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Michael Mandinga

B.I:155387
michaeldasilvamandinga@gmail.com
Portugal

Exmo. Senhor Luís d’Oliveira Viegas Embaixador


da Republica Democrática de S. Tomé e Príncipe em
Portugal
Av. 5 de Outubro, nº 35 -4º Andar
1050-047 Lisboa

Carta Aberta

Assunto: Desvio de salário e não pagamento de direitos.

O Sr. Embaixador como representante do estado são-tomense em Portugal está sob o dever de
respeitar e de fazer respeitar a constituição e as leis vigentes no país, bem como os acordos
internacionais a que o país faz parte e engaja. No desempenho das funções em que se encontra,
cabe-lhe ainda o dever de zelar pelos direitos dos cidadãos santomense não fazendo distinção entre
funcionário e cidadão comum, nem de raça ou ideologia e principalmente nem qualquer espécie de
discriminação no género do indivíduo.
Na sequência da audiência com vossa excelência e de acordo com o vosso pedido para que lhe fizesse
chegar por escrito as irregularidades abordadas. Tendo até a data de hoje, apesar de vários pedidos,
não ter recebido do Senhor nenhuma reposta conforme os prazos previstos na lei, na qualidade de
marido da funcionária Miriam Mandinga venho publicamente como já o havia avisado, expor e
questionar o seguinte:
1. Como explica o Sr. Embaixador que uma funcionária desta embaixada estando gravida, e
sendo a gravidez considerada de alto risco e não obstante tendo a mesma apresentado todos
os documentos legais, ter ficado em casa sem qualquer remuneração ou subsidio, e sem
dinheiro para as consultas ou medicamentos? De acordo com a lei, nº 2 do Artigo 139º da Lei
nº6/92 de 11 de Junho(Regime jurídico das condições individuais de trabalho) cabia a esta
embaixada dirigida pelo Sr. Embaixador impedir que tal situação viesse a acontecer.
2. Apesar de várias, cartas, documentos e provas enviadas pela funcionária ao Sr. Embaixador e
não só, o Senhor ainda não resolveu o problema estando a embaixada a dever cerca de
9.129.94€ a funcionária até ao dia de hoje com grave prejuízo para a funcionaria e os seus
filhos menores. Como pode isso ser possível? Não é o Sr. Embaixador responsável por esta
Embaixada? Como pode a embaixada dirigida pelo Sr. Embaixador demonstrar tamanha
incompetência por todos aqueles ligados diretamente a este assunto?
3. O departamento jurídico da embaixada com o qual o Sr. Embaixador se desculpou e
responsabilizou verbalmente pelas ilegalidades cometidas neste processo demonstrou uma
incompetência e uma falta de humanidade, que para além da justiça dos homens que deverá
investigar esta e outras situações, só a justiça de Deus poderá julgar tamanha maldade em
todo este processo.
4. Por fim, mas mais grave e que tem de ser investigada pelas entidades competentes pois
indicia crime, e os responsáveis terão de ser responsabilizados.
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Temos provas hoje, que indicam que a embaixada recebeu do estado santomense os salários
da funcionária durante todo o período da gravidez de risco mas ainda assim não pagou a
funcionária tendo o dinheiro sido desviado para outros fins e persiste em não pagar o
dinheiro e isto é CRIME!
Não jurou o Sr. Embaixador cumprir e fazer cumprir as leis e respeitar os direitos dos
cidadãos? Como podem estes crimes acontecer sobre a sua administração?
Não deveria o Sr. Embaixador e os setores financeiro e jurídico desta embaixada já terem
resolvido o problema a muito por uma situação criada pela embaixada?
A segurança social recusa-se a pagar a funcionária porque diz que a embaixada recebeu o
dinheiro e teria pago a funcionária. De facto há descontos na segurança social neste período.
E a mesma informa que deve ser a embaixada a resolver o problema! Não deveria o Sr. estar
empenhado para que esta situação não manchasse o seu mandato a frente da embaixada em
vez de ter deixado as coisas a andar ou em mãos de quem claramente demonstrou não ter
capacidade nem competência para resolver o problema? Será por ser a funcionária uma
mulher, e por isso, estar a ser vítima de toda esta discriminação? Não são todas estas
ilegalidades indícios de perseguição a uma cidadã santomense e mesmo estando gravida na
altura foi alvo de uma violência psicológica e assédio moral no trabalho? Se fosse um familiar
seu será que a situação teria chegado onde chegou? Não é vergonhoso que tenham tentado
“despachar” a funcionária por ser um incómodo usando artifícios em vez simplesmente de
resolver o problema?
Uma última nota, gostaria apenas de acrescentar que tudo o que está escrito nesta carta
existem documentos originais que atestam e comprovam a veracidade dos factos. Há ainda
outros factos que a seu tempo e no fórum próprio irei publicar, mas no link a seguir vai já o
início: https://drive.google.com/drive/folders/168G9nwSB9_r634Xn9AqsleFWEx3NxUKt?usp=sharing

Como não há regra sem exceção uma palavra de apreço à todos funcionários da embaixada
que trabalham com seriedade e sem falsidade, e que, regularmente chegam a estar 2 a 3
meses sem receber o salário e ainda assim, vão trabalhar todos os dias para servir os seus
conterrâneos e demais utentes, sem saberem como pagar as contas de casa enquanto uns
poucos fazem viagens dispendiosas quando poderiam dar exemplo de contenção e assim
distribuir algum valor pelos seus irmãos e colegas atendendo a situação precária do país.

Esta carta vai com copias à; Ministério dos Negócios Estrageiro, Ministério do trabalho,
Procuradoria Geral da Republica, Ministério da justiça, Primeiro ministro e chefe de Governo,
Presidente da Assembleia Nacional e Presidente da republica aos quais apelo para que de
acordo com os poderes que vos foram conferidos, possam dar todos os passos necessário
para investigação dos factos e reposição dos direitos da funcionária que neste momento
encontra-se gravemente lesada com dois filhos menores de 5 e 1 ano.
Apelo ainda a todos os cidadãos que tomarem conhecimento da carta que possam ajudar na
resolução deste caso através da divulgação da mesma.

Lisboa 07 de Março de 2019,


Michael Mandinga

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