.370,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 6.308,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 100.000,00

Tabela 33 – Considerando compra a prazo

Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 75.322,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.370,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 6.308,00
Crédito
Fornecedores (Passivo) R$ 100.000,00

Observamos que muitas empresas utilizam uma única conta para substituir as contas a recuperar e
a recolher. Essa conta é denominada conta-corrente (C/C ICMS; C/C Cofins).

132
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Quando a empresa compra mercadorias, a conta-corrente é debitada pelos impostos e contribuições


incidentes sobre a operação de compra. Por outro lado, quando a empresa vende mercadorias, a
conta‑corrente é creditada pelo valor dos impostos e contribuições incidentes sobre a operação de venda.
Assim, no final do período da operação, a conta-corrente poderá apresentar saldo devedor ou saldo credor.
O saldo devedor da conta-corrente indica que a empresa tem um direito contra a Fazenda Pública,
sendo, portanto, um ativo.
O saldo credor da conta corrente indica que a empresa tem uma obrigação com a Fazenda Pública,
sendo, portanto, um passivo.

8.2 Compra de mercadorias com incidência de IPI, ICMS, PIS e Cofins recuperáveis

A diferença do IPI em relação a ICMS, PIS e Cofins é que seu valor não está incluído no preço dos produtos.
Se o comprador dos produtos sobre os quais incidiu o IPI é contribuinte do IPI (empresa industrial ou equiparada
à industrial) e os produtos adquiridos são utilizados em seu processo de industrialização, o IPI incidente
na operação de compra poderá ser recuperado quando da venda dos bens industrializados pela empresa
(princípio da não cumulatividade).

Por exemplo: considerando uma compra de matéria-prima por R$ 100.000, com incidência de ICMS à
alíquota de 17%, do PIS a 1,65% e Cofins a 7,6%, bem como o IPI com alíquota de 30%, a contabilização
será feita da seguinte forma:

Tabela 34 – Nota fiscal de compra de matérias-primas

Matéria‑prima – X unidades 100.000


IPI – 30% sobre 100.000 30.000
Valor total da nota fiscal 130.000
ICMS destacado na nota fiscal (17% sobre 100.000) 17.000

Tabela 35 – Memória de cálculo

R$
1) Valor da compra 100.000
2) IPI sobre compra (30%) – não incluso no preço da matéria‑prima 30.000
3) Valor da Nota Fiscal 130.000
4) ICMS sobre a compra (17%) – incluso no preço da matéria‑prima 17.000
5) PIS sobre a operação (1,65% x R$83.000) – incluso no preço da matéria‑prima 1.370
6) Cofins sobre a operação (7,6% x R$83.000) – inclusa no preço da matéria‑prima 6.308
7) IPI sobre a compra (30%) – recuperável (neste exemplo) 30.000
8) Valor líquido da matéria‑prima = 3 – (4 + 5 + 6 + 7) 75.322

Como o IPI é recuperável nesse exemplo, seu valor não entra na base de cálculo do ICMS (BRASIL,
1988a, art. 155, § 2º, XI), do PIS (BRASIL, 2002b, art. 66, § 3º) e da Cofins (BRASIL, 2004a, art. 8º, § 3º, I).
133
Unidade III

A contabilização, considerando a compra à vista, será:

Tabela 36 – Contabilização

Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 75.322,00
IPI a recuperar (Ativo) R$ 30.000,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 17.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.370,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 6.308,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 130.000,00

8.3 Compra de produtos para revenda por empresa comercial – IPI não
recuperável e ICMS, PIS e Cofins recuperáveis

Nesse caso, a empresa compradora não é contribuinte do IPI, pois é uma empresa comercial, ou,
mesmo sendo contribuinte, não utiliza o produto comprado em seu processo de fabricação. O IPI
incidente na operação de compra não será recuperado, portanto, integrará o custo de aquisição.

Por exemplo: a empresa Comercial Ltda. adquire, a prazo, produtos industrializados para revenda por
R$ 250.000, com IPI à alíquota de 20%, ICMS à alíquota de 17%, PIS à alíquota de 1,65% e a Cofins à
alíquota de 7,6%.

Como a empresa compradora não é contribuinte do IPI, este não será recuperável, devendo integrar
o custo de aquisição.

Tabela 37 – Nota fiscal de compra do produto

Produto – X unidades 250.000


IPI – 20% sobre 250.000 50.000
Total da nota fiscal 300.000
ICMS destacado na nota fiscal (17% sobre 250.000) 42.500

Tabela 38 – Memória de cálculo

R$
1) Valor da compra 250.000
2) IPI sobre compra (20%) – cobrado destacadamente 50.000
3) Valor da nota fiscal 300.000
4) ICMS sobre compra (17%) – incluso no preço (17% x 250.000) 42.500
5) PIS sobre compra (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 257.500) 4.249
6) Cofins sobre compra (7,6%) – inclusa no preço (7,6% x 257.500) 19.570
7) Valor líquido do produto = 3 – (4 + 5 + 6) 233.681

134
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Como o IPI não é recuperável, porém o produto é destinado à comercialização, seu valor (do IPI) não
entra na base de cálculo do ICMS (BRASIL, 1988a, art. 155, § 2º, XI). Entretanto, o valor do IPI integra a
base de cálculo do PIS e da Cofins, por interpretação do disposto nos art. 167, II, da Instrução Normativa 1.911,
de 11 de outubro de 2019.

A contabilização, considerando a compra a prazo, será:

Tabela 39 – Contabilização

Débito
Mercadorias (Ativo) R$ 233.681,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 42.500,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 4.249,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 19.570,00
Crédito
Fornecedores (Passivo) R$ 300.000,00

8.4 Compra de bens para uso da empresa quando o IPI não é recuperável e
ICMS, PIS e Cofins são recuperáveis

Por exemplo: uma empresa comercial adquire à vista uma máquina para seu ativo não circulante
imobilizado diretamente da indústria por R$ 50.000, com alíquota de IPI de 20%, de ICMS de 17%, de
PIS de 1,65% e da Cofins de 7,6%. Como se trata de uma aquisição para uso, e não para revenda, o IPI
não será recuperável, devendo integrar o custo de aquisição.

Tabela 40 – Nota fiscal de compra da máquina

Máquina 50.000
IPI – 20% sobre 50.000 10.000
ICMS (17% sobre 60.000) R$ 10.200 60.000

Tabela 41 – Memória de cálculo

R$
1) Valor da compra 50.000
2) IPI sobre compra (20%) – cobrado destacadamente 10.000
3) Valor da nota fiscal 60.000
4) ICMS sobre compra (17%) – incluso no preço 10.200
5) PIS sobre compra (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 39.800) 657
6) Cofins sobre compra (7,6%) – inclusa no preço (7,6% x 39.800) 3.025
7) Valor líquido da máquina = 3 – (4 + 5 + 6) 46.118

135
Unidade III

A contabilização, considerando a compra à vista, será:

Tabela 42 – Contabilização

Débito
Máquinas (Ativo) R$ 46.118,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 10.000,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 657,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 3.025,00
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 60.000,00

8.5 Outros gastos nas compras: imposto de importação, fretes e seguros

Quanto ao imposto de importação, não existe a possibilidade de sua recuperação pelo importador.
Portanto, o importador deverá acrescer o custo de aquisição das mercadorias importadas.

Quanto aos fretes e seguros que o comprador é obrigado a pagar, seus valores devem integrar o
custo de aquisição das mercadorias compradas.

8.6 Contabilização das operações de vendas

Para o registro das operações de vendas de mercadorias, são efetuados débitos de uma conta que
representa a disponibilidade (caixa ou bancos) no caso de venda à vista, ou de uma conta representativa
de um direito (clientes ou duplicatas a receber), no caso de venda a prazo. Como contrapartida, tem-se
um crédito em uma conta de receita (vendas ou receita bruta de vendas).

8.6.1 Impostos e contribuições incidentes sobre vendas

Considerando-se as diversas legislações (federal, estadual), quando uma empresa vende uma
mercadoria ou um produto, no preço desses bens estão embutidos impostos e contribuições sobre o
valor das vendas, tais como ICMS, PIS, Cofins, que deverão ser recolhidos aos cofres públicos.

Observamos que o IPI não integra a receita bruta, apesar de compor o preço final da nota fiscal,
conforme o Decreto n. 3.000 (BRASIL, 1999a, art. 279, § único).

Revenda de mercadorias sem incidência do IPI

Exemplo: operação a prazo pelo valor de R$ 100.000,00.

136
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Tabela 43 – Esquema de revenda de mercadoria sem incidência do IPI

D – Clientes 100.000 Pelo reconhecimento


C – Vendas brutas 100.000 da receita

D – Tributos sobre vendas 24.678


C – ICMS a recolher 17.000 Revenda de
mercadorias sem
C – PIS a recolher 1.370 incidência de IPI
C – Cofins a recolher 6.308
Base de cálculo:
PIS: R$ 83.000,00 x 1,65% = R$ 1.370,00
Cofins: R$ 83.000,00 x 7,6% = R$ 6.308,00

A conta tributos sobre vendas foi debitada, pois vai reduzir as vendas brutas. A contrapartida foi
efetuada em contas que representam obrigações da empresa com as fazendas públicas.

Dos 100.000 cobrados, somente R$ 75.322 pertencem à empresa. O restante, R$ 24.678, pertence
aos cofres públicos.

Venda de produto fabricado pela empresa com alíquota de IPI de 10%

Exemplo: operação a prazo pelo valor de R$ 100.000,00.

Nessa operação, o valor do IPI é de R$ 10.000, sendo a contabilização feita da seguinte forma:

Tabela 44 – Esquema de venda de produto com alíquota de IPI de 10%

D – Clientes 110.000
Pelo reconhecimento de vendas com IPI
C – Receita bruta 110.000

D – IPI faturado 10.000


Pelo reconhecimento do IPI
C – IPI a pagar 10.000

D – Tributos sobre vendas 24.678


C – ICMS a pagar 17.000 Pelo reconhecimento dos impostos e
C – PIS a pagar 1.370 contribuições sobre venda
C – Cofins a pagar 6.308

137
Unidade III

Tabela 45 – Memória de cálculo

R$
Vendas brutas 110.000
IPI faturado (10.000)
= Receita bruta de vendas 100.000
ICMS sobre vendas (17.000)
PIS sobre vendas (1.370)
Cofins sobre vendas (6.308)
= Receita líquida de vendas 75.322

Observamos que substituímos na memória de cálculo a conta tributos sobre vendas por outras três
contas: ICMS sobre vendas, PIS sobre vendas e Cofins sobre vendas.

8.6.2 Contabilização dos fatos que alteram as compras e as vendas

Devoluções de compras

Exemplo:

Compra de 100 unidades de mercadoria Y para revenda pela empresa X por R$ 10.000, à vista,
mais IPI de 10%, com ICMS de 17%, PIS de 1,65% e Cofins de 7,6%. Quando do recebimento das
mercadorias, foram verificados defeitos em 5 unidades e, por esse motivo, a empresa compradora
resolveu devolvê‑las. Assim teremos:

A – Compra das mercadorias

Tabela 46 – Nota fiscal de compra

100 mercadorias y x R$ 100,00 10.000


IPI – 10% sobre 10.000 1.000
Total da nota fiscal 11.000
ICMS destacado na nota (17% sobre 10.000) 1.700

Tabela 47 – Memória de cálculo

R$
Valor da compra 10.000
IPI sobre compra – cobrado separadamente 1.000
Valor total da nota 11.000
ICMS sobre compra – incluso no preço – base de cálculo 9.300,00 1.700
PIS sobre compra – incluso no preço – base de cálculo 9.300,00 153,45
Cofins sobre compra – inclusa no preço – base de cálculo 9.300,00 706,80
Valor líquido da mercadoria 8.439,75

138
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Como o IPI não é recuperável, porém o produto é destinado à comercialização, seu valor não entra
na base de cálculo do ICMS nem na base de cálculo de PIS e Cofins.

Assim, teremos a contabilização pela compra:

Tabela 48 – Contabilização

Débito
Mecadorias (Ativo) R$ 8.439,75
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 1.700,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 153,45
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 706,80
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 11.000,00

B – Devolução da compra da mercadoria

Tabela 49 – Nota fiscal de devolução

5 mercadorias Y x 100 500


IPI: 10% sobre 500 50
Total da nota fiscal 550
ICMS destacado na nota (17% sobre 500) 85

Tabela 50 – Memória de cálculo

Valor da devolução R$
Devolução da compra 500,00
IPI sobre devolução – cobrado destacadamente 50,00
Valor total da nota de devolução 550,00
ICMS sobre devolução (17% sobre 500,00) – incluso no preço 85,00
PIS sobre devolução (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 465,00) 7,67
Cofins sobre devolução (7,6%) – inclusa no preço (7,6% x 465,00) 35,34
Valor líquido da mercadoria devolvida 421,99

Assim, teremos a contabilização da devolução de compra de mercadorias:

139
Unidade III

Tabela 51 – Contabilização

Débito
Caixa (Ativo) R$ 550,00
Crédito
Mecadorias (Ativo) R$ 421,99
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 85,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 7,67
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 35,34

Devoluções de vendas

Usaremos o mesmo exemplo anterior e registraremos as operações sob o ponto de vista de um


vendedor industrial.

A – Venda dos produtos

Tabela 52 – Nota fiscal da venda

100 produtos y x 100,00 10.000


IPI – 10% sobre 10.000 1.000
Total da nota de venda 11.000
ICMS destacado na nota (17% sobre 10.000) 1.700

Tabela 53 – Memória de cálculo

R$
Valor dos produtos 10.000
IPI sobre venda 10% – cobrado destacadamente 1.000
Valor total da nota de venda 11.000
ICMS sobre venda (17%) – incluso no preço 1.700
PIS sobre venda (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 8.300,00) 136,95
Cofins sobre venda (7,6%) – inclusa no preço (7,6% x 8.300,00) 630,80

Como a empresa vendedora é contribuinte do IPI, a contabilização da venda é a seguinte:

A) D – caixa R$ 11.000
C – faturamento bruto R$ 11.000

B) D – IPI faturado R$ 1.000


C – IPI a pagar R$ 1.000

C) D – ICMS s/faturamento R$ 1.700


C – ICMS a pagar R$ 1.700
140
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

D) D – PIS s/faturamento R$ 136,95


C – PIS a pagar R$ 136,95

E) D – Cofins s/faturamento R$ 630,80


C – Cofins a pagar R$ 630,80

Da devolução

A) D – Devoluções de vendas R$ 550


C – Caixa R$ 550

B) D – IPI a recolher R$ 50
D – ICMS a recolher R$ 85
D – PIS a recolher R$ 6,85
D – Cofins a recolher R$ 31,54

C – IPI faturado R$ 50
C – ICMS sobre venda R$ 85
C – PIS sobre venda R$ 6,85
C – Cofins sobre venda R$ 31,54

Note que a base de cálculo do PIS e da Cofins sobre a devolução de vendas será de R$ 415,00
(total da nota de devolução diminuídos o ICMS e IPI, que são recuperáveis na indústria).

Observamos que as devoluções de vendas constarão da DRE como parcela redutora das
vendas brutas.

8.6.3 Abatimentos sobre compras

Nas operações mercantis podem ocorrer situações entre a saída da mercadoria do estabelecimento
vendedor e o ingresso no estabelecimento comprador. O comprador adquire mercadoria de primeira
qualidade e recebe mercadoria de segunda qualidade, por exemplo. Então, para evitar a devolução da
mercadoria, as partes podem negociar um abatimento no preço da mercadoria.

Assim, por exemplo, a empresa Comércio de Equipamentos Ltda. compra 20 computadores para
revenda por R$ 20.000, à vista, com as seguintes alíquotas: ICMS 17%, PIS 1,65% e Cofins 7,6%.
Ao receber a mercadoria, é constatado que dois computadores estão fora das especificações técnicas
acordadas. Para que as 2 unidades não fossem devolvidas, o vendedor concedeu um abatimento no
valor total de R$ 400, que foi prontamente aceito pelo comprador.

A contabilização dessas operações seria feita da seguinte maneira:

141
Unidade III

A – Compra da mercadoria

Tabela 54 – Nota fiscal de compra

20 computadores x 1.000 20.000


ICMS (17% sobre 20.000) = 3.400
Valor da nota fiscal 20.000

Tabela 55 – Memória de cálculo

R$
Valor da compra 20.000
ICMS sobre compra (17%) – incluso no preço 3.400
PIS sobre compra (1,65%) – incluso no preço (1,65% x 16.600,00) 273,90
Cofins sobre devolução (7,6%) – inclusa no preço (7,6% x 1.261,60
16.600,00)
Valor da nota 20.000
Valor líquido da mercadoria 15.064,50

A contabilização da aquisição ficaria assim:

Tabela 56 – Contabilização

Débito
Mecadorias (Ativo) R$ 15.064,50
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 3.400,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 273,90
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 1.261,60
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 20.000,00

Quando ocorrer o abatimento no valor de R$ 400, teremos:

D – Caixa (Ativo) R$ 400

C – Abatimento (R) R$ 400

Observamos que não houve ajuste sobre o valor dos impostos incidentes na operação, devido a ter
sido um fato posterior à emissão da nota fiscal e que não resultou na devolução de mercadorias.

142
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Abatimentos sobre vendas

Para o vendedor da mercadoria, o abatimento concedido reduz o resultado e deverá ser registrado
como uma conta de resultado, redutora da receita bruta de vendas, para apuração da receita
líquida de vendas.

Utilizamos o mesmo exemplo do item anterior, e a contabilização será feita sob o ponto de vista
do vendedor.

A – Na venda

A) D – caixa R$ 20.000
C – receita bruta de venda R$ 20.000

B) D – ICMS sobre vendas R$ 3.400


D – PIS sobre vendas R$ 273,90
D – Cofins sobre vendas R$ 1.261,60
C – ICMS a recolher R$ 3.400
C – PIS a recolher R$ 273,90
C – Cofins a recolher R$ 1.261,60
B – No momento da concessão do abatimento

C) D – abatimento sobre vendas R$ 400


C – caixa R$ 400

Os descontos comerciais são aqueles concedidos na nota fiscal, no momento da operação de compra
(obtidos) ou de venda (concedidos), em função, normalmente, do volume de vendas ou da qualidade
do comprador.

Os descontos comerciais obtidos são descontos obtidos na nota fiscal. A regra geral do
desconto comercial obtido é a sua não contabilização por parte do comprador, ou seja, a mercadoria é
contabilizada pelo seu valor líquido negociado. Entretanto, se a empresa compradora desejar, poderá
utilizar uma conta retificadora de comprar descontos comerciais obtidos. O exemplo está a seguir.

A empresa H Ltda. compra 1.000 unidades de um produto beta da indústria J pelo preço unitário de
tabela de R$ 100, mais 10% de IPI. Como a empresa H Ltda. é um excelente cliente, a indústria J concede
20% de desconto no ato da venda. A operação é à vista, com incidência de ICMS 17%, PIS 1,65% e
Cofins 7,6%.

143
Unidade III

A – Compra de produtos

Tabela 57 – Nota fiscal de compra

Produto beta 1.000 X R$ 100 100.000


Desconto (20% sobre 100.000) (20.000)
IPI (10% sobre 100.000) 10.000
ICMS (17% sobre 80.000) = 13.600 90.000

Tabela 58 – Memória de cálculo

R$
Valor da compra 100.000
Desconto comercial (20% sobre 100.000) (20.000)
IPI sobre compra (10% 100.000) – cobrado destacado 10.000
Valor total da nota 90.000
ICMS sobre compra (17% sobre 80.000) – incluso no preço 13.600
PIS sobre compra – incluso no preço (1,65% x 76.400,00) 1.260
Cofins sobre compra – inclusa no preço (7,6% x 76.400,00) 5.806,40
Valor líquido da mercadoria 69.333

Observamos que, como o IPI não é recuperável nesse exemplo, mas o produto é destinado à
revenda, o valor do IPI não entra na base de cálculo do ICMS (BRASIL, 1988a, art. 155, § 2º, XI). Porém,
integra a base de cálculo de PIS e Cofins, por interpretação ao disposto nos art. 167, II, da Instrução
Normativa 1.911, de 11 de outubro de 2019.

O lançamento contábil será:

Tabela 59 – Lançamento contábil

Débito
Mecadorias (Ativo) R$ 69.333,00
ICMS a recuperar (Ativo) R$ 13.600,00
PIS a recuperar (Ativo) R$ 1.260,00
Cofins a recuperar (Ativo) R$ 5.806,40
Crédito
Caixa (Ativo) R$ 90.000,00

Destaca-se que o desconto comercial não foi contabilizado pelo comprador, sendo essa a forma mais
usual de contabilização.

144
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Descontos comerciais concedidos

Na empresa vendedora, os descontos comerciais devem ser registrados em conta redutora da


receita bruta de vendas, para apuração da receita líquida. Utilizando-se o mesmo exemplo do item
anterior, teremos:

A – Venda da mercadoria

Tabela 60 – Nota fiscal de compra

Produto beta 1.000 x R$ 100 100.000


Desconto (20% sobre 100.000) (20.000)
IPI (10% sobre 100.000) 10.000
ICMS (17% sobre 80.000) = 13.600 90.000

Tabela 61 – Memória de cálculo

R$
Valor da compra 100.000
Desconto comercial (20% sobre 100.000) (20.000)
IPI sobre compra (10% 100.000) – cobrado destacado 10.000
Valor total da nota 90.000
ICMS sobre compra (17% sobre 80.000) – incluso no preço 13.600
PIS sobre compra – incluso no preço (1,65% x 66.400,00) 1.095,60
Cofins sobre compra – inclusa no preço (7,6% x 66.400,00) 5.046,40
Valor líquido da mercadoria 70.258

Observamos os seguintes aspectos:

• como o IPI não é recuperável nesse exemplo e o produto é destinado à revenda, seu valor entra
na base de cálculo do ICMS (BRASIL, 1988a, art. 155, § 2º, XI), bem como a base de cálculo (no
devedor) de PIS e Cofins;

• o valor de PIS e Cofins para o vendedor é diferente do valor para o comprador, o que ocorre por
causa da Legislação de Regência da Instrução Normativa n. 247 (BRASIL, 2002b, art. 66, § 3º) para
o comprador e art. 24 da mesma lei no caso do vendedor.

A contabilização está a seguir:

A) D – caixa R$ 90.000
D – descontos comerciais concedidos R$ 20.000
C – faturamento bruto R$ 110.000
145
Unidade III

B) D – IPI faturamento R$ 10.000


C – IPI a recolher R$ 10.000
C) D – ICMS sobre vendas R$ 13.600
D – PIS sobre vendas R$ 1.095,60
D – Cofins sobre venda R$ 5.046,40
C – ICMS a pagar R$ 13.600
C – PIS a pagar R$ 1.095,60
C – Cofins a pagar R$ 5.046,40

8.6.4 Cálculo de ICMS sobre energia elétrica

A título de curiosidade, vamos explicar como é feito o cálculo do ICMS sobre as contas de
energia elétrica.

Esse cálculo é muito complexo e normalmente os contribuintes não entendem como é feito, inclusive
existem muitas matérias em discussão sob a inconstitucionalidade do cálculo.

Para facilitar a compreensão, vamos utilizar valores e alíquotas praticadas no estado de São Paulo e
o consumo de uma residência média.

Valor do consumo de energia registrado R$ 110,60


PIS R$ 1,56
Cofins R$ 7,16
ICMS R$ 39,77% (alíquota de 25%)

Para a base de cálculo, será considerado o valor efetivo do consumo mais PIS e Cofins. R$ 110,60 +
R$ 1,56 + R$ 7,16 = R$ 119,32.

Esse será o valor utilizado para encontrar a nossa base de cálculo. Agora, vamos para o cálculo
propriamente dito.

Temos alíquota de 25%, portanto, 0,25 em números.

Vamos pegar a unidade 1 – 0,25 (alíquota do ICMS) = 0,75.

O valor de R$ 119,32/0,75 é igual a R$ 159,09, que é a base de cálculo do ICMS. Ou seja,


R$ 159,09 x 25% = R$ 39,77.

Analisando a operação, constata-se que a carga tributária do ICMS não resulta em 25%. É bem
maior que isso, pois se o ponto de partida é R$ 119,32 e um ICMS de R$ 39,77, ao fazer a operação
inversa, chega-se ao percentual de 33,33%.

R$ 39,77/119,32 = 33,33%

146
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

8.7 Estudo de caso envolvendo compra, venda e contabilização

Para finalizar nosso estudo, observe o exemplo acentuado a seguir.

Exemplo de aplicação

Vamos analisar a operação de uma empresa fabricante que adquire mercadorias, produz e comercializa
os produtos resultantes da operação.

A empresa Industriax Ltda., estabelecida na cidade de Salvador (BA), fabrica máquinas e equipamentos
industriais de controle de qualidade para processos produtivos. Por ser optante do lucro presumido, tem
o regime de cumulatividade para PIS e Cofins e teve as seguintes operações no mês de março de 2010:

Aquisição de matéria-prima a prazo, sendo o valor da mercadoria de R$ 332.610,00 sobre a


matéria‑prima adquirida. No valor, há incidência de IPI e ICMS de 15% e 17%, respectivamente.

Venda de 20 máquinas de checagem de peso no valor de R$ 27.500,00. Essas máquinas serão


utilizadas como ativo fixo de uma empresa localizada no mesmo Estado, incidindo, sobre essa venda, IPI
de 15%, ICMS de 17%, PIS e Cofins no sistema cumulativo.

Com os dados apresentados, vamos seguir os procedimentos:

a) Na operação de aquisição de matéria-prima, devem-se calcular os impostos incidentes na operação


de aquisição e efetuar a contabilização.

b) Na operação de saída, vamos calcular o total da nota fiscal e os impostos, contabilizar a venda e
os impostos, fazer os lançamentos de apuração dos impostos no final do período e levantar a DRE para
apuração do lucro bruto.

• Apresentação das operações:

a) Na operação de aquisição de matéria-prima, vamos calcular os impostos incidentes na operação


de aquisição:

Valor da mercadoria R$ 332.610,00


IPI 15% R$ 49.891,50
Valor total da nota fiscal R$ 382.501,50
ICMS 17% R$ 56.543,70

Comentários: como a aquisição é de material que será utilizado na fabricação de produtos que serão
comercializados posteriormente, ou seja, matéria-prima, o ICMS incide sobre o valor da mercadoria, não
entrando na base de cálculo do ICMS a parcela correspondente ao IPI.

147
Unidade III

• Efetuar a contabilização:

D – Matéria-prima (Ativo) R$ 276.066,30


D – IPI a recuperar (Ativo) R$ 49.891,50
D – ICMS a recuperar (Ativo) R$ 56.543,70
C – Fornecedores (Passivo) R$ 382.501,50

Comentários: como a empresa compradora, apesar de ser fabricante de máquinas e equipamentos


industriais, é optante pelo lucro presumido, para efeitos de PIS e Cofins, recolhe-se pelo sistema de
cumulatividade. Assim, não tem direito a PIS e Cofins, mesmo havendo a aquisição de matéria-prima.

b) Na operação de saída, vamos calcular o total da nota fiscal e dos impostos:

20 equipamentos a R$ 27.500,00 R$ 550.000,00

IPI de 15% R$ 82.500,00


Total da nota fiscal R$ 632.500,00
ICMS de 17% R$ 107.525,00
PIS 0,65% R$ 2.876,06
Cofins 3% R$ 13.274,25

Base do cálculo: 55.000,00 – 107.525,00 = 442.475,00

Comentários: por se tratar de venda para fins de consumo final, o valor do IPI integrará a base de
cálculo do ICMS; então, a alíquota incidirá sobre o total da nota fiscal, e não somente da mercadoria.

As alíquotas de PIS e Cofins, no caso de sistema cumulativo, são de 0,65% e 3%, respectivamente, e
o cálculo é feito sobre o valor da mercadoria, sem considerar o IPI.

• Contabilizar a venda e os impostos:

Pelo reconhecimento da venda

C – Receita de venda de Produtos (R) R$ 632.500,00


D – Clientes (Ativo) R$ 632.500,00

Pelo reconhecimento dos impostos

D–IPI s/ vendas (Resultado) R$ 82.500,00


C – IPI a pagar (Passivo) R$ 82.500,00
D – ICMS s/ vendas (Resultado) R$ 107.525,00
C – ICMS a pagar (Passivo) R$ 107.525,00
D – PIS s/ vendas (Resultado) R$ 2.876,09
C – PIS a pagar (Passivo) R$ 2.876,09
148
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

D – Cofins s/ vendas (Resultado) R$ 13.274,25


C – Cofins a pagar (Passivo) R$ 13.274,25

Pelo registro do custo dos produtos vendidos

D – CMV (Resultado) R$ 276.066,30


C – Matéria‑prima (Ativo) R$ 276.066,30

• Fazer os lançamentos de apuração dos impostos no final do período:

D – IPI a recolher (Passivo) R$ 49.891,50


D – IPI a recolher (Passivo) R$ 49.891,50
C – IPI a recuperar (Ativo) R$ 49.891,50
D – ICMS a recolher (Passivo) R$ 56.543,70
C – ICMS a recuperar (Ativo) R$ 56.543,70

• Levantar a DRE para apuração do lucro bruto:

Vendas de mercadorias R$ 632.500,00


( – ) Impostos R$ 206.175,34
= Vendas líquidas R$ 426.324,66
( – ) CMV R$ 276.066,30
= Lucro bruto R$ 150.258,36

Resumo

O PIS e a Cofins são contribuições sociais com funções fiscais. Incidem


sobre o faturamento das empresas. O PIS tem como fatos geradores o
auferimento de receita pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que
lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda; a folha de salários
das entidades relacionadas no art. 13 da MP n. 2.158-35 (BRASIL, 2001b);
as receitas correntes arrecadadas e as transferências correntes e de capital
recebidas pela pessoa jurídica de direito público interno. A Cofins tem como
fato gerador o auferimento de receita pela pessoa jurídica de direito privado,
inclusive aquelas a ela equiparadas pela legislação do Imposto de Renda.

Para as empresas que utilizam o regime cumulativo, tributadas pelo


lucro presumido ou arbitrado, a alíquota de PIS é 0,65% e Cofins 3%.
Nesse regime, as empresas não poderão recuperar o imposto no momento
da aquisição de materiais. A base de cálculo é a totalidade das receitas,

149
Unidade III

sem considerar IPI, ICMS-ST, exportações, reversões de provisões, receitas


financeiras, receitas de ganhos de capital, entre outras. Para as empresas
que utilizam o regime não cumulativo, que são as empresas tributadas pelo
lucro real, a alíquota é 1,65% para o PIS e 7,6% para a Cofins, podendo
deduzir os créditos permitidos expressamente em lei. Lembrando que
existem empresas que, mesmo sendo tributadas pelo lucro real, não podem
optar pelo regime não cumulativo. É o caso de empresas com tributação
monofásica: as refinarias e as indústrias de bebidas; as que tenham somente
parte de suas receitas tributadas pela não cumulatividade, como o setor de
telecomunicações, as instituições financeiras e empresas equiparadas.

O STF, em 15 de março de 2017, concluiu o julgamento do Recurso


Especial n. 574.706, e a decisão foi favorável aos contribuintes em relação
à exclusão do ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins.

Também estudamos a modalidade de PIS/Pasep. Quem contribui para


o PIS/Pasep sobre a folha de pagamento são os templos de qualquer
culto, partidos políticos, instituições de educação e de assistência social,
instituições filantrópicas, entre outras. Para o PIS sobre a folha de
pagamento, a alíquota é 1% sobre o valor total da folha de pagamento
mensal de salários a seus empregados. Não integram a base: salário‑família,
benefícios, indenizações, FGTS, entre outros autorizados por leis. Essas
entidades são isentas do recolhimento da Cofins.

Instituições financeiras, apesar de serem obrigadas à tributação pelo


lucro real, recolhem o imposto com as seguintes alíquotas: PIS (0,65%) e
Cofins (4%). No caso das operações de câmbio realizadas, o ganho obtido
entre o preço de venda e o preço de compra da moeda estrangeira deverá ser
considerado como receita bruta; as variações monetárias ativas dos direitos
de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio
ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.

Por fim, vimos que o regime monofásico de PIS e Cofins é um mecanismo


semelhante ao da substituição tributária. O governo federal criou o regime
monofásico para os produtos de higiene pessoal, medicamentos e cosméticos, e
também tornou os importadores e industriais desses produtos responsáveis
pelo recolhimento do imposto.

150
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

Exercícios

Questão 1. (FCC/Sanasa 2019, adaptada) Existem dois regimes de apuração do PIS e da Cofins: o
regime cumulativo e o regime não cumulativo.

Embora os dois regimes sejam considerados contribuições sobre faturamento, há diferenças entre
eles. Em relação aos dois regimes, considere as afirmativas a seguir.

I – No regime não cumulativo, aplicam-se as alíquotas de 1,65% para PIS e de 7,6% para Cofins.

II – Na apropriação de créditos, a empresa poderá aplicar o regime cumulativo.

III – Para as empresas optantes pelo lucro presumido, sujeitas ao regime cumulativo, as alíquotas do
PIS e da Cofins são 0,65% e 3%, respectivamente.

É correto o que se afirma apenas em:

A) II.

B) I e II.

C) I e III.

D) III.

E) II e III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise da questão

São regimes tributários do PIS e da Cofins, o regime cumulativo e o regime não cumulativo.

As empresas optantes pelo lucro presumido devem recolher o PIS e a Cofins pelo regime cumulativo.
As empresas optantes pelo lucro real devem recolher as contribuições pelo regime não cumulativo. Quanto às
diferenças existentes entre eles, destacam-se as alíquotas e o aproveitamento de créditos. Para o regime
cumulativo, as alíquotas são 0,65% para o PIS e 3% para a Cofins. Já para o regime não cumulativo, as
alíquotas são 1,65% para o PIS e 7,6% para a Cofins. O aproveitamento de créditos é específico para
o regime não cumulativo: logo, as empresas sujeitas ao regime cumulativo não podem se utilizar do
aproveitamento do crédito.

151
Unidade III

Questão 2. A Indústria Iluminada S.A. é uma empresa que fabrica lâmpadas e está sujeita à apuração
do PIS e da Cofins pelo regime não cumulativo. A principal característica do regime não cumulativo é o
direito ao crédito nas operações anteriores que pode ser deduzido das contribuições a pagar. Ao final do
mês, para o cálculo dessas contribuições, a empresa apurou as informações a seguir.

Tabela 62

Faturamento bruto R$ 150.000,00


IPI incluído no faturamento R$ 15.000,00
Vendas canceladas R$ 4.000,00
Compra de matéria-prima e insumos para industrialização R$ 52.500,00
Gastos com energia elétrica consumida no estabelecimento R$ 4.500,00
Gastos com o aluguel do imóvel onde a fábrica está instalada, pago à pessoa jurídica R$ 4.500,00
Gastos com o aluguel do imóvel onde a área administrativa está instalada, pago à pessoa física R$ 4.000,00
Encargos com depreciação do imobilizado utilizado na produção R$ 3.000,00
Despesas administrativas R$ 3.000,00

Com base nas informações apresentadas, o valor da Cofins a ser pago pela empresa deve ser de

A) R$ 4.750,00

B) R$ 5.054,00

C) R$ 5.966,00

D) R$ 1.964,00

E) R$ 7.410,00

Resposta correta: alternativa B.

Análise da questão

De acordo com a Lei n. 10.833 de 29.12.2003 e atualizações posteriores, o IPI e as vendas canceladas
não integram a base de cálculo da Cofins (portanto, deve haver dedução).

No tratamento dos créditos admitidos, o art. 3º da mesma lei permite que, do valor apurado, a
pessoa jurídica poderá descontar, entre outros, os créditos calculados em relação a:

• bens e serviços utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos


destinados à venda;

• energia elétrica consumida no estabelecimento;

152
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

• aluguéis, desde que pagos à pessoa jurídica;

• encargos de depreciação de imobilizado adquirido para utilização na produção.

As despesas administrativas não admitem créditos, assim como o aluguel pago à pessoa física.

Logo, ficamos com o que se apresenta a seguir (valores dados em R$).

Faturamento bruto 150.000,00


IPI incluído no faturamento (15.000,00)
Vendas canceladas (4.000,00)
Base de cálculo sobre o faturamento 131.000,00
Cofins (7,6%) 9.956,00

Créditos:

Compra de matéria-prima e insumos para industrialização 52.500,00


Gastos com energia elétrica consumida no estabelecimento 4.500,00
Gastos com aluguel do imóvel da fábrica pago à PJ 4.500,00
Encargos com depreciação (imobilizado da fábrica) 3.000,00
Total dos créditos 64.500,00

Cofins (7,6%) 4.902,00


Cofins a pagar 5.054,00

153
REFERÊNCIAS

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