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É indubitável a importância da Lei Maria da Penha diante a excedente gama de mulheres

que sofrem a violência doméstica.


Sabe-se que boa parte dos casos acontece em casa, tendo como principais agressores:
maridos, namorados e ex-companheiros.

Os excessos cometidos pelas próprias mulheres que, muitas vezes, para saciar seus
desejos de vingança ou simplesmente prejudicar companheiros ou ex-parceiros,
usam de denúncias falsas para assim o fazerem, tendo como pressuposto a veracidade
de suas palavras e demasiada força probatória que estas possuem.

Questão principal deste,é o mau uso da Lei, que algumas mulheres aproveitam para
saciar seus desejos estranhos ou de compensar mágoas e rancores de um
relacionamento mal resolvido, aproveitando-se das possibilidades que a Lei trás para as
verdadeiras vítimas, para se utilizarem contra seus “desafetos”. Vários são os motivos
que podem levar uma mulher a agir assim, dentre os principais podemos citar a
chantagem, a qual deve está querendo chantagear seu companheiro ou ex para fazer
algo que ela queira; pode ser vingança, de algum ato ou fato que ocorreu entre
ambos. Ora, assim podemos chegar a conclusão que uma Legislação que foi feita com
tanto esforço, lutas sérias, e com tanta boa vontade, abriu também uma brecha para
mulheres mal intencionadas satisfazerem seus caprichos maldosos em desfavor do
homem, que nestes casos passa a ser vítima.

Visto isso, pode-se concluir então que o homem sai do polo passivo de uma ação
penal, ou seja, réu, para o polo ativo, de autor/vítima de denunciação caluniosa,
previsto no artigo 339 do Código Penal Brasileiro, segue:

“Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,


instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena -
reclusão, de dois a oito anos, e multa“.

Com base no exposto, fica claro uma marginalização do homem, pois na maioria
desses casos de falsa denúncia, as mulheres argumentam terem sidos ameaçadas ou
injuriadas, visto que tais crimes não permitem perícia, logo, suas simples palavras
possuem tanta força probatória, que já basta para se instaurar um inquérito policial, e a
expedir medidas protetivas em favor da mulher, e em total desfavor do homem, que fica
conhecido como criminoso, afetando sua vida social, profissional e romântica.

E, até se provar o contrário, e o homem poder ingressar numa ação penal contra a
mulher que o caluniou, podendo pedir inclusive danos morais, a estória já tem
ganhado enormes proporções, visto ser um crime tão sério, o que prejudica
demasiadamente o homem caluniado.

Pelas razões até então tratadas que, muitos criminalistas e doutrinadores defendem
melhores critérios para que a Lei Maria da Penha seja aplicada.
Especialmente porque o homem não tem, naquele momento inicial da falsa denúncia,
direito ao contraditório e ampla defesa, o que fere o princípio penal de Presunção da
Inocência.

“(...) A presunção de inocência exige uma proteção contra a publicidade abusiva e a


estigmatizarão (precoce) do réu. Significa dizer que a presunção da inocência (e também as
garantias constitucionais da imagem, dignidade e privacidade) deve ser utilizada como
verdadeiro limite democrático a abusiva exploração midiática em torno do fato criminoso e
do próprio processo judicial. O bizarro espetáculo montado pelo julgamento midiático deve
ser coibido pela eficácia da presunção de inocência”.

Já se pode concluir que ainda há muito que melhorar na Lei Maria da Penha, que
muitas vezes o suposto agressor, é a verdadeira vítima no caso, e mesmo que consiga
provar sua inocência ao findar o processo, ele passará por humilhantes e angustiantes
momentos por um grande período de tempo, que podem durar anos.

Acima, relato que ainda há muito que melhorar na eficiência da Lei Maria da Penha,
entretanto, em alguns momentos parece que ao invés de melhorar, há um retrocesso.

Houve algumas mudanças na Lei Maria da Penha, uma delas é que agora é permitido ao
Delegado de polícia e policiais determinarem o afastamento do acusado de sua casa,
seu lar, sua moradia.

essa medida fere direitos fundamentais da pessoa, visto que essa decisão deveria vir de
uma autoridade jurisprudencial, pois cabe a esta tratar de restrições de direitos
fundamentais. Sendo assim, abre-se caminhos para o aumento de falsas denúncias,
pois convenhamos que para uma boa atriz será fácil convencer quaisquer autoridade
policial, visto que apenas suas palavras já servem como prova necessária para a
autoridade expedir medidas protetivas.

O que esses atos mal intensionados possivelmente enfraquecerá a Lei Maria da


Penha, a qual por tantos anos foi tão desejada e lutada, a qual tornou-se um marco
histórico no combate a violência doméstica, não se pode deixar fragilizar assim.

Logo, o uso desvirtuado da Lei 11.340/06 é um desserviço a sociedade, sem contar


tamanho desrespeito com a histórica luta pelos direitos de proteção a mulher, além é claro,
da gigantesca e triste violação de direitos da real vítima, no caso, o homem.

Por ter sido falsamente caluniado, o que atenta a honra da justiça, visto que toda a
engrenagem judicial é utilizada de forma evasiva.

Apesar de parecer um tema absurdo, machista, não é. Diariamente a justiça se depara com
casos de falsa denúncia em casos de violência doméstica, como veremos jurisprudência a
seguir para melhor exemplificação do conteúdo e continuação do tema de forma clara e
objetiva.

“APELAÇÃO CRIMINAL – DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – ART. 339, DO CÓDIGO PENAL.


ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS OU AUSÊNCIA DE DOLO – INOCORRÊNCIA –
RÉ QUE FEZ COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME A POLÍCIA, SEGUNDO A QUAL TERIA
SIDO OBRIGADA PELA VÍTIMA A SACAR DINHEIRO DO CAIXA ELETRÔNICO –
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA CARACTERIZADA. DOLO CONFIGURADO – RÉ QUE
NOTICIOU FATO A POLÍCIA QUE SABIA NÃO SER VERDADEIRO. PENA, COM
SUBSTITUIÇÃO, E REGIME APLICADOS DE FORMA CORRETA, DENTRO DOS
PARÂMETROS LEGAIS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.

(TJ-SP 00079875720128260361 SP 0007987-57.2012.8.26.0361, Relator: Ivana David,


Data de Julgamento: 24/11/2017, 9ª Câmara Criminal Extraordinária, Data de Publicação:
24/11/2017)”

Como visto na jurisprudência acima, o Tribunal deu desprovimento do recurso, pois


realmente a mulher agiu de má fé, denunciando caluniosamente a vítima, mesmo
sabendo que ela era inocente. Este comentário fez-se necessário para argumentar que as
falsas denúncias são mais normais que parece, infelizmente, e que ao fim do
processo, normalmente são descobertas e a real vítima na história é inocentada.

Entretanto, o período até findar o processo é extremamente desgastante e


humilhante pra real vítima, que pode causar sérios problemas pessoais, sociais e
psíquicos. Ocorre também, que a justiça nem sempre acerta, e há casos em que a
vítima é declarada culpada e passa por constrangimentos ainda maiores, podendo ter
retirada sua liberdade por anos, algo que é seu direito fundamental.

Ora, com base nisso, é necessário que haja um pensamento crítico a tamanha
força probatória que as palavras da mulher têm em uma denúncia na Delegacia da
Mulher, e o que pode estar sendo encarado por ela como uma vingança ou mero
desejo pode ser o fim social de uma pessoa inocente.

O grande escritor português José Saramago trás uma belíssima passagem que reflete de
forma crítica o que já foi comentado até o presente momento.

“O tempo das verdades plurais acabou. Vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se
mentiu tanto. Vivemos na mentira, todos os dias.”

Tal citação reflete o que busco passar com o perigo da falsa denúncia, visto que não
se existe mais verdades incontestáveis, mas sim mentiras universais, ou seja, com
uma denúncia mentirosa, uma mulher pode destruir a vida de homem, visto que
aquela falsidade torna-se pública, universal, de maneira veloz o suficiente para
desconstruir toda vida de um homem.

O fato de que o excessivo poder probatório de uma denúncia da mulher na delegacia


especializada, quando aceitada pelas autoridades competentes, fere princípios
constitucionais como os além já citados princípios da presunção de inocência e do
contraditório e ampla defesa, também vemos desacordo com o principio do devido
processo legal o qual diz que:

“Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal.”
Como visto acima, a própria Constituição Federal de 1988 trás como principio
fundamental o fato de que o individuo deve seguir um procedimento legal antes que
seja cerceado algum direito.

Algo que não está sendo respeitada na Lei Maria da Penha, visto que a simples
denúncia da mulher já é capaz de algumas privações ao homem, ferindo principio
constitucional.
É necessário reafirmar que o presente projeto apoia a Legislação 11.340/06, e que esta
trouxe excelentes resultados se comparando ao passado recente, e que foi um grande
passo para a legislação brasileira depois de longas lutas das mulheres, que convenhamos
era um luta social e universal, não apenas das mulheres.

O que ocorre é que mesmo sendo benéfica para a sociedade em geral, a Lei Maria da
Penha além de deixar brechas que permitam e facilitam a denúncia caluniosa,
também fere alguns princípios constitucionais, como já abordados.

Logo, é necessário que alguns fatores sejam reavaliados na Lei Maria da Penha, não
para enfraquecê-la, muito pelo contrário, seria para um enorme fortalecimento da
mesma, acabando com brechas e melhorando sua eficiência, para que diminua ao
máximo o numero de inocentes prejudicados pelas falsas denúncias, além de ser uma
forma de melhorar os procedimentos policiais e judiciais, visto que só seria dada
continuidade os procedimentos realmente fundamentados.

Vale salientar que a mulher pode se arrepender do ato ilícito cometido, visto ferir o
artigo 339 do Código Penal, porém embora ocorra essa retratação, é necessário
ressaltar que já houve toda uma movimentação da máquina estatal para garantir o
devido amparo a falsa vítima.

Com base em todo o exposto até o presente momento pode-se concluir que uma
denúncia falsa, além de prejudicar todo um sistema estatal, atrasar procedimentos
verdadeiros, prejudica também um homem inocente, que se torna vitima de uma
situação constrangedora, o qual lhe prejudicará bastante em vários momentos da sua
vida, pois como já mencionado e citado acima, esse caso se tornaria uma mentira
universal, que acabaria virando verdade incontestável. Entretanto, nem só nesses
fatos uma falsa denúncia prejudica a terceiros, ela também é um desrespeito grande
para com as mulheres que tanto lutaram pela causa e por seus direitos, que
realmente desejam proteção do Estado.

Quando a falsa denúncia é descoberta, a mulher responde civilmente por danos


morais e materiais causados à vítima, o que com base no exposta acima é irrisório se
comparado a todo o desserviço que ela causa a sociedade em geral, homens
(patrimonialmente, socialmente, profissionalmente), Estado (prejuízos com
movimentação da máquina pública e ferimento a princípios constitucionais em prol
de garantias protetivas a falsária) e a outras mulheres que realmente necessitam e
buscam as garantias estatais. Neste caso, a mulher deveria responder penalmente
pelo ato ilícito grave cometido, inclusive pelo fato ser crime conforme o Código Penal
Brasileiro.
“Impor a um homem uma grave pena, como é a privação da liberdade, uma mancha em sua
honra, como é a de se haver estado na prisão, e isso sem que fosse provado que ele é
culpado e com probabilidade de que seja inocente, é algo que está muito distante de
justiça.”

Que a mulher faz nesses casos merece um tratamento mais rigoroso por parte da
justiça, em busca de coibir essas denúncias falsas, seja na rigorosidade depois de feita
a falsidade, seja em busca de evita-la, se utilizando de meios prévios a denúncia.

Esses meios podem ser a obrigatoriedade de em todo município haver centros de


atendimento a mulher, capazes de fazer o primeiro acompanhamentos antes do
acompanhamento policial, o que afunilava o número de falsas denúncias que passariam
para a fase policial e posteriormente judicial. Esses centros deveriam conter psicólogas,
psiquiatras e várias outras pessoas especializadas nesses casos, para dá o todo o amparo
necessário para a mulher se concretizar do que realmente deve fazer e se realmente aquilo
que ela está passando se enquadra em algum dos possíveis crimes contra a mulher, que
podem ser violência sexual, psicológica, moral ou física.
Além disso, poderia exigir a obrigatoriedade à mulher para passar primeiro por esses
centros antes de se instaurar inquérito policial, o que daria mais veracidade ao fato
instaurado, diminuindo ainda mais os casos de falsas denúncias.

Por fim, vale salientar que a denúncia caluniosa como já mencionado anteriormente é
crime, e infelizmente manifesta um problema, pois devido o descumprimento de alguns
princípios constitucionais feridos pela Lei Maria da Penha, mesmo quando não há devidas
provas de autoria ou materialidade do ato ou fato, surge à presunção de culpa, ou seja, o
inverso do Princípio da Presunção de inocência, pois nesse caso, o homem seria culpado
até que se provasse o contrário, fato este para dar uma maior garantia às mulheres.

Ocorre que acatar o princípio da presunção de inocência trazido na Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 não quer dizer insultar o direito das mulheres ou
ignorar os auxílios garantidos pela Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), mas sim garantir
tratamento igualitário entre todas as pessoas e assegurar sua inocência durante a
produção de provas fieis, a fim de diminua ou evite em totalidade os inúmeros erros do
poder público com relação a este caso e também os desrespeitos moralmente
irreparáveis e precipuamente desestimular as falsas denúncias que movem a
máquina estatal. Assim, se deve além do já discutido e idealizado até então, adequar a
legislação abordada a cada caso concreto, pois na teoria ela é benéfica e
maravilhosa, mas em sua aplicação trás infringências a princípios constitucionais e
prejuízos aos homens vítimas dessa denúncia mentirosa, visto que a Lei deve
proteger o ambiente familiar em geral, não apenas às mulheres, visto que alguns
homens também estão sujeitos a abusos e imputações inverídicas de crimes que não
cometeu, advindos de mulheres com má-fé, o que gera outras violências.

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